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  • Plano Mais Pecuria

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e AbastecimentoAssessoria de Gesto Estratgica

    Braslia 2014

  • 2014 Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Todos os direitos reservados. Permitida a reprodu-o desde que citada a fonte. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra do autor.1 edio. Ano 2014Tiragem: 5.000 exemplares

    Elaborao, distribuio, informaes:

    MINISTRIO DA AGRICULTURA, PECURIA E ABASTECIMENTOGabinete do MinistroAssessoria de Gesto EstratgicaEsplanada dos Ministrios, Bloco D, 7 andar, sala 752CEP: 70043-900 Braslia / DFTel.: (61) 3218 2644 / 3218 2978Fax.: (61) 3321 2792www.agricultura.gov.bre-mail: [email protected] de Relacionamento: 0800 704 1995

    Equipe Tcnica: Assessoria de Gesto Estratgica

    Joo Cruz Reis Filho - Chefe da Assessoria de Gesto EstratgicaBruno Meireles Leite - AssessorKleber Villela Arajo - AssessorDuarte Vilela - EMBRAPA Gado de LeiteRui da Silva Verneque - EMBRAPA Gado de LeiteCleber de Oliveira Soares - EMBRAPA Gado de CorteGuilherme Cunha Malafaia - EMBRAPA Gado de CorteMarco Antonio Tubino - Editorial

    Plano Mais Pecuria

    Catalogao na Fonte Biblioteca Nacional de Agricultura BINAGRI

    Brasil. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    Plano mais pecuria / Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Assessoria de Gesto Estratgica. Braslia : MAPA/ACS, 2014.

    32 p. ISBN 978-85-7991-082-1 1. Pecuria. 2. Produo animal. I. Assessoria de Gesto Estratgica II.

    Ttulo.

    AGRIS E14 CDU 631

  • 3Plano Mais Pecuria

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e AbastecimentoAssessoria de Gesto Estratgica

    Braslia 2014

  • 4MINISTRIO DA AGRICULTURA PECURIA E ABASTECIMENTO - MAPAMinistro de Estado da Agricultura, Pecuria e AbastecimentoAntnio Eustquio Andrade Ferreira

    GABINETE DO MINISTRO - GM/MAPAChefe do GabineteCleide Edvirges Santos Laia

    SECRETARIA-EXECUTIVA - SE/MAPASecretrio-ExecutivoJos Gerardo Fontelles

    SECRETARIA DE DEFESA AGROPECURIA - SDA/MAPASecretrio de Defesa AgropecuriaRodrigo Jos Pereira Leite FIgueiredo

    SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO AGROPECURIO E COOPERATIVISMO - SDC/MAPASecretrio de Desenvolvimento Agropecurio e Cooperativismo Caio Tibrio Dornelles da Rocha

    SECRETARIA DE POLTICA AGRCOLA - SPA/MAPASecretrio de Poltica AgrcolaNeri Geller

    SECRETARIA DE PRODUO E AGROENERGIA - SPAE/MAPASecretrio de Produo e Agroenergia Joo Alberto Paixo Lages

    SECRETARIA DE RELAES INTERNACIONAIS DO AGRONEGCIO - SRI/MAPASecretrio de Relaes Internacionais do Agronegcio Marcelo Junqueira Ferraz

  • 5SUMRIO

    1. Introduo / Justificativa

    2. Objetivo Estratgico

    3. Estratgias

    4. Governana

    5. Programa Mais Leite

    6. Programa Mais Carne

    7. Consideraes Finais

    8. Bibliografia

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  • 6Lista de Siglas

    AGE Assessoria de Gesto EstratgicaANATER Agencia Nacional de Assistncia Tcnica RuralApex Agncia Brasileira de Promoo de Exportaes e InvestimentosCBT Contagem Bacteriana TotalCCS Contagem de Clulas SomticasCEIP Certificado Especial de Identificao e Produo CEPMP Comit Executivo do Plano Mais PecuriaCGPMP Comit Gestor do Plano Mais PecuriaCNA Confederao Nacional da Agricultura e PecuriaCNM Confederao Nacional dos Municpios CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e TecnolgicoConab Companhia Nacional de AbastecimentoEMATER Empresa de Assistncia Tcnica e Extenso RuralEMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaFINEP Financiadora de Estudos e ProjetosFONESA Frum Nacional dos Executores de Sanidade AgropecuriaIA Inseminao ArtificialIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatsticaOEPAs Organizaes Estaduais de Pesquisa AgropecuriasRBQL Rede Brasileira de Qualidade do LeiteRIISPOA Regulamento da Inspeo Industrial e Sanitria de Produtos de Origem AnimalSDA Secretaria de Defesa AgropecuriaSDC Secretaria de Desenvolvimento e CooperativismoSE Secretaria ExecutivaSEBRAE Servio Brasileiro de Apoio s Micros e Pequenas EmpresasSENAR Servio Nacional de Aprendizagem RuralSISBI-POA Sistema Brasileiro de Inspeo de Produtos de Origem AnimalSPA Secretaria de Poltica AgrcolaSRI Secretaria de Relaes Internacionais do AgronegcioUSDA United States Department of AgricultureVBP Valor Bruto da Produo

  • 71. Introduo/Justificativa

    A agropecuria tem papel fundamental no desenvolvimento da eco-nomia de um pas. Suas funes nesse processo vo desde o fornecimento de alimentos a preos baixos para a populao at a gerao de emprego, renda e mercado consumidor para bens industrializados. Em pases como o Brasil, onde as condies naturais fornecem vantagens comparativas aos produtos da agro-pecuria, ela possui uma outra funo essencial que a gerao de divisas para a compra de insumos e bens de capitais necessrios ao desenvolvimento das ati-vidades econmicas. Funo esta, alis, que o agronegcio brasileiro vem de-sempenhando exemplarmente como mostram os ltimos nmeros da balana comercial nacional .

    A pecuria bovina um dos setores mais importantes do agronegcio brasileiro e consequentemente da economia nacional. O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, o maior exportador de carne bovina, segundo maior produtor de carne e sexto maior produtor de leite (USDA, 2014).

    A pecuria leiteira uma das atividades mais tradicionais do meio rural brasileiro e de acordo com o ltimo censo agropecurio (IBGE, 2006) existem no Brasil aproximadamente 5,2 milhes de estabelecimentos rurais dos quais 25% (aproximadamente 1,35 milhes) produzem leite, envolvendo cerca de cinco mi-lhes de pessoas. O valor bruto da produo de leite em 2013, por exemplo, foi de R$ 22,9 bilhes contribuindo para movimentar principalmente a economia das pequenas e mdias cidades brasileiras (Brasil, 2014). Com relao ao mercado externo, o pas sempre foi um tradicional importador de lcteos experimentan-do perodos de supervit na balana comercial, sendo 2008 o ltimo ano com essa condio. A partir desse ano, devido ao aumento do consumo interno, da crise econmica ocorrida em 2008 e da valorizao do Real, a balana comercial de produtos lcteos do Brasil negativa. Em 2012 ela fechou com um dficit de US$ 513 835 000 (Embrapa, 2013). Outro fato relevante a qualidade do produto brasileiro que o impede de atingir mercados mais exigentes. Um exemplo a per-sistente existncia de doenas como brucelose e tuberculose no rebanho bovino nacional, j erradicadas pelos potenciais concorrentes do Brasil no mercado de lcteos.

    O consumo de leite e de produtos lcteos no Brasil vem aumento grada-tivamente como reflexo do aumento da renda da populao. Porm o consumo mdio da populao brasileira ainda se encontra abaixo do recomendado pelo Ministrio da Sade e Organizao Mundial da Sade. Para estes rgos, uma pessoa deveria consumir cerca de 210 litros de leite por ano. No Brasil, porm, a produo de leite capaz de fornecer cerca de 170 litros de leite/habitante/ano. De acordo com dados do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, disponveis em (http://www.agricultura.gov.br/internacional/indicadores-e-estatisticas/balanca-comercial), de 1989 a 2013 o saldo da balana comercial brasileira seria negativa em aproxi-madamente R$ 417 bilhes se no fosse a participao do agronegcio.

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  • 8 Apesar da alta produo de leite do pas, cerca (32,3) bilhes de litros

    por ano, a produtividade do rebanho nacional baixa, cerca de 1,471 litros/vaca/ano (IBGE, 2013). As estatsticas oficiais apontam que atualmente no Brasil 8,5% dos estabelecimentos de produo (cerca de 115.000 produtores) so respons-veis por 53,1% do leite produzido no pas. Ou seja, a grande maioria dos produto-res de leite (91,5%) possuem rebanhos que produzem apenas 46,9% do leite bra-sileiro (IBGE, 2011). As principais razes para essa baixa produtividade incluem a utilizao de animais sem aptido para produo de leite ou com potencial gen-tico inapropriado; manejo alimentar, reprodutivo e sanitrio inadequado; baixo nvel de instruo dos produtores (57% dos produtores tem pouca instruo), dificultando a utilizao adequada do estoque de tecnologias disponveis e falta de assistncia tcnica (na zona da mata mineira, uma das maiores bacias leitei-ras do pas, 73% dos produtores informam que no recebem assistncia tcnica) (IBGE, 2006).

    A pecuria de corte brasileira um dos pilares do agronegcio. Em 2013 o Valor Bruto da Produo (VBP) de carne foi de R$ 51,1 bilhes, atrs apenas do complexo soja (Brasil, 2014). A cadeia produtiva da carne movimenta R$ 167,5 bi-lhes por ano, gerando aproximadamente 7 milhes de empregos (Neves, 2012). Em 2013 o pas produzir 9,6 milhes toneladas de carne bovina, dos quais cerca de 7,6 milhes toneladas sero destinadas ao mercado interno (Conab, 2014).

    As exportaes de carne bovina esto crescendo a cada ano e para um nmero cada vez maior de mercados. Em 2012 o Brasil exportou para 142 pases (Brasil, 2013). Esse avano, em grande parte, foi possvel devido s conquistas obtidas com a defesa agropecuria, como as zonas livres de febre aftosa. Porm, devido a outras questes sanitrias e de qualidade do produto o Brasil ainda no consegue acessar mercados mais nobres. Outras questes como a sustentabilida-de ambiental da atividade e as preocupaes com o bem estar animal tambm comeam entrar nas negociaes, podendo servir como barreiras no tarifrias.

    O consumo de carne bovina est crescendo bastante no Brasil e no mundo, muito devido ao aumento da renda da populao. As projees so de que no Brasil o consumo cresa a uma taxa de 3,6% a.a., acumulando no final de um perodo de 10 anos, um aumento de 42,8%. A demanda mundial tambm est em expanso e as exportaes devem aumentar cerca de 2,5% a.a. Porm estima-se que a produo nacional de carne bovina cresa apenas a uma taxa de 2,0%a.a. (Brasil, 2013). Com a confirmao dessas taxas, em 10 anos haver uma demanda de carne bovina superior oferta, o que poder gerar desequilbrio para o setor, podendo resultar em aumento de preo e inflao.

    Apesar do Brasil ser destaque na produo mundial de carne bovina, a produtividade do rebanho nacional ainda baixa. O pas possui uma grande

  • 9quantidade de terras destinadas a pastagem (aproximadamente 160 milhes de hectares de acordo com o Censo Agropecurio de 2006), porm a maior parte delas est degradada e a produo de gado no pas feita com uma taxa de 1,3 animais/ha. Alm disso, ainda baixa a utilizao das biotcnicas reprodutivas de maior alcance, tais como a inseminao artificial e utilizao de reprodutores de maior potencial gentico visando o melhoramento dos rebanhos.

    Essa rpida anlise da situao da pecuria, tanto de corte quanto de leite no Brasil, mostra que o setor est diante de uma grande oportunidade de crescimento, representada pela expanso do mercado interno e da demanda ex-terna. Porm, para que o setor consiga aproveitar esse momento ele dever su-perar alguns desafios importantes como aumento de produtividade, garantia da sustentabilidade ambiental e bem estar animal alm da qualidade e segurana dos produtos finais.

    Diante da importncia estratgica do setor para o pas, o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento capitanear um esforo conjunto entre os diversos segmentos envolvidos visando auxili-los na superao de tais desafios e permitir que os mesmos aproveitem a presente oportunidade.

    As aes sero organizadas na forma de um Plano de Incentivo Pe-curia Bovina, organizado em eixos estruturantes e ser denominado Plano Mais Pecuria.

    2. Objetivo Estratgico

    Aumentar de forma sustentvel a produtividade e a competitividade da pecuria bovina de leite e de corte, por meio de aes coordenadas, em bene-fcio da sociedade brasileira.

    3. Estratgias

    Devido aos diferentes desafios a serem superados e s caractersticas de cada setor da pecuria, o Plano Mais Pecuria ser executado na forma de dois programas, sendo eles o Mais Leite e o Mais Carne. Dentro de cada programa sero desenvolvidos vrios projetos relacionados e gerenciados de modo coor-denado para obteno de resultados que permitam atingir o objetivo estratgico do Plano. Os diversos projetos sero agrupados em quatro eixos, sendo eles:

    1. Melhoramento gentico2. Ampliao de mercados3. Incorporao de tecnologia 4. Segurana e qualidade dos produtos

  • 10

    Dentro de cada eixo sero apresentadas as diretrizes para a elaborao dos projetos pelos participantes do Plano.

    Figura 1 Eixos de ao do Plano Mais Pecuria

  • 11

    O gerenciamento coordenado dos projetos permitir tanto o desenvol-vimento da pecuria como dos setores montante e jusante da atividade. A relao entre eles de fundamental importncia para garantir a sustentabilidade do processo.

    4. Governana

    A gesto do Plano ser feita por um Comit Gestor e um Comit Exe-cutivo. O Comit Gestor do Plano Mais Pecuria (CGPMP) ser coordenado pelo Ministro da Agricultura, Pecuria e Abastecimento e composto pelos Titulares da Secretaria Executiva (SE), Secretaria de Defesa Agropecuria (SDA), Secretaria de Poltica Agrcola (SPA), Secretaria de Desenvolvimento e Cooperativismo (SDC), da Secretaria de Relaes Internacionais do Agronegcio (SRI) e da Assessoria de Gesto Estratgica. Ao CGPMP caber decidir os projetos prioritrios e a alocao dos recursos necessrios com base em relatrios e documentos encaminhados pelo Comit Executivo. Os recursos para a execuo do Plano sero descentraliza-dos pelas Secretarias responsveis e os projetos sero inseridos no planejamento estratgico do Ministrio.

    O Comit Executivo do Plano Mais Pecuria (CEPMP) ser composto por um representante de cada Secretaria participante e coordenado pela Assessoria de Gesto Estratgica do Mapa. Ele dever iniciar as atividades pela elaborao dos projetos de maneira detalhada e a ele caber tambm o acompanhamento da execuo do Plano, seguindo as linhas estratgicas e as orientaes do CGPMP. Alm disso, caber a este comit o relacionamento com outros ministrios (Minis-trio da Fazenda, Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior e Ministrio do Desenvolvimento Agrrio), as Cmaras Setoriais da Carne Bovi-na e a do Leite e Derivados, que renem os representantes de segmentos das cadeias produtivas, alm da Subcomisso Permanente do Leite da Cmara dos Deputados, para a composio de propostas de projetos prioritrios para o setor. Essas propostas devero ser elencadas e levadas ao CGPMP para deliberao. O CEPMP dever tambm produzir relatrios peridicos sobre a execuo do Plano e o monitoramento das metas. Os relatrios de execuo devero ser repassados periodicamente ao CGPMP para avaliao.

    A iniciativa privada poder participar do Plano com a elaborao de projetos que se enquadrem em um dos eixos aqui apresentados.

    Anualmente ser realizado um encontro entre os envolvidos no Plano para avaliao e discusso dos resultados obtidos at aquele momento.

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    Figura 2 Sistema de Gesto do Plano Mais Pecuria

    5. Programa Mais Leite

    A produo brasileira de leite vem crescendo a cada ano. Porm grande parte desse crescimento se deve ao aumento do nmero de vacas ordenhadas do que ao aumento da produtividade. A produtividade do rebanho nacional cresceu aproximadamente 23% nos ltimos 10 anos enquanto a produo total cresceu

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    quase 50% (IBGE, 2013).Hoje a produo nacional capaz de fornecer populao brasileira

    aproximadamente 170 litros de leite/habitante/ano, quantidade inferior aos 210 litros recomendados pelos rgos de sade nacionais e internacionais.

    Com a estimativa de crescimento da populao brasileira at 2023 para 216 milhes de habitantes (IBGE, 2014) o volume de leite produzido dever ser de 45,3 bilhes de litros/ano. Em 2023 as projees so de que o pas exportar cerca de 150 milhes de litros de leite ao ano. Diante das possibilidades de crescimento o setor, o objetivo do Programa fazer com que o pas se torne um ator no comrcio internacional de lcteos e para isso projeta um aumento de dez vezes no total de leite a ser exportado, alcanando a marca de 1,5 bilho de litros.

    A produtividade mdia do rebanho brasileiro em 2012 foi de 1417 kg/vaca/ano. O nmero de vacas ordenhadas no pas caiu em 2012 com relao a 2011 em aproximadamente 500 mil cabeas devido principalmente forte seca que atin-giu o nordeste brasileiro (IBGE, 2013). Desconsiderando esse ano atpico o nmero de vacas ordenhadas no pas segue em torno de 23,5 milhes de cabeas.

    Para atingir as produes acima citas ser necessrio uma produo de cerca de 46,8 bilhes de litros/ano. Como o foco do programa o aumento de pro-dutividade a meta a ser alcanada deve ser de aproximadamente 2000 kg/vaca/ano, o que totalizaria uma produo de 47 bilhes de litros ao final de 10 anos.

    Essa produtividade corresponde a um aumento de aproximadamente 40% nos valores de 2012 e praticamente ao dobro do ritmo normal de ganho de produtividade observado nos ltimos 10 anos.

    Eixos

    Melhoramento gentico

    Atualmente, cerca de 70% das doses de smen comercializadas para gado de leite no Brasil so importadas. Com o fortalecimento dos programas de melhoramento gentico, tanto de raas especializadas quanto de raas adapta-das s condies de clima e de manejo que prevalecem no Brasil, espera-se que em 10 anos este percentual seja reduzido para 50% e a inseminao artificial (IA) seja utilizada em 25% do rebanho leiteiro nacional. O aumento da participao de material gentico nacional poder ocorrer justamente nos rebanhos que hoje no utilizam tcnicas como a inseminao artificial j que apenas 10 % do reba-nho leiteiro utiliza esta importante biotcnica reprodutiva. Alm de disponibilizar gentica de alta qualidade para o produtor nacional, o crescimento da atividade tambm promover o desenvolvimento de um setor montante da pecuria, ge-rando empregos e renda.

  • 14

    Diretrizes para projetos

    1 Ampliao dos programas nacionais de melhoramento gentico

  • 15

    2 Disseminao de gentica superior

    3 Estruturao

    Ampliao de mercado

    O aumento da renda da populao brasileira e mundial favorece o con-sumo de produtos lcteos que geralmente apresentam maior valor. Portanto ao se disponibilizar populao brasileira a quantidade de leite recomendada pelas autoridades de sade esse consumo no ser apenas de leite fluido mas tambm de diversos produtos lcteos. O aumento da demanda mundial tambm uma oportunidade para o setor que ainda pouco explorada.

  • 16

    Diretrizes para projetos

    1 Incentivo ao consumo de lcteos

  • 17

    2 Abertura de Mercados

    Incorporao de tecnologia

    A incorporao de tecnologia no campo fundamental para obteno de aumento de produtividade. A tecnologia a ser implementada no necessa-riamente equipamentos de ltima gerao, mas sim a utilizao conhecimento tcnico avanado que maximize a utilizao dos recursos disponveis. Grande parte da baixa produtividade do rebanho brasileiro se deve ao no uso de prti-cas de criao simples, muitas vezes devido falta de assistncia tcnica ou co-nhecimento do produtor/trabalhador rural. De acordo com o ltimo censo agro-pecurio, apenas 22% das propriedades produtoras de leite recebiam assistncia tcnica. Ou seja, apenas 260 mil propriedades eram assistidas.

    Com a capacitao de 10 mil tcnicos, considerando que cada um aten-deria cerca de 20 propriedades, ao final de 10 anos haveria um total de mais 200 mil propriedades atendidas. A parceria com sistema SENAR permitiria a difuso de tecnologias atravs da capacitao de 650 mil trabalhadores/produtores.

    Paralelamente aos esforos de capacitao no se deve perder vista a contnua gerao de tecnologias para a superao dos gargalos do setor.

  • 18

    Diretrizes para projetos

    1 Qualificao de tcnicos, produtores e trabalhadores rurais

  • 19

    3 Incentivo Incorporao de Tecnologia

    Segurana e qualidade dos produtos

    A preocupao com a produo de leite de qualidade no pas no recente. As ltimas tentativas desse movimento so retratadas pelas Instrues Normativas n 51/2002 e n 62/2011, que estabeleceram prazos e padres de qualidade para o leite a ser comercializado.

    Tanto a produtividade quanto a qualidade dos produtos pode ser me-lhorada a partir de aes simples, realizadas nas propriedades e que muitas vezes

    2 Pesquisa e desenvolvimento de solues tecnolgicas

  • 20

    no so adotadas pela falta de acompanhamento tcnico e desconhecimento do produtor. Assim acredita-se que o fomento a aes ou programas de boas prti-cas para a produo de leite que valorizem a qualidade e a segurana do alimen-to podero resultar no atendimento aos ndices de conformidade exigidos pelos padres oficiais. Ser necessrio tambm buscar a diminuio da prevalncia de zoonoses como a brucelose e tuberculose bovina ainda presentes nos rebanhos brasileiros.

    Diretrizes para projetos

    1 Qualidade no campo

  • 21

    2 - Gesto eficiente da fiscalizao

    3 Programa Nacional de Controle e Erradicao da Brucelose e Tuberculose Bovina

  • 22

    6. Programa Mais Carne

    A carne bovina foi at 2007 a mais consumida no Brasil, quando foi ul-trapassada pela carne de frango (Neves, 2012). Atualmente, o consumo anual mdio de carne bovina por habitante de 37,9 kg (Conab, 2014). Em 2023, com o aumento da populao e de sua renda, estima-se que o pas ir consumir 10,8 milhes toneladas (considerando uma populao de 216 milhes e um consumo de 50 kg/hab./ano) e as exportaes devero ser de 2,8 milhes toneladas. Para isso a produo brasileira de carne bovina dever atingir a marca de 13,6 milhes de toneladas em 10 anos.

    Com o aumento da presso sobre os recursos naturais a pecuria bo-vina no tem outra alternativa a no ser aumentar sua produtividade. De acordo com os dados mais recentes (Conab, 2014), o rebanho brasileiro em 2013 de 212,160 milhes de cabeas e a rea de pastagem, de acordo com o ltimo Censo Agropecurio (IBGE, 2006) de 160 milhes de hectares. Esses nmeros indicam uma mdia de 1,3 bovinos/ha. Ao dobrar-se essa lotao, passando para 2,6 bo-vinos/ha, o pas poder produzir as 13,6 milhes de toneladas de carne em uma rea de 113,8 milhes de ha. Ou seja, sem a necessidade de expanso da fronteira agrcola a intensificao proposta permitir aumentar a produo em 40% alm de liberar 46,2 milhes de ha para outras atividades.

    Eixos

    Melhoramento Gentico

    De acordo com estimativas da Embrapa Gado de Corte (Rosa et al, 2013), considerando o total de matrizes do pas (j excluindo as submetidas inseminao

  • 23

    artificial) e uma taxa de 1 reprodutor para cada 25 vacas, seriam necessrios cerca de 2,1 milhes de touros, dos quais aproximadamente 420 mil deveriam ser repostos anual-mente (considerando uma taxa de reposio de 20%). Caso a opo fosse por reposio com animais geneticamente melhoradores a oferta atual no seria suficiente.

    Diretrizes para projetos

    1 Ampliao dos programas nacionais de melhoramento gentico

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    2 Disseminao de gentica superior

    3 Estruturao

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    Ampliao de mercado

    Hoje a populao brasileira de aproximadamente 201 milhes de ha-bitantes e consomem cerca de 7,6 milhes de toneladas fazendo com que m-dia de consumo seja de 37,9kg/hab./ano (Conab, 2014). A alta elasticidade-renda da carne faz com seu consumo seja impulsionado nos prximos anos devido ao crescente aumento da renda da populao brasileira e mundial (Brasil, 2013).

    Diretrizes para projetos

    1 Incentivo ao consumo de carne

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    Incorporao de tecnologia

    O Brasil apesar de ser um dos maiores produtores e exportadores de carne do mundo ainda apresenta baixo nvel tecnolgico em sua produo. Retra-to disso a baixa lotao das pastagens e pequeno nmero de animais confina-dos ou suplementados abatidos por ano (quando comparados ao abate total) e a deteco de resduos de medicamentos encontrados durante o monitoramento oficial. A capacitao de tcnicos e produtores permitir a incorporao de tec-nologia ao campo e consequentemente aumentar a produo. Aes assim j so desenvolvidas, devendo ser ampliadas.

    Paralelamente aos esforos de capacitao no se deve perder vista a contnua gerao de tecnologias para a superao dos gargalos do setor.

    2 Abertura de Mercados

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    Diretrizes para projetos

    1 Qualificao de tcnicos e produtores rurais

    2 Pesquisa e desenvolvimento de solues tecnolgicas

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    3 Incentivo Incorporao de Tecnologia

    Segurana e Qualidade dos produtos

    O Brasil exportou carne bovina e seus produtos para mais de 140 pa-ses diferentes em 2012. Porm, devido a questes sanitrias e de qualidade dos produtos, os produtos brasileiros no conseguem conquistar mercados mais exi-gentes como Coria do Sul, Japo e EUA. No mercado interno a padronizao da inspeo federal, estadual e municipal ajudar a combater a informalidade e ir garantir a entrega de um produto seguro ao consumidor brasileiro.

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    Diretrizes para projetos

    1 Fiscalizao

    2 Gesto Estratgica do Abate

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    7. Consideraes finais

    O Plano Mais Pecuria busca aumentar a produtividade e a competitivi-dade das cadeias produtivas da carne e do leite de maneira sustentvel. As aes propostas esto interligadas e ao serem executadas em conjunto promovero o desenvolvimento da atividade assim como de outros setores ligados a elas.

    O Brasil hoje lder na produo de alimentos e na pesquisa agropecu-ria. notrio tambm o vasto acervo de conhecimento que o pas possui e que ainda no chegou ao campo. O Plano Mais Pecuria busca identificar, coordenar e apoiar as diversas iniciativas j existentes que se encontram espalhadas pelo pas para com isso atingir seu objetivo: promover o desenvolvimento da ativi-dade pecuria em beneficio da sociedade brasileira. Espera-se que com as aes propostas, executadas de forma articuladas e integradas, o objetivo seja atingido de forma harmnica e persistente.

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    8. Bibliografia

    Brasil. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Assessoria de Gesto Estratgica. Crescimento da demanda de alimentos no Brasil. Nota Tcnica. De-zembro, 2013.

    Brasil. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Estatsticas de Comer-cio Exterior. Disponvel em http://www.agricultura.gov.br/internacional/indica-dores-e-estatisticas.

    Brasil. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Assessoria de Gesto Estratgica. Valor Bruto da Produo. Janeiro de 2014.

    Brasil. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Assessoria de Gesto Estratgica. Projees do Agronegcio, Brasil 2012/13 a 2022/23. Braslia, 2013.

    Conab. Indicadores da Agropecuria: Quadro de Suprimentos. Disponvel em http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1470&t=2 Acesso em janeiro de 2014.

    Embrapa. Conjuntura do Mercado de Lcteos. Ano 6, n. 46, fev. 2013. Juiz de Fora, Embrapa gado de Leite, 2013.

    Neves, M. Estratgias para a Carne Bovina no Brasil. So Paulo, Ed. Atlas. 2012.

    IBGE. Tabulaes especiais do censo Agropecurio 2006. Rio de Janeiro: IBGE,2011

    IBGE. Pesquisa Pecuria Municipal, 2013.

    IBGE. Censo Agropecurio 2006.

    IBGE. Projeo da Populao do Brasil por sexo e idade: 2000-2060. disponvel em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_popula-cao/2013/default_tab.shtm. Acesso em janeiro de 2014.

    Rosa, Antonio et al. Pecuria de corte: vale a pena investir em touros genetica-mente superiores? Revista ABCZ, Edio 74, Maio 2013.

    USDA. USDA Foreign Agricultural Service. Disponivel em . Acesso em janeiro de 2014.

  • ANOTAES


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