RECICLAGEM DE FRASCO DE SORO
Sulivan Henrique Beggiora
Gestor de Resíduos
(17) 99201-0281
Associação Portuguesa de Beneficência
Hospital Infante D. Henrique
INTRODUÇÃO
A Associação Portuguesa de Beneficência iniciou seu atendimento à população de Rio Preto e
região em abril de 1968. Seu pioneirismo, visão de vanguarda e seu Corpo Clínico sempre de
referência a colocam entre os principais centros de excelência. Há mais de cindo décadas o
hospital sempre esteve na busca pelas melhores práticas ambientais.
O aumento do consumo de materiais plásticos, demanda uma atenção especial para os resíduos
da área da saúde por serem agentes infectantes com alto poder poluidor de solos e nascentes
de água. A reciclagem surge como um dos caminhos para a redução dos resíduos sólidos da
saúde que após o uso são aterrados no solo. Através do gerenciamento dos resíduos sólidos
urbanos, fica evidente que os plásticos compõem uma das classes de materiais que possuem o
menor índice de reciclagem e um dos principais desafios da sociedade moderna tem sido
implantar e aperfeiçoar sistemas que possam dar uma destinação mais adequada aos resíduos
da saúde. Este trabalho teve como objetivo acompanhar o gerenciamento dos frascos de soro
gerados pelo hospital e propor uma forma de descarte dos mesmos viabilizando a reciclagem.
Os resultados demonstram que é possível segregar e reciclar os frascos de soro fisiológico
gerados como resíduos e reutilizá-los impedindo que se acumulem na natureza de forma
descontrolada ou que poluam o meio ambiente ao passarem pelo processo de incineração.
OBJETIVO
O projeto visa reciclar os frascos de soro fisiológicos, aumentando a proporção de resíduos do
tipo “D” comum que são enviados para reciclagem, reduzindo assim a quantidade desses
resíduos nos aterros sanitários.
DESENSOLVIMENTO
Preocupada com às questões ambientais, o hospital Beneficência Portuguesa, criou a comissão
de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, e instaurou o setor Gerenciamento de
resíduos, responsável pelo gerenciamento funcional dos resíduos gerados pela instituição.
I – Estudo da legislação: Foi analisado a RDC 306/04 e posteriormente a RDC 222/18:
“Art. 40 Os RSS que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico podem ser encaminhados para reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem, aproveitamento energético ou logística reversa. § 3º Somente as embalagens vazias de produtos químicos sem periculosidade podem ser encaminhadas para processos de reciclagem. ”
Sendo assim os frascos de soro fisiológico que não foram contaminados com produtos hormonais, antimicrobianos, citostáticos, antineoplasicos, imunossupressores, digitálicos, imunomoduladores e antirretrovirais podem ser recicláveis. II - Empresa licenciada: Foi ligado em diversas empresas de reciclagem da região, foi cotado as que tinham o melhor valor, e feita a verificação dos documentos legais para verificar se a empresa está devidamente licenciada para a atividade, visita in loco para verificar as condições de trabalho bem como o uso de EPIS, firmação de contrato com a empresa com garantia de destinação final ambientalmente adequada III – Adequação do PGRSS: Atualização do plano de gerenciamento de resíduos
a) Segregação: após o termino do uso do frasco de soro fisiológico, que não foi contaminado, enfermagem retira o rótulo de identificação quebra o equipo e coloca apenas o frasco de soro, dentro do saco de lixo transparente pendurado no carrinho
b) Acondicionamento: após o termino do plantão ou quando o saco estiver cheio, a enfermagem encaminha o saco para o expurgo colocando na lixeira de plástico reciclável com saco de lixo transparente
c) Identificação: A lixeira estará identificada como resíduo de plástico reciclável e escrito” frasco de soro”
d) Transporte interno: diariamente será feito a coleta interna, em carrinho apropriado e exclusivo para reciclável, que levará o frasco de soro do expurgo para o abrigo temporário
e) Tratamento prévio: O colaborador do serviço de higiene e limpeza devidamente paramentado com EPIS (luva, avental, máscara e óculos de proteção) irá separar todos os frascos de soro cortando ao meio e se certificando que o rotulo com a identificação do paciente foi retirado, após esse processo é colocado em Bags e realizado o transporte interno para empresa de reciclagem.
f) Pesagem: A empresa de reciclagem pesa os bags, fornecendo ao hospital um relatório de peso mensal.
g) Moagem: Os frascos de soro são moídos, para descaracterização.
h) Extrusão: Esse processo tem a finalidade de dar uma forma granulada ao material.
III – Treinamento: Realizado treinamento com todos colaboradores envolvidos no processo.
IV – Auditorias: Realizado auditorias semestrais em todo processo
RESULTADOS OBTIDOS
O projeto teve início em 2016 onde foi reciclado 7.710 Kg de frasco de soro durante o ano
350420
560
780 780 810
660600 610
710 720 710
0
200
400
600
800
1000
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
KG
ANO 2016
RECICLAGEM DE FRASCO DE SORO
No segundo ano de projeto, durante o ano de 2017 foram reciclados 7833,00 kg de frasco de
soro.
Em 2018 foram reciclados 6430 kg de frasco de soro.
No primeiro semestre de 2019 já foi reciclado 3220kg de frasco de soro
Desde o início do projeto já foram reciclado 25.193 kg de frasco de soro, trazendo um benefício
ao meio ambiente pois esse soro seria descartado como resíduo comum, nos aterros do
município.
750650
568 615
780730
470
770650
500
700650
0
200
400
600
800
1000
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
KG
Ano 2017
RECICLAGEM DE FRASCO DE SORO
520640 640
540620
510
740
510 560450
570690
0
200
400
600
800
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
KG
Ano 2018
RECICLAGEM DE FRASCOS DE SORO
370
530 580 570
730
440
0
200
400
600
800
1000
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
KG
Ano de 2019
RECICLAGEM DE FRASCO DE SORO
Além do benefício financeiro, pois a empresa de reciclagem paga R$0,80 o kg, sendo assim
arrecadou para o hospital um total de R$ 20.154,40 essa quantia foi utilizada ao longo desses
anos, para causas ambientais:
2016 (plantio 100 mudas de árvores)
2017 (plantio de 100 mudas de árvores)
2018 (plantio de 150 mudas de árvores)
2018 (Compra de uma squeeze para cada colaborador para acabar com o uso de copo
descartável)
2019 (financiar projeto do biodigestor)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Palavras Chave:
Resíduos; Reciclagem; Soro
Agradecimentos:
O hospital Associação Portuguesa de Beneficência agradece a todos que estiveram envolvidos,
direta ou indiretamente no projeto. Agradecemos em especial Marilene Marques Olivieri
(Diretora administrativa), que nos deu todo apoio e recursos necessários para que o projeto
acontecesse, Fernando Aparecido Gomes (enfermeiro) que nos trouxe a ideia do projeto, Ana
Carolina Mendes Lima (Enfª Coord. Da Qualidade), revisão Ortográfica, José Antônio Felix
(Proprietário da empresa de reciclagem) pela parceria e Ecimara dos Santos Silva (Especialista
em Sustentabilidade - Projeto Hospitais Saudáveis), que nos deu um norte a seguir.
Referências Bibliográficas:
BRASIL. Resolução RDC nº 222, de 28 de março de 2018. “Regulamenta as Boas Práticas de
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências”. Órgão emissor:
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3427425/RDC_222_2018_.pdf/c5d3081d-b331-
4626-8448-c9aa426ec410. Acesso em: 10 de setembro de 2019