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Sumário
1. Introdução .............................................................................................................................. 2
2. Dados da Organização ............................................................................................................ 3
3. Caracterização da área a ser restaurada ................................................................................... 3
3.1. Localização da área ..................................................................................................... 3
3.2. Recursos hídricos ......................................................................................................... 5
3.3. Solo ................................................................................................................................ 5
3.4. Relevo ........................................................................................................................... 6
3.5. Clima .............................................................................................................................. 7
3.6. Vegetação ..................................................................................................................... 7
3.7. Fauna ............................................................................................................................. 8
3.8. Uso e ocupação do solo .............................................................................................. 8
3.9. Degradação ambiental ................................................................................................. 9
4. Metodologia ......................................................................................................................... 10
4.1. Eliminação dos fatores de degradação .................................................................... 11
4.2. Manejo do Solo ........................................................................................................... 13
5. Plantio .................................................................................................................................. 14
5.1. Reflorestamento Tradicional ..................................................................................... 15
5.2. Reflorestamento Agroflorestal ................................................................................... 21 5.3. Reflorestamento Nucleação ...................................................................................... 29
6. Cronograma de execução ...................................................................................................... 44
7. Encerramento ....................................................................................................................... 45
8. Bibliografia .......................................................................................................................... 46
ANEXOS ................................................................................................................................. 47
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1. Introdução
O assentamento Santa Rita, situado no município de Tupi Paulista - SP atende
31 famílias e possui área total de 749,5542 hectares. Apresenta duas áreas de reserva
legal, de 88,2466 e de 67,8957 hectares (área total igual a 156,1423 hectares);
incluídas nessas áreas de reserva estão às áreas de preservação permanente. O
assentamento foi implantado pela Fundação Instituto de Terras do Estado de são Paulo
“Jose Gomes Silva”(ITESP) oficialmente por meio da Portaria ITESP 12, de 08 de
dezembro de 2000.
O ITESP vem desenvolvendo o “Plano de Recuperação nos Assentamento do
Pontal do Paranapanema – Pontal Verde” (ITESP 2001), cuja premissa é a implantação
de florestas através da participação comunitária.
Vindo de encontro com esta premissa a Frente De Apoio Comunitário – Sonho
Nosso está apoiada em uma nova concepção da restauração sócio-ambiental, que
constrói sustentabilidade ao longo do tempo por facilitar o desenvolvimento local por
meio de uma cultura ambiental e cooperativa, incluindo a orientação e capacitação de
um grupo de assentados para a prestação de serviço em restauração ambiental.
O objetivo deste projeto é promover a recuperação das áreas de preservação
permanente e reserva legal no assentamento Santa Rita, no Município de Tupi
Paulista, aplicando técnicas de plantio de mudas de espécies nativas na região. Será
recomposta uma área total de 15 hectares.
A presente proposta preconiza a participação dos assentados na recomposição
da vegetação natural, em todas as fases do projeto e nos modelos de recuperação a
ser desenvolvida, fazendo parte do Projeto Plantadores de Florestas já em andamento
com a comunidade local.
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2. Dados da Organização
Empresa responsável: SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário
Endereço: Rua José Maria Calazans, 550
Bairro: Centro
Município: Nova Guataporanga – SP
CNPJ n°: 06.065.829/0001-59
OCISP n°: 08026.003591/2004-22
3. Caracterização da área a ser restaurada
O Assentamento Santa Rita, situado no município de Tupi Paulista - SP (altitude
400 metros; latitude 2113’ e longitude 5120’), região oeste do estado de São Paulo.
Possui área total de 749,5542 hectares, sendo 581,50 ha de área agricultável. A área
verde ocupa uma área de 156,1424 ha correspondendo a 20,83% da área total.
3.1. Localização da área
Área de 15 ha, na reserva legal 2 do Assentamento Santa Rita I, Munícipio de Tupi
Paulista, estado de São Paulo.
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Calculo Analítico da Área, Azimute, Lados, Coordenadas Geográficas e UTM DATUM: SIRGAS 2000 Meridiano Central: - 51o00’00” WGr
Perímetro: 1647.67 metros
Área Total: 150005,3672 m2 15.0005 ha
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Mapa da área a ser reflorestada
3.2. Recursos hídricos
O assentamento é delimitado pelo Córrego Guaraciaba ao norte e pelo Ribeirão
dos Marrecos ao sul.
Está inserido na bacia hidrográfica do Rio do Aguapeí, mais especificamente na
sub-bacia do Baixo Aguapeí ou – utilizando-se outra subdivisão – na sub-bacia do
Ribeirão dos Marrecos.
3.3. Solo
Segundo o mapa pedológico da Bacia do Rio Aguapeí (SIGRH 1997), os tipos de
solo que ocorrem na região do município de Tupi Paulista são:
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Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico, argila de atividade baixa, abrúptico, A
moderado, textura arenosa/média, relevo suave ondulado e ondulado. Inclusões
de Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico, argila de atividade baixa, abrúptico e
não abrúptico, A moderado, textura arenosa/média e média; Solos Litólicos
eutróficos, A moderado, textura média, substrato arenito (PVe3);
Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico, argila de atividade baixa, A moderado,
textura arenosa/média e média; Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico e
distrófico, argila de atividade baixa, A moderado, textura arenosa/média e
média, relevo suave ondulado. Inclusões de Podzólico Vermelho-Amarelo
eutrófico, argila de atividade baixa, abrúptico, A moderado, textura
arenosa/média; Latossolo Vermelho-Escuro álico, A moderado, textura média
(PVe5);
Latossolo Vermelho-Escuro álico, A moderado, textura média, relevo suave
ondulado e plano. Inclusões de Podzólico Vermelho-Escuro distrófico e
eutrófico, argila de atividade baixa, A moderado, textura arenosa/média a
média; Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico, argila de atividade baixa, A
moderado, textura arenosa/média a média (LEa8).
Na área do assentamento Santa Rita ocorrem apenas os dois últimos tipos,
segundo o mapa.
Em 1998 foi realizada a análise do solo do assentamento Santa Rita, que atestou
ser um solo eutrófico, com textura média.
3.4. Relevo
Segundo o Mapa Geomorfológico da Bacia do Rio Aguapeí (SIGRH 1997) a
região de Tupi Paulista apresenta relevo cujas formas de relevo são as colinas amplas
e as colinas médias.
De acordo com o relatório do SIGRH (1997), a classificação do sub-bacia do
Ribeirão dos Marrecos quanto ao risco potencial de erosão é muito alta, uma vez que
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50 a 100% da área dessa sub-bacia está comprometida. Acrescentando que essa sub-
bacia também foi classificada com um índice alto de concentração de voçorocas pelo
mesmo relatório. Portanto, pela combinação dessas duas classificações, a sub-bacia é
considerada crítica, em grau muito alto.
3.5. Clima
O município de Tupi Paulista se insere na região cujo clima está classificado
como tipo Aw, segundo a classificação climática de Köeppen, baseada em dados
mensais pluviométricos e termométricos (CEPAGRI 2009). Esse clima é descrito como
tropical chuvoso com inverno seco e mês mais frio com temperatura média superior a
18ºC. O mês mais seco tem precipitação inferior a 60 mm. e com período chuvoso que
se atrasa para o outono. As figuras 3 e 4 ilustram alguns dados climáticos do município
de Tupi Paulista. A figura 5 ilustra a disponibilidade de água no solo no município, no
período de 2002 a 2004 e sugere que, mesmo na época chuvosa (de dezembro a
fevereiro), pode ocorrer déficit hídrico.
3.6. Vegetação
Segundo o Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo
(Instituto Florestal 2009), a vegetação natural do município de Tupi Paulista era de
floresta estacional semidecidual, com algumas pequenas manchas de savana.
A floresta estacional semidecidual está condicionada ao clima (verão chuvoso e
inverno seco ou clima subtropical sem seca, mas com intenso frio, temperaturas
médias abaixo de 15ºC) e pela queda das folhas durante o período seco, em 20 a 50%
das árvores caducifólias da floresta. Apresenta árvores emergentes (jequitibá e jatobá),
com dossel de 25 a 28 metros, e a presença de cipós em 70% das árvores (IBGE 1991;
SOS Mata Atlântica 2009).
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A floresta estacional semidecidual - juntamente com a floresta ombrófila densa
(da encosta atlântica) e a floresta ombrófila mista (mata de araucária) - compõe o
denominado domínio da mata atlântica, que, no território nacional, tem a área
delimitada e protegida pela lei federal n° 11.428/2006 e regulamentada pelo decreto
6.660/2008, que dispõem sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma
Mata Atlântica.
3.7. Fauna
São escassos os dados sobre fauna na região oeste do estado de São Paulo,
ainda mais no caso de áreas específicas como o município de Tupi Paulista. Dados
sobre os Parques Estaduais dos Rios do Peixe e Aguapeí, relativamente próximos ao
assentamento Santa Rita, apontam para a presença de grande variedade faunística, a
citar: onça-parda, gato-do-mato, porco-espinho, queixada, cateto, anta, veado-mateiro
ou catingueiro, lontra, ariranha, raposa, cotia, paca, gambá, teiú, jacaré-preto, jacaré-
do-papo-amarelo, capivara etc. Aves foram citadas: jaburu, colhereiro, garça, garça-
parda, socó-boi, anhuma, pato-selvagem, gavião-pomba, tucano-de-bico-amarelo,
tucano-de-bico-vermelho entre outras (CETESB 2006).
3.8. Uso e ocupação do solo
A tabela abaixo descreve os usos agrícolas do solo na bacia do rio Aguapeí
(SIGRH 1997). Evidencia-se a predominância de pastagens e a escassa cobertura
vegetal natural.
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Uso % em área agrícola
Cobertura vegetal natural 3,62
Reflorestamento 0,65
Culturas perenes 4,92
Culturas temporárias 7,02
Culturas semi-perenes 3,64
Pastagens 78,81
Demais usos agrícolas 3,12
Usos agrícolas do solo na bacia do rio Aguapeí (SIGRH 1997).
3.9. Degradação ambiental
Por estar inserida no bioma mata atlântica, a região do assentamento Santa Rita
apresenta quadro semelhante ao de fragmentação florestal encontrado no estado de
São Paulo. A região possui poucos fragmentos florestais, que se encontram em alto
grau de isolamento.
A paisagem regional possui poucos remanescentes naturais. Originalmente, o
município de Tupi Paulista era totalmente coberto por vegetação nativa, com 23.300
hectares de floresta; atualmente restam apenas 1,9% de remanescentes, ou seja, em
torno de 445 hectares, distribuídos em 51 fragmentos de diferentes dimensões,
descritos na tabela abaixo:
Classes: <10ha 10-20 20-50 50-100 100-200 >200 Total
Número de
Fragmentos: 36 10 3 2 0 0 51
Número de fragmentos de vegetação remanescente por classe de superfície no
município de Tupi Paulista (Instituto Florestal 2009)
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No assentamento Santa Rita, as áreas verdes estão degradadas, em diferentes graus
de perturbação. Antes da criação do assentamento, grande parte das áreas destinadas
às reservas legais já eram pastos abandonados, cobertos por gramíneas exóticas.
4. Metodologia
Segundo a resolução SMA nº 08/2008, a recuperação florestal é a “restituição de
uma área desflorestada, perturbada ou degradada à condição de floresta nativa”.
Portanto, para ser realizada, é necessário conhecer as espécies e a dinâmica da
floresta nativa, assim como avaliar os impactos responsáveis pela degradação. Outro
aspecto a ser levado em conta é a adequação do projeto de recuperação à legislação
pertinente.
De modo resumido, a recuperação se dará em quatro fases: implantação,
manutenção, monitoramento e condução da regeneração natural. Serão utilizados três
modelos de recuperação, do total de 15 hectares serão divididos em partes iguais 5 ha
uma para cada modelo: Convencional, Sistema Agroflorestal e pelo método de
nucleação.
A implantação engloba o preparo da área e o plantio. O preparo inclui a
eliminação dos fatores de degradação e o preparo do solo. O plantio inclui o cultivo das
mudas propriamente ditas e as ações relacionadas, como adubação, irrigação e
controle de formigas.
A manutenção se dará por 24 meses após o término do plantio. Ela inclui ações
que se iniciam na implantação e no plantio, como a eliminação dos fatores de
degradação, irrigação, controle de formigas etc.
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4.1. Eliminação dos fatores de degradação
a) Controle de plantas invasoras
As áreas do assentamento Santa Rita a serem recuperadas possuem grande
quantidade de gramíneas Brachiaria sp. Essa espécie exótica é uma planta invasora
agressiva, que compete com as espécies nativas, impedindo o desenvolvimento das
mesmas e substituindo-as (Instituto Hórus 2009).
A erradicação da braquiária em áreas degradadas é dificílima, porque a
produção de sementes é intensa e sua dispersão anemocórica possibilita ampla
distribuição. Além disso, a permanência das sementes no banco do solo é duradoura.
Portanto, é necessário diminuir ao máximo o número de indivíduos invasores em
um primeiro momento e promover o controle constante de novas infestações. O
controle é fundamental no caso das áreas do assentamento, pois há muitos focos de
braquiárias no local.
As tecnologias atuais de controle de espécies invasoras em ambientes naturais
são poucas e rudimentares: controle por agentes biológicos, retirada manual, remoção
mecânica, queimadas e herbicidas (Sigg 1999). Para o assentamento, já descartam-se
as queimadas e os agentes biológicos. No início, a retirada manual é inviável, devida à
grande quantidade de gramíneas e a extensão da cobertura. Por isso, sugere-se
dessecação química seguida pela remoção mecânica (aração/subsolagem) para
diminuir a biomassa das braquiárias no momento inicial. Na etapa seguinte, pode-se
analisar o uso de herbicida, observados o uso de equipamentos de segurança, o
descarte correto de embalagens, as orientações dos fabricantes e os cuidados para
evitar impactos ambientais paralelos (como poluição do solo e corpos d´água ou
envenenamento de animais) (Instituto Hórus 2009). Um dos herbicidas indicados para
espécies invasoras é o glifosato, pelo seu baixo efeito residual.
Uma vez que o volume de braquiária tenha sido diminuído a ponto das pioneiras
começarem a se estabelecer, deve-se continuar o controle da braquiária, seja com o
uso do herbicida, seja com o coroamento manual, além do próprio sombremento
causado pelas pioneiras.
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b) Cercamento
Será necessário bloquear o acesso do gado ás áreas a serem recuperadas.
Portanto, haverá o cercamento das áreas ainda não isoladas (aproximadamente 70%),
através da construção de cercas de arame farpado, calculado em 1647,67 metros
lineares.
c) Queimadas
A contenção de queimadas deve ser feita por meio de diferentes estratégias,
entre elas estão a construção de aceiros e a diminuição de biomassa disponível. No
primeiro caso, pode-se construir aceiros de no mínimo 5 metros de largura ao longo
das faixas de reservas legais contíguas aos lotes do assentamento. Esses aceiros
devem ser mantidos limpos e trafegáveis. A diminuição da biomassa colabora para a
menor disponibilidade de material combustível. No assentamento Santa Rita, a
cobertura de braquiárias pode ser considerada o principal material disponível ao fogo.
O controle da braquiária já foi descrito no item 4.1 “a”.
Além disso, elaborar e aplicar um plano de prevenção e combate ao fogo, junto
aos moradores do assentamento, é uma estratégia importante.
d) Controle de formigas
Como a presença e o ataque de formigas limita a produção florestal, irá ser
realizado o combate na área onde será efetuado o plantio, bem como nas área
vizinhas, tendo como principal foco dois tipos de formigas: as raspadeiras quenquém,
Acromymex e as saúvas, Atta spp. O controle ou tratamento será baseado em
aplicação antecedente ao plantio com formicida em pó, diluído em água. O tratamento
será efetuado mensalmente no primeiro ano, de três em três meses no segundo ano e
uma vez ao ano nos seguintes, podendo ser alterado conforme as necessidades
presentes.
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Formicida:
Tipo do Produto Principio Ativo Dose Período
Iscas granuladas Sulfonamida 10 gr/m² seco
Pó Regente Fipronil 2,5 gr/l chuvoso
e) Controle de Cupins
Por ser uma das principais pragas que limita a expansão da produção
florestal, os cupins podem ser encontrados em duas principais características: cupins
de montículo e cupins subterrâneos. O combate aos cupins de montículos será feitas
pela destruição dos cupinzeiros e imediata aplicação do cupinicida. Já os cupins
subterrâneos por serem mais difícil sua localização e controle em caso de necessidade
será feito sua localização ao anoitecer, por estes terem hábitos alimentares noturnos e
no dia seguinte a aplicação localizada de cupinicida sobre a entrada ou “boca” do ninho
outro sistema que também poderá ser adotado é a aplicação do produto ao redor das
árvores servindo de repelente para os mesmos.
4.2. Manejo do Solo
a) Analise do solo
Será realizado análise de solo em todo a área de reflorestamento, levando
em consideração sua topografia e vegetação existente, a metodologia para
amostragem consiste em analisar com maior precisão a realidade do terreno, sendo
feito de 2(dois) á 4(quatro) pontos por hectares traçando-se um zig-zag pela área
amostrando assim o solo com profundidade relativa entre 0-20 e 20-40 cm, que
posteriormente serão enviados para um laboratório, que irá efetuar o resultado.
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b) Calagem e fosfatagem
Com o resultado da análise do solo em mãos, será feita aplicação conforme
o receituário agronômico de calcário e fósforo manual ou mecanizada 40 (quarenta)
dias antes do plantio, para controle de acidez e equilíbrio nutricional.
c) Roçada química
A roçada química também conhecida como dessecação, será realizada
através de defensivo agrícola a base de glifosato na proporção 5 litros por hectare, com
intuito de inicia o controle das plantas invasoras (Brachiaria) conforme descrito no item
4.1, alínea a, proporcionando que massa vegetal se transforme em matéria orgânica,
promovendo proteção na superfície do solo, evitando assim assoreamento nos cursos
d’água.
d) Preparo do solo
A área a ser recomposta, por apresentar um relevo suave ondulado permite um
preparo de solo através de aração e gradagem ou uma subsolagem.
Devido a grande presença de vegetação invasora (Brachiaria), conforme já
mencionado, será utilizado aração e dupla gradagem.
5. Plantio
A seleção das espécies para recomposição deve levar em conta aquelas que
ocorrem regionalmente, a fim de estabelecer comunidades formadas por espécies
adaptadas às condições ecológicas locais. A heterogeneidade também deve ser
relacionada ao estágio sucessional das espécies, mesclando-se pioneiras e tardias nas
proporções adequadas. Ao adotar o plantio de espécies pioneiras e tardias, espera-se
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simular a sucessão ecológica, uma vez que ocorrerá a gradual substituição de espécies
ao longo do tempo.
Outro aspecto importante é a escolha de espécies vegetais zoocóricas, ou seja,
cujas sementes atraem animais para se alimentarem. Conseqüentemente, as aves, os
mamíferos – entre outros– passam a ter oferta de alimento e a dispersarem as
sementes no ambiente.
Para a seleção das espécies vegetais para recuperação, será observado o que
rege a resolução 08/2008 da Secretaria do Meio Ambiente.
Buscando aprimorar o Projeto Plantadores de Florestas já em desenvolvimento
com os assentados do local serão utilizados praticas de recomposição ambiental de 3
modalidades: Convencional (Tradicional), Sistema Agroflorestal (SAFs) e Nucleação.
5.1. Reflorestamento Tradicional
No reflorestamento tradicional propõe-se adotar o modelo de plantio alternado
em área total, distribuído em linhas. As linhas apresentam as espécies de diversidade e
de preenchimento intercaladas, de modo que as linhas paralelas também intercalam-se
de modo a não coincidir os dois tipos de espécies. O espaçamento adotado deve ser o
de 2 X 3 metros.
A tabela abaixo resume o esquema de plantio, sendo que o número de espécies e o
número de indivíduos propostos baseiam-se na resolução SMA 08/2008:
Mudas Espécies
Condição Área (ha)
Espaça-mento
das mudas
Nº de mudas
por hectare
Nº de mudas total
N º de espécies
total
Nº mín. de espécies
zoocóricas
(20%)
N º mín. de esp.
ameaçadas de extinção
(5%)
Nº mín. de esp. de cada grupo
ecológico
(40%)
Nº máx. de esp. com menos de 12 indiv. (10%)
Reserva legal
5 2 X 3 1.667 8335 80 16 4 32 8
Total 5 8335
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Mudas Indivíduos
Condição Área (ha)
Espaça-mento
das mudas
Nº de mudas
por hectare
Nº de mudas
total
Nº máx. indiv. do total de cada grupo ecológico
(60%)
Nº máx. de indivíduos de
cada esp. pioneira (20%)
Nº máx. de indivíduos de
cada esp. não pioneira
(10%)
Reserva legal
5 2 X 3 1.667 8335 5001 1667 834
Total 5 8335
Esquema de plantio de mudas nas diferentes áreas verdes do assentamento Santa Rita, observando a resolução SMA 08/2008.
5.1.1 Escolha das espécies
Abaixo existem algumas das espécies recomendadas para a região na qual se
encontra a propriedade no Estado de São Paulo, que deverão ser plantadas.
NOME COMUM NOME CIENTIFÌCO ESTÁGIO DE SUCESSÃO Açoita cavalo miúdo* Luehea divaricata Secundária Inicial Açoita cavalo graúdo Luehea grandiflora Secundária Inicial Amarelinho Terminalia brasiliensis Secundária Inicial Amendoin bravo Pterogyne nitens Secundária Inicial Anda Açu** Joannesia princeps Secundária Inicial Angico do Cerrado Anadenanthera falcata Pioneira Angico vermelho** Anadenanthera macrocarpa Pioneira Ariba rosa Centrolobium tomentosum Secundária Inicial Aroeira preta Myracroduon urundeuva Secundária Inicial Aroeira pimenteira Schinus therebinthifolius Pioneira Babosa branca Cordia superba Secundária Tardia Bacupari Rheedia gardneriana Clímax Cabriúva ** Myroxylon peruiferum Secundária Tardia Café de bugre Cordia ecalyculata Secundária Tardia Canafístula Peltophorum dubium Secundária Inicial Canela de ferrugem** Nectrandra rígida Secundária Tardia Canjarana** Cabralea canjarena Secundária Tardia Capinxingui** Cróton floribundus Pioneira Capororoca** Rapanea ferruginea Pioneira Caviúna Machaerium scleroxylon Secundária Tardia Cedro rosa Cedrela fissilis Não Pioneira Chuva de ouro Cássia ferruginea Secundaria Tardia Coração Negro Poecilanthe parviflora Secundaria Tardia Dedaleiro Lafoensia pacari Secundária Inicial Embaubas* Cecropia spp Pioneira / Mata ciliar Embira de sapo Lanchocarpus spp Secundária Inicial Farinha seca Albizia hasslerii Secundária Inicial Figueira branca Fícus nymphaefolia Secundaria Tardia
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Garapa Apuelia leiocarpa Secundaria Tardia Goiaba** Psidium guajava Secundária Inicial Grumixama Eugenia brasiliensis Secundaria Tardia Guajuriva** Patagonula americana Secundária Inicial Guarajuba Bucheenavia ssp Clímax Guarandi* Calophylum brasiliensis Secundaria Inicial / Mata ciliar Guarantã Esenbeckia leiocarpa Clímax Guarioba Britoa sellowiana Secundaria tardia Imbiraçu** Pseudobombax grandiflorus Secundária Inicial Ingás* Ingá spp Secundária Inicial / Mata ciliar Ipê Amarelo Tabebuia ochoraceae Secundária Inicial Ipê amarelo da mata Tabebuia vellosi Secundaria Tardia Ipê amarelo do brejo* Tabebuia umbellata Secundária Inicial / Mata ciliar Ipê felpudo Zeytheriana tuberculosa Secundária Inicial Ipê roxo de bola Tabebuia impetiginosa Secundária Inicial Ipê roxo** Tabebuia avellanedae Secundaria Tardia Jabuticaba** Myrciaria trunflora Secundaria Tardia Jacarandá do campo Machaerium ocutifolium Secundária Inicial Jacarandá paulista Machaerim viloosum Secundária Inicial Jambolão** Syzygium jambolana Secundária Inicial Jaracatiá Jaracatiá spinosa Secundária Inicial Jatobá** Hymenea stilbocarpa Clímax Jenipapo* Genipa americana Secundária Inicial / Mata Ciliar Jequitibá branco Cariniana estrellensis Secundaria Tardia Jerivá* Syagrus romanzoffiana Secundária Inicial / Mata ciliar Louro pardo Cordia trichotona Secundária Inicial Mamica de porca Zanthoxylum spp Secundária Inicial Marinheiro Guarea guidonea Secundária Inicial Mulungo** Erytrina mulungu Secundária Inicial Oiti Licania tomeniosa Secundaria Tardia Paineira Chorosia speciosa Secundária Inicial Palmito Euterpe edulis Clímax Pau d’alho** Gallesia gorarema Secundária Inicial Pau de jangada** Apeiba tibourbou Secundária Inicial Pau jacaré Piptadenia gonoacantha Pioneira Pau pereira** Trema mirantha Pioneira Pau-de-viola* Cytharexillum myrantha Secundaria Inicial Peito de pombo** Tapiria Guianensis Secundária Inicial Peroba poca** Apidosperma cylindrocarpon Secundaria Tardia Peroba rosa Aspidosperma polyneuron Clímax Pindaíba** Dugueita lanceolata Secundaria Tardia Pitanga Eugenia spp Secundaria Tardia Saguaraji amarelo Rhamnidium elaeocarpus Secundaria Tardia Saguaraji vermelho Colubrina glandulosa Secundária Inicial Sangra-d’água* Cróton urucurana Pioneira / Mata Ciliar Taiuva** Maclaura tinctoria Secundária Inicial Tamboril** Enteroloium contortisiliquum Secundária Inicial / Mata Ciliar
Espécies de Flora Ameaçadas de Extinção Palmeira Acanthococos emenesis ----------------------------------- Bromélia Aechmea apocalyptica ----------------------------------- Aroeira vermelha Astronium fraxinifolium ----------------------------------- Jacarandá da baia Dalbergia nigra Secundaria Tardia Samambaiaçu Imperial Dicksonia sellowiana ----------------------------------- Figueira terrestre Dorstenia arifolioa -----------------------------------
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Caiapiá verdadeiro Dorstenia caypia ----------------------------------- Milho cozido Licania indurata ----------------------------------- Arnica Lyshnophora ericoides ----------------------------------- Canela preta Ocotea catharinensis ----------------------------------- Embuia Ocotea porosa -----------------------------------
Por ocasião da implantação de reflorestamento deve-se utilizar o seguinte adensamento populacional levando se em consideração o que determina a Resolução SMA 21 de 21/11/2001 complementada pela resolução SMA 47 de 26/11/2003.
5.1.2 Demarcação do Terreno:
Realização da demarcação do plantio em nível, realizados com aparelhos
topográficos, condicionando as “ruas” das árvores em nível, evitando assim maiores
prejuízos ao meio ambiente com erosão e assoreamento do córrego.
5.1.2 Sulcação
Será realizado a sulcação do terreno acompanhando o nível e o
espaçamento determinado pela linha de plantio, realizado mecanicamente com
chapinha ou bico de sulcador, formando sulcos nivelados com 10 cm de profundidade
por 20 de largura.
5.1.3 Marcação do Plantio:
Dentro dos Sulcos nivelados será marcada as posições e feito as covas,
determinada pelo espaçamento 2x3 ou 6 m²/planta, onde serão feitas as futuras e
respectivas adubações necessárias.
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MOSAICO DE PLANTIO
X – ESPÉCIES PIONEIRAS (P)
O – ESPÉCIES SECUNDÁRIAS/CLÍMAX (NP)
ESPAÇAMENTO UTILIZADO NO PROJETO (3x2m)
X X X X X X X X X
O O O O O O O O
X X X X X X X X X
O O O O O O O O
X X X X X X X X X
O O O O O O O O
X X X X X X X X X
5.1.4 Adubação de Plantio:
Após ter ocorrido algumas chuvas e solo se encontrar acima de 70% de
umidade será feitas as covas, mediante a análise de solo será feita a adubação de N-
P-K e matéria orgânica conforme suas necessidades exigidas, utilizando a formula 05-
25-25 com quantidades a serem avaliadas mediante a análise.
5.1.5 Plantio:
Com o solo úmido, será retirado a muda da embalagem e plantar no centro
da cova e aproximando se terra até altura do colo da planta, para evitar afogamento.
5.1.6 Irrigação
A irrigação consiste na distribuição imediatamente após o plantio das mudas,
com uma quantia de até 5 l de água por planta. A irrigação deverá ser repetida sempre
que as mudas apresentarem-se sentidas, até que ocorra seu estabelecimento
definitivo.
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5.1.7 Replantio florestal
Aproximadamente 40 dias Após o plantio a área deverá ser vistoriada,
verificando as covas onde as mudas não resistiram, onde nessas covas deverão ser
repetidas todas as operações de plantio, exceto a adubação.
5.1.8 Roçada química de manutenção
Consiste na aplicação de herbicida nas linhas e entre linhas de plantio, com o
propósito de impedir o desenvolvimento das ervas invasoras, em especial as
gramíneas que, na fase inicial do desenvolvimento das mudas, causam problemas pela
competição por água e nutrientes. A operação deverá ser executada por aplicadores
munidos de pulverizador costal, com haste e bico aplicador tipo espuma que permitem
a visualização das gotas de solução aplicada. Se for o caso proteger as mudas por
dispositivo (sacos, baldes ou tubos plásticos), para evitar a danos às mesmas. O
produto recomendado e mais utilizado hoje é o glifosato, sendo utilizado para
dessecação numa dosagem de 200 ml do mesmo em uma pulverizadora costal de 20l.
E a disposição final destas embalagens e cuidados com o meio ambiente deve se
respeitar criteriosamente as recomendações do fabricante.
5.1.9 Capina manual em coroa
Com uso de enxadas ou ferramentas similares, eliminar as ervas invasoras
existentes dentro da coroa de plantio, conservando um raio de 60 cm. Essa operação
também poderá ser feito com uso de herbicidas.
5.1.10 Adubações localizadas em cobertura
Consiste na colocação de fertilizantes químico ao redor das mudas, devendo ser
aberto um sulco, com uma profundidade de 10 cm, evitando-se uma proximidade
inferior de 0,20 m entre o sulco e o coleto da muda. Deverão ser aplicados 40 g de
fertilizantes NPK na primeira cobertura, fórmula 20-00-20 por cova, onde a primeira
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adubação de cobertura deverá ser feita 40 dias após o plantio. As demais decorridos
de 6 e 12 meses da primeira, sendo uma aplicação de 80 g.
5.1.10 Adubação verde
Adubação verde é uma prática agrícola que consiste no plantio de espécies
capazes de reciclar os nutrientes para tornar o solo mais fértil e consequentemente
mais produtivo. O adubo verde pode reduzir ou até eliminar o uso de fertilizantes
minerais nitrogenados, contribuindo assim para uma maior sustentabilidade da
agricultura, garantindo a conservação de recursos naturais.
A utilização da adubação verde é um manejo sustentavelmente viável para os
agrossistemas, pois geram vantagens para os produtores, consumidores e,
principalmente, para os ecossistemas que mantêm os ciclos dos nutrientes.
Pode ser apontado como vantagens do plantio verde o aumento da camada
vegetal que aperfeiçoa a infiltração de água no solo, diminuindo a ocorrência de
erosões, e evaporação edáfica, isto é, a evaporação de água que está nos poros das
camadas superficiais do solo e que, normalmente, é aproveitada pelos vegetais de
raízes curtas, retornando rapidamente para o ciclo hidrológico devido à evaporação.
Outra precaução é utilização da adubação verde com o intuito de competir com a
braquiária (já comentada acima). É importante ressaltar que no Brasil há uma grande
variedade de solos e que cada um deles tem uma necessidade nutricional diferenciada,
existem diversas espécies de planta que realizam muito bem está função sendo
indicadas as seguintes espécies: crotalárias (Crotalaria juncea, ochroleuca, paulina e
spectabilis), mucuna-preta (Mucuna aterrima), feijão-de-porco (C. ensiformis).
5.2. Reflorestamento Agroflorestal
O Ministério do Meio Ambiente, por meio da Instrução Normativa nº 05 de
2009, define SISTEMA AGROFLORESTAL como:
“Sistemas de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes
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são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas
agrícolas, forrageiras em uma mesma unidade de manejo, de acordo com arranjo
espacial e temporal, com alta diversidade de espécies e interações entre estes
componentes”;
Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são uma forma que os agricultores
encontraram para juntar produção agrícola e conservação florestal, gerando alimento e
renda sem agredir a natureza, em equilibrio com a dinâmica tropical. Além disso,
podem ser uma importante ferramenta para a restauração de ecossistemas
degradados.
A escolha das espécies deve estar de acordo com os potenciais do local,
observando a fertilidade do solo, o clima, a radiação solar, prevendo a produção nas
diferentes estações do ano e estágios do desenvolvimento, aproveitando ao máximo
todos os espaços.
Na agrofloresta, imitamos a natureza e promovemos a sucessão florestal,
cultivando as plantas de ciclo curto, médio e longo, garantindo uma colheita
diversificada e constante. Assim, pensamos desde o início nas espécies do futuro.
Mudas Espécies
Condição Área (ha)
Espaça-mento
das mudas
Nº de mudas
por hectare
Nº de mudas total
N º de espécies
total
Nº mín. de espécies
zoocóricas
(20%)
N º mín. de esp.
ameaçadas de extinção
(5%)
Nº mín. de esp. de cada grupo
ecológico
(40%)
Nº máx. de esp. com menos de 12 indiv. (10%)
Reserva legal com SAF
5 3 X 3 1.111 12.221 80 16 4 32 8
Consorcio com seringueira
5 12 X 12 70 350
Total 5 12571
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Mudas Indivíduos
Condição Área (ha)
Espaça-mento
das mudas
Nº de mudas
por hectare
Nº de mudas
total
Nº máx. indiv. do total de cada grupo ecológico
(60%)
Nº máx. de indivíduos de
cada esp. pioneira (20%)
Nº máx. de indivíduos de
cada esp. não pioneira
(10%)
Reserva legal com SAF
11 3 X 3 1.111 12.221 7.333 2.444 1.222
Total 5 12221
Tabela 4: Esquema de plantio de mudas nas diferentes áreas verdes do assentamento Santa Rita,
observando a resolução SMA 08/2008.
5.2.1 Escolha das espécies
Espécies nativas
Abaixo existem algumas das espécies recomendadas para a região na qual se
encontra a propriedade no Estado de São Paulo, que deverão ser plantadas.
NOME COMUM NOME CIENTIFÌCO ESTÁGIO DE SUCESSÃO Açoita cavalo miúdo* Luehea divaricata Secundária Inicial Açoita cavalo graúdo Luehea grandiflora Secundária Inicial Amarelinho Terminalia brasiliensis Secundária Inicial Amendoin bravo Pterogyne nitens Secundária Inicial Anda Açu** Joannesia princeps Secundária Inicial Angico do Cerrado Anadenanthera falcata Pioneira Angico vermelho** Anadenanthera macrocarpa Pioneira Ariba rosa Centrolobium tomentosum Secundária Inicial Aroeira preta Myracroduon urundeuva Secundária Inicial Aroeira pimenteira Schinus therebinthifolius Pioneira Babosa branca Cordia superba Secundária Tardia Bacupari Rheedia gardneriana Clímax Cabriúva ** Myroxylon peruiferum Secundária Tardia Café de bugre Cordia ecalyculata Secundária Tardia Canafístula Peltophorum dubium Secundária Inicial Canela de ferrugem** Nectrandra rígida Secundária Tardia Canjarana** Cabralea canjarena Secundária Tardia Capinxingui** Cróton floribundus Pioneira Capororoca** Rapanea ferruginea Pioneira Caviúna Machaerium scleroxylon Secundária Tardia Cedro rosa Cedrela fissilis Não Pioneira Chuva de ouro Cássia ferruginea Secundaria Tardia Coração Negro Poecilanthe parviflora Secundaria Tardia Dedaleiro Lafoensia pacari Secundária Inicial Embaubas* Cecropia spp Pioneira / Mata ciliar
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Embira de sapo Lanchocarpus spp Secundária Inicial Farinha seca Albizia hasslerii Secundária Inicial Figueira branca Fícus nymphaefolia Secundaria Tardia Garapa Apuelia leiocarpa Secundaria Tardia Goiaba** Psidium guajava Secundária Inicial Grumixama Eugenia brasiliensis Secundaria Tardia Guajuriva** Patagonula americana Secundária Inicial Guarajuba Bucheenavia ssp Clímax Guarandi* Calophylum brasiliensis Secundaria Inicial / Mata ciliar Guarantã Esenbeckia leiocarpa Clímax Guarioba Britoa sellowiana Secundaria tardia Imbiraçu** Pseudobombax grandiflorus Secundária Inicial Ingás* Ingá spp Secundária Inicial / Mata ciliar Ipê Amarelo Tabebuia ochoraceae Secundária Inicial Ipê amarelo da mata Tabebuia vellosi Secundaria Tardia Ipê amarelo do brejo* Tabebuia umbellata Secundária Inicial / Mata ciliar Ipê felpudo Zeytheriana tuberculosa Secundária Inicial Ipê roxo de bola Tabebuia impetiginosa Secundária Inicial Ipê roxo** Tabebuia avellanedae Secundaria Tardia Jabuticaba** Myrciaria trunflora Secundaria Tardia Jacarandá do campo Machaerium ocutifolium Secundária Inicial Jacarandá paulista Machaerim viloosum Secundária Inicial Jambolão** Syzygium jambolana Secundária Inicial Jaracatiá Jaracatiá spinosa Secundária Inicial Jatobá** Hymenea stilbocarpa Clímax Jenipapo* Genipa americana Secundária Inicial / Mata Ciliar Jequitibá branco Cariniana estrellensis Secundaria Tardia Jerivá* Syagrus romanzoffiana Secundária Inicial / Mata ciliar Louro pardo Cordia trichotona Secundária Inicial Mamica de porca Zanthoxylum spp Secundária Inicial Marinheiro Guarea guidonea Secundária Inicial Mulungo** Erytrina mulungu Secundária Inicial Oiti Licania tomeniosa Secundaria Tardia Paineira Chorosia speciosa Secundária Inicial Palmito Euterpe edulis Clímax Pau d’alho** Gallesia gorarema Secundária Inicial Pau de jangada** Apeiba tibourbou Secundária Inicial Pau jacaré Piptadenia gonoacantha Pioneira Pau pereira** Trema mirantha Pioneira Pau-de-viola* Cytharexillum myrantha Secundaria Inicial Peito de pombo** Tapiria Guianensis Secundária Inicial Peroba poca** Apidosperma cylindrocarpon Secundaria Tardia Peroba rosa Aspidosperma polyneuron Clímax Pindaíba** Dugueita lanceolata Secundaria Tardia Pitanga Eugenia spp Secundaria Tardia Saguaraji amarelo Rhamnidium elaeocarpus Secundaria Tardia Saguaraji vermelho Colubrina glandulosa Secundária Inicial Sangra-d’água* Cróton urucurana Pioneira / Mata Ciliar Taiuva** Maclaura tinctoria Secundária Inicial Tamboril** Enteroloium contortisiliquum Secundária Inicial / Mata Ciliar
Espécies de Flora Ameaçadas de Extinção Palmeira Acanthococos emenesis ----------------------------------- Bromélia Aechmea apocalyptica ----------------------------------- Aroeira vermelha Astronium fraxinifolium -----------------------------------
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Jacarandá da baia Dalbergia nigra Secundaria Tardia Samambaiaçu Imperial Dicksonia sellowiana ----------------------------------- Figueira terrestre Dorstenia arifolioa ----------------------------------- Caiapiá verdadeiro Dorstenia caypia ----------------------------------- Milho cozido Licania indurata ----------------------------------- Arnica Lyshnophora ericoides ----------------------------------- Canela preta Ocotea catharinensis ----------------------------------- Embuia Ocotea porosa ----------------------------------- Por ocasião da implantação de reflorestamento deve-se utilizar o seguinte adensamento populacional levando se em consideração o que determina a Resolução SMA 21 de 21/11/2001 complementada pela resolução SMA 47 de 26/11/2003.
Espécies a ser consorciadas
Um bom SAFs é composto de plantas de todos os estágios e estratos
sucessionais, bem como de diversas funções. Estágios sucessionais são etapas de
evolução de um ecossistemas florestal, definidos como estágio placentário, secundário
e primário.
Estágio Placentário cujas plantas nascerão primeiro (pioneiras) e prepararão o
solo para o estágio seguinte, indicaremos o milho, abobora, mandioca, feijão, etc.
Estagio secundário Estágio intermediário que fará a transição do sistema jovem
(placentário) para o sistema adulto (primário), indicamos mamão, banana, abacate,
pupunha, etc.
Estágio primário ou de floresta formada, estado clímax, conforme já definimos
acima indicamos a seringueira, podendo ser utilizado também o café, a jaca, castanha,
manga, etc.
5.2.2 Demarcação do Terreno:
Realização da demarcação do plantio em nível, realizados com aparelhos
topográficos, condicionando as “ruas” das árvores em nível, evitando assim maiores
prejuízos ao meio ambiente com erosão e assoreamento do córrego.
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5.2.2 Sulcação
Será realizado a sulcação do terreno acompanhando o nível e o
espaçamento determinado pela linha de plantio, realizado mecanicamente com
chapinha ou bico de sulcador, formando sulcos nivelados com 10 cm de profundidade
por 20 de largura.
5.2.3 Marcação do Plantio:
Dentro dos Sulcos nivelados será marcada as posições e feito as covas,
determinada pelo espaçamento 2x3 ou 6 m²/planta, onde serão feitas as futuras e
respectivas adubações necessárias.
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MOSAICO DE PLANTIO
X – ESPÉCIES PIONEIRAS (P)
O – ESPÉCIES SECUNDÁRIAS/CLÍMAX (NP)
S – SERINGUEIRA
= - PLANTAS PLACENTÁRIAS
& - PLANTAS INTERMEDIÁRIAS
ESPAÇAMENTO UTILIZADO NO PROJETO (3x3m)
X X X S X X X S X
===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&
O O O O O O O O
===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&
X X X X X X X X X
===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&
O O O O O O O O
===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&
S X X X S X X X S
===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&
O O O O O O O O
===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&
X X X X X X X X X
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5.2.4 Adubação de Plantio:
Após algumas chuvas, com a umidade do solo acima de 70% serão feitas as
covas, mediante a análise de solo será feita a adubação de N-P-K e matéria orgânica
conforme suas necessidades exigidas, utilizando a formula 05-25-25 com quantidades
a serem avaliadas mediante a análise.
5.2.5 Plantio:
Com o solo úmido, será retirado a muda da embalagem e plantar no centro
da cova e aproximando se terra até altura do colo da planta, para evitar afogamento.
5.2.6 Irrigação
A irrigação consiste na distribuição imediatamente após o plantio das mudas,
com uma quantia de até 5 l de água por planta. A irrigação deverá ser repetida sempre
que as mudas apresentarem-se sentidas, até que ocorra seu estabelecimento
definitivo.
5.2.7 Replantio florestal
Após ter passado aproximadamente 40 dias do plantio a área deverá ser
vistoriada, verificando as covas onde as mudas não resistiram, onde nessas covas
deverão ser repetidas todas as operações de plantio, exceto a adubação.
5.2.8 Roçada química de manutenção
Consiste na aplicação de herbicida nas linhas e entre linhas de plantio, com o
propósito de impedir o desenvolvimento das ervas invasoras, em especial as
gramíneas que, na fase inicial do desenvolvimento das mudas, causam problemas pela
competição por água e nutrientes. A operação deverá ser executada por aplicadores
munidos de pulverizador costal, com haste e bico aplicador tipo espuma que permitem
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a visualização das gotas de solução aplicada. Se for o caso proteger as mudas por
dispositivo (sacos, baldes ou tubos plásticos), para evitar a danos às mesmas. O
produto recomendado e mais utilizado hoje é o glifosato, sendo utilizado para
dessecação numa dosagem de 200 ml do mesmo em uma pulverizadora costal de 20l.
E a disposição final destas embalagens e cuidados com o meio ambiente deve se
respeitar criteriosamente as recomendações do fabricante.
5.2.9 Capina manual em coroa
Com uso de enxadas ou ferramentas similares, eliminar as ervas invasoras
existentes dentro da coroa de plantio, conservando um raio de 60 cm. Essa operação
também poderá ser feito com uso de herbicidas.
5.2.10 Adubações localizadas em cobertura
Consiste na colocação de fertilizantes químico ao redor das mudas, devendo ser
aberto um sulco, com uma profundidade de 10 cm, evitando-se uma proximidade
inferior de 0,20 m entre o sulco e o coleto da muda. Deverão ser aplicados 40 g de
fertilizantes NPK na primeira cobertura, fórmula 20-00-20 por cova, onde a primeira
adubação de cobertura deverá ser feita 40 dias após o plantio. As demais decorridos
de 6 e 12 meses da primeira, sendo uma aplicação de 80 g.
5.3. Reflorestamento Nucleação
Uma das práticas mais simples para a condução da regeneração natural da área
será o seu isolamento dos fatores de degradação. A restauração através da nucleação
é caracterizada por diversas técnicas que são implantadas, nunca em área total, mas
sempre em núcleos, a fim de deixar espaços abertos para o eventual se expressar,
ocupando em média 5% da área.
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O interessante desta técnica é a possibilidade de criar diferentes núcleos
aproveitamento o que cada propriedade tem a oferecer e assim diminuir os custos e
garantir que a vegetação evolua naturalmente no espaço.
De acordo com REIS, a nucleação tem como base sempre a sucessão. Ela quer
que haja primeira a formação de um solo e que com o tempo as espécies sejam
recrutadas de forma a atender exatamente as condições climáticas regionais. Num
processo de plantação, existe uma ideia de pressa, de formar isso o mais rápido
possível Nem sempre esse solo está preparado para receber essas mudas.
Os sistemas de nucleação são ações de restauração ambiental com a função de
imitar a natureza e seus processos. A figura abaixo demonstra o processo de
desenvolvimento de uma comunidade dentro da sucessão natural.
Fonte: Restauração Ecológica - Sistema de Nucleação - SMA, 2011.
O sistema de nucleação une cinco técnicas usadas ao mesmo tempo: o plantio
de mudas nativas, a transposição de solo, a chuva de sementes, a formação de
poleiros artificiais e a implantação de gralharias.
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O sistema de nucleação será implantando em 5 hectares de área da reserva
legal do assentamento Santa Rita, sendo utilizado aplicação das cinco técnicas citada
acima de acordo com o quadro abaixo:
Técnicas de Nucleação Pontos 1 ha Pontos 5 ha
Poleiros artificiais 5 25
Transposição de solo 5 25
Plantio de mundas nativas 5 25
Chuvas de sementes 5 25
Implantação de gralharias 5 25
5.3.1 Poleiros Artificiais
Sem vegetação, não há mais ambientes para abrigo e alimentação dos animais
dispersores, e com isso, eles deixam de visitar a área. A chegada de propágulos
(sementes e frutos) é importante para a regeneração de um ambiente degradado. Se a
área for aberta, e os dispersores normalmente habitarem áreas mais fechadas, a
chegada de propágulos nessas áreas abertas fica comprometida, e isto se torna um
fator limitante para a regeneração dessas áreas.
As aves e os morcegos são considerados os animais mais efetivos na dispersão
quando se trata de transporte entre fragmentos de vegetação.
Esses dispersores carregam consigo sementes de diferentes espécies e locais,
auxiliando em uma maior chuva de sementes. Eles utilizam árvores isoladas nos
campos para descansar e se alimentar. Sob essas árvores e em volta delas, há uma
chuva de sementes muito mais intensa e rica, devido à regurgitação, defecação ou
derrubada de frutos e sementes.
Em certos casos de degradação ambiental, entretanto, não restaram árvores.
Nessas situações, para reproduzir o papel dessas árvores e atrair os animais, colocam-
se poleiros artificiais na área a ser recuperada. Essas estruturas atraem animais
dispersores, que lá depositam sementes de várias espécies.
Esta chuva de sementes vai auxiliar na recolonização desses locais e formar um
novo banco de sementes.
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Assim, oferecer condições atrativas a animais em áreas degradadas implica em
uma aceleração na sucessão ecológica. Além de atrair diversidade de propágulos para
a área, os dispersores geram regiões de concentração destes, atraindo também
animais consumidores e contribuindo para reconstruir a comunidade.
Poleiros Secos
Este tipo de poleiro, sugerido por REIS et al.(2003), imita galhos secos de
árvores para pouso de aves. As aves os utilizam para repouso ou forrageamento de
presas (muitas aves são onívoras e, enquanto caçam, depositam sementes). O poleiro
seco pode ser confeccionado com diversos materiais, como por exemplo, restos de
madeira ou bambu. Eles devem apresentar ramificações terminais onde as aves
possam pousar, serem relativamente altos (mínimo 3 metros) para proporcionar bom
local de caça e serem esparsos na paisagem.
Outra função de poleiros secos pode ser o incremento da chuva de sementes e,
conseqüentemente, do banco de sementes de regiões com vegetação inicial,
erguendo-se poleiros que ultrapassem os arbustos e arvoretas para a atração de aves
trazendo sementes de fragmentos em estágio mais avançado de sucessão.
Fonte: Deise Regina Tres
Os poleiros secos imitam ramos secos onde algumas
aves preferem pousar para descansar e forragear suas
presas. A estadia destas aves nos poleiros permite que
novas sementes possam colonizar as áreas
degradadas, formando núcleos de diversidade advinda
dos fragmentos vizinhos.
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Fonte: Deise Regina Tres
Cabos aéreos podem aumentar as
superfícies dos poleiros artificiais,
promovendo maiores probabilidades
de chegada de propágulos e de
nucleação em áreas degradadas.
Poleiros Verdes
Os poleiros vivos são aqueles com atrativos alimentícios ou de abrigo para os
dispersores. Eles imitam árvores vivas de diferentes formas para atrair animais com
comportamento distinto e que não utilizam os poleiros secos. Dentro desse grupo,
destacam-se os morcegos, que procuram locais de abrigo para completarem a
alimentação dos frutos colhidos em árvores distantes. Aves frutívoras também são
atraídas por poleiros vivos quando estes ofertam alimento.
Assim como os poleiros secos, os poleiros vivos podem ser pensados de
diversas formas, dependendo do grupo que se quer atrair e das funções ecológicas
desejadas. Um poleiro vivo pode ser feito simplesmente plantando-se uma espécie
lianosa de crescimento rápido na base de um poleiro seco. Este poleiro vai apresentar
em pouco tempo um aspecto verde com folhagem. À medida que a liana se adensar
cria um ambiente protegido propício para o abrigo de morcegos e aves.
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As torres de cipó oferecem abrigo para aves e
morcegos que, por sua vez, estes animais
transportam sementes dos fragmentos
vegetacionais vizinhos, formando núcleos de
diversidade que, num processo sucessional,
atraem outras espécies animais e vegetais.
5.3.2 Transposição de Solo
Quando olhamos o solo, observamos pedras, plantas ou simplesmente terra.
Ainda que o solo pareça despovoado, ele pode ser o lar de uma quantidade enorme de
espécies de distintos tamanhos e formas. Existem alguns organismos que passam toda
a sua vida no solo, outros se refugiam nele e outros se reproduzem ali.
Esses habitantes desempenham funções essenciais, enriquecendo o solo com a
decomposição de matéria orgânica e participando da ciclagem de nutrientes.
Portanto, a vida sobre o solo é possível graças à existência dos organismos que
habitam tanto a sua superfície como o seu interior.
A principal consequência da degradação é a perda de matéria orgânica e de
habitantes do solo. Para restaurá-lo, pode-se trazer um pouco de solo de um fragmento
próximo e preservado e colocá-lo na área degradada. Isso é o que chamamos de
transposição de solo.
A camada superficial do solo (um m² dos primeiros 5 a 10 cm) é retirada da área
preservada e transposta nas áreas degradadas com a intenção de recompor o solo.
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A transposição de solo permite a colonização da área degradada com uma
diversidade de micro, meso e macro organismos capazes de nuclear um novo ritmo
sucessional.
Essas pequenas porções (núcleos) de
solo não degradado representam
grandes probabilidades de
recolonização da área, como podemos
notar nas fotos: A transposição cria
uma ilha de fertilidade, cumprindo o
papel da nucleação.
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Os núcleos formados geram aglomerados
de vegetação que se destacam na
paisagem como locais de abrigo para a
fauna e produção de sementes. Esses
núcleos passam a atuar
como pequenos habitats.
(Foto: Natalia G. F. Branco e
Thyellenn L. de Souza)
5.3.3 Plantio de mudas nativas
A introdução de espécies por meio de plantio de mudas em grupos é uma forma
de ampliar o processo de nucleação. A importância dessa técnica está na escolha das
plantas que formarão a nova comunidade e que possibilitarão resgatar a biodiversidade
local.
Serão utilizadas espécies nativas, que possuem forte interação com a fauna
(espécies com frutos e sementes atrativos à fauna) e com funções nucleadoras
(forrageiras, abrigo, fixadoras de nitrogênio, etc.).
Recomenda-se que também sejam escolhidas espécies ameaçadas de extinção,
de forma garantir a preservação da diversidade biológica local.
Serão plantadas as mudas em grupos de 13 arvores, espaçadas a 0,5 m de
distância entre elas.
No caso dessa técnica, as espécies plantadas em grupos tendem a competir
entre si por recursos como água, nutrientes do solo, etc. Desta forma, os melhores
indivíduos (mudas) serão selecionados naturalmente de acordo com as condições
ambientais específicas para cada local.
Serão dispostos em grupo com as espécies pioneiras (crescimento rápido) e
espécies não pioneiras (crescimento mais lento), da seguinte forma.
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5.3.4 Chuva de Sementes
A chuva de sementes consiste no conjunto de sementes dispersadas em um
determinado local. Coletar essa chuva de sementes de fragmentos próximos é uma
forma de buscar a diversidade de espécies da região.
Para isso, basta instalar coletores de sementes em áreas preservadas
(fragmentos próximos) e ao final de determinado período recolher o material e despejá-
lo na área a ser restaurada. A esse sistema chamamos de transposição da chuva de
sementes.
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Ilustração do coletor de sementes
Fotos: Deise Regina três
A captura mensal da chuva de sementes e a deposição desse material na área
representam uma possibilidade de manutenção da fauna, pois os recursos alimentares
estarão dispostos ao longo do ano. Além disso, a coleta mensal durante o ano todo
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garante que diferentes espécies sejam coletadas, visto que as plantas possuem
diferentes épocas de dar frutos.
5.3.5 Implantação de Gralharias
Áreas abertas representam grande exposição dos animais aos seus predadores,
o que implica na quase ausência desses seres em áreas degradadas.
Para atrair os animais à área que se pretende restaurar, oferecendo abrigo e
proteção, uma ótima opção é a construção de pequenos núcleos de galharia.
A transposição de galharia consiste no acúmulo de galhos, tocos, resíduos
florestais, resíduos agrícolas (bagaço de cana e outros) ou amontoados de pedras
dispostos na forma de núcleos ou aglomerados ao longo da área.
Para as aves, as leiras servem de local de repouso, construção de ninhos
(nidificação) e caça de pequenos animais, principalmente cupins, larvas de besouros e
outros insetos que colonizam a madeira.
Restos de vegetação, quando enleirados podem oferecer excelentes abrigos para uma fauna
diversificada e um ambiente propício para a germinação e desenvolvimento de sementes de
espécies mais adaptadas aos ambientes sombreados e úmidos.
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5.3.6 manutenção das técnicas de Nucleação
Poucas áreas degradadas conseguem se regenerar sozinhas. Todas as áreas
em processo de restauração necessitam de cuidados especiais: quando interferimos
para garantir a sua restauração, precisamos cuidar para que esse processo continue
ao longo do tempo. Para garantir sucesso e eficiência da restauração ambiental, devem
ser seguidas algumas recomendações para a manutenção das áreas onde os sistemas
de nucleação foram implantados.
Na manutenção das áreas, é preciso observar quais são os obstáculos que
estão impedindo a expressão dos sistemas de nucleação e a própria regeneração
natural e atuar sobre eles de forma a eliminá-los, ou pelo menos, diminuir sua
intensidade.
O principal cuidado que se deve ter nas áreas em processo de restauração pela
nucleação é manter todas as espécies regenerantes (ervas, arbustos, cipós, árvores,
epífitas) que estão colonizando a área.
Um ponto extremamente importante na área do projeto é o controle da gramínea
exótica do tipo Baciaria sp. Com nível alto de infestação deverá ser utilizado se
necessário o controle químico conforme já citado anteriormente.
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Seguem no quadro abaixo algumas recomendações para manutenção de áreas
em processo de restaurações pelos sistemas de nucleação.
Sistema de Nucleação Procedimentos de manutenção e manejo
Poleiro artificial
1. Manutenção com implantação de espécies de cipós e
reposição de bambus.
2. Limpeza manual das espécies contaminantes
(braquiária, capim colonião, etc.) sob os poleiros.
3. Coroamento de 1m a 1,5m de diâmetro do poleiro.
4. Quando houver regeneração de outras plantas, mantê-
las na área.
Transposição de solo
1. Coroamento de 1m a 1,5 m de diâmetro do núcleo.
2. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária,
capim colonião, etc.) dentro do núcleo.
3. Manter as espécies regenerantes dentro do núcleo.
Plantio de mudas
nativas
1. Coroamento de 1 m a 1,5 m de diâmetro do núcleo.
2. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária,
capim colonião, etc.) dentro dos núcleos.
Chuvas de sementes
1. Coroamento de 1m a 1,5 m de diâmetro do núcleo.
2. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária,
capim colonião, etc.) dentro do núcleo.
3. Manter as espécies regenerantes dentro do núcleo.
Implantação de
galharias
1. Manutenção com implantação de espécies de cipós e
reposição de material (galhos, madeira, folhas, etc.).
2. Coroamento de 1m a 1,5m de diâmetro do núcleo para
eliminação das espécies contaminantes.
3. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária,
capim colonião, etc.) dentro do núcleo.
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5.3.7 Monitoramento da Restauração
O trabalho de observar as mudanças que estão acontecendo na área se chama
monitoramento, e serve para sabermos se a área está se recuperando.
Vimos que em uma comunidade biológica cada espécie tem o seu local e função
e interage com as outras. Existem muitas formas de interação (predação, dispersão,
facilitação, etc.) e todas têm fundamental importância no ecossistema, garantindo a
diversidade e a manutenção da vida. Então, para avaliarmos se a restauração está
sendo efetiva, precisamos verificar não só se as plantas estão nascendo e
sobrevivendo, mas também se as interações ecológicas estão acontecendo na área.
Será monitorado cada sistema de nucleação implantado no local da reserva
legal do assentamento Santa Rita, sendo levados em consideração os parâmetros de o
monitoramento de áreas em processo de restauração pelos sistemas de nucleação de
acordo com a tabela abaixo:
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Sistema de
Nucleação Função Indicadores
Poleiro artificial
Oferecer condições de
pouso para a avifauna e
atrair diversidade de
espécies vegetais por
meio de sementes.
Presença de avifauna;
Deposição de sementes;
Presença de pequenas mudas
(plântulas) sob o poleiro e no seu
entorno.
Transposição de
solo
Resgate do banco de
sementes local e da
biodiversidade do solo
Diversidade de espécies vegetais
Diversidade de formas de vida das
espécies;
Presença de pequenas mudas
(plântulas);
Espécies em floração e em
frutificação*.
Plantio de mudas
nativas
Aumentar a diversidade
genética regional e
oferecer recursos para a
fauna
Sobrevivência das mudas;
Cobertura do núcleo;
Presença de espécies regenerantes;
Espécies em floração e frutificação*.
Chuvas de
sementes
Aumentar a diversidade
local de espécies
Diversidade de espécies vegetais
Diversidade de formas de vida das
espécies;
Presença de pequenas mudas
(plântulas);
Espécies em floração e em
frutificação*.
Implantação de
galharias
Fornecer um local de
proteção para a fauna e
decomposição de matéria
orgânica
Tempo de decomposição da matéria
orgânica;
Diversidade de espécies vegetais;
Diversidade de formas de vida das
espécies;
Presença de animais;
*Considerando espécies herbáceas (ervas), lianas (cipós) e arbustivas em curto prazo, e espécies arbóreas em longo prazo.
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6. Cronograma de execução
Descrições das operações Meses
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Análise de solo X
Controle de pragas X X X X X X
Correção de Calagem X
Demarcação do terreno X
Faixa de capina (coroamento) X
Sulcação em nível X
Adubação química e orgânica X
Plantio das Mudas X
Replantio de Mudas X X X
Capina manual e roçada X X X X X X X X X
Adubação nitrogenada de cobertura X
Irrigação se necessário X X X X X X X X X X
OBS: As operações de manutenções (Coroamento, Roçada, Capina, Seletiva e Capina
Manual em Faixa) deverão ser realizadas sempre que houver competição entre as
plantas daninhas e as mudas. Isto é, as mudas devem ficar no limpo. Nos meses de
chuva, é recomendáveis o controle das plantas com roçadas e nos meses de seca,
recomenda-se o controle com capinas manuais. Estas operações deverão ser
executadas no mínimo até o final do 2º ano de plantio.
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7. Encerramento
Os seres humanos têm um grande desafio nesta era: assumir o papel de
restauradores dos processos naturais.
Nesse contexto, cada propriedade rural inserida na paisagem pode atuar como
um grande núcleo de diversidade, no sentido de tornarem-se áreas potenciais para
restaurar a conectividade como um todo, priorizando principalmente o resgate das
funções das matas ciliares.
O nosso papel como restauradores da natureza é desenvolver ações dentro de
uma visão sistêmica, promovendo significativas melhorias na qualidade ambiental da
sociedade como um todo, e desta forma equilibrando os processos produtivos e
conservativos do planeta.
Segue o presente Projeto de Recuperação Ambiental devidamente assinado e
acompanhado da respectiva ART (Anotações de Responsabilidade Técnica) nº
92221220131340480.
________________________________ Ricardo Jampani Picinini
Engenheiro Ambiental
Crea/SP no: 5060045305
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8. Bibliografia
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VIEIRA, D. P. Projeto de Recuperação Ambiental – Assentamento Santa Rita, Tupi
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ANEXOS
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Figura 2 - Área a ser reflorestada 2
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Figura 3 - Área a ser reflorestada
Figura 4 - Área a ser reflorestada
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Figura 5 - Área a ser reflorestada
Figura 6 - Área a ser reflorestada
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Figura 7 - Área a ser reflorestada
Figura 8 - Área a ser reflorestada