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Educomunicação e Educomunicação e Terceiro EntornoTerceiro Entorno

Ismar de Oliveira Soares – Ismar de Oliveira Soares – coordenador do NCE – Núcleo de coordenador do NCE – Núcleo de Comunicação e Educação da USPComunicação e Educação da USP

Por Carla de Oliveira Tôzo – jornalista e professora universitária

EDUCOMUNICAÇÃO E TERCEIRO EDUCOMUNICAÇÃO E TERCEIRO ENTORNOENTORNO

O autor explica a

educomunicação e sua relação

com a tecnologia. Para isso,

trabalha com o conceito de

Terceiro Entorno, de Javier

Echeverría e de Ecossistema

Comunicativo, de Jesús Martín

Barbero, passando também pela

Teoria da Ação de Umberto

Galimberti.

A “teoria da ação” (Galimberti)

afirma que o homem mantém uma

dependência estreita e casual em

relação à técnica. A teoria explica que

os acertos e erros diante os diversos

estímulos e possibilidades fez com

que o homem se distanciasse das suas

necessidades imediatas criando em

seu lugar procedimentos ou técnicas

(tecnologia) para dominar a terra e

construir a cultura.


Galimberti chama a atenção

para a dependência da

tecnologia e faz a seguinte

observação: “A pergunta não é

mais ‘o que nós podemos fazer

com a técnica?’, mas ‘O que a

técnica pode fazer conosco?’”

Javier Echeverría explica que

vários ecossistemas globais

abrigam o homem e suas

culturas, definindo-se como

esferas de vida e de

convivência, seriam: 1º, 2º e 3º

Entorno (apenas o último é

utilizado nesse artigo para

explicar a educomunicação).


1º Entorno = ambiente

natural/corpo (família, tribo,

costumes, língua...)

2º Entorno = ambiente da

cidade/vida urbana (mercado,

empresa, fábrica, religião,

economia...)

3º Entorno = conjunto dos

instrumentos e meios de

comunicação e para isso o

homem faz uso de sete

tecnologias: telefone, rádio,

televisão, dinheiro eletrônico,

redes telemáticas, multimídia e

hipertexto.

1º ENTORNO

2º ENTORNO

3º ENTORNO


Ismar ressalta que os três

Entornos (natureza, espaço

urbano e ciberespaço) devem ser

vistos de forma simultânea

porque o terceiro Entorno é a

soma de todos os espaços e

situações.

Os Entornos surgiram em

resposta às nossas necessidades

de sobrevivência coletiva.

Echeverría/Levy = o primeiro é

menos otimista em relação ao

segundo e acredita que o

ecossistema criado pela tecnologia

nos deixa tão presos quanto a

sociedade “comum”. Passamos a ser

influenciados pela comunicação.

“somos telepolistas – cidadãos

passivos da cidade virtual”.


O ecossistema comunicativo

(Barbero) trata da relação

técnica/cultura, homem/máquina. “O

lugar da cultura na sociedade se

modifica quando a mediação

tecnológica da comunicação deixa de

ser meramente instrumental para

converter-se em estrutural (...) Ao

definir a tecnicidade como elemento

estruturante da cultura, Barbero a vê

como um novo objeto de reflexão e de

pesquisa”. - SOARES

Ex: computador. Não é apenas uma

máquina, mas um novo tipo de

tecnicidade que muda o

processamento de informação,

criando uma nova relação entre o

cérebro e a informação.

O processo do saber hoje é

diferente... Ele é disperso,

fragmentado. A informação liga e

desliga as pessoas com a mesma

força.


Após essa introdução questiona-se

a relação entre educomunicação e

Terceiro Entorno.

O que deve-se ter em mente de

imediato é que a tecnologia não é a

“salvadora da pátria”, já que, os

métodos tradicionais educativos

estão cada vez mais defasados.

A discussão é entender como fazer

um bom uso dessa tecnologia, das

ferramentas comunicacionais...

Como implementar um processo

realmente educomunicativo.

EX: visão da tecnologia - Peru

(salvador, cita cenários

cibereducativos); México (vence o

deslumbramento e busca política

pública e não apenas o uso do

equipamento)


Conceito de Educomunicação -

Textos da Unesco e Kaplún usaram

o termo adequadamente para

designar as ações voltadas para a

“leitura crítica da comunicação” ou

“educação para os meios”

Já o NCE/USP passou a defini-lo da

seguinte forma::

“Conjunto de ações inerentes ao

planejamento, execução e avaliação de

produtos e processos voltados para a

criação e desenvolvimento de

ecossistemas comunicativos abertos e

criativos, em espaços educativos

(formais, não formais ou, mesmo,

informais), mediados pelas tecnologias

da informação, mediante uma gestão

democrática e compartilhada de tais

recursos, tendo como meta a ampliação

do coeficiente comunicativo dos

sujeitos e a prática plena da

cidadania”


Em seguida o autor trabalha e

definição em partes: o que é; onde; em

que contexto; como; com que

objetivos?

O que é: conjunto das ações inerentes

ao planejamento, execução e avaliação

de produtos e processos voltados para

a criação e desenvolvimento de

ecossistemas comunicativos abertos e

criativos.

- não são ações isoladas, mas um

paradigma orientador (políticas,

pessoas, processos e produtos);

- todos os polos do processo

educativo são produtores de cultura,

simultaneamente ensinam e

aprendem;

- as relações são abertas, criativas,

democráticas;


Onde: : nos espaços educativos,

quer os formais (sistema regular de

ensino, presencial ou a distância),

quer os não formais (via educação

popular), ou mesmo as informais

(mídia e seus equipamentos)

Em que contexto: mediados pelas

tecnologias da informação.

- não está subordinada a nenhuma

das três esferas ou Entornos... Mas

com a era da informação, a

comunicação – e suas tecnologias

– passa a ser o grande tema

transversal de todo processo

educativo.

- a educomunicação não privilegia

nenhum tipo de recurso.

EDUCOMUNICAÇÃO E TERCEIRO ENTORNO

Como: mediante uma gestão

democrática e compartilhada dos

recursos da informação.

- tecnologia sim, mas não

exclusivamente para melhorar a

didática do professor ou para tornar

o processo de aprendizagem mais

rápido... Serve para dar a

comunidade um espaço para o

exercício da liberdade comunicativa.

Com que objetivo: tendo como meta a

ampliação do coeficiente comunicativo

dos sujeitos e a prática plena da

cidadania.

- Nações Unidas reconhece o direito à

informação e a educomunicação

apresenta-se como um conjunto de

procedimentos capaz de permitir esse

aprendizado, de entender o fenômeno

comunicativo e de como fazer uso

dessa informação.


A prática educomunicativa se dá no

âmbito de algumas áreas de

intervenção sócio-educativas:

1- a área da educação para a

comunicação (media education);

2- a área da mediação tecnológica nos

espaços educativos (influência da

tecnologia);

3- a área da expressão comunicativa

através das artes;

4- a área da gestão dos processos e

recursos da informação;

5- a área da reflexão epistemológica;

Educomunicadores = preocupação

com a democratização do acesso à

informação, ajudando a formar

valores solidários e democráticos

para a transformação do ambiente

em que vivem.


O educomunicador:

- opta por trabalhar em equipe,

respeitando as diferenças;

- valoriza o erro como parte do

processo de aprendizagem;

- desenvolve projetos voltados para a

transformação social;

Educomunicação e Terceiro Entorno-

A relação se dá na mediação

tecnológica e na gestão comunicativa;

Na educomunicação/jornalismo

público (Quadros) os meios de

comunicação são convidados a criar

uma “agenda de cidadãos”, o que

levaria a um contato permanente

para identificar seus interesses e

problemas;

A Internet seria a responsável pela

mensagem dialógica (redes sociais,

blogs...)


NCE/USP (educomunicação) + Jornalismo

Público (Quadros) se casam com a proposta do

Terceiro Entorno, em favor de uma perspectiva

de se ampliar o potencial comunicativo dos

indivíduos e grupos, especialmente os que

compõem as novas gerações.