UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E
MUCURI – UFVJM
VITOR OLIVEIRA RODRIGUES
OZONIZAÇÃO DE SEMENTES DE GIRASSOL
DIAMANTINA - MG
2014
VITOR OLIVEIRA RODRIGUES
OZONIZAÇÃO DE SEMENTES DE GIRASSOL
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Produção Vegetal da
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha
e Mucuri, como parte das exigências do Programa
de Pós-Graduação em Produção Vegetal, área de
concentração Produção Vegetal, para obtenção do
título de “Mestre”.
Orientadora
Profa. Dra. Marcela Carlota Nery
Coorientador
Msc. Fabiano Ramos Costa
DIAMANTINA - MG
2014
VITOR OLIVEIRA RODRIGUES
OZONIZAÇÃO DE SEMENTES DE GIRASSOL
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação Stricto sensu em Produção Vegetal da
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha
e Mucuri, como parte das exigências do Programa
de Pós-Graduação em Produção Vegetal, área de
concentração Produção Vegetal, para obtenção do
título de “Mestre”.
APROVADO em 16 de Maio de 2014
Profa. Dra. Maria Laene Moreira de Carvalho - UFLA
Profa. Dra. Débora Vilela Franco - UFVJM
Profa. Dra. Marcela Carlota Nery – UFVJM
Presidente
DIAMANTINA - MG
2014
OFEREÇO
Ao Senhor meu Deus, sempre
presente na minha vida e a Nossa
Senhora que me fortalece e
protege.
DEDICO
Aos meus pais Simeão Rodrigues e
Maria Iraci, que tiveram a grande
capacidade de ensinar-me a ser um
“homem de bem”. As minhas irmãs
Amanda e Lívia pelo apoio, ajuda e
carinho.
AGRADECIMENTOS
A Deus. É Dele toda vitória;
Aos meus pais e irmãs, pelo incentivo;
A todos os meus familiares, pelo interesse nas minhas conquistas;
À Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), pela
oportunidade de realização do curso;
À Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão de bolsa de estudo e
recurso financeiro;
À professora Marcela Carlota Nery (UFVJM), pela sua paciência e compreensão. Por
ter me convidado a enfrentar novos desafios e valorizado meus esforços, fazendo com que eu
superasse limites o que permitiu-me concluir essa etapa com grande crescimento pessoal;
Ao meu Coorientador Fabiano (UFVJM), pela disposição, sugestões, ensinamentos,
paciência, e generosidade em compartilhar seus conhecimentos;
Ao professor Paulo César (UFVJM), pelas sugestões e auxílio com a estatística;
Aos professores do programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal e professores
do Setor de Sementes da UFLA, em especial ao Prof. José da Cruz Machado, pela
contribuição à minha formação acadêmica;
Ao Cláudio Barbara, pelo treinamento em análises sanitária, pela paciência e pela
amizade e companheirismo; sem sua ajuda o sucesso desde trabalho não seria possível.
Aos colegas do mestrado, pela consideração e amizade compartilhando as alegrias e
dificuldades;
Ao Diego, pelo apoio e companheirismo durante todo o tempo, sem seu apoio e sua
ajuda o sucesso deste trabalho não seria possível.
Aos novos e velhos amigos que me apoiaram e entenderam minha ausência, tantas
vezes necessária, nesses anos. É também de todos vocês o mérito para que essa etapa fosse
concluída com sucesso, fica aqui o meu eterno agradecimento.
i
RESUMO
RODRIGUES, VITOR OLIVEIRA. OZONIZAÇÃO DE SEMENTES DE GIRASSOL.
2014. 68p. (Dissertação - Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2014.
A cultura do girassol (Helianthus annuus L.) é de grande importância econômica, devido seu
uso na produção agrícola para a extração do óleo, considerado, dentre os óleos vegetais, como
um dos óleos de melhor qualidade nutricional além de possuir alta qualidade para a produção
do biodiesel. Esta cultura apresenta um alto grau de adaptabilidade às variações
edafoclimáticas, é tolerante ao déficit hídrico além de apresentar menor custo de produção
que as outras oleaginosas, antevendo-se uma boa e nova opção de renda aos produtores
brasileiros. A propagação do girassol é feita exclusivamente via semente e por isso é
importante a obtenção de sementes de alta qualidade genética, física, fisiológica e sanitária.
Dentre os fatores que afetam a difusão da cultura de girassol destaca-se a presença de doenças
causadas por vírus bactérias e fungos, já que o girassol é hospedeiro de uma vasta gama de
microorganismos e cuja maioria pode ser transmitida via semente. Como alternativa de
substituição da aplicação de produtos quimicos, o ozônio tem sido usado no controle de
insetos-praga e de fungos em grãos armazenados, além de ser utilizados em diversos outros
seguimentos na eliminação de microorganismos. Diante do exposto, objetivou-se avaliar a
eficiência do ozônio no controle de patógenos em sementes de girassol. Foram utilizados três
lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 de três peneiras (3,5 mm; 4,0 mm e 5,5
mm). Para caracterização do perfil dos lotes realizou-se a determinação do grau de umidade,
primeira contagem de germinação, germinação, índice de velocidade de germinação,
emergência, estande inicial, índice de velocidade de emergência e sanidade (incidência e
severidade). Para avaliar a ação do ozônio na sanitização do girassol as sementes foram
mantidas em ambiente rico em ozônio pelos períodos de 20 minutos, 60 minutos, 120 minutos
e sem ozonização (controle). Após o tratamento com ozônio, além dos testes citados
anteriormente foram também realizados os testes de envelhecimento, tetrazólio e sanidade.
Conclui-se que o tratamento de sementes de girassol, cultivar Embrapa 122 com ozônio na
concentração de 1741 ppmv (0,24 g/h), por 60 minutos, reduz a população fúngica de
Alternaria sp., Fusarium sp., Aspergillus sp. e Penicillium sp sem afetar o seu potencial
fisiológico.
Palavras-chave: Helianthus annuus, vigor, viabilidade, sanidade, ozônio.
ii
ABSTRACT
RODRIGUES, VITOR OLIVEIRA. Ozonation of sunflower seeds. 2014. 68p. (Thesis –
Master in Plant Production) – Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri,
Diamantina, 2014.
The culture of sunflower (Helianthus annuus L.) is of wide economic importance because of
its use in agricultural production for the extraction of oil, considered among the vegetable
oils, as the oils of better nutritional quality besides having high quality production biodiesel
This culture has a high degree of adaptability to changes in climate and soil, is tolerant to
drought and presents lower production cost than other oilseeds, foreseeing a good new income
option for Brazilian producers. The spread of sunflower is made exclusively by seed and so it
is important to obtain high quality seed genetics, physical, physiological and sanitary. Among
the factors affecting the diffusion of the sunflower crop stands the presence of diseases caused
by viruses fungi and bacteria as the host sunflower is a wide range of microorganisms and that
the large majority may be transmitted via seed. Alternatively replacement of applying
chemicals, ozone has been used for controlling insect pests and fungi in stored grains, and are
used in many other segments in eliminating microorganisms. Given the above, the objective
was to evaluate the efficiency of ozone to control pathogens on sunflower seeds. Three lots of
sunflower cultivar Embrapa 122 three sieves (3.5 mm, 4.0 mm and 5.5 mm) were used. To
characterize the profile of lots was held to determine the degree of moisture content, the first
germination, germination index, germination rate, emergence, initial stand, speed index and
emergency health (incidence and severity). To evaluate the effect of ozone sanitization in
sunflower seeds were kept in ozone-rich environment for periods of 20 minutes, 60 minutes,
120 minutes and without ozonation (control). After the treatment with ozone, besides the
above-mentioned tests were also conducted aging tests, tetrazolium health. We conclude that
treatment of sunflower seeds, Embrapa 122 with ozonated water 1741 ppmv (0.24 g/h) for 60
minutes reduces the fungal population of Alternaria sp., Fusarium sp., Aspergillus sp. and
Penicillium sp without affecting their physiological potential.
Keywords: Helianthus annuus, vigor, viability, sanity, ozone.
iii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Fusarium sp.; Penicilium sp.;
Aspergilus sp.; e Alternaria sp.; no pré-teste de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122.
UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ............................................................................................. 14
TABELA 2. Velocidade de produção de ozônio (O3/(g/h)) e concentração de ozônio no fluxo
(ppmv) em função do tempo (minutos). ................................................................................... 17
TABELA 3. Resultados do grau de umidade – U; teste de germinação – G; primeira contagem
da germinação – PC; índice de velocidade de germinação – IVG; emergência – E; estande
inicial – EI; índice de velocidade de emergência – IVE; de três lotes de sementes de girassol
da cultivar Embrapa 122 na caracterização dos lotes. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ........ 19
TABELA 4. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Fusarium sp. – FUS;
Penicilium sp. – PEN; Aspergilus sp. – ASP; e Alternaria sp. – ALT; em três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 na caracterização dos lotes.. UFVJM,
Diamantina, MG. 2014. ............................................................................................................ 20
TABELA 5. Resultados em porcentagem (%) do grau de umidade obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização.
UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ............................................................................................. 21
TABELA 6. Resultados em porcentagem (%) da primeira contagem obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização.
UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ............................................................................................. 22
TABELA 7. Resultados em porcentagem (%) de germinação obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização.
UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ............................................................................................. 24
TABELA 8. Resultados do índice de velocidade de germinação-IVG obtidos dos lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização.
UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ............................................................................................. 25
TABELA 9. Resultados em porcentagem (%) do Estande Inicial obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização.
UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ............................................................................................. 26
TABELA 10. Resultados em porcentagem (%) da emergência de plântulas obtidos dos três
lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de
ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ......................................................................... 28
TABELA 11. Resultados do índice de velocidade de emergência (IVE) obtidos dos três lotes
de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de
ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ......................................................................... 29
TABELA 12. Resultados em porcentagem (%) de plântulas normais após teste de
Envelhecimento Acelerado obtidos dos três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa
122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ......... 30
TABELA 13. Resultados em porcentagem (%) da viabilidade pelo teste de tetrazólio obtidos
dos três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos
(minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. .................................................... 32
TABELA 14. Resultados em porcentagem (%) de sementes vigorosas pelo teste de tetrazólio,
obtidos dos três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos
(minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. .................................................... 33
iv
TABELA 15. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Alternaria sp. obtidos dos três
lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de
ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ........................................................................ 34
TABELA 16. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Fusarium sp. obtidos dos três
lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de
ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ........................................................................ 36
TABELA 17. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Aspergillus sp. obtidos dos
três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de
ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ........................................................................ 37
TABELA 18. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Penicillium sp. obtidos dos
três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de
ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ........................................................................ 39
TABELA 19. Resultados do índice de severidade de infestação (ISI) de Alternaria sp. obtidos
dos três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos
(minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ................................................... 40
TABELA 20. Resultados do índice de severidade de infestação (ISI) de Fusarium sp. obtidos
dos três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos
(minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ................................................... 41
TABELA 21. Resultados do índice de severidade de infestação (ISI) de Aspergillus sp.
obtidos dos três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos
(minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ................................................... 43
TABELA 22. Resultados do índice de severidade de infestação (ISI) de Penicillium sp.
obtidos dos três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos
(minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014. ................................................... 44
v
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- Câmara de ozonização com seus cortes e fluxo interno de ozônio. ..................... 15
FIGURA 2. Produção de ozonio (ppmv) em função do tempo (minutos). R1 é a mudança da
corrente aplicada ao reator eletroquímico até aingir a corrente de trabalho (20A), R1 a T1 é o
intervalo de tempo até a constância de produção de ozônio T1, T2 e T3 é o intervalo de tempo
(minutos) referente à ozonização das sementes de girassol contidas nas câmaras 1,2 3
respectivamente. ....................................................................................................................... 17
FIGURA 3- Porcentagem (%) do grau de umidade (média ± desvio padrão) das sementes
de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar
Embrapa 122. ........................................................................................................................... 21
FIGURA 4- Porcentagem (%) da primeira contagem de germinação (média ± desvio
padrão) das sementes de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os
três lotes da cultivar Embrapa 122. ....................................................................................... 23
FIGURA 5- Porcentagem (%) de germinação (média ± desvio padrão) das sementes de
girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar
Embrapa 122. ........................................................................................................................... 24
FIGURA 6- Índice de velocidade de germinação (média ± desvio padrão) das sementes
de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar
Embrapa 122. ........................................................................................................................... 25
FIGURA 7- Plântulas anormais com danos na radícula. ..................................................... 26
FIGURA 8- Porcentagem (%) do Estande Inicial de plântulas (média ± desvio padrão) de
girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar
Embrapa 122. ........................................................................................................................... 27
FIGURA 9- Porcentagem (%) de emergência de plântulas (média ± desvio padrão) de
girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar
Embrapa 122. ........................................................................................................................... 28
FIGURA 10- Índice de Velocidade de Emergência (IVE) de plântulas (média ± desvio
padrão) de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da
cultivar Embrapa 122. ............................................................................................................. 29
FIGURA 11-Porcentagem (%) de plântulas normais (média ± desvio padrão) de girassol
pelo teste Envelhecimento Acelerado em função dos tempos (minutos) de ozonização
para os três lotes da cultivar Embrapa 122. .......................................................................... 31
FIGURA 12- Porcentagem (%) de sementes viáveis (média ± desvio padrão) de girassol
em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa
122. ........................................................................................................................................... 32
FIGURA 13- Porcentagem (%) de sementes vigorosas (média ± desvio padrão) de
girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar
Embrapa 122. ........................................................................................................................... 33
FIGURA 14- Incidência (%) do fungo Alternaria sp. (média ± desvio padrão) em
sementes de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da
cultivar Embrapa 122. ............................................................................................................. 35
vi
FIGURA 15- Incidência (%) do fungo Fusarium sp. (média ± desvio padrão) em
sementes de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da
cultivar Embrapa 122. ............................................................................................................ 36
FIGURA 16- Incidência (%) do fungo Aspergillus sp. (média ± desvio padrão) em
sementes de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da
cultivar Embrapa 122.. ........................................................................................................... 38
FIGURA 17- Incidência (%) do Penicillium sp. (média ± desvio padrão) em sementes de
girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar
Embrapa 122. .......................................................................................................................... 39
FIGURA 18- Índice de Severidade de Alternaria sp. (média ± desvio padrão) das
sementes de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da
cultivar Embrapa 122. ............................................................................................................ 40
FIGURA 19- Índice de Severidade de Fusarium sp. (média ± desvio padrão) das
sementes de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da
cultivar Embrapa 122. ............................................................................................................ 42
FIGURA 20- Índice de Severidade de Aspergillus sp. (média ± desvio padrão) das
sementes de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da
cultivar Embrapa 122. ............................................................................................................ 43
FIGURA 21- Índice de Severidade de Penicillium sp. (média ± desvio padrão) das
sementes de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da
cultivar Embrapa 122. ............................................................................................................ 44
vii
SUMÁRIO
Pág.
RESUMO.……………………………………………………………………………. i
ABSTRAT….………………………………………………………………………… ii
LISTA DE TABELAS….……………………………………………………………. iii
LISTA DE FIGURAS.………………………………………………………………. V
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………. 01
2 REFERENCIAL TEÓRICO…..………........................…………………………... 03
3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................... 12
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................... 19
5 CONCLUSÃO........................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 47
1
1 INTRODUÇÃO
O girassol (Helianthus annuus L.) pertence à ordem Asterales e a família Asteraceae. É
uma dicotiledônea anual, sendo utilizada como alimentação animal, produção de óleo para
consumo humano e na produção de biodiesel (PORTO et al., 2007).
A planta de girassol possui caule grosso, robusto, ereto e simples. Pode atingir altura de
2 m a 3 m, havendo variedades anãs de 40 cm de altura. As folhas são ovais, opostas,
pecioladas, com nervuras bem marcadas, ásperas ao tato com aproximadamente 15 cm a 30
cm de comprimento. As flores de girassol possuem formas, parecidas com a do Sol e seguem
a luz do sol ao longo do dia. As flores podem ter tamanhos que variam de 7 cm aos 30,5 cm
de diâmetro, com disco floral escuro e lígulas radiais de cor amarela. O fruto do girassol,
também chamado aquênio, é constituído pelo pericarpo (casca) e pela semente. A semente é
constituída pelo tegumento, endosperma e embrião. De modo geral, o fruto ou aquênio é
conhecido, vulgarmente como semente (PEIXOTO, 2004).
A cultura do girassol possui características desejáveis do ponto de vista agronômico
visando à produção de biocombustível como ciclo curto, alta qualidade e quantidade de óleo
produzido, tolerância à falta de água, possui alto grau de adaptabilidade e tem custo de
produção menor que outras oleaginosas, antevendo-se uma boa e nova opção de renda aos
produtores brasileiros (BACAXIXI et al., 2011; CASTRO, 2007; SILVA et al., 2007).
A propagação do girassol é essencialmente seminífera, sendo importante na utilização
de sementes de elevada qualidade para a obtenção de uma alta produtividade. A produção da
safra 2012/13, segundo a Conab (2014), atingiu a marca de 110 mil toneladas de girassol para
todo o Brasil. A região de maior produção de girassol foi a Centro-Oeste seguido pelas
regiões Sudeste e Sul, onde a somatória da produção destas é responsável por praticamente a
totalidade da produção nacional. Para a safra de 2014 a expansão da produção de girassol
pode ter um aumento de até 12%.
Conforme Gomes et al. (2006), a difusão da cultura do girassol pode ser prejudicada
pela qualidade fisiológica das sementes e pela presença de doenças causadas por vírus,
bactérias e fungos. A maioria dos agentes etiológicos das doenças é transmitida por sementes,
principalmente as causadas por fungos que reduzem o poder germinativo e podem ser
disseminados, estabelecendo assim focos primários de infestação em novas áreas de cultivo
(MACHADO, 1994). A interferência dos patógenos associados às sementes pode promover a
redução da população de plantas, a debilitação das mesmas e o desenvolvimento de epidemias
(MENTEN, 1995).
2
O controle das doenças e pragas na agricultura é realizado basicamente por meio do
emprego de produtos sintéticos, que geram altos custos e riscos ambientais e toxicológicos
(HERNANDEZ e VENDRAMIM, 1996). No controle de patógenos em sementes não é
diferente, sendo o emprego de produtos químicos o mais comumente utilizado (LIMA et al.
1999; COUTINHO et al., 1999; CAMPANHOLA E BETTIOL, 2003).
Como alternativa a subtituição do uso de produtos quimicos, o ozônio tem sido usado
no de controle de insetos-praga e de fungos em grãos armazenados (PEREIRA et al., 2008). O
ozônio possui vantagens em relação a outros métodos por poder ser produzido no local de
uso, além de descartar a necessidade de embalagens especiais e transporte da mercadoria para
o tratamento (MENDEZ et al., 2003).
Tendo em vista toda potencialidade do uso do ozônio na inativação de fungos em
produtos agrícolas já comprovados por trabalhos realizados com frutos pós-colheita (SIMÃO
et al., 2009; KECHINSKI, 2007), em frutos minimamente processados (PONCE et al., 2010),
em grãos armazenados (RODRIGUES, 2013) e em salas de maturação de alimentos (Pinto et
al., 2007; Serra et al., 2003) e a ausência de trabalhos que comprovem sua eficiência no
tratamento de sementes, faz-se necessário a realização de testes para verificar a sua eficácia
no controle de fitopatógenos em sementes de girassol.
Diante do exposto, objetivou-se com essa pesquisa verificar a eficiência do ozônio no
tratamento de sementes de girassol.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Aspectos gerais do girassol
O girassol (Helianthus annuus L.) é uma dicotiledônea anual, pertencente à ordem
Asterales e a família Asteraceae. O gênero deriva do grego helios, que significa sol, e de
anthus, que significa flor, ou “flor do sol”, que gira seguindo o movimento do sol. É um
gênero complexo, compreendendo 49 espécies e 19 subespécies, sendo 12 espécies anuais e
37 perenes (CAVASIN JUNIOR, 2001).
Por muito tempo houve controvérsias sobre o centro de origem do girassol, sendo
citado o México, Canadá, Estados Unidos e inclusive Brasil, porém os resquícios mais antigos
foram encontrados em sítios arqueológicos na região de Tabasco, no México, sendo mais
antigos que os indícios do girassol ao leste dos Estados Unidos. Contudo a hipótese mais
aceita, é que o girassol silvestre, considerado uma planta daninha para os índios dos Estados
Unidos, tenha sido domesticado e se tornado de grande utilidade para tribo, originando, assim,
os girassóis cultivados (DALL’AGNOL et al., 2005; LENTZ et al., 2001).
Segundo a FAO, Food and Agriculture Organization of the United Nations, para a safra
2012, os maiores produtores mundiais de girassol foram, respectivamente Ucrânia, Rússia,
Argentina, China e França. No Brasil, a produção de girassol para a safra agrícola de 2012
ocupou a 25ª posição no ranking de produção mundial (FAOSTAT, 2014).
É uma cultura tolerante à falta de água com alto grau de adaptabilidade, além de
apresentar um ciclo de produção curto que varia de 90 dias a 140 dias sendo uma boa opção
de renda aos produtores (CASTRO, 2005; CASTRO e FARIAS, 2005).
O sistema radicular da planta de girassol é do tipo pivotante, e possui alta capacidade
exploratória, mobilizando grande volume de solo. Apresenta bom rendimento em locais onde
outras plantas seriam prejudicadas, em função do seu sistema radicular profundo e ramificado.
Essa característica permite, ainda, à planta absorver melhor a água do solo, tolerando a seca e
apresentando, portanto, grande potencial de cultivo (GARZA et al., 2001; UNGARO, 2001).
O caule do girassol é tipo haste, ereto, vigoroso, cilíndrico e maciço em seu interior; não
apresenta ramificações. A altura varia de 60 cm a 220 cm; o diâmetro de 1,8 cm a 5,0 cm e
possui entre 12 e 40 folhas por planta. Podendo apresentar diferentes curvaturas durante a
maturidade fisiológica (CASTIGLIONI et al., 1994; TOMAZELA et al., 2008).
A inflorescência é chamada de capítulo e é formada no ápice do caule, onde ocorre um
alongamento discoide formando o receptáculo que sustenta as flores tubulares. As flores são
4
de dois tipos: as liguladas, que são estéreis, de cor amarela e situam-se na parte externa do
capítulo e as tubulares, que são férteis e ocupam todo o centro do capítulo, sendo limitada
pelas liguladas (CASTRO e FARIAS, 2005). A fecundação cruzada é feita basicamente por
insetos, particularmente as abelhas (Apis mellifera). Os frutos são secos, indeiscentes e
chamados de aquênios. Esses são compostos de pericarpo do fruto e de semente
(TOMAZELA et al., 2008).
A semente é constituída pelo tegumento endosperma e embrião. De modo geral, o fruto
ou aquênio é conhecido vulgarmente como semente e de acordo com sua utilização pode ser
classificada em dois tipos: não oleaginosas e oleaginosas. As sementes não oleaginosas
costumam ser maiores, rajadas, apresentam a casca mais fibrosa e possuem até 30% de óleo.
Estas representam apenas 5% dos genótipos de girassol. Já as sementes oleaginosas
geralmente são menores, pretas e suas cascas bem aderidas à semente propriamente dita. As
oleaginosas são economicamente mais importantes, a partir delas é produzido óleo para
consumo humano e biocombustível, além dos derivados (farelo e torta) que podem ser usados
na alimentação animal (SANTOS, 2013).
As sementes de girassol, além de ser o meio de dispersão e propagação, são também o
principal produto da cultura por conter de 38% a 53% de óleo nos grãos que são fonte de
alimento e combustível (CASTRO, 2007).
Tendo em vista a importância da semente, faz-se necessário a aquisição de sementes
com uma alta qualidade. Segundo Resende et al. (2003), a alta produtividade das culturas
depende diretamente da qualidade das sementes utilizadas na semeadura.
A qualidade da semente é fundamental para uma germinação rápida e uniforme que
garanta o estande ideal para o desenvolvimento e produtividades potenciais das cultivares
melhoradas (BRIGANTE, 2013).
2.2 A qualidade das sementes
A semente é considerada o insumo de maior importância agrícola, por ser o veículo em
que estão contidos as inovações e os avanços tecnológicos visando à agregação de valor ao
produto a ser transferido para o agricultor, representando altos ganhos econômicos ao setor
agrícola (NOBRE et al. 2013).
A qualidade da semente é a soma de diversos atributos que contribuem para a
obtenção de plântulas mais vigorosas, que demonstrem rápida emergência em campo,
proporcione crescimento e florescimento mais uniforme das plantas, tornando possível a
5
garantia de produção em termos qualitativos e quantitativos. Esses atributos são aqueles de
natureza física, genética, fisiológica e sanitária (PESKE, 2012).
A interação desses atributos é um fator fundamental para os diversos segmentos que
compõem o sistema de produção, contribuindo significativamente para a manutenção e o
aprimoramento da qualidade das sementes. A qualidade física refere-se à ausência de material
inerte e sementes de outras espécies e/ou cultivares. O atributo genético diz respeito às
características intrínsecas da cultivar como resistência ou tolerância à doenças e pragas,
potencial produtivo, arquitetura da planta dentre outras características particulares da cultivar.
O componente fisiológico este relacionado às funções vitais da semente expressas pela
longevidade, germinação e vigor é responsável direto pelo desempenho das sementes em
campo e durante o armazenamento. A qualidade sanitária refere-se ao efeito deletério causado
por pragas e patógenos as sementes. A qualidade sanitária pode ser afetada durante todo o
processo produtivo da semente indo deste a semeadura no campo até ao armazenamento
(POPINIGIS, 1985; MARCOS FILHO, 2005). Marcos Filho (2005) ainda ressalta que os
atributos isolados não são suficientes para determinar o nível de desempenho de um lote de
sementes, sendo necessária a interação dos quatro concomitantemente.
Tão importante quanto o estabelecimento do estande, é a qualidade do lote de
sementes, em relação às características fitossanitárias. Conforme Gomes et al. (2006), a
cultura do girassol pode ser prejudicada, entre outros fatores, pela qualidade sanitária das
sementes e pela ocorrência de doenças causadas por vírus, bactérias e fungos. A identificação
dos principais patógenos e a escolha de um sanitizante eficiente e que não cause prejuízos à
qualidade da semente é indispensável.
A expansão da cultura do girassol pode ser prejudicada, entre outros fatores, pela
presença de organismos fitopatogênicos que podem estar presentes no solo, na planta, nos
armazéns e até mesmo na própria semente. O girassol é hospedeiro de mais de 35 organismos
fitopatogênicos, a maioria fungos. Estima-se que as doenças são responsáveis por uma perda
anual média de 12% da produção de girassol no mundo, sendo este o fator mais limitante para
a cultura na maioria das regiões produtoras. No Brasil, não há dados exatos sobre a magnitude
da perda da produção provocada pelas doenças, mas sabe-se que esta pode chegar a até 100%,
dependendo das condições climáticas (LEITE, 1997).
6
2.3 Associação patógeno e sementes de girassol
De acordo com Machado (2000), a maioria das doenças conhecidas pode ter seus
agentes etiológicos transmitidos de maneira eficaz pelas sementes de seus hospedeiros. Os
danos relacionados à associação de patógenos com sementes não se limitam apenas a perda da
população de plantas no campo, mas podem ocasionar perdas em todo o sistema agrícola.
As culturas, de modo geral, podem ser afetadas por patógenos devastadores
transmitidos por meio da semente, dentre estas a cultura do girassol (HENNING, 2004). A
semente é considerada um dos meios mais eficientes de introdução e disseminação de agentes
fitopatogênicos, principalmente a longas distâncias. Por meio dela, os patógenos podem ser
introduzidos em áreas isentas de doença, bem como ter seu inóculo aumentado, em áreas já
contaminadas, por meio do plantio consecutivo de sementes infectadas (SARTORI et al.,
2004; VECHIATO, et al. 1997).
Dentre os agentes fitopatogênicos, os fungos são os que possuem maior habilidade de
penetração direta nos tecidos vegetais. Por outro lado a penetração de vírus e bactérias em
tecidos vegetais pode ser efetiva pela atuação direta de vetores ou por condições da própria
planta que pode promover a transferência passiva do inoculo (MACHADO, 2000).
Os patógenos transportados por sementes podem associar-se às mesmas de diferentes
maneiras, contaminando-as superficialmente, no qual as sementes são consideradas como
infestadas, ou colonizando os tecidos internos, neste caso as sementes são consideradas
infectadas (TEIXEIRA et al., 1997). Os patógenos podem ainda ser transportados na fração
impura do lote de semente (MACHADO, 2000).
Muitas das principais doenças que afetam a cultura do girassol são transmitidas por
meio das sementes, principalmente, a Mancha de alternaria (Alternaria helianthi; Altenaria
zinnae Ellis; Alternaria alternata) e a Podridão branca (Sclerotinia sclerotiorum) (LEITE,
2005).
Segundo Salustiano et al. (2005), a presença de Alternaria helianthi como contaminante
de sementes de girassol é capaz de causar alto índice de doença, redução do estande, da massa
verde e da altura de plantas. Já a Alternaria zinniae causa elevado índice de doença e redução
do estande, na fase inicial do desenvolvimento do girassol. No Brasil foram constatados 22
patógenos e 14 saprófitas associados à sementes de girassol; os mais importantes são: A.
helianthi, A. zinniae, A. tenuis, Macrophomina phaseolina, Botrytis cinerea, Verticillium sp.,
Botryodiplodía theobromae, Fusarium semitectum, F. solani, F. equiseti, F. moniliforme,
Phoma sp., Didymella sp., Phomopsis sp., Rhizoctonia solani, Sclerotinia sclerotiorum,
7
Sclerotium rolfsii, Colletotrichum dematíum, Colletotrichum sp., Cercospora sp.,
Corynespora sp. e Drechslera rostrata (LEITE, 1997).
Os fungos Aspergillus sp. e Penicillium sp., estão associados a deterioração de sementes
durante o período de armazenamento levando as sementes a sua rápida deterioração quando as
condições de armazenagem são inadequadas (França Neto & Henning, 1984; Dhingra, 1985;
Henning, 1987; Novembre & Marcos Filho, 1991; Goulart, 1997; Goulart et al., 1999).
Alguns agentes fitopatogênicos merecem destaque pela frequência com que ocorrem,
pelos prejuízos causados à cultura ou pelo potencial de danos. Dentre estes encontram se a
Alternaria helianthi, provavelmente o principal agente causal da mancha da folha e da haste
no Brasil, sendo frequentemente detectada em sementes e a Sclerotinia sclerotiorum,
patógeno também frequentemente transportado pelas sementes, podendo ser introduzido em
novas áreas das quais dificilmente é erradicado, devido à longa viabilidade dos escleródios no
solo. Outro patógeno também dificilmente erradicado após oósporos serem introduzido em
nova área é o Plasmopara halstedii, que constitui objeto de quarentena categoria “A”, sendo
necessária completa proibição da importação de sementes de regiões onde a doença ocorre.
No Brasil foi constatado o patótipo II (americano). Outros patógenos como Verticillium sp.,
Fusarium semitectum, Botrytis cinerea, Phoma sp. e fungos de armazenamento como
Aspergillus spp. e Penicilium spp. também possuem grande importância para a cultura do
girassol (MACHADO, 2000).
Segundo Pereira (2010), é impressionante como que mesmo com o todo o avanço da
agricultura ainda se ignore que a semente é o insumo mais importante para o manejo
integrado de doenças e para o estabelecimento de uma agricultura sustentável. Portanto, o uso
de sementes de má qualidade sanitária pode ser considerado um dos maiores responsáveis por
perdas intoleráveis na produção agrícola.
No Brasil não existem fungicidas registrados para a cultura do girassol, no entanto há
pesquisas testando a eficiência de fungicidas para o girassol como o Fludioxonil, Thiram,
Standak Top, Carboxin+Thiran e Carbendazin+Thiran Captan 750 ts (AQUINO et al., 2010;
MACHADO et al., 2006; GRISI et al., 2009) que são autorizados para outras culturas.
Um produto que vem ganhando destaque como sanitizante de diversos produtos
agrícolas é o ozônio. Por se tratar de um produto efetivo na destruição de estruturas fúngicas,
virais e bacterianas, e por não deixar resíduos nos produtos e nem no ambiente onde é
utilizado, tendo sido considerado como potencial de utilização, também, no tratamento de
sementes (ITDI, 2009; NASCIMENTO et al. 2008; PALOU et al. 2002; KELLS et al. 2001).
8
2.4 Ozônio
De acordo com Rideal (1920), os primeiros relatos sobre o ozônio datam de 1785,
quando Van Marum, um físico holandês, observou que a descarga elétrica em ar resultava em
um odor irritante bastante característico. Esse autor relatou ainda em 1801, o mesmo odor
formado no anodo durante a eletrólise da água. Todavia, a descoberta do ozônio foi somente
anunciada oficialmente por Schönbein (1840), na Academia de Munique. O nome ozônio foi
derivado da palavra grega ozein, que significa cheiro (HILL e RICE, 1982).
Em continuidade às pesquisas, de La Rive e Marignac (1845) obtiveram ozônio
submetendo o oxigênio seco puro à ação de uma faísca elétrica. Posteriormente, trabalhos
conduzidos por Hunt (1848) sobre as propriedades oxidantes do ozônio permitiram-lhe
postular que a estrutura molecular do ozônio é constituída de um triângulo triatômico
alotrópico.
O uso da tecnologia do ozônio, no Brasil, descrito por Dalsasso et al. (1999), começou
em 1983 quando algumas estações de tratamento de água necessitaram de alternativas para os
métodos convencionais de pré-cloração e pré-aeração de águas superficiais. Em 1985,
algumas indústrias, como a Pirelli e a Cutrale, iniciaram o processo de tratamento de água em
suas estações por meio da pré-ozonização. Nessa mesma época, as indústrias de
engarrafamento de água mineral também passaram a utilizar o ozônio no controle
bacteriológico da água.
Quimicamente o ozônio, é um arranjo molecular triatômico e instável do oxigênio -O3,
pode ser gerado pela excitação do oxigênio molecular a oxigênio atômico, em um ambiente
energizado que permite a recombinação de átomos (BLOCK, 1991). É um gás incolor de odor
pungente. Em fase aquosa se decompõe rapidamente a espécies radicalares e oxigênio, o que é
uma grande vantagem porque não gera subprodutos. Do ponto de vista termodinâmico, a
formação do ozônio a partir da molécula de oxigênio é um processo endotérmico não
espontâneo, descrito pela seguinte reação: 3O2 => 2 O3 _Hfo (P = 1 atm) = +284,5 kJ mol
-1.
Devido à maior estabilidade do oxigênio, a molécula de O3 sofre um processo de
dissociação espontânea com o tempo resultando novamente na formação do oxigênio
(LANGLAIS et al., 1991). A decomposição do O3 não resulta em espécies nocivas já que o
mesmo é espontaneamente convertido em O2; a sua instabilidade (t½ = 20 a 90 minutos,
dependendo do ambiente) requer que ele seja produzido no seu local de aplicação reduzindo
assim gastos e perigos relacionados como seu transporte e estocagem (ARMOR, 1999;
TRASATTI, 1995; TATAPUDI, 1994). Em condições ambientais o O3 é um gás instável
9
possuidor de um elevado poder de oxidação e possuidor de um odor irritante característico
detectável no ar pela maioria das pessoas em concentrações da ordem de 0,01 ppm (KIRK e
OTHNER, 1981). Em condições normais de temperatura e pressão o O3 é moderadamente
solúvel em água (13 vezes mais solúvel que o O2). Sua velocidade de decomposição,
resultando em O2, é fortemente dependente da pureza do solvente, diminuindo na presença de
impurezas (HILL; RICE, 1982). À temperatura ambiente é um gás de coloração azulada,
porém nas concentrações utilizadas com propósitos de desinfestação, torna-se incolor (RICE
et al, 1982).
O ozônio tem alto potencial de oxidação, 52% superior ao cloro, sendo o potencial
relativo de oxidação do ozônio 1,52 e o do cloro 1,00, tendo o cloro como referência. Além
disso, pode agir cerca de 3.000 vezes mais rápido do que este, na inativação celular de
bactérias, fungos, leveduras e vírus (OKTE, 2014). O ozônio apresenta também diversas
vantagens quanto a seu uso, tais como: eficiência germicida contra um grande espectro de
microrganismos; decompõe-se naturalmente em oxigênio molecular, portanto não forma
componentes persistentes e/ou prejudiciais ao meio ambiente; não é considerado
carcinogênico nem mutagênico; não se acumula em tecido gorduroso nem causa efeitos
crônicos ao longo do tempo; não há relatos de incompatibilidade com PVC (cloreto de
polivinila) (GRAHAM, 1997).
O ozônio possui um alto potencial de oxidação associado à habilidade de se difundir
através de membranas biológicas, sendo a superfície da célula microbiana o primeiro alvo a
ser atingido. Sua ação antimicrobiana é decorrente do ataque por meio da oxidação dos
glicolipídios, glicoproteínas e aminoácidos da parede microbiana, alterando a permeabilidade
celular e causando sua rápida lise. Ataca também grupos sulfidrila de enzimas, ocasionando o
colapso da atividade enzimática celular, além de sua ação sobre o material nuclear dos
microrganismos, alterando as bases púricas e pirimídicas dos ácidos nucléicos, como ocorre
com alguns vírus, em que o ozônio destrói seu RNA, além de alterar as cadeias polipeptídicas
de sua cápside proteica (KIM, 1999).
O ozônio possui a capacidade de inativar numerosas bactérias, incluindo gram-
negativas e gram-positivas, células vegetativas e esporos, além de componentes do envelope
celular, esporos ou cápsides virais a concentrações relativamente baixas e em reduzido tempo
de contato (KIM, 1999).
O ozônio gasoso pode ser usado para desinfestar alimentos em câmaras de
armazenagem e durante o transporte para prevenir bactérias, mofos e leveduras na superfície
10
dos alimentos, bem como para controlar o desenvolvimento de fungos e o ataque de insetos
em silos graneleiros (GRAHAM, 1997; AOQUI, 2013).
Este gás é instável, incolor, relativamente instável em solução aquosa e com meia vida
de 20 min, à temperatura de 20 ºC. Por outro lado, é muito estável no ar, com meia-vida de 12
horas aproximadamente, em condições normais de pressão e de temperatura (DI
BERNARDO, 1993).
O O3 foi reconhecido como um produto seguro, tanto para o homem quanto para o
ambiente (US FOOD, 1997). Food and Drug Administration (FDA), em 26 de junho de 2001,
publicou uma determinação oficial sobre a utilização do ozônio admissível como um agente
antimicrobiano para o tratamento, armazenamento e processamento de alimentos em gás e
uma fase aquosa em contato direto com os alimentos, incluindo as matérias-primas e de frutas
e hortaliças minimamente processadas (GUZEL-SEYDIMA et al. 2004).
O ozônio é parcialmente solúvel em água e, assim como a maioria dos gases, aumenta
a sua solubilidade à medida que a temperatura decresce ou a mistura é pressurizada (Lei de
Henry). Por esta razão, as concentrações de ozônio dissolvido geralmente não ultrapassam 5
ppm, uma vez que os tratamentos são efetuados sob condição atmosférica e temperatura
próxima a ambiente (FALCÃO, 2012).
A geração do ozônio deve ser feita no local de aplicação devido a sua elevada
instabilidade. Sua meia-vida na água em temperatura ambiente varia de 10 a 20 minutos,
decompondo-se novamente em oxigênio molecular sem deixar resíduos nos produtos
alimentícios ou no ambiente após o tratamento (GUILLEN, 2008).
Na Europa, o ozônio é utilizado como sanitizante de água, frutos e diversos outros
produtos agrícolas, já no Brasil trabalhos vem sendo realizados a fim de explorar estas
propriedades do ozônio. Já foram encontrados no Brasil resultados muito satisfatórios no uso
do ozônio em conservação e sanitização de frutos delicados e sensíveis ao manuseio como o
morango, pera, pêssego e mamão e de frutos minimamente processados (KECHINSKI, 2007;
PONCE et al., 2010). Quanto à aplicação do ozônio em sementes e grãos, a pesquisa ainda se
encontra em fase inicial, tendo resultados observados apenas para o controle de insetos praga
em grãos de milho (PEREIRA et al.,2008) e no controle de fungos do gênero Aspergillus, que
produzem aflatoxinas, em castanha-do-brasil (GIORDANO et al., 2012).
A utilização do O3 na agricultura vem se tornando viável, uma vez que pode ser
gerado no próprio local de uso, por meio de descargas elétricas no ar, eliminando, assim,
gastos com transporte e estocagem (KIM et al., 1999).
11
O ozônio também tem sido utilizado como alternativa para eliminar as aflatoxinas em
alimentos, podendo também degradar outras micotoxinas, como fumonisina, ochratoxina,
patulina, deoxinivalenol e zearalenona (MCKENZIE et al., 1997; YOUNG et al., 2006).
Outro aspecto importante da aplicação do ozônio em produtos agrícolas é a capacidade desse
gás de inibir ou retardar o desenvolvimento de fungos dos gêneros Fusarium, Geotrichum,
Myrothecium e Mucor, entre outros, nas superfícies do produto (RAILA et al., 2006; WU et
al., 2006), além de outros microrganismos, como vírus e bactérias (KHADRE et al., 2001;
AGUAYO et al., 2006; ÖZTEKIN et al., 2006; WHANGCHAI et al., 2006).
Ressalta-se, ainda, que o ozônio não reduz as características nutritivas dos cereais e
que não são formados metabólicos prejudiciais à saúde de seres humanos e animais (KIM et
al., 2003; MENDEZ et al., 2003; YOUNG et al., 2006).
Diante do exposto, objetivou-se com essa pesquisa avaliar a o efeito do uso do ozônio
no controle de patógenos em sementes de girassol.
12
3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes, no Laboratório do Grupo
de Eletroquímica e Química Ambiental (GEQAm) e no Laboratório de Fitopatologia da
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Diamantina, MG.
Foram utilizados três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122, adquiridas do
banco de sementes da Embrapa Produtos e Mercado, colhidas em Dourados-MS, da safra de
2013. Estes lotes foram classificados por peneira, onde o lote 1 (um) de peneira pequena de
3,5 mm, o lote 2 (dois) de peneira média de 4,0 mm e o lote 3 (três) de peneira grande de 5,5
mm.
Para caracterização do perfil dos lotes foram realizados as seguintes determinações e
testes:
O grau de umidade das sementes foi determinado pelo método da estufa, a 105 °C,
durante 24 horas (BRASIL, 2009b).
O teste de germinação foi realizado utilizando quatro repetições de 50 sementes por
lote, substrato rolo de papel à temperatura constante de 25 ºC e fotoperíodo de 12 horas. As
avaliações foram realizadas ao 4º dia (primeira contagem) e 10º dia (contagem final) (Brasil,
2009). O índice de velocidade de germinação (IVG) foi calculado empregando-se a fórmula
proposta por Maguire (1962).
Para o teste de emergência de plântulas, que foi conduzido com quatro repetições de
50 sementes, as sementes foram semeadas em caixas plásticas contendo terra e areia na
proporção 2:1, o substrato foi esterilizado e umedecido com água destilada, as caixas
mantidas na sala de crescimento a 25 °C com fotoperíodo constante e as avaliações foram
realizadas aos quatro dias (estande inicial) e dez dias (estande final), avaliando-se o número
de plântulas emergidas. Os resultados foram expressos em porcentagem. Para o índice de
velocidade de emergência (IVE) foi computado, diariamente, o número de plântulas emersas
a partir do início da emergência, e o cálculo realizado conforme Maguire (1962).
O teste de sanidade foi realizado pelo método do papel mata-borrão em caixa
gerbox, com uma camada fina de agar-agar a 1,0%. Os lotes foram divididos em dez
repetições de 20 sementes de cada lote totalizando 200 sementes por lote. Os papeis mata-
borrão foram umedecidos com água destilada mais 2,4-D. O teste foi associado ao método de
congelamento (GOULART, 2009). As caixas gerbox com as sementes foram incubadas sob
lâmpadas de luz fluorescente branca e fotoperíodo de 12 horas pelo período de 7 dias à
temperatura de 20ºC (BRASIL, 2009a). Completando o período de incubação, as sementes
13
foram analisadas individualmente em lupa estereoscópica e microscópio óptico para a
identificação e a quantificação dos fungos. Os resultados foram expressos em porcentagem de
sementes infectadas computando-se a incidência dos fungos.
Para avaliar o ozônio como método de desinfestação das sementes de girassol além
dos testes descritos anteriormente, foram realizados os seguintes testes:
Para o índice de severidade de infestação (ISI) estabeleceu-se adicionalmente uma
escala de notas, que se baseou no percentual da superfície de cada semente recoberta por
estruturas típicas dos fungos. A escala de notas adotada foi: (0) ausência de estruturas
fúngicas; (1) até 25% da semente recoberta por estruturas fúngicas; (2) até 50% da semente
recoberta por estruturas fúngicas; (3) até 75% da semente recoberta por estruturas fúngicas e
(4) mais de 75% da semente coberta por estruturas fúngicas.
Para se determinar o índice de severidade de infestação por semente, utilizou-se uma
adaptação da metodologia proposta por McKinney (1923), que é:
ISI = Σ (f x n) x 100
F x N
Em que:
(ISI): índice de severidade de infestação por semente observada; (f): nota da escala atribuída à
semente observada; (n): número de sementes que receberam a nota; (F): nota máxima da
escala, e (N): número total de sementes avaliadas por repetição.
Para tratar as sementes de girassol com o ozônio estas foram mantidas em ambiente
rico em ozônio pelos períodos de 20 minutos, 60 minutos, 120 minutos e sem ozonização
(controle). Os períodos de exposição das sementes ao ozônio foram estabelecidos a partir de
pré-teste, testando-se os tempos 10 minutos, 20 minutos, 40 minutos, 80 minutos e o controle,
sendo realizado o teste de sanidade para avaliar a incidência dos fungos (BRASIL, 2009b).
Durante a execução do pré-teste foi observado que a estabilização da produção de ozônio pelo
equipamento ocorreu após 210 minutos.
Utilizou-se na análise de dados do pré-teste o programa estatístico SISVAR
(Ferreira,
2011). Os dados foram submetidos às análises de variância e as médias comparadas, pelo teste
de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Por meio do pré-teste (Tabela 1) verificou-se que o período de 10 minutos e o período
de 20 minutos não diferiu quanto à incidência de fungos e por isso optou-se por manter o
período de 20 minutos e eliminar o período de 10 minutos. Entre os períodos de 40 minutos e
80 minutos não houve diferença, exceto para o fungo Penicillium sp., portanto, foi
14
determinado um período intermediário de 60 minutos. Já o período de 120 minutos foi
definido como período superior de exposição das sementes ao ozônio, sendo este o dobro do
tempo de 60 minutos e um período superior ao de 80 minutos utilizado no pré-teste. Portanto,
os tratamentos testados foram 0 (controle), 20 minutos, 60 minutos e 120 minutos.
TABELA 1. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Fusarium sp.; Penicilium sp.; Aspergilus sp.; e
Alternaria sp.; no pré-teste de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122. UFVJM, Diamantina, MG. 2014.
Fungos 0 10 20 40 80 CV (%)
Fusarium 78a 76a 74a 71b 70b 11,33
Penicillium 49a 33b 35b 33b 25c 37,99
Aspergillus 64a 63a 59a 52b 50b 24,58
Alternaria 72a 62b 54b 40c 35c 31,46
Médias seguidas pela mesma letra na linha pertencem ao mesmo grupo pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
O ozônio foi obtido por meio do Gerador de Ozônio Eletroquímico que se encontra
sobre patente Leonardo M. Da Silva; JARDIM, W. F.. Gerador de Ozônio Eletroquímico -
INPI - PI1101892-5. 2011, Brasil. As sementes foram dispostas em uma câmara de fluxo
contínuo feita com tubo de PVC e que apresentam uma válvula em cada extremidade do tubo,
dentro do tubo as sementes foram dispostas sobre anéis telados para que dessa forma evite a
sobreposição das sementes e a existência de pontos cegos onde o ozônio não alcançasse
(Figura 1). As concentrações de ozônio foram medidas diretamente no fluxo da mistura
gasosa provenientes do ozonizador. Para isso foi ligado um espectrofotômetro ao aparelho
durante todo o período de ozonização, avaliando assim a concentração média de ozônio ao
final de cada período testado.
Para o cálculo do volume a ser ocupado pelo ozônio na câmara foi necessário conhecer
o volume total da câmara com seus anéis e o volume ocupado pela massa de sementes. Para o
cálculo do volume da câmara com os anéis, a câmara foi preenchida com água e
posteriormente verificou-se o volume de água que coube dentro da câmara. A determinação
da densidade das sementes de girassol foi feita por meio do Método Picnométrico. Esta
análise foi realizada em triplicata por lote, cada qual com 25 sementes, utilizando para isto um
picnômetro de 50 mL, uma balança analítica e n-hexano como fluido de análise (CUNHA,
2008). O n-hexano foi escolhido como fluido para análise por apresentar baixa densidade
15
relativa em relação à densidade da semente; baixa absorção do solvente pelas sementes
(CUNHA, 2008).
FIGURA 1- Câmara de ozonização com seus cortes e fluxo interno de ozônio.
16
O tempo de exposição das sementes foi calculado a partir do início do fornecimento de
energia elétrica ao reator eletroquímico onde no tempo 0 ao tempo 10 minutos, foram
aplicados cinco Amperes (A) de corrente; do tempo 10 minutos ao tempo 20 minutos foram
aplicados 10 A de corrente; do tempo 20 minutos ao tempo 30 minutos foram aplicados 15 A
de corrente e a partir do período 30 minutos foram aplicados 20 A de corrente. Na tabela 2
pode ser observada a velocidade de produção de O3 e a concentração de ozônio no fluxo em
função do tempo. A partir de 210 minutos ocorreu a estabilização da concentração de ozônio
no fluxo (Figura 2). Os três tubos referentes aos três lotes de sementes de girassol de
ozonização apresentavam volume livre médio de 1133 ml e o fluxo médio do gás foi de 3,86
ml/s. O tempo para renovar o volume livre da câmara de ozonização foi de aproximadamente
5 min. Entretanto esse tempo foi padronizado em 10 min para todos os tubos, ou seja, os
tempos de ozonização efetiva de 20, 60 e 120 min começaram a ser contados a partir de 10
min da injeção do fluxo de gás contendo O3.
Nos períodos 210 minutos, 250 minutos e 330 minutos (Figura 2 e Tabela 2) foram os
períodos onde foi acoplada a câmara de ozonização ao reator eletroquímico para o tratamento
das sementes, pois a partir de 210 minutos houve estabilidade da concentração de ozônio
dentro do reator. O período 470 minutos o fim do tratamento das sementes. A produção média
de ozônio no intervalo de tempo de ozonização para os três períodos (20 minutos, 60 minutos
e 120 minutos) foi de 1741ppmv ou 0,24 g/h.
17
TABELA 2. Velocidade de produção de ozônio (O3/(g/h)) e concentração de ozônio no fluxo (ppmv) em função
do tempo (minutos).
Tempo / min Velocidade de produção de
O3 / (g/h)
Concentração de ozônio no fluxo /
(ppmv)
20 0 5,3
30 0,02 157,5
40 0,07 517,4
50 0,1 710,6
60 0,12 840,4
90 0,15 1075,5
120 0,16 1169
150 0,2 1440,2
180 0,21 1538,7
190 0,21 1522,7
200 0,21 1548,3
210 0,24 1704,6
250 0,24 1715,1
330 0,25 1782,7
470 0,26 1761,6
FIGURA 2. Produção de ozonio (ppmv) em função do tempo (minutos). R1 é a mudança da corrente aplicada ao
reator eletroquímico até aingir a corrente de trabalho (20A), R1 a T1 é o intervalo de tempo até a constância de
produção de ozônio T1, T2 e T3 é o intervalo de tempo (minutos) referente à ozonização das sementes de
girassol contidas nas câmaras 1,2 3 respectivamente.
18
Após os tratamentos com ozônio os lotes foram submetidos aos testes de germinação,
primeira contagem, IVG, emergência, IVE e sanidade como descritos anteriormente.
O teste de envelhecimento acelerado foi realizado com quatro repetições de 50
sementes, as sementes foram colocadas sobre uma tela de alumínio, dentro de caixa plástica
do tipo gerbox, com 40 ml de água destilada na parte inferior, e estas foram mantidas a 42 °C,
por 72 horas (AGUIAR, 2001).
O teste de tetrazólio foi conduzido com quatro subamostras de 50 sementes por
tratamento, as quais as sementes foram colocadas para embeber em papel “germitest”, por 16
horas em BOD a 25 °C. Após esse período, com auxílio de um bisturi, realizou-se um corte
entre os cotilédones, para facilitar a retirada do pericarpo das sementes. Posteriormente a
retirada do pericarpo as sementes permaneceram emersas em água por 15 minutos para
facilitar a retirada do tegumento. As sementes foram então colocadas para embeber em
solução de tetrazólio na concentração de 0,5% e acondicionadas em BOD a 30 °C por uma
hora, para a devida coloração (BRASIL, 2009b). Após o desenvolvimento da coloração foram
avaliados os percentuais de sementes viáveis, inviáveis e vigorosas.
O experimento foi executado em delineamento inteiramente casualizado. As análises
de variância para todas as características avaliadas foram realizadas com auxílio do software
estatístico SISVAR
(FERREIRA, 2011). Os dados submetidos às análises de variância e as
médias comparadas, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade e transformados em
arcsen para aproximação da curva normal.
19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A caracterização dos lotes pode ser observada na Tabela 3, o grau de umidade
variou entre 6,45% e 7,27%. De acordo com Leite (2005), estes valores estão dentro da
faixa ideal de umidade para armazenamento, transporte e comercialização, que varia
entre 5% a 10% para sementes de girassol.
Observou-se para os testes de germinação, primeira contagem da germinação,
IVG, emergência e IVE que não houve diferenças significativas entre os lotes. Para a
germinação, todos os lotes de sementes de girassol estavam de acordo com o padrão de
comercialização para sementes S1 e S2 que é de 70 % (Brasil, 2013). Em se tratando do
estande inicial o maior vigor foi observado para o lote 2 em relação aos demais lotes.
Porcentagem superior no teste de emergência foi observada em relação ao teste de
germinação. Um dos aspectos que pode ter afetado a germinação foi o da qualidade sanitária
das sementes de girassol. Observou-se alta porcentagem de incidência do fungo Alternaria
sp. (Tabela 4).
De acordo com Salustiano et al. (2005) sementes de girassol infectada por Alternaria
helianthi e A. zinniae perdem sua viabilidade no estande inicial do desenvolvimento.
TABELA 3. Resultados do grau de umidade – U; teste de germinação – G; primeira contagem da germinação –
PC; índice de velocidade de germinação – IVG; emergência – E; estande inicial – EI; índice de velocidade de
emergência – IVE; de três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 na caracterização dos lotes.
UFVJM, Diamantina, MG. 2014.
Lotes U(%) G (%) PC(%) IVG E(%) EI(%) IVE
1-Pequena 6,45A 72A 45A 37,29A 83A 75B 14,75ª
2-Média 7,27A 80A 49A 37,80A 92A 85A 16,04ª
3- Grande 7,17A 75A 47A 37,88A 87A 79B 16,12A
CV (%) 4,20 8,23 10,28 7,15 5,17 5,33 8,87
Médias seguidas pela mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
20
Foram identificados pelo teste de sanidade (Tabela 4) os fungos Alternaria sp.,
Fusarium sp., Aspergillus sp. e Penicillium sp., sem diferença estatística entre os lotes de
sementes de girassol. Alto nível de Alternaria sp. também foi observado infectando sementes
de girassol de diferentes genótipos (Nobre et al., 2013). Silva et al (2007) também observou
alta incidência de Fusarium sp. em sementes de girassol.
TABELA 4. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Fusarium sp. – FUS; Penicilium sp. – PEN;
Aspergilus sp. – ASP; e Alternaria sp. – ALT; em três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 na
caracterização dos lotes.. UFVJM, Diamantina, MG. 2014.
Lotes FUS(%) PEN(%) ASP(%) ALT(%)
1-Pequena 76A 53ª 67A 71ª
2-Média 74A 35ª 56A 74ª
3- Grande 83A 50ª 60A 73ª
CV (%) 22,15 42,22 30,44 20,98
Médias seguidas pela mesma letra na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
Observa-se na Tabela 5 e Figura 3 os resultados do grau de umidade (%) dos lotes
de sementes de girassol após o tratamento com ozônio. Observa-se no período de 20
minutos de ozonização para o lote 2 grau de umidade inferior aos demais lotes. Para os
demais tempos de ozonização não houve diferença entre os lotes. Para os diferentes
tempos de ozonização nos diferentes lotes não houve diferença entre os tratamentos com
ozônio. As variações observadas em relação ao grau de umidade foram de 0,98% para ao
lote 1, para o lote 2 foi de 1,36% e para o lote 3 de 1,11%. Uma variação de umidade
menor que 2% dentro do lote é desejável por ocasião da realização dos demais testes
(Marcos Filho, 2005).
21
TABELA 5. Resultados em porcentagem (%) do grau de umidade obtidos dos três lotes de sementes de girassol
da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014.
Umidade (%)
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 6,54Aa 7,52Aa 7,12Aa 7,34Aa
2-Média 7,53Aa 6,17Ba 6,80Aa 6,32Aa
3- Grande 6,69Aa 7,72Aa 7,80Aa 7,20Aa
CV (%) 8,43
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
FIGURA 3- Porcentagem (%) do grau de umidade (média ± desvio padrão) das sementes de girassol em
função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
Pelos dados de primeira contagem de germinação (Tabela 6, Figura 4) pode-se
observar para o lote 2 porcentagem superior no período de 60 minutos, seguido pelo
período de 20 minutos e porcentagem inferior para os tempos de ozonização de 120
minutos e o controle. Para o lote 1, o período de ozonização de 60 minutos propiciou
porcentagem de primeira contagem superior aos demais períodos de ozonização. Já para
22
o lote 3 os períodos de ozonização de 20 minutos e de 60 minutos pertencem ao mesmo
grupo e foram superiores ao controle e ao período de 120 minutos de ozonização.
No período de 20 minutos de exposição de sementes ao ozônio observou-se uma
superioridade na porcentagem da primeira contagem da germinação para os lotes 2 e 3
em relação ao lote 1. Já para o período de ozonização de 60 minutos observa-se
superioridade do lote 2 em relação aos demais.
TABELA 6. Resultados em porcentagem (%) da primeira contagem obtidos dos três lotes de sementes de
girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG.
2014.
Primeira Contagem da Germinação (%)
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 47 Ab 53 Bb 61 Ba 51 Ab
2-Média 53 Ac 63Ab 75Aa 51Ac
3- Grande 52 Ab 60 Aa 64 Ba 50 Ab
CV (%) 8,77
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
23
FIGURA 4- Porcentagem (%) da primeira contagem de germinação (média ± desvio padrão) das sementes
de girassol em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
Pela Tabela 7 e Figura 5 observam-se os resultados de porcentagem de
germinação de sementes de girassol. Para o lote 2 a porcentagem de germinação foi
superior com 60 minutos de ozonização aos demais tratamentos. Já para o lote 1 os
resultados observados pertencem ao mesmo grupo de dados e para o lote 3 observa-se
germinação superior com 20 e 60 minutos de ozonização em relação aos demais
tratamentos.
Observa-se que com 60 minutos de ozonização foi possível classificar os lotes em
diferentes grupos, sendo o lote 2 com porcentagem de germinação superior aos lotes 1 e
3, coincidindo com o observado para os dados de primeira contagem da germinação.
24
TABELA 7. Resultados em porcentagem (%) de germinação obtidos dos três lotes de sementes de girassol da
cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014.
Germinação (%)
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 70Aa 74Aa 77Ba 69Aa
2-Média 77Ab 80Ab 88Aa 73Ab
3- Grande 71Ab 75Aa 78Ba 67Ab
CV (%) 7,66
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
.
FIGURA 5- Porcentagem (%) de germinação (média ± desvio padrão) das sementes de girassol em função
dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
Em relação ao índice de velocidade de germinação (IVG) (Tabela 8, Figura 6), o
tratamento controle e os demais tratamentos pertencem ao mesmo grupo, para todos os
três lotes. Em trabalhos utilizando o tratamento químico para desinfestação de sementes
de girassol observa-se redução no índice de velocidade de germinação em relação às
sementes do tratamento controle (MEDEIROS et al. 2013; GRISI et al. 2009; GOMES et
al 2006), fato que não foi observado nesta pesquisa.
25
Observa-se que nos tempos de ozonização de 20 e 120 minutos índice de
velocidade de germinação superior para os lotes 1 e 2 em relação ao lote 3.
TABELA 8. Resultados do índice de velocidade de germinação-IVG obtidos dos lotes de sementes de girassol
da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014.
Índice de Velocidade de Germinação – IVG
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 40,46 Aa 40,68 Aa 39,35 Aa 37,84 Aa
2-Média 44,41 Aa 42,55 Aa 43,91 Aa 40,48 Aa
3- Grande 42,49 Aa 39,17 Ba 42,00 Aa 38,38 Ba
CV (%) 5,54
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
FIGURA 6- Índice de velocidade de germinação (média ± desvio padrão) das sementes de girassol em
função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
De maneira geral, observaram-se resultados inferiores para o tempo de 120
minutos de ozonização das sementes de girassol para a porcentagem de germinação,
26
primeira contagem e IVG. Essa redução pode ser atribuída a fitotoxidez, pois nesse
tempo observou-se anormalidade no sistema radicular, afetando o crescimento das
plântulas de girassol (Figura 7).
FIGURA 7- Plântulas anormais com danos na radícula.
Pelos dados de estande inicial (Tabela 9, Figura 8) pode se observar que
independente do lote não houve efeito do tempo de ozonização.
Para o tempo de ozonização das sementes de girassol a 120 minutos observa-se
para o lote 2 porcentagem superior de plântulas normais em relação aos demais lotes.
TABELA 9. Resultados em porcentagem (%) do Estande Inicial obtidos dos três lotes de sementes de girassol
da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014.
Estande Inicial (%)
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 77Aa 77Aa 78Aa 73 Ba
2-Média 85Aa 85Aa 84Aa 80 Aa
3- Grande 78Aa 79Aa 83Aa 75 Ba
CV (%) 9,16
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
27
FIGURA 8- Porcentagem (%) do Estande Inicial de plântulas (média ± desvio padrão) de girassol em
função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
Para os dados de porcentagem de emergência (Tabela 10, Figura 9) observa-se que
tanto os lotes quanto os períodos de ozonização pertencem ao mesmo grupo de dados.
Foi observado que os valores de emergência foram superiores aos valores
encontrados pelo teste de germinação. Segundo Juliatti et al (2011), Galli et al. (2007) e
Scheeren (2006), a superioridade do teste de emergência utilizando como substrato a
mistura de solo e areia proporciona resultados superiores em relação aos percentuais de
germinação obtidos no teste de laboratório. Este fato provavelmente ocorre devido ao
mecanismo de escape, no qual a plântula ao emergir libera o tegumento infectado no
solo, enquanto que, no teste de germinação utilizando substrato rolo de papel, o
tegumento permanece associado aos cotilédones e os patógenos associados a ele causam
a deterioração das sementes.
28
TABELA 10. Resultados em porcentagem (%) da emergência de plântulas obtidos dos três lotes de sementes de
girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG.
2014.
Emergência (%)
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 80 Aa 81 Aa 81Aa 81Aa
2-Média 89 Aa 86 Aa 82Aa 91Aa
3- Grande 86 Aa 82 Aa 88 Aa 84 Aa
CV (%) 8,18
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
FIGURA 9- Porcentagem (%) de emergência de plântulas (média ± desvio padrão) de girassol em função
dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
Com os resultados do índice de velocidade de emergência (IVE) (Tabela 11,
Figura 10) houve efeito dos tempos de ozonização dentro dos lotes, sendo para o lote 2
sem ozonização das sementes e com 120 minutos de tratamento obteve o maior IVE.
Para o Lote 1 o IVE com relação aos tempos de ozonização pertence ao mesmo grupo de
dados. Já para o lote 3, IVE superior foi observado para sementes sem tratamento e com
60 minutos de ozonização.
29
TABELA 11. Resultados do índice de velocidade de emergência (IVE) obtidos dos três lotes de sementes de
girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG.
2014.
Índice de Velocidade de Emergência – IVE
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 21,52 Aa 15,19Aa 17,73Aa 19,00Aa
2-Média 22,86 Aa 17,43 Ab 16,59 Ab 20,67 Aa
3- Grande 23,28 Aa 15,45 Ab 20,25 Aa 17,83 Ab
CV (%) 17,77
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
FIGURA 10- Índice de Velocidade de Emergência (IVE) de plântulas (média ± desvio padrão) de girassol
em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
Por meio do teste de envelhecimento acelerado (Tabela 12, Figura 11) de maneira
geral observa-se redução acentuada do vigor das sementes de girassol após os tratamentos
com ozônio.
Quanto o efeito dos tratamentos sobre os lotes observa-se que somente o controle
separou os lotes 1 e 2 em um grupo com qualidade superior ao lote 3. A redução na
porcentagem de plântulas normais de girassol após o teste envelhecimento acelerado também
30
foi observado por Braz et al. (2008) e Brigante (2013), mostrando assim a alta sensibilidade
das sementes de girassol ao processo de envelhecimento acelerado.
A redução do vigor de sementes tratadas com fungicidas químicos foram observadas
por Franzin et al. (2004) para sementes de alface e por Krohn et al (2004) para sementes de
soja, já com a utilização do ozônio não ocorreu redução do vigor das sementes de girassol.
TABELA 12. Resultados em porcentagem (%) de plântulas normais após teste de Envelhecimento Acelerado
obtidos dos três lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de
ozonização. UFVJM, Diamantina, MG. 2014.
Envelhecimento Acelerado (%)
Lote Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 27Aa 27Aa 13Ab 17Ab
2-Média 34Aa 17Ab 27Aa 17Ab
3- Grande 20Ba 21Aa 8Ab 10Ab
CV (%) 33,47
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
31
FIGURA 11-Porcentagem (%) de plântulas normais (média ± desvio padrão) de girassol pelo teste
Envelhecimento Acelerado em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar
Embrapa 122.
Pela viabilidade das sementes de girassol obtidas pelo teste de tetrazólio pode se
observar (Tabelas 13, Figura 12) que os três lotes pertencem ao mesmo grupo em função
de cada tempo de ozonização. Este fato é desejável quando se submete sementes a algum
tipo de tratamento, já que uma das características desejáveis no tratamento de sementes é
que o produto utilizado não afete a viabilidade das mesmas (Machado, 2000).
Observa-se também que para o tempo de 60 minutos de ozonização houve uma
diferenciação dos lotes em dois grupos, onde o lote 2 foi superior ao lote 1 e lote 3,
resultado semelhantes ao observado no do teste de germinação.
32
TABELA 13. Resultados em porcentagem (%) da viabilidade pelo teste de tetrazólio obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM,
Diamantina, MG. 2014.
Tetrazólio (%) – Viabilidade
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 80Aa 80Aa 84Ba 80Aa
2-Média 86Aa 87Aa 89Aa 85Aa
3- Grande 80Aa 82Aa 83Ba 78Aa
CV (%) 5,08
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
FIGURA 12- Porcentagem (%) de sementes viáveis (média ± desvio padrão) de girassol em função dos
tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
Já pelos resultados da porcentagem de sementes vigorosas obtidos pelo teste de
tetrazólio das sementes de girassol (Tabela 14, Figura 13) observa-se que os tempos de
ozonização e o controle para todos os lotes pertencem ao mesmo grupo de dados. Resultados
semelhantes foram observados nos dados de IVG, emergência, estande inicial e tetrazólio
viabilidade.
33
Para o controle, nos tratamentos de 20 minutos e 120 minutos de ozonização o lote 2
obteve maior vigor em relação aos demais. Para o tempo de 60 minutos de ozonização das
sementes de girassol os lotes pertencem ao mesmo grupo.
Observa-se por meio destes resultados que o ozônio não causou efeito sobre o
vigor das sementes de girassol. Scheeren et al. (2006) relata que o tratamento químico em
sementes de soja, não afetou o vigor das mesmas pelo teste de tetrazólio.
TABELA 14. Resultados em porcentagem (%) de sementes vigorosas pelo teste de tetrazólio, obtidos dos três
lotes de sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM,
Diamantina, MG. 2014.
Tetrazólio – Vigor
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 58Ba 63Ba 68Aa 64Ba
2-Média 70Aa 72Aa 75Aa 70Aa
3- Grande 59Ba 62Ba 66Aa 57Ba
CV (%) 9,56
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
FIGURA 13- Porcentagem (%) de sementes vigorosas (média ± desvio padrão) de girassol em função dos
tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
34
Quanto à sanidade das sementes de girassol foram encontrados quatro patógenos,
Alternaria sp., Fusarium sp., Aspergillus sp. e Penicillium sp., estes estavam presentes
em todos os tratamentos e no controle. Gomes et al. (2006) encontrou os mesmos
patógenos para a cultivar Embrapa 122. Todos esses fungos são deletérios a qualidade
das sementes de girassol (GRISI et al., 2009).
A incidência de Alternaria sp. pode ser observada na Tabela 15, onde para todos
os lotes houve maior incidência nas sementes sem o tratamento e com 20 minutos de
ozonização. Com 60 minutos e 120 minutos de ozonização houve uma redução na
incidência do fungo Alternaria sp.
Apenas para o tempo de 60 minutos houve diferença entre os lotes separando-os
em dois grupos, onde os lotes 1 e 3 a redução da incidência foi superior a do lote 2.
TABELA 15. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Alternaria sp. obtidos dos três lotes de sementes
de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG.
2014.
Incidência (%) de Alternaria sp.
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 75Aa 71Aa 40Bb 42Ab
2-Média 78 Aa 78Aa 60Ab 53Ab
3- Grande 80Aa 68Aa 38Bb 50Ab
CV (%) 27,13
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
Pela Figura 14 pode ser observado uma tendência a redução da incidência de
Alternaria sp. com o avanço do tempo de exposição das sementes ao ozônio. Trabalhos
relacionados ao uso do ozônio na desinfestação em sementes ainda são incipientes, no
entanto, Rodrigues (2013) relata que o ozônio foi eficiente na eliminação de Alternaria sp. no
tratamento de mamão pós colheita.
35
FIGURA 14- Incidência (%) do fungo Alternaria sp. (média ± desvio padrão) em sementes de girassol em
função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
O fungo Fusarium sp. (Tabela 16) comportou-se de forma semelhante ao fungo
Alternaria sp., sendo observado maior incidência com o controle e 20 minutos de
ozonização e menor incidência com 60 e 120 minutos de ozonização para o lote 2 e lote
1, já para o lote 3 a menor incidência foi observada apenas para o tempo de 120 minutos
de ozonização das sementes de girassol.
Para as sementes não tratadas, foi observado uma alta incidência do fungo
Fusarium sp., esta alta incidência na cultivar Embrapa 122 também foi relata por Gomes
et al. (2006).
Os três lotes pertencem ao mesmo grupo de dados para o controle e 20 minutos de
ozonização lotes com relação à incidência do fungo Fusarium sp. Para o período de 60
minutos os lotes 1 e 2 apresentaram menor incidência de Fusarium sp., já para o período
de 120 minutos a menor incidência foi observada no lote 1.
36
TABELA 16. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Fusarium sp. obtidos dos três lotes de sementes
de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM, Diamantina, MG.
2014.
Incidência (%) de Fusarium sp.
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 96Aa 94Aa 74Bb 49Bc
2-Média 92Aa 92Aa 77Bb 74Ab
3- Grande 98Aa 94Aa 92Aa 76Ab
CV (%) 16,65
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
Pode ser observado na Figura 15 uma tendência da redução da incidência do
Fusarium sp. com o aumento da exposição das sementes de girassol ao ozônio para todos os
lotes e tempos de exposição ao ozônio. Manson (1997) relata a eficiência do ozônio na
redução da população de Fusarium sp., quando aplicado na cultura in vitro deste fungo.
FIGURA 15- Incidência (%) do fungo Fusarium sp. (média ± desvio padrão) em sementes de girassol em
função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
37
Para os dados de incidência de Aspergillus sp. (Tabela 17, Figura 16) foi
observada a mesma tendência de redução a partir de 60 minutos de ozonização das
sementes de girassol já vista para Alternaria sp. e Fusarium sp..
Silva et al. (2008) relata que dependendo da concentração do ozônio injetada em
colônias cultivadas, a inativação do Aspergillus sp. pode chegar de 80% a 100%. O
Aspergillus sp., além de ser considerado fungo de armazenamento é responsável pela
podridão da semente no solo, quando a semeadura é feita em solos de baixa
disponibilidade de água (SOUSA et al. 2011).
Em todos os tempos de ozonização os lotes pertencem ao mesmo grupo de dados.
TABELA 17. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Aspergillus sp. obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM,
Diamantina, MG. 2014.
Incidência (%) de Aspergillus sp.
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 73Aa 65Aa 34Ab 45Ab
2-Média 59Aa 63Aa 29Ab 24Ab
3- Grande 68Aa 56Aa 38Ab 34Ab
CV (%) 28,26
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
38
FIGURA 16- Incidência (%) do fungo Aspergillus sp. (média ± desvio padrão) em sementes de girassol
em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122. .
Para o Penicillium sp. (Tabela 18, Figura 17) foi observada a redução na incidência do
patógeno a partir dos 20 minutos de ozonização para os lotes 1 e 3, já para o lote 2 a redução
da incidência foi observada apenas a partir dos 60 minutos de ozonização.
Palou et al. (2002) obtiveram resultados semelhantes de redução de incidência do
Penicillium sp. utilizando ozônio para sanitizar frutos de pera em pós colheita.
Apenas para o tempo controle o lote 2 pertence a um grupo diferente dos demais lotes
com relação a incidência de Penicillium sp..
39
TABELA 18. Resultados em porcentagem (%) de incidência de Penicillium sp. obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM,
Diamantina, MG. 2014.
Incidência (%) de Penicillium sp.
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 64Aa 53Ab 25Ac 23Ac
2-Média 47Ba 44Aa 29Ab 21Ab
3- Grande 61Aa 49Ab 32Ac 15Ad
CV (%) 26,57
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
FIGURA 17- Incidência (%) do Penicillium sp. (média ± desvio padrão) em sementes de girassol em
função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
Nas avaliações de severidade para as sementes de girassol não tratadas com o
ozônio, constatou-se um predomínio do fungo Fusarium sp., seguido da Alternaria sp.,
Aspergillus sp. e Penicillium sp.. Quando submetidas ao tratamento com ozônio
constatou-se redução do índice de severidade de infestação, para todos os fungos.
40
Para o índice de severidade de infestação (ISI) de Alternaria sp. (Tabela 19,
Figura 18), observa-se a tendência de redução a partir dos 60 minutos de ozonização para
todos os lotes de sementes de girassol. Em todos os tempos de ozonização todos os lotes
pertencem ao mesmo grupo de dados.
TABELA 19. Resultados do índice de severidade de infestação (ISI) de Alternaria sp. obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM,
Diamantina, MG. 2014.
ISI de Alternaria sp.
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 60Aa 55Aa 31Ab 32Ab
2-Média 67Aa 65Aa 41Ab 40Ab
3- Grande 65Aa 55Aa 28Ab 40Ab
CV (%) 31,98
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
FIGURA 18- Índice de Severidade de Alternaria sp. (média ± desvio padrão) das sementes de girassol em
função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
41
Quanto ao ISI de Fusarium sp. nas sementes de girassol (Tabela 20, Figura 19) pode
ser observado a mesma tendência da redução da incidência (Tabela 16, Figura 15), onde a
partir dos 60 minutos de ozonização houve uma redução da infestação para os lotes 1 e 2, já
para o lote 3 a redução da infestação ocorreu apenas para o período de 120 minutos.
A diferença entre os lotes foi observada a partir dos 60 minutos, onde neste, pode ser
observado menor índice de severidade de infestação para os lotes 1 e 2, já no período de 120
minutos o lote 1 obteve ISI menor em relação aos demais lotes.
TABELA 20. Resultados do índice de severidade de infestação (ISI) de Fusarium sp. obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM,
Diamantina, MG. 2014.
ISI de Fusarium sp.
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 70Aa 71Aa 49Bb 32Bc
2-Média 72Aa 71Aa 51Bb 54Ab
3- Grande 79Aa 78Aa 71Aa 56Ab
CV (%) 23,96
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
42
FIGURA 19- Índice de Severidade de Fusarium sp. (média ± desvio padrão) das sementes de girassol em
função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
Pode ser observado na Tabela 21 que o ISI de Aspergillus sp. das sementes de girassol
segue a mesma tendência de redução que a incidência do mesmo fungo (Tabela 17) para o
lote 1 e lote 2, onde a redução é observada a partir dos 60 minutos de ozonização. Já para o
lote 3 a redução do ISI Aspergillus sp. pode ser visto desde o tempo de ozonização de 20
minutos.
Todos os lotes pertencem ao mesmo grupo de dados tanto para o tempo controle
quanto para os demais tempos de tratamento.
43
TABELA 21. Resultados do índice de severidade de infestação (ISI) de Aspergillus sp. obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM,
Diamantina, MG. 2014.
ISI de Aspergillus sp.
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 34Aa 31Aa 11Ab 17Ab
2-Média 29Aa 29Aa 11Ab 9Ab
3- Grande 33Aa 25Ab 13Ac 12Ac
CV (%) 33,18
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
Na Figura 20 observa-se uma tendência de decréscimo do índice de severidade de
infestação do fungo Aspergillus sp. nas sementes de girassol com o aumento do tempo de
exposição das sementes ao ozônio.
FIGURA 20- Índice de Severidade de Aspergillus sp. (média ± desvio padrão) das sementes de girassol
em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
44
Os resultados do ISI de Penicillium sp. encontrados nas sementes de girassol (Tabela
22, Figura 21) também seguem a mesma tendência dos dados de incidência (Tabela 18, Figura
17) para o mesmo fungo, onde houve uma redução do ISI a partir dos 20 minutos para os lotes
1 e 3, já para o lote 2 a redução foi observada a partir dos 60 minutos de ozonização.
TABELA 22. Resultados do índice de severidade de infestação (ISI) de Penicillium sp. obtidos dos três lotes de
sementes de girassol da cultivar Embrapa 122 nos diferentes tempos (minutos) de ozonização. UFVJM,
Diamantina, MG. 2014.
ISI de Penicillium sp.
Lotes Tempo de ozonização (minutos)
0 20 60 120
1-Pequena 26Aa 21Ab 8Ac 7Ac
2-Média 19Ba 18Aa 10Ab 8Ab
3- Grande 26Aa 20Ab 11Ac 5Ad
CV (%) 30,63
Médias seguidas da mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste
de agrupamento de Scott e Knott (1974), a 5% de probabilidade.
FIGURA 21- Índice de Severidade de Penicillium sp. (média ± desvio padrão) das sementes de girassol
em função dos tempos (minutos) de ozonização para os três lotes da cultivar Embrapa 122.
45
A presença dos fungos Aspergillus sp. e Penicillium sp., muito comuns em
sementes (Gomes, 2008a), está fortemente associado ao fato de não se ter realizado
nenhum tipo de pré tratamento nas sementes de girassol. Estes fungos apesar de não
serem os principais fitopatógenos causadores de doenças no girassol, são importantes
fungos de armazenamento (WETZEL, 1987).
Segundo Gomes et al. (2008b) o grau de severidade das doenças fúngicas varia de
acordo com os genótipos de girassol e há cultivares provavelmente mais suscetíveis e
tolerantes a essas infecções do que outros.
A ozonização de 20 minutos e 60 minutos não causou efeito negativo sobre a
viabilidade e vigor das sementes e promoveu redução de incidência e severidade de todos os
patógenos nas sementes de girassol da cultivar Embrapa 122. Esses resultados indicam
potencial do ozônio como sanitizante para sementes.
46
5 CONCLUSÃO
O tratamento de sementes de girassol, cultivar Embrapa 122 com ozônio na
concentração de 1741 ppmv (0,24 g/h), por 60 minutos, reduz a população fúngica de
Alternaria sp., Fusarium sp., Aspergillus sp. e Penicillium sp sem afetar o seu potencial
fisiológico.
47
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