PROJETO DE PESQUISA AGRONÔMICA
RELATÓRIO PARCIAL II
MANEJO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA PARA A CULTURA DO FEIJÃO EM
SUCESSÃO À GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS CULTIVADAS PARA PRODUÇÃO DE
SEMENTES
Botucatu - SP
Abril de 2014
unesp
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JULIO DE MESQUITA FILHO”
CAMPUS DE BOTUCATU
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO VEGETAL
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Projeto Agrisus No: 1095/13
Título da Pesquisa: “Manejo da adubação nitrogenada para a cultura do feijão em sucessão à
gramíneas forrageiras cultivadas para produção de sementes”
Responsável: Prof. Dr. Rogério Peres Soratto
Instituição: Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal, FCA/UNESP, Botucatu (SP).
Telefone/fax: (14) 3880-7161 / 3880-7000 E-mail: [email protected]
Local da Pesquisa: Experimento I está sendo conduzido em área experimental da Universidade do
Oeste Paulista (Unoeste). O experimento II está sendo conduzido em área localizada no Sitio
Paraíso, município de Santo Anastácio (SP);
Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 17.100,00 (dezessete mil e cem reais);
Vigência do Projeto: 06/02/2013 a 01/04/2015;
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RESUMO INICIAL
Com a manutenção na superfície do solo da palhada residual da colheita forrageiras cultivadas
para a produção de sementes, em razão da restrição da queimada, ocorrem alterações na dinâmica
do nitrogênio (N) no solo. Assim, o cultivo de feijão comum em sucessão a essas forrageiras, com
recomendações de adubação nitrogenadas convencionais, realizadas em cobertura, pode reduzir a
produtividade de grãos, pela carência de N, especialmente na fase inicial de desenvolvimento das
plantas. Neste contexto, a prática de antecipação da adubação nitrogenada na cultura forrageira,
pode favorecer a produção de sementes das mesmas e disponibilizar N na fase inicial da cultura do
feijão em sucessão, por proporcionar produção de palhada com menor relação C/N. Isso também
pode contribuir para decomposição da palhada, evitando acúmulo excessivo nas áreas destinadas a
produção de sementes de forrageiras, já que elevadas quantidades de resíduos podem atrapalhar a
colheita, que é realizada no chão após a degrana natural. O objetivo deste trabalho é avaliar os
possíveis benefícios da antecipação da adubação nitrogenada na produção e qualidade de sementes
de plantas de forrageiras, na decomposição da palhada residual e na nutrição e produtividade da
cultura do feijão cultivada em sucessão, em sistema de semeadura direta. Serão conduzidos dois
experimentos em áreas de produção de sementes forrageiras, sendo repetidos em dois anos
agrícolas (2012/13 e 2013/14). O experimento I será conduzido em área com Urochloa brizantha
cv. MG-4 e o experimento II em área com Urochloa humidicola cv. Llanero. Em ambos os
experimentos, o delineamento experimental será em blocos completos casualizados, em esquema
de parcela subdividida, com quatro repetições. As parcelas serão constituídas por cinco formas de
manejo da dose de 150 kg ha-1
de N na forrageira (0-0 (testemunha); 150-0; 0-150; 100-50 e 50-
100 kg ha-1
de N), respectivamente, na forrageira 45 DAE (Experimento I) ou 45 dias após o corte
de uniformização (Experimento II) e no pré-emborrachamento (diferenciação floral). As
subparcelas serão compostas por doses de N aplicadas em cobertura no feijão (0, 50, 100 e 150 kg
ha-1
de N). A aplicação do N em cobertura no feijão será realizada no estádio V4. A fonte de N
utilizada será o nitrato de amônio. Serão avaliadas as seguintes variáreis: produção e qualidade
fisiológica das sementes das plantas forrageiras; produção, relação C/N, persistência e liberação de
nutrientes da palhada residual da forrageira; massa de matéria seca da parte aérea das plantas de
feijão; acúmulo de N na parte aérea do feijoeiro; índice relativo de clorofila nas folhas do feijoeiro;
teor de nutrientes nas folhas do feijoeiro; componentes de produção e produtividade de grãos da
cultura do feijão. Os dados obtidos serão submetidos à análise de variância. As médias dos
tratamentos de manejo de N nas forrageiras serão comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade. Os efeitos das doses de N em cobertura na cultura do feijão serão avaliados
mediante análise de regressão polinomial.
Palavras chave: Phaseolus vulgaris, nitrogênio, Urochloa spp., forrageiras perenes, palhada,
antecipação da adubação.
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RESUMO DO RELATÓRIO PARCIAL I
O experimento I foi conduzido em área com U. humidicola cv. Llanero e o experimento II em área
com Brachiária brizantha cv. MG-5. Em ambos os experimentos, o delineamento experimental foi
em blocos completos casualizados, em esquema de parcela subdividida, com quatro repetições. As
parcelas foram constituídas por cinco formas de manejo da dose de 150 kg ha-1
de N na forrageira
(0-0 (testemunha); 150-0; 0-150; 100-50 e 50-100 kg ha-1
de N), respectivamente, na forrageira 42
dias após o corte de uniformização (Experimento I) ou 33 dias após o corte de uniformização
(Experimento II) e no pré-emborrachamento (diferenciação floral). As subparcelas foram
compostas por doses de N aplicadas em cobertura no feijão (0, 50, 100 e 150 kg ha-1
de N). A
aplicação do N em cobertura no feijão foi realizada no estádio V4. A fonte de N utilizada foi o
nitrato de amônio. Foram avaliadas até o momento as seguintes variáreis: Experimento I (produção
e qualidade fisiológica das sementes das plantas forrageiras; produção, e persistência da palhada
residual da forrageira; massa de matéria seca da parte aérea das plantas de feijão; acúmulo de N na
parte aérea do feijoeiro; índice relativo de clorofila nas folhas do feijoeiro; componentes de
produção e produtividade de grãos da cultura do feijão). Serão avaliados no próximo mês no
Experimento I (relação C/N e liberação de nutrientes da palhada residual da forrageira; teor de
nutrientes nas folhas do feijoeiro). No experimento II em razão das boas precipitações e ausência
de temperaturas baixas, entre final de maio a julho (Figura 31), a forrageira não sofreu indução
para diferenciação da fase de florescimento, assim houve ausência na produção de sementes para
ente ano agrícola de 2013, os demais resultados deste experimento serão apresentados no próximo
relatório cientifico que será apresentado à Agrisus, sendo que os dados serão coletados no decorrer
do desenvolvimento do feijão. As médias dos tratamentos de manejo de N nas forrageiras serão
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os efeitos das doses de N em cobertura na
cultura do feijão serão avaliados mediante análise de regressão polinomial. As conclusões
preliminares, até o momento indicam que com relação à produtividade de sementes da forrageira, a
hipótese inicialmente levantada, em que a adubação no pré-emborrachemnto na forrageira
promoveria aumento da produção de sementes, em detrimento à produção de matéria seca da
forrageira, não foi suportada, pois em geral os resultados demonstram melhor resposta da produção
de sementes à adubação inicial. A degradação de matéria seca da forrageira, não foi influenciada
pela adubação antecipada na forrageira e pela adubação em cobertura no feijão. Os dados de
matéria seca de planta, componentes de produção e produtividade de feijão, indicam que houve
resposta à adubação antecipada na forrageira, porém estes foram dependentes da suplementação de
N via cobertura no feijão.
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1. INTRODUÇÃO
O Brasil se destaca no senário mundial na produção e tecnologia de sementes de forrageiras,
cultivando mais de 140.000 ha por ano (ANUALPEC, 2011). A demanda por sementes de
gramíneas forrageiras tende a crescer nos próximos anos, em razão dos incentivos por parte do
governo através do programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), liberando linhas de
créditos para os agricultores implantar práticas agrícolas sustentáveis, como sistema semeadura
direta na palha (SDD) e recuperação de pastagens degradadas (Ministério da Agricultura, 2012).
Nos últimos anos o sistema de manejo de campos de produção de sementes de forrageiras
teve que ser revisto, principalmente quando se aborda aspectos como manejo da adubação e anos
de condução consecutiva de campos de produção na mesma área, pois a queima da palhada
residual da colheita das sementes foi restringida legalmente (Arantes, 2006). Com a manutenção
da alta quantidade de palhada na superfície do solo (Souza e Silva, 2006), que pode interferir na
qualidade das sementes em razão da alta porcentagem de impureza e acarretar problemas na
colheita que é realizada por varredura (colheita no chão após degrana das sementes), alguns
produtores estão conduzindo campos de produção de sementes de forrageiras por um ou dois anos
consecutivos, e em sequencia cultivando culturas graniferas, como o feijão comum (Phaseolus
vulgaris L.), em SSD. A prática visa reduzir a quantidade de palhada no sistema, promover a
quebra de ciclo de pragas e doenças, além de agregar valor a terra, conduzindo espécies de
variados seguimentos agrícolas na mesma área.
Contudo, esse sistema tem encontrado alguns entraves do ponto de vista técnico,
especialmente em relação ao manejo da adubação nitrogenada. Com a manutenção da palhada das
forrageiras sobre o solo a dinâmica do nitrogênio (N) é alterada (Kluthcouski et al., 2006) e, com o
manejo convencional da adubação nitrogenada na cultura do feijão, realizado em cobertura entre
15 e 30 dias após a emergência (DAE) das plantas (Ambrosano et al, 1997), tem ocorrido carência
de N na fase inicial do desenvolvimento da cultura. Isso ocorre em razão do processo de
imobilização temporária do N pela massa microbiana do solo (Cantarella, 2007).
Neste contexto, a prática de antecipar a adubação nitrogenada nas plantas forrageiras,
cultivadas para produção de sementes, pode proporcionar uma melhor produção e qualidade
fisiológica das plantas forrageiras (Deminicis et al, 2010). Além disso, a aplicação tardia de N na
forrageira possivelmente não incremente a produção de palhada, mas proporcione produção de
material vegetal com menor relação C/N (Leite e Galvão, 2008). Isso poderá interferir na taxa de
decomposição e liberação dos nutrientes da palhada, fornecendo N para a cultura do feijão no seu
estádio inicial de desenvolvimento, podendo minimizar os efeitos do processo de imobilização do
N na fase inicial de desenvolvimento do feijão (Sá, 1999). Ademais, a aceleração do processo de
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decomposição da palhada poderá favorecer a instalação de campos de produção de sementes de
forrageira após o cultivo do feijão.
2. JUSTIFICATIVA
Com a restrição da eliminação da palhada residual de plantas forrageiras cultivadas para
produção de sementes mediante queima, o cultivo de feijão em sucessão no SSD se torna uma
alternativa para utilização deste resíduo da colheita das sementes, permitindo assim agregar valor
na utilização da área, pois possibilita fazer um segundo cultivo na mesma área em um período que
a área ficaria em pousio. Além disso, a substituição da queimada da palha por um manejo
conservacionista, como o SSD, aumentará o sequestro de carbono (C) atmosférico, reduzindo a
emissão de gases de efeito estufa. O trabalho pode ser modelo para outras regiões produtoras de
sementes de forrageiras e que estão enfrentando o mesmo problema de manejo da palhada.
Outro ponto importante a ser considerado, é que a prática de antecipação da adubação
nitrogenada na cultura forrageira, poderá permitir maior eficiência na utilização do fertilizante
nitrogenado, que possui alto custo energético para sua obtenção. Essa prática possibilitará o
aproveitamento do N pela planta forrageira para produção de sementes e o N acumulado na
palhada poderá ser aproveitado pela cultura do feijão cultivado em sucessão, além de promover a
decomposição da elevada quantidade de palhada residual, o que favorecerá o cultivo de forrageiras
para a produção de sementes, que é o produto principal destas áreas, em sucessão à cultura do
feijão. Ademais, há carência de estudos sobre manejo da adubação e dinâmica de nutrientes em
condições de alta quantidade de palhada, em regiões de clima tropical e solo com baixo teor de
argila.
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo geral
O objetivo deste trabalho é avaliar os possíveis benefícios da antecipação da adubação
nitrogenada na produção e qualidade de sementes de plantas de forrageiras, na decomposição da
palhada residual e na nutrição e produtividade da cultura do feijão cultivada em sucessão em SSD.
3.2. Objetivos específicos
- Avaliar a produtividade e qualidade fisiológicas das sementes das plantas forrageiras em
razão das formas de manejo do N;
- Avaliar a dinâmica da decomposição da palhada e a liberação de nutrientes da mesma em
razão das formas de manejo do N na forrageira em combinação com doses de N aplicadas em
cobertura na cultura do feijão;
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- Avaliar a nutrição e a produtividade da cultura do feijão em função das formas de manejo
do N na forrageira em combinação com doses de N aplicadas em cobertura na cultura do feijão.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. EXPERIMENTO I (ano agrícola 2012/13)
4.1.1 Característica do local
O experimento I foi conduzido em área localizado no Sitio Paraíso, município de Santo
Anastácio (SP), com latitude 22º09’S, longitude 51º47’W e altitude de 440 m. Os dados climáticos
da área na safra 2012/14 estão apresentadas na Figura 1.
O solo da área é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo, textura média-arenosa, de
acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (Embrapa, 2006), onde as
características do mesmo se encontra na Tabela 1.
O experimento foi instalado (Figura 2) em área de segundo ano produção de sementes, ou
seja, após o corte de uniformização da rebrota da forrageira realizado dia 29/09/2013 com auxilio
de roçadeira acoplada ao trator.
Figura 1. Medias das temperaturas máxima e mínima, e precipitação pluviométrica ocorrida no período de
condução do experimento (Santo Anastácio, SP, setembro/2012-julho/2013).
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Tabela 1. Características químicas e físicas do solo nas profundidades 0-20 e 20-40 cm, determinadas antes
da instalação do experimento (julho 2012).
Figura 2. Instalação do experimento (setembro 2012)
4.1.2. Tratamentos e delineamento experimental
Foi adotado o delineamento experimental em blocos completos casualizados, em esquema de
parcelas subdivididas, com quatro repetições. As parcelas foram constituídas por cinco formas de
manejo da dose de 150 kg ha-1
de N na gramínea forrageira (0-0 (testemunha); 150-0; 0-150; 100-
50 e 50-100 kg ha-1
de N), respectivamente, 42 dias após o corte de (DAC) e pré-
emborrachamento (diferenciação floral). As subparcelas foram compostas por doses de N (0, 50,
100 e 150 kg ha-1
de N) aplicadas em cobertura quando as plantas de feijão encontravam-se com
cinco folhas trifolioladas. A fonte de N utilizada, tanto na forrageira quanto para cobertura no
feijão, foi o nitrato de amônio. A dose de 150 kg de N ha-1
que foi aplicada na forrageira, foi
determinada com base em trabalhos científicos (Condé e Garcia, 1988; Cornélio et al., 2007;
Profundidade
(cm)
pH
(CaCl2) M.O.
P
(resina) (H+Al) K
+ Ca
2+ Mg
2+ SB CTC V% Areia Silte Argila
g dm-3
mg dm-3
mmolc dm-3
g kg-1
0-20 5,5 17,3 18,4 17,6 4,0 20,7 11,6 36,4 54,1 67,3 760 70 170
20-40 5,3 12,1 16,2 23,9 2,1 19,8 7,1 28,3 53,8 52,6 777 72 151
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Deminicis et al., 2010) e observações práticas realizada por produtores em campos de produção de
sementes de plantas forrageiras.
Cada parcela foi demarcada com 6 m de largura por 18 m de comprimento, com uma área
total de 108 m2. As subparcelas terão 6 m de largura por 4,5 m de comprimento. Foram semeadas
10 fileiras de feijão espaçadas em 0,45 m. Para avaliação das sementes da forrageira foi coletada
duas amostras de 2 x 2 m, e para o feijão as quatro fileiras centrais da de cada unidade
experimental por 3,5 m de comprimento.
4.1.3. Instalação e condução dos experimentos
Em julho de 2012 foi realizada a caracterização química do solo das áreas, para tanto foram
coletadas amostras de solo de 0-20 e 20-40 cm de profundidade. As amostras foram secas ao ar e
analisada quanto às seguintes características: pH (CaCl2), matéria orgânica, bases trocáveis,
alumínio e hidrogênio extraíveis e fósforo disponível, e foram calculadas a capacidade de troca de
cátions (CTC) e a saturação por bases (V%), conforme metodologia proposta por Raij et al.
(2001). Com base nos dados das características químicas do solo (Tabela1) não foi necessário
realizar calagem, em razão da área já ter sido corrigida na safra 2011. No dia 11/11/2012 foi
realizada adubação potássica de cobertura na forrageira em área total, na dosagem de 90 kg ha-1
de
K2O utilizando a fonte de cloreto de potássio (60% K2O).
O experimento foi constituído pela soqueira da U. humidicola cv. Llanero instalada em 2011.
Foi utilizada está área de soqueira em razão desta cultivar apresentar maiores produtividades no
segundo ano de cultivo, assim a realização da aplicação de N dos tratamentos pré-definidos foi 42
dias (11/11/2012) após o corte de uniformização, com roçagem a 10 cm de altura e a aplicação do
nitrogênio na fase de pré-emborrachamento foi realizada no dia 27/12/2012. Ambas as aplicação
de nitrogênio na forrageira foram realizadas a lanço manualmente. Para permitir distribuição
uniforme do fertilizante no total da parcela, em razão da área ser extensa (108m2), as doses pré-
determinadas para cada parcela foram divididas em três amostras (Figura 3).
Para o segundo ano do experimento I (safra 2012/14) a U. humidicola cv. Llanero será
proveniente de soqueiras semeadas em setembro de 2012.
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Figura 3. Doses de N de cada parcela divididas em três (setembro 2012)
Após as sementes das forrageiras atingirem a sua maturidade fisiológica e degranado no solo
em fevereiro de 2013 (Figura 4), foi realizada a ceifa das plantas (24/02/2013) (Figuras 5 e 6), com
posterior enleiramento da palhada (Figura 7 e 8) e colheita das sementes (02 a 06/03/2013). Para
colheita das sementes primeiramente foi realizada a capina manual da base da forrageira da área
que foi demarcada para amostrar (2 x 2 m), em seguida as sementes desta área juntamente com o
solo, foi varrida com auxilio de escovão (Figura 9), na sequência as sementes foram transferidas
para um conjunto de peneiras para separação do excesso de solo (Figura 10; 11e 12) e após, as
amostras foram encaminhadas para o laboratório de sementes.
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Figura 4. Sementes degranada no solo (fevereiro 2013)
Figura 5. Ceifa da forrageira para colheita das sementes (fevereiro 2013)
11
Figura 6. Palhada ceifada sobre o solo (março 2013)
Figura 7. Enleiramento da palhada da forrageira (março 2013)
12
Figura 8. Palhada do capim enleirada (março 2013)
Figura 9. Varredura das sementes (março 2013)
13
Figura 10. Separação das sementes do solo em conjunto de peneiras (março 2013)
Figura 11. Detalhe do conjunto de peneiras com as sementes separadas (março 2013)
14
Figura 12. Área de cada parcela que foi amostrada (março 2013)
Após a colheita das sementes, foi realizada a aplicação de dessecante na soqueira das
forrageiras utilizando o herbicida Glifosato na dose de 1,08 kg do ingrediente ativo (i.a.) ha-1
, e a
palhada remanescente na área foi triturada (15/03/2013) em partículas de 5 cm, com auxilio de
triturador mecânico (Figura 13; 14 e 15). Para evitar que a palhada de uma parcela passasse para
outra parcela no momento de triturar, cada parcela foi cercada com sombrite 80%. No dia
01/04/2013, foi realizada a semeadura da cultura do feijão comum cv. IPR 139 foi realizada em
SSD (Figura16; 17 e 18). As sementes foram tratadas com o fungicida carboxin+tiram (60+60 g do
i.a por 100 kg de sementes) e com o inseticida Fludioxonil+Metalaxyl-M (7,55+3 g do i.a. por 100
kg de semente). A semeadora foi regulada para distribuir 13 sementes viáveis por metro linear de
lavoura, com espaçamento entre linhas de 0,45m, na adubação de semeadura foi aplicado o
fertilizante formulado 08-28-16 na dosagem de 280 kg ha-1
. Quando as plantas de feijão
encontravam-se com cinco folhas trifolioladas (10/05/2013), foi realizada a adubação nitrogenada
de cobertura (Figura 19) a lanço e manualmente com as doses pré-determinadas. De acordo com as
recomendações técnicas a adubação nitrogenada deveria ter sido realizada no estádio V4 (terceira
folha trifoliada totalmente expandida), porém em razão da ausência de precipitações
pluviométricas neste período, não foi possível realizar a adubação nesta fase, sendo assim,
ocorrida no dia 10/04/2013.
15
Em relação aos tratos culturais, foi necessário controlar as plantas daninhas incidentes nas
entrelinhas do feijoeiro com aplicação (16/04/2013) de Fluazifop-p-butil (250 g ha-1
do i.a. ha-1
).
Para o controle de pragas, foram realizadas pulverizações com inseticidas tiametoxam +
lambda-cialotrina (17,6 + 13,5 g ha-1
do i.a.), nos dias 20/04/2013 e 04/06/2013, e, clorpirifós (480
g ha-1
do i.a.), no dia 16/05/2013. Para o controle de doenças, foram realizadas pulverizações com
os fungicidas Azoxystrobin + Difenoconazole (80+50 g ha-1
do i.a.), nos dias 16/05/2013 e
04/06/2013, e Carbendazim (250 g ha-1
do i.a.), no dia 15/06/2013.
Figura 13. Triturador de palhada de forrageira (março 2013)
16
Figura 14. Triturado de palhada de forrageira (março 2013)
Figura 15. Área após a palhada triturada (março 2013)
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Figura 16. Semeadura do feijão (abril 2013)
Figura 17. Inicio do desenvolvimento do feijoeiro (abril 2013)
18
Figura 18. Inicio do desenvolvimento do feijoeiro (abril 2013)
Figura 19. Adubação nitrogenada de cobertura (maio 2013)
19
4.1.4. Avaliações
4.1.4.1. Produção e qualidade fisiológica das sementes das plantas forrageiras
Foram colhidas as sementes de duas amostras de 2x2 m2
por parcela, para determinação da
quantificação da produtividade de sementes puras por hectare (Figura 4 a 12). Após este processo,
as amostras foram levadas ao laboratório, onde foi realizada a quantificação de porcentagem de
impurezas e sementes puras por amostras (Figura 20 a 22), porcentagem de germinação e
porcentagem de sementes viáveis pelo teste de tetrazólio (Brasil, 2009).
Figura 20. Divisão das amostras de sementes coletadas no campo
20
Figura 21. Separação por densidade das sementes, das impurezas
Figura 22. Separação manual das sementes das impurezas, após processo por densidade
21
4.1.4.2. Produção, relação C/N, persistência e liberação de nutrientes da palhada
A palhada da forrageira depositada na superfície do solo foi avaliada quanto à massa residual
e quanto aos teores de nutrientes. Para isso foram efetuadas amostragens de palhada das
forrageiras, em cada unidade experimental, na ceifa do capim para colheita das sementes
(24/02/2013), trituração da palhada (15/03/2013), na semeadura do feijão (01/04/2013),
imediatamente antes da aplicação da adubação de cobertura na cultura do feijão (30/04/2013), no
florescimento (31/05/2013) (Figura 23 e 24) e na colheita do feijão (02/07/2013).
O material coletado, utilizando quadro (Figura 25) de amostragem de 0,34m x 0,5m, foi
lavado (Figura 26) para retirar as impurezas minerais, seco em estufa a 65 oC por 72 horas, e
pesado em balança de precisão. A partir de setembro de 2013 será realizado as análises de
químicas dos teores de macronutriente (N, P, K, Ca, Mg e S) das amostras já moídas, de acordo
com a metodologia descrita por Malavolta et al. (1997). Neste mesmo período o teor de C será
determinado pelo método da queima em mufla à temperatura de 550 ºC (Silva e Queiros, 2002).
Em função dos resultados de teor de C e de N será possível determinar a relação C/N de cada
amostra.
Figura 23. Feijão no florescimento
22
Figura 24. Feijão no florescimento
Figura 25. Quadro para coletar amostra de palha
23
Figura 26. Lavagem da palha para retirar impurezas
4.1.4.3. Avaliações na cultura do feijão
4.1.4.3.1. Massa de matéria seca da parte aérea
Imediatamente antes da aplicação da adubação nitrogenada de cobertura no feijão
(30/04/2013) (Figura 27) e por ocasião do florescimento pleno da cultura (31/05/2013), foram
coletadas 10 plantas por unidade experimental, cortando-as rente à superfície do solo, em seguida
foram submetidas à lavagem com água destilada, sendo posteriormente colocadas para secagem
em estufa de ventilação forçada de ar a 65 ºC por 72 horas, após foram pesadas.
24
Figura 27. Coleta de plantas para avaliação de matéria seca da parte aérea
4.1.4.3.2. Acúmulo de N na parte aérea
Foi realizada imediatamente antes da aplicação da adubação nitrogenada de cobertura no
feijão (30/04/2013) e por ocasião do florescimento pleno da cultura (31/05/2013), utilizando as
mesmas plantas coletadas para quantificação da massa da matéria seca da parte aérea (5.4.3.1.).
Após a secagem em estufa de ventilação forçada de ar a 65 ºC por 72 horas, a parte aérea das
plantas, foram moídas e serão analisadas de acordo com a metodologia descrita por Malavolta et
al. (1997) a partir de setembro de 2012. Com base nos resultados, serão estimadas as quantidades
de N absorvidas por planta e por área, de acordo com os tratamentos, mediante a contagem do
número de plantas em 4 metros de duas fileiras da área útil de cada unidade experimental (Soratto,
2011).
4.1.4.3.3. Índice de relativo de clorofila (IRC)
O índice relativo de clorofila foliar foi determinado imediatamente antes da aplicação da
adubação nitrogenada de cobertura no feijão (30/04/2013) e por ocasião do florescimento pleno da
cultura (31/05/2013), com auxilio de um medidor portátil de clorofila, modelo SPAD-502 (Soil
and Plant Analysis Development) da Minolta Co., Osaka, Japão (1989). A quantificação foi na
25
terceira folhas trifoliada totalmente expandida a partir do ápice de 10 plantas por unidade
experimental.
4.1.4.3.4. Diagnose foliar
Por ocasião do florescimento pleno (31/05/2013), foi realizada a amostragem de folhas
diagnose, seguindo as recomendações de Ambrosano et al. (1997), ou seja, coletando-se 15 folhas
trifoliadas (3ª totalmente expandida a partir do ápice) por unidade experimental. Estas foram
lavadas com água destilada e levadas à estufa de ventilação forçada de ar a 65 ºC por 72 horas e
moídas, para serem analisadas também em setembro de 2013, segundo metodologia descrita por
Malavolta et al. (1997), para determinação do teor de N, P, K, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn e Zn.
4.1.4.3.5. Componentes de produção
a) População final de plantas
Foi realizada na véspera da colheita (10/07/2013), contando-se as plantas em duas fileiras
centrais com comprimento de 4 m em cada unidade experimental, sendo os resultados convertidos
em plantas ha-1
.
b) Número de vagens por planta
Por ocasião da colheita (13/07/2013), foi realizada a coleta de 10 plantas por unidade
experimental, nas quais foram determinado o número de vagens por planta (Figura 28), mediante a
relação entre número total de vagens e o número total de plantas.
26
Figura 28. Contagem do número de vagens por plantas
c) Número de grãos por vagem
Foi determinado mediante a relação entre número total de grãos e o número total de vagens,
avaliando nas 10 plantas coletada para determinação do número de vagens por planta.
d) Massa de 100 grãos (g)
Foi avaliada através da pesagem de três amostras, de 100 grãos cada uma, em cada unidade
experimental. Os dados obtidos foram transformados para teor de água de 130 g kg-1
.
4.1.4.3.6. Produtividade de grãos
Para esta avaliação após a maturidade fisiológica dos grãos foram colhidas (13/07/2013)
manualmente as plantas contidas em quatro fileiras centrais da parcela por 3,5 m de comprimento,
após a maturidade fisiológica dos grãos. Após esta operação, as plantas foram secas ao ar
naturalmente (Figura 29), em seguida foram trilhadas em trilhadora tracionada na tomada de força
por trator (Figura 30) e os grãos foram pesados e posteriormente foram calculada a produtividade
de grãos, em kg ha-1
, corrigido para teor de água de 130 g kg-1
.
27
Figura 29. Plantas amostradas para produtividade em processo de secagem
Figura 30. Trilhagem individual de cada amostra de feijão
28
4.1.4.4. Análise dos resultados
Os dados parciais obtidos foram submetidos à análise de variância. As médias dos
tratamentos de manejo de N nas forrageiras serão comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade. Os efeitos das doses de N em cobertura na cultura do feijão serão avaliados
mediante análise de regressão polinomial.
4.2. EXPERIMENTO I (ano agrícola 2013/14)
No segundo ano agrícola do Experimento I, foi realizada de forma similar, sendo na mesma
propriedades, delineamento experimental e procedimentos adotados no primeiro ano. O que difere
é que a área utilizada na propriedade Estancia Paraíso no segundo ano foi irrigada por pivô central
(Figura 31).
Figura 31. Área de condução do experimento no ano agrícola 2013/14
O solo da área também foi classificado como Latossolo Vermelho Amarelo, textura média-
arenosa, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (Embrapa, 2006), onde as
características do mesmo se encontra na Tabela 2.
29
Tabela 2. Características químicas e físicas do solo nas profundidades 0-20 e 20-40 cm, determinadas antes
da instalação do experimento (outubro de 2013).
Neste experimento, as plantas de forrageiras já completaram seu ciclo, e as sementes foram
colhidas no dia 20/02/2014. As sementes estão sendo processadas para serem mensurados os
parâmetros pré-determinados na metodologia.
A palhada remanescente na área foi manejada, onde será realizada a semeadura do feijão no
mês de abril.
4.3. EXPERIMENTO II (ano agrícola 2012/13)
4.3.1. Característica do local
O experimento II foi conduzido em área localizado no Campus II da universidade do Oeste
Paulista - Unoeste, município de Presidente Prudente (SP), com latitude 22º07’S, longitude
51º27’W e altitude de 419 m. Os dados climáticos estão apresentados na Figura 32.
Profundidade
(cm)
pH
(CaCl2) M.O.
P
(resina) (H+Al) K
+ Ca
2+ Mg
2+ SB CTC V% Areia Silte Argila
g dm-3
mg dm-3
mmolc dm-3
g kg-1
0-20 5,4 20,1 45,0 17,6 3,0 13,9 6,5 23,3 41,0 57,0 818 60 122
20-40 5,6 16,8 8,2 16,7 1,5 15,1 5,6 22,2 39,0 57,0 792 79 129
Figura 32. Medias das temperaturas máxima e mínima, e precipitação pluviométrica ocorrida no período de
instalação até colheita das sementes da forrageira (Presidente Prudente, SP, janeiro-julho/2013).
30
O solo da área é classificado como Argissolo Vermelho Amarelo, textura média-arenosa, de
acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (Embrapa, 2006), onde as
características do mesmo se encontra na Tabela 3.
Tabela 3. Características químicas e físicas do solo nas profundidades 0-20 e 20-40 cm, determinadas antes
da instalação do experimento (novembro de 2012).
O experimento II foi instalado (05/02/2013) (Figura 33) em área de primeiro ano de
produção de sementes, irrigada por sistema de gotejamento enterrado.
Figura 33. Instalação do experimento (Janeiro de 2013)
4.3.2. Tratamentos e delineamento experimental
O experimento II similar ao I foi adotado o delineamento experimental em blocos completos
casualizados, em esquema de parcelas subdivididas, com quatro repetições. As parcelas foram
constituídas por cinco formas de manejo da dose de 150 kg ha-1
de N na gramínea forrageira (0-0
(testemunha); 150-0; 0-150; 100-50 e 50-100 kg ha-1
de N), respectivamente, na forrageira aos 33
Profundidade
(cm)
pH
(CaCl2) M.O.
P
(resina) (H+Al) K
+ Ca
2+ Mg
2+ SB CTC V% Areia Silte Argila
g dm-3
mg dm-3
mmolc dm-3
g kg-1
0-20 5,1 8,7 61,9 19,6 3,3 17,7 6,3 27,3 46,9 58,4 863 55 82
20-40 4,9 4,9 36,1 24,7 4,0 16,6 7,0 27,6 52,3 52,4 802 102 97
31
DAE e pré-emborrachamento (diferenciação floral). As subparcelas foram compostas por doses de
N (0, 50, 100 e 150 kg ha-1
de N) aplicadas em cobertura no estádio V4 (terceira folha trifoliada
totalmente expandida) (Fernandez et al., 1986) da cultura do feijão. A fonte de N utilizada, tanto
na forrageira quanto para cobertura no feijão, foi o nitrato de amônio. A dose de 150 kg de N ha-1
que foi aplicada na forrageira, foi determinada com base em trabalhos científicos (Condé e Garcia,
1988; Cornélio et al., 2007; Deminicis et al., 2010) e observações práticas realizada por produtores
em campos de produção de sementes de plantas forrageiras.
Cada parcela foi demarcada com 6 m de largura por 18 m de comprimento, com uma área
total de 108 m2. As subparcelas terão 6 m de largura por 4,5 m de comprimento. Foram semeadas
seis fileiras de forrageira espaçadas em 0,90 m e serão semeadas 10 fileiras de feijão espaçadas em
0,45 m. Para avaliação das sementes da forrageira serão coletada uma amostra de 4 x 5 m, e para o
feijão serão coletadas as quatro fileiras centrais da de cada unidade experimental por 3,5 m de
comprimento.
4.3.3. Instalação e condução dos experimentos
Em novembro de 2012 foi realizada a caracterização química do solo da área, para tanto
foram coletadas amostras de solo de 0-20 e 20-40 cm de profundidade. As amostras foram secas ao
ar e analisada quanto às seguintes características: pH (CaCl2), matéria orgânica, bases trocáveis,
alumínio e hidrogênio extraíveis e fósforo disponível, e foram calculadas a capacidade de troca de
cátions (CTC) e a saturação por bases (V%), conforme metodologia proposta por Raij et al.
(2001). Com base nos dados das características químicas do solo (Tabela 2) não foi necessário
realizar calagem, em razão da área já ter sido corrigida na safra 2011.
No experimento II foi utilizado à forrageira Brachiária brizantha cv. MG-5. O solo foi
preparado convencionalmente (23 a 27/11/2013) com o uso de arado aiveca, gradagem niveladora
e rolo compactador para uniformização do solo, práticas estas utilizadas em campos de produção
de sementes no primeiro ano de cultivo. Após o preparo do solo, a área foi semeada (28/02/2013),
utilizando 3 kg ha-1
de sementes certificadas de categoria C2, simultaneamente foi realizada a
adubação de semeadura com 320 kg ha-1
do fertilizante formulado 4-30-10. No dia 10/03/2013, 39
DAE da forrageira foi realizada adubação potássica de cobertura em área total, na dosagem de 180
kg ha-1
de K2O utilizando a fonte de cloreto de potássio (60% K2O).
Para o segundo ano do experimento II (safra 2013/14) a U. brizantha cv. MG-5 será semeada
entre final de 2013.
No dia 20/03/2013 foram realizadas as adubações nitrogenadas (Figura 34 e 35) na
forrageira na fase inicial (51 DAE) com as doses pré-definidas e no dia 27/05/2013 na fase de
“pré-emborrachamento”, utilizando os mesmos procedimentos de distribuição adotado no
32
Experimento I. No experimento II em razão das boas precipitações e ausência de temperaturas
baixas, entre final de maio a julho (Figura 32), a forrageira não sofreu indução para diferenciação
da fase de florescimento, assim houve ausência na produção de sementes para ente ano agrícola de
2013. Como base para se fazer, a segunda adubação nitrogenada de cobertura no dia 27/05/2013
que corresponderia à fase de “pré-emborrachamento”, foi utilizado a época de florescimento da
Brachiária brizantha cv. MG-5 na safra 2012.
Figura 34. Forrageira nas vésperas da adubação nitrogenada (março de 2013)
33
Figura 35. Adubação nitrogenada (março de 2013)
Figura 35. Forrageira dias após adubação nitrogenada (abril de 2013)
34
Figura 36. Forrageira dias após adubação nitrogenada (abril de 2013)
Em razão da ausência na produção de sementes da forrageira foi realizada a dessecação do
capim antes de triturar para realizar a semeadura do feijão, assim, no dia 21/08/2013 (Figura 38)
foi realizada a aplicação de dessecante na soqueira das forrageiras utilizando o herbicida Glifosato
na dose de 2,16 kg do ingrediente ativo (i.a.) ha-1
, e a palhada remanescente na área foi triturada
(26/09/2013), em partículas de 5 cm, com auxilio de roçadeira mecânica (Figura 33). Logo na
sequência (por volta do dia 15/10/2013), a semeadura da cultura do feijão comum cv. IPR 139 será
realizada em SSD. A semeadora será regulada para distribuir 15 sementes viáveis por metro linear,
com espaçamento entre linhas de 0,45m, utilizando adubação de semeadura com base em
recomendações técnicas para a cultura (Ambrosano et al., 1997).
Em relação aos tratos culturais, foi necessário controlar as plantas daninhas incidentes nas
entrelinhas de semeadura da forrageira, com aplicação de herbicidas seletivos para plantas
dicotiledônea 2,4-D-dimetilamina (2,60 g ha-1
do i.a.), no dia 15/02/2013, além de duas operação
de capina manual das entrelinhas da forrageiras. Na cultura do feijão, o controle de plantas
daninhas, pragas e doenças será procedido conforme a pressão de ataque, verificada mediante
monitoramento, e uso de defensivos recomendados para a cultura.
35
Figura 37. Instalação do experimento (Setembro de 2013)
Figura 38. Instalação do experimento (Setembro de 2013)
36
4.3.4. Avaliações
Em razão da ausência na produção de sementes da forrageira no Experimento II, foi
realizada a semeadura do feijão no dia 13/12/2013 (Figura 39).
Figura 39. Instalação do experimento (Dezembro de 2013)
As avaliações foram realizadas de forma similar ao Experimento I no ano agrícola 2012/13,
com exceção da produtividade que, por razões climáticas de altas temperaturas, acorridas no
período de florescimento, ocasionou o abortamento total das flores e ausência de produtividades de
vagens.
Os dados obtidos serão submetidos à análise de variância. As médias dos tratamentos de
manejo de N nas forrageiras serão comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os
efeitos das doses de N em cobertura na cultura do feijão serão avaliados mediante análise de
regressão polinomial.
4.4. EXPERIMENTO II (ano agrícola 2013/14)
No segundo ano agrícola do Experimento II, esta sendo realizada de forma similar ao
primeiro ano, no Campus II da universidade do Oeste Paulista - Unoeste, adotando o mesmo
delineamento experimental e procedimentos do primeiro ano.
37
O solo da área é classificado como Argissolo Vermelho Amarelo, textura média-arenosa, de
acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (Embrapa, 2006), onde as
características do mesmo se encontra na Tabela 4.
Tabela 4. Características químicas e físicas do solo nas profundidades 0-20 e 20-40 cm, determinadas antes
da instalação do experimento (outubro de 2013).
Este experimento esta na fase do cultivo da forrageira, o qual a semeadura foi realizada no
dia 17/12/2013 (Figura 40 e 41), e as adubações nitrogenadas nas épocas pré-determinadas já
foram realizadas.
Figura 40. Semeadura da forrageira (Dezembro de 2013)
Profundidade
(cm)
pH
(CaCl2) M.O. P (resina) (H+Al) K
+ Ca
2+ Mg
2+ SB CTC V% Areia Silte Argila
g dm-3
mg dm-3
mmolc dm-3
g kg-1
0-20 5,13 8,78 61,90 19,68 3,33 17,58 6,38 27,13 46,78 58,43 863 55 82
20-40 4,90 4,98 36,13 24,75 4,05 16,68 7,03 27,82 53,28 52,43 802 102 97
38
Figura 41. Uniformização do solo com rolo, após semeadura (Dezembro de 2013)
5. RESULTADOS PRELIMINARES
5.1. EXPERIMENTO I (ano agrícola 2012/13)
a) Produção e qualidade fisiológica de sementes de forrageira
A pureza física (Tabela 5) dos lotes não foi alterada pelos tratamentos aplicados. Com
relação à porcentagem de germinação, é possível observar que adubação nitrogenada proporcionou
aumento de sementes germinadas, onde as maiores porcentagem de germinação foram observadas
nos seguintes tratamentos: 0-150; 100-50 e 50-100 kg ha-1
de N, respectivamente, 42 dias após o
corte de (DAC) e pré-emborrachamento (diferenciação floral). Os resultados porcentagem de
sementes viáveis demonstram que as maiores porcentagens foram alcançadas nos tratamentos com
150-0; 0-150 e 50-100 kg ha-1
de N. Os resultas de porcentagem de germinação e viabilidade de
sementes, ficaram baixas em razão das altas precipitações ocorridas no período de colheita (Figura
1), o que promoveu a danificação das sementes resultando em baixa qualidade fisiológica. As
produtividades de sementes indicam que maior produtividade foi observada no tratamento com
100-50 kg ha-1
de N, seguido de 150-0 kg ha-1
de N, e a menor produtividade foi observado no
tratamento sem adubação nitrogenada. Estes resultados demonstram que as maiores produtividades
são dependentes da adubação nitrogenada inicial, e com complementação de nitrogênio na fase
39
reprodutiva. Com relação à produção média de sementes alcançada 331 kg ha-1
, está dentro da
média atingida pelos produtores da região onde foi desenvolvido o trabalho, que foi de
aproximadamente 320 kg ha-1
de sementes pura.
b) Índice de relativo de clorofila e matéria seca de plantas do feijoeiro (MS)
Os resultados apresentados na Tabela 6 demonstram que não houve efeito do
nitrogênio antecipado na forrageira, sobre índice relativo de clorofila e matéria de seca de plantas
de feijão coletados no estádio V4. Estes resultados ocorreram provavelmente, em razão da
ausência de precipitação no período que compreende da emergência até as avaliações (Figura 1), o
que não proporcionou o desenvolvimento diferenciado dos tratamentos.
O desdobramento dos resultados de índice relativo de clorofila no florescimento do
feijoeiro (Tabela 7) demonstra que não houve interação entre as formas de N aplicadas
antecipadamente na forrageira e as doses de N aplicada em cobertura no feijão (MA x DN),
havendo significância para doses de nitrogênio em cobertura no feijão (DN). Os resultados
demonstram aumento do índice relativo de clorofila, para os tratamentos com aplicação de N
antecipado 0-150; 100-50 e 50-100 kg ha-1
de N e na ausência de antecipação (0-0 kg ha-1
), já no
Tabela 5. Porcentagem de pureza, germinação, viabilidade e produtividades de sementes pura de
Brachiaria humidicola cv. Llanero, em razão de formas de manejo de adubação nitrogenada.
Nitrogênio (kg ha-1
) Pureza (%) Germinação (%) Viabilidade (%) Produtividade (kg ha-1
)
0-0 33,68a 26,25b 41,50b 260,20c
150-0 35,75a 33,75ab 58,88a 352,71ab
0-150 34,50a 37,50a 62,63a 300,97bc
100-50 38,92a 38,13a 56,25ab 418,59a
50-100 38,74a 34,25a 57,50a 326,26b Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Tabela 6. Índice relativo de clorofila (IRC) na folha do feijoeiro e matéria seca de 10
plantas do feijoeiro (MS) no estádio V4 em razão de formas de manejo de adubação
nitrogenada aplicadas na forrageira.
Nitrogênio (kg ha-1
) IRC MS (g)
0-0 23,00a 10,83a
150-0 23,92a 12,09a
0-150 25,38a 11,28a
100-50 25,23a 13,02a
50-100 24,39a 12,91a Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
40
tratamento com aplicação 150-0 kg ha-1
de N antecipado houve ausência de resposta à adubação de
cobertura.
Similar os resultados de índice relativo de clorofila, a matéria seca de plantas de feijão
no florescimento (Figura 8), demonstra que não houve interação entre as formas de N aplicadas
antecipadamente na forrageira e as doses de N aplicada em cobertura no feijão (MA x DN),
também havendo significância apenas para doses de nitrogênio em cobertura no feijão (DN). Os
resultados indicam ausência em resposta ao N em cobertura para o tratamento com aplicação
antecipada de 50-100 kg ha-1
de N. Nos tratamentos com aplicação antecipada de 150-0 e 100-50
kg ha-1
de N, houve resposta quadrática ao N em cobertura no feijão, já para os tratamentos 0-0 e
0-150 50-100 kg ha-1
de N houve resposta linear à aplicação de N em cobertura no feijão. Estes
resultados demonstram que apesar de não haver diferença estatística entre as formas de
antecipações, em geral este manejo de N apresentou maiores valores do que a testemunha, o que
pode estar relacionado ao aporte do N residual para as plantas de feijão.
Tabela 7. Índice relativo de clorofila (IRC) na folha do feijoeiro, no florescimento, em razão de formas de manejo de
adubação nitrogenada antecipada na forrageira (MA) em interação com doses de N aplicadas no feijoeiro (DN).
MA (kg ha-1
) DN (kg ha
-1)
Equação de regressão 0 50 100 150
0-0 19,37 22,91 28,98 29,52 y = -0,0003x2 + 0,118x + 18,96 (R² = 0,95*)
150-0 22,36 22,10 24,81 25,32 ŷ = ȳ = 23,65ns
0-150 22,37 23,58 28,48 29,98 y = 0,0555x + 21,94 (R² = 0,93**)
100-50 20,72 24,49 33,01 32,44 y = 0,0874x + 21,11 (R² = 0,86**)
50-100 25,13 25,13 31,99 32,92 y = 0,0604x + 24,26 (R² = 0,84**)
MAns
DN** MA x DNns
CV = 15,56% * e ** significativos a 5% e 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente; ns: não significativo. Equações de regressão
calculadas a partir do desdobramento de doses de N dentro de cada forma de manejo de adubação nitrogenada antecipada na
forrageira.
Tabela 8. Matéria seca de 10 plantas do feijoeiro (MS), no florescimento, em razão de formas de manejo de adubação
nitrogenada antecipada na forrageira (MA) em interação com doses de N aplicadas no feijoeiro (DN)
MA (kg ha-1
) DN (kg ha
-1)
Equação de regressão 0 50 100 150
0-0 46,57 56,36 63,31 68,82 y = 0,1474x + 47,715 (R² = 0,98*)
150-0 44,59 66,49 66,72 62,77 y = -0,0026x2 + 0,4972x + 45,472 (R² = 0,95*)
0-150 57,12 67,89 68,91 74,20 y = 0,1045x + 59,189 (R² = 0,88*)
100-50 52,06 72,15 71,72 59,84 y = -0,0032x2 + 0,5255x + 52,509 (R² = 0,98*)
50-100 66,13 66,13 69,60 59,73 ŷ = ȳ = 65,39ns
MAns
DN** MA x DNns
CV = 22,22%
* e ** significativos a 5% e 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente; ns: não significativo. Equações de regressão
calculadas a partir do desdobramento de doses de N dentro de cada forma de manejo de adubação nitrogenada antecipada na
forrageira.
41
c) Persistência da palhada da forrageira
A degradação da palhada (Figura 42) em razão de dias após o corte da forrageira foi
similar para todos os tratamentos de antecipação de nitrogênio na forrageira, independente da
adubação nitrogenada em cobertura no feijão. Havendo acentuada degradação da matéria seca da
cobertura vegetal, saindo em média geral de 12.000 kg ha-1
nos primeiros dias após o corte, para
2.000 kg ha-1
, 140 dias após o corte da forrageira.
Figura 42. Matéria seca da cobertura vegetal (U. Humidicola cv. Llanero) em função de formas de manejo
da adubação nitrogenada na forrageira e doses de N no feijão (a: 0; b: 50; c: 100; d: 150 kg de N ha-1
), em
diferentes épocas de amostragem. Corte das plantas para colheita das sementes; trituração da palhada;
semeadura do feijão; adubação nitrogenada no feijão; florescimento do feijão; colheita do feijão.
d) Componentes de produção e produtividade do feijão
Apesar da taxa de semeadura ter sido realizada para proporcional 288 mil planta ha-1
, a
população final média de plantas foi de aproximadamente 163 mil planta ha-1
, ou seja, 7,3 plantas
por metro de fileira na lavoura. Esta redução de estande de lavoura deve-se as altas ocorrências de
precipitação (Figura 1) ocorridas dois dias após semeadura, provocando a redução do número de
plantas germinadas.
42
O número de vagens por plantas foi significativamente influenciado pela adubação
nitrogenada de cobertura no feijoeiro, nos tratamentos com aplicação antecipada de 0-0; 0-150 e
50-100 kg ha-1
de N; e ausência de resposta nos tratamentos com aplicação antecipada de 150-0 e
100-50 kg ha-1
de N. Apesar de não ter ocorrido interação significativa entre as formas de N
aplicadas antecipadamente na forrageira e as doses de N aplicada em cobertura no feijão (MA x
DN), é possível observar em geral, que os tratamentos com adubação nitrogenada antecipada,
obtiveram número de grãos por vagem superior ao tratamento sem a antecipação da adubação (0-0
kg ha-1
de N).
Para o número de grãos por vagens e massa de 100 grãos, houve resposta significativa
à adubação nitrogenada de cobertura no feijoeiro, no tratamento com aplicação antecipada de 100-
50 kg ha-1
de N.
A produtividade de grãos foi significativamente influenciada pela adubação
nitrogenada de cobertura no feijoeiro, em todos os tratamentos de adubação antecipada na
forrageira. Não havendo interação significativa entre as formas de N aplicadas antecipadamente na
forrageira e as doses de N aplicada em cobertura no feijão (MA x DN). Apesar de não haver
interação entre MA x DN, em geral os tratamentos que receberam adubação nitrogenada
antecipada na forrageira (0-150; 0-150; 100-50 e 50-100 kg ha-1
de N), apresentaram
produtividade superiores ao tratamento sem adubação antecipada (0-0 kg ha-1
de N). Estas
respostas ocorreram provavelmente em razão do aporte de N residual da degradação da palhada da
forrageira, todavia estes colocações poderão ser corroboradas ou não, com a realização das
análises químicas do material vegetal coletado, que serão realizadas nos próximos meses.
Tabela 9. Componentes da produção e produtividade de feijão em razão de formas de manejo de adubação nitrogenada
antecipada na forrageira (MA) em interação com doses de N aplicadas no feijoeiro (DN)
MA (kg ha-1
) DN (kg ha
-1)
Equação de regressão 0 50 100 150
Número de plantas hectare-1
0-0 155.179 177.986 149.909 151.453 ŷ = ȳ = 158.632ns
150-0 173.356 171.597 150.208 159.467 ŷ = ȳ = 163.657ns
0-150 154.837 169.097 168.726 191.874 ŷ = ȳ = 171.134ns
100-50 164.097 159.290 165.856 145.578 ŷ = ȳ = 158.705ns
50-100 187.245 154.837 168.123 150.856 ŷ = ȳ = 165.265ns
MAns
DNns MA x DN
ns CV = 14,19%
Número de vagens planta-1
0-0 13,58 16,35 16,75 18,03 y = 0,0275x + 14,111 (R² = 0,89**)
150-0 16,98 18,35 19,23 18,20 ŷ = ȳ = 18,19ns
0-150 16,50 18,41 18,57 21,08 y = y = 0,0278x + 16,558 (R² = 0,91*)
100-50 16,60 17,62 18,00 17,30 ŷ = ȳ = 17,38ns
50-100 16,98 19,13 21,58 19,93 y = 0,0226x + 17,704 (R² = 0,58*)
MA**
DN** MA x DNns
CV = 11,99%
43
d) Nutrição do feijoeiro e liberação dos nutrientes da palhada da forrageira
Os resultados de relação C/N e liberação de nutrientes da palhada da forrageira, e
diagnose foliar do feijão, já foram submetidos a analises laboratoriais, porém estão em fase de
processamento estatístico dos dados, sendo apresentados no próximo relatório que será submetido
à Agrisus.
5.2. EXPERIMENTO I (ano agrícola 2013/14)
Os dados coletados estão em fase de processamento, e serão apresentados no próximo
relatório cientifico que será apresentado à Agrisus. Sendo que os dados de palhada e análises
fitotecnia do feijão serão coletados no decorrer do desenvolvimento da cultura.
5.3. EXPERIMENTO II (ano agrícola 2012/13)
a) Produção e qualidade fisiológica de sementes de forrageira
Em razão das chuvas ocorridas no período entre maio e junho de 2013 (Figura 31), não
houve período indutivo à floração e emissão de sementes pela cultivar da forrageira Brachiária
brizantha cv. MG-5, onde se aguardou para dessecar a forrageira até a segunda quinzena de
setembro. Porém não havendo produção de sementes neste Experimento I, no ano agrícola de
2012/13.
Número de grãos vagens-1
0-0 3,20 3,11 3,20 3,10 ŷ = ȳ = 3,15ns
150-0 3,21 3,24 3,03 3,08 ŷ = ȳ = 3,14ns
0-150 3,28 3,16 3,23 2,93 ŷ = ȳ = 3,15ns
100-50 2,93 3,32 3,53 3,79 y = 0,0056x + 2,9732 (R² = 0,98*)
50-100 3,51 3,32 3,46 3,20 ŷ = ȳ = 3,37ns
MAns
DNns MA x DN
ns CV = 14,01%
Massa de 100 grãos (g)
0-0 29,74 29,18 29,77 31,53 ŷ = ȳ = 30,05ns
150-0 30,61 29,27 29,96 30,98 ŷ = ȳ = 30,20ns
0-150 29,70 29,96 29,72 30,62 ŷ = ȳ = 30,00ns
100-50 29,53 30,47 31,74 32,00 y = 0,0173x + 29,637 (R² = 0,94*)
50-100 30,78 28,52 30,66 30,16 ŷ = ȳ = 30,03ns
MAns
DN* MA x DN
ns CV = 4,73%
Produtividade (kg ha-1
)
0-0 2.238 2.590 2.748 2.994 y = 4,8542x + 2278,3 (R² = 0,97**)
150-0 2.522 2.798 2.907 2.857 y = 2,2327x + 2603,6 (R² = 0,70*)
0-150 2.412 3.074 3.082 3.306 y = 5,3796x + 2564,9 (R² = 0,80**)
100-50 2.480 2.789 2.783 3.285 y = 4,8131x + 2473,4 (R² = 0,87**)
50-100 2.979 3.070 3.383 3.461 y = 3,5168x + 2959,8 (R² = 0,93**)
MA**
DN** MA x DNns
CV = 6,70%
* e ** significativos a 5% e 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente; ns: não significativo. Equações de regressão
calculadas a partir do desdobramento de doses de N dentro de cada forma de manejo de adubação nitrogenada antecipada na
forrageira.
44
b) Índice relativo de clorofila e matéria seca de plantas do feijoeiro (MS)
Não foi observada diferença entre as épocas de aplicação de N na forrageira, tanto para
índice relativo de clorofila, bem como para matéria seca do feijão no estádio V4 (Tabela 10).
O desdobramento dos resultados de índice relativo de clorofila no florescimento do
feijoeiro (Tabela 10) demonstra que não houve interação entre as formas de N aplicadas
antecipadamente na forrageira e as doses de N aplicada em cobertura no feijão (MA x DN),
havendo significância para doses de nitrogênio em cobertura no feijão (DN). Os resultados
demonstram aumento do índice relativo de clorofila, para os tratamentos com aplicação de N
antecipado 100-50 kg ha-1
de N.
Os resultados de matéria seca do feijão no florescimento, serão apresentados no
próximo relatório que será submetido á Agrisus.
Tabela 10. Índice de relativo de clorofila (IRC) na folha do feijoeiro, matéria seca de 10 plantas
do feijoeiro (MS) no estádio V4 e produção de palha forrageira coletada na semeadura do feijão,
em razão de formas de manejo de adubação nitrogenada aplicadas na forrageira.
Nitrogênio (kg ha-1
) IRC MS (g)
0-0 22,14a 29,75a
150-0 28,53a 29,50a
0-150 32,55a 30,96a
100-50 25,09a 31,27a
50-100 26,58a 32,08a Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Tabela 10. Índice de relativo de clorofila (IRC) na folha do feijoeiro em razão de formas de manejo de adubação
nitrogenada antecipada na forrageira (MA) em interação com doses de N aplicadas no feijoeiro (DN)
MA (kg ha-1
) DN (kg ha
-1)
Equação de regressão 0 50 100 150
0-0 27,47 28,18 27,87 32,06 ŷ = ȳ = 28,89ns
150-0 30,65 26,88 29,17 28,88 ŷ = ȳ = 28,89ns
0-150 25,04 24,32 28,93 28,53 ŷ = ȳ = 26,71ns
100-50 22,15 25,69 27,66 27,67 y = 0,037x + 23,014 (R² = 0,84*)
50-100 28,10 28,75 31,67 32,02 ŷ = ȳ = 30,13ns
MA* DN* MA x DNns
CV = 13,79 * e ** significativos a 5% e 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente; ns: não significativo. Equações de regressão
calculadas a partir do desdobramento de doses de N dentro de cada forma de manejo de adubação nitrogenada antecipada na
forrageira.
45
c) Persistência da palhada da forrageira
Estes dados já foram quantificados em todas as épocas pré-determinadas, e estando em fase
de elaboração dos gráficos, serão apresentados no próximo relatório.
d) Componentes de produção e produtividade do feijão
As variáveis como componentes de produção e produtividade, por razões climáticas de altas
temperaturas, acorridas no período de florescimento (entre dia 15 de janeiro à 15 de fevereiro),
ocasionou o abortamento total das flores, morte de algumas plantas e ausência de produtividades
de vagens (Figura 43).
Figura 43. Abortamento das flores do feijoeiro (Fevereiro de 2014)
6. CONCLUSÕES PRELIMINARES
Com relação à produtividade de sementes da forrageira, a hipótese inicialmente
levantada, em que a adubação no pré-emborrachemnto na forrageira promoveria aumento da
produção de sementes, em detrimento à produção de matéria seca da forrageira, não foi suportada,
46
pois em geral os resultados demonstram melhor resposta da produção de sementes à adubação
inicial.
A degradação de matéria seca da forrageira, não foi influenciada pela adubação
antecipada na forrageira e pela adubação em cobertura no feijão.
Os dados de matéria seca de planta, componentes de produção e produtividade de
feijão, indicam que houve resposta à adubação antecipada na forrageira, porém estes foram
dependentes da suplementação de N via cobertura no feijão.
Com base nos resultados que serão processados nos próximo mês será possível,
discutir e concluir os encontrados já observados nos primeiros experimentos.
7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Botucatu, 01 de abril de 2014
Prof. Dr. Rogério Peres Soratto