CULTIVO DO MORANGO PARTE 1
Foto: portal.rpc.com.br Foto: ritasousa.net
Classificação botânica
• FAMÍLIA: Rosaceae
• GÊNERO: Fragaria
• ESPÉCIES:
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Espécies
• Européias: Fragaria vesca L. (diplóide), Fragaria moschata Duch (hexaplóide) e Fragaria viridis Duch (diplóide).
• Americanas: Fragaria virginiana Duch (octoplóide) e Fragaria chiloensis L. (octoplóides).
• Híbridas: Fragaria virginiana x Fragaria chiloensis =
Fragaria ananassa (octoplóide).
• Remontantes: Fragaria ananassa x Fragaria vesca.
Descrição da planta
• Raízes: originam-se das coroas na forma de um sistema fasciculado. Crescem: principalmente nas épocas de dias curtos, menor do que 12 horas de luz. Outono e início do inverno: utilizar cobertura plástica para elevar temperatura do solo (crescimento radicular).
• Herbácea: estolonífera, perene. • Caule semi-subterrâneo (coroa/caule
modificado: quando envelhece pode originar de 8 a 10 novas coroas.
• Medula: proeminente e muito suscetível às geadas.
Folhas
• Origem: da coroa, forma helicoidal com forma e cor variando conforme cultivar.
• Em geral: trifoliadas com um par de estípulas triangulares na base.
• Às vezes: apresentam um par de pequenos folíolos abaixo dos normais.
• Folíolos: dentados, verde escuro na face superior e acinzentada e pilosa na inferior.
• Folhas: 300 a 400 estômatos mm-² (número bem maior que de outras culturas).
• Muito sensível: falta de água, baixa umidade relativa, alta temperatura e intensidade e duração da luz.
Descrição da planta
• Estolões ou caules: desenvolvem a partir das gemas basais das folhas, crescem sobre superfície do solo e tema capacidade de emitir raízes e dar origem novas plantas.
• Pedúnculo floral: ereto (curvando-se após polinização). • Flores: hermafroditas e hemicíclicas (inserção das
pétalas no receptáculo floral se dá no mesmo nível). • Cálice: formado por brácteas unidas na base. • Pétalas: livres, lobuladas, brancas ou avermelhadas,
dispostas ao redor do receptáculo proeminente (após fecundação dos pistilos, se transforma no “fruto“).
Planta
Fonte: turma308-cilonrosa.blogspot.com
Descrição da planta
• Estames: nº > 20, (numerosos e localizados ao redor do receptáculo). Possuem filamentos longos ou curtos, que podem apresentar anteras férteis ou estéreis.
• Pistilos: numerosos (entre 200 e 400), ovário com um
só óvulo e dispostos em forma de espiral.
• Formação: estolões e desenvolvimento folhas são favorecidos sob condições de dias longos e temperatura elevada.
• Indução floral: temperatura baixa e dias curtos e frutificação: dias longos e temperaturas amenas.
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Origem
• Espécies selvagens: 50 milhões de anos.
• Região Meridional da Europa: terras altas dos Alpes Franceses.
• Século XIV: morangos selvagens para jardins dos palácios.
• Século XVII: cultivados na França e Inglaterra.
Origem
• Provável: Europa (estado selvagem).
• América (região do Peru): espécie Fragaria chiloensis, planta que provavelmente originou morangueiro, atualmente cultivado.
Classificação das espécies
• + de 20 espécies do gênero Fragaria: designação comum de morangueiro (ampla distribuição nas zonas temperadas e subtropicais).
• Nº de cromossomos: 7 tipos básicos de cromossomos que todas espécies e seus híbridos possuem em comum.
• Distinção: função do grau de poliploidia das espécies.
Classificação das espécies
• Diplóides: 2 conjuntos dos 7 cromossomos básicos (14 cromossomos);
• Tetraplóides: 4 conjuntos (28 cromossomos);
• Hexaplóides: 6 conjuntos (42 cromossomos);
• Octoplóides: 8 conjuntos (56 cromossomos);
• Decaplóides: 10 conjuntos (70 cromossomos).
Classificação das espécies
• Espécies com mais cromossomos geralmente são mais robustas, maiores e produzem, em geral, maiores frutos (exceções são observadas).
Espécies diplóides
• Fragaria daltoniana;• Fragaria iinumae;• Fragaria nilgerrensis;• Fragaria nipponica;• Fragaria nubicola;• Fragaria vesca (morango silvestre europeu);• Fragaria viridis;• Fragaria yezoensis.
Classificação das espécies
• Espécies tetraploides:
Fragaria moupinensis Fragaria orientalis
• Espécies hexaploides:
Fragaria moschata
Espécies e híbridos octoploides
• Fragaria x ananassa (morangueiro agrícola mais comum);
• Fragaria chiloensis;
• Fragaria iturupensis;
• Fragaria virginiana.
Espécies e híbridos decaploides
Fragaria × Potentilla
Fragaria × vescana
Composição nutricional
Calorias 39
Glicídios 7,4g
Proteínas 1g
Lipídios 0,6g
Cálcio 22mg
Fósforo 22mg
Ferro 0,9mg
Sódio 31,5mg
Potássio 155,2mg
Foto: mariatorta.com.br
Composição nutricional
• Rico: frutose e sacarose e pobre carbohidratos. • Reação química: triplica índices de absorção
de ferro presentes nos vegetais, ovos e carnes. • Levemente: laxativo e diurético. • Supre: carência de minerais e vitaminas do
Complexo B e possui quercitina (capaz de neutralizar ação dos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento das células).
• Benefícios: Excelente fonte de vitamina C. Boa fonte de folato e potássio. Poucas calorias e muitas fibras. Possui bioflavonóides anticancerígenos.
• Inconvenientes: Pode provocar alergias. Contém ácido oxálico, que reduz absorção de minerais e pode agravar problemas de pedras nos rins e na bexiga.
Composição nutricional
Brasil (pólos produtores)
• Minas Gerais: Região de Pouso Alegre;
• São Paulo: Suzano e Itaquera, Jundiaí, Piedade, Atibaia (60% da produção paulista);
• Rio Grande do Sul:
• Região do Vale do Caí: Feliz e Bom Princípio;
• Região da Serra: Farroupilha e Caxias do Sul;
• Região Sul: Pelotas (indústria);
Brasil (pólos produtores)
• Paraná:• Região Norte Pioneiro: Pinhalão, Ibaití,
Japira, Jaboti.• Região Metropolitana de Curitiba: São José
dos Pinhais, Araucária, Almirante Tamandaré.
• Espírito Santo: Região de Vila Nova.• Santa Catarina: Região de Caçador e
Urussanga;• Outros: Goiás e Distrito Federal.
Botânica
• Planta rasteira: porte pequeno, folhas com 3 folíolos, flores brancas ou rosáceas e infrutescência (receptáculo floral);
• Receptáculo floral: após fecundação apresentam-se carnudos e suculentos, formato oval, coloração vermelho vivo (pseudofruto: comestível);
Fruto (agregado - muitos ovários de uma única flor)
• Pequenas estruturas escuras, aderidas ao receptáculo floral (aquênios) que contém as sementes (interesse dos melhoristas).
Fonte: portalsaofrancisco.com.br
Estádios fenológicos
Folhas desenvolvidas Aparecimento do órgão floral
Estádios fenológicos
Floração Frutos verdes
Estádios fenológicos
Frutos maduros
Polinização
• Depende: transporte do pólen pelo vento e insetos (crítica para produção econômica). Condições naturais, geralmente polinização é deficiente.
• Pistilos com problemas de polinização: frutos deformados.
• Pólen liberado: durante 2 ou 3 dias, entre 9 e 17 horas.
• Temperatura mínima: 12°C e umidade relativa < 94%.
• Mínimo: 4 caixas de abelhas próximo área de plantio.
Insetos polinizadores
Polinização
• Depende: transporte do pólen pelo vento e insetos (crítica na produção econômica).
• Condições naturais: geralmente deficiente.
• Pistilos com problemas de polinização: originam frutos deformados.
Polinização deficiente
(A) Gaiola (copo plástico 250 ml), tecido TNT e orifício lateral; (B) flor cultivar ‘Aromas’: sinais de alimentação após infestação adultos de Frankliniella occidentalis, por 5 dias (sinais de alimentação); (C) flor testemunha; (D) estame: área amarronzada no filete da antera indicada pela seta; (E) receptáculo floral com pontos pretos na superfície indicados pela seta; (F) fruto verde: danos após infestação com adultos de Frankliniella occidentalis, durante 5 dias; (G) fruto verde: testemunha; (H) detalhe dos danos da região do cálice e sépalas; (I) detalhe da área bronzeada na superfície do fruto.
Fonte: Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.4, p.820-826, abr, 2010 - NONDILLO A. et al.,
Frutos maduros da cultivar ‘Aromas’. (A) danos após infestação com adultos de Frankliniella occidentalis por 5 dias; (B) testemunha; (C) área bronzeada na superfície do fruto (bronzeamento ao redor do aquênio); (D) danos após infestação com adultos de Frankliniella occidentalis durante todo período de desenvolvimento; (E) testemunha; (F) fruto (área bronzeada).
Fonte: Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.4, p.820-826, abr, 2010 - NONDILLO A. et al.,
Características
• Planta: típica de climas frios. • Não adaptação: temperaturas altas;• Centro Sul: regiões serranas, maiores
produtoras (altitude de 1.000 m).
• Cultivo e produção sofrem influência:• temperatura;• fotoperíodo (menos cultivares de dias
neutros).
Temperatura
• Afeta: desenvolvimento vegetativo, produção e qualidade do fruto (principal fator limitante).
• Produção e qualidade dos frutos: diretamente relacionadas ao nº de horas de frio que mudas recebem no viveiro.
• Termoperiodicidade diária;
• – Temperaturas diurnas amenas;
• – Temperaturas noturnas baixas.
Temperatura
• ELEVADA:
Morango excessivamente ácido;
Pobre em sabor;
Com menor consistência.• BAIXA:
Frio de madrugada: morangos com sabor e aroma pronunciados;
Geadas (prejudica): destrói flores e frutos (não a planta).
Fotoperíodo
• Dias curtos para florescer e frutificar:
Emissão de flores a partir de mai/jun;
Frutifica até nov/dez
• Dias longo para vegetar:
Início do plantio: crescimento;
Após produção: emissão dos estolhos (pode ocorrer durante a fase produtiva).
Tipos de cultivo
Fonte:www.google.images
Semi hidropônico
Fonte: Embrapa CNPUV - Sistemas de Produção, 15 - ISSN 1678-8761 Versão Eletrônica - Ago./2006 Foto: Adriane R. Bortolozzo
Semi hidropônico
Fonte: Embrapa CNPUV - Sistemas de Produção, 15 - ISSN 1678-8761 Versão Eletrônica - Ago./2006 Foto: Adriane R. Bortolozzo
Embalagem com 8 litros de substrato (4 plantas)
Pineberry
Inglês: abacaxi, pineapple e morango, strawberry - forma e textura de morango com sabor e cheiro semelhante ao abacaxi.
Híbrido: Fragaria chiloensis (América do Sul e Fragaria virginiana (América do Norte.
Foto: marketingnacozinha.com.br/tag/pineberry/
Pineberry
• Cultivadas em estufas: verdes no início do crescimento, tornando-se gradualmente mais pálidas quando amadurecem.
• Quando doce e suculenta: polpa é quase totalmente branca, repleta de sementes vermelhas (inverso do morango).
• Descoberta em sua forma selvagem: América do Sul (cultivada pela primeira vez por agricultores holandeses).
• Menores morangos cultivados comercialmente: 15 e 23 milímetros de diâmetro (pouco menos de uma polegada).
• Caixa de 125g no Reino Unido: £ 2,99 até £ 3,99.
Pineberry
Alpino Silvestre Amarelo
Foto: todaoferta.uol.com.br
Silvestre
Foto: Cortesia de © David Karp
Principais cultivares
• Dias neutros: Plantio de março a novembro, em altitude próxima a 1.000 m (Selva, Fern, Seascape, Diamante, Aromas, Albion).
• Dias curtos: Plantio de final de março a maio (Chandrler, Pájaro, Tudla Milsey, Dover, Campinas, AGF 80, Toyonoka, Guarani, Pelican, Sweet Charlie, Vila Nova, Santa Clara, Bürkley, Tangi, Oso Grande, Camino Real, Camarosa, Ventana).
Cultivares (Brasil)
• Indústria: Santa Clara, Burlkey, Dover.
• Consumo “in natura”: Tangi, Campinas, Osogrande, Tudla, Selva e Seascape.
• Dupla finalidade: Vila Nova.
Cultivares (Brasil)
• Campinas: dias curtos e rústica; fruto grande e bom sabor; tolerância mancha angular (Xanthomonas fragariae); susceptível rizoctoniose (Rhizoctonia), antracnose (Colletotrichum sp) e murcha de verticilium (Verticillium albo-atrum).
• Santa Clara: dias curtos; alto vigor, boa densidade de folhas que recobrem frutos.
• Frutos: tamanho médio, formato irregular, epiderme vermelha escura; polpa de textura média e cor vermelha uniforme; ciclo médio e produtividade alta; sabor ácido e próprio para industrialização.
• Resistente: mancha de micosfarela (Mycosphaerella fragariae), mancha de diplocarpon (Diplocarpon earliana) e mancha de dendrofoma (Dendrophoma obscurans), tolerante antracnose (Colletotrichum fragariae) e mofo cinzento (Botrytis cinerea).
Vila Nova (cultivar dias curtos)
• Porte médio: folhas de densidade e tamanho médios e de coloração verde escura; ciclo precoce e alta produtividade.
• Frutos: cônicos, longos e graúdos quando das flores primárias e secundárias e pequenos quando das flores terciárias e quaternárias.
• Dupla finalidade: sabor subácido, aroma intenso, polpa de textura média e de coloração vermelha, epiderme vermelha.
• Resistente: mancha de micosfarela (Mycosphaerella fragariae) e mancha de dendrofoma (Dendrophoma obscurans), tolerante antracnose (Colletotrichum fragariae) e susceptível mofo cinzento (Botrytis cinerea) e podridão do colo e rizoma (Phytophtora cactorum).
Burkley
• Cultivar de dias curtos: planta de alto vigor; folhas grandes e coloração verde escura; muito alta capacidade de produção e ciclo precoce:
• Frutos grandes: polpa de textura média e coloração vermelha clara; epiderme vermelha; sabor ácido próprio para industrialização.
• Resistente: mancha de micosfarela (Mycosphaerella fragariae), murcha de verticilium (Verticillium albo-atrum) e mancha de dendrofoma (Dendrophoma obscurans).
• Tolerante: mancha de diplocarpon (Diplocarpon earliana) e antracnose (Colletotrichum fragariae).
• Susceptível: mofo cinzento (Botrytis cinerea).
Tangi
• Cultivar de dias curtos: planta vigorosa, folhas grandes e coloração verde escura, apresentando muita pilosidade nos folíolos, característica que evidencia tolerância ao ácaro rajado; ciclo tardio e capacidade de produção mediana.
• Frutos de tamanho médio: polpa de textura média e coloração rósea intensa; epiderme de coloração vermelha clara; sabor semi-ácido, próprio para consumo "in natura".
• Resistente: mancha de micosfarela (Mycosphaerella fragariae).
• Tolerante: antracnose (Colletotrichum fragariae).• Susceptível: mofo cinzento (Botrytis cinerea).
Oso Grande
• Dias curtos: grande adaptabilidade; planta vigorosa, folhas grandes e coloração verde escura; ciclo mediano e elevada capacidade produtiva.
• Frutos de tamanho grande: polpa de textura firme no início da produção e mediana no final da colheita, coloração vermelha clara e aromática; epiderme vermelha clara; sabor subácido, próprio para consumo "in natura".
• Tolerante: mofo cinzento (Botrytis cinerea).• Susceptível: mancha de micosfarela
(Mycosphaerella fragariae) e antracnose (Colletotrichum fragariae e Colletotrichum acutatum).
Tudla Milsey
• Cultivar de dias curtos: planta vigorosa com folhas grandes de coloração verde escura; ciclo tardio e com grande capacidade produtiva.
• Frutos de formato cônico ou de cunha alongado: tamanho grande, polpa de textura firme e de coloração vermelha; epiderme vermelha; sabor subácido, próprio para consumo "in natura" ou congelamento em fatias ou cubos.
• Tolerante: mofo cinzento (Botrytis cinerea).• Susceptível: mancha de micosfarela
(Mycosphaerella fragariae) e antracnose (Colletotrichum fragariae e Colletotrichum acutatum).
Camarosa
• Cultivar de dias curtos: planta vigorosa com folhas grandes e coloração verde escura; ciclo precoce e com alta capacidade de produção.
• Frutos de tamanho grande: epiderme vermelha escura; polpa de textura firme e coloração interna vermelha brilhante, escura e uniforme; sabor subácido, próprio para consumo "in natura" e industrialização.
• Susceptível: mancha de micosfarela (Mycosphaerella fragariae), antracnose (Colletotrichum fragariae e Colletotrichum acutatum) e mofo cinzento (Botrytis cinerea).
Cultivares
• Selva: cultivar de dias neutros; média produtividade; frutos de tamanho irregular, de coloração vermelha clara; polpa de textura muito firme; sabor subácido; susceptível às principais doenças que ocorrem no Brasil.
• Seascape: cultivar de dias neutros; comportamento parecido com cultivar Selva, diferenciando-se principalmente por apresentar frutos grandes e maior uniformidade, coloração interna dos frutos mais intensa, melhor sabor e polpa de textura firme.
Definição da cultivar
• Levar em conta os seguintes aspectos:
mercado de destina da produção;
• Sistema de produção a ser adotado:
Altamente tecnificado (alto custo);
Média tecnologia;
Baixo nível tecnológico.
• Produção em sistema ecológico ou produção integrada.
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