fls.1
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3ª TURMA
V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de
, provenientes da RECURSOS ORDINÁRIOS 01ª VARA DO TRABALHO DE
, sendo recorrentes CURITIBA EDITORA GAZETA DO POVO S.A., JORNAL DE
LONDRINA, SOCIEDADE RADIO EMISSORA PARANAENSE SA e ÉRIKA
e recorridos .BUSANI OS MESMOS
I - RELATÓRIO
Inconformadas com a sentença de fls. 642-653,
complementada pela decisão resolutiva de embargos de fls. 661-663, ambas proferidas
pelo Exmo. Juiz do Trabalho Sandro Augusto de Souza, que acolheu parcialmente os
pedidos, recorrem as partes.
As rés, através do recurso ordinário de fls. 666-673,
postulam a reforma da sentença quanto aos seguintes itens: equiparação salarial e horas
extras.
Custas recolhidas à fl. 675. Depósito recursal efetuado à fl.
674.
Contrarrazões apresentadas pela autora às fls. 709-721.
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fls.2
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3ª TURMA
A autora, através do recurso ordinário de fls. 677-698,
postula a reforma da sentença quanto aos seguintes itens: retificação do pólo
passivo, equiparação salarial, diferenças salariais, multa convencional e indenização por
dano moral, cargo de confiança, horas extras e intervalos, direitos autorais e multas
convencionais e legais.
Contrarrazões apresentadas pelas rés às fls. 702-708.
Os autos não foram enviados ao Ministério Público do
Trabalho, ante a desnecessidade de seu pronunciamento.
II - FUNDAMENTAÇÃO
ADMISSIBILIDADE
Presentes os pressupostos legais de admissibilidade,
dos recursos ordinários interpostos, assim como das respectivasCONHEÇO
contrarrazões.
MÉRITO
RECURSO ORDINÁRIO DE EDITORA GAZETA DOPOVO S.A., JORNAL DE LONDRINA E SOCIEDADERADIO EMISSORA PARANAENSE SA
1. Equiparação salarial
A autora alegou que desde o fim do primeiro ano do contrato
de trabalho acumulou as funções de repórter, assistente de edição, editora I do caderno
Vida e Cidadania e de editora nos plantões do Jornal Gazeta do Povo. Todavia, recebia
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fls.3
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remuneração inferior à dos colegas Fernando Martins, Ricardo Medeiros, Viviane
Favretto, Edson Fonseca, Célio Martins, Renan Antunes de Oliveira, Fernando Scheller,
Sérgio de Deus, Márcio Campos e Giovani Ferreira, os quais desempenhavam a mesma
atividade, na mesma localidade, em idênticas condições técnicas (fl. 09).
As rés, por sua vez, alegaram que as atividades
desempenhadas pela autora e pelos paradigmas eram diferentes, e que suas qualificações
e produções profissionais eram diversas. Os paradigmas possuíam mais de dois anos de
exercício em suas funções, ou naquelas funções que a autora alega ter exercido de forma
idêntica aos modelos indicados (fls. 304/307).
Decidiu o juízo de origem:
"(...) Improcede a alegação dos réus quanto à impossibilidade deequiparação pela diferença de tempo superior a dois anos entre acontratação dos paradigmas e a da autora pois, na forma do item II daSúmula n. 06 do C. TST, conta-se a diferença não superior a 2 anosexigida no § 1º do art. 461 da CLT com relação ao tempo de serviço nafunção e não no emprego.
E, embora a empregadora indique o enquadramento em cargos oufunções diversas, ressalto que é irrelevante a circunstância de os cargosexercidos pela reclamante e pelos paradigmas terem ou não a mesmadenominação, importando apenas que o fato de exercerem a mesmafunção, desempenhando as mesmas tarefas, conforme item III daSúmula n. 06 do C. TST.
Pois bem. A meu ver, a própria reclamante afastou o pedido quanto aMauri Konig, ao reconhecer que o paradigma recebeu prêmioimportante (Esso regional), enquanto que não comprovou o recebimentode qualquer prêmio. É certo que objetivo do trabalho desempenhadopela autora não era o recebimento de prêmio, mas não se podedesconsiderar que tal fato comprova a perfeição técnica superior doparadigma. Além disso, a autora reconheceu a diferença funcional de2008 a 2010, quando foi editora assistente e Mauri Konig era repórter.
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fls.4
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3ª TURMA
A prova oral afastou a pretensão da reclamante quanto a Renan Antunesde Oliveira, pois, segundo a testemunha Danielle, o paradigma era umrepórter diferenciado, inclusive foi escolhido para cobrir evento deguerra no exterior, atribuição esta que não foi exercida pela autora.
Não houve prova da suposta identidade funcional da reclamante com osparadigmas Fernando Martins, Fernando Scheller, Giovani Ferreira eCélio Martins.
Por outro lado, a prova oral demonstrou a existência de identidade defunções entre a autora e Ricardo Medeiros, de 01/03/2008 até a rescisãocontratual da reclamante.
Segundo o depoimento das testemunhas Ari e Roberto, mesmo quando aautora era repórter no Caderno Viver Bem, ela trabalhava na edição doCaderno de Política, embora apenas formalmente assumia o cargo deeditora assistente nas férias de Roberto. No mesmo período, RicardoMedeiros era editor assistente do Caderno Vida e Cidadania. Emcontrapartida, os reclamados não comprovaram que o paradigma eraeditor desde 04/09/2000, pois, conforme demonstra a ficha funcional defls. 438/440, o paradigma foi editor de 04/09/2000 até 31/01/2004,repórter de 01/02/2004 a 01/09/2006 e editor II (editor assistente)somente a partir de 01/05/2007.
Ante o exposto, julgo procedente em parte o pedido de pagamento dediferenças salariais decorrentes de equiparação salarial com o paradigmaRicardo Medeiros, a partir de 01/03/2008 até a rescisão contratual dareclamante." (fls. 643/645).
As recorrentes sustentam que a própria autora confessou que
não exercia as mesmas atividades que o paradigma Ricardo Medeiros, pois trabalhavam
em cadernos diferentes com responsabilidades diferentes. A testemunha Roberto declarou
que a autora não fazia as mesmas tarefas que o referido paradigma. A ficha funcional de
fls. 438/440 comprova que Ricardo exercia a função de editor desde 04/09/2000,
impossibilitando o deferimento de diferenças salariais por equiparação (fl. 668).
Sem razão.
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A ficha de registro da autora (fl. 336) aponta que ela foi
contratada como repórter em 12/12/1997, foi promovida para repórter II em
01/09/2006, passou a laborar como editor I de 1º/03/2008 a 30/11/2010 e voltou a ser
repórter II em 1º/12/2012, cargo que ocupou até a rescisão contratual.
O paradigma Ricardo Medeiros, por sua vez, foi contratado
em 04/09/2000 como editor, passou a laborar como repórter em 1º/02/2004, foi
promovido para repórter II em 01/09/2006 e, a partir de 1º/05/2007 passou a atuar como
editor II (fl. 439).
A equiparação salarial independe da nomenclatura que a
empregadora confere para o cargo ocupado pelo empregado, o que importa é a prova das
reais atribuições da autora e do paradigma, e é na função efetivamente exercida que se
verifica a diferença do tempo de serviço capaz de impedir referido direito.
Na audiência de instrução, a autora delimitou o seu pedido
de equiparação aos paradigmas Fernando Martins, Renan Antunes de Oliveira, Ricardo
Medeiros, Fernando Scheller, Giovani Ferreira, Mauri Konig e Célio Martins. Constou
em seu depoimento:
"Fernando Martins foi repórter de outubro de 2001 a fevereiro de 2008,exercendo as mesmas atividades da depoente, mas em cadernosdiferentes, pois o paradigma era do Caderno Paraná e a autora doCaderno Viver Bem; 2- Renan Antunes de Oliveira foi repórter, não serecordando exatamente o período, mas sabe que foi antes de 2008,sendo que foi entre 2001 e 2002, sendo que ele trabalhava na mesmaatividade da depoente, mas no Caderno Paraná; 3- Ricardo Medeirosera sub-editor ou editor assistente do Caderno Vida Pública,enquanto a autora exercia a mesma atividade deste no CadernoVida e Cidadania, a partir de março de 2008; 4- não sabe se
; 5-Ricardo Medeiros ocupava a função de editor II desde 2000Ricardo Medeiros passou ao Caderno Vida Pública em março de 2008,
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sabendo disso porque, nesta mesma época, a depoente foi para oCaderno Vida e Cidadania; 6- não sabia o que Ricardo Medeiros faziaanteriormente a março de 2008; 7- Fernando Scheller também erarepórter, entre 2002 e 2003, de Economia; 8- Giovani Ferreira erarepórter, mas não sabe precisar o período, sendo que em 2008 este jáestava em outra função; 9- Giovani Ferreira era coordenador de núcleoantes de 2005; 10- Mauri Konig sempre foi repórter, desde 2005/2006,sendo que ele continua na reclamada, sendo que de 2005 a março de2008, a depoente foi repórter do Caderno Viver Bem; 11- Mauri Konigera repóter investigativo e ganhou vários prêmios, mas esclarece quenão existe a função de repórter investigativo; 12- Mauri Konig recebeuprêmio Esso regional, sendo que este prêmio é importante, mas adepoente não recebeu tal prêmio, mas recebeu outros prêmios; 13- de2008 a 2010, a autora era editora assistente do Caderno Vida e
; 14- o repórter faz asCidadania e Mauri Konig era repórterreportagens e vai para a rua investigar e o editor assistente ajuda nofechamento do jornal, na edição; 15- Célio Martins era editor deesportes quando a autora foi editora do Caderno Brasil, em 1998; 16- de2008 a 2010, a autora não tinha responsabilidade técnica sobre osrepórteres (sobre as matérias publicadas), sendo que erasubordinada a um editor, não sabendo o que significa
; 17- nesse período, tudo era feito emresponsabilidade técnicaconjunto, sendo que a aprovação final era do chefe de redação; 18- nesse período de editora assistente, a autora editava matérias,sugeria pauta, orientava os repórteres, mas principalmente fazia ofechamento da matéria; (...) saiu do cargo de editora em dezembrode 2010, voltando a ser repórter, por motivação pessoal, pois os
" (fls. 623/624 - destacamos).horários eram ruins
O preposto da primeira e terceira ré mencionou:
"a autora, na Gazeta do Povo, atuou como repórter, até fevereiro de2008, e como editora I, até novembro de 2010, e novamente comorepórter, de dezembro de 2010 até a saída; 2- trabalhou como repórterno Caderno Paraná, como editora no Vida e Cidadania e como repórterno Caderno Vida e Cidadania; 3- todos os repórteres exercem asmesmas atividades, escrevendo matérias jornalísticas; 4- a autora faziaum plantão por mês, que recaía em um sábado (das 09h às 12h) e umdomingo (das 17h às 21h), tanto na função de repórter como na funçãode editora I (função que equivale a editor assistente); 5- quando a autoraera repórter, não fazia a função de editor nos plantões; 6- como editoraI, a autora entrava às 15h/15h30min e saía às 21h30min, em média, com1 hora de intervalo; 7- nas segundas, a reclamante chegava para areunião de pauta 30 minutos antes; 8- o valor padrão de gratificação
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para editorial era de 30%. sendo que não há pagamento de outraparcela" (fls. 624).
A primeira testemunha da autora afirmou:
"trabalhou na ré de maio de 1998 a setembro de 2005; 2- em algunsmomentos trabalhou com a autora; 3- em 1998, a autora trabalhava naedição, no período das noite, iniciando às 17h, sendo que a autora eraeditora; 4- depois disso, a autora foi para o Viver Bem, como repórter eeditora, sabendo disso porque a depoente também foi repórter do ViverBem, sabendo como é a dinâmica do Caderno; 5- a depoente tambémfazia edição quando era repórter; 6- havia um editor, sendo que umapessoa só não dá conta do trabalho; 7- na época da depoente, havia umeditor e os repórteres, sendo que pegavam um repórter para auxiliar naedição; 8- Renan Antunes de Oliveira era repórter, sendo que ele erarepórter bem diferenciado, pois tinha mais liberdade de escrever o queele queria, mesmo que trouxesse ônus para o Jornal; 9- a depoente jásubmeteu suas reportagens ao crivo da autora quando esta era editora;10- a autora não cobriu evento de guerra no exterior; 11- Renan foi paracumprir evento de guerra, mas acabou preso na fronteira do Irã" (fl.625).
A segunda testemunha da autora disse:
"trabalhou na 1ª ré de março de 2008 a agosto de 2010, na função desub-editor, até julho de 2009, e depois como repórter; 2- trabalhou coma autora na função de sub-editor/editor assistente; (...) Ricardo Medeirosera sub-editor do Caderno Vida Pública; (...) o editor titular e ocoordenador definiam as reportagens e o editor assistente fazia ofechamento, editando a matéria, colocando título, etc." (fl. 625).
Sua terceira testemunha disse:
"trabalhou no sindicato de 2003 a dezembro de 2009, sendo que voltoupara a redação em janeiro de 2010, na função de repórter; 2-acompanhou o serviço da autora quando voltou; 3- a reclamante erasub-editora na época, e depois passou a repórter no Caderno Viver Bem;4- não presenciou a autora fazer edição no Caderno Viver Bem, massabe que todos que iam trabalhar no Caderno, faziam reportagem eedição; 5- a depoente trabalhou em plantões com a reclamante, sendoque esta fazia a edição do Caderno Vida e Cidadania nestas ocasiões,sendo que esta pergunta foi feita pelo advogado depois que a depoente
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já tinha respondido o item 4; 6- a depoente não sabe se a autora já editoumatéria sua no Caderno Vida e Cidadania, onde a depoente trabalhava"(fl. 626).
A primeira testemunha da ré alegou:
"trabalhou com a autora desde 2011, sendo que o depeonte era o editor ea autora era repórter no Caderno Viver Bem; 3- nos plantões, a autorafazia junto com o depoente no Caderno Vida Pública, sendo que toda aequipe trabalhava na edição do Caderno de Política (Vida Pública); (...)a autora assumia a função de editora assistente apenas nas férias dodepoente; 7- Ricardo Medeiros trabalhou com o depoente apenas emplantões; 8- de segunda a sexta, Ricardo Medeiros era editor assistentede Vida e Cidadania, de 2010 a 2012" (fl. 626).
A segunda testemunha afirmou:
"trabalha na 1ª ré desde julho de 2004, na função de editor; 2- trabalhoucom a autora quando esta foi editora assistente de Vida e Cidadania,entre julho de 2009 e julho de 2010; 3- como editor assistente, a autoraacompanhava a produção das matérias com os repórteres e seleciona oconteúdo das matérias destinadas à publicação quando feitas poragências de notícias; (...) o editor responde pela editoria, sendo que seunome aparece no caderno, participa das reuniões de fechamento,responde pelo conteúdo publicado, tem autonomia para excluir ouincluir assuntos; 8- a responsabilidade técnica do Caderno Vida eCidadania era do editor do Caderno" (fls. 626/627).
Inexistiu a alegada confissão da autora. Ela disse que
desempenhava as mesmas atividades que Ricardo Medeiros. O fato de ambos laborarem
em cadernos distintos não impede o deferimento da equiparação salarial.
A prova testemunhal comprovou a identidade de função e
simultaneidade na prestação de serviços entre a autora e o paradigma Ricardo Medeiros
durante o período de 2008 até a rescisão contratual). A segunda testemunha da autora
confirmou que o paradigma e a autora eram sub-editores (editores assistentes) e a terceira
testemunha indicada pela reclamante disse que a autora laborou como sub-editora e
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repórter, mas mesmo como repórter, ela continuava a fazer edição, o que foi confirmado
pela primeira testemunha da ré. É irrelevante a alegação feita por este depoente de que a
autora apenas assumia formalmente o cargo de editora assistente nas suas férias.
A primeira testemunha disse que desde 1998 a autora atuava
como editora assistente, função exercida efetivamente pelo paradigma durante o período
imprescrito, conforme o depoimento das demais testemunhas. Assim, a ré não se
desincumbiu do ônus de comprovar que o paradigma possui tempo de serviço na referida
função superior a dois anos. A diferença na produção e perfeição técnica sequer foram
alegadas no recurso.
Portanto, correto o deferimento das diferenças salariais
decorrentes da equiparação salarial com o paradigma Ricardo Medeiros.
Mantenho.
2. Horas extras
A autora postulou o pagamento de horas extras e reflexos
além da 5ª diária e 30ª semanal. Disse que, entre 1º/03/2010 a 30/11/2010, como editora
I, laborava às segundas-feiras das 13h às 22h15; às terças-feiras e quintas-feiras, das 15h
às 22h15, e às quartas-feiras e sextas-feiras das 15h às 21h15, com intervalo intrajornada
de 15 minutos. Laborava em média um sábado por mês, das 8h às 13h, sem intervalo, e
em um domingo por mês, das 16h às 21h, também sem intervalo. Trabalhava aos feriados
no mesmo horário dos domingos, sem intervalo. Nos plantões não tinha folga semanal, e
a escala de trabalho nos feriados era alternada. A partir de 1º/12/2010, passou a trabalhar
como repórter durante a semana e editora nos plantões de finais de semana e feriados,
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sem folga. Laborava em média das 10h30 às 16h30, com menos de uma hora de intervalo,
conforme anotações nos cartões de ponto. Trabalhava em média um final de semana por
mês nos plantões, sendo que a jornada aos sábados era das 9h às 13h e aos domingos das
17h às 22h (fls. 5/6).
A ré, por sua vez, alegou que a autora exerceu cargo de
confiança até 30/11/2010, sem sofrer fiscalização das jornadas de trabalho, estando
enquadrada na exceção do artigo 306 da CLT, não fazendo jus a horas extras.
Sucessivamente, somente são devidas as horas extras além da 8ª diária e 44ª semanal.
Como editora a autora comparecia nos horários previamente definidos, entre 15h e 21h30,
de segunda a sexta-feira, com intervalo mínimo de uma hora. Laborava um sábado a
cada cinco, das 9h às 12h30 e aos domingos das 17h às 21h. A autora sempre teve folga
compensatória e laborou no máximo dois feriados por ano. A partir de 1º/12/2010, a
reclamante passou a atuar como repórter, com jornada registrada, das 10h30 às 17h com
uma hora de intervalo, de segunda a sexta-feira. Não houve labor aos sábados, domingos
e feriados. Caso tenha ocorrido, foi devidamente registrado. Há previsão de banco de
horas nos ACTs, com labor dos jornalistas de 6 horas diárias, dispensado o trabalho aos
sábados, exceto no regime de plantão, bem como de crédito das horas laboradas além da
6ª diária, sendo indevido o pagamento das horas extras (fls. 309/316).
Decidiu o juízo de origem:
"Incontroverso que a reclamante, no período imprescrito até 30/11/2010,exerceu o cargo de Editora I (Editora Assistente). Enquadra-se, portanto,nas exceções previstas no art. 306 da CLT, c/c art. 6º, parágrafo único,do Decreto-Lei 972/69.
Isso porque, embora o cargo seja de "Assistente", a própria reclamanteafirmou em depoimento que "editava matérias, sugeria pauta, orientavaos repórteres, mas principalmente fazia o fechamento da matéria" (fl.
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624). Diante de tais atribuições, entendo que a autora exercia sim umafunção de confiança.
Além disso, recebia gratificação no valor de 30% do salário e, conformeprevê a cláusula 19ª, "b", da CCT 2007/2008:
"aos exercentes de cargo de editor, assim entendido o jornalista queexerce chefia setorial, for responsabilizado como tal, dispuser deascendência hierárquica ou comando sobre profissionais da sua seçãoe/ou aquele que detiver ônus com responsabilidade da seleção domaterial a ser editado ou pautado - será paga uma gratificação mínimade 30% (trinta por cento) do salário da função. Esta vantagem seráimplantada ao substituto sempre que o titular, por força de férias,licença ou qualquer afastamento legal, e sem prejuízo de suaremuneração, se veja obrigado a ausentar-se da função gratificada,estando os mesmo inclusos no artigo 306 da CLT." (fl. 139/140)
Assim, no período acima delimitado, não se aplica a limitação dejornada de 5 horas diárias prevista no art. 303 da CLT.
Não obstante, não há que falar em dispensa do controle de ponto, pois oart. 62, parágrafo único, da CLT, é claro ao prever que apenas sãoconsiderados cargos de gestão, previstos no seu inciso II, aqueles cujagratificação de função for de, no mínimo, 40% do salário base (critérioobjetivo).
Logo, não pode se enquadrar na exceção prevista no art. 62, II, da CLT,aplicando-se-lhe, então, a jornada regular de 8 horas diárias e 44semanais.
6. Horas extras e intervalos
Diante da inexistência de cartões de ponto no período imprescrito até30/11/2010, fixo a jornada de trabalho da reclamante com base na provaoral e nos limites da inicial como sendo:
(a) segundas-feiras, das 13h30min às 21h30min, com 15min deintervalo;
(b) terças e quintas-feiras, das 15h às 22h, com 15min de intervalo;
(c) quartas e sextas-feiras, das 15h às 21h15min, com 15min deintervalo;
(d) um sábado por mês, das 8h30 às 13h, sem intervalo;
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fls.12
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(e) um domingo por mês, das 17h às 21h, sem intervalo e folgacompensatória;
(f) feriados alternados, das 16h às 21h, sem intervalo e folgacompensatória.
Diante do exposto nesse período, faz jus a autora ao recebimento, comoextras, das horas excedentes da 8ª diária e 44ª semanal, sem cumulação"(fls. 645/647).
As rés sustentam que a autora exerceu o cargo de editora,
com ascendência hierárquica, responsabilidade pelo material a ser editado e pautado. Ela
exerceu cargo de confiança e percebia gratificação de 30% do salário base, de acordo com
os instrumentos coletivos. Assim, por ser editora a reclamante não tem direito a horas
extras, em consonância com o artigo 306 da CLT e conforme previsto na norma coletiva.
A autora não tinha a sua jornada controlada de forma direta ou indireta. Requer seja
afastada a condenação em razão de a autora estar enquadrada na exceção contida no
artigo 62, II da CLT. Sucessivamente, requer que a jornada de trabalho seja fixada de
acordo com o depoimento da testemunha Roberto, não havendo desrespeito aos
intervalos dos artigos 71, 307 e 308 da CLT, pois a autora sempre usufruiu uma hora de
intervalo quando a jornada extrapolou 6 horas diárias, e 15 minutos quando a jornada foi
inferior (fls. 668/672).
Sem razão.
O art. 62, II, da CLT exclui os empregados que exercem
cargo de gestão do direito às horas extras. Para ser enquadrado na referida exceção,
exige-se a comprovação de fidúcia diferenciada dos demais empregados por parte de seu
empregador (requisito subjetivo), bem como o pagamento da gratificação de função não
inferior a quarenta por cento (parágrafo único do art. 62 da CLT - requisito objetivo).
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fls.13
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No caso em tela, a configuração na exceção do artigo 62, II
da CLT resta afastada de plano, pois as próprias recorrentes admitem que a autora
percebia gratificação de função de 30% do salário base, de acordo com os instrumentos
coletivos aplicáveis, de modo que não foi preenchido o requisito objetivo.
O artigo 306 da CLT, por sua vez, prevê que a jornada
especial dos jornalistas estabelecida nos artigos 303 a 305 do mesmo diploma legal não se
aplica aos que exercem as funções de redator-chefe, secretário, subsecretário, chefe e
subchefe de revisão, chefe de oficina, de ilustração e chefe de portaria, nem aos que
exerçam serviços exclusivamente externos. Uma vez enquadrado na referida exceção, o
empregado faz jus à jornada normal das 8 horas, no limite de 44 semanais, e ao
pagamento das horas excedentes a tais limites como extra.
Assim, o enquadramento da autora na exceção do artigo 306
da CLT, como restou reconhecido no julgado, não desobriga a ré de apresentar os
registros de jornada (nos termos da Súmula 338 do TST) e sua omissão em relação ao
período imprescrito até 30/11/2010 implica na presunção de veracidade dos horários
declinados na inicial, observados os limites trazidos pela prova oral.
Na audiência de instrução, a autora disse:
"nesse período, a autora trabalhava normalmente das 15h às 21h/22h,sendo que na segunda-feira entrava às 13h, pois havia reunião de pauta;20- o intervalo era de 15 minutos; 21- a autora trabalhava de segunda asexta nesse período; 22- às segundas e quartas encerrava às21h15min/21h30min, às tercas e quintas, às 22h15min/22h30min, e àssextas faziam o "pescoço", que era o fechamento da edição do domingo,encerrando às 22h30min/23h; 23- nesse período, não tinha liberdadepara fazer intervalos superiores a 15 minutos; 24- saiu do cargo deeditora em dezembro de 2010, voltando a ser repórter, por motivaçãopessoal, pois os horários eram ruins; (...) havia plantões quando era
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fls.14
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editora assistente, das 08h/09h às 13h, aos sábados, sem intervalo, e aosdomingos, das 17h às 22h, sendo que o plantão acontecia no sábado e nodomingo em um final de semana por mês; 27- sempre trabalho emplantões na edição" (fl. 624).
O preposto da 1ª e 3ª reclamadas alegou: "a autora fazia um
plantão por mês, que recaía em um sábado (das 09h às 12h) e um domingo (das 17h às
21h), tanto na função de repórter como na função de editora I (função que equivale a
editor assistente); 5-quando a autora era repórter, não fazia a função de editor nos
plantões; 6- como editora I, a autora entrava às 15h/15h30min e saía às 21h30min, em
média, com 1 hora de intervalo; 7- nas segundas, a reclamante chegava para a reunião
de pauta 30 minutos antes; 8- o valor padrão de gratificação para editorial era de 30%.
" (fl. 624).sendo que não há pagamento de outra parcela
A primeira testemunha indicada pela autora (Daniele)
afirmou: "trabalhou na ré de maio de 1998 a setembro de 2005; 2- em alguns momentos
trabalhou com a autora; 3- em 1998, a autora trabalhava na edição, no período das
" (fl. 625).noite, iniciando às 17h, sendo que a autora era editora
A segunda testemunha ouvida pela autora (Ari) disse:
"trabalhou na 1ª ré de março de 2008 a agosto de 2010, na função desub-editor, até julho de 2009, e depois como repórter; 2- trabalhou coma autora na função de sub-editor/editor assistente; 3- a autora trabalhavadas 15h às 22h/22h30min, sendo que na segunda iniciava às 13h, emrazão da reunião de pauta; 4- o intervalo era de 15 minutos; 5- àssegundas, a autora saía por volta das 22h15min, 22h30min; 6-tinha umdia em que a reclamante saía mais cedo, por volta das 21h15min; 7-havia plantão aos finais de semana, nos sábados das 08h às 13h/14h, enos domingos, das 16h/17h às 21h/22h; 8- o depoente fazia os mesmoshorários que a autora; 9- Ricardo Medeiros era sub-editor do CadernoVida Pública; 10- nos feriados, havia escala, com horários semelhantesaos do domingo; 11- o editor titular e o coordenador definiam asreportagens e o editor assistente fazia o fechamento, editando a matéria,
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colocando título, etc.; 12- após os plantões, como editor, não havia folgacompensatória; 13- não acontecia de a autora sair mais cedo para pegaros filhos; 14- o intervalo não poderia ser superior a 15 minutos" (fl.625).
A terceira testemunha da autora (Aniela) não mencionou
nada a respeito da jornada de trabalho.
A primeira testemunha indicada pelas reclamadas
(Roberto) afirmou: "trabalha na 1ª ré desde 1997; 2- trabalhou com a autora desde
;2011, sendo que o depeonte era o editor e a autora era repórter no Caderno Viver Bem
3- nos plantões, a autora fazia junto com o depoente no Caderno Vida Pública, sendo que
toda a equipe trabalhava na edição do Caderno de Política (Vida Pública); 4- a autora
trabalhava das 11h às 17h, com intervalo de 1 hora, de segunda a sexta; 5-no plantão, a
autora trabalhava aos sábados das 09h às 12h e nos domingos das 17h às
20h/20h30min; 6- a autora assumia a função de editora assistente apenas nas férias do
" (fl. 626).depoente
A segunda testemunha convidada pelas reclamadas (Marcio)
disse: "trabalha na 1ª ré desde julho de 2004, na função de editor; 2- trabalhou com a
autora quando esta foi editora assistente de Vida e Cidadania, entre julho de 2009 e
julho de 2010; 3- como editor assistente, a autora acompanhava a produção das matérias
com os repórteres e seleciona o conteúdo das matérias destinadas à publicação quando
feitas por agências de notícias; 4- a autora e o depoente trabalhavam das 15h (salvo às
segundas, quando entravam às 14h), sendo que em dois dias da semana saíam às
21h/21h30min e nos outros dois dias, entre as 22h/22h30min; 5- o intervalo era de 15
" (fl. 626).minutos
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A jornada fixada pelo juízo de origem levou em conta os
limites estabelecidos pelas testemunhas que laboraram no período imprescrito até
30/11/2010. A segunda testemunha da autora (Ari) e a segunda testemunha das rés
(Marcio) confirmaram que o intervalo era de 15 minutos e indicaram jornada de trabalho
superior a seis horas diárias. Em que pese o depoente Roberto ter afirmado que o
intervalo era de uma hora, ele laborou com a autora a partir de 2011, período em que há
registro de jornada nos autos.
Portanto, correta a jornada fixada, bem como a condenação
no pagamento das horas extras decorrentes da violação do intervalo intrajornada.
Mantenho.
RECURSO ORDINÁRIO DE ÉRIKA BUSANI
1. Retificação do pólo passivo
Constou no julgado:
"Retifique-se o polo passivo dos presentes autos, para excluir a terceirareclamada, ante a inexistência de personalidade jurídica, e constar acorreta denominação da quarta reclamada, Sociedade Rádio EmissoraParanaense S/A.
Embora a reclamante não tenha concordado com a retificação do polopassivo, tão somente para forçar suposta revelia, ressalto que, diante doprincípio da aptidão para a prova e considerando a inviabilidade deprodução de prova negativa, era ônus da autora a comprovação de queos quatro réus indicados na inicial detém personalidade jurídica, e não ocontrário, nos termos dos arts. 818 da CLT e 333, I, do CPC.
Ademais, a não concordância com a retificação poderia prejudicar aprópria reclamante, pois impediria uma eventual execução em face dosréus" (fls. 642/643).
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fls.17
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A recorrente sustenta que impugnou as alegações de que a
Gazeta do Povo Maringá e a GRPCOM não existem no mundo jurídico e de que deve
constar a Sociedade Rádio Emissora Paranaense SA como grupo econômico no qual estão
incluídas a primeira e segunda rés. As reclamadas não comprovaram as suas alegações
com a juntada dos respectivos documentos e a 3ª e 4ª rés não compareceram à audiência
inicial. O Jornal Gazeta do Povo publica diariamente os nomes dos responsáveis pela
GRPCOM. Há interesse na responsabilização solidária dos réus em razão de a autora ter
publicado matérias jornalísticas em veículos diferentes e não terem sido pagos os
respectivos direitos autorais. Embora a Editora Gazeta do Povo tenha um nome de
referência no mercado, os atos constitutivos juntados nos autos indicam que o seu capital
social integralizado é inexpressivo. Requer que seja afastada a retificação do pólo
passivo, com a decretação de revelia da terceira e quarta rés (fls. 679/680).
Sem razão.
A autora ajuizou a presente demanda contra Editora Gazeta
do Povo S/A, Jornal de Londrina, Gazeta Maringá e GRPCOM, postulando a sua
responsabilidade solidária ou, sucessivamente, subsidiária (fls. 02/03).
A rés alegaram em defesa que a terceira e quarta rés não
existem no mundo jurídico. A Gazeta Maringá é uma marca da Editora Gazeta do Povo e
a GRPCOM é o nome fantasia do grupo econômico Sociedade Radio Emissora
Paranaense SA, do qual fazem parte a primeira e segunda reclamadas (fl. 303).
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As rés juntaram os atos constitutivos da Editora Gazeta do
Povo às fls. 256/260 e da Sociedade Rádio Emissora Paranaense SA às fls. 278/289 para
comprovar as suas alegações.
A preposta da 3ª ré esclareceu em audiência: "Grpcom é uma
marca do grupo econômico, não tendo personalidade jurídica; 2- o Grpcom não tem
Presidência, nem Conselheiros; 3- G1 é uma sociedade rádio-emissora, reconhecida
como RPCTV, integrante da marca Grpcom; 4- no site G1, é possível haver a publicação
de matérias produzidas pelos jornalistas da Gazeta do Povo, porque trata-se do mesmo
" (fl. 624).grupo econômico
A autora, em contrapartida, não comprovou que a Gazeta do
Povo Maringá e a GRPCOM são empresas distintas da primeira ré e da Sociedade Rádio
Emissora Paranaense S/A. O fato de constar no Jornal Gazeta do Povo o nome dos
responsáveis da GRPCOM não contraria a tese da defesa de que se trata de uma marca.
Ademais, as atas de audiência de fls. 294/295 e 622/627
indicam que todas as reclamadas compareceram nas audiências inaugural e de instrução,
não havendo revelia.
Mantenho.
2. Equiparação salarial
A recorrente sustenta que os paradigmas Renan Oliveira e
Mauri Konig foram contratados depois dela, percebiam salário e gratificação superiores e
exerciam as mesmas funções de repórter e editor assistente, bem como editor nos
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fls.19
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plantões. Os recorridos confessaram em defesa que tais paradigmas eram editores
assistentes, mesmo cargo do paradigma Ricardo em relação ao qual foi reconhecida a
equiparação salarial na origem. Como consta na contestação e nos documentos
apresentados, a autora desempenhou mesma função, com mesma perfeição técnica, na
mesma localidade geográfica, mas a diferença salarial era " ". Os requisitos dagritante
equiparação salarial foram confirmados com a prova oral. Nada nos autos indica que o
paradigma Renan foi contratado para cobrir eventos de guerra, e tal argumento sequer foi
invocado na defesa. O fato de o paradigma Mauri ter recebido prêmio não justifica a
diferença salarial, existente desde o início do seu contrato de trabalho (fls. 680/684).
Sem razão.
As rés negaram em defesa a identidade de função com os
paradigmas supracitados. Em relação à Mauri Konig, elas mencionaram:
"A autora jamais exerceu as mesmas funções e atividades que o espelhoMauri Konig, muito menos no período compreendido entre 01.03.2008 a30.11.2010, nesse período a autora exerceu a função de editora e o Sr.Mauri Konig, admitido em 25.11.2002 para o cargo de repórter epassando em 01.09.2006 a função de editor, função essa que a autorasomente começou a exercer em 01.03.2008, ainda, o paradigma é urepórter investigativo, o que a autora nunca foi.
Ainda, não há que se cogitar o exercício de igual função, produtividadee perfeição técnica, posto que é um repórter sem paralelo no estado doParaná, o que se atesta pelos livros que escreveu e prêmios recebidos.Sua lista de prêmios é extensa e inclui láureas nacionais, como o prêmioTim Lopes, o Esso, o Lourenço Gnatalli (Itália) e o Press FreedomAwards, portanto é evidente a superioridade de produção desteprofissional em relação à da reclamante. Resta também impugnada adiferença salarial exposta em petição inicial, bem como as diferenças degratificações, posto que lançadas sem qualquer comprovação fática edocumental" (fl. 306).
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fls.20
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Quanto a Renan Oliveira, constou na contestação: "Editores
assistentes com salário base inferiores ao da reclamante. Os dois recebiam o piso de
jornalista mais 30% de gratificação editorial. Fernando trabalhou na editoria de
Economia e Renan é editor assistente da Gazeta do Povo on-line, funções jamais
" (fl. 307).exercidas pela autora
Incumbia à autora comprovar a identidade de função e a
simultaneidade da prestação de serviços e deste ônus ela não se desincumbiu.
Na audiência de instrução, a reclamante disse:
"Renan Antunes de Oliveira foi repórter, não se recordando exatamenteo período, mas sabe que foi antes de 2008, sendo que foi entre 2001 e2002, sendo que ele trabalhava na mesma atividade da depoente, mas noCaderno Paraná; (...) Mauri Konig sempre foi repórter, desde2005/2006, sendo que ele continua na reclamada, sendo que de 2005 amarço de 2008, a depoente foi repórter do Caderno Viver Bem; 11-Mauri Konig era repóter investigativo e ganhou vários prêmios, masesclarece que não existe a função de repórter investigativo; 12- MauriKonig recebeu prêmio Esso regional, sendo que este prêmio éimportante, mas a depoente não recebeu tal prêmio, mas recebeu outrosprêmios; 13- de 2008 a 2010, a autora era editora assistente do CadernoVida e Cidadania e Mauri Konig era repórter; 14- o repórter faz asreportagens e vai para a rua investigar e o editor assistente ajuda nofechamento do jornal, na edição; (...) nesse período de editora assistente,a autora editava matérias, sugeria pauta, orientava os repórteres, masprincipalmente fazia o fechamento da matéria; (...) saiu do cargo deeditora em dezembro de 2010, voltando a ser repórter, por motivaçãopessoal, pois os horários eram ruins" (fls. 623/624).
Sua primeira testemunha afirmou:
" ; 2- em algunstrabalhou na ré de maio de 1998 a setembro de 2005momentos trabalhou com a autora; 3- em 1998, a autora trabalhava naedição, no período das noite, iniciando às 17h, sendo que a autora eraeditora; 4- depois disso, a autora foi para o Viver Bem, como
, sabendo disso porque a depoente também foirepórter e editorarepórter do Viver Bem, sabendo como é a dinâmica do Caderno; 5- a
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depoente também fazia edição quando era repórter; 6- havia um; 7- editor, sendo que uma pessoa só não dá conta do trabalho na
época da depoente, havia um editor e os repórteres, sendo que; 8- pegavam um repórter para auxiliar na edição Renan Antunes de
Oliveira era repórter, sendo que ele era repórter bem diferenciado,pois tinha mais liberdade de escrever o que ele queria, mesmo que
; 9- a depoente já submeteu suastrouxesse ônus para o Jornalreportagens ao crivo da autora quando esta era editora; 10- a autora nãocobriu evento de guerra no exterior; 11- Renan foi para cumprir
" (fl. 625 -evento de guerra, mas acabou preso na fronteira do Irãdestacamos).
Sua segunda testemunha disse: "trabalhou na 1ª ré de março
de 2008 a agosto de 2010, na função de sub-editor, até julho de 2009, e depois como
repórter; 2- trabalhou com a autora na função de sub-editor/editor assistente; (...)
Ricardo Medeiros era sub-editor do Caderno Vida Pública; (...) o editor titular e o
coordenador definiam as reportagens e o editor assistente fazia o fechamento, editando a
." (fl. 625).matéria, colocando título, etc
Sua terceira testemunha afirmou: "trabalhou no sindicato de
2003 a dezembro de 2009, sendo que voltou para a redação em janeiro de 2010, na
função de repórter; 2- acompanhou o serviço da autora quando voltou; 3- a reclamante
era sub-editora na época, e depois passou a repórter no Caderno Viver Bem; 4- não
presenciou a autora fazer edição no Caderno Viver Bem, mas sabe que todos que iam
trabalhar no Caderno, faziam reportagem e edição; 5- a depoente trabalhou em plantões
com a reclamante, sendo que esta fazia a edição do Caderno Vida e Cidadania nestas
ocasiões, sendo que esta pergunta foi feita pelo advogado depois que a depoente já tinha
respondido o item 4; 6- a depoente não sabe se a autora já editou matéria sua no
" (fl. 626).Caderno Vida e Cidadania, onde a depoente trabalhava
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A primeira testemunha da ré alegou: "trabalhou com a
autora desde 2011, sendo que o depeonte era o editor e a autora era repórter no Caderno
Viver Bem; 3- nos plantões, a autora fazia junto com o depoente no Caderno Vida
Pública, sendo que toda a equipe trabalhava na edição do Caderno de Política (Vida
Pública); (...) a autora assumia a função de editora assistente apenas nas férias do
depoente; 7- Ricardo Medeiros trabalhou com o depoente apenas em plantões; 8- de
segunda a sexta, Ricardo Medeiros era editor assistente de Vida e Cidadania, de 2010 a
" (fl. 626).2012
A segunda afirmou: "trabalha na 1ª ré desde julho de 2004,
na função de editor; 2- trabalhou com a autora quando esta foi editora assistente de Vida
e Cidadania, entre julho de 2009 e julho de 2010; 3- como editor assistente, a autora
acompanhava a produção das matérias com os repórteres e seleciona o conteúdo das
matérias destinadas à publicação quando feitas por agências de notícias; (...) o editor
responde pela editoria, sendo que seu nome aparece no caderno, participa das reuniões
de fechamento, responde pelo conteúdo publicado, tem autonomia para excluir ou incluir
assuntos; 8- a responsabilidade técnica do Caderno Vida e Cidadania era do editor do
" (fls. 626/627).Caderno
A própria autora admitiu que trabalhou na mesma atividade
que o paradigma Renan antes de 2008, período que foi atingido pela prescrição
quinquenal. Quanto ao paradigma Mauri Konig, a reclamante confessou que no período
imprescrito referido paradigma desempenhava função diversa, pois ele atuava como
repórter investigativo e a autora era editora assistente.
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A primeira testemunha da autora, única depoente que se
referiu ao paradigma Renan, também laborou com a autora apenas no período prescrito e
ainda apontou que Renan era um repórter diferenciado por atuar em cobertura de guerras,
atividade que não foi desempenhada pela reclamante.
Não foi comprovada a identidade de função com os
paradigmas Renan e Mauri durante o período imprescrito, sendo indevidas as diferenças
salariais postuladas.
Nego provimento.
3. Diferenças salariais, multa e dano moral
A autora alegou que sofreu redução salarial ilegal de
01/11/2001 a 29/02/2008 e 01/12/2010 até a rescisão, quando perdeu a gratificação de
80% e 30%, respectivamente, embora tenha acumulado as funções de repórter, editora
assistente e editora nos plantões. Pugnou pela aplicação da cláusula 6ª dos instrumentos
coletivos em razão da mora salarial e emendou a inicial para acrescer o pedido
de indenização por danos morais "em razão da supressão da gratificação de 80%, tendo
em vista o caráter alimentar da verba, o que representa ofensa a direito personalíssimo
" (fl. 294).
A ré, por sua vez, negou que a reclamante tivesse acumulado
as funções de repórter, editora e assistente de editora, sendo que sequer existe a função de
assistente. A autora percebeu a gratificação somente quando a função foi exercida, não
havendo redução salarial ilegal (fls. 308/309).
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Constou na r.sentença:
"Não houve prova de que a reclamante exerceu a função de Editora, afim de perceber a gratificação de 80% pleiteada. Ademais, não há quefalar em incorporação da parcela, visto que tal gratificação somente épaga enquanto exercida a função.
A gratificação de 30%, relativa à função de editora assistente (editora I)já foi deferida por ocasião da equiparação salarial com o paradigmaRicardo Medeiros.
Diante da controvérsia instalada nos autos, entendo indevida a aplicaçãoda multa convencional postulada, pois não houve a mora salarial, e simo reconhecimento do exercício das atribuições relativas aos editoresassistentes enquanto formalmente a autora exercia o cargo de repórter".
(...)
Afastado o pedido relativo à suposta supressão da gratificação de 80%,não há que falar em indenização por danos morais. Improcede o pedido,portanto" (fls. 645 e 651).
A recorrente sustenta que as testemunhas Daniele e Aniela
confirmaram que a reclamante nunca deixou de exercer o serviço de edição, com direito à
gratificação de 80%. Após ser transferida para o Caderno Viver Bem, a partir de
01/11/2001, ela sofreu redução salarial ilegal. De todo modo, o juízo de origem deferiu as
diferenças salariais na função de editora assistente com o paradigma Ricardo Medeiros,
restando evidente a mora salarial e sendo devida a multa convencional. A autora
também faz jus à indenização por danos morais por conta do recebimento de gratificação
inferior, perdendo salário e renda (fls. 684/685).
Sem razão.
A cláusula 19 das CCTs juntadas prevê:
"Ficam mantidos os adicionais de comissionamento, conforme a seguir:
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a) aos exercentes de cargo de chefia, tais como: secretário,subsecretário, chefe de reportagem, chefe de departamento fotográfico,chefe de revisão, editor responsável e chefe de assessoria de imprensa, aempresa pagará uma gratificação de cargo equivalente a 50% (cinqüentapor cento) do salário da função, vantagem esta a ser implantada aosubstituto sempre que o titular por força de férias, licença ou qualquerafastamento legal, e sem prejuízo de sua remuneração, se veja obrigadoa ausentar-se da função gratificada, restando os mesmos inclusos noartigo 306 da CLT;
b) aos exercentes de cargo de editor, assim entendido o jornalista queexerce chefia setorial, for responsabilizado como tal, dispuser deascendência hierárquica ou comando sobre profissionais da sua seçãoe/ou aquele que detiver ônus com responsabilidade da seleção domaterial a ser editado ou pautado - será paga uma gratificação mínimade 30% (trinta por cento) do salário da função. Esta vantagem seráimplantada ao substituto sempre que o titular, por força de férias,licença ou qualquer afastamento legal, e sem prejuízo de suaremuneração, se veja obrigado a ausentar-se da função gratificada,estando os mesmo inclusos no artigo 306 da CLT" (fls. 139/140).
Incumbia à autora comprovar que ocupou referidos cargos
durante o período imprescrito para fazer jus às gratificações postuladas, considerando que
não há redução salarial ilícita na reversão do empregado para o cargo anteriormente
ocupado, de acordo com o artigo 468, parágrafo único da CLT, com o corte da respectiva
gratificação.
Na audiência de instrução, a autora disse:
"de 2008 a 2010, a autora era editora assistente do Caderno Vida eCidadania e Mauri Konig era repórter; 14- o repórter faz asreportagens e vai para a rua investigar e o editor assistente ajuda no
; (...) de 2008 a 2010, fechamento do jornal, na edição a autora não tinha responsabilidade técnica sobre os repórteres (sobre as
, nãomatérias publicadas), sendo que era subordinada a um editorsabendo o que significa responsabilidade técnica; 17- nesse período,tudo era feito em conjunto, sendo que a aprovação final era do chefe
; 18- nesse período de editora assistente, de redação a autora editavamatérias, sugeria pauta, orientava os repórteres, mas
; (...) saiu do cargo deprincipalmente fazia o fechamento da matéria
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editora em dezembro de 2010, voltando a ser repórter, por motivaçãopessoal, pois os horários eram ruins" (fls. 623/624 - destacamos).
O preposto da primeira e terceira ré mencionou:
"a autora, na Gazeta do Povo, atuou como repórter, até fevereiro de2008, e como editora I, até novembro de 2010, e novamente comorepórter, de dezembro de 2010 até a saída; 2- trabalhou como repórterno Caderno Paraná, como editora no Vida e Cidadania e como repórterno Caderno Vida e Cidadania; 3- todos os repórteres exercem asmesmas atividades, escrevendo matérias jornalísticas; 4- a autora faziaum plantão por mês, que recaía em um sábado (das 09h às 12h) e umdomingo (das 17h às 21h), tanto na função de repórter como na funçãode editora I (função que equivale a editor assistente); 5- quando a autoraera repórter, não fazia a função de editor nos plantões; 6- como editoraI, a autora entrava às 15h/15h30min e saía às 21h30min, em média, com1 hora de intervalo; 7- nas segundas, a reclamante chegava para areunião de pauta 30 minutos antes; 8- o valor padrão de gratificaçãopara editorial era de 30%. sendo que não há pagamento de outraparcela" (fl. 624).
A primeira testemunha da autora afirmou:
" ; 2- em algunstrabalhou na ré de maio de 1998 a setembro de 2005momentos trabalhou com a autora; 3- em 1998, a autora trabalhava naedição, no período das noite, iniciando às 17h, sendo que a autora eraeditora; 4- depois disso, a autora foi para o Viver Bem, como repórter eeditora, sabendo disso porque a depoente também foi repórter do ViverBem, sabendo como é a dinâmica do Caderno; 5- a depoente tambémfazia edição quando era repórter; 6- havia um editor, sendo que umapessoa só não dá conta do trabalho; 7- na época da depoente, haviaum editor e os repórteres, sendo que pegavam um repórter para
; (...) a depoente já submeteu suas reportagens aoauxiliar na ediçãocrivo da autora quando esta era editora" (fl. 625 - destacamos).
A segunda testemunha da autora disse: "trabalhou na 1ª ré
de março de 2008 a agosto de 2010, na função de sub-editor, até julho de 2009, e depois
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como repórter; 2- trabalhou com a autora na função de sub-editor/editor assistente;
(...) o editor titular e o coordenador definiam as reportagens e o editor assistente fazia o
." (fl. 625).fechamento, editando a matéria, colocando título, etc
A terceira testemunha da autora afirmou: "trabalhou no
sindicato de 2003 a dezembro de 2009, sendo que voltou para a redação em janeiro de
2010, na função de repórter; 2- acompanhou o serviço da autora quando voltou; 3- a
reclamante era sub-editora na época, e depois passou a repórter no Caderno Viver Bem;
4- não presenciou a autora fazer edição no Caderno Viver Bem, mas sabe que todos que
iam trabalhar no Caderno, faziam reportagem e edição; 5- a depoente trabalhou em
plantões com a reclamante, sendo que esta fazia a edição do Caderno Vida e Cidadania
nestas ocasiões, sendo que esta pergunta foi feita pelo advogado depois que a depoente
já tinha respondido o item 4; 6- a depoente não sabe se a autora já editou matéria sua no
" (fl. 626).Caderno Vida e Cidadania, onde a depoente trabalhava
A primeira testemunha da ré alegou: "trabalhou com a
autora desde 2011, sendo que o depeonte era o editor e a autora era repórter no Caderno
Viver Bem; 3- nos plantões, a autora fazia junto com o depoente no Caderno Vida
Pública, sendo que toda a equipe trabalhava na edição do Caderno de Política (Vida
Pública); (...) a autora assumia a função de editora assistente apenas nas férias do
" (fl. 626).depoente
A segunda testemunha da ré afirmou: "trabalha na 1ª ré
desde julho de 2004, na função de editor; 2- trabalhou com a autora quando esta foi
editora assistente de Vida e Cidadania, entre julho de 2009 e julho de 2010; 3- como
editor assistente, a autora acompanhava a produção das matérias com os repórteres e
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seleciona o conteúdo das matérias destinadas à publicação quando feitas por agências de
notícias; (...) o editor responde pela editoria, sendo que seu nome aparece no caderno,
participa das reuniões de fechamento, responde pelo conteúdo publicado, tem autonomia
para excluir ou incluir assuntos; 8- a responsabilidade técnica do Caderno Vida e
" (fls. 626/627).Cidadania era do editor do Caderno
Da análise da prova oral verifica-se que não restou
comprovado o exercício de cargos de chefia e de editor na forma prevista nas CCTs.
A autora admitiu que não tinha responsabilidade técnica
sobre o material publicado, que ela era subordinada ao editor e apenas auxiliava no
fechamento do jornal. Sua primeira testemunha se referiu a período atingido pela
prescrição quinquenal, e ainda deixou claro que quando a autora foi para o caderno Viver
Bem passou a atuar como repórter e auxiliar na edição das matérias. Sua segunda
testemunha e a segunda testemunha da ré apontaram a diferença entre o editor assistente,
função exercida pela autora durante o período imprescrito, e o editor titular. O primeiro
apenas acompanha o conteúdo das matérias a serem publicadas, enquanto que o segundo
responde pela publicação e tem autonomia para definir os assuntos das matérias. A
terceira testemunha da autora somente mencionou que a reclamante editava os conteúdos
no período em que voltou a ser repórter, o que também foi confirmado pela primeira
testemunha da ré.
Não há previsão de pagamento de gratificação de função nos
instrumentos coletivos acostados nos autos para os editores assistentes ou subeditores,
empregados que auxiliam no fechamento das matérias que serão publicadas. Assim, como
editora assistente, a autora não faz jus às diferenças salariais postuladas.
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Quanto à multa decorrente da mora salarial, a cláusula 13 das
CCTs estabelece: "À exceção do previsto na cláusula 8.ª (oitava) deste instrumento, toda
mora salarial ensejará aos empregados direito de receber acréscimo de correção diária
e mais 1% (um por cento) ao mês e mais 0,5% (meio por cento) ao dia, a partir do
término do prazo legalmente exigível a esse pagamento, independentemente de ação
" (fl 138).judicial cabível
No caso em tela, não restou comprovado atraso no
pagamento de salários. As diferenças que foram deferidas na origem e mantidas por este
Regional decorreram do reconhecimento de exercício de mesma função do que o
paradigma Ricardo, como editor assistente, no período em que a reclamante formalmente
ocupava o cargo de repórter.
Quanto ao pedido de indenização por danos morais, além de
não ter sido comprovada a ilicitude na ausência de pagamento da gratificação, referido
fato por si só não é suficiente para ensejar reparação por danos morais, já que sequer foi
alegado que a autora passou algum constrangimento.
Portanto, nada a prover.
4. Cargo de confiança
Caso seja mantida a decisão de exercício apenas da função
de editora assistente, a reclamante não exerceu cargo de confiança na forma do artigo 306
da CLT, fazendo jus à jornada de trabalho de 5 horas diárias e 30 semanais (fl. 686/694).
Com razão.
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O artigo 306 da CLT estabelece: "Os dispositivos dos arts.
303, 304 e 305 não se aplicam àqueles que exercem as funções de redator-chefe,
secretário, subsecretário, chefe e subchefe de revisão, chefe de oficina, de ilustração e
". E o seu paragrafo único acrescenta: "chefe de portaria Não se aplicam, do mesmo
".modo, os artigos acima referidos aos que se ocuparem unicamente em serviços externos
A cláusula 19 das CCTs colacionadas nos autos ainda
acrescenta como cargo de confiança na forma do supracitado artigo o chefe de
reportagem, chefe de departamento fotográfico, chefe de revisão, editor responsável
e chefe de assessoria de imprensa, os quais devem perceber gratificação mínima de 50%
do salário da função. Referida cláusula também inclui o editor: jornalista que exerce
chefia setorial, possui ascendência hierárquica ou comando sobre profissionais da sua
seção e/ou detém ônus com responsabilidade da seleção do material a ser editado ou
pautado, e perceba uma gratificação mínima de 30% do salário da função.
A configuração do cargo de confiança na forma das
supracitadas normas exige de maneira cumulativa o recebimento de gratificação de
função e o exercício de cargo de chefia do setor, com responsabilidade sobre a seleção
das matérias a serem publicadas e comando sobre outros profissionais. Não foi
comprovado o pagamento da gratificação de função durante todo o período imprescrito.
Como foi fundamentado no tópico anterior, restou comprovado que a autora apenas
auxiliava no fechamento das matérias a serem publicadas, sem se responsabilizar pelo seu
conteúdo nem tinha autonomia para incluir ou excluir algum assunto. Ademais, a prova
oral não apontou que a reclamante possuía subordinados.
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Como a ré não se desincumbiu do seu ônus de comprovar
que a autora estava enquadrada na exceção do artigo 306 da CLT, fato impeditivo do seu
direito à jornada especial prevista no artigo 303 da CLT, deve ser deferida a respectiva
jornada.
Reformo para reconhecer à autora a jornada de trabalho de 5
horas diárias e 30 semanais para todo período imprescrito.
5. Horas extras e intervalos
Período sem registro de jornada de trabalho (até
30/11/2010)
Constou no julgado:
Diante da inexistência de cartões de ponto no período imprescrito até30/11/2010, fixo a jornada de trabalho da reclamante com base na provaoral e nos limites da inicial como sendo:
(a) segundas-feiras, das 13h30min às 21h30min, com 15min deintervalo;
(b) terças e quintas-feiras, das 15h às 22h, com 15min de intervalo;
(c) quartas e sextas-feiras, das 15h às 21h15min, com 15min deintervalo;
(d) um sábado por mês, das 8h30 às 13h, sem intervalo;
(e) um domingo por mês, das 17h às 21h, sem intervalo e folgacompensatória;
(f) feriados alternados, das 16h às 21h, sem intervalo e folgacompensatória" (fls. 646/647).
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3ª TURMA
A recorrente sustenta que a jornada declinada na inicial nas
segundas-feiras, das 13h às 22h15, e nas terças e quintas-feiras, das 15h às 22h15, com
intervalo de 15 minutos foi comprovada com a prova testemunhal. Requer a fixação do
início da jornada nas segundas-feiras às 13h e do término da jornada nas segundas, terças
e quintas-feiras às 22h15, com a condenação no pagamento do adicional noturno (fls.
694/696).
Sem razão.
A jornada declinada na inicial para o referido período foi:
nas segundas-feiras, das 13h às 22h15; nas terças e quintas-feiras, das 15h às 22h15 e; nas
quartas e sextas-feiras das 15h às 21h15, sempre com 15 minutos de intervalo (fl. 15).
Em relação ao término da jornada de trabalho, a autora
mencionou na audiência de instrução: "às segundas e quartas encerrava às
21h15min/21h30min, às tercas e quintas, às 22h15min/22h30min, e às sextas faziam o
""pescoço", que era o fechamento da edição do domingo, encerrando às 22h30min/23h
(fl. 624). Assim, correta a fixação da jornada na segunda-feira até as 21h30.
Quanto aos demais horários questionados, a testemunha Ari,
ouvida pela autora, mencionou: "a autora trabalhava das 15h às 22h/22h30min, sendo
que na segunda iniciava às 13h, em razão da reunião de pauta; 4- o intervalo era de 15
minutos; 5- às segundas, a autora saía por volta das 22h15min, 22h30min; 6-tinha um
" (fl. 625). A testemunhadia em que a reclamante saía mais cedo, por volta das 21h15min
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3ª TURMA
Marcio, indicada pela ré, disse: "a autora e o depoente trabalhavam das 15h (salvo às
segundas, quando entravam às 14h), sendo que em dois dias da semana saíam às
".21h/21h30min e nos outros dois dias, entre as 22h/22h30min
A jornada da segunda-feira com início às 13h30 e o término
nas terças e quintas-feiras às 22h levou em conta a média dos horários apontados nos
referidos depoimentos, não havendo reforma cabível no particular. Não houve labor no
período noturno, de modo que é indevido o pagamento do adicional noturno e a redução
da hora noturna.
Período com controles de jornada de trabalho (a partir
de 1º/12/2010) e intervalo intrajornada
Constou na r.sentença:
"Quanto ao trabalho prestado a partir de 01/12/2010, a autora concordoucom os horários apresentados nos cartões de ponto, razão pela qual olabor em sobrejornada e a violação dos intervalos será aferida com baseem tais documentos (fls. 376/402).
As CCTs juntadas aos autos possibilitam a adoção do regime decompensação de horas através de banco de horas, condicionado àrealização de acordo coletivo de trabalho. O empregador firmou taisacordos, conforme se verifica às fls. 467/472 (ACT 2009/2011) e fls.416/421 (ACT 2011/2012).
Além disso, os ACTs prevêem a jornada diária de 6 horas diárias,totalizando 30 horas semanais, como possibilita o art. 304 da CLT.
Portanto, mostra-se válido o banco de horas adotado pelo primeiroreclamado, pois preenchidos os requisitos legais e convencionais.
Cabia à reclamante demonstrar que o banco de horas não era respeitado,ônus do qual não se desincumbiu.
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3ª TURMA
Pelo quadro delineado, a partir de 01/12/2010, a reclamante não faz jusao pagamento, como extras, das horas laboradas além da 5ª (comopleiteado) ou 6ª diária e 30ª semanal (jornada prevista nos ACTs), hajavista o válido banco de horas levado a efeito mediante norma coletiva,cujo efetivo cumprimento no plano material não foi infirmado pelasdemais provas dos autos.
Todavia, no que pertine ao intervalo intrajornada, é inválida cláusula deacordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ouredução do intervalo intrajornada porque este constitui medida dehigiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordempública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso ànegociação coletiva.
Não se aplicam os intervalos dos arts. 66 e 67 da CLT, em razão dasprevisões específicas para a categoria dos jornalistas estabelecidas nosarts. 307 e 308 da CLT.
Dessa forma, durante todo o período imprescrito, faz jus a autora aorecebimento como extra (hora + adicional) do labor prestado emprejuízo dos intervalos dos arts. 71, 307 e 308 da CLT, mas apenas emrelação ao tempo suprimido.
Ressalto que, caso ultrapassada a jornada de 6 horas de trabalho, édevido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de 1 hora.
Não houve labor em horário noturno, razão pela qual improcedem ospedidos de adicional noturno e hora reduzida.
Parâmetros de liquidação:
(a) base de cálculo: verbas salariais, observada a evolução salarial,inclusive as diferenças oriundas da equiparação acima deferida, nostermos da Súmula 264 do C. TST;
(b) adicionais convencionais e, na sua ausência, os legais;
(c) divisor 150 quando submetida à jornada de 6 horas e 220 quandosubmetida à jornada de 8 horas.
No caso de cartões faltantes, será adotada a jornada média constantesnos cartões juntados, exceto no período em que não havia registro dejornada.
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3ª TURMA
Observe-se a frequência registrada nos cartões de ponto e demaisdocumentos apresentados nos autos, excluindo-se os dias deafastamento, férias e folgas.
Observem-se também a Súmula n. 366 do C. TST e o artigo 58, §1º, daCLT no período em que houve registro de jornada em cartões de ponto.
Em razão da habitualidade, são devidos reflexos em DSR (assimconsiderados domingos e feriados), em aviso prévio indenizado, fériasacrescidas do terço constitucional e 13º salários, calculados na forma daOJ n. 394 da SDI-1/TST.
Sobre o principal e reflexos incide o FGTS (11,2%), exceto sobre fériasindenizadas.
Autorizo o abatimento dos valores já pagos sob mesmo título, pelocritério global (TST, OJ 415 do SDI-1)" (fls. 647/648).
A recorrente pugna que seja considerado inválido o regime
do banco de horas, já que não houve comprovação da folga respectiva. O regime de
plantão aos sábados, domingos e feriados descaracteriza o referido regime de
compensação. Deve ser aplicada a jornada de 5 horas diárias e em relação ao intervalo
intrajornada a condenação como extra deve considerar a totalidade do intervalo e não
apenas o tempo suprimido (fls. 696/697).
Com razão parcial.
A hora extra sempre implica na prorrogação da jornada, mas
as horas trabalhadas em prorrogação não são sempre devidas como horas extras, pois a lei
permite que essa prorrogação seja compensada através da redução equivalente, total ou
parcial, de jornadas de trabalho. Essa compensação exige a existência de acordo formal e
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materialmente válidos. O acordo de compensação, sendo exceção à regra geral de duração
da jornada de trabalho, deve ser cumprido em seus estritos termos, justamente para que se
proteja a saúde do trabalhador que já estará em situação mais gravosa do que a normal.
A compensação semanal pressupõe a prorrogação da jornada
normal apenas o suficiente para manter o cumprimento da carga semanal de 30 horas, no
caso em tela, quando o empregador elimina total ou parcialmente o labor em um dos dias
da semana. Respeitada essa condição, o excesso da jornada normal não é devido como
hora extra. Desrespeitados com habitualidade os limites de jornada estipulados no próprio
acordo de compensação, tal acordo resta invalidado, sendo devidas como extras todo o
tempo trabalhado além do limite semanal e o pagamento do adicional de hora extra para
aquelas horas destinadas originalmente à compensação, de acordo com a Súmula 85, IV
do C. TST e a OJ 44, I desta E. Turma. O acordo de compensação semanal deve ser feito
por escrito e deve conter os horários destinados à prorrogação e à compensação das
jornadas, pois do contrário o trabalhador ficaria ao arbítrio do empregador no que se
refere à definição do seu tempo livre.
A compensação via "banco de horas" pressupõe a
prorrogação da jornada normal (a qual normalmente implica na prorrogação do limite
legal semanal), a fim de que essas horas excedentes sejam compensadas, e não pagas
como extras, dentro de no máximo um ano. Esse sistema de compensação, portanto, é
incompatível com a existência de pagamentos de horas extras. A compensação via banco
de horas deve ser ajustada com o sindicato da categoria profissional. Entendo que não é
possível fixar no próprio acordo os dias destinados à prorrogação e à compensação das
jornadas, pois o prazo para a compensação é longo, mas é claro que há necessidade de
comunicação prévia tanto da prorrogação quanto da compensação, para possibilitar a
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programação do empregado no primeiro caso e do empregador no segundo (é bastante
comum que o empregado defina o momento da compensação).
Ambas as modalidades de compensação mencionadas
restarão invalidadas se ultrapassado o limite de dez horas de trabalho diário, como
previsto na CLT.
No caso em exame, as cláusulas 34 da CCT 2010/2011 e 36
da CCTT 2011/2012 autorizam a adoção do regime de compensação do banco de horas
através de acordo coletivo de trabalho (fls. 206 e 225). Referido requisito foi observado
como faz ver a cláusula 4ª dos ACTs 2010/2011 e 2011/2012 (fls. 468 e 417). A cláusula
3ª dos ACTs (fls. 467 e 416) também estabelece o labor de 6 horas diárias de segunda a
sexta-feira para a compensação do sábado, exceto no regime de plantão.
Embora tais regimes de compensação sejam formalmente
válidos, a sistemática de adoção concomitante do banco de horas e da compensação
semanal enseja a invalidade material em ambos os casos.
A possibilidade de crédito no banco de horas das excedentes
à 6ª diária enseja a extrapolação habitual do limite semanal de 30 horas, violando o
cumprimento do acordo de compensação semanal, como faz ver os controles de jornada
de fls. 379 e seguintes. Como exemplo, na semana compreendida entre 28/03/2011 e
1º/04/2011 a autora laborou mais de 31 horas (fl. 383). Além disso, os cartões ponto
indicam a prestação habitual de serviços aos sábados, dia destinado à compensação, como
no controle de fl. 387.
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Os cartões ponto ainda indicam a violação do limite máximo
diário de horas extras estabelecido no artigo 59 da CLT, como no dia 31/10/2011, em que
a autora laborou 8 horas e 44 minutos.
Assim, os regimes de compensação adotados entre as partes
são materialmente inválidos, devendo ser pagas as horas extras além da 5ª diária e 30ª
semanal, de forma não cumulativa. Nesta situação não há falar em aplicação da Súmula
85 do TST, diante do previsto no seu inciso V e do previsto no inciso V da OJ 44 desta E.
Turma.
Devem ser mantidos os mesmos reflexos e parâmetros
contidos no julgado em relação aos quais não houve insurgência recursal específica.
No tocante ao intervalo intrajornada, esta Turma em sua
nova composição passou a entender que a concessão parcial do intervalo intrajornada ao
empregado lhe confere o direito ao pagamento referente à diferença entre o tempo devido
e o concedido e não ao pagamento do valor correspondente à pausa integral, pois é o que
determina o art. 71, § 4º, da CLT (o pagamento do intervalo não concedido, o que afasta,
evidentemente, o tempo concedido). Não é razoável igualar a situação do trabalhador que,
como a autora, usufruiu em algumas ocasiões de 15 minutos de intervalo, com a do
empregado que, tendo direito a ele, não usufrui intervalo algum. Entendimento em
sentido contrário leva os empregadores, na hipótese de não poder conceder o intervalo
integral em alguma ocasião, a não conceder intervalo algum, já que a consequência é a
mesma (o pagamento integral do intervalo).
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Diante do exposto, ao recursodou provimento parcial
para declarar a nulidade dos regimes de compensação adotados e condenar as rés no
pagamento das horas extras além da 5ª diária e 30ª semanal, de forma não cumulativa
(divisor 150).
6. Direitos autorais
Constou no julgado:
"A cláusula 11ª do contrato de trabalho da autora (fl. 333) prevê que:
"Respeitada a legislação em vigor o EMPREGADO se compromete atrabalhar em qualquer estabelecimento do EMPREGADOR, inclusivenaqueles que venham a ser criados após a data deste contrato, sendoexpressamente admitidas, a critério do EMPREGADOR, astransferências que importem em mudança de domicílio doEMPREGADO, para qualquer local do território nacional ouestrangeiro;
Parágrafo único - Fica pactuada a possibilidade da prestação de serviço,pelo EMPREGADO, a mais de uma das Empresas componentes domesmo Grupo Econômico de que faz parte o empregador, dentro damesma jornada de trabalho e da mesma função ou assemelhada, sem quese caracterize a coexistência de mais de um contrato de trabalho;"
Diante de tal previsão contratual, entendo que as reportagens dareclamante publicadas em mídias eletrônicas e outros meios impressosem jornal, do mesmo grupo econômico do empregador, foram ou estãosendo utilizadas adequadamente no seu meio de produção.
Além disso, no caso do jornalista empregado, o próprio objeto docontrato de trabalho consiste na elaboração de matérias e textosjornalísticos, em razão dos quais houve pactuação de salário comoforma de contraprestação. Entender-se de forma diversa, ainda que hajaprevisão convencional, seria criar uma retribuição para o trabalho sobreo qual já houve a contraprestação.
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido de pagamento dedireitos autorais" (fl. 649).
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A recorrente sustenta que o contrato de trabalho é de adesão,
sendo abusiva a cláusula 11 imposta ao trabalhador hipossuficiente. Caso não seja
declarada nula, referida cláusula deve ser interpretada à luz dos princípios da proteção do
trabalhador, da primazia da realidade e . Requer a condenação das résin dubio pro misero
no pagamento dos direitos autorais na forma postulada na inicial (fls. 697/698).
Sem razão.
A autora postulou na inicial o pagamento de direitos autorais
em razão das suas matérias terem sido publicadas em outros veículos de comunicação
mantidos na internet pela GRPCOM. As CCTs proíbem a utilização não autorizada de
textos e ilustrações já publicadas (fl. 16).
O parágrafo único da cláusula 11 do contrato de trabalho
estabelece: "Fica pactuada a possibilidade da prestação de serviço, pelo EMPREGADO,
a mais de uma das Empresas componentes do mesmo Grupo Econômico de que faz parte
o empregador, dentro da mesma jornada de trabalho e da mesma função ou
"assemelhada, sem que se caracterize a coexistência de mais de um contrato de trabalho
(fl. 333).
Referida cláusula contratual está de acordo com a Súmula
129 do TST ("A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo
econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais
"), inexistindo nulidade, sendo quede um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário
referida interpretação não viola os princípios citados no recurso.
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Considerando que a prestação de serviços da autora
consistia essencialmente na elaboração de matérias jornalísticas, não há se falar em
pagamento de direitos autorais em razão da divulgação das mesmas em outros veículos de
comunicação do mesmo grupo econômico, pois já foram devidamente remuneradas pelo
empregador e não havia necessidade de autorização para publicação.
Mantenho.
7. Multas convencionais e legais
Constou na r.sentença:
"Não vislumbro violação de normas coletivas, razão pela qual julgoimprocedente o pedido de aplicação das multas convencionais.
Considerando que não há verbas incontroversas e que as verbasrescisórias foram adimplidas tempestivamente, são indevidas,respectivamente, as multas previstas nos arts. 467 e 477, §8º, CLT" (fls.650/651).
Com a reforma da sentença, a recorrente pugna pela
aplicação das multas convencionais e o pagamento das verbas trabalhistas decorrentes da
decisão colegiada, nos termos dos pedidos iniciais (fl. 698).
Sem razão.
A autora postulou na inicial: "Como houve violação a
cláusulas convencionais, a Autora faz jus à aplicação das multas previstas nas CCTs
." (fl. 15).2007/2008, 2008/2009 e 2009/2010
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Não foi especificada pela recorrida qual foi a cláusula
convencional violada a amparar o pedido de aplicação da multa convencional e já constou
nos respectivos tópicos a condenação decorrente da reforma do julgado.
Nada a prover.
III - CONCLUSÃO
Pelo que,
os Desembargadores da 3ª Turma do TribunalACORDAM
Regional do Trabalho da 9ª Região, por unanimidade de votos, CONHECER DOS
, assim como das respectivas contrarrazões.RECURSOS ORDINÁRIOS DAS PARTES
No mérito, por igual votação, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ORDINÁRIO
DAS RÉS; e DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO ORDINÁRIO DA
para, nos termos da fundamentação: a) reconhecer à autora a jornada deAUTORA
trabalho de 5 horas diárias e 30 semanais para todo o período imprescrito; e b) deferir
como extras as horas laboradas além dos limites fixados no item anterior, de forma não
cumulativa.
Custas inalteradas.
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Intimem-se.
Curitiba, 12 de março de 2014.
NEY FERNANDO OLIVÉ MALHADAS
RELATOR
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