1
OS
MALES
DA
INCREDULIDADE
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OS
MALES
DA
INCREDULIDADE
Valdiney Campos
www.evangelhodejesuscristo.weebly.com
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Sumário
Introdução: pag. 4
Capítulo 1: A fé é a prova do que não se vê - pag. 6
Capítulo 2: Os males da incredulidade - pag. 10
Capítulo 3: O benefício da fé - pag.17
Capítulo 4: A perfeita justiça de Deus - pag.20
Capítulo 5: A verdadeira religião - pag.23
Capítulo 6: O consolo do Espírito Santo - pag. 25
Capítulo 7: O que é ‘Deus’? - pag. 29
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Introdução
Nas últimas décadas a incredulidade tem crescido em massa, e a apostasia
da igreja é uma das principais causas desse crescimento. O número de
evangélicos tem crescido numerosamente na mesma medida que a igreja tem
se afastado de Deus. Os templos religiosos estão cheios de crentes que vivem
longe de Deus, e que nem mesmo tiveram um contato real com o Espírito
Santo. É por esse motivo que a corrupção e a imoralidade imperam nas
denominações cristãs, e com isso, a incredulidade dos que estão de fora
aumenta cada vez mais.
A incredulidade não consiste apenas no ato de negar a existência de Deus,
mas também significa não crer nas palavras de vida de Jesus, para viver por
elas. O crente que realmente crê em Jesus não apenas confessa o seu nome
com a boca, mas vive por ele.
O fato lamentável é que muitos confessam com a boca um falso Cristo, e
vivem por ele, o qual na realidade é um ídolo criado apenas para servir o
crente em tudo que ele acha que necessita.
Contudo, o verdadeiro Cristo, no qual se deve apoiar a fé, é aquele que
ensina que o mundo não gira em torno do homem, e que a ‘função’ de Deus
não é simplesmente servi-lo e “abençoá-lo”. O Cristo verdadeiro ensina que a
real necessidade do homem é o amor, tanto para com o Criador, como para o
próximo. O verdadeiro Cristo ensina que o propósito de vida do cristão é
crescer em amor e não em finanças.
O evangelho está encoberto e o verdadeiro Cristo que amou o mundo tem
sido pouco anunciado. É por esse motivo que a incredulidade aumenta em
grande proporção, pois os “grandes” líderes cristãos acumulam dinheiro e
investem nos seus impérios enquanto há no mundo pobres que não têm nem
mesmo o que comer e vestir. Como pode estar neles o amor de Deus, como
disse o apóstolo João? (1 João 3.17).
O fato é que está sendo anunciado na maioria das igrejas um ídolo e não o
Filho de Deus, o qual deu o seu sangue pelos pecados. Hoje sequer falam do
grande mandamento de Deus, que é amá-lo de todo o coração, de toda a alma,
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de com todas as forças e com todo o pensamento, e amar ao próximo como a si
mesmo, por meio do amor com que o cristão tem recebido de Deus.
O culto aos ídolos nas igrejas tem levado os crentes a serem a cada dia mais
individualistas, e a caminharem a passos largos no caminho largo, o qual
conduz o homem à perdição.
Portanto, o verdadeiro Cristo no qual se deve apoiar a fé é o Cristo do
amor, que morreu por amor, e envia o seu Espírito de vida para todo aquele
que nele crê, e não o Cristo do individualismo.
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Capítulo 1
A fé é a prova do que não se vê
A incredulidade não toma apenas a vida daqueles que negam a Deus, mas
também tem tomado a vida dos crentes, causando neles dúvidas existenciais.
Ora, sabemos que sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6),
portanto, o servo não deve esperar ver para crer, mas crer para viver a vida que
Jesus oferece, e com isso, ver a glória de Deus:
"Jesus respondeu-lhe: Eu não te disse que, se creres, verás a glória de
Deus?" (João 11.40).
Portanto, a fé não pode ser dependente do ‘sentir’, ‘ver’, ‘tocar’, pois a fé é
a certeza das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem
(Hebreus 11.1). O servo não deve querer ver para crer, mas deve crer para
viver os benefícios interiores da fé. Ao pregar, Jesus não tentava provar a
existência de Deus, mas pregava a fé, e é observável que a fé funciona, por
esse motivo a fé é a prova daquilo que não se vê. Contudo, a maior prova da
funcionalidade da fé não são os milagres exteriores e sim o novo nascimento, a
mente renovada. A promessa do novo nascimento e da santificação é uma
realidade.
No entanto, muitos não utilizam a fé para orar a Deus porque não
encontram razão suficiente para orar, ou respostas imediatas nas orações.
Portanto, é necessário esclarecer que a oração precisa estar acompanhada da
motivação correta, e a grande motivação para se orar a Deus é o
relacionamento com ele em amor e não por causa de petições pessoais.
O fato é que uma das maiores evidências de que Deus se relaciona com o
homem é a evidência de que a fé não é vã, ou seja, a fé em Jesus faz com que
várias coisas impossíveis de serem realizadas na vida de uma pessoa seja
possível. A busca por Deus não é vã. A fé é a prova das coisas que não sem
veem (Hebreus 11.1) porque ela funciona, isto é, a fé dá ao homem a
satisfação interior que ele tanto anseia em sua alma. É impossível renunciar as
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coisas desse mundo por razões banais e inúteis, mas o cristão renuncia por
amor a Jesus.
O sinal é apenas uma forma de levar as pessoas a viverem a vida
verdadeira, que consiste em crer e amar a Jesus. O sinal não firma o homem
em Cristo, mas é o amor que o firma. O sinal é um meio que leva o homem a
amar, mas quem ama não precisa do sinal; o que ele precisa e deseja é mais da
presença de Deus. O cristão não necessita de um sinal para manter a sua fé
porque a vida que ele desfruta por meio da fé em Cristo é suficiente para que
ele continue crendo nele, mesmo nunca o tendo visto. Mesmo que o cristão
nunca tenha visto Jesus, e que seja colocada dúvidas em sua mente, ele
continuará crendo nele com toda a sua vida, pois ele já desfrutou dos frutos
internos da fé e por isso ele sabe e tem comprovado pelo seu viver que viver
pela fé em Jesus é a verdadeira fonte de vida; fora dessa vida em abundância
não há vida, mas há pecado, angústias, preocupações, insatisfações, ansiedade,
medo, dor na alma, e morte.
Os sinais de Deus não são para aqueles que amam, mas para aqueles que
são menos propensos a amar:
“De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os
infiéis; e a profecia não é um sinal para os infiéis, mas para o fiéis.” (1
Coríntios 14.22).
“Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual não o vendo agora, mas
crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso;” (1 Pedro 1.8).
O sentimento capaz de produzir maior perseverança em uma pessoa é o
amor. Portanto, é através do evangelho que o homem pode superar as barreiras
que o faria desistir em pouco tempo, pois nada nem ninguém no mundo pode
fazer o cristão sentir o amor e a gratidão na mesma medida que ele sente por
Jesus. Esse o amor o leva a fazer o bem, não por si mesmo, mas por amor e
gratidão a Jesus.
Portanto, os cristãos não tem o chamado de ver para crer, mas de crer para
ver a glória de Deus se manifestando diante daqueles que tem dificuldade de
crer. A incredulidade é falta de amor. Quem ama a Deus oferta a sua vida a ele
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e confia, pois ele sabe o quanto Deus o ama e por isso todas as coisas que lhe
acontecer cooperarão para o seu bem.
O sinal serve para o servo como contemplação (sem apego) à maravilhosa
obra de Deus. O apego deve ser somente a Deus, pois o apego a qualquer outra
coisa que não seja a fonte de vida, faz mal à alma.
A fé e o amor se abraçam, um colabora com o outro. Para que se tenha
uma grande fé é necessário ter amor, e para que haja amor, é necessário usar a
fé. O amor faz com que o crente abra mão da sua vida e morra para si mesmo
para buscar viver a vida de Deus, e o amor só aumenta por meio da fé, ao
entregar mais do seu tempo para adorar aquele que não se vê, mas que está
sempre presente no espírito do cristão, produzindo vida em abundância. O
cristão continua crendo, mesmo não vendo, porque quanto mais ele crê de
coração, mais ele desfruta da vida em abundância, e essa vida é vivida no
relacionamento de amor com Deus, por meio da fé.
Portanto, o que firma o cristão, crendo em Cristo, não é o sinal em si mas
uma vida sendo desfrutada, a qual o mundo não pode oferecer, e essa vida
satisfatória consiste no amor. Quando o cristão desfruta das palavras de vida
eterna, ele não deseja mais ir para outro lugar:
“Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirai-vos?
Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens
as palavras da vida eterna.” (João 6.67-68).
A vida que o Criador concedeu consiste em viver pela fé. A vida
verdadeira só pode ser vivida por meio da fé, em amor. Deus escondeu a vida
verdadeira na fé, mas depois revelou ao mundo que ela está disponível na fé. A
vida verdadeira é o próprio Deus, ele é a vida (João 14.6). Portanto, o servo
não deve pedir um sinal, mas deve pedir mais fé, pois o justo viverá pela fé
(Romanos 1.17). Não é o sinal que fará o homem desfrutar da vida, mas a fé o
fará desfrutar. O sinal leva o homem à fé, e a fé leva ao desfrute (João 20.30-
31). O sinal é apenas um meio de levar o homem à fé, mas quem já desfruta da
vida de Cristo por meio da fé não necessita de um sinal; aquele que não
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necessita de sinais para viver o desfrute da fé é um bem aventurado (João
20.29).
O crente que precisa de um sinal para se motivar mais em Deus ainda não
se encheu da presença dele em seu coração. No entanto, é necessário que o
cristão não busque a Deus tendo como interesse um desfrute, mas ele deve
buscar a Deus para amá-lo e honrá-lo, e nesse amor, ele passa a desfrutar a
vida verdadeira.
Muitas pessoas não se relacionam com Deus porque não sabem que o
Senhor pode ser um Deus de perto; se elas entendessem um pouco do seu
grande amor, que ele não é entediante, mas a fonte de vida, de constante
satisfação, e que ele é um Deus de perto e não de longe, elas estariam se
relacionando com o seu Espírito.
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Capítulo 2
Os males da incredulidade
A incredulidade é o resultado do orgulho e da soberba, e esses maus
atributos não são necessariamente dependentes de altas posições sociais, pois
os pobres e os incultos são propensos a se tornarem tão orgulhosos e soberbos
quanto os ricos e os cultos. Em muitos casos é um grande problema para
muitos quando um pobre se tornar rico por sorte:
“Por três coisas se alvoroça a terra; e por quatro que não pode suportar:
Pelo servo, quando reina; e pelo tolo, quando vive na fartura;” (Provérbios
30.21-22).
Quando o Senhor fala sobre o julgamento dos injustos, os soberbos são
considerados como insuportáveis:
“Aquele que murmura do seu próximo às escondidas, eu o destruirei;
aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não suportarei.” (Salmos
101.5).
Na realidade, todos os homens são injustos diante de Deus, mas alguns
serão justificados porque reconheceram a sua injustiça e se apegaram à
salvação do Senhor, mas outros serão condenados por causa do orgulho ao não
aceitarem a salvação do Senhor.
Os soberbos negam a Deus porque eles não aceitam se submeter à fé. Deus
se manifesta por meio da fé, e não pelo esforço intelectual. Há homens que são
tão soberbos que cometem a estupidez de querer submeter Deus a eles. A
revelação vem quando o homem, por meio da fé, entrega os seus sentidos e
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sentimentos a Deus.
Pela razão entende-se, de forma limitada, o que está relacionado à criação
de Deus, mas o próprio Deus não pode ser compreendido por meio da razão,
senão pela submissão.
Por várias vezes os judeus tentaram colocar Jesus à prova, pedindo um
sinal. No entanto, a conversão a Jesus só é realizada por meio da fé em amor e
não por meio da compreensão lógica. Os discípulos não queriam nem saber se
Jesus proferia palavras absurdas aos ouvidos humanos, como derrubar o
templo e reconstruí-lo em três dias. O que eles queriam era estar perto do amor
de Jesus. Jesus não tinha nenhum compromisso com a religião, ou com o que
as pessoas em sua volta iriam pensar dele.
Somente depois da ressurreição de Jesus que os discípulos entenderam que
o templo que ele se referia era o seu próprio corpo. Por isso, o cristão não
precisa entender a Jesus cientificamente ou teologicamente, mas
espiritualmente (2 Coríntios 5.16). Na realidade o que o cristão precisa é
simplesmente buscar amar a Jesus para depois entendê-lo.
É muito importante que os sinais estejam acompanhados do homem de
Deus, contudo, eles devem ser manifestos na hora de Deus, e não na hora em
que os incrédulos pedirem sinal. Herodes tratou Jesus como um milagreiro,
esperando contemplar um sinal da parte dele, mas não viu sinal algum.
Não há razão para o crente querer discutir a existência de Deus se o Senhor
não quer discutir a sua própria existência. Deus não quer discutir ou provar a
sua existência, mas quer manifestar-se aos homens. No entanto, ele não se
manifesta na hora que o incrédulo quer, mas na hora mais oportuna.
Há muitas pessoas que dizem que a ciência e a fé não se misturam.
Contudo, a ciência e a fé irão entrar em atrito se tratarem da fé como uma
ciência ou se tratarem a ciência como uma ideologia.
É fato também que muitos cientistas e intelectuais acham uma grande tolice
o fato de levarem a sério um livro que conta a história da criação, e da forma
absurda como é contada. No entanto, é nisso que está a maravilha de Deus,
pois ele usa as coisas loucas para confundir as sábias e as fracas para
envergonhar as fortes. O Senhor revela vagamente os mistérios da criação de
uma forma tão absurda porque ele resiste aos orgulhosos que se orgulham do
próprio potencial. O Senhor Deus odeia o orgulho, e por esse motivo ele se
revela apenas àqueles que se fazem pequenos:
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“Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor
do Céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as
revelastes aos pequeninos.” (Mateus 11.25).
O fato de Deus revelar como foi que ele criou a vida humana em um livro,
de uma forma tão simples e absurda, é uma forma de zombar dos soberbos, os
quais desejam desvendar os mistérios da vida por conta própria para depois se
gloriarem de si mesmos:
“E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que
não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie
perante ele.” (1 Coríntios 1.28-29).
O nível mais elevado da soberba é a auto justificação, isto é, o homem
achar que pode ser perfeitamente íntegro sem a ajuda de Deus. O seu orgulho o
faz pensar que é justo o suficiente, quando na realidade ele faz muito mal ao
próximo; em alguns casos um homem cheio de orgulho pode fazer mais mal ao
próximo do que um ladrão ou um assassino, pois o homem orgulhoso massacra
interiormente, e aos poucos, o seu próximo.
A auto-justificação leva o homem a discriminar aqueles que não possuem
o mesmo nível moral que ele pensa que possui, e isso é desprezível diante de
Deus, por esse motivo o Senhor disse por meio do profeta:
“Ai daqueles que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de
si mesmos!” (Isaías 5.21).
Também é próprio dos soberbos zombarem daqueles que esperam no
Senhor:
“Os soberbos zombaram grandemente de mim; contudo não me desviei
da tua lei.” (Salmos 119.51).
Muitos dos soberbos também mentem para si mesmos e forjam mentiras
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contra a verdade de Deus. Eles tapam os seus ouvidos e os seus corações para
a verdade de Deus e preferem crer no engano dos seus corações a se
submeterem à verdade.
A incredulidade cega um indivíduo de tal forma que ele duvida do poder de
Deus, mesmo vendo coisas grandiosas da parte do Senhor. Assim aconteceu
com o povo que saiu do Egito e pereceu no deserto:
“E falaram contra Deus, e disseram: Acaso pode Deus preparar-nos uma
mesa no deserto?” (Salmos 78.19).
Esse povo que duvidou que Deus poderia dar comida a eles no deserto é o
mesmo que contemplou as dez pragas no Egito e o mar vermelho se dividindo
no meio. O sinal não levará ninguém a seguir a Deus, mas o que o levará a
obedecer os mandamentos de Deus é o desfrutar desses mandamentos. O
crente que não desfruta dos mandamentos não pode cumpri-los em verdade.
O coração duro leva uma pessoa a ser incrédula, e a incredulidade a cega de
tal forma que ela vê coisas grandes, mas não entende:
“Nossos pais não entenderam as suas maravilhas no Egito;” (Salmos
106.7).
O coração duro é a maior barreira para o entendimento, por esse motivo o
homem não deve deixar o seu coração endurecer ao buscar o Senhor e ouvir a
sua voz:
“Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não
endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no
deserto.” (Hebreus 3.7-8).
A soberba do homem lhe cega os olhos espirituais e impede a visão do que
realmente é grande. A prepotência que os soberbos têm, dizendo nos seus
corações que são sábios, não é sabedoria:
"Tens visto um homem que é sábio aos seus próprios olhos? Maior
esperança há no tolo do que nele" (Provérbios 26.12).
Na realidade a arrogância é o nível mais elevado da ignorância. Os
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imprudentes que reconhecem a sua imprudência e se arrependem diante de
Deus, conhecerão o Senhor e serão justificados por ele. Mas os prepotentes,
que são prudentes em si mesmos, perecerão na sua prudência, caso não se
arrependam:
“Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes diante de si
mesmos!" (Isaías 5.21).
Qualquer ato de justiça humana diante de Deus é como um trapo de
imundícia:
"Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como
trapo de imundícia; todos nós caímos como a folha, e nossas culpas, como
um vento, nos arrebatam" (Isaías 64.6).
A afirmação afirmação popular: "Não mato, não roubo, pago minhas contas
em dia" demonstra os frutos de um bom cidadão do sistema social. No entanto,
Deus não quer preparar o homem para viver nesse sistema social injusto e
egoísta, mas quer prepará-lo para o levar ao seu reino eterno, fato que se torna
possível através da fé naquele que andou na terra sem cometer nenhuma
injustiça - o Senhor Jesus.
Engana a si mesmo aquele justifica sua fidelidade pela infidelidade dos
outros. O homem precisa conhecer a fidelidade de Deus para reconhecer que é
infiel. O homem não pode entrar no Reino de Deus na condição de infiel, por
isso, Jesus pagou esse preço, basta reconhecer e crer.
O ato de fazer as coisas certas na terra não garante a entrada no céu, mas o
que garante é crer no coração que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos, e
não ter vergonha de confessar para todos que ele é o Salvador de todo aquele
que nele crê.
Ao reconhecer a justiça daquele que morreu sem culpa, o homem sincero
reconhecerá que a sua justiça própria não é suficiente para lhe salvar.
O fato é que as coisas mais valorosas que existem não são adquiridas por
capacidade humana, mas pela submissão em fé. As coisas mais excelentes
estão escondidas em Cristo (Colossenses 2.2-3), e são reveladas aos que se
fazem pequenos:
"Naquele tempo Jesus exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelastes
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aos pequeninos" (Mateus 11.25).
Uma das coisas mais admiráveis em Deus é o fato de os maiores tesouros
que existem não estar no domínio dos ricos e doutores, mas com os humildes;
boa parte deles nem completou o ensino fundamental, não foram instruídos por
professores, mas receberam as riquezas do Espírito de Deus.
Há também pessoas tão soberbas que acham que podem investigar Deus. O
Senhor não se sujeita a ser investigado pelo homem. Quando os discípulos
tentaram interrogar Jesus, ele não permitiu:
“Diziam, pois: Que quer dizer isto: Um pouco? Não sabemos o que diz.
Conheceu, pois, Jesus que o queriam interrogar, e disse-lhes: Indagais entre
vós acerca disto que disse: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco,
e ver-me-eis?” (João 16.18-19).
O ato de rebelar-se contra Deus é o cúmulo da arrogância. A pessoa que se
rebela contra o Senhor causa um dano a si mesma maior do que pegar uma
corda, se amarrar em uma âncora e se lançar no fundo do mar, pois esse ato
pode confundir muitas pessoas que buscam a vida. Aquele que aborrece o
Senhor violenta a sua própria alma (Provérbios 8.36). Mas o fato é que há réus
rebeldes que querem julgar o Juiz justo.
Se o crente passar por dúvidas existenciais, ele não deve ter a presunção e
a arrogância de pensar que a sua justiça própria é superior à justiça de Deus,
mas deve se humilhar diante do Senhor em oração, e então a justiça de Deus, a
qual é baseada no amor, será manifestada, e com isso, ele reconhecerá que é
indigno diante de Deus e que a sua justiça diante dele é como um trapo de
imundícia (Isaias 64.6).
O amor de Deus é sobrenatural, ou seja, vai além da capacidade humana de
amar, portanto, o amor de Jesus derramado no coração do cristão sincero é
uma amostra de que Deus é real e que ele está entre os homens.
A humildade é uma grande virtude, mas a soberba é uma qualidade
desprezível. A humildade é o oposto da soberba, e considerando que a soberba
é uma má qualidade, e a humildade uma excelente virtude, entende-se que
Deus é humilde.
A humildade não é ausência de grandeza, inteligência, riqueza, mas a
humildade está relacionada com o caráter moral. Deus possui em si mesmo a
plenitude da riqueza, da grandeza, da sabedoria, da inteligência, e vários outros
atributos, inclusive o amor, e mesmo com tantos atributos que o glorifica, ele
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foi humilde o suficiente para se dispor a entregar parte de si, o que ele tinha de
mais valoroso - o seu próprio Filho, o qual mesmo sendo em forma de Deus, se
esvaziou de si mesmo em favor da humanidade que o afrontou, demonstrando
assim a sua grande humildade ao perdoar a todos, até mesmo aqueles que não
querem ser perdoados. No entanto, quem não quiser ser perdoado não o será.
Jesus já pagou pelos pecados de todos, mas aquele que recusar o seu perdão
pagará o preço da rejeição (Hebreus 2.3). As pessoas que pecam
voluntariamente e sem temor, mesmo tendo o conhecimento da graça de Deus,
são as mesmas que rejeitam a salvação de Jesus.
A rebeldia do homem consiste no fato de que ele nega buscar amar ao
próximo como a si mesmo, por meio de Cristo, o qual deu a sua vida por todos
que se rebelaram contra Deus escolhendo viver uma vida egoísta, buscando
apenas satisfazer os seus próprios interesses. Seria falta de bom senso Deus
deixar impune um rebelde que escolhe por si mesmo a rebeldia ao não aceitar
o perdão que foi lançado a ele. Deus não deixará impune aquele que negar o
seu conserto, no qual leva os homens a amarem e servirem uns aos outros.
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Capítulo 3
O benefício da fé
Aquele que tem convicções firmes no seu interior – que são resultado do
relacionamento com o Espírito Santo - não se deixa ser guiado por suposições
e superstições, mas é guiado pela fé que opera em amor.
O ato de julgar algo segundo informações de terceiros é um grande erro.
Tudo deve ser comprovado:
"Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe
Filipe: Vem, e vê." (João 1.46).
“E deleitar-se-á no temor do Senhor e não julgará segundo a vista dos
seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos;” (Isaías
11.3).
Os discípulos confirmaram que Jesus era verdadeiro ao caminhar com ele.
No entanto, as pessoas de hoje confirmarão que Jesus é verdadeiro ao busca-lo
por meio da fé, pois a fé em Jesus, em amor, proporciona aos crentes uma vida
de satisfação contínua que o mundo não pode oferecer; nisso o homem
entenderá que Jesus é verdadeiro e que a fé nele não é vã.
Com isso, entende-se que Jesus não é um amigo imaginário, mas um amigo
de fé, pois uma ilusão não pode produzir paz, satisfação, alegria e segurança,
como a fé produz, mesmo passando pelos maiores problemas e desafios dessa
vida.
Depois que o homem desfruta do fruto da fé em Cristo, ele entende que se
Deus não existisse não valeria a pena existir. O cristão busca a luz, não porque
tem medo do escuro, mas porque é necessário a luz para caminhar no caminho
estreito.
Também é necessário entender que se a humanidade está passando por todo
tipo de males, é porque todos rejeitaram a presença de Deus sobre a terra. Se
Deus vier intervir no comportamento da humanidade, não será apenas por
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estupros e assaltos, mas ´por tudo que contamina esse mundo, como mentiras,
insultos, violências, raiva, e com isso, o ser-humano não seria mais humano,
mas um fantoche nas mãos de Deus. E se Deus simplesmente destruísse os
estupradores e assassinos, logo surgiriam outros, pois o pecado está enraizado
na humanidade que se tornou egoísta. O ser-humano falhou, pecou contra
Deus, e a consequência do afastamento é devastadora. Contudo, Deus ainda
está disposto a reatar o relacionamento por meio do perdão oferecido através
do seu Filho.
O soberbo diz que consegue superar com as próprias forças os seus
problemas, mas não há verdade nisso, pois a sua arrogância já é um sério
problema que precisa ser resolvido. Os soberbos ‘superam’ muitas coisas por
meio de insultos, contudo tal atitude não é superação, mas demonstração de
fragillidade, ou seja, de que foi atingido por outra pessoa. Os soberbos
também dizem que não precisam de Deus porque vivem “emocionalmente
estáveis nessa vida”. No entanto, essa afirmação não é verdadeira, pois, diante
de uma situação de perigo de morte, qualquer pessoa temerá e buscará fazer de
tudo para fugir se livrar, pois, o ser-humano anseia pela vida, até mesmo os
suicidas, pois todo suicida não busca tirar a sua vida, mas tirar a sua falta de
vida. Contudo, o cristão não teme a morte, mas encara serenamente os maiores
perigos, porque ele tem a firme convicção de que a destruição do corpo não é o
fim da vida. Portanto, somente a fé pode produzir a verdadeira paz e
segurança.
A escritura diz:
"Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra
das suas mãos" (Salmos19.1)
Ao observar a imensidão do universo e a dimensão das maiores estrelas, as
quais são assustadoramente maiores do que o imenso sol, é perceptível que,
materialmente, o planeta terra tem menos valor do que um grão de areia na
praia, ao ser comparado com o universo. A criação poderia ter sido facilmente
exterminada ou simplesmente esquecida por ter virado as costas ao Criador.
Porém, o mais incrível de tudo é saber que o amor de Deus é tão imensurável
quanto a grandeza do universo, pois o Filho de Deus se fez homem e viveu
neste ponto invisível do universo para salvar o homem que desobedeceu o seu
Criador. A fé em um ser capaz de ter um amor tão grande como esse não pode
produzir no homem outros atributos que não seja a paz e a segurança em meio
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aos maiores problemas e desgraças que existe no mundo.
Aquele que busca conhecer os caminhos do Senhor por meio de
investigação, e não em submissão, é soberbo. Se o homem não quiser se
humilhar diante do Senhor, o Senhor o humilhará:
"..e atenta para todo o soberbo, e abate-o. Olha para todo o soberbo, e
humilha-o, e atropela os ímpios no seu lugar. Esconde-os juntamente no pó;
ata-lhes os rostos em oculto. (Jó 40.11-13).
Existem homens muito capazes que vencem tudo e todos, vencem até
mesmo as barreiras da sociedade, mas não conseguem vencer a si mesmos, o
próprio orgulho e a prepotência; isso faz mal ao próximo. Não é suficiente
buscar controlar o ego, mas o necessário é extingui-lo de si. No entanto, o
homem só será convencido de que é necessário extinguir por completo o seu
ego quando ele entender o significado do amor ao próximo.
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Capítulo 4
A perfeita justiça de Deus
A misericórdia de Deus é sobre todos. Os homens tementes a Deus
atentarão para a sua grande misericórdia e aceitarão o perdão do Senhor, por
isso serão perdoados e purificados, mas os hipócritas e egoístas, os quais não
atentam para a paciência de Deus, não ficaram impunes. Os hipócritas
valorizam com a boca a misericórdia do Senhor mas a despreza com as suas
ações, que são resultados das motivações do coração.
O verdadeiro amor, o amor de Deus, o qual é revelado em seu Filho Jesus
Cristo, é a maior loucura que pode existir para a razão humana. Por esse
motivo Paulo havia escrito que a cruz era loucura para os gregos e escândalo
para os judeus (1 Coríntios 1.23). Jesus foi considerado como louco pelos seus
parentes ao deixar de comer para servir as pessoas (Marcos 3.20-21).
O amor é a base da justiça de Deus. Se a justiça de Deus não fosse baseada
em amor, todos já estariam condenados. Portanto, entrará no reino dos céus,
aqueles que aceitarem o grande perdão de Deus, que foi manifestado por meio
de Jesus. As pessoas que aceitam o perdão de Deus são aquelas que se
arrependem dos seus pecados e mudam o viver.
Muitos dizem que Deus, sendo amor, não pode condenar pessoa alguma.
No entanto, é um grande engano relacionar o amor com a impunidade. A base
da justiça de Deus é o amor, isto é: Deus já se dispôs a perdoar os piores
pecados, pagando o terrível preço desses pecados, mas se o pecador não quiser
aceitar esse perdão, ou seja, se ele negar esse perdão, o desprezando pelo modo
de viver, ele pagará o preço da rejeição. Não é falta de amor condenar alguém
que rejeita a absolvição gratuita, isso seria impunidade e não falta de amor. Não existe amor forçado.
As pessoas não podem relacionar o amor com a impunidade. O verdadeiro
amor não aceita a injustiça, no entanto, a justiça é feita com tristeza, pelo fato
de não haver solução para tal pessoa, como se vê na seguinte passagem:
“Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e
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foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.” (Mateus 18.31).
A justiça de Deus é tão perfeita e rígida que, a partir de um pecado de
simples desobediência, foi necessário um alto preço de sacrifício, o qual Jesus
pagou em favor do homem. Ao pensar o quanto foi caro o preço do pecado, e
que o homem não precisou pagar nem um por cento desse terrível preço,
entende-se que Deus não é apenas justiça, mas também amor; o seu amor é tão
grande quanto a sua justiça. Portanto, não há problema em ser muito rígido,
desde que haja muito amor. Mas se onde houver rigidez não houver amor,
haverá ali um ditador cruel. Na realidade o amor é a base da perfeita justiça.
É necessário haver justiça em relação ao pecado, pois, se não houvesse
justiça, os transgressores não dariam valor no perdão. Jesus pagou o preço da
transgressão, e com isso, os cristãos tem um grande apreço pelo perdão do
Senhor. O Senhor não é apenas justo, mas também é misericordioso:
“Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade e
misericórdia irão adiante do teu rosto.” (Salmos 89.14).
A justiça de Deus não é investigada e descoberta, mas revelada pelo
Espírito Santo. Ela é revelada de acordo com o aprofundamento do cristão no
evangelho:
"Pois nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé..." (Romanos 1.16).
Os incrédulos não entendem, eles não tem conhecimento sobre o que é
divindade, e com isso, colocam a culpa de todos os males que há no mundo em
Deus. Deus não criou a maldade, mas estabeleceu o juízo para o homem mau.
Deus colocou no homem a liberdade de escolha, isto é, continuar com ele ou se
afastar. Se Deus não fosse absolutamente confiável, logo ele não seria Deus.
Quando se fala de Deus, é necessário entender que está se falando de um ser
perfeito, justo, inerrante, imaculado, caso contrário, não está se falando de
Deus, mas de algum outro ser imperfeito que não pode ser chamado de Deus.
Se Deus interferir na liberdade de escolha de uma pessoa que pratica
maldade, ele irá interferir na livre escolha de todos, fazendo com que todas as
pessoas se tornem fantoches em suas mãos. No entanto, o amor verdadeiro não
é forçado. Deus é o justo juiz e julgará cada um segundo suas obras.
Na criação, Deus colocou no jardim do Éden a árvore do conhecimento do
bem e do mal, mesmo sabendo que o homem desobedeceria. O Senhor não
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quis dar ao homem uma única opção, mas deu também a ele a opção de rejeitar
o seu amor.
A maldade não estava na árvore, mas na má escolha de Adão. Se a árvore
não tivesse sido colocada no jardim, o injusto seria Deus, pois dessa forma ele
não estaria dando ao homem uma outra opção que não fosse estar junto dele.
Deus colocou a árvore no jardim porque o relacionamento que ele quer ter com
o homem é um relacionamento de amor recíproco.
O Senhor deseja que o homem, por amor, escolha seguir o bem, mesmo que
haja o conhecimento do mal. Apesar de ter conhecimento do bem e do mal é
muito importante que o cristão seja inocente quanto ao pecado.
No entanto, as pessoas querem culpar a Deus por algo que ele não fez. A
desordem e o excesso de maldade que existem no mundo é consequência do
afastamento do Criador de todas as coisas. Porém, a escolha de desobedecer a
Deus e se afastar dele foi exclusivamente do homem, contudo, Deus sempre
deu ao homem a oportunidade de se reaproximar dele.
O homem não pode praticar o bem de Deus por si mesmo, mas pode apoiar
a sua fé nas perfeitas obras que Jesus praticou por ele. O coração do homem é
purificado pela fé em Jesus, que praticou as obras de justiça perfeitamente. O
seu caráter será moldado conforme o caráter de Cristo, de fé em fé (Romanos
1.16).
Muitas pessoas vivem esta vida como se estivesse vivendo um jogo; estão
colocando em risco a própria vida, e ainda, frustrados, querem dar cartão
vermelho ao Juiz justo.
Quando o crente tenta se defender por causa de um pecado cometido, ele
não defende apenas a si, mas também defende o pecado. A condenação do
Senhor cairá sobre aqueles que não se arrependem, portanto, é necessário que
o pecador assuma a sua culpa para que o pecado seja eliminado de sua vida e
ele seja absolvido. O fogo do Senhor é um fogo de misericórdia que consome
o pecado e purifica o pecador.
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Capítulo 5
A verdadeira religião A única força que pode fazer com que o homem viva uma vida que satisfaz
é a fé em Cristo. A ideia de unir as religiões não pode ser aceita pelo cristão.
Não é falta de respeito discordar de outras religiões. A falta de respeito é exigir
que todos façam parte da mesma religião. Contudo, isso não significa que há
outros caminhos, além de Cristo, para vida eterna, mas significa que a entreda
no reino não é impositiva. Os que regeitarem a vida enfrentarão a morte. As
religiões só entrarão em acordo se estiverem unidas na mesma fé. Mas o
cristão sabe que a sua fé e segurança está, e sempre estará apoiada em Cristo,
apenas.
A pergunta é: se há um só Deus, por que existem tantos valores
contraditórios entre uma religião e outra? O questionamento aqui não se trata
de cultura ou de costumes, mas de valores morais. Deus não é bipolar. A
realidade é que existem falsos deuses, que ensinam de tudo, menos amar ao
próximo como Jesus amou.
Por haver tantas religiões enganosas, criou-se uma discriminação à palavra
‘religião’. No entanto, a palavra ‘religião’ significa crença em seres
sobrenaturais, portanto, todas as pessoas que acreditam em Deus, ou em seres
sobrenaturais, necessariamente são pessoas religiosas.
No entanto, existe diferença entre religião e sistema religioso. Quem segue
a verdadeira religião, ou seja, o verdadeiro Deus, não é direcionado por
sistemas de culto que as falsas religiões estabelecem, mas é direcionado pela
vontade do Espírito Santo, o qual passa a habitar no interior de cada servo.
Contudo, a dúvida que muitos semeiam na mente das pessoas é a seguinte:
‘Como sabrei qual é a crença verdadeira se há milhares no mundo’. A
verdadeira religião é aquela que pede para o homem renunciar todos os seus
desejos egoístas e viver em função do amor ao próximo. Jesus ensinou os seus
discípulos a, não apenas amar o próximo, mas dedicar toda a sua vida por ele:
"Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e devemos
dar a vida pelos irmãos" (1 João 3.16).
"A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os
órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do
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mundo." (Tiago 1.27).
A única doutrina que diz que os seus seguidores devem negar a si mesmo e
viver pelo próximo é a doutrina do Espírito Santo. O verdadeiro significado do
amor tem sido distorcido, mas a realidade é que o amor não busca o próprio
interesse, mas o interesse do próximo (1 Coríntios 10.24).
A única força que pode fazer com que o homem viva uma vida que satisfaz
é a fé em Cristo; é por esse motivo que a ideia de unir as religiões é uma
prática enganosa. As pessoas só entrarão em acordo se estiverem unidas na
mesma fé. No entanto, o cristão sabe que a sua fé e segurança é Cristo, apenas.
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Capítulo 6
O consolo do Espírito Santo
Diferente do que muitos críticos imaginam, o cristão não se consola apenas
por causa da grande promessa vindoura, mas a sua consolação já é presente. O
cristão já recebeu o Consolador, o penhor da promessa do reino de Deus, isto
é, o Espírito de Deus.
Talvez, em algum determinado momento de suas vidas, algumas pessoas
consigam alcançar uma certa ‘felicidade’ sem Jesus. No entanto, mesmo
vivendo tal felicidade, elas nunca se encontrarão saciadas, mas sempre
buscarão algo a mais para se saciarem. As satisfações que existem fora do
homem perdem o gosto rapidamente, podendo até mesmo fazê-lo ficar viciado,
lhe fazendo mal.
As pessoas que não conhecem Jesus não são pessoas infelizes; elas
realmente vivem momentos de felicidade, mas nunca se encontram satisfeitas
com tudo que possuem. Elas não vivem vazias, mas vivem se enchendo de
coisas terrenas que saciam, momentaneamente, a sede. Contudo, quanto mais o
homem busca recursos humanos para se saciar, maior é a sua sede interior.
Estar com o ego inchado também não é satisfação, logo essa pessoa estará
necessitando de algo mais. Na realidade a satisfação só pode ser encontrada no
amor, e o perfeito amor é o amor de Deus. As pessoas podem até conseguir
viver um certo conforto sem se relacionar com Deus (Lucas 6.24, Lucas
16.25), mas não podem viver a vida em abundância (João 10.10) e a vida
eterna sem ele (João 11.25).
Uma pessoa se sente vazia, não necessariamente quando não tem Deus
dentro de si, mas também quando não encontram nada para se ocupar e
preencher o seu vazio. No entanto, a ocupação mais proveitosa, sadia, e
prazerosa é a presença interior do Criador da vida. Assim como a loucura de
Deus é mais sábia que a sabedoria dos homens (1 Coríntios 1.25), a servidão
em Deus é a verdadeira liberdade dos homens.
Muitos dizem que eram felizes no passado e não sabiam, mas a realidade é
que eles não eram felizes, pois, se fossem realmente felizes, não teriam
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buscado mudar de vida, mas o fato é que a cobiça os fez ficar mais infelizes do
que eram antigamente. O homem só será realmente feliz quando se encontrar
saciado, isto é, quando ele não mais viver cobiçando coisas, e ele só pode
matar a sua sede recebendo o Espírito de Deus:
“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não
terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.” (João 6.35).
A alegria de qualquer pessoa que não recebeu o Espírito Santo depende de
coisas, momentos, relacionamentos, ambientes, mas uma pessoa saciada em
Jesus não depende de fontes terrenas para se satisfazer. A satisfação de alguém
que se relaciona com o Espírito de Deus é constante, não é passageira.
Muitas pessoas dizem que não aguentam mais as suas profissões, os seus
casamentos, ou a falta de uma pessoa para estar do seu lado. No entanto, essa
angústia e insatisfação que essas pessoas vivem não se trata da ausência de
uma melhor profissão ou de um casamento, e sim da falta de comunhão com
Deus. O que essa pessoa está precisando para se saciar não é um bom
emprego, ou um casamento, mas o que ela precisa é de estar em comunhão
com Deus. O indivíduo que desfruta da comunhão com o Espírito Santo se
encontra satisfeito até no trabalho, ou solteiro, ou tendo que suportar uma
pessoa difícil do seu lado, pois a sua satisfação não está condicionada a coisas
nem a lugares, nem nas circunstâncias, mas está dentro dele; onde ele estiver,
ele estará satisfeito, pois o Espírito Santo estará com ele. O Espírito de Deus
faz com que o homem não dependa de coisas, pessoas, ou ambientes, mas a
presença de Deus será suficiente para que ele viva saciado em si mesmo.
A pessoa que recebe a Jesus se encontra saciada, ou seja, completa
interiormente, e essa satisfação não acaba, pois a água que Jesus dá se faz uma
fonte inesgotável no interior daquele que nele crê:
“Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a
água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida
eterna.” (João 4.14).
O cristão saciado é aquele que vive uma satisfação constante, pois a
presença do Espírito Santo é constante. Porém, mesmo estando saciado, o
cristão estará sempre aberto para receber mais de Jesus até transbordar de
êxtase.
No entanto, diferente do prazer espiritual, o momento do pecado é doce
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para quem peca, mas sempre dará depois uma insatisfação ou um gosto
amargo. Para receber a satisfação de Deus é necessário passar primeiro pelo
sacrifício para depois desfrutar de uma alegria que não pode ser tirada.
As pessoas, naturalmente se preocupam por coisas que são suas, isto é, os
seus bens, suas famílias, seus amigos, suas vidas. No entanto, o cristão não
deve se preocupar com o que vai acontecer com a sua vida, pois, na realidade
essa vida não é mais sua, mas de Deus. A sua real preocupação consiste em
não sair da direção do Senhor. O Senhor pagou um preço muito caro para
resgatar o homem da morte, comprando-a com o seu sangue:
“Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que
habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque
fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo e no
vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” (1 Coríntios 6.19-20).
Quem perder a sua vida a achará de volta em Cristo, e a achará em
abundância. Mas o fato é que a maioria das pessoas não querem entregar as
suas vidas para Deus porque elas acham que perder a vida que elas vivem é um
prejuízo muito grande. Elas consideram as suas vidas como muito valiosas
para si mesmo, no entanto, Paulo não considerava a sua vida como valiosa
para si mesmo (Atos 20.24). Por desconsiderar a vida terrena, Paulo pôde
desfrutar da vida verdadeira:
“Quem ama a sua vida perde-la á, e quem neste mundo odeia a sua vida,
guardá-la-á para a vida eterna.” (João 12.25).
"Quem achar a sua vida, a perderá; quem perder a sua vida por amor de
mim, a achará" (Mateus 10.39).
Depois que o homem pecou contra Deus, ele foi lançado fora do jardim e
perdeu a vida verdadeira, contudo, Jesus desceu na terra para resgatar o que o
homem havia perdido, isto é, a comunhão com o Criador. A vida verdadeira é
encontrada na relação de amor com o Criador.
Antes de começar a caminhada cristã, as pessoas temem e evitam se
achegar a Deus o máximo possível:
"Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de
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Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar
para Deus" (Êxodo 3.6).
Contudo, no decorrer de uma intensa e prazerosa caminhada na presença
de Deus, o homem quer ver o rosto do seu Senhor Criador:
"Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória" (Êxodo 33.18).
O Senhor é um Deus de mistérios que se revela àqueles que são humildes
diante dele e vivem uma vida de temor diante dele.
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Capítulo 7
O que é ‘Deus’? O Criador é o maior mistério que existe, contudo, muitos fazem confusão
até mesmo com o significado da palavra que o define - ‘Deus’. Nos dicionários
em geral a definição da palavra ‘Deus’ é a seguinte: ‘ser infinito, perfeito,
criador do universo’. Portanto, se ‘Deus’ é um ser perfeito, é incoerente vê-lo
como um ser cruel e ditador, ou atribuir culpas a ele, como muitos que não
acreditam na sua existência o fazem. O ser-humano é mau e culpado, mas
Deus é amoroso, paciente, misericordioso e justo. Aqueles que rejeitarem a
vida verdadeira, que é Deus, morrerão eternamente.
Uma pequena definição de Deus que o homem pôde descrever é esta:
"Porque nele vivemos, nos movemos e existimos..." (Atos 17.28).
Deus não ocupa uma parte do espaço, mas é o espaço infinito que está
nele. Muitas pessoas se perguntam como Deus pode estar em todos os lugares
ao mesmo tempo. No entanto, Deus não está em todos os lugares, mas são
todos os lugares que estão nele, pois, quando se fala de Deus, logo se fala de
um ser ilimitado em todos os aspectos, que não cabe no imaginário humano.
Deus ‘é’ antes do princípio:
"Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que
Abraão existisse, eu sou" (João 8.58).
Jesus não disse que já existia antes de Abraão, mas disse que ‘é’ antes de
Abraão. Portanto, Deus não pode ser limitado a estar vivo ou morto, porque ele
é a fonte de vida. A dúvida que se tem, de quem criou Deus, é uma dúvida
incoerente, pois Deus não é criatura para ser criado, mas é o Criador. A razão
mais lógica de todo início é Deus. Se Deus fosse limitado a ter tido um início,
logo ele não seria Deus; o Deus nesse caso seria a mente inteligente que o
criara. O ateísmo pode ser tentador, e pega muitas pessoas pela arrogância, as
quais necessitam muito de se afirmarem.
Portanto, a discussão que fazem, questionando se Deus está vivo ou
morto, não faz sentido, pois Deus é a vida; ele não pode ser condicionado a
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estar vivo ou morto:
“Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por
mim.” (João 14.6).
A fé consiste em crer nisso, que Jesus é o caminho, a verdade, e a vida, e
nisso Deus se manifesta, principalmente no milagre de modificar radicalmente
o caráter do crente para que ele seja mais parecido com Cristo.
O fato de uma pessoa nunca ter tido uma experiência sobrenatural com
Deus não é razão suficiente para que ela pense que ele não exista. O homem
nunca vai entender as coisas de Deus comparando o Senhor consigo mesmo, e
tentando explicar a vida através das suas razões limitadas e dos seus
pensamentos rasos.
Deus é um ser supremo, não condicionado a espaços, pois ele é infinito,
sem princípio, nem fim, e nem pode ser condicionado ao tempo, pois o
passado, o presente e o futuro habitam nele, ele é o Pai da eternidade, como
disse o profeta. O espaço e o tempo é que são condicionados a Deus. No
entanto, não é de se admirar o fato de Deus se importar com o ser-humano, o
qual é tão insignificante diante do universo. Deus se importa com o ser-
humano porque ele é perfeito, e sendo perfeito, necessariamente ele é
detalhista e amoroso. As maiores estrelas que já foram descobertas no espaço
são obras tão impressionantes quanto a criação detalhada de seres que são
milhares de vezes menores do que o ser-humano. Portanto, Deus se importa
com o homem, pois ele é amor em essência; mas o trágico problema (para o
homem) é que a maioria das pessoas não se importam com Deus.
O amor de Deus é tão grande quanto a sua majestade, o seu amor não tem
fim, como todos os seus atributos. Assim como a grandeza e o amor de Deus
são imensuráveis, também o seu nome é impronunciável; ele não se limita a ter
um nome específico.
O homem vive e se move em Deus, mas Deus não vive dentro do homem,
se ele não quiser:
"Jesus respondeu-lhe: Se alguém me ama, guardará minha palavra, e
meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada" (João 14. 23).
A preciosidade do evangelho está encoberta para aquele que encobre o seu
coração a Deus. Duvidar das coisas não é pecado, mas o pecado é negar a
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verdade, quando se deparar com ela.
Considerando que os mistérios da vida e do universo já são por si mesmos
um grande absurdo, logo não é nenhum absurdo crer em algo incrível como
manifestações sobrenaturais. A vida e o universo são muito misteriosos para
serem totalmente compreendidos por meio da razão. O planeta terra não possui
recursos suficientes para investigar o universo com detalhes e clareza. Da
mesma forma, a razão humana não consegue entender, muito menos
comprovar, a origem da vida.
Portanto, não é de forma racional que o homem terá um encontro com
Deus, mas pela submissão, humilhação diante da sua glória e majestade, por
meio da fé.
O acaso não pode criar o sentimento de amor. O sentimento de amor é uma
característica própria de Deus. O sentimento do amor é uma força que vai além
da vida terrena; nem tudo que possui vida possui sentimento. O sentimento na
vida humana e animal não nasceu do nada. A ciência não pode explicar a
origem do sentimento. É inconcebível imaginar que o amor foi originado de
uma explosão cósmica.
Mas o fato é que muitas pessoas não conhecem a Deus por falta de
humildade:
"Naquele tempo Jesus exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelastes
aos pequeninos." (Mateus 11.25).
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