Conselho de Segurança Privada
RELATÓRIO ANUAL DE SEGURANÇA PRIVADA
2017
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
2
Índice
Nota prévia 3
1. Introdução 4
2. Regulação da Atividade de Segurança Privada 6
3. Caracterização do setor da segurança privada 7
4. Licenciamento de Entidades 14
5. Licenciamento de Pessoal de Segurança Privada 21
6. Licenciamentos diversos 27
7. Auditoria, Inspeção, Fiscalização e Tramitação Processual 29
8. Desenvolvimento da atividade setorial 38
9. Conclusões
40
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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Nota prévia O Conselho de Segurança Privada (CSP) constitui-se como o órgão de consulta do
membro do Governo responsável pela área da Administração Interna.
Este órgão detém a competência de elaboração do Relatório Anual de Segurança
Privada (RASP), conforme estipulado no artigo 40.º, al. b) da Lei n.º 34/2013, de 16 de
maio.
Deste modo, e para a concretização deste relatório, foram recolhidos e escalpelizados
todos os dados relevantes, com o intuito de caracterizar o setor de atividade da
segurança privada.
O presente relatório reflete o estado do setor, globalmente considerado, no ano de 2017,
a partir, principalmente, dos dados obtidos através da consulta do Sistema Integrado de
Gestão de Segurança Privada (SIGESP), à data de 31 de dezembro de 2017.
A gestão do SIGESP, cuja finalidade é organizar e manter atualizada a informação, os
dados pessoais e empresariais necessários ao controlo, licenciamento e fiscalização do
exercício da atividade de segurança privada, cabe à Polícia de Segurança Pública,
através do seu Departamento de Segurança Privada, nos termos do n.º 2, do artigo 1.º
da Lei n.º 23/2014, de 28 de abril.
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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1. Introdução O regime jurídico do exercício da atividade de segurança privada e a respetiva
regulamentação legal revelam a importância da função de segurança privada na
proteção de pessoas e bens e a prevenção da prática de crimes, em complementaridade
com a atividade das forças e serviços de segurança.
Em 2017, a área governativa da Administração Interna, na sequência da abertura das
consultas realizadas ainda em 2016 e conforme previsto no art.º 66º da Lei n.º 34/2013,
de 16 de Maio, desenvolveu um conjunto de audições às entidades que direta ou
indiretamente operam no setor, com vista à sua pronúncia e participação no processo
de avaliação e revisão do enquadramento jurídico da atividade. Além das diversas
reuniões e contributos recebidos, o Conselho de Segurança Privada reuniu, no âmbito
deste processo, por duas vezes, de forma a garantir a perceção das principais
preocupações do setor.
Este procedimento, como se referiu, foi extensível a diversas entidades com
competência e presença ativa no setor da segurança privada que normalmente não
eram auscultadas, permitindo um processo de avaliação mais alargado das alterações
legislativas em curso.
Em 2017 prosseguiu-se o desenvolvimento de projetos estruturantes, dos quais se
destaca a preparação do Centro Nacional de Exames (Projeto SENFIPA) e a conceção
da plataforma informática para avaliação de risco dos equipamentos dispensadores de
notas de Euro (ATM).
Também no decurso do ano passado verificou-se uma estabilização relativa aos
procedimentos administrativos que marcam a relação do setor com o Departamento de
Segurança Privada da Polícia de Segurança Pública (PSP), verificando-se que os
diversos agentes ultrapassaram dúvidas formais relativas aos requisitos aplicáveis ao
exercício da atividade.
É o caso, nomeadamente, da normalização dos pedidos de licenciamento efetuados
pelas entidades formadoras, bem como daqueles apresentados pelas entidades
instaladoras de sistemas de segurança, enquanto requerentes de Registo Prévio junto
da Direção Nacional da PSP, sendo que, quanto a estes, a conclusão do processo de
licenciamento foi mais prolongado em face do elevado número de requerimentos
apresentados em 2016, o que apenas permitiu a sua normalização em 2017.
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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No que se refere ao licenciamento das profissões regulamentadas do Pessoal de
Segurança Privada, o número de cartões profissionais emitidos correspondeu ao
número de pedidos dirigidos à PSP, sendo assegurado o cumprimento dos níveis de
serviço estabelecidos. Em suma, os procedimentos práticos e administrativos foram
sendo melhorados, com introdução de produção sequencial e com apoio de
digitalizadores, permitindo que os cartões profissionais estejam a ser emitidos, em
média, três dias após entrada do processo e sem pendências diárias.
Este processo de habilitação do pessoal de segurança privada encontra-se próximo da
plena otimização, refletindo claramente um efeito positivo perante todos os agentes
desta atividade. Pretende-se obter o mesmo resultado com o licenciamento,
nomeadamente através de projetos co-financiados que permitam a desmaterialização e
a automatização do processo administrativo, potenciando a eficiência e eficácia dos
serviços.
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2. Regulação da Atividade de Segurança Privada Pese embora a experiência obtida com a aplicação da legislação de segurança privada
aprovada em 2013, houve aspetos cuja consolidação necessitou de uma maior
maturação e vivência para permitir uma correta regulamentação.
Assim, em 2017, foram aferidas regras de conduta e segurança aplicáveis às viaturas
de transportes de valores em operação (VTV’s), no sentido de garantir que reúnem os
sistemas de segurança exigidos e cumprem os objetivos enunciados da lei, o que
permitiu definir com maior precisão os critérios relativos às inspeções das VTV’s,
cumprindo assim o previsto no art.º 19º e 20º da Portaria nº 273/2013, de 20 de agosto.
No final do ano passado foi, ainda, concluída a elaboração do despacho regulador dos
métodos de avaliação de canídeos, aprovado já em 2018.
De igual modo, prosseguiram os trabalhos relativos à preparação do despacho previsto
no n.º 3 do artigo 10.º da Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, sobre as regras de conduta e
segurança em operações de manutenção das ATM.
O processo de avaliação ao regime jurídico da segurança privada permitiu, no que
respeita ao funcionamento do Departamento de Segurança Privada da PSP, identificar
a possibilidade de introdução melhorias na atividade de regulação do setor, em
particular quanto à uniformização de modelos de requerimentos para as diferentes
atividades, desenho de processos produtivos, maior eficiência de acesso e interação do
SIGESP com outras plataformas, entre outras.
No que concerne ao acesso a documentos e a informação administrativa,
nomeadamente informação individual e pessoal, e por terem sido suscitadas dúvidas
por parte das empresas, a PSP promoveu o seu cabal esclarecimento, através da
emissão de uma Circular Informativa, distribuída às empresas, entidades de segurança
privada e entidades formadoras, excluindo liminarmente a possibilidade de acederem,
via SIGESP, a informação individualizada sobre o pessoal de segurança privada e de
procederem à consulta do processo administrativo de requerimento de emissão ou
renovação de cartão profissional, no estrito cumprimento das regras de proteção de
dados em vigor.
Decorre, em paralelo à implementação do já referido Centro Nacional de Exames, o
processo de análise dos manuais de formação, visando estabelecer, de forma mais
concreta, clara e objetiva, os conteúdos programáticos para cada uma das unidades de
formação, garantindo uniformidade de formação a todos os formandos.
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3. Caracterização do setor da segurança privada Recorrendo aos dados estruturados, extraídos do SIGESP, a 31 de dezembro de 2017,
pretende-se apresentar de seguida uma breve caracterização do setor da segurança
privada em Portugal.
3.1. Entidades de Segurança Privada As empresas de pequena e média dimensão, titulares de alvará de segurança privada
ou licença de autoproteção, mantêm 33% dos vínculos contratuais do pessoal de
segurança privada registados.
Verifica-se, assim, que se mantém a tendência de concentração de trabalhadores
vinculados nas 10 (dez) maiores empresas, como se depreende das 27.855 admissões
comunicadas que contemplam 67% do total 41.6251.
Figura 1 | Caracterização das empresas por recursos humanos
1 Estes 41.625 vínculos contratuais correspondem a 37.871 seguranças privados ativos.
10 maiores
empresas de
Segurança
Privada
Pessoal
de segurança
admitido
Empresa 1 5701
Empresa 2 5572
Empresa 3 2872
Empresa 4 2837
Empresa 5 2625
Empresa 6 2611
Empresa 7 1799
Empresa 8 1448
Empresa 9 1202
Empresa 10 1188
Total 27855
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No que se refere à localização das sedes das empresas detentoras de Alvará de
Segurança Privada e Licença de Autoproteção, observa-se a propensão para a sua
concentração nas capitais de distrito, especialmente, nos distritos do litoral.
Figura 2 – Mapa de distribuição das sedes de empresas titulares de Alvará
Não obstante, a atividade das entidades titulares de alvará de segurança privada é
prestada de forma bem mais abrangente, não se circunscrevendo aos pontos
geográficos onde as instalações estão localizadas.
Figura 3 | Mapa de distribuição das sedes de empresas titulares de Licença de autoproteção
1 4
2
2
2 2
3
2
2
7
6 1 1
1
15
40
3
2
17
2
1
1
1
1
3
2
1 4
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3.2. Formação de Segurança Privada
No decorrer do ano de 2017 assistiu-se a uma estabilização dos pedidos de
licenciamento efetuados pelas entidades formadoras. Houve 4 novas entidades
autorizadas (3 com sede em Lisboa e 1 no Porto).
Figura 4 | Mapa de distribuição das sedes das entidades formadoras
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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No entanto, verificou-se um incremento de salas averbadas nas entidades autorizadas
(mais 69 salas), porventura relacionado com uma maior procura de ações formativas a
nível nacional dada a aproximação do fim de validade dos primeiros cartões
profissionais das especialidades criadas em 2013, cujas renovações irão ocorrer no ano
de 2018.
Figura 5 | Mapa de distribuição das salas de formação das entidades formadoras
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3.3. Pessoal de Vigilância
Existem 55.795 seguranças privados com cartão profissional válido, cujo período de
validade é de cinco anos, sendo que 37.871 detêm vínculo profissional a entidades
titulares de alvará de segurança privada ou licenças de autoproteção e 17.924 não se
encontram no exercício efetivo da atividade.
Figura 6 | Pessoal de vigilância, com e sem vínculo laboral
O pessoal de vigilância habilitado com cartão profissional tem, em média, 38 anos de
idade.
Figura 7 | Distribuição por faixa etária do pessoal de vigilância, com e sem vínculo laboral
Total Geral Com vínculo Sem Vínculo
55795
37871
17924
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A esmagadora maioria do pessoal de vigilância possui nacionalidade portuguesa (98%),
existindo uma pequena representação das nacionalidades brasileira (1%) e guineense
(1%).
Figura 8 | Distribuição do pessoal de vigilância por naturalidade estrangeira
Relativamente ao género, apenas 10% dos trabalhadores são do género feminino, o
que representa uma redução de 1% em relação ao ano anterior.
Figura 9 | Pessoal de vigilância por género
11%
89%
FEMININO MASCULINO
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De relevar que 17.924 seguranças privados detêm cartão profissional válido, embora
estejam na condição de inativos, i.e., sem vínculo a qualquer entidade titular de alvará
de segurança privada ou licença de autoproteção.
Figura 10 | Pessoal de vigilância por vínculo laboral
No que concerne à especialidade do pessoal de vigilância, continua a verificar-se maior
representatividade da especialidade de vigilante com 55% dos cartões profissionais
emitidos, seguida da especialidade de segurança-porteiro com 17%.
Figura 11 | Tipologia laboral do pessoal de vigilância, com e sem vínculo
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4. Licenciamento de Entidades
4.1. Licenciamento de entidades prestadoras de serviços de segurança privada
No final de 2017, encontravam-se registadas 87 entidades com um total de 131 alvarás.
Figura 12 | Entidades prestadoras de serviços de Segurança Privada
Dos 131 alvarás de segurança privada emitidos, 71 são da tipologia A, numa proporção
já verificada em anos anteriores.
Figura 13 | Tipologia de Alvarás
2013 2014 2015 2016 2017
95
9192
94
87
2013 2014 2015 2016 2017
53
79 76
52
71
9 12 12 915
30
40 41
30
41
3 4 4 3 4
Alvará A Alvará B Alvará C Alvará D
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15
84%35
2%1
12%5
2%1
LICENÇA DEAUTOPROTEÇÃO A
LICENÇA DEAUTOPROTEÇÃO B
LICENÇA DEAUTOPROTEÇÃO C
LICENÇA DEAUTOPROTEÇÃO D
4.2. Licenciamento de entidades com serviços de autoproteção
No final de 2017, existem 35 entidades titulares de 42 licenças de autoproteção.
Figura 14 | Evolução do n.º de entidades detentoras de licença de autoproteção
No que concerne aos serviços organizados pelas entidades em autoproteção, verifica-
se que a maioria corresponde a serviços titulados pela licença de autoproteção A (35).
Figura 15 | Tipologia de Licenças de Autoproteção válidas no ano de 2017
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4.3. Entidades autorizadas a ministrar formação de segurança privada A formação de segurança privada, em 31 de dezembro de 2017, estava autorizada a 41
entidades, com 460 espaços de formação averbados, por todo o território nacional.
Figura 16 | Entidades autorizadas a ministrar formação
No que concerne ao tipo de especialidades para as quais é solicitada autorização de
formação constata-se um predomínio das especialidades de Vigilante, Assistente de
Recinto Desportivo, Assistente de Recinto de Espetáculos e Segurança-Porteiro, em
linha com a composição anteriormente identificada do mercado de profissionais do
setor.
Essas ações de formação foram garantidas por um universo de 693 formadores
devidamente credenciados, os quais foram intervenientes em 2.361 ações de formação.
Figura 17 | Tipologia das autorizações de formação válidas em 31 de dezembro de 2017
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10 entidades com maior | formadores n.º de formadores | admitidos
Figura 18 | Caracterização das entidades por n.º de formadores
Destaca-se o facto de as 10 entidades formadoras com maior número de formadores
terem averbados 66% (458) do total de formadores existentes no mercado (693).
Figura 19 | Número de ações de formação, em 2017, por mês
19%
11%
10%
5%
4%
4%
3%
3%3%
3%ENTIDADE 1
ENTIDADE 2
ENTIDADE 3
ENTIDADE 4
ENTIDADE 5
ENTIDADE 6
ENTIDADE 7
ENTIDADE 8
227
202
171
212213
191
153
181
215220
230
150
160
170
180
190
200
210
220
230
240
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
ENTIDADE 1 131
ENTIDADE 2 78
ENTIDADE 3 72
ENTIDADE 4 38
ENTIDADE 5 29
ENTIDADE 6 26
ENTIDADE 7 24
ENTIDADE 8 22
ENTIDADE 9 19
ENTIDADE 10 19
TOTAL 458
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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Das 2.361 ações de formação ministradas em 2017, 21% (496) corresponderam ao
módulo de atualização da especialidade de vigilante, imprescindíveis à renovação de
cartões profissionais, detida por 28.646 vigilantes.
Destaca-se ainda o facto de 26% (612) terem ocorrido no distrito de Lisboa e 25% (592)
no distrito do Porto.
Figura 20 | Número de ações de formação por módulo
Um total de 20.959 indivíduos frequentou ações de formação de segurança privada,
sendo que 18.743 obtiveram aproveitamento, o que representa uma taxa de sucesso
que ronda os 90%.
Figura 21 | Número de formandos inscritos e aprovados
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Destaca-se também o facto de, analisando as 10 entidades formadoras que mais ações
de formação ministraram durante o ano 2017, apenas 1 (uma) é simultaneamente
empresa prestadora de serviços de segurança privada titular de alvará. Verifica-se ainda
que, de entre as 41 entidades autorizadas, 8 (oito) não realizaram qualquer ação de
formação. De entre estas últimas, cinco solicitaram o cancelamento da sua autorização,
sendo que duas delas foram canceladas no último trimestre do ano.
As 10 entidades formadoras que ministraram mais ações de formação no ano de 2017
realizaram 1.836 ações de formação, o que corresponde a 78% do total de ações de
formação ministradas (2.361).
Figura 22 | Número de ações ministradas por entidade formadora
454
379
191153 139 122 111 107 94 86
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4.4. Entidades titulares de Registo Prévio
Os pedidos de registo prévio apresentados no decorrer do ano de 2017 por parte das
entidades que procedem ao estudo e conceção, instalação, manutenção ou assistência
técnica de material e equipamento de segurança ou de centrais de alarme, foi
exclusivamente apresentado por via eletrónica, o que permitiu acelerar a instrução do
procedimento, tornando-o mais célere.
Foram apresentados 237 pedidos de registo prévio, 143 dos quais foram
administrativamente concluídos nesse mesmo ano, constatando-se um decréscimo na
ordem dos 23,7% em comparação com o ano anterior.
Figura 24 | Pedidos de Registo Prévio submetidos/concluídos
Em agosto de 2017, expirou o prazo legal extraordinário que permitiu a acreditação de
técnicos responsáveis por reconhecimento da qualificação/experiência profissional2.
Assistiu-se, assim, no primeiro semestre de 2017, a um considerável aumento no
número de processos de acreditação, que representa um aumento de 143 técnicos
acreditados, relativamente ao ano transato.
Figura 25 | Total de técnicos responsáveis acreditados
2 Nos termos do art.º 12.º, n.º 3 e 4 da Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, conjugado com o art.º 6.º da Portaria
n.º 105/2015, de 13 de abril.
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5. Licenciamento de Pessoal de Segurança Privada 5.1. Pessoal de Vigilância
Do pessoal afeto à segurança privada, constata-se que, em 31 de dezembro de 2017,
37.871 vigilantes titulares de cartão profissional válido estavam admitidos por contrato
de trabalho a uma entidade prestadora de serviços de segurança privada ou autorizada
a organizar serviços de autoproteção.
Em termos de evolução, verifica-se que, após o decréscimo registado entre 2011 e
2013, 2017 caracterizou-se pela confirmação da tendência de suave incremento do
pessoal de vigilância no ativo, ciclo iniciado em 2014.
Figura 26 | Evolução do pessoal de vigilância ativo
No contexto da formação profissional, apurou-se uma redução significativa do número
de especialidades obtidas pelo pessoal de vigilância.
Figura 27 | Número de especialidades detida pelo Pessoal de vigilância Das 10 especialidades existentes, sobressai uma maior representatividade da
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especialidade de Vigilante, mantendo-se a especialidade de Operador de Central de
Alarmes com um número residual de profissionais de segurança privada afetos.
Figura 28 | Pessoal de vigilância por especialidade
O modelo de vinculação laboral na segurança privada, dotado de características
próprias, designadamente nas especialidades de Assistente de Recinto Desportivo e
Assistente de Recintos de Espetáculos, propicia a existência de mais de um vínculo
laboral por vigilante.
Na totalidade do pessoal de vigilância no ativo, verifica-se que apenas 4,98% estão
vinculados a duas entidades de segurança privada e cerca de 1,8% a três entidades
ou mais.
Figura 29 | Pessoal de vigilância por vínculo patronal
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5.2. Emissão de cartões profissionais
No decorrer do ano de 2017, normalizou-se o prazo de emissão de cartões profissionais
para as diversas especialidades previstas na lei, com o processo de registo, análise e
emissão de títulos, a ser concluído, em média, em 3 dias úteis, quando verificados os
requisitos para a sua emissão.
Foram emitidos em 2017 um total de 13.457 cartões profissionais dos quais 9.655 são
cartões novos e 3.802 renovações, repartidos pelas 10 (dez) categorias. Verifica-se,
ainda, que houve 5.286 pessoas que, tendo obtido formação adequada (cfr. fig. 19),
optou por não requerer a imediata emissão do cartão profissional.
Figura 30 | Emissão de cartões profissionais em 2017 por tipologia
5 819
3 694
1 656 1 560628 188 110 73 39 31
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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5.3. Diretor de Segurança
No que concerne à profissão regulada de Diretor de Segurança, no ano de 2017,
procedeu-se à emissão de 126 novos títulos profissionais habilitantes.
De salientar que, do somatório dos 532 cartões válidos, verifica-se que apenas 126
profissionais se encontram a exercer funções em empresas de segurança privada
titulares de Alvará.
Figura 31 | Número de Diretores de Segurança por empresas com Alvará
Da nossa recolha de dados, destaca-se a continuidade de uma fração relevante de
Diretores de Segurança que exercem funções em mais do que uma entidade de
segurança privada titular de Alvará.
Verifica-se, também, que dos profissionais habilitados ao desempenho da função de
Diretor de Segurança e que se encontram vinculados a empresas de segurança privada,
existem 28 (vinte e oito) profissionais em acumulação de funções como Responsáveis
de Autoproteção de entidades habilitadas com Licença de autoproteção e 58 (cinquenta
e oito) como pessoal de vigilância.
Por outro lado, detetou-se a existência de profissionais desta categoria que, não estando
vinculados a nenhuma entidade de segurança privada, elegem o exercício de outras
funções na área de atividade de segurança privada.
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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Figura 32 | Diretores de segurança a exercer outras funções de segurança privada
De referir que, em 31 de dezembro de 2017, existiam 9 (nove) estabelecimentos de
ensino superior acreditados a ministrar o curso de Diretor de segurança, menos um que
em 2016 (autorização não renovada).
Consequentemente, o número de cursos bem como de formandos diminuiu ligeiramente
relativamente ao ano anterior. Em 2017 foram ministrados 6 (seis) cursos de Diretor de
Segurança (menos 1 do que em 2016), nos quais obtiveram aproveitamento 174
formandos (207 formandos em 2016).
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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5.4. Coordenadores de Segurança O exercício das funções de Coordenador de Segurança depende da emissão de um
título de certificação anual, emitido pela Direção Nacional da PSP, mediante o
preenchimento permanente dos requisitos legais exigidos.
Durante o ano 2017, foram certificados 69 coordenadores de segurança, tratando-se de
68 renovações e apenas 1 nova emissão, o que representa uma estagnação da
crescente disponibilidade destes profissionais.
Figura 33 | Coordenadores de segurança certificados
De referir que, em 31 de dezembro de 2017, existiam 04 (quatro) estabelecimentos de
ensino superior acreditados a ministrar o curso de coordenador de segurança, os
mesmos que no final de 2016, uma vez que não houve qualquer pedido de licenciamento
neste âmbito.
Em 2017 foram ministrados 2 cursos de Coordenador de Segurança, nos quais
obtiveram aproveitamento 24 dos 30 formandos inscritos.
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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6. Licenciamentos diversos
6.1. Autorizações de revista de prevenção e segurança A Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, estipula no seu n.º 2 do artigo 19.º, que pode ser
autorizada a realização de revistas pessoais de prevenção e segurança, em locais ou
eventos que requeiram especial vigilância.
A solicitação deste tipo de revistas reportar-se-á a um período temporal limitado, sendo
este pedido submetido pela empresa de segurança contratada pelo promotor do evento
ao Departamento de Segurança Privada da PSP.
No ano de 2017, foram instruídos 129 processos de autorização de revistas, dos quais
115 foram autorizados.
Também os equipamentos técnicos utilizados para a efetivação da revista pessoal de
prevenção e segurança, bem como de inspeção não intrusiva de bagagem, previstos
também na supracitada norma legal, são autorizados pelo Diretor Nacional da Polícia
de Segurança Pública e publicitados na página oficial da Polícia de Segurança Pública,
no separador “Segurança Privada – Entidades Licenciadas”.
6.2. Autorizações para utilização de grau de segurança inferior em sistemas de alarme
Ao abrigo do n.º 3 do artigo 111.º da Portaria n.º 273/2013, de 20 de agosto, mediante
despacho do Diretor Nacional da PSP, podem as entidades de segurança privada, bem
como as entidades obrigadas a adotar medidas de segurança obrigatórias, ser
autorizadas a utilizar sistemas de alarme de grau de segurança inferior ao que
legalmente lhes é exigido, desde que demonstrem a existência de medidas
complementares de segurança que assegurem adequado nível de segurança.
Em 2017, sob a égide do referido preceito, foram rececionados um total de 14 (catorze)
pedidos para utilização de grau de segurança inferior em sistemas de alarme.
6.3. Dispensa parcial de sistemas de segurança e de requisitos mínimos
A Portaria n.º 273/2013, de 20 de agosto, alterada pela Portaria n.º 106/2015, de 13 de
abril, permite, nos termos do artigo 114.º, que as entidades obrigadas a adotar sistemas
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de segurança possam ser dispensadas parcialmente do cumprimento de requisitos
mínimos previstos no Capítulo II, desde que o nível de segurança seja assegurado por
outros sistemas existentes, mediante requerimento da entidade beneficiada,
subsequente parecer prévio do Diretor Nacional da PSP, nos termos e condições a
autorizar por despacho da Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, nos
termos das competências delegadas pelo Ministro da Administração Interna.
Em 2017, ao abrigo do referido normativo, foram analisados 26 (vinte e seis)
requerimentos de dispensa parcial de sistemas de segurança e de requisitos mínimos,
dos quais 11 (onze) mereceram parecer favorável, 3 (três) foram notificados para
aperfeiçoamento da respetiva fundamentação e 6 (seis) foram arquivados por
desistência do impetrante, permanecendo 6 (seis) pedidos em fase de análise.
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7. Auditoria, Inspeção, Fiscalização e Tramitação Processual
A Direção Nacional da PSP, no âmbito das suas atribuições legais, está incumbida de
proceder ao licenciamento, controlo e fiscalização, quer do exercício da atividade de
segurança privada, quer de entidades em favor das quais sejam emitidos ou renovados
alvarás, licenças ou autorizações.
7.1. Auditoria e Inspeção
O Departamento de Segurança Privada da PSP, no âmbito dos processos de
licenciamento de empresas de segurança privada, procede a inspeções para verificação
da conformidade das instalações, nomeadamente no que se refere a medidas de
segurança e requisitos impostos para cada tipologia de atividade.
Da verificação de requisitos necessários, resulta a elaboração de um relatório de
inspeção, do qual constam as deficiências detetadas, sendo esse facto comunicado à
entidade visada para eventual correção das mesmas e posterior reinspecção.
No ano de 2017, realizaram-se 69 inspeções de verificação de requisitos de instalações
de entidades para emissão ou renovação (14) de títulos de alvará, licença ou
autorização, sendo que 10 foram objeto de reinspecção e 2 de segunda reinspecção.
Figura 34 | Número de inspeções por tipologia de licenciamento
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
30
7.2. Ações de Fiscalização 7.2.1. Ações de Fiscalização na Inspeção-Geral da Administração Interna
A Inspeção-Geral da Administração Interna no âmbito das suas atribuições de
fiscalização da atividade de segurança privada regulada pela Lei n.º 34/2013, de 16
maio, no decorrer do ano de 2017, efetuou 1 (uma) ação de inspeção, dividida em duas
fases.
7.2.2. Ações de Fiscalização na Polícia de Segurança Pública
A PSP executou 6.869 ações de fiscalização no ano de 2017, registando-se assim um
aumento de 26 ações face ao ano anterior.
Figura 35 | Ações de Fiscalização realizadas pela Polícia de Segurança Pública
Estas ações de fiscalização incidiram, essencialmente, sobre entidades contratantes de
serviços de segurança privada (2.224) e nos estabelecimentos de restauração e bebidas
com espaço para dança ou onde habitualmente se dance (2.190).
Figura 36 | Tipo de local objeto de fiscalização pela PSP
Das fiscalizações efetivadas, verificaram-se 2.326 infrações, sendo que 2.260 foram
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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de natureza contraordenacional e 66 de origem criminal.
Figura 37 | N.º de infrações verificadas pela PSP
Figura 38 | Tipologia de ilícitos criminais
Figura 39 | Total de ilícitos contraordenacionais No que concerne ao pessoal de vigilância, as infrações mais frequentes, durante o ano
de 2017, foram o exercício da atividade de segurança privada sem a renovação do
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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cartão profissional nos 30 dias após a data de caducidade (46) e o uso de insígnias ou
uniforme não autorizados (23)3.
Figura 40 | Tipologia de ilícitos contraordenacionais praticados por vigilantes Relativamente a entidades de segurança privada, verificou-se que as infrações mais
frequentes foram a comunicação das admissões e demissões de vigilantes fora do prazo
legal (115) e o incumprimento dos deveres relativos ao sistema de videovigilância (56)4.
Figura 41 | Tipologia de ilícitos contraordenacionais imputados a entidades
3 Respetivamente nos termos dos art.ºs 52º, nº 2 e 28º da Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, este último
conjugado com os art.ºs 33º, 34º e 35º da Portaria n.º 273/2013, de 20 de agosto. 4 Nos termos do art.º 37º, nº 1, al i) da Lei n.º 34/2013, de 16 de maio.
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
33
No que se refere a sistemas de videovigilância, as infrações mais frequentes tiveram
origem na falta de obtenção de autorização prévia por parte da Comissão Nacional de
Proteção de Dados (CNPD), bem como da ausência de afixação de aviso de sistema de
videovigilância5.
Figura 42 | Tipologia de ilícitos contraordenacionais relativos a sistemas de videovigilância
Nos estabelecimentos de restauração e bebidas com espaço para dança ou onde
habitualmente se dance, o maior número de infrações registadas decorre da inexistência
de sistema de controlo de entradas e saídas por videovigilância, bem como da falta de
afixação de aviso desses mesmos sistemas6.
Figura 43 | Tipologia de ilícitos contraordenacionais em estabelecimentos de restauração e
bebidas com espaço de dança ou onde habitualmente se dance
5 Respetivamente, nos termos do art.º 31º, nº 5 e 8 da Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, e do art.º 5º, nº 4 do
Decreto-Lei n.º 135/2014, de 08 de setembro. 6 Respetivamente, nos termos do art.º 31º, nº 5 e 8 da Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, e do art.º 5º, nº 4 do
Decreto-Lei n.º 135/2014, de 08 de setembro.
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
34
7.2.3. Ações de Fiscalização na GNR
A Guarda Nacional Republicana, em 2017, concretizou 6.986 fiscalizações que incidiram
sobre o exercício da atividade de segurança privada, sendo que:
1.431 fiscalizações ocorreram em estabelecimentos de restauração e bebidas
com espaço para dança ou onde habitualmente se dance e em superfícies
comerciais;
53 fiscalizações ocorreram em recintos desportivos;
367 fiscalizações ocorreram em entidades contratantes de serviços de
Segurança Privada;
755 fiscalizações foram dirigidas a vigilantes.
Figura 44 | Tipologia de ilícitos criminais
Figura 45 | Tipologia das Contraordenações
2 2
10
Total
Imputadas a entidades
Em estabelecimentos de restauração ebebidas com espaço de dança
praticadas por vigilantes
139
74
49
16
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Figura 46 | Tipologia das Contraordenações praticadas por vigilantes
Figura 47 | Tipologia das Contraordenações imputadas a empresas titulares de Alvará e/ou Lic. Autoproteção
Figura 48 | Tipologia das Contraordenações em estabelecimentos de restauração e bebidas com espaço de dança ou onde habitualmente se dance
Total
Não ter cartão aposto de forma visível
Não uso de uniforme
Desempenho de funções de competênciaexclusiva das autoridades judiciárias ou policiais
16
11
4
1
Total
Falta de sistema de videovigilância
Falta de afixação de aviso (circuito fechado de televisão -existência de câmaras)
Não conservação de grafações de imagem e som, peloprazo de 30 dias
Falta de vigilante no controlo de acesso
Avisos acompanhados de simbologia inadequada, nostermos do nº 6 do artigo 31º da Lei 34/2013
49
16
14
13
3
3
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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7.3. Dispensadores automáticos de dinheiro - ATM´s
A Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, regulamentada pela Portaria n.º 273/2013, de 20 de
agosto, confiou ao Departamento de Segurança Privada da Direção Nacional da PSP a
atribuição de assegurar e manter o levantamento das situações de risco relativas a
operações de manutenção de dispensadores automáticos de dinheiro (ATM) realizadas
pelas empresas de segurança privada titulares de alvará D, bem como de promover a
avaliação de risco dos locais onde os ATM sejam instalados. Todo o procedimento
desenvolveu-se em articulação com as demais forças e serviços de segurança, ouvidas
as associações representativas das empresas de segurança e das instituições de
crédito.
O regime jurídico da segurança privada estabeleceu, também, que a instalação de novos
ATM seja previamente submetida a registo e parecer da força de segurança
territorialmente competente, condicionado ao cumprimento dos requisitos técnicos
mínimos.
Durante o ano de 2017 foram estabelecidos por despacho da Secretária de Estado
Adjunta e da Administração Interna os requisitos mínimos destes equipamentos, tendo
sido ainda definidos, no final do ano em apreço, por despacho do Ministro da
Administração Interna requisitos adicionais para uma tipologia de equipamentos que
estava a ser objeto de ilícitos frequentes. As medidas implementadas na sequência dos
referidos despachos, bem como a ação capaz das forças de segurança, revelaram-se
eficazes na redução drástica dos ilícitos que vinham a ser praticados.
No ano em análise foram registados 381 novos equipamentos e realizadas 41
avaliações extraordinárias a equipamentos ATM considerados de risco acrescido.
7.4. Tramitação processual
A competência decisória dos processos de contraordenação instaurados no âmbito do
regime jurídico da atividade de segurança privada está atribuída ao Secretário-Geral do
da Administração Interna, conforme estabelece a Lei n.º 34/2013, de 16 de maio.
No quinquénio 2013-2017, apurou-se a seguinte movimentação no que refere a
processos contraordenacionais:
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
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2013 2014 2015 2016 2017
Transitados 3689 1950 1528(PSP) 1477 (PSP) 982(PSP)
42 (GNR)
Iniciados 1650 1088 1840 (PSP) 1991(PSP) 1222 (PSP)
42 (GNR) 210(GNR) 115 (GNR)
Concluídos PSP 3389 1110 552 868 544
Decisões condenatórias PSP 269 208 63 70 3
Remetidos SGMAI -- 400 1339 (PSP) 1618 (PSP) 1264(PSP)
84 (GNR) 210(GNR) 115(GNR)
Concluídos SGMAI -- 3 696 231 221
Decisões condenatórias SGMAI -- -- 696 348 262
Figura 49 | Quadro de tramitação contraordenacional de segurança privada
Salienta-se o facto de os processos concluídos pela PSP (544) se referirem a decisões
condenatórias proferidas pelo Diretor Nacional da PSP, no âmbito dos anteriores
normativos legais da segurança privada (Decreto-Lei n.º 35/2004, de 21 de fevereiro e
do Decreto-Lei n.º 101/2008, de 16 de junho).
Em 2017, a Secretaria Geral da Administração Interna concluiu 221 processos
contraordenacionais, dos quais 167 correspondem a infrações relativas a cartão
profissional/uniforme, 27 a alarmes, 11 a sistemas de videovigilância (avisos), 4 por
renovações de cartão fora de prazo e 12 por incumprimentos de deveres por parte de
empresas.
Foram também proferidas 337 decisões por infrações à Lei n.º 34/2013, de 16 de maio,
das quais 75 correspondem a arquivamentos, que resultam de 299 processos de
contraordenação instruídos pela PSP e 38 pela GNR.
Das 262 decisões condenatórias, 18 correspondem a admoestações e 244 a aplicações
de coima, que totalizam aproximadamente meio milhão7 de euros. Foram requeridos 29
pagamentos voluntários: 9 referentes a cartão/uniforme, 10 referentes a alarmes (7
pessoas coletivas e 3 pessoas singulares), 7 por incumprimento de deveres e 3
referentes a videovigilância (2 pessoas singulares e 1 pessoa coletiva).
7 €432.625,00 € (quatrocentos e trinta e dois mil, seiscentos e vinte e cinco euros)
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
38
8. Desenvolvimento da atividade setorial
O Sistema Integrado de Gestão de Segurança Privada (SIGESP) constitui-se como um
instrumento de grande relevância na regulação da atividade de segurança privada, pelo
que se aponta como fundamental a sua manutenção e desenvolvimento.
Manteve-se durante o ano de 2017, a continuação do processo de desenvolvimento do
Centro Nacional de Exames, ao abrigo do programa de cofinanciamento externo SAMA
2020 (candidatura SENFIPA - denominado “Serviço de Exames Nacionais, Fiscalização
e Polícia Administrativa”), o qual permitirá a realização, pela PSP, dos exames de
segurança privada. Prevê-se a sua conclusão até final do ano de 2018.
Paralelamente, manteve-se a atividade de um Grupo de Trabalho que integra o
Departamento de Segurança Privada da PSP e dez entidades formadoras autorizadas,
o qual está a desenvolver os manuais de formação das diferentes especialidades de
segurança privada. Pretende-se, com a divulgação destes manuais, contribuir para o
aumento da qualidade das ações de formação e uniformizar os conteúdos mínimos que
devem ser ministrados em cada uma das especialidades.
Para que este projeto se concretize, importa também destacar a execução paralela da
candidatura ao Fundo de Segurança Interna, denominada SIGESP+ (aviso 30/FSI/2016
- OE5 ON5C) que tem como objetivo desenvolver o Sistema Integrado de Gestão de
Segurança Privada (SIGESP) para garantir a sua interligação com o Centro Nacional de
Exames, bem como intensificar a partilha de informação entre serviços públicos.
A efetiva automatização do processo de Emissão de Cartões Profissionais será outra
realização, a breve trecho, que se considera ter o potencial para diminuir
substancialmente a carga burocrática e a necessidade de intervenção manual no
processo de licenciamento.
Relatório Anual de Segurança Privada - 2017
39
8.1. Questionário de satisfação
A fim de avaliar o serviço por si desenvolvido, o Departamento de Segurança Privada
remeteu 1500 questionários de satisfação aos seus interlocutores externos8, tendo sido
obtidas 396 respostas9.
Este ano foi introduzido no questionário um campo dedicado à identificação genérica do
participante, do qual se pode salientar que 39% das respostas foram efetuadas por
seguranças privados, 25% por entidades sujeitas a registo prévio e 22% por diretores
de segurança.
Destaca-se o facto de, à semelhança do ano de 2016, em todas as questões, a escala
de satisfação corresponder aos graus de Satisfeito e Muito Satisfeito, à exceção da
questão relativa ao horário de atendimento dos serviços, onde os graus de satisfação
predominantes foram de Satisfeito (68%) e Pouco Satisfeito (19,4%).
Nos comentários inscritos no campo “Observações” (campo livre) foi mencionado:
Dificuldades pontuais de acesso ao SIGESP-Online;
Necessidade de promoção de reuniões mais frequentes entre os Diretores de
Segurança e o DSP;
Possibilidade de descentralização dos serviços da PSP como forma de melhorar
o serviço prestado;
Pertinência no reforço da fiscalização visando as empresas de segurança.
8 O questionário foi remetido a empresas de segurança privada ativas, entidades com licença de
autoproteção ativas, entidades formadoras ativas, entidades consultoras ativas, 100 entidades com
registo prévio, 500 seguranças privados com cartão profissional válido, diretores de segurança com cartão
profissional válido e coordenadores de segurança certificados. 9 Representa uma taxa de participação de 26% (mais 5% do que no ano de 2016, com 208 respostas).
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9. Conclusões
O ano de 2017 foi um ano de sedimentação de projetos tecnológicos no Departamento
de Segurança Privada, tendo em vista a melhoria dos procedimentos administrativos,
de controlo e fiscalização da atividade de segurança privada.
Foi também um ano de reflexão alargada no quadro do processo de avaliação da Lei n.º
34/2013, de 16 de maio, com a discussão de propostas de alteração legislativa.
De realçar, no âmbito das empresas prestadoras de serviços de segurança privada a
redução de 94 para 87 empresas presentes no mercado. Apesar de se manter uma
elevada procura de formação de segurança privada, facto que terá motivado o ligeiro
aumento do número de empresas de formação, e constante número de pedidos de
emissão de cartões profissionais não se verifica um aumento relevante do número de
vigilantes ativos.
Em 2017, foi promovida uma fiscalização mais direcionada, bem como uma maior
articulação entre entidades com competência de fiscalização, nomeadamente com o
Instituto de Segurança Social, ACT, AT e ainda com a Polícia Judiciária, que
desencadearam partilha de informação útil e a obtenção de alguns resultados
significativos10.
No sentido de garantir uma contínua articulação entre entidades com competências de
fiscalização, que tem demonstrado ser uma ferramenta de elevada importância para a
deteção das situações anómalas de âmbito laboral mais frequentes neste setor, foi
decidido criar um protocolo com a Segurança Social e com a Autoridade Tributária que
permitirá o cruzamento de informação revelante para a ação inspetiva de cada uma das
entidades. Pretende-se estabelecer uma permanente troca de informações, através de
ligação por webservice, com alertas automatizados em caso de discrepâncias, o que
permitirá uma fiscalização mais eficiente com a deteção automática de irregularidades.
10 “PJ deteve 10 suspeitos de segurança privada ilícita em bares” (hiperligação: DN);
“Dez detidos por segurança privada ilegal” (hiperligação: TVI24);
“Dez detidos por segurança ilegal. Dois polícias e um militar da GNR suspensos” (hiperligação: TSF);