CONGRESSO INTERNACIONAL HERBERTO HELDER – a v i d a i n t e i r a p a r a f u n d a r u m p o e m a
L i v r o d e Resu mos | Pr ogr a ma
CONGRESSO INTERNACIONAL HERBERTO HELDER
– a v i d a i n t e i r a p a r a f u n d a r u m p o e m a
2 1 . 2 2 e 2 3 d e N o v e m b r o d e 2 0 1 6
F u n c h a l | U n i v e r s i d a d e d a M a d e i r a
C o l é g i o d o s J e s u í t a s | R e i t o r i a
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CIERL – Centro de Investigação em Estudos Regionais e Locais
Campus Universitário da Penteada | Gabinete 1.74 - 1º Piso
9020-105 Funchal
e-mail : [email protected]
+ site : http://www4.uma.pt/cierl
+ https://www.facebook.com/HH.Funchal.2016/
+ https://www.instagram.com/congresso.herberto.helder/
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ÍNDICE
Localdeacolhimento 7
OUMa–CIERL 8
MapadoColégiodosJesuítas–ReitoriadaUniversidadedaMadeira 9
Contactosúteis 10
ComissãoOrganizadora|Contactos 11
Secretariado|Contactos 11
ComissãoCientífica 12
PROGRAMA|Comunicações 13
LuisMaffei 14
RosaMariaMartelo 14
GastãoCruz 14
CatherineDumas 14
PedroEiras 15
AnaCristinaJoaquim 15
DanielRodrigues 16
JoanaMatosFrias 16
RitaNovasMiranda 16
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SaraCosta 16
SérgioLima 16
MarianaViana 17
FernandaGrigolin 17
RobertoMenezes 17
LeonardoChioda 17
AntónioFournier 18
RuiSilva 18
PaolaPoma 19
PauloBraz 19
DanielTavares 19
RaquelGonçalves 19
AmandaDamasceno 19
SandraTeixeira 20
LuisaPaolinelli 20
JoãoTiagoLima 20
JulianoGouveiadosSantos 20
AnaIsabelMoniz 20
ArnaldoSaraiva 21
MariaLúciaDaFarra 21
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RESUMOS 23
Autores 23
AGRADECIMENTOS 41
Apoios 42
Parceiros 42
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Loca l de a colhimento
Reitoria da Universidade da Madeira
Colégio dos Jesuítas – Rua dos Ferreiros
9000-082 Funchal | Madeira | Portugal
Telef. + 351 291 209 401/2/3
URL: http://www.uma.pt/
Ordem dos Arquitectos – Delegação da Madeira
Rua dos Netos, n.º 24 | 9000 – Funchal | Madeira | Portugal
Telef. + 351 291 242 050
URL: http://oasrs.org/delegacao-da-madeira
Porta33 - Associação Quebra Costas | Centro de Arte Contemporânea
Rua do Quebra Costas, nº 33 | 9000-034 – Funchal | Madeira | Portugal
Telef. +351 291 743 038
email: [email protected]
URL: http://www.porta33.com/index.html
Câmara Municipal do Funchal
Praça do Município | 9004-512 – Funchal | Madeira | Portugal
Telef: +351 291 211 000
email: [email protected]
URL: http://www.cm-funchal.pt/
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O UMa –CIERL
O C e n t r o d e I n v e s t i g a ç ã o e m E s t u d o s R e g i o n a i s e L o c a i s d a U n i v e r s i d a d e d a M a d e i r a é u m c e n t r o d e e s t u d o s m u l t i d i s c i p l i n a r , h o j e i n t e g r a d o n a F a c u l d a d e d e A r t e s e H u m a n i d a d e s d a U n i v e r s i d a d e d a M a d e i r a , c o m s e d e n o C a m p u s U n i v e r s i t á r i o d a P e n t e a d a ( G a b i n e t e 1 . 7 4 , 1 . º p i s o ) , c o n s t i t u í d o p o r 7 7 i n v e s t i g a d o r e s ( 4 4 d o u t o r a d o s , 2 5 m e s t r e s e 8 l i c e n c i a d o s ) , a s s o c i a d o s n ã o a p e n a s à U M a , m a s t a m b é m a d i v e r s a s o u t r a s i n s t i t u i ç õ e s a c a d é m i c a s n a c i o n a i s e i n t e r n a c i o n a i s . O s o b j e c t i v o s g e r a i s d o U M a - C I E R L o r i e n t a m - s e e m t r ê s l i n h a s e s t r a t é g i c a s : 1 . P r o m o v e r a i n v e s t i g a ç ã o c i e n t í f i c a n a á r e a t r a n s d i s c i p l i n a r d o s E s t u d o s R e g i o n a i s e L o c a i s e e m p a r t i c u l a r n o â m b i t o d a s á r e a s d e i n v e s t i g a ç ã o d e f i n i d a s p e l o U M a - C I E R L c o m o p r i o r i t á r i a s , c o n t r i b u i n d o , a s s i m , p a r a a d i n a m i z a ç ã o d o s i s t e m a r e g i o n a l d e I & D T + I ; 2 . C o n t r i b u i r p a r a u m a m a i o r e m a i s e f i c i e n t e i n t e g r a ç ã o d o t r a b a l h o a c a d é m i c o d e s e n v o l v i d o p e l o U M a - C I E R L n a t e s s i t u r a s o c i a l , e c o n ó m i c a , c u l t u r a l e p o l í t i c a d a R A M , p r o m o v e n d o t r a b a l h o s i n d i v i d u a i s e p r o j e c t o s c o l e c t i v o s o r i e n t a d o s p e l o s p r i n c í p i o s d o r i g o r , d a q u a l i d a d e e d a e x i g ê n c i a c i e n t í f i c o s , m a s t a m b é m p e l o p r i n c í p i o d a r e s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l a t r i b u í v e l à c o n s t r u ç ã o d o s a b e r a c a d é m i c o ; 3 . E s t i m u l a r a c o o p e r a ç ã o i n t r a - i n s t i t u c i o n a l d o t r a b a l h o c i e n t í f i c o d e s e n v o l v i d o n o â m b i t o q u e r d o U M a - C I E R L , q u e r d a F a c u l d a d e d e A r t e s e H u m a n i d a d e s c o m o u t r a s f a c u l d a d e s e r e s p e c t i v a s á r e a s d e e s p e c i a l i z a ç ã o e x i s t e n t e s n a U M a , a p o s t a n d o t a m b é m n a i n t e r n a c i o n a l i z a ç ã o e c o o p e r a ç ã o i n t e r - i n s t i t u c i o n a l c o m o u t r o s c e n t r o s d e i n v e s t i g a ç ã o e u n i v e r s i d a d e s n a c i o n a i s e i n t e r n a c i o n a i s , c o m o f o r m a d e a c t u a l i z a ç ã o , d i v u l g a ç ã o e v a l o r i z a ç ã o d o t r a b a l h o p r o d u z i d o p e l o s s e u s i n v e s t i g a d o r e s . N e s t e s e n t i d o , o U M a - C I E R L t e m v i n d o a a p o s t a r n o e s t a b e l e c i m e n t o d e p a r c e r i a s ( f o r m a i s e i n f o r m a i s ) d e c o o p e r a ç ã o c o m d i v e r s a s i n s t i t u i ç õ e s a c a d é m i c a s e n ã o a c a d é m i c a s , r e g i o n a i s , n a c i o n a i s e i n t e r n a c i o n a i s . N e s t e m o m e n t o , o U M a - C I E R L i n t e g r a v á r i a s l i n h a s d e i n v e s t i g a ç ã o e d i v e r s o s p r o j e c t o s c i e n t í f i c o s , a s s i m c o m o p r o g r a m a s d e f o r m a ç ã o e d e d i n a m i z a ç ã o c u l t u r a l ( c f . : h t t p : / / w w w 4 . u m a . p t / c i e r l / ) .
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Ma pa do Colégio dos Jesuíta s – Reitoria da Universida de da Ma deira
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Conta ctos úteis
N ú m ero d e E m ergên c ia – (+ 3 5 1 ) 1 1 2
H o sp ita l D r . N é l io M e n d o n ça – 2 9 1 7 0 5 6 0 0
P o l íc ia d e S e gurança P úb l ica – 2 9 1 2 0 8 4 0 0
B om beiros M u n ic ip a is d o F u n ch a l – 2 9 1 2 2 2 1 2 2
F a rm á c ia s d e S e rv iço | N o ve m b ro D i a 1 9 | S ã o M a r t i n h o , C a m i n h o d e S ã o M a r t i n h o , 1 5 - D , t e l e f o n e 2 9 1 7 2 1 1 9 0
D i a 2 0 | A l m e i d a , R u a J o ã o T a v i r a 3 9 , t e l e f o n e 2 9 1 2 0 5 3 5 0
D i a 2 1 | A v e n i d a , R u a d e A l j u b e , 5 1 - 5 5 , t e l e f o n e 2 9 1 2 0 1 8 5 0
D i a 2 2 | B o m J e s u s , R u a J o ã o d e D e u s , 1 2 F , t e l e f o n e 2 9 1 2 0 5 3 7 0
D i a 2 3 | F u n c h a l , C e n t r o C o m e r c i a l L a V i e , l o j a 2 1 9 , t e l e f o n e 2 9 1 2 3 1 1 7 4
D i a 2 4 | B o t i c a I n g l e s a , R u a C â m a r a P e s t a n a , 2 3 - 2 5 , t e l e f o n e 2 9 1 2 0 3 0 6 0
S e r v i ç o s d e T á x i
T á x i s M a d e i r a – 2 9 1 7 6 4 4 7 6
M a d e i r a T r a n s f e r s – 9 2 5 1 4 5 7 6 9
D a n i e l M a d e i r a T á x i s – 9 1 9 7 9 1 2 8 9 [ 2 4 h o r a s ]
M a n u e l T a x i T o u r s – 9 1 7 8 8 3 1 4 4 [ 2 4 h o r a s ]
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Comissã o Orga niza dora | Conta ctos
Diana Pimentel [coordenação] +351 966 870 107
Ana Isabel Moniz +351 968 056 151
Ana Salgueiro +351 918 757 765
Raquel Gonçalves +351 919 451 398 [assessoria de comunicação]
Secreta ria do | Conta ctos
C a t a r i n a T e i x e i r a – +351 9 6 7 7 9 9 8 7 9 | C r i s t i n a G o u v e i a | M i g u e l  n g e l o A l v e s
[ c o o r d e n a ç ã o ]
T â n i a M a r t i n s – +351 9 2 6 4 2 1 8 8 1 [ a p o i o a c o n g r e s s i s t a s ]
L u í s a G o u v e i a – +351 9 6 4 5 1 8 4 2 8 [ a p o i o à s a l a 1 ]
C a r i n a G o m e s – +351 9 6 1 9 5 3 6 8 3 [ a p o i o à s a l a 1 ]
M a r c o s M a t e u s - +351 9 6 0 1 9 0 7 5 6 [ a p o i o à s a l a 1 ]
A n d r e i a d e C a r v a l h o - +351 9 6 8 2 9 6 0 9 4 [ a p o i o à s a l a 2 ]
T a t i a n a B a t i s t a – +351 9 6 5 4 5 4 5 7 2 [ a p o i o à s a l a 2 ]
L a u r a C a i r e s – +351 9 3 8 3 3 4 6 9 9 [ a p o i o à s a l a 2 ]
C a r o l i n a A n d r a d e – +351 9 6 4 8 6 3 1 4 2 [ a p o i o a e x p o s i ç õ e s ]
I g o r S a n t o s – +351 9 6 6 0 0 5 1 4 0 [ a p o i o a e x p o s i ç õ e s ]
M i l t o n S a n t o s – +351 9 6 5 5 4 6 0 8 5 [ a p o i o a e x p o s i ç õ e s ]
M a r a J a r d i m – +351 9 6 1 7 8 9 7 9 7 [ a p o i o a e x p o s i ç õ e s ]
C é s a r F r a n ç a [ a p o i o a l o g í s t i c a e x t e r n a ] – +351 9 6 8 6 9 9 4 5 1
N u n o F r e i t a s [ f o t o g r a f i a | r e d e s s o c i a i s ] – +351 9 6 8 4 0 0 4 6 3
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Comissã o Cientí fica
Ana Cristina Joaquim (Universidade de São Paulo, Brasil) Ana Isabel Moniz (Universidade da Madeira, Portugal) António Fournier (Universidade de Turim, Itália) Arnaldo Saraiva (Universidade do Porto, Portugal) Catherine Dumas (Université de la Sorbonne Nouvelle–Paris III, França) Daniel Rodrigues (Université Blaise Pascal/Clermont II, França) Diana Pimentel (Universidade da Madeira, Portugal) Gastão Cruz (Lisboa, Portugal) Gustavo Rubim (Universidade Nova de Lisboa, Portugal) Joana Matos Frias (Universidade do Porto, Portugal) Luis Maffei (Universidade Federal Fluminense-Niterói, Brasil) Luís Mourão (Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Portugal) Luísa Paolinelli (Universidade da Madeira, Portugal) Maria de Fátima Marinho (Universidade do Porto, Portugal) Maria Lúcia Dal Farra (Universidade Federal de Sergipe, Brasil) Paula Morão (Universidade de Lisboa, Portugal) Pedro Eiras (Universidade do Porto, Portugal) Rita Novas Miranda (Universidade do Porto, Portugal) Rosa Maria Martelo (Universidade do Porto, Portugal) Sandra Teixeira (Universidade de Poitiers, França)
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PROGRAMA | Comunica ções
21 .11 | manhã
Sala 1
09.30h Sessão de Abertura
As deambulações do
Mensageiro Alado
[curta-metragem] 1969 | 11 minutos
Realização de Edgar
Gonsalves Preto.
Produção de Henrique
Espírito Santo.
© Unifilme.
Elenco:
Carlos Paulo
Adelaide João
Herberto Helder
Henrique Espírito
Santo, entre outros.
10.15h Inauguração de Exposições
Bibliográfica Artes Plásticas
Sala dos Arcos Sala Poente
11.30h pausa café
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21 .11 | manhã
almoço
Sala 1
12.00h Luis Maffei Universidade Federal
Fluminense | FAPERJ
Que poder de ensino o destas
coisas quando em idioma
12.45h Rosa Maria Martelo Universidade de Porto
O poeta e a prosa
Moderação Diana Pimentel
13.15h
Sala 1
15.00h Gastão Cruz Continuidade e ruptura na poesia
de Herberto Helder
15.30h Catherine Dumas Universidade Sorbonne
Nouvelle – Paris 3
Experimentação e experiência:
algumas balizas para a leitura de
poemas de Herberto Helder
Moderação Luis Maffei
16.00h pausa café
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15
21 .11 | tarde
Sala 1
16.30h Pedro Eiras Universidade de Porto
O desejo da escrita madita
17.00h Ana Cristina Joaquim Universidade de São Paulo
A transcrição do mal na obra
herbertiana
Moderação Daniel Rodrigues
18.00h pausa café
18.30h Porta33 Inauguração de exposição
Fernanda Grigolin recôncavo
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16
22 .11 | manhã
almoço
Sala 1
10.00h Daniel Rodrigues Universidade Blaise
Pascal
"Escutai um instante como ficam
presas". Outras vozes.
10.30h Joana Matos Frias Universidade de Porto
Uma faca de seda corta o fogo?
O ofício crepitante de Edmundo de Bettencourt segundo Herberto Helder
11.00h Rita Novas Miranda Instituto de Literatura
Comparada Margarida Losa
«O que se vê é este aparelho
oscilatório, a plenos pulmões»
Moderação Rosa Maria Martelo
11.30h pausa café
Sala 1
12.00h Sara Costa Universidade de
Nottingham
Herberto Helder e Clarice
Lispector: A procura continua
12.30h Sérgio Lima Universidade Federal
de Minas Gerais
Um Gnómon Para Ajuste Das
Horas: o rosto como inflexão da
Voz em Edoi Lelia Doura
Moderação Joana Matos Frias
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22 .11 | manhã
almoço
22 .11 | tarde
Sala 2
12.00h Mariana Viana Desenhos em Volta de Os Passos
em Volta, de Herberto Helder
12.30h Fernanda Grigolin Memória. Montagem. Poder. Atos reordenadores em um trabalho de arte
Moderação Rita Novas Miranda
Sala 1
15.00h Roberto Menezes Universidade Federal de Minas Gerais
O trabalho artesanal da morte
(ou a poética da finitude no
último Herberto Helder)
15.30h Leonardo Chioda Universidade Estadual Paulista
Noite erguida até à derradeira
estrela: a consciência poética da
finitude em A morte sem mestre,
de Herberto Helder
Moderação Ana Cristina Joaquim
16.00h pausa café
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22 .11 | tarde
Sala 2
15.00h António Fournier Universidade de Turim
O alambique da linguagem: o princípio combinatório em Herberto Helder e Nanni Balestrini
15.30h Rui Silva Universidade de Coimbra
Estilo tardio e 'kenosis' na velhice
de Herberto Helder
Moderação Ana Isabel Moniz
16.00h pausa café
16.30h
Visita à Cidade do Funchal
History Tellers – Walk with real stories – Associação Académica da Universidade da Madeira
17.30h Inauguração da Exposição Kodak, de Herberto Helder
Ordem dos Arquitectos –
Delegação da Madeira [Funchal]
18.30h Lançamento dos livros Até que. Herberto (AA.VV., organização de Luis Maffei e de Diana Pimentel) e ca—ir. ao/centro – sobre herberto helder (de Diana Pimentel)
Câmara Municipal do Funchal – Salão Nobre | Largo do Município
20.00h Jantar do Congresso Hotel Four Views
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23 .11 | manhã
almoço
Sala 1
10.00h Paola Poma Universidade de São
Paulo
Herberto Helder e o sorriso louco
das mães
10.30h Paulo Braz Universidade Federal
Fluminense
Múltipla ciência
11.00h Daniel Tavares Universidade do Minho
Herberto Helder: a vida inteira
para dissolver um retrato
Moderação Diana Pimentel
11.30h pausa café
Sala 1
12.00h Raquel Gonçalves Universidade de
Coimbra
O infinito poético contra a morte
– leituras cruzadas de Foucault,
Blanchot e Helder
12.30h Amanda Damasceno Universidade Federal
Fluminense
porque no mundo há pouco fogo
a cortar
Moderação Diana Pimentel
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23 .11 | manhã
almoço
Sala 2
10.00h Sandra Teixeira Universidade de Poitiers
Epifanias africanas: diálogo entre
Herberto Helder e Vasco Graça
Moura
10.30h Luisa Paolinelli Universidade da Madeira
Herberto Helder em Itália: de
Kamen. Rivista di Poesia e Filosofia
a La Macchina Lirica, um percurso
de conhecimento
11.00h João Tiago Lima Universidade de Évora
"Uma das vezes despertei quando estavam a lixar a virilha do Eusébio" ou Herberto Helder, cronista de futebol
Moderação Rui Silva
11.30h pausa café
Sala 2
12.00h Juliano Gouveia dos Santos
Ilhas – paisagem de criação em Herberto Helder
12.30h Ana Isabel Moniz Universidade da Madeira
Representações da Ilha em Herberto Helder
11.30h Moderação Ana Salgueiro
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23 .11 | tarde
Sala 1
15.00h Arnaldo Saraiva Universidade do Porto
“No meio daquele mato” – Uma surpreendente
antologia (inédita) organizada por Herberto
Helder
15.30h Maria Lúcia Da Farra Universidade de Sergipe
Marginália Herbertiana: uma intransponível
“fobia epistolar”
Moderação Catherine Dumas
16.00h pausa café
17.00h
Di na rte Bra nco
& Cri stóvã o Ca mpos
I nterpreta çã o e lei tura de poema s e textos de Herberto Helder ( com músi ca a o vi vo)
18.30h
Sessão de
encerramento
19.00h
Concerto
V é r t i c e
CONGRESSO INTERNACIONAL HERBERTO HELDER – a v i d a i n t e i r a p a r a f u n d a r u m p o e m a
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RESUMOS
Autores
Luis Maffei
Que poder de
ensino o destas
coisas quando
em idioma
Poderá a poesia ensinar? Poderá ela aprender? Que tipo de relação
educativa se pode estabelecer entre poema e leitor, poema e mundo,
língua e poesia? Estas perguntas, em nada estranhas à poesia de
Herberto Helder, podem ser postas, no caso do poeta (des)contíno, a
partir de uma perspectiva multifacetada. Um dos lados do poliedro é
político, posto que a educação tem pendor coercitivo, como nos
“Mestres” de Os Selos ou na “dor acadêmica” de Servidões, mas também
libertário, como na “escola da laranja” de A faca não corta o fogo. Outro é
erótico, especialmente no esforço da poesia herbertiana em fundar uma
gramática distinta, encontrando-a, inclusive enquanto técnica, com o
mundo, de modo muitas vezes violento ou abrupto, no mínimo alterante.
Há também o convite à infância e à adolescência como lugares fortes de
escuta e fala, protagonistas de mão dupla do que se pode entender
como uma pedagogia herbertiana.
Rosa Maria
Martelo
O poeta e a
prosa
Herberto Helder também escreveu em prosa? Livros como Os Passos em
Volta (1963) ou Photomaton & Vox (1979), bem como muitos dos textos
que o poeta publicou de modo avulso, levam-nos a responder
afirmativamente. E todavia, Herberto Helder também fez afirmações
tão peremptórias quanto esta: “a prosa não existe, a prosa é uma
instância degradada do poema, a prosa não presume uma qualidade
particular de visão e execução” (1995:147). O que pode significar, no
contexto da obra, tão radical negação da prosa? Já em 1964, ou seja, um
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ano depois da publicação de Os Passos em Volta, Herberto Helder
defendera, num artigo do Jornal de Letras e Artes, que “[o] rigor da
distinção entre poesia e prosa começa[va] a correr o risco de se tornar
um pequeno prazer académico e erudito”. Que sentido dar, então, à
palavra “prosa” quando lhe é recusada a existência em favor da
omnipresença da poesia? Acresce que o prosaísmo parece ter um papel
muito relevante na evolução da poesia de Herberto Helder. Ou dizer isto
equivale já a cair numa espécie de ratoeira dicotómica cuja
responsabilidade seria imputável à ideia que temos de “prosa”?
Sabemos de que falamos quando falamos de “prosa”? E Herberto
Helder, que sentidos atribuiu a esta palavra?
Gastão Cruz
Continuidade e ruptura na poesia de Herberto Helder
Catherine
Dumas
Experimentação
e experiência:
algumas balizas
para a leitura de
poemas de
Herberto Helder
A poética da experiência é um dos fundamentos da obra de Herberto
Helder, desde o período experimentalista de Poemacto (1961) até a A
Morte sem Mestre (2013). Certas obras como Photomaton & Vox (1979)
ou Os Selos e Outros Selos (1989-1990) pontuam a linha de tensão entre
experiência e experimentação, entre palavra e silêncio, objecto e sujeito
lírico, horizontalidade e verticalidade, unidade e desmultiplicação. A
partir da análise textual de certos poemas considerados como chave,
propõe-se pistas de leitura das várias tensões da obra herbertiana.
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Pedro Eiras
O desejo da
escrita madita
«Eu não amo a expiação», diz o protagonista de Apresentação do Rosto
(1968), e um amigo responde-lhe: «então és louco». Na verdade, toda a
obra de Herberto Helder reivindica uma vontade de cólera, de protesto
contra a inocência, de apelo a um «crime» poético pessoalíssimo
(Photomaton & Vox, 1979) – até que os últimos poemas, de calculada
auto-irrisão, tornam o próprio sujeito não expiável, «cão deitado à
fossa!» (A Morte sem Mestre, 2014). Como se reivindica uma forma de
danação? Como se permanece, poeticamente, louco, maldito, em suma,
infinitamente canhoto?
Ana Cristina
Joaquim
A transcrição do
mal na obra
herbertiana
Tomando-se como ponto de partida a interlocução que Herberto Helder
deseja estabelecer com o “bom leitor impuro”, trata-se de sondar as
possíveis relações entre a subversão moral – e a consequente recusa da
cultura instituída –, e o fascínio provocado pela ideia de mal (entendida
como negação dos princípios humanistas de normatização
comportamental). Para tanto, proponho a leitura de alguns trechos de
Os Passos em Volta e de Photomaton & Vox.
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Daniel
Rodrigues
"Escutai um
instante como
ficam presas".
Outras vozes.
Dentro da obra helderiana, apesar do uso frequente de expressões que
marcam o diálogo entre o sujeito poético e seus interlocutores, poucos
são os textos onde podemos ler a expressão clara de outras vozes.
Pretendemos, assim, propor a análise dos diferentes efeitos produzidos
pela introdução de alteridades da voz, tanto na leitura do texto como na
formação da continuidade da obra helderiana e do seu autor. Num
primeiro momento, analisaremos a estratégia de anulação da alteridade
para depois verificarmos o papel do outro: mulher, mãe, amigos, leitores...
Joana Matos
Frias
Uma faca de seda corta o fogo? O ofício crepitante de Edmundo de Bettencourt segundo Herberto Helder
Com base no texto prefaciatório que Herberto Helder redigiu para
apresentar a edição dos Poemas de Edmundo de Bettencourt em 1963, este
ensaio procurará reflectir em que medida a poética do escritor presencista
terá ido ao encontro dos princípios mais elementares da escrita
herbertiana, num momento determinante – como o início dos anos 60 –
para a sua consolidação e para o impacto que teve no panorama da poesia
portuguesa dessa tão decisiva década.
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Rita Novas
Miranda
«O que se vê é
este aparelho
oscilatório, a
plenos
pulmões»
Logo após a publicação de Photomaton & Vox, em 1979, Herberto Helder
publica dois livros de poesia – e, entre eles, a segunda edição de Poesia
Toda (1980) –, falamos de Flash, em 1980, e de A Cabeça entre as mãos,
em 1982. No mesmo período, vai ainda publicar o texto «Cena vocal com
fundo visual de Cruzeiro Seixas» (1980) e a plaquete A Plenos pulmões
(1981), com um desenho a preto e branco de Armando Alves. A
aproximação das artes plásticas é evidente, o que, da poesia à prosa,
parece querer dizer a relação entre mão (corpo), matéria e imagem. A
partir daqui a questão que colocaremos é a da relação da linguagem e da
forma (do ritmo) com as imagens ou, nas palavras de Helder: «não se fala
propriamente de pintura, mas de duas situações pessoais, subjectivas: as
da nossa sensibilidade de visão e nomeação».
Sara Costa
Herberto
Helder e
Clarice
Lispector: A
procura
continua
O aparente acaso que poderia estar representado no aparecimento
destes dois nomes lado a lado é-nos desmontado pela análise do
processo de escrita subjacente às suas poéticas, que aspira a uma certa
universalidade. Nesta comunicação tentarei desobscurecer as
formulações criadoras de discurso que se cruzam e comunicam em ambas
as obras: um abraço metalinguístico que nos seduz a re-pensar a escrita,
a palavra e o silêncio como formas de nos vivenciarmos no mundo. A
escrita de Herberto Helder joga-se no labirinto do sentido. A significação
projecta-se como «sombra chinesa» (BARTHES, 1997: 18): o caminho do
poema afirma-se na assumpção do erro e na busca de um certo silêncio
re-estruturadores, num combate à linguagem feito dentro da própria
língua e do discurso, lugares de eleição onde se entrecruzam e extraviam
mensagens, uma forma de crime a partir do qual «tudo é outra coisa», l’un
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dans l’autre (DAL FARRA, 1986: 174). Clarice Lispector procura o silêncio
que [faz] a verdade para poder vê-la (LISPECTOR, 2000: 41) e também o
crime – aquele de querer certa «coisa ávida» que habita na escuridão,
num labirinto em que o inominável espreita a qualquer momento da
página, imprimindo o desejo de criar algo a existir, e que parece falhar por
impossibilidade: o silêncio entre nós e o mundo é já significado, e a solidão
é matéria desse susto interior de que uma pessoa é feita (idem, 2000:
177-8). São as variadas máscaras sob as quais se dão a conhecer as
palavras e a sensação de que elas possuíam uma porta falsa, disfarçada,
por onde se ia encontrar seu verdadeiro sentido (idem, 2000a: 55) que
possibilitam o encontro entre as poéticas de Helder e Lispector, ambos
pressionando e provocando a palavra na sua imperfeição.
Sérgio Lima
Um Gnómon
Para Ajuste
Das Horas: o
rosto como
inflexão da
Voz em Edoi
Lelia Doura
Em prefácio a Edoi Lelia Doura: antologia das vozes comunicantes da poesia
moderna portuguesa, Herberto Helder escreve que na organicidade dos
poemas ali dispostos está pressuposta a variação na “política das formas,
maneira de guerra e hipnotismo das pessoas e dos tempos”, mas nunca
no “estilo de alimento, de morte, de mudança” (Helder, 1985: 8). É
partindo desse texto – posteriormente modificado e reinserido no corpus
de Servidões – que a presente proposta toma por eixo uma breve inflexão
sobre o sentido de voz comunicante na composição da antologia em
questão. Se, por um lado, o corpus antológico pode remeter a elementos
cruciais que atravessam a obra herbertiana, de outro – como se espera
de uma antologia feita por grandes poetas –, fala-se de uma produção de
tempo-fora-do-tempo (quem sabe, fora do moderno) capaz de reunir os
poetas antologiados: funda-se uma obra que, dada a um “patrocínio
constelar”, anuncia uma contemporaneidade possível, a qual se encontra
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na flutuação do tempo e do que nele atua enquanto significação. Tal é o
campo que concorda com o “estilo de alimento, de morte, de mudança”
que tornam indiferentes e ultrapassam as subjetividades dicotômicas que
separam o tempo de agora de um tempo anterior; a Voz que diz das vozes
de outrora. À história (em sentido lato) da poesia moderna portuguesa, o
poeta responde – sem se deixar subtrair à multiplicidade das vozes que o
precederam e o acompanharam – com o anúncio de um tempo outro que,
com sua força “ferozmente parcialíssima”, parece também fazer coincidir,
por “teor e amor”, o “hipnotismo das pessoas e dos tempos”. Como se
aqui pudesse ser traçado um rosto – seja pelas aproximações, seja pelas
dissociações –, a lavra poética de Edoi Lelia Doura se refaz fora dos nomes
ou de qualquer ordem que pudesse supor um labor categórico: trata-se,
antes, do apagamento desses nomes em prol da assinatura de um tempo
que irrompe violentamente – ainda que sem algum tom de ruptura ou de
manifesto – pois ele mesmo, não redutível a qualquer semblante (lê-se
qualquer um dos nomes antologiados), bem pode corresponder à
potência que reúne todos os semblantes num lugar “inconsútil e
cantante”; num tempo que se faz nas dobras de uma única voz; de um
único poema que comunica: “[a]lgures, aqui”.
Mariana Viana
Desenhos em
Volta de Os
Passos em Volta,
de Herberto
Helder
Apresentação de um projecto no âmbito de um doutoramento em Artes
Visuais com o título: “Os Passos em Volta de Herberto Helder: A ilustração
enquanto arte Onírica” e que resultou numa exposição e na proposta de
um livro ilustrado. Desenhos e ilustrações de um texto literário enquanto
interpretação intersemiótica: não será uma tradução literal do texto mas
introduzirá um factor de indeterminação e ambiguidade, que emana de
um universo onírico, presente na obra Os Passos em Volta, de Herberto
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Helder. As imagens apresentam-se como um trabalho de criação
paralelo e não meramente descodificador, ilustração que permitiu a
reflexão do ilustrador sobre si próprio e sobre a obra.
Fernanda
Grigolin
Memória.
Montagem.
Poder. Atos
reordenadores
em um
trabalho de
arte
A presente comunicação traça considerações sobre o procedimento de
montagem, algo interior à feitura de um trabalho artístico, seja ele um
poema, um vídeo ou um livro. À luz de Herberto Helder e sua obra
Photomaton & Vox, pretendo discutir e problematizar o conceito de
montagem em dois trabalhos meus: o livro de artista recôncavo e a
videoarte Sou aquela mulher do canto esquerdo do quadro. Em recôncavo, o
movimento da edição se inicia com jogos de imagens e páginas a dobrar.
Os desenhos, quase escritos, ora mínimos, ora em explosão, aproximam-
se e afastam-se da ideia de mapa, ficando os traços. A imagem da casa –
com a televisão, porta cerrada – fecha a primeira etapa da edição. Depois
disso, há duas dobras duplas fechadas para dentro, com jogos de quatro
páginas. São as únicas dobras para dentro, que pode ser uma janela, um
portal. Uma mesma imagem cortada ao meio, um caminho de terra
marrom, uma savana, à luz do dia ao ser aberta encaminham para uma
imagem pequenina: um toque de afeto, única imagem que tenho com meu
pai.
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Roberto
Menezes
O trabalho
artesanal da
morte (ou a
poética da
finitude no
último
Herberto
Helder)
A presença da morte como elemento de criação acompanhou o poeta Herberto Helder em toda sua vida literária, de modo direto ou a partir de ideias correlatas, como antropofagia e metamorfose. O que se percebe no último Herberto Helder é uma nova relação com a morte, em que o poeta não parece hesitar em transparecer, ainda que de modo tensionado, certa subjetividade. Nesse contexto, percebemos que a morte é o elemento que vai desestabilizar a relação do poeta com o mundo e com a poesia. Temos, diante disso, a evidência da morte como abismo para a finitude humana. Essa espécie de iminência para a morte se encontra em Servidões (2013), A morte sem mestre (2014) e Poemas canhotos (2015), livros que aqui trataremos como os últimos, a despeito do surgimento de Letra aberta (2016). Quando Helder nos assegura, por exemplo: “e eu que me esqueci de cultivar: família, inocência, delicadeza, / vou morrer como um cão deitado à fossa!” (2014, p. 39), é visível a postura de desprezo consigo mesmo, em uma retrospectiva nada animadora dos anos vividos e dos momentos finais, sem consolo no passado e no futuro. A mesma dicção é observada em Poemas canhotos: “¿que interessa fazer a barba se é tudo para cremar, / desde as unhas dos pés aos espelhos soberanos – / Leonardo, Camões, Newton, Amadeus Mozart, / et coetera / que interessa?” (2015, p. 16). Esse estado algo melancólico, algo abúlico acompanha o poeta nas obras aqui citadas. Porém, interessa-nos também contrastar esses momentos com os estados de vigor nada comuns para a figura do velho à beira da morte, que, ao contrário do velho sábio caracterizado por Walter Benjamin (1987, p. 114), nada aprendeu em vida e nada deixará de experiência e ensinamento: “vozes de burro não chegam ao céu, dizem eles, / eles, / os mestres inflexíveis e eficazes,” (2014, p. 43) e “desde nascer a morrer que não entendo nada, / só a música que me embebeda,” (2015, p. 16). Interessa-nos, portanto, procurar compreender “o alvoroço mortal deste fim de idade” (2014, p. 8) presente nas últimas obras do poeta madeirense.
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Leonardo
Chioda
Noite erguida
até à derradeira
estrela: a
consciência
poética da
finitude em A
morte sem
mestre, de
Herberto Helder
A Morte sem Mestre (Porto Editora, 2014) é o último livro lançado em vida
pelo poeta português Herberto Helder. Trata-se de reunião de poemas
cujo tema central é a decadência física do escritor octogenário que então
conclui o seu denominado “ofício cantante”. Este trabalho apresenta uma
pesquisa teórica sobre as diversas figurações da morte neste título em
comparação com os conceitos de morte presentes nos livros anteriores
do poeta português. A pesquisa compreende a ideia da dissolução física
como tema principal e artifício literário em detrimento do caráter
demiúrgico assumido e destacado por Helder ao longo de suas
publicações. A partir da análise da trajetória bibliográfica, pretende-se
apontar a relevância deste livro que conclui o seu “poema contínuo”.
António
Fournier
O alambique da
linguagem: o
princípio
combinatório
em Herberto
Helder e Nanni
Balestrini
Electronicolírica (1964) assinala um dos primeiros momentos em Portugal
em que alegadamente se recorre à combinatória computacional enquanto
“princípio combinatório [como] base linguística para a criação poética”,
experiência que Antonio Tabucchi não hesitou em apelidar de “surrealismo
electrónico”, distante porém do automatismo surrealista. O livro foi
directamente influenciado, como nos diz o autor no posfácio, pelas
experiências efectuadas por Nanni Balestrini com um calculador
electrónico, nomeadamente na sua série de poemas generativos Tape
Mark 1 (1961) e (1962). Esta comunicação tenta aprofundar a relação
entre a proposta de combinação aleatória do poeta italiano do Gruppo 63,
e o princípio encantatório que subjaz à “máquina lírica” de Herberto
Helder.
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Rui Silva
Estilo tardio e
'kenosis' na
velhice de
Herberto
Helder
Gilgamesh, Mimnermo ou o Qohélet confrontam-se com a mesma velhice que atormenta os dramas de Édipo, Lear ou Fausto; ou do antigo “Jasão de Cleandro” de Kavafis e do moderno “J. Alfred Prufrock” de Eliot. O tema é antigo, portanto. Coincidindo (ou não) com a velhice, considera-se hoje a possibilidade de certo ‘estilo tardio’, definível pelo conjunto de traços comuns às últimas obras de diferentes artistas. A partir dos estudos pioneiros de Theodor W. Adorno (de 1937), que reconhece na última fase de Beethoven a sua própria Ästhetische Theorie, Edward Said (2006) e John Updike (2006) desenvolvem esta hipótese hermenêutica aplicando-a aos casos de Lampedusa, Kavafis, Melville ou Joyce. Esta comunicação apresenta uma leitura das últimas obras de Herberto Helder conduzida pelas representações da velhice e pelos visos do ‘estilo tardio’ nelas presentes. Aceitando as cautelas de Frank Kermode (2006) acerca dos usos da biografia na interpretação literária, comentam-se alguns poemas de Servidões (2013), A Morte Sem Mestre (2014), Poemas Canhotos (2015) e Letra Aberta (2016). A pulsão erótica serôdia, a angústia do desterro social ou o regresso aos lugares da infância são comuns às últimas obras do nosso e de outros poetas; os usos de certos “materiais indomados” (Adorno), de certas “intransigências, dificuldades e contradições não resolvidas” (Said), de certas “facilidades verbais” (Updike) – que respondem ao fantasma da obra anterior (ainda Updike) – serão outros traços do ‘estilo tardio’ de Herberto Helder. O (contra)ponto de partida é o poema “A infância de Herberto Helder”, de José Tolentino Mendonça. O tema da velhice ou o exercício da emulação poética convocam, entretanto, vários outros poetas de língua portuguesa. Como conclusão, propõe-se que a 'kenosis' de Herberto Helder facilite a sua instalação nos cânones escolares e nas práticas atuais da educação literária.
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Paola Poma
Herberto
Helder e o
sorriso louco
das mães
Na poesia de Herberto Helder é possível verificar que a metalinguagem
faz parte de sua estrutura basilar, assim como a morte pode ser lida como
uma espécie de desdobramento da própria linguagem. Ambas articulam
forma e fundo da sua lírica como uma constante. Este trabalho intenciona
aproximar o olhar do leitor das imagens sensoriais e afetivas – sempre em
deslocamento – que, no movimento interno do poema, ampliam a sua
dimensão lírica, tendo como eixo a relação simbólica entre mãe e filho
presente, de forma central, no poema “Fonte”.
Paulo Braz
Múltipla
ciência
A seguinte comunicação tem por finalidade o apontamento de algumas
imagens do múltiplo na poesia de Herberto Helder. Tal abordagem tem
como ponto de partida a noção herbertiana de trabalho poético como
experiência da heterogeneidade, a qual se configura, especificamente
nesta obra, por meio da ideia de servidão. Segundo nossa hipótese de
leitura, para esta poesia, servir implica uma cisão no seio da subjetividade,
o que, afinal, deflagra a paradoxal e inexorável instância do sujeito
enquanto simultâneo agente e paciente da escrita. Para o
desenvolvimento deste estudo, nos auxiliarão as leituras de Georges
Bataille e Giorgio Agamben.
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Daniel
Tavares
Herberto
Helder: a vida
inteira para
dissolver um
retrato
A nossa proposta consiste numa leitura da poesia herbertiana em clave
(auto-) retratística e, desta forma, estabelecer um método de abordagem
na senda da rasura, do silêncio, da sombra ou do fragmento, preceitos que
podem ser tidos como linhas orientadoras do retrato contemporâneo.
Neste sentido, a aproximação de artistas como Picasso ou Schjerbeck da
obra de Helder ilustra a dissolução das formas, do rosto, o que, nas
palavras de Eduardo Lourenço, é “a maneira de converter o apocalipse [da
arte moderna e contemporânea] em anunciação”.
Raquel
Gonçalves
O infinito
poético contra
a morte –
leituras
cruzadas de
Foucault,
Blanchot e
Helder
“[Q]ueria fechar-se inteiro num poema (…) vivo moribundo morto”
(HELDER, 2014: 0). Esta comunicação partirá deste princípio/fim
ininterrupto na poesia de Heberto Helder. Acompanhar o movimento de
"O Poema Contínuo", entre vida e morte, para chegar a uma possibilidade
de infinito, poema que não termina e que, sendo 'cantante', cumpra esse
postulado de Blanchot de poderem a literatura ou de o poema serem a
única possibilidade dos homens alcançarem o infinito. A Morte Sem Mestre
(2014) será então o ponto de partida deste exercício de leitura da ideia de
infinito em O Poema Contínuo e da forma como em Herberto Helder se
cumpre a “errância de uma marcha necessariamente um pouco mais
longa do que a sua vida” (BLANCHOT, 2005: 137).Dos poemas que “tão
fortes eram que sobreviveram à língua morta” (HELDER, 2014: 11)
tentaremos chegar, em movimento perpétuo, à morte como “o mais
essencial dos acidentes da linguagem (seu limite e centro): no dia em que
se falou para a morte e contra ela, para dominá-la e detê-la, alguma coisa
nasceu, murmúrio que se retoma, se canta e se reduplica
ininterruptamente (…)” (FOUCAULT, 2001: 49).
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36
Sandra
Teixeira
Epifanias
africanas:
diálogo entre
Herberto Helder
e Vasco Graça
Moura
Duas poéticas singulares, mas entre as quais se podem esboçar
afinidades – a devoração intertextual e metatextual, a apropriação dos
textos pela tradução, a atenção dada à palavra e ao ofício do poeta, são
algumas delas. Escolhemos relacionar dois poemas à partida muito
diferentes: por um lado, o poema sobre o “entrançador de tabaco”
helderiano, por outro o poema “a serpente e eu” de Vasco Graça Moura.
Ambos dão a ver um cenário africano, vários estratos da experiência e do
fazer poético num contacto com a alteridade.
Luisa
Paolinelli
Herberto Helder
em Itália: de
Kamen. Rivista di
Poesia e
Filosofia a La
Macchina Lirica,
um percurso de
conhecimento
Quando, em 2002, a direção da revista Kamen’. Rivista di Poesia e Filosofia
decidiu incluir na sua política de edição poetas contemporâneos
representativos da literatura portuguesa, com a tradução de uma pequena
seleção de textos e um estudo crítico que os desse a conhecer ao público
italiano, a escolha de Herberto Hélder e, posteriormente, António Ramos
Rosa e Vitorino Nemésio surgiu natural. Conhecidos, mas ainda sem
grande difusão num país que tinha poucos estudos sobre os autores pós-
Pessoa, os poetas e as suas obras encontraram um campo de vasta
difusão no mundo cultural italiano. Seguiu-se, pelo interesse causado
através da revista, a antologia de Herberto Hélder, La Macchina Lirica, que,
juntamente com outras obras no entretanto publicadas, deu aos leitores
a possibilidade de aprofundar o percurso de leitura e conhecimento do
poeta. A tradução e o estudo do autor abriam, assim, vias de reflexão
sobre os poetas portugueses e italianos modernos, em diálogo,
consentindo a avaliação e valorização das diversas tradições culturais e
literárias da Europa.
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João Tiago Lima
Uma das vezes
despertei
quando
estavam a lixar
a virilha do
Eusébio" ou
Herberto
Helder, cronista
de futebol
Em 1971, Herberto Helder viaja para Angola onde passa a fazer parte da
equipa redactorial que, em Luanda, trabalha para revista Notícia,
publicação que, entre 1959 e 1975, desempenhou um papel de algum
relevo na imprensa dos últimos anos do Portugal colonialista. No ano
seguinte, em Setembro, após um acidente de viação que o deixará
hospitalizado durante três meses, regressará a Lisboa. Todavia, em
Janeiro desse mesmo ano, a "Notícia" publica uma reportagem em jeito
de crónica com o singelo e bucólico título "Um Passeio ao Campo" que
inclui seis belas fotografias de António Capela e vem assinada por Luís
Bernardes, ou seja, ... Herberto Helder que, ao que tudo indica, terá
passado a época do Natal e Ano Novo em Lisboa. Em que consiste "Um
Passeio ao Campo"? É um texto, ao mesmo tempo fascinante e
minucioso, que relata a experiência do jornalista que foi destacado
(aparentemente contra a sua vontade) para escrever sobre um desafio
de futebol jogado entre o Sporting e o Benfica no dia 2 de Janeiro, no
Estádio José de Alvalade. O objectivo da missão foi cumprido pois o leitor
fica com todas as informações necessárias acerca do "derby" lisboeta,
mas o interesse deste texto é bastante mais amplo, pois não tenho
dúvidas de que constitui uma das mais originais e saborosas crónicas
sobre futebol que alguma vez se escreveram na imprensa desportiva.
Por isso, a presente comunicação tem como principal objectivo pensar
sobre qual o lugar que ocupa "Um Passeio ao Campo" no conjunto da
obra de Herberto Helder.
CONGRESSO INTERNACIONAL HERBERTO HELDER – a v i d a i n t e i r a p a r a f u n d a r u m p o e m a
Universidade da Madeira – UMa–CIERL | 21. 22. 23 de Novembro de 2016
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Juliano Gouveia
dos Santos
Ilhas –
paisagem de
criação em
Herberto Helder
A criação literária pode ser compreendida em Herberto Helder (1930-
2015) a partir dos efeitos da insularidade, dentre os quais o principal
seria o surgimento, em meio à solidão e ao desespero, de “um outro eu”.
Partindo desta constatação, esta proposta de comunicação se configura
como um debruçamento sobre a prosa de Helder, extraindo dela
reflexões sobre as figuras da ilha, do duplo e, como decorrência, sobre
as transfigurações da história comum na vida particularizada. A partir do
eixo conferido pelo autor madeirense, convocam-se à reflexão
romancistas contemporâneos como J.M. Coetzee e W.G. Sebald, não
apenas pelas contribuições possibilitadas por seus duplos, marcantes,
mas também pela figura exemplar da ilha (em Foe e Campo Santo, por
exemplo), configuração geográfica singular que classicamente dá
suporte à reflexão sobre atomização e comércio entre os homens.
Originalmente um projeto de pesquisa de pós-doutorado em estudos
literários, a reflexão exposta no arquivo submetido encerra-se de forma
um tanto arbitrária na produção em prosa de Helder, quando
efetivamente algumas composições parecem não muito bem se
encaixar nesta designação, operando mais efetivamente como poema
em prosa. Essa arbitrariedade será eliminada do texto a ser
apresentado, assim como os poemas que foram apenas mencionados,
cuja análise foi evitada no projeto, serão trabalhados na participação.
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Ana Isabel
Moniz
Representações
da Ilha em
Herberto Helder
Entre o início da expressão poética e o último poema de Herberto Helder,
a insularidade parece estar sempre presente seja de modo implícito ou
mostrando por momentos o rosto. As imagens e os temas recorrentes
da obra do autor revelam a incessante comunicação entre a reflexão
sobre a escrita e a presença da água e das montanhas, do silêncio, da
voz e da Ilha. Aliados ao ritmo da prosa e da musicalidade do verso, estes
elementos contribuem para desvendar o fechamento das metáforas e
metonímias que configuram e pontuam os seus poemas, sejam eles em
verso ou em prosa. Ao longo desta comunicação é, pois, meu objectivo
tentar descortinar, sobretudo a partir de Photomaton & Vox, de 1979, e
Servidões (2013), as marcas da presença da Ilha ou do Arquipélago onde
Herberto Helder nasceu.
Arnaldo Saraiva
“No meio
daquele mato”
– Uma
surpreendente
antologia
(inédita)
organizada por
Herberto Helder
A poesia de Herberto Helder pensarão alguns que está nos antípodas da
poesia que é dita popular. Mas ele nunca disfarçou o interesse por esta,
tanto a nacional como a internacional. Só que poucos esperariam dele o
empenho na leitura e na transcrição selectiva – primeiro manuscrita e
depois dactilografada – de centenas de quadras portuguesas anónimas,
constituindo uma volumosa antologia que deixou quase pronta
para publicação. A comunicação reflectirá sobre os suportes, as fontes,
os critérios e as razões – ou a razão – dessa antologia.
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Maria Lúcia Da
Farra
Marginália
Herbertiana: uma
intransponível
“fobia epistolar”
Trata-se de dar a conhecer, comentando e pontuando, 52 peças
epistolográficas de Herberto Helder dirigidas a mim, datadas de Maio de
1973 a Abril de 1988, que venho agora depositar no CIERL, da
Universidade da Madeira. A correspondência dá conta dos projetos
literários do poeta, dos seus escritos, da bibliografia própria e alheia, dos
seus interesses de leitura durante o período, dos seus pontos-de-vista
sobre a política portuguesa e sobre a literatura de então.
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Conceição Ferreira | Henrique Espírito Santo | Henrique Moura | João Ribeirete |
Maria Luísa Santos | Teresa Lança | Helena Borges | Teresa Freitas Brazão |
Fátima Barros | Rui Campos Matos | Cecília Vieira de Freitas | Maurício Pestana
Reis | João Mota | MQ | CLC | Isabel Amaral | Duarte da Encarnação | Teresa
Jardim | Graça Berimbau | Filipa Venâncio | José Luís | Alexandre Caires | Rui
Camacho | Rui Gomes | Carlos Digo Pereira | alunos de CC e de CCO.
Com Luís Mourão e Gustavo Rubim.
Em memória de Ana Margarida Falcão.
Formação validada pela Secretaria Regional de Educação | DRE | CDA – UMa
AGRADECIMENTOS