ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
PRODUTO 08 – ESTUDOS DE CENÁRIOS
TOMO I – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE CENÁRIOS E PROPOSTA
DE ARRANJO INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO DOS SERVIÇOS
DE SANEAMENTO
CAMAÇARI / BA
JULHO, 2016
Plano Municipal de Saneamento Básico
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
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PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 1.174/2013
TOMADA DE PREÇOS Nº 003/2014
CONTRATO Nº 140/2014
VERSÃO FINAL do Produto 08 - Estudos de
Cenários, Tomo I - Introdução ao Estudo de
Cenários e Proposta de Arranjo Institucional para
a Gestão dos Serviços de Saneamento,
apresentado pela Saneando Projetos de
Engenharia e Consultoria Ltda. para a Secretaria
de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), como
parte integrante do Plano Municipal de
Saneamento Básico e do Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de
Camaçari - BA.
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ADEMAR DELGADO
Prefeito Municipal
MARIA DO CARMO SIQUEIRA
Vice-Prefeita
DJALMA MACHADO DE SOUZA
Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano
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FICHA TÉCNICA
Comitê de Coordenação
Membro Titular Secretarias
Marina Rodriguez Alonso (Coordenadora) SEDUR/ASTEC
Anselmo Sebastião Salgueiro dos Santos SEDUR/CPL
Eduardo da Silva Barreto SEDUR/CMA
Fabio Antônio Moura Costa de Souza SEDUR/ASTEC
Lélia Maria dos Reis Dias SEDUR/ASTEC
Maiana Fernandes Vaz Freitas SEDUR/ASTEC
Maressa Lacerda Viera SEDUR/ASTEC
Milai Rodrigues Alves Cordeiro SEDUR/CMA
Sandra Lima dos Santos SEDUR/CMA
Silvio Roberto Gantois SEDUR/CMA
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Comitê Executivo
Instituições e Secretarias Membro Titular Membro Suplente
Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR)
Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA)
Marina Rodriguez Alonso
Sérgio Murilo Falcão Silva
Maressa Lacerda Viera
Cesar Aparecido dos Santos
Secretaria de Saúde (SESAU) Valmir Santos Araújo Ruteane da Silva dos Santos
Secretaria de Habitação (SEHAB) Monique Matos Rodrigues Azevedo Santiane Araújo Godinho Cruz
Secretaria de Serviços Públicos (SESP) Flávio Ribeiro Lobo Filho José Marcelo Rocha de Almeida
Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES) Elaine Maciel de Souza da Silva Mateus dos Santos de Oliveira
Limpeza Pública de Camaçari (LIMPEC) Rute do Nascimento Luiz Balbino Bittencourt Teixeira
Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM)
Francisco de Assis Silva
Crispim Carvalho da Hora
Conselho Municipal de Saúde (CMS) Paulo César Souza Costa Verbenia Lúcia da Silva Santos
Conselho Municipal de Educação (CME) Elielza de Santana Bispo Souza Mário José Santos Filho
Conselho Municipal da Cidade (CONCIDADE) Everaldo de Jesus Vieira Jorge Carlos Ramos Gonçalves
Comitê de Fomento Industrial (COFIC)
Mariene Salatiel Oliveira
José de Anchieta da Silva Filho
Comitê da Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte e Inhambupe (CBHRNI)
Sérgio de Almeida Bastos
Maria José Rosas
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (EMBASA)
Mário Sergio Soares May
Taís Meireles Oliveira
Poder Legislativo Municipal (CMC) Sávio Nonato Barreto de Oliveira Gilseppi Mário Reis D’errico
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Equipe Técnica da Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda.
Nome Cargo
Geraldo Leite Botelho Coordenador Gerencial do Contrato
Gabriela Vieira de Toledo L. Ataíde Coordenadora Técnica de Planejamento
Lívia Duca de Lima Supervisora Técnica do PMSB
Lenon Sol de Souza Marques Supervisor Técnico do PMGIRS
Kalila Calil Barreto Couto Engenheira Sanitarista e Ambiental
Mariana Mascarenhas de Souza Engenheira Sanitarista e Ambiental
Victor Moreira da Silva Vidal Engenheiro Ambiental e Sanitarista
Victor Pompeu Teixeira Rodriguez Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Leila Santos Borges Nunes Assistente Social
Luiz Claudio Ferraz Freire de Carvalho
Tiago Santana Dutra
Geógrafo/Técnico em Geoprocessamento
Estagiário em Eng. Sanitária e Ambiental
Carolina Rodeiro Nunes Estagiária em Eng. Sanitária e Ambiental
Verônica Paternostro Andrade Estagiária em Eng. Sanitária e Ambiental
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Apresentação
A Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda. – ME apresenta à Prefeitura
Municipal de Camaçari a versão preliminar do Produto 08 - Estudo de Cenários,
Tomo I - Introdução ao Estudo de Cenários e Proposta de Arranjo Institucional
para a Gestão dos Serviços de Saneamento, conforme contrato nº 140/2014.
O presente documento foi desenvolvido com base na Lei Federal nº 11.445/2007, que
estabelece diretrizes para a Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB),
regulamentada através do Decreto Nº 7.217/2010, alterado pelo Decreto nº 8.629/
2015 e na Lei Estadual nº 11.172/2008, que institui a Política Estadual de Saneamento
Básico (PESB).
O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) é o principal instrumento de
planejamento da gestão dos serviços de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, bem como de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos. É desenvolvido para atuar em um horizonte de
20 anos e deve passar por revisões periódicas a cada 4 anos, a fim de manter-se
atualizado.
Em relação à elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, o artigo 1º do
Decreto nº 8.629/15 afirma:
“Após 31 de dezembro de 2017, a existência de plano de saneamento básico,
elaborado pelo titular dos serviços, será condição para o acesso a recursos
orçamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou
administrados por órgão ou entidade da administração pública federal,
quando destinados a serviços de saneamento básico. ”
Dessa forma, atendendo aos princípios e objetivos abordados nas Diretrizes
Nacionais para o Saneamento Básico, além de outras premissas, a Prefeitura
Municipal de Camaçari desenvolve este instrumento como forma de estabelecer
diretrizes aplicáveis, de forma sistemática, para o planejamento dos serviços de
saneamento básico adequado a realidade do município.
Em seu desenvolvimento o PMSB foi estruturado de forma a apresentar o diagnóstico,
que retrata a atual situação dos serviços de saneamento básico em Camaçari; o
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estudo de cenários e a hierarquização das intervenções, bem como os mecanismos e
procedimentos a serem utilizados na implementação das metas; programas, projetos
e ações nos devidos horizontes temporais de curto, médio e longo prazo, conforme
determina o termo de referência.
As etapas de elaboração do PMGIRS e do PMSB estão descritas a seguir, de acordo
com os requisitos do Termo de Referência e diretrizes preconizadas pela Secretaria
Nacional de Saneamento Ambiental:
Etapa 1:
- Plano de Trabalho e Plano de Mobilização Social;
Etapa 2:
- Caracterização física e socioeconômica do Município;
- Oficina de Capacitação do Comitê Executivo.
Etapa 3:
- Diagnóstico dos Serviços de Água;
- Diagnóstico dos Serviços de Esgoto;
- Diagnóstico dos Serviços de Drenagem de Águas Pluviais;
- Diagnóstico dos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos.
Etapa 4:
- Estudos de Cenários;
- Hierarquização das Intervenções;
- Versão Preliminar do PMGIRS;
- Audiências Públicas Locais para Apresentação do PMGIRS;
- Versão revisada e complementada do PMGIRS com base nas audiências
públicas locais (proposta de Lei enviada à Câmara).
Etapa 5:
- Versão Preliminar do PMSB – Programas, Projetos e Ações;
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- Audiências públicas locais para apresentação do PMSB.
Etapa 6:
- Versão revisada e complementada do PMSB com base nas audiências
públicas locais (minuta de proposta de Lei);
- Relatório Síntese do PMSB (proposta de Lei enviada à Câmara).
Para que o PMSB contemple todos os seus objetivos e garanta uma melhor gestão
dos serviços de saneamento básico é necessário a participação popular,
enriquecendo o diagnóstico dos técnicos e garantindo o controle social. Dessa forma,
a população tem seu espaço na elaboração do plano, participando do planejamento.
A eficiência desse processo é maior se grupos organizados e entidades
representativas dos setores econômicos e sociais de comunidade ou região
participarem ativamente, desde a sua elaboração até a sua implementação e
avaliação.
O esforço do município de Camaçari em estruturar seu planejamento, elaborando os
Planos de Saneamento Básico e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, objetiva não
só cumprir uma obrigação legal, como vivenciar um momento ímpar no exercício de
titular efetivo dos serviços, definindo quem deverá exercer as distintas funções
inerentes a gestão dos serviços públicos de saneamento: o ato de planejar, de prestar,
de regular e fiscalizar, garantindo a prática transversal do controle social.
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LISTA DE SIGLAS
AGERSA - Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
APP – Área de Preservação Permanente
CERB – Companhia de Engenharia e Recursos Hídricos da Bahia
COF - Coordenadoria de Fiscalização do Uso do Solo e Meio Ambiente
CMA - Coordenadoria de Meio Ambiente
CONCIDADE – Conselho das Cidades
COS - Coordenadoria do Uso do solo
CSAN – Coordenadoria de Saneamento Básico
CPE - Coordenadoria de Elaboração de Projetos
CPL - Coordenadoria de Planejamento
CRAS – Centro de Referência em Assistência Social
CTM - Cadastro Territorial Multifinalitário
EMBASA - Empresa Baiana de Águas e Saneamento
EMRMS - Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador
FMTC - Fundo de Mobilidade e Modicidade Tarifária do Transporte Coletivo
FRMS - Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador
GEPLU - Gerência de Planejamento Urbano
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INEMA – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
IPC-A - Índice de Preço do Consumidor Amplo
LIMPEC – Empresa de Limpeza Pública de Camaçari
PARMS - Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador
PDDU - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PIB – Produto Interno Bruto
PLANCON - Plano de Contingência a Inundações e Deslizamentos
PLANSAB - Plano Nacional de Saneamento Básico
PMGIRS - Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico
RCC – Resíduo da Construção Civil
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RMS – Região Metropolitana de Salvador
SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
SEDUR – Secretaria de Desenvolvimento Urbano
SEINFRA – Secretaria de Infraestrutura
SESAB – Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
SESAU – Secretaria de Saúde
SEOPS – Secretaria de Ordem Pública e Sustentabilidade
SESP – Secretaria de Serviços Públicos
SIHS – Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento
SSD - Sistema de Suporte a Decisão
VISA – Vigilância Sanitária e Ambiental
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Condicionantes críticas e hipóteses do PLANSAB. ................................ 20
Quadro 2 – Condicionantes críticas e hipóteses para elaboração de cenários. ........ 29
Quadro 3 – Cenários Alternativos para a Política de Saneamento em Camaçari. .... 34
Quadro 4 – Principais características do Canário “O Desejado”. .............................. 37
Quadro 5 - Principais características do Canário “A Tendência”. ............................. 40
Quadro 6 – Principais características do Cenário “O que não queremos”. ............... 43
Quadro 7 – Panorama da situação atual da gestão dos serviços de saneamento em
Camaçari. ................................................................................................................ 53
Quadro 8 – Principais elementos analisados da Gestão dos Serviços de
Abastecimento de Água Potável. ............................................................................. 56
Quadro 9 – Principais elementos analisados da Gestão dos Serviços de Esgotamento
Sanitário. .................................................................................................................. 58
Quadro 10 – Principais elementos analisados da Gestão dos Serviços de Limpeza
Pública e Manejo de Resíduos Sólidos .................................................................... 60
Quadro 11 – Principais elementos analisados da Gestão dos Serviços de Drenagem
Urbana e Manejo de Águas Pluviais ........................................................................ 62
Quadro 12 – Analise das atribuições das Secretarias e Entes do Poder Público com
interface com o Saneamento Básico. ....................................................................... 64
Quadro 13 – Síntese dos Programas, Projetos e Ações para a Gestão. .................. 90
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Organograma da Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN). .......... 71
Figura 2 – Atribuições da Coordenadoria de Saneamento Básico............................ 72
Figura 3 – Estrutura da SEDUR com a criação da Coordenadoria de Saneamento
Básico. ..................................................................................................................... 73
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Custo do Projeto Educação Ambiental nas Escolas. ............................... 97
Tabela 2 - Custo do Projeto Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades
Tradicionais.............................................................................................................. 98
Tabela 3 - Custo do Projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento
Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona Urbana. ............................................................. 99
Tabela 4 - Custo do Projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na
Zona Rural. ............................................................................................................ 101
Tabela 5 - Custo do Projeto Valorização da Gestão Integrada de Políticas Públicas.
............................................................................................................................... 103
Tabela 6 – Custo do Projeto Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico.
............................................................................................................................... 105
Tabela 7 – Custo do Projeto Responsabilidade, Participação e Controle Social. ... 106
Tabela 8 – Custo do Projeto Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento.
............................................................................................................................... 107
Tabela 9 – Custo do Projeto Integração e Valorização da Legislação Urbanística ao
Saneamento Básico. .............................................................................................. 108
Tabela 10 – Demonstrativo dos investimentos para a Gestão dos serviços de
saneamento do município de Camaçari. ................................................................ 110
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 17
2. OBJETIVOS ..................................................................................................... 24
2.1. Específicos ............................................................................................... 24
3. METODOLOGIA ............................................................................................... 25
3.1 Estudo de Cenários ................................................................................. 25
3.2 Alternativas Institucionais para a Gestão .............................................. 25
3.3 Elaboração de Programas, Projetos e Ações (PPA) para atendimento
das demandas elencadas .................................................................................. 27
3.4 Estimativas de investimentos ................................................................. 27
4. ESTUDO DOS CENÁRIOS ALTERNATIVOS PARA A GESTÃO DOS
SERVIÇOS .............................................................................................................. 28
4.1 O Cenário 1: “O que Queremos” ............................................................ 35
4.2 O Cenário 2: “A Tendência” .................................................................... 39
4.3 Cenário 3: “O Que Não Queremos” ........................................................ 42
4.4 Cenário de Referência para Gestão dos Serviços ................................. 45
5. ALTERNATIVAS DE GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
48
5.1 Proposição do Arranjo Institucional para a Gestão dos Serviços de
Saneamento Básico............................................................................................ 67
6. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES PARA A GESTÃO .............................. 77
6.1 Programa: Educação Ambiental para Saneamento ............................... 77
6.1.1 Projeto: Educação Ambiental nas Escolas ............................................. 78
6.1.2 Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades
Tradicionais ...................................................................................................... 79
6.1.3 Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente,
Eficaz e Efetivo ................................................................................................. 80
6.1.4 Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona
Rural 82
6.2 Programa Fortalecimento da Gestão ...................................................... 83
6.2.1 Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas ........... 84
6.2.2 Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico ........... 85
6.2.3 Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social .................... 86
6.2.4 Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento ........ 88
6.2.5 Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao
saneamento básico ........................................................................................... 89
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7. ESTIMATIVAS DOS RECURSOS NECESSÁRIOS AOS INVESTIMENTOS ... 96
7.1 Programa: Educação Ambiental ............................................................. 96
7.1.1 Projeto: Educação Ambiental nas Escolas ............................................. 97
7.1.2 Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades
Tradicionais ...................................................................................................... 98
7.1.3 Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente,
Eficaz e Efetivo na Zona Urbana ....................................................................... 99
7.1.4 Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona
Rural 100
7.2 Programa Fortalecimento da Gestão .................................................... 101
7.2.1 Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas ......... 102
7.2.2 Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico ......... 104
7.2.3 Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social .................. 105
7.2.4 Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento ...... 106
7.2.5 Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao
saneamento básico ......................................................................................... 107
7.3 Demonstrativo dos Investimentos ........................................................ 108
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 111
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1. INTRODUÇÃO
Os estudos prospectivos oferecem uma orientação para a tomada de decisão sobre o
futuro. Os cenários, que procuram descrever futuros alternativos, são ferramentas na
prática da prospecção, que colaboram na apreensão da realidade permeada por
riscos e imprevisibilidades. Assim, para atender tal objetivo, procura-se analisar e
sistematizar as diversas probabilidades dos eventos e dos processos, por meio da
observação de pontos de mudança e das grandes tendências, de modo a antecipar
as alternativas mais prováveis e estabelecer cenários consistentes (BUARQUE,
2003).
Como os cenários tratam de uma grande imprevisibilidade, devem contar com um
referencial analítico do objeto, devendo para isso responder algumas perguntas como:
Qual a lógica interna do funcionamento e da dinâmica do objeto que permite antecipar
a sua evolução futura? Que movimentos e quais transformações no conjunto do
sistema devem provocar as hipóteses de comportamento de algumas variáveis? O
modelo teórico é a base para a análise, interpretando as relações de causa e efeito
das múltiplas variáveis e de comportamento imponderáveis (BUARQUE, 2003).
A caracterização de cenários pode ser desenvolvida de maneiras diferentes. Uma
forma é considerar no cenário o desejo dos formuladores, denominado o cenário
desejado ou normativo. A outra opta pela isenção do desejo, com um conteúdo
essencialmente técnico, denominado o cenário exploratório (BUARQUE, 2003).
O cenário normativo, apesar de incorporar o desejo de futuro, para ser um cenário, a
descrição deve ser plausível e viável e não apenas a representação de uma vontade
ou de uma esperança. Deve, portanto, ser efetivamente construída e demonstrada –
técnica e logicamente – como viável (BUARQUE, 2003).
Já os cenários exploratórios decorrem de um tratamento racional das probabilidades
e procuram intencionalmente excluir as vontades e os desejos dos formuladores na
descrição dos futuros. Até mesmo quando procura analisar a postura e a estratégia
dos atores sociais, o trabalho tem uma conotação técnica de interpretação do
processo político (BUARQUE, 2003).
Os cenários exploratórios podem ser divididos em dois grandes grupos: os
extrapolativos, que reproduzem no futuro os comportamentos dominantes no
passado; e os alternativos, que exploram os fatores de mudança que podem levar a
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realidades completamente diferentes das do passado e do presente (BUARQUE,
2003).
Como os cenários são descrições do futuro, a essência da metodologia reside na
delimitação e no tratamento dos processos e dos eventos incertos. Desse modo,
simplificando o processo, pode-se dizer que o grande segredo da metodologia de
cenários reside no reconhecimento e na classificação dos eventos em graus diferentes
de incerteza (Van Der Heijden, 1996, apud, BUARQUE, 2003).
O processo de trabalho procura responder a um conjunto de cinco perguntas
fundamentais (BUARQUE, 2003):
1. Que fatores (condicionantes) estão amadurecendo na realidade atual que
indicam uma tendência de futuro?
2. Quais são os condicionantes mais relevantes e os de desempenho futuro mais
incerto (principais incertezas)?
3. Que hipóteses parecem plausíveis para a definição de eventuais e prováveis
comportamentos futuros dessas incertezas centrais?
4. Como podem ser combinadas as diferentes hipóteses para as diversas
incertezas consideradas relevantes?
5. Que combinações de hipóteses das incertezas podem ser consideradas
consistentes para a formação de um jogo coerente de hipóteses?
Assim, a análise e o tratamento de relevância das incertezas, plausibilidade de
hipóteses e consistência de combinações se mostra um passo importante na
construção de cenários.
O processo inicia-se com uma análise de caráter teórico, em que se procura
compreender o funcionamento sistêmico do objeto, identificando as variáveis
determinantes que definem o seu comportamento. Em seguida, deve ser feita uma
seleção dos condicionantes para que sejam identificados os de maior relevância e os
de maior incerteza (BUARQUE, 2003).
Contudo, a partir do entendimento teórico da elaboração de cenários, outros
elementos são importantes no entendimento dos sistemas que são submetidos à
prospecção. A contribuição de LEFEBVRE (2010) vem no sentido de descrever esse
sistema, dando suporte para o entendimento da realidade municipal como uma
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correlação entre os aspectos sociais, culturais, políticos, produtivos e os aspectos
materiais, como insumos, materiais e serviços demandados. Assim,
"... Semelhante modo de viver comporta sistemas de objetos e sistemas de valores... os elementos do sistema urbano de objetos são a água, a eletricidade, o gás... que não deixam de se fazer acompanhar pelo carro, pela televisão, pelos utensílios de plástico, pelo mobiliário "moderno", o que comporta novas exigências no que diz respeito aos "serviços"" (LEFEBVRE, 2010, p.19).
Ainda, de maneira a analisar as principais dimensões dessa realidade descrita por
Lefevbre (2010), Guatarri (2009) reflete sobre a importância de se observar a
realidade segundo as dimensões mental, social e ambiental. Para ele "... a natureza
não pode ser separada da cultura e precisamos aprender a pensar "transversalmente"
as interações entre ecossistemas, mecanosfera e universos de referência sociais e
individuais (GUATARRI, 2009, p. 25)".
Dessa maneira, ao considerar a contribuição dos diferentes autores, entende-se que
a metodologia de elaboração de cenários, à luz do que recomenda Buarque, deve
incorporar a visão das diferentes dimensões da realidade apontada por Guatarri e
valorizar a relação entre os sistemas objetos e os sistemas de valores, descrita por
Lefevbre.
Um exemplo prático e palpável desse esforço voltado para a área do saneamento
básico encontra-se apresentado no Plano Nacional de Saneamento Básico
(PLANSAB), em consulta pública, que a partir da implementação da técnica de
elaboração de cenários chegou à identificação de 10 categorias de grande relevância
para pensar o futuro desses serviços. Essas categorias e suas hipóteses para três
cenários - O Desejado (1); A Tendência (2); O que não queremos (3) -, estão
apresentadas no quadro a seguir.
20 Plano Municipal de Saneamento Básico
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Quadro 1 - Condicionantes críticas e hipóteses do PLANSAB.
CONDICIONANTES CRÍTICAS HIPÓTESE 1 HIPÓTESE 2 HIPÓTESE 3
1. POLÍTICA MACROECONÔMICA
Elevado crescimento, compatível com a relação dívida/PIB
Política macroeconômica orientada para o controle da inflação
---
2. GESTÃO E GERENCIAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
O Estado se consolida com avanços na capacidade de gestão de suas políticas e ações, com implementação de diretrizes e fundamentos do Estatuto das Cidades, relativos ao desenvolvimento de políticas adequadas para os grandes centros urbanos
O Estado mantém sua capacidade atual de gestão das políticas públicas e correspondentes ações
Perda de capacidade do Estado de gestão de suas políticas e ações
3. ESTABILIDADE E CONTINUIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas e projetos, favorecendo políticas de Estado com continuidade entre mandatos governamentais nos diferentes níveis federativos
Políticas de estado mais contínuas e estáveis, se comparadas com a situação atual
Permanece a prevalência de políticas de governo, em detrimento de políticas de Estado
4. PAPEL DO ESTADO / MODELO DE DESENVOLVIMENTO
O Estado assume seu papel de provedor dos serviços públicos e condutor das políticas públicas essenciais, garantindo direitos sociais de forma universal, com a incorporação da variável ambiental em seu modelo de desenvolvimento, estimulando o consumo sustentável
Redução do papel do Estado com a privatização de funções essenciais
Estado mínimo, com transferência de políticas públicas essenciais para o mercado
5. MARCO REGULATÓRIO
Estabilidade, aprimoramento e fortalecimento dos instrumentos jurídicos e normativos, com definições claras para os atores envolvidos, consolidação das funções de gestão e relação entre os agentes do setor bem estabelecidas
Marcos regulatórios ignorados e pouco aplicados
Instabilidade jurídica, com mudanças constantes na legislação e regras regulatórias
6. RELAÇÃO INTERFEDERATIVA
Forte cooperação e coordenação entre os entes federativos, com melhoria das inter-relações
Cooperação de baixa efetividade e fraca coordenação
Conflitos na relação interfederativa
7. INVESTIMENTOS NO SETOR
Crescimento do patamar dos investimentos públicos federais em
Manutenção do atual patamar de investimentos públicos federais em
Diminuição do atual patamar de investimentos públicos federais
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CONDICIONANTES CRÍTICAS HIPÓTESE 1 HIPÓTESE 2 HIPÓTESE 3
relação ao PIB e recursos do OGU (como emendas parlamentares, programas de governo, PAC) submetidos ao planejamento e ao controle social
relação ao PIB e recursos do OGU (como emendas parlamentares, programas de governo, PAC), em conformidade com os critérios de planejamento
em relação ao PIB e aplicação dos recursos do OGU (como emendas parlamentares, programas de governo, PAC), sem critérios
8. PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Fortalecimento da participação social nos três entes federados, com caráter deliberativo e influência decisiva na formulação e implementação das políticas públicas, particularmente do desenvolvimento urbano
Manutenção do nível atual de participação, heterogêneo nas diversas unidades federativas e sem influência decisiva
Refluxo nos níveis atuais de participação social com desmobilização da sociedade
9. MATRIZ TECNOLÓGICA
Desenvolvimento tecnológico, com adoção dos princípios da Lei nº 11.445/07, no uso de tecnologias apropriadas, adequadas e ambientalmente sustentáveis, disseminado em todo o País
Ampliação da adoção de tecnologias sustentáveis, porém de forma dispersa
Manutenção do atual paradigma tecnológico, prevalecendo soluções não compatíveis com as demandas e sem sintonia com as tendências internacionais
10. DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HÍDRICOS
Adoção de estratégias de conservação de mananciais e de mecanismos de desenvolvimento limpo
Manutenção do cenário de desigualdade no acesso aos recursos hídricos
Escassez hídrica, intensificação dos conflitos de uso, com ampliação da desertificação e maior ocorrência de desastres ambientais
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Nesse sentido, ao se observar o caminho percorrido para a construção do cenário de
referência para o PLANSAB, encontra-se o resultado de um esforço coletivo que
consegue elencar, no que diz respeito aos serviços de saneamento básico, quais
aspectos da realidade devem ser observados, entendidos e acompanhados, de
maneira a colaborarem com a melhoria do acesso a esses serviços e com a
diminuição de impactos negativos no meio ambiente.
Ao chegar nesse ponto de entendimento da realidade, trazidos pelas categorias
propostas, permitindo uma análise mais voltada para a política e gestão dos serviços
parte-se para o segundo momento da análise de cenários. Esse segundo momento
refere-se ao estudo de cenários de demanda dos serviços, onde a partir de
indicadores específicos de cada componente se mostra possível simular situações
futuras de demanda e oferta que permitirão uma tomada de decisão mais robusta,
onde os objetivos, diretrizes e metas preconizadas nos planos terão sua âncora nos
cenários entendidos mais plausíveis política e tecnicamente pelos atores
responsáveis pelo planejamento.
A partir desse caminho teórico metodológico apresentado parte-se para a elaboração
dos cenários do saneamento básico no município de Camaçari, que seguirá a
metodologia apresentada no item 4.
Além da construção dos cenários e todas as técnicas envolvidas na definição do
cenário de referência, o Produto 8 irá abordar alternativas para a gestão dos serviços
de saneamento.
Assim, após a definição do cenário de referência, são alinhados objetivos e metas ao
longo do horizonte de planejamento, sendo que esta última dialoga com as diretrizes
e objetivos traçados no Plano Nacional de Saneamento Básico (Brasil, 2014), porém,
consideram a realidade do município de Camaçari.
Com base na projeção populacional apresentada no Volume I do Produto 2, que trata
da caracterização socioeconômica do município, e na avaliação do déficit de
atendimento dos serviços apresentado nos diagnósticos, identificou-se as demandas
dos serviços públicos de saneamento básico.
A definição do cenário de referência para a gestão dos serviços configura-se etapa
crucial à proposição de arranjos institucionais alternativos para as funções da gestão.
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Outro desdobramento importante de se estabelecer o Cenário de Referência para a
Gestão e a definição de um pano de fundo para que sejam realizados os estudos de
cenários para o gerenciamento dos serviços de saneamento básico. Assim, nos
Tomos seguintes, a saber, II, III, IV e V, são apresentados os estudos de cenários
para o gerenciamento sobre aspectos quantitativos, de infraestrutura e demanda
desses serviços, que dependem de uma lógica e direcionamento da política pública
de saneamento aplicada para se desenvolverem, dada pelo Cenário de Referência da
Gestão.
Assim, a partir do entendimento da situação atual e lançando um olhar sobre o futuro,
propõe-se os programas, projetos e ações necessários para a universalização dos
serviços de saneamento em quantidade e qualidade adequadas e estima-se os
insumos e recursos necessários à sua implantação.
Neste Tomo, portanto, a avaliação da gestão dos serviços em Camaçari alimenta a
proposição de novos arranjos institucionais, com base na realidade do município e no
amplo entendimento dos órgãos que compõem a gestão dos serviços de saneamento
básico.
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2. OBJETIVOS
Estabelecer visões de futuros alternativos de maneira a orientar a tomada de decisão
rumo ao futuro desejado, visando a melhoria da gestão dos serviços, a qualidade de
vida, o bem-estar da população e a proteção dos ecossistemas.
2.1. Específicos
Elaborar Cenários alternativos de Gestão, que dialoguem com o Plano
Nacional de Saneamento Básico;
Estabelecer o cenário de referência para a gestão;
Analisar e propor arranjos alternativos para a gestão integrada dos serviços de
saneamento no município, apontando responsabilidades para os principais
atores do planejamento, regulação e fiscalização, prestação dos serviços e
controle social.
Propor programas, projetos e ações voltados a gestão dos serviços;
Estimar os recursos necessários para a implementação de Programas,
Projetos e Ações.
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3. METODOLOGIA
3.1 Estudo de Cenários
A definição do cenário relacionado à política e gestão dos serviços e tem relação direta
com as categorias e hipóteses apresentadas no PLANSAB, de maneira a se manter
uma relação de afinidade entre a visão de futuro proposta pelo Governo Federal e a
adotada no município, fortalecendo assim o alinhamento entre as ações das diferentes
esferas de governo.
Para elaboração do cenário de referência para a gestão será utilizado, principalmente,
a discussão qualitativa, baseada nas categorias de análise elencadas pelo PLANSAB.
Assim para elaboração desse cenário serão dados os seguintes passos:
i. Adaptação das categorias à realidade do município segundo as três
hipóteses de cenários – O Desejado; A Tendência; O que não queremos.
Para a adaptação das categorias será feita uma releitura segundo a realidade do
município, de maneira a permitir um olhar mais voltado à questão local a partir das
mesmas categorias.
ii. Análise de consistência das hipóteses pelo Comitê de Coordenação
Será realizado uma reunião de grupo focal onde as hipóteses serão avaliadas pelo
comitê de coordenação de maneira a validar a consistência das mesmas. Depois
serão escolhidas as hipóteses mais plausíveis para a realidade apresentada no
município.
iii. Definição do cenário de referência para gestão
A partir da realidade percebida no diagnóstico e da percepção do comitê de
coordenação será definido o cenário mais provável no município, que será o cenário
de referência para a gestão.
Ao concluir essa etapa estabelece-se o pano de fundo para iniciar a elaboração dos
cenários de demandas, que tem sua metodologia apresentada nos respetivos tomos.
3.2 Alternativas Institucionais para a Gestão
Ao se definir o Cenário de Referência para a Gestão dos serviços de saneamento
básico, fica estabelecido quais os desdobramentos que se espera para o futuro do
município. Assim, partindo do entendimento sobre como acontece a gestão dos
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serviços de saneamento básico, trazido pelas análises e percepções apresentadas
nos diagnósticos técnico-participativo, são propostos rearranjos ou alterações na
configuração institucional do poder público municipal, que desdobrarão em
programas, projetos e ações.
Dessa maneira, se busca colaborar com a reorganização das práticas atuais em prol
do que se projeta para o futuro no planejamento. Para tanto, são previstas as
seguintes etapas:
i. Analise síntese da situação atual da gestão do saneamento básico
Nessa etapa observa-se os principais aspectos na gestão do poder público municipal,
analisando quais práticas devem ser incorporadas e/ou modificadas para a
estruturação da gestão conforme determinam as políticas públicas voltadas para o as
cidades, o urbano, o meio ambiente e o saneamento básico. Para tanto, utiliza-se
como referencias os estudos da etapa de diagnósticos.
ii. Reunião com Comitê de Coordenação para definições de possíveis arranjos
Nessa etapa realiza-se reunião com o Comitê de Coordenação para discutir as
principais lacunas identificadas, refletir sobre o papel da gestão, situar limitações
presentes na estrutura institucional, e apontar possíveis estratégias e arranjos
institucionais para responder às demandas de capacidade de gestão do poder público
municipal. Para tanto, utiliza-se a dinâmica de discussão em grupo para realizar as
análises, de leitura de textos de referência para reflexão e a da sistematização das
ideias produzidas no âmbito da dinâmica de grupo em painéis para validação.
iii. Proposição do arranjo institucional
Nessa etapa, a partir dos desdobramentos dos momentos anteriores, parte-se para a
proposição da configuração necessária para o poder público municipal responder às
demandas identificadas. Para tanto, utiliza-se como base as orientações e
proposições produzidas no âmbito do trabalho de grupo, outros PMSB”s, legislações
vigentes e experiências que foram implementadas em outros municípios
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3.3 Elaboração de Programas, Projetos e Ações (PPA) para atendimento das
demandas elencadas
Nessa etapa propõe-se as estratégias de ação, na forma de programas, projetos e
ações para a gestão dos serviços de saneamento, visando encaminhar soluções para
as deficiências identificadas no diagnóstico e alcançar as metas e os objetivos
propostos no cenário de referência. Para tanto, utiliza-se como base as definições dos
momentos anteriores, outros PMSB”s e experiências que foram implementadas em
outros municípios.
3.4 Estimativas de investimentos
Para o levantamento das estimativas de investimentos faz-se uso de referências
confiáveis e adequadas à realidade local, como fontes oficiais, artigos científicos e
experiências de outros municípios.
Nesse sentido, a definição dos recursos previstos para as ações propostas é realizada
por meio de consultas junto a fornecedores, indicadores de custos do Ministério das
Cidades apresentados no Plansab, publicações especializadas, tabelas de serviços e
insumos (como o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção
Civil - SINAPI), além de orçamentos de projetos semelhantes divulgados por
prefeituras, prestadoras e empresas da área.
Para diminuir a discrepância entre os valores estimados baseados na realidade
econômica atual e a sua realização no horizonte de projeto, são embutidos os
reajustes do Índice de Preço do Consumidor Amplo (IPC-A), com vistas a proporcionar
melhor representatividade dos custos de cada programa proposto. Para esse estudo
aplica-se a média da variação acumulada dos últimos vinte anos (6,4%), fornecida
pelo IBGE (2016).
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4. ESTUDO DOS CENÁRIOS ALTERNATIVOS PARA A GESTÃO DOS
SERVIÇOS
Conforme apresentado no item de Metodologia, o primeiro passo para o estudo de
cenários alternativos foi a adaptação das categorias propostas no Plansab para o
município de Camaçari. Feita a adaptação realizou-se a reunião com o Comitê de
Coordenação, que além de avaliar e validar as categorias previstas considerou
necessário acrescentar mais duas, totalizando 12 categorias relevantes para a visão
de futuro da área do saneamento. Com o estabelecimento de, pelo menos, três
variações de cenários, chegou-se a três hipóteses para cada categoria, que passaram
pela análise do Comitê de Coordenação. A seguir no Quadro 2 apresenta-se as
categorias e suas hipóteses para alimentar as três variações de cenários:
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Quadro 2 – Condicionantes críticas e hipóteses para elaboração de cenários.
CONDICIONANTES CRÍTICAS
HIPÓTESE 1 HIPÓTESE 2 HIPÓTESE 3
1.POLÍTICA MACROECONÔMICA
Crescimento moderado, compatível com a relação dívida / PIB
Política macroeconômica orientada para o controle da inflação e ajuste fiscal, com medidas restritivas
Inflação acima da meta, com ajuste fiscal e medidas restritivas
2.GESTÃO E GERENCIAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
O Município se consolida com avanços na capacidade de gestão de suas políticas e ações, com implementação de diretrizes e fundamentos do Plano Diretor e relativos ao desenvolvimento de políticas setoriais adequadas. Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas e projetos, favorecendo continuidade entre mandatos governamentais e fortalecendo suas relações institucionais culminando na integralidade da gestão, de forma a abranger todas as suas fases e componentes.
O Município mantém sua capacidade atual de gestão das políticas públicas e correspondentes ações sendo os Programas e Projetos geridos de forma mal articulada e sem a transversalidade necessária, com uma coordenação pouca expressiva entre os atores técnicos envolvidos. O Município se isenta a gestão dos serviços de saneamento, relegando o planejamento às prestadoras e se ausentando na regulação, fiscalização e controle social.
Perda de capacidade de gestão de suas políticas e ações. O Município não assume a gestão dos serviços de saneamento, relegando o planejamento às prestadoras e se ausentando na regulação, fiscalização e controle social.
3.ESTABILIDADE E CONTINUIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas, planos e projetos, favorecendo a continuidade das políticas entre diferentes mandatos governamentais.
A continuidade das Políticas Públicas oscilando de acordo com os grupos políticos que governam, ou que compõem o Governo, e Programas e Projetos sendo executados de forma morosa.
Permanece a prevalência de políticas de governo, em detrimento de políticas de estado
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CONDICIONANTES CRÍTICAS
HIPÓTESE 1 HIPÓTESE 2 HIPÓTESE 3
4.PAPEL DO ESTADO / MODELO DE DESENVOLVIMENTO
O Município assume o seu papel de provedor dos serviços públicos e condutor das políticas públicas essenciais, garantindo direitos sociais de forma universal, com a incorporação da variável ambiental em seu modelo de desenvolvimento, estimulando o consumo sustentável.
Redução paulatina do papel do Município com o aumento da contratação de empresas privadas para atividades de elaboração de projetos além da parceria pública/privado para prestação dos serviços de saneamento e serviços de apoio, além da concessão da prestação de serviços para iniciativas privadas.
Transferências de políticas públicas essenciais para o mercado.
5.MARCO REGULATÓRIO
Estabilidade, aprimoramento e fortalecimento dos instrumentos jurídicos, normativos e de regulação, com definições claras para os atores envolvidos, consolidação das funções de gestão e relação entre os agentes do setor bem estabelecidas
Marcos regulatórios avaliados e atualizados morosamente e pouco divulgados
Marcos regulatórios desatualizados e não regulamentados
6.RELAÇÃO INTERFEDERATIVA/ METROPOLITANA
Forte cooperação e coordenação entre os entes federativos. Fortalecimento das relações institucionais e técnicas entre os municípios da Região Metropolitana de Salvador decorrente dos trabalhos da Entidade Metropolitana, do Colegiado Metropolitano, da agência reguladora de saneamento e do Concidades/BA (CT Saneamento).
Cooperação de baixa efetividade e uma coordenação pouca expressiva entre os atores envolvidos. Dificuldades para a Entidade Metropolitana, o Colegiado Metropolitano, a agência reguladora de saneamento e o Concidades/BA (CT Saneamento) articularem os diferentes interesses de cada municipalidade.
Conflitos na relação interfederativa e microrregional (RMS). Cada municipalidade da RMS busca atender apenas aos seus próprios interesses e objetivos. Ambiente favorecendo ações individuais ao invés da cooperação.
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CONDICIONANTES CRÍTICAS
HIPÓTESE 1 HIPÓTESE 2 HIPÓTESE 3
7.INVESTIMENTOS NO SETOR
Crescimento do patamar dos investimentos públicos municipais em relação ao PIB e recursos da União e do Estado submetidos ao planejamento e ao controle social, priorizando medidas estruturantes.
Manutenção do atual patamar de investimentos em relação ao PIB, seguindo critérios de planejamento e gestão pouco discutidos com os atores sociais diretamente envolvidos.
Diminuição do atual patamar de investimentos, sem a apreciação de planos, programas e projetos e/ou sem a participação e controle social.
8.PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Fortalecimento da participação social a partir de órgãos colegiados legalmente constituídos e representativos da sociedade civil, com caráter consultivo e deliberativo, possuindo influência decisiva na formulação e implementação das políticas de saneamento básico.
Manutenção do nível atual de participação heterogêneo e sem influência decisiva dentro dos seus limites de atuação.
Refluxo nos níveis atuais de participação social com desmobilização da sociedade.
9.MATRIZ TECNOLÓGICA
Desenvolvimento tecnológico e fomento de programas e projetos, com adoção dos princípios da Lei nº11.445/2007 e da Lei nº12.305/2010, no uso de tecnologias alternativas, adequadas e ambientalmente sustentáveis, apropriadas à realidade de cada comunidade.
Ampliação da adoção de tecnologias sustentáveis e alternativas, porém de forma dispersa e pontual sem a estruturação de uma política pública.
Manutenção do atual paradigma tecnológico, prevalecendo soluções técnicas não compatíveis com as demandas e sem sintonia com as tendências internacionais.
10.DISPONIBILIDADE HÍDRICA
Adoção de estratégias de conservação, preservação e recuperação de mananciais e de mecanismos de desenvolvimento limpo. Monitoramento e fiscalização da qualidade e quantidade dos mananciais, atento às peculiaridades do Município.
Manutenção do cenário de degradação da qualidade e de disponibilidade dos recursos hídricos, com monitoramento e fiscalização insuficiente.
Intensificação do cenário de degradação e dos conflitos de uso dos recursos hídricos, bem como diminuição da sua qualidade e disponibilidade devido ao
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CONDICIONANTES CRÍTICAS
HIPÓTESE 1 HIPÓTESE 2 HIPÓTESE 3
crescimento urbano e industrial desordenado.
11.DINÂMICA DEMOGRÁFICA
Administração municipal capaz de conduzir o crescimento populacional e o processo de expansão urbana de forma ordenada conforme a legislação urbanística vigente.
Administração municipal não consegue conduzir o processo de expansão urbana e o ritmo de crescimento populacional, um dos mais altos da RMS e da Bahia.
Intensificação do processo de crescimento demográfico desordenado causado sobretudo pela falta de aplicação de um plano de desenvolvimento adequado. Desrespeito ao zoneamento urbano vigente, prejudicando a gestão do saneamento básico.
12. DIREITO À INFORMAÇÃO/ COMUNICAÇÃO
Melhoria da comunicação interinstitucional e existência de um sistema de informação municipal sobre saneamento. Publicização da informação completa e atualizada sobre todos os aspectos envolvidos na gestão dos serviços de saneamento.
Sistema de informações não é criado. Informações de conteúdo fragmentado e mal divulgadas.
Sistema de informações não é criado. Informações não divulgadas. Sem comunicação entre as secretarias municipais.
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Dessa maneira, as hipóteses variaram alimentando três possibilidades de cenários
alternativos, a saber, “o que queremos”, “a tendência” e “o que não queremos”. Após
análise de consistência das hipóteses se chegou à configuração de três cenários
alternativos, como apresentado no Quadro 6. A partir desses três cenários e
considerando a visão de futuro esperada para o município definiu-se o cenário de
referência para as ações da gestão em saneamento. Assim, o cenário 1, “O que
queremos”, foi eleito como o cenário a ser perseguido pela gestão. A seguir,
apresenta-se as principais características de cada cenário alternativo proposto.
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Fonte: Saneando Projetos e consultoria, 2015.
Quadro 3 – Cenários Alternativos para a Política de Saneamento em Camaçari.
CONDICIONANTES CRÍTICAS HIPÓTESE 1 HIPÓTESE 2 HIPÓTESE 3
1.Política Macroeconômica Crescimento moderado, compatível com a relação dívida / PIB Política macroeconômica orientada para o controle da inflação
e ajuste fiscal, com medidas restritivas Inflação acima da meta, com ajuste fiscal e medidas restritivas
2.Gestão E Gerenciamento Das Políticas Públicas
O Município se consolida com avanços na capacidade de gestão O Município mantém sua capacidade atual de gestão das políticas
Perda de capacidade de gestão de suas políticas e ações.
3.Estabilidade E Continuidade Das Políticas Públicas
Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de instrumentos
A continuidade das Políticas Públicas oscilando de acordo com os grupos políticos que governam, (...)
Permanece a prevalência de políticas de governo, em detrimento de políticas de estado
4.Papel Do Estado / Modelo De Desenvolvimento
O Município assume o seu papel de provedor dos serviços públicos (...) Redução paulatina do papel do Município com o aumento da contratação de empresas (...)
Transferências de políticas públicas essenciais para o mercado.
5.Marco Regulatório Estabilidade, aprimoramento e fortalecimento dos instrumentos jurídicos, (...)
Marcos regulatórios avaliados e atualizados morosamente e pouco divulgados
Marcos regulatórios desatualizados e não regulamentados
6.Relação Interfederativa/ Metropolitana
Forte cooperação e coordenação entre os entes federativos. Cooperação de baixa efetividade e uma coordenação pouca expressiva entre os atores envolvidos.
Conflitos na relação interfederativa e microrregional (RMS).
7.Investimentos No Setor Crescimento do patamar dos investimentos públicos municipais submetidos ao planejamento e ao controle social
Manutenção do atual patamar de investimentos em relação ao PIB, seguindo critérios de planejamento e gestão pouco discutidos
Diminuição do atual patamar de investimentos, sem a apreciação de planos, programas sem a participação e controle social.
8.Participação E Controle Social Fortalecimento da participação social a partir de órgãos colegiados Manutenção do nível atual de participação heterogêneo e sem influência decisiva dentro dos seus limites de atuação.
Refluxo nos níveis atuais de participação social com desmobilização da sociedade.
9.Matriz Tecnológica Desenvolvimento tecnológico e fomento de programas e projetos apropriadas à realidade de cada comunidade.
Ampliação da adoção de tecnologias sustentáveis e alternativas, porém de forma lenta e dispersa
Manutenção do atual paradigma tecnológico, prevalecendo soluções técnicas não compatíveis com as demandas
10.Disponibilidade Hídrica Adoção de estratégias de conservação, preservação e recuperação de mananciais
Manutenção do cenário de degradação da qualidade e de disponibilidade dos recursos hídricos
Intensificação do cenário de degradação e dos conflitos de uso dos recursos hídricos, (...)
11.Dinâmica Demográfica Administração municipal capaz de conduzir o crescimento populacional e o processo de expansão urbana
Administração municipal não consegue conduzir o processo de expansão urbana e o ritmo de crescimento populacional
Intensificação do processo de crescimento demográfico desordenado
12. Direito À Informação/ Comunicação
Melhoria da comunicação interinstitucional e existência de um sistema de informação municipal
Sistema de informações não é criado. Informações de conteúdo fragmentado e mal divulgadas.
Sistema de informações não é criado. Informações não divulgadas. Sem comunicação entre as secretarias municipais.
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4.1 O Cenário 1: “O que Queremos”
O Cenário 1 projeta Camaçari em 2035 como um município saudável e sustentável,
que dialoga com um País onde a taxa de crescimento econômico é compatível com
uma relação dívida/PIB decrescente, com forte integração externa e mercado interno
em expansão, com significativos avanços do Estado na gestão de suas políticas e
ações, com crescimento do patamar dos investimentos do setor público e do setor
privado, com expressiva melhoria dos indicadores sociais, com redução das
desigualdades urbanas e regionais e recuperação da qualidade do meio ambiente.
Concomitantemente, são realizadas mudanças no marco regulatório dos segmentos
mais concentrados da economia, que estabelecem o equilíbrio entre a proteção ao
consumidor e o estímulo ao investimento e reforçam as entidades reguladoras. O novo
marco regulatório viabiliza a ampliação dos investimentos nos setores de energia,
transporte e saneamento básico.
Nesse ambiente nacional, o Município se consolida com avanços na capacidade de
gestão de suas políticas e ações, com implementação de diretrizes e fundamentos do
Plano Diretor e relativos ao desenvolvimento de políticas setoriais adequadas.
Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de instrumentos
capazes de orientar políticas, programas e projetos, favorecendo continuidade entre
mandatos governamentais e fortalecendo suas relações institucionais culminando na
integralidade da gestão, de forma a abranger todas as suas fases e componentes.
Para isso se estrutura a gestão institucionalmente em saneamento e se convoca os
outros setores do poder público a se afinarem ao novo modelo de gestão,
incorporando ações de intersetorialidade e regionalização no modus operandi da
gestão.
Assim, se promove a ampliação da capacidade de planejamento integrado, com a
criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas, planos e projetos,
favorecendo a continuidade das políticas entre diferentes mandatos governamentais.
Ao assumir o seu papel de gestor o Município assume a sua função de provedor dos
serviços públicos e condutor das políticas públicas essenciais, garantindo direitos
sociais de forma universal, com a incorporação da variável ambiental em seu modelo
de desenvolvimento, estimulando o consumo sustentável.
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O desdobramento dessa posição se apresenta no aprimoramento e fortalecimento dos
instrumentos jurídicos, normativos e de regulação, com definições claras para os
atores envolvidos.
Para buscar ampliar sua força regional o Município cultiva uma forte cooperação e
coordenação entre os entes federativos de importância para suas ações. Promove,
assim, o fortalecimento das relações institucionais e técnicas entre os municípios da
Região Metropolitana de Salvador, por meio de participação ativa nos trabalhos da
Entidade Metropolitana e do Colegiado Metropolitano.
Simultâneo a esses direcionamentos há um crescimento do patamar dos
investimentos públicos municipais, que se somam aos recursos oriundos da União e
do Estado. Para tanto, todos os investimentos observam o planejamento, e se
submetem ao controle social, priorizando medidas estruturantes. Dessa maneira, as
populações com maior déficit no acesso aos serviços passam a ser ofertados por
serviços de qualidade e assistência para manejo adequados das soluções individuais
e coletivas.
Com a implementação do planejamento participativo verifica-se o fortalecimento da
participação social a partir de órgãos colegiados legalmente constituídos e
representativos da sociedade civil, que passam a pressionar os gestores de maneira
a cumprirem os programas previstos nos planos do município, influência decisiva na
formulação e implementação das políticas de saneamento básico entre outras.
A ampliação do acesso aos serviços se dá por meio do desenvolvimento tecnológico
voltado para o uso de tecnologias alternativas, adequadas e ambientalmente
sustentáveis, apropriadas à realidade de cada comunidade, alinhada aos princípios
da Lei nº 11.445/2007 e da Lei nº 12.305/2010.
Com a afirmação na prática da gestão voltada para a intersetorialidade existe um
fortalecimento das estratégias de conservação, preservação e recuperação de
mananciais. Os mecanismos de desenvolvimento limpo são colocados como
prioritários no desenvolvimento das atividades produtivas, e o monitoramento e
fiscalização da qualidade e quantidade dos mananciais se amplia, dando ênfase às
peculiaridades do Município.
Administração municipal, seguindo na direção de um município que aposta no
planejamento intersetorial e regional se torna capaz de conduzir o crescimento
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populacional e o processo de expansão urbana de forma ordenada, voltada para o
desenvolvimento sustentável, cumprindo de maneira efetiva a legislação urbanística
resultante dessa outra lógica, agora vigente. Para isso, investe na melhoria da
comunicação interinstitucional e na implantação de um sistema de informação
municipal multifinalitário que inclui os aspectos da gestão do saneamento básico,
permitindo assim a publicização das informações relativas às políticas públicas
implantadas.
As principais características desse Cenário encontram-se sintetizadas no Quadro 4.
Quadro 4 – Principais características do Canário “O Desejado”.
CONDICIONANTES
CRÍTICAS HIPÓTESES CENÁRIO “O DESEJADO”
1.POLÍTICA
MACROECONÔMICA Crescimento moderado, compatível com a relação dívida / PIB
2.GESTÃO E
GERENCIAMENTO
DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS
O Município se consolida com avanços na capacidade de gestão de suas
políticas e ações, com implementação de diretrizes e fundamentos do
Plano Diretor e relativos ao desenvolvimento de políticas setoriais
adequadas. Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da
criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas e
projetos, favorecendo continuidade entre mandatos governamentais e
fortalecendo suas relações institucionais culminando na integralidade da
gestão, de forma a abranger todas as suas fases e componentes.
3.ESTABILIDADE E
CONTINUIDADE DAS
POLÍTICAS
PÚBLICAS
Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de
instrumentos capazes de orientar políticas, programas, planos e projetos,
favorecendo a continuidade das políticas entre diferentes mandatos
governamentais.
4.PAPEL DO
ESTADO / MODELO
DE
DESENVOLVIMENTO
O Município assume o seu papel de provedor dos serviços públicos e
condutor das políticas públicas essenciais, garantindo direitos sociais de
forma universal, com a incorporação da variável ambiental em seu modelo
de desenvolvimento, estimulando o consumo sustentável.
5.MARCO
REGULATÓRIO
Estabilidade, aprimoramento e fortalecimento dos instrumentos jurídicos,
normativos e de regulação, com definições claras para os atores
envolvidos, consolidação das funções de gestão e relação entre os
agentes do setor bem estabelecidas
6.RELAÇÃO
INTERFEDERATIVA/
METROPOLITANA
Forte cooperação e coordenação entre os entes federativos.
Fortalecimento das relações institucionais e técnicas entre os municípios
da Região Metropolitana de Salvador decorrente dos trabalhos da
Entidade Metropolitana, do Colegiado Metropolitano, da agência
reguladora de saneamento e do Concidades/BA (CT Saneamento).
7.INVESTIMENTOS
NO SETOR
Crescimento do patamar dos investimentos públicos municipais em
relação ao PIB e recursos da União e do Estado submetidos ao
planejamento e ao controle social, priorizando medidas estruturantes.
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CONDICIONANTES
CRÍTICAS HIPÓTESES CENÁRIO “O DESEJADO”
8.PARTICIPAÇÃO E
CONTROLE SOCIAL
Fortalecimento da participação social a partir de órgãos colegiados
legalmente constituídos e representativos da sociedade civil, com caráter
consultivo e deliberativo, possuindo influência decisiva na formulação e
implementação das políticas de saneamento básico.
9.MATRIZ
TECNOLÓGICA
Desenvolvimento tecnológico e fomento de programas e projetos, com
adoção dos princípios da Lei nº11.445/2007 e da Lei nº12.305/2010, no
uso de tecnologias alternativas, adequadas e ambientalmente
sustentáveis, apropriadas à realidade de cada comunidade.
10.DISPONIBILIDADE
HÍDRICA
Adoção de estratégias de conservação, preservação e recuperação de
mananciais e de mecanismos de desenvolvimento limpo. Monitoramento
e fiscalização da qualidade e quantidade dos mananciais, atento às
peculiaridades do Município.
11.DINÂMICA
DEMOGRÁFICA
Administração municipal capaz de conduzir o crescimento populacional e
o processo de expansão urbana de forma ordenada conforme a legislação
urbanística vigente.
12. DIREITO À
INFORMAÇÃO/
COMUNICAÇÃO
Melhoria da comunicação interinstitucional e existência de um sistema de
informação municipal sobre saneamento.
Publicização da informação completa e atualizada sobre todos os
aspectos envolvidos na gestão dos serviços de saneamento.
Fonte: Adaptado Plansab, 2014.
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4.2 O Cenário 2: “A Tendência”
O Cenário 2 projeta Camaçari em 2035 como um município que se esforça para
avançar em medidas saudáveis e sustentáveis. Por outro lado, convive com fatores
externos diferentes. A economia mundial cresce a taxas mais baixas que o Cenário 1.
No que diz respeito à economia brasileira, o Governo Federal mantém a política
macroeconômica de superávit primário, flutuação cambial e aperto monetário para o
controle da inflação, mas os investimentos públicos crescem a taxas menores. A taxa
de investimento da economia sobe menos e a política econômica enfrenta pressões
inflacionárias importantes
A economia apresentará crescimento menor que no Cenário 1. Este cenário aponta
para dificuldades na implementação de políticas e na realização das reformas
estruturais moderadas.
Apesar das dificuldades, o Município se consolida com avanços na capacidade de
gestão de suas políticas e ações, com implementação de diretrizes e fundamentos do
Plano Diretor. Se esforça para garantir a ampliação da capacidade de planejamento
integrado e criar instrumentos capazes de orientar políticas, programas e projetos,
favorecendo continuidade entre mandatos governamentais e fortalecendo suas
relações institucionais. Porém, o Sistema de informações não é criado e as
informações permanecem com conteúdo fragmentado e mal divulgadas.
Mesmo assim, o Município assume o seu papel de provedor dos serviços públicos e
condutor das políticas públicas essenciais, garantindo direitos sociais de forma
universal, com a incorporação da variável ambiental em seu modelo de
desenvolvimento, estimulando o consumo sustentável, mas seu avanço nessa direção
é mais difuso e lento.
Para garantir avanços legais, procura o aprimoramento e fortalecimento dos
instrumentos jurídicos, normativos e de regulação, trazendo definições mais claras
para os atores envolvidos. Dessa maneira, se encaminha para a estruturação das
funções de gestão.
Apesar desse esforço interno, a cooperação acontece de forma mais lenta, com baixa
efetividade e coordenação pouca expressiva entre os atores regionais, predominando
dificuldades na relação com a Entidade Metropolitana e pouca articulação com o
Concidades/BA.
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Frente às limitações impostas pelo ambiente externo, se aposta na manutenção do
atual patamar de investimentos, procurando seguir os critérios de planejamento e
gestão.
Por outro lado, observa-se o fortalecimento da participação social a partir de órgãos
colegiados legalmente constituídos e representativos da sociedade civil, com caráter
consultivo, possuindo influência importante na formulação e implementação das
políticas de saneamento básico. Esse fortalecimento decorre da implementação das
diferentes políticas públicas que preconizam o controle social.
No desejo de se afirmar na direção de políticas voltadas para a sustentabilidade, o
município procura ampliar a adoção de tecnologias sustentáveis e alternativas, porém
de forma dispersa e pontual.
Nesse contexto, acredita-se na manutenção do cenário de degradação da qualidade
e de disponibilidade dos recursos hídricos, com monitoramento e fiscalização
insuficiente, onde a administração municipal não consegue conduzir o processo de
expansão urbana.
As principais características desse cenário encontram-se sintetizadas no Quadro 5.
Quadro 5 - Principais características do Canário “A Tendência”.
CONDICIONANTES CRÍTICAS
HIPÓTESES CENÁRIO “A TENDÊNCIA”
1.POLÍTICA MACROECONÔMICA
Política macroeconômica orientada para o controle da inflação e ajuste fiscal, com medidas restritivas
2.GESTÃO E GERENCIAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
O Município se consolida com avanços na capacidade de gestão de suas políticas e ações, com implementação de diretrizes e fundamentos do Plano Diretor e relativos ao desenvolvimento de políticas setoriais adequadas. Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas e projetos, favorecendo continuidade entre mandatos governamentais e fortalecendo suas relações institucionais culminando na integralidade da gestão, de forma a abranger todas as suas fases e componentes.
3.ESTABILIDADE E CONTINUIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas, planos e projetos, favorecendo a continuidade das políticas entre diferentes mandatos governamentais.
4.PAPEL DO ESTADO / MODELO DE DESENVOLVIMENTO
O Município assume o seu papel de provedor dos serviços públicos e condutor das políticas públicas essenciais, garantindo direitos sociais de forma universal, com a incorporação da variável ambiental em seu modelo de desenvolvimento, estimulando o consumo sustentável.
5.MARCO REGULATÓRIO
Estabilidade, aprimoramento e fortalecimento dos instrumentos jurídicos, normativos e de regulação, com definições claras para os
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CONDICIONANTES CRÍTICAS
HIPÓTESES CENÁRIO “A TENDÊNCIA”
atores envolvidos, consolidação das funções de gestão e relação entre os agentes do setor bem estabelecidas
6.RELAÇÃO INTERFEDERATIVA/ METROPOLITANA
Cooperação de baixa efetividade e uma coordenação pouca expressiva entre os atores envolvidos. Dificuldades para a Entidade Metropolitana, o Colegiado Metropolitano, a agência reguladora de saneamento e o Concidades/BA (CT Saneamento) articularem os diferentes interesses de cada municipalidade.
7.INVESTIMENTOS NO SETOR
Manutenção do atual patamar de investimentos em relação ao PIB, seguindo critérios de planejamento e gestão pouco discutidos com os atores sociais diretamente envolvidos.
8.PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Fortalecimento da participação social a partir de órgãos colegiados legalmente constituídos e representativos da sociedade civil, com caráter consultivo e deliberativo, possuindo influência decisiva na formulação e implementação das políticas de saneamento básico.
9.MATRIZ TECNOLÓGICA
Ampliação da adoção de tecnologias sustentáveis e alternativas, porém de forma dispersa e pontual sem a estruturação de uma política pública.
10.DISPONIBILIDADE HÍDRICA
Manutenção do cenário de degradação da qualidade e de disponibilidade dos recursos hídricos, com monitoramento e fiscalização insuficiente.
11.DINÂMICA DEMOGRÁFICA
Administração municipal não consegue conduzir o processo de expansão urbana e o ritmo de crescimento populacional, um dos mais altos da RMS e da Bahia.
12. DIREITO À INFORMAÇÃO / COMUNICAÇÃO
Sistema de informações não é criado. Informações de conteúdo fragmentado e mal divulgadas.
Fonte: Adaptado Plansab, 2014.
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4.3 Cenário 3: “O Que Não Queremos”
O Cenário 3 projeta Camaçari em 2035 como um município que não consegue
avançar em medidas saudáveis e sustentáveis. Os pressupostos relativos à economia
mundial e ao desempenho da economia brasileira são os mesmos do Cenário 2.
O Município mantém sua capacidade atual de gestão das políticas públicas, onde os
Programas e Projetos são geridos de forma mal articulada e sem a transversalidade
necessária, com uma coordenação pouca expressiva entre os atores técnicos
envolvidos. O Município se isenta da responsabilidade sobre a gestão dos serviços de
saneamento, relegando o planejamento às prestadoras e se ausentando na
regulação, fiscalização e controle social, diferentemente do Cenário 1, que essas
funções se estabelecem de forma plena, e do Cenário 2, onde há uma maior
apropriação com algumas deficiências.
Nesse contexto, a continuidade das Políticas Públicas oscila de acordo com os grupos
políticos que governam, ou que compõem o Governo. Evidencia-se uma redução
paulatina do papel do Município com o aumento da contratação de empresas privadas
para atividades de elaboração de projetos, além da parceria pública/privado para
prestação dos serviços de saneamento e serviços de apoio, e a concessão da
prestação de serviços para iniciativas privadas.
Nessa conjuntura ocorre uma baixa atenção aos marcos regulatórios, que são
avaliados e atualizados de forma morosa e acabam por ser pouco divulgados. Há u
aumento dos conflitos na relação interfederativa e microrregional (RMS). Cada
municipalidade da RMS busca atender apenas aos seus próprios interesses e
objetivos, o que favorece o foco nas ações individuais ao invés da cooperação
regional.
Da falta de estruturação necessária vem a diminuição do atual patamar de
investimentos, que é feito sem a apreciação de planos, programas e projetos e/ou sem
a participação e controle social. Esse quadro se alimenta de um refluxo nos níveis
atuais de participação social com desmobilização da sociedade.
Sem se atualizar das necessidades de adaptação tecnológica, mantem o atual
paradigma tecnológico, prevalecendo soluções técnicas não compatíveis com as
demandas e sem sintonia com as tendências internacionais.
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Ainda, nesse cenário há uma intensificação da degradação e dos conflitos de uso dos
recursos hídricos, bem como diminuição da sua qualidade e disponibilidade devido ao
crescimento urbano e industrial desordenado.
A combinação de fatores deficientes induz à intensificação do processo de
crescimento demográfico desordenado, onde se observa a falta de aplicação de um
plano de desenvolvimento adequado, desrespeito ao zoneamento urbano vigente.
Com a gestão do saneamento básico negligenciada o Sistema de informações não é
criado e as informações sobre o município acabam por ter seus conteúdos
fragmentados e não são divulgadas.
As principais características desse cenário encontram-se sintetizadas no Quadro 6.
Quadro 6 – Principais características do Cenário “O que não queremos”.
CONDICIONANTES CRÍTICAS
HIPÓTESE O QUE NÃO QUEREMOS
1.POLÍTICA MACROECONÔMICA
Política macroeconômica orientada para o controle da inflação e ajuste fiscal, com medidas restritivas
2.GESTÃO E GERENCIAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
O Município mantém sua capacidade atual de gestão das políticas públicas e correspondentes ações sendo os Programas e Projetos geridos de forma mal articulada e sem a transversalidade necessária, com uma coordenação pouca expressiva entre os atores técnicos envolvidos. O Município se isenta a gestão dos serviços de saneamento, relegando o planejamento às prestadoras e se ausentando na regulação, fiscalização e controle social.
3.ESTABILIDADE E CONTINUIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
A continuidade das Políticas Públicas oscilando de acordo com os grupos políticos que governam, ou que compõem o Governo, e Programas e Projetos sendo executados de forma morosa.
4.PAPEL DO ESTADO / MODELO DE DESENVOLVIMENTO
Redução paulatina do papel do Município com o aumento da contratação de empresas privadas para atividades de elaboração de projetos além da parceria pública/privado para prestação dos serviços de saneamento e serviços de apoio, além da concessão da prestação de serviços para iniciativas privadas.
5.MARCO REGULATÓRIO
Marcos regulatórios avaliados e atualizados morosamente e pouco divulgados
6.RELAÇÃO INTERFEDERATIVA/ METROPOLITANA
Conflitos na relação interfederativa e microrregional (RMS). Cada municipalidade da RMS busca atender apenas aos seus próprios interesses e objetivos. Ambiente favorecendo ações individuais ao invés da cooperação.
7.INVESTIMENTOS NO SETOR
Diminuição do atual patamar de investimentos, sem a apreciação de planos, programas e projetos e/ou sem a participação e controle social.
8.PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Refluxo nos níveis atuais de participação social com desmobilização da sociedade.
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CONDICIONANTES CRÍTICAS
HIPÓTESE O QUE NÃO QUEREMOS
9.MATRIZ TECNOLÓGICA
Manutenção do atual paradigma tecnológico, prevalecendo soluções técnicas não compatíveis com as demandas e sem sintonia com as tendências internacionais.
10.DISPONIBILIDADE HÍDRICA
Intensificação do cenário de degradação e dos conflitos de uso dos recursos hídricos, bem como diminuição da sua qualidade e disponibilidade devido ao crescimento urbano e industrial desordenado.
11.DINÂMICA DEMOGRÁFICA
Intensificação do processo de crescimento demográfico desordenado causado sobretudo pela falta de aplicação de um plano de desenvolvimento adequado. Desrespeito ao zoneamento urbano vigente, prejudicando a gestão do saneamento básico.
12. DIREITO À INFORMAÇÃO/ COMUNICAÇÃO
Sistema de informações não é criado. Informações de conteúdo fragmentado e mal divulgadas.
Fonte: Adaptado Plansab, 2014.
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4.4 Cenário de Referência para Gestão dos Serviços
Ao comparar os três cenários, apesar de se entender que no momento atual o
município vivencia de forma predominante características dos Cenários 2 e 3, fica
claro a necessidade urgente do município em se encaminhar para a gestão
responsável e comprometida do saneamento básico.
Nesse sentido, observando os esforços atuais para se realizar avanços na
implementação de políticas públicas de desenvolvimento urbano, saneamento, saúde,
entre outras, optou-se pelo Cenário 1, entendendo que as direções apontadas por ele
representam a superação das dificuldades atuais e a afirmação da capacidade de
gestão municipal. Essa escolha se mostra importante pois alimenta de forma
continuada os esforços atuais, além de definir horizontes de ação que se aliam a
opções que procuram construir o desenvolvimento social e ambiental de maneira
sustentável e equilibrada.
Assim, as ações propostas no PMSB deverão conduzir Camaçari para a estruturação
de um município saudável e sustentável, que se consolida como gestor de suas
políticas e ações, se utilizando das diretrizes e fundamentos firmados em seus
instrumentos normativos e de planejamento, a exemplo do PDDU, PMSB, PMGIRS.
Dessa maneira, com a ampliação da capacidade de planejamento integrado e da
criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas e projetos, o
município favorece a continuidade entre mandatos governamentais, fortalecendo suas
relações institucionais.
Para isso se estrutura a gestão institucionalmente e se convoca os outros setores do
poder público a se afinarem ao novo modelo de gestão, incorporando ações de
intersetorialidade e regionalização no modus operandi da gestão
Ao assumir seu papel de gestor o Município assume o seu papel de provedor dos
serviços públicos e condutor das políticas públicas essenciais, garantindo direitos
sociais de forma universal, com a incorporação da variável ambiental em seu modelo
de desenvolvimento, estimulando o consumo sustentável.
O desdobramento dessa posição se apresenta no aprimoramento e fortalecimento dos
instrumentos jurídicos, normativos e de regulação, com definições claras para os
atores envolvidos.
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Para buscar ampliar sua força regional o Município cultiva uma forte cooperação e
coordenação entre os entes federativos de importância para suas ações. Promove,
assim, o fortalecimento das relações institucionais e técnicas entre os municípios da
Região Metropolitana de Salvador, por meio de participação ativa nos trabalhos da
Entidade Metropolitana e do Colegiado Metropolitano.
Simultâneo a esses direcionamentos há um crescimento do patamar dos
investimentos públicos municipais, que se somam aos recursos oriundos da União e
do Estado. Para tanto, todos os investimentos observam o planejamento, e se
submetem ao controle social, priorizando medidas estruturantes. Dessa maneira, as
populações com maior déficit no acesso aos serviços passam a ser ofertadas por
serviços de qualidade e assistência para manejo adequados das soluções individuais
e coletivas.
Com a implementação do planejamento participativo verifica-se o fortalecimento da
participação social a partir de órgãos colegiados legalmente constituídos e
representativos da sociedade civil, que passam a pressionar os gestores de maneira
a cumprirem os programas previstos nos planos do município, influência decisiva na
formulação e implementação das políticas de saneamento básico, entre outras.
A ampliação do acesso aos serviços se dá por meio do desenvolvimento tecnológico
voltado para o uso de tecnologias alternativas, adequadas e ambientalmente
sustentáveis, apropriadas à realidade de cada comunidade, alinhada aos princípios
da Lei nº11.445/2007 e da Lei nº12.305/2010.
Com a afirmação na prática da gestão voltada para a intersetorialidade existe um
fortalecimento das estratégias de conservação, preservação e recuperação de
mananciais. Os mecanismos de desenvolvimento limpo são colocados como
prioritários no desenvolvimento das atividades produtivas, e o monitoramento e
fiscalização da qualidade e quantidade dos mananciais se amplia, dando ênfase às
peculiaridades do Município.
Administração municipal, seguindo na direção de um município que aposta no
planejamento intersetorial e regional se torna capaz de conduzir o crescimento
populacional e o processo de expansão urbana de forma ordenada, voltada para o
desenvolvimento sustentável, cumprindo de maneira efetiva a legislação urbanística
resultante dessa outra lógica, agora vigente. Para isso, investe na melhoria da
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comunicação interinstitucional e na implantação de um sistema de informação
municipal multifinalitário que inclui os aspectos da gestão do saneamento básico,
permitindo assim a publicização das informações relativas às políticas públicas
implantadas.
O Cenário 1 implica, pois, a redefinição da gestão, o repensar da relação público-
privado, elevar as taxas de investimento, desenvolver a educação e a saúde,
estabelecer desenvolvimento sustentável e promover a mudança estrutural da
formação sociocultural da população.
Nesse sentido, todos as atividades de gerenciamento desenvolvidas no âmbito
municipal deverão perseguir essas expectativas para a implantação do saneamento
básico. Dessa maneira, os diferentes atores deverão se aproximar de maneira a
viabilizar que a prestação dos serviços se desenvolva com foco na ampliação da
cobertura com a promoção do desenvolvimento sustentável, o que ao mesmo tempo
que exigirá a reflexão e escolha das tecnologias e infraestruturas que promovam o
acesso dos cidadãos aos serviços ou soluções e a proteção ao meio ambiente; que
ao mesmo tempo que implanta novas infraestruturas discute com a população as
motivações e desafios das soluções e o papel do usuário.
Assim, cada componente de saneamento deverá se desenvolver buscando cumprir o
que preconiza o cenário de gestão, desenvolvendo suas atividades de maneira a se
integrar na resolução das questões mais abrangentes do município, como a melhoria
da qualidade ambiental urbana, ao mesmo tempo que resolve suas questões e
gargalos próprios, essas estudos são apresentadas nos Tomos II, III, IV, V. Para tanto,
o arranjo institucional deverá colaborar para a formação de uma dinâmica mais
intersetorial e colaborativa nas atividades de integração das componentes de
saneamento básico. O aprofundamento dos cenários para
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5. ALTERNATIVAS DE GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Segundo a Lei nº 11.445 de 2007, a gestão dos serviços de saneamento básico no
Brasil envolve a regulação, o planejamento, a fiscalização e a prestação dos serviços.
O controle social deve estar presente em todas as funções da gestão.
A Lei Federal nº 11.445/07 no capítulo II, que dispõe a respeito do exercício da
titularidade, prevê que o titular deverá formular a política pública de saneamento
básico, devendo para tanto, conforme o art. 9º: elaborar os planos de saneamento
básico; prestar diretamente ou autorizar delegação dos serviços; definir ente
responsável pela regulação e fiscalização dos serviços; adotar parâmetros para
garantia do atendimento essencial à saúde pública; fixar direitos e deveres dos
usuários; estabelecer mecanismos de controle social; estabelecer sistema de
informações sobre os serviços.
No tocante aos resíduos sólidos, no Artigo 26° da Lei Federal n° 12.305/2010, define-
se que o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços,
observados o respectivo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos,
caso exista, a Lei nº 11.445/2007, e as disposições da Lei n°12.305/2010 e seu
regulamento.
Porém, apesar da Constituição Federal apostar na descentralização da gestão e em
seu art. 30 definir como competência dos municípios, conforme inciso V, “organizar e
prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos
de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”, alguns
casos podem seguir orientações diferenciadas, como as regiões metropolitanas (RM).
Por outro lado, a mesma Constituição em seu Art. 25, preâmbulo § 3º, define que os
Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.
Ao contrapor esses dois artigos, fica claro que, no caso das regiões metropolitanas,
em alguma medida, os municípios devem se alinhar ao que demanda a região
metropolitana em que estão inseridos.
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Ao longo do tempo com as discussões e embates sobre a titularidade desses serviços
nas regiões metropolitanas chegou-se ao entendimento atual, definido pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), no qual se estabelece que nas regiões metropolitanas a
gestão dos serviços de interesse comum será pautada no respeito à divisão de
responsabilidades entre municípios e estados, no reconhecimento do poder
concedente e da titularidade do serviço ao colegiado formado pelos municípios e pelo
estado federado, sem que um ente tenha predomínio absoluto.
O Estado da Bahia, nessa direção publicou a Lei Complementar nº 41, de 13 de junho
de 2014, que “cria a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador,
dispondo sobre sua estrutura de governança e sobre o sistema de planejamento
metropolitano... e dá outras providências”.
Assim, a lei define a natureza jurídica a as finalidades da Entidade Metropolitana da
Região Metropolitana de Salvador (EMRMS), a sua estrutura de governança, o ente
colegiado metropolitano, a participação popular e a transparência, o sistema de
planejamento metropolitano, além de instituir três fundos, a saber o Fundo de
Mobilidade e Modicidade Tarifária do Transporte Coletivo (FMTC-RMS), o Fundo de
Universalização do Saneamento Básico da Região Metropolitana de Salvador
(FUSAN) e o Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador
(FRMS).
A Entidade é uma autarquia intergovernamental de regime especial, com caráter
deliberativo e normativo e personalidade jurídica de direito público, e deve exercer as
competências relativas à integração da organização, do planejamento e da execução
de funções públicas de interesse comum aos municípios integrantes da RMS.
Outro aspecto importante a ser destacado é o Art. 20 da Lei, que determina:
“Enquanto não houver disposição em contrário do Colegiado Metropolitano, a
regulação e a fiscalização dos serviços públicos de titularidade estadual ou
municipal vinculados as funções públicas de interesse comum da Região
Metropolitana serão exercidas por entidades estaduais.”
Como ainda não houve nenhuma disposição em contrário por parte do Colegiado
Metropolitano, os municípios da RMS, entre eles Camaçari, ficam compulsoriamente
regulados por Entidades Estaduais, ou seja, a AGERBA para energia, transportes e
comunicação e a AGERSA, a específica para saneamento básico. Contudo, apesar
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de ser responsável pela regulação dos serviços de saneamento básico, a AGERSA,
atualmente realiza a regulação e fiscalização apenas dos serviços de abastecimento
de água e esgotamento sanitário, ambos prestados pela EMBASA.
Em nível Federal é a Lei nº 13.089, de 12 de Janeiro de 2015 - “institui o Estatuto da
Metrópole, altera a Lei nº 10.257, de 10 de Julho de 2001, e dá outras providências”-
que estabelece as diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução das
funções públicas de interesse comum em regiões metropolitanas e em aglomerações
urbanas instituídas pelos Estados, as normas gerais sobre o plano de
desenvolvimento urbano integrado e outros instrumentos de governança
interfederativa, e os critérios para o apoio da União a ações que envolvam governança
interfederativa no campo do desenvolvimento urbano.
Assim qualquer RM deverá seguir os seguintes princípios, conforme o art.6º da Lei nº
13.089/ 2015:
Art. 6º A governança interfederativa das regiões metropolitanas... respeitará os seguintes princípios:
I – prevalência do interesse comum sobre o local;
II – compartilhamento de responsabilidades para a promoção do desenvolvimento urbano integrado;
III – autonomia dos entes da Federação;
IV – observância das peculiaridades regionais e locais;
V – gestão democrática da cidade, consoante os arts. 43 a 45 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;
VI – efetividade no uso dos recursos públicos;
VII – busca do desenvolvimento sustentável.
Frente a esse desafio colocado, a EMRMS vem dando passos para se estruturar e
atuar. Algumas das ações já realizadas foram relativas ao transporte público, a
exemplo da resolução que recomenda a instituição do Bilhete Único Metropolitano na
RMS, além da criação de Câmaras Temáticas para análise de questões específicas,
a saber, a Mobilidade Urbana, o Transporte Metropolitano e Integração; o
Saneamento Básico; a Habitação; e o Plano Diretor de Desenvolvimento
Metropolitano (PDDM). Apesar dessas ações, a realização de reuniões e encontros
para discussão se encontram em ritmo muito lento, apesar de todas as demandas
percebidas na RMS.
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Nesse sentido o desafio para Camaçari se mostra muito maior, pois além de ter que
se organizar internamente para dar direção e qualidade à gestão dos serviços de
Saneamento Básico, ainda terá que conseguir realizar articulações e mediações no
âmbito da EMRMS, o que demandará maior capacitação e dedicação do gestor
municipal. O município deverá se preparar para desempenhar seu papel como
membro dessa entidade que deverá ocupar lugar de importância para a tomada de
decisão sobre serviços de interesse comum. Além de colaborar deverá cobrar do
Governo do Estado que dê passos para que a implementação da gestão metropolitana
ocorra conforme previsto na política pública.
No caso do saneamento básico, por ter relação direta com o meio ambiente, primeiro,
por depender de sua qualidade, no caso do abastecimento de água, e segundo, por
interferir em sua qualidade, no caso dos resíduos sólidos, do esgotamento sanitário e
da drenagem e manejo de águas pluviais, a dimensão do interesse coletivo fica muito
evidente e se apresenta para além das regiões metropolitanas.
Diante do desafio trazido por essas exigências legais é imprescindível a proposição
de alternativas institucionais que venham dar conta dessas demandas relacionadas
ao exercício das funções de planejamento, regulação, fiscalização e prestação de
serviços, com controle social, inclusive com a criação ou adequação dos órgãos
municipais.
Portanto, tão importante quanto o exercício das funções de gestão é a estruturação
de um ambiente institucional que colabore para que a mesma se desenvolva de
maneira integrada, intersetorial e regionalizada. Nesse sentido, apesar das atividades
de cada função poderem ser delegadas a outros atores é fundamental o titular do
serviço ter um corpo técnico responsável por sua condução e ciente de como cada
função está sendo desenvolvida no território do município.
Por outro lado, apesar da iniciativa do município de Camaçari em realizar o
planejamento do saneamento básico e elaborar seus Planos de Saneamento Básico
e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a maioria dos municípios da RMSSA ainda
não possuem planos e outros estão em elaboração, como Dias D’ávila. Porém, no
âmbito da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento do Estado (SIHS), está
sendo elaborado o Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de
Salvador (PARMS), o que traz aos municípios uma oportunidade de dialogar com o
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planejamento em nível metropolitano. Nesse sentido, apesar de ainda não estar
completo a realização do desafio de planejar os serviços de saneamento, pode-se
vislumbrar possibilidades de se avançar nessas ações em âmbito metropolitano,
mesmo que de maneira lenta. Camaçari, nesse cenário, se mostra como exemplo que
poderá nortear a ação dos outros municípios, caso estruture a gestão de suas políticas
públicas.
Assim, com o objetivo de dialogar com o cenário de referência adotado para a gestão
dos serviços de saneamento básico propõe-se um arranjo institucional que viabilize a
prática ativa do município na gestão.
As principais características, limitações e aspectos que se encontram na gestão dos
serviços de saneamento básico do município tem relação com uma capacidade de
gestão reduzida, onde as principais questões relacionadas aos serviços são
pulverizadas em diferentes secretarias municipais, prestadores de serviços e
entidades estaduais com ação em Saneamento. No quadro a seguir é possível
verificar a principais características observadas.
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Quadro 7 – Panorama da situação atual da gestão dos serviços de saneamento em Camaçari.
Funções da
Gestão Responsável
Componentes de Saneamento Básico
Abastecimento de Água
Esgotamento
Sanitário
Drenagem e manejo de
águas pluviais urbanas
Limpeza Pública e
Manejo de resíduos
sólidos
Planejamento
Município e
EMRMSA, não é
possível delegar.
Não há uma entidade definida formalmente na Prefeitura. A elaboração do PMSB e do PMGIRS pela SEDUR,
é a primeira experiência de planejamento efetivo feito para os serviços de saneamento pela Prefeitura.
Atualmente, o planejamento do abastecimento de água e do esgotamento sanitário está delegado à Embasa,
mesmo sendo da titularidade do município. Quanto aos resíduos sólidos, a cada mudança da direção, muda o
planejamento. E não há nenhum planejamento para a drenagem urbana.
Regulação
Município e
EMRMSA, mas pode
delegar.
Não há nenhuma regulação consolidada no município, existem normas e leis de outras políticas que cumprem
um papel difuso. Não existe instrumento formal que delegue a regulação dos serviços a qualquer entidade.
Porém, a partir da Lei da Entidade Metropolitana ficou definido que Entidade Estadual, atualmente a
AGERSA, seria a responsável pela regulação e fiscalização. A Agersa, se encontra pouco apta para cumprir
sua função plena em regular as quatro componentes do saneamento básico, exercendo suas atividades
somente para o abastecimento de água e o esgotamento sanitário.
A Agersa tem regulado de maneira
pontual apenas os sistemas
operados pela Embasa, inclusive
os ajustes de tarifas.
A SESAU/VISA é um órgão
regulador no âmbito da Política de
Saúde, vigila a qualidade da água,
mas não cumpre o papel de
regular a prestação do serviço.
A Agersa tem
regulado de
maneira pontual
apenas os
sistemas operados
pela Embasa
Não há regulação
específica para a prestação
dos serviços. Existem leis
municipais que
indiretamente trazem
algumas definições.
Não há regulação
específica para a prestação
dos serviços. A SESP
cumpre uma regulação
precária por meio de
contratos de prestação de
serviço de terceirizadas.
A LIMPEC tem regulação
do Órgão Ambiental do
Estado, no que tange a
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Funções da
Gestão Responsável
Componentes de Saneamento Básico
Abastecimento de Água
Esgotamento
Sanitário
Drenagem e manejo de
águas pluviais urbanas
Limpeza Pública e
Manejo de resíduos
sólidos
aspectos de licenciamento
ambiental.
Prestação
Município e
EMRMSA, mas pode
delegar.
A Embasa presta serviço para as
localidades com características
urbanas, nas localidades rurais
onde existem sistemas
descentralizados esses são
operados por associações e a
Seinfra dar assistência, porém de
maneira precária.
Embasa e Seops Seinfra
LIMPEC (coleta de
resíduos da construção civil
e operação do aterro) e
SESP através de contrato
com empresa terceirizada
que realiza os serviços de
limpeza pública: coleta,
serviços congêneres e
transporte até o aterro
Fiscalização
Município e
EMRMSA, mas pode
delegar.
Não há nenhum documento formal que delegue a fiscalização dos serviços a qualquer entidade. Porém, a
partir da Lei da Entidade Metropolitana ficou definido que Entidade Estadual, atualmente a AGERSA, seria a
responsável pela regulação e fiscalização. A AGERSA não tem regulado os serviços de manejo de resíduos
sólidos e limpeza urbana nem os serviços de drenagem urbana.
A Agersa tem fiscalizado de
maneira pontual apenas os
sistemas operados pela Embasa
A SESAU/VISA vigila a qualidade
da água, o que não é a mesma
coisa que fiscalizar a prestação do
serviço.
A Agersa tem
fiscalizado de
maneira pontual
apenas os
sistemas operados
pela Embasa
A fiscalização ocorre apenas
no âmbito municipal, a
SEINFRA fiscaliza empresas
terceirizadas que prestam
serviços
A fiscalização ocorre de
maneira pontual, a
LIMPEC além de coletar
fiscaliza o descarte de
RCC e a SESP fiscaliza
as atividades da
terceirizada
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Funções da
Gestão Responsável
Componentes de Saneamento Básico
Abastecimento de Água
Esgotamento
Sanitário
Drenagem e manejo de
águas pluviais urbanas
Limpeza Pública e
Manejo de resíduos
sólidos
Controle Social Município e
EMRMSA.
O município de Camaçari não possui ainda um efetivo controle social para a gestão do saneamento básico.
Para o plano este vem acontecendo no âmbito do Comitê Executivo. Deverá ser instituído via Lei essa
instância, possivelmente, a Câmara de Saneamento Básico e Ambiental do Concidade/Camaçari.
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
De maneira geral observa-se que nas diferentes componentes do saneamento básico existem questões a serem resolvidas.
Sinteticamente, apresenta-se, nos quadros a seguir, alguns elementos analisados para a melhoria da gestão desses serviços.
Para abastecimento de água potável verificou-se:
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Quadro 8 – Principais elementos analisados da Gestão dos Serviços de Abastecimento de Água Potável.
Pontos de análise Análise síntese
As fragilidades do sistema atual
Sistemas da Embasa: todos os sistemas operam por manobras, ocorrendo situação crítica na orla no período do verão,
estruturas já encontram-se subdimensionadas para atender a demanda atual e as obras de ampliação enfrentam problemas no andamento, elevado índice de perdas devido as ligações clandestinas e tubulações antigas; Sistemas CERB: não existe um responsável da Prefeitura pela manutenção e operação, fazendo com que os sistemas apresentem problemas frequentes, com isso a população fica a mercê de fontes alternativas sem garantia de qualidade; Vigilância da Qualidade da Água: A Visa não tinha conhecimento dos sistemas implantados pela Cerb e não realiza o acompanhamento destes; Déficit: A zona rural de Abrantes e Monte Gordo ainda apresenta déficit elevado de atendimento por rede, entretanto predomina outras formas como captação em poços; Mananciais de abastecimento: déficits em esgotamento sanitário adequado e ocupações em APP representam os maiores riscos de degradação da qualidade da água.
Por que precisa mudar? O modelo atual principalmente no que se refere ao abastecimento da zona rural se mostra pouco capaz de atender aos princípios da legislação vigente, no que concerne ao fornecimento de água em quantidade e com qualidade afim de não oferecer riscos à saúde pública;
Quem está fazendo o que? A Embasa presta o serviço na área urbana do município e a Prefeitura, por meio da SEINFRA, dá um suporte precário aos sistemas implantados pela Cerb na área rural. A Cerb fornece, sempre que possível, material quando é solicitado, e a Embasa faz a instalação, em alguns casos, mesmo o sistema não sendo de sua responsabilidade;
Oportunidades estão sendo perdidas
Implantar sistemas capazes de serem operados pelos diferentes atores. Ampliar a vida útil dos sistemas implantados para a zona rural. Atuação conjunta para maior eficiência e eficácia dos sistemas implantados. Planejar de maneira conjunta a ampliação para a universalização do acesso ao serviço no município.
Problemas institucionais que estão sendo negligenciados
Falta de comunicação entre as secretarias municipais (SEDUR, SEINFRA, SESAU) e demais órgãos (EMBASA, CERB)
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Pontos de análise Análise síntese
Quais as ações/ servidores que deverão ser mantidas nas secretarias atuais e quais devem ser encaminhadas para CSAN?
A prestação do serviço para as localidades rurais deve continuar ocorrendo por intermédio da solicitação de implantação pela CERB, sendo necessário o diálogo na fase de projeto entre a Prefeitura (SEINFRA), CERB e Embasa, afim de o sistema atender todos os padrões técnicos e evitar problemas futuros. Após a implantação do sistema, considera-se como melhor alternativa a operação ser realizada pela Embasa pois esta tem capacidade de investir em melhorias, caso não seja do seu interesse a SEINFRA, deve assumir sua responsabilidade e disponibilizar técnicos para manutenção e operação dos sistemas, buscando parcerias com a Embasa para treinamento de técnicos para operar e fazer manutenções. O técnico (Tatiane - formação em gestão ambiental e está se graduando em eng. civil) mais indicado a ser enviado para a CSAN é aquele que tem conhecimento de todos os sistemas existentes, que mantem contato direto com a CERB;
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Para o Esgotamento Sanitário verificou-se:
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Quadro 9 – Principais elementos analisados da Gestão dos Serviços de Esgotamento Sanitário.
Pontos de análise Análise síntese
As fragilidades do sistema atual
Coleta do esgoto: atende apenas 20,2% da população urbana, as obras de ampliação da rede coletora na cidade sede estão
paralisadas após a implantação de toda a rede coletora não foi implantado a estações elevatórias de esgoto o que inviabiliza a utilização da rede implantada. Tratamento do esgoto: apenas 13,1% da população é contemplada com rede coletora e tratamento. Nenhuma estação de tratamento de esgoto lança o efluente de acordo com os padrões de lançamento da Resolução Conama Nº 357 e 430. A maioria das estações de tratamento de esgoto não apresentam dispositivos que protejam a infraestrutura e que evite o acesso de pessoas nas instalações. Em 2015 apenas 64,8% da população com rede coletora é seguida de tratamento do esgoto. Soluções Individualizadas: a maioria das soluções individualizadas são inadequadas como fossa rudimentares, lançamento em corpos d'agua e em valas a céu aberto. Apenas 30,0% da população rural utilizam soluções individualizadas adequadas.
Por que precisa mudar?
As obras de implantação de rede coletora com respectivo tratamento, não são finalizadas, como por exemplo a antiga rede coletora e a atual das obras do PAC I e II, onde o esgoto sem tratamento continua a ser lançado nos corpos receptores. Ou seja, as obras de saneamento precisam ser monitoradas para serem finalizadas adequadamente. Os córregos, riachos e rios da zona urbana precisam ser enquadrados de acordo com a Resolução Conama Nº 357 e 430 e monitorados frequentemente, sendo imprescindível a definição de algum órgão para tal função. A Embasa precisa realizar o cadastro técnico do Sistema de Esgotamento Sanitário com respectivas áreas de abrangência. A zona rural e a zona urbana dispersa do municipio não recebe nenhum apoio técnico ou incentivo para a implantação adequada de soluções individualizadas, sendo necessária a criação de uma política pública que atendesse esses locais, melhorando a saúde pública e reduzindo a contaminação do meio ambiente.
Quem está fazendo o que?
A prestação dos serviços de esgotamento sanitário é realizada: Embasa: implantação e operação de rede coletora de esgoto e de estações de tratamento de esgoto dos sistemas de esgotamento sanitário. SEOPS (Defesa Civil): colabora na manutenção das soluções individualizadas de esgotamento, utilizando 06 (seis) caminhões de sucção que fazem a limpeza das fossas em algumas localidades do município.
Oportunidades estão sendo perdidas
Adoção de políticas públicas que fomentem a prática de reuso do esgoto doméstico em soluções individualizadas de ecossaneamento no próprio terreno, ou em soluções coletivas reaproveitando os efluentes das estações de tratamento de esgoto. Implantar sistemas capazes de serem operados pelos diferentes atores. Ampliar a adoção de tecnologias votadas para o reaproveitamento em agricultura para a zona rural. Atuação intersetorial para maior sustentabilidade socioambiental das soluções implantadas. Planejar de maneira conjunta a ampliação para a universalização do acesso ao serviço de esgotamento concomitante ao de abastecimento de água no município. Executar de forma efetiva os projetos e recursos que foram recebidos para o esgotamento no município.
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Pontos de análise Análise síntese
Problemas institucionais que estão sendo negligenciados
Falta de comunicação entre as secretarias municipais (SEDUR, SEOPS) e a Embasa.
Quais as ações/ servidores que deverão ser mantidas nas secretarias atuais e quais devem ser encaminhadas para CSAN?
A implantação e operação dos sistemas de esgotamento sanitário deve continuar com a Embasa devido a estrutura já existente para tal função. Já a atividade de limpeza das fossas poderia ser encaminhada da SEOPS para a SEINFRA, responsável pelo apoio às soluções coletivas de abastecimento de água, de maneira a promover a integração das atividades de prestação em um só ente do poder público e assim facilitar o acesso simultâneo às componentes de abastecimento e esgotamento para as localidades dispersas urbanas e rurais. Para a CSAN, elas devem se aproximar no sentido de colaborar nas ações de planejamento integrado da gestão do saneamento. Independente de qual secretaria ficará responsável por dar apoio à manutenção das soluções individualizadas de esgotamento, essa deverá ampliar sua função de manutenção para também a de fomento e apoio técnico para adoção de novas soluções voltadas para o ecossaneamento no território municipal.
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Para o Manejo de Resíduos Sólidos verificou-se:
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Quadro 10 – Principais elementos analisados da Gestão dos Serviços de Limpeza Pública e Manejo de Resíduos Sólidos
Pontos de análise Análise síntese
As fragilidades do sistema atual
PLANEJAMENTO: Curto horizonte de planejamento; Descontinuidade da gestão pública; Predominância de políticas de
governo em detrimento de políticas de Estado; Constantes trocas de gestão na SESP/Limpec; Planejamento realizado de maneira emergencial e não periodicamente; Necessidade de melhoria de integração com as outras componentes do saneamento, principalmente Drenagem Urbana. REGULAÇÃO: Regulação pouco efetiva, acontece de forma pontual por outros entes que tem outros objetos de análise; A
Agersa não possui capacidade para regular o município na área de resíduos sólidos, ficando a cargo da Comissão Técnica de Garantia Ambiental (CTGA) da Limpec observar a qualidade de suas atividades; A regulação ambiental é feita também através das condicionantes do Inema para o aterro e do Ibama para o transporte de resíduos; Falta entidade de regulação no município; Falta de capacitação técnica para os gestores públicos. PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS: Dificuldade de avaliar a prestação devido à falta de planejamento e regulação; Deficiência no contrato de prestação de serviço que não acompanha o crescimento do município, inviabilizando a Universalização dos serviços. FISCALIZAÇÃO: A falta de regulação prejudica a fiscalização; Fiscalização insuficiente de RCC; Falta de integração entre a Limpec, SESP e Sedur. CONTROLE SOCIAL: Falta de um controle social estruturado e atuante.
Por que precisa mudar?
Para garantir uma Gestão Integrada adequada aos princípios e diretrizes nacionais para o saneamento, além de promover o Gerenciamento ambientalmente adequado dos serviços no Município; Maior organização e definição das responsabilidades entre as entidades responsáveis; Universalização dos serviços, com equidade e integralidade; Minimizar os índices negativos na qualidade da prestação dos serviços como também na geração e/ou destinação ambientalmente adequada dos resíduos; Fomentar o fortalecimento e a participação das cooperativas de reciclagem e dos catadores na prestação dos serviços.
Quem está fazendo o que?
PLANEJAMENTO: PMC (SESP/Limpec); REGULAÇÃO: Sem responsável; FISCALIZAÇÃO: PMC (SESP/Limpec/Conselho Municipal da Cidade); PRESTAÇÃO: PMC (SESP/Limpec) delegada à Abrantes Ambiental.
Oportunidades estão sendo perdidas
Possibilidade do aumento do conhecimento da população referente as políticas públicas voltadas à área de resíduos sólidos; Criação de emprego e renda resultante da gestão e gerenciamento adequado dos resíduos; Fortalecimento da Logística Reversa por parte das industrias, como por exemplo os resíduos de uma unidade industrial podendo servir de insumos para uma outra (ecologia industrial). Cumprimento de requisitos do Governo Federal nos prazos adequados
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Pontos de análise Análise síntese
Problemas institucionais que estão sendo negligenciados
Falta de interação e entrosamento entre as secretarias municipais (SESP e SEDUR), Limpec e Abrantes Ambiental; Permissão da gestão do Aterro Sanitário em recebimento de resíduos que não se enquadram como rejeitos; Falta de fiscalização permanente de todos os serviços acordados em contrato de concessão.
Quais as ações/ servidores que deverão ser mantidas nas secretarias atuais e quais devem ser encaminhadas para CSAN?
A prestação dos serviços deve se manter entre a LIMPEC e a empresa concessionária. Por meio de uma regulação adequada é possível prestar o serviço com qualidade, equidade e com vistas à universalização. O Edital para concessão do serviço deve se basear na estrutura do PMGIRS Camaçari. A fiscalização das atividades (e do contrato) desempenhada pela Secretaria de Serviços Públicos (SESP) deve ser melhorada, designando equipes de campo, equipamentos e ferramentas, de modo a cumprir o previsto em contrato, normas de regulação, além do proposto no PMGIRS. Diante da situação crítica atual, a CSAN tem papel preponderante no desenvolvimento de atividades que não estão sendo realizadas dentro da gestão dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Nesse sentido, a CSAN deve, juntamente com a estrutura da SEDUR, induzir as ações de planejamento para este serviço, tendo como base o PMGIRS, articulando sua revisão a cada 4 anos e estabelecendo novos objetivos e metas para o setor no município de Camaçari. A regulação é uma das atividades da gestão que quase não tem ações desenvolvidas. Portanto, caberá a CSAN criar mecanismos de monitoramento do desempenho (ambiental, econômico-financeiro, de contrato, etc) para garantir maior robustez à regulação do serviço em Camaçari. Para isso, a CSAN precisa estar alinhada com a AGERSA, o INEMA e outros órgãos reguladores.
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Para a Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais verificou-se:
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Quadro 11 – Principais elementos analisados da Gestão dos Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais
Pontos de análise Análise síntese
As fragilidades do sistema atual
Implantação da infraestrutura de drenagem: realizada geralmente sem a elaboração de um projeto integrado. As intervenções acontecem de forma desconectada e sem caracterizar seu impacto no sistema macro. Os impactos negativos trazidos pela modificação do uso e ocupação do solo urbano não são observados na liberação de licença de implantação de empreendimentos, ampliando o surgimento de novos problemas de drenagem urbana. Pouca integração na implantação das políticas públicas (desenvolvimento urbano e uso e ocupação do solo, meio ambiente, saneamento básico e desenvolvimento social, entre outras) importantes para a realizar gestão da drenagem urbana e manejo das águas pluviais. Manutenção e limpeza: realizada sem planejamento adequado. Ocupação de áreas de risco: as áreas de risco as margens dos canais, áreas de baixada são ocupadas sem que haja uma
política que garanta habitação para essas famílias em vulnerabilidade, comprometendo o sistema de macro drenagem natural das águas pelo território Ações de contingência: o Plano de Contingência a Inundações e deslizamentos (PLANCON) precisa do apoio de algumas ferramentas como o Sistema de Suporte a Decisão (SSD) e o mapa de impactos (com áreas com alagamento, inundação e deslizamento de terra). Equipamentos de drenagem: os canais urbanos de drenagem (córregos, riachos e rios) precisam de adequação e
requalificação ambiental para o manejo sustentável da água de chuva; as caixas coletores de águas pluviais precisam de manutenção. Manejo de águas pluviais na zona rural: pouca fiscalização do uso e ocupação do solo na zona rural, bem como pouco estimulo a conservação das bacias hidrográficas.
Por que precisa mudar?
O modelo atual de gestão da drenagem urbana e manejo de águas pluviais exige mudanças pois não contempla o planejamento adequado das ações, não são elaborados projetos para implantação da infraestrutura de drenagem urbana, a execução e manutenção do sistema de drenagem acontece em períodos chuvosos o que reduz a eficiência e eficácia da infraestrutura existente e a ser implantada, favorecendo a ocorrência de alagamento e inundação. Dessa maneira, a falta de atuação no controle do uso e ocupação do solo favorece a presença de ocupação desordenada e implica, em muitos casos, no estabelecimento de moradias em áreas de risco, locais mais propícios a inundações, além disso, essas áreas (áreas de baixada, margens dos canais, etc.) tem um papel fundamental no bom funcionamento do escoamento natural das águas. Existe carência em ferramentas que auxiliem na tomada de decisão melhorando a eficiência das ações e norteiem as ações de acordo com as diretrizes da drenagem sustentável e conservação dos ecossistemas ribeirinhos. A baixa capacidade de fiscalização do uso e ocupação do solo em áreas rurais incide diretamente em melhorias das práticas adotadas na agricultura e na mineração, evitando o desmatamento e assoreamento de corpos d'água.
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Pontos de análise Análise síntese
Quem está fazendo o que? SEOPS (Defesa Civil): ações de contingência a alagamento de deslizamento de terra. SEINFRA: manutenção e implantação do sistema de drenagem por meio de uma empresa terceirizada.
Oportunidades estão sendo perdidas
Pouco conhecimento da população sobre a existência de legislações como por exemplo a que regulamenta o IPTU verde. Conscientização da população com relação a ocupação de áreas de risco e a conservação e bom uso dos equipamentos de drenagem. Realizar o planejamento urbano e ambiental para colaborar na proteção dos ecossistemas que prestam serviços ecossistêmicos em manejo de águas pluviais (rios, parques verdes, florestas naturais, matas ciliares e as APPs). Exigir do empreendedor que se responsabilize pela geração de escoamento superficial trazida pelo seu empreendimento, apresentando soluções para a detenção e/ou retenção do escoamento gerado no próprio empreendimento.
Problemas institucionais que estão sendo negligenciados
Falta de comunicação entre as secretarias municipais (SEDUR, SEOPS e SEINFRA); não existem projetos executivos para a execução de reparos e ampliações de micro drenagem e macro drenagem de pequeno porte; a equipe disponível é pequena, o que exige a alocação de mais técnicos; a maioria dos técnicos são terceirizados o que prejudica na preservação da memória institucional do órgão executor da prestação do serviço; não é realizado planejamento para a implantação de infraestruturas com foco para o manejo sustentável das águas de chuva; as ações são, em sua maioria, realizadas sem planejamento prévio, atendendo a demandas urgentes.
Quais as ações/ servidores que deverão ser mantidas nas secretarias atuais e quais devem ser encaminhadas para CSAN?
Atualmente quem realiza a manutenção e implantação do sistema de drenagem é a Seinfra, por meio de 02 (dois) funcionários terceirizados e de contração de empresas para realizar pequenas obras. Está ação pode permanecer na própria secretaria mas precisa de suporte para melhoria da sua atuação. Nesse sentido, a CSAN deve desempenhar o papel de apoiar a melhoria da execução da prestação do serviço pela Seinfra, e estruturar as outras funções de gestão. Atualmente, os sistemas de drenagem são implantados sem a realização previa de projeto pela Seinfra, assim a CSAN poderia passar a cobrar pela exigência da elaboração de projetos prévios. Para atender à demanda de análise dos projetos deveria ser contratado servidores capacitados para tal análise.
Fonte: Saneando Consultoria e Engenharia, 2016.
Outro aspecto observado é a necessidade de se organizar as atribuições previstas para as secretarias e entes do poder público
municipal. Os regimentos internos de algumas secretarias possuem competências conflitantes, outras tem atribuições que
complementam de forma fragmentada atividades previstas em outra secretaria.
64 Plano Municipal de Saneamento Básico
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Quadro 12 – Analise das atribuições das Secretarias e Entes do Poder Público com interface com o Saneamento Básico.
Secretaria/ Ente
LIMPEC SEDUR SEINFRA SEOPS SESP
Aspecto Institucional
Criada através da Lei Municipal Nº. 078/78, em 05/09/78, e alterada pelas Leis Nº 969/2009, Nº 1190/2011. Decreto Municipal nº. 4814/2009 Decreto Municipal nº301/1978, de 06/12/1978, Art 3º - A LIMPEC tem por objetivos a administração e execução dos serviços de limpeza do Município de Camaçari.
Reorganizada pelas Leis nº 730, de 18 de maio de 2006, nº. 758, de 31 de outubro de 2006, nº. 807, de 24 de julho de 2007 e nº. 951, de 16 de fevereiro de 2009
Reorganizada pela Lei nº 730 de 17 de maio de 2006
Criada pela Lei nº 809/2013, de 22 de maio de 2014, que altera as leis anteriores pertinentes e modifica a estrutura organizacional da Administração Pública Municipal, conforme projeto de criação.
Reorganizada pela Lei nº 730 de 18 de maio de 2006
Competência Institucional
relacionada ao saneamento
básico
I - Limpeza de logradouros; II - Coleta de lixo domiciliar (residencial, comercial, industrial), incluindo-se o hospitalar; III - Destinação final de resíduos sólidos; V - Limpeza de caráter especial;
IV. estimular e promover a discussão de políticas, diretrizes e planos municipais com a comunidade, visando sua participação nas decisões sobre desenvolvimento e organização territorial e espacial do Município; V. coordenar e executar a produção, alimentação e divulgação de informações de planejamento urbano; VI. formular políticas e diretrizes de preservação e proteção dos recursos ambientais, elaborando normas e realizando ações necessárias; XIV. coordenar e executar as ações de defesa civil; XV. manter atualizadas e disponíveis as informações relacionadas à defesa civil;
II. estudos, projetos e execução de programas de saneamento; III. elaboração do Plano de Saneamento do Município; IV. estudos, projetos e execução de obras de Infraestrutura urbana; VI. ação preventiva e intervenções em encostas e áreas de risco; VIII. preservação, aproveitamento e conservação das áreas verdes do Município; IX. administração dos jardins e áreas verdes;
VII – Executar a gestão de ações de Defesa Civil em benefício da população camaçariense, atuando em situações de normalidade ou sinistro, no mapeamento de áreas ou situações de riscos e na análise e controle de emergências e calamidades públicas em geral. VIII – Desenvolver ações de Defesa Civil em conjunto com outros órgãos comprometidos com o salvamento de vidas e a prevenção e controle de desastres em geral, especialmente com o Corpo de Bombeiros e o departamento de segurança do COFIC – Polo Industrial.
IV. serviços de limpeza urbana; V. administração e fiscalização de mercados e feiras livres; VII. proteção da estética da cidade;
65 Plano Municipal de Saneamento Básico
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Secretaria/ Ente
LIMPEC SEDUR SEINFRA SEOPS SESP
XVI. elaborar e implementar planos, programas e projetos de defesa civil; XXIV. implementar ações de medidas não-estruturais e medidas estruturais; XXIX. elaborar e implementar a Política de Saneamento do Município; XXX. realizar estudos, projetos e execução de programas de saneamento; XXXI. realizar obras e manutenção dos sistemas de saneamento básico do Município;
X - Administrar o serviço de sucção de fossas e encanações em locais e/ou situações em que o serviço de saneamento não possua abrangência. XIV - Executar, em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, estudos e planos para a promoção ambiental e preservação dos recursos naturais. XVI – Estabelecer diretrizes e metas que deverão nortear desenvolvimento sustentável do município; XVII – Realizar estudos que gerem e monitorem indicadores de gestão pública e de sustentabilidade das condições de vida na área urbana, rural e litorânea, (...) e oferecer parâmetros para avaliação de probabilidade de impactos em decorrência da implantação de empreendimentos privados. XVIII – Promover a participação da comunidade no processo de promoção e consolidação das políticas e práticas de sustentabilidade e na formulação das diretrizes e metas
66 Plano Municipal de Saneamento Básico
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SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Secretaria/ Ente
LIMPEC SEDUR SEINFRA SEOPS SESP
orientadoras do desenvolvimento sustentável (...)
Análises
Observa-se a competência da
LIMPEC na limpeza dos
logradouros, porem a SESP
contrata empresa responsável
por este serviço. Não há um
conceito claro no que se refere
à "limpeza de caráter especial".
A destinação final de resíduos
fica a cargo da LIMPEC.
Há um choque de atividades entre
a SEDUR e a SEINFRA quanto ao
realizar estudos, programas e
projetos em saneamento, além das
obras e manutenção dos sistemas
de saneamento. Fica dubio sobre
qual secretaria deveria se articular
junto aos prestadores de água e
esgoto, subsidiando o prefeito na
execução dos contratos junto à
Embasa. Estes estudos,
programas e projetos precisam ser
desenvolvidos juntos. Há ainda um
choque com a SEOPS, quanto às
atividades de defesa civil.
No geral compete à SEINFRA:
1. Estudos, projetos e
programas em saneamento,
inclusive a elaboração do
PMSB. Porém, as
coordenadorias previstas em
decreto atuam somente em
projetos de drenagem; 2. Ação
preventiva e intntervenções em
encostas e áreas de risco, que
atualmente é realizada pela
SEOPS.
A SEOPS no geral tem
prerrogativas voltadas para
a Defesa Civil e de realizar
análises de forma ampla da
qualidade ambiental do
município. Deve trabalhar
em parceria com a Sedur,
mas concorre em algumas
atribuições. Possui a função
de apoiar a limpeza de
fossas em áreas sem
abrangência de serviço, de
maneira desconexa de
funções prevista para o
esgotamento sanitário nas
outras secretarias.
No geral compete à SESP: 1.
limpeza das feiras,
mercados e cemitérios; 2.
Educação ambiental para
descarte de entulho; 3.
Acompanhar medidas
punitivas; 4. Manter
atualizados dados
estatísticos relacionados ao
entulho; 5. Subsidiar
LIMPEC quanto às
informações sobre entulho;
6. Fiscalizar as atividades de
comercio eventual e
ambulante, recolhendo
resíduos diversos em
logradouros.
Fonte: Regimentos Internos das Secretarias, SEDUR/ASTEC, 2016.
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Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
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Na rotina diária essas questões trazem maiores dificuldades para a gestão municipal,
e por consequência, à gestão dos serviços públicos de saneamento básico. Como se
trata de um ambiente de gestão complexo, onde diferentes áreas devem ser
organizadas de forma conjunta, as deficiências devem ser resolvidas de forma
gradual, com objetividade e esforço conjunto. Nesse sentido, o desafio do poder
público municipal em estruturar a sua gestão, passa por realizar uma revisão de seu
funcionamento, dos seus instrumentos normativos, com sua adequação para atender
às mudanças, adaptações e reformulações que a experiência prática e os estudos
técnicos apontam. Para isso, são apresentadas algumas propostas no tópico a seguir.
5.1 Proposição do Arranjo Institucional para a Gestão dos Serviços de
Saneamento Básico
No município de Camaçari, a atividade de planejamento das ações de saneamento
básico se inicia com os esforços voltados para a elaboração do Plano Municipal de
Saneamento Básico (PMSB), instrumento do planejamento. A prestação dos serviços,
que não é universal em quantidade e qualidade suficiente, vem acontecendo sem
nenhuma regulação e fiscalização estruturada para acompanhar sua execução. Da
mesma maneira se encontra o controle social, que ainda não foi institucionalizado via
lei municipal.
Como pode-se observar nos quadros anteriores, a condição atual da gestão do
saneamento básico no município exige reformulação, melhorias e inserção de
atividades. Em todas as componentes as atividades de prestação se encontram com
problemas de equipe e gerenciamento, principalmente na atuação em áreas rurais e
de população dispersa.
A atividade de regulação não está estruturada e o único ente de regulação existente,
a Agersa, se encontra pouco apta para cumprir sua função plena em regular as quatro
componentes do saneamento básico.
A atividade de fiscalização, acontece de forma pontual e em casos específicos para
cada componente, deixando de se realizar uma fiscalização amparada por
instrumentos regulatórios voltados para o saneamento básico que seguem os
princípios previstos nas Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico.
A atividade de planejamento é realizada de forma pulverizada, sem integração e, em
alguns casos, apenas pelos prestadores de serviço, o que configura uma baixa
68 Plano Municipal de Saneamento Básico
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
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capacidade de planejar a gestão desses serviços pelo aparato atual e pouco
conhecimento sobre como são desempenhadas essas atividades no município. Outro
aspecto importante é o conflito entre as atribuições e atividades previstas nos
regimentos internos e as atividades desempenhadas no dia a dia, das secretarias e
entes públicos executores das atividades de saneamento básico, esses conflitos
impedem o entendimento e a definição clara de quais os atores devem ser
responsáveis por determinadas funções, fragilizando a capacidade de gestão
municipal.
Para reestruturar esse quadro, a fim de implementar as funções de gestão em
saneamento básico, conforme preconiza a política pública, o Município deve criar uma
infraestrutura mínima capaz de coordenar o planejamento dos serviços, viabilizando
a integração entre os diferentes atores envolvidos, e acompanhar os responsáveis
pela execução das atividades de regulação, fiscalização e prestação.
Nesse sentido, propõe-se a adequação e/ou o fortalecimento, no arranjo institucional
do poder público, das Secretarias e Coordenações já existentes, que tem papel
estruturante para a gestão no município, conforme se apresenta nos regimentos
internos das secretarias municipais.
A primeira, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), que tem por finalidade
formular diretrizes, planejar, executar, acompanhar, fiscalizar e avaliar as políticas e
ações municipais de desenvolvimento urbano, de preservação do meio ambiente e de
defesa civil, se mostra como secretaria fundamental para o fortalecimento das ações
de gestão. Dentro dela está previsto a Coordenadoria de Planejamento – CPL, que
tem por finalidade elaborar a Política Urbana do Município de Camaçari, contando
com algumas gerências, entre elas, a Gerência de Planejamento Urbano (GEPLU),
que se mostra responsável pela a integração das atividades de planejamento dentro
da CPL, ou seja, a gerência capaz de cumprir o papel de integração necessário à
gestão urbana. A seguir apresenta-se a suas atribuições:
Gerência de Planejamento Urbano (GEPLU) - essa gerência tem entre suas
atribuições:
a. promover a atualização, complementação e ajuste das diretrizes e proposições do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município, bem como, acompanhar a
implementação e execução correspondentes;
69 Plano Municipal de Saneamento Básico
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b. avaliar comparativamente o perfil urbano-ambiental do Município com os planos,
projetos e programas existentes ou em execução, identificando as áreas que
necessitam de intervenção pública em caráter prioritário;
c. promover a articulação do Plano Diretor com os diferentes níveis e escalas de
planejamento no âmbito do Município;
d. promover a elaboração de estudos de viabilidade sócio-econômica e respectivos
impactos de planos, projetos e programas propostos;
e. monitorar a implantação de projetos e programas, avaliando os seus impactos, de
modo a realimentar o processo de planejamento;
f. promover a regulamentação dos instrumentos de Política Urbana, interagindo com
os órgãos que exercem competências complementares quanto a esses instrumentos;
g. propor e avaliar os indicadores utilizados na monitoração da aplicação dos
instrumentos de Política Urbana, aferindo sua eficácia quanto à qualidade de vida
urbana;
h. elaborar e coordenar estudos para o estabelecimento de índices e parâmetros
urbanísticos;
i. elaborar planos urbanísticos de unidades espaciais selecionadas no processo de
planejamento, conforme a necessidade de detalhamento das diretrizes e proposições
do Plano Diretor;
j. orientar ou participar de ações de órgãos e entidades de diferentes esferas de
governo que atuam na promoção do desenvolvimento municipal, fornecendo
indicadores básicos e outros insumos;
k. articular-se com órgãos e entidades municipais, privadas e de outras esferas de
governo com o objetivo de obter as informações necessárias ao desenvolvimento dos
projetos, bem como compatibilizá-los com as ações programadas e em curso;
l. exercer outras competências correlatas.
Assim, essa Coordenação de Planejamento e suas gerências terão a atribuição de:
estruturar as ações de planejamento das políticas públicas municipais (conforme itens
“b” e “c” da GEPLU); implantar o Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM), que integre
as diferentes informações relativas às infraestruturas existentes no território do
município, englobando as informações de cadastro de infraestrutura urbanas, as
informações gerados pelos prestadores de serviços, as informações de
monitoramento social e ambiental, dados oriundos das ações de licenciamento e
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fiscalização (Acrescentando algumas categorias ao que está previsto na Minuta do
Regimento Interno da SEDUR item “XI” e “XII”). Outra atividade importante que deve
ser implantada é a compilação das ações realizadas pelas diferentes secretárias e
órgãos do poder público, de maneira a evitar sobreposição de ações e desperdício de
recursos públicos (conforme itens “d”, “e”, “f” e “g”da GEPLU).
A essa coordenação caberá, portanto, a função de coordenar a integração entre os
planos das diferentes secretarias e órgãos do município, conduzir a rotina do
planejamento intersetorial, mediar as relações entre os geradores de informações
setoriais e auxiliar os órgãos da prefeitura a tomar decisões que exijam olhares
complexos da realidade. Para cumprir todas essas atividades a Coordenação de
Planejamento deverá atribuir às suas gerências as atividades específicas para cada
macro atividade, ou seja, o Cadastro Multifinalitário; a Articulação Institucional; a
Gestão de Projetos e Ações; e a Integração. Espera-se assim viabilizar um ambiente
institucional/técnico favorável ao desenvolvimento integrado do município.
Sugere-se, para além do fortalecimento do arranjo existente, a criação da
Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN), no âmbito da SEDUR, que terá como
atribuição implementar, acompanhar, monitorar e avaliar a gestão dos serviços de
saneamento básico no município. Essa coordenadoria deve ser composta de pelo
menos quatro núcleos, a saber: o Núcleo de Abastecimento de Água; o Núcleo de
Esgotamento Sanitário; o Núcleo de Manejo de Resíduos Sólidos; e o Núcleo de
Drenagem e Manejo das Águas de Pluviais.
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Figura 1 - Organograma da Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN).
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Cada núcleo deverá se articular de maneira a conduzir o processo de planejamento
do saneamento e acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem as
atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços em todo o território do
município. A coordenação deverá também, por meio de seu coordenador, realizar
atividades que viabilizem e fortaleçam os mecanismos e procedimentos de
participação e controle social.
Assim, cada núcleo deverá acompanhar os entes executores do poder público ou
entes delegatários, caso existam, coletando dados e informações pertinentes à sua
atividade, e realizando ações integrativas das funções de gestão no âmbito da
Coordenadoria. Assim, quando chamado a responder qualquer questão referente ao
saneamento básico no/do município, o Chefe do Executivo terá o suporte técnico
dessa Coordenadoria, que lhe auxiliará ainda na proposição de ações relacionados
ao saneamento e temas afins.
A seguir apresenta-se as um quadro síntese com principais atribuições a serem
desempenhadas pela CSAN.
Coordenadoria de Saneamento Básico
1 Coordenador
Nucleo de Abastecimento de
Água1 Tecnico de Nível Superior
Nucleo de Esgotamento
Sanitário1 Técnico de Nível Superior
Nucleo de Manejo de Resíduos Sólidos
1 Técnico de Nível Superior
Nucleo de Drenagem Urbana e Manejo de
Águas Pluviais 1 Técnico de Nivel Superior
Equipe de apoio da Corrdenação e
Núcleos 4 Técnicos de Meio Ambiente e/ou
Saneamento Básico
1 Técnico administravito
1 Técnico da Area Social
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Fonte: Saneando Engenharia e Consultoria, 2016.
•promover a articulação entre os diferentes níveis e escalas de planejamento no âmbito da gestão do serviços no Município
•promover a articulação entre as instituições dos governo estadual e Federal, que atuam no saneamento básico municipal;
•Integrar as informações dos núcleos da coordenação e colaborar com a política municipal urbana, propondo os zoneamentos das áreas de interesse para o sanemaneto básico;
•Apoiar e fortalecer a implementação dos mecanismos e procedimentos de controle social;
•Apoiar a coleta, organização e disponibilização der dados e informações de saneamento básico a outros órgãos do poder público;
Coordenadoria de Saneamento
Básico
•articular e conduzir o processo de planejamento;
•acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem, direta ou indiretamente, as atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços;
• auxiliar na produção de informações sobre os serviços para o cadastro multifinalitário;
•acompanhar as atividades relacionadas à proteção de presenvação dos manaciais do município, com enfase nos usados para os sistemas de abastecimento de água.
Núcleo de Abastecimento de
Água
•articular e conduzir o processo de planejamento da componente;
•acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem, direta ou indiretamente, as atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços;
•auxiliar na produção e organização de dados e informações para o cadastro multifinalitário;
•acompanhar as atividades relacionadas à minimização de impacto do esgotamento sanitário nos manaciais e ambiente do município.
Núcleo de Esgotamento
Sanitário
•articular e conduzir o processo de planejamento da componente;
•acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem, direta ou indiretamente, as atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços;
•auxiliar na produção e organização de dados e informações para o cadastro multifinalitário;
•acompanhar as atividades relacionadas à implantação municipal da Política Nacional de Resíduos Sólidos, na responsabilidade compartilhada, na não geração de resíduos, na logística reversa, na coleta seletiva, na educação ambiental e destinação ambientalmente adequada.
Núcleo de Manejo de Resíduos
Sólidos
•articular e conduzir o processo de planejamento da componente;
•acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem, direta ou indiretamente, as atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços;
•auxiliar na produção e organização de dados e informações para o cadastro multifinalitário;
•acompanhar as atividades relacionadas a implantação da drenagem sustentável e proteção dos ecossitemas fundamentais para o manejo das águas pluviais.
Núcleo de Drenagem Urbana
e Manejo de Águas Pluviais
Figura 2 – Atribuições da Coordenadoria de Saneamento Básico.
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Dessa maneira, com a criação dessa nova coordenadoria a SEDUR passará a ter a
seguinte estrutura:
Figura 3 – Estrutura da SEDUR com a criação da Coordenadoria de Saneamento Básico.
Fonte: PMC e Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Com a existência de uma Coordenadoria de Saneamento Básico o município disporá
de uma equipe que poderá desenvolver atividades relacionada à melhoria da gestão
dos serviços de saneamento. Entre as atividades possíveis destaca-se: a verificação
da viabilidade de regularização de áreas em impasse social, político e/ou judicial para,
então, prover a implementação dos serviços de saneamento; o trabalho em parceria
com a coordenadoria de Fiscalização do Uso do Solo e Meio Ambiente para promover
a fiscalização mais eficiente, para aplicação da legislação urbanística e ambiental,
sobretudo no que se relaciona à ocupação em áreas sensíveis, como as APP e
aquelas de interesse para abastecimento de água e para a manejo de águas pluviais;
a capacitação de agentes de saúde e de endemias para contribuírem de forma mais
efetiva e eficaz na promoção e prevenção da saúde através de ações básicas de
saneamento; a realização de palestras em escolas, centros de referência e assistência
social (Cras), unidades de saúde, associações de moradores, comunidades
tradicionais abordando temas referentes ao saneamento e meio ambiente, entre
outras.
SEDUR
COS - Coordenadoria do Uso do solo
CPL - Coordenadoria de Planejamento Urbano
CPE - Coordenadoria de Elaboração de Projetos
CMA - Coordenadoria de Meio Ambiente
COF - Coordenadoria de Fiscalização do Uso do Solo
e Meio Ambiente
CSAN - Coordenadoria de Saneamento Básico
CAD
ASTEC
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A importância de se criar a CSAN se respalda na demanda relativa ao saneamento
existente no município, no número significativo de atores sociais que devem ser
acompanhados para se garantir a gestão responsável dos serviços e na necessidade
de autonomia e capacidade resolutiva que a coordenaria tem que ter para tratar
assuntos com outras instituições e com as demais coordenadorias. Além disso, esse
modelo de gestão, onde o saneamento possui uma área específica no órgão, é
adotado pelo Ministério das Cidades para a Política Nacional de Saneamento Básico,
demonstrando a relevância dessa área.
Para realizar suas atividades a CSAN necessita de um corpo técnico mínimo, com 04
técnicos e 01 coordenador, formado por profissionais de nível superior, 5 profissionais
de nível técnico e/ou médio, 1 técnico social de nível superior, equipamentos e
ferramentas de gerenciamento de dados e informações.
Atualmente não existe uma equipe voltada para a gestão do saneamento no
município. Porém, observa-se a presença nas diferentes secretarias de técnicos que
desempenham funções relacionadas ao saneamento. Nesse sentido, se mostra
possível, com os devidos ajustes, formar uma equipe para a CSAN a partir da
realocação desses técnicos de outras secretarias e/ou coordenações.
Essa reestruturação trará ao município maior capacidade de organizar a sua gestão,
no que tange a atividade de planejamento e assim investir de forma mais eficiente,
eficaz e efetiva, com foco no desenvolvimento sustentável a longo prazo, além de
conseguir influenciar de forma contundente e informada na EMRMS.
Para realizar as funções de Regulação e Fiscalização, o município deverá seguir o
que preconiza a Lei Complementar nº 41/2014, em seu Atr. 20, que define que as
entidades estaduais serão responsáveis por essas atividades. Nesse sentido, é
possível optar por alguns caminhos:
A) Aceitar a Regulação e Fiscalização pela Agência Reguladora de Saneamento da
Bahia (AGERSA), que atualmente só a realiza para os serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário.
B) Pressionar Agência Reguladora de Saneamento da Bahia (AGERSA) a realizar a
Regulação e Fiscalização para as quatro componentes de Saneamento Básico.
C) Pressionar a EMRMS a criar uma instância de Regulação e Fiscalização para as
quatro componentes de Saneamento Básico.
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O município deverá avaliar qual a opção mais adequada para sua atual conjuntura e
planejar a estruturação das suas atividades de regulação e fiscalização dos serviços
a longo prazo.
Dessa maneira, uma estratégia que parece ser mais potencializadora de forma local
e regional seria o fortalecimento da AGERSA, com a ampliação das suas ações para
as quatro componentes de saneamento básico.
A implementação das funções de regulação e fiscalização dos serviços de
saneamento, deve ser realizada em curto prazo (3 a 8 anos), já que a médio prazo (9
a 12 anos), espera-se que o titular já disponha de uma administração mais
estruturada, com maior aporte financeiro e técnico, favorecendo a melhoria dos
serviços de saneamento, e o fortalecimento da atuação do Controle Social.
Assim, estruturado os arranjos relativos a gestão, seja qual for a alternativa adotada,
as equipes terão a função de dar suporte ao chefe do executivo nos encaminhamentos
e decisões relativos à gestão do saneamento básico, dando maior condição de
acompanhar a situação do saneamento em todo o território do município, acompanhar
a implementação do plano, manter o planejamento como uma atividade continuada,
fazer o preenchimento e acompanhamento do sistema de informação municipal,
acompanhar as atividades da regulação e fiscalização, promover os espaços de
participação e controle social, manter uma prática de trabalhar em conjunto com as
diferentes secretarias do município com ações relacionadas aos serviços de
saneamento básico, além de qualificar a sua atuação no colegiado da EMRMS.
Para o desenvolvimento dos mecanismos e procedimentos de participação e controle
social deve ser formulada e aprovada a política municipal de saneamento básico,
definindo entre outras coisas quais as maneiras de participação previstas na gestão e
implantação das ações de saneamento e a instância responsável pela realização do
controle social da política municipal. Nesse sentido, uma alternativa que tem se
mostrado integradora do saneamento à política urbana é definir a Câmara Técnica em
Saneamento do Conselho Municipal da Cidade como a instância de controle social do
saneamento básico. Dessa maneira, ao mesmo tempo que se aproxima as instâncias
que influenciam nas políticas urbana e de saneamento, se facilita a operacionalização
dessas instâncias que passam a receber apoio institucional de duas políticas públicas.
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A instância de controle social é fundamental para a realização de processos
democráticos de discussão na implantação das políticas públicas. Nessas instâncias
os diferentes atores sociais têm oportunidade de definir as direções que serão
tomadas na gestão do município por meio do debate e da observação dos diferentes
interesses envolvido. Aposta-se, portanto, que a presença da sociedade civil
organizada nos espaços de decisão traz maior possibilidade de êxito socioambiental
nas ações do poder público.
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6. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES PARA A GESTÃO
6.1 Programa: Educação Ambiental para Saneamento
O Programa Educação Ambiental em Saneamento, cumpre o papel de trazer para a
prática da gestão dos serviços públicos de saneamento básico, o que institui a Política
Nacional de Educação Ambiental (PNEA), a Lei Federal nº 9.795/99. Em seu art. 1º,
é dito que:
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Por sua vez, a Política Estadual de Educação Ambiental do Estado da Bahia,
sancionada pela Lei Estadual nº. 12.056, de 07 de janeiro de 2011, em consonância
com Política e o Programa Nacional de Educação Ambiental, traz, como propósitos
da educação ambiental, “a sensibilização, reflexão e construção de valores, saberes,
conhecimentos, atitudes e hábitos, visando uma relação sustentável da sociedade
humana com o ambiente que integra”.
Essa aproximação entre as políticas públicas de saneamento e educação ambiental é
fundamental, quando pode cooperar com a melhoria da qualidade de vida
ecologicamente sustentável. Além disso, traz o desafio e a oportunidade das práticas
de saneamento se reformularem a partir da educação ambiental, fortalecendo seus
princípios e objetivos em todos os aspectos relacionados ao saneamento básico, sua
gestão, infraestrutura, serviços, tecnologias, práticas cotidianas, demanda dos
usuários, trabalhadores, uso e ocupação do solo, relação com o meio ambiente, entre
outros.
Diante desses entendimentos a educação ambiental se mostra um valioso instrumento
para a sensibilização social e, consequentemente, para a mudança de hábitos
insustentáveis e construção de valores pautados no respeito à natureza e à vida. Outro
aspecto relevante é a capacidade de criar estratégias para a formação de
multiplicadores e fortalecimento da mobilização social, no sentido de enfrentar as
desigualdades e as deficiências nos serviços públicos de saneamento básico.
Assim, frente a importância das ações educativas para a preservação do patrimônio
ambiental, fundamental para a provisão dos serviços de saneamento, são
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apresentados projetos para oportunizar a inclusão das estratégias trazidas pela
Educação Ambiental, colaborando no cumprimento do que preconiza o Art. 2º da
PNEA, principalmente no que tange ao valor do caráter formal e não formal do
processo educativo para o desenvolvimento da educação ambiental.
Assim, o objetivo do programa é estimular a população a refletir sobre as questões do
saneamento básico e a adotar práticas que contribuam para a promoção da qualidade
ambiental, a preservação dos ecossistemas, a prestação efetiva dos serviços de
saneamento básico e a promoção da saúde.
6.1.1 Projeto: Educação Ambiental nas Escolas
A escola como espaço privilegiado da construção do saber tem grande
responsabilidade com o desenvolvimento social voltado para a estruturação de uma
sociedade sustentável. Dessa maneira, oferece um ambiente relacional fértil para a
consolidação de novos padrões de entendimento do mundo que formarão a identidade
da população a longo prazo. Durante esse processo espera-se desenvolver o
sentimento de pertencimento e integração, que favorecem as dinâmicas locais e
ampliam a influência mutua entre professores, alunos, famílias e comunidade.
Por esses motivos a escola é o lugar ideal para promover o processo participativo de
aprendizagem no conhecimento em educação ambiental, de forma a fazer uma leitura
crítica da realidade, e contribuir com “a necessidade social de se mudar atitudes,
habilidades e valores e não apenas comportamentos (LOUREIRO, 2007, p. 67)”.
Nesse sentido é possível estabelecer, a médio e longo prazo, a cultura do
entendimento das políticas públicas municipais, seu “modus operandi”, a contribuição
necessária da sociedade civil para sua realização, o papel dos diferentes poderes em
sua implementação, entre outros aspectos relevantes.
Com fortalecimento dessa prática se considera possível induzir uma ampliação da
qualidade de atuação da sociedade civil na ação do Estado a partir do ambiente
escolar formal. Esse espaço formal, com suas peculiaridades, permite uma interação
rotineira entre gestores e sociedade na proposição de melhorias para as questões
referentes ao saneamento básico, ao direito à cidade, à sustentabilidade social e
ambiental.
Portanto, este projeto tem como objetivo utilizar o espaço educacional para o
desenvolvimento das práticas de Educação Ambiental com foco no saneamento
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básico tendo como referência o Programa Nacional de Educação Ambiental e Política
Nacional de Educação Ambiental. As ações a serem contempladas nesse projeto são:
Implantar Agenda 21 escolar, Sala-verde, Coletivos Educadores e a Comissão
de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas – COM;
Capacitar os docentes a realizar as atividades pedagógicas para o processo de
sensibilização dos alunos;
Promover gincanas escolares abordando o tema políticas públicas, meio
ambiente e saneamento;
Promover Feira de Ciências abordando o saneamento básico no município;
Promover atividades extracurriculares para visita às instituições públicas
responsáveis pela implantação das políticas públicas;
Promover debates para contribuição nas conferências municipais das políticas
públicas do município;
Realizar concursos anuais com premiação que estimulem os estudantes a
colocarem em pratica ações relacionadas à cidadania (participação em
audiências públicas, em conferências municipais, participação ativa em
associações de bairros e/ou entidades estudantis) ao meio ambiente (plantio
de uma arvore nativa e cuidados necessários ao seu desenvolvimento, seja em
locais públicos ou no seu quintal, atuação em projetos de recuperação,
proteção e conservação do meio ambiente e seus ecossistemas naturais) e ao
saneamento básico (redução gradativa do volume de água ou do consumo de
energia na sua casa; técnicas de reuso de aguas servidas, coleta seletiva em
sua casa e doação para o catador de recicláveis, compostagem doméstica,
participação em projetos voltados para melhoria do saneamento básico, entre
outras), com apresentação em eventos nas escolas (feira de ciências, gincana);
6.1.2 Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades
Tradicionais
A Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais (PCT) visa
fortalecer as potencialidades de sua organização social e fomentar a participação ativa
nas ações correlatas à preservação do meio ambiente e seus ecossistemas,
fundamentais para existência dessa população. Um aspecto relevante para essa
tarefa e a universalização do acesso a soluções de saneamento básico, já que ao
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mesmo tempo o acesso ao saneamento traz qualidade de vida a essas populações,
promove saúde, e impede a poluição ou contaminação do ambiente. Dessa forma, o
projeto deve propiciar a troca de saberes do gestor com essa população a fim de
colaborar na formação política, social, econômica e ambiental voltada para a
cidadania, meio ambiente e saneamento.
Portanto, o objetivo deste projeto é sensibilizar os povos e comunidades tradicionais
(identificadas no item 8.4 do Vol. 1 do Produto 2) para a valorização dos
patrimônios/riquezas ambientais, envolvendo diretamente os moradores, através de
atividades, discussões participativas e ações individuais e coletivas, a saber:
Realizar oficinas de educação sanitária e ambiental para o consumo
sustentável das riquezas naturais, e a relação do saneamento básico com a
saúde;
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais na
implantação e técnicas de manutenção das soluções individualizadas de
esgotamento sanitário apropriadas a sua realidade;
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais para a
coleta seletiva de resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento e
compostagem dos resíduos orgânicos para utilização em hortas;
Propiciar nas comunidades a adoção de espaços para atividades práticas
relacionadas à temática ambiental, tais como viveiros, horta comunitária, entre
outros;
Colaborar em atividades relacionadas à preservação e conservação dos
ecossistemas naturais e seus serviços ecossistêmicos
6.1.3 Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento
Eficiente, Eficaz e Efetivo
A Lei nº 11.445/2007 prevê que as ações de saneamento básico deverão atender ao
princípio da integralidade, a fim de que seja alcançada a eficiência, eficácia e
efetividade necessárias. Nesse sentido, objetiva-se compor um projeto que contenha
ações em educação sanitária e ambiental capazes de contribuir positivamente em
todos os componentes do saneamento, de modo que a população tenha claramente
a compreensão integrada desses serviços.
81 Plano Municipal de Saneamento Básico
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Nessas razões, entende-se que o referido projeto deve ser realizado de maneira
continuada, com auxílio da Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a
sociedade civil organizada e com a população em geral através de projetos de
educação popular em saúde e saneamento básico, utilizando-se de metodologias
interativas, nos bairros e localidades de cada distrito do município para realizar ações
para cada um dos seguintes temas:
Responsabilidade ambiental quanto à preservação dos mananciais superficiais
e subterrâneos inseridos no território do município, enfatizando os benefícios
da preservação de matas ciliares e não poluição das águas;
Uso racional da água abordando exemplo práticos de como e porquê da
importância do consumo consciente, evitando desperdícios e demostrando a
relação do consumo de água com a geração de esgoto;
Práticas de reuso de água no domicilio para diminuir a geração de esgotos;
Implicações da prática de fraudes na rede de distribuição de água;
Práticas adequadas de manuseio e higienização de reservatórios domiciliares,
abordando a importância deste para suprir a demanda em casos de
paralizações no fornecimento de água;
Cobrança de tarifa, destacando sua legalidade e sua importância na garantia
da qualidade e segurança do serviço;
Importância e a exigência legal de promover a ligação à rede pública de esgoto
após sua implantação;
Ilegalidade de realizar ligações de esgoto em rede pluvial quando se trata de
sistema separador absoluto;
Importância da adesão à coleta seletiva, orientando sobre a correta separação
entre os resíduos secos, úmidos e os rejeitos, os dias e horários de coleta;
Riscos do lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas,
margens de rios) e nas vias públicas em dias e horários que não possuem
coleta e sua relação com problemas relacionados a drenagem (alagamentos,
inundação) e saúde pública (dengue, zika vírus, febre chikungunya, entre
outras);
Adoção de soluções individuais de esgotamento sanitário destacando as
vantagens quanto à fertirrigação e consequente produção de alimentos na zona
rural;
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Riscos da ocupação em áreas propícias à alagamentos e inundações,
abordando as legislações que coíbem essa prática;
Divulgação do IPTU verde, instituído pelo decreto municipal nº 5657/14,
demostrando suas vantagens e quais os procedimentos para obtê-lo e de
outros instrumentos que venham a surgir;
6.1.4 Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona
Rural
A zona rural do município de Camaçari possui alto déficit de cobertura dos serviços
de saneamento, e essa realidade segue o padrão do cenário nacional, que apresenta
carência histórica de políticas públicas direcionadas à essa região. Diante desse
cenário, no âmbito do PMSB foram propostos projetos em todas as componentes do
saneamento básico a fim de contemplar e diminuir/erradicar o déficit de acesso aos
serviços da população da zona rural.
No entanto, para que as ações planejadas para execução na zona rural sejam
realmente efetivas, eficazes e eficientes, como preconiza a Lei n° 11.445/2007, surge
a necessidade de atrelar à essa implantação ações de educação continuada. As
vivencias em educação popular em saúde e saneamento básico têm intuito de
despertar e sensibilizar a população a despeito da importância do adequado uso e
manutenção das tecnologias adotadas, além da importância de desenvolver a
mobilização social e o senso de responsabilidade e cooperação quanto à preservação
do meio ambiente e o pertencimento ao local.
Posto isto, as ações propostas para o presente projetos são:
Promover campanhas de educação ambiental com foco no fortalecimento da
relação da comunidade com o meio ambiente, a fim de despertar o juízo de
responsabilização e participação quanto à preservação do meio ambiente,
inclusive dos mananciais superficiais e subterrâneos;
Promover a capacitação dos atores sociais das comunidades rurais envolvidos
na construção de soluções individuais de esgotamento sanitário, abordando
aspectos construtivos e de operação e manutenção. As oficinas de capacitação
devem incentivar, sempre que possível, a adoção de soluções individualizadas
de esgotamento atreladas à produção de alimentos;
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Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias
contempladas com a construção dos módulos sanitários/banheiros secos com
intuito de incentivar o uso adequado da tecnologia implantada;
Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias
contempladas com a implantação de soluções individuais de esgotamento
sanitário com foco no uso adequado da tecnologia e na manutenção e
operação necessárias ao seu perfeito funcionamento. Deve, ainda, ser
abordada a importância da adoção de soluções individualizadas para o
esgotamento sanitário e as implicações do lançamento de esgoto bruto no solo
e nos mananciais;
Promover a capacitação dos membros das comunidades rurais para a coleta
seletiva de resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento e
compostagem dos resíduos orgânicos para utilização em hortas. Abordando,
ainda, as implicações do lançamento de resíduos sólidos em locais
inadequados (encostas e margens de rios) e suas implicações na drenagem e
na saúde pública;
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de alertar sobre os
riscos de ocupação de áreas propícias à alagamentos e inundações,
abordando as legislações que coíbem essa prática;
6.2 Programa Fortalecimento da Gestão
Para viabilizar a gestão dos serviços, observando todos os princípios e objetivos dos
instrumentos legais da área, não bastam apenas ações estruturais onde são
implantados sistemas e soluções físicas de saneamento básico. É necessário
também investimento em ações estruturantes que garantem o sucesso de outras
dimensões da realidade que dão suporte à operacionalização desses serviços.
A capacidade técnica e de infraestrutura do gestor dos serviços é um dos pontos
fundamentais para o sucesso de um serviço público, universal e sustentável,
ambiental, social e economicamente.
Portanto, esse programa visa promover a estruturação da gestão dos serviços de
saneamento básico, envolvendo o planejamento, a prestação, a fiscalização, a
regulação, além do controle social, que garanta eficácia, eficiência e efetividade da
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universalização do acesso aos serviços fazendo melhor uso do recurso público.
Pretende, também, dotar o município de leis e instrumentos de planejamento que
disciplinam as formas de ocupação do território. Além disso, se propõe a estimular a
articulação entre os diversos setores da administração pública municipal na oferta
dos serviços de saneamento básico.
6.2.1 Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas
Para viabilizar a estruturação da gestão no município de Camaçari é necessário
realizar ações que promovam a melhoria da gestão das diferentes políticas públicas
implantadas no município no âmbito da SEDUR. Nesse sentido, para viabilizar a
integração e fortalecimento da gestão integrada municipal são necessárias as
seguintes ações:
Fortalecer e valorizar a atuação da Coordenação responsável pelo
planejamento das políticas públicas, CPL/SEDUR, de maneira a torná-la
atuante na integração do planejamento municipal;
Fortalecer e valorizar a atuação da gerência responsável pela integração do
planejamento das políticas públicas urbanas, GEPLU/CPL/SEDUR ,de maneira
a torná-lo atuante na integração da gestão municipal;
Revisar e atualizar os regimentos internos dos órgãos do poder público
municipal de maneira a refletir as atividades e atribuições que devem ser
realizadas pelos diversos setores existentes sem sobreposição e/ou
redundância;
Realizar contratação e/ou remanejamento interno para formação de equipe
técnica mínima necessária para a gestão integrada das políticas públicas
realizada pela CPL;
Realizar capacitação da equipe técnica responsável pela gestão integrada das
políticas públicas municipais;
Implantar rotina para a compilação das ações realizadas pelas diferentes
secretárias;
Implantar o Cadastro Territorial Multifinalitário, que integre as diferentes
informações relativas às infraestruturas existentes no território do município
(cadastro de infraestrutura urbanas; informações geradas pelos prestadores de
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serviços; informações de monitoramento social e ambiental; dados oriundos
das ações de licenciamento e fiscalização);
Definir em quais gerências da CPL deverão estar alocadas as macro-atividades
do Cadastro Multifinalitário; da Articulação Institucional; da Gestão de Projetos
e Ações; e da Integração da gestão.
Pretende-se com esse projeto promover a intersetorialidade das políticas públicas, a
fim de alcançar a eficiência, eficácia e efetividade da gestão municipal.
6.2.2 Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico
Diante da relevância dos serviços públicos de saneamento básico para garantir
qualidade de vida e cidadania é de grande importância que o poder público consiga
realizar a sua gestão de maneira a garantir o atendimento das condições de qualidade
e quantidade previstas em Lei para a sua gestão. Nesse sentido, a fim de implementar
as funções de gestão em saneamento básico, conforme preconiza a política pública
da área, esse projeto propõe ações de estruturação no âmbito do poder público
municipal para torná-lo capaz de conduzir a gestão dos serviços de forma plena e
organizada. Para realizar esse projeto propõe as seguintes ações:
Implantar a Política Municipal de Saneamento Básico;
Instituir órgão responsável pela condução da Gestão (planejamento, prestação
de serviço, regulação, fiscalização e controle social das ações de saneamento),
a Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN), conforme descrito no item
5.1 deste documento;
Elaborar regimento interno para a atuação da CSAN;
Realizar contratação e/ou realocação de equipe técnica para compor a CSAN,
responsável pela condução da gestão dos serviços de saneamento;
Realizar capacitação da equipe técnica responsável pela gestão dos serviços
de saneamento com foco na sustentabilidade socioambiental, técnico política;
Promover rotina de integração entre as secretarias que realizam ações afins ao
saneamento básico;
Acompanhar o órgão responsável pela regulação e fiscalização da prestação
dos serviços de saneamento básico;
Realizar estudos sobre a equipe mínima necessária para a prestação de
serviços por soluções alternativas de água e esgoto da zona rural.
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Realizar estudo sobre política tarifária compatível com o caráter do serviço e a
renda da população, com o objetivo de garantir a sustentabilidade econômico-
financeira na prestação dos serviços;
Colaborar na estruturação da Coordenação de Meio Ambiente para que exija
nos processos de licenciamento ambiental a elaboração de planos de
gerenciamento de resíduos (PGRS) da construção civil, de saúde das unidades
públicas e de outras atividades que sejam previstas pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos;
Promover a articulação com outros municípios na formação de consórcio para
a gestão dos resíduos sólidos;
Instituir comitê intersetorial para avaliação anual do PMSB juntamente com a
equipe responsável pelo planejamento das ações de saneamento.
Colaborar com a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador
no que se refere aos serviços públicos de saneamento básico.
Coletar, organizar e divulgar dados e informações sobre os serviços públicos
de saneamento básico no âmbito do Cadastro Multifinalitário Municipal.
Pretende-se com esse projeto integrar os serviços de saneamento básico a fim de
alcançar a eficiência, eficácia e efetividade na gestão dos serviços de saneamento
com foco no desenvolvimento social e ambientalmente adequados ao município.
6.2.3 Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social
A gestão do saneamento básico deve acontecer, irrevogavelmente, com participação
e controle social, em razão de integrar “uma medida essencial à vida humana e à
proteção ambiental que, como ação eminentemente coletiva, em face da repercussão
da sua ausência, constitui-se como uma meta social” (BORJA; MORAES, 2005, p.
14).
A definição de controle social é dada pela Lei Federal nº 11.445/07, sendo:
Art. 3º - Para os efeitos desta Lei, considera-se:
[...]
IV - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que
garantem à sociedade informações, representações técnicas e
participações nos processos de formulação de políticas, de
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planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de
saneamento básico;
[...]
Já a participação social é
[...] entendida como um processo (contínuo, permanente, conflituoso
e de longo prazo) que visa estimular e contribuir com os indivíduos e
grupos sociais, no sentido de desenvolverem senso de
responsabilidade e de urgência com relação aos problemas
socioambientais para assegurar a ação apropriada e a tomada de
decisão para solucioná-los [...] (MORAES, 2013, slide 4).
Presentes como princípios fundamentais às Diretrizes Nacionais para o Saneamento
Básico e regulamentados anos depois, com o Conselho Nacional das Cidades
(Decreto Federal nº 5.790/06), estes dois mecanismos – participação e controle social
– fortalecem o desenvolvimento urbano sustentável e a manutenção de um espaço
cidadão. Logo, são fundamentais para o desenvolvimento da gestão do saneamento
básico.
Por este juízo que se faz necessário garantir tais instrumentos de expressão da
democracia, de maneira a se obter maior transparência das informações e poder
decisório quanto ao bem público. Trata-se, então, de oportunizar a sociabilidade
política, onde o cidadão ocupa o centro do processo (ASSIS, KANTORSKI,
TAVARES, 1995, p. 333). Para que este papel seja eficaz, eficiente e efetivo, todavia,
a responsabilidade social deve ser continua e transversal. Em outras palavras, é
preciso que a sociedade estreite seu compromisso com o saneamento, consolidando
uma gestão cidadã.
Assim, para o fortalecimento desses princípios propõe-se as seguintes ações:
Definir em instrumento legal a instância de controle social (uma possibilidade é
a Câmera Técnica de Saneamento) para exercer seu papel na gestão dos
serviços de saneamento – planejamento, prestação, regulação e fiscalização;
Promover espaços de reuniões entre lideranças comunitárias, agentes de saúde
que trabalham no dia a dia com a população, representantes da prestadora de
serviços e poder público, como canal de diálogo para compartilhamento de
informes, problemas e demandas;
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Realizar de conferências temáticas, no mínimo a cada revisão dos Planos
Camaçari, com cronograma e programação divulgados ampla e
antecipadamente, visando fomentar o encontro de empresários, sociedade,
prestadora de serviços e poder público para a construção de estratégias que
garantam os princípios de universalização, integralidade, equidade e controle
social no saneamento;
Promover debates públicos sobre a possibilidade de criação de um Índice
Municipal de Responsabilidade Social - IMRS, validado por lei, cuja função seja
servir de instrumento de gestão, contemplando dimensões/indicadores
pertinentes, como o saneamento, a exemplo do Índice Paulista e o Índice Mineiro
de Responsabilidade Social.
6.2.4 Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento
Com a estruturação da gestão dos serviços públicos de saneamento básico a
integração entre os diferentes atores atuantes na área deverá passar a ser realizar de
maneira integrada, intersetorial e alinhada coletivamente. Contudo, é interessante que
paralelamente às ações de estruturação da gestão dos serviços de saneamento
básico sejam desenvolvidas ações que garantam a experimentação na prática de
modificações no modus operandi que possam, inclusive, colaborar com a melhoria
dos pontos de deficiência existentes no município. Nesse sentido, esse projeto vem
propor ações que permitam de logo realizar aproximações e implantar rotinas que
melhorem o diálogo entre os atores envolvidos na gestão dos serviços de saneamento
básico. Assim, as ações propostas são:
Desenvolver estratégias para o fomento à integração entre Embasa, Cerb,
Prefeitura (representada por secretarias) e instância de controle social;
Utilizar um sistema virtual de informação em Plataforma Web (uma possibilidade é
a Plataforma SAMBA), dedicado à abordagem atualizada do saneamento de
Camaçari, com intuito de facilitar a gestão, bem como a transparência com a
população.
Prever formação de mão de obra qualificada para atualização e manutenção da
Plataforma WEB dedicado à abordagem do saneamento.
Aprimorar o canal de diálogo, facilitando o intercâmbio de comunicações
internas;
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Pressionar a AGERSA para a inclusão das demais componentes do saneamento
(drenagem e manejo de resíduos sólidos) em seu Manual de Fiscalização;
6.2.5 Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao
saneamento básico
O município de Camaçari apesar de possuir alguns instrumentos legais e de
planejamento responsáveis por pensar as questões urbanas e de serviços públicos,
não tem conseguido o alcance e a efetividade desejada e necessária.
Assim, este projeto pretende fortalecer no Município a utilização dos instrumentos de
planejamento com o objetivo de melhoria dos diferentes serviços, e consolidação da
prática de integração do planejamento das políticas públicas na rotina da gestão
municipal.
Para isso deve focar nas seguintes ações:
Revisar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU);
Estudar e compatibilizar a Lei de Uso e Ocupação do Solo com os instrumentos
de planejamento de outras áreas;
Adotar as Áreas de Interesse para o Saneamento Básico (AISB) como zonas
previstas no PDDU e na Luos municipal;
Estabelecer calendário de reuniões entre os conselhos municipais de políticas
públicas para realizar reflexões intersetoriais sobre as questões de
desenvolvimento urbano, ambiental e social do município;
Revisar os instrumentos legais de disciplinamento do município a luz dos novos
instrumentos de planejamento que estão sendo elaborados.
Divulgar e estimular o uso do dispositivo legal que concede descontos no IPTU,
àqueles moradores que implantarem as medidas ambientais previstas em lei
nos seus domicílios.
Atualizar e aperfeiçoar o dispositivo legal que concede descontos no IPTU a
domicílios que adotem medidas ambientais, para que nas medidas ambientais
sejam incorporadas mais ações relacionadas a soluções sustentáveis em
saneamento básico, principalmente em drenagem urbana, esgotamento
sanitário e manejo de resíduos sólidos.
No quadro a seguir (Quadro 13) apresenta-se o resumo dos Programas, Projetos e
Ações para a Gestão dos Serviços de Saneamento Básico em Camaçari.
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Quadro 13 – Síntese dos Programas, Projetos e Ações para a Gestão.
Justificativa Condicionantes Abrangência Ações
PROGRAMA: GESTÃO SUSTENTÁVEL
Projeto: Educação Ambiental nas Escolas
Despertar a conscientização e sentido
de responsabilização e pertencimento ao meio ambiente nos jovens.
Engajamento do poder público na
execução das ações e articulação da
população
Municipal
Implantar Agenda 21 escolar, Sala-verde, Coletivos Educadores e a Comissão de Meio Ambiente e
Qualidade de Vida nas Escolas – COM.
Capacitar os docentes a realizar as atividades pedagógicas para o processo de sensibilização dos
alunos.
Promover gincanas escolares abordando o tema políticas públicas, meio ambiente e saneamento.
Promover Feira de Ciências abordando o saneamento básico.
Promover atividades extracurriculares para visita às instituições públicas responsáveis pela implantação
das políticas públicas.
Promover debates para contribuição nas conferências municipais das políticas públicas do município.
Realizar concursos anuais com premiação que estimulem os estudantes a colocarem em pratica ações relacionadas à cidadania (participação em audiências públicas, em conferências municipais, participação ativa em associações de bairros e/ou entidades estudantis) ao meio ambiente (plantio de uma arvore nativa e cuidados necessários ao seu
desenvolvimento, seja em locais públicos ou no seu quintal, atuação em projetos de recuperação, proteção e conservação do meio ambiente e seus ecossistemas naturais) e ao saneamento básico (redução gradativa do volume de água ou do consumo de energia na sua
casa; técnicas de reuso de aguas servidas, coleta seletiva em sua casa e doação para o catador de
recicláveis, compostagem doméstica, participação em projetos voltados para melhoria do saneamento básico,
entre outras), com apresentação em eventos nas escolas (feira de ciências, gincana).
Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais
Fortalecer as potencialidades da
organização social e fomentar a participação
ativa nas ações correlatas à preservação do meio
ambiente e seus ecossistemas,
fundamentais para existência dessa
população
Engajamento do poder público na
execução das ações e articulação da
população
Povos e comunidade tradicionais
Realizar oficinas de educação sanitária e ambiental para o consumo sustentável das riquezas naturais, e a
relação do saneamento básico com a saúde.
Fortalecer as potencialidades da
organização social e fomentar a participação
ativa nas ações correlatas à preservação do meio
ambiente e seus
Engajamento do poder público na
execução das ações e articulação da
população
Povos e comunidade tradicionais
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais na implantação e técnicas de
manutenção das soluções individualizadas de esgotamento sanitário apropriadas a sua realidade. As oficinas de capacitação devem, sempre que possível,
incentivar a adoção de soluções de esgotamento atreladas à produção de alimentos.
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Justificativa Condicionantes Abrangência Ações
ecossistemas, fundamentais para existência dessa
população
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais para a coleta seletiva de
resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento e compostagem dos resíduos
orgânicos para utilização em hortas. Na oportunidade das oficinas de capacitação, devem ser abordados os riscos de lançamento de resíduos sólidos em locais
inadequados (encostas e margens de rios) e as implicações na drenagem e na saúde pública.
Propiciar nas comunidades a adoção de espaços para atividades práticas relacionadas à temática ambiental,
tais como viveiros, horta comunitária, entre outros.
Colaborar em atividades relacionadas à preservação e conservação dos ecossistemas naturais e seus
serviços.
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de alertar sobre os riscos de ocupação de áreas propícias à alagamentos e inundações, abordando as
legislações que coíbem essa prática.
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona Urbana
Promover ações em educação sanitária e ambiental capazes de
contribuir positivamente em todas as componentes do saneamento, de modo que as ações previstas
sejam executadas visando a melhoria da qualidade de vida dos moradores.
Fiscalização e engajamento do poder público na execução
das ações e articulação da
população
Zona urbana do município
Responsabilidade ambiental quanto à preservação dos mananciais superficiais e subterrâneos inseridos no território do município, enfatizando os benefícios da preservação de matas ciliares e não poluição das
águas.
Uso racional da água abordando exemplo práticos de como e porquê da importância do consumo consciente,
evitando desperdícios e demostrando a relação do consumo de água com a geração de esgoto.
Práticas de reuso de água no domicilio para diminuir a geração de esgotos.
Práticas adequadas de manuseio e higienização de reservatórios domiciliares, abordando a importância
deste para suprir a demanda em casos de paralizações no fornecimento de água.
Implicações da prática de fraudes na rede de distribuição de água.
Cobrança de tarifa de água e esgoto, destacando sua legalidade e sua importância na garantia da qualidade
e segurança do serviço.
Importância e a exigência legal de promover a ligação à rede pública de esgoto após sua implantação.
Ilegalidade de realizar ligações de esgoto em rede pluvial quando se trata de sistema separador absoluto.
Conforme avanço da implantação da rede pública de coleta de esgoto promover campanhas com intuito de despertar a conscientização a despeito da importância
da ligação à rede de esgoto e desativação das soluções individuais.
Promover ações em educação sanitária e ambiental capazes de
contribuir positivamente em todas as componentes do saneamento, de modo que as ações previstas
sejam executadas visando
Fiscalização e engajamento do poder público na execução
das ações e articulação da
população
Zona urbana do município
Importância da adesão à coleta seletiva, orientando sobre a correta separação entre os resíduos secos, úmidos e os rejeitos, os dias e horários de coleta.
Riscos do lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas, margens de rios) e nas vias
públicas em dias e horários que não possuem coleta e sua relação com problemas relacionados a drenagem (alagamentos, inundação) e saúde pública (dengue,
zika vírus, febre chikungunya, entre outras).
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Justificativa Condicionantes Abrangência Ações
a melhoria da qualidade de vida dos moradores.
Riscos da ocupação em áreas propícias à alagamentos e inundações, abordando as legislações
que coíbem essa prática.
Divulgação do IPTU verde, instituído pelo decreto municipal nº 5657/14, demostrando suas vantagens e
quais os procedimentos para obtê-lo e de outros instrumentos que venham a surgir.
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona Rural
Promover ações em educação sanitária e ambiental capazes de
contribuir positivamente em todas as componentes do saneamento, de modo que as ações previstas
sejam executadas visando a melhoria da qualidade de vida dos moradores.
Fiscalização e engajamento do poder público na execução
das ações e articulação da
população
Zona rural do município
Promover campanhas de educação ambiental com foco no fortalecimento da relação da comunidade com
o meio ambiente, a fim de despertar o juízo de responsabilização e participação quanto à preservação
do meio ambiente, inclusive dos mananciais superficiais e subterrâneos.
Promover a capacitação dos atores sociais das comunidades rurais envolvidos na construção de soluções individuais de esgotamento sanitário,
abordando aspectos construtivos e de operação e manutenção. As oficinas de capacitação devem
incentivar, sempre que possível, a adoção de soluções individualizadas de esgotamento atreladas à produção
de alimentos.
Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias contempladas com a construção dos
módulos sanitários/banheiros secos com intuito de incentivar o uso adequado da tecnologia implantada.
Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias contempladas com a implantação de
soluções individuais de esgotamento sanitário com foco no uso adequado da tecnologia e na manutenção
e operação necessárias ao seu perfeito funcionamento. Deve, ainda, ser abordada a
importância da adoção de soluções individualizadas para o esgotamento sanitário e as implicações do
lançamento de esgoto bruto no solo e nos mananciais.
Promover a capacitação dos membros das comunidades rurais para a coleta seletiva de resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento e
compostagem dos resíduos orgânicos para utilização em hortas. Abordando, ainda, as implicações do
lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas e margens de rios) e suas implicações na
drenagem e na saúde pública.
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de alertar sobre os riscos de ocupação de áreas propícias à alagamentos e inundações, abordando as
legislações que coíbem essa prática.
Programa: Fortalecimento da Gestão
Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas
Melhoria na gestão das diferentes políticas
públicas para viabilizar a estruturação da gestão no
município de Camaçari
Engajamento do poder público
Municipal
Fortalecer e valorizar a atuação da Coordenação responsável pelo planejamento das políticas públicas,
CPL/SEDUR, de maneira a torná-la atuante na integração do planejamento municipal.
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SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Justificativa Condicionantes Abrangência Ações
Fortalecer e valorizar a atuação da gerência responsável pela integração do planejamento das
políticas públicas urbanas, GEPLU/CPL/SEDUR, de maneira a torná-lo atuante na integração da gestão
municipal.
Revisar e atualizar os regimentos internos dos órgãos do poder público municipal de maneira a refletir as atividades e atribuições que devem ser realizadas
pelos diversos setores existentes sem sobreposição e/ou redundância.
Realizar contratação e/ou remanejamento interno para formação de equipe técnica mínima necessária para a gestão integrada das políticas públicas realizada pela
CPL.
Realizar capacitação da equipe técnica responsável pela gestão integrada das políticas públicas
municipais.
Implantar rotina para a compilação das ações realizadas pelas diferentes secretarias.
Implantar o Cadastro Territorial Multifinalitário, que integre as diferentes informações relativas às
infraestruturas existentes no território do município (cadastro de infraestrutura urbanas; informações
geradas pelos prestadores de serviços; informações de monitoramento social e ambiental; dados oriundos das
ações de licenciamento e fiscalização).
Definir em quais gerências da CPL deverão estar alocadas as macro-atividades do Cadastro
Multifinalitário; da Articulação Institucional; da Gestão de Projetos e Ações; e da Integração da gestão.
Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento
Estruturação no âmbito do poder público municipal para torná-lo capaz de conduzir a gestão dos
serviços de forma plena e organizada
Engajamento do poder público
Municipal
Implantar a Política Municipal de Saneamento Básico.
Instituir órgão responsável pela condução da Gestão (planejamento, prestação de serviço, regulação,
fiscalização e controle social das ações de saneamento), a Coordenadoria de Saneamento
(CSAN), conforme descrito no item 5.1.
Elaborar regimento interno para a atuação da CSAN.
Realizar contratação e/ou realocação de equipe técnica para compor a CSAN, responsável pela
condução da gestão dos serviços de saneamento.
Realizar capacitação da equipe técnica responsável pela gestão dos serviços de saneamento com foco na
sustentabilidade socioambiental, técnico política.
Promover rotina de integração entre as secretarias que realizam ações afins ao saneamento básico.
Estruturação no âmbito do poder público municipal para torná-lo capaz de conduzir a gestão dos
serviços de forma plena e organizada
Engajamento do poder público
Municipal
Acompanhar o órgão responsável pela regulação e fiscalização da prestação dos serviços de saneamento
básico.
Realizar estudos sobre a equipe mínima necessária para a prestação de serviços por soluções alternativas
de água e esgoto da zona rural.
Realizar estudo sobre política tarifária compatível com o caráter do serviço e a renda da população, com o objetivo de garantir a sustentabilidade econômico-
financeira na prestação dos serviços.
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Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Justificativa Condicionantes Abrangência Ações
Colaborar na estruturação da Coordenação de Meio Ambiente para que exija nos processos de
licenciamento ambiental a elaboração de planos de gerenciamento de resíduos (PGRS) da construção civil, de saúde das unidades públicas e de outras
atividades que sejam previstas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Promover a articulação com outros municípios na formação de consórcio para a gestão dos resíduos
sólidos.
Instituir comitê intersetorial para avaliação anual do PMSB e PMGIRS juntamente com a equipe
responsável pelo planejamento das ações de saneamento.
Colaborar com a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador no que se refere aos
serviços públicos de saneamento básico.
Coletar, organizar e divulgar dados e informações sobre os serviços públicos de saneamento básico no
âmbito do Cadastro Multifinalitário Municipal.
Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social
Fortalecimento da gestão participativa e integrada
com o poder público para execução plena das
intervenções previstas, cumprindo a meta social
Engajamento do poder público e articulação da
população
Municipal
Definir em instrumento legal a instância de controle social (uma possibilidade é a Câmara Técnica de
Saneamento) para exercer seu papel na gestão dos serviços de saneamento – planejamento, prestação,
regulação e fiscalização.
Promover espaços de reuniões entre lideranças comunitárias, agentes de saúde que trabalham no dia a dia com a população, representantes da prestadora de serviços e poder público, como canal de diálogo para compartilhamento de informes, problemas e
demandas.
Realizar conferências temáticas, no mínimo a cada revisão dos Planos, com cronograma e programação
divulgados ampla e antecipadamente, visando fomentar o encontro de empresários, sociedade,
prestadora de serviços e poder público para a construção de estratégias que garantam os princípios de universalização, integralidade, equidade e controle
social no saneamento.
Promover debates públicos sobre a possibilidade de criação de um Índice Municipal de Responsabilidade Social - IMRS, validado por lei, cuja função seja servir
de instrumento de gestão, contemplando dimensões/indicadores pertinentes, como o
saneamento, a exemplo do Índice Paulista e o Índice Mineiro de Responsabilidade Social.
Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento
Realizar aproximações e implantar rotinas que
melhorem o diálogo entre os atores envolvidos na gestão dos serviços de
saneamento básico
Engajamento do poder público
Municipal
Desenvolver estratégias para o fomento à integração entre Embasa, Cerb, Prefeitura (representada por
secretarias) e instância de controle social.
Utilizar um sistema virtual de informação em Plataforma Web (uma possibilidade é a Plataforma
SAMBA), dedicado à abordagem atualizada do saneamento de Camaçari, com intuito de facilitar a
gestão, bem como a transparência com a população.
Prever formação de mão de obra qualificada para atualização e manutenção da Plataforma WEB
dedicada à abordagem do saneamento.
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Justificativa Condicionantes Abrangência Ações
Aprimorar o canal de diálogo, facilitando o intercâmbio de comunicações internas.
Pressionar a AGERSA para a inclusão das demais componentes do saneamento (drenagem e manejo de
resíduos sólidos) em seu Manual de Fiscalização.
Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao saneamento básico
Fortalecer no Município a utilização dos
instrumentos de planejamento com o
objetivo de melhoria dos diferentes serviços, e
consolidação da prática de integração do planejamento das políticas públicas
Engajamento do poder público
Municipal
Revisar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).
Estudar e compatibilizar a Lei de Uso e Ocupação do Solo com os instrumentos de planejamento de outras
áreas.
Adotar as áreas de interesse para o saneamento básico como zonas previstas no PDDU e na Lous
municipal.
Estabelecer calendário de reuniões entre os conselhos municipais de políticas públicas para realizar reflexões intersetoriais sobre as questões de desenvolvimento
urbano, ambiental e social do município.
Revisar os instrumentos legais de disciplinamento do município a luz dos novos instrumentos de planejamento que estão sendo elaborados.
Divulgar e estimular o uso do dispositivo legal que concede descontos no IPTU, àqueles moradores que implantarem as medidas ambientais previstas em lei
nos seus domicílios.
Atualizar e aperfeiçoar o dispositivo legal que concede descontos no IPTU a domicílios que adotem medidas ambientais, para que nas medidas ambientais sejam
incorporadas mais ações relacionadas a soluções sustentáveis em saneamento básico, principalmente
em drenagem urbana, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos.
Fonte: Saneando Engenharia e Consultoria, 2016.
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7. ESTIMATIVAS DOS RECURSOS NECESSÁRIOS AOS INVESTIMENTOS
A estimativa de custos tem a finalidade de auxiliar os processos de planejamento e
decisórios quanto aos investimentos necessários para a melhoria da gestão dos
serviços de saneamento básico no município de Camaçari - Ba. Para cumprir este
objetivo, fez-se o levantamento detalhado dos custos de cada ação, conforme os
projetos propostos neste Tomo I, considerando, ainda, o horizonte de planejamento
de vinte anos.
O custo total estimado para cada programa é calculado a partir dos investimentos
necessários às suas ações previstas nos projetos. Também foram determinados os
anos para cada investimento visando suas demandas e prioridades. Os valores
apresentados foram obtidos por meio de consultas junto a fornecedores, indicadores
de custos do Ministério das Cidades (Plansab), publicações especializadas, tabelas
de serviços e insumos, além de orçamentos semelhantes divulgados por prefeituras,
prestadoras de serviço, empresas da área e estudos desenvolvidos pela acadêmia.
Vale ressaltar que tais valores têm como objetivo apenas nortear o Município na
implementação dos projetos propostos. O mesmo não têm a intenção de realizar
orçamentos com precisão de projetos executivos quanto às estruturas, equipamentos
e demais quesitos a serem adquiridos. Os valores são variáveis e dependerão do
momento de implementação das ações e da viabilidade técnica e econômica da
Administração Pública.
A inflação utilizada nos cálculos de correção para cada ano do horizonte de estudo foi
de 6,4%, ao se considerar a média da inflação dos últimos vinte anos informada pelo
IBGE (2016).
7.1 Programa: Educação Ambiental
O custo total estimado para o Programa “Educação Ambiental” foi de cerca de R$ 5,5
milhões de reais. Tal valor corresponde ao somatório dos 04 (quatro) projetos que o
compõem, discorridos no Capítulo 6 - Programas, Projetos e Ações do presente Tomo.
O detalhamento dos recursos previstos para cada um dos projetos é dado, pois, nos
subitens adiante.
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7.1.1 Projeto: Educação Ambiental nas Escolas
As ações onerosas do Projeto de Educação Ambiental nas Escolas abarcam, em sua
maioria, investimentos no âmbito de medidas estruturantes, como a execução de
campanhas educativas contínuas e capacitação dos agentes envolvidos.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
orçamentos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da área,
sempre realizando a correção monetária e adequação à realidade do município. Isto
posto, a tabela seguinte apresenta os custos para este projeto, a saber:
Tabela 1 - Custo do Projeto Educação Ambiental nas Escolas.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
pela Execução Implantar Agenda 21 escolar, Sala-verde,
Coletivos Educadores e a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas –
COM.
-
R$ 1.106.362,05
Prefeitura
Capacitar os docentes a realizar as atividades pedagógicas para o processo de sensibilização
dos alunos. R$ 287.283,86 Prefeitura
Promover gincanas escolares abordando o tema políticas públicas, meio ambiente e
saneamento. R$ 159.602,14 Prefeitura
Promover Feira de Ciências abordando o saneamento básico.
R$ 159.602,14 Prefeitura
Promover atividades extracurriculares para visita às instituições públicas responsáveis pela
implantação das políticas públicas. R$ 260.470,70 Prefeitura
Promover debates para contribuição nas conferências municipais das políticas públicas
do município. - Prefeitura
Realizar concursos anuais com premiação que estimulem os estudantes a colocarem em
pratica ações relacionadas à cidadania (participação em audiências públicas, em
conferências municipais, participação ativa em associações de bairros e/ou entidades
estudantis) ao meio ambiente (plantio de uma arvore nativa e cuidados necessários ao seu
desenvolvimento, seja em locais públicos ou no seu quintal, atuação em projetos de
recuperação, proteção e conservação do meio ambiente e seus ecossistemas naturais) e ao
saneamento básico (redução gradativa do volume de água ou do consumo de energia na sua casa; técnicas de reuso de aguas servidas,
coleta seletiva em sua casa e doação para o catador de recicláveis, compostagem
doméstica, participação em projetos voltados para melhoria do saneamento básico, entre outras), com apresentação em eventos nas
escolas (feira de ciências, gincana).
R$ 239.403,21 Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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7.1.2 Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades
Tradicionais
Analogamente ao projeto descrito anteriormente, as ações onerosas do Projeto de
Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais são compostas,
em sua maioria, de investimentos no âmbito de medidas estruturantes, como a
execução de campanhas educativas contínuas e capacitação dos agentes envolvidos.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
orçamentos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da área,
sempre realizando a correção monetária e a adequação à realidade do município. Isto
posto, a tabela seguinte apresenta os custos para este projeto, a saber:
Tabela 2 - Custo do Projeto Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável
Realizar oficinas de educação sanitária e ambiental para o consumo sustentável das riquezas naturais, e a relação do saneamento básico com a saúde.
R$ 430.925,79
R$ 1.378.962,51
Prefeitura
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais na implantação e
técnicas de manutenção das soluções individualizadas de esgotamento sanitário
apropriadas a sua realidade. As oficinas de capacitação devem, sempre que possível,
incentivar a adoção de soluções de esgotamento atreladas à produção de alimentos.
R$ 287.283,86 Prefeitura
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais para a coleta seletiva de
resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento e compostagem dos resíduos
orgânicos para utilização em hortas. Na oportunidade das oficinas de capacitação, devem
ser abordados os riscos de lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas e margens de rios) e as implicações na drenagem
e na saúde pública.
R$ 344.740,63 Prefeitura
Propiciar nas comunidades a adoção de espaços para atividades práticas relacionadas à temática ambiental, tais como viveiros, horta comunitária,
entre outros.
R$ 201.098,70 Prefeitura
Colaborar em atividades relacionadas à preservação e conservação dos ecossistemas
naturais e seus serviços. R$ 0,00 Prefeitura
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de alertar sobre os riscos de
ocupação de áreas propícias à alagamentos e inundações, abordando as legislações que
coíbem essa prática.
R$ 114.913,54 Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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7.1.3 Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento
Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona Urbana
As ações onerosas do Projeto de Educação Ambiental para Promoção do
Saneamento Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona Urbana são compostas, em sua
maioria, de investimentos no âmbito de medidas estruturantes, como a execução de
campanhas educativas contínuas e capacitação dos agentes envolvidos.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
orçamentos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da área,
além de estudos desenvolvidos em meio acadêmico, sempre realizando a correção
monetária e a adequação à realidade do município. Isto posto, a tabela seguinte
apresenta os custos para este projeto, a saber:
Tabela 3 - Custo do Projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona Urbana.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Responsabilidade ambiental quanto à preservação dos mananciais superficiais e
subterrâneos inseridos no território do município, enfatizando os benefícios da
preservação de matas ciliares e não poluição das águas.
R$ 172.370,31
R$ 2.017.371,09
Prefeitura
Uso racional da água abordando exemplo práticos de como e porquê da importância do consumo consciente,
evitando desperdícios e demostrando a relação do consumo de água com a
geração de esgoto. R$ 574.567,71 Prefeitura Práticas de reuso de água no domicilio para
diminuir a geração de esgotos.
Práticas adequadas de manuseio e higienização de reservatórios domiciliares,
abordando a importância deste para suprir a demanda em casos de paralizações no
fornecimento de água.
Implicações da prática de fraudes na rede de distribuição de água.
R$ 316.012,24 Prefeitura
Cobrança de tarifa de água e esgoto, destacando sua legalidade e sua importância
na garantia da qualidade e segurança do serviço.
Importância e a exigência legal de promover a ligação à rede pública de
esgoto após sua implantação.
Ilegalidade de realizar ligações de esgoto em rede pluvial quando se trata de
sistema separador absoluto.
Conforme avanço da implantação da rede pública de coleta de esgoto
promover campanhas com intuito de despertar a conscientização a despeito
R$ 344.740,63 Prefeitura
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Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
da importância da ligação à rede de esgoto e desativação das soluções
individuais.
Importância da adesão à coleta seletiva, orientando sobre a correta separação entre os resíduos secos, úmidos e os rejeitos, os dias e horários de coleta.
R$ 316.012,24 Prefeitura
Riscos do lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas, margens de rios) e nas vias públicas em dias e horários que não possuem coleta
e sua relação com problemas relacionados a drenagem (alagamentos,
inundação) e saúde pública (dengue, zika vírus, febre chikungunya, entre outras).
Riscos da ocupação em áreas propícias à alagamentos e inundações, abordando as legislações que coíbem essa prática.
R$ 229.827,09 Prefeitura
Divulgação do IPTU verde, instituído pelo decreto municipal nº 5657/14,
demostrando suas vantagens e quais os procedimentos para obtê-lo e de outros
instrumentos que venham a surgir.
R$ 63.840,86 Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
7.1.4 Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona
Rural
As ações onerosas do Projeto de Educação Ambiental para Promoção do
Saneamento na Zona Rural são compostas, em sua maioria, de investimentos no
âmbito de medidas estruturantes, como a execução de campanhas educativas
contínuas e capacitação dos agentes envolvidos.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
orçamentos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da área,
além de estudos desenvolvidos em meio acadêmico, sempre realizando a correção
monetária e a adequação à realidade do município. Isto posto, a tabela seguinte
apresenta os custos para este projeto, a saber:
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Tabela 4 - Custo do Projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona Rural.
Ações Custo por
ação Custo do projeto
Responsável
Promover campanhas de educação ambiental com foco no fortalecimento da relação da
comunidade com o meio ambiente, a fim de despertar o juízo de responsabilização e
participação quanto à preservação do meio ambiente, inclusive dos mananciais
superficiais e subterrâneos.
R$ 287.283,86
R$ 1.034.221,89
Prefeitura
Promover a capacitação dos atores sociais das comunidades rurais envolvidos na construção de soluções individuais de
esgotamento sanitário, abordando aspectos construtivos e de operação e manutenção. As
oficinas de capacitação devem incentivar, sempre que possível, a adoção de soluções individualizadas de esgotamento atreladas à
produção de alimentos.
R$ 344.740,63 Prefeitura
Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias contempladas com
a construção dos módulos sanitários/banheiros secos com intuito de incentivar o uso adequado da tecnologia
implantada.
Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias contempladas com
a implantação de soluções individuais de esgotamento sanitário com foco no uso
adequado da tecnologia e na manutenção e operação necessárias ao seu perfeito
funcionamento. Deve, ainda, ser abordada a importância da adoção de soluções
individualizadas para o esgotamento sanitário e as implicações do lançamento de esgoto
bruto no solo e nos mananciais.
Promover a capacitação dos membros das comunidades rurais para a coleta seletiva de
resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento e compostagem dos
resíduos orgânicos para utilização em hortas. Abordando, ainda, as implicações do
lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas e margens de rios) e suas implicações na drenagem e na saúde
pública.
R$ 229.827,09 Prefeitura
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de alertar sobre os riscos de
ocupação de áreas propícias à alagamentos e inundações, abordando as legislações que
coíbem essa prática.
R$ 172.370,31 Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
7.2 Programa Fortalecimento da Gestão
O custo total estimado para o Programa “Fortalecimento da Gestão” foi de R$ R$ R$
5.536.918,00 (cinco milhões, quinhentos e trinta e seis mil e novecentos e dezoito
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reais). Este valor corresponde ao somatório dos projetos que o compõem, discorridos
no Capítulo 10 - Programas, Projetos e Ações deste Tomo. O detalhamento dos
recursos previstos para cada um deles será dado, portanto, nos subitens adiante.
Esse programa visa promover a estruturação da gestão dos serviços de saneamento
básico, envolvendo o planejamento, a prestação, à fiscalização, a regulação, além do
controle social, que garanta eficácia, eficiência e efetividade da universalização do
acesso aos serviços fazendo melhor uso do recurso público. Além disso, se propõe a
estimular a articulação entre os diversos setores da administração pública municipal
na oferta dos serviços de saneamento básico.
7.2.1 Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas
Para viabilizar a estruturação da gestão no município de Camaçari é necessário
realizar ações que promovam a melhoria da gestão das diferentes políticas públicas
implantadas no município no âmbito da SEDUR.
As ações do projeto abarcam, em grande parte, investimentos no âmbito das medidas
estruturantes, como: implantação de ferramentas de auxílio à gestão, como o cadastro
multifinalitário; a capacitação dos servidores responsáveis pela gestão,
desenvolvimento de rotinas de gestão, revisão e reformulação de regimento interno,
e estabelecimento de canal permanente de diálogo entre a as secretarias.
Para a obtenção dos valores das ações, foram consultadas, sobretudo, empresas e
médias salariais dos profissionais requeridos. O Erro! Fonte de referência não e
ncontrada.apresenta os custos para este projeto, que, ao todo, foi estimado em R$
20.513.069,34 (vinte milhões, quinhentos e treze mil, sessenta e nove reais e trinta e
quatro centavos), a saber:
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Tabela 5 - Custo do Projeto Valorização da Gestão Integrada de Políticas Públicas.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável
Fortalecer e valorizar a atuação da Coordenação responsável pelo planejamento
das políticas públicas, CPL/SEDUR, de maneira a torná-la atuante na integração do
planejamento municipal.
-
R$ 20.513.069,34
Prefeitura
Fortalecer e valorizar a atuação da gerência responsável pela integração do planejamento
das políticas públicas urbanas, GEPLU/CPL/SEDUR, de maneira a torná-lo atuante na integração da gestão municipal.
-
Revisar e atualizar os regimentos internos dos órgãos do poder público municipal de
maneira a refletir as atividades e atribuições que devem ser realizadas pelos diversos
setores existentes sem sobreposição e/ou redundância.
-
Realizar contratação e/ou remanejamento interno para formação de equipe técnica
mínima necessária para a gestão integrada das políticas públicas realizada pela CPL.
R$ 13.236.454,99
Realizar capacitação da equipe técnica responsável pela gestão integrada das
políticas públicas municipais. R$ 153.218,06
Implantar rotina para a compilação das ações realizadas pelas diferentes secretárias.
-
Implantar o Cadastro Territorial Multifinalitário, que integre as diferentes informações relativas às infraestruturas
existentes no território do município (cadastro de infraestrutura urbanas; informações geradas pelos prestadores de serviços; informações de monitoramento social e ambiental; dados oriundos das ações de
licenciamento e fiscalização).
R$ 7.123.396,29
Definir em quais gerências da CPL deverão estar alocadas as macro-atividades do Cadastro Multifinalitário; da Articulação
Institucional; da Gestão de Projetos e Ações; e da Integração da gestão.
-
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Nesse projeto são previstas ações que necessitam da contratação de ferramentas de
auxílio à tomada de decisão pela gestão municipal, que foram orçadas a partir de
projetos similares executado por municípios do mesmo porte que Camaçari. Para a
reformulação e formação de novas equipes com realocação e contratação de
profissionais, foram previstas no orçamento contratações de novos técnicos. Na
realização de capacitações para os técnicos responsáveis pela operacionalização da
gestão, estimou se a contratação de consultores e a impressão de material didático.
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No caso das ações voltadas para atividades internas de avaliação e melhoria
institucional, não foram consideradas onerosas, já que serão desempenhadas no dia
a dia dos técnicos, que já tem seus custos inseridos na estrutura do poder público
municipal.
7.2.2 Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico
Diante da relevância dos serviços públicos de saneamento básico para garantir
qualidade de vida e cidadania é de grande importância que o poder público consiga
realizar a sua gestão de maneira a garantir o atendimento das condições de qualidade
e quantidade previstas em Lei para a sua gestão. Nesse sentido, a fim de implementar
as funções de gestão em saneamento básico, esse projeto propõe ações de
estruturação no âmbito do poder público municipal para torná-lo capaz de conduzir a
gestão dos serviços de forma plena e organizada.
As ações onerosas do Projeto abarcam, em grande parte, investimentos no âmbito
das medidas estruturantes, como a criação de uma nova coordenadoria, a
capacitação de funcionários e coletar e organizar dados e informações relativos à
gestão dos serviços. Para a obtenção dos valores das ações eleitas, foram
consultadas, sobretudo, empresas e médias salariais dos profissionais requeridos. O
Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta os custos para este projeto, q
ue, ao todo, foi estimado em R$ 51.293.949,88 (cinquenta e um milhões, duzentos e
noventa e três mil, novecentos e quarenta e nove reais e oitenta e oito centavos),
conforme detalhamento a seguir:
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Tabela 6 – Custo do Projeto Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável
Implantar a Política Municipal de Saneamento Básico. -
R$ 51.293.949,88
Prefeitura
Instituir órgão responsável pela condução da Gestão (planejamento, prestação de serviço, regulação, fiscalização e controle social das ações de saneamento), a Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN), conforme descrito no item 5.1.
-
Elaborar regimento interno para a atuação da CSAN. -
Realizar contratação e/ou realocação de equipe técnica para compor a CSAN, responsável pela condução da gestão dos serviços de saneamento.
R$ 50.650.221,24
Realizar capacitação da equipe técnica responsável pela gestão dos serviços de saneamento com foco na sustentabilidade socioambiental, técnico política.
R$ 191.522,57
Promover rotina de integração entre as secretarias que realizam ações afins ao saneamento básico.
-
Acompanhar o órgão responsável pela regulação e fiscalização da prestação dos serviços de saneamento básico.
-
Realizar estudos sobre a equipe mínima necessária para a prestação de serviços por soluções alternativas de água e esgoto da zona rural.
-
Realizar estudo sobre política tarifária compatível com o caráter do serviço e a renda da população, com o objetivo de garantir a sustentabilidade econômico-financeira na prestação dos serviços.
-
Colaborar na estruturação da Coordenação de Meio Ambiente para que exija nos processos de licenciamento ambiental a elaboração de planos de gerenciamento de resíduos (PGRS) da construção civil, de saúde das unidades públicas e de outras atividades que sejam previstas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
-
Promover a articulação com outros municípios na formação de consórcio para a gestão dos resíduos sólidos.
-
Instituir comitê intersetorial para avaliação anual do PMSB e PMGIRS juntamente com a equipe responsável pelo planejamento das ações de saneamento.
-
Colaborar com a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador no que se refere aos serviços públicos de saneamento básico.
-
Coletar, organizar e divulgar dados e informações sobre os serviços públicos de saneamento básico no âmbito do Cadastro Multifinalitário Municipal.
R$ 452.206,07
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
7.2.3 Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social
A gestão do saneamento básico deve acontecer, irrevogavelmente, com participação
e controle social. Presentes como princípios fundamentais às Diretrizes Nacionais
para o Saneamento Básico estes dois mecanismos fortalecem o desenvolvimento
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urbano sustentável e a manutenção de um espaço cidadão. Logo, são fundamentais
para o desenvolvimento da gestão do saneamento básico.
As ações onerosas do Projeto abarcam investimentos no âmbito das medidas que
viabilizem a formação de espaços de reflexão e debates necessários ao exercício da
participação e controle social. Para a obtenção dos valores das ações foram
consultadas, sobretudo, empresas e projetos realizados com as mesmas
características. O Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta os custos p
ara o projeto, que, ao todo, foi estimado em R$ 74.200,00 (setenta e quatro mil e
duzentos reais), conforme detalhamento a seguir:
Tabela 7 – Custo do Projeto Responsabilidade, Participação e Controle Social.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável
Definir em instrumento legal a instância de controle social (uma possibilidade é a Câmara
Técnica de Saneamento) para exercer seu papel na gestão dos serviços de saneamento –
planejamento, prestação, regulação e fiscalização.
-
R$ 74.200,00 Prefeitura
Promover espaços de reuniões entre lideranças comunitárias, agentes de saúde que trabalham
no dia a dia com a população, representantes da prestadora de serviços e poder público, como canal de diálogo para compartilhamento de
informes, problemas e demandas.
-
Realizar conferências temáticas, no mínimo a cada revisão dos Planos, com cronograma e
programação divulgados ampla e antecipadamente, visando fomentar o encontro
de empresários, sociedade, prestadora de serviços e poder público para a construção de
estratégias que garantam os princípios de universalização, integralidade, equidade e
controle social no saneamento.
R$ 26.500,00
Promover debates públicos sobre a possibilidade de criação de um Índice
Municipal de Responsabilidade Social - IMRS, validado por lei, cuja função seja
servir de instrumento de gestão, contemplando dimensões/indicadores
pertinentes, como o saneamento, a exemplo do Índice Paulista e o Índice Mineiro de
Responsabilidade Social.
R$ 47.700,00
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
7.2.4 Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento
Para a estruturação da gestão dos serviços públicos de saneamento básico a
integração entre os diferentes atores atuantes na área deve passar a ser realizar de
maneira integrada, intersetorial e alinhada coletivamente. Nesse sentido, esse projeto
vem propor ações que permitam de logo realizar aproximações e rotinas que
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melhorem o diálogo entre os atores envolvidos na gestão dos serviços de saneamento
básico.
As ações do Projeto não geram custos financeiros para serem implementadas, já que
abarcam atividades que devem ser desenvolvidas no dia a dia do trabalho pelas
equipes responsáveis pela gestão. Para tanto, exigirá ações de planejamento interno
e inserção de rotinas de integração que deverão ser desenvolvidas no próprio
ambiente de trabalho. Para a execução desse projeto, se torna necessário então, a
implantação dos outros projetos propostos no âmbito do Programa Fortalecimento da
Gestão. O Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta as ações do projeto c
onforme detalhamento a seguir:
Tabela 8 – Custo do Projeto Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável pela execução
Desenvolver estratégias para o fomento à integração entre Embasa, Cerb, Prefeitura (representada por secretarias) e instância de controle social.
-
R$ 0,00 Prefeitura
Utilizar um sistema virtual de informação em Plataforma Web (uma possibilidade é a Plataforma SAMBA), dedicado à abordagem atualizada do saneamento de Camaçari, com intuito de facilitar a gestão, bem como a transparência com a população.
-
Prever formação de mão de obra qualificada para atualização e manutenção da Plataforma WEB dedicado à abordagem do saneamento.
-
Aprimorar o canal de diálogo, facilitando o intercâmbio de comunicações internas.
-
Pressionar a AGERSA para a inclusão das componentes do saneamento (drenagem e manejo de resíduos sólidos) em seu Manual de Fiscalização.
-
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
7.2.5 Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao
saneamento básico
O município de Camaçari apesar de possuir alguns instrumentos legais e de
planejamento responsáveis por pensar as questões urbanas e de serviços públicos,
não tem conseguido o alcance e a efetividade desejada e necessária.
Assim, este projeto pretende fortalecer no Município a utilização dos instrumentos de
planejamento com o objetivo de melhoria dos diferentes serviços, e consolidação da
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prática de integração do planejamento das políticas públicas na rotina da gestão
municipal.
As ações do Projeto não geram custos financeiros para serem implementadas, já que
abarcam atividades que devem ser desenvolvidas no dia a dia do trabalho pelas
equipes responsáveis pela gestão. Para tanto, exigirá ações de planejamento interno
e formação de agenda para implantação das ações propostas, que serão
desenvolvidas pela própria prefeitura. Para a execução desse projeto, se torna
necessário então, a implantação dos outros projetos propostos no âmbito do
Programa Fortalecimento da Gestão. O Erro! Fonte de referência não encontrada. a
presenta as ações do projeto conforme detalhamento a seguir:
Tabela 9 – Custo do Projeto Integração e Valorização da Legislação Urbanística ao
Saneamento Básico.
Ações Custo por
ação Custo do projeto
Responsável
Revisar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).
-
R$ 0,00 Prefeitura
Estudar e compatibilizar a Lei de Uso e Ocupação do Solo com os instrumentos de planejamento de outras áreas.
-
Adotar as áreas de interesse para o saneamento básico como zonas previstas no PDDU e na Lous municipal.
-
Estabelecer calendário de reuniões entre os conselhos municipais de políticas públicas para realizar reflexões intersetoriais sobre as questões de desenvolvimento urbano, ambiental e social do município.
-
Revisar os instrumentos legais de disciplinamento do município a luz dos novos instrumentos de planejamento que estão sendo elaborados.
-
Divulgar e estimular o uso do dispositivo legal que concede descontos no IPTU, àqueles moradores que implantarem as medidas ambientais previstas em lei nos seus domicílios
-
Atualizar e aperfeiçoar o dispositivo legal que concede descontos no IPTU a domicílios, para que nas medidas ambientais sejam incorporadas mais ações relacionadas a soluções sustentáveis em saneamento básico, principalmente em drenagem urbana, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos
-
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
7.3 Demonstrativo dos Investimentos
Nesse item apresenta-se a estimativa de investimento para todo o horizonte de
planejamento para os programas, projetos e ações propostos para a Gestão dos
Serviços de Saneamento Básico.
Para alcançar o cenário de referência proposto no presente Tomo I, onde o município
tem possibilidade de investir na gestão dos serviços, de apostar na criação de
mecanismos de controle social e em participação popular visando a universalização
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do acesso aos serviços de saneamento estimou-se, ao longo de 20 anos, a
necessidade de se investir em torno de R$ 77 milhões de reais na Gestão dos Serviços
Públicos de Saneamento no município de Camaçari.
O projeto com maior demanda por investimento é o da Estruturação da Coordenadoria
Saneamento, representando 66,3% do total necessário para Gestão dos Serviços de
Saneamento Básico. Esse valor se refere principalmente à contratação de
profissionais para compor a Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN).
Entretanto, esse custo pode ainda ser diminuído, visto que o valor estimado foi
realizado considerando a contratação de todos os profissionais descritos na Figura 1,
porém, há a possibilidade de realocação de profissionais que já integrem o quadro de
funcionários da prefeitura, reduzindo, assim, o custo final.
O quadro a seguir apresenta o demonstrativo de investimento necessários para a
Gestão dos Serviços de Saneamento para o horizonte de 20 anos do PMSB pra o
município de Camaçari.
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Tabela 10 – Demonstrativo dos investimentos para a Gestão dos serviços de saneamento do município de Camaçari.
Item de investimento Total por projeto Percentual por projeto
Total por programa Percentual
por programa
Programa: Educação Ambiental
Projeto: Educação Ambiental nas Escolas
R$ 1.106.362,05 1,4%
R$ 5.536.917,54 7,2%
Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades
Tradicionais R$ 1.378.962,51 1,8%
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente,
Eficaz e Efetivo na Zona Urbana R$ 2.017.371,09 2,6%
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona
Rural R$ 1.034.221,89 1,3%
Programa: Fortalecimento da
Gestão
Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas
R$ 20.513.069,34 26,5%
R$ 71.885.969,08 92,8%
Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico
R$ 51.293.949,88 66,3%
Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social
R$ 78.949,86 0,1%
Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento
R$ 0,00 0,0%
Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao saneamento
básico R$ 0,00 0,0%
Total de Investimento para horizonte de planejamento R$ 77.422.886,62
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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REFERÊNCIAS
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Regionais. Texto para discussão Nº 939, IPEA – Brasília, fevereiro de 2003.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Ed. Centauro, 5ª edição, 2ª
Reimpressão, 2010.
LOUREIRO, C. F. B. Educação ambiental crítica: contribuições e desafios. In:
MELLO, S. S., TRAJBER, R. (Orgs.). Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas
em educação ambiental na escola. Brasília: Ministério da Educação, Coordenação
Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio Ambiente, Departamento de
Educação Ambiental: UNESCO, 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf#page=24>. Acesso em: 01
jun. 2016.
PLANSAB - Plano Nacional de Saneamento Básico. Brasília, Dezembro/2013.
Ministério do Meio Ambiente. Formando Com-Vida e Construindo a Agenda 21 na
escola. Brasília. 2014. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/com-vida.pdf>. Acesso em:
20 mai. 2016.
Ministério do Meio Ambiente. Projetos Salas Verdes. Disponível em: <
http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/educomunicacao/salas-verdes
>. Acesso em: 20 mai. 2016.
Ministério do Meio Ambiente. Coletivos Educadores. Disponível em: <
http://www.mma.gov.br/comunicacao/fale-com-a-assessoria/item/363-
forma%C3%A7%C3%A3o-de-educadores-coletivos-educadores>. Acesso em: 20
mai. 2016.