Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Agrárias
Departamento de SolosSOL 491 _ Recuperação de Áreas Alteradas
PLANO DE RECUPERAÇÃO DE UMA VOÇOROCA EM ÁREA URBANA NO MUNICÍPIO DE OURO BRANCO, MG
Trabalho a ser apresentado no dia 27/06/2011 ao Prof. Luiz Eduardo Dias como forma de avaliação da disciplina SOL 491.
Alexandre Leandro S. de Abreu – 56243Aline Pontes Lopes – 59260Andressa Nayara G. Oliveira – 68731Fabrício Rodrigues Costa – 59254Izabela Fonseca Aleixo - 56275
Viçosa - MGJunho / 2011
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDEDOR E DA EQUIPE TÉCNICA DE ELABORAÇÃO
Do empreendedor:
Razão Social: Prefeitura Municipal de Ouro Branco
Categoria junto ao IBAMA: Prefeitura
Nº Registro IBAMA: 12.510.470.000.400
CNPJ: 12.345.678/1111-22
Inscrição Municipal: -
Endereço: Rua Depois Daquele Morro, no 123,
Ouro Branco/Minas Gerais, CEP 12.345-000
Da equipe técnica de elaboração:
Tico-Tico da Mata Baixa
Eng. Ambiental, CREA MG 2222A
Responsável Técnico
Hortência Rosa Maria
Engenheira Florestal, MG CREA 8888D
Responsável Técnica, Coordenação, Vegetação
Britadeira da Costa Quebrada
Engenheira Civil, CREA SP 4444C
Geologia
Geraldo Terra Roxa
Engenheiro Agrônomo, CREA MG 6666G
Pedologia e Hidrologia
Assinatura dos Responsáveis Técnicos
Tico-Tico da Mata Baixa
Hortência RosaMaria
Tico-Tico da Mata Baixa Hortência Rosa Maria
CREA MG 2222A CREA MG 8888D
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE FONTE DE DEGRADAÇÃO..................................1
1.2. OBJETIVO.....................................................................................................................2
1.3. JUSTIFICATIVA...........................................................................................................3
1.4. A RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DEGRADADAS.............................3
1.4.1. A Recuperação Ambiental de Voçorocas...................................................................5
2. CARACTERIZAÇÃO DO SEU ENTORNO E DO EMPREENDIMENTO 6
2.1. DO ENTORNO..............................................................................................................6
2.1.1. Meio sócio-econômico...............................................................................................6
2.1.2. Meio abiótico..............................................................................................................7
2.1.3. Meio biótico...............................................................................................................8
2.2. DO EMPREENDIMENTO..........................................................................................10
3. CARACTERIZAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 15
4. PROPOSTAS (ABORDAGENS E TÉCNICAS) DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 16
4.1. Abordagem adotada para a recuperação da voçoroca em questão...............................21
5. PROJETOS EXECUTIVOS 22
5.1. RECONSTITUIÇÃO TOPOGRÁFICA 22
5.2. RECONSTITUIÇÃO DA VEGETAÇÃO 23
5.2.1. Espécies escolhidas..................................................................................................24
5.2.2. Implantação..............................................................................................................26
5.2.3. Insumos....................................................................................................................28
6. PLANOS DE CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL 30
7. CRONOGRAMA FÍSICO DE ATIVIDADES E METAS 31
8. ORÇAMENTO E CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO FINANCEIRO 33
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
1. INTRODUÇÃO
1.1. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE FONTE DE DEGRADAÇÃO
O processo de urbanização do município de Ouro Branco, localizado no Estado de Minas
Gerais, apresentou uma rápida expansão. Este fato não permitiu que a administração pública do
município realizasse um planejamento adequado e, assim, orientasse melhor a construção das
moradias e das vias de drenagem, por exemplo. Uma das avenidas de acesso à área urbana do
município ilustra bem os problemas gerados pelo insuficiente planejamento da expansão urbana
do município de Ouro Branco.
Na avenida em questão, denominada Avenida Joaquina Maria Lurdes das Graças, foi
realizado o corte de uma porção do terço superior de uma encosta e a construção de um aterro
sobre uma linha de drenagem natural. Ali foi colocada uma tubulação de drenagem e construída
uma escada de dissipação de energia para o ordenamento da drenagem subsuperficial e
superficial advinda da parte superior do terreno. Entretanto, devido às características do aterro
construído e, possivelmente, de um ponto de escape da tubulação, houve a movimentação de
massa à jusante da avenida, promovendo a abertura de um anfiteatro e o surgimento de uma
voçoroca, como se pode observar na Figura 1, a seguir. Com o movimento de massa, houve o
rompimento da tubulação e da escada de dissipação de energia.
1
Figura 1 _ Vista geral da área urbana degradada no município de Ouro Branco – MG.
1.2. OBJETIVO
O principal objetivo deste Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD é
promover a recuperação de uma área urbana do município de Ouro Branco (Minas Gerais) que
foi degradada pelo desenvolvimento de uma voçoroca à jusante da Avenida Joaquina Maria
Lurdes das Graças. Tem-se como objetivo secundário, porém não menos importante, garantir a
longevidade da obra e promover a segurança dos indivíduos que percorrem o local.
Para a realização deste desafio, pretende-se adotar as seguintes estratégias técnicas e
operacionais na reabilitação da área:
Fazer empréstimo de terra, reestruturar o terreno, através da construção de taludes e bermas,
e reconstruir a tubulação de drenagem e a escada de dissipação de energia;
Construir no alto do terreno uma barreira para o desvio da água para o terreno lateral não
atingido pela voçoroca, onde serão implantadas novas escadas de dissipação de energia;
Realizar o plantio de herbáceas, gramíneas e leguminosas, nas bermas e taludes; e
2
Plantar espécies arbustivas no terreno declivoso do entorno, não atingido pela voçoroca, para
que não se desenvolvam novos descomissionamentos de terra futuramente.
1.3. JUSTIFICATIVA
O presente Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD se justifica pela urgente
necessidade de se mitigar os impactos ambientais advindos do descomissinamento de terra à
margem de uma avenida que possui um grande fluxo diário de pessoas e veículos. Caso nenhuma
atitude seja tomada, em pouco tempo, a voçoroca aumentará de tamanho e atingirá a avenida.
1.4. A RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DEGRADADAS
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA,
1990) define a recuperação de áreas degradadas como o retorno do sítio degradado a uma forma
de utilização de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo. Isso implica na
obtenção de uma condição estável em conformidade com os valores ambientais, estéticos e
sociais da circunvizinhança, significando também, que o sítio degradado terá condições mínimas
de estabelecer um solo e uma nova paisagem (MOREIRA, 2004).
Destaca-se que, na literatura sobre manejo dos recursos naturais degradados, é comum
observar que vários termos são amplamente usados, como recuperação, reabilitação, restauração,
regeneração, revegetação, recomposição, entre outros.
A restauração significa o retorno da topografia original e o restabelecimento do uso
prévio do recurso. De acordo com a Soil Conseration Society of America (SCSA) citado Moreira
(2004), o termo refere-se “ao processo de restauração das condições do terreno como era antes de
ter sido perturbado”. O objetivo deste processo é estimular a estrutura, função, diversidade e
dinâmica do ecossistema em questão.
Jackson et al. (1995) relatam definições ampla e confusamente utilizadas em literaturas
relacionadas à restauração:
3
“(...) a recuperação, considerada com objetivo menor do que a restauração completa, foi
definida como resultante num ecossistema estável e auto-sustentável que pode ou não
incluir algumas espécies exóticas e que inclui uma estrutura e função similares, mas não
idênticas às da formação original. A reabilitação foi definida no mesmo estudo como o
ato de tornar a terra útil novamente após um distúrbio. Ainda comenta Jackson et al.
(1995) que o mais importante dentro destas definições é perceber que as atividades de
reabilitação, recuperação e restauração formam um contínuo no qual os resultados variam
em relação ao grau de similaridade à condição existente antes da intervenção antrópica,
indo do menos para o mais similar.” (MOREIRA, 2004, p. 12).
Seguindo outro critério de classificação, Rodrigues (2000), Rodrigues & Gandolfi (2001),
Stringuetti (2001) e Moreira (2004) indicam a adoção da nomenclatura proposta por Aronson
(1995), onde os termos restauração “sensu stricto”, restauração “sensu lato”, reabilitação e
redefinição foram estabelecidos como os utilizados pela recuperação, cada qual visando
diferentes objetivos em uma recuperação ambiental de uma área degradada:
“A restauração “sensu stricto” significa o retorno completo do ecossistema degradado às
condições ambientais originais. Esta possibilidade é extremamente remota, a não ser em
ambientes pouco perturbados. A restauração “sensu lato” possibilita a preservação da
capacidade do ecossistema se recuperar dos efeitos negativos da degradação, todavia não
retornaria exatamente à condição original. Na reabilitação, haveria o retorno do
ecossistema degradado a algum estado alternativo, entretanto com forte intervenção
antrópica; e em redefinição, seria a conversão do ecossistema degradado em outro,
completamente diferente ao original (barragens, áreas agrícolas, pastagens, etc.).”
(LIMA, 2004, p.71)
Desse modo, o termo recuperação será empregado nesse estudo para referir-se a
intervenções que visem o restabelecimento da vegetação em áreas degradadas, por englobar
todos os termos citados, ou seja, o termo recuperação será adotado como designação genérica
para qualquer ação que leve à transformação de uma área degradada em não degradada, assim
como nos trabalhos de Moreira (2004) e de Lima (2004).
4
1.4.1. A Recuperação Ambiental de Voçorocas
De acordo com Embrapa (2006), citado por Cardoso e Pires (2009), a correção de áreas
atingidas por voçorocas pode-se dar com diferentes finalidades, como o controle erosivo tanto a
jusante quanto a montante da encosta; a retenção interna de sedimentos na voçoroca; e a
revegetação tanto da sua área de captação de água e de sua área interna. Esses autores ainda
indicam que para o processo ser realizado com eficácia é necessário realizar o isolamento da área
e uma análise química e textural do solo. Esta atividade é importante por proporcionar dados que
auxiliaram na determinação dos insumos necessários ao desenvolvimento das plantas e para
melhor dimensionamento das medidas a serem adotadas. Além disso, geralmente é necessária a
construção de barreiras físicas para impedir o progresso da erosão, evitando novas
movimentações de terra e perda de sedimentos. Também podem ser necessárias obras de drenagem
e terraceamentos, visando o controle do escoamento superficial e o controle das águas subterrâneas
(BACELLAR, 2006 apud CARDOSO E PIRES, 2009).
A recuperação de áreas voçorocadas é um processo que deve ser muito bem planejado,
devido ao risco de novos desmoronamentos durante e após os trabalhos e devido aos altos custos
envolvidos, como a mão-de-obra especializada, maquinário pesado, insumos, sementes, mudas e
transporte.
O custo de recuperação de uma área atingida por uma voçoroca depende principalmente do
tamanho da área erodida (CARDOSO E PIRES, 2009). Mas sabe-se que o custo também depende
de diversos outros fatores, como a inclinação de suas paredes, o nível do lençol freático, a presença
de chuvas, a urgência da obra e a presença de áreas de risco habitadas no entorno.
5
2. CARACTERIZAÇÃO DO SEU ENTORNO E DO EMPREENDIMENTO
2.1. DO ENTORNO
2.1.1. Meio sócio-econômico
O Quadrilátero Ferrífero é reconhecido internacionalmente pela sua riqueza geológica,
principalmente, pelas importantes reservas de minério de ferro e de ouro (SILVA, 2007). Foi
assim denominado por Gonzaga de Campos, devido à configuração “planimétrica quadrangular”
dos maiores depósitos de minério de ferro, que aparecem nas principais elevações que delimitam
a região (SCLIAR, 1992).
Apresenta o maior contingente populacional de Minas Gerais, participando, em termos
relativos, com 35,1% da população do Estado. Em seguida, em ordem decrescente, apresentam-
se o Sul de Minas (13,3%), a Zona da Mata (11,4%), o Rio Doce (8,6%), o Norte de Minas
(8,3%), o Triângulo (7,2%), o Centro Oeste e Jequitinhonha/Mucuri, ambos com 5,5%, o Alto
Paranaíba (3,3%) e, finalmente, o Noroeste (1,9%).
O município de Ouro Branco está localizado nas coordenadas geográficas 20º 21’ 3’’de
latitude sul e 43º 41’ 47’’ de longitude oeste, na região central de Minas Gerais. Possui uma
população de 32.237 habitantes, dos quais 28.062 residem na zona urbana e 4.175 moram na
zona rural (COSTA, 2010).
As principais culturas do município são: 45,6% da área plantada de batata inglesa, 31,7%
de milho e 14,3% da área cultivada são de batata baroa (COSTA, 2010).
Quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano, em Ouro Branco, o mesmo cresceu
72,2% no período de 1970-1991, passando de baixo (0,431) em 1970, para médio (0,785) em
1991, segundo classificação do PNUD.
Os atrativos da Serra de Ouro Branco, localizada no referido município, estão
relacionados a uma paisagem marcada pela diversidade de formas de relevo, onde são comuns
imponentes afloramentos rochosos, cachoeiras, grutas e escarpamentos, proporcionando uma
grande atração turística e ambiental da porção sul do Quadrilátero Ferrífero (SILVA, 2007).
Além desses, a Serra de Ouro Branco se manifesta como importante referência histórica e
paisagística do município de Ouro Branco e da porção centro-sul do Estado de Minas Gerais,
6
tendo sido uma das principais referências geográficas dos bandeirantes durante o ciclo do Ouro e
palco do trajeto original da antiga Estrada Real, cujas ruínas aparecem comumente nas suas
encostas (SILVA, 2007).
2.1.2. Meio abiótico
A área de estudo está inserida na região adjacente à Serra do Ouro Branco (município de
Ouro Branco, Minas Gerais). Segundo São Pedro (2008), esta formação constitui uma elevação
abrupta, formada por um paredão com cerca de 20 km de extensão a sudeste, que delimita um
planalto cuja altitude varia entre 1.250 e 1.568 m e encostas íngremes a nordeste. Esta formação
é considerada o marco inicial sul da Cadeia do Espinhaço, que compreende um grupo de serras
com altitudes variáveis, ao longo de 1.100 km de extensão, até a Bahia.
A Serra do Espinhaço representa um imponente divisor de águas das bacias do rio São
Francisco e daquelas que drenam diretamente para o Oceano Atlântico (IBGE, 1977). No
Quadrilátero Ferrífero se encontram importantes nascentes, o que o coloca como um divisor de
águas de duas grandes bacias hidrográficas, a do rio São Francisco e a do rio Doce.
Em épocas de chuva verifica-se a ocorrência de uma série de cursos d’água efêmeros que
ocupam as ravinas das vertentes das serras da região próxima à área de estudo e contribuem para
as drenagens principais. Vale ainda destacar que a ocorrência de rochas com elevada
permeabilidade na área permite uma elevada recarga do aqüífero nestes períodos.
De acordo com São Pedro (2008), as solos da região são arenosos em sua grande maioria,
oriundos de rochas quartzíticas. Este fato foi constatado durante a visita de campo realizada para
construção deste documento. Ainda de acordo com o autor, uma pequena porção a nordeste é
constituída de solos argilosos, provenientes da formação mineral tipo itabirito.
O clima da região é mesotérmico, do tipo Cwb de Köeppen. A média anual de
pluviosidade é de 1.188,2 mm e a temperatura média anual é de 20,7ºC (PAULA et al., 2005).
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2.1.3. Meio biótico
O bioma Mata Atlântica caracteriza-se por possuir alta biodiversidade e englobar
comunidades vegetacionais que se desenvolvem ao longo da cadeia montanhosa e terras baixas
que ladeiam o Oceano Atlântico na costa leste brasileira.
A vegetação natural da região de Ouro Branco encaixa-se na fitofisionomia Mata
Atlântica denominada de Floresta Estacional Semidecidual, sendo condicionada à dupla
estacionalidade climática: uma tropical com época de intensas chuvas de verão, seguida por
estiagem acentuada e outra subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada
pelo intenso frio do inverno, com temperaturas médias inferiores a 20°C. Sua feição mais
característica é a perda sazonal de folhas, que durante os meses mais secos e frios atinge um
grande número de espécies, em especial aquelas dos estratos superiores.
A região do Quadrilátero Ferrífero também caracteriza-se pela presença de campos
rupestres, ambientes únicos das porções situadas acima de 900 metros de altitude. O termo
“campo rupestre” serve para designar o tipo de vegetação associada a afloramentos quartzíticos,
tão característica na Serra do Espinhaço. Esse mosaico é constituído de cinco formações: Grupos
Graminóides, Afloramentos Rochosos, Matas de Galerias e Capões, Campos Brejosos e Campos
de Velózias (canela-de-ema). Essa diversidade ambiental condiciona uma flora rica, diversificada
e endêmica.
De acordo com o mapa dos Domínios Morfoclimáticos do Brasil, a região do
quadrilátero ferrífero considerada situa-se em uma zona de transição entre o Domínio Mata
Atlântica e Cerrado lato sensu, onde não há qualquer possibilidade de se traçarem limites
lineares entre estes (AB’SABER, 1967). Assim, além da Floresta Estacional Semidecidual e do
Campo Rupestre, fisionomias relacionadas aos ambientes de cerrado são encontradas na região
do Quadrilátero Ferrífero, como candeiais e formações campestres.
Quando se trata a recuperação de áreas degradadas, é importante considerar a avifauna
presente na região, uma vez que esta representa um dos melhores indutores da regeneração
natural em um ambiente degradado, contribuindo, sobretudo, para a diversificação de espécies.
Em termos de significado biogeográfico, a composição em espécies da avifauna expõe a
influência da transição original de Mata Atlântica e Cerrado, devido ao registro de elementos
considerados como peculiares, endêmicos ou quase endêmicos a estes ecossistemas
8
(CRACRAFT, 1985; HAFFER,1985; CAVALCANTI, 1988; SILVA, 1995; apud POENTE
ENGENHARIA E CONSULTORIA, 2004), como a papa-taoca-do-sul (Pyriglena leucoptera), o
tangará-dançarino (Chiroxiphia caudata), o teque-teque (Todirostrum poliocephalum), o
pichororé (Synallaxis ruficapilla), a gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus) e o canarinho-
rasteiro (Sicalis citrina). Alguns elementos florestais atestam a influência serrana da paisagem,
por serem característicos de regiões altas, tais como a douradinha (Tangara cyanoventris) e o
pula-pulaassoviador (Basileuterus leucoblepharus).
Destaca-se que as todas as informações sobre a avifauna, já citadas e a seguir, foram
retiradas de um Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA
realizado por Poente Engenharia e Consultoria (2004) para a implantação do gasoduto de
atravessa o município de Ouro Branco.
Os campos naturais que cobrem a maior parte da paisagem regional, englobando
formações de campo cerrado, campo limpo e campo rupestre, exibem um bom grau de
conservação, favorecendo a manutenção de aves campestres e generalistas. Essas formações
incluem o suporte de aves dotadas de comportamento migratório, como a maria-branca (Xolmis
cinerea), o beija-flor-de-canto (Colibri serrirostris) e o baiano (Sporophila nigricollis).
Na vegetação arbustiva predominam comunidades de aves como o pichororé (Synallaxis
ruficapilla), o barranqueiro-olho-branco (Automolus leucophthalmus) e a choca-da-mata
(Thamnophilus caerulescens), dentre outros.
Algumas espécies possuem maior destaque nas drenagens, por serem estritamente
vinculadas às florestas úmidas, como o pião-vovô (Thryothorus genibarbis), que usa estratos
arbustivos, assim como o relógio (Todirostrum cinereum), o bicode-agulha-de-rabo-vermelho
(Galbula ruficauda) e o joão-da-lama (Furnarius figulus), que exploram estratos arbustivos e
medianos.
Alguns setores da paisagem regional foram substituídos por pastagens, nas quais vivem
comunidades de aves e mamíferos comuns, oriundos dos campos naturais, como a rolinha-caldo-
de-feijão (Columbina talpacoti), o joão-de-barro (Furnarius rufus) e o tiziu (Volatinia jacarina).
Como exemplo de mamífero com possibilidade de ocorrência neste ambiente tem-se a jaritataca
(Conepatus semistriatus).
Algumas árvores isoladas em meio aos campos sujos podem contribuir em eventos
migratórios, como o periquito-rico (Aratinga aurea) e asa-branca (Columba picazuro), o falcão-
9
de-coleira (Falco femoralis), o sabiá-do-campo (Mimus saturninus) e o tico-tico-rei
(Coryphospingus pileatus).
Os jardins, praças arborizadas e pomares, presentes na malha urbana, podem ser
colonizados por diversas aves generalistas e campestres, como o saí-andorinha (Tersina viridis),
o gaudério (Molothrus bonariensis), o beija-flor-de-peito-azul (Amazilia lactea) e a cambacica
(Coereba flaveola). Como exemplo de outras espécies ocorrentes na malha urbana, pode-se citar
a andorinha-pequena-de-casa (Notiochelidon cyanoleuca), o pardal (Passer domesticus) e o
pombo-doméstico (Columba livia).
Desprovidos de vegetação, as rodovias, voçorocas e taludes de estradas podem ser apenas
ocasionalmente explorados por espécies de aves como a coruja-buraqueira (Speotyto
cunicularia), o pica-pau-do-campo (Colaptes campestris), a andorinha-serradora (Stelgidopteryx
ruficollis) e o urubu-comum (Coragyps atratus).
2.2. DO EMPREENDIMENTO
Como já informado anteriormente, o empreendimento a ser abordado por este PRAD
constitui na recomposição topográfica e da cobertura vegetacional de uma área onde houve
intenso processo erosivo. Esta área está inserida na região urbana do município de Ouro Branco,
estado de Minas Gerais. Partindo de Belo Horizonte, capital do estado, percorre-se
aproximadamente 100 km até chegar a Ouro Branco, passando-se tanto por Ouro Preto quanto
por Conselheiro Lafaiete, como pode ser observado na Figura 2, a seguir.
10
Figura 2 _ Acesso ao município de Ouro Branco a partir de Belo Horizonte. Fonte: Guia Quatro
Rodas, 2011.
A área onde está localizada a voçoroca foi recentemente comprada pela prefeitura de
Ouro Branco, de modo a possibilitar a realização de todas as atividades ali necessárias e não
haver mais a criação de gado no local.
A voçoroca se encontra à margem da Avenida Joaquina Maria Lurdes das Graças, como
ilustra a Figura 3, a seguir. A mesma figura mostra que a área do entorno apresenta-se totalmente
descampada, sendo composta por uma pastagem não natural bastante degradada. Pastagens
degradadas se caracterizam por áreas de cobertura gramínea bastante insatisfatória e irregular, na
maioria dos casos, implantadas, compostas por espécies exóticas e destinadas para o cultivo
extensivo de gado. Essas áreas geralmente são abandonadas e/ou sofrem queimas anuais, sendo
tipicamente caracterizadas pela presença de um grande número de cupinzeiros do tipo montículo.
A área a ser trabalhada se encaixa nesta descrição, sendo, então, considerada como uma
pastagem degradada.
Segundo Ab’Saber (1968), a formação das voçorocas é muito relacionada a este tipo de
paisagem, onde a cobertura vegetal foi retirada. “Nestas paisagens, a água de escoamento
superficial ao percolar linearmente no solo, e atingir o lençol freático, compromete a estabilidade
11
da área e gera a formação de voçorocas” (CARDOSO E PIRES, 2009, p. 3). A voçoroca em
questão pode ser classificada como ativa por apresentar bordas com quebras abruptas e por não
estar vegetada.
Figura 3 _ Vista lateral da voçoroca em questão.
Como pode ser observado através das Figuras 4 e 5, a seguir, o local é constituído por um
latossolo, diferindo da maioria dos solos da região que são extremamente arenosos e pouco
profundos. Isso se deve ao fato de a área ser um aterro, tendo sido formada através de
empréstimo de solo.
De acordo com Pereira et al. (-), citado por Cardoso e Pires (2009), em locais de alta
declividade, com a superfície do solo degradada, com concentração das enxurradas e/ou com
forte influência do escoamento superficial ou subsuperficial de água, há uma maior tendência ao
surgimento de voçorocas. Esses fatores caracterizam a área a ser trabalhada e também indicam
que novos processos erosivos podem se formar no seu entorno, o que determina a necessidade de
medidas serem tomadas para evitar o aparecimento de novas voçorocas, como revegetação da
área, o seu isolamento e a construção de drenagens e de escadas de dissipação de energia.
Também é necessário verificar se as tubulações apresentada na Figura 4 está obstruída
em algum ponto ou se ela está recebendo algum material inadequado, como esgoto ou como o
12
próprio asfalto usado na pavimentação da avenida, por exemplo. Esta suposição é baseada na
coloração escura de onde passa a água que sai por esta tubulação (Figuras 4 e 5).
Figura 4 _ Detalhe da tubulação de drenagem rompida pelo movimento de massa e abertura do
anfiteatro.
13
Figura 5 _ Detalhe da tubulação de drenagem e da escada de dissipação de energia rompidas.
14
3. CARACTERIZAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS
Os processos erosivos constituem-se numa forma natural de modelagem do relevo e
atuam de modo conjugado aos processos pedogenéticos. De maneira geral, sob condições
naturais, estes dois processos atuam equilibradamente, havendo certa equivalência entre a
quantidade de solo erodida e a quantidade produzida. (CAMAPUM et. al., 2006 apud MAZZINI,
2010, p. 3).
Quando este equilíbrio é quebrado, geralmente ocasionado por ações antrópicas, os
processos erosivos ocorrem de maneira acentuada. Dentre essas ações pode-se citar: manejo
inadequado solo, inadequado direcionamento da águas pluviais, extração cobertura vegetal, etc.
A voçoroca gerada no município de Ouro Branco está entre essas ações antrópicas citadas
acima, em que não se considerou as características da área para a construção da avenida de
acesso à cidade. A estrada foi construída sobre uma linha de drenagem natural, onde foi colocado
uma tubulação para a drenagem da água sub-superficial e superficial, que culminava em uma
escada de dissipação de energia a qual direcionava o escoamento superficial de drenagem até o
curso d’água.
Provavelmente, pode ter ocorrido ruptura em algum ponto da tubulação, a fim de
comprometer a estabilidade do aterro. Esta instabilidade é devida a perda de coesão entre as
partículas do solo, causada pela água.
No momento não há nenhuma medida de contenção da voçoroca sendo realizada. A área
afetada se encontra em sério risco de ocorrer novos movimentos de massa, uma vez que o
material se encontra exposto (sem cobertura vegetal) e sob influência direta da drenagem sub-
superficial e superficial. Novas erosões podem acarretar assoreamento do curso d’água a jusante
e comprometer a estabilidade de parte da avenida de acesso.
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4. PROPOSTAS (ABORDAGENS E TÉCNICAS) DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
“Denomina-se voçoroca ao estágio mais avançado e complexo da erosão, cujo poder
destrutivo local é superior às outras formas e, portanto, mais difícil de ser contida. As
voçorocas podem ser formadas através de uma passagem gradual da erosão laminar para
erosão em sulcos e ravinas, as quais têm suas dimensões aumentadas, tornando-se cada vez
mais profundas, ou então, diretamente a partir de um ponto de elevada concentração de
águas sem a devida dissipação de energia. Outro fator causador do aparecimento de
voçorocas é a intervenção humana no ambiente visando obras civis, com a construção de
estradas, de represas e a exploração de jazidas minerais.” (TAVARES et al., 2008, p. 108)
Segundo Tavares et al. (2008), a ocorrência da voçoroca está intimamente relacionada
com o ambiente do entorno. Características essas que englobam: declividade, tipo de solo e
cobertura vegetal.
A área em questão apresenta declividade relativamente alta, pois se encontra inserida
numa região serrana, e a cobertura vegetal basicamente gramínea. Essas características
contribuem muito para a ocorrência da voçoroca.
Segundo Tavares et al. (2008), para a recuperação ou estabilização de voçorocas podem
ser adotadas as seguintes abordagens:
Isolamento da área de contribuição da formação da voçoroca;
Controle da erosão em toda a bacia de captação de água da voçoroca;
Drenagem da água subterrânea;
Suavização dos taludes da voçoroca;
Construção de barreiras artificiais e/ou naturais no interior das voçorocas; e
Recuperação da cobertura vegetal em voçorocas e área de contribuição.
A seguir, tem-se a descrição de cada uma das abordagens citadas acima:
16
Isolamento da área de contribuição da formação da voçoroca
Para a perfeita recuperação da área afetada, deve-se isolar essa área com o objetivo de
eliminar os fatores que estejam contribuindo com a concentração de água no interior da
voçoroca, bem como na bacia de captação. Esse isolamento pode ser feito com uma cerca ao
redor da área afetada, evitando assim o transito de animais, máquinas nas áreas adjacentes, a
atividade agrícola sem práticas conservacionistas no entorno da área, atividades extrativistas etc.
A cerca deve ser feita em faixa de 2 metros e juntamente com ela pode-se fazer o plantio de
espécies agressivas para aumentar o controle da área.
Controle da erosão em toda a bacia de captação de água da voçoroca
Esse procedimento visa o devido desvio da água, que poderia cair no interior da
voçoroca, através de práticas vegetativas e mecânicas, como: sistema de terraceamento, bacia de
captação, cobertura vegetal com herbáceas, plantio em nível, utilização de paliçadas de Bambu,
cordões vegetativos etc.
Drenagem da água subterrânea
Dependendo da extensão da voçoroca, esta atinge o lençol freático. Para o sucesso da sua
recuperação, a água presente no lençol deve ser drenada para o local apropriado fora da
voçoroca, para isso pode ser usado drenos de pedra ou de bambu.
Suavização dos taludes da voçoroca
Geralmente as paredes da voçoroca apresentam grande declividade, o que se torna um
problema para a implantação da vegetação protetora, pois muitas espécies não conseguem se
desenvolver em terrenos muitos declivosos, dessa forma como não há o reforço radicular, o
efeito estabilizador é pequeno. Em outras ocasiões pode-se usar paliçadas de bambu para a
contenção das paredes.
17
Figura 6 - Paliçada de bambu na parede da voçoroca. Fonte: Tavares et al., 2008, p 114.
Figura 7 - Drenagem da água subterrânea na voçoroca. Fonte: Tavares et al., 2008, p 115.
18
Construção de barreiras artificiais e/ou naturais no interior das voçorocas
Visando conter a erosão do interior da voçoroca, bem como o escoamento superficial e a
contenção dos sedimentos carregados, é necessário a construção de barreiras por meio de
paliçadas de bambu, sacos de terras, terraços etc.
Construção de terraços
A construção de terraços leva em consideração várias características do terreno, como:
Declividade do terreno;
Tipo de solo;
Área de contribuição;
Intensidade da chuva; e
Tipo de cobertura vegetal.
Dependendo do tipo de solo existente no terreno e da cobertura vegetal, haverá uma
maior ou menor infiltração da água, dessa forma poderá se optar por terraços de infiltração ou
drenagem (conduzindo o excesso de água para as bacias de captação). Do mesmo jeito, a área de
contribuição, a declividade do terreno e a intensidade da chuva são fatores decisivos para a
determinação do espaçamento entre os terraços, comprimento, altura do dique, etc.
19
Figura 8 - Controle de erosão na bacia de capitação. Fonte: Tavares et al., 2008, p 114.
Recuperação da cobertura vegetal em voçorocas e área de contribuição
A vegetação e a serapilheira apresentam umas das principais funções para a estabilização
de encostas. Diminemi o impacto da gota de chuva no solo, aumentam o potencial de infiltração
no solo, contribuindo para o reabastecimento do lençol freático. As raízes retêm as partículas do
solo, mitigando o processo de erosão.
As abordagens citadas anteriormente remetem ao controle do escoamento superficial da
água, para o controle do impacto da gota da chuva no solo, deve-se abranger a recuperação da
cobertura do solo. Para a recuperação da área em questão e seu entorno, pode-se utilizar plantas
arbóreas, arbustivas, leguminosas e gramíneas. As espécies a serem utilizadas, devem ser
definidas conforme as características edafoclimáticas do terreno.
“Entretanto, deve-se dar preferência, no estágio inicial de revegetação (vegetação
pioneira), às espécies conhecidas como leguminosas. Essas plantas formam uma simbiose
em suas raízes, com bactérias (rizobium) e fungos (micorrizas), o que permite melhorar a
absorção de nutrientes do solo e do ar, independentemente de aplicação contínua de
20
fertilizantes. Isso proporciona, também, uma maior absorção de água.” (TAVARES et al.,
2008, p. 120)
4.1. Abordagem adotada para a recuperação da voçoroca em questão
Todas as abordagens descritas acima são válidas, e algumas podem ser adotadas
juntamente com a essa proposta para o sucesso da recuperação.
A estratégica a ser adotada abrange primeiramente a reestruturação do terreno, onde se
deve fazer empréstimos de terras para a construção de taludes e bermas (aumentar a estabilidade
do talude). A reconstrução da tubulação de drenagem e da escada de dissipação de energia são
indispensáveis, para a drenagem da água sub-superficial e superficial.
Para a perfeita estabilização da área, deve-se evitar que a água passe por sobre o local.
Dessa forma, pode ser construídos canais de drenagem na cabeceira da voçoroca e devido
direcionamento deste escoamento para as escadas de dissipação de energia e, finalmente, para o
curso d’água que se encontra a jusante da voçoroca.
A recomposição da vegetação na área afetada será feita basicamente com leguminosas
(nabo forrageiro, feijão guandu, crotalária) na área mais declivosa, e nas bermas poderá ser
colocadas espécies arbustivas e arbóreas. Algum tempo depois poderá ser introduzidas espécies
arbustivas. No entorno desta área, serão plantadas plantas arbustivas e arbóreas, com intuito de
evitar a formação de voçorocas futuras, através do reforço radicular que essas espécies
imprimem no solo, quando devidamente escolhidas.
21
5. PROJETOS EXECUTIVOS
A primeira medida para recuperação da área já foi tomada. A desapropriação do local
pela prefeitura, encerrando as atividades pecuárias, é essencial para o sucesso do projeto. Abaixo
descrevemos as próximas ações.
5.1. RECONSTITUIÇÃO TOPOGRÁFICA
A reconstituição topográfica está entre as principais medidas da recuperação desta
voçoroca. Porém, antes de iniciar as obras de retaludamento é necessário desviar a água pluvial
que chega ao anfiteatro. Para isso, realizaremos o desvio das águas pluviais para as laterais da
voçoroca. Na avenida faremos barricadas para o desvio da água, com intuito de evitar mais
deslocamentos de massa, até a estabilização dos taludes que serão criados. Em cada lateral da
voçoroca será feito uma escada de dissipação de energia para que a água da chuva que chega do
escoamento superficial a montante não gere mais processos erosivos.
Para evitar a continuação do assoreamento do curso d’água até o final da obra objetiva-se
fazer barreiras no fim da voçoroca, retendo de imediato o solo que é carregado pelo escoamento
superficial do anfiteatro. Estas barreiras serão criadas por bermalongas, que:
“São totalmente drenantes e resistentes, podendo absorver até cinco vezes o seu peso em
água. As características dos retentores e sua implantação são descritas conforme as
especificações de gramatura (em kg.m-2), resistência (em N.m-2), embalagem (usualmente
cilíndricas) e peso cilindro (em kg). (...) O retentor poderá ser utilizado isoladamente para
detenção e retenção de sedimentos. Deve ser usado em locais de menor declividade e
baixo fluxo de sedimentos, sempre no sentido transversal à declividade do talude, fixado
com estacas vivas, ou de madeira ou de aço.” (CBCN, 2010, p.82)
A reconstituição topográfica como apontamos acima, será realizada com o intuito de
fazer taludes estáveis aos processos erosivos. O primeiro passo é buscar solo na área de
empréstimo. Nossa área de empréstimo será uma área da empresa Plantados Ltda., cuja atividade
é o plantio de eucalipto e onde atualmente está sendo feito a construção de estradas florestais
22
para escoamento da madeira. Serão feitos três taludes com duas bermas. Para atividade
utilizaremos uma retroescavadeira que fará o movimento de terra necessário para configuração
topográfica.
Depois de feito os taludes serão construídos mais uma escada de dissipação de energia e a
tubulação que faz o escoamento sub-superficial, onde atualmente é o meio da voçoroca.
5.2. RECONSTITUIÇÃO DA VEGETAÇÃO
Para a reconstituição da vegetação daremos prioridade às espécies da região e que não
sejam consideradas agressivas, evitando assim dominância de somente uma espécie.
O conhecimento das características do solo é fundamental para o sucesso da implantação
da vegetação nas áreas de recuperação ambiental. Será feito tais análises anteriormente ao
plantio, onde determinaremos a quantidade de adubação e correções necessárias.
Para os taludes é recomendado o plantio de espécies herbáceas, devido à inclinação
acentuada destes locais. Já nas áreas das bermas sugere-se o plantio de espécies arbustivas, pois
possuem topografia plana, diminuindo os riscos de tombamento. Entretanto, a introdução das
espécies arbustivas será realizada em um momento posterior, quando o terreno já estiver
totalmente estabilizado e as espécies herbáceas já estiverem bem estabelecidas.
Em trabalhos que tenham o objetivo de recuperação de voçorocas a preocupação com o
entorno deve ser uma ação constante. Neste caso, procederemos com o plantio de espécies
arbóreas e arbustivas nas laterais da voçoroca, para diminuir o risco de formação de novos
processos erosivos. O estabelecimento dessa vegetação deve ser conduzido através do plantio de
sementes e mudas de boa procedência.
Para o plantio nos taludes será realizado a semeadura das espécies herbáceas de forma
manual (a lanço). Enquanto para o plantio nas bermas, será utilizado a semeadura a lanço
(herbáceas) e o plantio de mudas em covas (arbustivas). A utilização de herbáceas deverá ser
conduzida de forma que o solo degradado fique totalmente coberto pela vegetação a ser
estabelecida.
Na escolha das espécies buscamos uma diversidade que atenda aos nossos objetivos. O
consórcio entre espécies é um fator favorável na recuperação de áreas degradadas.
23
“Com uma composição heterogênea de espécies, a ciclagem de nutrientes é mais intensa,
a ocorrência de pragas é menor e a porcentagem de recobrimento do solo é maior. Além
disso, a estabilização laminar proporcionada pelo sistema radicular de plantas variadas é
mais eficiente, já que cada espécie explorará uma profundidade de solo diferente, ao
contrário de um sistema em que é utilizada apenas uma espécie.” (CBCN, p. 63, 2010)
Uma das estratégias que será estabelecida para esta diversidade será o consórcio entre
diferentes espécies no mesmo tempo e espaço.
Figura 10 - Consócio de leguminosas e gramíneas utilizadas na revegetação de taludes. FONTE: CBCN,
2010
5.2.1. Espécies escolhidas
Herbáceas
As espécies escolhidas visam o recobrimento rápido do solo e a formação de matéria
orgânica, conforme abordagem anterior. A escolha destas espécies leguminosas se baseou no
bom e rápido estabelecimento, facilitando também o estabelecimento das espécies arbustivas.
24
Tabela 1 – Espécies herbáceas selecionadas para o rápido recobrimento das bermas e taludes.
NOME CIENTÍFICO NOME VULGARQUANTIDADE
(Kg/ha)Crotalia spectabilis Crotalária 50Raphanus sativus Nabo forrageiro 50
Cajanus cajan Feijão Guandu 50
Arachis pintoi Amendoim forrageiro550 (partes vegetativas,
estolões ou mudas)
Arbustivas e Arbóreas
Para a implantação de um bom povoamento florestal, o conhecimento da evolução
sucessional da vegetação arbórea é imprescindível. Esse conhecimento permite que sejam
selecionadas as espécies em melhores condições de adaptação e desenvolvimento, observadas
por meio de seus comportamentos nas diferentes comunidades vegetais.
Na lista que fizemos para as espécies que serão plantadas nas bermas e na área do
entorno, nos preocupamos em pensar um arranjo sucessional. Para isso indicamos espécies
pioneiras (P), as secundárias (SI), secundárias tardias (ST) e sem classificação (SC).
Tabela 2 – Espécies arbustivas indicadas para a recomposição das bermas e da área do entorno.
NOME CIENTÍFICO FAMÍLIAGRUPO ECOLÓGICO
P SI ST SC
Baccharis dracunculifolia Asteraceae xCampomanesia pubescens Myrtaceae x
Clidemia urceolataMelastomatacea
ex
Heteropterys byrsonimifolia Malpighiaceae xHeteropterys umbellata Malpighiaceae x
Jacaranda caroba Bignoniaceae xRuellia brevifolia Acanthaceae X
Solanum paniculatum Solanaceae xStachytarpheta mexiae Verbenaceae x
25
Tabela 3 – Espécies arbóreas indicadas para a recomposição do entorno, com seu respectivo Grupo Ecológico.
NOME CIENTÍFICO FAMÍLIAGRUPO ECOLÓGICO
P SI ST SC
Abarema obovata Fabaceae xAcrocomia aculeata Arecaceae xAegiphila sellowiana Lamiaceae x
Amaioua guianensis Rubiaceae X
Aparisthimum cordatum Euphorbiaceae x
Brosimum guianense Moraceae XCalyptranthes sp. Myrtaceae XCasearia arborea Salicaceae XCassia ferruginea Fabaceae XCecropia glaziovi Cecropiaceae x
Cecropia hololeuca Cecropiaceae xCroton urucurana Euphorbiaceae xCupania vernalis Sapindaceae X
Dictyoloma vandellianum Rutaceae XEremanthus erythropappus Asteraceae xEremanthus glomerulatus Asteraceae x
Erythroxylum pelleterianum Erythroxylaceae XErythroxylum sp. Erythroxylaceae X
Guatteria sellowiana Annonaceae XHimatanthus lancifolius Apocynaceae X
Inga edulis Fabaceae xLacistema pubescens Lacistemaceae XLuehea grandiflora Tiliaceae x
Machaerium villosum Fabaceae XMyrcia amazonica Myrtaceae xMyrcia lutescens Myrtaceae x
5.2.2. Implantação
Preparo do solo
Se necessário faz-se a limpeza prévia da área por meio de capina manual, priorizando a
retirada de plantas daninhas ou invasoras. Posteriormente, deve ser feita a correção da acidez do
solo e a aplicação de fertilizantes sobre as superfícies já prontas para o plantio.
26
Controle e/ou combate de formigas cortadeiras
As formigas cortadeiras ocasionam a redução da produtividade dos plantios florestais,
prejudicando no crescimento das árvores e, conseqüentemente, diminuindo a resistência ao
ataque de outras pragas. Os danos ocorrem principalmente durante os primeiros seis meses de
idade dos plantios, quando o desfolhamento causado pelas formigas pode provocar a morte das
plantas. O maior problema acontece em plantios de áreas anteriormente ocupadas por pastagens,
como é o caso da área localizada nesta voçoroca.
Recomenda-se o uso de formicida microgranulado à base de sulfluramida e/ou formicida
em pó.
O combate e/ou controle deverá ser feito com a aplicação do formicida também nas áreas
vizinhas com até 100 metros de distância do plantio das mudas florestais.
É necessário também que haja vistorias periódicas a cada dois meses durante o período de
crescimento (1° ano); com o intuito de detectar algum ataque. A partir do 2° ano, os repasses
poderão ser efetuados a cada três meses.
Espaçamento
Com espaçamento adensado, em que temos 50% de pioneiras e 50% de secundárias,
proporciona a redução dos custos de manutenção, promove uma alta competição entre plantas e
acelera o crescimento em altura das plantas pioneiras. Assim podemos atingir um habitat
propício ao desenvolvimento de plantas em estágio sucessional mais avançado.
O plantio será realizado em espaçamento 3 x 3 m, visando cobrir rapidamente todo o
local. Na distribuição das espécies será respeitado o grupo de sucessão ecológica, com o objetivo
de acelerar o processo de sucessão vegetal e possibilitar uma auto-suficiência da restauração
florestal. A distribuição das espécies seguirá a metodologia do sistema quincôncio de plantio.
Este método tem como premissa o plantio de um indivíduo do grupo das espécies secundárias no
centro de um quadrado composto por espécies pioneiras, ou seja, alternando linhas de espécies
pioneiras e secundárias.
27
Para um maior estabelecimento das mudas é necessário seu plantio na época de chuva,
que ocorre na região entre os meses de dezembro e março.
Manutenção
As operações de manutenção ocorrem após o plantio das mudas e envolvem: capina,
roçada, adubação de cobertura, combate às formigas e replantio, se estendendo três anos após a
época do plantio.
Se a taxa de mortalidade for superior a 10% a partir do primeiro mês, deve-se estudar os
motivos para que cesse tal acontecimento e, assim, o replantio das mudas mortas possa ser
realizado.
O coroamento é uma atividade essencial ao estabelecimento das mudas plantadas nas
bermas dos taludes e no entorno da voçoroca. Para evitar que as plantas herbáceas prejudiquem o
crescimento destes indivíduos arbóreos é necessário fazer o coroamento das mudas com 1 metro
de diâmetro.
5.2.3. Insumos
Tabela 4 – Relação dos insumos necessários para a recomposição da vegetação.
INSUMOS QUANTIDADEUNIDAD
EMudas
Mudas arbóreas e arbustivas 1112 Unid./haMudas (replantio) (20% do
primeiro plantio)223
Unid./ha
Sementes de leguminosasCrotalária 50 Kg/ha
Nabo forrageiro 50 Kg/haFeijão Guandu 50 Kg/ha
Amendoim forrageiro550 (partes vegetativas,
estolões ou mudas)Kg/ha
Adubação(herbáceas)
Calcário dolomítico 200 Kg/haNPK 4:14:8 150 Kg/haNPK 20:0:20 100 Kg/ha
28
INSUMOS QUANTIDADEUNIDAD
E(adubação de cobertura)
Continuação da Tabela 4 – Relação dos insumos necessários para a recomposição da
vegetação.
INSUMOS QUANTIDADEUNIDAD
EAdubação(mudas)
NPK 4:14:8 167 Kg/haCalcário dolomítico 112 Kg/ha
Termofosfato 112 Kg/haNPK 20:0:20
(2 adubações de cobertura)223 Kg/ha
OutrosFormicida
(pó e/ou isca)2 Kg/ha
Esterco/adubo orgânico 556 Kg/haTutores de 1 m 1112 Unid./ha
29
6. PLANOS DE CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL
O controle ambiental sobre a área, como citado anteriormente, será feito até o 3º ano de
implantação das atividades previstas. Haverá o monitoramento dos plantios, com roçadas e tratos
culturais, neste período de tempo.
Serão feitos dois relatórios, um referente ao plantio e outro ao monitoramento dos
trabalhos realizados no período previsto, contendo informações quantitativas, informações
técnicas e relatório fotográfico, apresentando um relatório consolidado ao final do plantio e ao
final do monitoramento.
A principal forma de monitoramento ambiental a ser feita na área será a quantificação de
perda de solo. A perda de solo representa diversas variáveis que indicam a sustentabilidade ou
não do ecossistema. A metodologia será baseada na coleta do material erodido, quantificando o
tanto que houve de perda do solo. Estabeleceremos a coleta duas vezes ao ano no local da
voçoroca, no período seco e chuvoso, comparando com os dados de perda de solo sob dois outros
sistemas, um de mata nativa em estágio sucessional avançado e outro com pastagem degradada,
com a finalidade de ter parâmetros que possam nos apontar o avanço ou não da recuperação da
área.
30
7. CRONOGRAMA FÍSICO DE ATIVIDADES E METAS
Pela proposta que consta no decorrrer do PRAD, elaborou-se o cronograma de execução referente às etapas do projeto
sugerido de recuperação da área degradada no município de Ouro Branco/MG. As atividades foram organizadas de forma às
atividades de semeadura se iniciarem no mês de dezembro, juntamente com o início das chuvas na região. Essa estratégia também é
importante no sentido de evitar que as atividades de recomposição topográfica coincidam com as chuvas. Para isso, as atividades na
área devem ter início aproximadamente no mês de junho. Foram previstos cerca de dois anos de monitoramento e manutenção da área.
Tabela 5 - Cronograma de execução das etapas do projeto de recuperação da área degradada em Ouro Branco/MG.
ETAPAS / ATIVIDADES1º ANO / MESES
2º ANO / TRIMESTRE
3º ANO / TRIMESTRE
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º
1ª ETAPA
Isolamento da área X Implantação de canteiro de obras X Controle da erosão em toda bacia da voçoroca X X
Drenagem da água subterrânea X X 2ª ETAPA
Buscar solo na área de empréstimo e despositar na voçoroca X
Suavização dos taludes X Construção da escada de dissipação de energia e drenagem X X
Construção de barreiras fisicas no interior da voçoroca X X X
31
Continuação da Tabela 5 - Cronograma de execução das etapas do projeto de recuperação da área degradada em Ouro Branco/MG.
ETAPAS / ATIVIDADES 1º ANO / MESES2º ANO /
TRIMESTRE3º ANO /
TRIMESTRE1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º
3ª ETAPA Análise fisico-química do solo X Preparo do solo X Controle formigas X Semeadura a lanço dos taludes X Semeadura por coveamento das bermas X
Replantio X 4ª ETAPA
Relatório X XManutenção e Monitoramento X X X X X X X
32
8. ORÇAMENTO E CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO FINANCEIRO
Para efeito de orçamento, juntaram-se as planilhas de quantidades e preços unitários,
alertando que as quantidades são meramente indicativas e hipotéticas e poderão sofrer alterações
quando for elaborado o projeto executivo das intervenções propostas.
1ª e 2ª Etapa
Tabela 6 - Orçamento para execução da 1ª e 2ª Etapa do PRAD.
Unidade QtdePreço
Unitário (R$)Total (R$)
peças 200 6,00 1.200,00rolo (500 m) 10 80,00 800,00
horas 100 125,00 12.500,00
m² 15 60,00 900,00m 1000 2,97 2.970,00
un. 1 5.650,00 5.650,00hora 140 22,73 3.181,82un. 200 5,55 1.110,00m³ 556 92,57 51.468,92
hora 85 40,00 3.400,00L 2000 1,94 3.880,00
hora 356 64,00 22.784,00un. 500 1,90 950,00m² 5 250,00 1.250,00
hora 3360 5,61 18.837,00130.881,74
Mão-de-obraTotal
Esteira para os terraçosSacos para barricadasInfra-estrutura (material construção civil)
Canteiro de obrasOperador de máquinaAlimentação ( café, almoço e lanche)
RetroescavadeiraPedra britada
Combustível
Discriminação
Mourões tratados
Mobilização, desmobilização e supervisão ( Profissional Nível Superior)
Arame
Placas de obrasServiços de topografia
33
3ª Etapa
Tabela 7 - Orçamento para execução da 3ª Etapa do PRAD.
Unidade QtdePreço
Unitário (R$)Total (R$)
amostras 2 37,35 74,70hora 480 5,61 2.691,00
hora 100 125,00 12.500,00
m² 9 250,00 2.250,00
un. 150 5,55 832,50un. 300 25,00 7.500,00kg 25 14,50 362,50t. 0,4 32,50 13,00t. 0,7 950,00 665,00kg 2 9,60 19,20km 200 1,80 360,00
Técnico agrícola hora 160 16,25 2.600,0029.867,90
Transporte
Total
Mobilização, desmobilização e supervisão ( Profissional Nível Superior)
Plantio mudas arbóreas e arbustivasPlantio espécies leguminosas( média)Calcário dolomíticoNPKFormicida
Infra-estrutura (material construção civil)
Alimentação ( café, almoço e lanche)
Discriminação
Análise fisica e química do soloMão-de-obra
4ª Etapa
Tabela 8 - Orçamento para execução do monitoramento/manutenção do PRAD.
Unidade QtdePreço
Unitário (R$)Total (R$)
Serviços de topografia hora 100 56,18 5.618,00hora 80 18 1.440,00un. 100 5,55 555,00hora 300 5,61 1.681,88
9.294,88
Discriminação
Técnico agrícola
TotalMão-de-obraAlimentação ( café, almoço e lanche)
34
Custo Global
Tabela 9 - Orçamento Global das ações previstas no PRAD.
Etapa Total1ª e 2ª 130.881,74
3ª 29.867,904ª 9.294,88
TOTAL R$ 170.044,51
35
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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