Os moliceiros são o "Ex-Libris" por excelência da Ria de Aveiro.
Para além da graciosidade, das cores vivas e da elegância das linhas, os moliceiros apresentam uma faceta ignorada pelos
menos familiarizados com as terras marinhôas:
Os Paineis da Proa e da Popa.
« O MOLICEIRO É REI »
Em 1911 existiam cerca de 1500 (!) moliceiros registados na Capitania do Porto de Aveiro.
A partir da década de 60 do século XX, o fluxo migratório - que reduziu para metade a população ribeirinha - e o progressivo
abandono do moliço como fertilizante das terras trouxeram o declínio da bela embarcação.
Em 1979 contavam-se pelos dedos os barcos que ainda resistiam.
« É A PRIMAVERA DO NOSSO AMOR »
Na década de 90 o número cresceu e com ele a esperança da sobrevivência do Moliceiro, em parte devido a encomendas
das Câmaras Municipais e das Associações Marinhôas.
Actualmente serão cerca de 30.
« MARNOTO DE AVEIRO »
A temática dos painéis é diversa. Vai da singela demonstração de fé até à mais deliciosa insinuação brejeira, sendo esta,
indiscutivelmente, a mais interessante e pitoresca.
Os desenhos são complementados por legendas que ostentam quase sempre um jogo de palavras dúbio, como convém.
Daqui nasceu a ideia de um concurso de pinturas.
« METE-ME AS BATATAS NO REGO »
« QUERES FAZER UM INTERVALO? »
« Ó ALBERTO A TUA CHORIÇA É BOA? »
« Ó MANEL OLHA O BALÃO »
[ Caralhoz é uma espécie de bivalve de forma tubular alongada, muito comum na Ria de Aveiro. ]
« QUERES O MEU CARALHOZ? »
« QUE RICA PÁSSARA P’RA EU APONTAR ? »
« QUE RICA AMEIJOA ALI VAI »
« O AMOR É COMO FÓSFURO DURA ENQUANTO Á PAU »
« VOU-TE DAR UMA GAITADA. »
« QUAL DE NÓS PECOU MAIS ? »
« MENINA QUANTAS QUER ? »
« QUE RICA TAINHA PRA MINHA CANA »
« A CRICA É MUITO BOA »
« LIGA-ME À CORRENTE !... »
FINALMENTE O PRIMEIRO PRÉMIO
« NÃO SEI POR ONDE VOU COMEÇAR ! »
FIM