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UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE NUTRIO

APS ATIVIDADES PRTICAS SUPERVISIONADAS

SO PAULO2014ALEXANDRE RICARDO BRITO DE OLIVEIRA - R.A: C357BF-5ELIANE DELFINO DA SILVA - R.A: C1337H-6JESSICA ALVES DE SOUZA - R.A: C130IF-1JULIANA OLIVEIRA DE SOUZA - R.A: C16CDJ-0LILIANE NASCIMENTO GUARINO - R.A: C338DH-1MUNIQUE LOPES - R.A: C341CJ-1RUTE DE LIRA AZEVEDO R.A: C26415-6

PROTENAS

Atividades Prticas Supervisionadas trabalho apresentado como exigncia para a avaliao do segundo bimestre, em disciplinas dos 2/1 semestres, do curso de NUTRIO da Universidade Paulista sob orientao da Prof. Denise Langanke Santos.

SO PAULO2014RESUMO

Protenas so compostos orgnicos de alto peso molecular, formadas pelo encadeamento de aminocidos. Representam aproximadamente de 50% a 80% do peso seco da clula, sendo portanto, o composto orgnico mais abundante de matria viva. Esto presentes em diversos tipos de alimentos e quando ingeridas, so absorvidas e participam em praticamente todos os processoscelulares, desempenhando um vasto conjunto de funes no organismo. So encontradas em alimentos de origem animal, consideradas completas, e alimentos de origem vegetal, consideradas incompletas, motivo pelo qual as protenas tem sido um tema polmico entre especialistas sobre os hbitos alimentares adotado por diferentes grupos sociais como os vegetarianos. Este trabalho tem como objetivo apresentar as caractersticas estruturais, funcionais e nutricionais das protenas, alm de esclarecer a importncia para os profissionais de nutrio, no conhecimento sobre a questo do valor biolgico, afim de orientar e elaborar dietas adequadas para suprir s necessidades nutricionais dos indivduos, especialmente para adeptos das dietas vegetarianas.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura de um aminocido.8Figura 2 - Tabela de aminocidos.9Figura 3 - Ligao peptdica.14Figura 4 - Protenas globulares e fibrosas.15Figura 5 - Estruturas das protenas.16Figura 6 - Estruturas tridimensionais das protenas.17Figura 7 - Estrutura primria das protenas.17Figura 8 - Estrutura secundria das protenas.18Figura 9 - Estrutura terceria das protenas.19Figura 10- Estrutura das hemcias.19Figura 11- Pirmide Alimentar Adaptada.25

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADH - Hormnio Antidiurtico ou VasopressinaAIDS - Sndrome da Imunodeficincia AdquiridaCOOH - Grupo Funcional Carboxila.CRN-3 - Conselho Regional de Nutricionistas SP-MSCelula T - Glbulos BrancosDNA - Deoxyribonucleic Acid (cido Desoxirribonuclico)DRI - Dietary Reference Intakes (Ingesto Diria Recomendada)FNA - Fator Natriurtico AtrialHDL - High Density Lipoproteins (lipoprotenas de alta densidade)IDR - Ingesto Diria RecomendadaKcal - QuilocaloriaLDL - Low Density Lipoproteins (lipoprotenas de baixa densidade)Na+ - SdioNPY - Neuropeptideo YNH2 - Grupo AminaONU - Organizao das Naes UnidasR - RadicalRDA - Recommended Dietary Allowances (recomendaes de ingesto diria)RNA - Ribonucleic Acid (cido ribonucleico)UNEP- Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente

LISTA DE SMBOLOS

% - Percentual - Alfa

SUMRIO

1.INTRODUO62.PROTENAS82.1Os Aminocidos e a Constituio das Protenas82.2As Principais Funes dos Aminocidos102.3Peptdeos e Polipeptdeos132.4Organizao Estrutural das Protenas162.5Funo das Protenas202.6Valor Nutricional das Protenas222.7Digestibilidade243ALIMENTOS FONTE253.1Pirmide Alimentar254NECESSIDADES DIETTICAS284.1Recomendaes Diria - RDA/DRI285CONSIDERAES FINAIS30REFERNCIAS:32ANEXO 1..33ANEXO 2..34ANEXO 3..35ANEXO 4..36ANEXO 5..37

1. INTRODUO

Existe uma relao direta entre nutrio, sade e qualidade de vida. As pesquisas comprovam que uma alimentao saudvel tem um papel fundamental na promoo da sade e at mesmo no tratamento de doenas. (PHILIPPI, 1999). H milhares de anos Hipcrates dizia: que teu alimento seja teu remdio, e que teu remdio seja teu alimento (HIPCRATES). Os alimentos possuem nutrientes, que aps o processo de digesto, so utilizados pelo organismo para seu desenvolvimento, manuteno e funcionamento, alm de fornecerem energia. Esto divididos em macronutrientes (carboidratos, protenas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas, minerais, gua e fibras). Todos os nutrientes so essenciais e cada um tem um papel fundamental para o organismo. Assim, no podemos dizer que um nutriente seja mais ou menos importante que o outro.As protenas so um macronutriente constitudas por uma ou mais cadeias de aminocidos. Seu nome deriva da palavra Grega proteios, que significa de principal importncia. Encontram-se milhares de protenas diferentes no nosso organismo, e cada uma delas tem um papel diferente e essencial. Hormonas, como a insulina, que controlam o acar sanguneo; enzimas, como as amilases, lipases e proteases que so cruciais na digesto dos alimentos; anticorpos, que nos ajudam a combater as infeces, protenas musculares, que nos permitem a contrao, alm de estarem envolvidas nosprocessosde coagulao sangunea, transportam substancias no nosso organismo, entre outros. Assim, as protenas so efetivamente essenciais vida! (FOGAA, 2008)As protenas so compostas por vinte tipos diferentes de aminocidos, dos quais oito no so sintetizados pelo organismo humano, chamados essenciais, que devem ser obtidos atravs da alimentao. (SILVA, 2007)As protenas esto disponveis em alimentos de origem animal e vegetal, sendo as de origem animal consideradas de alto valor biolgico, pois apresentam em sua composio todos os aminocidos essenciais em quantidade adequada para atender as necessidades dos seres humanos, enquanto as de origem vegetal, de baixo valor biolgico, devido a escassez de um ou mais aminocidos essenciais, razo pela qual as dietas vegetarianas tem sido alvo de muitas crticas e discusses entre profissionais de nutrio. Contudo, vrios estudos tem apontado para as vantagens da dieta vegetariana na preveno de doenas crnicas no transmissveis. Tambm o primeiro foi o relatrio do UNEP (Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente) ambiental Priority Products and Materials, de 2010, em que se recomendava que a humanidade se afastasse do consumo de alimentos de origem animal como forma de diminuir os impactos ambientais de sua alimentao. (COUCEIRO, SLYWITCH, LENZ, 2008). Esses fatos destacam a importncia do profissional de nutrio em conhecer os princpios das dietas vegetarianas, com nmero de adeptos atualmente significativo e crescente em todo o mundo, na expectativa de que, com base em evidncias cientficas, possam orientar e elaborar dietas adequadas, com ateno especial para a questo da qualidade nutricional das protenas vegetais, garantindo atravs da alimentao, a obteno de quantidades adequadas de aminocidos essenciais para suprir s necessidades nutricionais dos indivduos adeptos das dietas vegetarianas.

2. PROTENAS

2.1 Os Aminocidos e a Constituio das Protenas

As protenas esto presentes em todas as clulas e tecidos do nosso corpo. Podemos encontra-las nos msculos, ossos, cabelos, unhas e pele, constituindo 20% do peso corporal total. So os compostos orgnicos mais comum em um organismo, os mais abundantes depois da gua e tambm os de maior variedade molecular. Esto presentes em todas as estruturas celulares, desde a membrana at o ncleo, tambm nas substncias intercelulares, hormnios, anticorpos, etc. (SILVA, 2007)Quimicamente, as protenas so polmeros de alto peso molecular, cujas unidades bsicas so os aminocidos, ligados entre si atravs de ligaes peptdicas. As propriedades de uma protena so determinadas pelo nmero e espcie de aminocidos, tambm por sua sequncia na molcula. Nem todos os aminocidos participam necessariamente de uma protena, mas na grande maioria esses compostos contm na molcula grande quantidade de um mesmo aminocido. Alguns aminocidos so encontrados em poucas protenas, porm em concentraes elevadas. o caso da hidroxiprolina, pouco distribuda na natureza, mas constituindo em torno de 12% da estrutura do colgeno Estruturalmente, cada aminocido formados por um grupamento carboxila (COOH), um grupamento amina (NH2) e radical (R) que determina um dos vinte tipos de aminocidos. (fig.1) Figura 1 - Estrutura de um aminocido.

Fonte: Brasil Escola, 2014.A cadeia lateral R determina as propriedade de cada aminocido. Essencialmente, apenas 20 tipos de aminocidos so responsveis por produzir todas as protenas, seja qual for a forma de vida. (fig.2). (ALVES, 2007)

Figura 2 - Tabela de aminocidos.

Fonte: Info Escola, 2011.

2.2 As Principais Funes dos Aminocidos

Cada um dos vinte aminocidos possui diferentes funes no organismo, como por exemplo influenciar em nosso humor, concentrao, agressividade, ateno, sono e desejo sexual. Abaixo apresentam se algumas funes:cido Asprtico: aumenta a resistncia e bom para fadiga crnica e depresso, rejuvenesce a atividade celular, a formao de clulas e metabolismo, dando-lhe uma aparncia mais jovem, protege o fgado, ajudando a expulso de amnia. Este aminocido tambm ajuda a facilitar o movimento de certos minerais atravs do sangue.cido Glutmico: atua como um neurotransmissor excitatrio no sistema nervoso central, crebro e espinal medula. um aminocido importante no metabolismo dos acares e gorduras, ajuda no transporte de potssio no lquido cefalorraquidiano, atua como combustvel para o crebro, ajuda a corrigir perturbaes de personalidade e utilizado no tratamento da epilepsia, retardo mental, distrofia muscular e lceras.Arginina: Este aminocido considerado um Viagra natural, aumentando o fluxo sanguneo para o pnis. Retarda o crescimento de tumores e cancro, melhorando o sistema imunitrio, aumenta o tamanho e atividade da glndula timo, que produz as clulas T, componentes essenciais do sistema imunolgico. Ajuda na desintoxicao do fgado por amonaco neutralizante, reduz os efeitos de toxicidade crnica de lcool. Auxilia na perda de peso, uma vez facilita um aumento da massa muscular e diminuio da gordura corporal. Tambm ajuda a liberao de hormnios de crescimento, o que crucial para o crescimento muscular ideal e reparao dos tecidos, um componente importante do colgeno, que bom para artrite e doenas tecido conjuntivo e ajuda a estimular o pncreas a liberar insulina.Alanina: Ela desempenha um papel importante na transferncia de azoto a partir de tecidos perifricos para o fgado, ajuda no metabolismo da glicose, um hidrato de carbono simples que o organismo utiliza para a energia, protege contra a acumulao de substncias txicas que so libertadas nas clulas musculares quando a protena muscular quebra rapidamente para atender s necessidades de energia.Asparagina: derivada do cido asprtico. Participa na biossntese de glicoprotenas e essencial na sntese de um grande nmero de outras protenas. A asparagina representa cerca de 3% dos aminocidos das protenas do organismo humano. Pode ser utilizada para normalizar as funes celulares do crebro e do Sistema nervoso central.Cistena: um poderoso antioxidante. Protege o organismo contra os danos de radiao, protege o fgado e os danos cerebrais causados por lcool, drogas e compostos txicos encontrados no fumo do cigarro. Tem sido utilizada para tratar a artrite reumatide e o endurecimento das artrias. Outras funes deste aminocido promover a recuperao de queimaduras graves e cirurgia, promover a queima de gordura e formao muscular e retardar o processo de envelhecimento.Fenilalanina: Aminocido utilizado pelo crebro para produzir a norepinefrina, uma substncia qumica que transmite sinais entre clulas nervosas do crebro, promove a vigilncia e vitalidade. Fenilalanina melhora o humor, a aprendizagem e memrias auxiliares, usada para tratar a depresso, artrite, enxaqueca, obesidade, doena de Parkinson e esquizofrenia.Glicina: retarda a degenerao muscular, melhora o armazenamento de glicognio, liberando glicose para as necessidades de energia, promove uma prstata saudvel. Um aminocido til para a reparao de tecidos danificados.Glutamina: o aminocido mais abundante nos msculos. Glutamina ajuda a construir e manter o tecido muscular, ajuda a evitar a perda muscular que podem acompanhar repouso prolongado ou doenas como cncer e AIDS. Aumenta a funo cerebral e atividade mental, ajuda a manter o equilbrio cido-alcalino no corpo, promove um sistema digestivo saudvel, reduz o tempo de cura de lceras e alivia a fadiga, depresso, impotncia e o desejo de lcool e tem sido recentemente usado no tratamento da esquizofrenia e demncia.Histidina: Este aminocido encontrada em abundncia na hemoglobina e utilizado no tratamento de artrite reumatide, alergias, lceras e anemia. essencial para o crescimento e reparao de tecidos. Histidina tambm importante para a manuteno das bainhas de mielina, que protegem as clulas nervosas, necessrio para a produo das clulas vermelhas e brancas do sangue, protege o corpo contra os danos de radiao, reduz a presso arterial, ajuda na remoo de metais pesados a partir do corpo e ajuda a excitao sexual. Isoleucina: necessrio para a formao da hemoglobina, estabiliza e regula os nveis de acar no sangue e de energia. Este aminocido valiosa para os atletas, porque ajuda a cicatrizao e reparao da pele, msculo, tecido e ossosLeucina: interage com aminocidos isoleucina e valina para promover a cicatrizao de pele, msculo, tecido e ossos e recomendado para aqueles em recuperao de cirurgia. Este aminocido reduz os nveis de acar no sangue e ajuda a aumentar a produo da hormona do crescimento.Lisina: ajuda a assegurar uma absoro de clcio adequada e mantm um equilbrio de azoto apropriado, em adultos. Alm disso, a lisina ajuda a formar o colgeno que constitui o tecido conjuntivo e da cartilagem. Lisina tambm ajuda a produo de anticorpos que tm a capacidade de combater o herpes labial, e reduz os nveis elevados de triglicerdeos.Metionina: um poderoso antioxidante e uma boa fonte de enxofre, o que evita doenas do cabelo, pele e unhas, ajuda a quebrar as gorduras, ajudando a prevenir o acmulo de gordura no fgado e artrias, que pode bloquear o fluxo sanguneo para o crebro, corao e rins. Ajuda a desintoxicar agentes nocivos, tais como chumbo e outros metais pesados, tambm a diminuir a fraqueza muscular, ajuda a prevenir cabelos quebradios, protege contra os efeitos da radiao, benfica para as mulheres que tomam contraceptivos orais, uma vez que promove a excreo de estrognio. A metionina importante tambm para o bao, pncreas e linfa sendo por isso necessrio a ingesto deste aminocido em caso de doena nesses rgos.Prolina: A prolina um aminocido diferente em relao a todos os outros. S ele tem o grupo amino como secundrio e no primrio, o que lhe confere caractersticas especiais. A funo principal da prolina a produo de colgeno do nosso organismo, ajuda a melhorar a textura da pele, a cicatrizao da cartilagem e no reforo das articulaes, tendes e msculos do corao.Serina: Este aminocido necessrio para o bom metabolismo de gorduras e cidos graxos, o crescimento muscular e manuteno de um sistema imunolgico saudvel. Serina um aminocido que faze parte da bainha de mielina protetora que cobre as fibras nervosas. importante para a funo de DNA e RNA, formao de clulas e ajuda produo de imunoglobulinas e anticorpos.Tirosina: um aminocido importante para o metabolismo em geral. A tirosina um precursor da adrenalina e dopamina, que regulam o humor. Estimula o metabolismo, suprime o apetite e ajuda a reduzir a gordura corporal. Ajuda na produo de melanina (o pigmento responsvel pela cor do cabelo e da pele) e as funes das glndulas supra renais, tireide e pituitria. Tem sido utilizada para ajudar a fadiga crnica, a narcolepsia, ansiedade, depresso, baixo desejo sexual, alergias e dores de cabea.Treonina: ajuda a manter a quantidade adequada de protenas no corpo, importante para a formao de colgeno, elastina e do esmalte dos dentes e ajuda a funo heptica lipotropica, quando combinados com o cido asprtico e a metionina, previne o acmulo de gordura no fgado, ajuda o seu metabolismo e assimilao.Triptofano: Este aminocido um relaxante natural, ajuda a aliviar a insnia por induo do sono normal, reduz a ansiedade e depresso e estabilizar o humor, e auxilia no tratamento da enxaqueca. O triptofano ajuda a controlar o peso, reduzindo o apetite, aumenta a liberao de hormnios de crescimento e ajuda a hiperatividade em crianas controle.Valina: necessria para o metabolismo e a coordenao muscular, reparao de tecidos, e manuteno do equilbrio de azoto no corpo, que utilizado como fonte de energia para o tecido do msculo. Este aminocido til no tratamento de doenas do fgado e vescula biliar, promove vigor mental e emoes calmas. (FOGAA, 2007)

2.3 Peptdeos e Polipeptdeos

Apesar de apresentarem estruturas menos complexas que as protenas, os peptdeos exercem atividades biolgicas significantes. Um exemplo a glutationa, um tripeptideo que contm uma ligao incomum. Encontrada em quase todos os organismos, a glutationa est envolvida em diferentes processos, tais como, sntese de protenas e DNA, transporte de aminocidos e metabolismo de frmacos e substncias txicas. Ela tambm atua como agente redutor e protege as clulas dos efeitos destrutivos da oxidao por reao com substncias como o perxido. (SILVA, 2007).Alguns peptdeos atuam como molculas de sinalizao usadas para coordenar o imenso nmero de processos bioqumicos em organismos multicelulares. Os exemplos incluem o apetite, presso sangunea e a percepo da dor. Por exemplo, os estudos de regulao da ingesto de alimentos e do peso corporal tem revelado vrias molculas de sinalizao no crebro. Entre elas, esto os peptdeos estimulantes do apetite como o neuropeptdeo Y (NPY) e a galanina, e peptdeos inibidores do apetite como colecistocinina e hormnio estimulador melancito. Evidncias recentes sugerem que a leptina, um polipeptdeo produzido primariamente pelos adipcitos, exerce seus efeitos sobre o peso corporal e atua sobre o NPY, a galanina e vrias outras molculas sinalizadoras para reduzir a ingesto de alimentos e aumentar o gasto calrico. Outro exemplo seria a presso sangunea, a fora exercida pelo sangue contra as paredes dos vasos influenciada pelo volume sanguneo e pela viscosidade. Dois peptdeos afetam o volume sanguneo: a vasopressina e o fator natriurtico atrial. A vasopressina, tambm chamada hormnio antidiurtico (ADH), sintetizada no hipotlamo e contm nove resduos de aminocidos. O ADH estimula os rins a reter gua. A estrutura do ADH bastante similar a outro peptdeo produzido pelo hipotlamo chamado oxitocina, uma molcula de sinalizao que estimula a liberao do leite pelas glndulas mamrias e influencia o comportamento sexual, maternal e social. A oxitocina produzida no tero estimula a contrao uterina durante o parto. O fator natriurtico atrial (FNA), um peptdeo produzido por clulas atriais cardacas em resposta a distenso, estimula a formao de urina diluda, um efeito oposto ao da vasopressina. O FNA exerce seus efeitos, em parte, pelo aumento da excreo de Na+ pela urina, um processo que causa o aumento da excreo da gua e a inibio da secreo de renina pelo rim. Na figura abaixo mostrado a formao de um dipeptdeo a partir dos aminocidos alanina e glicina. (SILVA, 2007).

Figura 3 - Ligao peptdica.

Fonte: Brasil Escola, 2014.No momento em que se tem muitos aminocidos ligados entre si (o nmero difere dependendo da fonte adotada, mas geralmente considera-se uma protena quando existir pelo menos quarenta resduos de aminocidos, podendo chegar a milhares), deixamos de classificar a molcula formada de peptdeo para ento a classificarmos como uma protena. As protenas em geral, apresentam-se nas formas globulares ou fibrosas (fig. 4). As protenas globulares so formadas por cadeias polipeptdicas que se dobram adquirindo a forma esfrica ou "globular" como o prprio nome j diz. Tais protenas, em sua maioria, so solveis em gua. As protenas globulares tm uma funo dinmica e incluem a maioria das enzimas, os anticorpos, muitos hormnios e protenas transportadoras, como a albumina srica e hemoglobina. As protenas fibrosas so insolveis em gua e so fisicamente resistentes; tais protenas so formadas por cadeias polipeptdicas paralelas dispostas em longas fibras ou lminas. Como exemplo de protenas fibrosas temos o colgeno, a queratina e a elastina. (FOGAA, 2007)

Figura 4 - Protenas globulares e fibrosas.

Fonte: Saberes practicos, 2007.

2.4 Organizao Estrutural das Protenas

A estrutura das protenas extraordinariamente complexa. Existem quatro nveis de organizao das protenas. A cadeia principal da protena formada pela ligao dos aminocidos e que mostra a sequncia em que eles aparecem chamada de estrutura primria da protena. No entanto, uma mesma protena pode adquirir tambm estruturas secundrias, tercirias e at quaternrias. (FOGAA, 2007) A imagem a seguir destina-se exclusivamente a melhor compreenso das estruturas proteicas. (fig. 5) Figura 5 - Estruturas das protenas.

Fonte: S biologia, 2009.

As propriedades funcionais das protenas dependem da sua estrutura tridimensional.

Figura 6 - Estruturas tridimensionais das protenas. Fonte: Explicatorium, 2010.

Estrutura primria: A estrutura primria a sequncia de aminocidos que compem a cadeia polipeptdica. A ordem exata dos aminocidos em uma protena especfica a estrutura primria dessa protena. (fig. 7) (FOGAA, 2007).

Figura 7 - Estrutura primria das protenas.

Fonte: Brasil Escola, 2011.Estrutura secundria: A cadeia polipeptdica flexvel podendo rodar em torno de trs ligaes qumicas diferentes. De todas as configuraes espaciais a que a protena pode aceder a hlice-alfa e a folha-beta, descobertas no incio dos anos 50 por Linus Pauling e Robert Corey, so as mais comuns (fig. 8). A este nvel de organizao estrutural, alm das ligaes peptdicas, tambm envolve as chamadas ligaes por pontes de hidrognio, um tipo de interaco electrosttica entre os tomos de hidrognio e oxignio, chamamos elementos de estrutura secundria. (FOGAA, 2007).

Figura 8 - Estrutura secundria das protenas.

Fonte: Bio Woohoo, 2010.

Estrutura terciria: Juno de estruturas secundrias. O resultado das interaces hidrofbicas entre os aminocidos e a gua a coalescncia e o empacotamento dos elementos de estrutura secundria naquilo a que geralmente se chama a estrutura terciria da protena. O arranjo tridimensional (ou conformao) dos tomos da protena na estrutura terciria de extrema importncia porque geralmente coincide com a chamada estrutura nativa, a estrutura que confere protena uma funo biolgica especfica. (fig. 9) (FOGAA, 2007)

Figura 9 - Estrutura terceria das protenas.

Fonte: A quimica das protenas, 2013.

Estrutura quaternria: Muitas protenas so constitudas por mais de uma cadeia polipeptdica. A estrutura quaternria descreve a forma com que as diferentes sub-unidades se agrupam e se ajustam para formar a estrutura total da protena. Por exemplo, a molcula da hemoglobina composta por quatro subunidades.(fig. 10) (FOGAA, 2007)

Figura 10- Estrutura das hemcias.

Fonte: Feras na matria, 2012. 2.5 Funo das Protenas

As protenas so de extrema importncia tanto dentro das clulas quanto fora delas, pois cumprem as mais diversas funes no nosso organismo. A principal funo das protenas no nosso organismo sem dvida a de constituir os nossos msculos e vsceras. A protena muscular tem a funo de executar a contrao muscular, funo primordial que possibilita movimentarmos. Outras funes de extrema importncia so as protenas que constituem os hormnios que regulam o funcionamento dos mais diversos rgos do nosso corpo. Alm disso, existem protenas que tm o objetivo de defender o nosso corpo de agentes agressores, so os anticorpos. As enzimas que fazem o nosso organismo funcionar, metabolizando os alimentos em energia, etc. Existem tambm protenas que transportam substncias no nosso sangue, como a hemoglobina, a albumina e as lipoproteinas HDL, LDL e VLDL, entre vrias outras. Abaixo apresentamos algumas das suas principais funes:Protenas catalizadoras: Estas protenas possuem a funo de acelerar e facilitar reaes qumicas que ocorrem no interior das clulas. As enzimas, por exemplo, so protenas catalizadoras, o grupo mais variado de protenas. Por exemplo: amilase, que hidrolisa o amido e proteases (tripsina, pepsina, quimiotripsina), que hidrolisam as protenas. Praticamente todas as reaes do organismo so catalisadas por enzimas.Protenas de armazenamento: (ons e pequenas molculas complexadas protena). Muitas protenas so nutrientes na alimentao, como o caso da albumina do ovo e a casena do leite. Algumas plantas armazenam protenas nutrientes em suas sementes para a germinao e crescimento, como a gliadina, protena da semente do trigo, no ser humano temos a ferritina que armazena ferro no bao.Protenas de transporte: (Desde eltrons a macromolculas). As protenas da membrana plasmtica, por exemplo, exercem grandes variedades de funes: atuam preferencialmente nos mecanismos de transporte, organizando verdadeiros tneis que permitem a passagem de substncias para dentro e para fora da clula, transportam substncias como glicose e aminocidos atravs das membranas celulares, funcionam como receptores de membrana, encarregadas de receber sinais de substncias que levam alguma mensagem para a clula. Protenas de transporte tambem esto presentes no plasma sanguneo, transportando ons ou molculas especficas de um rgo para outro. A hemoglobina um exemplo, presente nas hemcias, transporta o oxignio dos pulmes para os tecidos do corpo, a albumina srica transporta cidos graxos no sangue. O LDL e o HDL tambm so protenas transportadoras.Protenas do sistema imunolgico: Os anticorpos so protenas que atuam defendendo o corpo contra os organismos invasores. Os venenos de cobras, toxinas das bactrias e protenas vegetais txicas tambm atuam na defesa desses organismos. No ser humano, a trombina e o fibrinognio tambm so protenas de defesa, pois atuam na coagulao do sangue em caso de ferimentos e cortes, evitando a perda sangunea. Protenas de regulao: Os hormnios so protenas que regulam inmeras atividades metablicas. Podemos citar como exemplo de protena reguladora a insulina. Sintetizada no pncreas, ela atua no metabolismo de lipdeos e protenas, alm de ser responsvel pela entrada da glicose nas clulas.Protenas estruturais: So aquelas que possuem a funo de promover a sustentao estrutural aos tecidos do organismo. Podemos citar como exemplos: elastina (atua na estrutura da pele) e queratina (atua na estrutura dos pelos, unhas e cabelos) colgeno (constitunte das cartilagens).Protenas contrateis: Estas protenas possuem a funo de possibilitar a contrao das fibras dos msculos. A miosina e a actina so exemplos de protenas contrteis. As protenas so ainda fundamentais para a formao de clulas sanguneas, alm de tambm podem ser usadas como fonte de energia quando os recursos de hidratos de carbono e lipdos no corpo diminuem, fornecendo 4 Kcal por grama. (ALVES, 2007)

2.6 Valor Nutricional das Protenas

Ao se falar em valor nutricional, alm da composio de aminocidos, devem ser consideradas a quantidade total de nitrognio e a digestibilidade da mistura proteica. Uma mistura proteica de boa qualidade ou de alto valor biolgico aquela que fornece boa digestibilidade, quantidades adequadas de aminocidos essenciais e de nitrognio total. A digestibilidade a medida do percentual da protena ingerida e efetivamente absorvida pelo organismo. J o valor biolgico refere-se integridade com que o alimento fornece os aminocidos essenciais. Porm no interessante a anlise da digestibilidade e do valor biolgico isoladamente para identificar a qualidade de uma protena. (GUIMARES, 2003)Os vinte aminocidos que formam as protenas so divididos em dois grupos: essenciais e no essenciais. Os aminocidos no essenciais so os sintetizados pelo corpo, enquanto os aminocidos essenciais no so fabricados em nosso organismo, portanto precisam ser obtidos atravs da alimentao. (SILVA, 2007)Os principais aminocidos que o organismo humano no consegue sintetizar so: treonina, leucina, metionina, valina, fenilalanina, isoleucina, triptofano, e lisina. Os alimentos de origem animal como as carnes, ovos, leite e derivados so ricos em protenas consideradas de alto valor biolgico, ou seja, uma protena completa, porque ela contm todos os aminocidos essenciais em quantidades e propores ideais para atender s necessidades orgnicas. Alm disso, so ricas em ferro, clcio, zinco e vitamina B12. Porm, possuem a desvantagem de serem pobre em fibras e ricas em gorduras nocivas, sendo seu excesso na maioria das vezes associado doenas. J a grande maioria dos alimentos vegetais, como cereais, verduras, frutas, tubrculos, so pobre em protenas, com exceo das leguminosas e oleaginosas (soja, feijo, lentilha, amendoim.) que possuem protenas de baixo valor biolgico, devido a escassez de um ou mais aminocidos essenciais, mas em contrapartida so ricos em carboidratos, vitaminas, fibras, e no possuem gorduras nocivas. A qualidade nutricional das protena vegetal pode ser melhorada, quando combinados com uma protena vegetal complementar, esses alimentos oferecem refeies nutritivas com baixo teor de gordura e rico em fibras solveis. (Mahan; Escott-Stump, 1998). Por exemplo, a mistura das protenas dos cereais, cujo a quantidade de lisina muito reduzida e a de metionina elevada, com as protenas das leguminosas, que possuem quantidade de metionina reduzida e a de lisina elevada, fornece um nvel completo e equilibrado de aminocidos essenciais. o caso do nosso feijo com arroz dirio que fornece uma protena vegetal completa, isso porque os aminocidos deficientes no feijo so justamente os que esto presentes no arroz. O arroz pobre em aminocidos lisina, presente no feijo. Este por sua vez, no apresenta o aminocido essencial metionina, abundante no arroz, da a importncia nutricional na formao protica desta combinao tipicamente brasileira. O feijo com milho dos mexicanos tambm, assim como as lentilhas com arroz dos indianos e o gro de bico com trigo dos rabes, etc. Curiosamente a comida de base de vrios povos do mundo uma combinao de leguminosas e cereais, formando uma protena vegetal completa e tornando a carne dispensvel. Outras combinaes que formam protenas completas so leguminosas com sementes (de girassol, abbora, gergelim) e leguminosas com frutas oleaginosas (castanhas, nozes, amndoas). Como, por exemplo, o hummus (pasta de gro de bico com gergelim), fornece uma protena completa. Embora seja comum se referir s protenas vegetais como inferiores, elas na verdade tem muitas vantagens quando comparadas s protenas animais, pois no contm colesterol, so pobres em gordura ruim e tm duas coisas importantssimas pra sade e que no existem nos produtos de origem animal: fitoqumicos (um tipo de antioxidante) e fibras. O valor nutricional das protenas vegetais extremamente importante nas dietas vegetarianas, com nmero de adeptos atualmente significativo e crescente em todo o mundo. Destaca-se desse modo a importncia do profissional de nutrio em conhecer os princpios das dietas vegetarianas, bem como os detalhes nutricionais, polticos e ticos da adoo das dietas, na expectativa de que, com base em evidncias cientficas, possam orientar e elaborar dietas adequadas, com ateno especial para a questo da qualidade nutricional das protenas vegetais, garantindo atravs da alimentao a obteno de quantidades adequadas de aminocidos essenciais. (COUCEIRO, SLYWITCH, LENZ, 2008)

2.7 Digestibilidade

O organismo no utiliza as protenas da dieta diretamente, e sim apenas os aminocidos que as constituem, portanto, a substncia essencial da dieta so os aminocidos. Toda a protena introduzida no aparelho digestivo inicialmente desmontada. A digesto das protenas comea no estmago, que devido a presena de cido clordrico, desnatura as protenas (destri as ligaes de hidrognio da estrutura qumica). Com isso, as cadeias proteolticas perdem a forma e ficam mais acessveis ao ataque das enzimas. A enzima pepsina, no estmago, transforma as protenas em molculas menores, hidrolisando as ligaes peptdicas, j no intestino delgado as protenas sofrem a ao das enzimas produzidas pelo pncreas (tripsina, quimotripsina, elastase e carboxipolipeptidase). No entanto, as protenas de origem animal sofrem uma hidrolise completa, j as de origem vegetal no. Alguns dos fatores que influenciam sua hidrolise so: a conformao da protena, presena de fatores antinutricionais, processamento e ligaes qumicas (a interao das protenas com polissacardeos e fibras alimentares dificultam sua hidrolise e absoro.) Aps, os peptdeos e aminocidos absorvidos so transportados ao fgado atravs da veia porta. Apenas, 1% da protena ingerida excretada nas fezes. Os aminocidos participaro dos processos de anabolismo e catabolismo. O organismo no pode armazenar aminocidos e, portanto, existe uma constante quebra e rearranjos de protenas. Para incentivar esta renovao proteica ou reciclagem de protenas, existe a necessidade de um aporte constante de protenas atravs da alimentao. Muitas vezes, pode existir um excesso de determinados aminocidos e protenas totais. Nestas situaes, o fgado converte-os em glicose, para o fornecimento energtico. (SILVA, 2007).

3 ALIMENTOS FONTE

3.1 Pirmide Alimentar

Para tornar mais simples uma alimentao variada, moderada e equilibrada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos criou a Pirmide dos Alimentos, um instrumento educativo que pode ser facilmente usado pela populao. A pirmide indica o que devemos comer no dia-a-dia. No uma prescrio rgida, mas um guia geral que nos permite escolher uma dieta saudvel e conveniente, que garanta todos os nutrientes necessrios para o nossa sade e bem-estar. A pirmide abaixo (fig.11), foi adaptada realidade das necessidades e hbitos nutricionais dos brasileiros. (PHILIPPI, 1999)

Figura 11- Pirmide Alimentar Adaptada.

Fonte: Lactobacilus, 2012.

No terceiro nvel da pirmide temos 3 grupos alimentares: grupo do Leite e Produtos Lcteos (3 pores por dia), grupo das Carnes e Ovos (1 a 2 pores por dia), e o grupo das Leguminosas e Oleaginosas, onde enquadra-se o feijo (1 poro por dia). Neste nivel temos os alimentos ricos em protenas, cobrindo de 10 a 15% do valor calrico total da dieta. O grupo das leguminosas e oleaginosas que foi criado especialmente para a Pirmide Alimentar Adaptada, j que faz parte do hbito alimentar do povo brasileiro a ingesto diria de feijo acompanhado de arroz, que so ricos em protenas. No grupo da carne esto carne bovina e suna, aves, peixes, midos, vsceras e ovos. A gordura de origem animal contm colesterol e um tipo de gordura prejudicial ao organismo (gordura saturada), por isso, deve ser consumida com moderao. Uma escolha inteligente, segundo o Guia Alimentar para Populao Brasileira, para consumo de carnes vermelhas seriam as carnes vermelhas magras, por exemplo: fil mignon, coxo mole, alcatra, patinho e lagarto, que devero ser alternados com peixes e aves, evitando as frituras, dando preferncia sempre as preparaes grelhadas, assadas, cozidas ou ensopadas. Em relao s aves, retire sempre a pele antes do cozimento, pois nesta que se concentra maior quantidade de gordura e colesterol. Em relao aos peixes, escolha sempre que possvel os peixes ricos em mega-3, pois um tipo de gordura saudvel para o organismo. So eles: atum fresco, salmo, truta, sardinha, arenque e hadoque. Os ovos tambm esto includos no grupo das protenas, porm a gema possui grande quantidade de colesterol, devemos portanto, consumir moderadamente, de preferncia cozido. O grupo do leite, iogurtes e queijos, so tambm timas fontes protena. Os iogurtes e leites industrializados tm diferentes quantidades de gordura, o guia alimentar para populao brasileira, recomenda que se prefira sempre os produtos desnatados ou semi-desnatados, pois so os que tm menor quantidade de gordura. Os queijos em geral apresentam grandes quantidades de gordura, principalmente os amarelos. D preferncia para os queijos com menor teor de lipdios: cottage, ricota e queijo branco. Quanto as leguminosas (feijes, gro-de-bico, ervilha, soja, lentilha, fava e tremoo) e Frutas oleaginosas (amndoa, avel, castanha de caju, castanha-do-par, macadmia e nozes, etc.) so ricas em protenas de baixo valor biologico, porm, as varias combinaes, inclusive com os cereais, capaz de oferecer protenas completas, por exemplo, como os aminocidos das leguminosas so diferentes dos presentes nos cereais, juntos, eles constituem uma protena completa como o caso da combinao tipicamente brasileira: arroz e feijo. (PHILIPPI, 1999)Qualquer dieta mal planejada, vegetariana ou onvora, pode ser prejudicial sade, levando a deficincias nutricionais, porm, na dieta vegetariana muito importante o conhecimento dos teores de macronutrientes dos alimentos. Cabe ao profissional de nutrio estar preparado para orientar e elaborar dietas adequadas, com ateno especial para a questo da qualidade nutricional das protenas vegetais, alm da vitamina B12 que o nico nutriente que no pode ser obtido a partis de fontes vegetais. (NASCIMENTO, 2007)A Pirmide Alimentar recomenda de 1 a 2 pores de carnes, 3 pores de leite e derivados, e 1 poro de leguminosas e oleaginosas por dia. Esses 3 grupos da Pirmide com alguns alimentos e seus equivalentes em pores (medidas caseiras e gramas) esto apresentados nos Anexos 1,2 e 3 com o objetivo de definir os alimentos substitutos componentes de uma dieta qualitativa e quantitativamente equilibrada e seus equivalentes em energia.

4 NECESSIDADES DIETTICAS

4.1 Recomendaes Diria - RDA/DRI

Os cientistas nutricionistas formularam tabelas com informaes sobre nutrientes e fontes de energia, conhecidas como RDA (Recommended Dietary Allowances). Em 1989, a RDA passou por modificaes e passou a se chamar DRI (Dietary Reference Intakes), em portugus IDR - Ingeso Diria Recomendada. A DRI so utilizadas como base nutricional para os profissionais em nutrio. As Recomendaes Nutricionais Dirias junto com a Pirmide Alimentar, so timos instrumentos para uma educao alimentar, ajudam a planejar uma boa alimentao com quantidades adequadas de nutrientes. (PHILIPPI, 1999)As necessidades dirias de protenas podem variar de indivduo para indivduo, conforme a idade, fase de crescimento e desenvolvimento, peso, sexo (presena de gestao, lactao, etc.), doenas (sobretudo o estado nutricional, doenas renais, doenas hepticas, politraumatismo, queimaduras extensas, e infeces graves) (Mahan; Escott-Stump, 1998). As informaes atualizadas da RDA/DRI em tabelas por faixa etria, mulheres gestantes e amamentando esto apresentadas no anexo 4.

4.2 Consumo Excessivo e Insuficincia

O impacto do consumo excessivo de protena alimentar na doena renal tem sido estudado h muitos anos, mas ainda no h evidncias suficientes que comprovem que a alta ingesto de protena possa causar danos renais em indivduos saudveis, e que, portanto, possuem um funcionamento normal dos rins.Diversos estudos j mostraram que a alimentao do brasileiro tem proporo de protenas mais alta do que o recomendado. (GUIMARES, 2003).A possvel relao entre alta ingesto de protena e dano renal so de que, como os rins eliminam os produtos do metabolismo da protena (como uria, amnia, dentre outros resduos nitrogenados), seu consumo elevado pode aumentar a taxa de filtrao glomerular, causando aumento da presso dentro dos glomrulos. Isso pode fazer com que a funo renal seja prejudicada progressivamente. Alm disso, tambm pode haver sobrecarga do fgado, por ser o rgo responsvel pela metabolizao de aminocidos. Outro exemplo de prejuzo sade por excesso de protena se deve ao fato desse nutriente ser degradado e depois armazenado na forma de gordura quando em excesso, contribuindo para o desenvolvimento da aterosclerose e doenas cardacas, alm de consequentemente limitar a ingesto de outros nutrientes essenciais. Outro agravante que o consumo em excesso de protena causa aumento da excreo de clcio e, portanto, diminui a utilizao desse mineral. Uma ocorrncia muito comum o consumo indiscriminado de suplementos entre frequentadores de academias por questes estticas, chegando em alguns casos a ser 5 vezes maior que a quantidade de protena por quilograma de peso corporal recomendada pelas DRIs.J o consumo insuficiente de protenas esta associados sintomas como fraqueza no sistema imunolgico, problemas de crescimento em crianas, distrbios intelectuais, edemas, insuficincia heptica, apatia, problemas de desenvolvimento do feto em mulheres grvidas, anemias, acidez no sangue, queda dos cabelos, enfraquecimento da pele, enfraquecimento das unhas entre muitos outros problemas. O profissional de nutrio deve estar atento na avaliao e elaborao de dietas, sobretudo, para o fato de que existe uma maior necessidade de protenas na alimentao de crianas, na alimentao de adolescentes e em casos de queimaduras graves e traumatismos variados. (Mahan; Escott-Stump, 1998).

5 CONSIDERAES FINAIS

O presente trabalho proporcionou aos membros deste grupo uma melhor compreenso sobre a formao e funo dos peptdeos e polipeptdeos, cujas unidades constituintes so os aminocidos, e que a partir de 20 tipos de diferentes aminocidos o corpo humano capaz de produzir algo em torno de 100.000 protenas diferentes, com funes, tamanho, forma, composio e nmero de aminocidos distintos, algumas pequenas como a insulina compostas por 51 aminocidos, outras como a hemoglobina que possuem em sua formao 574 aminocidos, podendo at, como as protenas dos msculos, serem compostas por mais de 30.000 aminocidos, alm da quantidade e dos tipos de aminocidos presentes, a forma que a protena assume tambm influencia na sua funo, duas protenas compostas pelos mesmos aminocidos, podem assumir formas diferentes, passando a desempenhar funes distintas no organismo. Elas exercem as mais variadas funes nos seres vivos que vo desde a constituio dos tecidos, sua defesa contra invasores, e muitas outras igualmente fundamentais manuteno da vida, alm de existirem diversas protenas as quais no se sabem a sua funo ainda. Em vrios textos observamos autores fazendo analogia das protenas como sendo paredes de uma casa e os aminocidos como os tijolos que formam essas paredes, mas a que melhor representa as protenas em nossa opinio a deque as protenas vo muito alm das paredes dessa casa, so tambm a gua, a eletricidade, o gs, os moveis, e tudo mais que essa casa necessite para seu perfeito funcionamento. Conclumos tambm que, com relao as protenas, um dos aspectos mais importantes para o nutricionista esta relacionado ao seu valor nutricional, uma vez que o organismo humano depende de obter os aminocidos que no capaz de produzir atravs da alimentao, o que se torna uma tarefa mais complexa e minuciosa nas dietas vegetarianas, principalmente em relao as crianas. Conclui-se, apontando a importncia do nutricionista estar qualificado a atuar e se posicionar de modo cientfico sobre o assunto e, que, tanto em cursos de graduao em nutrio como em formao continuada, seja alvo de estudos, contribuindo para com o exerccio da profisso. O anexo 5 traz o parecer referente s dietas vegetarianas do Conselho Regional de Nutricionistas da 3 regio (CRN-3), que orienta e fiscaliza a profisso dos nutricionistas nos estados de Mato Grosso do Sul e So Paulo, onde deixa claro para os profissionais nutricionistas que eles no mais podero desencorajar um paciente que chega ao seu consultrio com a opo de uma dieta vegetariana sob o pretexto de essa ser invivel do ponto de vista nutricional.

REFERNCIAS:

SILVA, ANDR LUIZ. Biologia, Info escola. 2007. Acesso em: 11.10.2014

CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Disponvel em: Acesso em 21.10.2014.

ALVES, LIRIA. As protenas. Informaes sobre protena e alimentos ricos em protena. 2007Disponvel em: Acesso em: 21.10.2014

COUCEIRO, P., SLYWITCH, E., LENZ, F., Padro alimentar da dieta vegetariana. EINSTEIN. 2008 Dez; Disponvel em: Acesso em: 25.10.2014

FOGAA, JENNIFER. As Protenas. Brasil Escola. 2008. Dispinvel em: Acesso em: 11.10.2014

NASCIMENTO, IONE S. Vegetarianos do Brasil: consumo x produo de carne. Braslia: Universidade de Braslia; 2007.

GUIMARES, G. Sobre nutricionista e a resistncia ao vegetarianismo. Revista de Nutrio, Campinas, 16(4): 65-86, out./dez., 2003.

MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: alimentos, nutrio e dietoterapia. So Paulo: Roca Ltda., 1998.

- PHILIPPI, SONIA TUCUNDAVA, et al. Pirmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos. Revista de. Nutrio. V. 12, n. .1, p.65-80, 1999.

ARAJO, J.M.A. et al. Qumica de Alimentos. Teoria e Prtica. Editora UFV: So Paulo, 3 ed., 2004.

OLIVEIRA, J. E., MARCHINI, J. S. Cincias Nutricionais. Sarvier: So Paulo, 1998.

MAGNONI, D., CUKIER, C. Perguntas e respostas em nutrio clnica. Roca: So Paulo, 2005.

ANEXO 1ANEXO 1

Carne Bovina, Suna, Peixe, Frango e Ovos

1 poro = 190 kcal

AlimentosPeso (g)Medida Caseira

Atum enlatado802 colheres de sopa

Bacalhoada75 poro

Bife role1101 unidade

Bife Grelhado641 unidade

Camaro cozido16020 unidades

Camaro frito8010 unidades

Carne cozida801 fatia

Carne cozida de peru15010 fatias

Carne moda refogada905 colheres de sopa

Espetinho de carne922 unidades

Frango assado inteiro1001 pedao de peito ou

1 coxa grande ou

1 sobrecoxa

Frango fil milanesa801 unidade

Frango fil grelhado1001 unidade grande

Frango sobrecoxa cozida com molho1001 unidade

Hambrguer caseiro901 unidade

Hamburguer industrializado901 unidade

Linguia de porco cozida501 gomo

Manjuba frita10610 unidades

Merluza cozida2002 fils medios

Merluza defumada1903 fils

Nugget de frango724 unidades

Omelete simples741 unidade

Ovo frito1002 unidades

Ovo poch1002 unidades

Peixe espada cozido1001 poro

Porco lombo assado801 fatia

Salame7511 fatias

Salsicha601 e unidade

Sardinha escabeche501 unidade

ANEXO 2ANEXO 2

Leite, Queijos e Iogurtes

1 poro = 120 kcal

AlimentosPeso (g)Medida Caseira

leite de vaca desnatado1701 copo duplo

leite de vaca (longa vida)1601 copo de requeijo

leite de vaca pasteurizado1601 copo de requeijo

leite de cabra (longa vida)1601 copo de requeijo

leite em p362 colheres de sopa

iogurte integral de frutas1201 pote

iogurte desnatado1301 pote

queijo branco501 e fatia

requeijo light401 e colher de sopa

coalhada502 e colheres de sopa

ricota60 xicara

queijo cotage604 colheres de sopa

queijo mussarela453 fatias

queijo prato402 fatias

cream cheese light752 e colher de sopa

manteiga302 colheres sobremasa

margarina light351 colher de sopa

queijo pasteurizado tipo polenguinho302 unidades

queijo provolone351 fatia

queijo parmeso302 colheres de sopa

requeijo cremoso301 colher de sopa

Iogurte polpa de frutas "ninho soleil"1201 pote

Leite semidesnatado "molico"1501 e copo de requeijo

ANEXO 3ANEXO 3

Leguminosas

1 poro = 55 kcal

AlimentosPeso (g)Medida Caseira

Ervilha seca cozida722 e colheres de sopa

Feijo branco cozido481 e colher de sopa

Feijo cozido (50% de caldo)861 concha

Feijo cozido ( somente gros)502 colheres de sopa

Gro de bico cozido361 e colher de sopa

Lentilha cozida482 colheres de sopa

Soja cozida431 colher de sopa

ANEXO 4Anexo 4

Recomendaes de protenas

Estagio de vidaIdade (anos )PROTENAS% DRI

Bebes0 a 6 meses9,1 gND

7 a 12 meses11 gND

Crianas1 a 313 g 5 a 20

4 a 819 g10 a 30

Homes9 a1334 g10 a 30

14 a 1852 g10 a 30

19 a 3056 g10 a 35

31 a 5056 g10 a 35

51 a 7056 g10 a 35

> 7056 g10 a 35

Mulheres9 a 1334 g10 a 30

14 a 1846 g10 a 30

19 a 3046 g10 a 35

31 a 5046 g10 a 35

51 a 7046 g10 a 35

> 7046 g10 a 35

Grvidasat 1871 g10 a 35

19 a 3071 g10 a 35

31 a 5071 g10 a 35

Lactantesat 1871 g10 a 35

19 a 3071 g10 a 35

31 a 5071 g10 a 35

ANEXO 5

PARECER CRN-3

Vegetarianismo

O Conselho Regional de Nutricionistas 3 Regio, dando continuidade ao Projeto Ponto e Contra Ponto, para discusso de diversos temas polmicos e de interesse para a atuao do nutricionista, divulga o resultado das discusses sobre Vegetarianismo, quando profissionais analisaram as questes nutricionais, sociais e culturais inerentes ao tema.

Nesta discusso, destacaram-se as seguintes consideraes:

os seres humanos so animais onvoros que podem consumir tanto os produtos de origem animal como vegetal. Por sua natureza biolgica, o homem pode comer o que quiser. As vicissitudes ambientais, associadas pulso de vida vm determinando as alteraes evolutivas nos costumes alimentares;

vegetariano aquele que exclui de sua alimentao todos os tipos de carne, aves e peixes e seus derivados, podendo ou no utilizar laticnios ou ovos;

a alimentao vegetariana praticada, atualmente, por diversas razes - cientficas, ambientais, religiosas, filosficas, ticas. Estudos cientficos demonstram que possvel atingir o equilbrio e a adequao nutricional com dietas vegetarianas- ovolactovegetarianas, lactovegetarianas, ovovegetarianas e at veganas, desde que bem planejadas e, se necessrio, suplementadas;

a dieta vegetariana estrita (vegana) no apresenta fontes nutricionais de vitamina B12, que deve ser fornecida por meio de alimentos fortificados ou suplementos. Os elementos que exigem maior ateno na alimentao do ovolactovegetariano so: ferro, zinco e mega-3. Na dieta vegetariana estrita deve haver ateno, alm de vitamina B12, para clcio e protena;

Diante destas consideraes, o CRN-3 RECOMENDA aos nutricionistas para que estejam atentos ao seguinte:

1)Qualquer dieta mal planejada, vegetariana ou onvora, pode ser prejudicial sade, levando a deficincias nutricionais. 2)As dietas vegetarianas, quando atendem s necessidades nutricionais individuais, podem promover o crescimento, desenvolvimento e manuteno adequados e podem ser adotadas em qualquer ciclo de vida.

3)Indivduos com distrbios alimentares (anorexia nervosa, bulimia, ortorexia e outros), em algum momento da evoluo da doena, esto sujeitos a adotar dietas restritivas de qualquer tipo, vegetarianas ou no e devem ser avaliados nesse contexto.

4)A adequao nutricional da dieta vegetariana estrita (vegana) mais difcil de atingir e exige planejamento e orientao alimentar cuidadosos, incluindo suplementao especfica.

Ao nutricionista cabe orientar o planejamento alimentar dos indivduos, visando promoo da sade, respeitando as individualidades e opes pessoais quanto ao tipo de dieta. Aspectos biolgicos, psicolgicos e socioculturais da relao entre o indivduo e os alimentos devem sempre ser considerados, no processo da ateno diettica.

Colegiado do CRN 3 Regio 2011-2014