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ÍNDICE PG.
1. O PLANO DIRETOR. ................................................... 04
1.1. Aspectos Gerais .............................................................. 05
1.2. Processo Histórico .......................................................... 08
1.3. Instrumentalização Legal ................................................ 09
2. A METODOLOGIA ...................................................... 10
2.1. Leitura Comunitária ........................................................ 11
2.2. Leitura Técnica ................................................................ 12
3. LEITURA TÉCNICA ................................................. 15
3.1. O Sitio Natural ............................................................... 16
3.2. Evolução Urbana ........................................................... 16
3.3. Macrozoneamento Municipal ........................................ 28
3.4. Perfil Sócio-Econômico ................................................. 39
3.5. Leitura de Campo .......................................................... 49
4. LEITURA COMUNITÁRIA ...................................... 58
4.1. Relação de Reuniões ...................................................... 59
4.2. Temas Abordados .......................................................... 60
5. PROPOSTAS E LEI DO PLANO DIRETOR ............ 105
6. RELAÇÃO DAS EQUIPES TÉCNICAS .................... 157
6.1. Equipe Técnica Prefeitura Municipal ............................. 158
6.2. Comitê Gestor ................................................................ 159
6.3. Grupo Executivo ............................................................ 159
6.4. Equipe Técnica da PLANUM – Planejamento e
Consultoria Urbana ........................................................
159
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1. O PLANO DIRETOR
1.1. Aspectos Gerais
O Plano Diretor é o instrumento básico da política de
desenvolvimento, devendo ser o referencial de orientação para
os agentes públicos e privados.
Desta forma, consideram-se os seguintes princípios básicos,
que devem nortear as ações de planejamento, intervenção e
gestão do espaço municipal:
O Poder Público Executivo, Legislativo e Judiciário,
devem assegurar a todos os cidadãos o direito de
acesso e utilização do espaço urbano e rural,
entendido como, direito à moradia, serviços e infra-
estrutura básica, consagrados pela Constituição
Federal, através da ocupação justa e racional do solo
do Município;
Garantir a participação da comunidade e da
sociedade civil na elaboração, implantação e gestão
do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal -
PDDM, com vistas à sua transparência e
exeqüibilidade;
Considerar que o processo de planejamento,
intervenção e normatização das ações referentes aos
espaços urbanos e rurais constituam tarefa
permanente, democrática, e flexível ao dinamismo
do desenvolvimento;
Viabilizar a participação do setor privado na
elaboração e implementação do plano, enquanto
agente da construção do espaço urbano e rural, em
parceria com o Poder Público;
Propiciar que o desenvolvimento econômico,
socialmente justo e ecologicamente equilibrado de
seu território, ocorra de forma a assegurar o bem-
estar de seus habitantes;
Respeitar e defender as especificidades locais através
da identificação das referências urbanas e
valorização dos espaços públicos a fim de preservar
a memória cultural do lugar e a proteção ambiental
com vistas à melhoria da qualidade de vida dos
cidadãos;
Considerar que os espaços urbanos e rurais detêm a
história do tempo e devem ser resguardadas suas
referências e tradições como registros indeléveis do
sítio.
O objetivo do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal,
sob a ótica da Constituição Federal e em particular do Estatuto
da Cidade é orientar, o pleno desenvolvimento da função
social da cidade, entendida como o atendimento ao direito de
acesso do cidadão:
À moradia;
6
Ao transporte;
Aos serviços e equipamentos urbanos (saneamento
básico, energia elétrica, iluminação pública,
arborização de vias, saúde, assistência social,
segurança, educação, cultura, lazer e recreação);
À preservação, proteção e recuperação dos
patrimônios ambiental, arquitetônico e cultural da
cidade.
Para cumprir este objetivo o PDDM precisa estabelecer antes
de qualquer coisa o conjunto de estratégias e de táticas a elas
associadas, que sejam capazes de assegurar os resultados
pretendidos, devendo tanto umas como as outras representar
decisões políticas capazes de condicionar as decisões técnicas
que delas decorrerão.
As políticas e suas respectivas ações, programas e projetos
devem ser usadas para atingir o objetivo do Plano Diretor de
Desenvolvimento Municipal, devendo para tal:
Estabelecer um sistema integrado de planejamento
territorial, social, econômico e ambiental,
definindo os instrumentos que forem julgados
necessários à atuação convergente dos setores
público e privado no que diga respeito ao
desenvolvimento urbano e rural.
Medidas de planejamento e gestão devem ser
adotadas de modo a dar suporte a este sistema,
buscando:
Articular a atuação dos setores público e
privado, através de uma clara definição da
função social da propriedade imobiliária urbana
e rural, estabelecendo-se as exigências para
atendê-la;
Criar instrumentos capazes de integrar na
administração municipal os agentes setoriais de
planejamento e os de execução;
Assegurar a participação da sociedade civil
tanto no processo de planejamento como na
implementação, avaliação e revisão dos planos
e projetos;
Promover e incentivar o turismo como fator de
desenvolvimento econômico e social,
valorizando os patrimônios cultural e natural,
urbanos e rurais;
Ordenar a implantação residencial e de
atividades econômicas de acordo com a
vocação das áreas consideradas, sendo
fundamental examinar, no caso das indústrias, o
seu potencial poluidor.
Orientar a expansão da mancha urbana de acordo
com as tendências de desenvolvimento econômico
7
do município e o respeito às suas tradições e
vocações, compatibilizando o uso e ocupação do
solo com a proteção ao meio ambiente natural e
construído.
A esta política devem ser associadas ações e
medidas de planejamento e administração,
buscando:
Criar instrumentos para compatibilizar o uso e
a ocupação do solo com a proteção do meio
ambiente natural e construído;
Reprimir as ações especulativas, propiciando
melhores condições de acesso a terra,
habitação, transportes, equipamentos públicos
e serviços urbanos à população;
Evitar a ociosidade ou a saturação dos serviços
e equipamentos de uso coletivo instalados ou
que venham a ser instalados;
Programar o uso e ocupação do solo urbano,
levando em conta tanto a situação real de
demanda como as necessidades e
características técnicas e de custo dos serviços
ou equipamentos que serão introduzidos na
área considerada;
Proporcionar uma permanente melhora da
qualidade ambiental através do controle do uso
dos recursos naturais, da recuperação das áreas
deterioradas e da preservação dos patrimônios
natural e paisagístico.
Garantir acessibilidade satisfatória à população
urbana e rural a todos os serviços e infra-estruturas
postos à sua disposição, mantendo ou reduzindo ao
mesmo tempo os índices prevalecentes de poluição
ambiental.
Devem ser associadas a esta política ações e
medidas de planejamento e administração,
buscando:
Estabelecer as mais eficientes alternativas de
transporte interno e externo ao Município que
assegurem acessibilidade satisfatória urbana e
rural;
Privilegiar o transporte coletivo sobre o
individual sempre que a alternativa esteja
colocada;
Minimizar os deslocamentos entre as
residências e as demais atividades através de
uma criteriosa distribuição espacial dessas
atividades.
Promover a distribuição dos serviços públicos e
dos equipamentos urbanos de uma forma
socialmente justa e espacialmente equilibrada.
8
A esta política devem ser associadas ações e
medidas de planejamento e administração,
buscando:
Garantir uma reserva suficiente de terras
públicas municipais, adequadas à implantação
dos serviços e equipamentos considerados;
Identicamente no que diz respeito a áreas verdes
e programas habitacionais;
Viabilizar a dotação de infra-estruturas e
serviços, bem como a regularização fundiária
das áreas ocupadas por populações de baixa
renda.
Devem ser associadas a esta política ações e
medidas de planejamento e administração,
buscando:
Assegurar a implantação e manutenção dos
meios mais eficientes de transporte de pessoas,
mercadorias e informações entre o município e
as comunidades externas ao seu território.
Criar os instrumentos adequados para
estabelecer uma integração íntima com essas
outras instâncias jurisdicionais e institucionais.
1.2. Processo Histórico
Os primeiros poceiros, Cassimiro e Domingos Lana,
procedentes de Mariana fundaram, em 1837, a atual sede do
município de Raul Soares, entre os dois Rios Matipó e
Santana.
Em meados de 1841, estas terras foram adquiridas por
Francisco Alves do Vale, sendo que seus herdeiros doaram
parte delas para a construção da igreja consagrada a São
Sebastião, onde desenvolveu o centro urbano de São Sebastião
do Entre Rios.
A cidade de Raul Soares criada em 03 de Fevereiro de 1903,
pela lei nº 146, quando distrito de Ponte Nova, denominava-se
São Sebastião de Entre Rios, por localizar-se entre os Rios
Matipó, Santana e Ribeirão Vermelho.
Aos 20 de Janeiro de 1924 instalou-se como Município, tendo
alterado sua toponímia em 19 de Janeiro do mesmo ano em
homenagem ao Governador do Estado, Dr. Raul Soares, pela
lei Estadual nº 862.
Em 19 de setembro de 1925, foi elevada a categoria de cidade
e pela Lei 893 em 12 de abril de 1936, elevada a comarca.
A agricultura e agropecuária constituíram por muitos anos a
base econômica do Município.
Em 1916 chegaram os trilhos da Leopoldina Railway, ligando
Ponte Nova a Caratinga, que hoje se encontram desativados.
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A cidade de Raul Soares teve sua primeira estação hidrelétrica,
instalada em 05 de maio de 1933, no Rio Matipó e desativada,
quando da instalação da subestação da CEMIG em 25 de julho
de 1977.
1.3. Instrumentalização Legal
O Estatuto da Cidade, Lei 10.257 de 10 de julho de 2001,
regulamentou os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de
1988, estabelecendo procedimentos para a elaboração de
Planos Diretores, com especial ênfase no processo
participativo e nos instrumento de indução do
desenvolvimento urbano, aí considerados aqueles de natureza
urbanística, jurídica e fundiária, tributária e de gestão da
cidade.
11
2. A METODOLOGIA
O Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal, como
instrumento básico de política, destinado a garantir o pleno
atendimento das funções sociais da cidade e da propriedade
deve ser pactuado coletivamente pelas três esferas do Poder
Público - Executivo, Legislativo e Judiciário, envolvendo
também a sociedade civil organizada e a população em geral.
Ao estabelecer este princípio, o Estatuto da Cidade determina
que a condição essencial para o sucesso do Plano Diretor é a
participação comunitária.
A metodologia difundida pelo Ministério das Cidades enfatiza
que o próprio município deve assumir a coordenação dos
trabalhos, nomeando um Grupo Executivo ou Equipe Interna,
para realização dos trabalhos e um Grupo Gestor que
acompanhará todo o processo, com o suporte de consultoria
técnica.
Metodologicamente, para atender a estes objetivos, os
trabalhos envolvendo o diagnóstico foram agrupados segundo
as seguintes etapas:
Preparação do Processo;
Leitura da Realidade do Município;
Proposta de Anteprojeto de Lei.
Essas etapas compuseram as ações desenvolvidas com vistas,
de um lado a capacitar os componentes da Equipe Interna da
Prefeitura a realizarem a condução das oficinas de Leitura
Comunitária e de outro a execução da Leitura Técnica, que
uma vez consolidadas compuseram a Leitura da Realidade do
Município, possibilitando a formulação e pactuação de
propostas.
O primeiro passo foi a constituição e capacitação da equipe
interna oriunda da administração municipal, para conduzir o
processo articulado com o Poder Legislativo, o Ministério
Público e a Sociedade Civil.
A equipe interna, por sua vez, constituiu equipes de monitores
locais, coordenados por um Supervisor de Oficinas,
subordinado à Coordenação Geral do Plano Diretor,
devidamente capacitado pela consultoria.
A equipe de Monitores foi formada por funcionários da
municipalidade afetos ao trato das questões urbanísticas e
ambientais bem como ao atendimento ao público, oriundos dos
setores de planejamento, de obras, da educação e da saúde.
O número de oficinas foi dimensionado pela Coordenação
Executiva do Plano Diretor, de acordo com critérios
geográficos e de acordo com as centralidades identificadas no
município, na área urbana e rural, de forma a permitir a efetiva
participação de toda a população. O objetivo foi criar
condições para que toda a população comparecesse, se assim o
desejasse.
2.1. Leitura Comunitária
Na abertura geral do evento, o Supervisor fazia uma rápida
saudação, motivando os participantes. Em seguida, ele ou um
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dos monitores esclarecia os conceitos referentes aos temas, que
iriam ser debatidos, em linguagem acessível ao público
específico, falava sobre a metodologia do trabalho, solicitando
o deslocamento dos participantes para as salas ou espaços
reservados para os grupos temáticos, acompanhando o monitor
de cada tema, conforme a cor de seu crachá (etiqueta
autocolante). A distribuição era propositalmente aleatória com
o objetivo de propiciar que todos se manifestassem livremente,
sem se sentirem coagidos ou manipulados por acompanhantes.
O Supervisor avaliava a conveniência de subdividir os Grupos
Temáticos: USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-
ESTRUTURA, MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO, E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SOCIAL em
subgrupos, de forma que o número máximo de pessoas em um
grupo nunca fosse maior que 20 pessoas, pois em grupos muito
grandes, as pessoas poderiam sentir-se inibidas para
manifestar-se.
Na Dinâmica de Grupo Temático o monitor se apresentava e
solicitava a apresentação e a origem (bairro, região e/ou
entidade) de cada participante e explicava o objetivo do
trabalho e sua dinâmica, procedendo a eleição do relator que
anotaria todos os pontos levantados, mesmo os não
consensuados.
A discussão visava obter o diagnóstico da cidade sob o ponto
de vista dos moradores, dividido em pontos positivos e
negativos.
Encerrando trabalho de cada sub-grupo, realizava-se a Reunião
Plenária, na sala da apresentação, quando o Supervisor e os
Monitores montavam os painéis temáticos em seqüência,
sendo que um monitor cuidava do tempo, outro das inscrições
para fala, e o terceiro fazia o registro dos novos pontos
consensuados, a partir da opinião do grupo todo.
O Supervisor promovia a discussão para acréscimo de pontos,
positivos ou negativos e ao encerrar a discussão de cada eixo
temático pedia aos participantes que selecionassem os pontos
mais relevantes, tanto positivos quanto negativos (no máximo
3 de cada categoria).
A Equipe Interna da Prefeitura era responsável pelo registro
das Oficinas, por meio de atas simplificadas, lista de presença,
fotos, painéis, relatórios, etc. Estes registros estão sob a
guarda da Prefeitura para comprovar, se necessário, que o
processo de elaboração do Plano Diretor foi participativo.
2.2. Leitura Técnica
O processo de Leitura Técnica do município teve como
objetivo a compreensão das dinâmicas municipais e envolveu
a coleta e compilação de dados e informações de fontes
indiretas, bem como o trabalho de campo para conhecimento
da realidade físico-territorial das áreas ocupadas.
Metodologicamente as áreas ocupadas do município foram
agrupadas em Unidades Espaciais de Análise (UEA),
definidas previamente a partir de agrupamentos dos setores
censitários do IBGE, possibilitando a utilização da base de
dados daquela instituição, particularmente aqueles obtidos no
censo de 2000.
13
Para suporte espacial das análises foram também utilizadas
cartografias em mídia digital existentes na prefeitura, bem
como imagens de satélites e ortofotos.
Na análise de "Potencial de Expansão Urbana" foram
conjugados dados de infra-estrutura (água, esgoto, coleta de
lixo) com Uso do Solo, áreas de preservação ambiental e com
declividades, conforme mostra a figuras 2.1.
Na ponderação da infra-estrutura foi avaliada a distribuição
dos serviços por setor censitário e no Uso do Solo foram
atribuídos notas ou grau de adequabilidade de cada tipo de uso
para a ocupação urbana.
Nas áreas de preservação ambiental todos os itens
considerados de proteção permanente (faixa domínio
hidrografia, cabeceiras, topos de morro, etc) foram
bloqueados, o que significa que eles não são considerados no
potencial, uma vez que são de proteção permanente.
Nas declividades foram dadas notas em função da adequação
para o uso urbano, sendo que no resultado final foram geradas
as seguintes classificações: - declividade de 30 a 47% que
deve receber laudos geotécnicos ou cuidados especiais para a
ocupação.
Assim, em alguns mapas são indicadas áreas de cuidados
especiais, isto porque possuem declividade de 0 a 47% , sendo
que acima disto já foram bloqueadas e consideradas áreas de
preservação permanente.
Os trabalhos de campo foram executados por equipe composta
pela consultoria e por funcionários da municipalidade,
envolvendo a leitura e descrição das Unidades Espaciais de
Análise, considerando-se sua estruturação espacial e sua
organização territorial a partir dos seguintes fatores:
Ocupação do Solo;
Infra-Estrutura;
Atividades Econômicas;
Condições Sociais;
Condições Ambientais.
Após o tratamento dos dados e tabulação das informações
foram realizados as consolidações e o confronto com a base de
dados resultante das Oficinas de Leitura Comunitária,
procedendo-se a elaboração do diagnóstico e formulação de
propostas como descrito nos itens subseqüentes.
16
3. LEITURA TÉCNICA
3.1. O Sítio Natural
O Município de Raul Soares pertence a Mesorregião da zona
da Mata Mineira e está inserido na Micro-bacia do Rio Matipó,
pertencente a Bacia do Rio Doce. Tendo sua posição
geográfica determinada pelas coordenadas geográficas
20º06’15” de latitude sul e 42º27’45” de longitude oeste.
Sua divisão política compreende a sede e cinco distritos que
são: Vermelho Velho, Bicuiba, São Vicente da Estrela, São
Sebastião do Óculo e Santana do Tabuleiro, além de dois
povoados.
Os principais cursos d’água da região são os rios Santana e
Matipó.
A altitude máxima é de 1.092 m (próximo à nascente do
Ribeirão Sacramento) e a mínima de 244 m próximo a Lagoa
Mané Pedro.
As distâncias aos principais centros urbanos e aos seus
municípios são listadas a seguir:
Belo Horizonte ........................................... 219 km
Rio de janeiro ............................................. 470 km
São Paulo .................................................... 780 km
Brasília ....................................................... 930 km
Vitória ......................................................... 345 km
São Pedro dos Ferros ................................... 12 km
Bom Jesus do Galho .................................... 43 km
Caratinga .................................................... 67 km
Rio Casca ..................................................... 32 km
A temperatura média anual é de 21,2oC, com índice médio
pluviométrico anual de 1.861mm.
A infra-estrutura básica de transporte do Município é efetuada
através de ligações rodoviárias, através da MG-329 que
interliga a cidade às rodovias federal BR-262 e BR-116.
A malha ferroviária interliga Raul Soares a grandes centros
urbanos tais como Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,
São Paulo e Vitória.
Em termos percentuais a topografia tem a seguinte
representação:
Plana ................................................................. 30%
Ondulada .......................................................... 30%
Montanhosa ...................................................... 40%
As figuras 3.1. a 3.6. apresentam as características relevantes
do sítio natural.
3.2. Evolução Urbana
Em relação à mancha urbana da cidade, trata-se de uma malha
descontínua, com grande quantidade de glebas e vazios
urbanos se intercalando.
17
Evidentemente os fatores fisiográficos e ambientais não
tiveram um papel secundário na formação de Raul Soares,
como é o caso dos Rios Matipó e Santana.
24
Apenas esses fatores são neutros e, na verdade, pode-se
considerar que são as ações humanas que dirigem a
urbanização da cidade e as condições específicas assumidas
pela mancha urbana, sua forma, evolução e dotação de
serviços públicos. (fig. 3.7. a 3.9.)
Inicialmente, podemos observar que a mancha urbana de Raul
Soares ocupa 5,69km² da área dos distritos censitários do
IBGE considerados urbanos, ou seja, 67,42% da área, o que
deixa desocupados 32,58% do espaço considerado urbano por
aquela instituição.
Isto, porém, não significa que toda a mancha urbana esteja
ocupada e menos ainda que esteja homogeneamente ocupada,
o que fica claro numa análise simples da distribuição da
densidade de uso do solo por setor censitário, realizado por
análise classificatório de ortofotos, como mostra a fig. 3.9.,
onde se constata grosso modo que apenas 1,28 km² possui
ocupação densa (0,92 km²), baixa a média (0,36 km²),
fincando cerca de 7,03 km² de área desocupada dentro deste
perímetro.
Devem ser registrados também os principais fatores antrópicos
agindo diretamente sobre a configuração geral ou a forma da
cidade, pois, como foi dito de início, não restam dúvidas de
que os fatores fisiográficos e ambientais são neutros, devendo
ser atribuída ao homem a única responsabilidade pela evolução
urbana.
Pode-se observar entre esses fatores alguns de ordem
basicamente econômica que, além de serem fundamentais para
a importância regional de Raul Soares, têm orientado também
e claramente a implantação e distribuição da mancha
urbana.Em primeiro lugar ressalta a rodovia MG-329, que
produziu em Raul Soares um exemplo típico de ação da força
de centralização, criando a área central da cidade a partir deste
corredor onde se localizaram os principais usos de comércio e
serviços.
Convém ainda registrar a ferrovia que, além de colocarem
limites claros à expansão urbana em certas direções,
influenciam a modelagem da cidade na medida em que criam
externalidades negativas, ou amenidades atraentes para o
estabelecimento humano ao seu redor. (fig. 3.10 e 3.11.)
Não há dúvida de que esses constrangimentos/atrações foram
criados socialmente, mas se tornaram quase tão determinantes
do desenvolvimento como a fisiografia ou o clima,
constituindo hoje forças de coerção muito importantes para a
evolução morfológica da cidade.
28
3.3. Macrozoneamento Municipal
O objetivo do macrozoneamento é definir o grau de
conveniência ou inconveniência que se considera adequado
para estimular a ocupação e urbanização.
Os critérios utilizados para fixar estes graus levam em conta,
basicamente, aspectos tanto diretos como indiretamente
referentes ao meio ambiente. (fig. 3.10 e 3.11.)
Entre os primeiros estão os aspectos geológicos, topográficos e
pedológicos, bem como a existência de locais que devam ser
preservados por alguma razão específica (área de mananciais,
de preservação da vida silvestre, etc.).
Entre os demais ressalta a possibilidade de fácil instalação de
infra-estrutura, a prioridade concedida a cada local
relativamente a outras alternativas no horizonte temporal do
plano. A estruturação territorial objetiva, assim, a distribuição
das atividades e da população no território constituindo áreas
urbanas e rurais e o sistema de relações entre essas áreas.
Compõe-se da rede hierarquizada de polarizações, da rede
viária de ligações internas e externas e da distribuição de
atividades no território, condicionadas pela base física e pelas
relações sociais, econômicas e culturais.
Considerou-se para macrozoneamento de território municipal
três classes, envolvendo: Zona Rural; Zona Urbana; e Zonas
Urbanas Especiais.
A Zona Rural corresponde às áreas pertencentes ao território
municipal destinadas a esse uso, excluído as áreas pertencentes
ao perímetro urbano e aquelas isoladamente ocupadas por
parcelamento do solo em módulos menores que o permitido
em áreas rurais.
A Zona Urbana corresponde às áreas incluídas no perímetro
urbano do município, ocupadas pelos usos urbanos ou
comprometidas com esses usos em função dos processos de
ocupação do solo instalados no município, assim como aquelas
isoladamente ocupadas por parcelamento do solo em módulos
menores que o permitido em áreas rurais.
As Zonas Urbanas Especiais correspondem às áreas com
características urbanas localizadas distantes da mancha urbana
do distrito sede.
As propriedades cortadas pelo limite do perímetro urbano
foram consideradas urbanas no caso em que a parcela
remanescente na zona rural fosse inferior ao módulo mínimo
de parcelamento admitido pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
31
3.3.1. Macrozoneamento Rural
A Zona Rural corresponde às áreas existentes entre o
perímetro urbano e o limite municipal, tendo sido considerado
para fins de zoneamento deste território as seguintes zonas:
Zona de Proteção Ambiental, ZAP, que compreende as
áreas ocupadas por Reservas Particulares de Proteção
da Natureza - RPPN, Reservas Legais averbadas e
remanescentes florestais significativos, onde é
prioritária a adoção de políticas para recuperar as matas
ciliares e induzir a conectividade por meio de
corredores ecológicos;
Zona Especial de Mineração, ZEM, que compreende as
áreas onde existam concessões para extração de lavra,
devendo ser adotados critérios para a exploração,
fiscalização, monitoramento, compensações ambientais
e recuperação de áreas degradadas após o encerramento
das atividades mineradoras, de acordo com
licenciamento ambiental;
Zona de Atividades Rurais, ZAR, que compreende as
demais áreas inseridas na Zona Rural, onde é permitida
atividade de extrativismo vegetal, lazer, de turismo, de
agropecuárias e agro-industriais.
3.3.2. Macrozoneamento Urbano
A Zona Urbana corresponde ao espaço delimitado pelo
perímetro urbano, onde já existe ou será permitida a instalação
de usos urbanos ou comprometidos com o meio urbano, onde
são permitidos o uso residencial e usos diversificados
compatíveis com o uso residencial, que não causem impactos
negativos urbanísticos ou ambientais, nem riscos à segurança
da população, ou cujos impactos potenciais sobre a estrutura
urbana ou sobre o meio ambiente sejam pouco significativos e
controláveis através de medidas mitigadoras de fácil aplicação.
A ocupação e o uso do solo na Zona Urbana de Raul Soares
foram estabelecidos pela definição e delimitação de zonas,
considerando-se a disponibilidade de infra-estrutura, no
município, a capacidade de adensamento e o grau de incômodo
e poluição ao ambiente urbano. (fig. 3.12 a 3.17)
Para fins de zoneamento do território do Distrito Sede
considerou-se as seguintes zonas:
Zona Mista, ZMI, que corresponde às áreas urbanas
onde predomina a ocupação residencial, sendo possível
instalação de usos comerciais e de serviços de
atendimento local, compatíveis com o uso residencial;
Zona Mista Adensada, ZMA, que corresponde às áreas
do centro tradicional da cidade e eixos onde se expande
e se consolida o comércio e as atividades de prestação
de serviços de atendimento geral, com ocupação
caracterizada por usos múltiplos como residências,
comércio, serviços e uso institucional, sendo possível a
instalação de usos comerciais e de serviços de
atendimento local e geral, desde que sejam
internalizados aos próprios terrenos os efeitos causados
ao funcionamento do sistema viário, pela
38
atratividade de pessoas ou demanda de área de
estacionamento e pela necessidade de movimentação de
veículos para carga e descarga, condicionando-se o alvará
de funcionamento à aprovação pelo município do
respectivo Relatório de Impacto na Circulação - RIC;
Zona de Adensamento Restrito, ZAR, que corresponde
às áreas de ocupação urbana não consolidadas
pertencentes à Zona Urbana, às áreas de ocupação
rarefeita e sem o suporte da infra-estrutura básica ou da
possibilidade de sua implantação em curto ou médio
prazo, às áreas, de condições topográficas,
hidrográficas e geológicas desfavoráveis e/ou onde
foram identificados os principais canais de ventilação,
implicando em restrições da ocupação e uso do solo;
Zona de Adensamento Controlado, ZAC, que
compreende as áreas onde o adensamento deva ser
desestimulado.
Zona Especial de Adensamento, ZEA, que corresponde
às áreas aptas à ocupação residencial de baixa
densidade, abrangendo parcelamentos do tipo chácaras
e vazios que se encontram dentro do perímetro urbano.
Zona de Atividades Econômicas, ZAE, que
corresponde às áreas consideradas adequadas ao
predomínio dos usos comerciais e de serviços de maior
porte e de maior conflito com usos residenciais, pela
atratividade de pessoas ou demanda de área de
estacionamento e pela necessidade de movimentação
de veículos para carga e descarga, desde que sejam
internalizados aos próprios terrenos os efeitos causados
ao funcionamento do sistema viário e seja cumprida a
legislação ambiental condicionando-se o alvará de
funcionamento à aprovação pelo município do
respectivo Relatório de Impacto na Circulação - RIC;
Zona de Empreendimentos de Porte, ZEP, que
corresponde às áreas já ocupadas pelo uso industrial e
aquelas que apresentam boas condições de
acessibilidade e oferta de infra-estrutura, efetiva ou
potencial, adequadas aos usos econômicos e industriais
diversificados, desde que sejam minimizados os
impactos sociais e aqueles causados ao meio ambiente
e sejam internalizados aos empreendimentos os efeitos
causados ao funcionamento do sistema viário, pela
atratividade de pessoas ou demanda de área de
estacionamento e pela necessidade de movimentação
de veículos para carga e descarga, condicionando-se o
alvará de funcionamento à aprovação pelo município
do respectivo Relatório de Impacto na Circulação -
RIC;
Zona de Expansão Urbana, ZEU, que corresponde às
áreas ainda vazias dentro do perímetro urbano propício
à ocupação, pelas condições do sítio natural e
possibilidade de instalação de infra-estrutura,
respeitando-se as restrições previstas na legislação de
parcelamento, uso e ocupação do solo e no Código
Florestal.
39
3.3.3 Áreas de Interesse Especial
Foram estabelecidas as seguintes Áreas de Interesse Especial -
AIE, cujas diretrizes prevalecerão sobre as diretrizes do
macrozoneamento:
Áreas de Interesse Social - AIS, que correspondem às
áreas destinadas à manutenção e/ou à instalação de
moradias de interesse social, compreendendo três
categorias:
AIS I: áreas ocupadas irregularmente por população
carente;
AIS II: loteamentos irregulares ou clandestinos
habitados por população de baixa renda;
AIS III: áreas destinadas à instalação de
parcelamentos ou ocupação de interesse social;
Áreas de Interesse Urbanístico - AIU, que
correspondem às áreas destinadas a intervenções
específicas, visando a melhoria da estruturação urbana
municipal, possibilitando sua requalificação,
revitalização e dinamização;
Áreas de Interesse Ambiental - AIA, que correspondem
às áreas necessárias à proteção de recursos naturais ou
paisagísticos, necessárias à preservação de mananciais
ou à proteção do solo, flora e fauna e de monumentos
naturais e paisagísticos;
Áreas de Interesse Cultural - AIC, que correspondem
às áreas comprometidas com a preservação da cultura e
história do município e de seus habitantes, exigindo a
adoção de medidas e parâmetros destinados a sua
preservação.
3.4. Perfil Sócio-econômico
3.4.1. Demografia
No período 1991-2000, a população de Raul Soares teve uma
taxa média de crescimento anual negativa, passando de 25.663
em 1991 para 24.287 em 2000.
A taxa de urbanização cresceu 19,26%, passando de 49,37%
em 1991 para 58,88% em 2000.
40
Em 2000, a população do município representava 0,14% da
população do Estado, e 0,01% da população do País.
Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade,
1991 e 2000. 1991 2000
Mortalidade até 1 ano de idade (por
1000 nascidos vivos)
30,1 29,2
Esperança de vida ao nascer (anos) 67,8 69,8
Taxa de Fecundidade Total (filhos
por mulher)
2,9 2,2
No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do
município diminuiu 3,15%, passando de 30,15 (por mil
nascidos vivos) em 1991 para 29,20 (por mil nascidos vivos)
em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 2,07 anos,
passando de 67,76 anos em 1991 para 69,83 anos em 2000.
3.4.2. Educação
Nível Educacional da População Jovem, 1991 e 2000 Faixa
Etária
(anos)
Taxa de
Analfabetismo
% com menos
de 4 anos de
estudo
% com menos
de 8 anos de
estudo
% freqüentando
a escola
1991 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000
7 a 10 19,6 9,1 - - - - 78,6 94,0
10 a 14 7,2 3,5 59,9 43,3 - - 77,7 93,4
15 a 17 10,7 2,8 41,5 9,5 86,0 69,4 43,8 69,2
18 a 24 11,8 4,8 32,0 21,2 75,6 57,5 - -
Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais),
1991 e 2000 1991 2000
Taxa de analfabetismo 30,1 21,6
% com menos de 4anos de
estudo
60,7 48,8
% com menos de 8 anos de
estudo
87,4 80,2
Média de anos de estudo 3,3 4,1
3.4.3. Renda
Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000
1991 2000
Renda per capita Média (R$
de 2000) 91,5 185,9
Proporção de Pobres (%) 66,9 41,7
Índice de GINI 0,58 0,62
A renda per capita média do município cresceu 103,6%,
passando de R$ 91,53 em 1991 para R$ 185,86 em 2000. A
pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda
domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade
do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu
37,66%, passando de 66,9% em 1991 para 41,7 em 2000. A
41
desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,58 em
1991 para 0,62 em 2000.
3.4.4. Habitação
Acesso a Serviços Básicos, 1991 e 2000 1991 2000
Água encanada 62,8 90,2
Energia Elétrica 69,3 92,6
Coleta de Lixo (somente
domicílios urbanos)
64,1 91,6
3.4.5. Desenvolvimento Humano
1991 2000
Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal
0,638 0,729
Educação 0,673 0,795
Longevidade 0,713 0,774
Renda 0,527 0,645
Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDH-M) de Raul Soares 0,729. Segundo a classificação do
PNUD, o município está entre as regiões consideradas de
médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8).
Em relação aos outros municípios do Brasil, Raul Soares
apresenta uma situação intermediária, ocupando a 2.442ª
posição, e 146ª posição em relação aos municípios do Estado.
No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDH-M) de Raul Soares cresceu 41,26%, passando
de 0,638 em 1991 para 0,729 em 2000. A dimensão que mais
contribuiu para este crescimento foi a educação, com 44,5%,
seguida pela Renda, com 43,1%, e pela Longevidade, com
12,4%.
As figuras 3.18. a 3.21. mostram os aspectos demográficos do
município considerados de maior relevância para as análises.
Os aspectos relativos à renda são mostrados na figura 3.22.
As figuras 3.23 e 3.24. apresenta aspectos relativos a
educação.
49
3.5. A Leitura de Campo
A caracterização das Unidades Espaciais de Análise (UEA) foi
desenvolvida com base nas informações coletadas em trabalho
de campo realizado nos dias 07 e 08 de agosto de 2006, no
município de Raul Soares. O levantamento e a visita in loco
foram realizados com o acompanhamento do Secretário de
Agricultura do município, que contribuiu fornecendo
informações e dados necessários.
3.5.1. Características Gerais
O município de Raul Soares está localizado na Zona da Mata
Mineira, na região leste do Estado. Possui uma área de 765,89
km2 e limita-se com os municípios de São Pedro dos Ferros,
Abre-Campo, Caputira, Vermelho Novo, Santa Bárbara do
Leste, Caratinga, Bom Jesus do Galho e Córrego Novo.
Está a uma distância de aproximadamente 220 km de Belo
Horizonte e o acesso à cidade se faz pelas rodovias BR-381,
BR-262 e MG-329. Esta última atravessa o perímetro urbano
da cidade e dá acesso a vários de seus distritos.
Raul Soares possui seis distritos: Bicuíba, Santana do
Tabuleiro, São Vicente da Estrela, São Sebastião do Óculo e
Vermelho Velho.
O município possui uma população de 23.702 habitantes,
segundo dados estimados do IBGE para o ano de 2006. A
maior parte desta população está atuando no setor primário da
economia, de acordo com a tradição agropecuária do
município, voltada principalmente para as atividades de
criação de gado leiteiro e cultivo de café. Atualmente verifica-
se o incentivo à plantação de seringueiras para extração da
borracha.
Além da agropecuária, as atividades comerciais e de prestação
de serviços, sobretudo na área de educação e saúde, também
são importantes para a economia do município devido às
demandas regionais, visto que Raul Soares é uma das maiores
cidades da Microrregião em que se insere.
No município ainda se localizam algumas poucas indústrias
que se encontram dispersas pelo sítio urbano, empregando
cerca de 1500 funcionários.
Raul Soares abrange, em seu perímetro urbano municipal, os
rios Matipó e Santana, ambos contribuintes da Bacia do Rio
Doce. A cidade se desenvolveu a partir das planícies fluviais
destes dois rios, pois o relevo colinoso que a cerca limitou sua
expansão em outras direções.
Ambos os rios representam recursos hídricos de grande
importância, utilizados para o abastecimento de água e como
destinação final do esgotamento sanitário.
A vegetação nativa da região - transição entre a Mata Atlântica
e A Floresta Estacional Semi-Decidual - já foi praticamente
toda devastada pelas atividades agropecuárias.
O relevo do município é marcado por altitudes médias em
torno de 300 metros e por uma sucessão de ondulações na
50
forma de morros e colinas com declividades pronunciadas e
quase sempre desprovidas de vegetação arbórea.
A sede de Raul Soares está a 239 metros de altitude e o ponto
de maior altitude está a 1092 metros, próximo à nascente do
Ribeirão Sacramento.
Pode-se dizer, portanto, que boa parte da cidade de Raul
Soares possui desníveis topográficos acentuados.
Tal característica, associada a um índice médio pluviométrico
anual de 1.860 mm e à falta de cuidados na conservação dos
solos, é responsável pelo desencadeamento de processos
erosivos nas vertentes.
Ressalta-se a má conservação dos solos de toda a região, em
virtude de uma tradição agropecuária rudimentar e pouco
preocupada em obedecer a técnicas de preservação e
conservação do solo e recursos hídricos.
Em termos de legislação urbanística, a cidade possui Lei
Orgânica e Código de Obras, utilizando também as leis
estaduais e federais vigentes para regulamentar ou aprovar
loteamentos.
A cidade não dispõe de leis complementares como a Lei de
Parcelamento do Solo Urbano, Lei de Uso e Ocupação do Solo
Urbano e outras.
Não há, portanto, um zoneamento para a cidade definindo os
usos (residencial, comercial, industrial, institucional) possíveis
em cada área, verificando-se usos e ocupações diversificados
nos bairros.
No entanto, há uma predominância do uso comercial no centro
da cidade, e os demais bairros são basicamente residenciais,
sendo que alguns deles apresentam algum comércio local
(mercearias, vendas, bares e outros).
De acordo com funcionários da prefeitura, a maior parte dos
moradores constrói suas edificações sem licença da prefeitura
e somente a procuram para pedir a expedição do “Habite-se”.
Quase todos os loteamentos da cidade são antigos e
encontram-se regularizados na Prefeitura. A densidade
demográfica do município é em torno de 30 hab/km2, sendo
que há maior concentração populacional na área central da
cidade, que está praticamente toda ocupada.
A tipologia arquitetônica e o tamanho médio dos lotes da
cidade seguem um mesmo molde (200m² - 10m de frente x
20m de comprimento). As edificações da cidade são muito
semelhantes entre si, seguindo um padrão de ocupação
médio/baixo, com casas de, no máximo, dois pavimentos.
Muitas residências, sobretudo as mais antigas, não apresentam
afastamento lateral e possuem aberturas voltadas diretamente
para a rua.
Não se verificou uma distinção visível entre bairros de classe
alta e baixa. As residências de um melhor padrão construtivo
estão localizadas, em sua maioria, no centro da cidade e nos
bairros Jardim e Vila Belchior.
51
Também foram identificadas, sobretudo na área central da
cidade, algumas poucas edificações de no máximo quatro
pavimentos, cujo primeiro pavimento, na maioria das vezes, é
usado para o uso comercial.
Raul Soares é, portanto, uma cidade horizontalizada, pois o
gabarito máximo da cidade é de quatro pavimentos.
Observou-se a existência de algumas áreas de invasão nas
várzeas dos córregos e rios que cortam a cidade, o que gera
transtornos e riscos graves à população quando do
transbordamento do leito que ocorre naturalmente na época
das chuvas.
Todos os bairros mais próximos às margens dos rios sofrem
com as enchentes no verão, inclusive os bairros centrais.
Existe, em menor proporção, alguns lotes que, devido aos
cortes verticais feitos nas vertentes para o aproveitamento de
maior área na construção das casas, tornam-se áreas de risco,
principalmente na época das chuvas, quando a saturação do
solo pela água pode ocasionar deslizamentos de terra.
Observa-se a tendência de desenvolvimento ao longo da
rodovia MG-329, que corta a cidade e dá acesso aos distritos
de Raul Soares.
Nesta rodovia se concentram também algumas áreas
comerciais e institucionais, sendo que na região entre o centro,
o bairro Santana e o bairro Vila Progresso estão localizados o
Parque de Exposições da cidade, a Associação Clube de Raul
Soares, a APAE, Polícia Militar, Posto de Saúde, Ginásio
Poliesportivo, Escola Pública Municipal de segundo grau,
concessionária de veículos, Escola Técnica de Informática e a
única Faculdade da cidade, que oferece três cursos superiores.
Em relação aos aspectos infra-estruturais, o abastecimento de
água é feito pela própria Prefeitura por meio do SAAE
(Serviço Autônomo de Água e Esgotos) e todo o esgoto
doméstico e demais tipos de efluentes são lançados in natura
diretamente nos rios, sem tratamento prévio.
A concessionária de energia elétrica é a CEMIG e o serviço de
telefonia é prestado pela TELEMAR, ambas empresas
atendendo toda a cidade e as sedes dos distritos. Raul Soares
também conta com a prestação de serviços de órgãos estaduais
e federais localizados nos municípios vizinhos, como a
EMATER em Viçosa, o IBGE em Rio Casca, entre outros.
A coleta de lixo é feita pelo menos uma vez por semana nos
distritos e mais freqüentemente na sede. O lixo é encaminhado
para o lixão da cidade, às margens da MG-329, onde
normalmente é queimado a céu aberto.
Segundo funcionários da prefeitura, o lixão recebe, em média,
dois caminhões de lixo por dia. Existe um projeto para a
construção de uma Usina de Reciclagem em área próxima ao
lixão, que deverá ser desativado em decorrência da sobrecarga
do mesmo e da inadequação dessa forma de destinação final de
resíduos.
Os distritos possuem abastecimento de água e também lançam
seus efluentes nos corpos d’água locais. Em meio à iniciativa
do programa federal “Luz para Todos”, muitas fazendas na
52
área rural vêm recebendo luz elétrica por meio do atendimento
da CEMIG.
Quase todas as vias de circulação da área central são calçadas,
mas nos bairros periféricos existem algumas ruas de terra e
sem passeios. Ressalta-se que a MG-329, ao longo da qual
começam a se desenvolver alguns bairros (Bom Pastor, Major
Nestor, Morro das Pedras), não possui acostamento, nem via
marginal.
Em Raul Soares existe um número significativo de pontes
estreitas que, em alguns casos, são as únicas ligações entre
alguns bairros da cidade. Além disso, o número de bocas de
lobo espalhadas pela cidade é pequeno, sendo que em bairros
que sofrem com os efeitos do transbordamento dos rios as
bocas de lobo são inexistentes.
Com relação à infra-estrutura social, existe uma escola
particular na sede, além de escolas públicas tanto na cidade
quando nos distritos.
O município possui um Hospital, Postos de Saúde e Postos do
PSF (Programa de Saúde da Família), mas alguns postos não
estão funcionando, pois não são disponibilizados médicos
suficientes para o atendimento. Existem também algumas
clínicas particulares.
Para o lazer e prática de esportes há o Ginásio Esportivo, já
mencionado, e clubes.
Nos últimos anos, a Serra do Boachá, situada a 5 km da cidade
de Raul Soares, tornou-se local de encontro de esportistas, que
elegeram o local como um dos melhores pontos de vôo livre de
Minas Gerais, realizando ali campeonatos dessa modalidade
esportiva.
3.5.2. Características Físico-Territoriais: Descrição das
UEAs
UEA 1 - CENTRO
O centro de Raul Soares é a área mais antiga da sede e também
a mais adensada, sendo ocupada tanto para o uso comercial
quanto para o residencial. A maior parte do comércio se
concentra próximo às praças centrais, onde estão a antiga
Estação Ferroviária, a Rodoviária, a Igreja Matriz e o SAAE.
Nesta área estão localizados os dois únicos hotéis da cidade,
além de bancos, correio, drogarias, restaurantes e outros
comércios.
A maior parte das ruas do centro são calçadas, sendo que, em
torno das praças centrais, elas são mais largas. Os lotes
possuem em média 200 m² e há algumas residências antigas,
cujas fachadas ainda estão preservadas. Nem todas as casas
possuem afastamento lateral, mas o alinhamento frontal
(passeio) é respeitado na maioria dos lotes.
As edificações variam entre um e dois pavimentos, com portas
e janelas voltadas para a rua. São, em sua maioria, casas de
padrão médio/baixo, excetuando-se poucas casas maiores e de
melhor padrão. Existem também algumas edificações de
quatro pavimentos, sendo o primeiro destinado ao uso
53
comercial. Na parte mais alta do centro, o padrão residencial é
um pouco inferior em relação ao restante do centro.
UEA 2 – VILA PARENTE, BOM JESUS, VILA
MANGUEIRA
Localizados ao longo do Rio Matipó e do córrego Raul Soares,
estes bairros possuem o mesmo molde do Bairro Centro, em
termos de tamanho de lote, tipologia das edificações e
afastamentos. No entanto, são menos adensados e o padrão de
ocupação é mais baixo em relação ao centro de Raul Soares.
Nos limites dos bairros há sítios e casas mais simples com
quintais para a criação de animais domésticos. Foram
identificadas áreas invadidas às margens do rio Matipó, com
presença de barracões e casas de baixo padrão.
Há um comércio local para atender ao bairro, representado por
mercearias e bares. As ruas são, na maior parte, calçadas e
estreitas, com passeio. A rua Padre Chiquinho dá acesso ao
distrito de Bicuíba e é uma importante via ao longo da qual se
concentram lojas e postos de serviços em geral.
O relevo dessa unidade é marcadamente plano, contudo foram
identificados, ao pé das encostas, cortes verticais para a
construção de residências, sem maiores cuidados para
contenção dos taludes.
No bairro Vila Parente está localizado o único
empreendimento para lavagem de carros da cidade. No bairro
Bom Jesus há uma antiga fábrica de tecidos. A rua Beira Linha
está localizada no leito antiga linha férrea e é asfaltada. Ao
longo dela existem oficinas mecânicas, marmoraria, áreas
comerciais e também residenciais. Encontra-se nesta zona a
Cooperativa de Leite da cidade.
UEA 3 – BOM PASTOR, MAJOR NESTOR, MORRO
DAS PEDRAS, BAIRRO SANTA RITA
Estes bairros estão localizados ao longo da rodovia MG-329. É
uma rodovia que não possui acostamento. Contudo, ao longo
dessa via, há algumas áreas comerciais e industriais - como o
Café Tieta.
Os bairros que compõem esta UEA não são extensos e são
pouco adensados e possuem residências de padrão de
ocupação médio/baixo, semelhantes aos demais descritos. Esta
área possui uma tendência para o adensamento por estar
localizada ao longo da rodovia e também próxima ao centro da
cidade.
A topografia é mais acidentada no bairro Bom Pastor, cuja rua
de acesso é calçada e íngreme. Os outros bairros situam-se na
porção mais baixa do terreno, entremeados por áreas de
pastagem onde são verificados processos erosivos nas
vertentes. Foram verificadas algumas casas em áreas de risco
em decorrência dos trabalhos de terraplenagem mal
executados, bem como os corte dos talude. A maioria das ruas
é calçada e o passeio é regular. Em algumas casas não há
afastamento lateral.
54
UEA 4 – VILA SODRÉ, VILA BELCHIOR
São também bairros de pequena extensão e pouco adensados,
localizados em área mais plana. Possuem padrão de ocupação
médio/baixo, exceto pelo bairro Vila Belchior que, apesar de
se estruturar em torno de apenas uma rua, possui casas de
melhor padrão. Neste bairro a rua é calçada, há afastamento
lateral entre as casas e o passeio é regular. A Vila Belchior
deverá expandir-se, principalmente depois que o projeto de
ligá-lo diretamente ao bairro Vila Sodré se concretizar.
Em direção à jusante da confluência entre os rios Matipó e
Santana no bairro Vila Belchior encontram-se a cadeia de Raul
Soares e o matadouro municipal, que atualmente está
desativado e passa por um processo de adequação de sua infra-
estrutura a fim de possibilitar melhor destinação dos seus
resíduos e efluentes antes de ser reaberto. Nesta região pouco
habitada há também algumas casas construídas em áreas de
risco e de invasão às margens do rio. Há também uma fábrica
de bloquetes (calçamento de ruas e pré-moldados).
UEA 5 – TARZA
Este é o bairro mais próximo à confluência dos rios Matipó e
Santana e está localizado próximo ao centro da cidade. Sofre
bastante com a elevação do nível do leito fluvial na época das
cheias. Possui um padrão de ocupação mais baixo em
comparação ao centro. As construções são simples, com
janelas voltadas para a rua e nem todas as casas possuem
afastamento lateral. O passeio é irregular, as ruas são estreitas,
acidentadas e nem todas são calçadas.
Neste bairro está localizada a indústria São Sebastião que
fabrica produtos como pás e enxadas. Essa indústria emprega
uma média de duzentos funcionários, a maior parte
provenientes de Raul Soares. Neste bairro há comércio de
atendimento local, com presença de mercearias e bares, além
de um consultório médico.
UEA 6 – SANTANA E JARDIM
Estes bairros estão próximos ao centro e se estendem ao longo
da planície fluvial do rio Santana. Possuem um modelo
semelhante ao do centro, sendo que o bairro Jardim possui
residências de padrão médio de ocupação com presença,
também, de casas mais simples. Nele está localizado o hospital
São Sebastião e o cemitério, que se encontra no alto do morro.
No bairro Santana existem áreas comerciais e institucionais,
principalmente próximas à MG-329. Nele está localizada uma
fábrica de portas e janelas.
Como é um bairro mais antigo e mais adensado, os
afastamentos laterais são estreitos. As ruas são quase todas
calçadas e há passeios.
UEA 7 – VILA ESPERANÇA, ROSA MÍSTICA, VILA
BELA VISTA
Localizados na margem esquerda do Rio Santana, estes bairros
são de pequena extensão alguns possuindo apenas uma única
rua. Apresentam baixo padrão de ocupação e são pouco
55
adensados, verificando-se grande número de lotes vagos.
Muitas casas não possuem muros, sendo cercadas com bambus
e algumas não possuem afastamento lateral. As áreas
localizadas próximas às margens do rio são inundáveis nas
épocas de chuvas fortes. As ruas principais dos bairros são
calçadas e as demais são de terra, com passeio irregular. Há
apenas um comércio de bairro. A topografia desta zona é
plana.
UEA 8 – VILA NOVO TEMPO, VILA BARBOSA,
SANTA CRUZ
Esta unidade possui um padrão muito semelhante ao da UEA
7. Os bairros de pequena extensão, pouco adensados,
apresentam lotes vagos, casas simples e baixo padrão
construtivo. A maior parte das ruas não são pavimentadas. Os
bairros Vila Novo Tempo e Santa Cruz situam-se no alto do
morro, em uma área de topografia declivosa. Aí se encontra
um dos reservatórios do SAAE. Possuem arruamento tortuoso
e quarteirões irregulares.
A Vila Barbosa está mais próxima ao rio Santana e, portanto
numa área mais plana. Possui quarteirões de tamanho regular e
arruamento em malha ortogonal. A rua ao longo da qual esse
bairro se estrutura é asfaltada e larga, com amplos passeios. Na
Vila Barbosa está localizada a antiga serraria e também
algumas áreas de comércio de bairro. Existe nesta zona uma
pequena área de mata ainda preservada, entre a Vila Barbosa e
a Vila Novo Tempo.
UEA 9 – VILA PROGRESSO, VILA PLANALTO, VILA
DOS ENGENHEIROS
Estes bairros estão na margem direita do Rio Santana. A Vila
Progresso encontra-se na parte plana desta zona, às margens
do rio. Já a Vila Planalto e a Vila dos Engenheiros são bairros
que se desenvolvem na direção das encostas, à direita da MG-
329. Nesta área existem reentrâncias e grotas no terreno que
dificultam a construção de casas.
O bairro Vila dos Engenheiros abrange pequena área e sua
principal rua é calçada e está construída morro acima é
íngreme. Em geral, os bairros que compõem esta unidade,
possuem o mesmo padrão dos demais bairros anteriormente
apresentados: baixo adensamento, casas de médio a baixo
padrão, ruas calçadas e acidentadas e passeios irregulares. Há
um comércio de atendimento local. No bairro Vila Planalto
está localizada a sub-estação da CEMIG.
UEA 10 – VILA DO ASILO, ALVORADA, ABELARDO
Afastada do centro de Raul Soares, esta UEA se encontra ao
longo da rodovia MG-329 e está na entrada da cidade para
aqueles que vêm de São Pedro dos Ferros. Localizada em uma
área mais plana, é formada por bairros mais esparsos, pouco
adensados, apresentando grande número de lotes vagos.
As ruas são estreitas, com baixo percentual de pavimentação e
o passeio apresenta piso irregular. Os lotes e os quarteirões são
de tamanhos irregulares. Há poucas áreas comerciais e o
56
padrão das casas é simples. No bairro Asilo está localizado o
asilo da cidade e bem como uma casa de festas.
UEA 11 – DISTRITOS DE BICUÍBA, SANTANA DO
TABULEIRO, SÃO VICENTE DA ESTRELA, SÃO
SEBASTIÃO DO ÓCULO E VERMELHO VELHO
Os distritos são bem parecidos entre si. Na maioria deles há
uma praça ou rua central onde se localizam a igreja, o Correio,
a Escola Pública, o Posto de Saúde e também algum comércio
de atendimento local (mercearias, bares). Localizadas
próximas a este centro estão as casas mais antigas, em grande
parte com apenas um pavimento e de padrão construtivo
simples. Todos os distritos possuem serviço de telefonia, água,
luz, coleta de lixo e também cemitério.
À medida que se afasta da área central dos distritos, a
ocupação se torna mais esparsa e surgem as sedes de fazendas.
É comum nessas casas a presença de quintais onde se criam
animais domésticos. As ruas mais centrais dos distritos são
calçadas e as demais são de terra e dão acesso à área rural e às
fazendas. O tamanho dos lotes das casas é diferenciado e a
maioria das casas não tem afastamento lateral. A maior parte
da população dos distritos está dispersa pela área rural.
No Distrito de Bicuíba há duas igrejas, Correio, Escola Pública
de segundo grau, Cartório, Posto de Saúde, campo de futebol e
uma casa de festas. O acesso a este distrito é realizado pela rua
Padre Chiquinho. A estrada é de terra e acompanha o rio
Matipó. Nela está localizada a Usina Cataguazes e a represa do
Emboque, que controla a vazão do rio Matipó em direção a
Raul Soares. Já o acesso aos demais distritos é pela MG-329,
por onde se ramificam estradas de terra.
Santana do Tabuleiro está a aproximadamente 64 km de Raul
Soares. É o distrito mais distante da sede e limita-se com
Caratinga e Santa Bárbara, possuindo um grande número de
plantações de café. A maior parte de sua população se encontra
na área rural e dentre os distritos de Raul Soares é o que
contribui com o maior volume de arrecadação tributária. A
parte central de Santana do Tabuleiro é semelhante à do
Bicuíba.
O distrito de São Vicente da Estrela é um dos mais pobres
apresenta-se econômica mente frágil em relação aos demais do
município e sua atividade econômica predominante é a
produção de leite. A topografia desta região é bastante
ondulada. A maior parte da população deste distrito está na sua
área mais central e não na área rural.
São Sebastião do Óculo é o menor distrito de Raul Soares,
agregando menor número de casas em relação aos demais.
Entretanto, possui igreja, Escola Pública, Correio e Posto de
Saúde, que no momento não oferece atendimento médico. Há
apenas algumas vendas e mercearias de atendimento local.
Este distrito limita-se com o município de Bom Jesus do
Galho.
Vermelho Velho está a aproximadamente 20 km de Raul
Soares, ao lado da MG-329, e apresenta atividades econômicas
de pecuária leiteira e plantações de café. Este distrito é bem
semelhante aos demais com arruamento e quarteirões
irregulares, casas de baixo padrão de ocupação, ruas calçadas
57
na sede e de terra quando se afastam do centro. Possui uma
área de piscicultura municipal, próxima à antiga Estação
Ferroviária.
O município de Raul Soares também possui um povoado
chamado Cornélio Alves, localizado próximo a São Vicente.
Este povoado é bem pequeno, possui apenas uma rua com
poucas casas, algumas vendas e mercearias, uma igreja e
Escola Pública.
3.5.3. Considerações Finais
Raul Soares é uma cidade horizontalizada; o gabarito
máximo da cidade é de quatro pavimentos.
Os lotes possuem em média 200 m² e há algumas
residências mais antigas, cujas fachadas ainda estão
preservadas.
Nem todas as casas possuem afastamento lateral, no
entanto, na maior parte das vezes o alinhamento frontal
(passeio) é respeitado.
A maioria dos bairros possui um padrão
socioeconômico comum, que varia de médio a baixo.
A maior parte das edificações possui um padrão
construtivo médio/baixo. As poucas residências de
melhor padrão construtivo estão localizadas no centro
da cidade e nos bairros Jardim e Vila Belchior.
Não há um vetor predominante de expansão da mancha
urbana da cidade. Entretanto, a MG-329 que corta a
cidade e dá acesso à maioria dos distritos tende a
concentrar a instalação de novos bairros e a ampliação
do setor de serviços.
O estado de conservação da MG-329 não é bom; não
há sinalização adequada, nem acostamento.
Número significativo de pontes estreitas; o que requer
atenção para o planejamento urbano a fim de se evitar
gargalos na circulação e problemas na qualidade de
vida da população.
Má conservação dos recursos hídricos do município
(inclusive nos distritos) e das matas ciliares.
Existência de áreas de invasão nas várzeas dos
córregos e rios.
Ocorrência de inundações na época das chuvas em
vários bairros da cidade.
Não há tratamento do esgoto doméstico e demais tipos
de efluentes que são lançados diretamente nos cursos
d’água.
Área inadequada para disposição dos resíduos sólidos
da cidade: lixão (a céu aberto).
59
4. LEITURA COMUNITÁRIA
A seguir apresenta-se a Consolidação da Leitura Comunitária
realizada na área urbana e rural do município de Raul Soares.
Relaciona as Oficinas, informando a data e local de realização,
seu público-alvo, de acordo com dados fornecidos pela
Coordenação Executiva do Plano. Expõe os temas abordados,
sistematizando-os de forma a permitir a consolidação da visão
dos munícipes sobre sua cidade, bem como uma conclusão
sobre os aspectos mais relevantes para o Plano Diretor.
A Leitura Comunitária é o Diagnóstico Municipal do ponto de
vista da população. Além disso, é também o momento em que
se pretende iniciar ou concretizar o processo de participação
popular na gestão municipal.
4.1. Relação de Reuniões
As oficinas participativas do Plano Diretor do município de
Raul Soares foram realizadas no período de 09 de agosto a 25
de outubro de 2006. O QUADRO 1 apresenta a relação das
oficinas que fundamentaram a Leitura Comunitária do
município.
QUADRO 1
RELAÇÃO DE OFICINAS
OFICINAS DATA PÚBLICO ALVO
OFICINA DE
CAPACITAÇÃO 01 09/08/2006
Funcionários da Prefeitura /
Membros do Grupo Executivo
OF
ICIN
AS
DE
LE
ITU
RA
CO
MU
NIT
ÁR
IA
01 03/09/2006 Comunidade do Bairro Tarza
02 04/09/2006 Comunidade do Distrito de
Vermelho Velho
03 04/09/2006 Comunidade da Vila Parente
04 04/09/2006 Comunidade do Morro da
Caixa d´Água
05 04/09/2006 Comunidade da Vila do Asilo
06 04/09/2006 Comunidade da Vila Barbosa
07 30/09/2006
Comunidade dos Bairros
Morro das Pedras e Bom
Pastor
08 10/10/2006 Comunidade do povoado de
Cornélio Alves
09 18/10/2006 Comunidade do Distrito de
Santana do Tabuleiro
10 19/10/2006 Comunidade da Vila
Esperança
11 24/10/2006 Comunidade do Distrito de
Bicuíba
12 25/10/2006 Comunidade do Distrito de
São Vicente da Estrela
TOTAL DE OFICINAS REALIZADAS 13
A metodologia recomendada pelo Ministério das Cidades
enfatiza que o próprio município deve assumir a coordenação
dos trabalhos, nomeando um Grupo Executivo e um Grupo
Gestor que acompanharão todo o processo. Por isso, a primeira
oficina, realizada no dia 09/08, teve como objetivo principal a
capacitação dos membros dos Grupo Executivo para a
realização de consultas à comunidade.
60
4.2. Temas Tratados
Como todas as oficinas seguiram a mesma metodologia,
levando os participantes a discutir continuamente os três eixos
temáticos já mencionados, os resultados obtidos puderam ser
agrupados e sintetizados de maneira a obter um diagnóstico do
município sob a perspectiva da comunidade local. O resultado
final de todas as discussões que ocorreram durante as oficinas
participativas está descrito abaixo, dividido de acordo com os
três eixos temáticos.
4.2.1. Tema I: Uso e Ocupação do Solo e Infra-Estrutura
O QUADRO 3 apresenta a síntese dos pontos positivos e
negativos consensuados dentro deste eixo temático, pelos
participantes das doze oficinas realizadas. A partir da leitura
deste quadro foi possível consolidar o diagnóstico do
município de Raul Soares feito pela própria comunidade
dentro do escopo definido.
Os pontos discutidos, que foram registrados nos painéis
produzidos durante as doze oficinas realizadas, estão
transcritos integralmente no Anexos 1 deste relatório.
61
QUADRO 3 TEMA I : USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA
TEMA SUB-TEMA
AVALIAÇÃO
POSITIVO
NEGATIVO
REUNIÃO REUNIÃO
US
O
MORADIA DE INTERESSE SOCIAL
– – Não existem Programas de Habitação Social (PHS) OC* / O3* / O9 / O10* / O11* / O12
OC
UP
AÇ
ÃO
PARCELAMENTO / ADENSAMENTO
– OC Ocupação desordenada, sem planejamento nem fiscalização
OC* / O1* / O4 / O7* / O9 / O8 /
O11
Mapeamento e análise de área de risco feito pelo COMDEC
Mapeamento e análise de área de risco feito pelo COMDEC
Existem construções em áreas de risco O1* / O3 / O4 / O8 /
O10 / O11
– – Construções sem planejamento nem fiscalização O7*
Lotes vagos abandonados O4
INF
RA
-ES
TR
UT
UR
A
SISTEMA VIÁRIO
Existem ruas pavimentadas O1 / O12 Existem ruas não pavimentadas O1 / O2 / O5 / O12
As ruas possuem calçamento
OC / O1 / O2 / O3 / O5 /
O7 / O8 / O9 / O10
Calçamento precário, inadequado ou inexistente em alguns locais
O1 / O4 / O7* / O8
Muitas ruas ainda não são calçadas O10
Há programa de calçamento no bairro O10 Os passeios são irregulares O7 / O10
Reforma da ponte sobre o rio Matipó. O3 – –
Há um programa de construção de pontes OC Muitas pontes em estado precário e de risco O11
continua...
62
continuação...
Contenção do desmoronamento lateral da estrada da saída da cidade para o Emboque, extensão da Rua Padre Manoel (situação de alto risco)
O3 Escada que liga a rua F.Costa Abrantes à rua Mal. Deodoro com alto rico de desmoronamento
O4*
INF
RA
-ES
TR
UT
UR
A
(co
nt.
)
SISTEMA VIÁRIO (cont.)
Intervenção corretiva em trechos de alto risco na rua Francisco Costa Abrantes
O4* A estrada asfaltada que passa belo bairro não tem sinalização adequada nem redutor de velocidade
O7
A zona rural é bem servida de estradas vicinais O9 A manutenção das estradas não é satisfatória OC / O8* /
O9* / O11* / O12*
– – As estradas não são pavimentadas O8
ENERGIA, ILUMINAÇÃO
PÚBLICA
Existe rede de energia elétrica O1 / O2 / O5
/ O9 Altas taxas cobradas pela iluminação pública O3 / O4
A iluminação publica é satisfatória O8 / O9 /
O12 A iluminação pública é deficitária – faltam postes e manutenção
O1 / O2 / O3 / O4 / O5 / O7 /
O10
Instalação da rede de iluminação pública na rua do córrego de Ubá
O3 Postes de distribuição de energia elétrica mal alocados O1 / O7
SE
RV
IÇO
S
COMUNICAÇÃO Existe o serviço de telefonia fixa O1 / O2 / 05 Não há telefonia móvel (celular) O2 / O5
Existe telefone público O9 / O12 Só existe um telefone público O8
TRANSPORTES O transporte coletivo urbano é satisfatório OC / O1 / O7 / O10 / O12
A frota que faz o transporte municipal é velha e insegura.
OC
SEGURANÇA PÚBLICA
– – O serviço de segurança pública é precário, ineficiente, quase ausente.
O5 / O7 / O8 / O11*
Existe Conselho de Defesa Civil no município O2 / O5 Não há apoio da Prefeitura para o COMDEC - Conselho Municipal de Defesa Civil
OC
CULTURAL
Há estrutura legal e administrativa do Patrimônio Cultural
OC Não há manutenção dos bens tombados, não há apoio nem respeito pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.
OC
Existem prédios históricos de importância cultural
O2
Faltam políticas públicas na área de Patrimônio Cultural O4
O Conselho do Patrimônio Cultural do município não atende o Distrito
O2
* Pontos eleitos como prioritários durante a plenária OC = Oficina de Capacitação O1 = Oficina realizada com a comunidade do Bairro Tarza O2 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de Vermelho Velho O3 = Oficina realizada com a comunidade da Vila Parente O4 = Oficina realizada com a comunidade do Morro da Caixa d´Água O5 = Oficina realizada com a comunidade da Vila do Asilo
63
O6 = Oficina realizada com a comunidade da Vila Barbosa1
O7 = Oficina realizada com a comunidade dos Bairros Morro das Pedras e Bom Pastor O8 = Oficina realizada com a comunidade do povoado de Cornélio Alves O9 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de Santana do Tabuleiro O10 = Oficina realizada com a comunidade da Vila Esperança O11 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de Bicuíba O12 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de São Vicente da Estrela
64
O calçamento das ruas foi o ponto mais reincidente dentro das
discussões do eixo temático USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E
INFRA-ESTRUTURA. Participantes de 9 dentre as 12
oficinas realizadas registraram este como um aspecto positivo
do município de Raul Soares. Algumas ressalvas foram feitas
pelas comunidades dos bairros Tarza, Morro das Pedras, Bom
Pastor, do Morro da Caixa d’Água, do povoado de Cornélio
Alves e da Vila Esperança, que registraram que o calçamento é
precário, inadequado ou mesmo inexistente em alguns locais.
Outro ponto referente à infra-estrutura urbana registrado
repetidas vezes refere-se às deficiências da rede de iluminação
pública. Participantes de 7 oficinas citaram a insuficiência de
postes, muitas vezes mal alocados, e a falta de manutenção dos
mesmos, enquanto as comunidades da Vila Parente e do Morro
da Caixa d’Água citaram também as altas taxas cobradas por
este serviço público. Em apenas 3 oficinas (comunidades do
povoado de Cornélio Alves, e dos Distritos de Santana do
Tabuleiro e de São Vicente da Estrela) a iluminação pública
foi registrada como um ponto positivo, tendo sido considerada
satisfatória. Já entre os pontos positivos a existência da rede de
energia elétrica foi o mais citado (4 oficinas).
Outros pontos negativos citados durante as discussões sobre
infra-estrutura foram a falta de manutenção das estradas (5
oficinas) e a existência de ruas não pavimentadas (4 oficinas).
Chama a atenção o fato da ocupação desordenada e da falta de
fiscalização também terem sido citadas constantemente como
pontos negativos dentro das discussões deste tema. Estes
pontos foram registrados pelos participantes de 7 oficinas,
sendo eleitos como pontos prioritários em 3 (Oficina de
Capacitação, e oficinas com as comunidades dos bairros Tarza,
Morro das Pedras e Bom Pastor) a serem abordados pelo Plano
Diretor.
Já dentro das discussões sobre o uso do solo o ponto mais
reincidente foi a inexistência de Programas de Habitação
Social (PHS), aspecto negativo citado durante 6 oficinas
participativas. Este foi eleito como um dos pontos prioritários
pelos participantes da Oficina de Capacitação e pelas
comunidades da Vila Parente, da Vila Esperança e do Distrito
de Bicuíba.
Por sua vez, a segurança pública foi avaliada como ineficiente
pelos participantes de 4 oficinas, tendo sido eleita como um
ponto prioritário pela comunidade do Distrito de Bicuíba. A
existência de construções em áreas de risco, em barrancos ou
às margens do rio Matipó, sujeitas a enchentes anuais, foi
citada como um ponto negativo pelos participantes de 6
oficinas. Em contrapartida, os participantes da Oficina de
Capacitação citaram como ponto positivo o mapeamento e
análise das áreas de risco feito pelo COMDEC (Conselho
Municipal de Defesa Civil), apesar da falta de apoio
encontrada pelo órgão na Prefeitura.
A avaliação do transporte coletivo foi relativamente positiva
sendo que este foi caracterizado como satisfatório pelos
participantes de 5 dentre as 12 oficinas realizadas, com apenas
uma ressalva feita pelos participantes da Oficina de
Capacitação em relação à falta de segurança e inadequação da
frota de veículos.
Por fim, foram apresentados tantos pontos positivos quanto
65
negativos em relação ao patrimônio cultural municipal. Os
pontos positivos foram a existência de estrutura legal e
administrativa do Patrimônio Cultural e a própria existência de
prédios históricos de importância cultural. Entre os pontos
negativos foram levantados a falta de manutenção dos bens
tombados e a falta de apoio e respeito pelo Conselho
Municipal do Patrimônio Cultural.
4.2.2. Tema II: Meio Ambiente e Saneamento
O QUADRO 4 apresenta a síntese dos pontos positivos e
negativos consensuados pelos participantes das doze oficinas
realizadas dentro do segundo eixo temático: Meio Ambiente e
Saneamento. A partir da leitura deste quadro foi possível
consolidar o diagnóstico do município de Raul Soares feito
pela própria comunidade dentro do escopo definido.
66
QUADRO 4 TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO
TEMA SUB-TEMA
AVALIAÇÃO
POSITIVO NEGATIVO
REUNIÃO REUNIÃO
ME
IO A
MB
IEN
TE
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
– –
Existem criações de animais na área urbana O1
Todo o bairro é tomado por intensa poluição proveniente das pocilgas que existem em seu entorno
O10*
Há intensa poluição atmosférica causada esporadicamente por torrefação de café
O5 / O7
Contaminação de cursos d’água por agrotóxicos O9*
Os córregos são poluídos pelo despejo de lixo e esgoto OC / O2 /
O11*
O lixão está poluindo e, certamente, contaminando e distribuindo doenças
O11
CONTROLE AMBIENTAL
Há monitoramento das nascentes das micro-bacias hidrográficas na área do Distrito e plano de proteção
O11
É preciso elaboração e execução de um plano de Saneamento Ambiental
OC* / O1* / O5* / O7*
Não existe uma área de proteção ambiental O2*
Não há plano de proteção de recursos hídricos OC
Código de Posturas Municipais OC Não há aplicação nem fiscalização do Código de Posturas
OC / O3 / O4
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Existe programa de educação ambiental na escola O2* / O9 /
O11 – –
RISCOS – –
Não há taludes nos morros para contenção e estabilização de barrancos.
O3
Ocorrem queimadas e desmatamentos O2 / O5* /
O7*
continua...
67
continuação
Arborização O1 / O2 / O3 / O5 / O7 / O10
A arborização é inadequada e as podas são mal feitas
OC / O1 / O2 / O4 / O5 / O7 /
O10
SA
NE
AM
EN
TO
RECURSOS NATURAIS
Existe praça pública O1 / O2
A praça pública esta mal cuidada O2 / O5
Não tem praça pública apesar de ter área adequada para instalação de uma.
O9
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Existe rede de água
OC / O1 / O2 / O5 /
O7 / O10 / O11
– –
Os serviços de tratamento e distribuição da água são satisfatórios
OC / O1 / O2 / O3 / O4 / O5 / O7 / O8 /
O9 / O11 / O12
O ponto de captação da água é protegido O1 / O3 / O5 / O7
A captação da água é em poço tubular, com baixa vazão
O9* / O11*
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Existe rede de captação de esgoto sanitário
OC / O1 / O2 / O5 / O7 / O8 /
O9 / O10 / O11 / O12
Rede precária de esgotamento sanitário O4
O esgoto é jogado bruto no curso de água.
OC / O1 / O2 / O3* / O4 / O5 / O7 / O8* / O9 / O10 /
O12
Existe uma pequena ETE OC / O5 / O7 / O11
A ETE precisa de limpeza e manutenção O7 / O11
Existe um projeto de ETE aprovado, em fase de captação de recursos
OC Falta uma Estação de Tratamento de Esgoto O2* / O12*
SA
N
EA
M
EN
T
O
(co
nt
.)
DRENAGEM Existe alguma drenagem pluvial através de bocas-de-lobo
O10 / O12 “Bocas de lobo” entupidas, sem manutenção, e/ou abertas
OC / O3 / O4 / O10 /
O12
continua...
68
continuação...
– –
A drenagem é deficiente
OC / O1 / O2* O3* / O4 / O5* / O7 / O8* / O9 / O10 / O11* / O12
Não há drenagem pluvial adequada nos morros O3 / O10
Em alguns pontos a drenagem é jogada na rede de esgoto
OC / O1 / O2* / O5* /
O7
RESÍDUOS SÓLIDOS
Existe coleta de lixo
OC / O1 / O2 / O3 / O5 / O7 /
O10 / O11 / O12
Não tem serviço público de coleta de lixo O8* / O9*
Não existe aterro sanitário municipal OC
O lixo coletado é jogado em lixão
OC / O1 / O2 / O3* / O4 / O5 / O7 / O8* / O10 / O12*
O lixo hospitalar é despejado de maneira inadequada OC
– – A coleta de lixo é parcial e muito dele acaba sendo jogado em terrenos baldios
OC / O4 / O5 / O7 /
O10 / O12
Adequação ambiental do matadouro municipal OC – –
A varrição é eficiente O1 / O2 / O5 / O7
Varrição ineficiente das ruas, com lixo nas bocas de lobo
O3 / O4
– – Capinas de rua - não satisfatória O3
VETORES Existe um Código Sanitário (lei municipal) aprovado OC
Animais soltos nas ruas (cachorros) O12*
A Vigilância Sanitária Municipal é inoperante OC
Não recebem serviço da Vigilância Sanitária para controle de endemias ou de vetores
O1* / O3
Falta fiscalização da Vigilância Sanitária e aplicação do Código Sanitário
OC / O4 / O10*
* Pontos eleitos como prioritários durante a plenária OC = Oficina de Capacitação O1 = Oficina realizada com a comunidade do Bairro Tarza O2 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de Vermelho Velho O3 = Oficina realizada com a comunidade da Vila Parente O4 = Oficina realizada com a comunidade do Morro da Caixa d´Água O5 = Oficina realizada com a comunidade da Vila do Asilo
69
O6 = Oficina realizada com a comunidade da Vila Barbosa2
O7 = Oficina realizada com a comunidade dos Bairros Morro das Pedras e Bom Pastor O8 = Oficina realizada com a comunidade do povoado de Cornélio Alves O9 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de Santana do Tabuleiro O10 = Oficina realizada com a comunidade da Vila Esperança O11 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de Bicuíba O12 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de São Vicente da Estrela
70
Os resultados das discussões sobre MEIO AMBIENTE E
SANEAMENTO nas oficinas participativas realizadas indicam
que os temas mais relevantes para a população se referem à
situação atual do saneamento básico no município.
O sistema de drenagem pluvial foi caracterizado como
deficiente pelos participantes de todas as oficinas realizadas.
Outro fator, além da reincidência, mostra a importância
atribuída pela população à rede de drenagem: o fato de que
este foi eleito pelas comunidades da Vila Parente e dos
Distritos de Vermelho Velho e Bicuíba como um dos pontos
prioritários a serem abordados pelo Plano Diretor. Dois
aspectos específicos da deficiência da drenagem foram citados
em 5 oficinas. Foram eles a existência de bocas-de-lobo
entupidas, sem manutenção, e/ou abertas, e o fato de que em
alguns pontos a água pluvial coletada é jogada na rede de
esgoto.
O esgotamento sanitário, que compõe parte dos indicadores de
desenvolvimento humano, também está entre os pontos
negativos reincidentes dentro deste eixo temático. Em 11
oficinas foi registrado como um ponto negativo o lançamento
de esgoto in natura nos cursos de água. Porém, em
contrapartida, em 10 oficinas a própria existência da rede de
coleta do esgoto sanitário foi citada como um ponto positivo.
Isto aponta para a grande importância que a população atribui
à necessidade de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE),
já que existe apenas uma pequena ETE que atende alguns
bairros do município. Segundo os participantes da Oficina de
Capacitação existe um projeto de ETE aprovado que
atualmente se encontra na fase de captação de recursos.
Já os serviços de abastecimento de água foram avaliados
positivamente pelos participantes das oficinas. O tratamento e
a distribuição da água foram caracterizados como satisfatórios
pelos participantes de 11 oficinas dentre as 12 realizadas, o
que indica que a população reconhece e valoriza a melhoria
deste serviço. Também foi citado em 4 oficinas que o ponto de
captação de água é protegido.
Chama a atenção a avaliação feita pela população sobre o
manejo dos resíduos. Apesar da coleta de lixo ter sido
apontada como um ponto positivo em 9 oficinas, a disposição
final destes resíduos em lixão foi registrada entre os pontos
negativos pelos participantes de 10 oficinas. Outro fator de
preocupação para os munícipes se refere à localização do
lixão, que é situado próximo a um córrego provocando a
poluição deste recurso hídrico. Além disto, em 6 oficinas as
pessoas citaram que devido à coleta parcial, o lixo acaba sendo
jogado em terrenos baldios, o que acarreta uma série de outros
problemas, como a proliferação de vetores e mau cheiro.
A arborização foi outro ponto de discussão reincidente. Apesar
de ter sido apontada como um ponto positivo em 6 oficinas,
ela foi caracterizada como inadequada pelos participantes de 7
oficinas.
Entre os riscos ambientais as comunidades do Distrito de
Vermelho Velho, da vila do Asilo e dos bairros Morro das
Pedras e Bom Pastor citaram a ocorrência de queimadas e
desmatamentos. Outros pontos negativos foram a necessidade
de elaboração e aplicação de um Plano de Saneamento
Ambiental e a poluição dos córregos causada pelo despejo de
lixo, esgoto e agrotóxicos.
71
4.2.3. Tema III: Desenvolvimento Econômico E Social
O QUADRO 5 apresenta a síntese dos pontos positivos e
negativos consensuados pelos participantes das doze reuniões
realizadas dentro do terceiro eixo temático: Desenvolvimento
Econômico e Social. A partir da leitura deste quadro foi
possível consolidar o diagnóstico do município de Raul Soares
feito pela própria comunidade dentro do escopo definido.
72
QUADRO 5 TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
TEMA SUB-TEMA
AVALIAÇÃO
POSITIVO
NEGATIVO
REUNIÃO REUNIÃO
DE
SE
NV
OL
VIM
EN
TO
EC
ON
ÔM
ICO
ATIVIDADES ECONÔMICAS/ GERAÇÃO DE
RENDA
Há fomento do PRONAF OC / O2 Faltam planos de aplicação dos recursos do PRONAF OC* / O12
Há convenio municipal com a EMATER O2
EMATER não assessora os produtores com um plano de aplicação dos recursos obtidos junto ao PRONAF
O2
Falta orientação técnica da EMATER O9
Economia local baseada na agropecuária O8 / O11 Não há projeto de desenvolvimento agrícola O2 / O12
Existe Secretaria Municipal de Agricultura O2
É de forte expressão a cultura e a colheita do café, responsável pela maior absorção de mão-de-obra e geração de emprego e renda local
O9
Demanda equipamento para tratamento primário dos grão de café para agregação de valor e aumento da renda do produtor
O9
Demanda infra-estrutura fiscal para fiscalização e emissão de notas fiscais (guias) para exportação do café e retenção dos impostos municipais, evitando a evasão de receita
O9*
Boas perspectivas de produção O2 A falta de manutenção das estradas vicinais é um entrave para o desenvolvimento econômico e social
O11
Oferta de emprego na lavoura O9
Desemprego O3 / O10
Não existem programas de geração de emprego e renda
OC* / O1* / O3 / O5* / O7* / O9
Mão-de-obra desqualificada O10
Artesanato O12
ATIVIDADES ECONÔMICAS/ GERAÇÃO DE
RENDA (cont.)
Comércio bem desenvolvido no ramo de alimentos, material de consumo e insumos agrícolas
O9 - -
Tem infra-estrutura para um programa de formação de piscicultores
O2 Não existe um programa de formação de piscicultores, apesar da infra-estrutura instalada na antiga estação ferroviária para esse fim
O2 / O12
– – Falta incentivo para atração de novas indústrias OC
continua...
73
continuação...
TURÍSMO
Boas perspectivas de desenvolvimento do potencial turístico
O2 – –
ASSOCIAÇÕES/ SINDICATOS
Existe uma associação comunitária O1 / O2 / O4 / O5 / O7 / O10 / O12
A associação não tem sede própria O4 / O10
Baixo nível de organização social O4 / O11
EDUCAÇÃO
O atendimento escolar é satisfatório O1 / O4 / O5 / O7 / O8
Algumas escolas precisam de reformas e manutenção OC* / O8*
DE
SE
NV
OL
VIM
EN
TO
SO
CIA
L
A escola estadual atende bem aos alunos de 1ª a 4ª e de 5ª a 8ª séries
O2 / O5 A escola não atende à demanda de vagas no 2º grau O2
Transporte escolar integral OC A escola precisa de mobiliário e material didático O8
As crianças são atendidas pela creche e escolas no centro.
OC / O7 / O10
Não tem uma creche mas tem demanda. O11 / O12
– –
Não existe programa de educação para jovens e adultos
O1 / O2 / O5 / O7
Não existe programa de aprendizagem e/ou inclusão digital.
O1 / O5 / O7 / O9 /
O11* Cursos de capacitação promovidos com o sindicato rural.
OC Não existem cursos profissionalizantes / de capacitação de mão-de-obra
O1 / O2 / O8 / O9 /
O11
SAÚDE
A região é atendida pelo PSF O1 / O2 /
O3* / O4* / O5
O PSF é insatisfatório OC / O11 O PSF funciona bem
O1 / O5* / O7*
Implantação de 6 PSF´s e 1 PAC’s OC
O atendimento à saúde é satisfatório O1 / O4 / O5
/ O7
O serviço de atendimento à saúde tem deficiências e distorções
O9
Não há atendimento médico de emergência O12*
O atendimento médico é irregular e faltam remédios O2 / O8 / O9 / O11*
Faltam recursos financeiros na área de saúde OC
Existe posto de saúde O2 / O8 /
O11 / O12 As instalações físicas do posto de saúde são precárias e insuficientes
O2
Implantação do Tratamento Fora do Domicílio (TDF) OC
continua...
74
continuação...
DE
SE
NV
OL
VIM
EN
TO
SO
CIA
L
(co
nt.
)
ASSISTÊNCIA SOCIAL
O Programa Bolsa Família funciona bem O1* / O2 /
O3* O programa Bolsa Família não atende a toda a demanda.
O1 / O2 / O5 / O7
Construção de um Centro Comunitário como suporte para programas sociais, culturais e de produção para renda familiar
O3* Não existe um local adequado onde possam ser desenvolvidas atividades sociais para jovens, adultos e para a terceira idade.
O1* / O7*
– –
Não há nenhum programa social que atende a terceira idade, nem a jovens e adultos
O1 / O2 / O5 / O7 /
O12
Faltam políticas públicas na área de assistência social O2 / O3 / O4 / O5 / O7 / O8
Não há serviço preventivo da Assistência Social O3
ESPORTE
Existe um campo de futebol para prática do esporte O2 Não há local adequado para a prática de esportes O1 / O2 / O5 / O7 /
O9
Realização de jogos escolares e participação nos jogos estaduais
OC Faltam políticas públicas na área de esportes O4
CULTURA/ LAZER
– –
Não há infraestrutura para lazer e cultura O12
Não tem local adequado para desenvolvimento de atividades sociais, culturais ou produtivas
O1* / O5* / O7* / O10
/ O11*/ O12
* Pontos eleitos como prioritários durante a plenária OC = Oficina de Capacitação O1 = Oficina realizada com a comunidade do Bairro Tarza O2 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de Vermelho Velho O3 = Oficina realizada com a comunidade da Vila Parente O4 = Oficina realizada com a comunidade do Morro da Caixa d´Água O5 = Oficina realizada com a comunidade da Vila do Asilo O6 = Oficina realizada com a comunidade da Vila Barbosa
3
O7 = Oficina realizada com a comunidade dos Bairros Morro das Pedras e Bom Pastor O8 = Oficina realizada com a comunidade do povoado de Cornélio Alves O9 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de Santana do Tabuleiro O10 = Oficina realizada com a comunidade da Vila Esperança O11 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de Bicuíba O12 = Oficina realizada com a comunidade do Distrito de São Vicente da Estrela
75
Dentro do eixo temático DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E SOCIAL, o ponto mais reincidente nas
oficinas participativas foi a existência de associações
comunitárias, citada como um aspecto positivo em 7 oficinas.
A reincidência pode ser portanto, indicativa da importância
atribuída pela população ao associativismo4. Apesar desta
valorização, as comunidades do Distrito de Bicuíba e dos
bairros Morro das Pedras e Bom Pastor citaram como um
ponto negativo o baixo nível de organização social existente.
Outro ponto citado várias vezes foi a carência de programas de
geração de emprego e renda (6 oficinas). Esta carência é
reforçada pela inexistência de cursos profissionalizantes e de
capacitação da mão-de-obra, ponto negativo citado pelos
participantes de 5 oficinas e que indica que a população deseja
e apoiará iniciativas que visem qualificar a mão-de-obra local,
valorizando-as.
As discussões sobre a dinâmica econômica do município
revelaram que apesar da valorização dos recursos do PRONAF
(Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural), a população
considera que existe uma carência de assistência na elaboração
de planos de aplicação destes recursos e que a EMATER
deveria ter um papel mais ativo assessorando os produtores
rurais neste sentido. Outros pontos negativos citados foram a
falta de um projeto de desenvolvimento agrícola e a falta de
manutenção das estradas, que é um entrave para o
desenvolvimento econômico do município.
4 Segundo Robert Putnam, as associações são estruturas sociais que incorporam e reforçam as normas e os valores da comunidade cívica, incutindo em seus membros hábitos de cooperação, solidariedade e espírito público, além de promover a agregação e articulação de interesses estimulando a colaboração social. (PUTNAM, 2002)
Já na área de educação o atendimento escolar foi avaliado
como satisfatório pelos participante de 5 oficinas. Apenas uma
ressalva foi colocada pela comunidade do Distrito de
Vermelho Velho que registrou como um ponto negativo a
insuficiência de vagas no 2º grau. Os participantes de 4
oficinas também citaram entre os pontos negativos a
inexistência de programas de educação para jovens e adultos.
Os participantes da Oficina de Capacitação e a comunidade do
povoado de Cornélio Alves citaram entre os pontos negativos a
necessidade de reformas e manutenção de algumas escolas,
além da carência de mobiliário e material didático. Outro
ponto negativo citado repetidas vezes (5 oficinas) foi a
carência de programas de aprendizagem e/ou inclusão digital.
Entre todos os pontos discutidos dentro da área da saúde, o
mais reincidente foi a existência do PSF, avaliada
positivamente pelos participantes de 5 oficinas. Porém, tanto
os participantes da Oficina de Capacitação quanto a
comunidade do Distrito de Bicuíba consideram que o PSF é
insatisfatório. A existência de postos de saúde foi apontada
como um ponto positivo em 4 oficinas, mas, em quase todas
elas também foram registrados entre os pontos negativos o
atendimento médico irregular e a carência de medicamentos.
Por sua vez, as comunidades dos bairros Morro das Pedras,
Bom Pastor Tarza, do Morro da Caixa d’Água e da Vila do
Asilo consideram que o atendimento à saúde é satisfatório.
Chama atenção o fato de que a carência de políticas públicas
na área de assistência social foi um ponto negativo citado
durante 6 oficinas dentre as 12 realizadas. A inexistência de
programas sociais voltados para jovens, adultos e idosos, além
76
da inexistência de um local onde possam ser desenvolvidas
atividades direcionadas a estes grupos foram citadas repetidas
vezes. Apesar do Programa Bolsa Família ter sido citado como
um aspecto positivo em 3 oficinas, foram feitas algumas
ressalvas quanto à eficácia do programa, que, segundo os
munícipes, não atende a toda a demanda.
Por fim cabe ressaltar a carência de espaços públicos para a
prática de esportes e de locais adequados para o
desenvolvimento de atividades sociais, culturais e produtivas.
4.2.4. Conclusão
Em todas as oficinas, as comunidades puderam expor suas
preocupações e anseios em relação ao futuro da cidade por
meio da identificação de pontos positivos e negativos
referentes aos três eixos temáticos aqui tratados, que foram
transformados em um diagnóstico do município feito sob a
ótica da população.
É interessante notar que dentro do primeiro eixo temático
alguns dos pontos mais reincidentes são relativos à infra-
estrutura urbana, tais como a valorização do calçamento das
ruas e as demandas de melhoria da rede de iluminação pública.
Em relação ao Uso do Solo chama a atenção a preocupação da
população com a regulamentação urbanística diante da
ocupação desordenada e da falta de fiscalização. As
construções em áreas de risco e a carência de PHS foram
outros pontos negativos enfatizados pelos participantes das
oficinas.
As discussões relativas ao meio ambiente revelaram uma
grande carência de serviços de saneamento básico, com
destaque para as deficiências da rede de drenagem. Outro
ponto que surgiu continuamente foi a insatisfação dos
participantes com a ausência de tratamento do esgoto sanitário.
Por outro lado, os serviços de tratamento e distribuição de
água foram avaliados positivamente em quase todas as
oficinas. Cabe ressaltar também a ausência de aterro sanitário
e a poluição causada pelo lixão.
Já as discussões relativas à dinâmica sócio-econômica do
município revelaram a importância atribuída ao PSF, a
existência de atendimento médico irregular, a necessidade de
melhorias das instalações físicas das escolas, e a carência de
programas de geração de emprego e renda. Por último, cabe
ressaltar a importância atribuída ao associativismo local.
77
ANEXO 1 – TRANSCRIÇÃO DOS PAINÉIS OFICINA DE CAPACITAÇÃO DIA 09/08/2006
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Mapeamento e análise de área de risco feito pelo CONDEC.
Não há planejamento nem fiscalização para loteamento e construções; não há processo de licenciamento adequado e há ocupação desordenada do solo. * (2)
Tem infra-estrutura: redes de água, de esgoto, coleta de lixo, ruas calçadas
Não há apoio da Prefeitura para o COMDEC - Conselho Municipal de Defesa Civil
Tem um projeto de ETE aprovado, em fase de captação de recursos
Falta Estudo e Projeto para adequação e manutenção de estradas vocacionais. * (3)
A estradas estão abertas e precariamente mantidas A frota que faz o transporte municipal é velha e insegura.
O transporte urbano é satisfatório. A drenagem pluvial urbana e rural é precária ou inexistente
As crianças são atendidas pela creche e escolas no centro.
Faltam poucos pontos de drenagem pluvial (“bocas de lobo”) ou existem mas estão abertas.
Há estrutura legal e administrativa do Patrimônio Cultural Não há manutenção dos bens tombados, não há apoio nem respeito pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.
Há um programa de construção de pontes. Não há Programa de Habitação Social * (1)
78
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
A água é bem tratada e bem distribuída, Há descarte de lixo em terrenos baldios feito pela população
A varrição e a coleta de lixo são parciais O lixo coletado é jogado em lixão
Existe uma estação de tratamento de esgoto sanitário da cidade, ETE
A drenagem urbana é deficiente e existe alguma delas jogada na rede de esgoto;
A arborização das ruas é inadequada e as podas são totalmente equivocadas
Há poluição pontual na margem do rio Matipó devido ao despejo de esgoto.
Tem um Código de Posturas Municipais aprovado (lei municipal)
A arborização é precária, inadequada e com podas mal feitas
Tem um Código Sanitário (lei municipal) aprovado Não há plano de proteção de recursos hídricos
É necessária a elaboração e execução de um plano de Saneamento Ambiental * (1)
Não há aplicação nem fiscalização do Código de Posturas nem do Código Sanitário.
A Vigilância Sanitária Municipal é inoperante.
Não tem aterro sanitário municipal
Não tem tratamento diferenciado para lixo de saúde
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TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
POSITIVO NEGATIVO
Implantação do PRONAF Faltam planos de aplicação dos recursos na atividade fim do PRONAF * (3)
Cursos de Capacitação promovidos com o sindicato rural. Faltam recursos financeiros na área de saúde
Transporte escolar integral Faltam reformas e manutenção nas escolas rurais * (2)
Implantação de 6 PSFs e 1 PACs Falta incentivo para atração de novas indústrias
Implantação do Tratamento Fora do Domicílio (TDF) Faltam projetos e ações de criação de trabalho e renda * (1)
Instalação de projetos de reforma de pastos e de saúde na área rural
Falta projeto de saneamento ambiental municipal
Realização de jogos escolares e participação nos jogos estaduais
Adequação ambiental do matadouro municipal
80
OFICINA 01 DIA 03/09/2006 COMUNIDADE DO BAIRRO TARZA
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Tem infra-estrutura: redes de água, de esgoto, coleta de lixo, ruas calçadas, energia elétrica e telefonia fixa.
O esgoto é jogado bruto no curso de água.
Tem ruas pavimentadas O lixo coletado é jogado em lixão;
Tem praça pública Há ruas não pavimentadas, com grande dificuldade de trânsito todo o tempo;
Tem transporte urbano coletivo satisfatório Falta manutenção na rede pública (lâmpadas) e a iluminação da praça e ruas é ineficiente;
A ocupação do solo é aleatória, sem planejamento nem fiscalização (*(1)
Tem assentamento precário e casas em área de rico, à beira de barrancos e em áreas erodidas. * (2)
Não tem um galpão comunitário onde pudesse ser desenvolvidas atividades sociais para jovens, adultos e para a terceira idade. * (3)
A iluminação pública é deficiente
81
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
A água é bem tratada e bem distribuída, com captação protegida
Há descarte de lixo em terrenos baldios feito pela população;
A varrição e a coleta de lixo são eficientes O lixo coletado é jogado em lixão;
A drenagem urbana é deficiente e existe alguma delas jogada na rede de esgoto; * (2)
Existe arborização das ruas A arborização tem péssima manutenção
Há ruas sem calçamento
Há postes da rede elétrica mal colocados
É preciso elaboração e execução de um plano de Saneamento Ambiental * (3)
Não tem nenhum programa de formação de mão de obra nem para melhoria da renda familiar;
Há criação de animais na área urbana;
Não recebem serviço da Vigilância Sanitária para controle de endemias ou de vetores * (1)
82
TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
O PSF é bem aplicado; Não tem programa de educação para jovens e adultos;
O atendimento escolar é satisfatório; Não há local adequado para a prática de esportes
O atendimento à saúde é satisfatório; Não há nenhum programa social que atende a terceira idade, nem a jovens e adultos.
Existe uma associação de bairro. Não há projeto instado de desenvolvimento social;.
O Programa Bolsa Família é bem dirigido * (3) O programa Bolsa Família não atende a toda a demanda.
O PSF funciona bem Não tem programa de geração de emprego e renda * (1)
Não tem programa de aprendizagem e/ou inclusão digital.
Não tem local adequado para desenvolvimento de atividades sociais, culturais ou produtivas * (2)
É alto o índice de jovens desocupados
Não recebem serviços da Assistência social * (3)
83
OFICINA 02 DIA 04/09/2006 COMUNIDADE DA REGIÃO DO DISTRITO DE VERMELHO VELHO
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Tem infra-estrutura: redes de água, de esgoto, coleta de lixo, ruas calçadas, energia elétrica e telefonia fixa.
O esgoto é jogado bruto no curso de água que passa no Distrito;
A escola estadual atende bem aos alunos de 1ª. à 4ª. e de 5ª. À 8ª. séries.
O lixo coletado é jogado em lixão;
Tem posto de saúde e o PSF. Há ruas não pavimentadas, com grande dificuldade de trânsito todo o tempo;
Tem prédios históricos de importância cultural. Falta manutenção na rede pública (lâmpadas) e a iluminação da praça é ineficiente;
Tem Conselho de Defesa Civil no município. Não há telefonia móvel (celular);
Tem associação comunitária. A escola não atende à demanda de 2º. Grau;
Tem infra-estrutura para um programa de formação de piscicultores.
As instalações físicas do posto de saúde são precárias e insuficientes, não tem atendimento Odontológico nem programa de controle de diabetes nem atendimento médico regular;
O Conselho do Patrimônio Cultural do município não atende o Distrito;
84
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
A água é bem tratada e bem distribuída, com captação protegida
O esgoto é jogado bruto no curso d´água que passa no Distrito, sem tratamento;
A varrição e a coleta de lixo são eficientes O lixo coletado é jogado em lixão;
Tem programa de educação ambiental na escola * (3) A praça pública esta mal cuidada;
Existe praça pública A drenagem urbana é deficiente e existe alguma jogada na rede de esgoto; * (2)
Existe arborização das ruas Há poluição pontual na margem do córrego devido ao despejo de esgoto;
Há poluição pontual devido a despejo de lixo;
A arborização é precária, inadequada e com podas mal feitas;
Queimadas e desmatamento clandestino.
Falta uma Estação de Tratamento de Esgoto * (1)
Não tem área de proteção ambiental e de lazer * (3)
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TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
Há convenio municipal com a EMATER; Não tem programa de educação para jovens e adultos;
Há fomento do PRONAF Não tem programa de formação de obra, nem de produção rural, nenhuma ação da EMATER nesse sentido ou qualquer outro.
Existe Secretaria Municipal de Agricultura Não tem um programa de formação de piscicultores, embora tenha uma infra-estrutura instada na antiga estação ferroviária para esse fim.
Existe um campo de futebol para prática do esporte A EMATER faz projeto financeiro e emite as certidões de aptidão para os agricultores retirarem do,banco os recursos do PRONAF, mas não faz plano de aplicação de recursos na produção; assim, esse recurso não é aplicado para gerar renda e o programa PRONAF se transforma num programa de endividamento;
Existe PSF e posto de saúde Não há local adequado para a prática de esportes
O programa Bolsa Família é bem aplicado e desenvolvido. Não há nenhum programa social que atende a terceira idade, nem a jovens e adultos.
O município tem boas perspectivas na produção e no turismo rural.
Não há projeto instado de desenvolvimento social e agrícola.
O programa Bolsa Família não atende a toda a demanda.
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OFICINA 03 DIA 04/09/2006 COMUNIDADE DA VILA PARENTE
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Instalar a infra-estrutura do Bairro Mangueira (drenagem pluvial, rede de esgotamento sanitário, calçamento, rede de distribuição de água, rede de distribuição de energia elétrica e de iluminação pública) * (2)
Iluminação pública precária apesar da alta taxa cobrada;
Reforma da ponte sobre o rio Matipó. Construção em áreas de alto risco ( frente corte de barrancos);
Instalação da rede de iluminação pública na rua do córrego de Ubá
Ocupação das margens do rio Matipó, sujeitas a enchentes anuais.
Contenção do desmoronamento lateral da estrada da saída da cidade para o Emboque, extensão da Rua Padre Manoel (situação de alto risco) * (1)
Despejo de esgoto bruto no rio Matipó
“Bocas de lobo” entupidas e sem manutenção.
Não existem Programas de Habitação Social (PHS) * (3)
87
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
Coleta satisfatória de lixo Capinas de rua não satisfatória
Arborização satisfatória Varrição ineficiente das ruas, com lixo nas bocas de lobo;
Calçamento Risco de desmoronamento de barrancos;
Captação, distribuição e tratamento de água. Drenagem pluvial deficiente ou inexistente ( rua Padre Manuel) * (2)
Despejo de esgoto sanitário no rio Matipó, sem tratamento * (1)
Lixo jogado no lixão, sem tratamento * (3)
Não há serviço preventivo nem fiscalização da Vigilância Sanitária (Código Sanitário)
TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
PSF * (2) Muitos jovens e adultos desempregados
Bolsa Família Não tem programa de desenvolvimento social
Construção de um Centro Comunitário como suporte para programas sociais, culturais e de produção para renda familiar * (1)
Não tem programa de desenvolvimento social
Instalação de um telecentro comunitário. * (3) Não há políticas públicas de geração de emprego e renda
Não há serviço preventivo da Assistência Social
Não há aplicação de Código de Postura.
88
OFICINA 04 DIA 04/09/2006 COMUNIDADE DO MORRO DA CAIXA D´ÁGUA
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Instalação de infra-estrutura no terço final da rua Francisco Costa Abrantes (drenagem pluvial, calçamento, rede de iluminação, esgotamento sanitário) * (1)
Ocupação desordenada de uma área doada pela Paróquia a famílias de baixa renda sem infra-estrutura básica
Elaborar e executar o projeto de Saneamento Ambiental Lotes vagos abandonados
Intervenção corretiva em trechos de alto risco na rua Francisco Costa Abrantes * (2)
Rede precária de esgotamento sanitário
Calçamento precário, inadequado ou inexistente em diferentes locais do bairro
Esgotamento sanitário jogado no rio, sem tratamento
Lixo coletado jogado em lixão, sem tratamento
Rede precária de iluminação pública, apesar da alta taxa cobrada
Escada que liga a rua F.Costa Abrantes à rua Mal. Deodoro com alto rico de desmoronamento * (3)
Ocupação e construção em locais de alto risco.
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TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
Coleta, tratamento e distribuição de água Serviço precário de varrição, coleta e transporte do lixo
Plano de Saneamento Ambiental * 3 Rede de esgotamento sanitário com problemas locais
Adequação e manutenção da arborização urbana * 2 Falta drenagem pluvial
Melhoria de varrição, coleta e transporte do lixo urbano * 1 Arborização inadequada e podas erradas
Bocas de lobo entupidas
Falta fiscalização da Vigilância Sanitária e aplicação do Código Sanitário
TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
Tem Associação de Bairro sem sede Baixo nível de organização social
Demanda políticas públicas na área de Serviço Social, Patrimônio Cultural e Esportes * 2
Não tem políticas públicas na área de Serviço Social, Patrimônio Cultural e Esportes *
Centro Comunitário para desenvolvimento de programas de formação de mão de obra, geração de emprego e renda, lar etc. * 1
Jovens desempregados e desorganizados
Bom atendimento nas áreas de saúde e educação Falta fiscalização e aplicação do Código de Posturas
PSF *3
90
OFICINA 05 DIA 04/09/2006 COMUNIDADE DA REGIÃO DA VILA DO ASILO
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Tem infra-estrutura: redes de água, de esgoto, coleta de lixo, ruas calçadas, energia elétrica e telefonia fixa.
O esgoto é jogado bruto no curso de água.
A escola estadual atende bem aos alunos de 1ª. à 4ª. e de 5ª. à 8ª. séries.
O lixo coletado é jogado em lixão;
Tem o PSF. Há ruas não pavimentadas, com grande dificuldade de trânsito nas chuvas;
Tem Conselho de Defesa Civil no município. Falta manutenção na rede pública (lâmpadas) e a iluminação da praça é ineficiente;
Tem associação comunitária. Não há telefonia móvel (celular);
Tem ruas calçadas A praça pública está mal cuidada e depredada.
Não tem um galpão comunitário onde pudesse ser desenvolvidas atividades sociais, lúdicas e produtivas para jovens, adultos e para a terceira idade.
91
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
A água é bem tratada e bem distribuída, com captação protegida
Há descarte de lixo em terrenos baldios feito pela população;
A varrição e a coleta de lixo são eficientes O lixo coletado é jogado em lixão;
Existe uma estação de tratamento de esgoto sanitário para o bairro
A drenagem urbana é deficiente e existe alguma delas jogada na rede de esgoto; * (3)
Existe arborização das ruas Há poluição pontual na margem do córrego devido ao despejo de esgoto não ligado à ETE;
A arborização é precária, inadequada e com podas mal feitas;
Queimadas e desmatamento clandestinos no entorno do bairro; * (2)
Há intensa poluição atmosférica causada esporadicamente por torrefação de café.
É preciso elaboração e execução de um plano de Saneamento Ambiental * (1)
92
TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
O PSF é bem aplicado; Não tem programa de educação para jovens e adultos;
O atendimento escolar é satisfatório; Não há local adequado para a prática de esportes
O atendimento à saúde é satisfatório; Não há nenhum programa social que atende a terceira idade, nem a jovens e adultos.
Existe uma associação de bairro. Não há projeto instado de desenvolvimento social;.
O Programa Bolsa Família é bem dirigido * (1) O programa Bolsa Família não atende a toda a demanda.
Não tem programa de geração de emprego e renda * (3)
Não tem programa de aprendizagem e/ou inclusão digital.
Não tem local adequado para desenvolvimento de atividades sociais, culturais ou produtivas * (2)
O serviço de segurança pública é precário, ineficiente, quase ausente.
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OFICINA 06 DIA 04/09/2006 COMUNIDADE DA VILA BARBOSA OFICINA 07 DIA 30/09/2006 COMUNIDADE DOS BAIRROS MORRO DAS PEDRAS E BOM PASTOR
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Não há planejamento nem fiscalização para loteamento e construções; há ocupação desordenada do bairro. * (2)
Tem infra-estrutura: redes de água, de esgoto, coleta de lixo, ruas calçadas,
A ETE precisa de limpeza e manutenção
Tem uma pequena ETE que atende o bairro; Os passeios são irregulares e não padronizados
Calçamento de ruas O lixo coletado é jogado em lixão;
O transporte urbano é satisfatório O calçamento, embora serviço público essencial, é cobrado dos moradores e não atende ao padrão de largura da rua já instalada, ou seja, via de 8m de largura recebe calçamento em 6m, criando uma situação de risco e de prejuízo para os moradores que tem de aumentar a largura da passeio ou conviver com o “vazio”. * (3)
As crianças são atendidas pela creche e escolas no centro.
Faltam pontos de drenagem pluvial (“bocas de lobo”)
A estrada asfaltada que passa belo bairro, sem sinalização adequada nem redutor de velocidade, coloca em risco permanente os pedestres e ciclistas, principalmente as crianças quando vão para a escola.
Existem postes de distribuição de energia elétrica mal alocados e inclinados;
A iluminação pública é deficitária.
Não há drenagem pluvial adequada no morro nem taludes para contenção e estabilização de barrancos.
Não há um galpão comunitário para desenvolvimento de atividades sociais e produtivas para crianças, jovens, adultos e para a terceira idade * (1)
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TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
A água é bem tratada e bem distribuída, com captação protegida
Há descarte de lixo em terrenos baldios feito pela população;
A varrição e a coleta de lixo são eficientes O lixo coletado é jogado em lixão;
Existe uma estação de tratamento de esgoto sanitário para o bairro
A drenagem urbana é deficiente e existe alguma delas jogada na rede de esgoto;
Existe arborização das ruas Há poluição pontual na margem do córrego devido ao despejo de esgoto não ligado à ETE;
A arborização é precária, inadequada e com podas mal feitas;
Queimadas e desmatamento clandestinos no entorno do bairro; * (2)
Há intensa poluição atmosférica causada esporadicamente por torrefação de café.
É preciso elaboração e execução de um plano de Saneamento Ambiental * (1)
TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
O PSF é bem aplicado; Não tem programa de educação para jovens e adultos;
O atendimento escolar é satisfatório; Não há local adequado para a prática de esportes
O atendimento à saúde é satisfatório; Não há nenhum programa social que atende a terceira idade, nem a jovens e adultos.
Existe uma associação de bairro. Não há projeto instado de desenvolvimento social;.
O Programa Bolsa Família é bem dirigido * (1) O programa Bolsa Família não atende a toda a demanda.
Não tem programa de geração de emprego e renda * (3)
Não tem programa de aprendizagem e/ou inclusão digital.
Não tem local adequado para desenvolvimento de atividades sociais, culturais ou produtivas * (2)
O serviço de segurança pública é precário, ineficiente, quase ausente.
95
OFICINA 08 DIA 10/10/2006 COMUNIDADE DO POVOADO DE CORNÉLIO ALVES
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
A única rua do povoado é calçada O calçamento é péssimo
A ocupação é livre, na direção da rua Construção com barranco instável nos fundos
Tem rede de coleta de esgoto O esgoto é jogado bruto no córrego
Não tem serviço público de coleta de lixo * (2)
A iluminação publica é satisfatória A comunidade pede um banheiro púbico
A escola precisa de reparos urgente * (3)
Só existe um telefone público A comunidade pede mais um “orelhão”.
As estradas não são pavimentadas A manutenção das estradas não é satisfatório * (1)
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO
POSITIVO NEGATIVO
Tem rede de coleta de esgoto O esgoto é jogado bruto no córrego * (2)
O lixo é jogado pelo próprios moradores num lixão à beira do córrego * (1)
A água é tratada e distribuída satisfatoriamente
A drenagem é deficiente A drenagem é deficiente * (3)
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TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
A atividade da população é rural O prédio da escola precisa de reparos e manutenção
A produção rural e o pequeno comércio sustenta a população local
A escola precisa de mobiliário e material didático
A escola atende à demanda A população não tem capacitação de mão de obra desenvolvida pela Emater, Senar ou outra instituição
Tem posto de saúde Não tem atendimento médico regular, não tem remédio.
O serviço social é ausente
A segurança púbica é ausente
A associação de produtores rurais foi credenciada pela CONAB para o programa fornecimento a entidades mas não há coordenação do programa nem venda de produtos devido a ausência da Secretaria Municipal de Agricultura
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OFICINA 09 DIA 18/10/2006 COMUNIDADE DO DISTRITO DE SANTANA DO TABULEIRO
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Tem infra-estrutura urbana com rede para captação de esgoto sanitário, rede elétrica e de iluminação pública, telefones públicos (orelhões), ruas calçadas.
Ocupação livre do solo, sem orientação nem licenciamento, sem projeto técnico mas seguindo a orientação intuitiva de ruas e quadras.
A zona rural é dividida entre pequenas e médias propriedades, onde predomina a lavoura de café e a criação de gado bovino de leite e corte.
Tem muita assistência técnica da EMATER mas tem pouca orientação técnica da EMATER
A zona rural é bem servida de estradas vicinais As estadas vicinais estão em mau estado de conservação, exigindo um plano de adequação com formatação do leito e das margens, drenagem e cascalhamento e um plano de manutenção. * (2)
É de forte expressão a cultura e a colheita do café, responsável pela maior absorção de mão-de-obra e geração de emprego e renda local
Demanda equipamento para tratamento primário dos grão de café para agregação de valores e aumento da renda do produtor.
Demanda infra-estrutura fiscal para fiscalização e emissão de notas fiscais (guias) para exportação do café e retenção dos impostos municipais, evitando a evasão de receita. * (3)
Não tem programas de habitação social .
Não tem serviço público de coleta de lixo * (1)
98
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
Tem água de boa qualidade, bem tratada e distribuída para toda a população.
A captação da água é em poço tubular, com baixa vazão. Alternativas estão sendo estudadas. * (2)
Tem rede de esgoto sanitário A rede de esgoto tem danos em alguns trechos e joga o esgoto bruto em cursos d’água.
Tem programa de educação ambiental na escola Foi constatada contaminação em cursos d´água na zona rural por agrotóxicos usadas nas lavouras de café. * (3).
A comunidade escolar faz coleta seletiva de lixo como programa de educação ambiental
É grave o problema causado pelo lixo doméstico e comercial urbano, que não tem coleta nem transporte regula, ficando acumulado em latões por uma semana até ser levado para um lixão perto de cursos dágua. No Período que fica nos latões, atrai ratos, moscas e baratas que convivem com a população. * (1)
Não tem drenagem pluvial adequada.
TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
Alta produção de café Contaminação de cursos d’água por agrotóxicos * (1)
Demanda de mão de obra maior do que a oferta, resultando em oferta de emprego e renda na lavoura.
Evasão de renda por falta de infra-estrutura fiscal.
Comércio bem desenvolvido no ramo de alimentos, material de consumo e insumos agrícolas.
Não tem programa de formação e qualificação de mão de obra para capacitar trabalhadores, melhorar a renda e a produtividade.
Boa distribuição de renda entre a população trabalhadora Não tem um centro comunitário ou um ginásio polivalente para a prática de esportes e desenvolvimento de programas de formação e qualificação de mão de obra de jovens e adultos. * (2)
Não tem praça pública apesar de ter área adequada para instalação de uma.
A falta de informação e de acesso à internet mantêm estudantes, jovens e adultos alienados e excluídos dos serviços, das vantagens e informação oferecidas pela tecnologia digital * (3)
O serviço de atendimento à saúde está com deficiências e distorções, atendimento médico precário, falta de remédios no posto, falta de orientação básica, PSF insatisfatório.
99
OFICINA 10 DIA 19/10/2006 COMUNIDADE DA VILA ESPERANÇA
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Tem infra-estrutura: redes de água, de esgoto, coleta de lixo, ruas calçadas,
Há casas construídas em área de rico (barrancos)
Os passeios são irregulares e não padronizados
Há programa de calçamento de ruas O lixo coletado é transportado e jogado em lixão;
O transporte urbano é satisfatório O calçamento, embora serviço público essencial, é cobrado dos moradores e não atende ao padrão de largura da rua já instalada, ou seja, via de 8m de largura recebe calçamento em 6m, criando uma situação de risco e de prejuízo para os moradores que tem de aumentar a largura da passeio ou conviver com o “vazio”. * (2)
As crianças são atendidas pela creche e escolas no centro.
Faltam pontos de drenagem pluvial (“bocas de lobo”)
Precisa asfaltar a que passa belo bairro, ligando... * (3)
Não tem um centro cultural ou equivalente
A iluminação pública é deficitária.
Não há drenagem pluvial adequada no morro nem taludes para contenção e estabilização de barrancos.
Não tem Programa de Habitação Popular. * (1)
100
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
O esgoto sanitário é encanado e jogado no rio O esgoto sanitário é jogado bruto no rio
Existe coleta de lixo O lixo é coletado em estado bruto e jogado no lixão. Contudo, a coleta não recolhe a totalidade do lixo e muito dele em jogado em terrenos baldios. Não há fiscalização nem aplicação do Código Sanitário Municipal. * (3)
Existe alguma drenagem pluvial através de “bocas-de-lobo”
As bocas de lobo existentes estão mal distribuídas e muitas delas sem tampa, oferecendo claro risco aos moradores e, principalmente, às crianças.
Há programa de calçamento no bairro As ruas estão sendo calças mas estão tendo sua largura diminuída, com prejuízo para os moradores, embora eles paguem uma taxa para terem o calçamento. Muitas ruas ainda estão sendo sem calçamento. * (2)
Tem arborização urbana As árvores foram plantadas sem orientação quanto ao lugar e à espécie própria. As podas são feitas sem orientação nem planejamento, danificando as árvores e anulando o efeito esperando da arborização.
Todo o bairro é tomado por intensa poluição proveniente das pocilgas que existem em seu entorno. O mau cheiro é insuportável em determinados períodos do dia e a contaminação do córrego e do rio que passam pelo bairro também polui o ar. Não há fiscalização. * (1)
TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
Existe Associação no Bairro A associação não tem sede própria, atua como voluntária na creche provisória do bairro e não tem programa de agregação nem inclusão social. Precisa de uma sede para instalar a creche e desenvolver atividades socioculturais. * (1)
Há muita mão de obra desqualificada Há muitos desempregados da indústria e da zona rural, jovens e adultos, sem perspectiva de qualificação
101
OFICINA 11 DIA 24/10/2006 COMUNIDADE DO DISTRITO DE BICUIBA
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA POSITIVO NEGATIVO
Tem infra-estrutura: rede de captação de esgoto, ETE, coleta de lixo, tratamento e distribuição de água
Drenagem pluvial deficiente ou inexistente em alguns lugares * (3)
Ocupação livre, com orientação instintiva, sem orientação técnica
Muitas residências classificadas como de “assentamento precário”
Tem posto de saúde bem montado Residências em locais de alto risco
Tem uma Estação de Tratamento de Esgoto As estradas vicinais precisam da execução de um plano de recuperação e de manutenção * (1)
Muitas pontes em estado precário e de risco
Tem toda uma rua comprometida com construções precárias em estado de risco: sob barrancos ou sobre barrancos, exigindo transferência para loteamento estável e com infra-estrutura
Não tem programa de habitação social * (2)
102
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO POSITIVO NEGATIVO
Tem infra-estrutura: rede de captação de esgoto, ETE, coleta de lixo, tratamento e distribuição de água.
O local de captação da água em poço tubular não é o mais adequado; é possível ser em fonte natural e distribuída por gravidade * (2)
Há programa de educação ambiental na escola, de 1a. a
4a. e de 5
a. a 8
a.
A coleta do lixo não é satisfatória e sua disposição final em lixão perto de curso de água e nascente precisa mudar. * (1)
Há monitoramento das nascentes das micro-bacias hidrográfica na área do Distrito e plano de proteção
A ETE esta funcionando com deficiência e precisa ser corrigida, adequada e ter manutenção freqüente * (3)
A melhoria da qualidade da água, seu tratamento e distribuição feita pelo SAAE é reconhecida pela população
A falta de drenagem pluvial adequada está transformando as ruas em rios durante as chuvas.
O Lixão está poluindo e, certamente, contaminando e distribuindo doenças.
TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
POSITIVO NEGATIVO
Economia local baseada na agropecuária Não tem organização social independente nem sindicato.
Tem infra-estrutura administrativa Recebem informações através de rádio e jornal
A escola é a referencia comunitária e, por isso, demanda construir um salão para atividades sócio-culturais e instalar um telecentro para promover a inclusão digital e prestar serviços veiculados pela internet. * (1)
A segurança pública está ausente da vida da comunidade, a não ser pós-tragédia. * (2)
O PSF é insatisfatório
O atendimento do posto é insatisfatório, com falta de medicamentos e com atendimento médico irregular. * (3)
Não tem uma creche mas tem demanda.
Não tem programas de formação de mão de obra nem de qualificação da existente.
As estradas vicinais, notadamente a de acesso, sem recuperação e manutenção, é um entrave para o desenvolvimento econômico e social.
103
OFICINA 12 DIA 25/10/2006 COMUNIDADE DO DISTRITO DE SÃO VICENTE DA ESTRELA
TEMA I: USO, OCUPAÇÃO DO SOLO E INFRA-ESTRUTURA
POSITIVO NEGATIVO
Tem ruas pavimentadas Falta pavimentar cerca de 60 % da vila urbana * (1)
Boa rede de iluminação pública Falta iluminação pública nas ruas do morro
Esgoto sanitário encanado Esgoto sanitário jogado nos cursos d´água
Transporte coletivo satisfatório Não há atendimento de emergência para a saúde * (2)
Posto de saúde instalado Não há infra-estrutura para lazer e cultura
Rede de telefonia pública Não há infra-estrutura de drenagem pluvial nas encostas
Não tem creche
As estradas vicinais não tem manutenção adequada e, quando tem, não tem orientação técnica. * (3)
Não programa de habitação popular.
TEMA II: MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO
POSITIVO NEGATIVO
Há coleta parcial de lixo Fica lixo sem recolher e o recolhido é jogado na beira de córrego, em lixão * (3)
Há coleta parcial de esgoto O esgoto é jogado bruto no córrego
O calçamento tem bocas de lobo As bocas de lobo não são suficientes e ficam abertas
A água é bem tratada e distribuída Não tem tratamento de esgoto sanitário * (2)
Há uma quantidade enorme de cachorros vadios nas ruas * (1)
104
TEMA III: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL POSITIVO NEGATIVO
Há muitas pessoas habilitadas para a prática de artesanato
Não há um galpão com unitário para atividades produtivas e culturais
A população é de faixa etária mais velha ou mais jovem Não há programas de atividades para a terceira idade
Tem uma associação comunitária Não há programas de produção agrícola em parceria com a prefeitura
Tem um grande potencial de água Não tem programa de apoio à piscicultura (cursos de formação e informação
Não tem planos de aplicação de recursos do PRONAF
106
5. PROPOSTA DE LEI DO PLANO DIRETOR
SUMÁRIO
PREÂMBULO
TÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
TÍTULO II - DOS OBJETIVOS
TÍTULO III - DO ORDENAMENTO TERRITORIAL
CAPÍTULO I - DO MACROZONEAMENTO MUNICIPAL
CAPÍTULO II - DO MACROZONEAMENTO RURAL
CAPÍTULO III - DO MACROZONEAMENTO URBANO
CAPÍTULO IV - DAS ÁREAS DE INTERESSE ESPECIAL
CAPÍTULO V - DA LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Seção I - Da Ocupação e Uso do Solo
Seção II - Dos Parâmetros Urbanísticos
Subseção I - Dos Recuos e Afastamentos
CAPÍTULO VI - DOS EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO
CAPÍTULO VII - DA ESTRUTURAÇÃO URBANA E MUNICIPAL
TÍTULO IV - DAS DIRETRIZES SETORIAIS
CAPÍTULO I - DA INFRA-ESTRUTURA MUNICIPAL
CAPÍTULO II - DO SISTEMA VIÁRIO, DA CIRCULAÇÃO E
TRANSPORTES
SUMÁRIO
CAPÍTULO III - DO SANEAMENTO BÁSICO
..............................................................
Seção I - Da Drenagem Pluvial
Seção II - Do Abastecimento de Água
Seção III - Do Esgotamento Sanitário
Seção IV - Da Limpeza Pública
Seção V - Do Controle de Vetores
TÍTULO V - DAS POLÍTICAS SOCIAIS
CAPÍTULO I - DA EDUCAÇÃO
CAPÍTULO II - DA CULTURA
CAPÍTULO III - DO ESPORTE E LAZER
CAPÍTULO IV - DA SAÚDE
CAPÍTULO V - DO CONFORTO AMBIENTAL E DA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA
CAPÍTULO VI - DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
CAPÍTULO VII - DA SEGURANÇA
CAPÍTULO VIII- DA GESTÃO DE RISCOS GEOLÓGICOS
CAPÍTULO IX - DA POLÍTICA HABITACIONAL DE INTERESSE
SOCIAL
TÍTULO VI - DA PROTEÇÂO AO MEIO AMBIENTE NATURAL
TÍTULO VII - DAS DIRETRIZES DO DESENVOLVIMENTO
MUNICIPAL
107
SUMÁRIO
CAPÍTULO I - DAS DIRETRIZES DO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMIC
CAPÍTULO II - DAS DIRETRIZES DA ADMINISTRAÇÃO
MUNICIPAL
TÍTULO VIII - DA IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DO PLANO
DIRETOR
CAPÍTULO I - DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS
CAPÍTULO II - DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA
CAPÍTULO III - DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO MUNICIPAL
CAPÍTULO IV - DA GESTÃO DO PLANO DIRETOR
TÍTULO IX - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
ANEXOS
ANEXO I - MAPA DO MACROZONEAMNETO MUNICIPAL
ANEXO II - MAPA DO MACROZONEAMNETO URBANO
ANEXO III - MAPA DE ARTICULAÇÃO MUNICIPAL
ANEXO IV - USO DO SOLO NA ZONA URBANA
ANEXO V - PARÂMETROS URBANÍSTICOS PARA A
OCUPAÇÃODO SOLO NA ZONA URBANA
ANEXO VI – PARÂMETROS E CARACTERÍSTICAS
GEOMÉTRICAS DAS VIAS .
ANEXO VII - EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO
ANEXO VIII - GLOSSÁRIO
108
PREÂMBULO
O Plano Diretor de Raul Soares objetiva dotar o município de
critérios de desenvolvimento, ocupação e uso de seu solo que
atendam aos seguintes princípios: a garantia da plena
realização das funções sociais da cidade e da propriedade e a
consolidação da cidadania e participação social, obedecendo
aos preceitos legais estipulados pela Constituição da
República, pelo Estatuto da Cidade, pela Constituição do
Estado de Minas Gerais e pela Lei Orgânica do Município de
Raul Soares/MG.
ANTEPROJETO DE LEI N.º ---/2006
(LEI DO PLANO DIRETOR)
Institui o Plano Diretor do Município de Raul Soares/MG
O Prefeito do Município de Raul Soares, no uso de suas
atribuições, faz saber que a Câmara Legislativa aprovou, e
sanciona a seguinte Lei:
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º - Fica instituído o Plano Diretor de Raul Soares, como
instrumento normativo e orientador das políticas públicas
municipais nos aspectos físicos, sociais, econômicos e
administrativos, compreendendo instrumentos normativos,
financeiros, institucionais e executivos.
.
Art. 2º - O Plano Diretor de Raul Soares é o instrumento
básico da política de desenvolvimento sustentável, que tem por
objetivo o ordenamento do Município e o cumprimento das
funções sociais da propriedade e da cidade, assegurando o
bem-estar dos munícipes.
Art. 3º - São princípios fundamentais do Plano Diretor de Raul
Soares:
I - a função social da propriedade e da cidade;
II - o desenvolvimento sustentável, no interesse e proveito de
todos os munícipes;
III - a garantia da qualidade de vida da população;
IV - o incremento do bem estar da comunidade, para as
gerações atual e futura.
§ 1º - A função social da cidade compreende o direito de todo
cidadão à moradia, ao emprego e à renda, ao transporte
público, ao saneamento básico, à energia elétrica, à iluminação
pública, à saúde, à educação, à cultura, ao esporte e lazer, à
segurança pública, à preservação ambiental e cultural e à
participação na gestão planejada.
§ 2º - São funções sociais da propriedade:
I - o uso compatível com a saúde e a segurança dos munícipes,
bem como com a preservação ambiental e cultural;
109
II - o uso como suporte para atividade de interesse do
Município, considerando os preceitos do desenvolvimento
sustentável.
Art. 3º - A função social da propriedade é cumprida pelo
atendimento às exigências fundamentais expressas neste Plano
Diretor.
TÍTULO II
DOS OBJETIVOS
Art. 4º - São objetivos do Plano Diretor de Raul Soares:
I - a garantia do pleno exercício das funções sociais da cidade
e da propriedade;
II - a preservação, proteção e recuperação do meio ambiente
natural e cultural do município;
III - a ordenação do desenvolvimento sócio-econômico do
município, de forma a apoiar o incremento do emprego e
da geração de renda;
IV - a melhoria da qualidade de vida;
V - a estruturação de um sistema de planejamento do
desenvolvimento municipal;
VI - a ampliação do acesso à informação aos munícipes e a
transparência da ação do governo;
VII - a participação cidadã no processo de planejamento e
gestão.
TÍTULO III
DO ORDENAMENTO TERRITORIAL
CAPÍTULO I
DO MACROZONEAMENTO MUNICIPAL
Art. 5º - A estruturação territorial compreende a distribuição
das atividades e da população no território constituindo áreas
urbanas e rurais e o sistema de relações entre essas áreas.
Art. 6º - A estruturação territorial compõe-se da rede
hierarquizada de polarizações, da rede viária de ligações
internas e externas e da distribuição de atividades no território,
condicionadas pela base física e pelas relações sociais,
econômicas e culturais.
Art. 7º - O território municipal divide-se em Zona Rural,
Zona Urbana e Zonas Urbanas Especiais, conforme Anexo I -
Mapa do Macrozoneamento Municipal:
I - Zona Rural, que corresponde às áreas
pertencentes ao território municipal
destinadas aos usos rurais, excluídas as
áreas pertencentes ao perímetro urbano e
aquelas isoladamente ocupadas por
110
parcelamento do solo em módulos menores
que o permitido em áreas rurais;
II - Zona Urbana, que corresponde às áreas incluídas no
perímetro urbano do município, ocupadas pelos usos urbanos
ou comprometidas com esses usos em função dos processos de
ocupação do solo instalados no município, assim como aquelas
isoladamente ocupadas por parcelamento do solo em módulos
menores que o permitido em áreas rurais;
III - Zona Urbanas Especiais, que corresponde às áreas com
características urbanas localizadas distantes da mancha urbana
do distrito sede, conforme Anexo I desta Lei.
§1º - As propriedades seccionadas pelo limite do perímetro
urbano serão consideradas urbanas caso a parcela
remanescente na zona rural seja inferior ao módulo mínimo de
parcelamento admitido pelo Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (INCRA).
§2º - O perímetro urbano, bem como o
zoneamento, serão definidos em legislação
específica.
§3º - A delimitação do perímetro urbano do Distrito Sede e das
Zonas Urbanas Especiais, bem como sua descrição detalhada,
será feita com base no Macrozoneamento, conforme Anexo I -
Mapa do Macrozoneamento Municipal, no prazo de 120 (cento
e vinte) dias, contados a partir da aprovação desta lei.
Art. 8º - Na Zona Rural, destinada a usos rurais, não será
permitida a aprovação de loteamentos ou condomínios
imobiliários urbanos, sendo a área resultante de qualquer
parcelamento ou desmembramento aquela equivalente, no
mínimo, à Fração Mínima de Parcelamento (FMP)
estabelecida pelo INCRA.
§1º - Será celebrado convênio com o INCRA, com vistas a
criar procedimentos de alteração do uso rural para urbano de
propriedades rurais situadas dentro da Zona Urbana.
§2º - A infra-estrutura básica de parcelamentos na Zona Rural
será responsabilidade exclusiva do empreendedor e/ou do
proprietário, respeitando-se sempre a legislação ambiental
vigente.
CAPÍTULO II
DO MACROZONEAMENTO RURAL
Art. 9º - A Zona Rural corresponde às áreas existentes entre o
perímetro urbano e o limite municipal.
Art. 10 - O território rural é dividido nas seguintes zonas:
I - Zona de Proteção Ambiental, ZPA, que compreende as
áreas ocupadas por Reservas Particulares Proteção da Natureza
- RPPN, Reservas Legais averbadas e remanescentes florestais
111
significativos, onde é prioritária a adoção de políticas para
recuperar as matas ciliares e induzir a conectividade por meio
de corredores ecológicos;
II - Zona Especial de Mineração, ZEM, que compreende as
áreas onde existam concessões para extração de lavra, devendo
ser adotados critérios para a exploração, fiscalização,
monitoramento, compensações ambientais e recuperação de
áreas degradadas após o encerramento das atividades
minerarias, de acordo com licenciamento ambiental;
III - Zona de Atividades Rurais, ZAR, que compreende as
demais áreas inseridas na Zona Rural, onde é permitida
atividade de extrativismo vegetal, lazer, de turismo, de
agropecuárias e agro-industriais.
§ 1º - As atividades de exploração extrativa vegetal e mineral,
bem como de agro e ecoturismo somente serão permitidas após
licenciamento ou autorização ambiental pelo setor responsável
do Executivo Municipal, ouvidos os demais órgãos
pertinentes, como o Conselho Estadual de Política Ambiental
(COPAM), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), de acordo com a
legislação vigente.
§ 2º - O Macrozoneamento Rural está apresentado no Anexo I
- Mapa do Macrozoneamento Municipal.
CAPÍTULO III
DO MACROZONEAMENTO URBANO
Art. 11 - A Zona Urbana corresponde ao espaço delimitado
pelo perímetro urbano, onde já existem ou será permitida a
instalação de usos urbanos ou comprometidos com o meio
urbano, onde são permitidos o uso residencial e usos
diversificados compatíveis com o uso residencial, que não
causem impactos negativos urbanísticos ou ambientais, nem
riscos à segurança da população, ou cujos impactos potenciais
sobre a estrutura urbana ou sobre o meio ambiente sejam
pouco significativos e controláveis através de medidas
mitigadoras de fácil aplicação.
Art. 12 - A ocupação e o uso do solo na Zona Urbana de Raul
Soares ficam estabelecidos pela definição e delimitação de
zonas, considerando-se a disponibilidade de infra-estrutura, a
capacidade de adensamento e o grau de incômodo e poluição
ao ambiente urbano.
Art. 13 - A Zona Urbana do Distrito Sede é dividida nas
seguintes zonas:
I - Zona Mista, ZMI, que corresponde às áreas urbanas onde
predomina a ocupação residencial, sendo possível instalação
de usos comerciais e de serviços de atendimento local,
compatíveis com o uso residencial;
II - Zona Mista Adensada, ZMA, que corresponde às áreas do
centro tradicional da cidade e eixos onde se expande e se
consolida o comércio e as atividades de prestação de serviços
de atendimento geral, com ocupação caracterizada por usos
múltiplos como residências, comércio, serviços e uso
institucional, sendo possível a instalação de usos comerciais e
de serviços de atendimento local e geral, desde que sejam
112
internalizados aos próprios terrenos os efeitos causados ao
funcionamento do sistema viário, pela atratividade de pessoas
ou demanda de área de estacionamento e pela necessidade de
movimentação de veículos para carga e descarga,
condicionando-se o alvará de funcionamento à aprovação pelo
município do respectivo Relatório de Impacto na Circulação –
RIC;
III - Zona de Adensamento Restrito, ZAR, que corresponde às
áreas de ocupação urbana não consolidadas pertencentes à
Zona Urbana, às áreas de ocupação rarefeita e sem o suporte
da infra-estrutura básica ou da possibilidade de sua
implantação em curto ou médio prazo, às áreas, de condições
topográficas, hidrográficas e geológicas desfavoráveis e/ou
onde foram identificados os principais canais de ventilação,
implicando em restrições da ocupação e uso do solo;
IV - Zona de Adensamento Controlado, ZAC, compreende as
áreas onde o adensamento deva ser desestimulado.
V - Zona de Chacreamento, ZCH, que corresponde às áreas
aptas à ocupação residencial de baixa densidade, abrangendo
parcelamentos do tipo chácaras e vazios que se encontram
dentro do perímetro urbano.
VI - Zona de Atividades Econômicas, ZAE, que corresponde
às áreas consideradas adequadas ao predomínio dos usos
comerciais e de serviços de maior porte e de maior conflito
com usos residenciais, pela atratividade de pessoas ou
demanda de área de estacionamento e pela necessidade de
movimentação de veículos para carga e descarga, desde que
sejam internalizados aos próprios terrenos os efeitos causados
ao funcionamento do sistema viário e seja cumprida a
legislação ambiental condicionando-se o alvará de
funcionamento à aprovação pelo município do respectivo
Relatório de Impacto na Circulação - RIC;
VII - Zona de Empreendimentos de Porte, ZEP, que
corresponde às áreas já ocupadas pelo uso industrial e aquelas
que apresentam boas condições de acessibilidade e oferta de
infra-estrutura, efetiva ou potencial, adequadas aos usos
econômicos e industriais diversificados, desde que sejam
minimizados os impactos sociais e aqueles causados ao meio
ambiente e sejam internalizados aos empreendimentos os
efeitos causados ao funcionamento do sistema viário, pela
atratividade de pessoas ou demanda de área de estacionamento
e pela necessidade de movimentação de veículos para carga e
descarga, condicionando-se o alvará de funcionamento à
aprovação pelo município do respectivo Relatório de Impacto
na Circulação - RIC;
VIII - Zona de Expansão Urbana, ZEU, que corresponde às
áreas ainda vazias dentro do perímetro urbano propícias à
ocupação, pelas condições do sítio natural e possibilidade de
instalação de infra-estrutura, respeitando-se as restrições
previstas na legislação de parcelamento, uso e ocupação do
solo e no Código Florestal.
§1º - É permitido o adensamento em todas as zonas, exceto a
ZAR, ZAC e a ZCH, até o máximo de três pavimentos,
exclusive pilotis e subsolo, obedecidos os parâmetros
urbanísticos constantes dos Anexos IV a VI desta lei, desde
que em lotes mínimos de 360m² e sempre que as condições do
sítio natural e da infra-estrutura instalada sejam adequadas.
113
§2º - Na ZAR, onde não prevista a implantação, a curto ou
médio prazo, de redes de esgoto pelo Poder Público, não será
permitido o lançamento de esgotos nos cursos d’água antes de
tratamento adequado, devendo este ser de responsabilidade do
empreendedor.
§3º - Na ZAR será estimulado, em parcelamentos não
ocupados, o remembramento de lotes, podendo o Poder
Público estabelecer uma redução do imposto territorial quando
esse remembramento for comprovadamente destinado a
implantação de atividades rurais.
§4º - Nos parcelamentos dentro da ZCH não estão previstas
redes de esgoto e de água instaladas pelo Poder Público,
ficando esta infra-estrutura sob a responsabilidade do
empreendedor.
§5º - A instalação de qualquer uso que possa ocasionar
impactos ao funcionamento do sistema viário, pela atratividade
de pessoas ou demanda de área de estacionamento e pela
necessidade de movimentação de veículos para carga e
descarga torna obrigatória a internalização desses impactos nos
próprios terrenos, de modo a preservar o uso público das vias,
condicionando-se o alvará de funcionamento à aprovação pelo
município do respectivo Relatório de Impacto na Circulação -
RIC.
§6º - A ocupação da ZEP se dará através de
análise individual e licenciamento especial
concedido a cada empreendimento, de
acordo com a avaliação do potencial do
empreendimento e dos impactos ambiental e
urbanístico causados.
Art. 14 - O Macrozoneamento Urbano está apresentado no
Anexo II - Mapa do Macrozoneamento Urbano.
CAPÍTULO IV
DAS ÁREAS DE INTERESSE ESPECIAL
Art. 15 - Ficam estabelecidas as seguintes Áreas de Interesse
Especial, cujas diretrizes prevalecerão sobre as diretrizes do
macrozoneamento:
I - Áreas de Interesse Social - AIS, que correspondem às áreas
destinadas à manutenção e/ou à instalação de moradias de
interesse social, compreendendo três categorias:
a) AIS I: áreas ocupadas irregularmente por população
carente;
b) AIS II: loteamentos irregulares ou clandestinos habitados
por população de baixa renda;
c) AIS III: áreas destinadas à instalação de parcelamentos ou
ocupação de interesse social;
II - Áreas de Interesse Urbanístico - AIU, que correspondem
às áreas destinadas a intervenções específicas, visando a
melhoria da estruturação urbana municipal, possibilitando sua
114
requalificação, revitalização e dinamização, compreendendo
duas categorias:
a) AIU I: área delimitada no Anexo II, que deverá ser objeto
de um programa específico compreendendo um projeto de
desenho urbano para revitalização do centro;
b) AIU II: área destinada à implantação de equipamentos, de
forma a oferecer infra-estrutura no município;
III - Áreas de Interesse Ambiental - AIA, que correspondem
às áreas necessárias à proteção de recursos naturais ou
paisagísticos, necessárias à preservação de mananciais ou à
proteção do solo, flora e fauna e de monumentos naturais e
paisagísticos;
IV - Áreas de Interesse Cultural - AIC, que correspondem às
áreas comprometidas com a preservação da cultura e história
do município e de seus habitantes, exigindo a adoção de
medidas e parâmetros destinados a sua preservação.
§1º - As intervenções nas AIC e na AIA só poderão ocorrer
mediante análise e aprovação pelo executivo, através dos
setores responsáveis na Prefeitura Municipal.
§2º - As Áreas de Interesse Especial serão definidas em
legislação específica, na medida em que assim o demande a
dinâmica municipal.
§3º - Se sobre uma mesma área incidir mais de uma
classificação de Áreas de Interesse Especial, prevalecerão os
parâmetros mais restritivos.
CAPÍTULO V
DA LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Art. 16 - O direito de construir está submetido ao
cumprimento dos princípios previstos nesta Lei do Plano
Diretor.
Art. 17 - Quaisquer atividades que venham e se instalar no
município estarão sujeitas às normas dispostas nesta Lei e em
seus instrumentos normativos.
Art. 18 - São instrumentos normativos da política de
desenvolvimento urbano e ordenação territorial, em
complementação a Lei do Plano Diretor:
I - Lei do Perímetro Urbano;
II - Lei de Parcelamento;
III - Lei de Uso e Ocupação do Solo;
IV - Código de Obras;
V - Código de Posturas;
VI - Lei Ambiental.
115
Art. 19 - A legislação de parcelamento definirá as exigências
relativas aos parâmetros urbanísticos referentes às dimensões
dos lotes, vias e áreas de equipamentos públicos, a serem
adotadas nos novos parcelamentos, impedindo a ocupação das
áreas de risco geológico efetivo ou potencial, de modo a
garantir a habitabilidade das novas áreas urbanas;
§ 1º - Na AIS I, caso seja necessário, será admitida a adoção
de parâmetros inferiores aos estabelecidos pela legislação, de
acordo com regulamentação especifica para cada área.
§ 2º - Nos novos loteamentos serão reservados espaços para o
desenvolvimento de atividades coletivas de recreação, esportes
e lazer, nos termos da legislação urbanística municipal.
Art. 20 - A legislação de ocupação e uso do solo definirá os
parâmetros a serem adotados na ocupação das diversas zonas
do município, incentivando a diversidade e a
complementaridade de usos, desde que garantidas as condições
de convivência com o uso residencial.
Art. 21 - O adensamento demográfico será controlado pela
porcentagem da ocupação dos terrenos, pelo número de
pavimentos permitido, pela área mínima dos lotes e pela taxa
de permeabilidade.
Art. 22 - Ficam definidas como diretrizes básicas de
adensamento para todo o município:
I - Ocupação dos terrenos em até 50% (cinqüenta por cento)
da área total;
II - Construção em até três pavimentos, excluído os pilotis;
III - Lote mínimo de 360m2
(trezentos e sessenta metros
quadrados), com frente mínima de 12m (doze metros);
Parágrafo único - Os critérios de adensamento específicos
para as diferentes áreas serão definidos na Lei Municipal de
Ocupação e Uso do Solo, atendendo às características do sítio
natural e à disponibilidade de infra-estrutura viária e sanitária.
Seção I
Da Ocupação e Uso do Solo
Art. 23 - A ocupação e uso do solo obedecerão à classificação
das atividades em categorias de uso e a sua distribuição entre
as zonas, conforme Anexo IV - Uso do Solo na Zona Urbana.
Parágrafo único - A ocupação e o uso já existentes, à época
da aprovação desta lei do plano diretor, de construções
situadas em áreas impróprias ou que não se enquadram nas
definições estabelecidas, podem permanecer no local como
uso não conforme, adotando medidas que amenizem os
impactos causados e sendo vedada sua expansão, permitindo-
se apenas as obras necessárias à sua manutenção.
Art. 24 - As categorias de uso no município de Raul Soares
são as seguintes:
I - Uso Residencial, que se refere ao uso destinado à moradia,
podendo ser:
116
a) Uso Residencial Unifamiliar, no caso de uma
moradia por lote;
b) Uso Residencial Multifamiliar, no caso de
várias moradias por lote, que podem agrupar-se
horizontalmente, em vilas ou casas geminadas, ou
verticalmente, em edifícios de apartamentos.
II – Uso Econômico, que engloba as atividades de comércio e
serviços, podendo ser:
a) de atendimento local - atividades com área
construída máxima de 200m² (duzentos metros
quadrados), e que se destinam ao atendimento das
necessidades cotidianas da população, não produzindo
poluição sonora, atmosférica ou ambiental de qualquer
natureza, não conflitantes com o uso residencial;
b) de atendimento geral - atividades com área
construída acima de 200 m² (duzentos metros
quadrados) e até 500 m² (quinhentos metros quadrados)
e cujos impactos sobre o espaço urbano sejam
mitigados por dispositivos de controle da poluição
sonora e atmosférica e da emissão de efluentes
diversos, exceto aqueles relacionados como Usos
Especiais.
III – Uso Misto, que corresponde à associação dos dois
anteriores;
IV - Uso Institucional, que compreende os espaços e
instalações destinadas à administração pública e às atividades
de educação, cultura, saúde, assistência social, religião e lazer,
com especial atenção na sua implantação quanto aos aspectos
da segurança de seus usuários;
V – Uso Industrial, que se subdivide em:
a) não impactante – estabelecimentos com área
construída máxima de 500 m² (quinhentos metros
quadrados) e cujo processo produtivo seja compatível
com as atividades do meio urbano, não ocasionando,
independentemente de uso de métodos especiais de
controle da poluição, qualquer dano à saúde, ao bem-
estar e à segurança das populações vizinhas;
b) impactante – estabelecimentos com área
construída acima de 500 m² (quinhentos metros
quadrados), ou que, independentemente de seu porte,
causem poluição atmosférica, hídrica ou sonora, e
ocasionem incômodos para as populações vizinhas,
exigindo, no seu processo produtivo, instalação de
métodos adequados de controle e tratamento de seus
efluentes.
VI - Usos Especiais, classificados no Artigo 25 desta Lei
Parágrafo único - Pequena indústria não produtora de ruídos,
odores ou rejeitos poluentes, com área construída máxima de
200m² (duzentos metros quadrados), é permitida em todas as
zonas, desde que apresente autorização ou licenciamento
ambiental aprovado pelos órgãos municipais competentes, de
acordo com a legislação ambiental e sanitária vigente.
Art. 25 - Ficam classificados como Usos Especiais aqueles
causadores de impactos ao meio ambiente urbano, sendo sua
implantação objeto de projeto e licenciamento específicos,
aprovados pelos órgãos competentes:
117
I - estações e subestações de concessionárias de serviço
público;
II - serviços governamentais;
III - estabelecimentos de ensino de 1º, 2º e 3º graus;
IV - hospitais, clínicas, maternidades e sanatórios;
V - hotéis e similares;
VI - atividades com horário de funcionamento noturno, após
as 22 horas;
VII - conjuntos habitacionais de interesse social;
VIII - centros comerciais, mercados e supermercados com
área construída acima de 500 m² (quinhentos metros
quadrados);
IX - postos de serviço com venda de combustível;
X - comercialização de explosivos, fogos de artifício e gás
liquefeito;
XI - comércio atacadista, distribuidores e depósitos com área
construída acima de 500 m² (quinhentos metros quadrados).
Art. 26 - A instalação, a construção, a ampliação e o
funcionamento de indústrias e de quaisquer empreendimentos
que venham sobrecarregar a infra-estrutura urbana ou
repercutir significativamente no meio ambiente e no espaço
urbano ficam sujeitos à avaliação do impacto urbanístico
causado e ao licenciamento ambiental, a cargo dos órgãos
competentes, sem prejuízo de outras licenças legalmente
exigíveis, sempre priorizando o interesse público.
§1º - Nos casos indicados no caput deste artigo, deverá ser
exigida a elaboração de estudos ambientais e de impactos
específicos na vizinhança, de acordo com a legislação
urbanística e ambiental vigentes.
§2º - As atividades econômicas e de prestação de serviços
localizadas nas vias coletoras e arteriais respeitarão as
limitações das zonas em que se situam e as medidas
mitigadoras de impactos, de maneira que sua ocupação não
prejudique o escoamento do fluxo de tráfego e a articulação
viária condicionando-se o alvará de funcionamento à
aprovação pelo município do respectivo Relatório de Impacto
na Circulação - RIC.
Art. 27 - Serão adotados os seguintes critérios, visando a
redução de impactos que quaisquer empreendimentos causem
ao ambiente urbano, pela geração de efluentes de qualquer
natureza, pela atração de pessoas ou demanda de área de
estacionamento e pela necessidade de movimentação de
veículos para carga e descarga:
I - reserva de área para estacionamento, carga e descarga
dentro dos limites do próprio terreno, excetuando-se o recuo
frontal;
II - implantação de sinalização dos acessos;
118
III - definição de trajeto de acesso dos veículos pesados de
forma a compatibilizar a circulação com o sistema viário
existente;
IV - para atividades atrativas de pessoas:
a) reserva de área interna e coberta para filas;
V - para atividades que geram riscos de segurança:
a) aprovação de projeto específico de prevenção e
combate a incêndio;
b) implantação de sistemas de alarme e segurança;
c) projeto de evacuação, inclusive quanto a
deficientes físicos.
VI - para atividades geradoras de efluentes poluidores, odores,
gases, ou radiações ionizantes:
a) tratamento da fonte poluidora por meio de
equipamentos e materiais;
b) implantação de programa de monitoramento.
VII - para atividades geradoras de ruídos e vibrações:
a) implantação de sistemas de isolamento acústico e
de vibrações.
Art. 28 - O zoneamento de uso e ocupação do solo será
definido em legislação específica, com base nos parâmetros
constantes nesta lei, no prazo de 120 (cento e vinte) dias
contados a partir da aprovação desta lei.
Seção II
Dos Parâmetros Urbanísticos
Art. 29 - Os parâmetros urbanísticos destinados a controlar a
ocupação e o uso do solo em cada zona, com o objetivo de
garantir a preservação do meio ambiente e do patrimônio
histórico e cultural, o conforto, a salubridade e a qualidade do
meio ambiente e o seu usufruto por todos os cidadãos, são:
I - tamanho mínimo do lote e frente mínima;
II - taxa de ocupação (TO), que corresponde à relação entre a
área de projeção horizontal da edificação e a área do terreno e
que deve ser conjugada com as exigências de recuos e
afastamentos, prevalecendo o valor mais restritivo;
III - número máximo de pavimentos;
IV - recuos e afastamentos, que são as faixas entre a edificação
e os limites laterais e de fundos do lote (afastamentos laterais e
de fundos) e entre a edificação e o alinhamento do lote no
logradouro público (recuo frontal);
V - taxa de permeabilidade (TP), que corresponde à porção do
terreno que deverá sempre ser conservada em seu estado
natural;
VI - vagas mínimas de estacionamento, que definem o número
mínimo de vagas para estacionamento de veículos em função
de cada uso, com o objetivo de minimizar conflitos no sistema
viário.
Parágrafo único - O Anexo V - Parâmetros Urbanísticos para
a Ocupação do Solo na zona Urbana determina os valores dos
119
parâmetros urbanísticos destinados a controlar a ocupação do
solo.
Subseção I
Dos Recuos e Afastamentos
Art. 30 - Para garantir a ventilação e a insolação das unidades,
nas edificações de até 2 (dois) pavimentos os recuos laterais e
de fundos, se existirem, serão de, no mínimo, 1,50m (um
metro e cinqüenta centímetros), e nas edificações acima de 2
(dois) e até 3 (três) pavimentos, exclusive pilotis e subsolo, os
recuos laterais e de fundos serão de, no mínimo, 2,50m (dois
metros e cinqüenta centímetros).
Parágrafo único - O pilotis a que se refere o caput deste
artigo, de uso comum dos condôminos, poderá ser utilizado em
até 50% (cinqüenta por cento) como área de estacionamento de
veículos e, no caso do subsolo, seu uso deverá destinar-se
exclusivamente a estacionamento, respeitando-se as condições
de iluminação e ventilação e a Taxa de Permeabilidade (TP).
Art. 31 - Os recuos frontais serão de 3,00m (três metros),
exceto nas vias arteriais, onde os recuos frontais serão de
5,00m (cinco metros).
Parágrafo único - Os recuos frontais das edificações de uso
diverso do uso residencial serão incorporados ao passeio.
Art. 32 - A altura máxima na divisa lateral e de fundos em
edificações sem recuo será de 8,00m (oito metros), não sendo
permitidas aberturas nas paredes laterais nestes casos.
CAPÍTULO VI
DOS EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO
Art. 33 - Empreendimentos de impacto são aqueles cujos
efeitos decorrentes de sua instalação possam ocasionar a
geração de efluentes poluidores, de ruídos excessivos e/ou
riscos à segurança de munícipes, provocar impactos sobre o
sistema viário e o sistema de transportes, sobre a infra-
estrutura e serviços urbanos disponíveis e/ou sobre o meio
natural.
Parágrafo único - São considerados empreendimentos de
impacto aqueles listados no Anexo VII desta Lei.
Art. 34 - Os empreendimentos de impacto estão sujeitos ao
controle ambiental, que verifique sua sustentabilidade e
conseqüente viabilidade ambiental, para obter licenças ou
alvarás a cargo do Poder Público Municipal.
§ 1º - O controle ambiental será feito pelo estado e/ou
município, mediante os instrumentos do zoneamento, dos
estudos de avaliação de impactos ambientais, do
licenciamento, monitoramento e educação ambiental ou outro
instrumento definido pelo Poder Público.
§ 2º - Exigir-se-á o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança -
EIV, para empreendimento ou atividade que possam causar
impactos positivos e negativos sobre a qualidade de vida da
população residente na área e suas proximidades.
120
§ 3º - O Relatório de Impacto na Circulação - RIC poderá ser
exigido separadamente ou no contexto do Estudo de Impacto
de Vizinhança - EIV, a critério da Comissão do Plano Diretor,
ouvido o Conselho do Plano Diretor.
Art. 35 - A legislação de ocupação e uso do solo classificará
os usos não residenciais conforme o grau de impacto,
considerando o Art. 27 desta Lei.
CAPÍTULO IX
DA ESTRUTURAÇÃO URBANA E MUNICIPAL
Art. 36 - A estruturação urbana e municipal se dará através
dos centros urbanos, dos núcleos isolados e da zona rural.
Art. 37 - Centros Urbanos são regiões de referência que
concentram atividades comerciais, de serviços e espaços de
convivência da comunidade local, exercendo um importante
papel na construção da identidade da população.
§ 1º - Os Centros Urbanos são os locais preferenciais de
investimento público, instalação de equipamentos, de serviços
públicos e realização de eventos culturais, de lazer e de
turismo.
§ 2º - Os Centros Urbanos integrarão uma rede de centros com
o objetivo de promover o suporte para a vida cotidiana da
população e para a diversificação da economia municipal.
Art. 38 - As diretrizes gerais para intervenção nas regiões e
respectivas centros urbanos serão:
I - o estímulo e ordenação de seu desenvolvimento;
II - a acessibilidade aos serviços públicos;
III - a requalificação dos espaços públicos;
IV - a geração de empregos.
Art. 39 - Os principais Centros Urbanos do município de Raul
Soares são:
I - a Sede Municipal de Raul Soares;
II - o Distrito Especial de Bicuíba;
III - o Distrito Especial de Santana do Tabuleiro;
IV - o Distrito Especial de São Sebastião do Óculo;
VI - o Distrito Especial de São Vicente da Estrela;
VII - o Distrito Especial de Vermelho Velho.
Art. 40 - As diretrizes para atuação nos núcleos isolados e na
Zona Rural, visando a sustentabilidade do município como um
todo, são:
I - apoiar a estrutura produtiva através de:
121
a) levantamento de suas principais potencialidades
e limitações, objetivando a diversificação da produção
rural;
b) apoio aos pequenos produtores e às
cooperativas;
c) orientação aos produtores sobre técnicas de
preparo do terreno para o plantio, alertando contra a
aração segundo a linha de máxima declividade;
d) difusão no meio rural dos recursos tecnológicos
básicos, tais como energia rural utilizando a instalação
de pontos de energia ou sistemas locais baseados em
quedas aproveitadas por rodas pelton, carneiros
hidráulicos, rodas d’água e cata-ventos;
e) divulgação entre a população rural de técnicas
de coleta de águas pluviais, para substituição de águas
superficiais salobras, cisternas secas e diques
retentores;
f) fomento à capacitação profissional;
g) estímulo à modernização da pecuária bovina,
visando à ampliação das taxas de desfrute;
h) pesquisa, divulgação e apoio para a consecução
de linhas de financiamento do tipo micro-crédito ao
pequeno produtor e programas de geração de renda;
II - promover a estruturação territorial, através de:
a) apoio aos núcleos isolados rurais, onde serão
instalados equipamentos de serviços públicos e redes
de infra-estrutura;
b) manutenção da rede de estradas vicinais,
preservando a capacidade de escoamento da produção e
integrando os núcleos entre si e aos centros urbanos.
III - preservar o patrimônio natural, por meio de:
a) execução de zoneamento agroambiental,
identificando os ecossistemas essenciais a serem
preservados;
b) ordenamento da ocupação espacial pelas
diversas atividades produtivas, estimulando a retirada
progressiva da atividade rural impactante da partes
mais suscetíveis à erosão, implantando matas para
exploração econômica;
c) prevenção de processos erosivos e de
deslizamentos, pela divulgação de tecnologia básica de
alcance geográfico amplo, sobre a gestão rural em
geral, principalmente em relação às áreas de plantio e
pastoreio;
d) divulgação de informações sobre preservação
dos recursos naturais.
TÍTULO IV
DAS DIRETRIZES SETORIAIS
CAPÍTULO I
DA INFRA-ESTRUTURA MUNICIPAL
Art. 41 - O Executivo Municipal, para prover a infra-estrutura
e demais serviços públicos, poderá, obedecidas às diretrizes
desta Lei, conceder sua implantação a empresas públicas ou
privadas, de acordo com a legislação vigente e com as
diretrizes do Plano Diretor, cabendo ao Poder Público a
adequada fiscalização da manutenção dos serviços concedidos.
CAPÍTULO II
122
DO SISTEMA VIÁRIO, DA CIRCULAÇÃO E
TRANSPORTES
Art. 42 - O sistema viário e de transportes no município, que
abrange a malha viária, o sistema de circulação viária, os
transportes coletivos e individuais públicos e privados, de
cargas e passageiros e as necessidades específicas de
circulação de bicicletas, pedestres e deficientes físicos,
atenderá às seguintes diretrizes gerais:
I - apoiar a articulação da estrutura urbana, atendendo às
necessidades cotidianas dos cidadãos, com conforto,
segurança e regularidade, em todas as suas formas e
meios;
II - prover a acessibilidade aos espaços e edificações, de modo
a consolidar e/ou ampliar as oportunidades de emprego,
educação, recreação, lazer e comunicação.
Art. 43 - O sistema viário municipal será implementado de
acordo com as seguintes diretrizes específicas:
I - aperfeiçoar a articulação interna do espaço municipal,
através da complementação da rede existente de acordo
com o Plano de Classificação Viária a ser elaborado com os
seguintes objetivos:
a) integração dos centros urbanos à sede e entre si;
b) hierarquização das vias urbanas;
c) definição de diretrizes e normas para
implantação de vias em novos loteamentos e
intervenções de iniciativa do poder público;
d) padronização de critérios e da nomenclatura de
classificação viária;
e) atendimento às políticas urbanas municipais
estabelecidas pela Lei Orgânica Municipal e por esta
Lei.
II - garantir que a expansão urbana se dê de forma integrada
com o Plano de Classificação Viária e articulada com o
sistema viário municipal, compatibilizando os novos
traçados viários à malha existente.
III - garantir a manutenção das estradas vicinais, dando apoio
à política agrícola e de abastecimento, especialmente no
período das chuvas;
IV - reduzir os conflitos entre o tráfego de pedestres e o
tráfego de veículos, definindo os alinhamentos, as
características geométricas e os dispositivos de controle e
segurança dos logradouros, as vias de acesso e estradas
vicinais;
V - garantir acessibilidade aos deficientes físicos.
Parágrafo único - A aprovação de novos loteamentos no
município preverá a reserva das áreas necessárias à
implantação das vias previstas no Plano de Classificação
Viária Municipal, condicionando sua aprovação e alvará de
implantação ao atendimento as exigências constantes nas
diretrizes desta Lei, da Lei de Parcelamento e de Uso e
Ocupação do Solo e anuência prévia do setor competente da
administração municipal.
123
Art. 44 - Para a classificação das vias e emissão de diretrizes
para o parcelamento o uso e ocupação do solo ficam definidas
como:
I - Vias de Ligação Regional: as vias de acesso e transposição
do município e de ligação entre a sede e os distritos especiais,
com controle de acesso através de interseções sinalizadas ou
obras de arte especiais;
II - Vias Arteriais: as principais vias de ligação entre bairros e
entre os bairros e o centro, sendo permitida a entrada de
veículos nas vias apenas em locais bem sinalizados e o
estacionamento em locais determinados de forma a favorecer a
localização do comércio, serviços e outras atividades;
III - Vias Coletoras: as vias auxiliares das vias arteriais, que
cumprem o duplo papel de coletar e distribuir o tráfego local
para as vias arteriais e destas para as vias locais, de forma a
minimizar impactos negativos nas áreas lindeiras, sendo
permitido o estacionamento em locais determinados para
favorecer a localização do comércio, serviços e outras
atividades;
IV - Vias Locais: as vias destinadas predominantemente a
promover o acesso imediato às unidades que abrigam
atividades lindeiras, sendo permitido o estacionamento de
veículos;
V - Vias de Pedestres: as vias destinadas preferencialmente à
circulação de pedestres em condições especiais de conforto e
segurança, sendo permitido o tráfego eventual de veículos para
acesso às unidades lindeiras, para serviços públicos e privados
e para segurança pública, enquadrando-se nesta classificação
os becos, passagens e vielas existentes;
VI - Ciclovias: as vias destinadas ao uso exclusivo de
bicicletas e veículos não-motorizados, excluídos aqueles
movidos por tração animal, com diferenciação de pisos para
circulação de pedestres, não sendo permitido o estacionamento
de veículos motorizados.
§1º - O Anexo III - Mapa de Articulação Municipal contém as
diretrizes de articulação viária do município.
Art. 45 - A circulação viária municipal obedecerá as seguintes
diretrizes:
I - integrar e articular o sistema de transportes e o sistema
viário;
II - prover acessibilidade aos centros de emprego,
pavimentando prioritariamente as vias integrantes rede
viária principal e dos itinerários do transporte coletivo;
III - implantar e operar a sinalização estatigráfica vertical e
horizontal de regulamentação, advertência, informação e
orientação, sinalização semafórica e os dispositivos de
controle de velocidade e segurança, nas estradas e
logradouros municipais, facilitando a identificação,
localização, mobilidade, conforto e segurança nos
deslocamento e acesso da população;
Art. 46 - São diretrizes especificas do transporte público:
124
I - planejar, gerenciar, coordenar e fiscalizar os serviços de
transportes terrestres e hidroviários de todos os modais que
efetuem o transporte público de passageiros, incluindo ônibus,
táxi, transporte escolar, transporte fretado e turístico em todo o
território municipal, integrando o sistema de transporte e
circulação entre as diversas áreas urbanas e localidades do
município;
II - garantir o acesso por transporte coletivo às áreas ocupadas
por população de baixa renda;
III - compatibilizar o planejamento dos transportes coletivos
com as demandas detectadas.
CAPÍTULO III
DO SANEAMENTO BÁSICO
Art. 47 - São objetos da política de saneamento básico:
I - o sistema de captação, tratamento e distribuição de água
potável;
II - o sistema de esgotamento sanitário;
III - as redes de macro e micro drenagem;
IV - o sistema de coleta e destinação de resíduos sólidos;
V - o controle de vetores.
Parágrafo único - Para implantação dos programas
estabelecidos neste capítulo, o Executivo e/ou a(s) sua(s)
concessionária(s) destinarão, além dos recursos orçamentários
próprios, aqueles obtidos mediante financiamentos, ou ainda
aqueles obtidos mediante convênios com entidades públicas ou
privadas, desde que respeitando a legislação vigente.
Art. 48 - São diretrizes gerais para o atendimento dos serviços
de saneamento:
I - o desenvolvimento sustentável;
II - a universalidade do atendimento e o planejamento
compatibilizado com a evolução da demanda;
III - a ampliação do atendimento às regiões carentes e a
compatibilização das tarifas com o poder aquisitivo da
população;
IV - a integração com os programas de saúde e educação;
V - a atuação conjunta com os municípios vizinhos, sempre
que favorável ao interesse público;
VI - a elaboração de planos setoriais de saneamento que
atendam às diretrizes gerais e específicas e aos princípios
básicos deste Plano.
Seção I
Da Drenagem Pluvial
Art. 49 - O Sistema de Drenagem Pluvial do município de
Raul Soares compreende os equipamentos e ações relativas à
macro e micro drenagem e tem por objetivo a solução dos
125
problemas relacionados ao escoamento de águas superficiais
no município.
§ 1º - A rede de macrodrenagem destina-se a promover o
escoamento dos cursos d’água, evitando as enchentes nas áreas
ocupadas.
§ 2º - A rede de microdrenagem destina-se à captação e
escoamento das águas pluviais nas áreas de ocupação urbana,
conectando-se à rede de macrodrenagem ou diretamente aos
corpos hídricos receptores quando for o caso.
§ 3º - O sistema poderá ser complementado por dispositivos de
coleta e armazenamento ou infiltração de águas pluviais,
fundamentados em tecnologia adequada.
Art. 50 - São diretrizes específicas da drenagem pluvial:
I - estabelecer normas e procedimentos relativos à
manutenção da rede existente;
II - expandir a rede para as áreas de ocupação urbana
consolidada onde inexista rede de micro-drenagem, desligando
todas as conexões existentes com redes de esgotamento
sanitário.
III - promover a adequação das redes existentes, onde as
mesmas apresentem-se saturadas;
IV - estabelecer, na legislação urbanística, Taxas de
Permeabilidade mínimas para disciplinar a ocupação dos lotes
urbanos, visando manter a capacidade de infiltração natural de
águas pluviais;
V - priorizar a recuperação, tratamento e preservação dos
fundos de vale ainda não urbanizados;
Art. 51 - Todos os projetos de obras de macrodrenagem no
município, inclusive aqueles a serem executados em áreas
rurais por órgão estaduais ou federais competentes ou ainda
por iniciativa privada, estão sujeitos ao licenciamento
ambiental pelo órgão competente.
Seção II
Do Abastecimento de Água
Art. 52 - O Sistema de Abastecimento de Água do município
de Raul Soares compreende a captação, armazenamento,
tratamento e distribuição de água, obedecendo às seguintes
diretrizes específicas:
I - gerenciar a concessão da prestação dos serviços,
especialmente no que diz respeito ao planejamento e
estabelecimento de prioridades, garantindo o fornecimento
de água em quantidade e qualidade de acordo com os
padrões adequados;
II - requisitar da concessionária a avaliação permanente da
qualidade da água fornecida ao município;
III - atender prioritariamente os loteamentos regulares
carentes;
126
IV - exigir a justa distribuição e tarifação dos serviços
oferecidos pelo município ou pela concessionária dos
serviços, considerando as diferentes realidades
socioeconômicas da população e os sistemas existentes;
V - garantir a proteção dos mananciais existentes no território
municipal.
Parágrafo único - O município não estabelecerá qualquer tipo
de taxação sobre as águas pluviais coletadas e introduzidas na
matriz de suprimento individual na cidade ou no campo.
Seção III
Do Esgotamento Sanitário
Art. 53 - O Sistema de Esgotamento Sanitário do município de
Raul Soares compreende a coleta e o tratamento de esgotos nas
áreas urbanizadas, obedecendo às seguintes diretrizes
específicas:
I - prestar ou gerenciar a concessão dos serviços, de acordo
com os padrões adequados, nas áreas urbanas,
estabelecendo normas relativas ao planejamento e
estabelecimento de prioridades;
II - exigir a justa distribuição e tarifação dos serviços
oferecidos pelo município ou pela concessionária dos
serviços, considerando as diferentes realidades
socioeconômicas da população e os sistemas existentes;
III - construir interceptores nos fundos de vale e entorno de
Lagoas, evitando a canalização dos cursos d’água;
IV - exigir o tratamento dos efluentes gerados pelas indústrias
e agroindústrias instaladas no município, de acordo com a
legislação federal e estadual;
V - informar à população das áreas rurais sobre as técnicas de
construção de fossas sépticas, para coleta e tratamento de
efluentes sanitários;
VI - controlar os serviços de limpeza de fossas prestados por
empresas especializadas, devidamente licenciadas pelo
COPAM, exigindo a comprovação de disponibilidade de
local apropriado para destinação final desses efluentes.
Seção IV
Da Limpeza Pública
Art. 54 - O Sistema de Limpeza Pública do município de Raul
Soares compreende a coleta do lixo domiciliar e séptico, a
capina e varrição dos espaços públicos, bem como a
disposição de forma ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos coletados, de acordo com as seguintes diretrizes
específicas:
I - prestar ou gerenciar a concessão dos serviços, de acordo
com os padrões adequados, nas áreas urbanas,
estabelecendo normas relativas ao planejamento e
estabelecimento de prioridades;
II - implantar progressivamente o sistema de coleta seletiva,
associado a programa de redução e reutilização de resíduos
sólidos;
127
III - exigir a seleção do lixo patogênico no próprio
estabelecimento, com coleta e destinação de acordo com o
estabelecido na Resolução CONAMA n. 283, de 12 de julho
de 2001.
IV - utilizar áreas degradadas, ou de características naturais
inadequadas para a urbanização imediata, como áreas
receptoras para a disposição de inertes (bota-foras),
expandindo o território edificável, divulgando sua
localização;
V - implantar aterro sanitário.
§ 1º - O sistema de coleta e disposição final de resíduos
sólidos terá assegurado anualmente dotação orçamentária para
sua manutenção e contará com recursos adicionais
provenientes de:
I - taxa de lixo a ser cobrada pelo município, de modo
diferenciado por bairro ou grupo de bairros, considerando o
tipo de uso do solo;
II - tarifas a serem fixadas para o recolhimento de entulho e
outras modalidades de coleta especial;
III - repasse de recursos de outras fontes, mediante convênios
com instituições governamentais, ou doações financeiras de
entidades nacionais ou estrangeiras.
§ 2º - Os recursos extraordinários de que trata o presente artigo
serão depositados em conta especial e se destinarão
exclusivamente à manutenção e à modernização do sistema de
coleta e disposição final do lixo.
Art. 55 - É vedado o depósito de resíduos sólidos, na forma de
lixões a céu aberto, em todo o território municipal.
Parágrafo único - O Executivo Municipal promoverá
campanha, visando à participação da comunidade no combate
e erradicação dos despejos indevidos e acúmulos de lixo em
terrenos baldios, logradouros públicos, rios, canais, vales e
outros locais.
Seção V
Do Controle de Vetores
Art. 56 - O Sistema de Controle de Vetores compreende a
vigilância sanitária e epidemiológica, bem como o controle de
vetores propriamente dita, de acordo com as seguintes
diretrizes específicas:
I - executar os procedimentos preventivos, referentes à
vigilância sanitária e epidemiológica recomendados pelo
Ministério da Saúde;
II - implementar campanhas de vacinação;
III - elaborar legislação sanitária.
TÍTULO V
DAS POLÍTICAS SOCIAIS
128
Art. 57 - As políticas sociais municipais referem-se aos
serviços e equipamentos de uso coletivo destinados à prestação
dos serviços de educação, cultura, esporte e lazer, saúde, ação
social, segurança e habitação de interesse social.
Art. 58 - São diretrizes gerais para as políticas sociais
municipais:
I - a universalidade do atendimento;
II - a melhoria da qualidade e acessibilidade dos
equipamentos;
III - a criação dos respectivos Sistemas Municipais;
IV - a elaboração de planos setoriais que atendam às diretrizes
gerais e especificas e aos princípios básicos desta Lei.
CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO
Art. 59 - O Sistema Municipal de Educação, devidamente
instalado e regulamentado, será constituído por:
I - Conselho Municipal de Educação;
II - Conselho Municipal de Alimentação Escolar;
III - Conselho Municipal de Cultura;
IV - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente;
V - Secretaria Municipal de Educação;
VI - unidades de apoio.
VII - instituições educacionais estaduais, privadas e não
governamentais.
Art. 60 - O Plano Municipal de Educação atenderá às
seguintes diretrizes específicas, além das diretrizes gerais
indicadas no Art. 58 desta Lei:
I - priorizar os investimentos na área de educação, a partir de
uma gestão participativa, orientada para melhoria da rede
física e capacitar os recursos humanos.
II - integrar a escola à comunidade através da promoção de
eventos que tragam a família à escola;
III - atender prioritariamente ao ensino fundamental, seguido
pela educação infantil e, em seguida, pelo ensino de
segundo grau, simultaneamente ao ensino técnico e
profissionalizante;
IV - incentivar a criação de escolas especializadas para
atendimento a portadores de necessidades especiais;
V - desenvolver um Programa de Alfabetização de Adultos,
especialmente entre os chefes de famílias e/ou mulheres
que estejam inseridos na produção agrícola ou artesanal,
129
de forma associada aos programas, projetos e ações
orientados para o desenvolvimento socioeconômico,
especialmente no que tange à capacitação da mão-de-obra.
CAPÍTULO II
DA CULTURA
Art. 61 - O Sistema Municipal de Cultura, devidamente
instalado e regulamentado, será constituído por:
I - Conselho Municipal de Cultura;
II - Secretaria Municipal de Educação;
III - organizações culturais não governamentais;
IV - unidades de apoio.
Art. 62 - O Plano Municipal de Cultura atenderá às seguintes
diretrizes específicas, além das diretrizes gerais indicadas no
Art. 58 desta Lei:
I - valorizar, proteger e conservar o Patrimônio Cultural de
Raul Soares;
II - estimular e divulgar a produção cultural tradicional,
introduzindo conteúdos de valorização do patrimônio
cultural nos currículos das escolas municipais, associando-o
ao ensino da história do município;
III - apoiar as iniciativas culturais das escolas e centros
comunitários;
IV - ampliar a rede de bibliotecas municipais, incrementando
seu acervo;
V - buscar parcerias para a restauração e conservação do
patrimônio cultural.
CAPÍTULO III
DO ESPORTE E LAZER
Art. 63 - O Sistema Municipal de Esporte e Lazer,
devidamente instalado e regulamentado, será constituído por:
I - Conselho Municipal de Esportes;
II - Setor Municipal de Esporte e Lazer;
III - organizações esportivas de caráter privado.
Art. 64 - O Plano Municipal de Esporte e Lazer atenderá às
seguintes diretrizes específicas, além das diretrizes gerais
indicadas no Art. 58 desta Lei:
I - incentivar a prática de esportes como meio de
desenvolvimento pessoal e social;
II - garantir o atendimento das demandas segmentadas por
gênero e faixa etária;
III - implantar equipamentos de recreação, lazer e serviços
públicos nas praças e outros espaços públicos, promovendo
sua arborização e equipando-os adequadamente;
130
IV - criar calendário de eventos e divulgar os resultados.
CAPÍTULO IV
DA SAÚDE
Art. 65 - O Sistema Municipal de Saúde, devidamente
instalado e regulamentado, será constituído por:
I - Conselho Municipal de Saúde;
II - Conselho Municipal Antidrogas;
III - Secretaria Municipal de Saúde;
IV - instituições de saúde estaduais, privadas e de caráter
privado.
Art. 66 - O Plano Municipal de Saúde atenderá às seguintes
diretrizes específicas, além das diretrizes gerais indicadas no
Art. 58 desta Lei:
I - obedecer às normas do Sistema Único de Saúde (SUS),
baseado na sua universalização, eqüidade, integralidade e
descentralização no atendimento à população;
II - buscar a manutenção, adequação e ampliação da
capacidade de atendimento das unidades existentes,
apoiando a instalação de novas unidades a partir de
demanda constatada, distribuindo-as estrategicamente no
espaço municipal, inclusive nas áreas rurais;
III - promover a capacitação dos profissionais ligados à área;
IV - manter serviço de atendimento de emergência;
V - manter unidade móvel de atendimento médico, para
atendimento da população rural;
VI - apoiar e implementar o escopo do Programa de Saúde da
Família - PSF, incluindo a execução de vacinação básica e
o atendimento odontológico a toda a população;
CAPÍTULO V
DO CONFORTO AMBIENTAL E DA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA
Art. 67 - São diretrizes para a política municipal de conforto
ambiental, dentre outras:
I - Identificar, monitorar e preservar os principais canais de
ventilação da cidade;
II - Assegurar o acesso aos recursos ambientais de insolação,
ventilação e iluminação naturais em todo o município;
III - Evitar o adensamento e a verticalização da região central;
IV - Promover uma acústica ambiental sustentável, garantindo
a saúde, a segurança, o prazer e o sossego de toda
comunidade;
V - Implementar um programa municipal do silêncio;
131
VI - Realizar estudo de viabilidade ambiental e de vizinhança
para a implantação de empreendimentos industriais de
impacto sócio-ambiental;
CAPÍTULO VI
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 68 - O Sistema Municipal de Ação Social, devidamente
instalado e regulamentado, será constituído por:
I - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente;
II - Conselho Municipal de Assistência Social;
III - Conselho Municipal dos Direitos da Mulher;
IV - Conselho Municipal de Desenvolvimento;
V - Secretaria Municipal de Assistência Social;
VI - instituições de assistência sociais não governamentais.
Art. 69 - O Plano Municipal de Ação Social atenderá às
seguintes diretrizes específicas, além das diretrizes gerais
indicadas no Artigo 58 desta Lei:
I - buscar a erradicação da pobreza absoluta, apoiando a
família, a infância, a adolescência, a velhice, as mulheres,
os portadores de necessidades especiais e os dependentes
químicos;
II - buscar a colaboração associada de organizações
comunitárias e filantrópicas privadas;
III - promover a reintegração da adolescência e da infância em
situação de risco, através de atividades educacionais de
grupo.
IV - valorizar a população idosa, integrando-a as atividades
sociais e produtivas pertinentes.
CAPÍTULO VII
DA SEGURANÇA
Art. 70 - O Sistema Municipal de Segurança Pública,
devidamente instalado e regulamentado, será constituído por:
I - Conselho Municipal de Segurança Pública e Defesa Social;
II - Coordenação de Gabinete.
Art. 71- O Plano Municipal de Segurança Pública atenderá às
seguintes diretrizes específicas, além das diretrizes gerais
indicadas no Art. 58 desta Lei:
I - controlar a ocupação e adensamento das áreas cujo solo e
subsolo suscetíveis a processos erosivos;
II - criar a Coordenadoria e o Programa de Defesa Civil para
atendimento da população em casos de emergência,
definindo comportamentos e critérios a serem adotados;
132
III - criar programas de atendimento a crianças, jovens e
mulheres em situação de risco;
IV - identificar as demandas de policiamento e elaborar
programa de atendimento;
V - elaborar um Programa de Iluminação Pública em parceria
com a concessionária dos serviços de fornecimento de
energia elétrica, para os centros urbanos e núcleos
isolados onde esse serviço é deficiente;
VI - implantar programa de prevenção de incêndios;
VII - garantir a proteção dos bens públicos;
VIII - fiscalizar o tráfego e armazenamento de produtos que
ofereçam riscos;
IX - buscar parcerias para ampliar os recursos materiais e
humanos de segurança pública do município, a partir do
levantamento de demandas.
CAPÍTULO VIII
DA GESTÃO DE RISCOS GEOLÓGICOS
Art. 72 - São diretrizes para a gestão dos riscos geológicos:
I - Determinar a manutenção e atualização de mapas de risco
geológico e registros de processos e eventos que
alimentem aperfeiçoamentos periódicos;
II - Manter atualizado o inventário das modalidades de risco
criado;
III - Estabelecer graus diferenciados de estudos exigidos para
aprovação de projetos para as áreas de risco significativo;
IV - Estabelecer as tipologias urbanísticas e arquitetônicas
mais compatíveis com a natureza do risco, em caráter
indicativo, quando não tenham de ser obrigatórias por
outras razões;
V - Promover a imediata introdução de recursos tecnológicos
com os objetivos de conter a erosão em suas modalidades
laminar e linear;
VI - Exigir estudos geológicos para aprovação de loteamentos
e parcelamentos que devem ser feitos por geólogo com
formação especializada, preferencialmente em comissão
com engenheiro geotécnico, determinando que os estudos
constem obrigatoriamente de consulta e comentários sobre
o mapa de risco e outros documentos técnicos que tenha a
municipalidade para a área em questão;
VII - Estabelecer os impedimentos legais apenas para
situações limites, porque a ocupação de área
reconhecidamente perigosa por meio de técnicas
apropriadas pode ser menos perigosa que a de área não
reconhecida como perigosa, por técnicas não apropriadas;
VIII - Abater o poder erosivo das torrentes através da
dispersão de escoamento;
133
IX - Utilizar os resíduos inertes para o preenchimento de
cavidades de erosão;
X - Introduzir na cultura técnica local o recurso da mureta de
pé, capaz de imobilizar as massas terrosas em trânsito
gravitacional;
XI - Introduzir a prática da coleta ou infiltração forçada,
principalmente nas áreas topograficamente elevadas;
XII - Estabelecer a obrigatoriedade da coordenação de órgãos
de socorro, assistência e acompanhamento social;
XIII - Estimular o registro e o desenvolvimento de tecnologias
de intervenção corretiva.
CAPÍTULO IX
DA POLÍTICA HABITACIONAL DE INTERESSE
SOCIAL
Art. 73 - O Sistema Municipal de Habitação de Interesse
Social, devidamente instalado e regulamentado, será
constituído por:
I - Conselho Municipal de Habitação;
II - Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social;
III - Conselho Municipal de Assistência Social;
IV - Secretaria Municipal de Obras;
V - as associações das comunidades envolvidas;
VI - o setor de empreendimentos imobiliários.
Art. 74 - A Política Habitacional de Interesse Social tem o
objetivo de reduzir o déficit de moradias, melhorar as
condições de vida e das condições de habitação da população
carente, inibindo a ocupação desordenada e em áreas de risco
geológico ou natural, oferecendo alternativas e garantindo o
atendimento das funções sociais da cidade e da propriedade,
buscando a cooperação da iniciativa privada e ainda recursos
de outras fontes, financiamentos, convênios e inserção em
programas federais ou estaduais.
Art. 75 - O Plano Municipal da Habitação de Interesse Social,
que atenderá às seguintes diretrizes:
I - criar o Programa de Regularização Fundiária para
intervenção nas Áreas de Interesse Social, estimulando a
participação popular nos seus encaminhamentos;
II - investir prioritariamente em áreas de risco;
III - no caso de reassentamentos, executá-los preferivelmente:
a) em terrenos na própria área;
b) em terrenos próximos a área;
c) em locais já dotados de infra-estrutura e
transporte coletivo, em Área de Interesse Social - AIS
ou em Zona de Expansão Urbana - ZEU;
134
IV - dar apoio técnico à autoconstrução;
V - fornecer apoio técnico à localização de habitações rurais,
de modo a evitar áreas de risco de inundações,
deslizamentos e problemas de insalubridade como os
gerados por ascensão do lençol freático.
VI - incentivar a participação da iniciativa privada no
desenvolvimento dos programas habitacionais do
município;
Parágrafo único - A regularização fundiária será precedida da
regularização urbanística, podendo atender às comunidades
ocupantes de terras públicas ou privadas,
Art. 76 - Para a implantação da Política Habitacional e de suas
ações, o município poderá utilizar os seguintes instrumentos,
na forma da Lei:
I - criação de Áreas de Interesse Social - AIS;
II - compra ou desapropriação de assentamentos;
III - recursos orçamentários ou extra-orçamentários;
IV - financiamentos, doações e convênios.
Parágrafo único - O município buscará cooperação com os
governos estadual e federal na solução das questões
habitacionais.
TÍTULO VI
DA PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE NATURAL
Art. 77 - A política de proteção ao ambiente natural atenderá
às seguintes diretrizes:
I - implementar o Sistema de Gestão Ambiental Municipal,
constituído por:
a) Conselho Municipal de Desenvolvimento
Ambiental;
b) Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio
Ambiente.
II - estabelecer uma política ambiental orientada para a
preservação dos solos, dos recursos hídricos e da
biodiversidade, a partir de um modelo de gestão
participativa e de estabelecimento de parcerias, elaborando
a Lei Ambiental municipal;
III - utilizar, como instrumentos de controle da ocupação e uso
do solo e do desenvolvimento sustentável, o zoneamento
ambiental, os estudos de avaliação de impactos ambientais,
o licenciamento, monitoramento e educação ambiental,
articulando as políticas ambiental e urbana;
IV - proteger as áreas de interesse ambiental, fundamentando-
se na Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
nas seguintes áreas:
a) remanescentes florestais significativos;
b) mananciais de abastecimento da sede
municipal.
135
V - definir e desenvolver ações orientadas para a recuperação
dos recursos hídricos municipais, no âmbito da gestão
intermunicipal.
VI - desenvolver ações conservacionistas e de recuperação do
solo, em parceria com os programas e entidades que
assessoram os produtores rurais, divulgando técnicas de
controle de erosão, como bacias de acumulação e diques
retentores, visando à preservação, recuperação e ampliação
das áreas destinadas às atividades agrícolas;
VII - preservar e conservar as espécies nativas, utilizando-as:
a) na implantação de atividades de reflorestamento do
município, principalmente as matas de encostas e as
matas ciliares;
b) na arborização das vias públicas.
VIII - desenvolver Programa de Educação Ambiental,
capacitando os professores da rede pública de ensino em
educação ambiental;
IX - criar o Sistema Municipal de Fiscalização do Meio
Ambiente para o controle da poluição sonora, visual,
atmosférica, hídrica e do solo;
X - buscar a erradicação de ações e práticas nocivas e
predatórias ainda presentes no município, tendo como
meta o desenvolvimento sustentável do município, por
meio das seguintes ações:
a) controle das ações de decapeamento do solo
e obras de terraplenagem, evitando o assoreamento de
corpos d’água e o desencadeamento de processos
erosivos;
b) definição de locais para bota-foras
aproveitando, sempre que possível, a atividade para
recuperar áreas degradadas, inclusive com utilização de
resíduos inertes da construção civil;
c) exigência da recuperação de áreas
degradadas por atividades mineradoras, a ser executada
pelas empresas responsáveis;
d) promoção de ações que visem a redução do
desperdício, em todos os níveis, na execução de obras;
e) redução do impacto erosivo da atividade
pecuária, estimulando a modernização da pecuária
bovina, e incrementando a dimensão das áreas
destinadas a atividades não geradoras de erosão;
f) promover a preservação e reabilitação pela
diversificação da produção rural.
g) implantação de matas para exploração
econômica e de extensões proporcionais de matas de
características naturais, estimulando a retirada
progressiva da atividade rural mais impactante do
ponto de vista da erosão das partes mais suscetíveis à
erosão da superfície de transição;
XI - estabelecer parcerias com entidades privadas,
governamentais e não-governamentais visando a ampliação da
participação na gestão geoambiental.
TÍTULO VII
DAS DIRETRIZES DO DESENVOLVIMENTO
MUNICIPAL
136
Art. 78 - O Poder Público promoverá a compatibilização do
desenvolvimento econômico, científico e tecnológico com a
preservação ambiental, promovendo o crescimento integrado e
sustentável, expresso nas diferentes dimensões da vida socio-
econômica, técnico-produtiva, geoambiental e político-
institucional do município.
CAPÍTULO I
DAS DIRETRIZES DO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO
Art. 79 - A política de desenvolvimento econômico atenderá
às seguintes diretrizes:
I - racionalizar o uso do solo no território municipal,
compatibilizando o desenvolvimento econômico com a
preservação cultural e a proteção do meio ambiente;
II - buscar a promoção do bem estar social;
III - estimular a multiplicidade e diversidade de usos;
IV - estimular o artesanato, as atividades de produção em
cooperativas, as pequenas e micro-empresas locais, em
especial para as atividades produtivas para as quais o
município encontra-se vocacionada ou apresente
vantagens comparativas;
V - apoiar o desenvolvimento do setor primário do município,
visando sua diversificação e a consolidação de unidades
produtivas baseadas em formas associativas,
favorecendo a inserção das populações ligadas à
produção agrícola e/ou artesanal na economia municipal,
visando a melhoria das suas condições de vida.
VI - apoiar prioritariamente o desenvolvimento do setor
secundário e terciário do município, visando sua
diversificação e a consolidação de unidades produtivas e
prestadoras de serviços, favorecendo sua inserção no
modelo de desenvolvimento regional.
VII - promover a atividade turística do município, explorando
o seu potencial e as suas conectividades com as demais
atividades nele desenvolvidas, transformando-a num
instrumento de impulsão da atividade econômica.
CAPÍTULO II
DAS DIRETRIZES DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Art. 80 - A estrutura organizacional do Poder Executivo:
I - desempenhará sua missão e suas metas institucionais,
definindo funções, papéis e atribuições;
II - viabilizará as estratégias de governo;
III - aperfeiçoará o funcionamento integrado das diversas
áreas, dotando-as de instrumentos eficazes de
gerenciamento, operação e controle;
IV - adequar-se-á às mudanças decorrentes da própria
dinâmica do município;
137
V - planejará e implantará ações de racionalização e
informatização dos processos administrativos da
Prefeitura Municipal;
VI - desenvolverá e implantará sistema de informações
gerenciais;
VII - implementará a revisão e adequação do Código
Tributário do município, em consonância com as
diretrizes constantes nesta Lei, desenvolvendo ações
voltadas para aumentar a arrecadação das receitas
tributárias próprias;
VIII - promoverá e apoiará a organização e o desenvolvimento
da sociedade civil.
Art. 81 - O Executivo Municipal promoverá a revisão da Lei
de Organização e Estrutura da Prefeitura, adequando-a as
diretrizes e determinações desta Lei, e revendo os princípios
participativos ali constantes, assim como a definição de papéis,
responsabilidades e níveis de autoridade, visando à
descentralização do processo de gestão.
Parágrafo único - A Estrutura e a Organização
Administrativa de Raul Soares:
I - proverá condições objetivas para o exercício do poder de
polícia pelo Executivo, por meio da reestruturação de
fiscalização sanitária, de rendas, obras e posturas
compatível com as necessidades decorrentes do exercício
do poder de polícia.
II - incentivará a discussão e definição de políticas públicas,
bem como o acompanhamento e controle de sua execução,
estimulando a participação da comunidade e garantindo as
condições efetivas de funcionamento dos Conselhos
Municipais, inclusive com o desenvolvimento de ações de
capacitação dos conselheiros, especialmente do Conselho
de Desenvolvimento Municipal.
III - proverá o Poder Público Municipal de instrumentos legais
e gerenciais adequados a uma gestão transparente e eficaz,
através da revisão, normalização e regulamentação das
políticas e dos procedimentos administrativos, tributários
e financeiros, democratizando as informações relativas ao
orçamento municipal e à sua execução.
Art. 82 - O Poder Público do município executará
levantamento das deficiências existentes na capacitação
profissional do quadro de servidores da Prefeitura Municipal,
como forma de desenvolver e implantar um programa de
reciclagem geral de seus servidores, criando condições
objetivas de valorização, desenvolvimento e conscientização
do seu papel como servidor público.
TÍTULO VIII
DA IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DO PLANO
DIRETOR
CAPÍTULO I
DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS
138
Art. 83 - São ações prioritárias eleitas pela comunidade para
implementação das diretrizes de desenvolvimento municipal
de Raul Soares:
I - planejar a expansão urbana, evitando as construções em
áreas de risco;
II - fiscalizar a atividade de parcelamento do solo;
III - fiscalizar loteamentos da área rural;
IV - implementar programas de Habitação Social (PHS);
V - manter Programa de Regularização Urbanística e
Fundiária, com ênfase na complementação da infra-estrutura e
implantação de equipamentos comunitários;
VI - melhorar a segurança pública e a defesa civil;
VII - realizar o planejamento do trânsito;
VIII - ampliar o sistema de coleta e tratamento de esgotos
sanitários;
IX - implantar rede de drenagem pluvial;
X - criar a legislação municipal de proteção ambiental;.
XI - criar cursos técnicos e profissionalizantes;
XII - melhorar o atendimento médico do PSF;
XIII - criar políticas públicas de assistência social;
XIV - criar áreas de convívio, lazer e esporte;
XV - implantar espaços culturais;
XVI - incentivar o potencial de crescimento da região;
XVII - combater o desemprego, incentivando a criação de
cooperativas;
XVIII - apoiar o produtor rural, principalmente na questão do
transporte da produção;
Art. 84 - A implementação das ações prioritárias será
coordenado e acompanhado pelo Sistema de Planejamento e
Informações Municipais.
CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA
Art. 85 - Compete ao Poder Executivo Municipal, a
implementação do Plano Diretor, por meio dos seguintes
instrumentos de implementação e administração das diretrizes
do Plano Diretor:
I - planejamento municipal:
a) legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo,
código de obras e de posturas;
b) zoneamento e legislação ambiental;
c) planos plurianuais;
139
d) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
e) orçamento participativo;
f) planos, programas e projetos setoriais;
g) planos de desenvolvimento econômico-social.
II - institutos tributários e financeiros:
a) impostos municipais, sobre a Propriedade
predial e Territorial Urbana - IPTU, sobre Serviços de
Qualquer Natureza - ISSQN e sobre Transmissão de
Bens Imóveis Inter vivos – ITBI e outros;
b) demais fundos municipais;
c) taxas e tarifas;
d) recursos provenientes de subvenções,
convênios, produtos de aplicações de créditos
celebrados com organismos nacionais ou internacionais
e aqueles oriundos do exercício do Poder de Polícia;
e) incentivos fiscais.
III - institutos jurídicos:
a) tombamento;
b) desapropriação;
c) servidão ou limitação administrativa;
d) criação de Unidades de Conservação;
e) criação de Áreas de Interesse Especial;
f) concessão do direito real de uso;
g) concessão de uso especial para fins de moradia;
h) usucapião especial de imóvel urbano;
i) direito de superfície;
j) direito de preempção;
k) operações urbanas consorciadas;
l) regularização urbanística e fundiária;
m) assistência técnica e jurídica gratuita para as
comunidades e grupos sociais menos favorecidos;
IV - Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA), Estudo
Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), Relatório de
Impacto na Circulação (RIC), assim como outros estudos
e sistemas de controle ambiental.
Parágrafo único - A regularização urbanística precederá a
aplicação dos instrumentos mencionados nas alíneas g e h do
Inciso III do presente artigo.
CAPÍTULO III
DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO MUNICIPAL
Art. 86 - O município criará e instalará adequadamente a
Divisão de Planejamento Municipal, no âmbito da Secretaria
Municipal de Obras Públicas, tendo em vista a implementação
do Plano diretor e as conseqüentes formas de sua
operacionalização.
Art. 87 - As atribuições da Divisão de Planejamento
Municipal, visando a coordenação das ações decorrentes do
Plano Diretor, serão:
I - opinar previamente sobre planos, programas e projetos que
terão repercussão na estrutura municipal;
II - promover a vinculação dos diversos órgãos públicos e da
administração municipal às diretrizes do Plano Diretor;
140
III - monitorar as políticas públicas municipais, em articulação
com a comunidade e demais entidades e órgãos da
Administração Municipal, acompanhando a
implementação dos planos, programas e projetos
municipais, assegurando a integração das diversas ações
entre si e às diretrizes do Plano Diretor;
IV - definir as diretrizes orçamentárias e o gerenciamento do
orçamento municipal;
V - compatibilizar e acompanhar da execução dos orçamentos,
dos programas e dos projetos setoriais;
VI - promover, juntamente com o setor responsável a
atualização do Cadastro Técnico Municipal - CTM;
VII - promover, juntamente com o setor responsável a revisão
e adequação do Código Tributário Municipal;
VIII - desenvolver e implantar o sistema de planejamento
municipal que integre os diversos setores da
administração pública e concessionária de serviços
públicos, na implementação dos programas e ações;
IX - avaliar os impactos e resultados das ações decorrentes do
Plano Diretor;
X - implantar e gerenciar o Sistema de Informações
Gerenciais, especialmente um banco de dados municipais;
XI - incentivar a participação social nos Conselhos
Municipais, investindo na capacitação dos conselheiros e
divulgando os resultados das ações desenvolvidas nesses
órgãos.
Parágrafo único - Será assegurada a participação da
população no processo de planejamento e o seu acesso ao
Sistema de Informações Municipais, especialmente àquelas
referentes à implementação do Plano Diretor, sendo utilizados,
entre outros, os seguintes instrumentos:
I - debates, audiências e consultas públicas;
II - conferências sobre assuntos de interesse público, nos
níveis nacional, estadual e municipal;
III - iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas
e projetos de desenvolvimento urbano;
CAPÍTULO IV
DA GESTÃO DO PLANO DIRETOR
Art. 88 - O processo de gestão do Plano Diretor será
conduzido pelo Executivo Municipal e acompanhado pela
Câmara Municipal, com a participação dos munícipes.
Parágrafo único - Será adotado o modelo de gestão integrada
das políticas sociais, para discussão das questões urbanísticas
relevantes para a qualidade de vida, valorizando-se a
participação social através dos Conselhos Municipais e o
estabelecimento de parcerias entre o município e a sociedade,
inclusive com a adoção de novas formas de gestão
compartilhada, tais como os consórcios intermunicipais e
microrregionais.
141
Art. 89 - Para a implementação do Plano Diretor, o município
criará um Sistema de Planejamento e Gestão, visando
coordenar as ações decorrentes deste plano, com as seguintes
atribuições:
I - Integrar e adequar a administração municipal, os conselhos
municipais e os órgãos e entidades federais, estaduais para
aplicação das políticas e diretrizes previstas nesta lei;
II - Avaliar planos, programas e projetos que terão repercussão
na estrutura municipal;
III - Implantar o Sistema de Informações por meio de um
banco de dados municipais, bem como o Cadastro Técnico
Municipal, nas áreas urbanas e nas áreas rurais;
IV - Capacitar o corpo técnico necessário ao Sistema de
Planejamento e Informações Municipais;
Art. 90 - São diretrizes para o desenvolvimento institucional
do sistema municipal de desenvolvimento urbano:
I - Capacitação técnica do funcionalismo público;
II - Integração das ações político-administrativas entre os
setores municipais;
III - Incentivo a ações coordenadas e consorciadas com os
municípios vizinhos, o estado e a união;
IV - Garantir a transparência e o acesso de todos os cidadãos
aos processos, documentos e informações públicos;
V - Criação de canais institucionais para a participação da
população no planejamento, execução, fiscalização e
avaliação das políticas públicas;
VI - Utilização novas tecnologias no serviço interno e na
prestação de serviços públicos;
VII - Atualização da legislação que compõe o sistema
municipal de planejamento urbano.
Art. 91 - O Sistema de Planejamento e Gestão será composto
por:
I - Conselho Municipal do Plano Diretor;
II - Comissão do Plano Diretor;
III - Sistema de Informações Municipais;
IV - Conferência Municipal de Políticas Municipais.
Art. 92 - Fica criado o Conselho do Plano Diretor com as
seguintes atribuições:
I - elaborar o seu regimento interno;
II - opinar sobre propostas encaminhadas, deliberando, em
nível de recursos, sobre processos administrativos afetos ao
Plano Diretor;
142
III - coordenar, acompanhar e avaliar a implementação do
Plano Diretor, nos seus aspectos territorial, econômico e
social, assim como coordenar o seu processo de revisão;
IV - opinar sobre a instalação de empreendimentos de
impacto;
V - opinar sobre casos omissos nos dispositivos legais
municipais;
VI - opinar sobre compatibilidade de obras contidas nos
Planos Plurianuais e Orçamentos Anuais com as diretrizes
do Plano Diretor;
VII - analisar as propostas de alteração da Legislação
Urbanística Básica, especialmente do zoneamento e de
seus parâmetros, a partir dos pareceres apresentados pelo
Executivo Municipal, pronunciando-se a respeito da
matéria;
VIII - acompanhar, por meio de solicitação de informações e
esclarecimentos sobre planos, programas e projetos
relativos ao desenvolvimento econômico e gestão
municipal;
IX - assegurar a participação da população no processo de
planejamento e o seu acesso ao sistema de informações
municipais;
Art. 93 - O Conselho do Plano Diretor será composto por 12
(doze) membros, com mandato de dois anos.
§ 1º - O Conselho do Plano Diretor será constituído por:
I - cinco representantes de Executivo Municipal;
II - um representante da Câmara Municipal;
III - dois representantes do setor empresarial;
IV - dois representantes do setor técnico;
V - dois representantes do setor popular.
§ 2º - O Conselho do Plano Diretor terá função deliberativa.
§ 3º - As reuniões do Conselho do Plano Diretor serão, no
mínimo, trimestrais.
§º 1 - Os membros do Conselho Municipal do Plano Diretor
não têm direito a remuneração "pró-labore".
§º 2 - A aprovação desta lei cria o Conselho Municipal do
Plano Diretor.
§º 3 - O Executivo Municipal terá o prazo de 120 (cento e
vinte) dias, contados a partir da publicação desta lei, para
convocar os segmentos a serem representados do Conselho
Municipal do Plano Diretor para escolherem seus
representantes.
Art. 94 - Fica criada a Comissão do Plano Diretor, com a
função de assessoria técnico-administrativa ao Conselho do
143
Plano Diretor, como órgão integrante da Secretaria Municipal
de Obras Públicas, composto por técnicos da Prefeitura, dentro
da estrutura da administração municipal, com formação
profissional nas áreas técnicas afins, com o objetivo de:
I - assessorar técnica e administrativamente o Conselho
Municipal do Plano Diretor, cumprindo o papel de
Secretaria Executiva;
II - coordenar as ações necessárias à implantação e
monitoramento do Plano Diretor;
III - analisar os casos omissos e/ou aqueles que necessitarem
de avaliações específicas;
IV - acompanhar e deliberar sobre a aprovação de
empreendimentos de impacto;
V - acompanhar e deliberar sobre a revisão e atualização tanto
do Plano Diretor como das legislações urbanísticas
complementares.
Parágrafo único - Qualquer secretaria municipal poderá
solicitar sua participação nas reuniões do Conselho onde será
discutido e decidido assunto que julgue afeto às políticas
setoriais de sua responsabilidade.
Art. 95 - O Sistema de Informações Municipais conterá e
manterá atualizados dados, informações e indicadores sociais,
culturais, econômicos, financeiros, patrimoniais, ambientais,
administrativos, físico-territoriais, cartográficos, imobiliários e
outros de relevante interesse para o Município.
§ 1º – O Sistema de Informações Municipais tem como
princípios:
I - o planejamento, o monitoramento, a implementação e a
avaliação da política urbana;
II - a simplificação, economicidade, eficácia, clareza, precisão
das informações;
III - a disponibilização das informações, em especial as
relativas ao processo de implementação, controle e
avaliação do Plano Diretor.
§ 2º - O Sistema de Informações Municipais é coordenado pela
Secretaria Municipal de Obras Públicas.
§ 3º - O Sistema de Informações Municipais tem por base o
cadastro territorial urbano.
§ 4º - Os anexos que compõem esta Lei fazem parte do
Sistema de Informações Municipais.
Art. 96 - Consideram-se como instrumentos fundamentais
para o monitoramento da estruturação territorial as diversas
formas de cartografia básica e temática e as distintas
modalidades de imageamento territorial por satélite ou
aerotransportação, com os quais o Sistema de Informações
Municipais deverá se instrumentalizar.
Art. 97 - A Conferência Municipal de Política Territorial é o
processo de discussão pública e ampliada, onde o munícipe
144
terá direita a voz, que visa avaliar a execução e a propor
alterações na política e na legislação de desenvolvimento
territorial municipal.
Parágrafo único - Compete ao Conselho Municipal do Plano
Diretor convocar e coordenar a Conferência Municipal de
Política Territorial no terceiro ano de gestão do Executivo
municipal.
TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 98 - A regulamentação do Plano Diretor será promovida
num prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses.
Art. 99 - São parte integrante desta Lei:
I - Anexo I: Mapa de Macrozoneamento Municipal;
II - Anexo II: Mapa de Macrozoneamento Urbano;
III - Anexo III: Mapa de Articulação Municipal;
IV - Anexo IV: Uso do Solo na Zona Urbana;
V - Anexo V: Parâmetros Urbanísticos para a ocupação do
Solo na Zona Urbana;
VI - Anexo VI: Parâmetros e Características Geométricas das
Vias;
VII - Anexo VII: Empreendimentos de Impacto;
VIII - Anexo VIII: Glossário.
Art. 100 - Esta Lei do Plano Diretor se impõe sobre as ações
no território municipal a partir da sua aprovação, entrando em
vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições
em contrário.
Raul Soares, ........... de dezembro de 2006
Vicente de Paula Barbosa
Prefeito Municipal de Raul Soares
146
PREFEITURA MUNICPAL DE RAUL SOARES/MG PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL
DEZEMBRO / 2006
01
147
PREFEITURA MUNICPAL DE RAUL SOARES/MG PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL
DEZEMBRO / 2006
02
148
PREFEITURA MUNICPAL DE RAUL SOARES/MG PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL
DEZEMBRO / 2006
03
149
ANEXO IV
USO DO SOLO NA ZONA URBANA
ZONA
S
USOS
RESIDENCIAL ECONÔMICO
MISTO
INSTI-
TUCION
AL
INDUSTRIAL
UNI-
FAMILI
AR
MULTI-
FAMILI
AR
LOCA
L
GERA
L
IMPAC-
TANTE
NÃO
IMPAC-
TANTE
ZMI A A A NA A A NA NA
ZMA A A A A A A AC NA
ZAR A NA A NA A A NA NA
ZAC A AC A A A A NA NA
ZCH A NA A NA NA AC NA NA
ZAE A A A A A AC A NA
ZEP NA NA AC A NA AC A AC
A = admitido
AC = admitido sob condições
NA = não admitido
150
ANEXO V
PARÂMETROS URBANÍSTICOS PARA A OCUPAÇÃO DO SOLO NA ZONA URBANA
ZONAS
PARÂMETROS
MÓDULO
MÍNIMO
(m²)
TO MÁXIMA
(%)
NÚMERO
MÁXIMO DE
PAVIMENTOS
TP MÍNIMA
(%)
ZMI 360 60 2 20
ZMA 360 60 3 10
ZAR 360 50 1 20
ZAC 500 50 2 20
ZCH 2.000 35 2 35
ZAE 500 70 2 10
ZEP 2.000 60 3 10
TO = Taxa de Ocupação
TP = Taxa de Permeabilidade
151
ANEXO VI
PARÂMETROS E CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DAS VIAS
CARACTERÍSTICAS VIA DE LIG.
REGIONAL
VIA
ARTERIAL
VIA
COLETORA
VIA
LOCAL
VIA DE
PEDESTRES CICLOVIA
Velocidade Diretriz (km/h) 80 60 50 40 - -
Raio Mínimo de Curvatura
Horizontal (m) 125 80 50 50 - 15
Rampa Máxima (%) 7 8 10 20 15 10
Rampa Mínima (%) 0,5 0,5 0,5 0,5 - 0,5
Faixa de Rolamento (m) 3,5 3,5 3,5 3,5 - 1,5
Acostamento (m) 3,0 - - - - -
Canteiro Central (m) 3,0 3,0 2,0 - - -
Passeio mínimo (m) - 3,0 2,5 2,5 - -
Faixa de Estacionamento (m) - 2,5 2,0 - - -
Número de Faixa de Transito 6 6 2 2 - 2
Faixa de Domínio Mínima (m) 50,0 - - - - -
Seção Transversal Total das
Vias (m) 30,0 35,0 18,0 12,0 4,0 3,0
152
ANEXO VII
EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO
Aeroportos, heliportos e helipontos, terminais rodoviários e
aeroviários, de passageiros e carga;
Antenas de antenas de recepção e transmissão de sinais de
televisão, de telefonia fixa e móvel, de rádio e similares, com
estrutura em torre ou similar;
Aterros sanitários, unidades de compostagem de resíduos
sólidos e usinas de reciclagem de resíduos sólidos;
Beneficiamento de resíduos sólidos industriais;
Cemitérios e necrotérios;
Centros de convenções;
Comércio atacadista;
Distrito Industrial ou zona estritamente industrial;
Empreendimentos destinados a uso misto, em que o somatório
da razão entre o número de unidades residenciais e 100 (cem)
e da razão entre a área da parte da edificação destinada ao uso
não-residencial e 5.000 m² (cinco mil metros quadrados) seja
igual ou superior a 1 (um);
Empreendimentos destinados a uso não residencial nos quais a
área edificada seja igual ou superior a 5.000 m² (cinco mil
metros quadrados);
Empreendimentos destinados a uso residencial que tenham
mais de 100 (cem) unidades;
Estabelecimentos prisionais;
Estações de tratamento de água;
Estações de tratamento de esgotos sanitários;
Estádios esportivos, empreendimentos desportivos,
recreativos, turísticos ou de lazer, tais como clubes desportivos
e recreativos, estádios, camping, hotel-fazenda, hipódromos;
Extração, beneficiamento e tratamento mineral;
Ferrovias, subterrâneas ou de superfície;
Hospitais e clínicas para animais;
Indústria de Bebidas e Álcool Etílico e Indústria de Fumo;
Indústria de Couros e Peles e Produtos Similares;
Indústria de Madeira e de Mobiliário;
153
Indústria de Material de Transporte;
Indústria de Material Elétrico e Comunicações;
Indústria de Papel e Papelão e Indústria de Borracha;
Indústria de Perfumaria, Sabões e Velas;
Indústria de Produtos Alimentares;
Indústria de Produtos de Matérias Plásticas;
Indústria de Produtos Minerais Não-Metálicos;
Indústria Metalúrgica e Indústria Mecânica;
Indústria Química, Indústria de Produtos Farmacêuticos e
Veterinários;
Indústria Têxtil, de Vestuário, Calçados e Artefatos de
Tecidos;
Instituições científicas e tecnológicas;
Intervenções viárias compreendidas por implantação,
ampliação e/ou modificação geométrica de vias que impliquem
a supressão de mais de 20 (vinte) indivíduos arbóreos;
Intervenções viárias compreendidas por implantação,
ampliação e/ou modificação geométrica de vias que impliquem
a impermeabilização de mais de 1.000m² (mil metros
quadrados) de superfície de espaço público;
Laboratórios de análises clínicas e radiologia;
Lavanderias e tinturarias;
Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230kv
(duzentos e trinta quilovolts);
Matadouros e abatedouros;
Mega-eventos de lazer com duração igual ou superior a dois
dias, previstos para espaços públicos não utilizados e/ou
equipados usualmente para tal fim;
Obras de arte viárias, tais como viadutos, túneis, pontes e
trincheiras;
Obras para exploração de recursos hídricos, tais como
barragens, canalizações de água, transposições de bacias e
diques;
Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e
emissários de esgotos sanitários;
Parcelamento do solo, com área parcelada igual, ou superior a
10.000m² (dez mil metros quadrados);
Parques temáticos;
Quartéis e corpo de bombeiros;
154
Serviços de armazenagem (armazéns-gerais e frigorificados,
trapiches, silos, etc), exclusive frigoríficos de animais
abatidos;
Serviços de combate a pragas (extinção de formigueiros,
pulverização, polvilhamento, dedetização e outros, inclusive
por aviões);
Teleféricos e correias transportadoras;
Terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
Usinas de asfalto;
Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de
energia primária, acima de 10mW (dez megawatts);
155
ANEXO VIII
GLOSSÁRIO
ADENSAMENTO - Intensificação de uso/ocupação do solo.
AFASTAMENTO (OU RECUO) FRONTAL - Menor
distância entre a edificação e o alinhamento, regulando a
insolação e ventilação dos logradouros, e as áreas para
ajardinamento frontal.
AFASTAMENTO LATERAL E DE FUNDO - Menor
distância entre qualquer elemento construtivo da edificação e
as divisas laterais e de fundos.
ALINHAMENTO - Limite entre o lote e o logradouro
público.
ALTURA MÁXIMA NA DIVISA - Distância máxima
vertical, medida do ponto mais alto da edificação até a cota de
nível de referência estabelecida de acordo com o relevo do
terreno.
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO (CA) - Relação
entre a área total construída e a área do terreno.
EQUIPAMENTOS PÚBLICOS COMUNITÁRIOS –
Equipamentos públicos destinados aos usos de educação,
cultura, saúde, lazer, segurança, transporte público e similares.
EQUIPAMENTOS PÚBLICOS URBANOS - Equipamentos
públicos de abastecimento de água, serviços de esgotamentos,
energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás
canalizado.
GLEBA - Terreno que não foi objeto de parcelamento.
IMPACTO URBANÍSTICO - Impacto socioeconômico-
cultural na paisagem urbana, causado por um empreendimento
ou uma intervenção urbana.
INFRA-ESTRUTURA BÁSICA - Equipamentos de
coleta de águas pluviais, iluminação pública, sistemas
de coleta e tratamento de esgotos sanitários, de
captação, tratamento e distribuição de água potável, e
de energia elétrica pública e domiciliar, vias de
circulação, pavimentadas ou não, e equipamento de
disposição final de resíduos sólidos.
LINDEIRO - Limítrofe, que se limita com.
LOGRADOURO PÚBLICO - Área de terreno destinada pela
Prefeitura Municipal ao uso e trânsito públicos.
LOTE - Terreno servido de infra-estrutura básica
cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos
definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a
zona em que se situe, com frente para via pública e
destinado a receber edificação.
LOTEAMENTO – Subdivisão de gleba em lotes destinados à
edificação, com abertura de novas vias de circulação, de
156
logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou
ampliação das vias existentes.
NÚMERO DE PAVIMENTOS - Quantidade de andares que
as edificações podem ter acima do solo; todas as zonas podem
ter até 3 pavimentos, desde que o lote tenha área mínima de
360m².
PASSEIO - Parte do logradouro público reservado ao trânsito
de pedestres.
PAVIMENTO - Espaço da edificação, situado no mesmo
piso, excetuado o subsolo, o jirau, a sobreloja, o mezanino e o
sótão.
PILOTIS - Pavimento com espaço livre destinado a uso
comum, podendo ser fechado para instalação de lazer e
recreação.
SERVIÇO DE USO COLETIVO - Espaço e instalações
destinadas à administração pública e às atividades de
educação, cultura, saúde, assistência social, religião e lazer.
SISTEMA VIÁRIO - Compreende as áreas utilizadas para
vias de circulação de pedestres e veículos, incluindo ou não
parada ou estacionamento de veículos.
SUBSOLO – Pavimento cuja laje de cobertura não ultrapassa
o ponto médio do alinhamento da via pública.
SUSCEPTIBILIDADE DO SOLO E SUBSOLO –
fragilidade ou vulnerabilidade de um determinado tipo de solo
e subsolo a processos erosivos, detectados a partir de estudos
geológico-geotécnicos.
TAXA DE OCUPAÇÃO - Relação percentual entre a área da
projeção horizontal da edificação e a área do lote. Regula a
densidade e a lucratividade dos terrenos nas diversas zonas.
TAXA DE PERMEABILIDADE - Relação percentual entre
a parte permeável, que permita infiltração de água no solo,
livre de qualquer edificação, e a área do lote.
TESTADA - Maior extensão possível do alinhamento de um
lote ou grupo de lotes voltados para uma mesma via.
USO COMERCIAL E DE SERVIÇOS - É o que
corresponde às atividades de compra, venda e troca de bens e
serviços ligados ao atendimento da população.
USO MISTO - Exercício concomitante do uso residencial e
do não residencial.
USO RESIDENCIAL – Uso exercido em edificações,
unifamiliares e multifamiliares, horizontais e verticais,
destinadas à habitação permanente.
VAGA PARA ESTACIONAMENTO - Área destinada a
estacionamento ou guarda de veículos.
158
6. RELAÇÃO DAS EQUIPES TÉCNICAS
6.1. Equipe Técnica Prefeitura Municipal
6.2. Comitê Gestor
6.3. Equipe Interna
6.4.1. Equipe Técnica PLANUM - Planejamento e
Consultoria Urbana
Coordenador Geral:
Arq./Urb. Zenilton Kleber Gonçalves do Patrocínio
Pesquisas e Processamento de Dados:
Bel T.I. Alex Moreira do Patrocínio
Cartografia e Geoprocessamento:
Arq./Urb. Ana Clara Mourão Moura
Aux.Téc. Charles Rezende Freitas
Aux.Téc. Sheyla Aguilar de Santana
Aux.Téc. Guilherme Pletikoszits de Andrade
Leitura Técnica e Comunitária:
Arq./Urb. Maria Aparecida Seabra de Carvalho
Cambraia
Geog. Maria de Lujan de Carvalho Costa
Aux.Téc. Andréa de Carvalho Alvim
Aux.Téc. João Luiz de Carvalho Cambraia
Aux.Téc. Leonardo Henriques Teixeira
Aux.Téc. Diego Rodrigues Macedo
Aux.Téc. Fernanda Silva Gomes
Aux.Téc. Letícia Mourão Cerqueira
Aux.Téc. Maria Silvia de Carvalho Cambraia
Aux.Téc. William Zanete Bertolini