Teoría e Técnica da Fotografía proxecto fotográfico práctico
Juliana Catarina Martins Alves
Erasmus 2008/2009
Novo Oriente O Natal dos Consumidores
Índice
Introdução ........................................................................................................................ 2
Exposição teórica .............................................................................................................. 3
Desenvolvimento prático ................................................................................................. 5
Exposição prática .............................................................................................................. 7
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Novo Oriente O Natal dos Consumidores
“Natal – uma das festas mais importantes do Cristianismo, juntamente com a
Páscoa e o Pentecostes. No Natal celebra‐se o nascimento de Jesus Cristo.” In
dicionário da Língua Portuguesa, Edição 2008, Porto Editora.
Introdução
O tema sobre o qual vou trabalhar neste projecto fotográfico está intimamente
relacionado com o Natal. Contudo, não com o Natal da definição supracitada, mas com
o “natal dos consumidores”. A abordagem deste trabalho poderia destinar‐se à
problemática ambiental, à questão da poluição residual, contudo, o trabalho tem uma
vertente mais espiritual. No âmbito deste projecto auto propus‐me a questionar o
verdadeiro sentido do Natal; sentido este que está quase totalmente submerso no
mundo materialista em que vivemos.
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Exposição teórica
As fotografias que compõem o respectivo trabalho fazem parte de uma
sequência lógica, toda ela assente no registo da inexistência do sentido natalício diante
de um panorama tão consumista. Se o Natal é motivo de alegria visto tratar‐se do
festejo do aniversário de nascimento de Jesus Cristo, toda a basura existente nos
contentores no dia 25 de Dezembro1 trata‐se de um contra‐senso. Natal deveria ser
amor, carinho, partilha e não compra e distribuição de presentes supérfluos e, na
maioria das vezes, desnecessários.
O registo fotográfico de alguns contentores de lixo no dia 25 de Dezembro
serve como comprovativo da sociedade globalizada, completa e totalmente
dependente do consumo. Corre‐se todos os dias para o consumo.
Não procurei registar o momento de azáfama que antecede o Natal, com as
pessoas nas lojas, carregadas de sacos. Registei, porém, os desperdícios que tão
exageradamente quase rebentam os caixotes do lixo. O dia do depois é o meu ponto
de partida para trabalhar. O registo do lixo, ao invés do registo das pessoas nas lojas a
comprarem bens materiais, como já referi, é preferível, porque não demonstra apenas
a quantidade de material adquirido, como também a quantidade do mesmo que é
desperdiçado. Se há muito lixo, é porque houve muita matéria‐prima – chamemos‐lhe
assim – que origina tal desperdício.
A relação espírito natalício – desperdícios natalícios é inversamente
proporcional. Certamente que no próximo ano poderei comprovar que o lixo será
maior e, por sua vez, a presença do nascimento de Jesus Cristo no coração de todos
aqueles que “acreditam”, bem como toda a importância inerente a este
acontecimento, serão cada vez menores.
A fotografia lixo#8.3 é a mais importante de todo o trabalho, pois consegue
representar metaforicamente a nova era em que vivemos. E a metáfora inerente a esta
imagem foi descoberta por mim quando cheguei a casa, depois de ver as fotografias, o
que não deixa de ser curioso. Na fotografia em questão podemos ver vários caixotes
abarrotados de lixo (as imagens da sequência #8 dão uma dupla perspectiva da
quantidade de desperdício existente. Se por um lado nas fotografias lixo#8.1 e lixo#8.2
1 Em Portugal recebem‐se os presentes na noite de 24 de Dezembro.
3
vemos os caixotes de lixo a transbordar, com a imagem lixo#8.2 vemos que o espaço
dedicado para a colocação de lixo não é suficiente, amontoando‐se uma quantidade
imensa de poluição residual fora do local apropriado). Mas a fotografia lixo#8.3, como
referi, destaca‐se porque podemos ler um letreiro da superfície comercial em frente
que curiosamente se intitula “Novo Oriente”.
“Novo Oriente”. Não vivemos nós num novo Oriente? Num Oriente diferente
daquele em que Jesus nasceu?
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Desenvolvimento prático
Todas as fotografias presentes neste trabalho foram conseguidas com recurso à
máquina digital do meu telemóvel, modelo N‐78 da Nokia. É um telemóvel com
câmara digital incorporada, de resolução 3.2 Mega Pixel.
Após o processo de recolha de imagens, seguiu‐se um outro processo, o da
seriação das mesmas. Seguidamente um novo processo de avaliação sobre as ditas
imagens fez com que se reduzisse a dez fotografias o trabalho. Porém, são as que
melhor demonstram o meu ponto de vista sobre a “banalidade” em que se tornou o
Natal nos dias de hoje.
Por fim, algumas das imagens passaram pelo programa de edição de imagem
Adobe Photoshop CS3. As alterações que se realizaram neste mesmo programa foram
realizadas com recurso à ferramenta clone stamp (lixo#3 e lixo#8.3) com o objectivo de
serem retiradas sombras desnecessárias que surgiam na fotografia e ainda a alteração
dos levels (lixo#8.1) da imagem original, resultando numa imagem final com mais
brilho.
Na página seguinte encontram‐se as imagens que foram fruto das alterações
atrás mencionadas.
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Imagem 1: lixo#3 (original) Imagem 2: lixo#3 (final)
Imagem 4: lixo#8.3 (final)Imagem 3: lixo#8.3 (original)
Imagem 6: lixo#8.1 (final)Imagem 5: lixo#8.1 (original)
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Exposição prática
As imagens que se seguem são o projecto prático em si. São as imagens representativas da realidade dos nossos tempos.
Imagem 7: lixo#1
7
Imagem 8: lixo#2
8
Imagem 9: lixo#3
9
Imagem 10: lixo#4
10
Imagem 11: lixo#5
11
Imagem 12: lixo#6
12
Imagem 13: lixo#7
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Imagem 14: lixo#8.1
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Imagem 15: lixo#8.2
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Imagem 16: lixo#8.3