Mais informações:
Site PIBID: http://www.pibid.ufrn.br/
Site LEM/UFRN:
http://www.ccet.ufrn.br/matematica/lemufrn/index.html
E-mail do LEM/UFRN: [email protected]
MINISTRANTES:
Darlly Daniela Silva de Oliveira
Elimara de Medeiros Lima
Henrique Silvestre Maia
Joélia dos Santos Medeiros
Micarlla Priscilla Freitas da Silva
ORIENTADORA:
Giselle Costa de Sousa
OFICINA DE JOGOS MATEMÁTICOS E
MATERIAIS MANIPULÁVEIS
OFICINA DE JOGOS E MATERIAIS MANIPULÁVEIS
1 Introdução
Dentro da realidade educacional brasileira, professores
enfrentam uma luta constante, para manter vivo o processo de ensino
e aprendizagem em suas salas de aula. Diante dessa realidade,
buscamos no uso de jogos e materiais manipuláveis, uma alternativa
metodológica, que propicie um maior rendimento educacional.
Nessa perspectiva, a Oficina de Jogos e Materiais
Manipuláveis, busca proporcionar, aos participantes, uma ferramenta
que o auxilie em sala de aula.
Desta forma, apresentaremos alternativas de atuação docente,
onde o professor será o mediador do conhecimento, e por sua vez, o
aluno, assumirá a posição de construtor do seu conhecimento.
Assim, abordaremos considerações importantes frente ao uso
desses materiais, onde apresentaremos atividades lúdicas e
interdisciplinares, que podem auxiliar no enriquecimento da prática
escolar. Utilizaremos uma abordagem dinâmica, onde os
participantes poderão experimentar situações de construção do
conhecimento, por meio dos jogos e materiais manipuláveis.
2 Objetivos da Oficina
A presente oficina tem por objetivos:
Nortear futuros professores, quanto à importância da
utilização de jogos e materiais manipuláveis em sala de aula;
Refletir sobre ideias de defensores acerca do uso desses
materiais;
Apresentar alternativas de utilização de jogos em sala de
aula;
Socializar experiências vividas frente a essa metodologia;
Propiciar, aos participantes, momentos de interação que
podem ser vividos em sala de aula;
Mostrar que o jogo pode ser adaptado de acordo com a
necessidade;
Compreender que nem sempre o jogo é cabível;
Perceber que para a utilização do jogo deve existir um
objetivo.
3 Fundamentação Teórica
O uso de jogos e materiais manipuláveis em sala de aula é
um assunto debatido há muito tempo. Por isso encontramos muitos
defensores de seu uso, o que para nós, apenas reforça a importância
dessa prática em sala de aula.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais defendem que:
[...] os jogos constituem uma forma interessante
de propor problemas, pois permitem que estes
sejam apresentados de modo atrativo e
favorecem a criatividade na elaboração de
estratégias de resolução em busca de soluções
(BRASIL, 1998, p.46)
Mas, para que o jogo ganhe sentido nas salas de aula, o
professor deve ter um objetivo para sua utilização. O jogo por se só
não tem fundamento, é apenas um mero passa tempo. O aluno deve
perceber o porquê da utilização daquele material, passando assim a
dar importância aquela utilização, podendo assim apropriar-se dos
benefícios trazidos pelo material.
Em Matemática, a utilização de jogos e materiais
manipuláveis é vista como uma alternativa metodológica, que pode
auxiliar no processo de ensino e aprendizagem.
Muitos conteúdos matemáticos são vistos de forma abstrata e
isso dificulta a compreensão do aluno, uma vez que o podem
impossibilita de enxergar aplicações diárias da Matemática. Desta
forma, o jogo pode auxiliar essa necessidade, pois a ludicidade e a
interação entre os alunos possibilita uma troca de experiências, que
condiciona uma postura ativa dos alunos.
Júlia Borin afirma que:
Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma
atitude passiva e a motivação é grande, notamos que,
ao mesmo tempo em que estes alunos falam em
matemática, apresentam também atitudes mais
positivas frente a esses processos de aprendizagem
(BORIN, 1998, p.09).
Não somente na Matemática, mas também em Química,
Física, Biologia e Ciências, há uma necessidade de empirismo para
que haja a compreensão dos conteúdos. Assim essas ciências exatas
pode valer-se de Laboratórios que possibilitem o contato empírico
do aluno que o estuda.
No Laboratório de Ensino de Matemática (LEM), há uma
disposição de materiais que auxiliam o professor, esse ambiente é
descrito por Lorenzato como:
[...] é um local não só para aulas regulares de
matemática, mas também para os professores
planejarem suas atividades, sejam elas aulas,
exposições, olimpíadas, avaliações, entre outras,
discutirem seus projetos, tendências e inovações;
um local para criação e desenvolvimento de
atividades experimentais, inclusive de produção
de materiais instrucionais da prática pedagógica
(LORENZATO, 2009, p.06).
É dentro dessa perspectiva que a Matemática se desenvolve
de forma eficaz, assim como nas outras ciências exatas.
Todavia o uso de jogos e materiais manipuláveis não está
atrelado apenas ao ensino das ciências exatas. O interessante do jogo
é que ele pode contribuir em diversos aspectos e para diferentes
áreas.
A Língua Portuguesa, a História, a Geografia, a Sociologia,
entre outras ciências humanas, também fazem uso desses materiais.
Com isso é evidente que a utilização desses materiais não está
condicionado a uma disciplina, mas sim ao ensino de forma geral.
Por isso, podemos atribuir ao jogo um papel importante no
ensino, uma vez que utilizado de forma correta, pode trazer grandes
benefícios.
4 Por que Utilizar Jogos e Materiais Manipuláveis
Podemos considerar pontos importantes, que justificam a
utilização de jogos. São eles:
Desenvolve habilidades de raciocínio como organização,
atenção e concentração;
Desenvolve a capacidade de ver algo a partir de um ponto de
vista diferente do seu e de coordenar essas opiniões para
chegar a uma conclusão;
Desenvolve a linguagem, a criatividade e o raciocínio lógico;
Diminui os bloqueios apresentados por muitos alunos que se
sentem incapazes de aprender.
5 Metodologia para o uso de jogos
Frente a utilização desses materiais podemos destacar a
posição que o professor deve se colocar, bem como o que se espera
dos alunos.
Papel do professor - um espectador do processo de construção do
saber pelo aluno, e só irá interferir ao final do mesmo através de
questionamentos que levem os alunos a mudanças de hipóteses ou
para a socialização das descobertas dos grupos, mas nunca para dar a
resposta certa.
Papel do aluno - aquele que busca e constrói o seu saber através da
análise das situações que se apresentam no decorrer do processo.
Para que esse processo ocorra de forma eficaz, o professor
deverá estudar detalhadamente o jogo antes de levá-lo para a sala de
aula, o que só é possível jogando.
Através da exploração e análise de suas jogadas e da reflexão
sobre seus erros e acertos é que o professor terá condições de colocar
questões, que irão auxiliar os alunos. É nesse momento de
reconhecimento do material e planejamento, que deve traçar seus
objetivos quanto à utilização do material.
5.1 Como selecionar um bom material
O professor deve estar atento a critérios imprescindíveis na
escolha de um jogo ou material manipulável. Podemos destacar os
seguintes:
O jogo deve ser para dois ou mais jogadores;
O jogo deve ter regras pré-estabelecidas que não podem ser
modificadas no decorrer de uma rodada;
As regras devem ser formuladas de modo que, ao final, só
haja um vencedor;
O jogo não deve ser apenas mecânico e sem significado para
os alunos;
O jogo deve permitir que cada jogador possa fazer a jogada
dentro das regras;
A sorte deve ter um papel secundário ou mesmo em nada
interferir;
O material deve estar relacionado com a proposta de ensino.
5.2 Tipos de Jogos
Podemos mencionar dois tipos de jogos que norteiam nossa
observação. São eles:
Jogos de treinamento - idealizados para auxiliar a memorização ou
fixação de conceitos, fórmulas e técnicas ligadas a algum tópico do
conteúdo.
Jogos de estratégia - têm como meta propiciar oportunidades para o
desenvolvimento do raciocínio lógico através da descoberta da
estratégia vencedora.
5.3 Estratégias de utilização de jogos
O uso desses materiais pode estar vinculado a diversas
estratégias de utilização, e cabe ao professor escolher qual a melhor
abordagem. Destacamos algumas:
Utilização de um jogo ou material pronto
O professor pode tomar algum jogo ou material para aplicar
em sala de aula. Essa aplicação pode dar-se de três formas:
Introdução de conteúdo – em alguns casos, podemos valer-se de
materiais manipuláveis ou jogos para introduzir uma aula ou um
determinado conteúdo. Para isso, é necessário conhecer bem o
material, pois esse deve levar o aluno à descoberta de algo novo.
Fixação de conteúdo – essa abordagem é a mais comum, uma vez
que possibilita um reforço do conteúdo estudado. Pode ser feita no
meio da abordagem de um conteúdo ou no final. Seu objetivo é fixar
algo que se está aprendendo.
Revisão de conteúdo – é recomendada quando os alunos têm
dificuldades de aprender um novo assunto devido à carência em um
conteúdo anterior, assim o professor pode estar retomando algo que
os alunos conhecem, mas não tem domínio.
Adaptação de um jogo ou material
Existem alguns materiais que podem estar sendo adaptados à
necessidade do professor. Isso ocorre quando o professor procura um
jogo que aborde determinado conteúdo, mas não encontra. Para
solucionar esse problema, há jogos que são facilmente adaptáveis.
Podemos citar como exemplos:
- Dominó
- Jogo de cartas
- Trilhas
- Bingo
- Entre outros
Esse tipo de estratégia só pode ser feita em jogos de
treinamento, uma vez que o professor só alterará o conteúdo
abordado no jogo. As regras e a metodologia do jogo continuarão a
mesma.
Criação de um jogo ou material
Essa abordagem requer um pouco mais de planejamento.
Para criar um jogo é preciso considerar pontos importantes.
- Tipo de jogo;
- Metodologia do jogo;
- Número de participantes;
- Regras;
- Determinação de conteúdo;
- Dinâmica do jogo;
- Objetivos;
- Entre outros.
O professor pode criar o jogo sozinho e leva-lo à turma ou
pode elaborar um projeto de criação de jogos com os alunos. O
processo de criação de jogos permite uma série de coisas que o
professor pode explorar com a turma.
Para isso, é necessário um cronograma de atividades e metas
que devem ser cumpridas, bem como divisão de tarefas. O professor
deve acompanhar de perto esse processo de elaboração de forma a
orientar os alunos e a coordenar as atividades, estando sempre atento
para as abordagens que podem estar sendo feitas.
Oficinas
Quando for pertinente, o professor pode desenvolver oficinas
com os alunos. Isso pode ser feito na própria sala de aula ou em um
laboratório. A criação de jogos pode estar sendo caracterizada como
uma oficina, todavia há muitas outras possibilidades de atuação em
uma oficina.
Essas oficinas não precisam necessariamente estar destinadas
à um conteúdo, ao contrário devem ser desenvolvidas em caráter
motivador, dinâmico e seu objetivo pode estar vinculado a aspectos
cognitivos, motores, sociais, enfim, há um leque de alternativas.
Neste material disponibilizaremos uma oficina com Tangram
(ver apêndices), a qual pode ser tomada como exemplo.
6 Programação da Oficina de Jogos e Materiais Manipuláveis
Apresentamos nosso cronograma de atividades para essa
oficina:
Público alvo: Bolsistas do PIBID
Quantidade de participantes: 25 pessoas
Carga horária: 4h
Local: Setor III, sala D4, UFRN (LEM)
CRONOGRAMA
HORÁRIO ATIVIDADE
08h30min Apresentação
08h40min
Dinâmica em grupo
9h Tangram
9h30min
Blocos Lógicos
9h50min Intervalo
10h Jogos adaptáveis
10h20min
Construção de jogos
11h20min
Socialização dos materiais produzidos
11h40min
Origami
11h55min Encerramento
7 Considerações finais
A utilização de jogos e materiais manipuláveis consiste em
uma estratégia de atuação, mais ainda é uma alternativa
metodológica, que quando realizada de forma correta pode trazer
grandes benefícios ao processo de ensino e aprendizagem.
O professor deve saber identificar em que momento pode
utilizar esses recursos, uma vez que nem sempre o jogo contribui.
Não universalizamos a utilização desses materiais em todos os
momentos, apenas apresentamos situações que podem estar sendo
incrementadas com esses materiais.
Além do jogo, existem outros diversos recursos que podem
auxiliar o professor em sua prática pedagógica. Nossa missão é
conhecê-los e principalmente utilizá-los.
No ensino de Matemática, esses recursos são fortes aliados,
por isso estamos sempre buscando possibilidades de atuação
docente.
Referências
BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as
aulas de matemática. São Paulo: IME-ESP, 2007.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais. 3°e 4° Ciclos do Ensino Fundamental:
Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998.
LORENZATO, Sérgio. O laboratório de ensino de matemática na
formação de professores. – 2. ed. rev. – Campinas, SP: Autores
Associados, 2009. (Coleção formação de professores).
APÊNDICES
1. Oficina de construção o tangram
1º Passo) Com a folha de oficio, pegue uma das pontas e leve até o
outro lado da folha de forma que o lado menor fique alinhado ao
lado maior e marque a parte que sobra;
2º Passo) Retire a parte que sobra da folha e descarte, utilizaremos
apenas o quadrado formado;
3º Passo) Com a parte retirada, dobre de uma ponta a outra e divida
em dois triângulos;
4º Passo) Agora com uma das partes recortadas divida-a novamente
pegando uma das pontas do lado maior e junte-a a outra ponta do
lado maior, formando mais dois triângulos e reserve;
5º Passo) Já com a outra metade do triângulo maior, faça uma
pequena marca na metade do maior lado e leve a ponta oposta até
essa marca, dobre e recorte formando um triângulo e um trapézio;
6º Passo) Com o trapézio, dobre-o ao meio, juntando as pontas do
lado maior, em seguida divida as partes, obtendo dois outros
trapézios;
7º Passo) Em uma das partes pegue a ponta do lado maior e junte a
outra ponta do mesmo lado, formando uma outro triângulo e uma
quadrado, recorte e reserve-os;
8º Passo) Já com a outra parte do trapézio, junte o vértice retangular
do lado maior ao vértice oposto que fica no lado menor, formando
outro triângulo e um paralelogramo.
9º Passo) Junte as sete figuras que construiu, formando novamente
um quadrado.
PARABÉNS VOCÊ CONSTRUIU SEU TANGRAM!!!