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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Processo seletivo simPlificado – docentes

001. Prova objetiva

Professor de educação Básica i

� Você recebeu sua folha de respostas e este caderno contendo 60 questões objetivas.

� Confira seu nome e número de inscrição impressos na capa deste caderno.

� Quando for permitido abrir o caderno, verifique se está completo ou se apresenta imperfeições. Caso haja algum problema, informe ao fiscal da sala.

� Leia cuidadosamente todas as questões e escolha a resposta que você considera correta.

� Marque, na folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta, a letra correspondente à alternativa que você escolheu.

� A duração da prova é de 4 horas, já incluído o tempo para o preenchimento da folha de respostas.

� Só será permitida a saída definitiva da sala e do prédio após transcorridos 75% do tempo de duração da prova.

� Ao sair, você entregará ao fiscal a folha de respostas e este caderno, podendo levar apenas o rascunho de gabarito, localizado em sua carteira, para futura conferência.

� Até que você saia do prédio, todas as proibições e orientações continuam válidas.

aguarde a ordem do fiscal Para aBrir este caderno de questões.

11.11.2012tarde

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Língua Portuguesa

Leia as duas produções de alunos em fase de alfabetização para responder às questões de números 01 a 03, entendendo que a Produção I foi proposta à criança pelo professor e a Pro-dução II foi escrita espontaneamente pela criança.

Produção I

Produção II

(SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2004)

01. A partir da análise e avaliação dessas produções escritas, pode-se dizer que, em conformidade com as proposições de Magda Soares,

(A) ambas não podem ser consideradas bons textos, pois as crianças em fase de alfabetização já deveriam de-monstrar bom domínio da grafia das palavras e da pontuação.

(B) por não seguir um modelo textual, não pontuar, nem grafar corretamente algumas palavras, a Produção II não pode ser considerada um bom texto.

(C) a Produção I não constitui um bom texto, visto que se trata de uma lista de sentenças independentes e decla-rativas, sempre no presente do indicativo, sem o uso de continuadores discursivos.

(D) a Produção II é um bom texto, apesar de a criança demonstrar precário domínio do gênero narrativo em relação às formas verbais, aos marcadores temporais e à unidade temática.

(E) apenas a Produção I tem boa qualidade textual, pois apresenta legibilidade, e a criança domina o sistema de escrita do português, pontua e comete poucos erros gráficos.

02. Uma das competências do professor de Ensino Funda-mental – anos iniciais (PEB I) é:

Compreender que toda manifestação verbal é orien-tada por um conjunto de características definidoras do contexto no qual foi produzida, o qual determinou as escolhas – conscientes ou não – realizadas pelo enuncia-dor; lugar social do enunciador, finalidade do discurso, interlocutor ao qual se destina, esfera na qual o discurso circulará, portador e veículo no qual será tornado públi-co, gênero no qual será organizado. (Resolução SE 70, de 26.10.2010)

Desse ponto de vista, pode-se depreender que

(A) o professor não garante adequada condição de produ-ção textual e discursiva à criança (Produção I).

(B) ao solicitar à criança que escreva a partir de um dese-nho (Produção I), o professor permite que ela siga um bom modelo de gênero narrativo.

(C) uma inadequada concepção do que seja a linguagem escrita é responsável por o professor deixar a criança escrever espontaneamente (Produção II).

(D) ambos os professores propõem adequados contextos de produção textual e discursiva às crianças (Produ-ções I e II).

(E) os dois professores garantem às crianças adequado modelo de produção do gênero narrativo (Produções I e II).

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05. Poeminha

o poeminha é curtocomo uma ropa epelo outro lado écomprido por quepoeminha é um jeitocarinhoso de chamar

(Mariana – 2.º ano EF – arquivo pessoal)

Do ponto de vista do domínio das convenções da escrita, essa criança

(A) comete dois equívocos (ropa e por que), provocados, respectivamente, por razão morfológica e pela pro-núncia.

(B) equivoca-se ao escrever ropa do modo como pronun-cia; já a escrita equivocada de por que prende-se à razão morfológica.

(C) demonstra que seu repertório de leitura é bastante res-trito, pois erra a grafia de duas palavras conhecidas (ropa e por que).

(D) comete um deslize reprovável ao escrever ropa, pois, seguramente, já teve oportunidades de leitura de tal palavra.

(E) deve ser advertida para que não torne a errar a escri-ta da conjunção porque, assim como do substantivo roupa.

06. Sabe-se que entre os critérios a serem considerados na organização do currículo de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental é necessário atentar para o grau de comple-xidade dos gêneros textuais que serão tratados (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004).

Pode-se considerar que há progressão didática de gêneros argumentativos em:

(A) biografia – resenha – carta de reclamação.

(B) sinopse de filme – notícia – manifestação oral de opinião.

(C) debate regrado – reportagem – regra de jogo.

(D) manifestação oral de opinião – carta de solicitação – resenha.

(E) anúncio classificado – entrevista – autobiografia.

03. Sabe-se que a coesão textual pode dar-se por meio do emprego de pronomes, de repetições, de sinônimos e de conjunções. Na análise da Produção II, verifica-se o uso apenas de

(A) repetições e conjunções.

(B) sinônimos e conjunções.

(C) pronomes e sinônimos.

(D) repetições, sinônimos e pronomes.

(E) repetições, pronomes e conjunções.

04. Na avaliação de Língua Portuguesa aplicada em classes de 3.º ano do Ensino Fundamental no SARESP/2010, propôs-se a questão a seguir:

REESCRITA DE TRECHO DE UMA HISTÓRIA

Orientação ao professor:Leia a história inteira da Bela e a Fera (T) para

os alunos, depois leia novamente, pare no lugar mar-cado e peça para escreverem o restante da história.

AGORA CONTINUE A ESCREVER A HISTÓRIA A PARTIR DESSE PONTO:

O tempo foi passando e Bela tornou-se muito amiga de Fera. Apesar de sua feiura, Fera era muito gentil e delicado com a jovem.

Um dia, no espelho mágico que havia em seu quarto, Bela viu que seu pai estava doente.

Ficou muito preocupada e pediu a Fera:– Por favor, permita que eu vá visitar meu pai,

que está muito doente.

(Fonte: Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Relatório Pedagógico – SARESP 2010: 3.º ano EF –

Língua Portuguesa, p. 28-29).

Os resultados obtidos demonstraram que cerca de 40% dos alunos atenderam à habilidade de escrever esse texto em continuidade, mantendo as características de lingua-gem escrita do conto Bela e a Fera.

Duas das características desse conto são:

(A) verbos no pretérito; narrador em terceira pessoa.

(B) verbos no presente; presença de discurso indireto.

(C) verbos no pretérito; narrador em primeira pessoa.

(D) verbos no presente e no futuro; narrador em terceira pessoa.

(E) verbos no futuro; presença de discurso direto.

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TexTo II

Alfabetização: 6 práticas essenciais

Conheça as ações para fazer toda a turma avançar, as características das atividades desafiadoras em cada um dos seis tópicos e os equívocos comuns

Realizar atividades com foco nas práticas de linguagem

Ajudar as crianças a entender como os textos se organizam e os aspectos específicos da linguagem escrita. Mais que enu-merar as características dos diferentes gêneros, o importante é levar a turma a perceber as características sociocomunicativas de cada um deles, mostrando que aspectos como o estilo e o formato do material dependem da intenção do texto (por que se escreve) e de seu destinatário (para quem se escreve). “Isso se faz com a produção e a reflexão sobre bons exemplos”, diz Neurilene Martins, coordenadora do Instituto Chapada, em Salvador.

Utilizar projetos didáticos para alfabetizar

Contemplar, na rotina da classe, um processo planejado com a participação dos alunos que resulte em um produto final escrito (uma carta, um livro, um seminário etc.). Esse tipo de organização do trabalho preserva a intenção comunicativa dos textos (informar, entreter etc.), respeitando o destinatário real da produção. Com isso, fornece um sentido maior para as ativi-dades a serem realizadas pelos alunos, já que eles sabem que o resultado final será lido por outras pessoas, além da professora.

(Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/ alfabetizacao-inicial/alfabetizacao-6-praticas-essenciais-letramento-618025.

shtml?page=2 . Acessado em 10.08.2012. Com cortes)

08. A análise das finalidades e dos portadores desses textos, dos seus prováveis interlocutores, das suas características linguísticas e textuais indica que pertencem, respectiva-mente, aos gêneros(A) testemunho e reportagem.(B) comentário e notícia.(C) artigo expositivo e reportagem.(D) verbete e artigo de opinião.(E) resenha e relatório científico.

09. Depreende-se da leitura dos textos I e II que o processo de alfabetização(A) é discursivo e se dá na interação com práticas sociais

de escrita.(B) ocorre, principalmente, em atividades escolares e

rotineiras de escrita.(C) se desenvolve por meio de práticas ortográficas da

escrita.(D) é decorrente da interação oral entre pais, alunos e pro-

fessora.(E) deve priorizar as atividades de leitura de textos literá-

rios pelo professor.

07. De acordo com o Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor de 3.ª série – Ciclo I (2010, p. 26-27), recomenda-se ao professor ler para os alunos:

I. um livro em capítulos ou dividir uma história mais longa em partes, interrompendo a leitura em momen-tos que criem expectativa;

II. textos com uma trama bem estruturada e a linguagem bem elaborada, diferente daquela usada no cotidiano;

III. histórias com finalidades estritamente moralistas, tais como as fábulas e lendas;

IV. textos com diversidade temática e de autoria represen-tativa da esfera literária nacional e internacional.

Estão corretas apenas

(A) I, II e III.

(B) I, II e IV.

(C) II e III.

(D) II, III e IV.

(E) III e IV.

Leia os textos I e II para responder às questões de números 08 a 10.

TexTo I

Já a família letrada constitui a agência de letramento mais eficiente para garantir o sucesso escolar e, portanto, a repro-dução do privilégio (Bourdieu e Passeron, 1975). Nela, as práticas e usos da escrita são fato cotidiano, corriqueiro, in-separável de outros fatores e fazeres: a leitura do jornal como parte integrante do café da manhã; a redação de um bilhete ou a consulta a uma agenda como suportes da memória; a leitura de um livro de cabeceira como aspecto importante do lazer ou do descanso; o rabisco como ocupação manual durante a con-centração; o uso escrito como fonte de informações permitem que, antes de conhecer a forma da escrita, a criança conheça seu sentido e sua função.

(KLEIMAN, Angela B. Ação e mudança na sala de aula: uma pesquisa sobre letramento e interação. In: ROJO, Roxane. Alfabetização e Letramento.

Campinas/SP: Mercado de Letras, 1998, p. 182-183)

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Considere a produção escrita por criança ao final de 2.º ano de ensino fundamental para responder às questões de números 12 e 13.

Segue a transcrição do texto:

Goiânia, 2 de setembro de 1997.Sr Presidente Fernando Henrique?(I) Não dechi matan os passarinhos (II) Porque enfei-

ta a matureza (III) Porque daci uns dia outros meninos e outras meninas não vai conhecer us passarinhos (IV) Porque eles vãu tar mortu. (V) Puriso que eles e elas não vãi caiese os passarinhos

(VI) eu espero que você atenda u meu pedido.Aotora Lu

(Transcrito de SOUZA, Lusinete Vasconcelos de. As proezas das crianças em textos de opinião. Campinas, SP: Mercado de

Letras, 2003, p. 145. (Coleção Ideias sobre Linguagem)

12. No texto, são argumentos para convencer o interlocutor apenas:(A) II, IV e VI.(B) II, IV e V.(C) II, III e IV.(D) I, III e V.(E) I, II e III.

13. Pode-se dizer que a criança atinge as expectativas de apren-dizagem de final da série em relação aos padrões de escrita, de acordo com as indicações constantes no Guia de Plane-jamento e Orientações Didáticas – 2.ª série, visto que(A) usa maiúsculas, pontua corretamente final de frases e

os elementos de uma enumeração.(B) observa algumas das regularidades ortográficas da lín-

gua e escreve corretamente as palavras a elas associadas.(C) pontua corretamente final de frases e faz adequada

concordância verbal e nominal.(D) controla os erros relacionados à transcrição da fala e

faz adequada concordância verbal.(E) usa maiúsculas no início das frases e controla os erros

relacionados à transcrição da fala.

10. Pode-se inferir do início do texto I – “a família letrada constitui a agência de letramento mais eficiente para garantir o sucesso escolar e, portanto, a reprodução do privilégio” – que

(A) somente a família letrada tem direito a alfabetizar seus filhos em boas escolas.

(B) quem nasce em família letrada já possui condições de acesso aos bens culturais.

(C) para ser bem sucedido na escola e na vida, é preciso, primeiro, nascer em uma boa família.

(D) é inevitável que quem nasce em família de analfabe-tos não tenha sucesso escolar.

(E) o sucesso escolar também depende de métodos para ensinar as crianças privilegiadas.

11. Segundo o Guia de Planejamento Ler e Escrever, ao final do 2.º ano de escolaridade, são desejáveis as seguintes expectativas de aprendizagem em relação à comunicação oral:

I. participar de situações de intercâmbio oral, ouvindo com atenção;

II. formular e responder perguntas;III. explicar e compreender explicações;IV. manifestar opiniões sobre o assunto tratado;V. ler em voz alta, por si mesmo, diferentes gêneros

literários.

Estão corretas apenas

(A) I, II e III.

(B) I, II e IV.

(C) I, III, e V.

(D) I, II, III e IV.

(E) II, III, IV e V.

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16. Nas orientações gerais para favorecer avanços dos alunos de 3.º ano, indicam-se vários procedimentos ao professor, entre eles:

(A) encaminhar para reforço extraclasse aqueles alunos que não costumam pedir ajuda porque são indiscipli-nados, tímidos ou porque preferem não se manifestar.

(B) usar pautas de observação diária do desempenho dos alunos a fim de determinar quais deles devem ser rema-nejados para outras turmas mais fracas, ou mais fortes.

(C) organizar duplas de alunos para realizar as avaliações periódicas em parceria, garantindo que todos façam as atividades corretamente e possam ser aprovados.

(D) de posse das pautas de observação e da comparação dos resultados, identificar os alunos que, inevitavel-mente, serão reprovados ao final do ano letivo.

(E) após ter orientado os alunos na realização de determina-da atividade, caminhar entre eles e observar seus traba-lhos, especialmente daqueles que têm mais dificuldades.

17. Há intertextualidade quando um texto retoma ou se refere a outro, estabelecendo com ele uma espécie de diálogo, como em

(A) A maior bola do mundoé de fogo e se chama sol.a bola mais conhecidaé a de jogar futebol

(Ricardo Azevedo)

(B) Mas que dizer do poetaNuma prova escolar?Que ele é meio patetaE não sabe rimar?

(Carlos Drummond de Andrade)

(C) Era uma casaMuito engraçadaNão tinha tetoNão tinha nada

(Vinícius de Moraes)

(D) Ciranda cirandinhavamos todos cirandar

E se o Ciro não andarnós o levamos nas costas:aposto que ele gosta,nas tuas costas ou nas minhas,de dançar com perna alheiaa ciranda cirandinha.

Vamos dar a meia-voltavolta e meia vamos dar.

(José Paulo Paes)

(E) A barata diz que tem sete saias de filóé mentira da barata, ela tem é uma sóah ra rá, oh ro ró, ela tem é uma só!

(Cantiga popular)

14. As meninas quadradas.

Era uma vez uma moça e uma menina que iam acampar.A moça falou:– Vamos fazer uma cabana?A menina respondeu:– Sim vamos.Estava chegando a noite e elas foram dormir.A mãe dela estava com muito medo porque escutou

um barulho de cobra.No dia seguinte ela falou:– Ontem a noite eu escutei barulho de cobra.A filha respondeu:– Deve ser o ronco do vizinho.

(Transcrito de COLELLO, Silvia M. G. Alfabetização em questão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 86)

Sobre esse texto, pode-se dizer que há

(A) passagens com transcrição da fala.

(B) representação não convencional das marcas da nasa-lidade.

(C) continuidade temporal, mas descontinuidade temática.

(D) desobediência às normas de concordância verbal.

(E) correção na pontuação de passagens de discurso direto.

15. Sobre a prática de leitura de poemas na escola, o Guia de Planejamento e Orientações Didáticas recomenda ao professor que

(A) desconsidere diferentes possibilidades de entendi-mento dos alunos sobre o que o poeta quis expressar com o texto.

(B) proponha como tarefa diária a cópia, a memorização e a recitação de poemas, para avaliar a pronúncia de cada palavra pelos alunos.

(C) escolha poemas desconhecidos para que os alunos os leiam em voz alta, a fim de que possam gostar de poesia e conhecer todos os gêneros poéticos.

(D) incentive os alunos a lerem individualmente e em silêncio cada poema para que possam refinar o gosto poético.

(E) contextualize o poema lido: o livro de onde foi retirado; o autor, sua obra e aspectos interessantes de sua vida.

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18. O trecho do texto I que apresenta características de dis-curso indireto é(A) Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam

fantasiado.(B) Pelo menos me deixavam ficar até umas 11 horas da

noite à porta do sobrado onde morávamos.(C) É que a mãe de uma amiga minha resolveu fantasiar a

filha e o nome da fantasia era Rosa.(D) ... me mandaram comprar depressa um remédio na

farmácia.(E) Horas depois, minha mãe melhorou e tudo se acal-

mou em casa. Mas a alegria tinha morrido em mim.

19. Tomando como fundamento a classificação e distribuição dos gêneros textuais proposta por Joaquin Dolz e Bernard Schneuwly (2004, p. 102), pode-se dizer que(A) o texto I é narrativo porque pertence à cultura literá-

ria ficcional; o texto II, como documenta uma ação humana, pertence ao grupo do relatar.

(B) o texto I, como tem narrador em primeira pessoa, per-tence à ordem do relatar; o texto II, como descreve e regula comportamentos, é prescritivo.

(C) o texto I é narrativo, pois é ficcional, recria a realida-de; o texto II é expositivo, pois destina-se à transmis-são de saberes.

(D) o texto I, como relata experiências vividas, é expo-sitivo; o texto II é argumentativo porque apresenta textualmente um conhecimento.

(E) o texto I é prescritivo, pretende ensinar comporta-mentos; o texto II é um verbete, portando caracteriza--se como instrucional.

20. Considere os trechos do texto I:

1. Mas houve um carnaval diferente dos outros.

2. Mas a alegria tinha morrido em mim.

Em relação ao emprego da conjunção mas, pode-se dizer que:

(A) em ambos os trechos, expressa sentido de contradição.

(B) em ambos os trechos, expressa sentido de conse-quência.

(C) 1 expressa oposição; 2 expressa causalidade.

(D) 1 expressa consequência; 2 expressa oposição.

(E) 1 expressa consequência; 2 expressa causalidade.

Leia os textos I e II para responder às questões de números 18 a 20.

TexTo I

Restos do carnaval

Lembro-me dos carnavais de minha infância, vivida em Recife. Na realidade, eu deles pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Por causa das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para carnaval de criança. Pelo menos me deixa-vam ficar até umas 11 horas da noite à porta do sobrado onde morávamos, olhando os outros se divertirem.

Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão mila-groso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado. É que a mãe de uma amiga minha resolveu fantasiar a filha e o nome da fantasia era Rosa. Para isso comprou folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, para imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco a fantasia tomando forma e se criando. Foi quando aconteceu o inespe-rado: sobrou papel crepom – e muito. E a mãe de minha amiga resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restou do material.

Até os preparativos já me deixavam tonta de felicidade.Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado,

ainda sem batom, minha mãe de repente piorou muito de saúde e me mandaram comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa, fui correndo, correndo, assustada e confusa, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava.

Horas depois, minha mãe melhorou e tudo se acalmou em casa. Mas a alegria tinha morrido em mim.

(LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. Adaptado)

TexTo II

Carnaval – Aparece no Brasil no século XIX, como herança das festas de rua portuguesas, conhecidas como “entrudos”. No início, eram apenas divertidas batalhas de água e farinha nas ruas das cidades. Todo mundo participava: fazen-deiros, escravos, padres, juízes... Depois, foi se transformando, ganhando músicas, danças e fantasias especiais. Formaram--se grupos, clubes, “escolas” e tradições diferentes nas várias regiões do país. Em Recife, por exemplo, o frevo é a dança mais importante do carnaval pernambucano. A festa ocorre uma vez por ano e dura mais de três dias, normalmente entre os meses de fevereiro e março.

(CASCUDO, Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998)

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MateMÁtICa

21. Uma professora pediu para que os alunos apresentassem outras escritas para o número 1.800.000.000. Três alunos apresentaram na lousa as respostas seguintes:

Carol: 1.800.000.000 = 1,8 bilhão.Bruna: 1.800.000.000 = 1800 milhões.Gabriel: 1.800.000.000 = 1800 bilhões.

Analisando as respostas, é correto afirmar que apenas

(A) a afirmação de Carol está correta.

(B) a afirmação de Bruna está correta.

(C) a afirmação de Gabriel está correta.

(D) as afirmações de Carol e Bruna estão corretas.

(E) as afirmações de Carol e Gabriel estão corretas.

22. Observe as três planificações a seguir:

I.

II.

III.

Considerando essas planificações, pode-se afirmar que o cubo está corretamente representado em

(A) I, apenas.

(B) II, apenas.

(C) III, apenas.

(D) I e II, apenas.

(E) I, II e III.

r a s C u n H o

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23. Vitor fez uma pesquisa para saber qual era o gênero de música preferido dos colegas de sua classe. Cada um deveria escolher apenas um destes gêneros: Sertanejo, Funk, Samba e Rap.Vitor anotou alguns dos resultados da pesquisa na tabela seguinte:

SerTanejo Funk Samba raP ToTaIS

Meninos 5 3 21Meninas 7 6Totais 7 12

Sabendo que o total de entrevistados, entre meninos e meninas, foi 40, é correto afirmar que o número de meni-nas que escolheram Rap foi(A) 2.(B) 6.(C) 7.(D) 11.(E) 12.

24. O Tangram é um quebra-cabeças chinês que pode ser utili-zado nas aulas de matemática. Ele é composto de 7 peças que formam um quadrado como o da figura a seguir.

Uma professora que leciona para os anos iniciais utilizou-se das 7 peças desse quebra-cabeças com área total de 48 cm2 e construiu a figura a seguir:

Ela perguntou aos seus alunos qual é a área do paralelo-gramo cinza. Carol respondeu corretamente que a área desse paralelogramo é de(A) 3 cm2.(B) 6 cm2.(C) 9 cm2.(D) 12 cm2.(E) 15 cm2.

r a s C u n H o

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26. Observe a sequência de figuras:

1.ª figura 2.ª figura 3.ª figura

O número de quadrinhos claros da figura que ocupa a 29.ª posição dessa sequência é(A) 810.(B) 840.(C) 870.(D) 900.(E) 930.

27. Uma professora que leciona no 2.º ano do ensino funda-mental fez um ditado de números. Os dois números dita-dos foram: trezentos e quarenta e cinco e três mil. Pietro escreveu da seguinte forma

Durante o processo de investigação, a professora chamou os alunos em duplas para discutir as respostas obtidas. A professora pediu a Felipe que corrigisse as escritas de Pietro, se fosse o caso. Felipe disse que o número três mil estava correto e corrigiu o número trezentos e quarenta e cinco da seguinte maneira:

Com base somente nessas informações, são descritas as seguintes afirmações sobre os dois alunos:

I. escrevem convencionalmente os números 1 000, 200 e 50;

II. elaboraram hipóteses a respeito da escrita dos núme-ros baseando-se também nas informações que extraí-ram da numeração falada;

III. conhecem os fatos: 345 = 300 + 40 + 5 e3 000 = 3 × 1 000.

Analisando as afirmações, é correto o contido em(A) I, apenas.(B) I e II, apenas.(C) I e III, apenas.(D) II e III, apenas.(E) I, II e III.

25. Para avaliar os conhecimentos de seus alunos a respeito do campo conceitual aditivo, a professora propôs, dentre outros, o seguinte problema: “Max gastou 12 reais na padaria e ficou com 8 reais na carteira. Quantos reais ele tinha antes de gastar na padaria?”

Dois alunos resolveram o problema utilizando a operação de subtração, e um outro utilizou-se da representação icônica:

aluno x aluno Y aluno Z

Em reunião, cinco professoras analisaram as resoluções, conforme segue.

Flávia: Acho que somente os alunos Y e Z acertaram, mas acredito que os dois acertaram porque identificaram o estado final da transformação.Marta: Também acho que somente os alunos Y e Z acer-taram, mas acredito ser um problema de composição, e, dessa forma, os alunos identificaram uma das partes.Lia: Trata-se de um problema envolvendo a ideia de transformação. Eu observei que somente os alunos X e Y resolveram corretamente porque utilizaram a subtração para encontrar o valor da transformação negativa.Bete: Também acho que é um problema de transformação, mas acredito que somente os alunos Y e Z acertaram porque identificaram o estado inicial da transformação.Bruna: Quanto ao acerto, eu não concordo com vocês; acredito que somente o aluno X acertou, pois se utilizou da subtração para indicar a ideia de gastar, e com isso identificou o valor da composição.

Analisando as informações dadas, é correto concluir que a professora que apresentou uma análise correta da situação foi

(A) Flávia.

(B) Marta.

(C) Lia.

(D) Bete.

(E) Bruna.

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32. A professora de uma escola pública construiu um gráfico para registrar as faltas dos alunos no período de fevereiro a junho.

núm

ero d

e fa

ltas

–10–12

1618

14121086420

–2–4–6–8

marfev maio junabr

É correto afirmar que no período de fevereiro a junho a média das faltas registradas foi de

(A) 2 faltas.

(B) 4 faltas.

(C) 6 faltas.

(D) 8 faltas.

(E) 10 faltas.

33. Alguns alunos do 4.º ano do E.F. estavam discutindo sobre o tema da aula: números racionais:

Bia – É incrível saber que 0,5 ; 0,50 ; 0,500 são iguais.Lucas – Eu acho que não podem ser iguais, pois não têm o mesmo número de algarismos.Lincoln – Eu concordo com Lucas, porque o algarismo 5 está ocupando posições diferentes.Bela – Eu concordo com Bia e todos representam 5 décimos.Kika – Bela, a Bia está certa, mas todos os números repre-sentam 5 centésimos.

Analisando essa conversa, observa-se que, dos cinco alu-nos, apenas

(A) Bia e Bela fizeram afirmações corretas.

(B) Bia e Kika fizeram afirmações corretas.

(C) Lucas e Lincoln fizeram afirmações corretas.

(D) Lucas fez uma afirmação correta.

(E) Lincoln fez uma afirmação correta.

28. A cantina de uma escola serve almoço todos os dias, inclusive aos finais de semana. Sabe-se que o cardápio inclui, rigorosamente, espinafre a cada doze dias, um tipo de peixe a cada sete dias e banana a cada dois dias. Se hoje esses três itens foram servidos, é correto afirmar que essa ocorrência irá acontecer novamente após

(A) 336 dias.

(B) 168 dias.

(C) 84 dias.

(D) 24 dias.

(E) 14 dias.

29. A professora Cris utilizou um retângulo como todo-refe-rência para representar para seus alunos que 2% da água de nosso planeta é potável. Dessa forma, a representação correta apresentada pela professora é por meio da divisão do retângulo em

(A) 10 partes iguais e da pintura de 2 partes.

(B) 30 partes iguais e da pintura de 5 partes.

(C) 50 partes iguais e da pintura de 1 parte.

(D) 100 partes iguais e da pintura de 4 partes.

(E) 100 partes iguais e da pintura de 3 partes.

30. A impressora de uma escola levou 1 hora para imprimir 3 000 páginas. Essa impressora, para imprimir um texto do mesmo tipo, mas com 2 250 páginas, deverá levar

(A) 1 h e 30 min.

(B) 45 min.

(C) 35 min.

(D) 25 min.

(E) 15 min.

31. Os oito triângulos que formam o retângulo da figura têm as mesmas dimensões.

Um número que indica a relação entre a parte escura e o todo formado pela região plana limitada pelo retângulo é

(A) 0,8.

(B) 0,45.

(C) 0,3.

(D) 0,345.

(E) 0,25.

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36. Um tipo de papel muito usado nas escolas é o de formato A4. Esse tipo de papel tem a forma retangular com 30 cm de comprimento por 21 cm de largura, aproximadamente. Dessa forma, é correto afirmar que o volume de uma pilha de papel A4, com 20 cm de altura, é aproximadamente

(A) 1 260 cm3.

(B) 3 780 cm3.

(C) 6 300 cm3.

(D) 8 680 cm3.

(E) 12 600 cm3.

r a s C u n H o

34. Em uma oficina de geometria, a professora Katia propôs que Carol apresentasse uma dica para que Léo descobrisse qual era o prisma que ela escolheu.

Carol disse: esse meu prisma tem 15 vértices.

Com essa dica, Léo respondeu corretamente:

(A) somente com essa dica é impossível descobrir qual é o prisma escolhido.

(B) o prisma escolhido tem como base um polígono de 15 faces.

(C) o prisma escolhido é um pentadecágono.

(D) o prisma escolhido tem como base um polígono de 5 faces.

(E) a dica fornecida está errada, pois o número de vérti-ces de qualquer prisma é par.

35. Trace as diagonais dos polígonos regulares a seguir.

Observe os dados registrados na tabela:

Polígono número de ladoS número de dIagonaIS

triângulo 3 0

retângulo 4 2

pentágono 5 5

hexágono 6 9

heptágono 7 14

octógono

eneágono

É possível concluir que um polígono de 9 lados tem

(A) 20 diagonais.

(B) 22 diagonais.

(C) 25 diagonais.

(D) 27 diagonais.

(E) 30 diagonais.

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38. Observe as imagens.

(http://img.estadao.com.br/fotos/15/03/ 7B/15037B6376024CF89A1F1EECF9EC06DF.jpg)

(http://www.ciflorestas.com.br/arquivos/n_encontro_tocantins_21854.jpg)

Comparando as duas imagens, o professor destaca a di-ferença

(A) nos perfis de solo.

(B) no relevo.

(C) na biodiversidade.

(D) na hidrografia.

(E) na amplitude térmica.

ConHeCIMentos geraIs

37. Observe as seguintes imagens de Blumenau (SC).

Vista da cidade

(http://brasilsul.com.br/uma-alemanha-a-brasileira-conheca-os-encantos-de--blumenau/blumenau/)

Oktoberfest

(http://goo.gl/kwjl6)

Utilizando as imagens, o professor aborda a temática

(A) da influência da imigração europeia no processo de colonização da região Sul do Brasil.

(B) da globalização econômica, que permitiu o acesso da classe média brasileira ao turismo internacional.

(C) dos conflitos étnicos no Brasil, como o que opõe brancos europeus a mestiços brasileiros na região Sul.

(D) da existência, no Sul do Brasil, do clima frio de mon-tanha, que explica a forma dos telhados e a cultura.

(E) das diferenças entre o Brasil e a Europa, em que se destacam o folclore e o grau de desenvolvimento.

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40. Observe a imagem.

Capturam partículas poluentes

Protegem dosol e da chuva

Reduzem apoluição sonora São a casa de

muitos animaise seres vivos

Purificam o arcaptando o co2 etransformandoo oxigênio

Valorizam o imóvel Servemcomoabrigoscortandoosventos

(https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn1/ 542481_386326581432419_1697119726_n.jpg. Adaptado)

Utilizando a imagem, o professor propôs corretamente a discussão com os alunos sobre

(A) o problema da poluição visual nas grandes cidades.

(B) a necessidade de ampliação de ruas e avenidas nas cidades.

(C) a possibilidade da atividade agrícola em áreas urbanas.

(D) a preservação de paisagens históricas e culturais.

(E) os benefícios da presença de árvores em áreas urbanas.

41. Observe a imagem.

Sol

Lua

cheia

Lua

nova

Terra SolTerra

(http://www.planetariodorio.com.br/bloguinho/images/stories/mar2.jpg)

O conteúdo da imagem destaca

(A) a ocorrência dos eclipses lunar e solar.

(B) o movimento de translação da Terra e da Lua.

(C) a participação da Lua nas estações do ano da Terra.

(D) a influência da Lua sobre o movimento das marés.

(E) a observação dos hemisférios Norte e Sul da Terra.

39. Leia a letra da música.

O buriti

Que palmeira é aquela,Olha lá!É o Buriti, não pode cortarNão pode cortarPorque ele é bom!Dá folhas pra nos protegerDe chuva, de sol, de frio e calorSeu fruto é gostoso pra gente comerDos pecíolos das folhasSe faz belas artesÉ só ver pra crerPor isso eu defendo com unhas e dentesDas lindas veredas é o mais imponenteOh meu Buriti vou te defender!

(http://goo.gl/reSGZ)

Para abordar com seus alunos a temática dos ecossistemas brasileiros, o professor escolheu esta música que destaca o buriti, um fruto utilizado na culinária do norte de Minas Gerais e na de Goiás. A palmeira do buriti é uma espécie característica

(A) da Floresta Amazônica, como herança da agricultura indígena.

(B) dos manguezais no litoral brasileiro, ameaçados pela expansão urbana.

(C) do Cerrado, ameaçado pelo avanço da agricultura e da pecuária.

(D) da Floresta de Coníferas, onde se destacam as Arau-cárias.

(E) da Mata Atlântica, adaptada à grande quantidade de chuvas.

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43. Observe o gráfico e leia o texto.

População residente, em %

84,4

área urbana

15,6

área rural

81,2

54,9

45,1

2000 2010

18,8

1960** início da série histórica

(www.geografiaparatodos.com.br/capitulo_33_a_urbanizacao_no_brasil_fi-les/capitulo_33_a_urbanizacao_no_brasil_clip_image002.gif)

Uma das consequências da urbanização, especialmente quando ela se centra no automóvel, é a falta de opções para caminhar, andar de bicicleta e realizar outras formas de exercício. A privação do exercício e excessos de ali-mentação, em conjunto, se traduzem frequentemente em aumento da obesidade.

(http://goo.gl/tgM46)

Relacionando os dados do gráfico ao texto, o professor pode iniciar uma discussão com os alunos sobre

(A) os desequilíbrios causados pelo aumento da renda da população brasileira, especialmente entre os mais pobres.

(B) as deficiências no ensino público brasileiro, no qual questões relacionadas à saúde não são trabalhadas.

(C) a importância da urbanização na distribuição de renda no Brasil, melhorando o acesso à alimentação sau-dável.

(D) os novos problemas relacionados à mudança nas for-mas de viver da população brasileira, em razão da urbanização.

(E) o problema da mortalidade infantil no país, como resultado das más condições de vida nas grandes cidades.

42. Leia a notícia.

Dias sem pôr do sol dificultam jejum de muçulmanos na Finlândia

Muçulmanos praticantes estão observando atualmente o mês sagrado do Ramadã, em que jejuam entre o nascer e o pôr do sol. Mas o que fazem os muçulmanos de uma cidade onde o sol nunca se põe no verão?

(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/08/ 120818_ramada_finlandia_pai.shtml. Adaptado)

Assinale a alternativa que explica corretamente o fenôme-no destacado na notícia.

(A) Como a diferença de fusos-horários entre o Oriente Médio e a Europa é de mais de 10 horas, os muçul-manos europeus precisam jejuar mais tempo do que os do Oriente Médio.

(B) A inclinação do eixo terrestre faz com que o hemisfé-rio Norte receba maior quantidade de luz e energia do Sol no verão, gerando o fenômeno do “Sol da meia--noite”.

(C) A Finlândia, por estar próxima do polo Norte, apre-senta baixas altitudes, o que faz com que o Sol per-maneça sempre no horizonte, produzindo o dia de 24 horas.

(D) O país situa-se no hemisfério Ocidental, portanto, quando é dia nos países do Oriente Médio, é noite na Finlândia.

(E) O movimento de rotação da Terra em torno do Sol não é igual ao longo do ano: o hemisfério Norte ro-taciona mais lentamente no verão, tornando os dias mais longos e as noites mais curtas.

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45. Leia os textos.

TexTo I

O Brasil é o campeão dos agrotóxicos

Um bilhão de litros de herbicidas e pesticidas derramados todo ano no solo. Em Lucas de Rio Verde (MT), o leite materno contaminado chama a atenção para o perigo.

(http://claudia.abril.com.br/materia/o-brasil- e-o-campeao-dos-agrotoxicos-4933/?p=/saude/sociedade)

TexTo II

Produtos para proteção de cultivos – inseticidas, fungici-das e herbicidas – livram as plantas dos insetos, das doen-ças e da competição das ervas daninhas pelos nutrientes, aumentando a produtividade das lavouras.

(http://www.syngenta.com/country/br/pt/produtosemarcas /protecao-de-cultivos/Pages/produtos.aspx)

Utilizando-se dos exemplos destacados, o professor pode iniciar um debate em sala de aula sobre

(A) a permanência da dependência tecnológica nos países pobres.

(B) o crescente problema do uso intensivo da água na agricultura.

(C) os riscos e benefícios da aplicação de novas tecnolo-gias na agricultura.

(D) o problema do desmatamento de florestas na região amazônica.

(E) a permanência de situações de fome em grande parte do mundo.

44. Observe a imagem e a notícia.

Inversão térmica em São Paulo

(http://csm7anod.pbworks.com/f/1291672366/ibagem.jpg)

Tempo seco e frio aumentam internações respiratórias em até 60%

SÃO PAULO – Com o tempo seco e a temperatura varian-do entre baixa e amena no Estado de São Paulo, o período do inverno contribui para aumentar os problemas ligados ao sistema respiratório. Alergia, resfriado, asma e gripe são apenas algumas das doenças que se intensificam neste período do ano. Por isso, os cuidados com a saúde devem ser redobrados.

(http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,tempo-seco-e-frio-aumentam--internacoes-respiratorias-em-ate-60,577232,0.htm)

Sobre a imagem e a notícia, pode-se concluir que

(A) retratam fenômenos diferentes. A poluição do ar, vis-ta na imagem, não apresenta relação com problemas respiratórios, pois estes são causados somente por ví-rus e bactérias.

(B) estão relacionadas, já que a inversão térmica, que ocorre principalmente no inverno, contribui para a concentração de poluentes que causam problemas respiratórios.

(C) não estão relacionadas, pois o fenômeno mostrado na imagem só ocorre no verão, enquanto os problemas respiratórios são agravados no inverno, em razão das baixas temperaturas.

(D) estão relacionadas, já que as inversões térmicas, típi-cas do inverno paulista, causam chuvas fortes e inun-dações que contribuem para a propagação de doenças.

(E) apresentam relação direta, já que a inversão térmica propicia a formação da “garoa”, uma chuva fina que ocorre no inverno paulista e faz aumentar os proble-mas respiratórios.

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FundaMentação PedagógICa

47. Ser professor, ensinar na escola, supõe participar da ela-boração e desenvolvimento de seu projeto educacional, o qual sinaliza as relações Escola/Sociedade. Libâneo (2003) analisa que a revolução tecnológica está favorecen-do o surgimento de uma sociedade marcada pela técnica, pela informação e pelo conhecimento, que intelectualiza o trabalho e acentua a demanda por educação de qualidade ou mais teórica. Esse autor conclui que, numa perspectiva democrática, isso implica que o projeto educacional(A) forme trabalhadores e consumidores competitivos para

uma sociedade seletiva, que exige qualificação daque-les que desejam ocupar os melhores lugares, tanto no campo do trabalho quanto da vida social e política.

(B) esteja voltado a desenvolver, nos educandos, habili-dades e competências para participar da vida social, econômica e cultural, respeitando a diversidade so-ciocultural e a individualidade dos sujeitos.

(C) priorize o conhecimento científico e tecnológico no currículo, sem descuidar-se de oferecer escolaridade mais amena para os estudantes que não conseguem avançar na aprendizagem desses conteúdos, os quais constituem, muitas vezes, a maioria.

(D) garanta igualdade a todos, padronizando os progra-mas e atividades curriculares, com priorização daque-las que facilitam o acesso a informações e das que promovem o desenvolvimento de habilidades para a utilização de recursos tecnológicos.

(E) apoie-se em assessoria do setor produtivo para prio-rizar conhecimentos e habilidades que são realmente exigidos pelo mundo do trabalho e cuja assimilação deve ser estimulada junto aos estudantes, para que te-nham garantia futura de emprego.

48. Lerner (2002) e Soares (2003) relacionam, cada qual a seu modo, o processo de alfabetização escolar com as relações sociais de poder. Para essas autoras, o domínio da leitura e da escrita(A) corresponde à própria cidadania, no que concordam

com Fernando Pessoa que afirmou ser a língua portu-guesa sua verdadeira pátria.

(B) tornou-se senha de acesso à sociedade do conhecimen-to e da tecnologia e é alcançado mediante a adoção de métodos globais de alfabetização, com ou sem cartilhas.

(C) é condição para chegar a posições de mando na estru-tura social e no mundo do trabalho; por isso, a seleti-vidade da escola faz justiça ao peneirar os melhores.

(D) apresenta-se como obrigatório para os segmentos so-ciais mais elevados, usuários de formas eruditas; as camadas populares podem exercer sua cidadania sem esse domínio.

(E) é um fator indispensável ao exercício da cidadania nas sociedades letradas e é alcançado tomando-se as práticas sociais de leitura e de escrita como objeto de estudo.

46. Leia o texto.

PET é a abreviatura para Polietilenotereftalato. Esse polí-mero tem sua utilização crescendo gradativamente, tudo porque se tornou o recipiente de guardar bebidas mais prá-tico que existe.

Vantagens das garrafas PET:

Fácil manuseio – essa característica do PET permite levá--lo para qualquer lugar. Por ser leve e resistente, torna pos-sível seu transporte para piqueniques e passeios diversos.

Transporte barato – um caminhão pode levar 60% a mais de garrafas PET do que de vidro.

Segurança – é mais seguro empilhar plástico do que vidro, em razão da leveza do material.

(www.mundoeducacao.com.br/quimica/polimero-pet.htm. Adaptado)

Com base no texto, o professor pode iniciar uma discussão com seus alunos sobre os prós e contras nos avanços tec-nológicos, como a garrafa PET, que gerou, dentre outros problemas,

(A) um grande aumento na quatidade de lixo, haja vista que é descartável, além de demorar muito tempo para ser degradada, em alguns casos ultrapassando os 100 anos.

(B) o crescimento do consumo de refrigerantes em todo o mundo, sendo responsável direta pela recente epide-mia de obesidade que vem afetando crianças e adul-tos, ricos ou pobres.

(C) a redução do consumo de alimentos cultivados sem agrotóxicos, já que a facilidade de manuseio e tras-porte da garrafa PET incentiva o consumo de produ-tos industrializados.

(D) o aumento do endividamento dos países pobres, que precisam importar o petróleo, matéria-prima da gar-rafa PET, cuja produção é monopolizada pelos países mais ricos.

(E) a crise nas indústrias de vidro, que perderam sua principal função, a fabricação de garrafas, uma das poucas atividades industriais competitivas nos países subdesenvolvidos.

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50. Visto que é muito alto o índice de crianças que não conse-guem aprender a ler e escrever e que se tornam marginais em uma sociedade letrada, dia a dia mais globalizada e sobrepujada pela indústria cultural, Ana Luíza Bustaman-te Smolka (2003) analisa alguns pontos atinentes à tarefa pedagógica de alfabetização presentes em nossas escolas, debatendo as possíveis razões do insucesso em se alfabe-tizar. De acordo com Smolka,

(A) a alfabetização tem se apresentado como tema funda-mental para os educadores em razão de se constituir em instrumento de implementação de políticas educa-cionais restritas ao espaço acadêmico e escolar.

(B) o processo de alfabetização pode ser desenvolvido principalmente sob três pontos de vista, igualmente pertinentes e eficazes: o didático-pedagógico, o cons-trutivista cognitivista (de Piaget) e o da psicologia dialética (de Vygotsky).

(C) o professor deve favorecer a construção do conhe-cimento numa prática dialógica e discursiva, possi-bilitando ao alfabetizando construir-se e perceber-se enquanto leitor e escritor de sua própria história e da história de sua realidade.

(D) assumir a tarefa de proceder o trabalho de alfabeti-zação segundo a metodologia discursiva implica, ne-cessariamente, assumir uma postura política neutra, diante das relações entre a educação escolar e a so-ciedade.

(E) a alfabetização significa aprendizagem do código es-crito como transcrição da linguagem oral e, por isso, o trabalho didático-pedagógico desenvolvido na es-cola é o responsável pela aquisição da leitura e da es-crita por parte da criança.

49. No “Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do Professor Alfabetizador”, afirma-se que as crianças “têm o direito de aprender e desenvolver competências em co-municação oral, em ler e escrever de acordo com suas hi-póteses”.

Por que o direito a essas aprendizagens está vinculado a que estas se façam de acordo com as hipóteses dos alunos?

Considerando reflexões apresentadas por Geraldi (1996), por Fiorin (2006), por Sarmento e Gouveia (2008) e por Colomer e Camps (2002), são apresentados argumentos em favor dessa vinculação:

I. os homens constituem-se como sujeitos, no fluxo do movimento, na interação com outros homens (inclusi-ve por meio da leitura), no desafio de construir com-preensões do mundo vivido, num diálogo tenso com a palavra alheia;

II. estudos interdisciplinares sobre a infância destacam as noções de geração e de cultura infantil para considerar a criança no que é, sem reduzi-la a um ser em transi-ção para a vida adulta, tornando pertinente considerar a diversidade de seus contextos de vida para análise de suas formas de agir e de pensar;

III. o sujeito vai constituindo-se, na comunicação social, discursivamente, apreendendo as vozes sociais diver-sas. Há vozes que são incorporadas como a voz da autoridade, como massa compacta, e há as que expres-sam posições de sentido que são permeáveis à impreg-nação de sentido por outras vozes e, por isso, favo-recedoras da formação de uma consciência dialógica;

IV. uma das condições para ensinar a ler e escrever é par-tir do que os alunos sabem e favorecer que aflorem os conhecimentos prévios em cada uma das atividades de leitura. Isso é de tal importância para o sucesso da aprendizagem a que o aluno tem direito, que deveria ser legalmente imposto aos professores.

Correspondem ao pensamento dos autores os argumentos contidos apenas nos itens

(A) I e II.

(B) I e III.

(C) II e IV.

(D) I, II e III.

(E) I, III e IV.

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52. Isabel Solé e César Coll (in: COLL, 2006) afirmam que o construtivismo é um referencial explicativo composto por diversas contribuições teóricas, o qual auxilia os pro-fessores nas tomadas de decisões durante o planejamento, aplicação e a avaliação do ensino. Nessa concepção, cabe ao professor selecionar e utilizar diferentes recursos di-dáticos e ajustá-los às necessidades de aprendizagem dos estudantes, levando em consideração que

(A) ao aluno cabe construir significados próprios dos conteúdos escolares e, para isso, é necessário que a escola substitua os conteúdos consagrados tradicio-nalmente por outros, focados na realidade atual.

(B) os conteúdos da aprendizagem devem ser compreen-didos como produtos sociais e culturais e o professor, como agente mediador entre o aluno – visto como aprendiz social – e o conhecimento conceitual.

(C) o sucesso da aprendizagem escolar é responsabili-dade do aluno desde que orientado pelo professor, o qual deve participar do trabalho coletivo desenvolvi-do pelo corpo docente.

(D) é na escola que o aluno entra em contato com a cul-tura em que vive, o que se dá quando, ao contrapor aprendizagem e desenvolvimento, constrói o conhe-cimento individual e interage socialmente.

(E) a aprendizagem é uma construção pessoal que o aluno realiza com ou sem a ajuda de outras pessoas, mas valendo-se sempre de recursos didáticos adequados às suas necessidades.

51. Graças aos trabalhos desenvolvidos por teóricos como Piaget, Vygotsky e Wallon, os educadores podem, hoje, compreender melhor o valor do brinquedo na educação formal. Dentre os estudiosos citados, Vygotsky (2007) es-clarece o papel do brinquedo no desenvolvimento huma-no, afirmando que:

I. o brinquedo é a atividade que mais dá prazer à criança; não existe nenhuma outra atividade capaz de dar-lhe prazer de forma mais intensa do que o brinquedo;

II. todo brinquedo possui regras; a situação imaginária de qualquer forma de brinquedo já contém regras de comportamento, embora possa não ser um jogo com regras estabelecidas a priori;

III. a característica definidora do brinquedo, por exce-lência, é a situação imaginária. A imaginação é uma função da consciência que surge da ação e não está presente na criança muito pequena;

IV. no brinquedo, a criança sempre age como se fosse mais velha, além de seu comportamento diário; no brinquedo, é como se ela fosse maior do que é na re-alidade.

São afirmativas corretas apenas:

(A) I e II.

(B) II e III.

(C) III e IV.

(D) I, II e III.

(E) II, III e IV.

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54. Weisz (2002) compreende a relação entre o ensino e a aprendizagem como um diálogo entre processos protago-nizados por diferentes sujeitos. Destaca a necessidade da avaliação e os bons usos que se pode fazer dela, quando se concebe a relação entre o ensino e a aprendizagem numa ótica construtivista. Nesse sentido, a autora analisa que, no processo de alfabetização, a atividade de ditado(A) pode ter objetivo de avaliação ou de aprendizagem,

devendo estruturar-se diferentemente para um e outro.(B) é tradicional e equivocada, prestando-se a objetivos res-

tritos de avaliação da ortografia de palavras e frases.(C) é um recurso privilegiado de avaliação diagnóstica

que permite ao professor levantar os conhecimentos prévios dos alunos.

(D) foi redefinida pela psicogênese da alfabetização e já não se presta à avaliação e sim à aprendizagem, sendo feita com circulação de informação.

(E) tornou-se instrumento disciplinador das crianças, para fazerem-nas calarem-se quando estão agitadas, para voltarem a se concentrar.

55. Os professores e o coordenador da escola em que Helena leciona receberam orientações para reverter maus resulta-dos obtidos no SARESP, em relação à compreensão do sis-tema de numeração decimal. Essas orientações, presentes no Material do Professor do Programa Intensivo no Ciclo – PIC – atendem ao preconizado por Lerner e Sadovsky (in: PARRA,1996). As concepções subjacentes a essas orientações transparecem na argumentação de que, para a aprendizagem sobre o sistema de numeração decimal,(A) é preciso colocar as crianças em situações “quase

lúdicas”, para incorporarem os rituais de “vai um” e “empresta um”, podendo assim efetuar cálculos cor-retamente, colocando unidade embaixo de unidade e dezena embaixo de dezena e assim por diante.

(B) o mais indicado é providenciar materializações varia-das em atividades de agrupar, propostas para as crian-ças, pois esse é um caminho agradável para elas, além de ser “econômico” para que consigam, rapidamente, contar grandes quantidades.

(C) deve-se abordá-lo como produto cultural, objeto de uso social cotidiano, oferecendo-o à indagação das crianças, problematizando-o com elas, para que for-mulem hipóteses a respeito do funcionamento desse sistema e as testem, com interlocução do professor.

(D) é fundamental partir da vivência que as crianças já têm com números, em seu cotidiano, explicando e demonstrando a elas, com muitos exercícios, como funciona o sistema de numeração decimal, como se articulam os dez algarismos com o valor posicional.

(E) é fundamental avaliar os conhecimentos que as crian-ças já têm, seja por aprendizagem na série anterior, seja por vivência fora da escola, para verificar se as noções de adicionar e agrupar, que são pré-requisitos, devem ser oferecidas ou já estão dominadas.

53. Piaget, Vygotsky e Wallon, respeitados pesquisadores, de-dicaram-se à compreensão do funcionamento psicológico à luz de sua gênese e evolução. Eles abordaram as relações entre fatores biológicos e sociais no desenvolvimento psi-cológico e entre aspectos cognitivos e afetivos da psicolo-gia humana. Um diálogo entre as ideias desses estudiosos é estabelecido por La Taille, Oliveira e Dantas (1992).

Tomando como referência a obra desses autores, classifi-que cada uma das afirmativas seguintes em verdadeira (V) ou falsa (F).

( ) La Taille considera que nada há de mais injusto que a crítica feita a Piaget de desprezar o papel dos fato-res sociais no desenvolvimento humano. O máximo que se pode dizer é que Piaget não se deteve sobre a questão, mas o pouco que levantou é de suma impor-tância.

( ) Para Piaget, a coação deve ser evitada sempre, in-clusive no início da educação, porque pode fixar a criança na heteronomia. Para favorecer a conquista da autonomia, a escola precisa respeitar e aproveitar as relações de cooperação espontânea entre as crian-ças.

( ) Wallon elege a observação como o método mais adequado para a psicologia. A observação permite o acesso à atividade da criança em seus contextos, con-dição para que se compreenda o real significado de cada uma de suas manifestações.

( ) Vygotsky defende que o pensamento tem origem na esfera da motivação, a qual inclui inclinações, neces-sidades, interesses, impulsos, afeto e emoção. Assim, uma compreensão completa do pensamento humano só é possível quando se compreende sua base afetivo--volitiva.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

(A) F – V – F – V.

(B) V – V – F – V.

(C) F – V – V – F.

(D) V – F – V – V.

(E) V – V – V – V.

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57. Schneuwly (2004) discute a questão do ensino da lingua-gem oral, valendo-se de referencial vygotskyano e indi-cando os “gêneros textuais” como entrada privilegiada para esse ensino, porque eles são produtos sócio-históri-cos e instrumentos semióticos para a ação de linguagem. Esse autor argumenta que, nessa abordagem,

(A) conhecer e dominar a linguagem é aprender a comu-nicar em diferentes situações, desenvolvendo uma relação consciente e voluntária para melhorar a capa-cidade de falar e escrever, com suas especificidades, pela apropriação de instrumentos semióticos.

(B) o oral e o escrito são opostos, devendo o ensino es-gotar a aprendizagem das formas de linguagem oral, mais fáceis, introduzindo então a modalidade escrita da língua, mais complexa, mais difícil.

(C) o oral e o escrito são complementares e sequenciais para o aprendizado da língua/linguagem que é sim-ples e se dá pelo domínio do poderoso instrumento semiótico que é saber perguntar-se para encontrar as respostas corretas.

(D) oral e escrito travam relações dialéticas no processo de seu aprendizado, indicando que se deve privilegiar a alternância das produções orais e escritas dos estu-dantes, sob orientação dos professores.

(E) a aprendizagem da língua (escrita) e da linguagem (oral) acontece de forma colaborativa, quando o es-tudante “ficcionaliza” a situação de interação social e consegue distinguir emissor, receptor e mensagem.

58. Em Teberosky e Colomer (2002), encontramos argumen-tos de que o espaço de sala de aula e o tempo escolar de-vem merecer atenção dos professores para que consigam a imersão induzida das crianças no mundo letrado a fim de favorecer que elas tenham acesso à língua escrita e que desejem aprender a ler. Para isso, destacam, como ponto central,

(A) a formação da biblioteca de sala de aula e a mobiliza-ção dos livros e das atividades.

(B) os murais de sala de aula e a produção de livrinhos elaborados pelas crianças.

(C) o trabalho com leitura de jornais e a produção do jor-nal da classe.

(D) um atraente cantinho de leitura e a hora da história, rotina diária, ao final do período.

(E) uma disposição descontraída das crianças e a leitura, em voz alta, pelo professor.

56. Em suas obras, Com todas as letras (2010) e Reflexões so-bre alfabetização (2010), Ferreiro analisa a língua escrita como objeto de aprendizagem. A esse respeito, considere as assertivas a seguir:

I. o objetivo da alfabetização é a aquisição de uma téc-nica de transcrição de formas sonoras, por meio de escrita alfabética;

II. a pedagogia da leitura/escrita dedicou-se insistente-mente à polêmica sobre os métodos de ensino, a qual se mostrou infrutífera, porque não levou em conside-ração como se aprende a língua;

III. alfabetizar as crianças é uma tarefa difícil porque elas não se interessam espontaneamente por ler e escrever e é preciso motivá-las extrinsecamente, por meio de variados incentivos;

IV. embora não seja nada fácil, é imperioso restabelecer, no nível das práticas escolares, que a escrita é impor-tante na escola porque é importante fora da escola, e não o inverso;

V. as pesquisas realizadas permitem estabelecer uma pro-gressão regular nos problemas que as crianças enfren-tam e nas soluções que elas ensaiam para descobrir a natureza da escrita.

Corresponde ao pensamento de Ferreiro apenas o contido em

(A) I, II e III.

(B) I, II e IV.

(C) II, III e IV.

(D) II, IV e V.

(E) III, IV e V.

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60. Um professor competente precisa dominar e trabalhar com seus alunos os conteúdos relacionados aos temas sociais urgentes e, na realização prática de seu trabalho docente, deve ser capaz de selecionar e utilizar diferentes recursos didáticos, ajustando-os às necessidades de aprendizagem dos estudantes. Ana Luísa, professora polivalente, enfren-tando esse desafio, decidiu-se por trabalhar, por meio de um projeto interdisciplinar, o tema sustentabilidade com sua turma de 5.º ano do ensino fundamental, assunto re-levante nos dias atuais. Assim, ela discutiu o tema com os alunos que propuseram uma campanha de preservação ambiental com a criação de uma mascote como símbolo. No decorrer das atividades, as crianças buscaram respos-tas para os problemas levantados e, como atividade de sín-tese, elaboraram um projeto de restauração da horta e do jardim da escola.

O trabalho da professora Ana Luísa apoiou-se teoricamen-te na pedagogia histórico-crítica (SAVIANI, 2010), a qual adota um método pedagógico que

(A) parte dos conteúdos programados pela escola e pro-move debate entre professor e aluno, que se encon-tram em posições distintas, condição que permite uma relação fecunda na compreensão e no encami-nhamento da solução dos problemas enfrentados pela comunidade.

(B) implica identificar as características globais da reali-dade (síncrese), aprofundar o conhecimento de cada parte dessa realidade, recorrendo aos conceitos disci-plinares do currículo (análise), e reconstruir a visão do todo com compreensão (síntese).

(C) implica identificar as questões suscitadas pela práti-ca social (problematização), dispor os instrumentos teóricos e práticos para a sua compreensão e solução (instrumentação) e viabilizar sua incorporação como elementos integrantes da própria vida dos alunos (ca-tarse).

(D) tem fortes afinidades, no que se refere às suas bases psicológicas, com a psicologia piagetiana. A ação do indivíduo põe-se, portanto, como o ponto de partida e o ponto de chegada da prática educativa, indepen-dendo das intervenções didático-pedagógicas do pro-fessor.

(E) enfatiza o diretivismo e as decisões tomadas em re-lação aos alunos, reconhecendo a funcionalidade do reforçamento positivo a cada passo do discípulo, for-necendo feedback e elogios a cada acerto no sentido de modelar seu comportamento para o propósito edu-cacional que se deseja atingir.

59. Solé (1998) aborda a necessidade e pertinência do ensino de estratégias, para que se atinjam os objetivos relativos à leitura compreensiva.

No âmbito do referencial teórico construtivista, a qual tipo de conteúdo, essas estratégias de leitura correspondem? O que esse tipo de conteúdo exige das situações de aprendi-zagem, para ser aprendido?

(A) Elas pertencem aos “conteúdos procedimentais”, que são aprendidos mediante a repetição de ações, pois são técnicas cuja aplicação exige habilidades que as pessoas já trazem latentes, mas que precisam ser de-senvolvidas pelo exercício prazeroso e por vontade da própria pessoa.

(B) Elas fazem parte dos “conteúdos procedimentais”, aprendidos com a repetição de ações, com significa-do, pois são procedimentos que envolvem a presença de objetivos a serem realizados, o planejamento e a avaliação das ações que se desencadeiam para atingi--los, assim como sua possível mudança.

(C) Essas estratégias podem ser classificadas como “con-teúdos conceituais”, pois têm como objetivo a leitu-ra compreensiva de textos das mais diversas áreas de conhecimento, e esse tipo de conteúdo, para ser aprendido, exige reflexão, levantamento e checagem de hipóteses, experienciação, debate.

(D) Elas constituem “conteúdos atitudinais”, que são aprendidos mediante a repetição de ações intencio-nais, seguindo a ação modelo do professor, pois são procedimentos complexos que envolvem valores im-plicados nos objetivos estabelecidos no planejamento e atitudes favoráveis dos estudantes.

(E) Elas são classificadas como “conteúdos atitudinais”, aprendidos mediante a adesão afetiva a quem ensina, fazendo do professor um modelo a seguir, pois são procedimentos que exigem esforço dos futuros lei-tores para se apropriarem das técnicas adequadas à compreensão de textos de diferentes gêneros.

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