PROGRAMA DE MONITORAMENTO
DA FAUNA REALOCADA
1ª CAMPANHA
UHE TIBAGI MONTANTE
Rio Tibagi, Paraná
Fevereiro, 2020
Empreendedor/Responsável pelo empreendimento:
Razão Social: Tibagi Energia SPE S.A
Inscrição Estadual: isento
CNPJ: 23080281/0001-35
Endereço: Avenida Getúlio Vargas, 874, 10º andar, sala 1601. Belo Horizonte – MG, CEP 30112-020
Fone/Fax: (31) 3069-0762
Responsável legal pelo empreendimento/Pessoa responsável:
Nome: Rodrigo Furst Gonçalves Silva
CPF: 092.053.267-55
Endereço: Av Getúlio Vargas, 874 16º andar sala 1601 bairro funcionários Belo Horizonte MG CEP 30112-020
Fone: (31) 3069-0770
Empresa Responsável pela execução dos trabalhos:
SOMA - Serviços, Organização e Meio Ambiente Ltda
CNPJ: 03.743.732/0001-60
CTF: 96681
Avenida Desembargador Hugo Simas, 1588
80.520-250 - Curitiba - PR
Fone/FAX: (41) 3015-0805
i
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Equipe Técnica:
Profissional Formação N° do Registro Função
Maira Avila Fonseca Bióloga CRBio 28813-07D Coordenação
Germinal Thieme Poca Biólogo CRBio 34761/07-D Responsável pelo grupo da
mastofauna/herpetofauna
Jean Júnior Barcik Biólogo CRBio 83001/07-D Responsável pelo grupo da avifauna
David Augusto Roher Biólogo CRBio 83346/07-D Responsável pelo grupo de
Hymenoptera
As Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) estão apresentadas no ANEXO I.
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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
2 OBJETIVO ........................................................................................................... 1
3 ÁREAS DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA .............................. 2
3.1 Área de Realocação – Margem Direita (AR-MD1) –................................................. 3 3.2 Área de Realocação – Margem Direita (AR-MD2) –................................................. 5 3.3 Área de Realocação – Margem Esquerda (AR-ME) – .............................................. 7
4 RESGATE E SOLTURA DE FAUNA NA UHE TIBAGI MONTANTE .................. 8
5 RESULTADOS................................................................................................... 16
5.1 HERPETOFAUNA ................................................................................................. 16 5.1.1 Introdução ........................................................................................................ 16 5.1.2 Métodos ............................................................................................................ 17
5.1.3 Resultados ........................................................................................................ 22 5.1.4 Considerações Finais ........................................................................................ 31
5.2 AVIFAUNA ............................................................................................................. 33 5.2.1 Introdução ........................................................................................................ 33
5.2.2 Métodos ............................................................................................................ 34
5.2.3 Resultados................................................................................................. 39
5.2.4 Considerações Finais ............................................................................. 91 5.3 MASTOFAUNA ...................................................................................................... 93
5.3.1 Introdução ........................................................................................................ 93
5.3.2 Métodos ............................................................................................................ 93 5.3.3 Resultados ........................................................................................................ 99
5.3.4 Considerações Finais ...................................................................................... 109 5.4 HYMENÓPTEROS (ABELHAS NATIVAS) ........................................................... 110
5.4.1 Introdução ...................................................................................................... 110
5.4.2 Métodos .......................................................................................................... 111 5.4.3 Resultados ...................................................................................................... 112
5.4.4 Considerações Finais ...................................................................................... 122
6 CRONOGRAMA DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA
REALOCADA ......................................................................................................... 125
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 126
7.1 HERPETOFAUNA ............................................................................................... 126 7.2 AVIFAUNA ........................................................................................................... 128 7.3 MASTOFAUNA .................................................................................................... 129 7.4 HYMENÓPTEROS .............................................................................................. 130
8 ANEXOS .......................................................................................................... 131
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
ANEXO I - ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA ...................................... 131 ANEXO II - AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL N° 52640 ...................................................... 132 ANEXO III - MAPA DAS ÁREAS DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA .... 133 ANEXO IV - MAPA DOS PONTOS DE SOLTURA DA FAUNA ...................................... 134 ANEXO V – MAPA DOS PONTOS DE REALOCAÇÃO DOS NINHOS DE ABELHAS NATIVAS ....................................................................................................................... 135 ANEXO VI – DECLARAÇÃO DE ACEITE - MHNCI ....................................................... 136 ANEXO VII – AUTORIZAÇÃO PARA INÍCIO DAS ATIVIDADES ................................... 137
1
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
1 INTRODUÇÃO
O presente documento refere-se ao 1° Relatório do Programa de Monitoramento
da Fauna Realocada, proveniente do resgate da fauna durante a supressão da
vegetação e enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica – UHE Tibagi Montante,
implantada no rio Tibagi, a 363 km da sua foz.
Em 29/08/2017 foi emitida pelo Instituto Ambiental da Paraná a Licença de
Instalação - LI N°23038 com validade de 2 anos.
Em sequência foi obtida a Autorização Ambiental N° 48186 em 29 de novembro
de 2017 para o resgate da fauna durante a supressão da vegetação. Em 08 de agosto
de 2018 foi emitida nova Autorização Ambiental para resgate da fauna durante a
supressão da vegetação sob o N°49489 com validade até 08/08/2019.
Em 05 de agosto de 2019 foi emitida a Autorização Ambiental N°51531 para
Resgate da Fauna durante o enchimento do reservatório.
Durante as atividades de resgate, a fauna resgatada foi marcada e realocada
para áreas de soltura pré-selecionadas. Entre as condicionantes da referida
Autorização Ambiental foi solicitado a apresentação de um Programa de
Monitoramento da Fauna Realocada.
Em 04/12/2019 foi protocolado no IAT – Instituto Água e Terra o Projeto do
Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante, que após análise pelo
departamento de fauna emitiu em 22 de janeiro de 2020, a Autorização Ambiental
N°52640 com validade de 2 anos, para o monitoramento da fauna realocada (ANEXO
II).
Dessa forma a 1ª campanha de monitoramento da fauna realocada foi autorizada
pelo Departamento de Licencimento de Fauna - DLF, em atendimento a condicionante
24 da referida AA e realizada entre os dias 31/01/2020 e 06/02/2020 (ANEXO VII).
2 OBJETIVO
O objetivo geral do programa é verificar a taxa de sobrevivência da fauna
marcada e realocada para as áreas de soltura durante o Programa de Resgate da
Fauna na supressão da vegetação e no enchimento do reservatório.
2
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Os objetivos específicos são:
- Realizar a captura, marcação e recaptura da herpetofauna, mastofauna e avifauna;
- Realizar a biometria da fauna capturada.
- Identificar a adaptação dos enxames de abelhas realocados através da ocupação de
ninhos e verificar colonização dos ocos de nidificação.
3 ÁREAS DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA
A escolha das áreas de soltura para o Programa de Resgate da Fauna da UHE
Tibagi Montante levou em consideração o arranjo espacial das manchas de vegetação
em relação à paisagem como um todo. Também foram considerados os habitats
preferenciais das espécies diagnosticadas durante o Programa de Monitoramento da
Fauna, o tamanho das áreas disponíveis e a capacidade de suporte às espécies.
Desta forma, utilizando os dados do inventário florestal acrescidos das
informações oriundos do Programa de Monitoramento da Fauna, foram selecionadas
três áreas para a soltura da fauna.
Para o Programa de Monitoramento da Fauna Realocada as Áreas de Soltura
utilizadas no Programa de Resgate da fauna foram renomeadas como Área de
Realocação – Margem Direita (AR-MD1), Área de Realocação – Margem Direita (AR-
MD2) e Área de Realocação – Margem Esquerda (AR-ME)
As coordenadas geográficas das áreas amostrais e informações sobre cada
Área de Realocação estão apresentadas na Tabela 3.1.1 e na Figura 3.1.1.
Tabela 3.1.1 – Localização dos sítios amostrais
ÁREA MARGEM DO RIO
TIBAGI TAMANHO (HA)
COORDENADA
UTM FUSO 22J
AR-MD1 Direita 82,7 564060
7280346
AR-MD2 Direita 281 559321
7279704
AR-ME Esquerda 151 558613
7280388 S
3
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 3.1.1 – Localização das 3 áreas de realocação do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
A seguir estão apresentadas as características das áreas de monitoramento da
fauna realocada.
3.1 ÁREA DE REALOCAÇÃO – MARGEM DIREITA (AR-MD1) –
Esta área está localizada na margem direita e é formada por um fragmento de
vegetação com 82,7 ha em estágio inicial e médio de sucessão. Este fragmento possui
um pequeno curso d’água no seu interior, apresentando ambientes propícios para a
soltura da fauna (Figuras 3.1.1 e 3.1.2).
Nesta Área foram soltos 21 indivíduos marcados, sendo 2 mamíferos e 19
répteis.
4
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 3.1.1 – Área de Realocação – Margem Direita (AR- MD1).
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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 3.1.2 – Vista da Área de Realocação – Margem Direita (AR-MD1).
3.2 ÁREA DE REALOCAÇÃO – MARGEM DIREITA (AR-MD2) –
Esta área localizada na margem direita e possui 281 ha. É formada por um
fragmento de vegetação em estágio médio de sucessão e juntamente com a APP do
reservatório forma um corredor para a dispersão da fauna (Figuras 3.2.1 e 3.2.2).
Nesta Área foram soltos 11 indivíduos marcados, sendo 3 mamíferos e 8 répteis.
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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 3.2.1– Área de Realocação – Margem Direita (AR- MD2).
Figura 3.2.2 – No primeiro plano, a Área de Realocação – Margem Direita (AR- MD2) com conectividade entre os fragmentos.
7
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
3.3 ÁREA DE REALOCAÇÃO – MARGEM ESQUERDA (AR-ME) –
Esta área localizada na margem esquerda do reservatório, possui 151 ha e boa
parte da vegetação ainda em estágio médio de sucessão. Possui conectividade com
outros fragmentos e juntamente com a APP do reservatório forma um corredor para a
dispersão da fauna (Figuras 3.3.1 e 3.3.2).
Nesta Área foram soltos 41 indivíduos marcados, o maior número de soltura
entre as três áreas, dos quais 6 anfíbios, 6 aves, 5 mamíferos e 24 répteis
Figura 3.3.2 – Área de Realocação – Margem Esquerda (AR-ME).
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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 3.3.1 – Vista interna da Área de Realocação – Margem Esquerda (AR-ME).
O ANEXO III apresenta o Mapa das Áreas de Monitoramento da Fauna
Realocada.
4 RESGATE E SOLTURA DE FAUNA NA UHE TIBAGI MONTANTE
Durante as ativividades do Programa de Resgate da Fauna da UHE Tibagi
Montante foi resgatado um total de 1.053 indivíduos, considerando as fases de resgate
na supressão da vegetação para implantação do canteiro de obras (n=13), a
supressão da vegetação na área do reservatório (n=156) e enchimento do reservatório
(n=884). O resgate das colônias de abelhas nativas sem ferrão totalizou 26 ninhos
resgatados no canteiro de obras e 42 ninhos na área do reservatório.
Do total de indivíduos resgatados, 928 foram soltos em três áreas de soltura, dos
quais 341 na Área de Soltura MD-1, 80 na Área de Soltura MD-2 e 507 na Área de
Soltura ME. As colônias de abelhas foram realocadas para as áreas de soltura,
remanescentes florestais próximos ao reservatório, em diversos pontos da APP.
Do total de indivíduos resgatados, 73 indivíduos foram soltos com marcação, dos
quais 41 na Área de Soltura – ME, 21 na Área de Soltura MD-1 e 11 na Área de Soltura
MD-2 (Tabela 4.1).
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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Tabela 4.1 – Abundância de indivíduos marcados por Área de Soltura.
GRUPO N° TOTAL AR-ME AR-MD1 AR-MD2
Anfíbios 6 6 Aves 6 6
Mamíferos 10 5 2 3
Répteis 51 24 19 8
TOTAL 73 41 21 11
Durante as atividades de resgate foram marcados 6 indivíduos da anurofauna
antes da soltura. Todos os indivíduos marcados foram soltos na Área de Soltura – ME,
localizada na margem esquerda.
A Tabela 4.2 apresenta os anfíbios marcados antes da soltura durante o
Programa de Resgate da fauna da UHE Tibagi Montante.
Tabela 4.2 – Anfíbios marcados antes da soltura no Programa de Resgate da Fauna.
N° TAXON NOME
COMUM MARCAÇÃO
COORDENADA DE SOLTURA UTM (22J)
10 S Boana faber sapo-martelo Elastômero amarelo -
posição 1 558260 7280552
11 S Boana faber sapo-martelo Elastômero amarelo -
posição 2 558260 7280552
12 S Boana faber sapo-martelo Elastômero amarelo -
posição 3 558260 7280552
13 S Rhinella sp. sapo-boi Elastômero amarelo -
posição 4 558260 7280552
16 S Rhinella sp. sapo-boi Elastômero vermelho
- posição 10 558297 7280453
17 S Rhinella sp. sapo-boi Elastômero vermelho
- posição 9 558297 7280453
*A letra após o Número de registro se refere à fase de resgate: S=Supressão da vegetação e E= Enchimento do reservatório
Em relação aos répteis, foram marcados 51 indivíduos antes da soltura. A Tabela
4.3 apresenta os répteis marcados antes da soltura durante o Programa de Resgate
da Fauna da UHE Tibagi Montante.
Tabela 4.3 – Répteis marcados antes da soltura no Programa de Resgate da Fauna.
N° DATA TAXA NOME
COMUM MARCAÇÃO
PONTO DE SOLTURA UTM
22J
1 S 18/06/2019 Bothrops jararaca jararaca 933007600034839 558211 7280593
10
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
3 S 21/06/2019 Oxyphopus rhombifer falsa-coral 93300700034837 558250 7280493
5 S 26/06/2019 Bothrops jararaca jararaca 933007600034832 558244 7280402
11 S 02/07/2019 Philodryas olfersii cobra-verde 933007600034841 558211 7280593
13 S 05/07/2019 Thamnodynastes sp. corredeira 933007600034845 558297 7280453
16 S 10/07/2019 Bothrops jararaca jararaca 933007600034835 559265 7280552
19 S 16/07/2019 Thamnodynastes sp. corre-campo 933007600034831 564273 7280534
26 S 23/07/2019 Chironius sp. Cobra-cipó 933007600034843 558225 7280382
29 S 24/07/2019 Xenodon merremii boipeva 933007600034826 558662 7280549
30 S 26/07/2019 Bothrops jararaca jararaca 933007600034830 558832 7280417
14 E 16/08/2019 Philodryas olfersii cobra-verde Microchip 933007600034834 564072 7280405
15 E 16/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034827 564072 7280405
27 E 16/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034828 564072 7280405
28 E 16/08/2019 Thamnodynastes nattereri corredeira Microchip 933007600034840 564072 7280405
46 E 17/08/2019 Oxyrhopus rhombifer falsa-coral Microchip 933007600034220 558265 7280422
55 E 17/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034217 558265 7280422
59 E 17/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034209 558265 7280422
81 E 18/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034217 559424 7279807
98 E 18/08/2019 Epicrates crassus jibóia-arco-iris Microchip 933007600034207 559424 7279807
119 E 19/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 93007600034208 558397 7280466
286 E 23/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 93007600034252 563972 7280192
287 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 93007600034261 563972 7280192
295 E 23/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034251 563972 7280192
298 E 23/08/2019 Thamnodynastes nattereri corredeira Microchip 933007600034259 563972 7280192
299 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034257 563972 7280192
300 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034255 563972 7280192
305 E 23/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034254 564026 7280598
310 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034260 564026 7280598
311 E 23/08/2019 Crotalus durissus cascavel Microchip 933007600034262 564026 7280598
312 E 23/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034265 564026 7280598
319 E 25/08/2019 Clelia sp. mussurana Microchip 933007600034256 563312 7280853
320 E 25/08/2019 Tomodon sp. cobra-espada Microchip 933007600034253 563312 7280853
328 E 26/08/2019 Bothrops jararaca jararaca Microchip 933007600034264 558263 7280338
LISTA DE LAGARTOS
N° DATA ESPÉCIE NOME
COMUM MARCAÇÃO SOLTURA
1S 20/06/2019 Salvator merianae teiú 933007600034836 558243 7280438
3S 02/07/2019 Salvator merianae teiú 933007600034838 558243 7280438
4S 05/07/2019 Enyalius perditus papa-vento Elastômero amarelo – coxa
esquerda 558243 7280584
5S 05/07/2019 Enyalius perditus papa-vento Elastômero amarelo – braço
direito 558246 7280424
11
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
7S 13/07/2019 Enyalius perditus papa-vento Elastômero vermelho – coxa
direita 558260 7280552
10S 23/07/2019 Salvator merianae teiú 933007600034833 558746 7280250
1E 15/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034842 564202 7280541
2E 15/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034829 563874 7280669
3E 16/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034211 563874 7280669
4E 16/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034213 563874 7280669
8E 17/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034206 558222 7280550
9E 17/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034212 558222 7280550
10E 17/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034222 558222 7280550
13E 17/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034210 558222 7280550
14E 18/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034225 559424 7279807
16E 18/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034223 559424 7279807
50E 23/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034258 564026 7280598
55E 26/08/2019 Salvator merianae teiú Microchip 933007600034263 558263 7280338
*A letra após o número de registro se refere à fase de resgate: S=Supressão da vegetação e E= Enchimento do reservatório
Durante o resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram marcados cinco
indivíduos da avifauna antes da soltura, somado a um indivíduo marcado proveniente
do Programa de Monitoramento da Fauna, totalizando seis espécimes. Todos os
indivíduos foram soltos na Área de Realocação ME (margem esquerda).
A Tabela 4.4 apresenta os pontos de soltura das aves marcadas durante o
resgate da fauna da UHE Tibagi Montante.
Tabela 4.4 - Aves capturadas e marcadas no Programa de Resgate de Fauna.
N° DATA TAXA NOME COMUM ANILHA COORDENADA DE SOLTURA UTM (22J)
X Y
4S 13/07/2019 Baryphtengus ruficapillus juruva Verde 0005 558333 7280354
6E 27/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76109 558427 7281400
7E 27/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76110 558427 7281400
8E 27/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76111 558427 7281400
9E 27/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76112 558427 7281400
10E 29/08/2019 Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha H76113 558427 7281400
*A letra após o Número de registro se refere à fase de resgate: S=Supressão da vegetação e E= Enchimento do reservatório
Para a mastofauna, foram marcados 10 indivíduos antes da soltura, cinco foram
soltos na ME, dois na MD-1 e três na MD-2.
12
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
A Tabela 4.5 apresenta os mamíferos marcados antes da soltura durante o
Programa de Resgate da Fauna da UHE Tibagi Montante.
Tabela 4.5 – Mamíferos marcados antes da soltura no Programa de Resgate da Fauna
N° DATA TAXA NOME COMUM MARCAÇÃO PONTO DE SOLTURA
1S 20/06/2019 Nectomys squamipes rato-d’água Brinco 402 558215 7280536
21S 28/06/2019 Didelphis albiventris ouriço Brinco 403 558244 7280402
35S 02/07/2019 Caluromys lanatus rato-do-mato Brinco 404 564358 7280503
48S 07/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 429 558297 7280453
52S 11/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 405 559618 7279532
53S 11/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 406 559618 7279532
60S 18/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 407 564273 7280534
62S 20/07/2019 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 410 558300 7280413
22E 17/08/2019 Dasypus novemcinctus tatu-galinha Brinco 408 558222 7280550
30E 18/08/2019 Dasypus novemcinctus tatu-galinha Brinco 413 559424 7279807
*A letra após o Número de registro se refere à fase de resgate: S=Supressão da vegetação e E= Enchimento do reservatório
O ANEXO IV apresenta o Mapa dos pontos de soltura da fauna durante o resgate
da fauna na supressão da vegetação e enchimento do reservatório da UHE Tibagi
Montante.
Durante o resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram realocadas 69
colônias de abelhas nativas sem ferrão, em remanescentes florestais ao longo da APP
do reservatório. Foram ainda instalados 33 ocos para nidificação de abelhas sem
ferrão.
A Tabela 4.6 apresenta os pontos de realocação dos ninhos durante o Programa
de Resgate da Fauna da UHE Tibagi Montante e a Tabela 6.5.1.2 apresenta os locais
onde foram instalados os ocos para nidificação de abelhas sem ferrão.
Tabela 4.6 – Abelhas nativas e pontos de realocação no Programa de Resgate da Fauna do reservatório.
N° COMUM CIENTÍFICO
COORDENADA DE REALOCAÇÂO UTM (22J) DATA
X Y
1 Jataí Tetragonisca angustula 559429 7286653 08/12/2017
2 Mirim Plebeia sp 559429 7286653 08/12/2017
3 Vorá Tetragona clavipes 559429 7286653 08/12/2017
4 Mirim Plebeia sp 559771 7286402 08/12/2017
13
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
N° COMUM CIENTÍFICO
COORDENADA DE REALOCAÇÂO UTM (22J) DATA
X Y
5 Mirim Plebeia sp 559932 7286657 12/12/2017
6 Mirim Plebeia sp 559599 7286586 18/12/2017
7 Irapuá Trigona spinipes 559375 7280464 11/01/2018
8 Vorá Tetragona clavipes 560473 7284860 06/01/2018
9 Vorá Tetragona clavipes 560488 7284840 06/01/2018
10 Mirim Plebeia sp 558375 7280464 11/01/2018
11 Mirim Plebeia sp 558983 7285881 28/12/2017
12 Mirim Plebeia sp 558979 7285892 28/12/2017
13 Mirim Plebeia sp 558374 7280464 03/01/2018
14 Mirim Plebeia sp 558374 7280464 03/01/2018
15 Mirim Plebeia sp 558374 7280464 03/01/2018
16 Mirim Plebeia sp 558326 7280422 04/01/2018
17 Mirim Plebeia sp 558326 7280422 04/01/2018
18 Mirim Plebeia sp 558326 7280422 04/01/2018
19 Mirim Plebeia sp 560485 7284853 06/01/2018
20 Mirim Plebeia sp 560485 7284853 06/01/2018
21 Mirim Plebeia sp 560485 7284853 06/01/2018
22 Mirim Plebeia sp 560485 7284853 06/01/2018
23 Mirim Plebeia sp 559276 7286037 09/01/2018
24 Mirim Plebeia sp 559276 7286037 09/01/2018
25 Mirim Plebeia sp 559276 7286037 09/01/2018
26 Mirim Plebeia sp 560485 7284873 12/01/2018
27 Mangava Bombus sp. 559055 7284950 10/01/2018
28 Irapuá Trigona spinipes 559293 7286056 21/06/2019
29 Irapuá Trigona spinipes 559257 7286113 24/06/2019
30 Irapuá Trigona spinipes 560446 7285047 26/06/2019
31 Irapuá Trigona spinipes 560481 7284884 30/06/2019
32 Irapuá Trigona spinipes 560461 7284786 30/06/2019
33 Irapuá Trigona spinipes 559034 7284604 09/07/2019
34 Irapuá Trigona spinipes 560249 7284364 10/07/2019
35 Irapuá Trigona spinipes 560706 7283865 24/07/2019
36 Irapuá Trigona spinipes 560461 7284307 27/07/2019
37 Jataí Tetragonisca angustula 0559289 7286056 20/06/2019
38 Jataí Tetragonisca angustula 560467 7284873 02/07/2019
39 Jataí Tetragonisca angustula 560722 7283840 23/07/2019
40 Jataí Tetragonisca angustula 560424 7284003 28/07/2019
41 Jataí Tetragonisca angustula 560518 7283937 28/07/2019
42 Jataí Tetragonisca angustula 560460 7283982 27/07/2019
43 Jataí Tetragonisca angustula 561951 7281065 07/08/2019
44 Vorá Tetragona clavipes 559295 7286065 23/06/2019
45 Vorá Tetragona clavipes 558636 7284208 12/07/2019
14
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
N° COMUM CIENTÍFICO
COORDENADA DE REALOCAÇÂO UTM (22J) DATA
X Y
46 Vorá Tetragona clavipes 560707 7283853 23/07/2019
47 Vorá Tetragona clavipes 560702 7283851 24/07/2019
48 Vorá Tetragona clavipes 560132 7284357 28/07/2019
49 Vorá Tetragona clavipes 560424 7284004 28/07/2019
50 Vorá Tetragona clavipes 560518 7283939 28/07/2019
51 Vorá Tetragona clavipes 560302 7284192 27/07/2019
52 Vorá Tetragona clavipes 559113 7285494 07/08/2019
53 Mirim Plebeia sp 559777 7286184 20/06/2019
54 Mirim Plebeia sp 0559289 7286057 21/06/2019
55 Mirim Plebeia sp 559789 7286165 20/06/2019
56 Mirim Plebeia sp 559266 7286047 10/07/2019
57 Mirim Plebeia sp 560720 7283842 20/07/2019
58 Mirim Plebeia sp 560424 7284005 28/07/2019
59 Mirim Plebeia sp 560713 7283835 23/07/2019
60 Mirim Plebeia sp 560707 7283853 24/07/2019
61 Mirim Plebeia sp 560320 7284080 26/07/2019
62 Mirim Plebeia sp 558446 7284120 30/08/2019
63 Mirim Plebeia sp 558493 7284965 02/08/2019
64 Iraí Nannotrigona sp 560295 7286365 03/07/2019
65 Iraí Nannotrigona sp 560702 7283852 20/07/2019
66 Iraí Nannotrigona sp 560711 7283848 25/07/2019
67 Mandaçaia Melipona quadrifasciata 558424 7284624 07/08/2019
68 Manduri Melipona marginata 558635 7284208 08/07/2019
69 Manduri Melipona marginata 558645 7284193 11/07/2019
Tabela 4.7 –Localização dos ocos para nidificação de abelhas nativas no Programa de Resgate da Fauna do reservatório.
OCOS PARA NIDIFICAÇÃO COORDENADAS UTM
1 22J 557784 7284213
2 22J 557851 7284309
3 22J 558076 7284493
4 22J 558440 7284638
5 22J 558454 7284751
6 22J 558465 7284845
7 22J 558457 7284966
8 22J 558835 7285270
9 22J 558875 7285269
10 22J 558469 7284118
11 22J 559751 7283798
12 22J 559767 7283754
15
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
OCOS PARA NIDIFICAÇÃO COORDENADAS UTM
13 22J 559736 7283747
14 22J 560480 7283964
15 22J 560297 7284094
16 22J 560228 7284176
17 22J 560187 7284252
18 22J 560152 7284341
19 22J 560366 7284045
20 22J 560128 7284377
21 22J 560445 7284826
22 22J 560472 7284818
23 22J 560485 7284847
24 22J 560485 7284861
25 22J 560468 7284844
26 22J 560462 7284860
27 22J 559281 7286081
28 22J 559295 7286027
29 22J 559279 7286044
30 22J 559261 7286026
31 22J 559250 7286092
32 22J 559258 7286062
33 22J 560621 7284332
Foram realocados 22 ninhos e 8 ocos na margem direita, totalizando 30 pontos.
Na margem esquerda foram realocados 36 ninhos de abelhas nativas e 19 ocos para
nidificação, totalizando 55 pontos. Na ilha foram realocados 11 ninhos e 6 ocos para
nidificação totalizando 17 pontos.
O ANEXO V apresenta o Mapa dos pontos de realocação dos ninhos de abelhas
nativas.
16
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
5 RESULTADOS
A 1ª campanha de monitoramento da fauna realocada da UHE Tibagi Montante
foi realizada entre os dias 31 de janeiro e 06 de fevereiro de 2020, durante o período
de verão. A região do empreendimento possui média histórica para o mês de fevereiro
com temperaturas mínimas de 17ºC e máxima de 26ºC, com 154mm de precipitação
(CLIMATEMPO, 2020).
Segundo dados meteorológicos do INMET, da Estação Automática de Castro,
que está a aproximadamente 50 km do empreendimento, durante os dias da
campanha de monitoramento apresentou uma máxima de 28,8ºC com pico no dia
01/02, enquanto que a menor temperatura foi registrada no dia 04/02 com 16,7ºC
(Figura 5.1). A precipitação total durante o período da primeira campanha de
monitoramento da fauna realocada foi de 41mm.
Figura 5.1 – Temperatura mínima e máxima (ºC), e Chuva (mm) registrada por dia para a região durante a 1ª campanha de monitoramento da fauna realocada da UHE Tibagi Montante. Janeiro/2020 e Fevereiro/2020.
5.1 HERPETOFAUNA
5.1.1 Introdução
A Região Neotropical apresenta uma das mais ricas herpetofaunas do mundo
(POUGH et al., 2016). O Brasil, com toda a sua dimensão territorial e diversidade de
biomas, é um dos países que abrigam as mais diversas faunas de anfíbios e répteis
0
5
10
15
20
25
30
35
31/jan 01/fev 02/fev 03/fev 04/fev 05/fev 06/fev
Tem
per
atu
ra (º
C)
e C
hu
va (
mm
)
Dia
Chuva (mm) Temp. Min. (ºC) Temp. Máx. (ºC)
17
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
do planeta, com um total de 1.080 espécies de anfíbios e 795 de répteis até então
registradas (SEGALLA et al., 2016; COSTA & BÉRNILS, 2018). Para o estado do
Paraná é estimada a ocorrência de 137 espécies de anfíbios anuros e 154 de répteis
(COSTA & BÉRNILS, 2018; SANTOS-PEREIRA et al., 2018), dentre as quais,
respectivamente 4 e 3 espécies encontram-se enquadradas em alguma categoria de
ameaça regional de extinção (BÉRNILS et al., 2004; SEGALLA & LANGONE, 2004).
Alterações causadas pelo homem nos ambientes naturais têm reflexo direto
sobre a fauna, sendo responsáveis por oscilações na riqueza e abundância, ou até
mesmo declínios populacionais e extinções em muitas espécies de anfíbios e répteis
(POUGH et al., 2016). No Brasil, a perda e a alteração dos hábitats naturais são
apontadas como as maiores ameaças à herpetofauna (ICMBIO 2018a; 2018b).
Dentre os principais impactos relacionados à implantação de empreendimentos
hidrelétricos sobre a herpetofauna estão a perda e a alteração do ambiente natural
(ALHO et al., 2000; PAVAN, 2007).
Durante o resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram marcados e
realocados para as áreas de soltura 57 indivíduos da herpetofauna, sendo 6 anfíbios
e 51 répteis.
O presente estudo tem como objetivo avaliar a taxa de sobrevivência da
herpetofauna resgatada e realocada para as áreas de soltura durante os processos
de supressão vegetacional e enchimento do reservatório, bem como contribuir para
um maior conhecimento da composição herpetofaunística da região.
5.1.2 Métodos
5.1.2.1 Amostragem de Campo
As amostragens da herpetofauna foram realizadas no período de 31 de janeiro
a 6 de fevereiro de 2020. A riqueza e a abundância das espécies de anfíbios e répteis
foram determinadas por meio de duas metodologias complementares: a captura com
armadilhas de interceptação e queda e a busca ativa, apresentadas abaixo.
Captura com armadilhas de interceptação e queda (HEYER et al., 1994;
MCDIARMID et al., 2012): em cada uma das três áreas amostrais foram instaladas
duas armadilhas, distanciadas entre si por aproximadamente duzentos metros (Tabela
1). Cada armadilha foi composta por quatro baldes plásticos de 60 litros enterrados
18
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
no solo deixando-se suas bocas expostas, distantes linearmente um do outro por 10
metros e conectados entre si por uma cerca-guia de lona plástica de 50 centímetros
de altura, estendida perpendicularmente ao solo de forma a guiar os animais para o
receptáculo, onde caiam e ali permaneciam reclusos (Figura 1). Todos os baldes
tinham pequenas perfurações no fundo a fim de se evitar o acúmulo de água da chuva
e um pequeno abrigo de isopor foi colocado em seu interior para salvaguardar os
espécimes ali reclusos (no caso, pequenos mamíferos) de hipotermia em períodos de
menor temperatura. Estas armadilhas permaneceram ativas por seis noites (sete dias)
consecutivas, sendo vistoriadas diariamente durante a campanha, e ao final da
mesma todos os baldes foram fechados com suas respectivas tampas. O esforço de
captura ao final do período de amostragem desta campanha totalizou 168 baldes.dia
somadas as três áreas.
Tabela 5.1.2.1.1 – Localização das armadilhas de interceptação e queda nas áreas amostrais na região da UHE Tibagi Montante
Área Linha Coordenadas geográficas (UTM – 22 J)
E S
AR-MD1 L1 563862 7280310
L2 563857 7280268
AR-MD2 L1 559140 7280349
L2 559099 7280193
AR-ME L1 558275 7280434
L2 558745 7280167
19
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.1.2.1.1 – Armadilha de interceptação e queda (AR-MD1, L1, 22J 563862/7280310)
Busca ativa (adaptado de HEYER et al., 1994 e MCDIARMID et al., 2012):
consistiu em deslocamentos lentos a pé durante os períodos diurno e noturno nas três
áreas amostrais com a procura visual e/ou auditiva de anfíbios e répteis em seus
ambientes naturais, sejam em atividade ou em repouso (sobre a serrapilheira, em
corpos-d’água, sob pedras, troncos, em tocas, sobre ou entre a vegetação, etc.)
(Figura 5.1.2.1.2). Foram despendidas cinco horas de busca diária somadas as três
áreas, distribuídas entre os períodos diurno e noturno, totalizando 30 horas de
amostragem ao final da campanha.
20
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.1.2.1.2 – Busca ativa (AR-MD2, 22J 559135/7280328)
Animais, especialmente serpentes e lagartos, encontrados ocasionalmente vivos
e/ou mortos em estradas da região durante deslocamentos com veículo automotor até
as áreas de amostragem também foram contabilizados. Estes registros serviram para
incrementar a lista de espécies da região, não sendo, porém, considerados nas
análises entre as áreas amostrais.
Para cada registro, após a identificação da espécie, foram anotados dados
mesológicos e físicos como data, área amostral, coordenadas geográficas, método de
amostragem, ambiente e outros dados que se julgaram relevantes.
Nos animais capturados verificou-se a presença de marcação anterior
(elastômero em anuros e lagartos menores, e microchip em serpentes e lagartos
maiores), realizou-se a biometria, pesagem e determinação do sexo, quando possível
efetuou-se a marcação do indivíduo, e posteriormente fez-se a sua soltura, a qual se
deu sempre no mesmo local da captura.
Para a individualização de anfíbios anuros e lagartos de porte compatível com o
procedimento de marcação serão utilizados implantes visíveis de elastômero
fluorescente, aplicados nos membros dos animais em diferentes combinações de
21
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
cores. Para serpentes de tamanho adequado e lagartos maiores serão usados
microchips subcutâneos. Nas serpentes os microchips são implantados no terço
posterior do corpo, um pouco à frente da cloaca, em posição dorso lateral esquerda.
Nos lagartos os microchips são implantados na região inguinal esquerda.
5.1.2.2 Análise dos Dados
A detecção de espécies raras e/ou endêmicas foi realizada por meio de consultas
à literatura científica relacionada à distribuição geográfica dos táxons registrados
(VALDUJO et al., 2012; HADDAD et al., 2013; AZEVEDO et al., 2016; GARDA et al.,
2017; MOURA et al., 2017). A identificação de espécies ameaçadas e de interesse
conservacionista foi efetuada mediante consultas à lista dos anfíbios e répteis
ameaçados de extinção no estado do Paraná (BÉRNILS et al., 2004; SEGALLA &
LANGONE, 2004), à lista da fauna brasileira ameaçada de extinção, de acordo com a
Portaria Nº 444 de 17 de dezembro de 2014 (MMA, 2014), à lista da International
Union for the Conservation of Nature – The IUCN Red List of Threatened Species
(IUCN, 2020) e os apêndices da Convention on International Trade in Endangered
Species of Wild Fauna and Flora (CITES, 2020), sendo estas duas últimas sob âmbito
internacional.
A nomenclatura e arranjo taxonômico adotados no presente estudo seguem a
proposta de Frost (2020) para anfíbios e Uetz et al. (2019) para répteis.
A partir dos dados levantados a herpetofauna foi caracterizada em função da
riqueza, abundância, diversidade e similaridade entre os locais amostrados. A
suficiência amostral de toda a área foi avaliada por meio da curva de acumulação de
espécies para a riqueza observada e estimada, esta última considerando o índice
Bootstrap, obtidas com uso do programa EstimateS 9.1.0 (COLWELL, 2013).
A diversidade de espécies das áreas amostrais e do conjunto delas foi
determinada computando-se os índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e de
Equitabilidade (J). A similaridade na composição de espécies entre as áreas foi
analisada por meio de análise de agrupamento, utilizando o índice de similaridade de
Jaccard. Todos estes índices foram obtidos com o uso do programa PAST 3.09
(HAMMER et al., 2001).
22
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
5.1.3 Resultados
5.1.3.1 Anfíbios
Nesta primeira campanha foram registradas 12 espécies de anfíbios anuros,
distribuídas entre as famílias Bufonidae (uma espécie), Centrolenidae (1), Hylidae (4),
Leptodactylidae (4), Odontophrynidae (1) e Phyllomedusidae (1) (Tabela 5.1.3.1.1).
Tabela 5.1.3.1.1 – Lista das espécies de anfíbios registradas durante a primeira campanha de monitoramento da anfibiofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante
Táxon
Anfibiofauna realocada
Monitoramento - 1ª campanha
Método Área de Realocação Área de Realocação
MD1 MD2 ME MD1 MD2 ME
Amphibia
Anura
Bufonidae
Rhinella abei 5 10 3 AIQ; BAT
Rhinella sp. 0 0 3
Centrolenidae
Vitreorana uranoscopa 0 0 2 BAT
Hylidae
Aplastodiscus perviridis 0 0 1 BAT
Boana faber 0 0 3 0 3 0 BAT
Dendropsophus minutus 1 4 2 BAT
Scinax fuscovarius 2 3 3 BAT
Leptodactylidae
Leptodactylus fuscus 0 0 3 BAT
Leptodactylus labyrinthicus 3 0 0 BAT
Leptodactylus latrans 0 4 1 AIQ; BAT
Physalaemus cuvieri 2 4 2 AIQ; BAT
Odontophrynidae
Odontophrynus americanus 0 1 0 AIQ
Phyllomedusidae
Phyllomedusa tetraploidea 0 0 1 BA
Número total de espécies 0 0 2 5 7 9
2 12
Número total de registros 0 0 6 13 29 18
6 60
Legenda: Método: AIQ – captura com armadilhas de interceptação e queda; BAT – busca ativa.
Como trata-se da primeira campanha as curvas de acumulação de espécies para
a riqueza observada e estimada não puderam ser construídas.
23
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Não foram capturados indivíduos marcados e realocados anteriormente.
Devido ao pequeno porte das espécies e/ou indivíduos capturados durante esta
campanha, estes não foram submetidos ao procedimento de marcação, visando
preservá-los de possíveis lesões ou mesmo óbito.
Das 12 espécies registradas, cinco foram encontradas na AR-MD1, sete na AR-
MD2 e nove na AR-ME.
Um total de 60 indivíduos foi registrado, sendo 13 espécimes assinalados na AR-
MD1, 29 na AR-MD2 e 18 na AR-ME.
Nesta primeira campanha, assim como o verificado para a riqueza, a maior
diversidade pelo índice de Shannon-Wiener e a maior uniformidade na distribuição da
abundância das espécies foram registradas para a AR-ME (H’ = 2,11 nats.indivíduo e
J = 0,96). O valor de Shannon-Wiener de todas as áreas juntas foi superior aos valores
de cada uma delas individualmente (2,12 nats.indivíduo), já a sua equitabilidade foi de
85% (Tabela 5.1.3.1.2).
Tabela 5.1.3.1.2 – Valores de diversidade obtidos ao final da primeira campanha para cada área amostral e para todas elas consolidadas durante o monitoramento da anfibiofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante
Índice Área de Realocação
MD1 MD2 ME Consolidada
Riqueza 5 7 9 12
Abundância 13 29 18 60
Diversidade (H’) 1,48 1,77 2,11 2,12
Equitabilidade (J) 0,92 0,91 0,96 0,85
A maior similaridade na composição de espécies foi observada entre a AR-MD1
e a AR-MD2, cuja similaridade foi de 50%, com quatro espécies em comum de um
total de oito (Figura 5.1.3.1.1).
24
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.1.3.1.1 – Dendrograma de análise de agrupamento utilizando o índice de similaridade de Jaccard entre as áreas amostrais ao final da primeira campanha de monitoramento da anfibiofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante
Sob o ponto de vista ecológico, Dendropsophus minutus, Scinax fuscovarius,
Leptodactylus fuscus, Leptodactylus labyrinthicus, Physalaemus cuvieri e
Odontophrynus americanus habitam preferencialmente ambientes abertos. Nas áreas
amostrais estas espécies foram observadas em poças junto à borda de floresta (P.
cuvieri e O. americanus também foram capturados em armadilha de interceptação e
queda dentro do fragmento florestal na AR-MD2). Rhinella abei, Aplastodiscus
perviridis, Boana faber, Leptodactylus latrans e Phyllomedusa tetraploidea ocupam
tanto áreas abertas como hábitats de mata. Já a perereca Vitreorana uranoscopa
habita exclusivamente ambientes de floresta (Tabela 5.1.3.1.3).
Tabela 5.1.3.1.3 – Aspectos ecológicos e conservacionistas das espécies de anfíbios registradas ao longo da primeira campanha de monitoramento da anfibiofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante
Táxon Nome
Popular Hábitat
Endêmica da Mata Atlântica
Status de Conservação
Estadual Nacional Internacional
Paraná Brasil IUCN CITES
Amphibia
Anura
Bufonidae
25
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Táxon Nome
Popular Hábitat
Endêmica da Mata Atlântica
Status de Conservação
Estadual Nacional Internacional
Paraná Brasil IUCN CITES
Rhinella abei Sapo-
cururuzinho AA/FL Não - - LC -
Centrolenidae
Vitreorana uranoscopa
Perereca-de-vidro
FL Não DD - LC -
Hylidae
Aplastodiscus perviridis
Perereca-do-olho-vermelho
AA/FL Não - - LC -
Boana faber Sapo-ferreiro AA/FL Não - - LC -
Dendropsophus minutus
Pererequinha-do-brejo
AA Não - - LC -
Scinax fuscovarius Perereca-de-
banheiro AA Não - - LC -
Leptodactylidae
Leptodactylus fuscus
Rãzinha-assobiadora
AA Não - - LC -
Leptodactylus labyrinthicus
Rã-pimenta AA Não - - LC -
Leptodactylus latrans
Rã-manteiga AA/FL Não - - LC -
Physalaemus cuvieri
Rã-cachorro AA Não - - LC -
Odontophrynidae
Odontophrynus americanus
Sapo-boi AA Não - - LC -
Phyllomedusidae
Phyllomedusa tetraploidea
Perereca-macaco
AA/FL Não - - LC -
Legenda: Hábitat: AA – área aberta; FL - floresta. Status de Conservação: DD – dados insuficientes; LC – pouco preocupante.
Espécies que mantêm estreita e complexa relação de interdependência com os
ambientes em que vivem são altamente sensíveis, e em função destas características,
têm sido reconhecidas como excelentes indicadoras de qualidade ambiental. Para a
região de estudo destaca-se a presença da perereca-de-vidro (Vitreorana
uranoscopa), espécie estritamente florestal, associada a córregos e pequenos rios de
interior de floresta, e bastante sensível a alterações na cobertura florestal.
Na área, Vitreorana uranoscopa foi registrada na AR-ME. Sua presença naquele
local sugere um bom estado de conservação daquele ambiente.
Duas espécies apresentam caráter cinegético. A rã-pimenta (Leptodactylus
labyrinthicus) e a rã-manteiga (Leptodactylus latrans) são animais de tamanho médio
a grande e porte robusto, que são objeto de caça devido à sua carne ser ainda
26
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
bastante apreciada, especialmente em áreas rurais ou em localidades de menor
desenvolvimento socioeconômico. No entanto, não foram observados indícios de caça
sobre estas espécies na região.
Nenhuma espécie registrada nesta primeira campanha encontra-se ameaçada
de extinção nos três níveis avaliados. Porém cabe mencionar que Vitreorana
uranoscopa está enquadrada na categoria “Dados Insuficientes” no estado do Paraná.
Também não foram observadas espécies raras, endêmicas, pouco conhecidas da
ciência, exóticas e/ou invasoras.
• Registros Fotográficos
As Figuras 5.1.3.1.2 a 5.1.3.1.6 apresentam o registro fotográfico da anfibiofauna
registrada durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.
Figura 5.1.3.1.2 – Sapo-cururuzinho (Rhinella abei) capturado em armadilha de interceptação e queda na AR-MD2 (L1, 22J 559140/7280349)
Figura 5.1.3.1.3 – Rã-pimenta (Leptodactylus labyrinthicus) registrada por meio da busca ativa na AR-MD1 (22J 564133/ 7280619)
Figura 5.1.3.1.4 – Rã-manteiga (Leptodactylus latrans) capturada em armadilha de
Figura 5.1.3.1.5 – Rã-cachorro (Physalaemus cuvieri) capturada em armadilha de
27
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
interceptação e queda na AR-MD2 (L2, 22J 559099/7280193)
interceptação e queda na AR-MD2 (L1, 22J 559140/7280349)
Figura 5.1.3.1.6 – Sapo-boi (Odontophrynus americanus) capturado em armadilha de interceptação e queda na AR-MD2 (L1, 22J 559140/7280349)
5.1.3.2 Répteis
Nesta presente campanha foram registradas três espécies de répteis,
distribuídas entre lagartos (Tropiduridae: uma espécie, e Teiidae: 1) e serpentes
(Viperidae: 1) (Tabela 5.1.3.2.1).
Tabela 5.1.3.2.1 – Lista das espécies de répteis registradas durante a primeira campanha de monitoramento da reptiliofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante
Táxon
Reptiliofauna realocada
Monitoramento - 1ª campanha
Método Área de Realocação Área de Realocação
MD1 MD2 ME MD1 MD2 ME ENT
Reptilia
Squamata
Sauria
Leiosauridae
Enyalius perditus 3
Tropiduridae
Tropidurus itambere 2 0 0 0 BAT
Teiidae
Salvator merianae 5 2 8 0 0 2 2 BAT; ROC
Ophidia
Boidae
Epicrates crassus 1
Colubridae
Chironius sp. 1
Dipsadidae
28
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Táxon
Reptiliofauna realocada
Monitoramento - 1ª campanha
Método Área de Realocação Área de Realocação
MD1 MD2 ME MD1 MD2 ME ENT
Clelia sp. 1
Oxyrhopus rhombifer 2
Philodryas olfersii 1 1
Thamnodynastes nattereri 2
Thamnodynastes sp. 1 1
Tomodon dorsatus 1
Xenodon merremii 1
Viperidae
Bothrops jararaca 5 2 6 0 0 0 1 ROC
Crotalus durissus 6 1
Número total de espécies 8 3 9 1 0 1 2
13 3
Número total de registros 22 5 24 2 0 2 3
51 7
Legenda: Área: ENT – entorno das áreas de realocação. Método: BAT – busca ativa; ROC – registros ocasionais.
Por trata-se da primeira campanha as curvas de acumulação de espécies para
a riqueza observada e estimada não puderam ser construídas.
Não foram capturados animais marcados e realocados anteriormente. Durante a
presente campanha não houve a captura de nenhum lagarto ou serpente, sendo todos
os registros realizados por meio visual (à exceção de um exemplar de serpente
encontrado morto fora das áreas de realocação), desta forma, nenhum espécime foi
marcado.
Das três espécies registradas, uma foi encontrada na AR-MD1, outra na AR-ME
e duas no entorno da AR-ME.
Um total de 7 indivíduos foi registrado, sendo dois espécimes assinalados na
AR-MD1, dois na AR-ME e três no entorno da AR-ME.
Nesta primeira campanha, devido ao baixo número de registros, os valores de
diversidade de Shannon-Wiener das áreas AR-MD1 e AR-ME foram igual a zero, já o
valor da AR-MD2 não pôde ser calculado. Assim como os valores de Equitabilidade
de todas as áreas também não puderam ser obtidos. A diversidade de Shannon-
29
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Wiener de todas as áreas juntas foi de 0,69 nats.indivíduo e a Equitabilidade foi de
100% (Tabela 5.1.3.2.2).
Tabela 5.1.3.2.2 – Valores de diversidade obtidos ao final da primeira campanha para cada área amostral e para todas elas consolidadas durante o monitoramento da reptiliofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante
Índice Área de Realocação
MD1 MD2 ME Consolidada
Riqueza 1 0 1 2
Abundância 2 0 2 4
Diversidade (H’) 0 - 0 0,69
Equitabilidade (J) - - - 1
A similaridade entre as áreas amostrais foi nula (0%), visto que os pontos não
apresentaram espécies em comum (Figura 5.1.3.2.1).
Figura 5.1.3.2.1 – Dendrograma de análise de agrupamento utilizando o índice de similaridade de Jaccard entre as áreas amostrais ao final da primeira campanha de monitoramento da reptiliofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante
Sob o ponto de vista ecológico, Tropidurus itambere é uma espécie associada a
ambientes abertos. Na área de estudo foi observada junto à borda de floresta na AR-
MD1. Salvator merianae pode ocupar tanto áreas abertas como ambientes de mata.
Já Bothrops jararaca habita ambientes florestais (Tabela 5.1.3.2.3).
30
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Tabela 5.1.3.2.3 – Aspectos ecológicos e conservacionistas das espécies de répteis registradas ao longo da primeira campanha de monitoramento da reptiliofauna realocada na região da UHE Tibagi Montante
Táxon Nome
Popular Hábitat
Endêmica da Mata Atlântica
Status de Conservação
Estadual Nacional Internacional
Paraná Brasil IUCN CITES
Reptilia
Squamata
Sauria
Tropiduridae
Tropidurus itambere Lagartixa-das-pedras
AA Não - - LC -
Teiidae
Salvator merianae Teiú AA/FL Não - - LC AII
Ophidia
Viperidae
Bothrops jararaca Jararaca FL Não - - LC -
Legenda: Hábitat: AA – área aberta; FL - floresta. Status de Conservação: AII – Apêndice II (espécies que podem vir a se tornar ameaçadas de extinção caso seu comércio não seja controlado); LC – pouco preocupante.
A serpente jararaca (Bothrops jararaca) representa uma espécie de interesse
médico. Além de possuir uma peçonha bastante tóxica, ocupa naturalmente
ambientes antropizados, representando maiores riscos de acidentes para a população
local e animais de criação.
O lagarto teiú (Salvator merianae) apresenta caráter cinegético. Esta espécie
possui grande porte, podendo atingir 1,4 metros e pesar até 5 quilos, é objeto da
atividade de caça devido à sua carne ser ainda bastante apreciada, especialmente em
áreas rurais ou em localidades de menor desenvolvimento socioeconômico. Assim
como também é frequentemente abatido por ser considerado um animal daninho, por
invadir galinheiros e predar ovos e pintos. No entanto, não foram observados indícios
de caça sobre este animal na região.
Nenhuma das três espécies encontra-se ameaçada de extinção nos três níveis
avaliados. Também não constituem espécies raras, endêmicas, pouco conhecidas da
ciência, exóticas e/ou invasoras (Tabela 5.1.3.2.3).
31
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
• Registro fotográfico
As Figuras 5.1.3.2.2 a 5.1.3.2.3 apresentam o registro fotográfico da reptiliofauna
registrada durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.
Figura 5.1.3.2.2 – Teiú (Salvator merianae) registrado por meio da busca ativa na AR-ME (22J 558212/7280310) (Foto: Jean Júnior Barcik)
Figura 5.1.3.2.3 – Jararaca (Bothrops jararaca) encontrada atropelada próximo a AR-ME (22J 558510/7281531)
5.1.4 Considerações Finais
Ao final desta primeira campanha foi registrado um total de 12 espécies de
anfíbios anuros. As espécies observadas estão distribuídas entre as famílias
Bufonidae (uma espécie), Centrolenidae (1), Hylidae (4), Leptodactylidae (4),
Odontophrynidae (1) e Phyllomedusidae (1).
Não foram encontrados anfíbios anteriormente marcados e realocados. Devido
ao pequeno porte das espécies e/ou indivíduos capturados durante esta campanha,
estes não foram submetidos ao procedimento de marcação, visando preservá-los de
possíveis lesões ou mesmo sua morte.
A AR-ME apresentou a maior riqueza de espécies de anfíbios (9 espécies),
seguida da AR-MD2 (7) e AR-MD1 (5). Assim como a maior diversidade foi registrada
para a AR-ME (H’ = 2,11 nats.indivíduo e J = 0,96). A maior similaridade na
composição de espécies de anfíbios foi verificada entre a AR-MD1 e a AR-MD2, com
50% das espécies em comum.
32
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
A perereca-de-vidro (Vitreorana uranoscopa), observada na AR-ME, representa
uma espécie estenóica, sendo estritamente florestal e bastante sensível a alterações
na cobertura florestal.
A rã-pimenta (Leptodactylus labyrinthicus) e a rã-manteiga (Leptodactylus
latrans) apresentam caráter cinegético, porém não foram observados indícios de
atividade de caça sobre estas espécies na região.
Nenhuma espécie de anfíbios registrada encontra-se ameaçada de extinção nos
três níveis avaliados. Tampouco foram observadas espécies raras, endêmicas,
exóticas e/ou invasoras.
Em relação aos répteis, nesta 1ª campanha de monitoramento da fauna
realocada, foi registrado um total de 3 espécies. As espécies observadas estão
distribuídas entre lagartos (Tropiduridae: uma espécie, e Teiidae: 1) e serpentes
(Viperidae: 1).
Não foram encontrados répteis anteriormente marcados e realocados.
As áreas AR-MD1 e AR-ME apresentaram uma espécie de réptil cada, já para o
entorno dos pontos amostrais foram registradas duas espécies. Devido ao baixo
número de registros a diversidade de espécies das áreas foi igual à zero ou não pôde
ser calculada. Assim como a similaridade entre as áreas foi de 0%, visto que elas não
apresentaram espécies em comum.
A serpente jararaca (Bothrops jararaca), devido à sua periculosidade e
plasticidade ecológica, representa uma espécie de interesse médico.
O lagarto teiú (Salvator merianae) apresenta caráter cinegético, porém não
foram observados indícios de atividade de caça sobre esta espécie na região.
Nenhuma espécie de réptil registrada encontra-se ameaçada de extinção nos
três níveis avaliados. Tampouco foram observadas espécies raras, endêmicas, pouco
conhecidas da ciência, exóticas e/ou invasoras.
Apesar de não terem sido capturados espécimes da herpetofauna marcados e
realocados anteriormente durante o Programa de Resgate de Fauna da UHE Tibagi
Montante (SOMA, 2019), espera-se que a longo prazo as metodologias qualitativas e
quantitativas permitam o registro de indivíduos marcados e produzam informações
33
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
sobre a comunidade e a populações de répteis e anfíbios presentes nessas áreas.
Dessa forma, com a continuidade do presente estudo, novos dados sobre a
herpetofauna serão obtidos e informações mais completas poderão ser levantadas.
5.2 AVIFAUNA
5.2.1 Introdução
O Brasil é um dos países com maior diversidade de aves do mundo,
apresentando ao menos 1.919 espécies pertencentes a 33 ordens e 103 famílias
(CBRO, 2016). O estado do Paraná conta com cerca de 744 espécies de aves, o que
representa cerca de 39% da avifauna brasileira (SCHERER-NETO et al. 2011).
As aves, pela facilidade de observação, formam um dos grupos referência para
avaliar qualidade ambiental. Diferentes espécies se comportam de forma particular
dentro da comunidade, bem como fazem uso do ambiente. A ocorrência ou ausência
de certas espécies em um lugar, colaboram para compreensão do grau de
conservação ou alteração. Diante disto, algumas espécies de aves respondem
rapidamente às alterações ambientais em função da alta sensibilidade às
perturbações e alto grau de especialização ecológica, seja na dieta, nos aspectos
reprodutivos ou uso do habitat, o que favorece a identificação de espécies indicadoras
de qualidade ambiental (PIRATELLI et al., 2008).
O estudo da dinâmica temporal ou sazonalidade de um ecossistema, com o
conhecimento das flutuações das populações ali ocorrentes, fornece informações e
uma base sobre sua dinâmica (PRIMACK, 1993; MORRISON et al., 1998).
O conhecimento do ambiente, bem como a comunidade de aves nas áreas
onde houveram solturas de espécimes dos grupos faunísticos e flora, provenientes do
resgate de fauna nas áreas de alagamento da UHE Tibagi Montante, a longo prazo
poderão trazer respostas de como as introduções desses exemplares interferirão na
dinâmica das populações locais bem como estes conseguirão sucesso em se manter
na nova área de vida.
Durante o resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram marcados cinco
indivíduos da avifauna antes da soltura, somado a um indivíduo marcado proveniente
do Programa de Monitoramento da Fauna, totalizou seis espécimes.
34
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
5.2.2 Métodos
A presente campanha foi realizada entre os dias 31 de janeiro e 06 de fevereiro
de 2020. Neste período de sete dias as três áreas de realocação apresentadas no
capítulo 3 foram contemplados por dois dias efetivos, onde foram destinados à
aplicação dos métodos sistematizados, totalizando 24 horas por área. O dia 31 foi
destinado a instalação de armadilhas.
5.2.2.1 Identificação das espécies
A identificação das espécies de aves ocorreu basicamente por meio de três
métodos distintos, tradicionalmente utilizados em levantamentos ornitológicos. Estes
métodos são a Busca Ativa, Anilhamento e Pontos Fixos, descritos a seguir.
• Busca Ativa
O levantamento qualitativo foi feito igualmente nas três Áreas de Realocação.
O levantamento das espécies ocorreu no período da manhã, durante e logo após o
levantamento quantitativo, e no período da tarde, entre 16 e 19 horas, os mesmos
foram feitos com Registro Visual, Registro Auditivo e Registro por captura.
• Registro Visual (Observação Direta)
Durante todo o período de permanência na área de estudo buscou-se observar
as mais diversas espécies de aves com contatos visuais. Todos os táxons foram
identificados até o nível de espécie após observação de caracteres de diagnose
específicos de cada ave. Equipamentos ópticos foram utilizados para a correta
identificação, como binóculos 8x42 mm. Registros fotográficos também auxiliam na
identificação de algumas espécies.
35
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.2.1.1 - Ornitólogo fazendo registro fotográfico.
Figura 5.2.2.1.2 - Ornitólogo observando aves com auxilio de binóculos
• Registro Auditivo (Bioacústico)
Esta técnica consiste no reconhecimento das emissões vocais das aves que se
comunicam por meio de chamados ou pelo canto. As espécies foram identificadas em
campo, e quando necessário, fez-se uso de equipamentos de gravação, com gravador
digital e microfone direcional. As gravações foram armazenadas em acervo particular
dos pesquisadores, e em caso de dúvidas a respeito de emissões vocais não
conhecidas, os arquivos são analisados em laboratório e comparados com gravações
semelhantes. As gravações são editadas em softwares específicos e sonogramas são
obtidos utilizando-se softwares de edição de áudio.
A técnica de playback foi utilizada para se obter uma melhor visualização de
aves inconspícuas, ou mesmo registrá-las fotograficamente. Para tanto foram
utilizadas prioritariamente vocalizações gravadas na área de estudo. Além disso, a
mesma técnica foi utilizada para a verificação da presença de algumas espécies
esperadas para a região, conforme análise dos hábitats disponíveis. Para tanto,
gravações de outras localidades foram tocadas em hábitats propícios à detecção de
cada espécie-alvo. Para aplicar a técnica de playback foram utilizados aparelhos para
a reprodução de arquivos sonoros contendo bancos de dados dos próprios
pesquisadores e amplificadores portáteis de alta qualidade.
Tais métodos foram aplicados durante toda a permanência da equipe nas áreas
avaliadas e em diferentes locais da Área de Influência Indireta, totalizando cinco dias
36
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
em cada campanha nos quais estas técnicas foram empregadas na identificação das
espécies de aves.
• Registro por Captura
O uso de redes-de-neblina é utilizado para capturas de aves em sub-bosque
de florestas, tal técnica colabora para o registro de espécies que poderiam passar
despercebidas em outros métodos (Figura 5.2.2.1.3 a 5.2.2.1.6).
Figura 5.2.2.1.3 - Rede-de-neblina instalada no interior da mata na Área de Realocação MD1
Figura 5.2.2.1.4 - Rede-de-neblina instalada em corredor no interior da mata na Área de Realocação ME
Figura 5.2.2.1.5 - Rede-de-neblina instalada em área aberta na Àrea de Realocação ME
Figura 5.2.2.1.6 - Rede-de-neblina instalada em no fragmento da Área de Realocação MD2
5.2.2.2 Avaliações Quantitativas
As avaliações quantitativas foram realizadas utilizando dois métodos distintos:
anilhamento e contagens em pontos de escuta., descritos abaixo.
37
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
• Anilhamento (Captura/marcação)
Em cada campanha são instaladas 9 redes de neblina (9 x 3 m; malha 20 e 25
mm) em cada área, armadas em três linhas pré-estabelecidas (cada linha sendo
composta por três redes-de-neblina) visando englobar o maior número de
fitofisionomias existentes em cada Área de Realocação. As redes foram abertas nas
primeiras horas da manhã (06h), fechadas nos horários mais quentes do dia (entre
10:30h e 14:30h), reabertas no meio da tarde e mantidas em funcionamento até a
noite (18h). As revisões foram realizadas, em média, a cada 20 minutos. As capturas
foram realizadas por dois dias consecutivos, totalizando 16 horas de redes em cada
Área de Realocação por campanha.
Todos os indivíduos capturados, quando possível, foram acondicionados em
sacos de pano para posterior marcação com anilhas metálicas numeradas, fornecidas
pelo Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE)
(Figura 5.2.2.2.1 a 5.2.2.2.2). Foram anotadas em ficha de campo as seguintes
informações: local de captura (parcela amostral), espécie, sexo, faixa etária, massa
corpórea, medidas morfométricas (cúlmen exposto, comprimento do tarso, asa, cauda
e total), presença de muda de penas (rêmiges primárias, rêmiges secundárias, retrizes
e tetrizes), presença de placa de incubação, ectoparasitas e anomalias. Após o
anilhamento, todas as aves foram fotografadas e soltas no local onde foram
capturadas. Os resultados deste método são apresentados no presente documento
por meio da taxa de captura. A taxa de captura equivale ao número de capturas para
cada 100 horas-rede (número de capturas*100/esforço de horas-rede).
38
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.2.2.1 - Colocação de anilha em ave (Baryphthengus ruficapillus – juruva) capturada com rede-de-neblina
Figura 5.2.2.2.2 - Ave (Baryphthengus ruficapillus – juruva) tendo suas medidas morfométricas coletadas.
• Pontos de Escuta
Com o objetivo de se obter dados quantitativos adicionais aos obtidos com
capturas e marcação, foi utilizado o método de censos em pontos fixos, proposto por
Blondel et al. (1970), adaptado por Viellard & Silva (1990) e Bibby (1992). Os censos
em pontos fixos foram conduzidos nas três áreas de realocação. Em cada área foi
escolhida uma trilha de aproximadamente 1 km de comprimento onde foram
estabelecidos seis pontos de contagem. A distância entre cada ponto foi de 200m para
garantir a independência amostral. As contagens foram conduzidas apenas pela
manhã, pois o período da tarde apresenta baixa movimentação de aves, dando a falsa
impressão dos táxons não estarem presentes. O tempo de duração em cada ponto de
escuta foi de 10 minutos. O raio de detecção estipulado foi de 50 m de cada lado da
linha central.
Os dados obtidos com este método foram apresentados pelo Índice Pontual de
Abundância (IPA). O IPA de cada espécie foi obtido dividindo-se o número de contatos
de cada espécie pelo número de amostras, sendo, portanto, um valor médio de
contatos de determinada espécie por ponto de amostragem. Este valor indica a
abundância de cada espécie em função de seu coeficiente de detecção naquele
período do ano.
39
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
As contagens tiveram início ao amanhecer, prosseguindo até as 10:00h.
Qualquer espécie da avifauna identificada visual e/ou auditivamente em cada ponto
foi considerada. Um cuidado adicional com o deslocamento de cada ave foi tomado
para se evitar recontagens.
5.2.2.3 Análise dos dados
Após a obtenção dos dados em campo, são feitas algumas análises para efeito
comparativo com as fases subsequentes. Abaixo são descritas as análises
consideradas.
São apresentadas curvas de acumulação de espécies por campanha, com o
objetivo de se concluir se o monitoramento está atingindo a suficiência amostral.
A análise de Cluster foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as
quatro áreas amostrais por meio do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs,
1989), usando o modo de agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a
correlação entre as amostras. Os dados foram compilados em uma matriz de
presença ausência e os dendrogramas propostos foram elaborados pelo software
PAST.
O índice de similaridade entre as áreas pode variar entre 0 e 100%. Quanto
maior for o valor percentual obtido com a análise de similaridade, mais semelhantes
são as áreas comparadas.
5.2.3 Resultados
5.2.3.1 Levantamento de dados secundários
O ponto de partida do presente estudo foi a compilação dos dados disponíveis
a respeito da avifauna que ocorre na região de Tibagi e adjacências. Foram utilizadas
informações procedentes de pesquisas ornitológicas realizadas na região
anteriormente para compor a lista total de espécies ocorrentes na área de estudo. As
principais fontes consultadas foram o referencial usada de base para composição da
lista esperada para a região do UHE Tibagi Montante, que contempla: 1) Atualização
do conhecimento sobre a avifauna do Parque Estadual do Guartelá (Scherer-Neto et
al., 2012); Plano de Manejo da Fazenda Salto Cotia (Santos, 2009); dados do Estudo
de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da UHE Tibagi Montante (Santos, 2013); e registros
40
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
citados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Complexo Eólico dos Campos
Gerais, empreendimento cujo projeto abrange a região de Tibagi e 2) Lista de aves
encontradas durante as fases de pré-construção, construção e operação da UHE
Tibagi Montante, constante no relatório 11 do monitoramento da fauna terrestre
(SOMA, 2020). A compilação geral das aves que ocorrem no município de Tibagi
totalizou 370 espécies, pertencentes a 61 famílias e 20 ordens. Este valor é relevante,
uma vez que são conhecidas pouco mais de 1919 espécies para todo o território
nacional (CBRO, 2016).
5.2.3.2 Riqueza de espécies
Durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada foram
registradas 136 espécies de aves, pertencentes a 47 famílias e 20 ordens, este valor
corresponde a 37% do total esperado para a região, com base nos registros de dados
secundários.
A importância em se monitorar ambientes que podem ter sofrido impacto
indireto do empreendimento, pois não sofreram supressão da vegetação para o
enchimento do reservatório, porém receberam espécimes de diferentes grupos da
fauna e da flora provenientes do resgate, alteração de fatores climáticos, como a
umidade e evaporação, além de possivelmente ter sido ambientes de refúgio natural
da fauna local permite entender como espécies e populações reagem a nível local a
curto e longo prazo.
Estudos a nível local, como o monitoramento da fauna terrestre, que é realizado
na área de influência direta do empreendimento UHE Tibagi Montante trazem um
referencial do comportamento das espécies com a alteração do ambiente, onde pode-
se analisar a extinção ou colonização local ao longo do processo. Enquanto que
estudos como o monitoramento da fauna realocada, podem trazer informações de
como os fragmentos existentes na região conseguem amortecer o impacto e garantir
a manutenção de espécies residentes e ameaçadas, bem como abrigar espécies que
foram translocadas para os mesmos durante as atividades de resgate.
Avaliações a longo prazo, com base em dados quantitativos e qualitativos,
verificando as flutuações, fazem das aves uma ferramenta confiável para avaliar
41
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
questões de impacto ambiental, pois não necessariamente a riqueza registrada em
um momento é comparável com a riqueza registrada em um período distinto, pois ela
representa o número de espécies, porém a abundância é um dos fatores que explicam
que a espécie manterá condições de se manter.
Espécimes realocados não foram registrados durante a primeira campanha do
monitoramento da fauna realocada, tal fato pode estar diretamente relacionado ao
tamanho das áreas amostrais, onde os indivíduos podem estar ocupando nichos
específicos, os quais poderão ser visitados em campanhas futuras, ou pela
inconspicuídade no momento da amostragem. A capacidade de voo permite que as
aves façam grandes deslocamentos dentro dos ambientes, tal fato permite que as
mesmas consigam buscar ambientes preferenciais na região, porém novas buscas
poderão registrar os indivíduos que receberão marcação e soltura pós serem
resgatados, podendo comprovar a manutenção dos espécimes nos ambientes.
A Tabela 5.2.3.2.1 apresenta todos os táxons esperados para a região de
Tibagi, conforme pesquisa bibliográfica realizada e análise da ocorrência atual de
determinadas espécies, com a indicação do grau de ameaça a nível internacional
(IUCN, 2020), nacional (ICMBio, 2018) e estadual (IAP, 2018), bem como uso do
ambiente, ocorrência e demais informações pertinentes. A lista de espécies segue a
revisão taxonômica de 2016 do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO,
2016).
42
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Tabela 5.2.3.2.1 - Lista das espécies de aves com ocorrência prevista para a área de influência da UHE Tibagi Montante, com a indicação daquelas efetivamente registradas em cada fase de campo, sítio amostral no qual foi registrada, a fonte consultada durante o levantamento de dados secundários e os ambientes utilizados. LEGENDA: Registro em campo: (X) para as espécies efetivamente registradas durante a execução do estudo; Camp: campanha; Ameaças: Listas vermelhas IUCN (2020); ICMBio (2018); IAP (2018); Endemismo: (E) restrito a região de Floresta com Araucária, denominada Parana Center (Cracraft, 1985); (E*) espécie exclusivamente brasileira; Ocorrência: (RE) residente; (RM) residente-migratória - migrante sazonal; (VS) visitante do sul; (VN) visitante do norte; (VG) vagante; Fonte: 1) Atualização do conhecimento sobre a avifauna do Parque Estadual do Guartelá (Scherer-Neto et al., 2012); Plano de Manejo da Fazenda Salto Cotia (Santos, 2009); dados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da UHE Tibagi Montante (Santos, 2013); registros citados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Complexo Eólico dos Campos Gerais; 2) registros na área de influência direta, observados durante o Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre (SOMA, 2020) Ambiente: (Fc) Floresta ciliar do Rio Tibagi, com influência da Floresta Estacional Semidecidual, (Fm) Floresta Ombrófila Mista, características de áreas mais elevadas, (Cp) Capões de mata, com abundância de taquaras e araucárias, (Cn) Campo nativo presente em poucos locais que ainda abrigam áreas relictuais de Cerrado, (Ca) Campo alterado, modificado por ação antrópica, (k) capoeiras ou áreas em estágios iniciais da sucessão, (Pa) Áreas de pastagem, (Lv) lavouras de soja, milho ou outros grãos, (Lb) Áreas úmidas como lagoas ou brejos, (Aa) ambiente aéreo.
Nome do Táxon Nome em Português Ameaças
Endemismo Ocorrência Fonte Ambiente Campanha 1 IUCN ICMBio IAP
Tinamiformes
Tinamidae
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambuguaçu x RE 1,2 Fc, Fm, Cp
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó RE 1 Cn, Ca
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inhambu-chintã x RE 1,2 Fm, Cp, k
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz RE 1,2 Cn, Ca, Pa
Nothura maculosa (Temminck, 1815) codorna-amarela RE 1,2 Cn, Ca, Pa
Anseriformes
Anatidae
Dendrocygninae
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê x RE 1,2 Lb
Anatinae
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato RE 2 Lb
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho x RE 1,2 Lb
43
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Anas georgica Gmelin, 1789 marreca-parda NT RE 1 Lb
Galliformes
Cracidae
Penelope obscura Temminck, 1815 jacuaçu x E RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Odontophoridae
Odontophorus capueira (Spix, 1825) uru E RE 1,2 Fm
Podicipediformes
Podicipedidae
Rollandia rolland (Quoy & Gaimard, 1824) mergulhão-de-orelha-branca RM - Lb
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) mergulhão-pequeno RM 1 Lb
Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) mergulhão-caçador RM 1 Lb
Ciconiiformes
Ciconiidae
Ciconia maguari (Gmelin, 1789) maguari RM 1 Aa
Suliformes
Phalacrocoracidae
Nannopterum brasilianus (Gmelin, 1789) biguá x RE 1,2 Lb
Pelecaniformes
Ardeidae
Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) savacu RE 1,2 Fc
Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho x RE 1,2 Lb
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira RE 1,2 Ca, Pa
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande RE 1,2 Lb
Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura RE 1,2 Lb
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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira RE 1,2 Lb, Cn, Ca, Pa
Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena RE 1,2 Lb
Threskiornithidae
Plegadis chihi (Vieillot, 1817) caraúna-de-cara-branca RM 1 Lb
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin,
1789) coró-coró x RE 1,2 Fc
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca x RE 1,2 Cn, Ca, Pa
Cathartiformes
Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha x RE 1,2 Fm, Cp, Cn, Ca, Aa
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta x RE 1,2 Fm, Cp, Cn, Ca, Aa
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei x RE 1 Fm , Aa
Accipitriformes
Accipitridae
Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-de-cabeça-cinza RE 1,2 Fm
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura RE 1,2 Fm, Cp
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) gavião-peneira RE 1,2 Cn, Ca, Aa
Circus buffoni (Gmelin, 1788) gavião-do-banhado VG 1 Lb, Ca
Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) tauató-pintado VU RE 1,2 Fc, Fm
Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) tauató-passarinho DD RE - Fc, Fm
Accipiter striatus Vieillot, 1808 tauató-miúdo RE 1,2 Fm, Fc
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinha-grande NT RE 2 Fm
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi RM 1,2 Fm, Cp
Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo RE 1 Fm, Cp
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo x RE 1,2 Cn, Ca, Aa
45
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto RE 1,2 Fm
Urubitinga coronata (Vieillot, 1817) águia-cinzenta EN EN CR RE 1,2 Cn
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó x RE 1,2 Fc, Fm, Cp, k, Aa
Parabuteo leucorrhous (Quoy & Gaimard, 1824)
gavião-de-sobre-branco NT RE 1 Fm
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco RE 1,2 Cn, Ca, Aa
Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819) águia-serrana NT RE 1,2 Cn
Pseudastur polionotus (Kaup, 1847) gavião-pombo NT E RE 1 Fm
Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta RE 1,2 Fm
Buteo albonotatus Kaup, 1847 gavião-urubu VG 1 Cn
Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco VU RE 1,2 Fm
Gruiformes
Rallidae
Aramides cajaneus (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes RE 2 Lb
Aramides saracura (Spix, 1825) saracura-do-mato x RE 1,2 Lb
Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) sanã-parda RE 1,2 Lb
Laterallus leucopyrrhus (Vieillot, 1819) sanã-vermelha RE 1,2 Lb
Mustelirallus albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó RE 1,2 Lb
Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) saracura-sanã RE 1,2 Lb
Pardirallus sanguinolentus (Swainson,
1837) saracura-do-banhado RE - Lb
Gallinula galeata (Lichtenstein,1818) galinha-d'água x RE 1,2 Lb
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul RM - Lb
Porphyrio flavirostris (Gmelin, 1789) frango-d'água-pequeno DD VG 1 Lb
Charadriiformes
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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Charadriidae
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k
Recurvirostridae
Himantopus melanurus Vieillot, 1817 pernilongo-de-costas-brancas RE 1,2
Scolopacidae
Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja RM 1 Lb
Bartramia longicauda (Bechstein, 1812) maçarico-do-campo VN 1 Ca
Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário VN 1,2 Lb
Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789) maçarico-grande-de-perna-amarela VN 1 Lb
Tringa flavipes (Gmelin, 1789) maçarico-de-perna-amarela VN 1,2 Lb
Jacanidae
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã RE 1,2 Lb
Columbiformes
Columbidae
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha x RE 1,2 k, Ca, Pa
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou x RE 1,2 Cn, Ca, Pa
Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picuí RE 1,2 Ca
Columba livia Gmelin, 1789 pombo-doméstico RE 1,2 Pa
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) asa-branca x RE 1,2 Fm, Fc, Ca, Lv, Pa
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre,
1792) pomba-galega x RE 1,2 Fm, Cp
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa RE 1 Fm
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) avoante x RE 1,2 Ca, k, Cn, Pa, Lv
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu x RE 1,2 Fm, Fc, Cp
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)
juriti-de-testa-branca x RE 1,2 Fm, Fc, Cp
47
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri RE 1 Fm
Cuculiformes
Cuculidae
Cuculinae
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato x RE 1,2 Fm, Fc, Cp
Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta RM 1,2 Cp, k
Crotophaginae
Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca RE 2 Fc
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto RE 1,2 Lv, Ca
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco x RE 1,2 Lv, Ca
Taperinae
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci x RE 1,2 Fc, Cn, k
Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) peixe-frito RM 1 Fm
Strigiformes
Tytonidae
Tyto furcata (Temminck, 1827) suindara RE 1,2 Lv
Strigidae
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato x RE 1,2 Fm, Fc, Cp, k
Megascops sanctaecatarinae (Salvin,
1897) corujinha-do-sul x RE 2 Fm, Cp
Pulsatrix koeniswaldiana (Bertoni &
Bertoni, 1901) murucututu-de-barriga-amarela E RE 1 Fm
Strix hylophila Temminck, 1825 coruja-listrada NT E RE 1,2 Cp
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé RE 1 Cp
Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira RE 1,2 Lv, Cn, Ca
Asio clamator (Vieillot, 1808) coruja-orelhuda RE 1 k
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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Asio flammeus (Pontoppidan, 1763) mocho-dos-banhados x RE 1 Ca, Lv
Caprimulgiformes
Nyctibiidae
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) urutau RM 1,2 Fc, k
Caprimulgidae
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju x RM 1,2 Fm, Cp
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) bacurau x RM 1,2 k, Cn, Ca
Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã RM 1,2 Cn
Hydropsalis anomala (Gould, 1838) curiango-do-banhado NT EN RE 1 Lb
Hydropsalis longirostris (Bonaparte, 1825) bacurau-da-telha RM 1 Cn
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura RM 1 Cn, Ca
Hydropsalis forcipata (Nitzsch, 1840) bacurau-tesourão E RM 1 Cp
Podager nacunda (Vieillot, 1817) corucão RM 1,2 Ca
Apodiformes
Apodidae
Cypseloides fumigatus (Streubel, 1848) taperuçu-preto RM 1 Aa
Cypseloides senex (Temminck, 1826) taperuçu-velho x RM 1,2 Aa
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) taperuçu-de-coleira-branca RE 1,2 Aa
Streptoprocne biscutata (Sclater, 1866) taperuçu-de-coleira-falha RE 1,2 Aa
Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 andorinhão-de-sobre-cinzento RM 1,2 Aa
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal RM 1,2 Aa
Trochilidae
Phaethornithinae
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839)
rabo-branco-acanelado RE 1 Fc
49
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) rabo-branco-de-garganta-rajada E RE 2 Fm
Trochilinae
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura RE 1,2 k
Florisuga fusca (Vieillot, 1817) beija-flor-preto RE 1,2 Fc
Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) beija-flor-de-orelha-violeta RE 1,2 Cn, Ca
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta RM 1,2 Fm, Ca, k
Stephanoxis loddigesii (Gould, 1831) beija-flor-de-topete-azul E RE 1 Fm, Cp
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) besourinho-de-bico-vermelho x RE 1 Lb, Ca, Cn
Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) beija-flor-de-fronte-violeta RE 1,2 Fm, Fc, Cp
Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) beija-flor-de-papo-branco E RE 1,2 Lb, k
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca RE 2 Fm
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde RE 1 Fm
Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha-ametista RE 1 Lb
Trogoniformes
Trogonidae
Trogon surrucura Vieillot, 1817 surucuá-variado x E RE 1,2 Fm, Fc, Cp
Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-dourado RE 1 Fm
Alcedinidae
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande RE 1,2 Lb
Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde x RE 1,2 Lb
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno x RE 1,2 Lb
Momotidae
Baryphthengus ruficapillus (Vieillot, 1818) juruva x RE 1,2 Fm, Cp
Bucconidae
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo RE 1 k, Cn, Ca
50
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Malacoptila striata (Spix, 1824) barbudo-rajado NT E* RE 1 Fc
Nonnula rubecula (Spix, 1824) macuru RE 1,2 Cp
Piciformes
Ramphastidae
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu VG 1 Ca
Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 tucano-de-bico-verde x E RE 1,2 Fm, Fc, Cp
Pteroglossus bailloni (Vieillot, 1819) araçari-banana x NT VU RE 2 Fm
Picidae
Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845 picapauzinho-de-coleira x E RE 1,2 Fm, Fc, Cp
Picumnus nebulosus Sundevall, 1866 picapauzinho-carijó NT E RE 1 Lb
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco RE 1,2 k
Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) benedito-de-testa-amarela RE 1 Fc
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) picapauzinho-verde-carijó x RE 1,2 Fm, Cp
Piculus aurulentus (Temminck, 1821) pica-pau-dourado x NT E RE 1,2 Fm, Cp
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado x RE 1,2 Cp, k
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo RE 1,2 Cn, Ca, Pa
Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-cabeça-amarela x RE 1,2 Fc
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca x RE 1,2 Fm, Fc, Cp
Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818)
pica-pau-rei VG 1,2 Fm, Cp
Cariamiformes
Cariamidae
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema RE 1,2,4 Cn
Falconiformes
Falconidae
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UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k, Aa
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k, Aa
Milvago chimango (Vieillot, 1816) chimango RM 1,2 Cn, Ca
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758)
acauã x RE 1,2 Cp, k
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé RE 1,2 Fm, Fc, Cp
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio RE 1,2 Cp
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri x RE 1,2 Cn, Ca , Aa
Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira x RM 1,2 Cn, Ca, Aa
Falco peregrinus Tunstall, 1771 falcão-peregrino VN 1 Cp
Psittaciformes
Psittacidae
Psittacara leucophthalmus (Statius Muller, 1776)
periquitão RE 2 Fm, Cp, Fc
Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) tiriba x RE 1,2 Fm, Cp, Fc
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim RE 2 Fm, Cp, Fc
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro-amarelo RE 1 k
Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) cuiú-cuiú E RE 1,2 Fm
Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) maitaca RE 1,2 Fm, Cp, Fc
Amazona vinacea (Kuhl, 1820) papagaio-de-peito-roxo EN VU VU E RE 1 Cp
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio RE 1,2 k
Passeriformes
Thamnophilidae
Thamnophilinae
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa x E RE 1,2 Fm, Cp, Fc
Thamnophilus ruficapillus Vieillot, 1816 choca-de-chapéu-vermelho x RE 1,2 Lb
52
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 choca-da-mata x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Batara cinerea (Vieillot, 1819) matracão x E RE 1,2 Fm, Cp
Mackenziaena leachii (Such, 1825) borralhara-assobiadora x E RE 1,2 Fm, Cp, k
Biatas nigropectus (Lafresnaye, 1850) papo-branco VU NT E RE 1,2 Fc
Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) papa-taoca-do-sul x E RE 1,2 Fc, Fm
Drymophila rubricollis (Bertoni, 1901) trovoada-de-bertoni RE 1,2 Cp
Drymophila ochropyga (Hellmayr, 1906) choquinha-de-dorso-vermelho NT E* RE 1,2 Cp
Drymophila malura (Temminck, 1825) choquinha-carijó x E RE 1 Cp, Fm, Fc
Conopophagidae
Conopophaga lineata (Wied, 1831) chupa-dente x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Furnariida
Grallariidae
Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu RE 1 Fm
Hylopezus nattereri (Pinto, 1937) pinto-do-mato NT RE 1 Fm
Rhinocryptidae
Scytalopodinae
Eleoscytalopus indigoticus (Wied, 1831) macuquinho x NT E* RE 1 k, Fc
Scytalopus speluncae (Ménétriès, 1835) tapaculo-preto E* RE 1 Fm
Formicariidae
Chamaeza campanisona (Lichtenstein,
1823) tovaca-campainha x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Scleruridae
Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) vira-folha x E RE 1,2 Fc, Fm, Cp
Dendrocolaptidae
Sittasominae
53
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Dendrocincla turdina (Lichtenstein, 1820) arapaçu-liso RE 1 Fc
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde x RE 1,2 Fc, Fm, Cp
Dendrocolaptinae
Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) arapaçu-rajado x RE 1,2 Fc, Fm, Cp
Campylorhamphus falcularius (Vieillot, 1822)
arapaçu-de-bico-torto RE 1,2 Fc, Fm, Cp
Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859)
arapaçu-escamoso-do-sul x RE 1,2 Fc, Fm, Cp
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande x RE 1,2 Fc, Fm, Cp
Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) arapaçu-de-garganta-branca RE 1,2 Fc, Fm, Cp
Xenopidae
Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó RE 1,2 Fc
Furnariidae
Furnariinae
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k
Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) joão-porca x RE 1,2 Fc
Philydorinae
Clibanornis dendrocolaptoides (Pelzeln, 1859)
cisqueiro x NT E RE 1,2 Fc
Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-de-testa-baia E RE 1,2 Fm, Cp, Fc
Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885 trepadorzinho E RE 1,2 Cp
Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832)
trepador-quiete RE 1,2 Fm, Cp, Fc
Synallaxinae
Leptasthenura setaria (Temminck, 1824) grimpeiro x NT E RE 1,2 Fm, Cp
Anumbius annumbi (Vieillot, 1817) cochicho RE 1,2 Cn, Ca, Lv
54
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié RE 1 Lb
Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 pichororé x RE 1,2 Cp, Fc, Fm
Synallaxis cinerascens Temminck, 1823 pi-puí x E RE 1,2 Cp, Fc, Fm
Synallaxis spixi Sclater, 1856 joão-teneném RE 1,2 Cn, Lb
Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853) arredio-oliváceo x E RE 1,2 Cp, Fc, Fm
Cranioleuca pallida (Wied, 1831) arredio-pálido E* RE 1 Cp
Tyrannida
Pipridae
Ilicurinae
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793)
tangará x E RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Tityridae
Schiffornithinae
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) flautim x E RE 1,2 Fc
Tityrinae
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-de-bochecha-parda RE 1 Cp, Fm
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-preto RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) caneleiro-verde RM 1,2 k
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827)
caneleiro E RM 1,2 Cp
Pachyramphus polychopterus (Vieillot,
1818) caneleiro-preto x RM 1,2 Cp
Pachyramphus validus (Lichtenstein,
1823) caneleiro-de-chapéu-preto x RM 1,2 Cp
Cotingidae
Cotinginae
Phibalura flavirostris Vieillot, 1816 tesourinha-da-mata DD RM 1 Cp
55
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Pyroderus scutatus (Shaw, 1792) pavó NT RM 2 Fm
Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) araponga VU RM 1 Fm
Tyrannoidea
Platyrinchidae
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 patinho x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Rhynchocyclidae
Pipromorphinae
Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 abre-asa-de-cabeça-cinza E RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846
cabeçudo x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Corythopis delalandi (Lesson, 1830) estalador x RE 1,2 Fc
Phylloscartes eximius (Temminck, 1822) barbudinho NT NT E RE 1 Fc
Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) borboletinha-do-mato E RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Rhynchocyclinae
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Todirostrinae
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio x RE 1,2 k
Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846)
tororó x E RE 1,2 Cp
Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) miudinho E RE 1 Fc
Hemitriccus obsoletus (Miranda-Ribeiro, 1906)
catraca RE 2 Fc
Tyrannidae
Hirundineinae
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro RM 1,2 Cn, Ca, k
Elaeniinae
Euscarthmus meloryphus Wied, 1831 barulhento x RE 1 k
56
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Tyranniscus burmeisteri (Cabanis &
Heine, 1859) piolhinho-chiador RM 1 Cp
Camptostoma obsoletum (Temminck,
1824) risadinha x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) tuque-pium RM 1,2 k
Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande RM 2 k
Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de-bico-curto RM 1,2 Cp
Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) tuque x RM 1,2 Cp, Fm, Fc
Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865 chibum RM 1,2 Cn
Elaenia obscura (d'Orbigny & Lafresnaye,
1837) tucão RE 1 Lb
Suiriri suiriri (Vieillot, 1818) suiriri-cinzento RE 1 k
Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta RM 1,2 Fc
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) guaracava-de-crista-alaranjada RM 1,2 Fm
Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) marianinha-amarela RM 2 Fm
Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro RM 1 Cn
Phyllomyias virescens (Temminck, 1824) piolhinho-verdoso E RM 1 Fm, Fc
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) piolhinho RE 1 Cp, Fm, Fc
Culicivora caudacuta (Vieillot, 1818) papa-moscas-do-campo VU EN RE 1 Cn
Serpophaga nigricans (Vieillot, 1817) joão-pobre RE 1,2 Lb
Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) alegrinho x RE 1,2 k
Tyranninae
Attila phoenicurus Pelzeln, 1868 capitão-castanho RM 1 Fm
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata x RM 1,2 Cp, Fm, Fc
Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
maria-cavaleira-pequena RM 1 Cp
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859
irré x RM 1,2 k
57
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira RM 1,2 Cp, Fm, Fc
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776)
maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado RM 1,2 Cn
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi x RE 1,2 Cp, k, Pa, Lb
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro RE 1,2 k, Pa
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776)
bem-te-vi-rajado x RM 1,2 Cp, Fm, Fc
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei x RM 1,2 Cp, Fm, Fc
Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-de-penacho-vermelho x RM 1,2 Fc
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri x RM 1,2 Pa, Cn, Ca, k
Tyrannus savana Daudin, 1802 tesourinha x RM 1,2 Cn, Ca, Pa, k
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica x RM 1,2 Cp, Fm, Fc
Fluvicolinae
Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha x RM 1,2 Fm
Myiophobus fasciatus (Statius Muller,
1776) filipe RM 1,2 k
Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) príncipe RM 1 k
Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818) tesoura-do-brejo RM 2 Lb
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu x RM 1,2 Fm
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado RM 1,2 Cp, Fm, Fc
Contopus cinereus (Spix, 1825) papa-moscas-cinzento RM 1,2 Cp, Fm, Fc
Knipolegus cyanirostris (Vieillot, 1818) maria-preta-de-bico-azulado RM 1 Cp
Knipolegus lophotes Boie, 1828 maria-preta-de-penacho E RM 1,2 Cn, Ca
Knipolegus nigerrimus (Vieillot, 1818) maria-preta-de-garganta-vermelha E* RM 1 Cn
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno RM 1,2 Lb
Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) primavera x RM 1,2 Lv
Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca RM 1 Cn, Ca
58
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Xolmis dominicanus (Vieillot, 1823) noivinha-de-rabo-preto VU VU EN RE 1 Cn
Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) tesoura-cinzenta E RM 1,2 Fm
Passeri
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Vireo chivi (Vieillot, 1817) juruviara x RM 1,2 Cp, Fm, Fc
Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 verdinho-coroado x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Corvidae
Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818) gralha-azul NT E RE 1 Cp
Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) gralha-picaça x RE 1,2 Cp, Fm
Hirundinidae
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa x RM 1,2 Cn, Ca
Alopochelidon fucata (Temminck, 1822) andorinha-morena RM 1 Cn
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora RM 1,2 Fc
Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo RM 1,2 Cn, Ca
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-grande x RM 1,2 Ca, Pa
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio x RE 1,2 Fc
Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817) andorinha-de-sobre-branco RM 1,2 Cn
Hirundo rustica Linnaeus, 1758 andorinha-de-bando VN 1 Ca
Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817) andorinha-de-dorso-acanelado x VN 1,2 Cn, Ca, Lv
Troglodytidae
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra x RE 1,2 k, Ca
Cistothorus platensis (Latham, 1790) corruíra-do-campo EN RE 1 Cn
Turdidae
Turdus flavipes Vieillot, 1818 sabiá-una RM 1 Fm
59
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-branco x RE 1,2 Fc, Fm, Cp
Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira x RE 1,2 Cp, Fc, Fm, k, Lb
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca x RE 1,2 Cp, Fm, k, Cn, Ca
Turdus subalaris (Seebohm, 1887) sabiá-ferreiro E RM 1,2 Cp
Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira E RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Mimidae
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo x RE 1,2 Cn, Ca, Pa
Motacillidae
Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor RE 1,2 Cn, Ca
Anthus nattereri Sclater, 1878 caminheiro-grande VU VU EN E RE 1 Cn
Anthus hellmayri Hartert, 1909 caminheiro-de-barriga-acanelada RE 1 Cn
Passerellidae
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico x RE 1,2 Cn, Ca, Pa, k
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo RE 1,2 Cn, Ca
Arremon semitorquatus Swainson, 1838 tico-tico-do-mato E* RE 1 Fc
Parulidae
Setophaga pitiayumi (Vieillot, 1817) mariquita x RE 1,2 Cp, Fc, Fm
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) pia-cobra x RE 1,2 Lb
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula x RE 1,2 Cp, Fc, Fm
Myiothlypis leucoblephara (Vieillot, 1817) pula-pula-assobiador x RE 1,2 Cp, Fc, Fm
Icteridae
Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) japuíra x RE 1,2 Cp
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe RE 1,2 Fc
Icterus pyrrhopterus (encontro) encontro x RE 2 Cp
60
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) pássaro-preto x RE 1,2 Cn, Ca
Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819) chopim-do-brejo x RE 1,2 Ca, Lb
Agelaioides badius (Vieillot, 1819) asa-de-telha RE 1 k
Molothrus rufoaxillaris Cassin, 1866 chupim-azeviche RE 1 Ca
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande RE 1,2 Ca
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) chupim x RE 1,2 Ca, Cn, Lb, Pa
Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) polícia-inglesa-do-sul RE 1,2 Cn, Ca, Lv
Thraupidae
Thraupinae
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) saíra-viúva RE 1,2 Cp
Pipraeidea bonariensis (Gmelin, 1789) sanhaço-papa-laranja RE 1,2 Cp, k
Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823)
sanhaço-frade RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Schistochlamys ruficapillus (Vieillot, 1817) bico-de-veludo RE 1 Cn
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaço-cinzento x RE 1,2 Cp, Fm, Fc, k
Tangara preciosa (Cabanis, 1850) saíra-preciosa RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela RE 1 Cn
Diglossinae
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo-castanho x RE 1,2 Fm
Sicalis citrina Pelzeln, 1870 canário-rasteiro RE 1 Cn
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra x RE 1,2 Ca, Pa
Sicalis luteola (Sparrman, 1789) tipio x RM 1,2 Cn, Ca
Haplospiza unicolor Cabanis, 1851 cigarra-bambu E RM 1 Cp
Hemithraupinae
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto RE 1,2 Cp, Fc, Fm
61
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) saíra-ferrugem E* RE 1 Fc
Tachyphoninae
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu x RM 1,2 Ca, Pa
Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) tiê-de-topete x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Coryphospingus cucullatus (Statius Muller,
1776) tico-tico-rei RE 1,2 k, Cp
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) tiê-preto x E RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Dacninae
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha RM 1,2 Cp
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul RE 1,2 Cp, Fc, Fm
Coerebidae
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica RE 1,2 Cp, Fc
Tiaris fuliginosus (Wied, 1830) cigarra-preta RM 1 Cp, Fm
Sporophilinae
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho RM 2 Fc, Ca, k
Sporophila beltoni Repenning & Fontana, 2013
patativa-tropeira VU VU EN RM 1 Cn
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho x RM 1,2 Cn, Ca, Pa, k
Sporophila bouvreuil (Statius Muller, 1776) caboclinho RM 1 Cn, Lb
Sporophila hypoxantha Cabanis, 1851 caboclinho-de-barriga-vermelha VU VU RM 1 Lb
Sporophila melanogaster (Pelzeln, 1870) caboclinho-de-barriga-preta NT VU EN E*, E RM 1 Lb
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió VU RE 1 Cp
Embirizoidinae
Embernagra platensis (Gmelin, 1789) sabiá-do-banhado RE 1,2 Lb
Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) canário-do-campo RE 1,2 Cn, Ca
62
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Emberizoides ypiranganus Ihering &
Ihering, 1907 canário-do-brejo RE 1 Lb
Saltatorinae
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837
trinca-ferro-verdadeiro x RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Saltator maxillosus Cabanis, 1851 bico-grosso E RE 1 Fm
Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) bico-de-pimenta E RE 2 Fc, Fm, Cp
Poospizinae
Poospiza nigrorufa (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837) quem-te-vestiu RE 1 Lb
Microspingus cabanisi Bonaparte, 1850 quete-do-sul x RE 1,2 Cp
Thlypopsis sordida (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837) saí-canário RE 1,2 Cp
Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844) cabecinha-castanha E RE 1,2 Cp, Fm, Fc
Donacospiza albifrons (Vieillot, 1817) tico-tico-do-banhado RM 1 Lb
Cardinalidae
Piranga flava (Vieillot, 1822) sanhaço-de-fogo RE 1 Cn
Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-de-bando RE 1,2 Fm
Amaurospiza moesta (Hartlaub, 1853) negrinho-do-mato RE 1,2 Cp, Fc
Cyanoloxia glaucocaerulea (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
azulinho RE 1,2 Fc, Cn
Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823) azulão x RE 1,2 Fc
Fringillidae
Carduelinae
Spinus magellanicus (Vieillot, 1805) pintassilgo x RE 1,2 Cn, Ca
Euphoniinae
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim x RE 1,2 k
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo RE 1,2 Fm
63
UHE Tibagi Montante Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Euphonia chalybea (Mikan, 1825) cais-cais x NT RE 1,2 Cp
Euphonia cyanocephala (Vieillot, 1818) gaturamo-rei RE 1 Cn
Chlorophonia cyanea (Thunberg, 1822) gaturamo-bandeira RE 1,2 Fc
Estrildidae
Estrilda astrild (Linnaeus, 1758) bico-de-lacre RE 1 k, Ca
Passeridae
Passer domesticus (Linnaeus, 1758) pardal RE 1,2 Pa
64
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
5.2.3.3 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei
Diz-se de espécies ameaçadas de extinção as espécies que estão sobre perigo de
desaparecer da natureza. Vários fatores podem causar esse desaparecimento, dentre eles
pode-se citar a destruição e fragmentação de ambientes e habitats, a pressão cinegética
ou de caça para alimentar o tráfico de animais silvestres, a poluição ou mesmo a inserção
de espécies exóticas.
Dentre as 136 espécies registradas para a Áreas de Realocação da Fauna da UHE
Tibagi Montante durante a Fase de Operação, seis espécies se enquadram nas listas de
referência a nível internacional (IUCN, 2020) como “NT – quase ameaçada”. A nível
estadual (IAP, 2018), uma espécie é considerada na categoria “VU – vulnerável”.
As espécies consideradas com algum grau de ameaça para a Área de Influência
registradas durante a primeira campanha são: Pteroglossus bailloni (araçari-banana),
Piculus aurulentus (pica-pau-dourado), Clibanornis dendrocolaptoides (cisqueiro) e
Leptasthenura setaria (grimpeiro), Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho) e Euphonia
chalybea (cais-cais) todas como “quase ameaçada” a nível mundial. P. bailloni é tida como
“vulnerável” a nível estadual.
A região encontra-se bastante fragmentada, com poucos ambientes favoráveis para a
manutenção de populações dessas espécies, tendo a agricultura invadindo áreas de Área
de Preservação Permanente (APP), bem como a construção de empreendimentos podem
estar causando impacto local sobre essas e outras espécies na região. No entanto, o
registro dessas espécies mostra que apesar de todos os impactos a região ainda possui
áreas que possibilitam a manutenção das mesmas, assim como outras poderão ser
registradas e acompanhadas em campanhas futuras.
Não foram realocadas espécies de aves ameaçadas de extinção, e não se pode afirmar
que espécies de outros grupos faunísticos podem estar causando impacto sobre as
populações de aves em risco em áreas de realocação, bem como não se pode tirar
conclusões a respeito da formação do reservatório sobre o impacto direto do mesmo até o
momento, tendo em vista que algumas espécies podem não ter sido registradas no
momento da amostragem devido a inconspicuidade das mesmas durante os dias de
monitoramento, bem como a baixa abundância de indivíduos de algumas espécies, como
ocorre principalmente com rapinantes, os quais poderão ser registrados em campanhas
futuras.
65
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Em relação as espécies registradas durante a primeira campanha, Clibanornis
dendrocolaptoides (cisqueiro) foi registrado em todas as áreas de realocação, a espécie
têm habitos relacionados a presença de taquara, esse tipo de vegetação pode ser
encontrada em todos os sítios, dando condições para a manutenção da espécie.
Leptasthenura setaria (grimpeiro) foi detectado apenas nas áreas MD1 e ME durante
a primeira campanha. Esta espécie é dependente do Araucaria angustifolia (pinheiro-do-
Paraná), apesar dos ambientes serem bem fragmentados, ainda mantém área de vida para
a espécie em questão, principalmente na Área ME, onde mantém uma quantidade grande
de pinheiros próximos uns dos outros.
Piculus aurulentus (pica-pau-dourado) foi registrado apenas na Área de Realocação
MD1, a espécie tem preferência por ambientes florestais, principalmente com sub-bosque
bem conservado.
Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho) teve seu registro na área ME, a espécie é
considerada ameçada pela fragmentação e perda de habitat.
Pteroglossus bailloni (araçari-banana) foi registrado nas áreas MD1 e ME, durante o
período de busca ativa, a espécie possui registros pontuais na região, não sendo citados
em listas de referência, porém, possui registros no monitoramento de fauna terrestre da
UHE Tibagi Montante. A espécie é dependente de ambientes florestais bem estruturados,
necessitando de árvores grandes com ocos para nidificar, a fragmentação destes
ambientes na região pode ser a razão da espécie ser considerada rara.
Euphonia chalybea (cais-cais), foi registrado apenas na área MD2, durante busca
ativa, em local com presença de um lago formando um ambiente diferenciando dentro da
área amostral. Nesse mesmo ambiente foram realizados outros registros exclusivos para
essa campanha se comparado com outras áreas amostrais.
Com o desenvolvimento das próximas campanhas de monitoramento será possível
avaliar se essas espécies permaneceram na área de estudo após a instalação do
empreendimento.
5.2.3.4 Espécies endêmicas
O modo como as espécies se distribuem pode definir seu grau de endemismo. Onde
o determinante é o grau de restrição a um país ou região. Conforme apresentada na tabela
N, ao menos nove espécies com potêncial ocorrência para a região da UHE Tibagi
Montante são consideradas como endêmicas do território brasileiro, durante a primeira
66
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
campanha de monitoramento da fauna realocada, uma dessas espécies foi registrada, o
Eleoscytalapus indigoticus (macuquinho), o registro deu-se através de registro auditivo,
durante deslocamento em trilha no interior do fragmento. Essa espécie possuí hábitos de
ficar próximo ao solo, em lugares escuros e densos, sendo de difícil detecção visual.
Há ainda, alguns endemismos da Mata Atlântica ou, mais precisamente, da zona
biogeográfica conhecida por Paraná Center, o qual é um centro de endemismos citado por
Cracraft (1985) composto por aves associadas a ambientes de Floresta Ombrófila Mista. A
lista de referência apresenta ao menos 50 espécies apresentadas como possíveis para a
região, destas, 19 foram registradas na primeira campanha (38% das possíveis), são elas:
Penelope obscura (jacuaçu), Trogon surrucura (surucuá-variado), Ramphastos dicolorus
(tucano-de-bico-verde), Picumnus temminckii (picapauzinho-de-coleira), Piculus aurulentus
(pica-pau-dourado), Dysithamnus mentalis (choquinha-lisa), Batara cinerea (matracão),
Mackenziaena leachii (borralhara-assobiadora), Pyriglena leucoptera (papa-taoca-do-sul),
Drymophila malura (choquinha-carijó), Sclerurus scansor (vira-folha), Clibanornis
dendrocolaptoides (cisqueiro), Leptasthenura setaria (grimpeiro), Synallaxis cinerascens
(pi-puí), Cranioleuca obsoleta (arredio-oliváceo), Chiroxiphia caudata (tangará), Schiffornis
virescens (flautim), Poecilotriccus plumbeiceps (tororó) e Tachyphonus coronatus (tiê-
preto).
A continuidade do monitoramento comprovará a manutenção dessas espécies na
região do empreendimento, nas áreas de realocação da fauna da UHE Tibagi Montante,
bem como o registro de outras espécies que se enquadrem como endêmicas para a região.
Ressalta-se que dentre as espécies capturadas e realocadas no período de supressão e
enchimento do reservatório não houve registro de espécies endêmicas.
5.2.3.5 Espécies migratórias/sazonais
Têm-se a migração traduzida no movimento direcional em massa de um alto número de
indivíduos de uma mesma espécie ligado geralmente à mudança climática, período
reprodutivo ou escassez de alimento. Essa migração pode ser neártica, onde indivíduos se
deslocam oriundos do Hemisfério Norte para o Hemisfério Sul, ou austral onde os indivíduos
migram do Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte ou mesmo fazem deslocamento
internamente dentro do continente, visando esse direcionamento se atingir especificamente
o total deslocamento entre Hemisférios, pode-se incluir nesse movimentos regionais, locais
ou parciais (WIKIAVES, 2020).
67
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
A primeira amostragem, realizada em janeiro de 2020 contemplou ao menos 25
espécies que realizam algum movimento migratório. Petrochelidon pyrrhonota (andorinha-
de-dorso-acanelado) realiza migração neártica, enquanto que as outras espécies realizam
movimentos regionais, são elas: Lurocalis semitorquatus (tuju), Nyctidromus albicollis
(bacurau), Cypseloides senex (taperuçu-velho), Falco femoralis (falcão-de-coleira),
Pachyramphus polychopterus (caneleiro-preto), P. validus (caneleiro-de-chapéu-preto),
Elaenia mesoleuca (tuque), Legatus leucophaius (bem-te-vi-pirata), Myiarchus swainsoni
(irré), Myiodynastes maculatus (bem-te-vi-rajado), Megarynchus pitangua (neinei),
Myiozetetes similis (bentevizinho-de-penacho-vermelho), Tyrannus melancholicus (suiriri),
T. savana (tesourinha), Empidonomus varius (peitica), Colonia colonus (viuvinha),
Cnemotriccus fuscatus (guaracavuçu), Xolmis cinereus (primavera), Vireo chivi (juruviara),
Pygochelidon cyanoleuca (andorinha-pequena-de-casa), Progne chalybea (andorinha-
doméstica-grande), Sicalis luteola (tipio), Volatinia jacarina (tiziu) e Sporophila caerulescens
(coleirinho).
5.2.3.6 Esforço amostral
Foram destinados sete dias para a aplicação dos métodos utilizados no
levantamento da avifauna em cada uma das campanhas, incluindo o deslocamento da
equipe e a instalação ou remoção dos equipamentos. O esforço amostral dos métodos
sistematizados e não-sistematizados são apresentados na Tabela 5.2.3.6.1.
Tabela 5.2.3.6.1 – Esforço amostral empregado em cada uma das campanhas do monitoramento da avifauna
Método Quantidade / área
amostral
Nº de sítios
amostrais
Nº dias amostrais
por fase
Esforço
Total
Redes de neblina 9 3 2/sítio 432 horas-rede
(11,664 h.m²)
Pontos de escuta 12 3 2/sítio 12 h
Coleta de dados
não-sistematizados Full time 3 2/sítio 72 h
68
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5.2.3.7 Comparação entre as áreas de realocação
A primeira amostragem apresentou 136 táxons, as quais se distribuíram nos sítios
amostrais conforme apresentado a seguir (Tabela 5.2.3.7.1).
Tabela 5.2.3.7.1 – Distribuição das espécies registradas por área de realocação durante a primeira campanha do monitoramento da fauna realocada.
Táxon Nome Comum Área MD-1 Área ME Área MD2
Tinamiformes Tinamidae
Crypturellus obsoletus inambuguaçu x x x Crypturellus tataupa inambu-chintã x x
Anseriformes Anatidae
Dendrocygna viduata irerê x Amazonetta brasiliensis ananaí x
Galliformes Cracidae
Penelope obscura jacuguaçu x x x
Suliformes Phalacrocoracidae
Nannopterum brasilianus biguá x
Pelecaniformes Ardeidae
Butorides striata socozinho x
Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis coró-coró x x Theristicus caudatus curicaca x x x
Cathartiformes Cathartidae
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha x
Coragyps atratus urubu x x x Sarcoramphus papa urubu-rei x
Accipitriformes Accipitridae
Heterospizias meridionalis gavião-caboclo x Rupornis magnirostris gavião-carijó x x x
Gruiformes Rallidae
Aramides saracura saracura-do-mato x x Gallinula galeata galinha-d'água x
Charadriiformes Charadriidae
Vanellus chilensis quero-quero x x x
Columbiformes Columbidae
69
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Columbina talpacoti rolinha x x x Columbina squammata fogo-apagou x x Patagioenas picazuro asa-branca x x x Patagioenas cayennensis pomba-galega x x x Zenaida auriculata avoante x x x Leptotila verreauxi juriti-pupu x x x Leptotila rufaxilla juriti-de-testa-branca x x x
Cuculiformes Cuculidae
Piaya cayana alma-de-gato x x x Guira guira anu-branco x x Tapera naevia saci x x
Strigiformes Strigidae
Megascops choliba corujinha-do-mato x x Megascops
sanctaecatarinae corujinha-do-sul x x Asio flammeus mocho-dos-banhados x x
Caprimulgiformes Caprimulgidae
Lurocalis semitorquatus tuju x x Nyctidromus albicollis bacurau x x
Apodiformes Apodidae
Cypseloides senex taperuçu-velho x x x
Trochilidae
Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho x x
Trogoniformes Trogonidae
Trogon surrucura surucuá-variado x x x
Coraciiformes Alcedinidae
Chloroceryle amazona martim-pescador-verde x
Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno x
Momotidae
Baryphthengus ruficapillus juruva x x x
Piciformes Ramphastidae
Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde x x x Pteroglossus bailloni araçari-banana x x
Picidae
Picumnus temminckii picapauzinho-de-coleira x x x
Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó x x x
Piculus aurulentus pica-pau-dourado x
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Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado x x x
Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela x x x
Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca x
Falconiformes Falconidae
Caracara plancus carcará x x x Milvago chimachima carrapateiro x x x Herpetotheres cachinnans acauã x Falco sparverius quiriquiri x Falco femoralis falcão-de-coleira x x
Psittaciformes Psittacidae
Pyrrhura frontalis tiriba x
Passeriformes
Thamnophilidae
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa x x x
Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho x
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata x x x
Batara cinerea matracão x
Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora x
Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul x Drymophila malura choquinha-carijó x
Conopophagidae
Conopophaga lineata chupa-dente x Rhinocryptidae
Eleoscytalopus indigoticus macuquinho x
Formicariidae
Chamaeza campanisona tovaca-campainha x x x Scleruridae
Sclerurus scansor vira-folha x
Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde x x Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado x x x
Lepidocolaptes falcinellus arapaçu-escamoso-do-sul x x x
Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande x Furnariidae
Furnarius rufus joão-de-barro x x Lochmias nematura joão-porca x x x Clibanornis
dendrocolaptoides cisqueiro x x x Leptasthenura setaria grimpeiro x x Synallaxis ruficapilla pichororé x x x Synallaxis cinerascens pi-puí x x Cranioleuca obsoleta arredio-oliváceo x x
71
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Pipridae Chiroxiphia caudata tangará x x x
Tityridae Schiffornis virescens flautim x Pachyramphus
polychopterus caneleiro-preto x x
Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto x x x
Platyrinchidae
Platyrinchus mystaceus patinho x x x Rhynchocyclidae
Leptopogon
amaurocephalus cabeçudo x x x Corythopis delalandi estalador x x Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio x x Poecilotriccus plumbeiceps tororó x x
Tyrannidae
Euscarthmus meloryphus barulhento x Camptostoma obsoletum risadinha x x x Elaenia mesoleuca tuque x Serpophaga subcristata alegrinho x Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata x x Myiarchus swainsoni irré x x x Pitangus sulphuratus bem-te-vi x x x Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado x x x Megarynchus pitangua neinei x x x
Myiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho x x
Tyrannus melancholicus suiriri x x x Tyrannus savana tesourinha x Empidonomus varius peitica x Colonia colonus viuvinha x Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu x Xolmis cinereus primavera x x
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis pitiguari x x Hylophilus poicilotis verdinho-coroado x x Vireo chivi juruviara x x
Corvidae
Cyanocorax chrysops gralha-picaça x x x Hirundinidae
Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa x
Progne chalybea andorinha-grande x Tachycineta albiventer andorinha-do-rio x x
Petrochelidon pyrrhonota andorinha-de-dorso-acanelado x
Troglodytidae
Troglodytes musculus corruíra x x x
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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Turdidae Turdus leucomelas sabiá-branco x x x Turdus rufiventris sabiá-laranjeira x x x Turdus amaurochalinus sabiá-poca x x x
Mimidae Mimus saturninus sabiá-do-campo x
Passerellidae Zonotrichia capensis tico-tico x x x
Parulidae Setophaga pitiayumi mariquita x Geothlypis aequinoctialis pia-cobra x Basileuterus culicivorus pula-pula x x x Myiothlypis leucoblephara pula-pula-assobiador x x x
Icteridae
Cacicus haemorrhous guaxe x x Icterus pyrrhopterus encontro x x Gnorimopsar chopi pássaro-preto x x Pseudoleistes guirahuro chopim-do-brejo x Molothrus bonariensis chupim x x x
Thraupidae
Tangara sayaca sanhaço-cinzento x x x
Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho x
Sicalis flaveola canário-da-terra x x Sicalis luteola tipio x Volatinia jacarina tiziu x x x Trichothraupis melanops tiê-de-topete x x x Tachyphonus coronatus tiê-preto x x x
Sporophila caerulescens coleirinho x x x Saltator similis trinca-ferro x Microspingus cabanisi quete-do-sul x
Cardinalidae
Cyanoloxia brissonii azulão x x
Fringillidae Leach, 1820
Spinus magellanicus pintassilgo x x
Euphonia chlorotica fim-fim x
Euphonia chalybea cais-cais x
Os resultados por área de realocação serão discutidos de forma individualizada a
seguir.
• Área de Realocação Margem Direita 1
A área de realocação margem direita um apresentou 84 espécies registradas por
meio de todos os métodos aplicados no local (busca ativa e por meio de contagens em
73
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
pontos fixos) (Tabela 5.2.3.7.1). O valor representa 62% do total registrado para a atual
campanha.
Sete espécies foram exclusivas dessa área amostral durante a campanha, sendo
elas: Nannopterum brasilianus (biguá), Colaptes melanochloros (pica-pau-verde-barrado),
Falco sparverius (quiriquiri), Thamnophilus ruficapillus (choca-de-chapéu-vermelho),
Pyriglena leucoptera (papa-taoca-do-sul), Serpophaga subcristata (alegrinho) e Sicalis
luteola (tipio).
Destaca-se a ocorrência de T. ruficapillus e P. leucoptera, ambas espécies são
características de ambientes com sub-bosque estruturado, onde forrageiam próximo ao
chão.
F. sparverius e S. luteola são mais frequentemente registrados em borda de floresta,
ou em lugares com presença de vegetação de campo.
• Área de Realocação Margem Esquerda
A área de realocação margem esquerda revelou a presença de 108 espécies de aves
durante a execução da presente campanha, o valor representa 79% do total de espécies
registradas, a área foi a mais diversa durante a campanha.
O grande número de registros deve-se ao mosaico de ambientes na Área, tendo
fragmento florestal contínuo, cortado por estrada rural, ambientes com presença de água
(rio Tibagi, riacho e brejo), monocultura de espécies exóticas, pátio de manobras de
caminhões e taquaral. Formando vários microambientes que são favoráveis para diversas
espécies de aves.
18 espécies foram exclusivas da área, são elas: Amazonetta brasiliensis (ananaí),
Sarcoramphus papa (urubu-rei), Chloroceryle amazona (martim-pescador-verde),
Dryocopus lineatus (pica-pau-de-banda-branca), Herpetotheres cachinnans (acauã),
Pyrrhura frontalis (tiriba), Batara cinerea (matracão), Mackenziaena leachii (borralhara-
assobiadora), Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho), Euscarthmus meloryphus
(barulhento), Tyrannus savana (tesourinha), Empidonomus varius (peitica), Petrochelidon
pyrrhonota (andorinha-do-dorso-acanelado), Mimus saturninus (sabiá-do-campo),
Pseudoleistes guirahuro (chopim-do-brejo), Conirostrum speciosum (figuinha-do-rabo-
castanho), Saltator similis (trinca-ferro) e Euphonia chlorotica (fim-fim).
74
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Dentre estes, merece destaque a ocorrência de S. papa e H. cachinnans, ambas
consumidoras de carne, a primeira se alimenta de carcaças, desempenhando papel
saneador no ambiente e a segunda é uma espécie voraz, caçando principalmente lagartos,
morcegos e serpentes, demonstrando que a presença da mesma na área certamente está
relacionada com a ocorrência de espécies presa.
Outras espécies que merecem destaque são os habitantes de sub-bosque, B.
cinerea, M. leachii, E. indigoticus e E. meloryphus, todas têm preferência por ambientes
densos. As duas últimas apesar de constarem em listas de referência para a região ainda
não foram registradas no monitoramento das áreas de influência direta na UHE Tibagi
Montante.
• Área de Realocação Margem Direita 2
Nesta área de Realocação houve o registro de 90 espécies de aves durante a
primeira campanha, esse valor corresponde a 66% do total registrado para o período de
amostragem.
A área contou com o registro de 20 espécies exclusivas, sendo elas: Dendrocygna
viduata (irerê), Butorides striata (socozinho), Cathartes aura (urubu-de-cabeça-vermelha),
Heterospizias meridionalis (gavião-caboclo), Gallinula galeata (galinha-d’água),
Chloroceryle americana (martim-pescador-pequeno), Drymophila malura (choquinha-
carijó), Conopophaga lineata (chupa-dente), Sclerurus scansor (vira-folha), Dendrocolaptes
platyrostris (arapaçu-grande), Schiffornis virescens (flautim), Elaenia mesoleuca (tuque),
Colonia colonus (viuvinha), Cnemotriccus fuscatus (guaracavuçu), Pygochelidon
cyanoleuca (andorinha-pequena-de-casa), Progne chalybea (andorinha-doméstica-
grande), Setophaga pitiayumi (mariquita), Geothlypis aequinoctialis (pia-cobra),
Microspingus cabanisi (quete-do-sul) e Euphonia chalybea (cais-cais).
Os destaques para a área ficaram por conta de espécies que estavam ocupando um
pequeno lago (Figura 5.2.3.7.1), como G. galeata, B. striata e C. americana (Figura
5.2.3.7.2), as demais áreas não possuem ambientes parecidos com o observado.
75
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.3.7.1 – Ambiente com presença de água na AR MD-2
Figura 5.2.3.7.2 – Chloroceryle americana (martim-pescador-pequeno) na AR MD-2
5.2.3.8 Similaridade entre as áreas
Para a análise de similaridade entre as áreas de Realocação foram considerados os
dados de presença e ausência das espécies, somando os resultados do método de
contagem em pontos de escuta, aplicado nas áreas inventariadas. Esta análise de
similaridade (Bray-Curtis) gerou um dendrograma (Figura 5.2.3.8.1) que ilustra quais áreas
de realocação apresentaram composição avifaunística mais semelhante. As áreas com
resultados mais similares são agrupados com valores mais próximo de 1.0, enquanto que
as áreas com menor afinidade avifaunística apresentam resultados mais próximos de zero.
Tendo como base os dados coletados na primeira campanha do Programa de
Monitoramento da Fauna Realocada, é possível observar que a uma maior similaridade
entre as áreas AR MD-1 e AR ME, com 59% de semelhança. Ambos os ambientes
apresentam características similares, com vegetação densa, principalmente com taquaras
no sub-bosque, além de longas bordas florestais o que favorece ambientes com
caracteríticas parecidas para a comunidade de aves.
De modo geral, a similaridade da comunidade de aves entre as áreas ficou parecida,
o que pode ser justificado pela proximidade entre as áreas, baixa sazonalidade de
campanhas até o presente momento (apenas uma), que poderá ser modificada ao longo do
tempo, com a chegada de outras espécies para as áreas, bem como a visita a novos
microambientes ou devido a conspicuídade das mesmas nos períodos de amostragem.
76
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.3.8.1 – Dendrograma ilustrativo da similaridade Bray-Curtis entre as áreas de realocação com base nos dados coletados na primeira campanha de monitoramento da fauna realocada. Legenda: AR - Área de Realocação; MD – Margem Direita; ME – Margem Esquerda
Abaixo são apresentados os índices de similaridade (Tabela 5.2.3.8.1) obtidos entre
as áreas de realocação.
Tabela 5.2.3.8.1 – Índices de similaridade entre as Áreas de Realocação durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada, conforme análise de Cluster (Bray-Curtis)
AR MD-01 AR ME AR MD-2
AR MD-1 1 0,595745 0,57284
AR ME 0,595745 1 0,541752
AR MD-2 0,57284 0,541752 1
5.2.3.9 Anilhamento
Durante a execução da primeira campanha, foram definidos os locais onde será
desenvolvido os anilhamentos de aves capturadas com redes-de-neblina. Na presente
campanha foram capturados nove espécimes de aves (duas na área MD1, uma na área
ME e seis na MD2), todos marcados com anilhas metálicas padrão CEMAVE.
A MD1 contou com a captura de um indivíduo macho jovem de Chiroxiphia caudata
(tangará) e de um Baryphthengus ruficapillus (juruva). A ME teve a captura de um exemplar
77
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
de Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira). A MD2 foi a mais rica e diversa na presente
campanha, contando com três capturas de B. ruficapillus (juruva), e Myiothlypis
leucoblephara (pula-pula-assobiador), Turdus leucomelas (sabiá-branco) e Dysithamnus
mentalis (choquinha-lisa) tiveram uma captura cada.
A Tabela 5.2.3.9.1 apresenta os dados do anilhamento durante a primeira campanha
do monitoramento da fauna realocada.
Tabela 5.2.3.9.1 – Número de indivíduos amostrados e taxa de captura das espécies capturadas durante a décima primeira etapa do anilhamento realizado na área de influência da UHE Tibagi Montante
Espécie Total de capturas Taxa de captura
Baryphthengus ruficapilla 4 0,925
Chiroxiphia caudata 1 0,231
Turdus rufiventris 1 0,231
Dysithamnus mentalis 1 0,231
Myiothlypis leucoblephara 1 0,231
Turdus leucomelas 1 0,231 Nota: A taxa de captura total equivale ao número de capturas para cada 100 horas-rede (número de capturas*100 /
esforço de 432 horas-rede).
As próximas campanhas poderão revelar recapturas desses especimes,
colaborando com informações sobre o uso do ambiente, bem como a longevidade das
mesmas nas áreas monitoradas.
As Figuras 5.2.3.9.1 a 5.2.3.9.9 ilustram algumas espécies capturadas durante a
execução da 1ª campanha de monitoramento da fauna realocada da UHE Tibagi Montante.
Figura 5.2.3.9.1 – Chiroxiphia caudata (tangará) macho jovem capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD1.
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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.3.9.2 – Baryphthengus ruficapillus (juruva) capturado durante primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD1.
Figura 5.2.3.9.3 – Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na ME.
79
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.3.9.4 – Myiothlypis leucoblephara (pula-pula-assobiador) capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD2.
Figura 5.2.3.9.5 – Turdus leucomelas (sabiá-branco) capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD2.
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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.3.9.6 – Dysithamnus mentalis (choquinha-lisa) macho capturado durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada na MD2.
Espécimes marcados e realocados durante o resgate de fauna na área do
reservatório da UHE Tibagi Montante não foram detectados na presente campanha.
5.2.3.10 Índice Pontual de Abundância (IPA)
Por meio do censo por pontos fixos, no somatório das três áreas de realocação,
foram detectadas 97 espécies de aves, com IPA variando entre 2,277 (n = 82 indivíduos) e
0,027 (n = 1 indivíduo), tendo uma média de aproximadamente 0,161 (n = 5,8 indivíduos).
27 espécies tiveram IPA igual ou superior a média, enquanto que 70 espécies tiveram IPA
menor que a média (Figura 5.2.3.10.1).
Figura 5.2.3.10.1 - Valores gerais de Índice Pontual de Abundância (IPA) registrados durante a décima primeira campanha.
0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1,8
2,1
2,4
1 4 7 101316192225283134374043464952555861646770737679828588919497
IPA
Índice Pontual de Abundância - Campanha 1
Espécies Média
81
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
As espécies mais frequentes detectadas nessa metodologia foram Patagioenas
picazuro (IPA = 2,277), Vanellus chilensis (IPA = 1,388), Leptotila verreauxi (IPA = 0,972),
Cyanocorax chrysops (IPA = 0,75 cada) e Myiothlypis leucoblephara (IPA = 0,7). Em relação
ao IPA mínimo (0,027), foram registradas 31 espécies, tendo cada uma um contato. Os
resultados destas e de todas as demais espécies registradas por meio deste método
durante a execução da campanha podem ser visualizados na tabela 5.2.3.10.1, juntamente
com os resultados observados por sítio amostral.
82
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Tabela 5.2.3.10.1 – Índice Pontual de Abundância (IPA) das espécies amostradas pelo método de contagens em pontos de escuta durante a primeira campanha do monitoramento da avifauna nas áreas de realocação em cada um das três áreas amostrais. Apresenta os valores de abundância total para os 12 pontos de contagem e o total geral para a espécie na campanha realizada.
Espécie Nome Comum MD-1 IPA MD-1 ME IPA ME MD-2 IPA - MD2 SOMA - IPA IPA - Geral
Aramides saracura saracura-do-mato 7 0,583 2 0,166 9 0,25
Baryphthengus ruficapillus juruva 3 0,25 3 0,083
Basileuterus culicivorus pula-pula 10 0,833 10 0,833 6 0,5 26 0,722
Batara cinerea matracão 1 0,083 1 0,027
Cacicus haemorrhous guaxe 7 0,583 7 0,194
Camptostoma obsoletum risadinha 1 0,083 2 0,166 3 0,083
Caracara plancus carcará 1 0,083 1 0,027
Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela 1 0,083 1 0,083 1 0,083 3 0,083
Chamaeza campanisona tovaca-campainha 4 0,333 4 0,333 1 0,083 9 0,25
Chiroxiphia caudata tangará 4 0,333 4 0,333 8 0,222
Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho 2 0,166 2 0,055
Clibanornis dendrocolaptoides cisqueiro 3 0,25 3 0,083
Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu 1 0,083 1 0,027
Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado 1 0,083 3 0,25 4 0,111
Colonia colonus viuvinha 2 0,166 2 0,055
Columbina talpacoti rolinha 2 0,166 2 0,166 4 0,111
Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho 3 0,25 3 0,083
Coragyps atratus urubu 1 0,083 1 0,027
Corythopis delalandi estalador 1 0,083 3 0,25 4 0,111
Crypturellus obsoletus inambuguaçu 4 0,333 3 0,25 7 0,194
Crypturellus tataupa inambu-chintã 1 0,083 1 0,027
Cyanocorax chrysops gralha-picaça 8 0,666 15 1,25 4 0,333 27 0,75
Cyanoloxia brissonii azulão 1 0,083 1 0,027
Cyclarhis gujanensis pitiguari 1 0,083 2 0,166 3 0,083
Cypseloides senex taperuçu-velho 1 0,083 1 0,027
83
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Espécie Nome Comum MD-1 IPA MD-1 ME IPA ME MD-2 IPA - MD2 SOMA - IPA IPA - Geral
Drymophila malura choquinha-carijó 6 0,5 6 0,166
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa 1 0,083 3 0,25 5 0,416 9 0,25
Elaenia mesoleuca tuque 1 0,083 1 0,027
Eleoscytalopus indigoticus macuquinho 1 0,083 1 0,027
Empidonomus varius peitica 1 0,083 1 0,027
Euscarthmus meloryphus barulhento 2 0,166 2 0,055
Falco femoralis falcão-de-coleira 1 0,083 1 0,027
Furnarius rufus joão-de-barro 4 0,333 4 0,111
Geothlypis aequinoctialis pia-cobra 1 0,083 1 0,027
Gnorimopsar chopi pássaro-preto 2 0,166 2 0,055
Hylophilus poicilotis verdinho-coroado 2 0,166 1 0,083 3 0,083
Icterus pyrrhopterus encontro 1 0,083 1 0,027
Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata 1 0,083 1 0,027
Lepidocolaptes falcinellus arapaçu-escamoso-do-sul 1 0,083 1 0,083 2 0,055
Leptasthenura setaria grimpeiro 2 0,166 2 0,055
Leptopogon amaurocephalus cabeçudo 1 0,083 2 0,166 1 0,083 4 0,111
Leptotila rufaxilla juriti-de-testa-branca 1 0,083 1 0,027
Leptotila verreauxi juriti-pupu 18 1,5 12 1 5 0,416 35 0,972
Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora 2 0,166 2 0,055
Megarynchus pitangua neinei 1 0,083 3 0,25 3 0,25 7 0,194
Mesembrinibis cayennensis coró-coró 1 0,083 1 0,027
Microspingus cabanisi quete-do-sul 2 0,166 2 0,055
Molothrus bonariensis chupim 3 0,25 3 0,083
Myiarchus swainsoni irré 2 0,166 2 0,055
Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado 4 0,333 4 0,111
Myiothlypis leucoblephara pula-pula-assobiador 10 0,833 5 0,416 15 0,416
Myiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho 1 0,083 1 0,083 2 0,055
84
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Espécie Nome Comum MD-1 IPA MD-1 ME IPA ME MD-2 IPA - MD2 SOMA - IPA IPA - Geral
Pachyramphus polychopterus caneleiro-preto 3 0,25 1 0,083 4 0,111
Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto 3 0,25 3 0,083
Patagioenas cayennensis pomba-galega 3 0,25 3 0,083
Patagioenas picazuro asa-branca 22 1,833 31 2,583 29 2,416 82 2,277
Penelope obscura jacuguaçu 1 0,083 1 0,027
Piaya cayana alma-de-gato 1 0,083 1 0,027
Piculus aurulentus pica-pau-dourado 1 0,083 1 0,027
Picumnus temminckii picapauzinho-de-coleira 2 0,166 1 0,083 3 0,083
Pitangus sulphuratus bem-te-vi 1 0,083 10 0,833 1 0,083 12 0,333
Platyrinchus mystaceus patinho 1 0,083 1 0,027
Poecilotriccus plumbeiceps tororó 5 0,416 1 0,083 6 0,166
Progne chalybea andorinha-grande 4 0,333 4 0,111
Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul 1 0,083 1 0,027
Pyrrhura frontalis tiriba 2 0,166 2 0,055
Rupornis magnirostris gavião-carijó 1 0,083 1 0,083 2 0,166 4 0,111
Saltator similis trinca-ferro 1 0,083 1 0,027
Schiffornis virescens flautim 1 0,083 1 0,027
Serpophaga subcristata alegrinho 1 0,083 1 0,027
Setophaga pitiayumi mariquita 1 0,083 1 0,027
Sicalis flaveola canário-da-terra 1 0,083 2 0,166 3 0,083
Sicalis luteola tipio 1 0,083 1 0,027
Spinus magellanicus pintassilgo 1 0,083 1 0,027
Sporophila caerulescens coleirinho 2 0,166 6 0,5 2 0,166 10 0,277
Synallaxis cinerascens pi-puí 1 0,083 1 0,083 2 0,055
Synallaxis ruficapilla pichororé 3 0,25 2 0,166 2 0,166 7 0,194
Tachycineta albiventer andorinha-do-rio 3 0,25 3 0,083
Tachyphonus coronatus tiê-preto 1 0,083 1 0,083 2 0,055
85
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Espécie Nome Comum MD-1 IPA MD-1 ME IPA ME MD-2 IPA - MD2 SOMA - IPA IPA - Geral
Tapera naevia saci 1 0,083 1 0,027
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata 2 0,166 3 0,25 3 0,25 8 0,222
Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho 1 0,083 1 0,027
Theristicus caudatus curicaca 12 1 1 0,083 1 0,083 14 0,388
Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio 2 0,166 2 0,055
Trichothraupis melanops tiê-de-topete 1 0,083 2 0,166 1 0,083 4 0,111
Troglodytes musculus corruíra 2 0,166 2 0,166 2 0,166 6 0,166
Trogon surrucura surucuá-variado 6 0,5 3 0,25 2 0,166 11 0,305
Turdus amaurochalinus sabiá-poca 7 0,583 1 0,083 8 0,222
Turdus leucomelas sabiá-branco 1 0,083 3 0,25 4 0,111
Turdus rufiventris sabiá-laranjeira 1 0,083 1 0,027
Tyrannus melancholicus suiriri 2 0,166 6 0,5 4 0,333 12 0,333
Vanellus chilensis quero-quero 17 1,416 4 0,333 29 2,416 50 1,388
Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó 1 0,083 3 0,25 4 0,333 8 0,222
Volatinia jacarina tiziu 1 0,083 8 0,666 9 0,25
Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado 2 0,166 1 0,083 3 0,083
Zenaida auriculata avoante 1 0,083 1 0,027
Zonotrichia capensis tico-tico 4 0,333 6 0,5 1 0,083 11 0,305
86
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Na Área de Realocação Margem Direita 1 foram detectadas 48 espécies
durante a amostragem, com IPA variando entre 1,833 e 0,083 (n = 22 e n = 1 contatos,
respectivamente). A média ficou em 0,27 (n = 3,3 contatos por espécie) (Figura
5.2.3.10.2).
Figura 5.2.3.10.2 – Índice Pontual de Abundância registrado na área MD-1 durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.
Na Área De Realocação Margem Esquerda foram detectadas 61 espécies de
aves durante a amostragem, com IPA variando entre 2,583 e 0,083 (n = 31 e n = 1
contatos respectivamente). A média ficou em 0,315 (n = 3,8 contatos por espécie)
(Figura 5.2.3.10.3).
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
IPA
Índice Pontual de Abundância - MD1
Espécies Média
87
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.3.10.3 – Índice Pontual de Abundância registrado na área ME durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.
Na Área de Realocação Margem Direita 2 foram detectadas 54 espécies de
aves durante a amostragem, com IPA variando entre 2,416 e 0,2 (n = 29 e n = 1
contatos respectivamente). A média ficou em 0,272 (n = 3,3 contatos por espécie)
(Figura 5.2.3.10.4).
Figura 5.2.3.10.4 – Índice Pontual de Abundância registrado na área MD-2 durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada.
0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1,8
2,1
2,4
2,7
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61
IPA
Índice Pontual de Abundância - ME
Espécies Média
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425262728293031323334
IPA
Índice Pontual de Abundância - Sítio 3
Espécies Média
88
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Conforme observado nas Figuras 5.2.3.10.1 a 5.2.3.10.4, tanto para a
compilação quanto para cada sítio amostral o padrão se manteve, com poucas
espécies com IPA igual ou maior que a média, enquanto que a maioria das espécies
foram pouco frequentes. Esse padrão é encontrado na maioria dos inventários que
utilizam essa metodologia.
As Figuras 4.2.3.10.4 a 5.2.3.10.9 apresentam algumas aves registradas em
campo durante a aplicação do método de contagens em pontos fixos na primeira
campanha de monitoramento da fauna realocada.
Figura 5.2.3.10.4 – Cyanocorax chrysops (gralha-picaça)
Figura 5.2.3.10.5 – Aramides saracura (saracura-do-mato)
89
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.3.10.6 – Piaya cayana (alma-de-gato)
Figura 5.2.3.10.7 – Theristicus caudatus (curicaca)
Figura 5.2.3.10.8 – Colonia colonus (viuvinha)
90
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.2.3.10.9 – Fêmea de Trogon surrucura (surucuá-variado)
5.2.3.11 Índice de diversidade
Durante a primeira campanha de monitoramento da fauna realocada, com base
nas informações coletadas nos pontos fixos e busca ativa, pôde-se verificar a
diversidade com base no Índice de Shannon-Wiener. Para tal optou-se em considerar
o número de registros em listas por Área Amostral e no caso de registros ao acaso,
considerou-se a presença do indivíduo na mesma (N = 1). Os maiores valores
registrados foram para a Área de Realocação Margem Esquerda (4,154
nats.indivíduo), seguido da Área de Realocação Margem Direita 2 (3,857
nats.indivíduo) e da Área de Realocação Margem Direita 1 (3,77 nats. indivíduo)
(Tabela 5.2.3.11.1). Se analisados o montante de dados das três áreas amostrais,
têm-se um total de 4,208 nats.indivíduo.
Estes resultados (Tabela 5.2.3.11.1) indicam que diferentes combinações de
riqueza e abundância de espécies entre as áreas podem gerar valores parecidos de
H’, mesmo com ambientes diferenciados. Isto pode indicar que as diversidades não
são comparáveis. Com efeito, há uma série de críticas com relação ao uso deste
índice para comparar comunidades (MELO, 2008; MAGURRAN, 2011).
Tabela 5.2.3.11.1 – Índices de diversidade obtidos ao longo do monitoramento da avifauna nas Àreas de Realocação da UHE Tibagi Montante
AR MD-1 AR ME AR MD-2 Geral
Espécies 84 108 90 136
Indivíduos 192 278 213 683
Shannon-Wiener (H’) 3,77 4,154 3,857 4,293
91
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
5.2.3.12 Espécimes coletados
Nenhum indivíduo foi coletado durante a execução da primeira campanha do
monitoramento da avifauna realocada da UHE Tibagi Montante.
5.2.3.13 Dados reprodutivos
Nenhum indivíduo capturado durante a primeira campanha apresentava placa
de incubação, no entanto, dois indivíduos são considerados jovens, e dois foram
considerados como quase adultos, provavelmente da atual estação reprodutiva,
apresentando comissura labial, formação craniana e coloração de indivíduos jovens.
Durante a aplicação das metodologias foi possível observar indivíduos jovens,
acompanhando adultos em busca de alimento, comprovando o fato da estação
reprodutiva na região estar contida entre os meses de outubro e fevereiro.
5.2.4 Considerações Finais
A primeira campanha de monitoramento da fauna realocada, realizada em
fevereiro de 2020 revelou a ocorrência de 136 espécies se compilado a riqueza
presente nas três áreas. O período revela o final do período reprodutivo, comprovado
com a captura e observação de aves jovens e filhotes.
O montante registrado representa 37% do total de aves esperadas para a
região, com base em inventários na região e monitoramento da fauna na área de
influência do rio Tibagi. O valor pode ser considerado satisfatório, tendo em vista
apenas uma campanha foi executada até o presente momento. Espécies raras,
inconspícuas e migratórias poderão ser registradas em campanhas futuras, fazendo
com que se tenha resultados confiáveis da comunidade em geral, bem como a
variação da abundância nas populações.
Não foram observados indivíduos provenientes das áreas suprimidas e
alagadas, que foram realocadas para as áreas onde foram feitos os estudos ao longo
do período de amostragem. A distribuição das espécies e espécimes em diferentes
ambientes, bem como a inconspicuídade dos mesmos durante o período de
permanência do observador podem ser fatores que dificultam a observação direta de
indivíduos marcados e realocados, no entanto campanhas futuras poderão colaborar
para a recaptura e observação desses indivíduos.
92
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Seis espécies registradas durante a primeira campanha enquadram-se em
algum grau de ameaça são: Pteroglossus bailloni (araçari-banana), Piculus aurulentus
(pica-pau-dourado), Clibanornis dendrocolaptoides (cisqueiro) e Leptasthenura
setaria (grimpeiro), Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho) e Euphonia chalybea
(cais-cais) todas como “quase ameaçada” a nível mundial. P. bailloni é tida como
“vulnerável” a nível estadual.
Ao menos 25 espécies fazem algum tipo de movimento migratório, estudos a
longo prazo colaboram para a compreensão de rotas de migração, bem como os
períodos de preferência para ocupação dos ambientes, como a chegada e retorno
para seus lugares de destino.
O trabalho de anilhamento da 1ª campanha resultou em um total de 9 aves
capturadas, pertencentes a 6 espécies. Campanhas futuras poderão revelar a
manutenção da ocupação das áreas pelos espécimes marcados, bem como a
longevidade dos mesmos.
As contagens em pontos fixos revelaram um número bastante elevado de aves
detectadas pelo método nos sítios amostrais inventariados. Foram registradas 564
aves de 97 espécies na 1ª campanha. Flutuações de riqueza e abundância em
campanhas futuras colaborarão para entendimento de como as espécies se
distribuem nas áreas ao longo do tempo.
O índice de diversidade obtido com os dados da campanha (H’=4,208), tal
índice poderá ser comparado com dados de campanhas futuras, para avaliar dados
de riqueza e abundância ao longo de outros períodos.
Devido ao grande tamanho das áreas amostrais, a manutenção das
metodologias qualitativas e quantitativas nos ambientes e trilhas utilizadas na
presente campanha permitirão tirar conclusões a longo prazo sobre flutuações na
comunidade e populações de aves, bem como a busca ativa em ambientes
especifícos poderão favorecer o registro de indivíduos marcados ao longo do
monitoramento e provenientes da soltura dos indivíduos resgatados nas áreas que
sofreram supressão e enchimento para formação do reservatório da UHE Tibagi
Montante.
93
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
5.3 MASTOFAUNA
5.3.1 Introdução
Estudos desenvolvidos durante as fases de Pré-construção, construção e
operação (EIA-UHE Tibagi Montante, Programa de Monitoramento de Fauna Terrestre
e Programa de Resgate de Fauna) na área de influência do reservatório de UHE Tibagi
Montante indicam a possibilidade de 138 espécies de mamíferos.
O Programa de Monitoramento de Fauna Terrestre em execução na área de
influência do reservatório da UHE Tibagi Montante registrou ao longo de suas 11
campanhas 42 espécies de mamíferos.
Durante a execução do Programa de Resgate da Fauna da UHE Tibagi Montante
foi resgatado um total de 1.053 indivíduos, considerando as fases de resgate na
supressão da vegetação para implantação do canteiro de obras (n=13), a supressão
da vegetação na área do reservatório (n=156) e no enchimento do reservatório
(n=884).
Durante o Programa de Resgate de Fauna foram resgatados 414 indivíduos de
19 espécies de mamíferos, representando 39,31% do total de espécimes capturadas
(n=1053). Do total de mamíferos resgatados, os roedores com 343 indivíduos,
contemplando ao menos 10 espécies, representaram 88,26%, seguido pelos
marsupiais com 49 espécimes de seis espécies distintas, representaram 11,83% do
total de espécies.
Do total de mamíferos resgatados (n=414), 10 indivíduos foram marcados e
realocados nas áreas de Soltura selecionadas, dos quais 5 na Área de Soltura – ME,
2 na Área de Soltura MD-1 e 3 na Área de Soltura MD-2.
5.3.2 Métodos
O monitoramento da mastofauna realocada da área de influência da UHE Tibagi
Montante foi realizado por diferentes métodos de amostragem, os quais são
direcionados a grupos específicos de mamíferos. As amostragens da mastofauna
foram realizadas no período de 31 de janeiro a 06 de fevereiro de 2020, nas 3 Áreas
de Realocação da fauna, duas na margem direita e uma na margem esquerda. A
94
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
aplicação de diferentes protocolos de amostragem justifica-se pela grande variedade
comportamental, morfológica, biológica e ecológica dos mamíferos.
5.3.2.1 Amostragem de Campo
Busca ativa: consistiu em deslocamentos lentos a pé nas áreas se realocação
durante os períodos diurno e noturno com a procura visual dos animais e/ou seus
vestígios (pegadas, fezes, carcaças, etc.) em seus ambientes naturais. Em cada área
foi despendida 8 horas de busca, distribuídas entre os períodos diurno e noturno,
totalizando 48 horas de amostragem somadas as quatro áreas (Figura 5.3.2.1.1).
Figura 5.3.2.1.1 - Busca ativa no período noturno no Área de Realocação MD2 durante a primeira campanha do Programa de Monitoramento de Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
Documentação com armadilhas fotográficas: em cada área de realocação
foram instaladas duas armadilhas fotográficas por 2 noites (3 dias) consecutivas,
preferencialmente em trilhas utilizadas pelos animais para o registro da sua
ocorrência, totalizando 4 armadilhas/dia por campanha para cada área (Figura
5.3.2.1.2).
95
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.3.2.1.2 - Armadilha fotográfica instalada para a amostragem da mastofauna de médio e grande porte durante na Área de Realocação MD1 (22J 563850.93E 7280747.42S) a primeira campanha do Monitoramento da Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante.
Registros ocasionais: corresponde ao registro de espécies por meio da procura
visual dos animais e/ou seus vestígios (pegadas, fezes, carcaças, etc.) fora das áreas
de realocação, assim como de animais encontrados vivos e/ou mortos em estradas
da região durante os deslocamentos com veículo automotor até as áreas de
realocação (Figura 5.3.2.1.3).
96
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.3.2.1.3 - Registro de vestígios (pegadas) de Hydrochoerus hydrochaeris em ambiente de Floresta Ombrófila Mista, na Área de Realocação MD2 (22J 559191.43E 7281350.89S), obtido durante a amostragem da mastofauna realocada de médio e grande porte na UHE Tibagi Montante.
Captura com armadilhas de captura-viva: foram instaladas 40 armadilhas em
cada área de realocação, sendo 20 do modelo Sherman e 20 armadilhas modelo
Tomahawk. Foi utilizado o sistema de disposição espacial das armadilhas em grades
de 60 x 45 m, contendo 20 estações de coleta, distante uma da outra por 15 metros.
Cada estação recebeu duas armadilhas: uma no solo e a outra amarrada em árvore a
1 metro de altura. Como isca foi utilizado um preparado composto por sardinha,
banana, paçoca de amendoim e fubá. As permaneceram em cada área amostral por
dois dias consecutivos e revisadas diariamente (Figura 5.3.2.1.4).
Figura 5.3.2.1.4 - Armadilhas do tipo Sherman® e Tomahawk® utilizadas para a captura de pequenos mamíferos não voadores durante a primeira campanha do Programa de Monitoramento de Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
Captura com armadilhas de interceptação e queda (Reis, 2011): em cada uma
das três áreas de realocação foram instaladas duas armadilhas, distanciadas entre si
por aproximadamente duzentos metros (Tabela 5.3.2.1.11). Cada armadilha foi
composta por quatro baldes plásticos de 60 litros enterrados no solo deixando-se suas
bocas expostas, distantes linearmente um do outro por 10 metros e conectados entre
si por uma cerca-guia de lona plástica de 50 centímetros de altura, estendida
97
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
perpendicularmente ao solo de forma a guiar os animais para o receptáculo, onde
caiam e ali permaneciam reclusos (Figura 5.3.2.1.5). Todos os baldes tinham
pequenas perfurações no fundo a fim de se evitar o acúmulo de água da chuva e um
pequeno abrigo de isopor foi colocado em seu interior para salvaguardar os espécimes
ali reclusos (no caso, pequenos mamíferos) de hipotermia em períodos de menor
temperatura. Estas armadilhas permaneceram ativas por seis noites (sete dias)
consecutivas, sendo vistoriadas diariamente durante a campanha, e ao final da
mesma todos os baldes foram fechados com suas respectivas tampas. O esforço de
captura ao final do período de amostragem desta campanha totalizou 168 baldes.dia
somadas as três áreas.
Tabela 5.3.2.1.1 – Localização das armadilhas de interceptação e queda nas áreas amostrais na região da UHE Tibagi Montante
Área Linha Coordenadas geográficas (UTM – 22 J)
E S
AR-MD1 L1 563862 7280310
L2 563857 7280268
AR-MD2 L1 559140 7280349
L2 559099 7280193
AR-ME L1 558275 7280434
L2 558745 7280167
98
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.3.2.1.5 - Armadilha de interceptação e queda sendo instalada na Área de Realocação MD1 (22J 563862 E 7280310 S) durante a primeira campanha do Programa de Monitoramento de Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
5.3.2.2 Análise de dados
A detecção de espécies endêmicas e/ou raras foi realizada por meio de
consultas à literatura científica relacionada à distribuição geográfica dos táxons
registrados (Paglia et al, 2012, Persson & Lorini, 1990ab; Cherem & Perez,
1996; Cheida et al, 2005). A identificação de espécies ameaçadas e de interesse
conservacionista foi efetuada mediante consultas à lista mamíferos ameaçados de
extinção no estado do Paraná (IAP, 2010), à lista da fauna brasileira ameaçada de
extinção, de acordo com a Portaria Nº 444 de 17 de dezembro de 2014 (MMA, 2014),
à lista da International Union for the Conservation of Nature – The IUCN Red List of
Threatened Species (IUCN, 2019) e os apêndices da Convention on International
Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES, 2019), sendo estas
duas últimas sob âmbito internacional.
A composição da mastofauna das áreas de realocação selecionadas para o
monitoramento de fauna realocada na UHE Tibagi Montante foi analisada com base
em atributos de riqueza, número de registros e/ou captura, o índice de diversidade e
99
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
similaridade entre as áreas. A classificação taxonômica e nomenclatura das espécies
seguiram Wilson & Reeder (2005) e Paglia et al. (2012).
Foram formadas curvas de acumulação de espécies para todos os grupos
monitorados ou curvas do coletor para avaliar o quanto um inventário se aproxima de
capturar todas as espécies da área de estudo.
A análise de Cluster foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as
três áreas amostrais por meio do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs, 1989),
usando o modo de agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a
correlação entre as amostras.
Os dados foram compilados em uma matriz de presença ausência e os
dendrogramas propostos foram elaborados através do pacote estatístico Primer V5
(Clarke & Gorley, 2001) e pelo software PAST.
A partir dos dados quantitativos foi feita uma média do número observado nos
ambientes amostrados e assim calculado o índice de diversidade pelo método de
Shannon-Wiener e de equitabilidade.
Para analisar a similaridade da composição de cada grupo da fauna entre as
áreas foi utilizado o indice de Jaccard com a presença e ausencia dos taxa. Os testes
foram realizados no software PAST, versão 3.1 (Hammer et al. 2001).
5.3.3 Resultados
5.3.3.1 Riqueza de Espécies
Nesta primeira campanha foram registradas treze espécies da mastofauna,
correspondendo a 9,4% do número de espécies (n=138) referenciadas para a área de
influência do reservatório da UHE Tibagi Montante considerando os dois Programas
que foram ou estão em execução, Programa de Resgate de Fauna (SOMA, 2019) e
Programa de Monitoramento de Fauna Terrestre (em execução) (Tabela 5.3.3.1.1).
100
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Tabela 5.3.3.1.1 - Espécies da mastofauna registradas na 1ª campanha do Programa de Monitoramento de Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante realizada em fevereiro/2020.
Táxon Nome popular Referência Área de Realocação Tipo de registro
Didelphis sp. gambá 1,2,3 MD1, ME ,PE
Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-galinha 1,2,3 MD1, ME PE,CÇ
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato 1,3 MD1, ME OD, PE,
FE
Leopardus sp. gato-do-mato 1,3 MD1 FE, PE
Puma concolor (Linnaeus, 1778) onça-parda 1,3 MD1 PE
Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara 1,3 MD1 OD, PE
Galictis cuja (Molina, 1782) furão 3 MD2 OD
Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra 3 ME OD
Mazama americana (Erxleben, 1777) veado-mateiro 3 MD 1 OD, PE
Mazama sp. veado 1,3 MD1, MD2 PE
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara 1,3 MD2 PE,FE
Akodon montensis (Thomas, 1913) rato-do-mato 1,2,3 MD1 CP
Oligoryzomys nigripes (Olfers, 1818) rato-do-mato 1,2,3 MD 1 CP
Referência: 1- Programa de Monitoramento da Fauna, 2 – Programa de Resgate da Fauna Terrestre e
3 – Programa de Fauna Realocada. Área de Realocação MD1 - margem direita 1); MD2 - Margem
direita 2 e ME – Margem esquerda. Método de registro: OD – Observação Direta; PE – Pegada; FE –
Fezes; CÇ – Carcaça; CA Contato Auditivo; CP – Captura; AF – Armadilha Fotográfica; TO – Toca;
VE – Vestígios.
Durante o desenvolvimento desta campanha foram avistadas três espécies que
não possuíam registro nos dois programas anteriores citados acima: Galictis cuja,
Lontra longicaudis e Mazama americana. Dois registros foram identificados apenas à
nível de gênero uma vez que as evidências não permitiram atingir um menor nível
taxonômico até a conclusão deste relatório.
Conforme exposto na Tabela 5.3.3.1, duas espécies foram capturadas através
de armadilhas de interceptação e queda (CP), cinco espécies foram visualizadas
(OD), nove espécies registradas através de pegadas (PE), três espécies através
registro de fezes (FE) e uma através de registro de carcaça (CÇ).
A Área de Realocação com maior riqueza nesta primeira campanha foi a AR-
MD1 com 10 espécies registradas. A Área de Realocação AR- MD2 foi o que
apresentou menor número de registros de espécies (3) e a Área de Realocação AR-
ME teve um registro a mais (4 espécies) conforme exibido na Figura 5.3.3.1.1.
101
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.3.3.1.1 - Riqueza de espécies para as três Áreas de Realocação na primeira campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
As Figuras 5.3.3.1.2 a 5.3.3.1.13 apresentam o registro fotográfico das
espécies registradas durante a 1ª campanha de Monitoramento da Fauna Realocada
da UHE Tibagi Montante.
Figura 5.3.3.1.2 - Akodon montensis registrado na AR-MD- L2 (22J 563857E 7280268S) por meio de armadilha de interceptação e queda durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
Figura 5.3.3.1.3 - Akodon montensis e Oligorizomys nigripes registrados na AR-MD1-L2 (22J 563857E 7280268S) por meio de armadilha de interceptação e queda durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
0
2
4
6
8
10
12
MD1 MD2 ME
Nú
mer
o d
e Es
péc
ies
102
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.3.3.1.4 - Fezes de capivara (Hydrochaerus hydrochaeris) registrado na área de entorno da AR-MD1 (22J 561958.95E 7282432.40S) através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
Figura 5.3.3.1.5 - Fezes de gato do mato (Leopardus sp.) registrado na AR-MD1(22J 563568.72E 7280965.13S) através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
Figura 5.3.3.1.6 - Mazama americana registrada na AR-ME através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
Figura 5.3.3.1.7 - Carcaça de Dasypus novemcinctus registrado na área de entorno da AR-MD1 (22J 562159.68E 7282293.99S) através de busca durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.3.3.1.8 - Pegada de Cerdocyon thous registrada na AR-MD1 (22J 563185.5E 7281133S) através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
Figura 5.3.3.1.9 - Pegada de Puma concolor registrada na AR-MD1 (22J 563185.55 E 7281133.10S) através de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
Figura 5.3.3.1.10 - Pegada de veado (Mazama sp.) registrada na AR-MD2 (559184.3E 7281100.44S) por meio de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
Figura 5.3.3.1.11 - Pegada de gambá (Didelphis sp.) registrada na AR-ME (22J 558241.12E 7280475.97S) por meio de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
104
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.3.3.1.12 - Pegada de irara (Eira barbara) registrada na área de entorno (22J 563532.08E 7282557.88S) na AR-MD1 por meio de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
Figura 5.3.3.1.13 - Pegada tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) registrada na AR-MD1 ((22J 564077.67E 7280622.87S) por meios de busca ativa durante a primeira campanha do monitoramento de Fauna Realocada na UHE Tibagi Montante (Fev/2020).
5.3.3.2 Esforço Amostral
As curvas de acumulação de espécies demonstraram-se ascendentes para as
3 Áreas de Realocação, indicando que mais espécies poderão ser ainda registradas
conforme gráfico da Figura 5.3.3.2.1.
Figura 5.3.3.2.1 - Curva de acumulação para as três áreas de realocação da primeira campanha do
Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
5.3.3.3 Similaridade entre as Áreas
O índice de Similaridade considerando-se as 3 Áreas de Realocação apresenta
as áreas MD1 e ME com maior similaridade entre si (83,33%). A Área de Realocação
0
5
10
15
20
MD1 MD2 ME
Observado Estimado
105
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
ME (margem esquerda) mostrou-se com pouca similaridade (27,27%) em relação às
duas outras áreas (Figura 5.3.3.3.1).
Figura 5.3.3.3.1 - Gráfico do Índice de Similaridade entre as três Áreas de Realocação da primeira
campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
Com relação a equitabilidade (J) o índice calculado ficou em um (1) para todas
as Áreas de Realocação uma vez que o cálculo se baseia na ausência e presença de
espécies não variando nesta campanha.
5.3.3.4 Captura e Marcação
Foram capturados nesta 1ª campanha do Programa de Monitoramento de
Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante três roedores de duas espécies: Akodon
montensis e Oligorizomys nigripes, através de armadilha de interceptação e queda na
Área Amostral MD1, Linha 2 (22J 563857E 7280268S).
106
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.3.3.4.1 - Akodon montesis com brinco de marcação, capturado por meio de armadilha de interceptação e queda Área Amostral MD1 na Linha 2 (22J 563857E 7280268S).
Os três animais foram marcados com brincos para marcação de mamíferos
numerados conforme mostrado na Tabela 5.3.3.4.1. Os animais foram soltos na
mesma área cumprindo o protocolo apontado no plano de trabalho.
Tabela 5.3.3.4.1 - Mamíferos marcados com brinco na primeira campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
Durante o Programa de Resgate da fauna (SOMA, 2019) haviam sido marcados
dez indivíduos da mastofauna antes da soltura: cinco foram soltos na ME, dois na MD-
1 e três na MD-2. Com a captura e marcação de mais 3 roedores nesta 1ª campanha
de Monitoramento da Fauna Realocada, somam 13 indivíduos marcados.
A Tabela 5.3.3.4.2 apresenta os mamíferos marcados durante as atividades de
resgate da fauna (SOMA, 2019) e nesta 1ª campanha da fauna realocada.
Espécie N° BrincoCoordenada
de captura
Coordenada
de Soltura
Akodon montensis 30122J 563857E
7280268S
22J 563857E
7280268S
Akodon montensis 30222J 563857E
7280268S
22J 563857E
7280268S
Oligoryzomys nigripes 30322J 563857E
7280268S
22J 563857E
7280268S
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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Tabela 5.3.3.4.2– Mamíferos marcados antes da soltura durante o resgate da fauna na UHE Tibagi Montante e na 1ª campanha de Monitoramento da Fauna Realocada.
FASE TAXA NOME COMUM MARCAÇÃO ÁREA DE SOLTURA
Resgate Nectomys squamipes rato-d’água Brinco 402 ME
Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 403 ME
Resgate Caluromys lanatus cuica-lanosa Brinco 404 MD1
Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 429 ME
Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 405 MD2
Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 406 MD2
Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 407 MD1
Resgate Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Brinco 410 ME
Resgate Dasypus novemcinctus tatu-galinha Brinco 408 ME
Resgate Dasypus novemcinctus tatu-galinha Brinco 413 MD2
1ª campanha Akodon montensis rato-do-mato Brinco 301 MD1
1ª campanha Akodon montensis rato-do-mato Brinco 302 MD1
1ª campanha Oligoryzomys nigripes rato-do-mato Brinco 303 MD1
Nesta 1ª campanha não foram capturados animais marcados anteriormente
durante o Programa de Resgate de Fauna da UHE Tibagi Montante (SOMA, 2019).
Os três indivíduos capturados durante a presente campanha pertencem a duas
espécies que não haviam sido marcadas anteriormente.
A figura 5.3.3.4.2 apresenta a representatividade do total de mamíferos
marcados nas 2 fases contempladas: resgate de fauna e na 1ª campanha.
Figura 5.3.3.4.2 – Representatividade de mamíferos marcados nas duas fases contempladas no monitoramento da fauna realocada.
77%
23%
Resgate
1ª campanha
108
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
5.3.3.5 Espécies ameaçadas de extinção
Sob o ponto de vista ecológico foram registradas três espécies com status de
conservação vulnerável (VU) pela Lista de Mamíferos Ameaçados do Estado do
Paraná (IAP, 2010): Puma concolor , Lontra longicaudis, Mazama americana; uma
espécie (Puma concolor) com status de vulnerável (VU) a nível nacional segundo
listagem do MMA, 2014; uma espécie faz parte do Anexo I da CITES (2019), duas
listadas no Anexo II (Cerdocyon thous e Puma concolor) e uma integra o Anexo III
(Eira barbara), conforme apresentado na Tabela 5.3.3.5.1.
No Anexo I estão incluídas espécies de animais em alto risco de extinção e a CITES
proíbe o comércio internacional de espécimes destas espécies. O Anexo II inclui
espécies não estão necessariamente em perigo, porém seu comércio poderia
favorecer ao o incremento do risco. Já no Anexo III estão espécies que o comércio
pode ser realizado mediante protocolos de cooperação entre países para evitar-se
assim a exploração insustentável destas espécies.
Tabela 5.3.3.5.1 - Status de conservação dos animais registrados na primeira campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
TÁXON NOME POPULAR ÁREA DE
REALOCAÇÃO
STATUS DE CONSERVAÇÃO
ESTADUAL NACIONAL INTERNACIONAL
PARANÁ BRASIL IUCN CITES
Cerdocyon thous cachorro-do-mato MD1, ME LC - LC A II
Puma concolor onça-parda MD1 VU VU LC A II
Galictis cuja furão MD 2 LC LC LC -
Lontra longicaudis lontra ME VU - DD A I
Eira barbara irara MD1 LC LC LC A III
Mazama americana
veado-mateiro MD1
VU DD DD -
Legenda: Área de Realocação MD1 - margem direita 1; MD2 - Margem direita 2 e ME – Margem
esquerda. Satus: VU - Vulnerável (Vulnerable) LC - Risco Menor (Least Concern) DD -
Insuficientemente Conhecida (Data Deficient), fonte IAP, 2010, MMA, 2014, IUCN, 2019 e CITES, 2020.
5.3.3.6 Espécies cinegéticas
Dentre as espécies cinegéticas mais comumente perseguidas na região do rio
Tibagi, podem ser citados o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), o tatu-peba, a
capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) e veado-mateiro (Mazama americana),
109
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
observados nesta campanha. Estes animais são geralmente abatidos para serem
consumidos e alguns são altamente apreciados devido ao sabor de sua carne.
As três áreas de realocação se localizam próximas ao leito do rio Tibagi
apresentando picadas que são frequentemente utilizadas por pescadores, os quais
também eventualmente caçam elementos da mastofauna durante sua permanência
na beira do rio.
Durante todo o monitoramento poucas evidências de caça foram observadas,
dentre estas podemos destacar uma armadilha na área área de realocação MD1
(Figura 5.3.3.6.1). Essa atividade, mesmo que proibida em todo o território nacional,
ainda é praticada na região sob a influência do empreendimento.
Figura 5.3.3.6.1 - Armadilha encontrada na área de entorno da Área de Realocação MD1 (22J 562215.92E 7280962.18S) na primeira da primeira campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi Montante.
5.3.4 Considerações Finais
Foram realizados registros de 13 espécies nas três Áreas de Realocação na 1ª
campanha do Programa de Monitoramento da Fauna Realocada da UHE Tibagi
Montante.
110
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Foram marcados durante o Programa de Resgate de Fauna (SOMA, 2019) 10
indivíduos de quatro espécies de mamíferos. Somando-se aos resultados dessa
campanha, obtém-se um total de 13 indivíduos da mastofauna marcados.
Durante esta 1ª campanha, foram capturados 3 roedores de duas espécies na
Área de Realocação AR-MD1, os quais foram marcados com brincos numerados e
soltos na mesma área. Espera-se nas próximas campanhas aumentar o número de
registros através das metodologias de captura por meio de armadilhas de
interceptação e queda e armadilhas de captura viva. Este possível aumento pode vir
a apresentar indivíduos marcados no Programa de Resgate de Fauna ou mesmo
indivíduos marcados nesta campanha.
Nesta primeira campanha não foram capturados animais marcados
anteriormente durante o Programa de Resgate de Fauna da UHE Tibagi Montante. A
manutenção das metodologias qualitativas e quantitativas nas áreas amostrais e nas
trilhas utilizadas na presente campanha permitirão tirar conclusões a longo prazo
sobre a comunidade e a populações de mamíferos, bem como o esforço através da
busca ativa e por meio de documentação com armadilhas fotográficas em ambientes
especifícos poderão favorecer o registro de indivíduos marcados ao longo do
monitoramento e provenientes da soltura dos indivíduos resgatados nas áreas do
reservatório da UHE Tibagi Montante.
5.4 HYMENÓPTEROS (ABELHAS NATIVAS)
5.4.1 Introdução
O estudos sobre abelhas em atividades de conservação, manejo, recuperação e
monitoramento em áreas de empreendimento tem merecido atenção nos últimos
anos, devido seu papel de polinizadores de uma grande maioria da flora regional e
sua biologia de nidificação, portanto, fundamentais para a integridade de sistemas
ecológicos dinâmicos (AIZEN et al., 2002).
De acordo com o Plano de conservação para abelhas sociais nativa sem ferrão.
- Projeto Paraná Biodiversidade (IAP, 2009), as abelhas nativas têm despertado
especial interesse para o seu uso sustentável na formação de criações consorciadas
para a recuperação de área florestal (IAP, 2009). Desta forma, durante o resgate da
111
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
fauna na supressão da vegetação para implantação da UHE Tibagi Montante foi
realizado o resgate e realocação de ninhos de abelhas nativas.
No resgate da fauna da UHE Tibagi Montante foram realocadas 69 colônias de
abelhas nativas sem ferrão, em remanescentes florestais ao longo da APP do
reservatório. Foram ainda instalados 33 ocos para nidificação de abelhas sem ferrão.
Foram realocados 22 ninhos e 8 ocos na margem direita, totalizando 30 pontos.
Na margem esquerda foram realocados 36 ninhos de abelhas nativas e 19 ocos para
nidificação, totalizando 55 pontos. Na ilha foram realocados 11 ninhos e 6 ocos para
nidificação totalizando 17 pontos.
5.4.2 Métodos
A área de realocação das abelhas nativas sem ferrão foi dividida em três setores:
margem direita, margem esquerda e ilha.
Os parâmetros avaliados foram:
- Presença ou ausência da atividade de abelhas campeiras e sentinelas ao redor da
entrada;
- Condição e conservação do tronco;
- Presença ou ausência de inimigos naturais;
- Necessidade de realização de controle de inimigos naturais.
Todos os ninhos e pontos de nidificação foram fotografados para posterior
comparação dos resultados com os dados obtidos.
No caso de necessidade de adequações e reparos nos ninhos como troncos
rachados, presença de predadores, vegetação excessiva que dificulte a
movimentação da população das colmeias, estes foram providenciados
imediatamente.
Priorizou-se a busca pelos ninhos realocados nos períodos mais quentes do
dia, entre as 10h da manhã e as 16h da tarde, com o intuito de constatar o mais
precisamente possível, as atividades das abelhas na entrada dos ninhos. Contudo, no
caso de ninhos encontrados sem abelhas na entrada das colmeias, estas foram
observadas por tempos mais prolongados, de até 15 min, numa distância de
112
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
aproximadamente 1,5m, com o cuidado de não inibir a movimentação das mesmas.
Contudo, ninhos identificados sem a presença de abelhas, quando possível, foram
abertos com o auxílio de um martelo para a derradeira constatação.
Os parâmetros relacionados as condição e conservação dos troncos dos
ninhos, foram categorizados em 7 variáveis distintas: Boas condições; sinais de
apodrecimento; totalmente podre; sinais de predação; destruídas; com frestas; e
danificadas.
O esforço amostral foi de 1 dia no setor margem direita, 1 dia no setor ilha e 2
dias no setor margem esquerda, totalizando 4 dias.
5.4.3 Resultados
5.4.3.1 Ninhos
Dos 69 ninhos de abelhas nativas resgatados durante a fase de implantação da
UHE Tibagi Montante somente 49 foram reencontrados durante a 1° campanha de
monitoramento da fauna realocada, cerca de 71% do total de ninhos. Os outros 20
ninhos (cerca de 29%) não foram encontrados pela equipe durante as buscas em
campo (Figura 5.4.3.1.1).
Ninhos encontrados sem abelhas somaram 41% do total, contudo estes não
representam fielmente a taxa de mortalidade pois existe a possibilidade destas
famílias terem enxameados e colonizado outros locais.
Figura 5.4.3.1.1 - Taxa de sobrevivência dos ninhos realocados, verificados durante a 1° campanha de monitoramento da fauna realocada da UHE Tibagi Montante.
30%
41%
29%
COM ABELHAS - 21
SEM ABELHAS - 28
NÃO ENCONTRADAS - 20
113
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Dos 21 ninhos encontrados com abelhas nativas (cerca de 30% do total), a maior
parte delas foi verificada a presença das abelhas Plebeia sp (mirim) e Tetragona
clavipes (vorá) com 5 colmeias cada, seguido pela Tetragonisca angustula (jataí) com
4, e Trigona spinipes (irapoá) e Nannotrigona sp.(iraí), com 3 ninhos cada, e por fim
uma única colmeia de Melipona quadrifasciata (mandaçaia), conforme discriminado
na Figura 5.4.3.1.2.
Figura 5.4.3.1.2- Status das abelhas resgatadas e realocadas pelo programa de resgate de fauna da UHE Tibagi Montante, após constatação da 1° campanha da fauna realocada.
As abelhas mirins, embora mais numerosas, apresentaram também o maior
índice referente aos ninhos “sem abelhas” com 13 ninhos respectivamente o que
resulta em cerca de 46% de todos os ninhos encontrados sem abelhas (Figura
5.4.3.1.2).
12
4
1
34
3
5 5
1
34
2
10
1 1 1
5
13
0
2
4
6
8
10
12
14
Mandaçaia Mangava Manduri Iraí Jataí Irapuá Vorá Mirim
N°
de
nin
ho
s
Nome Comum
AVARIADOS COM ABELHAS NÃO ENCONTRADOS SEM ABELHAS
114
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Todos os ninhos encontrados foram fotografados “in loco” para a elaboração de
um banco de dados fotográficos, para auxiliar na interpretação dos dados durante as
futuras campanhas, conforme exemplificado na Figuras 5.4.3.1.3 a 5.4.3.1.12.
Figura 5.4.3.1.3 - Entrada do ninho da abelha Nannotrigona sp. (iraí)
Figura 5.4.3.1.4 - Entrada do ninho da abelha Nannotrigona sp. (iraí).
Figura 5.4.3.1.5 - Detalhe do ninho de Trigona spinipes (irapoá) realocado em nova área.
Figura 5.4.3.1.6 - Detalhe da entrada do ninho de Trigona spinipes (irapoá) em nova área.
115
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.4.3.1.7 - Detalhe da entrada do ninho de abelha Plebeia sp.(mirim).
Figura 5.4.3.1.8 - Detalhe da entrada do ninho de Plebeia sp (mirim).
Figura 5.4.3.1.9 - Detalhe da entrada do ninho de Plebeia sp (mirim)
Figura 5.4.3.1.10 - Detalhe da entrada do ninho de Tetragonisca angustula (jataí)
116
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.4.3.1.11 - Entrada do ninho de Melipona quadrifasciata (mandaçaia)
Figura 5.4.3.1.12 - Detalhe da entrada do ninho de Tetragona clavipes (vorá)
5.4.3.2 Condições dos ninhos
Dos 28 ninhos encontrados sem abelhas somente 4 deles apresentaram boas
condições, os demais troncos apresentaram diversos sinais de injúrias, como
apodrecimento, rachaduras e predação, sendo o apodrecimento o sintoma mais
observado dentre eles. Dos 21 ninhos encontrados com abelhas, 17 se mostraram
com boas condições do tronco, e somente 4 com injúrias (sinais de apodrecimento),
conforme detalhado no gráfico da Figura 5.4.3.2.1.
117
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.4.3.2.1 - Condições dos ninhos de abelhas nativas realocadas durante o programa de resgate de fauna da UHE Tibagi Montante e avaliados durante a 1° campanha de monitoramento da fauna realocada.
Sete dos ninhos encontrados sem abelhas (cerca de 10% do total), foram
encontrados totalmente extraviados, com elevado grau de decomposição, ou abertos
e destruídos, totalmente inviabilizados para a colonização de colmeias. Alguns
exemplos sobre os estados de conservação dos ninhos encontrados durante o
presente trabalho estão ilustrados nas Figuras 5.4.3.2.2 a 5.4.3.2.8
0
5
10
15
20
25
30
COM ABELHAS SEM ABELHAS
47
17
4
1
6
2
4
4
N°
de
Nin
ho
s
PREDADO
PODRE
FRESTAS
DESTRUIDO
DANIFICADO
BOAS
APODRECIMENTO
118
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.4.3.2.2 – Ninho em boas condições
Figura 5.4.3.2.3 – Ninho com sinais de apodrecimento
Figura 5.4.3.2.4 - Ninho podre Figura 5.4.3.2.5 - Ninho destruído
Figura 5.4.3.2.6 - Ninho com sinais de predação
Figura 5.4.3.2.7 - Ninho danificado (manutenção)
119
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.4.3.2.8 - Ninho com presença de fendas (manutenção)
5.4.3.3 Pontos de Nidificação
Dos 33 pontos de nidificação para abelhas nativas espalhados nas Áreas de
Preservação Permanente (APP) do reservatório da UHE Tibagi Montante, 22 deles
foram reencontradas durante a campanha de fevereiro de 2020, ou seja 66,6% do
total. E somente dois pontos de nidificação foram colonizados por abelhas, da espécie
Apis melifera (6% do total). Os outros 11 pontos de nidificação não foram encontrados
durante a presente campanha, 33% do total, conforme discriminado na Figura
5.4.3.3.1.
120
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
Figura 5.4.3.3.1 - Status dos Pontos de Nidificação encontrados durante a 1° Campanha de monitoramento da Flora Realocada.
Dentre as caixas iscas encontradas durante o presente estudo, 13 delas
apresentaram boas condições (59%), 3 delas apresentaram sinais de apodrecimento
devido a umidade excessiva (14%), e as demais com dois representantes cada,
apresentaram suas estruturas com frestas, rachaduras e também tombadas no solo,
conforme listadas no gráfico da Figura 5.4.3.3.2.
Figura 5.4.3.3.2 - Condições de conservação dos pontos de nidificação encontrados durante a 1° Campanha de Monitoramento da Flora Realocada.
2
20
11
6,06%
60,61%
33,33%Com Apis melifera
Sem Abelhas (vazio)
Não Encontados
3; 14%
13; 59%
2; 9%
2; 9%
2; 9%
apodrecimento
boas
frestas
rachaduras
tombadas
121
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
5.4.3.4 Manutenção
Tanto os ninhos quanto os pontos de nidificação não encontrados em boas
condições, quando necessário, passaram por processo de manutenção e reparo:
• Rachaduras - No caso dos ninhos que apresentaram pequenas fendas,
estes foram reparados com barro da própria região, dando-se
preferência para solos com maior teor de argila. Esta técnica é
aconselhada devido principalmente a sua praticidade e não toxicidade.
Sendo um artifício utilizado também de forma natural e similar por
algumas espécies de abelhas.
• Frestas - Ninhos encontrados com frestas foram pregados novamente
com o auxílio de martelo e prego.
• Apodrecimento - Ninhos com abelhas encontrados com sinais de
apodrecimento do tronco, receberam uma cobertura impermeável no
intuito de evitar a evolução do apodrecimento, se este estiver
relacionado a umidade proveniente dos períodos de chuva.
• Tombados - Os ninhos encontrados derrubados em solo, ou então
dependurados na própria arvore em posição não adequada, foram
reposicionados e fixados novamente na posição correta.
• Excesso de vegetação - Ninhos com abelhas presentes e com excesso
de vegetação na entrada, passaram por um processo de poda para
facilitar a livre circulação das abelhas.
Ninhos vazios encontrados muito danificados, foram descartados por não
apresentarem condições de serem reparados em campo.
As Figuras 5.4.3.4.1 a 5.4.3.4.4 apresentam as técnicas de manutenção tanto
de ninhos com abelhas nativas, quanto de caixas iscas, utilizadas durante a 1°
Campanha de Monitoramento da Flora Realocada da UHE Tibagi Montante.
122
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Figura 5.4.3.4.1 - Técnica de vedamento de frestas com barro.
Figura 5.4.3.4.2 - Fixação da cobertura impermeável, com auxílio de martelo e prego.
Figura 5.4.3.4.3 - Cobertura em ninho de mandaçaia.
Figura 5.4.3.4.4 - Cobertura fixada em caixa isca, com sinais de apodrecimento.
5.4.4 Considerações Finais
Embora 41% do total dos ninhos realocados com abelhas nativas não terem sido
encontrados durante o presente estudo, estes não foram classificados como mortos,
pois existe a possibilidade dessas famílias terem abandonado o ninho original e
colonizado um novo local, devido às situações do novo ambiente não serem
favoráveis à colônia, fato agravado também pela situação de estresse gerado pela
supressão e translocação do local original do ninho.
Dentre os 20 ninhos não encontrados durante as buscas em campo, 7 deles
seguramente não estavam nem mesmo no fragmento florestal onde foram realocadas.
Deste modo, sabendo-se da proximidade destas áreas com as áreas com a área
urbana da cidade de Tibagi, bem como com ao canteiro de obras do empreendimento,
123
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
pode se cogitar a possibilidade desses terem sido furtados do local onde foram
alocados, o mesmo pode ser observado a algumas caixas iscas (pontos de
nidificação).
Contudo outros ninhos não encontrados durante a 1° campanha podem vir a ser
encontrados em campanhas futuras. Esses também podem ter passado por outras
situações, menos prováveis, como por exemplo, do deslocamento da coordenada ou
erro do sinal do GPS, que se agrava em ambientes florestais mais densos.
A relação observada entre as más condições dos ninhos com a ausência de
abelhas nestes parecem estar diretamente conexas, sobretudo em relação aos sinais
de apodrecimento. Deste modo, prevê-se durante as próximas campanhas a
confecção de telhados com materiais impermeáveis no intuito de mitigar os sintomas
de apodrecimento dos troncos agravados ocasionados pelas intempéries, uma vez
que estes ninhos originalmente estavam sobre a proteção da árvore viva antes das
atividades de desmate.
Um dos ninhos resgatados com jatai (Tetragonisca angustula) e realocado para
a nova área de preservação do empreendimento, foi abandonada por estas abelhas e
posteriormente colonizada por um novo enxame de mirim (Plebeia sp.). Embora
tratando-se de um recrutamento de outra espécie utilizando o mesmo oco realocado,
este ninho não foi contabilizado como morto, visto que este processo também pode
ter ocorrido com outros ninhos realocados, o que dificilmente poderia ser detectado
em casos de recrutamento com outras famílias de mesma espécie, reforçando a
importância da marcação de cada ninho de forma individualizada nas próximas
campanhas.
A alta taxa de pontos de nidificação não encontrados no presente estudo
(33,3%), pode estar relacionada principalmente ao furto destas caixas iscas, devido à
proximidade das áreas adjacentes ao reservatório com áreas urbanas da cidade de
Tibagi.
A colonização destas caixas iscas por abelhas da espécie Apis melifera, deve
ser analisada com atenção, pois esta espécie é considerada exótica invasora pelo
órgão ambiental do estado do Paraná (PORTARIA IAP Nº 059, DE 15 DE ABRIL DE
124
UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
2015), e apresenta uma vantajosa capacidade de competir pelos recursos naturais em
relação as abelhas nativas.
Contudo, futuras campanhas de monitoramento destas caixas iscas são
importantes para a constatação da taxa de sucesso desta técnica, visto que seu
objetivo principal é a incrementação de pontos de nidificação para as abelhas nativas
da região atingida pelo empreendimento.
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6 CRONOGRAMA DO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA
ATIVIDADES
OPERAÇÃO
2020 2021
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Planejamento
Campanhas de campo
Relatórios Trimestral
Relatório Final
Legenda:
Atividade prevista
Atividade realizada
126
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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UHE Tibagi Montante. Programa de Monitoramento da Fauna Realocada
8 ANEXOS
ANEXO I - ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA
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ANEXO II - AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL N° 52640
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ANEXO III - MAPA DAS ÁREAS DE MONITORAMENTO DA FAUNA REALOCADA
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ANEXO IV - MAPA DOS PONTOS DE SOLTURA DA FAUNA
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ANEXO V – MAPA DOS PONTOS DE REALOCAÇÃO DOS NINHOS DE ABELHAS
NATIVAS
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ANEXO VI – DECLARAÇÃO DE ACEITE - MHNCI
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ANEXO VII – AUTORIZAÇÃO PARA INÍCIO DAS ATIVIDADES