QUARTA-FEIRA, 21 DE FEVEREIRO DE 199O'
República Federativa do Brasil
DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I
CAPITAL FEDERAL',.i J
DIÁRIOANO XLV-N9 3
CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO
1- ATADA 3" SESSÃO DA 4' SESSÃO LEGISLATIVA DA 48' LEGISLATURA, EM 20 DE FEVEREIRO DE 1990
I - Abertura da Sessãon - Leitura e assinatura da ata da ses
são anteriorm - Leitura do Expediente
Ofícios(págs. 237 a 238)
N9 091190 - Do Senhor Luiz RobertoPonte, Ministro-Chefe do Gabinete Civilda Presidência da República, comunicando que o Presidente da República se ausentará do País nos dias 28-2 e 11-3-90.
N9 06/90 - Do Senhor Deputado Vival,do Barbosa, Líder do PDT, comunicandoque o Deputado Márcio Braga, passoua integrar o Partido.
SfN9 - Do Senhor Deputado MárcioBraga, comunicando seu desligamento doPMDB e seu ingresso no PDT.
N. 005/90 - Da Senhora DeputadaBeth Azize, comunicando sua filiação aoPDT,
REQUERIMENTO(Pág.238)
Do Senhor Deputado Carlos Benevides, solicitando prorrogação de licençapara tratamento de saúde.
COMUNICAÇÕES(Págs. 238 a 239)
Do Senhor Deputado Antero de Barros, comunicando seu desligamento doPMDB.
Do Senhor Deputado Plínio Martins,.comunicaIl,do seu de~ligamentodo PMDBe sua filiação ao PSLlB: '.
Do Senhor Deputado Ruy Nedel, comunicando seu desligamento do PMDBe sua filiação ao PSDB.
TELEGRAMA(Pág.239)
Do Senhor Deputado Osmir Lima, comunicando que reassumirá o mandato deDeputado'Federal.
PROJETOS A IMPRIMIR(Págs. 239 a 249)
Projeto de Lei n' 2.711-A, de 1989 (DoSr. Floriceno Paixão) - Dispõe sobreacumulação de cargos na forma do artigo37, inciso XVI, da Constituição; tendoparecer, da Comissão de Constituição eJustiça e Redação, 'pela inconstitucionalidade.
Projeto de Lei n" 2.922-A, de 1989 (DoSr. Paulo Zarzur) - Estabelece princípios para punição da violação dos direitose deveres individuais e coletivos; tendoparecer, da Comissão de Constituição e'Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e,no mérito, pela aprovação.
Projeto de Lei n" 3.094-A, de 1989 (DoSr. Renato Johnsson) - Autoriza, noscasos que especifica, a concessão de incentivos 'fiscais à capitalização de empre
'sas, à abertura de capital ou sua elevaçãoe dá outras providências; tendo parecer,da Comissão de Constituição e JustiÇá eRedação, pela inconstitucionalidade.
Projeto de Lei n" 3.110-B, de 1989 (DoPoder Executivo) - Mensagem n' 360/89
- Díllpõe sobre as condições para a projeção, proteção e recuperação da saúde"aorganização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providên-'cifiS.
Parecer da lLomissão de Constituiçãoe Justiça e Redação, pela constitucionalidade e técnica legislativa, com emendase voto em separado do Sr. Gastone Righi.
Projeto de Lei n' 3.128/89 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça eRedação, pela constitucionaliOade .e técnica legislativa;
Projeto de Lei n" 3.424/89, anexada aoPL n' 3.128/89.
Projeto de Lei n· '2.358/89 - Parecei:da' Comissão de Constituição e Justiça eRedação, pela constitucionalidade, juÍi~dicidatle e técnica legislativa.
Projeto de Lt1i n92.878/89, anexado aoPL n9 2.358/89.
Projeto de Lei n9 3.100/89 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça eRedação, pela 'constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, com votoem separado do Sr. Gastone Righi.
Emendas apresentadas à Comissão, numeradas de 001 a 404.
Índice de autores de emendas ao Projeto de Lei n' 3.110/89 e projetos anexos.
Análise das emendas acolhidas apresentadas aos Projetos de Lei n" 3.100/89e 3.1.10/89.Análi~ das emendas acolhidas parcial
mente.
Análise das emendas rejeitadas.
234 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro dé 1990
Leia·se:Projeto de Lei n? 3.654, de 1989 (Do
Poder Executivo) - Mensagem n: 522/89.
DIRCE TUTU QUADROS - Permanência da oradora nos quadros do PSDB.·Artigo "A Crise Médico-Hospitalar", doProf. Paulo Prata, publicado no jornal ODiário. (Pág. 254)
OCTÁVIO ELísIO - Delonga naapreciação, pelo Congresso Nacional, doPlano 'de Benefícios e Custeio da Previdência Social. (Pág: 256)
VALMIR CAMPELO - Protesto contra decisão do Ministério da Fazenda sobre modificação do prazo de reajuste dasprestações da casa própria. (Pág. 256)
VIRGÍLIO GUIMARÃES - Crise dosistema ferroviário brasileiro. (Pág.256)
PAULO MARQUES - Estado caótico da malha rodoviária brasileira.
(Pá& 257)SÓLON BORGES DOS REIS - Crise
do magistério paulista. (Pág. 257)
OSVALDO SOBRINHO - Assassinato, no Município de Matupá, Estadode Mato Grosso, do Vereador Ugo FidélisDornini. (Pág. 257)
LEOMAR QUINTANILHA - Conveniência de recuperação da BR-153, Belém-Brasília, especialmente no trecho Porangatu-Gurupi, Estado do Tocantins.
(Pág.257)JOSÉ MENDONÇA DE MORAIS
Pedido de inserção, nos Anais da Câmarados Deputados, de pronunciamento desua autoria em defesa do rio São Francisco. . (Pág. 257)
GERALDO ALCKMIN FILHO Apoio da Confederação Brasileira dosAposentados e Pensionistas ao Projeto deLei n' 2.570, que estabelece o Plano deBenefícios e Custeio da Previdência SoCial. (Pág. 258)
FRANCISCO KÜSTER - Repúdio àviolência policial praticada contra trabalhadores do setor de mineração na regiãosul do Estado de Santa Catarina. Aprovação do novo estatuto dos servidores públicos. (Pág. 258)
ARNALDO FARIA DE SÁ - Registro de ofícios da Confederação Brasileirados Aposentados e Pensionistas expressando felicitações a Câmara dos Deputados pelo trabalho .realizado em prol daclasse. (Pág. 258)
JOSÉ GUEDES - Anúncio'de apresentação de projeto de lei de sua autoriasobre fiscalização das atividades de inteligência, informação e segurança.
(Pág.258)STÉLIO DIAS - Imagem do Presi
dente José Sarney perante a História.(Pág.259)
LUIZ LEAL - Indicação de DomWaldemar Chaves de Araúj" para aDio·
(Pág.254)SALATIEL CARVALHO":'" Crise.
energética na Região Nordeste.(Pág.254)
IV - Pequeno Expediente.._- .~ ._----
ADYLSON MOTTA - Falecimento,no Rio Grande do Sul, dos ex-Deputados·Estaduais Roberto Cardona e Júlio Brunelli. . (Pág .;250)
NILSON GIBSON - Necessidade devalorização e fortalecimento do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. (Pág. 250)
OSVALDO BENDER - Comerciali-zação da soja no País. (Pág.250)
IVO VANDERLINDE - Retorno doorador às funções parlamentares na Câmara dos Deputados. Importância da urgente apreciação da Lei Agrícola pejoCongresso Nacional. (Pág. 251)
--jos~ COSTA (Retirado pelo oradorpara revisão) - Impraticabilidade daadoção da lei delegada pelo Poder Executivo. Critérios para a privatização de empresas estatais no futuro Governo.
. (Pág._251~
PAULO RAMOS - Atuação dos órgãos da segurança pública no Estado do·Rio de Janeiro. (Pág.251)
ARNALDO MARTINS - Atraso nopagamento aos servidores do Estado deRondônia. Restabelecimento do voto emtrânsito no próximo pleito eleitoral.
(Pág.251)
BENEDITA DA SILVA - Avaliaçãosobre as eleições presidenciais de 1989.Fiscalização, pelo Partido dos Trabalhadores, dos atos do Governo Collor.
. (Pág.252)
IBERÊ FERREIRA - Realização emBrasília, Distrito Federal, do I Fórum deTurismo. (Pág. 253)
SÉRGIO SPADA - Necessidade dereconhecimento pelo Governo brasileiro,do Escritório da Organização pára a Libertação da Palestina sediado em Brasília.Apelo à mesa e às Lideranças da Casano sentido da urgente apreciação da Medida Provisória n' 130, sobre distribuiçãode "royalties." (Pá~ 253)
PRESIDENTE - Acolhimento pelaMesa, do apelo do Sr. Deputado Sérgio
Spada. (Pág. 254)ADROALDO STRECK - Necroló
gio do ex-Deputado Estadual Júlio Brunelli, Estado do Rio Grande do Sul. Indefinição da política econômica a ser adotada pelo Governo Collor.
PROJETO APRESENTADO
(Pág.249)Projeto de Resolução n'2"f8, de f990
(Da Mesa) - Transforma cargos vagosde Técnico Legislativo Adjunto em cargosde Taquígrafo Legislativo Adjunto paraprovimento mediante concurso público.
ERRATA(Págs. 249 a 250)
Republica-se em virtude da anexaçãodo Projeto de Lei n' 4.432, de 1989.
Projeto de Lei n' 1.091,' de 1988 (DoSr. José Genoíno) -Dispõe sobre aemissão de programas de televisão destinadoà divulgação dos trabalhos dos Três Poderes da República Federativa do Brasil.
Republica-se por ter saído com incorreções no DCN de 26-9-89, página 10293,3' coluna.
Na ementa, onde se lê:Projeto deTei n' 3.651, de i989 (Do
Poder Executivo) 7"Mensagem n' 522/89.
Parecer e Substitutivo do Relator naComissão de Saúde, Previdência e Assistência Social.
Destaques apresentados na Comissãode Saúde, Previdência e Assistência Social, de n,5 001 a 094, ao PL n' 3.110/89.
Emendas de Plenário ao SubsÚtutivoao PL 3.110/89, apresentadas na Comissão de Saúde, Previdência e AssistênciaSocial, com índice de autores.
Segundo Substitutivo do RelatorParecer às emendas ao Substitutivo.Relatório complementar do Deputado
Geraldo Alckmin Filho.Parecer da Comissão de Saúde, Previ
dência e Assistência Social.Substitutivo adotado pela Comissão de
Saúde, Previdência e Assistência Social.. -P~õjeto de Lei n' 3.212-A, de 1989 (DoSr. José Carlos Grecco) - Dispõe sobreo não-pagamento, pelo assalariado, doImposto de Renda, nas condições que especifica, e determina outras providências;tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça e Redação, pela inconstitucionalidade.
Projeto de Lei n' 3.495-A, de 1989 (DoSr. Neuto do Conto) - Dispõe sobre orepasse de recursos do BNDES para oBadesc no Município de Cunha Porá, Estado de Santa Catarina, e dá outras providências; tendo parecer, da Comissão deConstituição e Justiça e Redação, pela inconstitucionalidade.
Projeto de 'Lei n' 5.567-A, de 1985 (DoSenado Federal) - Dispõe sobre a expedição de certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações; tendoparecer, da Comissão de Constituição eJustiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e,no mérito, pela aprovação, com emenda
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 235
cese dI,: Te6filo Otoni, Estado de MinasGerais. (Pág. 259)
FURTADO LEITE - Ocorrência desaques, por flagelados, em dep6sito~ dealimentos em Municípios do Ceará. Exodo rural no Estado. (Pág.259)
GONZAGA PATRIOTA - Artigo"Dez nomes que merecem destaque em1989", publicado pelo Jornal de Arcoverde, Estado de Pernambuco. (Pág. 260)
COSTA FERREIRA - Aplauso:; à redivisão administrativa do Maranhão pelaConstituinte Estadual. (Pág. 261)
MOISÉS AVELINO - Críticas à Administração Siqueira Campos, Estado doTocantins. . (Pág.261)
FRANCISCO AMARAL - Necrológio do Sr. Cid Guimarães Leme,' ex-Delegado Regional de Polícia em Campinas,Estado de São Paulo. (Pá~ ~62t
VICTOR FACCIONI - Importânciade união nacional para enfrentamento dacrise pelo pr6ximo governo. (Pág. 262)
UBIRATAN AGUIAR - Conveniência da implantação, pelo Poder Público,da infra-estrutura necessária ao desenvolvimento dos Municípios de Maranguape,Palmácia, Pacoti, Guaramiranga, Mulungu, Aratuba e Capistrano, no Estado doCeará. (Pág. 262)
ASSIS CANUTO - Solidariedade àsvítimas das enchentes em Ji-Paraná, Estadp de Rondônia. (Pág. 263)
RENATO JOHNSSON - Importância da conclusão do Módulo Industrial doXisto, em São Mateus do Sul, Estado doParaná. (Pág. 263)
RITA CAMATA - Problemática dosistema de ensino no Brasil. (Pág. 263)
MAURO MIRANDA - Reflexões sobre o processo de transformações pÜ'rquepassa o mundo e seus efeitos no Brasil. .-. ' (Pág. 26,4)
JOSÉ VIANA - Efeitos das enchentesno Município de Ji-Paraná, Estado de.Rondônia. (Pág. 264)
.MAURÍLIO FERREIRA LIMA. 'Posição do futuro Ministro do Trabalhoe Previdência Social, Antônio RogérioMagri, em relação ao Plano de Benefíciose Custeio da Previdência Social.
(Pág.264)ISMAEL WANDERLEY - Expecta
tivas em torno do novo Governo a instalar-se em 15 de março. (Pág. 265)
ANTONIO SALIM CURIATI :...- Críticas ao sistema de saúde no Brasil. .
(Pág.266)PAULO PAIM - Apreciação, pelo
Congresso Nacional, do Plano de Benefícios e Custeio da PrevidênCia Social.
(Pág.268)
HÉLIO ROSAS - Realização, emSantos, da XI Convenção dos Contabilistas do Estado de São Paulo.
(Pág.269)
NELTON FRIEDRICH-Descaso doPoder Público em relação aos aposf,ntados e pensionistas. Apelo da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas - COBAP, aos integrantes doCongresso Nacional, com vistas ao atendiemento de suas reivindicações.
(Pág.269)
V - Grande Expediente
MANOEL CASTRO - Combate à inflação, à corrupção e à miséria: objetivosfundamentais do Governo Fernando Collor. (Pág. 269)
MICHEL TEMER - Urgente necessidade de aprovação, pelo Congresso Nacional, de lei complementar fixadora donúmero de deputados por Estado e peloDistrito Federal. Propriedade da aplicação, pelo novo Governo, de leis delega-das. (Pág.272)
BETH AZIZE (Pela Ordem) - Designação da oradora, pela Comissão Execu- .tiva Nacional do PDT, para a presidênciada comissão incumbida da reorganizaçãodo partido no Estado do Amazonas.
(Í'ág·.273)
IVO VANDERLINDE - Apressamento, pela Casa, da votação de projetode lei assegurador de benefícios constitucionais a aposentados e pensionistas. Experiência do orador à frente da Secretariade Agricultura do Estado de Santa Catarina. Urgente apreciação, pelo SenadoFederal, do projeto da Lei Agrícola.Atual situação da agricultura brasileira.
(Pág.274)
VI - Comunicações de Lideranças
(Págs. 275 a 280)
ANTÔNIO BRITTO - Conveniênciade empenho das lideranças partidárias daCasa para urgente aprovação do Planode Benefícios e Custeio da PrevidênciaSocial. Compatibilização, no tocante li. seguridade social, das novas despesas propostas com as fontes de receitas existentes. Sensibilidade das autoridades paracom as reivindicações sociais dos trabalhadores e aposentados.
ARNALDO FARIA DE SÁ - Neces-.sidade de urgente aprovação, pelo Congresso Nacional, do Plano de Benefíciose Custeio da Previdência Social.
SÓLON BORGES DOS REIS Cumprimento do art. 60 das DisposiçõesConstitucionais Transitórias, preconizador da eliminação do analfabetismo e dauniversalização do ensino fundamental.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Convocação dos deputados a plenário,tendo em vista a realização de votaçãonominal.
JESUS TAJRA (Pela ordem) - :Razões justificadoras da ausênCia do Deputado Mussa Demes da presente sessãe-.
OSVALDO SOBRINHe> - Assassinato do Vereador Victor Hugo Fidélis,em Matupá, Estado do Mato Grosso.
LYSÂNEAS MACIEL - Importânciada libertação do líder sul-africano NelsonMandela para a redenção e consagraçãodo princípio universal de igualdade de todos perante a lei e perante Deus.
ELIAS MURAD - Artigo "Os sinosdobram por nós", de autoria do orador,publicado no jornal Estado de Minas.
ANTÔNIO CARLOS MENDESTHAME - Conveniência da manutenção da atual política salarial pelo futuroGoverno.
ADEMIR ANDRADE - Reconhecimento público, pelo Governador HélioGueiros, do Estado do Pará, da veracidade das denúncias de violênCias praticadas em Itaituba e região do Baixo Ama-zonas. .
AUGUSTO CARVALHO - Anúncioda apresentação de projeto de lei disciplinador do processo de alienação de imóveis funcionais existentes no Distrito Federal. .
EDIVALDO HOLANDA - Conveniência da manutenção, pelo futuro governo, do programa de distribuição de leite a crianças carentes.
ALYSSON PAULINELLI - Efetivaintegração Comunidade-Legislativo naelaboração da lei orgânica municipal deLavras, Estado de Minas Gerais.
VII - Ordem do Dia
(Págs. 281 a 286)
APRESENTAÇÃO DE PROPOSIÇÕES - FLORICENO PAIXÃO,ELIAS MURAD, SÓLON BORGESDOS REIS, NELSON SEIXAS, NILSON GIBSON, GILSON MACHADO,JOSÉ GUEDES, GEOVANI BORGES,GONZAGA PATRIOTA, ANTÔNIOCARLOS MENDES TRAME, UBIRATAN SPINELLI, GERALDO ALCKMIN FILHO, JOÂO CUNHA, FRANCISCO AMARAL, DASO COIMBRA,FÁBIO FELDMANN, RENATO VIANA, GERSON MARCONDES,EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS, JESUS TAJRA, CUNHA BUENO, AUGUSTO CARVALHO, ANTÔNIO SA-
.236 Quarta-feira 21 'DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
SUPLEMENTO
VIII - Comunicações ParIamentare~(pág.286)
(Pág.286)
2- ATOS DA MESA
(Não houve oradores).IX - Encerramento
(pág.289)Aposentadorias: Âlvaro Cortá'i:io; Acrf
sio Francisco dos Santos; Auzir Luiz deSouza; Delma Ferreira Araújo; JoãoFrancisco de Oliveira; Ophelia DrumondAndrade Müller.
-Exoneração: AuZÍr Luiz de Souza.Nomeação sem efeito: Iara Soares dos
Santos.3 - MESA (Relação dos membros)
4 - LÍDERES E VICE-LÍDERES (Relação dos membros)
5 - COMISSÕES 'TÉCNICAS (Relação dos membros)
para exploração de canais de rádio e televisão.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Suspensão da votação das matérias constantes da Ordem do Dia até decisão daCCJR sobre consulta da Mesa a respeitoda matéria. Anúncio da convocação desessão extraordinária para o dia 21, às10 horas.
.MALULY NETO (Pela ordem) - Superposição do horário da sessão da Casae de reunião da bancada do PFL, já convocada.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Resposta ao Deputado Maluly Neto.
ELIEL RODRIGUES (Pela ordem)Descumprimento do inciso XIV do art.73 do Regimento Interno, proibitivo douso de fumo no plenário da Casa.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Resposta ao Deputado Eliel Rodrigues.
Instituto de Previdencia dos Congressistas - IPC.
Relatório, em 8-6-89; Quadros demonstrativos; Anexo citado no relatório;Documentos citados no relatório; Legislação a respeito das debêntures; Balancetes e pareceres: de janeiro a agosto de1989; Ata da 2' Reunião Extraordinária,em 4-5-89; Ata da continuação da 2' Reunião Extraordinária, em 10-5-89; Ata da2' Reunião Extraordinária permanente,em 11-5;89; Ata da 2' 'Reunião Extraordinária e permanente, em 17-5-89; Atada reunião extraordinária, permanente,em 18-5-89; Ata da 3' Reunião Extraordinária, em 31-5-89: Ata da 4' ReuniãoExtraordinária, em 19 de 6-89; Ata da 5'Reunião Extraordinária, em 8-6-89; Atada 8' Reunião Ordinária, em 29-11-89;Resoluções n" 14 a 25 de 1989, serão publicado em suplemento a este Diário.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Resposta ao Deputado Virgildásio de Senna.
NELSON JOBIM (Pela ordem) Apoio à solução alvitrada pela Mesa paraencaminhamento da matéria. com desobstrução da pauta da Ordem do Dia.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Convocação dos Deputados a plenário.
Votação de requerimento para a retirada, da Ordem do Dia, dos projetos relativos à outorga ou renovação de concessãopara exploração de canais de rádio e televisão, com a apreciação. pelo Plenário,apenas das proposições rejeitadas, no caso de apresentação de requerÍi~ento assinado por 50 Deputac:!.os. _
FERNANDO SANTANA (Pela ordem) - Pedido de esclarecimento sobrefuturo processo de decisão de matériasassemelhadas.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Resposta ao Deputado Fernando Santana.
NELSON JOBIM (Pela ordem) - Esclarecimento sobre abrangência do requerimento apresentado pelo Deputado Virgildásio de Senna, ora em votação.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Agradecimento ao Deputado Nelson Jobim pelo esclarecimento prestado.
EGIDIO FERREIRA LIMA (Pela ordem) - Natureza da proposição apresentada pelo Deputado Virgildásio de Senna.Possibilidade de decisão da matéria, pelaMesa, com fundamento na argumentaçãoexpendida pelo Deputado Nelson Jobim.
JOSÉ LINS (Pela ordem) - Conveniência de o requerimento em votação serapreciado preferentemente pela CCJR.
NELSON JOBIM (Pela ordem) Existência de amparo regimental, no inciso II do art. 24 do Regimento Interno,para a decisão da Mesa com referênciaà proposição apresentada pelo DeputadoVirgildásio de Senna.
STÉLIO DIAS (Pela ordem) - Apoioà prévia apreciação do requerimento doDeputado Virgildásio de Senna pelaCçJR.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Resposta ao Deputado Stélio Dias.
JOSÉ COSTA (Pela ordem)- Obrigatoriedade da apreciação. pelo CongressoNacional, das matérias relativas a telecomunicações e radiodifusão. Apoio à prévia apreciação do requerimento do Deput.ado Virgildásio de Senna pela CCJR.
LYSÂNEAS MACIEL (Pela ordem)- Cumprimento. pela Casa, da normaconstitucional relativa à obrigatoriedadede realização de votação nominal nos casos de outorga ou renovação de concessão
NELSON JOBIM (Pela ordem) - Esclarecimento sobre enfrentamento daquestão pelo futuro Regimento Comumdo Congresso Nacional, em fase de elaboração.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Obrigatoriedade de submissão, pela Mesa, ao Plenário das proposições a respeitodas matérias votadas pelas Comissões'Técnicas da Casa.
JOSÉ LINS (Pela ordem) - Possibilidade de retirada da matéria da Ordemdo Dia, até expedição, pela CCJR, deparecer disciplinador do assunto.
- VIRGILDÁSIO DE SENNA (Pela ordem) - Inconveniência da procrastinação, pela Câmara dos Deputados, da votação da matéria. Reiteração de sugestãopara exame pelo Plenário apenas das proposições rejeitadas, se requeridas por 50DeputadQs.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)Resposta ao Deputado Virgildásio de Senna.
JOSÉ LINS (Pela ordem) - Espíritodo quorum constitucional exigido para aapreciação da matéria em votaçãQ... .
LIN CURIATI, PAULO RAMOS,WALDECK ORNELAS, TADEUFRANÇA, VIVALDO BARBOSA.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveifa) Comunicado sobre antecipação da datadestinada à inscrição de oradores para oGrande Expediente do mês de Março.
Convocação, pelo Presidente do Celllgresso Nacional, de sessão para hoje, às18h30 mino
Votação e aprovação de requerimentopara a prestação, pela Casa, em prorrogação de sessão, de homenagem à RedeGlobo de Televisão pelo transcurso doseu 25° aniversário de fundação.
Votação e aprovação de requerimentopara a realização de sessão destinada àprestação de homenagem ao atleta ArthurCoimbra, o Zico..
Votação e aprovação'c;le requerimentopara a realização de ses~ão destinada àprestação de homenagem à memória deLindolfo Collor, ao ensejo do transcursodo centenário do seu nascimento.
Votação, em discussão única, do Projeto de Decreto Legislativo n° 117, de 1989.
Esclarecimento sobre processo de vota. ção.
VIRGILDÁSIO DE SENNA (Pela ordem) - Conveniência do exame, peloPlenário, apenas das proposições reieitadas e requeridas por pelo menos 50 Depu- .tados, com decisão terminativa, nós.piQ:jetos semelhantes ao ora em votação'; pelá"Comissão de mérito. ..' .
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 237
Ata da 31;1 Sessão, em 20 de fevereiro de 1990Presidência dos Srs.: Paes de Andrade, Presidente;' Inocêncio Oliveira, Primeiro Vice-Presidente;
Edme Tavares, Segundo Secretário; C~'los Cotta, Terceiro Secretário,
Arnalqo Faria de Sá, Suplente de Secretário.
ÀS 13H30MIN COMPARECEM OS SENHORES:
Paes de AndradeInocêncio OliveiraEdme TavaresCarlos CottaRuberval PilottoFloriceno PaixãoArnllldo Faria de Sá
Acre
Alércio Dias - PFL; Francisco Diógenes- PDS; João Maia - PMDB.
Amazonas
Beth Azize.
Rondônia
Amaido Martins - PSDB; Assis Canuto- PL; José Viana - PMDB.
Pará
Gabriel Guerreiro - PSDB; Gerson Peres- PDS; Jorge Arbage - PDS; Mário Martins - PMDB; Paulo Roberto - PL.
Tocantins
Eduardo Siqueira Campos - PDC; MoisésAvelino - PMDB.
Maranhão
Costa Ferreira - PFL; Enoc Vieira PFL; Eurico Ribeiro - PRN; Wagner Lago-PMDB.
Piauí
Jesualdo Cavalcanti - PFL; Paes Landim-PFL.
Ceará
Furtado Leite - PFL; José Lins - PFL;Lúcio Alcântara - PDT; Mauro Sampaio- PMDB; Moema São Thiago - PSDB;Moysés Pimentel - PDT.
Rio Grande do Norte
Iberê Ferreira - PFL; Marcos Formiga-PL.
Paraíba
Edivaldo Motta - PMDB; João Agripino-PMDB.
Pernambuco
Egídio Ferreira Lima - PSDB; Fernando,Bezerra Coelho - PMDB; Gonzaga Patriota
-PDT; José Jorge - PFL; Maurílio FerreiraLima - PMDB; Nilson Gibson ~ PMDB.
Alagoas
José Costa - PSDB.
Sergipe
Acival Gomes - PSDB; João MachadoRollemberg - PFL.
J3ahia
Ângelo Magalhães - PFL; Benito Gama- PFL; Fernando Santana - PCB; Francisco Benjamim - PFL; Haroldo Lima PC do B; João Alves - PFL; Leur Lomanto- PFL; Luiz Eduardo - PFL; Milton Barbosa - PFL; Raul Ferraz - PMDB.
Espírito Santo
Nyder Barbosa - PMDB; Pedro Ceolin- PFL; Rita Camata - PMDB; Stélio Dias-PFL.
Rio de Janeiro
Adolfo Oliveira -. PL; Daso C;oimbra PRN.
Minas Gerais
Christóvam Chiaradia - PFL; HumbertoSouto - PFL; José Mendonça de Morais PMDB; Luiz Leal- PMDB; Octávio Elísio- PSDB; Raimundo Rezende - PMDB;Rosa Prata - PMDB; Sérgio Werneck PL.
São Paulo
Aristides Cunha - PSC; Arnaldo Fariade Sá-PRN; Dirce Tutu Quadros- PSDB;Luiz Eduardo Greenhalgh - PT; Nelson Seixas - PDT; Roberto Rollemberg - PMDB.
Goiás
Délio Braz - PMDB; Maguito Vilela PMDB.
Distrito Federal
Augusto Carvalho - PCB; Francisco Carneiro - PMDB; Geraldo Campos - PSDB;Jofran Frejat- PFL; Maria de Lourdes Abadia - PSDB: Valmir Campelo - PTB.
Mato Grosso
Jonas Pinheiro - PFL.
Mato Grosso do Sul
José Elias - PTB; Rosário Congro Neto-PMDB.
Paraná
Alceni Guerra - PFL; Basilio Villani PRN; Dionísio Dal Prá - PFL; EuclidesScalco - PSDB; Renato Bernardi - PMDB;Santinho Furtado - PMDB; Sérgio Spada-PMDB.
Santa Catarina
Antônio Carlos Konder Reis - PDS;Francisco Küster - PSDB; Ivo Vanderlinde- PMDB; Ruberval Pilotto - PDS; VictorFontana - PFL.
Rio Grande do Sul,Adylson Motta - PDS; Antonio Britto
PMDB; Floriceno Paixão - PDT; HermesZaneti - PSDB; Ivo Lech - PMDB; Osvaldo Bender - PDS; Telmo Kirst 'T PDS.
Amapá
Geovani Borges - PRN.
1- ABERTURA DA SESSÃO
O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares) A lista de presença registra o comparecimen-
'to de 103 Senhores Deputados. .Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus, e em nome ~P
Povo Brasileiro. iniciamos nossos trabalhos.O Senhor Secretário procederá à leitura'
da ata da sessão anterior. •
11 - LEITURA DA ATA
O SR. RUY NEDEL, servindo como 2' Secretário. procede à leitura da ata da sessãoantecedente. a qual é. sem observações,aprovada.
O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares)"Passa-se à leitura do expediente.
O SR. NILSON GIBSON, servindo como1" Secretário, procede à leitura do seguinte
IH - EXPEDIENTEOFíCIOS
De Sua Ex' o Sr. Luiz Roberto Ponte, Minis.tro·Chefe do Gabinete Civil da Presidênciada República, nos seguintes termos:Aviso n" 091-SAP.A Sua Excelência o SenhorDeputado Luiz HenriqueDD. Primeiro Secretário da Câmara dos DeputadosBrasília-DF.
238 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
Na oportunidade, reitero a Vossa Excelência manifestações 'de elevada estima e distinto apreço: - DeplJItado Plínio Martins.
De acordo, Deputado Euclides Scalco, Lí·der do PSDB.
Certo de sua atenção, agradeço atenciosamente. - Deputado Ailllí:Gm de Barros.
Cuiabá, I" de Janeiro de 1990
Senhor Presidente:Comunico a Vossa Excelência que me des
liguei do Partido do lvlovimento DemocráticoBrasileiro" :""'pfvíbR, em virtude de minhafiliação no Partido da Social Democracia Brasileira - P5DB.
Exmo Sr.Presidente da Câmara dos DeputadosDeputado Paes de AndradeNesta
Prezado Deputado,Venho por meio desta Comunicar que no
último dia l' de janeiro encaminhei ao Presidente do Diretório Regional do PMDB emMato Grosso, meu pedido de desfiliação partidária, conforme cópia anexa. Por esta razão, gostaria também de solicitar-lhe providências para a concretizaçii.o do meu desligamento da Bancada do PMDB na Câmara Fe- .dera!.
Do Si'. DeiM.!í:M](J) t'lnlllio Martins, nos se·guintes teri1íU!S:
Brasília. 15 de fevereiro de 1990"A Sua Excelência .Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos Deput'ldosBrasília-DF.
Brasília, 15 de fevereiro de 1990
Do Si:. Dej[l1lJlÍlMJjo Alílliell'@ de Barros, nos se·guintes termos:
Senhor PresidenteO Deputado abaixo assinado, na forma do
Regimento Interno, '!e~"re9':l~e.r_a_ V:ossaExcelência que lhe seja concedida prorrogação de licença para tratamento de saude queestá gozando, por mais trinta (30) dias, conforme atestado médico anexo.
Nestes termos P. deferimento - DeputadoCarlos Benevides.
Brasília, 20 de fevereiro de 1990
REQUERIMENTOS
Do Sr. Deputado Carlos Benevides, nos se·g~intes termos:
Exm· SI.Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos Deputados
Senhor Presidente,No momento em que cumprimento cordial
mente Vossa Excelência, tenho o prazer decomunicar-lhe que desliguei-me, no últimodia 14 do corrente mês, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro:PMDB e filiei-me ao Partido Democrático TrabalhistaPDT.
Sem m'ais para o momento, despeço-meenviando-lhe expressões de estima e elevadaconsideração.
Atenciosamente, - Márcio Braga, Depu-tado Federal. Ao Exm· SI.
Presidente do Diretório RegionalDa Sr' Deputada "Beth Azize, nos seguintes PMDB _ Mato Grosso
termos: Senador Márcio LacerdaBrasília, 19 de fevereiro de 1990 Prezado Presidente,
Ofício GDBA n" 005/90 Venho por meio desta solicitar-lhe a minha"Senhor Deputado: desfiliação partidária do Partido do Movi-
mento Democrático Brasileiro. No aguardoComunico a V. Ex' minha filiação ao Parti-do Democrático Trabalhista _ PDT _ ocor- de que V. Ex' tomará todas as medidas legais
para a concretização deste ato.rida em 22 de janeiro de 1990, conforme Ata Atenciosamente. _ Ali1Iíerll de Barros, De-da Comissão Executiva Nacional do PDT,
- putado Federal.que me designou para presidir a ComissãoDiretora do Partido, no Estado do Amazonas.
Peço a V. Ex' se digne mandar anotar apresente comunicação em todos os órgãosdesta Casa, onde o registro de filiação partidária dos deputados se fizer necessário.
Na oportunidade renovo a V. Ex' meusprotestos de admiração eapreço. - Beth Azi.,ze, Deputada Federal.
Do Sr. Deputado Márcio Braga, nos seguin·tes termos:
Do Sr. Deputado Vivaldo Barbosa, Líderdo PDT, nos segv.intes termos:Ofí.c.;io n" 66/89
Brasília, 20 de fevereiro de 1990
A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta
Senhor Presidente,Tenho a honra de comunicar a Vossa Exce
lência que o Senhor Deputado Márcio Bragapassou a integrar a Bancada do Partido Democrático Trabalhista - PDT, nesta Casa.
Na oportunidade, renovo a Vossa Excelência protestos de consideração e apreço.- Deputado Vivaldo Barbosa, Líder doPDT.
Brasilia, 15 de fevereiro de 1990"A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradePresidente da Câmara dos Deputados
Excelentíssimos Senhores Membros da Câmara dos Deputados:
Tenho a honra de dirigir-me a Vossas Excelências para informá-los de que me ausentareido País nos dias 28 de fevereiro e 1" de marçode 1990, para participar em Montevidéu, dassolenidades de posse do Doutor Luiz AlbertoLacaIle Rerrera no Cargo de Presidente daRepública do Uruguai. No dia'l1 de março,novamente, afastar-me-ei do País para participar, em Valparaiso, das solenidades de posse do Doutor Patricia Aylwin Azócar no cargo de Presidente da República do Chile, retornando no mesmo dia.
Como bem pndem avaliar Vossas Excelências, a densidade do relacio'namento do Brasilcom o Uruguai, especialmente neste momento em que ~ esfor90 d~ i~t~gr!1~ão elevouas relações bl1aterals a mvels meditas, ;e~la
ma a presença do Presidente da Repubhcado Brasil nesse importante momento de transição da vida política do nosso vizinho cisplatino. Terei a oportunidade, no dia 28 de fevereiro, de despedir-me do Presidente JulioMaria Sanguinetti, que muito trabalhou paraque as relações entre nossos dois países alcançassem os elevados patamares de hoje.
De igual forma, o simbolismo d~ que. sereveste a transição do poder no Chl1e e~lge
que o Brasil se faça presente, em V~lparalso,
na IJes~oade s~l,l_!llai~~Ito man_datano. v.0s-.'sas Excelências certamente terao clara a Importância do processo de reden:ocratizaçã~do Chile, que reintegrará esse paiS, de louv,;,-vel tradição cívica, ao convício com as dem~l~democracias latino-americanas e que abnraperspectivas de riquíssimo potencial no planobilateral.
Ademais, nas duas ocasiões, congregar-seão em Montevidéu e Valparaiso diversas dasmais expressivas lideranças do mundo, o queme apresentará a oportunidade de debate:fcom meus homólogos vários temas da atuahdade mundial.
Brasília 16 de fevereiro de 1990. - JoséSarney.
MENSAGEM N' 085
Em 16 de fevereiro de 1990
Excelentíssimo Senhor Primeiro Secretário:
Tenho a honra de encaminhar a essa Secretaria a Mensagem na qual o ExcelentíssimoSenhor Presidente da República comunicaque se ausentará do País nos dias .28 de ~evereiro corrente, com retorno no dia segumte,e 11 de março de 1990, regressando nessemesmo dia.
Aproveito a oportunidade para renov~r aVossa Excelência protestos de elevada estimae consideraçáo. - Luiz Roberto Ponte, Ministro-Chefe do Gabinete Civil.
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 239
NI Henrique MartinsflLIActO --7-;--;---:--:-:--~-~--------------I
MÃE Adelaidé Bé!lrbosa I~artins
E;:a] .PL! NIO 8ARr:oSA MAR TI N;'" c'''''',,,,,,,,,,,3r YI~--' lGnA [\.fITDm f-~"\J;;ICI?IO [ ES1A!lO Ir-:-22s:.CAD 1L 3 l!-.J I Bla I~o GRANDE . L-:. .. _..--- .-- Gr.· [l(l liMO ;IJ--'==='=::-iiIAi:ilVJVpiti."jj,Wo·i"õoF"·"===== [- ... ~ Ir STADO CIY,l~
§ DD67063419- I Campo Grande . LCJlsado --'-,~r~
s :';2~ =f2 co:E E3oi: ~ ~ I'ROflSSÁO, =:J I . RESlcttlCIAo. ~ t-5 Advogado ~~Ô Inacio Gomfs, 143:Jardim I~ o.; ::c '7' L..QJ.~a-l.!Jll)JLS).ia.nde~ ~ ~ ~dti)/-.; Z(~lUR:;Z;Z~H ""'g_,"'-_-J~ >: mI ,l.õÜIi/,OORO~A~/-=-=-=-
~ ~,~.:::J:.=-..._..[...====jji.iiDõAA:i:I'tiiISiê.:iI:Õ'~P'PAÃFRiTiTI~OOÕ===:::;~ ~ •iJ:. ;~~. 1.010 •. ," ~ I[ 17. 0;:I;;;5C. "O PARIID':.. I
I.-- ~ [ ~ VIS10 • JUIZ ElEITOlWo • • I
OEcuao 0Uf UTOl/ Df: ACOIlDO COM o I'II~I;IA t ESTATUTO 00 rMTIOO
1'7/ 02 t 90,o." . WIHAl1.mA DO Et!lTOR I..
Do Sr. Deputado Ruy Nedel, nos seguintestermos:
Brasília, 16 de fevereiro de 1990Sr. Presidente:
Comunico a Vossa Excelência que me desliquei do Partido do Movimento DemocráticoBrasileiro - PMDB , em virtude de minhafiliação no Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB. Na oportunidade, reitero'a Vossa Excelência manifestações de elevada
,estima e distinto apreço. - Deputado RuyNedel.
De acordo, DeputadõEuclides Scalco, Li·der do PSDB:
A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosBrasília - DF
TELEGRAMADo Sr. Deputado Osmir Lima, nos seguinte
termos:Exm·Sr.Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosBrasília - DF
Senhor Presidente:Comunico vossencia que dia 15-2·90, esta
rei reassumindo minhas funções nessa CasaLegislativa.
Retransmitindo, digo, res retransmitido apedido do Dep. Osmir Lima - Osmir Lima,Dep. Federal Est. do Acre.
PROJETO DE LEIN' 2.711-A, de 1989
(Do Sr. FIoriceno Paixão)Dispõe sobre a acumulação de cargos
na forma do artigo' 37, inciso XVI, <la
Constituição; tendo parecer, da Comissão de Gonstituição e Justiça e Redação,pela inconstitucionalidade.
(Projeto de Lei N' 2.711, de 1989, aque se refere o parecer).
O Congresso,Nacional decrilta:Art. l' Passa a vigorar com a seguinte
redação o item II do parágrafo único, do art.188,' da Lei n' 1.711,de 28 de outubro de1952 (Estatuto dos Funcinário Públicos Civisda União):
"Art. 188. . .Parágrafo único ..
······ii'~·d~d~i~~~~g~~d~·~~gi~t·é;i;~~de um destes com outro técnico ou cientí·fico, contanto que em qualquer dos casoshaja compatibilidade de horários."
Fevereiro de 1990240 Quarta-fêira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I).-:.._-----------Afez. B'sta leI entra em-vigor na data
de sua publicação.Art. 3. Revogam-se as disposições em
contrário. .
Justificação
Entre as conquistas da Constituição de1988 se insere o disposto no art. 37, itemXVI, que não mais exige para acumulaçãode cargo de professor com outro técnico oucientífico a correlação de matérias e tão-somente a compatibilidade de horários.
É que todos sabem a carência de técnicose cientistas que o País enfrenta, razão pelaqual é de reconhecido interesse público a abolição daquela exigência.
Em face de tal situação impõem-se compatibilizar a norma sobre acumulação constantedo Estatuto dos Funcionários Públicos Civisda União, como o faz o presente projeto.
Sala das Sessões, . - DeputadoFloriceno Paixão.
LEGISLAÇÃO CITADA, 1NEXADAPELA COORDENAÇAO DASCOMISSÓES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL
1988
..........................................................
TÍTULO IIIDa organização do Estado
CAPITULO VIIDa administração pÓblica
SEÇÃO IDisposições gerais
Art.. 37. A administração pública direta,indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade. e, também, ao seguinte:
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos piíblicos, exceto quando houvercompatibilidade de horários:
a) a de dois cargos de professor;. b) a de um cargo de professor com outrotécnico ou científico;
c) a de dois cargos privativos de médico;
LEIN·1.711,DE 28 DE OUTrnRO DE 1952
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União.
TÍTULO IVDo regime disciplinar
CAPÍTULO IDa acumulação
~rt. 188. É vedada a acumulação dequaisquer cargos.
Parágrafo único. Será permitida a acumulação:
I - de cargo de magistério, secundário ousuperior com o de juiz;
II - de dois cargos de magistério ou deum destes com outro técnico ou cintífico contanto que em qualquer dos casos haja correlação de matérias e compatibilidade de horário.
PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E
. REDACÃO
I - Relatório
Propõe o nobre Deputado Floriceno PaiXllO, através do projeto de lei sob exame,a alteração do art. 188 do Estatuto dos Funcionários Públicos Çivis da União (Lei n·1.711, de 28 de outubro de 1952), suprimindo-se a exigência de correlação de matériasem caso de acumulação de dois cargos demagistério ou de um destes com outro técnicoou científico.
A medida tem por objetivo a compatibilização da, lei ordinária com o art. 37; XVI,da Constituição em vigor.
- 11 - Voto do Relator
A competência deste órgão para opinar sobre a propositura restringe-se a seus aspectosjurídico-processuais. .
Embora estejam asseguradas a competência da União para legislar sobre o assuntoe a do Congresso para apteciá-lo, a iniciativaparlamentar está vedada por força do art.61, § 1., lI, c, da Constituição de 1988, aseguir:
São de iniciativa privativa do Presidenteda República as leis que disponham sobre:
"c) Servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade." (Grifamos.)
Conseqüentemente, votamos pela inconstitucionalidade do Projeto de Lei n. 2.7p,de 1989.
Sala da Comissão, 13 de outubro de 1989.- Deputado Eduardo Siqueira Campos.
m- Parecer da Comissão
A Comissão de Constituição e Justiça ede Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje, opinou unanimemente pelainconstitucionalidade do Projeto de Lei n·2.711/89, nos termos do parecer do relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, Carlos Vinagre, Hélio Manhães, José Dutra, HarlanGadelha, Leopoldo Souza, Mendes Ribeiro,Michel Temer, Nilson Gibsoq, Osvaldo Ma·cedo, Plínio Martins, Renato Vianna, Rosário Congro Neto, Sérgio Spada, TheodoroMendes, Tito Costa, Aloysio Chaves, dionásio Hage, Eliézer Moreira, Francisco Benjamim, Messias G6is, Ney Lopes, Oscar Corrêa, Horário Ferraz, Jorge Hage, Juarez Mar-
ques Batista, Sigmaringa Seixas, Gerson Peres, Ibrahim Abi-Ackel, Doutel de Andrade,Sílvio Abreu, Benedicto Monteiro, RobertoTorres, José Genoíno, José Maria Eymael,Marcos Formiga, Aldo Arantes, RobertoFreire, Afrísio Vieira Lima, Aluízio Campos,Jesus Tajra, Alcides Lima, Adylson Motta,Gonzaga Patriota e Rodrigues Palma.
Sala da Comissão, 29 de novembro de1989. - Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado Eduardo Siqueira Campos, Relator.
PROJETO DE LEIN. 2.922-A, DE 1989
(Do Sr. Paulo Zarzur)
Estabelece princípios para punição daviolação dos direitos e deveres individuaise coletivos; tendo parecer, da Comissãode Constituição e Justiça e Redação, pelaconstitucionalidade, juridicidade, técni- .ca legislativa e, ,!O mérito, pela aprova·ção.
(Projeto de Lei n· 2.922, de 1989, aque se refere o parecer.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1. As violações aos direitos indivi
duais e coletivos serão punidas pela formaprevista na lc:;i penal obedecidos os seguintesprincípios:
I - a pena será aumentada de um terçose a violação for diretamente cometida porautoridade pública 01.l com sua conivência;
II - será considerado conivente e punidocom um terço da pena cominada à infraçãoaquele que, tendo conhecimentos veementese comprováveis do fato criminoso e da suaautoria, deixar de comunicá-lo à autoridadecompetente;
III - nos crimes de que trata este artigoo autor responderá por danos materiais oumorais, conforme a extensão dos prejuízosocorridos'.
Art. 2' Excetuados os membros das respectivas éomunidades, a entrada ou permanência nos templos, escolas e sindicatos s6se fará com o consentimento de seus dirigentes, titulares ou representantes, salvo em casode flagrante delito, ou para prestar socorroou durante o dia por determinação judicial.
Parágrafo único. A violação do dispostoneste artigo sujeitará o infrator à pena prevista para a violação do domicílio - art. 150do C6digo Penal - aumentada de um terço,sem prejuízo do disposto nos §§ 1° e 2· domesmo dispositivo.
Art. 3· Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.
Art. 4° Revogam-se as disposições emcontrário.
Justificação
A nova Constituição trouxe no art. 5., em77 incisos, o elenco dos direitos 'individuaise coletivos. Tais incisos deverão ser regulamentados através de leis que incorporaçãoos princípios enunciados na Lei Maior.
Fevereiro de 1990. - - -. DIÁRIO DO CONGR~SSO~AÇI9NAL(Seção I) Quarta-feira '21 241
Ocorre que c:jepois de 20 anos de regimede exceção, configurados na ditadura militara sociedade anseia por leis inovadoras quegarantam efetivamente a aplicação práticados dispositivos constitucionais,
Por este motivo parece-nos oportuno editar diretrizes que deverão ser incorporadasna lei penal superveniente,
Sala das Sessões, de de 1989,- Deputado Pa!lloZarz.':Ir.
LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.. FEDERÃ:nVA DO BRAsIL -
1988
TÍTULO IIDos Direitos e
Garantias Fundamentais
CAPÍTULO IDos Direitos e DeveresIndividuais e Coletivos
Art. 5· Todos são iguais perante a lei,sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direitoâ vida, à liberdade, à igualdade, à segurançae à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulJ:leres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtudede lei;
III - ninguém será submetido a torturanem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta,proporcional ao agravo, além da indenizaçãopor dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto ea suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, aprestação de assistêDcia religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitospor motivo dé crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo, se'as invocarpara eximir-se de obrigação legal' a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vidaprivada, a honra e. a imagem das pessoas,assegurado o direito a indenização pelo danomaterial ou moral decorrente de sua-violação;
XI - a casa e asilo inviolável do indivíduo,ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de fla-
grante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinàçãojudicial;'
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, dedados e das comunicações telefônicas, salvo,no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer parafins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquerpessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI -todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, inqependentemente de autorização,desde que não frustrem outra reunião ante'riormente convocada para o mesmo local,sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII- é plena a liberdade de associaçãopara fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem deautorização sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quandoexpressamente autorizad'as, têm legitimidadepara representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII -é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimentopara desapropriação por necessidade ou utilidade. pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público a autoridade competente poderá usar depropriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhadapela família, não será objeto de penhora parapagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei: sobre osmeios de financiar o seu desenvolvimento;
·XXVII - aos autores pertence o direitoexclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei,ros pelo tempo que a lei fixar;
xXVIII - são assegurados, nos termos dalei:
a) a proteção às participações individuaisem obras coletivas e à reprodução da imageme voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem oude que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores deinventos industriais privilégio temporário para sua utilização bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social eo desenvolvimento tecnológico e econômicodo País;
XXX - é garantido o direito de herança;XXXI- a sucessão de bens de estrangei
ros situados no País será regulada pela leibrasileira em benefício do cônjuge ou dosfilhos brasileiros, sempre que não lhes seja'mais favorável a.lei pessoal do de cujus;
XXXII - o Estado promoverá, na formada lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dosórgãos públicos informações de seu interesseparticular, ou de interesse coletivo ou geral,que serão prestadas no prazo da lei, sob penade responsabilidade, ressalvadas aquelas cujosigilo seja imprescindível à segurança da so-
. ciedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartiçõespúblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciaçãodo Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direitoadquirido, o ato jurídico perfeito e a coisajulgada;
XXXVII- não haverá juízo ou tribunalde exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição dojúri, com a organização que lhe der a lei,assegurados:
a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos
crimes dolosos contra a vida;XXXIX - não há crime sem lei anterior
que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo parabeneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação. atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
242 Quarta-feira 21 .DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia aprática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civisou militares, contra a ordem constitucional~ oÉstado democrático;
XLV - nenhuma pená passará da pessoado condenado, podedendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimentode bens ser, nos termos da lei, estendidasao sucessores e contra eles executadas, atéo limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualidade dapena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou distinção da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;XLVII - não haverá penas:a) de morte, salvo em caso de guerra de-
clarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de caráter perpétuo;c) de tr2balhos forçados;d) de banimento;e) cruéis;XLVIII - a !,~na será cumprida em esta
belecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos preços o respei-to à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seusfilhos durante o período de amamentação;
LI - nephum brasileiro será extraditado,salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, oude comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na formada lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou .de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privada da liberdadeou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigigantes, em processo judicialou administrativo, e aos acusados em geralsão assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, asprovas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpadoaté o trânsito em julgado de sentença penalcondenatória;
LVIII - o civilmente identificado não serásubmetido a identificação criminal, salvo nashipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentadano prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesada intimidade ou o interesse social o exigi
. rem;
LXI - ninguém será preso, senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militarou crime propriamente militar, definidos emlei;
LXII- a prisão de qualquer pessoa e olocal onde se encontre serão comunicadosimediatamente ao juiz competente e à famíliado preso ou à pessoa por ele indicado;
LXIll- o preso será informado de seusdireitos, entre os quais o de permanecer caIado, sendo-lhe assegurada a assistêrncia da família e de advogado;
LXIV - O preso tem direito à identifica~
ção dos responsáveis por sua prisão ou porseu intrerrogatório políciaI.
LXV - a prisão ilegal será imediatamenterelaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ounela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dúvida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigaçãoalimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpussempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sualiberdade de locomoção, por ilegalidade ouabuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandato de segurança para proteger direito líquido e certo,não amparando por habeas corpus ou habeasdata, quando o responsável pela ilegalidadeou abuso de poder for autorizadade públicaou agente de pessoa jurídica no exeercíciode atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivopode ser impetrado por:
a) partido político com representação noCongresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classeou associação de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interlimitedo valor do patrimônio transferido;
LXXI- conceder-se-á mandato de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitose liberdades constitucionais e' das prerrogativas inerentes à nacionalidades; à soberaniae à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data;a) para assegurara conhecimento de infor
mações relativas à pessoa do' impetrante,constantes de registros ou bancos de dadosde entidades governamentais ou de caráterpúblico;
b) para a retificação de dados, quando nãose prefira fazê-lo por processo sigiloso, judic!al ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parteTegrtima para propor ação popular que vise anularato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidadeadministrativa, ao Illeio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,s~I~~ compravada má-fé, isento de custas judICIaiS e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficarpreso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconheci-damente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;b) a certidão do óbito;LXXVII - são gratuítas as ações de ha·
beas corpus e habeas data, e, na forma dalei, os atos necessários ao exercício dacidadania.
§ 1. As normas definidoras dos direitose garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 29 Os direitos e garantias expressosnesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em quea República Federativa do Brasil seja parte.
..........................................................CÓDIGO PENAL
DECRETO-LEI N" 2.848
DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
Dos Crimes contra a Péssoa
CAPÍTULO VI
Dos Crimes contra a
Liberdade Individual
SEÇÃO 11
Dos Crimes Contra a
Inviolabilidade do Domicílio
Violação do Domicílio
Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito,em casa alheia ou em suas dependências:
Pena-detenção, de um a três meses, oumulta, de seiscentos cruzeiros e quatro milcruzeiros.
§ 19 Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o empregode violência ou de arma, ou por duas ou maispessoas:
Pena - detenção, de seis meses a doisanos, além da pena correspondente à violência.
§ 29 Aumenta-se a pena de um terço, seo fato é cometido por funcionário público,fora dos casos legais, ou com inobservânciadas formalidades estabelecidas em lei. oucom abuso do poder.
§ 39 Não constitui crime a entrada oupermanênia em casa alheia ou em suas depe'"ndências:
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 243
I - durante o dia, com observância dasformalidades legais, para efetuar prisâo ououtra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite,quando algum crime está sendo ali praticadoou na iminência de o ser.
§ 4" A expressâo "casa" compreende:I - qualquer compartimento habitado;li - aposento ocupado de habitação cole
tiva;III - compartimento não aberto ao públi
co, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§ 5' Não se compreendem na expressão"casa".
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvoa restrição do n" li, do parágrafo anterior;
1I- taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E
REDAÇÃOI - Relatório
Pretende o nobre parlamentar DeputadoPaulo Zarzur estabelecer formas de agravamento de penas cominadas por infrações aosdireitos individuais e coletivos constitucionais. Enfoca principalmente o agravamentode penas em caso de o crime ser praticadopor autoridade pública ou com sua conivência; prevê, ainda, infringência penal em casode entrada ou permanência de pessoas emtemplos, escolas e sindicatos, sem permissãodo titular, caso em que a pena aplicada seráa de invasão de domicílio aumentada de umterço. Pune, ainda, a pessoa que, conhecendoa prática de crime, deixa de comunicá-lo àautoridade.
Nos termos de expressa disposição regimental, compete a este órgão apreciar os aspectos de constitucionalidade, juridicidade,técnica legislativa e mérito da proposta.
A proposta é constitucional, tendo por fundamentos os artigos 22, inciso I, e 61 da vigente Constituição. Não ofende, além do mais,princípios gerais de direito, estando de acordo com as boas normas de técnica legisltiva.
A proposta é salutar e oportuna no sentidode que traz salvaguarda à sociedade, presentemente vítima freqüente de crimes e abusosde toda a espécie.
11 - Voto do Relator
Em face do exposto votamos pela constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa do Projeto de Lei n" 2.922, de 1989,e, no mérito, por sua aprovçaão.
Sala da Comissão, 13 de outubro de 1989.- Deputado Eduardo Siqueira Campos, Relator.
111 - Parecer da Comissão
A Comissão de Constituição e Justiça ede Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje, opinou unanimemente pela
constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação do Projeto de Lei n' 2.922/89, nos termos do parecerdo relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, Carlos Vinagre, Harlan Gadelha, Hélio Manhães, JoséDutra, Leopoldo Souza, Mendes Ribeiro,Michel Temer, Aloysio Chaves, Dionísio Hage, Eliézar Moreira, Francisco Benjamim,Horácio Ferraz, Jorge Hage, Gerson Peres,Doutel de Andrade, Benedicto Monteiro, José Genoíno, José Maria Eymael, Marcos Formiga, Aldo Arantes, Roberto Freire, NilsonGibson, Osvaldo Macedo, Plínio Martins,Renato Vianna, Rosário Congro Neto, Sérgio Spada, Theodoro Mendes, Tito Costa,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa, Juarez Marques Batista, Sigmaringa Seixas,Ibrahim Abi-Ackel, Sílvio Abreu, RobertoTorres, Afrísio Vieira Lima, Aluízio Campos, Alcides Lima, Adylson Motta, JesusTajra, Rodrigues Palma e Gonzaga Patriota.
Sala da Comissão, 29 de novembro de1989. - Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado Eduardo Siqueira Campos, Relator.
PROJETO DE LEIN° 3.094-A, de 1989
(Do Sr. Renato Johnsson)
Autoriza, nos casos que especifica, aconcessão de incentivos fISCais à capitalização de empresas, à abertura de capitalou sua elevação e dá outras providências;tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça e Redação, pela inconstitucionalidade.
(Projeto de Lei n' 3.094, de 1989, aque se refere o parecer.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1° As pessoas jurídicas que se com
prometam a promover a expansão de suasatividades mediante projeto de reorganização de saneamento financeiro e de modernização, através de fusão, decisão, de incorporação, de consórcio, de abertura de capitalou de sua elevação, poderão reavaliar os bensintegrantes do ativo imobilizado necessáriosa sua atividade, acima dos limites de correçãomonetária até o valor de mercado, cujo valor(mais valia) não se sujeitará ao recolhimentodo imposto sobre a renda.
Parágrafo único. Os bens imóveis e asparticipações societárias, exceto as decorrentes de incentivos fiscais, não necessárias àsatividades específicas das empresas, existentes na data de encerramento do balanço doexercício imediatamente anterior ao da publicação desta lei, também poderão ser objetodo incentivo a que se refere este artigo, devendo o resultado apurado, na alienação, seraplicado, à medida da sua realização, na subscrição Qe aumento de capital.
Art. 2' As pessoas físicas, para fins deaumento de capital, em pessoas jurídicasabrangidas pelos incentivos fiscais desta lei,poderão integralizar a subscrição de quotas
de capital ou ações com bens necessários aatividade específica da empresa com seus valores avaliados até o preço de mercado, oucom o produto da venda de imóveis, móveise participações societárias, ficando dispensados do recolhimento do imposto sobre arenda sobre a diferença entre o valor informado em sua declaração de bens ou da c@mpra e o valor da integralização.
Art. 3' As pessoas jurídicas interessadasna obtenção dos incentivos previstos nestalei, providenciarão a elaboração de projetodo qual farão parte o laudo de avaliação dosbens, elaborados nos termos do art. 8" daLei n' . 6.404, de 15 de dezembro de 1976;a justificativa informando dos objetivos queenquadrem em condição prevista ao art. I",bem como do prazo da sua imple·mentação.
Parágrafo único. Uma via do projeto deverá ser protocolada no órgão da Secretaria daReceita Federal do domicílio da pessoa jurídica interessada, a qual terá o prazo de 90(noventa) dias para sua aprovação, considerando-se aprovado o pedido ao final desteprazo, se não houver pronunciamento do órgão fazendário.
Art. 4' O acréscimo do valor resultanteda reavaliação será utilizado, obrigatoriamente, para aumento de capital dentro de180 (cento e oitenta) dias após o protocolodo projeto, vedada a compensação de prejuízos.
§ 1" O aumento de capital de que trataeste artigo não sofrerá tributação na pessoajurídica beneficiária e a isenção se estenderáaos seus acionistas ou quotistas, pessoas físicas ou jurídicas.
§ 2' A redução de capital, ou a extinçãoda pessoa jurídica nos 5 anos subseqüentes,sujeitará a pessoa jurídica, beneficiária doincentivo, a recolher o imposto de renda sobre a parcela incorporada ao capital social,proporcionalmente à redução.
§ 3' Se no prazo previsto no parágrafoanterior houver alienação, de parte dos sócios, das ações ou quotas de capital recebidascom isenção da pessoa jurídica beneficiáriado incentivo, o produto da venda será inteiramente tributado devendo o imposto ser pagono mês subseqüente ao da alienação, no casode pessoas físicas, e incluído no resultado doexercício no caso de pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real. Nestes casostambém a pessoa jurídica beneficiária do incentivo deverá oferecer à tributação parcelaproporcional, conforme previsto no § 2' desteartigo, das ações ou quotas alienadas.
§ 4' Os valores previstos nos parágrafosanteriores,'para efeito de tributação, serãocorrigidos monetariamente nos termos da legislação vigente.
Art. 5' A reavaliação procedida será incorporada ao custo dos bens reavaliados, para todos os efeitos tributários, inclusive parafins de depreciação, amortização de exaustãoe para fins de determinação do custo na baixaou alienação dos mesmos.
Parágrafo único. O Secretário da ReceitaFederal baixará os atos necessários normati-
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zando o registro contábil da reavaliação eos controles da depreciação, amortização ouexaustão.
Art. 6" Eventuais prejuízos ocorridos naalienação ou baixa de bens reavaliados, naforma desta lei, antes do final do prazo de.vida útil estimado no laudo previsto no art.3· desta lei, deverão ser adicionados ao lucroreal tributável, exce·to nos casos comprovados de baixa por obsolescência, hipótese emque o bem baixado será substituído por umde tecnologia mais avançada.
Parágrafo único. Os prejuízos a que serefere este artigo estão limitados a parcelaque ultrapasse o valor original corrigido monetariamente nos termos da legislação vigente.
Art. 7' O não cumprimento dos objetivos propostos no projeto, previsto no caputdo art. 3", implicará perda automática dosbenefícios e na obrigação de recolher o imposto sobre a renda suspenso, com juros ecorreção monetária.
Art. 8' O valor resultante da reavaliação, na forma prevista nesta lei, não importará em modificações no valor em moeda estrangeira registrado pelo Banco Central doBrasil, como investimento ou reinvestimentode pessoas residentes ou domiciliadas no exterior.
Art. 9' O regime especial tratado nestalei terá vigência até 31 de dezembro de 1996,podendo o mesmo s~r prorrogado.
Art. 10. Esta lei entrará em vigor na datade sua publicação.
Justificação
1. Esgotado o ciclo de substituição de importações, que marcou por longo a economiabrasileira, o País passou a enfrentar um novodesafio, que se consubstanciou numa novaetapa de desenvolvimento, baseada na ampliação do mercado interno e na rápida expansão das exportações. Esse novo ciclo encontra-se em fase crítica, diante do montantequase impagável da dívida pública interna eexterna, da inflação e da redução do crescimento econômico como resultância das medidas implementadas para conter a intlação eo déficit público.
2. Bancos oficiais, que tinham no contexto da política governamental um relevantepapel indutor do desenvolvimento econômico, passaram a restringir os fin,anciamentosàs empresas privadas, diante das dificuldadesconjunturais. Todavia, em que pese à criseeconômica e social por que passamos e a despeito dos problemas e das incertezas dos tempos em que vivemos, é enOfjne a potencialidade do desenvolvimento brasileiro, sobretudo incentivando-se os empreendimentosprivados.
3. O futuro do Brasil encontra-se na industrialização, no aproveitamento dos seusrecursos naturais e na sua integração como resto do mundo. Para tanto, existem setorescom grande potencial de expansão de suasatividades, absorvendo e vendendo tecnologia, produzindo para exportar, mas precisando modernizar-se, para o que necessitam de
grande aporte de capital ou de incentivos fiscais que favoreçam a reaplicação de recursosnormalmente absorvidos pelo imposto derenda. mesmo quando se trata da reavaliaçãodo ativo.
4. Acresce ressaltar que a década de oitenta se caracterizou por um profundo processo de estagnação econômica. combinadocom elevadas taxas inflacionárias, que alteram significativamente o valor relativo dosativos reais dos agentes econômicos.
5. Inobstante o mecanismo da correçãomonetária, o ajuste de valor desses ativosnão acompanhou a sua evolução vis à vis onível de preços de mercado, nem tampoucoa extinta OTN (usualmente o paràmetro paraatualização monetária) manteve paridadecom o dólar, moeda forte e padrão de referência no mercado internacional.
6. O sistema de incentivos estaria representado pela suspensão do recolhimento doimposto sobre a renda da pessóa física e jurídica, incidente sobre o acréscimo do valorde reavaliação dos bens integrantes do ativopermanente, desde que necessárias ao desenvolvimento de suas atividades específicas. Oacréscimo de valor derivado da reavaliaçãoseria obrigatoriamente utilizado para aumento de capital, vedada a compensação de prejuízos porquanto frustraria o objetivo básicodo incentivo.
7. Não se trata de sistema singular e inédito, eis que já praticado na década de setenta(Decreto-Lei n" 1.346174).
8. O incentivo abrangeria as empr·~sas
que se dispusessem a abrir seu capital ou elevá-lo, utilizando a captação de recursos, nosaneamento, expansão ou modernização desua atividade.
LEGlSLAÇÃO ClTADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMlSSÓES PERMANENTES
Sociedades Anônimas (Por Ações)
LEI N" 6.404,DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976
Dispõe sobre as sociedades por açfies.
CAPÍTULO IICapital Social
..........................................................
SEÇÃO IIFormação, Dinheiros e Bens
Art. 8" A avaliação dos bens será feitapor 3 (três) peritos ou por empresa especializada, nomeados em assembléia geral dossubscritores, convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-seem primeira convocação com a presença desubscritores que representem metade, pelomenos, do. capital social, e em seguinda convocação com qualquer número.
DECRETO-LEI N" 1.346,DE 25 DE SETEMBRO DE 1974
Altera o sistema de estímulos às fusõese incorporações de empresas e dá outrasprovidências.
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 55, item lI,da Constituição, decreta:
Art. I" As pessoas jurídicas, para fins defusão, incorporação ou outras formas de combinação ou associação de empresas, consideradas de interesse para a economia nacional,poderão reavaliar os bens integrantes do ativo imobilizado acima dos limites de correçãomonetária, até o valor de mercado, independentemente do recolhidomento do Impostode Renda incidente sobre o acréscimo dl~ valor, decorrente da reavaliação, observado oque estabelece este decreto-lei.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se de interesse para a economia nacional os projetos de fusão, incorporação ou associação de empresas, cujos objetivos se enquadrem, isolada ou cumulativamente, nas diretrizes a serem estabeleeidasem decreto por proposta da Comissão de Fusão e Incorporação de Empresas - COFIE.
Art. 2" A suspensão de recolhimento doImposto de Renda a que se refere o art. 1<'deste decreto-lei será convertida em isenção,uma vez cumpridos os objetivos econômicofinanceiros constantes no projeto aprovadopelo Ministro da Fazenda, no prazo de 3(três) anos, a contar da data de sua a.provação.
§ I" A critério da Comissão de Fusão eIncorporação de Empresas - COFIE, de quetrata o artigo 3" deste decreto-lei, poderá serprorrogado o prazo acima, sendo que a faltade pronuciamento desta Comissão, decorridos 60 (sessenta) dias após o referido prazo,implicará recolhimento automático do cumprimento dos objetivos propostos no projeto.
§ 2"· Para os efeitos dos benefícios fiscaisprevistos neste decreto-lei, somente será permitida uma única reavaliação do ativo imobilizado, sem embargo de ficar facultado à mesma pessoa jurídica participar de mais de umaoperação a que se refere o artigo 1q destedecreto-lei.
Art. 3" Fica mantida, junto ao Ministérioda Fazenda. a Comissão de Fusão e Incorporação de Empresas ~ COFIE, com a D.nalidade de apreciar os projetos que visem osbenefícios previstos neste decreto-lei, submetendo-os, mediante parecer, à aprovação doMinistro da Fazenda.
§ 1" Compete à COFIE, além das atribuições que lhe forem cometidas por ato doMinistro da Fazenda, declarar os novos valores do ativo imobilizado para os efeitos dosbenefícios fiscais de que trata este decreto-lei.
§ 2" A COFIE estabelecerá sistema decontrole e acompanhamento com a finalidadede verificar a adequada utilização dos benefícios fiscais concedidos e a obtenção dos resultados previstos no projeto aprovado, ficando os beneficiários obrigados a prestar a
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 245
esta Comissão os esclarecimentos que se fizerem necessários a essa finalidade.
§ Y A Comissão a que se refere este artigo poderá contratar órgão técnico especializado para que se pronuncie sobre a rl:avaliação de que trata o artigo 1" deste decreto-lei.
Art. 4" A COFIE será composta de 5(cinco) membros:
a) Secretário-Geral do Ministério da Fazenda, na qualidade de Presidente;
b) um representante da Secretaria de Planejamento da Presidência da República;
c) um representante do Ministério da Indústria e do Comércio:
d) um representante da Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda:
e) um representante do Banco Central doBrasil.
Parágrafo único. A Secretaria-Geral doMinistério da Fazenda. através dos sel'-S órgãos, promoverá os serviços necessários aopleno desempenho das atividades da COFIE.
Art. 5" O não-cumprimento dos objetivos propostos no projeto aprovado implicaráobrigação de recolher o Imposto de Rendasuspenso, com juros e correção mone:ária.dentro do prazo de 30 (trinta) dias a partirda sua constatação.
Parágrado único. Os objetivos do projetopoderão sofrer alterações, a pedido das empresas interessadas, desde que aprovadas pela COFIE e ratificadas pelo Ministro da Fazenda.
Art. 6" O acréscimo de valor resultanteda reavaliação efetuada na forma do é.rtigol' será utilizado, obrigatoriamente, para 'aumento de capital. dentro de 180 (cento e oitenta) dias da data da aprovação pelo Ministro da Fazenda.
§ I' O não-cumprimento do dispostoneste artigo acarretará a perda automáticados benefícios previstos neste decreto-lei.
§ 2' O aumento de capital de que trataeste artigo não sofrerá tributação do Impostode Renda.
§ 3" A isenção estabelecida no parágrafoanterior se estende aos sócios, acionistas outitular, beneficiários, pessoas fisícas ou jurídicas, podendo estas realizar aumento de capital nas mesmas condições, mediante a incorporação dos valores distribuídos.
§ 4" A redução do capital ou a extinçãoda pessoa jurídica, nos 5 (cinco) anos subseqüentes, importará em submeter à tributaçãonas pessoas jurídicas a parcela incorporada.como lucro operacional e distribuído ficandoos sócios, acionistas ou titular sujeitos ao Imposto de Renda na declaração de rendImentos, ou na fonte, no ano em que ocolTer aextinção ou redução.
§ 5' No caso de alienação das ações ouquotas de capital recebidas com isenção naforma do § 3' deste artigo. antes do prazoprevisto no parágrafo anterior, o valor dareceita auferida pelas pessoas jurídicas naoperação será integralmente incluído 110 lucro tributável para fins de imposto de r,~nda.
§ 6' O prazo a que se refere o Cllputdeste artigo poderá ser prorrogado, pelo Mi-
nistro da Fazenda. em atendimento fi conveniência da política econàmico-financeira doPaís.
Art. 7' Eventuais prejuízos ocorridos naalienação ou baixa dos bens reavaliados naforma do artigo 1" não serão dedutíveis dolucro tributável, podendo as empresas compensá-los com o resultado das correções monetárias compulsórias posteriores.
§ l' Os prejuízos a quese refere este artigo estão limitados à parcela que ultrapasseo valor original, corrigido monetariamentenos termos da legislação vigente.
§ 2' Para efeitos fiscais. as cotas anuaisde depreciação e amortização poderão sercalculadas com base nos valores contabilizados depois da reavaliação de que trata estedecreto. corrigidos monetariamente nos termos da legislação em vigor. e o montanteacumulado dos encargos não podefão exceder o v.alor reavaliado aprovado pela COFIE.
§ 3' O disposto neste artigo não se Ilplicaà cota de exaustão de recurso~ minerais aque se refere o Decreto-Lei n" 1.096, de 23de março de 1970.
Art. 8" O valor resultante da reavaliação. na forma prevista no artigo I' deste decreto-lei, não importará modificações no vaIar em moeda estrangeira registrado peloBanco Central do Brasil. como investimentoou reinvestimento de pessoas residentes oudomiciliadas no exterior.
Art. 9' O Banco Central do Brasil serápreviamente ouvido sempre que, das operações previstas nestes decreto-lei, participeminstituições financeiras e sociedades de capital aberto, fato que tornará obrigatória a publicação em jornais de grande circulação,. dostermos em que se efetuará a operação.
Art. 10. A COFIE e as instituiçóes fin.anceiras oficiais deverão articular-se quando o benefício fiscal de que trata o presentedecreto-lei for pleiteado por empresa quepretenda obter financiamento para investi-
. mentos com operações de fusão, incorporação ou associação de interesses.
Art. 11. As fusões e incorporaçõt:s dassociedades seguradoras continuam regidaspelo Decreto-Lei n' L 115. de 24 de julhode 1970, aplicando-se. no que couber. :lS dispoisções deste decreto-lei.
Art. 12. As disposições deste decreto-leinão se aplicam às empresas concessionáriasde serviços públicos.
Art. 13. O regime especial tratado nestedecreto-lei terá vigência até 31 de dezembrode 1979.
Art. 14. Fica assegurada a aplicação dalegislação anterior aos processos de reavaliação ainda não apreciados pela Comissãode Fusão e Incorporação de Empresas.
Parágrafo único. A pedido da pessoa jurídica interessada. poder-se-á aplicar as disposições deste decreto-lei aos referidos processos.
Art. 15. O Ministro da Fazenda baixaráos atos necessários à execução das normasconstantes neste decreto-lei.
Art. 16. Este decreto-lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.
BrasI1ia, 25 de setembro de 1974; 153' daIndependência e 86' da República. -- ERNESTO GEISEL - Mário Henrique Simonsen - Severo Fagundes Gomes - João Paulodos Reis Velloso.
DECRETO-LEI N° 1.347,DE 25 DE SETEMBRO DE 1974
Cancela penalidades e dá outras providências.
O Presidente da República. usando dasatribuições que lhe confere o item 11 do art.55 da Constituição, decreta:
Art. 1" Ficam canceladas as penalidadese juros de mora decorrentes de processos fiscais relativos à falta de pagamento do impostosobre Produtos Industrializados devido nassaídas dos respectivos estabelecimemos industriais ou equiparados, no período de 1970até a data da publicação deste decreto-lei,qualquer que seja a fase de cobrança, de produtos da chamada "cerâmica vermelha', aque se referem as posições 69.04.00.00,69.05.00.00 e 69.06.00.00 da Tabela anexaao Decreto n" 73.340, de 19 de dez'~mbro
de 1973.Parágrafo único. Não se apuram as dispo
sições deste artigo aos casos de não-rl:colhimento do imposto lançado e cobrado do adquirente.
Art. 2' Não serão exigidos multas l~ jurosmoratórios relativos aos débitos fiscaj.s confessados espontaneamente, até sessenta diasda publicação deste decreto-lei, quanto aosprodutos de que trata o artigo 1"
Art. 3' Os débitos a que se referem ocaput do artigo l' e o artigo 2' deste decreto-lei poderão ser pagos mediante prestaçõesmensais. iguais e sucessivas, sem outrosacréscimos além da correção monetária naforma dos incisos I, II e III e § 1" e 3' doartigo 11 do Decreto-Lei n' 352, de 17 dejunho de 1968.
Art. 4' Este Decreto-lei entrará em vigorda data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 25 de setembro de 1974; 153' daIndependência e 66' da República. -- ERNESTO GEISEL - Mário Henrique Simonseno
PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E
REDAÇÃOI - Relatório
O nobre Deputado Renato Johnsson apresenta Projeto de Lei concedendo benefíciosfiscais fi capitalização de empresas medianteisenção de imposto de renda.
A propositura foi encaminhada à Comissãono dia 2 de agosto de 1989, e a mim distribu~da em 13 de agosto de 1989.
E o relatório.
11 - Voto do Relator
Compete a esta comissão, nos termos do§ 4' do art. 28 do Regimento Interno, opinar
246 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIO~AL (Seção I) Fevereiro de 1990
sobre o aspecto constitucional, legal, jurídicoe de técnica legislativa das matérias cue lhesão distribuídas.
O Projeto de Lei n" 3.094, de 1999, emque pese a sua relevância, que, tenho certeza,vem ao encontro dos justos anseios de grandeparcela do empresariado brasileiro, não suplanta o primeiro óbice que lhe é imposto:o da constitucionalidade. .
A alínea b, do inciso fI do § 1" do art.61 da Constituição Federal de 1988, dispõeque compete privativamente ao Pre!;identeda República a iniciativa das leis que ?ersemsobre matéria tributária, verbis:
"Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquermembro ou comissão da Câmara cios Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República. ao Supremo Tribunal Federal, aosTribunais Superiores, ao ProcuadorGeral da República e aos cidadãos, naforma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1'·' São de iniciativa privativa doPresidente da República as leis que:1- .fI - disponham sobre:a) ..
b) organização administrativa e judiciária. matéria tributária e orçamentária,serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;"
Isto posto. é inconstitucional o Projeto deLei n" 3.094, de 1989. pelo que opino porsua rejeição.
Sala das Sessões. 12 de setembro de 1989.- Deputado Adylson Motta.
IH - Parecer da Comissão
A Comissão de Constituição e Justiça ede Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje. opinou unanimemente pelainconstitucionalidade do Projeto de Lei n"3.094/89, nos termos do parecer do relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, BernardoCabral, Carlos Vinagre, Harlan Gadelha,Hélio Manhães, José Dutra, Leopoldo Souza, Michel Temer, Aloysio Chaves, CostaFerreira, Eliézer Moreira, Evaldo Gonçalves. Francisco Benjamim, Horácio Ferraz,Jorge Hage, Gerson Peres, Benedicto Monteiro, José Genoíno, José Maria Eymael.Marcos Formiga. Aldo Arantes, Nilson Gibson, Plínio Martins. Renato Vianna, RosárioCongro Neto, Theodoro Mendes, Tito Costa,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa,Paes Landim. Juarez Marques Batista, Sigmaringa Seixas, Roberto Torres. Jovani Masini, Alcides Lima, Jesualdo Cavalcanti,Adylson Motta, Jorge Arbage, Lélio Souza,Ubiratan Aguiar e Rodrigues Palma.
Sala da Comissão, 6 de dezembro de 1989.- Deputado Nelson Jobim, Presidente Deputado Adylson Motta, Relator.
PROJETO DE LEIN' 3.110-8, DE 1989
(Do Poder Executivo)
MENSAGEM n' 360f89
Dispõe sobre as condições para a projeção, proteção e recuperação da saúde,a organi~ação e o funcionamento !los serviços correspondentes e dá outras providências.
- Parecer da Comissão de Constituião eJustiça e Redação, pela constitucionalida etécnica legislativa, com emendas e voto emseparado do Sr. Gastone Righi.
- Projeto de Lei n" 3.128/89 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça e Redação, pela constitucionalidade e técnica legislativa.
- Projeto de Lei n" 3.424189. anexado aoPL 3.128/89.
- Projeto de Lei n" 2.358/89 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça e Redação. pela constitucionalidade: juridicidadee técnica legislativa.
- Projeto de Lei n" 2.878/89, anexado aoPL 2.358/89.
- Projeto de Lei n" 3.100189 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidadee técnica legislativa, com voto em separadodo Sr. Gastone Righi.
- Emendas apresentadas à Comis·;ão, numeradas de 001 a 404.
- Índice de autores de emendas ao Projetode Lei n" 3.110/89 e projetos anexos.
- Análise das emendas acolhidas "presentadas aos Projetos de Lei n'" 3.110/89 e3.100f89. .
Análise das emendas acolhidas parcialmente.
Análise das emendas rejeitadas.- Parecer e Substitutivo do Relator na Co
missão de Saúde, Previdência e As~istência
Social.- Destaques apresentados na Comissão
de Saúde, Previdência e Assistência Social.de n'" 001 a 094, ao PL n' 3. 11Of89.
- Emendas de Plenário ao Substitutivo aoPL 3.110f89, apresentadas na Comissão deSaúde. Previdência e Assistência Social. comíndice de autores.
- Segundo Substitutivo do Relatc·r.- Parecer às emendas ao Substitutivo.- Relatório complementar do D·eputado
Geraldo Alckmin Filho.- Parecer da Comissão de Saúde, Previ
dência e Assistência Social.-Suôstitutivo adotado pela Comissão de
Saúde. Previdência e Assistência Social.
Será publicado em Suplemento a esse Di:írio.
PROJETO DE LEIN' 3.2I2-A, DE 1989
(Do Sr. José Carlos Grecco)
Dispõe sobre o não-pagamento, peloassalariado, do Imposto de Renda, nascondições que especifica, e determina outras providências; tendo parecer, da Co-
missão de Constituição e Justiça e Redação, pela inconstitucionalidade.
(Projeto de Lei n" 3.212, de 1989. aque se refere o parecer.)
O Congresso Nacional decreta:Art. 1',' É proibido fazer incidir imposto
sobre a renda na remuneração de assa lariadosque percebem mensalmente até o equivalentea vinte vezes o valor de um salário mínimo.
Art. 2" Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.
Art. 3',' Revogam-se as disposil;ões emcontrário.
Justificação
Salário não pode ser confundido <'om renda. em cuja conceituação se acha implícitaa noção de rendimento obtido em função deresultados decorrentes de aplicação no mercado de capitais.
Não se pode ignorar que o salário se distingue da renda pelo fato de ser uma contraprestação de serviços.
Aliás, não é de hoje que .os tributaristasindicam como fator para aumento d'JS níveisde arrecadação de receita tributária E. cobrança de impostos sonegados, por meio de maioração fiscalizadora e de atitudes que envolvamprovidências de natureza judicial. a qual, seefetivamente realizada, não torna imprescindível que os governantes, para auml~ntar recursos públicos. tenham de onerar tributariamente salários, que, por razões óbvias, nãopodem ser objeto de sonegação.
Sala das Sessões, - Deputado Jm:é CarlosGrecco.
PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E
REDAÇÃO
I - Relatório
O nobre Deputado José Carlos Greccoapresenta projeto de lei proibindo a incidência do imposto sobre a renda na remuneraçãode assalariados que percebam mell!;almenteaté o equivalente a vinte vezes o valor deum salário mínimo.
Na justificativa, o autor declara que salárionão pode ser confundido com renda.
É o relatório.
II - Voto do Relator
Em que pese a relevância da matéria e dobenefício que esta institui, que vem ao encontro dosanseios de expressiva parcela da sociedade brasileira. esta não suplanta o primeiroóbice que lhe é imposto: o da constitucionalidade.
A alínea b, do inciso lI. do § 1'. do art.61, da Constituição Federal de 1998, disciplina claramente a competência privativa doPresidente da República em editar normaslegais que versem sobre matéria tributária.
É. portanto, inconstitucional a propositurae, nesse sentido, inclusive, este Colegiadovem se pronunciando por reiteradas vezes,razão por que opino pela rejeição do Projetode Lei n" 3.212, de 1989.
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 247
Sala das Sessões, 31 de outubro de 1989.- Deputado Adylson Motta, PDS -- RS.
In - Parecer da Comissão
A Comissão de Constituição e Justiça eRedação, em reunião ordinária plenária realizada hoje, opinou unanimemente pela inconstitucionalidade do Projeto de Lei n"3.212/89, nos termos do parecer do relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Nelson Jobim, Presidente, Joiio Natal,Vice-Presidente, Arnaldo Moraes, BernardoCabral, Carlos Vinagre, Harlan Gadelha,Hélio Manhães, José Dutra, Leopoldo Souza, Michel Temer, Aloysio Chaves, CostaFerreira, Eliézer Moreira, Evaldo Gonçalves,' Francisco Benjamim, Horácio Ferraz,Jorge Hage, Gerson Peres, BenediGto Monteiro, José Genoíno, José Maria Eymael,Marcos Formiga, Aldo Arantes, Nilson Gibson, Plínio Martins, Renato Vianna, RosárioCongro Neto, Theodoro Mendes, Tito Costa,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa,Paes Landim, Juarez Marques Batista, Sigmaringa Seixas, Roberto Torres, Jovani Masini, Alcides Lima, Jesualdo Cavalcanti,Adylson Motta, Jorge Arbage, Lélio Souza,Ubiratan Aguiar e Rodrigues Palma.
Sala da Comissão, 6 de dezémbro de 1989.- Deputado Nelson Jobim, Presidente Deputado Adylson Motta, Relator.
PROJETO DE LEIN' 3.495·A, DE 1989
(Do Sr. Neuto de Conto)
Dispõe sobre o repasse de recursos doBNDES para o Badesc no Município deCunha Porã, Estado de Santa Catarina,e dá outras providências; tendo parecer,da Comissão de Constituição e Justiçae Redação, pela inconstitucionalidade.
(Projeto de Lei n" 3.495, de 1989, aque se refere o parecer).
O Congresso Nacional decreta:Art. 1" O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), repassará ao Badesc (Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina), o correspondente a 500.000 BTN (Quinhentos milBônus do Tesouro Nacional), equivalente aNCz$ 1.042.100,00 (um milhão, quarenta edois mil e cem cruzados novos).
Art. 2" O valor de que trata o artigo anterior destina-se à operação de financiamentoa ser concedido para a Acaresc (Associaçãode Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina), e aplicação no Município de CunhaPorã-SC.
Art. 3' O empréstimo será feito para pagamento em até 60 (sessenta) meses acrescidode até 15 (quinze) meses de carência.
Art. 4' Os recursos destinam-se à aquisição de equipamentos e máquinas tais como:retroescavadeira, trator agrícola e distribuidor de esterco líquido e eventual construçãode biodigestor, os quais constituir-se-ão nagarantia bancária mediante alienação fiduciária.
Art. 5" A operação financeira será contratada para pagamento sem juros, sem correção ou .!tualização monetária, e com taxaúnica de administração, de 1% (hum por cento), por cada mês de prazo e o total do empréstimo dividido em parcelas mensais, iguaise sucessivas.
Art. 6" A Acaresc (Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina),o Poder Público Municipal e o sistema cooperativista, através da Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB, ensejatão esforços objetivando viabilizar empreendimentodestinado à distribuição e comercialização deesterco animal no Município de Cunha Porã-SC.
Art. 7' Atividades desenvolvidas em decorrência da presente lei, conjugarão esforços com o Projeto de Recuperação, Conservação e Manejo de Recursos Naturais e Microbacias Hidrográficas do Governó do Estado de Santa Catarina.
Art. 8" Revogam-se as disposições emcontrário.
Art. 9' Esta lei entrará em vigor na datade sua publicação.
Justificação
Santa Catarina possui destacada posiçãono cenário nacional, eis que tendo 1,13% doTerritório Nacional, 3% da população brasileira, é o 5' produtor nacional de alimentose está entre os maiores contribuintes da receita tributária da União.
A indústria de transformação, decorrenteda produção de grãos, notadamente milhoe soja, aliada a uma altamente tecnificadaindústria de produtos alimentícios, Golocanum elevado plano as empresas catarinensesdo ramo.
A avicultura e a suinocultura são expoentesneste aspecto.
Ora, ao mesmo tempo em que a industria'Iização propicia acentuado avanço econômico, a atividade base, criação de animais destinados à industrialização, origina um volumemaciço de dejetos animais.
Ademais, estudos desenvolvidos por órgãos técnicos e científicos, comprovam queo esterco animal, especialmente o de suínos,é de 100 (cem) vezes mais poluentes do queo humano, equivalendo assim, os dejetos suínos da região oeste catariÍtense à populaçãoda Holanda.
Esta realidade leva a uma situação graveque é a contaminação das bacias hidrográficas. Em razão disto, o Governo de SantaCatarina desenvolve o Projeto de Recuperação, Conservação e Manejo de RecursosNaturais e Microbacias Hidrográficas.
Este aspecto negativo, contudo, é amplamente suplantado pela elevada importânciado esterco animal como adubo orgânico, eisque órgãos técnicos e de pesquisa comprovamum aumento de até 150% na produção frutífera, e, de 60% na de soja, milho e feijão,entre outras.
I A utilização do equipamento a ser adquirido com os recursos do presente projeto delei ensejará:
1 - eliminação dos gastos com adubo químico e conseqüente diminuição da importação de adubo;
2 - eliminação da contaminação fecal emelhoria das condições sanitárias da população;
3 - melhoria das condições ecológicas eambientais;
4 - aumento da produção nacional e dopróprio PIB i
5 - crescimento da produtividade agrícola;
6 - aumento da receita líquida do produtor rural e conseqüente melhora das condições econômicas deste;
7 - fixação do homem ao solo;8 - crescimento da economia agrícola e in
dustrial;9 - maior oferta de alimentos no mercado
interno e conseqüente barateamento do preço;
10 - aumento da receita cambial com oaumento das exportações;
H-crescimento da receita tributária doMunicípio, do Estado e da União.
O Estado possui mais de 220.000 propriedades rurais, que estão assim distribuídas:76.000 têm menos de 10 ha;60.000 têm entre 10 e 20 ha;60.000 têm entre 20 e 50 hai14.000 têm entre 50 e 100 ha;10.000 têm entre 100 e 1.000 ha;
600 têm entre 1.000 e 10.900 ha, ~ somente10 possuem mais de 10.000 hecrlares.Os proprietários catarinenses são forma
dos, em sua maioria, por pequenos donosde terra, necessitando um crescimento agrícola verticalizado.
A aquisição da maquinaria proposta napresente lei, além de constituir-se num empreendimento que assegurará o retorno aoscofres públicos dos recursos ali aplicados, pelo crescimento da receita tributária, ensejaráo aumento vertical da atividade, propiciandoganhos adicionais, além de assegurar a continuidade do processo agrícola da terra catarinense.
Sala das Sessões, 24 de agosto de 1989.- Neuto de Conto.
PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E
REDAÇÃO
I e 11 - Relatório eYoto do Relator
Este projeto dispõe que o BNDES repassará ao Banco de Desenvolvimento de SantaCatarina o correspondente a 500.000 BTNpara a operação de financiamento a ser concedido para a Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina - Acaresce aplicação no Município de Cunha Porão
O empréstimo será feito para pagamentoem até 60 meses acrescido de até 15 mesesde carência, sem Iuros, correção ou atuali-
248 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
lação monetária, com taxa única de administração de 1% para cada mês de prazo.
As cláusulas são privilegiadíssimas e encerra favoritismo inaceitável. O empréstimo feito pelo BNDE há de observar as normas gerais da entidade sob pena de levar-se o Bancoà falência. O princípio da igualdade de todosperante a lei encontra-se violado.
Pelo exposto, voto pela inconstitucionalidade deste Projeto de Lei n" 3.495/89.
Sala da Comissão, 17 de outubro deW89. - Deputado Jorge Arbage, Relator.
lU - Parecer da Comissão
A Comissão de Constituição e Justiçae de Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje, opinou unanimemente pelainconstitucionalidade do Projeto de Lei n"3.495/89, nos termos do parecer do relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, Carlos Vinagre, Harlan Gadelha, Hélio Manhães, JoséDutra, Leopoldo Souza, Mendes Ribeiro,Michel Temer, Aloysio Chaves, Dionísio Hage, Eliézer Moreira, Francisco Benjamim,Horácio Ferraz, Jorge Hage, Gerson Peres,Doutel de Andrade, Benedicto Monteiro, José Genoíno, José Maria Eymael, Marcos For~miga, Aldo Arantes, Roberto Freire, NilsonGibson, Osvaldo Macedo, Plínio Martins,Renato Vianna, Rosário Congro Neto, Sérgio Spada, Theodoro Mendes, Tito Costa,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa, Juarez Marques Batista, Sigmaringa Seixas,Ibrahim Abi-Ackel, Sílvio Abreu. RobertoTorres, Afrísio Vieira Lima, Aluízio Campos, Alcides Lima, Jorge Arbage, .Tesus Tajra, Rodrigues Palma e Gonzaga Patriota.
Sala da Comissão, 29 de novembro de1989. - Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado Jorge Arbage, Relator.
PROJETO DE LEIN' 5.567-A, de 1985
(Do Senado Federal)
Dispõe sobre a expedição de certidõespara a defesa de direitos e esclarecimentos de situações; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pelaaprovação, com emenda.
(Projeto de lei n' 5.567, de 1985, aque se refere o parecer).
O Congresso Nacional decreta:Art. I" As certidões para a defesa de di
reitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, àssociedades de economia mista e às fundaçõesoficiais da União, dos Estados e Municípios,deverão ser expedidas no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias, contado do registrodo pedido no órgão expedidor.
Art. 2' Nos requerimentos que objetivem a obtenção das certidões a que. se refereesta lei, deverão os interessados fazer constar
esclarecimentos relativos aos fins e razões dopedido.
Art. 3' Esgotado o prazo a que se refereo art. 1', a negativa ou retardamento de expedição da certidão importa em crime de responsabilidade para a autoridade ou servidor.
Art. 4" Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação.
Art. 5' Revogam-se as disposições emcontrário.
Senado Federal, 20 de maio de 1985. José Fragelli, Presidente.
LEGISLAÇÃO CITADA
CONSTITUIÇÃO REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL
CAPiTULO IVDos Direitos e Garantias Individuais
Art. 153. A Constituição assegura aosbrasileiros e aos estrangeiros residentes noPaís a inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguinte:
li'3'5:' ..~\"i~i' ~;~~~~;~~á ~ ~~p~'cii~ã~' d~.~~.~-tidões requeridas às repartições administrativas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações...........................................................
SINOPSE
PROJETO DE LEI DO SENADON" 7, DE 1983
Redação do vencido, para Q 2" turnodo Projeto de Lei do Senado n' 7, de 1983.
Apresentado pelo senhor Senador MoacyrDuarte.
Lido no expediente da Sessão ele 8-3-83,e publicado no DCN (Seção lI) de 9-3-83.
Distribuição à Comissão de Constituiçãoe Justiça.
Em 12-5-83, é lido o Parecer n" 383/83,da Comissão de Constituição e Justiça, relatado pelo Senhor Pedro Simon, pela constitucionalidade e juridicidade do projeto, coma Emenda n" 1-CCJ. Aguardando inclusãoem Ordem do Dia.
Em 16-4-85, é incluído em Ordem do Dia.Aprovado em l' turno, com emenda, apósusar da palavra na sua discussão o Sr. MoacyrDuarte.
Em 18-4-85, é aprovado parecer do relator,oferecendo a redação do vencido, para o 2"turno. Lido o Parecer n" 45/85, da Comissãode Redação. Aguardando inclusão em Ordem do Dia.
Em 9-5-85, é incluído em Ordem do Dia.Aprovado em 29 turno. À Câmara dos Deputados com o Ofício SM-n" 190. de 20-5-85.
RESOLUÇÃO N" 6,DE 4 DE ABRIL DE 1989
De~rmina o arquivamento das proposições que menciona.
A Câmara dos Deputados resolve:
Art. I" Das proposições que se encontravam em tramitação no dia 4 de outubrode 1988, ficam arquivadas as seguintes, tenham ou não parecer:
a) as de iniciativa de deputados ou de comissão permanente; e
b) as que, iniciadas na forma da alínea a,foram emendadas no Senado Federal.
Parágrafo único. Não estão sujeitCfs aoarquivamento os projetos que, embora na situação prevista no caput deste artigo, sofreram anexação de outros apresentados a partirde 5 de outubro de 1988.
Art. 29 Fica facultado ao autor, no prazode 30 (trinta) dias da promulgação desta resolução,.requerer o desarquivamento das proposições referidas no art. I", caso em quese fará nova distribuição, mantendo-se, porém o número original e sua procedência paratodos os efeitos regimentais.
Art. 3" As proposições da iniciativa deoutros poderes ou do Senado Federal, quese encontravam em tramitação no dia 4 deoutubro de 1988, serão remetidas à Mesa paraefeito de redistribuição, considerando-se nãoescritos os pareceres emitidos até aquela data.
Art. 4' Esta Resolução entra em vigorna data de sua publicação.
Art. 5" Revogam-se as disposições emcontrário.
Câmara dos Deputados, 4 de abril de 1989.- Deputado Paes de Andrade, Presidenteda Câmara dos Deputados.
PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E
REDAÇÃO
I - Relatório
Através do projeto de lei sub examine,oriundo do Senado Federal, pretende-sereguiar em lei a sistemática de expedição decertidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãosda administração centralizada ou autárquica,às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às fundações oficiais da União,dos Estados e Municípios.
O projeto estipula o prazo de trinta dias,contados do registr()' da solicitação no órgãoexpedidor, como termo máximo para o atendimento dos pedidos. A desobediência implica em crime de responsabilidade para a autoridade ou servidor, sujeito passivo da obrigação.
Nos requerimentos, deverão os in.teressados. fazer esclarecimentos relativos aos finse razões do pedido. .
É o relatório.
II - Voto do Relator
Sob o aspecto da constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa (§ 4" do art. 28do Regimento Interno), nada temos a objetar, eis que o projeto obedece à norma legitimadora da iniciativa parlamentar (art. 61 daLei Maior), estando seu conteúdo excluídodas proibições consubstanciadas no § 19 domesmo artigo.
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 249
A competência é da União para legislar,através do Congresso Nacional, por meio delei ordinária (art. 48). Não há, outrossim,ofensa a texto expresso da Constituição Federal.
No que pertine ao mérito, entendemos quea matéria deva merecer a aprovação destaCasa. Efetivamente, existe desnecessária eefetiva burocratização nos pedidos de certidão, cujo direito encontra-se assegurado pelaConstituição, na alínea b do inciso XXXIVdo art. 5", independentemente do pa!~amento
de taxas. É imperioso que se fixe um razoávelprazo, improrrogável, para a expedição dessas certidões, sob pena de ficar vazio, semconteúdo e sem efeito prático, a citada normaconstitucional.
Fazemos, no entanto, uma ressalva ao projeto: entendemos que o prazo de trinta dias,tal como previsto no art. I", é demasiado longo para os fins colimados. Em muitos órgãospúblicos federais vigora, há dezenas de anos,o prazo de oito dias. A Lei Orgânica dosMunicípios do Estado de São Paulo situa esseprazo em quinze dias. Uma vez que todo osistema de informações, quer administrativascomo tributárias, encontra-se, na União e nosEstados, fulcrado em serviços de processamento eletrônico de dados, nada justifica umprazo maior do que quinze dias para o fornecimento de certidões.
Diante do acima exposto, nosso voto é pelaconstitucionalidade, juridicidade, boa técnica legislativa e, no mérito, pela aprovaçãodo Projeto de Lei n" 5.567, de 1985, nos termos da emenda modificativa em anexo.
É o parecer, sub censura. .Sala da Comissão, 24 de agosto de 1989.
- Deputado José Maria Eymael, Relator.
EMENDA SUBSTITUTIVA(Ao Projeto de Lei n" 5.567, de 1985)
Substitua-se, no art. I" do projeto, a expressão "30 (trinta) dias" por "15 (quinze)dias".
Sala da Comissão, 24 de agosto de 1989.- Deputado José Maria Eymael, Relator.
111 - Parecer da Comissão
A Comissão de Constituição e Justiça ede Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje, opinou unanimemente pelaconstitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação, comemenda, do Projeto de Lei n" 5.567/85, nostermos do parecer do relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, Carlos Vinagre, Harlan Gadelha, Hélio Manhães, JoséDutra, Leopoldo Souza, Mendes Ribeiro,Aloysio Chaves, Costa Ferreira, Eliézer Moreira, Francisco Benjamim, Horácio Ferraz,Jorge Hage, Gerson Peres, Doutel de Andrade, Benedicto Monteiro, Gastone Righi, JoséGenoíno, Marcos Formiga, Nilson Gibson,Osvaldo Macedo, Plínio Martins, RenatoVianna, Rosário Congro Neto, Sérgio Spada,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa, Juarez Marques Batista, Sigmaringa Seixas,
Ibrahim Abi-Ackel, Roberto Torres, AfrísioVieira Lima, Antônio Mariz. Alcides Lima,Adylson Motta, Gonzaga Patriota, EduardoBonfim, Lélio Souza, Wagner Lago, JesusTiljra e José Maria Eymael.
Sala da Comissão, 22 de novembro de1989. - Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado José Maria Eymael, Relator.
EMENDA ADOTADA PELACOMISSÃO
Substitua-se no art. I" do projeto a expressão "30 (trinta) dias" por "15 (quinze)dias".
Sala da Comissão, 22 de novembro de1989. -Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado José Maria Eymael, Relator.
PROJETO DE RESOLUÇÃON' 218, DE 1990
(Da Mesa)
Transforma cargos vagos de TécnicoLegislativo Adjunto em cargos de Taquígrafo Legislativo Adjunto para provimento mediante concurso público.
A Câmara dos Deputados resolve:Art. I' Ficam transformados, a partir da
data da vigência da Resolução n" 36, de 1983,20 (vinte) cargos vagos, de Técnico Legislativo Adjunto em cargos de Taquígrafo Legislativo Adjunto para provimento medianteconcurso público.
Art. 2' Em conseqüência do disposto noartigo anterior, fica alterada a lotação numérica das classes das categorias funcionais atingidas.
Art. 3" Esta Resolução entra em vigorna data de sua publicação.
Art. 4" Revogam-se as disposições emcontrário.
Justificação
O objetivo do' presente projeto de resolução é possibilitar o recrutamento de recursoshumarlos}écnicos, através de concurso público, possioilitando ao Departamento de Taquigrafia, Revisão e Redação prestar a devida assistência aos trabalhos das ComissõesTécnicas, napróxima sessão legislativa.
Câmara dos Deputados, em 21 de fevereirode 1990. - Deputado Paes de Andrade, Presidente - Deputado Luiz Henrique, I" Secretário, Relator.
Parecer da Mesa
A Mesa, na re~nião de hoje, presentes osSenhores Deputados: Paes de Andrade, Presidente; Inocêncio Oliveira, I" Vice-Presidente, Wilson Campos, 2" Vice-Presidente,Luiz Henrique, l' Secretário (relator); EdmeTavares, 2' Secretário, Carlos Cotta, 3" Secretário e Ruberval pilotto, 4' Secretário, aprovou o parecer favorável do relator ao Projetode Resolução que "transforma cargos vagosde Técnico Legislativo.Adjunto em cargosde Taquígrafo Legislatwo Adjunto para provimento mediante conc,-\rso público".
Sala das Reuniões, 21 de fevereiro de 1990.-:- Deputado Paes de Andrade, Presidi:nte.
Erráta
República-se em virtude da anexação doProjeto de Lei n' 4.432, de 1989.
PROJETO DE LEIN' 1.091, DE 1988
(Do Sr. José Genoíno)
Dispõe sobre a emissão de programade televisão destinado à divulgação dostrabalhos dos três Poderes da RepúblicaFederativa do Brasil.
(Às Comissões de Constituição e Justiça, de Comunicação e Informática e àMesa.)
O Congresso Nacional decreta:Art. l' As emissoras de televisão cederão
diariamente, entre dezenove e vinte e duashoras. um horário de seis minutos distribuídos igualmente entre os Poderes Executivo,Legislativo e Judiciário, para apresentaçãode programainformativo dos seus trabalhos.
§ 1" O horário diário de televisão seráutilizado de segunda a sexta, facultado aosPoderes a cessão de tempo, quando se tratarde matéria de relevante interesse público,que exija uma participação mais direta deum ou de outro Poder.
§ 2' Caberá às Mesas da Câmara ,e doSenado decidir como serão gerados e p!oduzidos os programas estabelecidos neste artigo, como referência ao tempo utilizado peloPoder Legislativo, à chefia do Gabinete Civilem se tratando do Poder Executivo e à .Presidência do Supremo Tribunal Federal os relativos ao Poder Judiciário.
§ 3' As entidades discriminadas no parágrafo anterior poderão requisitar, .separadaou conjuntamente, das concessionárias de rádio e televisão, horário de no máximo sessenta minutos para a divulgação de fato relevantede interesse do Poder ou Poderes que representam.
Art. 2' Desde que haja prévia e expressaconcordância entre os três Poderes. em cadaparte do horário poderá ser adotado critériode distribuição diferente do definido no art.l' desta lei, permitindo-se, inclusive, a acumulação de tempo.
Art. 3' Esta lei entra em vigor na datade sua publicação e revogalP-se as disposiçõesem contrário.
Justificação
Este projeto de lei tem por objetivo contribuir para a democratização dos meios de comunicação em nosso País, estendeNdo à televisão o espaço político existente hoje nasemissoras de rádio e permitindo aos ci~adãos
° acompanhamento dos trabalhos dos Poderes da República. A inovação proposta, comrelação ao rádio, é a contemplação do PoderJudiciário.
Trata-se de uma adequação desse importante e massivo veículo de comunicação socialà moderna sociedade que a nova Constituiçãovisa a construir. .
Neste sentido, o projeto em questão se reveste da mais alta significação política, sem
250 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
discriminar ou privilegiar qualquer dos Poderes, contribuindo para uma efetiva participação popular. Portanto, acreditamos na sensibilidade de nossos parlamentares na suaacolhida.
Sala das Sessões, 19 de outubro de 1988.- José Genoíno, Vice-Líder do PT - Roberto Freire, Líder do PCB.
PROJETO DE LEIN' 4.432, DE 1989
(Do Sr. José Tavares)
Cria o Programa Diário do CongressoNacional para divulgação dos trabalhosdo Poder Legislativo na televisão e determina outras providências.
(Apense-se ao Projeto de Lei n' 1.091,de 1988.).
O Congresso Nacional decreta:Art. l' É criado o Programa Diário do
Congresso Nacional televisionado para divulgação dos trabalhos do Poder Legislativo.
Art. 2' As emissoras de televisão reservarão, gratuitamente, de segunda a sexta-feira, entre dezenove e vinte horas, dez minutospara a trasmissão dos programas de divulgação dos trabalhos legislativos, em cadeia nacional.
Parágrafo único. A programação, bemcomo sua geração e produção, ficarão ir cargoe sob a responsabilidade das Mesas da Câmara dos Deputados edo Senado Federal.
Art. 3' Resolução do Congresso Nacional disporá sobre a execução desta lei.
Art. 4' Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.
Art. 5' Revogam-se as disposições emcontrário.
Justificação
Os estudiosos sustentam que a força e oprestígio do Poder Legislativo variam na medida em que são divulgados os seus trabalhos.De nossa parte, acreditamos que essa divulgação há de ser sempre útil e oportuna.
Nas sociedades modernas, a comunicaçãodas atividades dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário constitui direito de cidadão e um dever do Estado. Ela estabeleceuma ponte de aproximação entre dirigentese dirigidos e, assim, retira os governados daangústia provocada pela desinformação.
O projeto propõe a criação de um horáriode segunda a sexta-feira, de dez minutos, paora divulgação dos fatos mais importantes relacionados com as nossas atividades, à semelhança do que se fez durante a Constituinte,com grande proveito para a Nação.
Os nossos meios de comunicação prestamrelevantes serviços ao Legislativo brasileiro,mas existem muitos assuntos que não são convenientemente focalizados nem pela mídiaeletrônica nem pela mídia impressa. Na verdade, são do interesse de segmentos especializados ou não da comunidade e-estão relacionados com a parte mais produtiva do Congresso Nacional.
Acrescente-se que, no momento e por faltade informação, o Congresso tem sido alvo'de críticas injustas, que o apontam como responsável por tudo quanto de negativo ocorreno País.
Sala das Sessões, 6 de dezembro de 1989.- Deputado José Tavares.
Errata
Republica-se por ter saído com incorreçõesno DCN de 26-9-89, página 10293, 3' coluna.
Na ementa, onde se lê:
PROJETO DE LEIN' 3.651, DE 1989
(Do Poder Executivo)
MENSAGEM N' 522/89
Leia-se: -PROJETO DE LEIN' 3.654, DE 1989
(Do Poder Executivo)
MENSAGEM N' 522/89
O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares) Finda a leitura do expediente, passa-se ao
IV - PEQUENO EXPEDIENTETem a palavra o Sr. Adylson Motta.
O SR. ADYLSON MOTTA (PDS - RS)- SI. Presidente, desejo registrar nos Anaisda Casa dois fatos que consternaram não sóa classe política, como a socidade em geral,no Rio Grande do Sul. Refiro-me ao falecimento de duas figuras ilustes de meu partido,o PDS; os ex-Deputados Roberto Cardonae Júlio Brunelli.
Roberto Cardona, falecido em janeiro último, foi Prefeito do Município de Montenegro, Deputado Estadual por duas legislaturas, Líder das bancadas da Arena e do PDS;Líder do Governo do Estado na AssembléiaLegislativa e figura de grande destaque nomovimento que culminou com a implantaçãodo terceiro pólo petroquímico do Rio Grandedo Sul.
Júlio Brunelli, falecido ontem, era políticode gande experiência pela militância desdea ditadura Vargas, à qual se opôs. Filiadoà UDN, depois à Arena e ao PDS, foi Deputado Estadual por cinco legislaturas, três dasquais como titular. Líder do setor ruralista,destacou-se nas lutas na área de produçãoleiteira. Foi membro da Comissão Executivado PDS; Presidente de cooperativa de produção de leite, fundador e titular da CORLAC,Companhia Rio-Grandense de Laticínios.
Creio fazer este registro de pesar em nomede todos os Deputados gaúchos, independentemente de partido, porque no Rio Grandedo Sul, ao lado dos acirrados debates políti·cos, sempre houve um consensual respeitopelos homens de bem.
o SR. NILSON GmSON (PMDB - PE.Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Srs. Deputados, temos acompanhadocom o maior interesse a luta dos dedicadose competentes servidores do Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas DNOCS, no sentido da valorização e fortale-·cimento daquele órgão.
Todos aqueles que já tiveram oportunidade de conhecer um pouco da realidade nordestina sabem da imensa importância do trabalho desenvolvido pelo DNOCS desde a suacriação, perenizando rios, fazendo açuda..gem, irrigação, perfurando poços, atuandoem situações de emergência, enfim, participando diuturnamente das lidas do povo sofri-do e perseverante do Nordeste. -
Não podemos, portanto, nos conformarcom o descaso com que o Governo Federalvem tratando esse órgão, negando-lhe recur·sos, aviltando os salários de seus servidorese impossibilitando o prosseguimento de obrasessenciais para a região.
Há muito se sabe que o problema da secano Nordeste tem solução técnica disponívelno Brasil, O que falta é a determinação eo compromisso políticos para levar a caboum projeto amplo e integrado, com recursosgarantidos e com seriedade na sua execução.
O povo nordestino, especialmente aquelesque habitam as regiões mais áridas e hostis,tem direito a éondições mínimas de trabalhoe sobrevivência, para que possa contribuircom a geração de riquezas, não se tornandoa região celeiro de miseráveis, como hojeocorre.
Queremos exportar alimentos e produtospara o rest,o do País, e não que sejam expulsosnossos conterrâneos de suas casas e terras,impelidos pela fome.
Para que isso ocorra, é necessário que seplaneje e trabalhe preventivamente, frustrando a famigerada "indústria da seca", que abresuas portas apenas quando a calamidade jáse instalou.
Estamos convictos de que o DNOCS continuará a prestar inestimáveis serviços para aconsecução desses objetivos, mas para tantoé necessário que o novo Governo cumpraas promessas feitas com relação ao Nordestee valorize a atuação desse e de outros órgãosde desenvolvimento regional fundamentaispara a região.
Finalmente, queremos asseverar, maisuma vez, nossa posição de firmes e inarredáveis participantes das lutas do povo nordestino, que contará sempre com nossa voz enosso total apoio.
o SR. OSVALDO BENDER (PDS - RS.Sem revisão do orador.) - SI. Presidente,Sr" e Srs. Deputados, no Rio Grande do Sulestá próxima a colheita de mais uma safrade soja - e não apenas no Rio Grande 40Sul, mas também no Paraná, em Santa Catarina e no Centro-Oeste do País, onde se planta muito este cereal.
Constatei uma grande preocupação porparte dos produtores, que na safra passadativeram grande prejuízo, e dizem até que aderam praticamente de presente, pois o preçoera muito ruim, principalmente por causa dadefasagem do cruzado em relação ao dólar.
SI. Presidente, Srs. Deputados, desde então essa situação não melhorou, pois a taxa
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cambial para a exportação continua comgrande defasagem. Há dois anos, o produtorde soja conseguia, com a venda de mil sacasde soja, comprar um trator novo. Hoje, eleprecisa vender cinco mil sacas do produtopara poder comprar o mesmo trator. Há doisanos, com uma saca de soja ele compravaduas sacas e meia de adubo. A situação, hoje,é inversa: ele pJ;ecisa de duas sacas e meiade sC!ja para comprar. uma de adubo. Nãoé possível que mais uma VeZ o produtor rural- o de sOja, priJ:lcipalmente - seja o grandeprejudicado.
E preciso que as autoridades responsáveisolhem para esse setor e promovam uma alteração cambial. Não sei seo atual Governoainda fará iss~, mas quero, pelo menos, dirigir apelo aos novos mandatários, que irãoassumir o governo em poucos dias, para quevenham ao encontro desse setor tão importante; o da soja, e principalmente ao encontrodos produtores, que não podem vender o produto a um preço aquém da realidade e quesequer paga os custos do plantio ou lhes dá.algum retorno para que tenham capital degiro" Nesse sentido, formulamos apelo às autoridades para que promovam uma alteraçãocambial de, no mínimo, 30%.
Também não é admissível que entre o dólaroficial e o paralelo exista uma d.iferença acimade 100%. Nas vizinhas repúblicas do Paraguaie do Uruguai, o preço da soja é mais doque o dobro daquele praticado no Brasil, justamente em virtude dessa taxa cambial, o quefavorece a exportação. Da forma como está,vai-se repetir o contrabando que ocorreu noano passado. Não é possível que o produtor,neste ano, mais uma vez venda sua soja porpreço irrisório, muito aquém daquilo de queele necessita.
O SR.' IVO VANDERLINDE (PMDB SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr,5 e Srs. Deputados, com muita alegria e honra retorno a esta Casa, após ficaronze meses dela afastado. Ocupei, durantenove meses e meio, o honroso cargo de Secretário de Agricultura do meu Estado. Foi umperíodo de experiência rica e gratificante, vivido intensamente, juntamente com os nossos agricultores e técnicos, durante o qualpude sentir mais de perto, no contato diretocom eles, as dificuldades e os desafios quecontinua enfrentando a nossa agricultura.
Volto a esta Casa retemperado, motivadopelo estímulo e apoio que recebi de nossosagricultores, mas também profundamentepreocupado, porque jamais o agricultor brasileiro enfrentou desafios tão grandes. Os instrumentos de apoio e estímulo à agriculturahá até bem pouco tempo existentes cessaram.O crédito rural é hoje quase que inexistente,não está presente para qualquer financiamento e é proibitivo para o custeio, diante doscustos financeiros cobrados. A própria política de preços mínimos, hoje atendendo deforma muito seletiva, não vem mais cumprindo adequadamente o seu papel. O Governofederal, único comprador do trigo, não pagaao produtor no momento adequado, dificultando ainda mais sua atividade.
Portanto, é preciso discutir, nesta Casa,com muita profundidade, a questão da agricultura em nosso País. O agricultor brasileiroestá perdendo a capacidade de continuar produzindo. Seu poder de troca cai assustadoramente, avilta-se a cada dia que passa. Se,nos últimos vinte anos, o agricultor brasileiroperdeu dez vezes o poder de troca do queproduz pelo que precisa comprar, neste último ano - só num ano ---, perdeu mais de50%.
É necessário. então, que a Lei Agrícola,que já passou por esta Casa e hoje está noSenàdo Federal, seja aprovada com urgência,e seus mecanismos e instrumentos, colocadosem prática. É preciso também que o Governoque está prestes a assumir o comando do Paístenha uma posição muito clara em relaçãoà política agrícola. Vamos salvar a nossa agricultura. O País não pode'matar a sua galinhados ovos de ouro.
Sr. Presidente, este é o primeiro registroque faço após retomar, cOm muita alegria,muita satisfação, a esta Casa, onde durantesete anos. juntamente com outros colegas,empunhei e defendi a bandeira dos nossosagricultores e da nossa agricultura.
Era o que tinha a dizer.
O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares) A Mesa aproveita a oportunidade para registrar o regozijo de V. Ex' pehretorno à Casa.
Este, que hoje está na Presidência, podetestemunhar sua competência, sua inteligência, seu espírito público, sempre demonstrados nas Comissões do Trabalho e da Saúde,Previdência e Assistência Social, onde trabalhamos juntos, bem como no plenário.
Portanto, é com grande satisfação que estaCasa recebe V. Ex" certa de que continuarácontando com sua valiosa contribuição.
DISCURSO DO SR. JOSÉ COSTAQUE, ENTREGUE À REVISÃO DOORADOR, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr,5e Srs. Deputados, diante de tantos acontecimentos gravíssimos verificados em nossoPaís, volto mais uma vez a esta tribuna paratratar de um assunto específico no Rio deJaneiro: a segurança pública.
No último final de semana, a estatísticapolicial registrou o aparecimento de setentacadáveres no Estado. Enquanto a populaçãovive na mais completa insegurança, enquantoas redes de hotéis e as empresas de turismoregistram queda acentuada no turismo do Riode Janeiro, o Governador do Estado faz campanha publicitária em que tenta impingir àpopulação a idéia de que o Governo tem assumido suas responsabilidades em relação à segurança pública.
Não sei a quem o Governador MoreiraFranco pretende enganar. Talvez. insen~ível
como é, entenda que uma .política vitoriosaconsiste em levar o pânico às comunidadescarentes, com operações policiais de grandevulto. Talvez entenda S. Ex' que o sucesso
da política de segurança pública seja a morte,em um ano, em ato de serviço ou em decorrência do serviço, de aproximadamente cempoliciais militares. Talvez o Sr. Moreira Fran.co entenda que o sucesso da sua política desegurança pública seja colocar no desesperoos policiais militares, os bombeiros militarese os policiais civis, todos com vencimentosaviltados. Talvez entenda ainda o Sr. MoreiraFranco que, na sua boa política de segurançapública, os vencimentos dos profissionais dasegurança pública devam ser aviltados, comíndices nunca antes verificados. Talvez entenda S. Ex' que segurança pública consiste emnão cumprir a Constituição, tanto a Federalcomo a Estadual. no concernente aos direitosque foram conquistados pelos profissionaisda segurança pública. Talvez entenda aindao Sr. Moreira Franco que boa política de segurança pública consiste em preservar na direção da Polícia Civil um homem' incompetente e arbitrário, como é o Dr. H~lioSabqia,que, além de não ter qualquer proposta paradar à Polícia Civil a sua verdadeira dimensão.ainda reprime os policiais civ:is que, ousamdenunciar e reivindicar melhores condiçõesde vida e de trabalho. Talvez entenda aindaque significa uma boa providência manter àfrente da Polícia Militar o Cel. Manuel Elísio,cidadão que, além de corrupto -;- e tO,do oRio de Janeiro sabe disso - é' incompetentee arbitrário, tem vinculações com o esquadrão da morte na Baixada Fluminense, áreaonde a população vive em pânico. o~d~ oscadáveres são desovados.
Mas a população do Rio de Janeiro, juntamente com os policiais da segurança pública,sabe que o Governo do Estado idealizou evem levando a cabo uma política repressiva,com o uso das corporações policiais comoverdadeiros esquadrões da morte, que levao luto também à família policial.
S. Ex' promove o confronto povo-polícia,reprime internamente os integrantes das corporações policiais, não aparelha a Polícianem o Corpo de Bombeiros. Por essas razões,venho à tribuna para concitar a Bancada doRio de Janeiro, os representantes do povocom assento no Congresso Nacional, a dara mais veemente manifestação de repúdio àpolítica de segurança públicil do Sr. MoreiraFranco. O povo do Rio de'Janeiro já deusua resposta - o Governador Moreira Franco é hoje rejeitado por ,quase 80% da população - mas é preciso que seus DeputadosFederais manifestem publicamente seu repúdio ao descalabro em que se encontra a segurança pública no Estado, em homenagem nãosó à sua população, mas, acima de tudo, àmaioria esmagadora dos profissionais de s~
gurança pública, que desejam ver sua instituição acreditada, porque também desejamprestar bons serviços à população.
O SR. ARNALDO MARTINS (PSDB RO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados. trago ao Plenário dois assuntos que, resumidamente:gostaria de deixar registrados nos Anais da Casa.
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o primeiro deles refere-se ao pagamentodos servidores do Estado de Rondônia. Coma criação do Estado, o Governo Federal ficou, como é do conhecimento dos Srs. Deputados, com a atribuição de pagar ao funcionalismo estadual até 1991, e o vem fazendomensalmente. O dinheiro, de fato, chega aRondônia, mas, dado o valor da taxa do over·night, os servidores só vão recebê-lo cercade dez dias depois.
Estamos encaminhando à Mesa da Casatelex a mim enviado pelo Delegado da Delegacia de Administração do Ministério da Fazenda, no Estado do Acre, em que nos informa dos repasses para o Governo do Estadode Rondônia, e podemos constatar os grandes atrasos com que a Secretaria da Fazendaefetua esse pagamento.
O segundo assunto, Sr. Presidente, talvezesteja atormentando vários Deputados. Trata-se de uma declaração do Presidente doTSE, o Ministro Francisco Rezek. Disse S.Ex' que estava desejoso de aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro e que, já nas eleiçõesde 3 de outubro, serão admitidos votos emtrânsito, mas somente em Município pertencente ao Estado em que o eleitor tenha oseu domicílio eleitoral.
Talvez o Ministro venha a argumentar que,nesta época inteiramente informatizada, comcomputadores e outros recursos, teremoscondições de detectar fraudes porventuraexistentes. Mas isso só poderá ocorrer depoisda apuração, quando será possível checar todos os eleitores do Estado. Com as distânciasentre os Municípios - cinco, dez quilômetros- é muito fácil fraudar uma eleição, poispode-se votar numa seção eleitoral de umMunicípio e seguir-se votando, descaradamente, em diversos outros.
Portanto, Sr. Presidente, é necessário queas Lideranças desta Casa se unam para evitarque, após a elaboração de uma Constituiçãoque tenta aperfeiçoar o sistema eleitoral, umaatitude impensada de alguém que não tenhavivido, como todos nós vivemos, os problemas eleitorais, possa tornar o processo inteiramente falho, como poderá acontecer se forpermitido o voto em trânsito no País.
TELEX A QUE SE REFERE OORADOR:
Sr. Deputado Federal Arnaldo MartinsCâmara dos Deputados - DFBrasília - DFTelex n9 1.558, de 8-2-90, informo V. Ex'valores, nOS ordens bancárias e datas repassesnumerários referentes desembolso com pessoal Estado de Rondônia, no período de julho/89 a janeiro/90 bipt julho/89 ob-846 valor-24.549.402,00 (vinte e quatro milhões, quinhentos e quarenta e nove mil, quatrocentose dois cruzados novos) data 31-7-89 ob 707(dif) valor-74.408,85 (setenta e quatro mil,quatrocentos e oito cruzados novos e oitentae cinco centavos) data 9-7-89 agosto/89ob-986 valor - 27.558.474,63 (vinte e setemilhões, quinhentos e cinqüenta e oito mil,quatrocentos e setenta e quatro cruzados novos e sessenta e três ceritavos) data 19-9-89,'
agostoJ89 (dif) ob-1003 valor - 2.490.960,37(dois milhões, quatrocentos e noventa mil,novecentos e sessenta cruzados novos e trintae sete centavos) data - 8-8-89 setcmbro/89ob-l045 valor - 37.015.898,00 (trinta e setemilhões, quinze mil, oitocentos e noventa eoito cruzados novos) data 29-9-89 outubro/89ob-1154 valor - 51.516.098,63 (cinqüenta eum milhões, quinhentos e dezesseis mil. noventa e oito cruzados novos e sessenta e trêscentavos) data 31-10-89 ob-1168 (dif.) valot- 3.963.332,37 (três milhões, novecentos esessenta e três mil, trezentos e trinta e doiscruzados novos e trinta e sete centavos) data8-11-89 novembro/89 ob-1345 valor 93.225.598,00 (noventa e três milhões, duzentos e vinte e cinco mil, quinhentos e noventa e oito cruzados novos) data 6-12-89 dezembro/89 ob-1360 valor - 62.259.087,00(sessenta e doi\milhóes, duzentos e cinqüenta e nove mil, Oitenta e sete cruzados novos)data 11-12-89 ob-1362 (di f.) valor 69.016.122,00 (sessenta e nove milhões, dezesseis mil, cento e vinte e dois cruzados novos) data 11-12-89 ob-1416 (dif.) valor 67.500.000,00 (sessenta e sete milhões e quinhentos mil cruzados novos) data 17-12-89dezembro/89 ob-14 valor - 231.856.484,00(duzentos e trinta e um milhões, oitocentose cinqüenta e seis mil, quatrocentos e oitentae quatro cruzados novos) data 4-1-90, janeiro/90 ob-53 valor - 340.524.000,00 (trezentos e quarenta milhões, quinhentos e vintee quatro mil cruzados novos) data 2-2-90ob-68 (dif) valor - 96.458.366.00 (noventae seis milhões, quatrocentos e cinqüenta eoito mil, trezentos e sessenta e seis cruzadosnovos) data 2-2-90 ob-69 (restos a pagar) vaIar - 96.114.629,59 (noventa e seis milhões,cento e quatorze mil, seiscentos e vinte e novecruzados novos e cinqüenta e nove centavos,data 2-2-90.Outrossim, informo que, até presente data,o cronograma para o exercício corrente aindanão foi elaborado pelo órgão central, em Brasília (Secretaria de Administração do Ministério da Fazenda).SDS Lauro Gedeão - Delegado da DAMF!AC.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ_Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, retorno às atividades parlamentares após um ano de intensaluta, onde participei ativamente do momentohistórico mais importante para o Brasil nosúltimos tempos: as eleições presidenciais.
Apesar do candidato do PT e da FrenteBrasil Popular, Luiz Inácio Lula da Silva,não ter alcançado a vitória esperada, podemos afirmar, com convicção que muito contribuímos - e disso me orgulho - para mudar o quadro político do País, contribuiçãoesta que resultou no elevado nível da discussão político-ideológica que se travou no campo eleitoral. Apesar do caráter despolitizadoda campanha adversária, o que de mais positivo pôde ser extraído dessa experiência foio debate político que envolveu toda a sociedade, que ganhou as ruas. Apenas a campa-
nha pelas eleições diretas em 84 foi capazde tamanha mobilização. E, para isso, voltoa repetir, muito contribuíram a militância eos simpatizantes da candidatura Lula, dandomais qualidade às discussões, elevando o nível de consciência da população.
Particularmente, o Partido dos Trabalhadores teve papel de destaque nesse enredo.A votação obtida por Lula (aproximadamente 38% dos votos, contra 42% obtido pelovencedor) consagrou definitivamente a trajetória de nosso partido_ O PT se consolidoudefinitivamente como a maior força de oposição hoje no País, credenciando o companheiro Lula como uma das maiores liderançaspolítica e popular. Devemos anotar tambémo saldo positivo destas eleições para a esquerda brasileira e para os movimentos populares,que estiveram unidos através da Frante BrasilPopular e do Movimento Pró-Lula na disputareal pelo poder. Para o PT, neste ano emque completa seu lO' aniversário, coloca-seo desafio maior de ser o condutor do atualprocesso político, credenciado que está pelaconsagração das urnas, representando umaalternativa concreta, na oposição, ao projetodas elites brasileiras.
É, pois, com o sentimento de vitória quefaço a avaliação das eleições de 89, esperandoque, à luz dos nossos erros, possamos colhermelhores resultados em 90.
Sr. Presidente, ao tempo em que faço estasconsiderações, constato que o Congresso Nacional retoma suas atividades num momentoparticularmente dramático da vida nacional.A ameaça de hiperintlação nunca esteve tãopresente. Os índices projetados para fevereiro (entre 70 e 80%) indicam novo recordenacional. O agravamento do processo inflacionário vai minando as possibilidades de semanter a situação econômica sob controle.O Governo Sarney, responsável pelos destinos da Nação, não pode continuar de braçoscruzados, nesta apatia que está afundandonossa economia. É sua obrigação usar todosos instrumentos disponíveis para impedir aelevação inflacionária até o último dia de seumandato.
É necessário um entendimento mínimo entre o atual Presidente e seu sucessor paraque seja evitado o colapso geral da economia.Mas o que observamos é exatamente o contrário: o Governo Sarney, praticamente acéfalo, mergulhado na sua própria omissão,acena com pedidos de socorro ao futuro superpresidente - entre aspas - que, por suavez, se nega a qualquer colaboração, numgesto tão impatriótico quanto irresponsável.Neste caso, o futuro Presidente aparece comocúmplice do caos econômico do País, umavez que aposta na tese do "quanto pior, melhor", pois, assumindo um governo em crise,qualquer medida que apresente, que melhoreesta situação, o tornará o mais novo "salva
.dor da pátria". Sua própria equipe acreditaque, quanto pior ~ crise no dia da posse,maior será a receptividade popular às medidas (amargas, diga-se logo) que o Presidenteadotará.
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Sr. Presidente, na verdade o futuro governante, ao invés de contribuir para acabar coma crise brasileira, tem contribuído para desorganizar ainda mais a vida nacional, jogandona incerteza a maioria do povo quanto aosdestinos da nossa economia. Seu discurso caracteriza-se pela mesma indefinição .políticaque foi sua marca registraua na campanhaeleitoral. Haja vista as entrevistas concedidas, em que seus pronunciamentos estão recheados de chavões eleitoreiros, de evasivase jogos de palavras para confundir e ludibriara opinião pública. Um exemplo é o ataqueàs elites - entre aspas - brasileiras. Comopode um autêntico representante dessa elitecriticar seus próprios companheiros? Realmente, tudo isso não passa de jogo de palavras, de críticás mornas dirigidas a quem, como ele, até hoje só soube beneficiar-se dassucessivas crises por que passa o País. Tantoisto é verdade que ontem mesmo o futuroPresidente anunciou para compor seu Ministério - o Ministério da Infra-estrutura um homem ligado a estas mesmas elites, oempresário Ozires Silva. É a própria elite,tão falsamente combatida por Collor, no poder. Os fatos e ações do futuro governo seencarregarão de comprovar nossas afirmações.
Sr. Presidente, durante a campanha eleitoral Collor se comportou como um mágico,seduzindo sua platéia pela expectativa de, derepente, retirar da cartola um coelho. Nestafase pré-posse, continua a encarnar a figurado mágico, do ilusionista, que. trabalhandoem segredo (escondendo seus planos para ogoverno), estará pronto a resolver, após 15de março, todos os problemas nacionais, atémesmo com golpes de caratê, se' for necessário.
É notório que a aplicação do programa degoverno do Presidente eleito irá exigir novossacrifícios para a classe trabalhadora em geral. Para contornar a impopularidade dessasmedidas torna-se necessário confundir a opinião pública através de falsas promessas, depropostas e idéias vagas, para criar a impressão de que haverá mudanças, de que o povobrasileiro pode esperar com tranqüilidadequalquer coisa do governo, que ele tudo vairesolver. Manter esta expectativa e a esperança generalizada é o objetivo da equipe"collorida". O fundamental é alimentar a expectativa do povo brasileiro para que, após15 de março, o mágico - entre aspas - Collor chegue com seus truques de salvação nacional e resolva tudo, sem ter, é claro, desubmeter-se ao exame de opinião pública.
De nossa parte estamos dispostos ao entendimento desde que a adoção de medidas governamentais beneficie de forma inequívocaos trabalhadores de modo geral. Mas é bomressaltar que não temos disposição para adotar a política do cheque em branco, tão emmoda nos partidos políticos que já se dispõeme apoiar incondicionalmente o futuro governo. Assumimos abertamente a oposição aoGoverno Collor por várias razões, que vãoda moral à ideologia. Nossa disposição está,isto sim, em fiscalizar suas ações e orll;anizar
a população contra as medidas impopularesque ele certamente adotará e que irão sacrificar mais uma vez a classe trabalhadora. Éesta a função de um partido político verdadeiramente comprometido com as lutas populares: compromisso com o povo e não comos poderosos.
Era o que tinha a dizer.
O SR. IBERÊ FERREIRA (PFL - RN.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente.aproveito esta oportunidade para registrarevento que está ocorrendo em Brasília, o qualconsidero da maior importância para a nossaeconomia. Trata-se do I Fórum de Turismo,promovido pelo Correio Braziliense e pelaAssociação Brasileira de Executivos de Marketing e Turismo - Abemtur. com o apoiodo Detur.
O objetivo deste Fórum, Sr. Presidente,é debater os problemas do setor e. ao final.elaborarem seus participantes um documentopara levarem ao novo presidente da República os planos desse setor.
Fazemos este registro por considerarmoslouvável o gesto do Correio Braziliense e daAssociação Brasileira de Executivos de Marketing e Turismo que, em vez de aguardarempassivamente os planos do nosso Governo,se adiantam discutindo os seus projetos e levando sua contribuição ao futuro presidenteda República.
Sabemos, Sr. Presidente, que o turismo é,hoje, um dos maiores negócios. Segundo pesquisa mundial, o turismo movimenta anualmente, \lO mundo, soma superior a dois trilhões de dólares, o que faria dele, se se tratasse de um país. o quarto produto internodo mundo.
Sr. Presidente. fazemos também este registro sobretudo porque o Brasil é um p~ís potencialmente rico e inexplorado no que dizrespeito ao turismo. Tenho certeza de quese for feito um bom trabalho nessa área. noNorte, Nordeste e em outras regiões, poderemos, com o bom desempenho desse setor,melhorar nossas condições de vida e diminuira miséria que assola a nossa região.
O SR. SÉRGIO SPADA (PMDB - PRoPronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em dezembro último,já estávamos em recesso parlamentar quandotranscorria o segundo aniversário do levanteárabe nos territórios ocupados por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A exemplo do movimento de resistência dos franceses à dominação nazista, a luta dos palestinostambém assume feições de guerrilha urbana,acossando permanentemente as forças invasoras de Israel dotadas de poderoso e moderno equipamento bélico. Desse confrontodesigual tem resultado a imolação de preciosas vidas, principalmente entre a juventudeárabe.
Mais conhecida por "intifada", a revoluçãolibertária da mocidade palestina tem repercutido entre os povos democráticos e amantesda paz de todo o mundo.
Com a reabertura dos trabalhos desta Casa, encontro a oportunidade de manifestar
minha solidariedade à causa sustentada heroicamente pelos palestinos no resgate de suamilenar pátria.
Além de produzir progressivos desgastesentre as tropas de ocupação, a "intifada" fezampliar os canais diplomáticos para o líderYasser Arafat junto às grandes potências,apesar do veto norte-americano à presençadeste na Assembléia Geral da ONU em NovaIorque. Hoje, o governo de Washington sente-se constrangido, perante o concerto. dasnações democráticas, em continuar apoiandoas ações belicistas de Israel.
Sou, Sr. Presidente e Srs. Deputados, dosque ainda acreditam ser possível a celebraçãode uma paz duradoura naqueles coni1agradosterritórios do Oriente Próximo, a partir doconvencimento das partes envolvidas quantoà inutilidade de uma guerra tão devastadoraprosseguir indefinidamente. Os dirigentes deIsrael, um estado criado sob o patrocínio daOrganização das Nações Unidas, em 1947,com o voto do Brasil através de decisiva atuação de Oswaldo Aranha, que precisam entender que a pátria restaurada pela ONU tinhapor precípuo fim reparar uma alegada injustiça sofrida ao longo dos tempos pelo povojudeu, mas nunca para estimular uma guerracom todas suas cruéis seqüelas. Estão aindabem vivas na lembra)1ça de todos as imagensestarrecedoras das chacinas perpetradas pelas forças israelenses nas aldeias de Deir Yassim, Chatila e Sabra, vitimando velhos, mulheres e crianças.
O mundo civilizadô - e aqui desejo referir-me aos países regidos pelo Estado de Direito - precisa envidar supremos esforçospara estabelecer o convívio harmônico entreos dois estados, o de Israel e o da Palestina,este último já reconhecido por mais de cemgovernos.
A Nação brasileira, tradicionalmente vocacionada para as soluções pacíficas dos conflitos entre países, irmana-se aos sentimentosvoltados para o restabelecimento da paz noOriente. Conosco vive uma densa e operosacomunidade árabe. arraigada aos nossos costumes e destinos, também a sofrer pela flagelação de seus irmãos na terra de seus ancestrais.
Faço apelo ao atual governo e também aoque a 15 de março próximo se instalará, paraque reconheçam o status de embaixada aoEscritório da OLP em Brasília e, ao mesmotempo, a legitimidade do novo Estado Palestino.
Outro assunto, Sr. Presidente: gostaria defazer um apelo à Mesa desta Casa e às lideranças partidárias de modo geral, para queapreciem o mais breve possível a Medida Provisória n° 130, baixada pelo presidente da República, no último dia 13. Tal medida visaa regulamentar a distribuição dos royalties,prevista na Lei n" 7.999, aprovada ainda nofinal do ano passado. Os municípios e estadosque têm assegurado o direito ao recebimentode royalties dependem apenas da aprovaçãodessa medida provisória, para que esse benefício chegue a eles.
254 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de -1990
o SR. PRESIDENTE (Edme Tavares) A Mesa levará em consideração o pedido eo apelo de V. Ex' em defesa de matéria detamanha importância.
o SR. ADROALDO STRECK (PSDB RS) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,em primeiro lugar, gostaria de fazer um registro, acompanhando meu nobre coestaduano,Deputado Adylson Motta, a propósito do falecimento de um dos mais extraordinários homens públicos do meu estado, o ex-DeputadoJúlio Brunelli. Embora nunca tenhamos estado juntos na política, sempre tive profundaadmiração pelos atos corretos que orientarama sua vida pública,
Por isso, registro desta tribuna o sentimento de pesar do povo do meu estado pela perdade um homem de tanta importância comofoi Júlio Brunelli.
Em segundo lugar, estamos vivendo ummomento que não compOlta análise profundasobre o Governo que começa a se instalar.Uma coisa é absolutamente certa: sem umados" de credibilidade, o futuro Governo nãoterá sucesso algum. Nesse sentido, entendoque algumas decisões do futuro Governo devam ser adotadas a partir de agora para queo mercado brasileiro possa tranqüilizar-se umpouco.
Dou-lhes exemplo do que ocorreu há trêsou quatro dias. No final da semana passada,a assessora econômica do 5r. Fernando Collor, Sr' Zélia Cardoso de Mello, declarou,no Rio de Janeiro, que tem dinheiro aplicadono over. Somente esse depoimento da Sr" Zélia Cardoso de Mello já foi suficiente parasegurar o dólar no câmbio negro, que, delá para cá, pouco subiu.
Seria importante para o País e para todosnós que o futuro Governo, a instalar-se apartir do dia 15 de março, começasse hojea traçar algumas linhas-mestras a respeito doque fará, dizendo, por exemplo, que unilateralmente acabar com a ciranda financeira doPaís, através de decreto ou de medida provisória, é absolutamente impossível. Está faltando esclarecimento da opinião pública brasileira sobre uma adequada pOlítica econômica para o País. Está faltando coragem paradizer que levamos anos e anos para chegarmos às condições de dificuldades em que nosencontramos, e que, também, um outro tempo levaremos até o momento de equalizarmosas finanças do País.
É preciso que todos tenhamos consciênciade que a melhoria do perfil da economia doPaís não vai acontecer por meio de medidasprovisóiias, ou de um ato unilateral do futuropresidente. Tudo é um processo que, dentrodo regime de mercado que o futuro Governoquer fortalecer, exige tempo. E isso não sefaz, como alguns estão pensando, do dia 15para o dia 16 de março.
Finalmente, 5r. Presidente, registro que,quanto mais o Governo que se vai instalardisser o que pretende fazer, tanto melhor para ele próprio. Isso fará com que o merçado,que já esteve muito nervoso, volte à tranqüi-
lidade e a acreditar em investimentos na atividade produtiva.
O SR. SALATIEL CARVALHO (PFLPE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, voltamos à tribuna para falar sobre tema exaustivamenteexplorado ao longo do ano que passou. Aoiniciarmos os trabalhos desta nova sessão legislativa, reprisamos o tema ligado à questãoenergética em nosso País, mais especificamente ao Nordeste brasileiro.
Queremos trazer ao conhecimento da Casae também da sociedade brasileira o encontroque tivemos com lideranças sindicais do setoreletricitário do Nordeste e com representantes dos sindicatos dos urbanitários, que congregam grande parte dos funcionários daCompanhia Hidrelétrica do São Francisco Chesf. No último qia 5, foi-nos apresentadoo quadro dramático por que passa essa companhia geradora de energia elétrica para oNordeste brasileiro.
Na verdade, Sr. Presidente. chamou-nosa atenção a situação de extrema gravidadeem que vive aquela companhia, outroraexemplo de estatal bem-sucedida, a qual dispõe de um quadro técnico do mais alto nível,reconhecido não só no Brasil, mas no mundointeiro. As lideranças dos trabalhad6res daChesf expuseram um quadro dos mais alarmantes: A empresa está não apenas com oseu futuro comprometido, mas inteiramentefalida. sem condições sequer de sobreviverno seu dia-a-dia, sem condições sequer derealizar o trabalho de manutenção que exigea operação de um sistema de transmissão deenergia elétrica, com linhas quilométricas,para levar energia aos grandes centros consumidores daquela região. A situação da Chesf,colocada de forma clara e objetiva pelos seusempregados, revela também um quadro detotal inadimplência, ou seja, ela está sem condições de cumprir com suas obrigações depagar a folha dos seus funcionários. O movimento grevista decorreu do fato de os empregados estarem com () recebimento dos seusvencimentos atrasados e também aproveitaram para denunciar que a empresa estavasem as mínimas condições de mahter o sistema.
Ora, Sr. Presidente, V. Ex" digno representante do Estado da Paraíba, um Estadoque também se insere na Região Nordeste,há de convir em que aqui, ao longo do anopassado, muitas e muitas vozes se levantaramem defesa de recursos para investimentos nosetor energético, apresentando razões sensatas, para que o Governo Federal se sensibilizasse com a situação. Há necessidade dedestinação de recursos para realização deobras no setor energético, especiàlmente naUsina Hidrelétrica de Xingó. Hoje, constatamos que a empresa responsável pela construção de Xingó não tem condições sequerde arcar com a responsabilidade da folha depagamento dos seus servidores.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, queremosalertar os integrantes ·da bancada nordestina
para a situação de extrema gravidade quehoje se abate sobre o setor energético .doNordeste, especialmente o estado lamentávelem que se encontra a Companhia Hidroelétrica do São Francisco. Chesf. Se a Chesfjá não tem, hoje, dinheiro sequer para cobrira sua folha de pagamento, imaginem paratocar as obras da mais alta importância, quedizem respeito a investimentos compulsórios.
O ~Tordeste já sofreu, no àno de 87, osrigores de um racionamento que nos deixoupesados prejuízos, penalizando ainda maisuma região que já sofre, histórica e tradicionalms:nte, a discriminação, pelo fato de sero Nordeste brasileiro. E não podemos de forma alguma, Sr. Presidente, admitir, como representante do Estado de Pernambuco e doNordeste, que à região continue destinadofuturo sombrio, incerto, pela totâl falta deação e de providências para que sejam sanados os problemas do setor energético.
Queremos, aqui, reiterar o apelo feito pelabancada nordestina e dizer, ao finalizar nossas palavras, que voltaremos a esta tribunainumeras vezes para alertar as autoridadespolíticas da região, os nossos Governadores,o novo Governo que se está instalando, porque hoje, Sr. Presidente, a iminência. do colapso energético já ê uma realidade vividapelo Nordeste brasileiro. De forma que estaremos usando esta tribuna como trincheira,e não cessaremos de fazer isto enquanto nãovirmos viabilizados os recursos que possameliminar esta perspectiva por demais sombriaque hoje se abate sobre a região Nordestebrasileira.
A SRAo DEPUTADA DIRCE TUTU QUADROS (PSDB - SP. Sem revisão da oradora)- Exm' Sr. Presidente, Sr"' e Srs. Deputados,em primeiro lugai', quero lembrar a V. Ex'e aos nobres colegas que sou fundadora doPSDB e continuo filiada a este partido commuito prazer e honra. Quando me dirigia aoPlenário, vindo do meu gabinete, quatro pessoas me perguntaram se havia deixado o partido. Gostada de fazê-lo: Pode ate ser queum dia faça isto. No entanto, neste momento,não há esta intenção. Tenhopelos riJ.;us com~panheiros de partidq o maior respeito, apesarde haver divergido deles alguma~ vezes, oque é uma prática democrática. Se alguémfez planos para a minha pessoa, irá decepcionar-se, porque os meus planos políticos façoeu mesma. Continuo "tucana", como semprefui.
Em segundo lugar, quero também dar como lido um artigo do Prof. Paulo Prata, médico humanitarista e benemérito, Presidentedo Conselho da Administração da FundaçãoPio XII de Barretos, no meu Estado, SãoPaulo. O Prof. Prata é responsável por umdos mais sérios e renomados hospitais decombate ao câncer, no interior de São Paulo.Trata-se de publicação de um Diádo, em suaedição de 15 de fevereiro, intitulado "A CriseMédico-Hospitalar", que realmente assola onOSI>O País. Neste artigo, descreve COm firmeza e objí;tividade vários ângulos do grave momento vivido por este imprescindível sêtor.
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Em um governo marcado pela corrupção,responsável pelo derrame de milhões de dólares em fantasias como a Ferrovia Norte-Sul,pela detonação de escândalos nos mais variados campos, pelo nepotismo e o favorecimento abusivo, foram poucos - se existem os hospitais construídos nos últimos 5 anos.As verbas destinadas à saúde foram decrescendo, com o aumento da mortalidade infantil e a redução no nível de vida do nossopovo. A saúde, no Brasil, infelizmente, estáabandonada. ,
Peço' a transcrição nos Anais da Câmarados Deputados do oportuno e con:wetenteartigo do Prof. Paulo Prata, fazendo votosde que sirva de alerta, de chamamento e deluz para o novo governo, a quem cabe a árduatarefa de prestigiar, ajudar e respeitar a saúdepública.
ARTIGO A QUE SE REFERE AORADORA:
A CRISE MÉDICO-HOSPITALAR
Ultimamente, avolumam-se, pela t~levisão
e imprensa, denúncias contra médicos e hospitais. O número é de tal ordem que impõemuma reflexão.
De modo geral podemos afirmar que existem somente duas maneiras de assistênciamédica: ou a utilizada nos Estados' Unidosou a da Inglaterra e países ~ocialistas-comunistas. Em outras palavras ou livre iniciativaou estatal. Na década de 60, inúmeros médiocos, em todo País, tentaram implantar segu·ros-saúde procurando, na maioria, modelosinspirados no sistema americaRo.
ElaboraII1,Os e participamos de um dessesplanos, na qualidade de Diretor-Supêrintendente da Sociedade Médico-Cirúrgica Barretos'S/A. Determinou-se, nos estatutos da SA, que qualquer dúvida ética fosse obrigatoriamente encaminhada ao CREMESP.
Com o plano aprovado pelos acionistas,em Assembléia Geral Extraordinária, reali'zada em 15 de abril de 1963, a Diretoria encaminhou a Ata ao referido Conselho. Q CREMESP respondeu com o Parecer nO i50 13/63 aprovado na 237' sessão, realizada em5 de junho de 1963. Este parecer foi exaradopelo Prof. Jairo Ramos. Lamenta-se que outros não tivessem a visão, o entendimento,enfim, a pré-cognição do ilustre Mestre quetanto dignificou a Medicina pauli,sta e relevantes serviços prestou à sua classe. Se istotivesse ocorrido, a implantação oficial do seguro-saúde, antes da unificiação da Previdência, teria alterado substancialmente a assistência médica no País.
Lançado em Barretos e região, o plano provocou acesa polêmica que se desdobrou atéo CREMESP. O resultado é que, em outubrodo mesmo ano, o Hospital recebeu contraparecer, através do ofício PP-C 622/63, revogando o anterior.
Procuramos o Prof. José Frederico Marques que em substancial análise contestou oCREMESP e da qual transcrevemos o seguinte trecho;
"Atualmente, a Medicina não pode ficarpresa a métodos já superados, em face deexigências de ordem técnica e financeira que,quando atendidas, tornam o seu exercíciobem mais efiêiente e completo". Faz vá~as
citações e assinala: "Como se vê, o planoaprovado na Sociedade Médica de Barretosestá dentro do que exige a evolução da Medicina na era atual".
Baseado neste parecer, o Hospital propôsação declaratória contra a decisão do CREMESP. Em 10 de junho de 1966 obtinha decisão favorável através de magistral sentençado Juiz da l' Vara da Fazenda Nacional, Dr.João Lenzi Fonseca: "Compreende-se'a atitude dos médicos integrantes do Conselhono discordar dos planos da autora: encarregados por lei de velar por todos os meiosa seu alcance para o perfeito desemp,enhoético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exercem legalmente (Lei n' 3.268, de 30 de setembro de1957, artigo 2') devem ser rigorosos no desempenho de sua missão. Por outro lado éforçoso reconhecer que o desenvolvimentoda Medicina, de um ritmo inaudito nos últimos anos, é capaz de causar certas perplexidades, no aplicado da Lei. Assim o Códigode Ética, do ano de 1953, foi elaborado quando seus autores tinham as vistas voltadas paraum panorama da atividade médica que começava a se ocultar na penumbra, provocadapor um novo mundo, que é ~a Medicina moderna. O custo de certos tratamentos, o equipamento necessário aos hospitais, tudo istocria problemas novos, não só de relação dosdoentes com os médicos, mas destes com asorganizações hospitalares". E, conclui ..."Em face do exposto, julgo procedente aação para declarar que os planos da autora,como vêm descritos no "Certificado Médico", de fls. 47, não infringem quaisquer regras do Código de Ética Médica, e para tornarsem efeito o parecer noticiado pelo ofício pp-.C 622/63, PC.150.13/63, de 16 de outubrode 1963, fotocopiado à fi. 15."
O Tribunal Federal de Recursos mantevea sentença, reconhecendo tratar-se de umaforma, embora rudimentar, de seguro-saúde.
No Governo Castello Branco temos os Decretos-Leis n'S 66/66 e 73/66. É elogiável notarque, mesmo nUll).a época política e econômicatumultuada, o Governo Federal preocupouse efetivamente com a Saúde. Em países desenvolvidos, isto não surpreende; na França,por exemplo, alguns meses apó~ o armistício,saindo da tragédia da 11 Guerra, em l' deoutubro de 1945, o General de Gaulle, indoalém de providências g;rais, unificava os Serviços de Câncer do país para melhor atendimento à população.
No Brasil, em 1984, esboçou-se algo parecido com a criação do Sistema Internacionaldo Controle do Câncer (SICC). Em 1987,o Ministério da Saúde lança um "ProgramaNacional de Controle do Câncer", que nosinduziu a entregar, no Ministério, em 24 dejulho de. 1988, protocolado sob n' 25.000, umprocesso solicitando auxílio para construção
do novo Hospital. Foi sumariamente arquivado. Enquanto isto, o Câncer continua dizimando a população brasileira sendo, segundodados oficiais, a 3' causa de morte no Brasile 2' no Estado de São Paulo.
Portanto médico, juristas, juízes, Tribunais e o Governo Federal anteviram a necéssidade de proporcionar formas de captação derecursos, além do Estado. Na área médicadestacamos no Jornal da A.M.B. - órgãoOficial da Associação Médica Brasileira Ano VI - 31 de agosto de 1964 - número195 - Seminário Conclui: Seguro-Saúde éUrgente.
O fato é que o Governo Federal legalizouo seguro-saúde, mas simultaneamente uniuos Institutos da Previdência, fazendo com queo INPS assumisse toda a assistência médicado País. Este, no seu gigantismo, debate se,ainda hoje, com fatores inerentes à assi,stência médica como a dificuldade de previsãofinanceira.
Chegamos (?!) à atual Constituição da qualconclui-se que: 1") a assistência médica é estendida a todos os brasileiros. 2') Prioridadepara ações preventivas. 3') Existência de recursos públicos para amalia e subvenção àsentidades filantrópicas com proibição do usodestes recursos para entidades de fins lucrativos.
É evidente que a rede de hospitais, conveniados com o Inamps-Suds, necessita se preparar para esta universalização de assistência.Destaque-se que, na área privada, algumasmoléstias crônicas não são cobertas pelo seguro-saúde, enquanto na estatal todas afec-ções terão que ser atendidas. '
Comprovou-se, no Hospital São Judas Tadeu, que os pacientes de baixa renda, comcâncer, recusavam-se terminantemente a irpara a Capital, sede, na época, do único H?spital especializado. Por esta razão optamospela instituição da Fundação Pio XII, dedi-,cada ao combate ao câncer. É desde maiode 1968, por determinação do Inamps, o único Hospital especializado desta região. Encontra-se outro em Jaú e os demais na Capital.
Durante anos estudamos a planta de ljmnovo Hospital, agora próprio, da Fundaçao.Sua ação será desenvolvida em termos de prevenção primária e equipado para prevençãosecundária. Ressalte-se que a prevenção émuito mais econômica para os cofres do Estado e muito mais eficiente do ponto de vistasocial, pela rápid,a recuperação dos pacientestratados com lesões iniciais.
Projeto pr9nto vem a questão. Como obterrec\lrsos? E quando se prova, lamentavelmente, que no Brasil não existe dinheiroacessível aos Hospitais.
Os bancos particulares são objetivos: nossamercadoria é dinheiro, precisamos vendê,lacom lucro e não dispensamos garantias. R~s:tam os bancos oficiais, o Finsocial 00 BancoNacional de Desenvolvimento, a FundaçãoBanco do Brasil e o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento So.cial da Caixa EconômiCaFederal.
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Os bancos oficiais gastam fortunas em propagandas sem que se saiba bem para q\lê,e não fazem a mínima concessão aos Hospitais, filantrópicas ou não.
O Finsocial (Fundo de Investimento Social) foi instituído para assistência em alimeptação, habitação popular, saúde, educaçãoe amparo ao pequeno agricultor. Pessoalmente, fizemos consulta ao BNDES: a princípio para capital de giro e, posterioqnertte,para auxílio na construção. Nossos pedidosforam negados, inclusive no BADESP.
A Fundação Bando do Brasil solicitou opreenchimento de planilhas para atividadescompletamente diferentes das de fins hospitalares dificultando o pedido, para, no fim, negá-lo.
Com o sugestivo título de Fundo de Apoioao Desenvolvimento Social - FAS - gerTêlopela Caixa Econômica Federal com recursosde renda líquida das loterias, a ele recbrreua Fundação através do Processo FAS n9
6937.7/86. Apesar da arrecadação semanaldas loterias fomos informado pelo Ofício177/89-P que o FAS não dispõe de recursos!
A burocracia do FAS é suportável apenaspelos municípios e Estados. Tanto é que púnico Hospital no Estado de São Paulo, inIciado recentemente com recursos do FAS,é o Incor lI, cujo contrato foi assinado 'peloGoverno do Estado de São Paulo. Todas assolicitações do FAS na Caixa Econômica'Federal visam à operação financeira sem nenhuma conotação social. Entretanto, Hospitaisque já utilizaram o FAS anos atrás o fizeramcom descontos na correção monetária.
Vários destes aspectos foram por nós denunciados pela imprensa e rádios da região.O resultado foi motivar a população atravésdos pecuaristas da cidade que assumiram einiciaram as obras do novo Hospital, sendoapoiados pon'odos os setores da iniciativaprivada. O esforço comunitário não exclui,entretanto, o am.mo Federal.
Esta união de iniciativa privada e Governotem sua expressão máxima naquele Hospita}que se destaca sobremaneira na Nação. Eum Hospital Universitário, mantido pelo EStado. Mas seu mecanismo financeiro é de entidade privada, exercido por uma Fundação.Esta última permite as providências específicas da livre iniciativa na captação de recursos. Desta forma, da união de recursos estatais e livre iniciativa resultou o Hospital paraonde vai, na sua especialidade, toda classedirigente deste País. Se considerarmos nossaextensão territorial e a indisc1.!tível capacidade da maioria de seus médicos em todas
. as regiões do País, é suficiente o fornecimentode recursos financeiros para que os Hospitaisde cada cidade brasileira atinjam alto padrãoassistencial.
Nenhuma atividade humana suporta, semconseqüências danosas, excesso de demanda,além de sua capacidade operacional. Superlotação em Hospital significa aumento de morbidade e mortalidade. Sem recursos acessíveis, o que a Constituinte propõe é uma trágica mistificação.
Fica, para a maioria dos Senhores Congressistas, uma certeza: Sua inércia não será incomodada por platéias vaiando das galerias nemmultidões em passeatas com faixas e insultos.Os prejudicados não reclamarão jamais...
Paulo Prata - Doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo. - Presidente do Conselhode Administração da Fundação Pio XII - Barretos-SP."
O SR. OCTÁVIO ELÍSIO (PSDB-MG.)-Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, estãohoje em Brasília três representantes da Associação de Aposentados e Pensionistas de Ouro Preto, Srs. Geraldo Coimbra, Moysés Pasçhoal e Edson Tossaneto,que representamaqui cerca de oito mil pensionistas e aposentados conterrâneos daquela cidade mineira.E vieram aqui com dois objetivos. Pretendiam participar, como previsto, de um atopúblico para pressionar na votação, pelo Senado, os projetos de lei de benefícios e custeio da Previdência. Foram frustrados peloatraso da aprovação dos referidos projetospela Câmara. Além disso, foram incumbidos,pela assembléia que fizeram do dia 16 último,de trazer ao Ministério da Previdência e Assistência Social algumas preocupações dospensionistas e aposentados de Ouro Preto,e que são, certamente, as dos aposentadose pensionistas de todo o Brasil. Em primeirolugar, a falta de informação e de condiçõesadequadas de atendimento para esclarecimento dos segurados da Previdência, impedindo-os de saber o que está acontecendocom seu direito e quando poderão, efetivamente, gozar os direitos que conquistaramna Constituição de 1988. Especialmente emOuro Preto, estas dificuldades são grandes,conforme hoje ao Dr. Mário Alves de Melo,do Ministério da Previdência e AssistênciaSocial, pela falta de instalações para o INPS,não apenas para a informação e todo o trabalho burocrático para atendimento dos aposentados e pensionistas, e agora, também,para o serviço médico. Além disso, tivemosa preocupação de levar ao Ministério da Previdência aquilo que hoje angustia número,significativo dos aposentados, que conquistaram, na Constituinte, o direito à atualizaçãodo seu benefício a partir de maio do ano passado, sete meses após a Constituição. Paravários deles esta atualização não foi feita.Estamos empenhados em procurar resolvercaso a caso, na Superintendência de Belo Horizonte.
Finalmente, gostaria de, neste momento,solicitar à Mesa da Câmara dos Deputadostodo o empenho no sentido de que, atravésda nomeação de relator, sejam rapidamenteexaminadas, na Comissão de Finanças, o Piano de Benefícios e Custeio da Previdência,para que sejam cumpridos os prazos constitucionais e desse modo os aposentados e pensionistas possam, o mais rápido possível, começar a ter acesso a todos os benefícios queconquistaram durante a Constituinte.
Muito obrigado.
o SR. VALMIR CAMPELO (PTB - DF.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Sr'" e Srs. Deputados, todo ato que possavir em prejuízo do mutuário do Sistema Financeiro da Habitação deve ser vetado. Peloque entedemos, a decisão do Ministério daFazenda, juntamente com o Banco Central,de reduzir de sessenta para trinta dias apóso reajuste salarial o tempo para o reajustedas prestações da casa própria é altamentelesivo aos milhões de mutuários que confiaram no Governo, acreditando na validade deum contrato assinado.
Estamos assistindo ao Governo mudar asregras do jogo em'pleno andamento, sempreem prejuízo do mutuário.
A decisão de só permitir que nem adquiriuimóvel até fevereiro de 86 possa quitar o imóvel pagando 50% do saldo devedor é umainjustiça. Afinal de contas, quem comproudepois de 86 confiou no Plano Cruzado. Ofato é que logo a seguir veio o Plano Verão,que tirou todas as vantagens conquistadascom o Plano Cruzado. Portanto, quem confiou foi enganado.
Se o SFH quer corrigir distorções, devedar chance a todos, pois se, de um lado, oSFH foi prejudicado pelos contratos anteriores a 86, os mutuários de após 86 foram prejudicados pelos Planos Bresser e Verão. Se oGoverno quer justiça, deve proceder dandojustiça.
Não vamos aceitar esta imposição atravésde mais uma medida provisória, sem fazerum estudo fiel.
A alteração do prazo de reajuste do Planode Equivalência Salarial além de sufocar omutuário, pode causar inadimplência, poisquem assinou contrato com reajuste no prazdde 60 dias está preparado para isto. A inflaçãoou desvalorização da moeda não é culpa domutuário. Se o SFH assinou os contratos como prazo de 60 dias é porque, na épàca, achavaque o plano era bom para ele. Não vamosaceitar passivamente mais este ato de violência contra o mutuário, priI}Cipalmente de umgoverno que não tem mais de 30 dias de mandato.
O SR. VIRGíLIO GUIMARÃES (PT MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, muito se tem faladoneste País sobre a ineficiência das empresasestatais. É notório, por exemplo, que o sistema ferroviário tem passado por grave criseao longo dos últimos anos. O que precisaser esclarecido é o problema das estatais oudos governos que as têm golpeado. As empresas estatais são, acima de tudo, seus funcíonários.
Recebi recentemente em meu gabinete arepresentação do Sindicato de Ferroviáriosde Juíz de Fora, que me trouxe dados estarrecedores, mostrando o porquê da crise do sistema ferroviário brasileiro. O Governo JoséSarney desmembrou a Regional do Nordesteem três, não por razão administrativa ou técnica, mas para atender o apetite político dadistribuição de cargos. Diga-se de passagem
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que uma dessas regionais se localiza em ·SãoLuiz do Maranhão. Transformou também emsuperintendência dois outros departamentos,acrescendo, portanto, de mais quatro novassuperintendências. Pretendeu, além disso',repassar para a superintendência de São Paulo 250 quilômetros de ferrovias, hoje vinculadas a Juíz de Fora, que já possui um centrode controle com todas as condições para geriresse meio de transporte, na bitola adequaGla,segundo parâmetros técnicos e com economiade recursos.
Por último, Sr. Presidente, trago dadosrealmente estarrecedores: a Rede Ferro'viá
.rio Federal tem um contrato de transportecom a MBR - Empresa Mineradora multinacional, que cobra apenas 6,36 dólares portonelada transportada, quando apenas o custo operacional é de 7,37 dólares, sem considerar os custos indiretos, inclusive de depre-ciação. .
Assim, Sr. Presidente, deixo registradoque as estatais brasileiras, principalmente aRede Ferroviária Federal, estão sendo golpeadas por esse desgoverno José Sarney. Porém várias dessas medidas serão revertidas,senão pela intenção de qualquer governo deproteger as estatais, como o Governo Collorde Mello, mas pela ação efetiva dos funcionários dessas empresas que têm defendidoo patrimônio público.
Muito obrigado.O SR. PAULO MARQUES (PFL - PE.
Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr." e Srs. Deputados, cinco anos deabandono transformaram o .sistema rodoviário federal num verdadeiro labirinto, em quea falta de segurança se alia ao descuido totalcom a pavimentação, desaparecidos os acostamentos, destruída a sinalização, representando, ao mesmo tempo, enorme prejuízopara a frota circulante e paralelo encarecimento para o transporte das mercadorias, cuja lentidão prejudica terrivelmente o abastecimento de mercadorias, tanto para os grandes centros consumidores quanto para os núcleos interioranos e rurais, carentes de insumos indispensáveis.
Sucedem-se os desastres fatais tanto nasgrandes rodovias do Sul do País, entre PortoAlegre e São Paulo, quanto na PresidenteDutra, entre o Rio de Janeiro e a capitalpaulista, ou a Anhangüera, a Pedro I e aWashington Luiz, no eixo Minas-São Paulo,sem falar na espinha dorsal do leste, a RioBahia, a mais antiga e eficiente ligação entreo Nordeste e o Sul do País.
O mal agora vem-se agravando pelo transporte de cargas tóxicas sem o necessário cuidado e o desvio acondicionamento, sem quehaja fiscalização de velocidade nos trechosmais conservados, os caminhoneiros rodandoquatrocentas horas por mês, quando são obrigados a rodar duzentos e vinte.
Sabe-se que a freqüência de desastres émaior à noite, sendo o melhor alvitre queno período noturno não se processe o escoamento de produtos tóxicos ou altamente poluentes, como certos fertilizantes, o metanol,
.o ácido nítrico e tantos outros, porque é mui-
to mais fácil providenciar, durante o dia, odeslocamento dos veículos danificados das estradas.
Enquanto o pedágio some para outras destinações, tomem-se ao menos providênciaspreventivas, para evitar o morticínio nas estradas.
Esperamos que o Presidente Fernando Collor de Mello, que esteve, em campanha presidencial, em vários trechos prejudicados darodovia federal e garantiu pessoalmente quedaria prioridade à recuperação da malha rodoviária federal, cumpra sua palavra. A malha rodoviária é hoje uma das causadoras degrandes prejuízos à economia brasileira, sobretudo porque não há como utilizar qualquer das rodovias no País.
Era o que tinha a dizer.O SR. SÓLON BORGES DOS REIS (PTB
- SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, S1'" e Srs. Deputados, quero insistircom o Governo de São Paulo para que resolvao quanto. antes· a situação do professoradopaulista, a fim de que se evite uma paralisaçãodo magistério naquele Estado, A paralisaçãué o último recurso, mas se o Governo continuar não atendendo às reivindicações do:ooprofessores, a única maneira deles conseguiram alguma coisa é parando suas atividades,como têm feito até agora: esta lição o professor terá de aprender.
Sr. Presidente, insisto no tema porque asituação do professorado é de. extrema dificuldade, e as negociações entre o Magistérioe o Governo do Estado devem ser aceleradas,no interesse público.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB MT. Sem revisão do orador.') ~ Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, comunico à Cãmara dos Deputados crime dos mais cruéis,ocorrido no Município de Matupá, Estadode Mato Gr.()sso. O Vereador do PFL, UgoFidélis Domini, nosso amigo, homem debem, grande líder comunitário, que lutavanaquela região há muito tempo, foi assassinado ontem às 16h, quando pretendia ir àCâmara de Vereadores entrar com pedidode impeacbmllnt contra o Prefeito municipal.Toda a cidade está traumatizado porque, naverdade, o assunto é de repercussão em nívellocal e regional. Antes de o Vereador entrarcom o pedido de impeacbment, misteriosamente, na sua chácara, levou quatro tiros nopeito, vindo a falecer imediatamente.
Mato Grosso está consternado, a população de Matupá da mesma forma. Por issotrazemos esta denúncia à Nação. E já pedimos, inclusive, providências ao Sr. Governador do Estado, à Secretaria de SegurançaPublica de Mato Grosso à Polícia Federale ao Ministro da Justiça. Queremos denunciar esse tipo de delito que hoje se cometeem Mato Grosso, principalmente por faltade segurança pública.
O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PDC- TO. Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presidente, Sr' e Srs. Deputados, a história grega conta a lenda de Erostrato, quepara conquistar fama destruiu, pelo fogo, o
templo de Diana, erigido na cidade de Éfeso,considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Condenado à morte e proscrito o seu nomeque não seria pronunciado por nenhum cidadão da velha Hélade, ninguém sabe, hoje,quem construiu aquela maravilha arquitetônica e ninguém esqueceu o nome de Erostrato.
Esta saga nos veio à lembrança diante dasituação calamitosa em que se encontra a Belém-Brasília, a famosa BR-153 - construídapelo gênio de estadista de' Juscelino Kubitschek, cujo nome perdurará na história - quevem sendo paulatinamente destruída pelosErostratos do último Governo, desviadas verbas menos urgentes e necessárias.
Notadamente no trecho Porangatu/Gurupi, do quilômetro 740 ao 950, a pavimentaçãoasfáltica se apresenta num estado desolador,praticamente destruída pelo uso, pelas intempéries, pela total e absoluta falta de cuidadose de recuperação.
Há enormes buracos, que além de estaremimpossibilitando o tráfego têm provocadoinúmeros acidentes, com enormes prejuízostambém para os Estados da região Norte doPaís e, de modo especial, para o Tocantins,que tem como principal via de acesso e deescoamento da sua produção aquela rodovia,indispensável para o intercâmbio com as demais regiões do País.
Fazemos veemente apelo ao Ministério dosTransportes, no sentido de providenciar a recuperação daquele trecho viário, de importância econômica vital.
Era o que tínhamos a dizer, SI. Presidente,Sr" e Srs. Deputados.
O SR. JOSÉ MENDONÇA (PMDB MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, solicito a V. Ex' quedetermine seja transcrito nos Anais desta Casa pronunciamento que fiz, referent~ a umseminário, realizado em Pompeu, Minas Gerais, no último dia 16, tratando da defesada bacia do Rio São Francisco e, principalmente, da suas cabeceiras.
PRONUNCIAMENTO A QUE SEREFERE O ORADOR:
"Sr. Presidente e Srs. Deputados, paraconstar dos Anais desta Casa, comunico aV. Ex' e a tqda a Nação que no dia 16 destese realizou em Pompeu, Minas Gerais, umSeminário Regional de Defesa e Desenvolvimento do São Francisco, dentro da campanha mineira, e, permita Deus, seja nacional,intitulada ."SOS São Francisco".
Com apoio da Prefeitura e Câmara Municipal, Imprensa Oficial, Cooperativa Agropecuária de Pompéu, Agropel, Emater e Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abaste.cimento de Minas Gerais, o evento teve grande repercussão regional, com palestras sobreo meio ambiente e um plano ambiental parao Alto e Médio São Francisco, e ainda sobrea "Importância das Unidades de Conservação para a Preservação dos Ecossistemas daBacia do São Francisco e "Desenvolvimento
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Auto-sustentável da Bacia do Rio São Francisco".
Presidente lá esteve o Senador Ronan Titoe alguns Parlamentares estaduais, e este Deputado Federal que faz esta comunicação.
O ponto alto do encontro foi a discussãosobre a oportunidade e conveniência de secriar a "Fundação Rio São Francisco" e adiscussão do projeto.de estatutos para a Fundação.
Após calorosos debates, foi aprovada acriação da Fundação, visando a defesa e odesenvolvimento do Rio São Francisco, a começar pelas nascentes e cabeceiras, que atéhoje só serviram para fornecer água para asregiões baixas do S. Chico e não recebemnenhum apoio governamental para proteçãoe desenvolvimento do Alto e do Médio SãoFrancisco. Todos os órgãos que existiram ouque existem relativos ao São Francisco, sócuidam, quando cuidam, do rio a partir dePirapora e jamais de suas cabeceiras, que estão sendo depredadas e começam a morrerde sede.
Esta campanha "SOS São Francisco", visaa proteger a cabeça, membros e tronco dovelho Chico, o Rio da Unidade Nacional,decantado por poetas e artistas, mas que estáprecisando mais de defensores do que de declamadores de suas estórias, lendas ou agruras.
Parabenizo os idealizadores desta campanha, já consagrada, "SOS São Francisco",cujo início se deu em Lagoa da Prata, em1989, na reunião da Associação do Alto eMédio S. Francisco, que congrega os Municípios ribeirinhos até Morada Nova de Minas.Hipoteco meu trabalho e minha solidariedade aos promotores desta patriótica e benfazeja campanha: "SOS São Francisco."
José Mendonça de Morais."O SR. GERALDO TLCKMiN FILHO
(PSDB - SP. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, mostra-senesta Casa o Presidente da ConfederaçãoBrasileira dos Aposentados e Pensionistas,Sr. Osvaldo Lourenço, acompanhado de representantes de várias federações de aposentados e pensionistas dos mais variados Estados do País.
As reivindicações dessas entidades, que representam aproximadamente 13 milhões deaposentados e pensionistas, são no sentidode apoiar o Projeto de Lei na 2.570, que estabelece o Plano de Benefícios e Custeio daPrevidência Social, já aprovado pela Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Câmara dos Deputados. Esse projetodeverá ser analisado nos próximos dias pelaComissão de Finanças e, finalmente, pelo Senado Federal, para então ir à sanção do Presidente da República.
Queremos aqui transmitir o nosso integralapoio à Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas e solicitar a esta Casaque, na medida do possível, com a maiorurgência, vote o Projeto de Lei na 2.570, fa.lendo justiça a milhões de aposentados e pensionistas em todo o País.
Muito obrigado.
O SR. FRANCISCO KÜSTER (PSDBSC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, S!'" e Srs. Deputados, assomamos àtribuna nesta tarde para registrar nosso repúdio à violência praticada contra os mineirosdo sul do meu Estado.
Estes, em um movimento paredista reivindicatório, foram vítimas da violência policial,oportunidade em que dois-deles foram baleados.
Enviamos telegrama o Governador do Estado, ao Secretário de Segurança Pública eao Comandante da Polícia Militar de SantaCatarina, exigindo resposta sobre se foi o Governador, o Secretário de Segurança, ou oComandante da Polícia Militar quem autorizou a repressão policial. Caso a respostaseja positiva, informar quais os fundamentosque o levaram a tão odienta medida; casoseja negativa, que explique quais' as providências que estão sendo adotadas para puniros responsáveis pela violência policial contraos trabalhadores paralisados num movimentoreivindicatório.
Sr. Presidente, o segundo registro que façoé que gostaria de ver aprovado o mais rapidamente possível o novo regime jurídico paraos servidores públicos, cujo estatuto já tramita nesta Casa. Há uma ânsia muito grandepor isso, uma vez que sabemos que 80% dosservidores públicos são regidos pela CLT,apenas 20% são estatutários e há opção peloregime estatutário. Portanto, urge que sejafacilitada a tramitação do novo estatuto dosservidores públicos. Com o objetivo de seraprovado o mais rapidamente possível o novoregime jurídico único para os servidores públicos.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN- SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, com satisfaçãon;cebemos cópia de ofício da ConfederaçãoBrasileira dos Aposentados e Pensionistas,órgão que representa 13 milhões de aposentados e que vem expressar a esta Casa e àComissão de Saúde e Segurídade Social felicitações pelo trabalho realizado em favor dasofrida classe de aposentados e pensionistas,ao mesmo tempo em que dirige apelo à Comissão para que continue a se empenhar junto aos membros do Congresso Nacional pelaaprovação final do Plano de benefícios, jáaprovado na Comissão de Saúde e Previdência Social, por mim presidida, naquele momento, com muita satisfação. Mesmo extrapauta, incluímos o Plano de Benefícios paraque fosse aprovado ainda em 1989.
Quanto ao Plano de Custeio, cuja aprovação tambem está sendo pedida neste ofício,informo aos membros da COBAP que essePlano também já foi aprovado na última sessão da Comissão de Saúde e Previdência Social, tendo sido Relator, naquela oportunidade, o Deputado Adhemar de Barros Filho,em substituição ao Deputado Antônio Britto,que estava acamado.
Há também um ofício ao Presidente doSenado, Senador Nelson Carneiro, no sentido de que a tramitação seja abreviada naquela Casa. Segundo o ofício, a aprovação da
entrega desses documentos ocorreu numa assembléia realizada no dia 28 de janeiro~ naBasílica de Nossa Senhora Aparecida, emApar~cida do Norte, onde também estávamos presentes.
Com muita satisfaçao e alegria registramosesses documentos da COBAP.
O SR. JOSÉ GUEDES (PSDB - Rü. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, durante todo séculoXIX e até meados do XX, o poder de umanação estava em razão direta da sua indústria,particularmente da sua indústria pesada.Quem tinha o melhor aço não apenas conquistava o mercado mundial, mas, sobretudo,fabricava os melhores canhões e as melhoresbelonaves. A Inglaterra Vitoriana é o melhorexemplo de tal fenômeno. Entretanto, o desenvolvimento tecnol6gico das últimas décadas modificou esta situação. Hoje em dia,não interessa às nações do assim chamadoPrimeiro Mundo manter certas indústrias pesadas altamente poluentes em seus territórios, de modo que elas, sem dificuldades, "exportam" para países pobres setores das'suaseconomias. Em nossa época, o poder de umasociedade concentra-se na sua capacidade degerar novas tecnologias e na manipulação deinformações. O conhecimento e a informaçãoé o binômio característico do mundo contemporâneo desenvolvido, sobretudo a partir darevolução organizacional implicada pelo advento do microcomputador, em 1977.
Evidentemente, novas tendências trazemnovos problemas. Se o conhecimento e a informação são condicionantes essenciais dopoder, numa sociedade democrática o controle deste último envolve o controle dos doisprimeiros. Não há democracia sem controledo poder pela sociedade. E não há tal controle, em especial, se os mecanismos de manipulação de informações forem imunes ante avontade do corpo social que os mantém, atra·vés dos impostos.
A questão que se coloca para qualquer sociedade democrática é uma conciliação difí·cil. De um lado, há o princípio te6rico dasujeição do poder ao corpo social. De outro,há o fato inegável de que certas informaçõescarecem de tratamento sigiloso. Um exemplogrotesto de violação de tal tese verificou-senos EE.UU., durante a Guerra da Secessão.Lá, os generais do Norte informavam-se sobre a estratégia dos seus adversários do Sulsimplesmente lendo os jornais sulistas. Nãohavia, no sul, sigilo de guerra, de modo queos procedimentos bélicos eram debatidos publicamente. O Sul foi derrotado!
Como conciliar controle democrático sobremecanismos de informação e, portanto, depoder, com o inevitável sigilo que deve cercarcertos conhecimentos? Como fazer isto nasociedade brasileira de hoje, recém-saída deuma longa experiência autoritária, onde osorgãos de inteligência, informação e segurança tiveram papel particularmente destacado?
Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, oprojeto de lei que ora solicitamos 'sej~ inserido no Diário ~o Congresso Nacional é uma.
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tentativa de resposta a estas difíceis indagações, diante das quais o Congresso Nacionalnão pode permanecer indiferente.
DOCUMENTO A QUE SE REFEREO ORADOR:
PROJETO DE LEIN' DE 20-2-1990
Dispõe sobre fiscalização das ativida·des de Inteligência Informação e Segu.rança e dá outras providências.
O Congresso NacionaÍ decreta:Art. 1" Cabe ao Congresso Nacional fis
calizar e controlar as atividades de Inteligência, Informação e Segurança, exercidas peloPoder Executivo Federal.
§ l' O Poder Executivo Federal encaminhará trimestralmente ao Congresso Nacional, um relatório sobre as atividades a quese refere o caput.
§ 2' Caberá a uma Comissão Mista Permanente composta por Senadores e Deputados Federais, examinar e emitir parecer sobre os relatórios.
§ 3' A Comissão Mista Permanenteapreciará os relatórios em caráter sigiloso,e terá sua formação e atuação estabelecidasna forma regimental.
Art. 2° Participação das reuniões da Comissão Mista Permanente:
I - Dois observadores indicados peloMinistério da Justiça e nomeados peloPresidente da República.
II - Dois observadores indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 3" Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.
Art. 4" Revogam-se as disposições emcontrário.
Justificação
A Existência de Organismos nacionais deInteligência, Informação e Segurança corresponde a uma necessidade reconhecida atémesmo pelos Estados que tem conhecido intensos aperfeiçoamento democráticos de suasinstituições.
Nota-se que a tendência dos Estados Democráticos Modernos, muito antes de abdicardaqueles recursos, consiste em procurar resolver os eventuais ou presumíveis conflitosentre as razões do Estado e os Direitos dosCidadãos. Neste sentido o meio mais indicado baseia-se no controle do exercício daatividade de Inteligência, Informação e Segurança pelo Poder Legislativo. Aliás este conceito não foge ao que estabelece a nossaConstituição em seu art. 49, item X:
. "Art. 49, É da competência excluSIva do Congresso Nacional:...................................- -.: .
Item X - Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;"
Em virtude do exposto e acolhendo anteprojeto de lei de autoria do Ex-Sup\. Deputado Federal, Sr. Samuel Sales Saraiva, apre-
sentamos projeto de-lei que submete a fiscalização e controle do Congresso Nacional asatividades mencionadas. Entendemos que amedida é oportuna. no momento em que oPaís passa por uma renovação Político-Institucional, buscando a consolidação dos princípios democráticos e que contribuirá significativamente para maior integração e harmoniaentre os Poderes da República.
Sala das Sessões, - JoséGuedes, Deputado Federal."
O SR. STÉLIO DIAS (PFL - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sr. Presidente e Srs.Deputados. deixando o Governo envolto numa crise econômica das maiores, o PresidenteSarney quer marcar seu período de governocomo o da transição política, das conquistasdemocráticas. da viabilidade das instituições.Este é o caminho da História pelo qual oPresidente Sarney quer enveredar.
Quer ser esquecido pelos equívocos econômicos, pelas travessuras administrativas e fixar-se perante o julgamento da História comoo estadista da transição democrática.
Julgá-lo agora é extremamente difícil e penoso. Analisá-lo, também, Julgar sua paciênc.ia, sua tolerância virtudes que o próprio PreSIdente quer que se destaquem, não sei sevale a pena.
Mas o Presidente tem mais responsabilidade perante a Nação nos trinta dias que restam do seu governo do que talvez nos cincodifíceis anos em que administrou este País.Isto, se ele quiser ser julgado como o estadistade transição democrática.
Os últimos trinta dias que restam do seugoverno devem ser administrados para nãose perder o esforço que fez para fixar a :.magem de estadista que ele faz questão de terperante a História. Durante seu governo, nãose fez outra coisa senão denunciar o te',Tívelprocesso inflacionário que acometeu, em toda sua fase de governo, a nação brasileira.Estes últimos dias poderão ser traumáticos.
A História não será generosa com o Presidente Sarney, se ele exarcebar nos 'últimosdias de seu governo os limites da virtude da!olerância que costuma dizer ser seu principalmstrumento de trabalho. E o pãnico não podeser tolerado.
O Presidente tem de administrar até seuúltimo momento, para que o novo governonão assuma com a nação em pânico. Ele sabe,como nós, que o processo hiperinflacionárionão levà só à desordem econômica: leva àdesordem social e corrói todo o processo psicosocial.
O próprio Presidente sabe do grau de dificuldades, de insatisfações da sociedade brasileira neste exato momento. E ele. o Presidente Sarney, deve evitar que o dia 15 demarço seja uma data mágica. Cabe a ele facilitar as medidas que tomará o próximo governo.
Tanto o governo que entra como o quesai têm um compromisso maior com a sociedade brasileira.
O SR. LUIZ LEAL (PDMB - MG, Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presiden-
te, Srs. Deputados, a cidade de Teófilo Otoni, sede da Mitra Diocesana, viveu nos dias17 e 18 deste mês momentos gloriosos, coma posse de Dom Waldemar Chaves de Araújo-Bispo Diocesano. Nós, habitantes da cidade, sentimo-nos incontidos de alegrias e esperanças fervorosas.
Trago, hoje, para os Anais desta Casa osdados biográficos de S. Ex' Revma.
Dom Waldemar Chaves de Araújo nasceuem Bom Despacho, Minas Gerais, em23-6-1934.
Oriundo de famI1ia humilde, fez o Semi·nário Menor em Dores do Indaiá e os Cursosde Filosofia e Teologia em Diamantina, tendo sido ordenado sacerdote em 1962, em suacidade natal.
Em meados de 1966, quando já exerciasuas atividades na Diocesse de Luz, comoDiretor Espiritual do Seminário e Coordenador Pastoral, viajou para a Bélgica. ondecursou Liturgia Pastoral, Sociologia e Psicologia na cidade de Bruges.
Voltando ao Brasil, assumiu novamenteatividades em Luz: como Cura da Catederal,Coordenador da Pastoral, Diretor da Faculdade de Ciências Humanas de Luz. Diretordas Obras das Vocações Sacerdotais e Párocode Lagoa da Prata,
Em 1978 foi agraciado como o título deMonsenhor.
No dia 7 de dezembro de 1989 recebeua notícia da sua nomeação para Bispo, deixando então a Reitoria do Seminário e a dire
, ção da Faculdade do Alto São Francisco, paraexercer sua atividade pastoral na Diocese deTeófilo Otoni.
A sua ordenação episcopal deu-se no dia3 de fevereiro de 1990, em Bom Despacho,Minas Gerais, tendo como presidente da cerimônia Dom Carlos Fumo, DD. NúncioApostólico.
O novo bispo aceita o chamado do Papae de Deus por obediência e não por merecimento. Sua vida sempre se pautou por nuncapedir nada, nunca exigir nada; apenas cumprir obediência ao Evangelho. O lema queescolheu foi Aportet Oboedire Deo.
Queremos, pois, em nome de todo o povode nossa região, aplaudir o convívio com S.Ex'. Revma. na certeza de que seremos conduzidos com firmeza e determinação para apalavra de Deus e para trilhar a fraterna ejusta convivência social.
O SR. FUJUADO LEITE (PFL - CE.Pronuncia o seguinte discurso.) - SI'. Presid.en.te, Sr'" .e.Srs. Deputados, a imprensa braSIleIra notICIOU lamentáveis acontecimentosenvolvendo a população faminta nordestinaem decorrência da falta de chuvas regulares:comentando invasões de flagelados em cidades do interior cearense, em busca de alimentos, notícias estas que muito preocuparama classe política daquele Estado. Como representa!1te ~o ~ea:á na Câmara dos Deputados, JamaIS fIcana omisso diante de atitudestão desesperadoras.
No Cariri, uma das áreas mais férteis doNordeste, duas cidades foram invadidas por
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levas de flagelados famintos, à procura- dealimentos. Em Várzea Alegre. dezenas deagricultores saquearam e retiraram todos osalimentos que estavam estocados no Postode Saúde e na Cooperativa Agrícola. Em brejo Santo. o fato só não se repetiu porquea Prefeitura tratou de dar minguados alimentos para os pais desesperados.
Não consideramos que esses homens e mulheres sejam desordeiros. ou estejam afrontando esse ou aquele Poder constituído.Acreditamos. sim. que sejam vítimas do desgoverno, do descontrole econômico. da faltade preparo das autoridades que governamo nosso Estado, em particular, e o País comoum todo. A verdade é que o quadro econômico que vemos hoje não dá mais para suportar.
O êxodo rural nunca foi tão intenso comoagora no interior do Ceará. Os jornais estampam, a todo momento, que os ônibus quesaem do Cariri, com destino a São Paulo eRondônia, estão sempre lotados. e que atéo final do mês não há vagas para aquelesque querem fugir da fome e da miséria absoluta.
Na falta de perspectivas de dias melhores.saquear depósitos de alimentos tornou-se aúnica opção de nossos irmãos flagelados. Nãonos sentimos autorizados a condenar tais atitudes; ao cflfitrário. sentimo-nos na obrigação de apoiar, como forma de chamar a atenção das autoridades para o problema e, também. para não permitirmos que crianças eadultos continuem morrendo à mingua.
Sentados em gabinetes luxuosas. com arcondicionado e todas as mordomias que amiséria do povo tem proporcionado, os atuaisgovernantes não conseguem mesmo imaginaro sofrimento dessa gente. Não podem imaginar o que é um filho pedir comida, dizer queestá faminto, e o pai nada poder fazer.
Ao invés de estarem sensíveis ao problema,as autoridades preferem mandar a polícia reprimir os saqueadores. Vejam só a que pontochegamos, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados!
Temos de acabar com este estado de coisa.Não adianta ficarmos falando bonito na tal"indústria da seca". pois no Nordeste nãoexite nada de "indústria da seca"; o que existemesmo é fome, é miséria. Milhares de crianças estão morrendo de desnutrição e vítimasde doenças que há muito deixaram de preocupar as autoridades sanitárias, nos grandescentros urbanos.
Pois bem, Sr. Presidente. Valemo-nos desta oportunidade para registrar nos Anais daCasa nosso mais veemente repúdio pelo queestá ocorrendo com agricultores do interiordo Ceará. Queremos também, neste momento, prestar nossa solidariedade às famílias queestão sofrendo todo tipo de privação. semter a quem recorrer.
Era o que tínhamos a dizer. Sr. Presidente.
o SR. GONZAGA PATRIOTA (PDT PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente. Sr" e SI' Deputados, o Jornalde Arcoverde, na sua última veiculação, teve
a feliz idéia de apontar, após pesquisa realizada na região, dez nomes que merecem destaque em 1989.
Advogados, comerciantes. desportistas.empresários, executivos. políticos, repórteres. secretários municipais, entre outros, quedemonstraram capacidade e desempenho nassuas atividades no decorrer do ano de 1989,foram considerados os destaques do ano pelosemanário Jornal de Arcoverde.
Desejo, nesta oportunidade. registar a minha alegria e contentamento pela feliz idéiado jornalista Enaldo Cândido, diretor do jornal. ao tempo em que levo aos homenageadosmeus votos de congratulações e o desejo deque o êxito continue dando à "Capital doSertão" e a Pernambuco como um todo, oorgulho pelo dinamismo do seu povo.
Pediria permissão a V. Ex', Sr. Presidente,para relacionar os homenageados: João Belarmino Filho. advogado e político, RobsonCristino Campos, comerciante; Clécio Pacifer Duarte, desportista; Nerivaldo MarquesCavalcanti, empresário: Marlene CordeiroLuna, diretora do Departamento Estadual deEducação - Dere; Erivaldo Monteiro, político; Marcelo Lafayette, Prefeito da minhacidade natal, Sertânia; Paulo Viana. repórtere político; Ivaníldo Fernandes, Secretário daPrefeitura Municipal de Arcoverde. que fezuma administração ímpar. ao lado do PrefeitoJulião Julú Guerra. e Célia Cardoso, Vereadora.
Requeiro a V. Ex' a transição nos Anaisdesta Casa Legislativa do curriculum de cadauma das pessoas homenageadas, constantedas páginas I, 3 do Jornal de Arcoverde.
Era este o registro que desejava fazer.
ARTIGO A QUE SE REFERE OORADOR:
DEZ NOMES QUE MERECEMDESTAQUE EM 1989
Jornal de Arcoverde31-12-89
Advogado
As arrancadas fulminantes do voluntariosocraque do Democrático foram uma marcaque permanece no homem que não teme obstáculos. Seu empenho corajoso nos lancesmais ríspidos que se pvssa imaginar denotavam a fibra de quem ainda se dedica porinteiro às causas que defende. Poucos imaginariam que aquele rapaz humilde viesse acolocar nb dedo o anel de doutor. Mas todostinham certeza de que, se colocasse, saberiahonrar a profissão. Formado, nunca seduziu-se pelo tilintar de certas moedas. Por estemotivo não amealhou riquezas materiais. Entretanto. construiu um patrimônio imenso dedecência, na conduta inatacável de quem nãomercadeja valores intocáveis. Pode ser queexistam (é"normal) outros profissionais maiscultos~u mais inteligentes do que ele, maishabilit~os ou mais bem sucedidos. Todavia,ninguém pode ser mais íntegro e honesto doque João Belarmino Filho.
Comerciante
Nesta categoria. não teria sentido que onosso juízo de valores, para investigar o volume dos negócios. o quantum dos faturamentos - tudo estaria resolvido..Preferimos considerar uma série de fatores diversos, na somaheterogênea de aspectos favoráveis e de5favoráveis. Não há porque destacar uma pessoaque mesmo à frente de um grande empreendimento, se enclausura e se distancia do progresso. Avaliamos com extrema simpatiaquem projeta a sua empresa projetando Arcoverde. É a publicidade bem dirigida emtodos os meios de comunicação; é o cuidadocom o visual das instalações; é o relaciona-_mento dinâmico e cordato com fornecedorese clientes. Aí estão pequenos detalhes, masde suma importância, para incluir jovens valores como Robson Cristino Campos na listados Destaques/89.
Desportista
Sendo a primeira vez que fazemos a escolhados Destaques do Ano. na categoria de desportista estamos homenageando uma atividade relevante. O desporto, de um modo geral, contribui de maneira decisiva para a projeção das comunidades onde é praticado como apoio do povo e das autoridades. No casoparticular do futebol tal projeção ganha contornos ainda mais definidos, por se tratar doesporte mais popular do país. Assim, na primeira edição dos Destaques é de toda justiçaressaltar o trabalho do Presidente da LigaDesportiva de Arcoverde, Clécio _PaciferDuarte. Conseguindo levar adiante um campeonato regional que congrega seis municípios, Clécio merece o respeito de todos pelaseriedade das suas atividades e pelo seu desprendimento à frente da LDA. Na realidade,ele vem procurando manter um relativo nívelde prestígio para a entidade que dirige e parao futebol arcoverdense.
Empresário
Filho de tradicional familia pedrense, Nerivaldo Marques Cavalc1;lnti, tem estreitas ligações com Arcoverde. E um homem da regiãoque, enveredando pelo caminho dos negócios, em setores variados, vem consolidaf\doum lugar de destaque. Arrojado nos seus empreendimentos, nunca se limita a horizontesacanhados. Muito pelo contrário. sempre introduz nas suas metas possibilidades viáveisde crescimento. Cogitado para disputar umacadeira na Assembléia Legislàtiva do Estado.se entrar na disputa certamente não será umconcorrente bisonho. tímido, vacilante, poiso normal é que mostre impetuosidade e garraem todas as suas iniciativas. Listá-lo comoo destaque do mundo empresarial do nossomunicípio, mesmo sabendo que ele está maisligado comercialmente a outras cidades, é umato de inequívoca justiça pelo reflexo do seutrabalho entre nós, com a pujança das suasempresas locais.
Executivo
Marlene Cordeiro Luna é titular de umcargo que exige qualificação acima do co-
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mum. Pois sobre exigir conhecimentos próprios da área de educação, a gerência do DERE depende muito (para ser bem sucedida)do trato diplomático de inúmeras questões.Há o peso indisfarçável dos entrechoques políticos, que precisam ser administrados commuita prudência e "jogo de cintura". Do contrário, vai surgindo contrariedades e reclamações em volume superior à média dos órgáossemelhantes, desaguando nos atritos insanáveis, que comprometem irremediavelmentequalquer gestão. ExaminamOS o desempenhode inúmeras pessoas, por observação própriae através de terceiros. Numa análise de próse contras, tanto na iniciativa privada quantono serviço público, na complexidade de cadaatribuição, optamos finalmente por Marlene,frizando-se que o respeito à imprensa escritae falada teve o seu peso específico.
Político
Na política, o acontecimento de maior relevância em 1989 foi a eleição presidencial. Porisso mesmo, em torno da disputa pela Presidência da República é que teríamos o motivopreponderante da nossa aferição nesta escolha do político do ano. Embora a vitória deLula ou de Collor em Arcoverde não representasse condição sin qua non para definirum nome, a diferença em favor do candidatodo PRN foi elemento de ponderação. Donode um estilo bem característico de fazer política, pois não é de reticências e nem de circunlóquios, Erivaldo Monteiro empenhou-se decorpo e alma em defesa da candidatura deFernando Collor de' Mello. Arregaçou asmangas desde o primeiro turno, ou antes,organizando as bases, definindo esquemas,formalizando apoios. Enfim, construindo osuporte indispensável para uma vitória categórica. Outros fraquejaram. Por tudo isso,Erivaldo foi sem dúvida o político do ano.
Prefeito
Entre as promessas das campanhas eleitorais e a dura realidade do exercício do mandato, que espantosa diferença. Procure-seaveriguar junto aos entusiasmados adeptosde inúmeros dos vitoriosos de 1988 quantosainda permanecem fiéis aos mesmos líderes,quantos ainda votariam nas mesmas figuras.O mais comum é uma enorme satisfação oumesmo um repúdio incontrolável. Devem sobrar por aí raras exceções. Uma delas é oPrefeito de Sertânia, Marcelo Gomes Lafayette, que recebe elogios até dos adversários. Encontrou uma situação bem difícil, sofre como os outros as restrições dum quadroeconômico caótico. O coeficiente do FPMdo seu município é baixo. Mesmo assim, avelha Alagoa de Baixo está sendo administrada eficientemente por um jovem compenetrado das suas responsabilidades, que agecom equihbrio e sensatez, vencendo as adversidades e sendo considerado o melhor prefeito da região
Repórter
Homem de rádio e de jornal, Paulo Gonçalves Viana é acima de tudo um grande re-
pórteI. Acompanhando de perto o dia-a-diada cidade, sabe onde encontrar a notícia. Sendo necessário, descobre o erro e faz a denúncia séria. Por isso, tem sido vítima de processos judiciais e tentativas de humilhação quesó têm engradecido. Observando-se o trabalho (?) de alguns dos nossos vereadores, ficapatente o equívoco, delegação popular dariaao bravo companheiro todas as condições deuma presença marcante na Casa James Pacheco onde, infelizmente figuras opacas deslustram os nosso foros de cidade politizada.Mas, embora com reduzido espaço de efetivaatuação', Paulinho vai em frente com destemor e com galhardia, na sua cruzada heróicade jovem valoroso. Sem dúvida, faz por ondemerecer o respeito dos homens de bem e aadmiração dos que acreditam na dignidadedas pessoas de caráter.
Secretário da PrefeituraPesquisamos um pouco mais para escolher
o melhor secretário da Prefeitura Municipalde Arcoverde. De um lado, por uma questãode respeito ao governo do qual temos divergido. Teríamos que fazer um trabalho se nãoincontestável, pelo menos tanto quanto possivel bem aceito. De outra parte, surgiram maisdois nomes de peso - Eivânia e I1k - obrigando-nos a largar o campo das consultas.Na ampliação da pesquisa, pouco a poucoo "eleito" foi ganhando força, terminandopor superar as duas concorrentes por um número de "votos" significativos. Entre outrosfatores de importância, influiam na definiçãoa cortesia no relacionamento, a seriedade dotrabalho e a constância nas decisões - aspectos pessoais. Institucionalmente, o nível deconfiança que a Secretaria de Finanças dáao governo, pagando em dia seus compromissos. Daí porque Ivanildo Fernandes daSilva foi o melhor secretário da PMA.
Vereador
Sem demérito para os demais integrantesda Casa James Pacheco, esta foi uma dasdefinições mais tranqüila da lista que organizamos. Tendo o cuidado de ouvir pessoasisentas, constatamos que Célia Cardoso esteve perto de obter uma consagradora unanimidade, embora tenha conseguido um percentual elevadíssimo. Na verdade. esta bravamulher de Arcorverde vem se constituindonuma das mais gratas supresas do LegislativoMunicipal. .Assídua, participante, interessada. tem cumprido com a maior dignidade possível e com o máximo de zelo a delegaçãoque lhe conferiu o eleitorado arcoverdense.Tendo em vista um desempenho assim tãoexpressivo, se mantiver o mesmo comportamento até o final do mandato terá uma reeleição tranqüila ou, quem sabe. poderá alçarvôos mais altos. Coragem, determinação etalento mío lhe faltam. Assim, deve crescerbastante nlo cenário político da Terra do Cardeal."
o SR. COSTA FERREIRA (PFL - MA.Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr'" e Sr>' Deputados, a Constituinte
do Estado do Maranhão, em boa oportunidade, para melhor administrabilidade do Estado, criou vários novos municípios. Dentreos muitos, eu gostaria de destacar a transformação do Povoado de Usina Joaquim Antônio, também conhecido como Central, emMunicípio desmembrado de Mirinzal.
Não tenho dúvidas de que a intenção dosConstituintes do meu Estado foi de importância fundamental, tanto do ponto de vistaeconômico quanto administrativo. Isto porque se aproveitará toda a matéria-prima domunicípio para transformá-Ia em produtos semi-acabados, propiciando ao Prefeito melhorabrangência na captação de recursos paraaplicar no desenvolvimento da camuna, comadequação às necessidades da população.através de obras de infra-estrutura e outrosbenefícios - escolas, estradas, saúde, etc.Tudo isso propiciará aos seus habitantes obem-estar que, somado aos fatores do trabalho, certamente expandirá a agricultura, apecuária e outras atividades que contribuirãopara o crescimento da renda per capita dopovo para a eliminação da mortalidade infantil, do analfabetismo, além de propiciar umadistribuição justa desta renda gerada no novomunicípio.
Por tudo isto, SI. Presidente, resta-me exprimir aos Constituintes maranhenses osmeus mais elevados votos de louvor por tãogrande visão em benefício do desenvolvimento do nosso Estado e, em especial, dos nossosmunicípios, tanto dos tradicionais como dosnovos.
O SR. MOISÉS AVELINO (PMDB - TO.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr Presidente, Sr" e Srs. Deputados, a intervençãodo Governador do Estado do Tocantins nosMunicípios de Araguaína, Ananás, Almas,São Valério e outros de não menor importância vem demonstrar, mais uma vez, a vocação ditatorial do Sr. Siqueira Campos, queconstruiu sua vida pública durante o regimemilitar, cortejando preferentemente os Ministros do Exército e, eventualmente, os generais, brigadeiros e almirantes que monopolizavam o poder.
Dizem que o vício do cachimbo deixa aboca torta.
Embora nesta Casa, durante a Constituinte, procurasse, como Deputado, travestir-sede liberal, escolhendo uma legenda de reconhecida tradição desde os idos de 1945, conseguindo ludibriar o eleitorado tocantinensee alçando-se ao poder, inaugurou, desde Ioga, uma organização sinecurista, convocando.a parentela e esquecendo-se de que fora, háalguns anos, um dos maiores críticos das oligarquias municipais.
"Põe-lhe o poder na mão e conhecerás ovilão" - já diziam nossos ancestrais portugueses.
Assumindo o Governo, o Sr. SiqueiraCampos passou desde logo, a desprestigiaras Câmaras Municipais e a própria comunidade, sempre encontrando razões políticasinsustentáveis para suas decisões estapafúrdias.
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o terror e a impunidade estão implantados. em nosso Estado. pelo Governador. comatitudes arbitrárias. ameaças às lideranças eaos funcionários que não se inclinam ao relhodo seu mandonismo.
Num ato de desespero. que configura umaseqüência de arbitrariedades. compraz-se emexpedir medidas ditatoriais. em total desrespeito ao povo tocantinense. que confiou emsuas promessas e agora amarga a presençade uma administração nefasta e violenta.
Era o que tínhamos a dizer. Sr. Presidente.
O SR. FRANCISCO AMARAL (PMDB-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) Sr.Presidente. Sr'" e Srs. Deputados, a segurança pública do meu Estado de São Paulo, aJustiça dos homens. a minha cidade de Campinas. sofreram uma perda irreparável coma morte de Cid Guimarães Leme. Todavia,o Brasil, os homens justos. os funcionárioseficientes. estes não o perderam de todo, porque vive em cada um o exemplo magnífico.dimimico, dado ao longo de toda a sua vidapor esse ser humano exemplar, por esse policiai excelente.
Cid Guimarães Leme. que galgou, por mérito inquestionável. um a um, toqos os degraus da carreira policial. quando DelegadoRegional de Campin~s contribuiu de formadecisiva para que a cidade, já com uma altíssima taxa de crescimento demográfico em decorrência de uma migração sem precedenteem sua história, pudesse Ir.ünter-se inscritaentre as cidades de melhor qualidade de vidado País.
Arauto do Direito, era servo da Lei, queexigia ver cumprida por todos.
Ser humano de sensibilidade aguçada. eraum defensor impetuoso e constante da ordemsocial.
À vasta cultura reunia um conhecimentoeclético que utilizava paJ'a proporcionar a eficiência que caracterizava sua vida profissional e. ao mesmo tempo, para compreender,em toda a sua inteireza, as questões existenciais que marcam a vida dos homens.
Ao respeito à letra da lei reunia uma argutacompreensão de seu espírito. Homem deação. era um doutor em hermenêutica.
Sr. Presidente. Srs. Deputados. nós, homens públicos. sabemos bem que. emboratodas as profissões sejam absolutamente respeitáveis. algumas são de exercício mais difícil. Algumas são também mais vulneráveisàs críticas constantes até dos que se beneficiem de seu exercício. Entre estas creio estarincluída. com destaque. a do policial.
Sentinela da ordem pública. é também objeto constante de observação da comunidadee. não raro. vítima de críticas improcedentesnascidas entre os que têm interesses contrariados pela Justiça. Ainda assim. Cid Guimarães Leme foi um homem que passou pelaminha Campinas e ao deixá-Ia definitivamente criou um vácuo. preenchido por enormee perene saudade.
Muito obrigado.
O SR. VICTOR FACCIONI (PDS - RS.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi-
dente. Sr'> e Srs. Deputados. a Bíblia nosensina que há tempo e hora para tudo Raralavrar a terra, tempo para semear. tempo para colher, tempo para chorar e tempo parasorrir, rezar...
O ensinamento bíblico se aplica tambémà política. O tempo e a hora do novo governoque se vai instalar em 15 de março são paramudanças fundamentais na vida política. econômica e social do País, pois este foi o compromisso do novo Presidente aclamado pelopovo nas urnas. Se esta é a vontade do povo,é também uma necessidade da Nação. Doseu êxito depende, pois, a própria sorte dopovo. da Nação. Espera-se, por isso mesmo.que haja apoio político suficiente para a concretização de tal desiderato. A falta de apoioe, pior, a oposição apenas pela contestaçãoeleitoral. dificultando a já difícil tarefa depromover as mudanças necessárias para repor em dia a ordem econômica e social, configuram uma atitude contra os interesses dopróprio povo. da Nação que aspira às mudanças. condição de sobrevivência para a maioriado próprio povo.. Foi decepcionante, por isso mesmo. vera Executiva Nacional do PMDB. tendo à suafrente Ulysses Guimarães, um dos pais daNova República e de todo o descalabro deseus governos estaduais, estar a decidir contra o futuro Governo. antes até de o mesmose instalar. É de indignar. igualmente, a idaa Porto Alegre do Vice. Valdir Pires. paraconchavar com o Governador Pedro Simon.ambos ex-Ministros do Plano Cruzado e doGoverno Sarney. que deixa para o seu sucessor a pior herança de dificuldade da históriada República. Não querem governar e nãoquerem deixar governar, pois são mestres noconchavo. Mas o conchavo. por si só, nãoleva a nada. ou leva. sim, à hiperinflação,ao desemprego. à recessão que já começou,à insatisfação dos triticultores gaúchos reclamando o pagamento da safra, ou da políciacivil em greve contra os baixos salários queimpedem um serviço melhor na segurançapública. a que todos têm diretto. Leva à faltade casas para morar milhões de brasileiros.drama que a Nova República só fez agravar.Leva ao achatamento salarial, aos desestímulo da produção. aos descaso da saúde eda educação. ao deterioramento da infra-estrutura material do País. como é o caso dadestruição gradativa e célere das rodovias,das telecomunicações. do setor energético,do saneamento básico e do meio ambiente.tudo piorando gravemente nos dias atuais,quanto à moral nacional que se esvai.
Seguramente. a decisão da Executiva Nacional do PMDB só pode ter soado mal. comomau exemplo para a opinião pública. que espera a união de todos os homens públicos,sejam de que partido forem. para a soluçãodos mais graves problemas do País. Um comando partidário derrotado nas urnas deviarenunciar. ao inves da arrogâncià da contestação prévia ao Governo que se vai instalar.e dar lugar a outros que pudessem melhorcompreender a agir diante das responsabilidades do presente e do futuro do País.
Afinal. o êxito do próximo Governo, que. se instala na undécima hora. ou seja. em cima
de uma verdadeira hecatombe nas finançase na economia nacional. interessa a todos.mas parece que alguns se dão ao luxo detorcer, desde logo. pelo malogro, como setal não viesse a prejudicar toda a Nação. Eo pior disso tudo é que tal procedimento parteexatamente daqueles que mais se beneficiaram das espertezas eleitoriais do Plano Cruzado. e de cujo desdobramento estamos todos a pagar uma conta sem fim. a mesmaque o Sr. Fernando Collor vai ter de gerira partir de 15 de março.
A hora é de união e não de contestação,pois sem união mais difícil, ou impossível até,vai ficar a tarefa de reconstruir o Brasil.
Venho. pois. a esta tribuna, no início dasatividades legislativas do ano, para conclamartodos os homens e mulheres de boa vontadedeste Parlamento e de todo o Brasil para umaunião diante da gravidade da crise que a Nação está a viver e para um crédito de confiança no futuro Presidente Fernando Collor deMello. em consonância. inclusive, com o crédito de confiança, que o próprio povo lhe deu.no voto direto e secreto das urnas, que oconsagrou como condutor máximo dos destinos do nosso País.
UBIRATAN AGUIAR - (PMDB- CE.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Sr" e Srs. Deputados. em recente visita que fiz à Serra de Guaramiranga, no Ceará,ouvi o reclamo da população ali residentesobre a falta de assitência aos produtores daregião. Ressentem-se eles da falta de créditonos bancos oficiais que lhes permita desenvolver a cultura de hortaliças e frutas. Reclamam da falta de estradas vicinais que ensejemo escoamento da produção. que em diversasocasiões se perde totalmente em face da impossibilidade do seu transporte. A energiaelétrica. outro fator de desenvolvimento, équase inexistente na zona rural, inviabilizando os programas de irrigação e a conservaçãodos produtos. máxime quando ficam os mesmos retidos por falta de meios para o seuescoamento.
A favorabilidade do clima e a beleza natural da serra mostram com clareza que o turismo é o caminho natural para promover odesenvolvimento daquela vasta e rica extensão do território cearense. Necessário se fazque o Poder Público monte a infra-estruturanecessária a fim de que os Municípios de Maranguape. Palmácia. Pacoti, Guramiranga,Mulungu, Aratuba e Capistrano, mercê desuas potencialidades. possam vislumbrar umnovo momento para seus filhos.
Com o objetivo de despertar as autoridadesfederais para o atendimento destas reivindicações é que se encontram em Brasília o Prefeito João Simplício do Nascimento e o VicePrefeito Franscisco Paulo Campos, do Município de Palmácia, trazendo um série de projetos que encaminharão para o necessárioexame e as providências dos diversos órgãosque integram a estrutura da administraçãofederal.
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Ao fazer este registro, formulo um apeloà Embratur, ao Ministério das Minas e Energia, ao Ministério da Agricultura, enfim, atodos os órgãos ligados diretamente aos assuntos aqui enfocados, no sentido de promoverem, em conjunto com os Municípios acimamencionados, um Plano Integrado de Desenvolvimento do Maciço de Baturité.
Era o que tinha a dizer.
O SR. ASSIS CANUTO (PL - RO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, SI"" e Srs. Deputados, ocupo esta tribunapara dar conhecimento à Casa e à Nação dasdificuldades vividas pela população do Município do Jiparaná, em Rondônia, impiedosamente castigada pelas enchentes dos riosJi·Paraná e Urupá.
Milhares de moradores foram desalojadosde suas moradias, o comércio sofreu perdasirreparáveis e a situação transformou aquelepujante Municíipio numa comuna de desabrigados e sofredores. Não fosse a ativa, prontae imediata ação da Prefeitura Municipal, dosclubes de serviço (Lions, Rotary, Maçonaria)e da Comissão Municipal de Defesa Civil,as coisas teriam sido bem piores!
O Prefeito Municipal, José de Abreu Bianco, decretou estado de calamidade públicae encaminhou relatório minucioso aos governos estadual e federal, solicitando apoio financeiro para reparar os prejuízos públicose auxiliar as pessoas atingidas a reiniciaremsuas atividades e continuarem a viver.
Mais uma vez, ficou registrada a solidariedade do povo de Ji-Paraná, que não mediuesforços e se colocou desde a primeira horadas dificuldades ao lado daqueles infortunados atingidos pela maior enchente havida naquela região.
Ao encerrar minhas palavras, quero apelaraos governos estadual e federal para que dispensem todo apoio possível à Prefeitura, afim de que possa minorar o sofrimento daquela população.
Voltarei ao assunto!
O SR. RENATO JOHNSSON (PRN - PRoPronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, entre as contribuiçõesdo Paraná à matriz energética brasileira, umase reveste da maior importância e significaçãoeconômica para o próprio Estado: a exploração das reservas de xisto betuminoso pelaPetrobrás. As reservas provadas de xisto doBrasil são imensas, alcançando 1,8 bilhõesde barris de óleo: somente no Paraná, naregião de São Mateus do Sul, a reserva estimada é superior a 500 milhões de barris deóleo.
Nas atividades com xisto a Petrobrás jáaplicou quase 500 milhões de dólares e conseguiu desenvolver uma tecnologia própria, devanguarda a nível mundial, encontrando-sehoje tecnicamente habilitada a dar aproveitamento ao nosso xisto. Em São Mateus doSul construiu e opera com ótimos indices,desde 1972, uma planta semicomercial, a Usina Protótipo do Irati, à qual estão acopladastambém pequenas plantas de pesquisa.
No entanto, a verdadeira consolidação tecnológica em escala comercial, que permitiráincorporar efetivamente às reservas energéticas do País o potencial di xisto, bem comoo ponto de equilíbrio econômico de todo oprojeto desenvolvido pela Petrobrás, somente serão alcançados com a conclusão de suaetapa mais avançada, o chamado Módulo Industrial de xisto.
Justamente esse Módulo Industrial, Sr.Presidente, está tendo sua construção paralisada pela Petrobrás, em face das dificuldadesfinanceiras conjunturais vividas por aquelaEstatal.
Todos os indicadores econômicos e sociaisligados ao projeto, no entanto, nos fazemdiscordar radicalmente desta paralização, aoatingir a obra uma execução física já de 85%,e após serem aplicados nela 69 milhões dedólares, de um custo total de 104 milhões.Interrompê-Ia significa deixar de oferecer aoPaís uma produção de 4.000 barris/dia deóleo, 100 ton/dia GLP, no valor anual 47 milhões de dólares, e igual economia de divisas,por se tratar de produtos todos ainda importados.
Nosso entendimento da absoluta inconveniência de paralisar esta obra - além do custo social da perda de mais de mil empregos- quando os recursos para completá-Ia equivalem a menos de um ano do valor da suaprodução, foi plenamente compartilhado poresta Casa, que aprovou, ao tratarmos do Orçamento das Estatais para 1990, emenda danossa autoria destinando-lhe recursos redistribuidos de outras obras da Petrobrás, novalor equivalente a 15 milhões de dólares.
Ressalte-se que para a conclusão das obrasdo Módulo Industrial de Xisto, são necessários 35 milhões de dólares. Destes 2,5 milhões se referem a equipamentos usados demineração a serem transferidos da CSN e deItaipú e que podem ser pagos por encontrode contas; 2,5 milhões referem-se a capitalde giro, totalizando 5 milhões que não geramdesembolso. Outros 5 milhões de dólares re:ferem-se obras que podem ser executadasapós o início da produção, quando já estarãosendo gerados recursos pelo próprio Projetoe 10 milhões serão financiados pelos clientesregionais dos produtos a serem gerados. Comos 15 milhões alocados por decisão desta Casa, temos completado o equacionamento finaceiro do Projeto. Resta, portanto, para suaefetiva conclusão, o ato de vontade, de decisão.
Ao enfatizar o acerto da decisão desta Casa, desejamos demonstrar a extrema importância de que se reveste o Projeto Xisto parao Estado do Paraná, especialmente para suaregião sul, a mais carente do Estado.
O Módulo Industrial de Xisto terá a característica fundamental de operar como pólogerador de riquezas e fomentador de desenvolvimento, por suprir de insumos energéticos outras indústrias que já se instalam naregião. É o caso da Incepa - Indústria Cerâmica Paraná, uma das grandes fabricantesbrasileiras de produtos cerâmicos, que iniciou
a construção de uma primeira fábrica juntoao Módulo Indústrial do Xisto, com um investimento inicial de 70 milhões de dólares; amesma Incepa pretende ainda construir futuramente mais duas grandes fábricas no local,desde que possa contar com o gás combustívelde xisto como insumo,o que elevará seus investimentos para o total de 190 milhões de,dólares. Apenas a sua primeira fábrica, jáem construção, gerará produtos no valor de96 milhões de dólares/ano, dos quais boa parte se destina ao mercado externo, contribuindo igualmente para o ingresso de divisas noPaís. O conjunto destes empreendimentosgerará progressivamente cerca de 4.000 empregos diretos.
Além das fábricas do ramo cerâmico, oBancode Desenvolvimento do Paraná - Badep e a Secretaria da Ciência e Tecnologiado Estado têm em estudos outros projetossatélites dependentes da conclusão do Módulo.
Assim, é todo desenvolvimento de umavasta área geográfica, composta por 12 municípios e reunindo uma população de 500 milpessoas, que se encontra hoje na dependênciade pronta retomada e conclusão do MóduloIndustrial de Xisto pela Petrobrás. Em função disto, e das definições orçamentárias játomadas no Congresso Nacional, estou oficiando ao Ministério das Minas e Energiapara solicitar a agilização de medidas paraliberação e aplicação dos recursos destinadosà conclusão desta obra, bem como a transferência dos equipamentos de mineração daCSN e de Itaipu para Petrobrás.
A SRA. RITA CAMATA (PMDB - ES.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi·dente, SI' e Srs. Deputados, a inflaçãao ea degradação dos sistemas de Ensino impedem o desenvolvimento da sociedade brasi·leira. Temos de solucionar e resolver tais proble~as com rapidez e competência.
E calamitosa a situação do ensino no brasil.No que co!1ceme ao Ensino de 1° e 2"Graus,o novo relatório da UNICEF divulga realidade assustadora: no quadro das 131 naçõesfiliadas à ONU, quanto à evasão escolar: Haiti, Iêmen, Chade, República Centro Africana, Banglasdesh e Birmânia.
O artigo 206, inciso I, da.Constituição dizcabe ao estado garantir a todos ·"igualdadede condições para o acesso e permanênciana Escola", a fim de que possam receber umaeducação que permita uma disputa justa eatuação responsável no mercado de trabalhoe o ingresso no 3° grau.
É sobejamente conhecido o resultado calamitoso do último vestibular. Os candidatosàs vagas existentes nas univeJ'Sidades federilise particulares apresentam niNei tão abaixoda média que somente 30% das vagas forampreenchidas. Isto em todo o Brasil.
É a degradação do ensino no Brasil. Omodelo se esgotou, o sistema faliu, principalmente porque: - o sistema de serviços públicos se degradou como um todo; como desenvolvimento econômico, a profissão de' professor perdeu o apelo social, os jóvens mais qua-
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lificados passaram a preferir outras atividades; - os salários dos professores foramprogressivamente aviltados, relegando a profissão a níveis subalternos; - as escolas públicas não foram, como ainda não são, submetidas â concorrência; - os sàláriso dos professores e de poessoal de administração independem da satisfação ou dos resultados dosalunos; - o controle da qualidade de ensinonas escolas publicas permanece praticamenteinexistente, quer pelo Poder Público, querpela comunidade. A sociedade passou a desacreditar da Escola Pública.
Reclamada por toda a sociedade, faz-se necessária, de fato, uma verdadeira revoluçãona educação, uma transformação que restruture de forma eficaz e moderna o ensino noBrasil. Torna-se urgente a elaboração e execução de projetos na area da educação. Éessencial e vital que a educação seja repensada, a realidade atual transformada com urgência. Que não se equipem novas escolasineficientes.
Deve-se convocar professores, técnicos emeducação e políticos, para, num processo deintereducação com a sociedade, lutar em afim de que nosso ensino não seja o desastreque é e que alcance pelo menos os padrõesde eficência necessári0~ para a formação deprofissionais competentes e a devida preparação para o ingresso no mercado de trabalho.
a nosso ensino exige mudanças já, trabalho imediato de todos nós para reformá-loem profundidade, quantitativa e qualitativamente.
Um dos grandes probelmas da adminisatração pública brasileira é a falta de continuidade, tanto na elaboração quanto na execução e manutenção de projetos. No caso doensino, que exige visão de longo prazo, essadescontinuidade é draconiana para a sociedade. O Brasil não avançara em termos reais,se não olhar de frente para o problema daeducação. Quem está cuidando disso? Atéagora, ao que parece, só temos projetos aserem apreciados, idéias geniais... soluçõesdefinitivas... mas a prática, onde está?! Infelizmente, nosso ensino tem muita diretriz epouca base. É o que se deduz ante o caráterbacharelesco e pretensioso das leis. A educação 'exige desburocratização, abordagempragmática e questões claríssimas - comoa necessidade de restaurar e generalizar oensino oficial de base. É urgente mudar essarealidade, fixar prazos e metas para que aeducação, o ensino no Brasil, cumpra seusfins. Não é justo que se multipliquem e seequipem centros escolares, em termos de recursos financeiros, técnicos e humanos, a perdurar tanta ineficiência.
A Constituição privilegia o Ensino Fundamental. O artigo 60 das Disposições Constitucionais Transitórias não só aloca generososrecursos, como determina que o Poder Público mobilize todos os setores organizados dasociedade, para, nos dez primeiros anos seguintes â promulgação da Carta, universalizar o Ensino. Também o artigo 212 deter-
mina os recurso a serem gastos com a Educação.
A Carta, repito, determina a universalização do ensino, destinando, para tal fim,recursos suficientes. A decisão política é imprescindível para a implantação imediata dosdireitos assegurados; portanto, o que estamosesperando? Vamos à luta. Mudanças-já. Avoz das urnas, na recente eleição do novoPresidente da República, ainda ressoa dizendo: "Queremos mudanças!" Temos o devefde interpretar o recado deixado nas urnas.
Como membro da Comissão de Educação,Cultura, Esporte e Turismo, sou testemunhado trabalho que estamos realizando, num esforço muito grande, em reuniões, audiênciaspúblicas com todas a Entidades ligadas à educação e também com membros da comunidade, sensíveis ao grave problema que estamos vivendo, para, juntos, encontrar a solução que venha ao encontro dos anseios e necessidades de todos, a fim de que o Brasilfigure entre os países em desenvolvimento,buscando o crescimento necessário para acabar com as discriminações e disparidades sérias, que penaliza o nosso povo.
o SR. MAURO MIRANDA (PMDB GO. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, quando esta Casa retoma suas atividades num exercício quese pressupõe extremamente rico de perspectivas, vejo, com justificadas reservas, que issoocorre numa conjuntura econômica, políticae social complexa e grave que preocupa profundamente todos os segmentos da sociedadebrasileira, esta mesma sociedade recém-saídade uma eleição que lhe proporcionou momentos de vibração democrática e de contacto com a liberdade plena.
Mas na verdade, Sr. Presidente, é de sereconhecer que, se, de um lado, a sociedadee a Nação como um todo deram uma liçãode maturidade e grandeza política, 'igualando-se aos países mais politizados do mundo,de outro assistimos aos partidos e suas basessaírem das últimas eleições profundamenteabalados, desatualizados e envelhecidos, como uma advertência a aconselhar uma revisão total e absoluta de suas estruturas, umreequacionamento de seus programas, desuas propostas, enfim, de toda a sua filosofiaestrutural e programática.
Tudo, afinal, parece sugerir mudanças imediatas e profundas. É o começo de uma década, a última do século XX, aquela que fech?o balanço de mais cem anos. O que se deveindagar agora é se estaríamos preparados para enfrentar os desafios dos próximos dezanos, quando teremos pela frente não apenasum governo de cinco anos, mas, sobretudo,uma nova visão do mundo, uma nova concepção política, social e econômica, por fim, umanova filosofia que deverá comandar as relações entre todos os países do mundo.
Com efeito, não é que o Brasil precise simplesmente mudar; deve mudar, porque omundo todo está mudando. Certamente, oPaís não poderá desconhecer as transformações quase inacreditáveis que vêm ocorrendo
no Leste Europeu, nem tampouco os seusdesdobramentos.
Embora tudo tenha começado na Polônia,passando pela Hungria, Tchecoslováquia,Romênia, movimentos esparsos na Iugoslávia, nada mais representativo dessas mudanças do que a queda do Muro de Berlim, seguida da possibilidade, já agora não muito remota, de reunificação das duas Alemanhas.
Para culminar todo esse processo, o mundo, feliz mas perplexo, toma conhecimentode mais uma abertura promovida pelo LíderMikhail Gorbachev, que, rompendo comuma estrutura arcaica de mais de setentaanos, "democratiza seu país", permitindo osurgimento de partidos de oposição e retirando assim o domínio do PC, que reinava desdea Revolução e que perde assim o monopóliodo poder na Rússia.
Como se vê, Sr. Presidente, esse movimento no Leste Europeu tem um sentido de revisão de velhas ideologias e a busca por saídasmais compatíveis com os anseios e desejosdos povos. E o Brasil tem de extrair daquelasmudanças, que ultrapassam em seu significado os limites regionais, as lições mais adequadas e aplicáveis nos seus problemas internos.
É um chamamento à reflexão e uma advertência no sentido de que as transformaçõesprofundas devem resultar sempre do amadurecimento das idéias e nunca das decisõespassionais.
Era o que me cabia dizer.
O SR. JOSÉ VIANA (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidene,Sr" e Srs. Deputados, o desajustamento climático mais uma vez está castigando algumasporções do território nacional: enquanto ointerior do Ceará sofre de desgastante e cruelestiagem, que atinge áreas produtivas do Estado, o Município rondoniense de Ji-Paranáencontra-se fustigado por intensas chuvas hámais de um mês.
Já foi declarado estado de calamidade pública na área, em decreto do Prefeito Joséde Abreu Bianco, e as autoridade da aeronáutica sediadas em Manaus têm enviado Vl'
Iiosíssima contribuição, sob a forma de helicópteros e pessoal especializado nesse tipode atendimento, podendo ser feita a remoçãode habitantes ilhados e a distribuição de gêneros alimentícios, medicamentos e agasalhosà população abrigada em locais ainda provisórios.
A enchente dos rios Machado e Urupá,bem como de inúmeros de seus igarapésafluentes, desmantelou a frágil estrutura urbana da cidade, fazendo sentir seus reflexos,também, sobre a área rural de Ji-Paraná.
E não são somente as lavouras que estãosendo destruídas: as estradas vicinais já foramcobertas, grande número de reses já morreudebaixo das águas, e o transbordamento defossas sépticas põe em risco a saúde da população atingida, que se encontra à mercê dotifo e das demais doenças que grassam emocasiões como esta.
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Ademais, uma tragédia de grandes proporções, algo que poderá isolar grande parte doEstado, está na iminência de ocorrer: a pontesobre o rio Machado, que corta Ji-Paranáem duas metí'ldes, apresenta enormes rachaduras, podendo ruir a qualquer momento,impedindo o tráfego de veículos para os seisprincipais Municípios do Estado, inclusivePorto Velho.
Tal advertência não foi feita por leigos,mas, sim, por um engenheiro do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem,o qual esteve, dia 17 último, vistoriando aobra, que apresenta um vão aproximado de260 metros, dos quais depende, com exclusividade, a ligação com a região norte do Estado.
As equipes da Coordenadoria da DefesaCivil, é claro,' já estão desenvolvendo suasatividades de socorro e prestação de auxílioaos necessitados, inclusive em um eficientetrabalho de integração com a Força AéreaBrasileira; a Polícia Militar vem realizandocampanhas de arrecadação de doações na Capital, obtendo agasalhos, medicamentos e víveres. Entretanto, dada a magnitude do problema, é preciso que o Governo federal, através de seus órgãos competentes, passe a participar como maior empenho, inclusive coma elaboração urgente de um plano de transportes que represente alternativa na hipótesede ocorrer o desabamento da ponte sobreQ rio Machado.
Sem essa participação dos órgãos federais,será ainda maior o sofrimento da populaçãode Rondônia, será ainda maior o prejuízoacarretado pelo colapso dos transportes, serão ainda maiores as dificuldades a seremenfrentadas por um Estado já apenado porseguidas intempéries.
o SR. MAURÍLIO FERREIRA LIMA(PMDB - PE. Pronuncia o seguinte discurso) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,a aposentadoria é a forma brasileira do "Inferno" de Dante. Quem se aposenta perdequalquer esperança de dignidade humana epassa a ocupar uma posição de subcidadania.Seus proventos são insiginificantes, seus direitos praticamente inexistem. O Plano deBenefícios eCusteio da Previdência Social,que garantiria as conquistas concedidas pelanova Constituição, corrigiria estas distorções,mas o futuro Ministro do Trabalho e da Previdência Social, Antônio Rogério Magri, jáprometeu que irá combatê-lo, alegando a falta de meios financeiros para implementar esteprograma.
Antes mesmo de assumir. o futuro Ministroacabou com a perspectiva de uma vida dignapara os aposentados, sem atentar para questões importantes, como o crescente custo devida e a especulação imobiliária, que sobea índices superiores aos da inflação.
Antônio Rogério Magri afirma que a receita previdenciária não suportará a indexaçãopelo salário mínimo e também descarta aatualização dos cálculos dos que se aposen
,taram após a promulgação da nova Constituição, extremamente prejudicados pelos cri-
térios adotados então. Precisamos alertar ofuturo Ministro de que a Previdência Socialnão tem dinheiro porque a evasão fiscal termina por erodir as receitas que lhe são devidas. .
Poucas prefeituras recolhem ao lAPAS ascontribuições descontadas nas folhas de pagamentos de seus funcinários. O mesmo pode,ser dito de quase a totalidade das repartiçõespúblicas das esferas estadual e federal. Comose não bastasse, existe grande número de empresários que agem da mesma forma, apropriando-se indevidamente de recursos, o quetermina por onerar e inviabilizar a Previdência Social.
Como bom lutador de judô, o Sr. AntônioRogério Magri deveria derrubar os que sonegam os recursos que, por direito, pertencemà Previdência antes de penalizar os aposentados. Se ele decidir pela conivência com aapropriação indébita de recursos que são dostrabalhadores, ainda resta a alternativa demelhor administração do imenso patrimônioimobiliário em mãos da Previdência Social.Só depois de esgotados estes recursos o futuroMinistro da Previdência poderá falar de faltade meios financeiros para a implementaçãodo Plano de Benefícios e Custeio da Previdência Social. Até lá peço que não tirem asesperanças de milhões de aposentados quevivem com dificuldades e quase sem dignidade.
O SR. ISMAEL WANDERLEY (PTRRN. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI.Presidente, Sr' e Sres. Deputados. O Brasilesperou muitos anos para viver sob a égidede uma Constituição democrática, e 29 anospara eleger um Presidente. Essa opção brasileira pela democracia, com liberdade políticae econômica, é uma conquista irreversível denossa gente. Apesar de tudo, o quadro socialnão é animador.
Nosso país atravessa, porém, uma etapadefinitiva de sua História: a passagem de umasociedade secularmente paternalista, em quetudo se esperava do governo, para uma quemadurece e descobre que poderá crescer desde que esteja racionalmente organizada edesde que a força de seu trabalho seja valorizada.
Os anos 80 foram marcados pela estagnação da economia e pelo visível empobrecimento do povo brasileiro. A isto soma-se umaenorme dívida social que afronta nossas consciências.
O oportunismo, a corrupção, a impunidadee a falta de patriotismo de uma minoria privilegiada conduziram o País a uma crise quevai além da financeira e da moral. Vivemosa crise da esperança. Nosso povo perdeu afé nos homens públicos é nas instituições.
O avolumamento de nossa dívida externa,a estagnação da economia, a desmedida ecovarde concentração de riquezes em contraposição à absoluta miséria da grande maioriada nação brasileira levaram nossa gente a perder muito de sua auto-estima, de sua crençano Brasil. Do brasileiro costuma-se dizer tratar-se de um povo pacífico e confiante. Masnão há como negar que essa sucessão de acon-
tecimentos envolvendo a malversação dos rêcursos públicos produziu uma indignação silenciosa que talvez seja mais grave e preocupante do que manifestos de rua observadosem outras sociedades e, com menor intensidade, aqui dentro.
Cremos que para responder ao desafio deuma mudança precisamos dedicar todo o nosso esforço e nossa atenção a esses problemasestruturalmente enraizados na sociedade brasileira. E esse caminho passa necessariamente pelo melhor aproveitamento e valorizaçãode nossos recurso humanos, pelo fortalecimento de nossa cultura através da educaçãobásica, da pesquisa, da especialização técnica. A valorização do trabalho precisará seralcançada e defendida, entendidos o trabalhoe o capital como os agentes do progresso econômico e social, e encarado o homem comoo objeto final da atividade econômica.
Precisamos impedir que os próximos anossejam mais um tempo perdido para a economia brasileira e que os sacrifícos a que estãosendo submetido nossos cidadãos se sejamem vão. Para tanto, temos o direito e, maisque tudo, o dever de cobrar as medidas deausteridades que se fazem necessárias paragarantir o equilíbrio e a respeitabilidade dasfinanças públicas.
E nenhum momento pode ser mais propício do que este, quando se anuncia a sucessãopresidencial através de uma escolha legitimada pela decisão do povo. Apesar da enorme crise que o País atravessa, não é este,de jeito algum, o mom~nto de esmorecer edesanimar. Vamos retomar essa bandeira nãoapenas com palavras, mas com ações concretas, apoiando aqueles que se mostram dispostos a combater as mazelas de nossa sociedade,ainda que isso implique em conseqüênciaspessoais. Busquemos a justiça para exigir apunição dos culpados e o ressarcimento aoErário público, saudando com entusiasmo ogoverno Collor de Mello e desejando-lhe decoração e espírito abertos, boa sorte.
Nós, povo e dirigentes, somos passageiros,mas a Pátria, esta permanente. Registrounosso jurista Rui Barbosa:
"Ela não é de ninguém, são todos ecada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação, Apátria não é um sistema, nem um monopólio, nem uma forma de governo. Éo céú, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei,da língua e da liberdade... "
E é isso, meus amigos, que o Brasil quer.Esse Brasil de mais de 140 milhões de cidadãos, lutando por dis melhjores, e que, porisso mesmo, em sua maioria escolheu entreos candidatos exatamente aquele que, porsua capacitação, postura, entusiasmo, juventude, coragem e experiência, se identificoucom a grande massa brasileira, mostrando-seaberto às novas exigências sociais, a todasas correntes, sem PFeconceitos.
A sucessão presidencial é o principal evento a sinalizar as mudanças que por certo in-
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f1uenciarão os rumos de nosso desenvolvimento.
Caminhemos juntos para a reconstruçãoda paz social e o progresso humano da comunidade nacional.
Se esta união vingar, se esses novos ventospossíveis e tão ansiados soprarem e se materializem no bem comum, o Brasil viverá então,sensacional experiência nesta que é últimadécada do século!
Era o que tinha a registrar.
o SR. ANTÔNIO SALIM CURIATI (PDS- SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, cumpre renovar,nesta tribuna, determinadas críticas, já bastante conhecidas, a respeito do sistema público de saúde.
Constitui fato notório a precaridade doatendimento oferecido pelos hospitais do Paísà população, pesando sobre estes serviços aincompetência, a falta de gerenciamento efetivo, o descaso, a corrupção, o empreguismoetc. Todavia, como agravante deste quadro,vem-se acentuando a influência de distorções, evidentemente relacionadas ao SUDS(Sistema Unificado e Descentralizado deSaúde).
Hoje, hospitais, casas de saúde e santascasas vivem uma situação dramática em razãodo atraso e do não-recebimento dos pagamentos devidos pelo SUDS, bem como peloInamps (Instituto Nacional de AssistênciaMédica da Previdência Social). Além das baixas quantias pagas pelos serviços prestados,uma grave celeuma tem sido gerada pelasinjustificáveis retenções de valores. Assimsendo, durante este ano muitas instituiçõesse desligaram desse sistema, provocandograndes prejuízos, afinal, para a saúde pública, ou melhor, para a própria população.
Chamo, pois, a atenção das autoridadesgovernamentais para a extrema gravidade dasituação. Em suma, objetiva-se o atendimento urgente de legítimas reivindicações relativas ao estado de insuficiência em que hojese encontra a área de saúde no Brasil, afetando principalmente as populações carentes.
A rigor, existe um profundo contra-sensoentre a proposta de estatização do setor desaúde e a falta crônica de recursos para orespectivofinanci'fmento, a ponto de já seter tornado comum o descumprimento daspromessas do Presidente da República e doMinistro da Previdência Social junto à Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde, à Fedetação Brasileira deHospitais e, principalmente, à sociedade.
Ao contrário, é preciso preservar o interesse público e zelar pela qualidade da assistência médica. Enfim, a saúde, como direitode todos e dever do Estado, constitui assuntoda máxima relevância e merece o aporte derecursos em volume plenamente satisfatório.Em-outras palavras, não se pode admitir queo Estado deixe de cumprir o papel prioritárioque lhe confere a Constituição, nela pr~ven
do-se também a responsabilidade sobre o financiamento correspondente.
Ao reconhecer essa autêntica prioridadeda vida nacional e salvaguardá-Ia com as medidas, critérios e princípios adequados, o legislador pretendeu, então, evitar o presentequadro, onde a saúde pública vive momentosdramáticos e aponta para a necessidade deprovidências imediatas contra o seu colapsodefinitivo.
No entanto, em que pese a eventual inobservância daquele espírito consagrado npstermos da lei, apela-se já para um mínimode sensibilidade por parte do Governo emrelação aos sérios problemas enfrentados pelo setor de saúde.
Com efeito, as posições assumidas pelaunanimidade das entidades integrantes da rede hospitalar evidenciam o elevado índice deinsatisfação no setor. As notícias amplamentedivulgadas pela imprensa em 1989, por suavez, trazem ao conhecimento público as medidas exatas do progressivo agravamento dacrise atual no sistema de saúde.
A persistência de uma política de saúdeinstável e ineficiente permite a manutençãode atendimento de má qualidade, de filas deespera, da exploração do trabalho dos profissionais de saúde e de instituições incapazesde prestarem assistência médica, ou seja, semas condições técnicas mínimas exigidas nasinternações e cirurgias e que, afinal, servempara qualificar um hospital. ,
Contra esses ví<!ios e distorções defende-se,então, não só a participação efetiva do Estadono equacionamento da questão inerente ásaúde pública no Brasil, mas ainda o respeitoà atuação complementar da iniciativa privadano sistema de saúde. Tais considerações, urnavez materializadas na forma de convênios,devem ser, portanto, preservadas de atitudesou omissões perniciosas que estabelecem obstáculos intransponíveis entre a teoria e a prática. Porém, diante do risco iminente de falência da rede hospitalar, as entidades do setor acabaram concluindo pela conveniênciado pedido de descredenciamento dos convênios celebrados com o Inamps e com o SUDS.
Para se avaliar a extensão do prejuízo causado, basta citar que os hospitais privadosrespondem por 85% das internações e 65%do atendimento ambulatorial.
Logo, é possível perceber a urgência dese ajustar o sistema às reais necessidades domomento, com atenção para a correção defalhas existentes tanto de um lado como dooutro, certo que que, acima de tudo devefigurar Ointeresse público, a obrigação deo Estado prestar serviços de saúde a milhõesde brasileiros.
Esta situação'envolveu, numa acirrada troca de acusações, prefeituras, governos estadual e federal e a rede privada de saúde.Em São Paulo, por exemplo, enquanto o Sindicato e a Associação dos Hospitais responsabilizavam o SUDS pela falência do sistemae ameçavam pedir o seu descredenciamento,o então Secretário da Saúde, Dr. José Aristodemo Pinotti, reagiu com a possibilidade deintervenção nos hospitais que prestavam serviços essenciais. Ele negou a retenção de ver-
bas, denunciava o descontentamentb dos hospitais devido ao aumento da fiscalização. .
A isto acrecia o fato de estar ocorrendoenorme defasagem entre os custos e o valorpago, além de atrasos no pagamento atribuídos ao Ministério da Previdência SoCial. Este,por sua vez, sem acreditar no descredenciamenta coletivo, com muita dificuldade, confirmava.os atrasos e a defasagem lIenunciados.
No mínimo, é de estranhar que ~ão Paulo,apesar da condição de m,aior cont~'buinte daPrevidência e do SUDS, tem sido Unidadeda Federação que paga os seus hos ,itais coinmais atraso em todo o sistema nacional desaúde. Afinal, que razões especi4is justificariam tais atrasos exatamente no Estado quedetém maior volume de recursos?
A rigor, a Seérêiaria oe Saúde se c:squivavade responder a esta pergunta, alegando, simplesmente, a necessidade de "glósa técnica".
Por seu turno, os hospitais se defendeme insistem no pedido de atualização dos valores pagos pelas internações dos segurados daPrevidência Social, afora o pagamento dosserviços prestados, sem atrasos ou retençõesabsurdas. Trata-se de exigências elementarespara o equilíbrio financeiro e a 'manutençãode qualquer empreendimento.
Inevitavelmente, a precaridade dos hospitais acaba refletindo-se sobre os atendimentos de .urgência, onde o tempo e a eficiênciasão essenCiais para salvar vidas. Sob a pressãodas circunstâncias atuais, uma lamentávelconstatação consiste na negativa da rede partiéular de saúde em realizar o atendimentode emergências, cujo retorno financeiro muito reduzido e incerto - evidentemente,não compensa os gastos efetuados.
Há, portanto, urna grave conf1itância comrespeito ao SUDS, verificada entre o seu arcabouço teó):ico e a realidade quotidiana darede hospitalar. Sem dúvida, as expectativascriadas pelo SUDS foram ,~rustradas muitorapidamente. A ilusão durou pouco. No anode sua implantação, em 1987, o Secr~tário
de Saúde José Aristodemo' Pinotti acenavacom promessas de piminuição do prazo depagamento dos hospitais conveniados, o queterminou não ocorrendo, pois os atrasos Continuaram se repetindo. Os hospitais recebef1los pagamentos depois de 60 a 90 dias, comuma inflação, hoje, de mais de 60% ao mês.Mas, além dos recebiinentos com atraso, pagos sem qualquer correção, vários hospitaisainda sofriam retenções da ordem de 15 a30%, sob a alegação de existência de fraudes.No caso, mesmo sem provás, a SecretariaEstadual de Saúde persistia na prática de determinar retenções indevidas, apenando o sistema de saúde, sem, na verdade, determinara instauração de inquérito para apuração daspossíveis irregularidades, e punição dos responsáveis. Tal omissão, na medida em queapenas se limitava a criar embaraços, ensejava também a indesejável hipóteseide conivência entr.e os sistemas e as fraudFs av€?ntadas para efeito das retenções. Assim, oSUDS se apresenta, até o presente rnomento,
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Edna Dantas
HOSPITAIS PEDEM 470% DE AUMENTOAOINAMPS
As negociações entre os empresários dosetor hospitalar e o governo começaram noano passado, quando os hospitais fecharamsuas portas durante três dias. Nesta reuniãode agora, que só deverá ter um desfecho hoje,os empresários não pretendem ameaçar comgreves. "As paralisaj<ões não deram resultados", argumentou Alvaro Perin, vice-presidente da Confederação das Santas Casas deMisericórdia.
De acordo com Chafic Farhat, presidentedo Sindicato dos Hospitais do Estado de SãoPaulo, a maior parte dos 4,5 mil hospitaiscredenciados pelo Inamps correm o risco defechar suas portas por faltas de recuI:sos. Nohospital de sua propriedade, localizado emSorocaba, Farhat emitiu esse mês, aviso prévio a 50 funcionários. "Quero evitar a falência, pois, este mês, só com a folha de pagamento gastarei NCz$'334 mil, enquanto oInamps deve me pagar NCzs 272 mil", declarou.
De acordo com o presidente da Beneficiência Portuguesa, Paulo Roberto Pires, aala está desativada porque o hospital não recebe há dois meses pagamento dos serviçoshospitalares prestados a segurados da Previdência Social e por isso não tem condiçãode mantê-la em funcionamento.
Segundo Pires, a dívida da PrevidênciaPortuguesa é de NCz$ 3,5 milhões. O hospital
. terá de devolver à Prefeitura a verba destinada à manutenção da ala depois que a dívidada Previdência for quitada.
Pires informou que a Prefeitura se comprometeu a reformar a ala (que necessita de pintura e reforma nos banheiros) e a construir
. uma UTI (Unidade de Terapia Internsiva)com capacidade para 12 leitos. O secretáriode Saúde de Santos, Davi Capistrano Filho,não foi localizado ontem à tarde para confirmar as obras de reforma e a construção daUTI.
O diretor regional do Suds (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde), Paulo Ricardo Assis, não tinha conhecimento do decreto da prefeita até 15h3D de ontem e nãoquis comentá-lo.
O Estado de São Paulo, 17-01-90
Brasília - Representantes de confedera--- ções, federações, sindicatos a associações de
hospitais particulares contratados pela Previdência Social entregaram ontem ao secretário-geral do ministério, Delile Guerra de Macedo, uma pauta reivindicando reajuste de470,83% no valor das diárias de NCz$48,00para NCz$ 274,00, redução de 60 para '15dias no prazo de pagamento dos serviços prestados e a quitação da dívida do governo comos hospitais referentes a novembro e dezembro do ano passado - cerca de NCz$ 3 bilhões.
Esses foram, em suma, os fatos que, aolongo do ano de 1989, inflamaram a discussãoentre as autoridªdes governamentais e os estabelecimentos hospitalares, representadospor entidades como o SINDHOSP e aAHESP (Associação dos Hospitais de SãoPaulo). Lamentavelmente, nenhuma providência concreta foi adotada até o presentemomento no sentido de dar solução aos problemas ora enfrentados. Trata-se, sobretudo,de vencer, com a máxima urgência, a criseinstalada no sistema de saúde pública, ou seja, mais propriamente no mecanismo SUDSIINAMPS de assistência médico hospitalar,evitando-se a iminência de rompimento maciço pretendido pelos hospitais e santas casas.
Diante do impasse, desejo apenas encarecer ao nobre Presidente Fernando Collora necessidade premente de se reverter o quadro atual de miséria verificado nos setoresde saúde e de assistência social. Ao mesmotempo que preconizo a prioridade para a garantia e normalização do atendimento público, declaro-me solidário, em especial, aossegmentos mais necessitados da sociedade,porquanto seu padecimento atinge níveismais agudos sob as desastrosas e numerosasdistorções desse sistema de saúde. Certo tam- bém de que a competência do Governo serámedida pela capacidade demonstrada emcompreender e equacionar esta questão, reafirmo, por fim, a expectativa em tomo demedidas responsáveis, prudentemente assumidas com base na relevância pública indiscutível dos serviços relacionados à saúde e àseguridade social.
Estou anexando a este pronunciamentodois recortes de jornal que confirmam o teordeste ,discurso e a correspondência da Sociedade Santamarense de Beneficência do Guarujá recebida por este Parlamentar, denunciando a precária situação econômica em quevive, ameaçada de encerrar suas atividadesno atendimento daquela comunidade.
DOCUMENTOS A QUE SE REFEREO ORADOR:
"SANTOS ENTRA EM CALAMIDADEPÚBLICA POR FALTA DE VAGAS
EM SEUS HOSPITAIS
Folha de São Paulo, 17-01-90Da Sucursal de Santos
A prefeita de Santos, TeIma de Souza(PT), decretou ontem estado de calimidadepública na cidade. A prefeitura alegá a inexistência de vagas hospitares para internação.
O decreto assinado por'Telma de Souzatomou por base a morte de seis pacientesem estado de emergência nas últimas três semanas. Os pacientes morreram no pronto socorro central do município porque não haviavagas disponíveis nos hospitais da região.
O decreto permite à prefeita destinar umaverba extra-orçamentária de NCz$ 3 milhõesao hospital da Beneficiência Portuguesa, emSantos. O hospital vai usar o dinheiro paraa manutençâo de uma ala com 60 leitos, destinada a receber apenas pacientes em estadograve encaminhados pelo pronto-socor:o.
como uma idéia perfeita apenas no papel.Ao ser criado pelo Presidente José Sarneyem 20 de junho de 1987, colocava-se comoseu objetivo transferir o gerenciamento e aresponsabilidade da saúde para os estadose municípios, cabendo ao Inamps a elaboração da política global da área, com o repasse de recursos às secretarias de saúde. e acelebração de convênios. De fato, a regionalização constitui um fator de extraordináriaimportância para o aperfeiçoamento do sistema, sobretudo na medida em que permiteo conhecimento das reais necessidades de cada local. No entanto, o que se observa naprática é bastante diferente do que foi idealizado inicialmente. O sistema funciona mal,as verbas são repassadas com excessiva lentidão aos hospitais e casas de saúde, os doentesencontram sérias dificuldades para serematendidos pelas instituições conveniadas pelos SUDS.
Os acontecimentos que confirmam essequadro caótico de atendimento se multiplicam a cada dia em todo o País. Na ZonaLeste, região mais carente de São Paulo, muitos dos hospitais contratados pelo SUDS estão deixando de cumprir os convênios porfalta de pagamento. O hospital e Maternidade Santa Marcelina, por exemplo, mesmosendo o maior da região, atravessou o anoem estado próximo à falência, ~ob a permanente ameaça de redução drástica de seusserviços. Cumpre notar que moram na ZonaLeste cinco milhões de pessoas, enquanto ocorrespondente número de leitos hospitalaresnão chega a três mil.
Durante os dois últimos anos,' o atendimento de saúde- no Brasil caminhou na suaprecariedade habitual. Esperava-se uma ampliação dos serviços médicos. Porém, apesardas garantias constitucionais respectivas, daalocação de recursos para o sistema e da necessidade de municipalização, o SUDS enfrentou, nesse período, enormes problemaspara a sua efetivação. A falta de recursose o não-cumprimento de um cronograma financeiro conduziram vários Estados a situações desesperadoras. Há carência de pessoal,de remédios e de equipamentos. Além dea verba de custeio ser recebida, comumente,com bastante atraso, os investimentos seacham inviabilizados. O número de postosde atendimento, salvo raras exceções, também é insuficiente.
Assim, a atuação do SUDS vem contribuindo apenas para a falência definitiva dosistema público de saúde. Após o atraso norepasse de verbas da União para o Ministérioda Previdência, os hospitais conveniados sevêem submetidos ainda, como é São Paulo,às retenções arbitradas pela Secretaria deSaúde. Essa máquina gigantesca e emperradadetermina, portanto, com esses procedimentos reiterados, a crise do sistema hospitalar,que convive, inclusive, com greves freqüentese prolongadas de médicos e atendentes. Apropósito, cabe acentuar, mais uma vez, queo maior prejudicado dessa ordem de acontecimentos termina sendo sempre o usuário dosserviços.
268 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
SOCIEDADE,SANTAMARENSE DE BENEFICÊNCL'\DO GUARUJÁ .
(}uarujá, 5 de janeiro de 1990
Exm" Sr,DL Antonio Salim CuriatiDO, Deputac\o FederalSão Paulo - SP,
Excelentíssimo Senhor Deputado,
Como já é cIo conhecimento de Vossa Excelência esta SociecIade beneficente mantémem funcionamento, em Guarujá; o HospitalSanto Amaro, que com seus400 leitos atendea população da cidade., Ressalte-se que o' atendimento realizado
pelo nosocômio é quase em sua totalidadea pacientes do InampsfSuds, uma vez queo percentual atual atinge 97%.
Face a essa dependência do referido órgãopúblico, ,a Sociedade vem lutando com inúmeras dificuldades para mántei o Hospitalem funcionamento, agravada .pelos marcantes atrasos ,verificados nos pagamentos, noexercício de 1989, aliados as greves do setorbancário·e da Dataprev.
Além disso, o Hospital que é consideradocomo Filantrópico pelo Conselho Nacionaldo Serviço Social-MEC desde 28 de abril de1975, s6 foi reconhecido comotal, pelo SudsfInamps, em 1-11-1989, ou seja 14 anos depois. Saliente-se que o enquadramento donosocômio na categoria de filantrópico só foipossível graças a intercessão do Excelentíssimo Senhor Secretário de Estado da Saúde,DL José Aristodemo Pinotti, por ocasião daassinatura do Termo de Adesão ao ConvênioSuds.
Diante do exposto o nosocômio foi altamente prejudicado durante longos anos umavez que era considerado pelo SudsfInamps,como Hospital contratado, o que lhe proporcionava taxas de valor significativamente inferior na prestação de serviços.
Assim sendo, durante 1989, a SociedadeMantenedora do Hospital acabou por financiar os serviços nosocomiais·, o que veio lheacarretar uma situação financeira insustentável.
Atualmente a receita do Hospital (97%oriunda do InampsfSuds é de cerca de NCz$3.000.000,00 (base dezembro 89) para fazerfrente a uma despesa de NCz$ 4.800.000,00.(Folha de pagamento, honorários médicos eencargos sociais: NCz$ 2.600.000,00, acrescidos dos Fornecedores, no valor de NCz$1.200.000,00. )
Essa situação de insolvência é agravadaainda pela necessidade da urgente reposiçãode instrumental médico e equipamento médico hospitalar já desgastados pelo uso contínuo de 27 anos ou ainda por terem se tornadoobsoletos.
Face a essa grave problemática, não nosresta que recorrer a Vossa Excelência, a fimde que. dentro das possibilidades interceda'junto aos Excelentíssimos Senhores Ministros da Previdência Social e da Fazenda paraque seja concedido um adiantamento ao Hospital Santo Amaro, no xalor de NCz$
3.000.000,00 por conta dos atendimentos apacientes internados.
Essa ajuda ao Hospital por conta doInampsfSuds, seria em caráter emergencial,pois já em janeiro corrente, a Sociedade nãodispõe de numerário para fazer frente aoscompromissos existentes.
A importância de NCz$ 3.000.000,00 poderá ser reembolsada pelo Hospital ao Inamps,através de dedução do faturamento mensal,em dez parcelas de igual valor, sem jurose correção monetária.
Na expectativa de podermos contar coma imprescindível ajuda de Vossa Excelênciapara que se possa dar continuidade a assistência médica-hospitalar em Guarujá, enviamos com os nossos agradecimentos os melhores sentimentos de elevada estima e apreço.
Atenciosas saudações. - Anna Juliana Ty·bor, Superintendente Geral.
O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - SL Presidente,Srs. Deputados, na Folha de S. Paulo do último domingo (18-2-90 - pág. A-6) é veiculada a notícia dê que o futuro Ministro do'Trabalho Antônio Rogério Magri irá "tentarbarrar a aprovação pelo Congresso Nacionaldo Plano de Benefícios da Previdência Social".
Demonstra o futuro Ministro com esta intenção o que ele mesmo já anunciara diasantes, qual seja o total desconhecimento doassunto Previdência Social. Com certeza, como afirmava o futuro Ministro, ele não sabefazer uma sopa, mas está querendo ensoparos aposentados brasileiros, antes mesmo de
· assumir o Governo.O salário mínimo é o parâmetro para os
benefícios previdenciários (art. 201, § 5· daCF), bem como funciona como seu indexador(art. 58 e 59 do ADCT da CF) até a promulgação do novo plano de benefícios. O planode benefícios aprovado pela Comissão deSaúde da Câmara não vincula os benefíciosao salário mínimo e, sim, ao IPC, sendo que,no aspecto da atualização dos benefícios, ainda deve pronunciar-se a Comissão de Finanças, que certamente o ajustará, ainda commaior precisão, ao disposto no art. 201, §
, 2" da Constituição: "É assegurado o reajusta-· mento dos benefícios para preservar-lhes, emcaráter permanente, o valor real, conformecritérios definidos em lei".
Desta forma, são irresponsáveis as afirma-· ções de que o novo Plano provocará déficitao sistema, pelo contrário, com o novo plano
· de custeio, aumenta a base de arrecadação,pois a nova Constituição ampliou as contri-
. buições para a Previdência. O que são necessárias e urgentes são as medidas moralizadoras do sistema de arrecadação, o combatea sonegação, a execução dos débitos previdenciários, a centralização administrativa eo fim das anistias, que não tem outro objetivo, senão aquele de premiar os maus pagadores.
Uma das maiores aberrações diz respeitoao recálculo de todas as aposentadorias concedidas desde 5 de outubro de 1988, que.segundo a matéria, implica a elevação dasapo~ntadorias e pensões.
Trata este recálculo nada mais do que darcumprimento a dispositivo constitucionalconsulstanciado no art. 201, § 3" - "todosos salários de contribuição considerados nocálculo de benefício serão corrigidos monetariamente." Este dispositivo é autoaplicável.Segundo estudo do Minsitério da Justiça "Leis a Elaborar", que trata das matériasque reclamam regulamentação, este dispositivo é autoaplicável, já que não arroladoentre aqueles que dependem da norma ordinária para a sua plena eficácia. Pretender nãocumprir este dispositivo constitucional é, antes de tudo, incorrer em crime de responsabilidade e, em relação aos aposentados, buscar um confronto de imprevisíveis conseqüências sociais e políticas.
Os aposentados,- tenham certeza, não aceitarão assumir, pela undêcima vez, os sacrifícios que lhes querem impor. Estamos nestemês de fevereiro completando um ano e quatro meses de nova Constituição, e os aposentados continuam esperando pelos seus direitos. Os aposentados rurais permanecem sobrevivendo, sabe lá Deus, à custa de que sacrifícios, na esperança de ver cumprida o dispositivo que lhes garante um piso mínimocorrespondente ao valor do salário-mínimo.
Em relação ao 13" salário, novamente quero Governo Collor imitar o desastrado Governo Sarney, dizendo que 139 salário integralpara os aposentados é inviável. Inviável épretender não cumprir o que está consagradona Constituição.
É preciso considerar. que 83% dos benefícios previdenciários não ultrapassam o valorde um salário-mínimo, sendo que destes cercade 30% corresponde a aposentadorias rurais,com valor de 50% do salário-mínimo. Mesmoassim alega-se não haver recursos.
O novo Ministro deve mandar buscar nosarquivos do lAPAS a enorme lista de sonegadores da Previdência, levantar a sua situaçãopatrimonial e tomar outras providências paradepois verificar o montante da despesa e sobre ela posicionar. Neste sentido desafiamoso novo Ministro a iniciar a sua gestão comestas medidas, mandando notificar, através,do Diário Oficial, os 500 maiores devedoresda Previdência, dando prazo para o seu pagamento, o que não ocorrendo importará naimediata execução dos débitos. Da mesmaforma dever-se-ia nomear comissão com representantes dos trabalhadores e aposentados para o levantamento detalhado da situação patrimonial da Previdência
Independentemente da posição do futuroMinistro do Trabalho e Previdência Social,o Partido dos Trabalhadores não arredará péda sua posição de dar conseqüência aos princípios estabelecidos na nova Constituição.Esta postura se respalda na medida em queo nosso comapanheiro o Deputado Luiz Inácio Lula da Silva apresentou um substitutivointegral ao Projeto do governo sobre o planode custeio e benefícios da Previdência, queteve aproveitamento de 90 no substitutivo dorelator, Deputado Floriceno Paixão.
A nível de Congresso desenc;'" 'aremos apartir de agora um amplo movim'-'lto obieti-
·Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 269
vando a aprovação defln}tiva dos projetos relativos à Previdência Social. Mas, sempre quenecessário, recorreremos ao Judiciário contraas arbitrariedade do Poder Executivo que teima em prejuducar impiedosamente. os aposentados. Agora mesmo está para ser julgadono STJ o Mandado de Segurança n" 197/89,que requer o pagamento das aposentadoriase pensões com base no salário-mínimo de junho/89, ou seja, NCz$ 120,00, ao invés deNCz 81,40. neste processo tanto a Procuradoria-Geral da República quanto o Ministro Relator José de Jesus se filiam à nossa tese econdenam a Previdência ao pagamento dadiferença.
Nesta perspectiva, estaremos atuando aquino Congresso Nacional, assumindo a nossatarefa de fazer uma oposição conseqüentecontra as intenções do novo Governo em prejudicar os aposentados brasileiros.
O SR. HÉLIO ROSAS (PMDB -SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, os contabilistas doEstado de São Paulo, reunidos em sua XIConvenção, realizada em Santos, nos dias 19a 21 de outubro próximo passado, resolverampor unanimidade repudiar, veementemente,o Projeto de Lei n° 169 do Senado Federal,de autoria do Nobre Senador Fernando Henrique Cardoso.
Tal projeto, que institui a alíquota de 3%a título de Imposto Sobre Serviços, sobre asreceitas brutas percebidas profissionais liberais e pelas sociedades porventura constituídas por esses profissionais, tendo sido aprovado no Senado Federal, deverá agora serapreciado nesta Casa.
Em perfeita consonância com o sentimentodos contabilistas do Estado de São Paulo edo Brasil, bem como com todos os outrosprofissionais liberais, Sr. Presidente, queremos dar aqui nosso total apoio ao repúdiodaqueles profissionais, expressando na moção que foi aprovada na referida Convenção,especialmente quanto ao inciso 11 do art. 1"do referido projeto, pois vem ferir não somente a tradição do Direito que, há quarentaanos anos, estabelece tal imposto em formade alíquota fixa por profissional autônomoou por sócio de sociedade constituída por profissionais liberais, mas fere também a própriaConstituição, pois virá estabelecer uma bi-tributação, eis que a base de cálculo é a mesmaadotada para o imposto sobre a renda de taisprofissionais.
Na oportunidade, Sr" e Srs. Deputados,conclamo todos os Nobres Colegas desta Casa para que nos acompanhem neste repúdio,como homenagem à grande e profícua classedos contabilistas e, por extensão, de todosos profissionais liberais, sem os quais a vidano Brasil seria ainda muito mais difícil.
Era o que tinha a dizer.
O SR. NELTON FRIEDRICH (PSDB PRo Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, o Brasil vem,historicamente, tratando muito mal seus.aposentados e pensionistas. Há enorme descasopara com milhões de cidadãos e cidadãs que
ajudaram a construir a vida nacional, exigindo comunidades, promovendo riquezas coletivas, abrindo novas fronteiras e ofertandocotidianamente, durante três décadas, o melhor de suas energias na faina diária destePaís. Ao alcançarem os últimos momentosde suas vidas, quando deveriam ter a possibilidade de, com segurança, tranqüilidade eapoio familiar, social e governamental, vivercom dignidade e a atenção de todos, o contrário ocorre. Aposentado, no Brasil, é sinônimo de incerteza, desatenção, desconsideração e expectativas sobre expectativas. Por isso é extremamente válida a ação que vemsendo desenvolvida pela Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas, Cobap,que neste momento se encontra, através desua diretoria, em Brasília, para pressionaresta Casa de Leis e as autoridades a fim deque agilizem as normas legais e infraconstitu
. cionais para, na prática consolidarem os direi-tos estabelecidos na Constituição.
Por ser oportuna, desejo registrar nosAnais da Câmara dos Deputados correspondência expedida pela Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas conclamando os Deputados para o pronto atendimentode suas demandas, tão justas e necessárias.
DOCUMENTO A QUE SE REFEREO ORADOR
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DEAPOSENTADOS E PENSIONISTAS
São Paulo, 19 de fevereiro de 1990AoExcelentíssimo SenhorDeputado Raimundo Bezerra
Excelentíssimo Senhor,A Confederação Brasileira de Aposenta
dos e Pensionistas, órgão máximo de representatividade de 13 (treze) milhões de aposentados e pensionistas do Brasil, vem, a presença de Vossa Excelência apresentar felicitações pelo trabalho realizado em favor denossa sofrida classe à frente da comissão deSaúde e Seguridade Social.
Ao mesmo tempo, apelar para que VossaExcelência continue a empenhar seus esforços junto aos membros do Congresso Nacional, até a aprovação final do Plano de Benefícios, conforme o já aprovado pela comissãopresidida por V. Ex', bem como os meiosnecessários para a sua aplicação através daaprovação de um Plano de Custeio, que garanta cobertura financeira, para que o referido plano não sofra solução de continuidade.
Na certeza de continuar contando com aajuda de Vossa Excelência aproveitamos aoportunidade para reiterar nossos melhoresagradecimentos e votos d~ felicidade pessoale apresentar as melhores.
Cordiais Saudações. - Presidente da Comissão Executiva - Oswaldo Lourenço, Leo·nhardt Lang, Presidente do Conselho Consultivo.
O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares)Passa-se ao
v- Grande Expediente
Tem a palavra o Sr. Manoel Castro.
O SR. MANOEL CASTRO (PFL -:' BA.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero, nesta oportunidade, tecer alguns comentários sobre osprincipais objetivos do Governo Collor deMello, entre os quais foram anunciados ocombate à inflação, à corrupção e à miséria.
Apesar de diplomado em ciências econômicas, não pretendo me deter sobre a inflaçãonos seus aspectos substantivos, até mesmoporque hoje sou muito menos economista emuito mais informado sobre generalidades.Entretanto, ainda sei o suficiente para enten·der que a elevação dos preços é conseqüênciada inflação e não sua causa. O que provocaa inflação é a expansão de base monetáriaem relação à capacidade produtiva, e paracombatê-la o Governo terá de enfrentar essadura realidade.
Hoje o País assiste a uma romântica relaçãodo povo com o Presidente eleito, refletindouma positiva expectativa, seja por otimismoverdadeiro, seja porque o caos em que vivemos todos obriga-nos a agarrar em qualquertábua de salvação.
Por dever de justiça, devo ressaltar queas afirmações do futuro Presidente sobre ocombate à inflação tem revelado uma posiçãode firmeza de intenções e de realismo quantoaos resultados esperados. Adicionalmente,percebe-se uma nítida mobilização de opiniãopública para uma postura de engajamentoa esses propósitos.
Entretanto, parece-me existir algo maispróximo a um clima de sedução ao invés deum processo mais deliberado de conscientização das dificuldades reais que a sociedadebrasileira enfrentará para vencer a luta contraa inflação.
Limito-me a esse registro, que não fogeao lugar comum, e passo a tecer considerações sobre o outro grande inimigo dos brasileiros e brasileiras: a corrupção.
Quanto a este tema, busquei apoio de umamigo e expressivo intelectual brasileiro, oProf. Vicente Barreto, chefe do Setor de Direito de Fundação Casa de Rui Barbosa, queelaborou, a meu pedido, após diversos encontros e sessões de trabalhos, umas notas paraservirem de subsídios aos estudos sobre o assunto, e que pas.so a ler, incorporando-as aeste meu pronunciamento:
"A ÉTICA DEMOCRÁTICA
A restauração da moralidade públicatem sido bandeira comum de todos oscandidatos à Presidência da República.Alguns ameaçam com punições os culpados de corrupções passadas; outros, maisdiscretos, afirmam ser o comportamentoético um dever de cada cidadão e, principalmente, de candidatos a cargos eletivos. O tema espalhou-se por toda a sociedade, servindo' para seminários dejornalistas, debátes entre profissionais e
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até assunto para economistas e tecnocratas.
Essa aragem de moralização. que tomou conta do País, não vem, entretanto,acompanhada de uma reflexão sobre oschamados "princípios éticos". Não bastaa punição de culpados ou "marajás"; oque mais importa é a definição clara,nítida e objetiva' do que se entende pormoralidade pública e o que isto tem aver com a democracia.
Durante o período autoritário as práticas a éticas, sob o manto protetor doAI-S, fizeram escola na administraçãogovernamental. Atos que provocavam aindignação pública. quando praticadospor indivíduos isoladamente, transformaram-se em procedimentos corriqueiros no poder público. A deterioração damoralidade pública terminou por citarum sistema administrativo, que pressupõe, para o seu funcionamento o comportamento aético. A onda de revoltaque se espraiou pelo P~ís fez com queas elites políticas e governamentais tentassem estancá-Ia com processos. discursos e arremedos de providências punitivas.
Mesmo as medidas punitivas prometidas correm, no entanto, o risco de ficarna punição, caso se passe da palavra edo castigo à ação, ou melhor, à definiçãodo que se entende pormoralidade pública num regime democrático. Neste assunto não existe clareza nas propostasmoralizadoras. Parece' que essas propostas foram lançadas mais como uma homenagem simbólica às virtudes moraisno exercício da coisa pública. Será possível deixar a questão dos "princípios éticos" entregue às opções subjetivas decada governante? Mais uma vez não estaremos fazendo uma barretada àquiloque na verdade não queremos respeitar?Ou deixar o comportamento público soba tutela do Código Penal e das complexidades do processo judicial, não será,também, lavar as mãos e dizer que cumprimos o nosso dever - caçando e procurando punir os culpados-, mas entregando a responsabilidade final à justiça?
O fato é que a questão da moralidadepública não pode mais ser tratada de forma discursiva. Existe uma ética democrática que se diferencia essencialmentedas costumeiras práticas políticas das elites brasileiras. Essa ética está sendo intuitivamente afirmada pela população.que começa a rejeitar a tradição culturalbrasileira nesse assunto.
Herdamos do nosso passado colonialo culto de valores morais, que tradicionalmente nunca foram submetidos aocrivo de uma análise crítica. O brasileirosempre usou belas frases a respeito dosvalores éticos na administração pública.mas nunca os vivenciou na prática. Nosperíodos constitucionais de nossa História cultivaram-se formalmente as virtu
.des cívicas, que serviram como freio para
desmandos ãdministrativos; na Rep~bli
ca Velha a austeridade do governantee do servidor público eram norma geralde comportamento. Mesmo então nãoexistiam definições precisas na ordem jurídica sobre os limites e responsabilidades da ação pública dos nossos governantes; tudo ficava mais ou menos a critério dos valores pessoais.
DepJis dos anos de autoritarismo,mesmo esses limites caíram por terra.O exercício do poder passa a ser aéticoe as práticas qúe antes eram consideradas vícios, tornam-se virtudes. Masexiste uma contradição intrínseca nessaconcepção de política como arte de manipular pessoas, que eleva o comportamento aético ao nível de virtude cívica.Por essa razão o tema provoca tanta celeuma, que somente reaviva o debate iniciado há mais de 400 anos por Maquiavel.
Enquanto os países europeus discutiam siStematicamente as idéias e valoresque fundamentam o Estado moderno,Portugal fechava-se à inteligência dessaquestão. A Ilustração portuguesa foi, assim. uma incorporação de alguns conhecimentos científicos sem que viessemacompanhados do debate sobre o papeldos valores morais e políticos na sociedade. O Marquês de Pombal. o modernizador da cultura luso-brasileira no século XVIII, tinha o cuidado de impediro estudo da obra de Locke, por exemplo,em virtude precisamente da conotaçãoética de sua doutrina. Em Portugal. como depois no Brasil. exercia-se o podersem se discutir a forma legítima de seuexercício.
Esse distanciamento da cultura brasileira da temática avançada por Maquiavel e. desde então. estudada e debatidanos países democráticos. em universidades. partidos políticos e imprensa, retirou a questão moral do nosso universointelectual e social, e tornou-a assuntoirreal, nefelibático, tratado exclusivamente em discursos. Foi preciso que. aausência de valores morais levasse o Paísao estado em que se encontra para quehouvesse um alarme diante de suas conseqüências práticas.
Toda a discussão gira e,m torno do quese entende por política. E a política umaarte - e, portanto, sem compromissocom a ação e suas conseqüências - voltada somente para o fazer? Ou uma atividade comprometida com o homem e.portanto. com os valores morais queorientam o agir?
Os chamados "princípios éticos" perdem o sentido desde que se considerea política uma forma do fazer, pois oobjetivo do artista é a obra bem feita.A qualidade estética é a única justificativa para a obra de arte. Desta forma.a política, considerada como arte. justifica-se nela mesma; é o terreno da barganha pela barganha, do poder pelo poder.
A "boa" Política seria aquela que mantém o poder. tendo como finalidade nelep.ermanecer a qualquer preço. Essa concepção da atividade política como demonstra a situação brasileira é. na linguagem dos escolásticos, uma contradico
tio in terminis, pois termina perdendoo objeto de sua obra: o poder.
A Nação demonstra cansaço com essetipo de política. Depois dos anos de autoritarismo, a sociedade compreende quea atividade política destina-se a um fimque se encontra fora dela mesma. Nessesentido a política é uma atividade eminentemente ética, pois procura re:;llizarna História valores e ideiais que irão sematerializar no bem público. O sucessoda ação política não se encontra na tramóia bem sucedida ou na destruição doopositor, mas na objetivação de valoresque se utilizam dos recursos do poderpara tornarem-se reais. Os "princípioséticos" constituem, assim. parte integrante e essencial da atividade governamental.
Os "princípios éticos" supõe a sua explicitação para que possam constituirnormas disciplinadoras da ação dos governantes. A natureza das normas fazcom que a sua validez não possa ficara critério de valores pessoais, que no regime democrático e pluralista não serãonecessariamente iguais. A moral públicaaparece como sendo o espaço comum,para além das crenças e valores moraisindividuais, que identifica a própria vocação moral da Nação. Esse aspecto social dos valores morais é que tem sidoinsuficientemente elaborado por nossospensadores, com as conseqüências desastrosas que presenciamos na atualidade.
Os escritores que trataram da questãona cultura brasileira - comO, por exemplo, Matias Aires, Marquês de Maricá,Gonçalves Magalhães, Jackson de Figueiredo,. Gustavo Corção, Nelson Rodrigues - passam ao longo do social.Muitos deles, como Gonçalves Magalhães e Gustavo Corção, identificam amoral com a religação. Concentram-semais na consciência individual e, quandomuito, nas suas dificuldades em lidarcom a realidade social e política do País.
Fenômeno semelhante ocorre com importantes críticos e analistas da culturabrasileira como Tobias Barreto, OliveiraViana. Tristão de Athayde, GilbertoFreyre, Miguel Reale, Mário Vieira deMelo e Antonio Paim. Esses autores referem-se à questão da moral social, masnão chegam a desenvolver uma justificativa filosófica que englobe o comportamento ético desde as relações q'ue FoucauIt chamou de "microfísica do poder"até as relações institucionais.
O estabelecimento de limites moraisà atuação dos governantes responde àconstatação de que existe uma cbrrupçãointríseca do poder, que pode ser cómba-
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tida em diferentes níveis. No nível daordem jurídica, a lei é a forma concebidapara disciplinar o governante. O primeiro "princípio ético" a ser obedecido consiste, portanto, na fidelidafle à ordemlegal. A lei neste contexto deixa de serum edito estritamente positivo e passaa expressar vocações específicas da sociedade. Daí a necessária vinculação entre valores morais e representação política na sociedade democrática.
Não basta, porém, a Constituição eos códigos para garantir a moralidadepública. A crise moral mostra que a leipenal não é garantia suficiente. Ao ladoda lei encontram-se padrões de comportamento que não se resumem à obediência pura e simples das normas penais;no entanto, a desobediência a esses princípios morais acaba por levar o administrador ao limiar do ilícito penal. Algumas práticas da administração públicabrasileira bordejam o crime, não o sendoexclusivamente porque o legislador nãoo previu no Código Penal.
Essas proibições são leis e, principalmente, costumes com força de lei, quenascem da vocação moral da Nação. Esses "códigos" de conduta serão expressos em leis votadas pelos representantese, também, em "princípios éticos".
Encontramos nas democracias contemporâneas essa crescente preocupação em definir códigos de moralidadepública, frutos de uma vontade democrática. Nos Estados Unidos, por exemplo,a lei terminou por proibir que'o Presidente da República recebesse presentesacima de cem dólares; na Inglaterra, oPrimeiro Ministro viaja pelo país de tremcomum, obedecendo a horários regulares; na Suécia, o próprio chefe do governo dirige o seu automóvel; o Presidenteda Câmara dos Deputados nos EEUUfoi condenado por infringir normas docódigo de ética. Aquilo que nos parecede somenos importância nada mais é doque o reflexo de uma aguda consciênciamoral. Não se trata de grandiloquentesprojetos moralizantes, mas da busca objetiva de valores morais, que reflitam aconsciência moral da nação, principalmente nas pequenas ações. Trata-se daconstrução de uma ética democrática,onde se supera a dicotomia moral pública e privada.
A ética democrática resolve essa contradição entre a moral pública e a moralprivada, elaborada pela consciência burguesa. A esfera pública, estudada porHabermas, ocupa na sociedade contem·porânea o espaço onde a pessoa exerceo seu potencial de liberação. A construção da ordem democrática convoca todos os segmentos sociais e indivíduos,que não podem mais fechar-se no individualismo da concepção liberal clássica.,Essa despersonalização do indivíduo, extensamente analisada pelo pensamentosociológico das décadas de 50 e 60, não
caminhou, como previsto, no sentido dasubjugação da pessoa humana pelo Estado. Estudiosos como Habermas e Hannah Arendt mostram que o indivíduo,·na sociedade industrial, situa-se numcontexto social e cultural e, através desua ação pessoal, tende a integrar o público e o privado num todo único.
A necessária construção da ética democrática inicia-se na família, e desdobra-se nas escolas, sindicatos, igrejas, associações e no Estado. A crise da: moralidade pública, no Brasil tem, portanto,~spectos mais complexos do que parece.E uma crise que não é de ruptura pois neste terreno não tivemos tradição,e sim ausência de tradição cultural -,mas de nascimento em circunstânciashistóricas particularmente, difíceis. Pornão considerar essas características é que,as propostas moralizantes mostram-se,ocas e vazias."
Sr. Presidente, considero importante aapresentação dessas ideías sobre a ética e amoralidade publicas, preocupado com a lutaque o Governo se compromete a empreender, em nome do povo brasileiro, para combattlr a corrupção no País.
Finalmente, em relação ao enfrentamentodo terceiro inimigo identificado como prioritário, que é a miséria, cumpre-me elogiar asinceridade do novo Presidente no reconhecimento da existência da miséria neste Paísde tantos contrastes, pois não se combate amiséria sem reconhecer a sua existência.
O grande desafio a ser vencido pele· Governo que assume no próximo dia 15-3-90,no que diz respeito às suas propostas no planoeconômico, é sem dúvida a eliminacão dapobreza absoluta em grande escala, o~ seja,a eliminação da miséria.
Ao longo da década de 80, os princípiosbásicos do liberalismo econômico - entendidos enquanto:
a) mentalidade antipaternalista;b) valorização da autonomia e iniciativa
individual;c) e vigência das regras do jogo próprias
de uma economia competitiva de mercado,não conseguiram obter avanço e a ampla aceitação que hoje se observa nos países maisdesenvolvidos, inclusive, mais recentemente,nos da'Europa Oriental. .
Por que esses princípios não são assimilados no Brasil?
Qual a causa da péquena influência dosprincípios liberais no pensamento nacional,instituições e vida prática?
Segundo o Prof. Eduardo Gianetti da Fonseca, a questão da baixa assimilação do liberalismo no Brasil, como mentalidade e comonorma de ação e organização econômica, parece envolver inúmeros fatores, dos quais eledestaca dois. O primeiro é de natureza histórica e cultural. O segundo é de caráter programático e está diretamente vinculado à questão da resposta liberal ao desafio do desenvolvimento e da eliminação da pobreza absoluta.
Esse é ponto que tenho permanentementecobrado do meu partido,'o Partido da FrenteLiberal, uma atenção especial aos aspectosdo subdesenvolvimento.
O Prof. Gianetti da Fonseca, em seu livro"Liberalismo x Pobreza", aborda côm nitidezesse mesmo tipo de preocupação e afirmaigualmente:
"Mas o ponto que me parece relevantefrisar é que nenhuma dessas correntesneoliberais demonstra uma preocupaçãomais sistemática ou incisiva com respeitoaos problemas peculiares do subdesenvolvimento econômico.
Problemas que, como se sabe, foramjá largamente superados nas nações maisdesenvolvidas, mas, infelizmente, aindaafetam, de forma dramática, uma sociedade como a brasileira - mortalidadeinfantil, menor abandonado, mão-de-obra infantil, analfabetismo, ignorância,desnutrição, crescimento populacional,baixa expectativa de vida ao nascer, incompetência tecnológica e privação material sob a qual transcorre a vida dedezenas de milhões de habitantes."
O referido autor segue em sua análise demonstrando o que a doutrina liberal propõee como procedeu historicamente para enfrentamento de tais situações, os resultados obtidos.
Entretanto, o ponto central dos exemplosapresentados e dos comentários feitos é notarquanto se cjistanciam o universos de preocupações da política social neoliberal, de umlado, e a realidade brasileira, com suas características próprias e possibilidade de atuação,de outro.
O Brasil sequer logrou atingir o chamadowelfare state digno desse nome, apesar dese incluir entre as dez maiores economias domundo ocidental.
Para se ter uma idéia dessa distância, registra-se que em 1980 os gastos do governo norte-americano com assistência social eram daordem de 3.900 dólares anuais per capita,enquanto que a renda per capita, no Brasil,era de apenas 2.050 dólares anuais, portantoa metade do que era gasto pelo governo norte-americano com seus cidadões apenas comassistência social.
A defasagem apontada explicaria também,pelo menos em parte, a absurda associaçãoque' ainda se faz com tanta freqüência, noBrasil, entre liberalismo econômico e laissez·faire, tão pura quanto ingênua, na qual adefesa dos "h.!Cfos do capitalista" é tudo oque conta e onde não há lugar par qualquerpreocupação genuína com o bem-estar natural da maioria da população. É desalentadorobservar como a imagem.do liberal, no Brasil, tende ainda a se confundir com a preocupaçao apenas consigo mesmo e com os seuspróprios interesses.
Mas o importante~ rec:Qnhect;r essas cir~
cunstâncias e principalmente entender quea miséria diz respeito a todos nós. Temosde enfrentá-la juntos, reunidos no mesmo
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propósito, - políticos, empresários, trabalhadores, intelectuais, religiosos, estudantesetc.
Temos de vencer a miséria, e para tal épreciso acabar com a inflação e com a corrupção.
A nova Constituição brasileira define o Estado como servidor dos cidadãos e respon-'-'sável pela execução dos serviços que devema(ender aos direitos e interesses da sociedade,que são os direitos e interesses dos cidadãos:
Durante o discurso do Sr. Manoel Castro, o Sr. Edme Tavares, Segundo-Secretário, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Carlos Cotta, Terceiro Secretário.
o SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) Concedo a palavra ao nobre Deputado Michel Temer.
O SR. MICHEL TEMER (PMDB - SP.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Sr" e Srs. Deputados, quero tratar, nessestrinta minutos, de um tema da maior relevância que diz respeito à cidadania e, pordizer respeito à cidadania, toca também aquestão da representação popular; e, porqueinteressa também ao tema da representaçãopopular, diz respeito, como tentarei demonstrar, a uma omissão do Congresso Nacionalquanto à extinção de uma lei determinadapelo texto constitucional.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, sabem V.Ex's que a Constituição brasileira se abre comum conjunto de princípios fundamentais. Entre eles, no art. 1', inciso lI, está precisamentea idéia de que a República Federativa doBrasil é um Estado democrático que se assenta, entre outros valores, na cidadania. E como se revela a cidadania num Estado democrático? Revela-se mediante o fenômeno darepresentação popular. Em breves palavras,relembro a V. Ex" que ao longo da Histórianão foram poucos os movimentos popularespor uma adequada representação do povonos negócios de governo. O próprio fundamento do Poder Legislativo está calcado naidéia de que os comuns, isto é, os cidadãos,os súditos, podem manifestar-se nos negóciosde governo.
Remontemos à velha Inglaterra, no anode 1215, quando vigorava o mais feroz absolutismo. A época, os nobre dirigiram-se aJoão-Sem-Terra e lhe disseram que a partirde então, se quisesse tributar ou exigir algode suas propriedades, antes os consultassepara que autorizassem a tributação. Foi esseo primeiro instante em que se vislumbroue se verificou o fenômeno da consulta a umaparcela do povo. Vários outros movimentosse sucederam - a Revolução Inglesa, a Revolução Francesa e a Revolução Norte-Americana - e acabaram por tripartir o Poder,ou seja, por sacar aquele poder absoluto dasmãos do soberano e reparti-lo ao povo. Ea via encontrada para que o governo fossedo povo, uma demokratía, foi a representação popular. O povo elege, escolhe repre·sentantes, e estes, reunidos numa Casa legis·lativa, determinam aos membros do Exeeu·
tivo e do Judiciário como proceder, conver·tendo a vontade, a aspiração, o sentimentopopular em lei.
A partir daí. Sr. Presidente, evoluiu a teseda representação popular para o entendimen·to de que quanto maior o número de representantes, mais efetiva e eficaz a representação dos súditos. A idéia de um númeromaior de representantes, portanto, está ligada àquela da representação mais efetiva dopovo. Pois muito bem. Ao longo do tempo,e por força das várias Constituições, este preceito foi obedecido. Hoje. contudo, em vistade algumas disparidades regionais, que faza Constituição de 1988? Não fixa número total de Deputados, mas prevê o máximo eo mínimo. E eleva o número máximo de Par'lamentares, exatamente para permitir que arepresentação seja um pouco mais efetiva emvários Estados da Federação Brasileira. Estabelece 70 como número máximo e 8 comomínimo, embora determine, no art. 45, § I",a existência de uma lei complementar. Ora,o que fará esta lei complementar?
Digo isto, Sr. Presidente, porque tenho ouvido com freqüência, nesta Casa, a afirmaçãode que esta lei só poderia ser editada no anoanterior às eleições. Como temos eleiçõesneste ano, esta lei, nesta sessão legislativa,não poderia ser editada. Volto a insistir: oque fará a lei complementar? Fixará, nos termos do art. 45, § l°, o número total de Deputados e o número de Deputados por Estado e pelo Distrito Federal. Depois - e tomoa liberdade de ler - na seqüência, o § l'do art. 45 diz:
"O número total de Deputados, bemcomo a representação por Estado e peloDistrito Federal, será estabelecido porlei complementar. .. "
E a lei complementar é uma só, única epermanente, para vigorar para todo o sempre. Não se trata de editar uma lei complementar a cada quatro anos. Seria um absurdo,e o absurdo é incompatível com qualquer interpretação jurídica. A lei complementar éuma só: fixa agora o número de Deputados.Prossegue o artigo:
" ... proporcionalmente à população,procedendo-se aos ajustes necessários,no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas u~Iidades tenha menosde oito ou mais 'de setenta Deputados. "
A expressão "no ano anterior às eleições"está ligada ao problema dos ajustes periódicos, que não serão feitos por lei complementar, porque derivam de um mero cálculomatemático. A lei complementar, ao fixar,num primeiro momento, o total de Deputados, também fixará os critérios para que acada 4 anos, ou a cada eleição, se fixe umnúmero de Deputados de acordo com a variação populacional de cada Estado. Esta é aregra estabelecida no art. 45, § I' Portanto,esta lei complementar há de ser editada aindanesta sessão legislativa. Como diz respeitoà cidadania, porque aumenta o número derepresentantes, tornando mais efetiva a re-
presentação popular, o Congresso não podedescurar-se desta missão.
Vc;:!ifico que há, digamos assim, a idéiad~ qü:e isto pode ficar para o futuro, paranao dIZer para as calendas. Por isso, impõe-seque os Líderes desta Casa e todos nós tomemos o caminho que a Constituição nos recomenda, ou seja, se há uma omissão do PoderLegislativo - uma omissão gravíssima, porque diz respeito ao problema da cidadania- devemos bater às portas do Poder Judiciário. Para fazer isto a Constituição criou ummecani.smo chamado mandado de injunção,~xatamente para suprir as omissões legislativas, para que - e lamento dizer - o PoderJudiciário aponte ao Congresso a sua omissãoe recomende, com foro de determinação, aedição da lei complementar.
A SI"' Beth Azize - Concede-me V. Ex'um aparte?
O SR. MICHEL TEMER - Concedo oaparte a V. Ex'
O SI"' Beth Azize - Nobre Deputado Michel Temer, ouço com atenção e preocupaçãoa exposição que V. Ex' faz a esta Casa. Gostaria de pedir permissão para fazer algumaspequenas observações, exatamente em tomodesta questão. Como estudiosa do Direitoque sou e tendo presidido como magistradaalguns pleitos eleitorais no meu Estado, louvo a sua iniciativa e a de alguns Parlamentaresda bancada de São Paulo, porque, como dissebem V. Ex', a Constituição proíbe que selegisle sobre matéria eleitoral em ano de eleição. Ocorre, nobre Deputado, que esta questão da redistribuição das vagas na Câmarados Deputados entre os Estados da Federação brasileira não é matéria de Direito Eleitoral, é exatamente matéria de Direito de cidadania. Entendo que a iniciativa de V. Ex'em recorrer ao Poder-Judiciário, através doM~ndado .de Injunção, é oportuna e apropnada, pOIS o Congresso Nacional já deveriater cuidado de algumas. questões de vital importância para a Nação brasileira. Esta Casarepresenta a cidadaQ,ia, representa a população, enquanto o Senado representa a Federação brasileira. Por isso, estas questões precisavam, de pronto, ser legisladas, para quenão fosse necessário recorrer ao Poder Judiciário para sinalizar a omissão do Poder Legislativo nesta matéria de vital importânciapara a Nação. Para exemplificar esta nlinhapreocupação, que é exatamente a preocupação de V. Ex', cito o Estado do Amazonas,que represento. O IBGE até hoje não conseguiu estabelecer a sua população exata. Presume-se que tenha hoje um contingente populacional de dois milhões e quatrocentas milpessoas. Pois bem, o Estado do Amazonas'tem representação igual à que terão o novoEstado de Roraima e o novo Estado do Amapá, cujas populações representam um terçoda população do meu Estado. É preciso deixar claro que ninguém está aqui querendoaumentar o número de Deputados nesta Casa, o que se quer é fazer um redistribuiçãoentre os Estados, para que o princípio da
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representação da cidadania, estabelecido nanova Constituição, seja respeitado em totale absoluta sintonia com o espírito do legislador, quando inseriu esta regra no novo TextoConstitucional. Ilustre Deputado, o Mandado de Injunção vai acabar tranformando-seem regra geral, o comportamento que vaiditar o cidadão brasileiro e o Parlamentar,enquanto cidadão, para conseguir a garantiados direitos constitucionais, haja vista queno Rio Grande do Sul os trabalhadores ruraisestão entrando com um Mandado de Injunção contra o Congresso Nacional para fazervaler os seus direitos sociais, estabelecidosna Constituição. Essa é urna prática muitoruim, é urna exceção que se pode tornar urnaregra geral e levar o Congresso Nacional ao'descrédito da opinião pública. Por isso, é preciso que esta Casa, imediatamente, se conscientize de que precisamos legislar regulamentar os dispositivos Constitucionais a partir do direito de cidadania corno V. Ex' tãobem coloca nesta tarde.
O SR. MICHEL TEMER - Agradeço aV. Ex' o precioso aparte, que se sintetizanesta frase felicíssima: "O problema da representação a ser fixada pela Lei Complementar não diz respeito ao direito eleitoral,mas sim a um direito fundamental, que é odireito à cidadania".
Fixar o número de Deputados não está interessando basicamente a São Paulo. V. Ex'acabou de revelar um exemplo significativo.A Lei Complementar vai reequacionar o número de Deputados. Se tivermos de aumentar o número de Deputados, que assim seja.Volto ao princípio universal, segundo o qualquanto maior o número de representantes,tanto mais efetiva a representação.
SI. Presidente, esse a propósito, urge a impetração do mandado de injunção. Acho quedeva até ser impetrado pelos vários partidospresentes nesta Casa.
Digo mais: há urna regra nas DisposiçõesTransitórias que assegura a idéia de que oaumento da representação nem é para o futuro, o reequacionamento dessa representaçãoé para já. O art. 4" do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias, parágrafo 2",diz o seguinte:
"É assegurada a irredutibilidade daatual representação dos Estados e doDistrito Federal na Câmara dos Deputados. "
Ora, por que, em Disposição Transitória,foi preciso dizer que se assegura a irredutibilidade da atual - ou seja, desta - representação na Câmara dos Deputados? Precisamente porque a lei complementar será editada agora, e o número de Parlamentares seráoutro a partir de agora. Esta é a regra daConstituição federal. Mas, se este não foro desejo da Casa - desejo que, a meu ver,juridicamente estará equivocado - que seedite desde logo lei complementar fixandoo número de Deputados. Os partidos têmlegítimo interesse nessa matéria porque, como sabemos, agora, ao se inscreverem os candidatos a Deputados Federais, o partido pode
indicar urna vez e meia o número de cadeiras.Então, supondo-se que um Estado tenha sessenta representantes, corno é o caso de SãoPaulo, cada partido pode indicar noventacandidatos: mas, se tiver setenta, cada umpoderá indicar lOS.
Não há, portanto, outra solução, penso eu,diante -lamento dizer - da inércia do Congresso Nacional, porque projetos de lei há,e muitos, que já tramitam pela Comissão deConstituição e Justiça, mas que não foramtrazidos a este plenário. Razões que não quero discutir levaram a essa não-remessa ao Legislativo.
SI. Presidente, quero registrar, nesteGrande Expediente. que envidarei todos os·esforços para o ingresso deste mandado deinjunção, que deverá redimir esta falha doCongresso Nacional.
Quero, ainda, abordar outro ~osunto, Sr.Presidente, no qual, penso eu, há um equívoco do Congresso Nacional. Verifico queo novo Presidente, num primeiro momento,talvez instado por nosso colega Bernardo Cabral, tem registrado a necessidade de utilizaras leis delegadas. Supõe-se que, ao pensarnas leis delegadas, estaria S. Ex' afastandoa hipótese da edição de medidas provisórias,mal que foi por mim combatido, durante ostrabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, sem qualquer sucesso e que se reveloufreqüentemente utilizado, durante a sessãolegislativa passada, com o plácito ou a concordância do Congresso Nacional, pois houvemais de cento e trinta medidas provisórias,ou seja, mais do que o núemro de leis quepudemos editar nesta Casa.
Ora, vem o novo Governo e diz que, aoinvés de editar medidas provisórias, quer utilizar-se das leis delegadas~ e ouço colegas nossos afirmarem ser impossível a delegação,pois isto significa abrir mão de suas prerrogativas: No entanto, a lei delegada, que estáprevista no texto constitucional, é menos grave para o Congresso Nacional do que a medida provisória, porque, nos termos da Constituição, a delegação é solicitada pelo Presidente da República para legislar sobre assunto determinado. O Congresso Nacional, porresolução, diz qual é o conteúdo dessa legislação, quais são os termos do seu exercício,e ainda pode exigir que a lei, depois de redigida, seja submetida à sua apreciação, paraentão, sem emenda, aprovar ou rejeitar otexto.
E solarmente claro que a lei delegada éum instrumento - digamos assim - menosautoritário e, portanto, mais privilegiante doCongresso Nacional do que a medida provisória. Esta, sim, passa a vigorar de imediatoe vem tratando de todos os assuntos. A leidelegada, pelo contrário, sofre urna restriçãono que se refere a seu conteúdo material.
Torno a liberdade, Sr. Presidente, apenaspara ressaltar o equívoco daqueles que achamque não se pode utilizar a lei delegada, deler o art. 68 da Constituição, que diz, emseu § I":
"Não serão objeto de delegação osatos de competência exclusiva do Con-
gresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou doSenado Federal, a matéria reservada àlei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciárioe do Ministério Público, a carreira e agarantia de seus membros;
11 - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
UI - planos plurianiais, diretrizes orçamentárias e orçamentos."
Essas matérias não podem ser objeto dedelegação. Portanto, o campo material da leidelegada é mínimo. Ela abrange um pequenoespaço material, ao passo que a medida provisória alcança toda e qualquer matéria previstano texto constitucional.
SI. Presidente, utilizo estes momentos finais da minha manifestação no Grande Expediente para aplaudir a tese das leis delegadas.É claro que, se me perguntarem se não seriamelhor que o Congresso legislasse por lei ordinária ou complementar, eu prefiro essa hipótese, sem dúvida alguma. Ocorre que arealidade fática dos trabalhos deste Congresso não tem revelado essa solércia, essa rapidez; ao contrário, tem demonstrado, lamentodizer, um vagar extraordinário.
Portanto, diante da impossibilidade da legislação imediata, ao invés de utilizar as medidas provisórias, que use o novo Presidenteas leis delegadas, porque delas o CongressoNacional tem um controle prévio, antes quesejam editadas, e pode ter um controle posterior, se exigir sua aprovação pelo CongressoNacional.
Penso, SI. Presidente, neste segundo instante de minha fala, que há um equívoco daqueles que se insurgem contra as leis delegadas para, indireta e talvez inconscientemente,privilegiar as medidas provisórias.
Era o que tinha a dizer neste brevíssimodiscurso.
A SI" Beth Azize - SI. Presidente, peçoa palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) Tem a palavra a nobre Deputada.
A SRA BETH AZIZE (PDT - AM. Semrevisão da oradora.) -;- SI. Presidente, Sr'Se Srs. Deputados, aproveitando o intervaloentre um orador e outro, uso da palavra para
.comunicar à Casa que no dia 22 de janeirofui designada pela Comissão Executiva Nacional do Partido Democrático Trabalhistapara dirigir a comissão provisória do partidoe reorganizá-lo no Estado do Amazonas.
Estou, portanto, a partir desta data, ingressando no Partido Democrático Trabalhista.Já fiz esta comunicação à Presidência da Câmara e aos demais membros da Mesa. Emoutra oportunidade, quando puder falar noGrande Expediente, explicarei as razões pelas quais, depois de ser a única Deputadaeleita pelo PSB, estou agora ingressando noPDT e por que fiz tal opção.
274 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
. O SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) Concedo a palavra ao Sr. Ivo Vanderlinde.
O SR. IVO VANDERLINDE (PMDB SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr.' e Srs. Deputados, é com alegriaque retorno a esta Casa e revejo meus companheiros de luta, após um período de onzemeses de afastamento, quando, por nove meses e meio, exerci o honroso cargo de Secretário de Agricultura de meu Estado.
Ao iniciar este meu pronunciamento, gostaria de, em primeiro lugar, saudar a presençahoje, nesta Casa, do Presidente da Federaçãodos Aposentados do Brasil e de vários Presidentes de associações de aposentados de Estados, que aqui vieram reivindicar o apressamento da votação de projeto de lei regulamentando os novos benefícios que a Constituição brasileira de 1988 concedeu a aposentados e pensionistas. É urgente que a Casavote esta matéria, entre tantas outras damaior importância que aqui tramitam e queserão o complemento das normas conquistadas pela sociedade brasileira na nova Constituição.
Deixo aqui a minha solidariedade à lutados aposentados e faço um apelo a esta Casapara que nós, efetivamente, correspondamosà expectativa dessa importante categoria quehoje enfrenta tantas dificuldades.
Dito isso, gostaria de relatar aqui um poucoda experiência que Nivemos à frente da Secretaria de Agricultura em nosso Estado.
Foi um período gratificante. Pudemos conviver com os agricultores, os técnicos, as cooperativas e os sindicatos, ainda que num momento de dificuldades, de desafios enormes,o pior por que passa a agricultura do País.O agricultor brasileiro está morrendo à míngua, está-se descapita~izando, não está maisconseguindo cobrir os custos de produção.Seu poder de troca se avilta, se deteriora acada dia que passa. É vergonhoso o confrontodo aumento dos preços dos insumos, dosequipamentos, com o crescimetno dos preçosdo~ produtos agrícolas.
E bem verdade - predcisamos reconhecer- que é um tanto ilusório imaginar preçosjustos para o agricultor enquanto não tivermos neste País uma política agrícola; é ilusório imaginar que, produzindo arroz, feijão,milho ou leite, alguém vá ganhar dinheiro,enquanto tiver de vender esses produtos parauma classe que ganha baixos salários. Masnão é possível, também, que o agricultor,hoje, fique sem qualquer tipo de subsídio,de crédito. Não há crédito sequer para o investimento. O crédito para a política de preços mínimos, além de escasso, tem chegadotarde. O Governo sequer tem honrado o seucompromisso de pagar em tempo o trigo, doqual é o único comprador. O crédito agrícolapara o custeio tem chegado tarde e a taxasproibitivas. Com os juros que hoje se praticam, mais representa o suicídio financeirodo nosso agricultor do que qualquer apoioa ele.
Todos esses óesatlos que o agricultor está.enfrentando, a perspectiva de que, neste ano,
haverá significativa redução das safras brasileiras, fazem com que concluamos que, senão se modificar um pouco o quadro, a estrutura política e econômica do País antes dosegundo semestre, teremos falta de alimentosbásicos.
Mas, apesar disso, desenvolvemos, nos nove meses e meio em que estivemos à frenteda Secretaria de Agricultura, um trabalhomuito intenso e muito envolvente. Não nosacomodamos diante dos obstáculos e das diticuldades. A metade do nosso tempo passamos no interior, reunindo-nos com agricultores, procurando alternativas para o novomodelo agrícola que desejamos ver implantado neste País, de apoio à agricultura, perseguido durante os últimos trinta anos e patrocinado pelo Poder Público, tendo como alavanca principal o crédito rural, que faliu, e, juntamente com ele, o agricultor.
Esta Casa terá a responsabilidade de votara primeira Lei Agrícola do País, que por aquijá passoú e está no Senado Federal. Esperamos que o Senado a coloque entre as primeiras matérias a serem votadas nesta Legislatura, para que possamos, com os instrumentos e os balizamentos lá contidos, implantara política agrícola. Mas essa política agrícolapor certo não terá êxito se for impla!1tadadaqui de Brasília, de cima para baixo. E preciso que a classe rural se organize ainda mais.
E nós, em Santa Catarina, preconizamosum instrumento através do qual entendemosser possível modificar-se e envolver-se, debaixo para cima, a classe rural, de forma integrada, sem a ação paralela dos Governos federal, estadual e ml,micipal e das demais instituições.
Essa idéia nasceu há algum tempo - aidéia da municipalização. É no município queestá o cidadão e é onde precisam ser resolvidos os problemas da agricultura, da educação, da saúde, do transporte, da segurança, .do lazer e assim por diante. Fundamentalmente, na encruzilhada em que se encontraa agricultura, é preciso que consigamos criarem cada município - estamos fazendo issoem Santa Catarina - um Conselho Municipalde Agricultura, onde tenham assento os agricultores, através de suas associações de classe, o Governo do Município, o governo doEstado, representantes do Governo Federal,a i,niciativa privada, se lá estiver, a agroindústria, as cooperativas, enfim, todos osagentes envolvidos com a produção rural, para que se faça, através de um trabalho integrado, o real diagnóstico da realidade de cadamunicípio, das suas potencialidades, das suasprioridades, e nasça, ali, com a participaçãodo agricultor, o novo modelo agrícola quedesejamos para este País. A pequena e a média propriedades rurais já são a marca donosso Estado. Mas, por mais êxito que tenham tido até os dias de hoje, por certo devemos repensá-Ias, conseguir agregar maiorrenda à atividade, através de novas tecnologias, de culturas mais adequadas, da m'aiordensidade econômica por área, da diversificação, com gerenciamento mais competente,e da integração verticalizada da agricultura.
Dentro dessa proposta, temos a experiência do condomínio agrícola. Precisamos criarcondomínios de produção de leite, armazénscomunitários, que já são realidade em nossoEstado, integrando a pequena propriedade,dando-lhe mais densidade econômica, maiorprodutividade, e diminuindo os índices decusto, viabilizando, assim, a permanência dohomem no campo. Essa é uma das experiências que estamos implantando em uma centena de municípios catarinenses e que já funciona em mais de 40 deles.
Junto com essa experiência, surgiu, emSanta Catarina, uma outra idéia, que deu certo. No início, foi criado um instrumento chamado de "troca-troca", depois regulamentado em lei, com um fundo de complementação. Diante da queda assustadora do poderde troca do homem do campo, foi criado odispositivo para estabelecer equivalência entre o que ele produz e o seu financiamentobancário. São dois instrumentos importantesque deixo como contribuição a esta Casa.
Concedo ao Deputado Ubiratan Spinellio aparte.
O Sr. ÍJbiratan Spinelli - Prezado Depu-.tado Ivo Vanderlinde, é um satisfaçãoter ·V. Ex' de volta a esta Casa, Deputadocombativo, grande conhecedor dos problemas da agricultura, e que prestou, no seuEstado, relevantes serviços nessa área. Masgostaríamos de dizer que, se em Santa Catarina está indo tudo muito bem, apesar dasdificuldades, no nosso Estado, Mato Grosso,essencialmente agropecuário, as coisas caminham mal: não só o agricultor sofre com osjuros exorbitantes, os atrasos de pagamentos,a política do Banco do Brasil, que o tem penalizado como nunca, como também aconteceum fenômeno não visto há quinze anos. ParaMato Grosso foram milhares de conterrâneosseus, gaúchos e paranaenses. E o que aconteceu este ano? Ninguém fala em supersafra.Em Mato Grosso, pela primeira vez nessesúltimos quinze anos, houve uma quebra realda safra de grãos de 1 milhão e 200 mil toneladas, provocando o fenômeno da volta de mu~
tos sulistas aos seus Estados de origem. Euma das conseqüências da falta de estradasvicinais. O Governo de Mato Grosso não estádando o amparo necessário aos agricultores.Além disso, vale citar a política nefasta doBanco do Brasil em nossa região. Quem sedeslocava para a região Centro-Oeste esperando melhores dias está desistindo. Isso nãoé bom para o País.· Esperamos que a políticaseja repensada - como muito bem analisouV. Ex' - porque não adianta fazer reformaag:rária dando apenas terra ao agricultor. Conheço proprietários que estão abandonandoaté 300 hectares de boa terra e voltando paraseus Estados de origem. De nada adiantaráuma refor!lla agrária sem o apoio do Governo, sem tecnologia, dinheiro barato, até mesmo subsidiado. Acho que o Brasil está perdendo muito no setor da exportação principalmente no que toca à soja. Parabenizo V.Ex' pelo seu retorno a esta Casa e aproveitoa oportunidade para dizer que, apesar desta
Fevereiro de 1990 DIÁRIO PO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 275
política do Governo Federal, Mato Grossoestá de braços abertos para acolher com carinho nossos irmãos do Sul.
.O SR. IVO VANDERLINDE - Agradeçoao ilustre colega o aparte, que vem enriquecer o meu pronunciamento. As preocupaçõesde V. Ex' somam-se às minhas no que serelaciona à situação da agricultura brasileira.
É importante que consigamos, junto como novo Governo que em breve se instala,acenar com perspectivas positivas para a agricultura, pois o êxodo rural se torna cada vezmais triste, não sendo maior porque estamosvivendo um período de estagnação econômica e, por isso, o próprio meio urbano nãoabsorve em quantidade maior a mão-de-obrarural. É 'preciso, urgentemente, estabelecermedidas que revertam essa expectativa. Nãopodemos querer que a agricultura brasileiracontinue produzindo produtos subsidiadospara uma população.que não tem capacidadede consumo, pagando os insumos mais carosdo mundo, pagando hoje o trator mais carodo mundo, quando aqui estão as fábricas quepagam à mão-de-obra os salários mais baixosdo mundo. Não podemos continuar tendo aagricultura mais tributada do mundo.
É vergonhosa a tributação que hoje se impõe à agricultura brasileira. Estamos aquicom dois documentos a nós enviados pelasassociações brasileira, catarinense, paranaense e gaúcha de criadores de suínos. Numdesses documentos, oferecem elas uma sériede sugestões, mostram a realidade dramáticapor que passa o setor, que hoje volta a viveruma crise, depois de quase falido, por causade importações desnecessárias. Apresentamos produtores uma série de sugestões paraa política de preços, formação do Conselhode Suinocultores, política de crédito, políticatributária, suprimento de insumos, estoquesreguladores de carne, exportações e importações, política sanitária, melhoramento genético e a questão da pesquisa e assistência técnica.
Esse documento, entregue à equipe econômica do novo Governo como subsídio paraformação de uma política agrícola, reflete opensamento dos suinocultores do sul do Brasil.
No último dia 9 de fevereiro, estiveramreunidos os Secretários de Agricultura dostrês Estados do Sul, na cidade de Concórdia,Santa Catarina. Nessa reunião, a AssociaçãoBrasileira, a Associação Riograndense, Catarinense e Paulista dos Criadores de Suínosmostram o quadro difícil por que passa o setore dizem, ao final do documento a que mereferi - que solicito seja incorporado ao meupronunciamento como testemunho e reforçode nossas palavras - que, enquanto o produtor de suínos recebia, na ocasião, NCZ$ 13 ,50por quilo de suíno, o custo de produção erade NCZ$ 13,39. E mostram ainda, numa figura, como fica a distribuição desse preço, naprodução e comercialização. O produtor, pelo que aqui se vê recebe apenas 17% do preçofinal pago pelo consumidor, 20% representam a participação do Governo nos tributos
que cobra e 63% ficam com a indústria eo comércio.
O consumidor, que m\litas vezes vê o produtor como um vilão, deve entender que suasituação é tão difícil quanto a do produtor.É necessário que a sociedade urbana, diantedo modelo urbano-industrial que hoje estáde costas para o campo, se junte ao produtorrural para exigir uma política agrícola sériade produção e de abastecimentq, para queo produtor possa não só continuar sobrevivendo, como produzindo mais alimentos acustos menores, dando à população brasileiraa garantia de. no futuro, abastecer-se de alimentos produzidos no Brasil.
Eram essas as colocações que gostaria dedeixar registradas na tarde de hoje, além deapelar ao Senado Federal para que vote aLei Agrícola que lá se encontra. Apelo também a esta Casa para que, dentro da priorização dos projetos de lei a serem votadosem regime de urgência, inclua a lei complementar que regulamenta·a conquista do ho-
. mem do campo, ou seja, a aposentadoria com'salário integral para o homem, aos 60 anos,e a conquista da mulher trabalhadora ruralque, na nova Constituição, conquistou também a aposentadoria. que ainda não tem,com a idade de 55 anos.
É preciso que esta Casa. com urgência,discuta e vote essas leis. para que essas conquistas possam ser implementadas, para queo nosso produtor brasileiro, além de esperaruma política agrícola séria, tenha tambémuma política. no campo social e previdenciário, que lhe dê alguma perspectiva de umavelhice melhor.
Encerro aqui meu pronunciamento, agradecendo aos colegas a audiência e dizendo,mais, uma vez, que voltamos a esta Casa dispostos a nos somar a todos aqueles que aquiestão, para correspondermos à expectativaque a sociedade brasileira tem do CongressoNacional neste ano de 1990.
Durallte o discurso do Sr. [vo Vanderlinde o Sr. Carlos Cotta, 3" Secretário.deíxa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. Arnaldo Faria de Sá, Suplente de Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria deSá) - Vai-se passar ao horário destinado às
VI - COMUNICAÇÕESDE LIDERANCAS
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria deSá) - Concedo a palavra ao nobre DeputadoAntônio Britto que falará pela Liderança doPMDB.
O SR. ANTÔNIO BRITTO (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Sr'" e Srs. Deputados, ao longo da sessãode hoje, diversos Parlamentares, interpretando o que me parece ser um sentimento comum a toda a Casa. manifestaram preocupação com a demora. infelizmente havida,na apreciação e aprovação da legislação que
regulamentará os direitos ~os trabalhadoresbrasileiros no campo da Previdência Social.Apesar de todo o esforço realizado no anopassado, esforço que pude testemunhar nacondição de Relator do Projeto de Custeioda Previdência, apenas a Comissão de Saúde,Previdência e Assistência Social pôde concluir o seu trabalho. Neste momento há intenção dos líderes de assegurar a urgência aoprojeto que dispõe sobre os benefícios da Previdência Social. de· autoria do Deputado Flo·riceno Paixão, e ao Plano de Custeio, inicial,mente apresentado por mim·e depois formalmente levado à apreciação da Comissão peloDeputado Adhemar de Barros Filho. O regime de urgência pode resolver um dos problemas. que é o do atraso do Congresso Nacional. Assim, imediatamente, a matéria viriaa plenário e poderia ser aprovada nas próximas semanas na Câmara dos Deputados.
Sr. Presidente. este primeiro passo parece-me importante; principalmente porque oCongressO' Nacional sofre· neste momento oterrível ônus de ver chegar ao Supremo Tribunal Federal mandado de injunção, apresentado por lideranças dos trabalhadores rurais de todo o País, exigindo imediata aprovação da legislação que consagra os direitos quea Constituição já lhes assegurou. Do mesmomodo, os aposentados e os trabalhadores urbanos manifestam de forma crescente a suainsatisfação com a demora com que operamo Congresso e· a Câmara dos Deputados estamatéria.
Sr. Presidente,. creio que seja do meu dever, como Relator da matéria na Comissãode Saúde, Previdência e Assistência Social,chamar a atenção para um segundo aspecto:mesmo que hoje viesse a ser aprovada todaa legislação complementar à Constituição,que regulamentasse os direitos dos trabalhadores no campo da Previdência Social, umproblema grave permaneceria, porque o Orçamento votado pelo Congresso Nacionalnão contém recursos suficienteS para o pagà~ento dos direitos que estamos assegurando.Ou esses direitos são aprovados sem consi·derar os recursos que nós próprios aprovamospara o Orçamento, e· então serão letra morta,ou haverá, junto com a aprovação' dos projetos, uma revisão do orçamento de 199G. Osestudos técnicos de que disponho mostramque hoje a diferença é de 1 bilhão de dólares,ou seja, o orçamento deste ano, no campoda seguridade social, precisaria receber o reforço de pelo menos 1 bilhão de dólares paracobrir as despesas decorrentes do pagamentodos direitos previstos na legislação de benefícios. Ora, não se trata de fazer um raciocíniomenor no sentido de resolver o problema cor·tando os direitos. Ninguém pretende, ninguém defe.nde, ninguém quer isso. Entretanto não se pode também, numa postura superficial e perigosamente demagógica, aprovaros direitos sem considerar os recursos disponíveis.
Por isso, creio que a Casa não está na obrigação de simplesmente apressar a aprovaçãodo Plano de Benefícios e Custeto. Não bastaisso. Será necessário que lideranças do Con-
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gresso Nacional se dêem ao trabalho de comparar o que estamos aprovando. em termosde benefícios com o que colocamos à disposição da seguridade em termos de recursos.Se esse exame não for feito ~om urgência,em vez de resolvermos o problema, estaremos dando a ele uma solução fictícia. Issoporque aquilo que aqui for aprovado em termos de direitos não estará disponível na for- ,ma de recursos e valores nos guichês da Previdência e dos bancos que hoje operam no pagamento dos direitos previdenciários.
Por último, chamo a atenção para o seguinte aspecto: aO longo dos últimos anos houveacréscimo de recursos na área previdenciária.No entanto, criminosamente, o pouco, masde qualquer forma existente, que se concedeuno campo da Previdência não saiu de fontesnovas de recursos, não adveio de acréscimode recursos ao orçamento;'simplesmente foisubtraído, retirado da área da saúde. Nuncase gastou tão pouco, como hoje, em termosde saúde no País. Portanto, pens1!r que a solução para 'ampliação dos direitos no campoda Previdência está - da mesma forma comoocorreu no ano passado - na diminuição derecursos para a saúde, significa, a meu juízo,um crime contra os hospitais, as casas de saúde e, em particular, contra os doentes e desvalidos do País.
Por isso, primeiro, apelo para que, sob ,acondução e liderança de V. ,Ex', a Câmarados Deputados, em atenção aos mandadosde injunção que já deram entrada no Supremo Tribunal Federal e aos reclamos apresentados de forma unânime desta tribuna, V.Ex' lidere um esforço pela imediata aprovação, ao menos na Câmara dos Deputados,da Lei de Custeio e da Lei de Benefícios.
Segundo, que a Câmara dos Deputadosnão esqueça o fato de que neste momentoserá necessário compatibilizar e examinar, aomesmo tempo, o que se propõe em termosde despesa e. de orçamento. E preciso reexaminar a questão do Finsocial e de algumasfontes novas de receita, sob pena de que,se simplesmente aprovado o projeto, de umlado, e mantido o Orçamento, do outro, nãohaja recurso suficiente.
Terceiro, que haja também nesta Casa, tãosensível à questão da previdência e com tãosobradas razões, sensibilidade para que a Justiça devida aos trabalhadores rurais, aos aposentados e àqueles que pretendem aposentar-se não se faça às custas da saúde dos miseráveis que neste País acorrem, sem sucesso,aos hospitais e às casas de saúde não maisem busca de prevenção, mas sim de algumatentativa de salvação de suas vidas.
Durante o discurso do Sr. AntônioBritto, o Sr. Arnaldo Faria de Sá, Suplente de Secretário, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pelo Sr. Paesde Andrade, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Paes de Andrade)- Concedo a palavra ao nobre DeputadoArnaldo Faria de Sá, que falará pela Liderança do PRN.
o SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN- SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados. abordou o DeputadoAntônio Britto a problemática da Previdência Social. Causa-me estranheza o fato deo Ministério da Previdência e Assistência Social, ao apagar das luzes, ter proposto umasérie de modificações na situação previdenciária.
Ao final do mandato do 'Presidente Sarney,o Ministro Jáder Barbalho faz um recadastramento. Certamente, como muitas coisasocorreram nesse ministério, isso nos permitealgumas interrogações, porque soa a um recadastramento escuso. Os funcionários da Dataprev, com muita razão, têm telefonado aeste Parlamentar demonstrando suas preocupações com a forma de recadastramento, aoapagar das luzes do governo, nesse fim defeira que é o Governo Sarney.
Outra coisa que também nos causa estranheza é amud'ança da forma de distribuiçãodos carnêsde benefícios. A Previdência dizque serão afixadas listas que ficarão à disposição dos previdenciários, para que possamsaber quando deverão dirigir-se às agênciasde benefícios para retirarem seus respectivoscarnês.
Ora, por que tudo isto não foi feito aolongo do períopo .em que o Ministro JáderBarbalho estava à testa do ministério ou atéantes, no governo do próprio P,residente Sarney? Estranhamos que agora, ao apagar dasluzes, algumas coisas sejam modificadas naárea do Ministério da Previdência Social.Gostaria também que esse ministério se preocupasse em fiscalizar os bancos que fazemo pagamento dos benefícios, que expõem osbeneficiários a filas interminávies nos subsolos ou nas sobrelojas, fazendo com que aposentados e pensionistas tenham dificuldadesno recebimento dos mesmos. '
Acho que essa é a função precípua do Ministério da Previdência Social e não a de ficarinventando agora, ao final do Governo, coisas que certamente já deveriam ter sido feitas. Esperamos que o novo Governo, na junção do Ministério do Trabalho com o da Previdência Social, na pessoa do Ministro Antônio Rogério Magri, que, no Sindicato dosEletricitários, em São Paulo, sempre deuatenção esp'ecial aos aposentados, se preo- _cupe com a situação 'dos aposentados e pensionistas.
Esperamos que esta possa ser a tônica. Iremos procurar colaborar, orientar e esclarecera forma pela qual os aposentados e pensionistas poderão ser atendidos pelo futuro governo. Hoje, nesta Casa, no horário do Pequeno Expediente, já houve manifestação nosentido de que possa tramitar C0m urgênciaa aprovaçã<l do Plano de Benefícios e Custeioda Previdência Social, a fim de que sejamatendidos os reclamos de todos os aposentados e pensionistas.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Durante o discurso do Sr. Al'Ilaldo Faria de Sá, o Sr. Paes de Andrade, Presidente, deixa a cadeira da presidência, queé ocupada pelo Sr. Inocêncio OUI'e(ra,1" Vice-Presidente,
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPTB, ao nobre Deputado Sólon Borges dosReis.
O SR. SÓLON BORGES DOS REIS (PTB- SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs, Deputados, o art. 60 daConstituição que elaboramos e promulgamos, em vigor no País desde o dia 5 de outubro do ano de 1988 - e já estamos em 1990- precisa ser cumprido.
No dia 16 deste mês tive oportunidade deocupar a tribuna desta Casa para lançar umacampanha - e espero que ela alcance âmbitonacional, envolva toda a sociedade brasileiraorganizada, os partidos políticos e principalmente o Poder Legislativo - pelo cumprimento das leis em vigor neste País pór partenão só dos governados, mas também dos governantes.
Estes além da obrigação de cumprirem asleis, a começar pela Constituição, têm também oportunidade de servir de exemplo. Apostura dos homens que estão no pódio, queestão na vitrina, que estão em evidência, écontagiosa e faz escola e, portanto, as suasresponsabilidades são grandes.
A campanha pelo cumprimento das leis emvigor deve envolver dois aspectos: cumprimento por parte do governado e cumprimento prioritário por parte dos governantes. Precisamos dar prioridade a essa campanha. Jáestamos num processo político de amadurecimento do povo brasileiro com a implantação de um regime verdadeiramente democrático. Depois de vencidas duas etapas desseprocesso a Assembléia Nacional Constituinte, que elaborou uma Constituição. cujos representantes foram eleitos direta e livremente pelo povo, e a eleição direta para Presidente da República - o próximo passo deveser cumprir neste País, as leis em vigor emtodos os níveis, começando pela ConstituiçãoFederal e indo até a Lei Orgânica dos Municípios.
A esse respeito aponto, entre outros, o art.60 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias, da Constituição Federal de 5de outubro, que dá o prazo de dez anos paraa erradicação do analfabetismo neste País.
Já se passou mais de um ano desse prazoe, por enquanto, a lei ainda é letra mortano Brasil.
- .O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)
- Antes de passar a palavra ao próximo orador, esta' Presidência comunica aos nobrespares que teremos, dentro de trinta minutos,votação nominal no Plenário, convoca, portanto, os nobres Deputados presentes nas diferentes dependências desta Casa a comparecerem imediatamente ao plenário.
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o Sr. Jesus Tajra - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra a V. Ex' pela ordem.
O SR. JESUS TAJRA (PFL - PI. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria apenas de justificar a ausência do Deputado Mussa Demes, atendendo a seu pedido.S. Ex' encontra-se em Teresina, hoje, paraassistir a uma solenidade na qual será homenageado o Presidente da PIFA, João Avelange.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPTB, ao nobre Deputado Osvaldo Sobrinho.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ocupo a tribuna nestemomento para denunciar um crime brutalocorrido no Município de Matupá, regiãonorte do Estado de Mato Grosso.
Ontem, o valoroso Vereador Victor HugoFidélis Domini foi assassinado, por volta das16 horas, com quatro tiros no peito. O bravocombatente iria, na noite de ontem, na sessãoda Câmara dos Vereadores, apresentar o impeachment do Prefeito municipal, que segundoo Vereador, vem cometendo várias irregularidades na Prefeitura Municipal. Duas horas antes de começar a sessão da Câmara,o Vereador foi assassinado com quatro balaços, tendo morte rápida, fato que deixou acidade em inconformismo total, com revoltade toda a população.
Sr. Presidente, quero dizer que ná regiãode Peixoto de Azevedo, Matupá, Guarantã,os crimes, em sua maioria, não são julgados,ficando os criminosos impunes e à solta., Jáapelamos para o Governo do Estado do MatoGrosso, para a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, para a Polícia Federal,e estamos apelando para o Ministério da Justiça, no sentido de que esse crime não fiquecomo os outros ocorridos naquela cidade, naquele Muniçípio.
Que a morte do Vereador Victor HugoFidélis Domini, homem bravo, lutador, trabalhador e democrata por excelência, não seja em vão, que a, sua vida sirva de exemploaos homens públicos, a fim que tragam à tona
,os fatos verídicos da sua morte. Assim, poderemos dizer que ainda existe justiça no Estado de Mato Grosso e no Brasil.
Registramos, portanto, o nosso descontentamento, em nome do Partido TrabalhistaBrasileiro, pelo crime acontecido no Município de Matupá: Esperamos que os responsáveis sejam punidos na forma de lei e queo Governo do Estado do Mato Grosso, através da Secretaria de Segurança Pública, investigue esse horrendo crime, que enlutou'a família mato-grossense.
.0 Vereador Victor Hugo Fidélis Dominimó,iava ali há longo tempo. Sua vida e trabalho honraram a população de Matupá. Bemvotado, Líder do PFL na Câmara Municipal,pela sua bravura, pelo seu trabalho, pela sua
luta fez com que'a classe política ali recebessenovos ares.
Queremos neste momento, além de denunciar o crime, pedir aos órgãos competentesque se faça justiça, para que a populaçãonão sinta que os crimes permanecem impunes. Proporcionalmente, talvez ali ocorrammais crimes como esse, hoje, do que na Baixada Fluminense. Todos os dias, todas as noites, lamentavelmente, há ocorrência de crimes, e não vimos até hoje nénhum culpadona cadeia. Esperamos que'os fatos sejam esclarecidos e que os autores desses crimes ve'nham a sofrer as conseqüências e as penali-
. dades da lei. .Portanto, em nome da classe política mato
grossense, manifestamos nossos votos de pesar à famJ1ia do Vereador Victor Hugo. Esperamos que o seu exemplo', a sUil brasilidade,a democracia que sempre pr~gou, o seu patriotismo sejam embasamento para a luta daq\leles companheiros que cÇll).tinuam trabalhando pela cida<;le de' Mat\lpá. Não ficaremo~ quietos" qão silen,ciaremos ,enquanto esse crime não for desvendado, enquanto a verdade não vier à tona e enquanto os responsáveis não forem parar nas barras da Justiça.
Muito obrigado, Sr. Presidente"
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPDT, ao nobre Deputado Lysâneas Maciel.
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b SR. Ll'SÂNEAS MACmL (PDT - R~.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente"Sr's e Srs. Deputados, tivemos a grata notíciada libertação do líder Nelson Mandela. Digograta notícia porque, em agosto do ano passa~do, fizemos uma visita, em nome do ConselhoMundial de Igrejas, a sete países: aos EstadosUilidos, à Inglaterra, à Sauíça, ao Japão, àsede do Mercado ·Comum Europeu, Bruxelas. Ali falamos 'com as principais liderançase tivemos uma sessão especial, na's NaçõesUnidas, e um encontro muito positivo como Secretário-Geral Javier Peres de Cuellar..Um dos temas que nos levaram a esse encontro foi a situação da África do Sul. Em nomedo Conselho Mundial de Igrejas, encontramo-nos com as seguintes autoridades e lideranças: em Berna, na Suíça, como Ministrodas Relações Exteriores, EmbaixadorRuegg; em Paris, com François Mitterand ecom o Secretário-Geral do Quai D'Orsay,Monsieur Despont, e com Laurent Fabius,Presidente da Assembléia Nacional da França; em Bruxelas, na Bélgica, com M. TindEmans, Ministro das Relações Exteriores eresponsável pelos assuntos internacionais daComunidade Comum Européia; em Londres,com o Ministro das Relações Exteriores, SirGeoffrey Howe, e com o Secretário-Geralda Commomealth; em Bonn, com o Presidente Weizsacker, Gensher e Helmut Kohl;nos Estados Unidos, com James Baker, Secretário de Estado norte-americano, e comvárias lideranças: Senadores Crauston, PaulSimon, Edward Kennedy, Nancy Kassebaum, Richard Lugar, Clairborne Pell e dezesseis deputados norte-americanos. Nessas
três semanas em que tivemos contato,comessas autoridades, pudemos ,chaI\lar a atenção para a ,escalada da violência na Áfricado. Sul e para ,a possibilidade ,de ocdrrer, anão ser que sejam empreendidas ,ações decisi~
vas e imediatas, um dos piores banhos .desangue após a Segunda Guerra Mundial. Observamos àquelas autoridades o fato de queo acordo em Angola e as aberturas para aimplementação da Resolução das NaçõesUnidas n"'45 -.a indep,endência da Namibianão puderlllU ainda <ttingir o espírito do regime sul-africano: Ao contrário, as informações da África'do Sul demoI1stram quc:;,.durante as negociações internacionais, o,governo sul-afric;lUo havia intensificado as medidasrepressivas contra o povo, prescrevendo toes não-violentas que pleiteavam mudanças.
Sr. Presidente, a situação era de tal gravidade que até. crianças estavam sendo atingidas. Uma 'das propostas que fizemos foi' ade que não adiantava fazer- condenações utópicas ao regime da África do Sul, naquelaépoca presidido por Peter Botqa; não-adiantava fazer quaisquer condenações. ' ,
A ONU considerou o regime doapartheidum crime contra a 'humanidade. A AméricaLatina foi representada por este Deputadoque dirige a palavra à Câmara dos Deputadosno presente momento. A tese que prevaleceufoi a de que, se'as' Nações' Baidas consideravam o apartheid um crime,-como não'sepode regulamentar o' crime,-o regime teriade ser abolido. Uma das condições foi tornarnão mais clandestinas aS organizações quepleiteavam as mudanças na África do Sulatravés de medidas não-violentas. A primeiradelas, Sr. Presidente, é a que acaba de seratendida agora: a libertação do líder negroNelson Mandela. O Presidente da África doSul mostra-se disposto a fazer outras, concessões. De outro, modo, teríamos.mais banhosde sangue, pois,87% da população daquelepaís são oprimii:los, massacrados. ,. '
Criaram até uma teologia para. justificaro apartheid" co'mo se o negro não fosse, naverdade, igual ao branco. Lá,os negros nãopodem escolher onde morar, onde estudar,não podem votar, não podem sequer ser enterrados em lugares adequados, próximos àsua residência. Criaram uma teologia parajustificar essa monstruosidade qúe chamamápartheid. .
A libertação de Mandela é apenas um passo. Agora fala~se até em convidar o líder negro para vir a este Parlamento. Será umahomenagem justa, pois, na verdade, esse regime, consagrado como um dos 'mais violentos e cruéis do mundo moderno, tem de serextirpado. Não se podem fazer concessões.O único p~ís que se recusou a fazer sançõescontra a Africa do Sul foi. a Inglaterra. ADama de Ferro ficou insensível ao apartheid,mas não quis praticar sanções econômicascontra ela. ' ...
Sr. Presidente, Ss's e 'Srs. Deputados, alibertação de Mandela pode ser o início daredenção e da consagração do princípio deque todos os homens são iguais perante nãoapenas a lei, mas também perante Deus, o
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Criador, que quis que todos fossem iguaise feitos à Sua semelhança.
A notícia é auspiciosa. Se este Congressoconvidar Mandela, para vir até aqui, teremosuma demonstração de que a violação dos direitos humanos, em qualquer parte do mundo, afeta, naturalmente, mesmo aqueles quecom ela não estão diretamente envolvidos.Este o sentido da libertação do Líder Mandela. Houve sensibilidade nos principais governos ocidentais do mundo. Estivemos emcontato direto com autoridades de nível intermediário, com o Ministro das Finanças, como Presidente Weinzsacher, o primeiro MinistrodoJapão, com James Bakere o PresidenteGeorge Bush, e verificamos tratar-se de homens sensíveis no sentido de que a liberdadede Mandela era a libertação não apenas deum negro sul-africano, mas a libertação deum homem sujeito à opressão e símbolo daresistência contra a violência e !l violação dosdireitos humanos.
Muito obrigado.
O SR. pimSIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPSDB, ao nobre Deputado Elias Murad.
O SR. ELIAS MURAD (PSDB - Ma.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, colegas Deputadas e Deputados, hápoucos dias, escrevemos um artigo sobre trágico acontecimento envolvendo a morte damodelo Adriana de Oliveira.
Apesar de trágico, acho que devemos tirardaí alguns exemplos, principalmente a juventude. Por isso, tomo a liberdade de repeti-loaqui da tribuna do plenário, para que fiqueregistrado nos Anais da Câmara dos Deputados.
Adriana morreu na flor da idade, desabrochando para a vida. Jovem, bonita, charmosa, com um futuro brilhante à sua frente emum emprego que lhe oferecia a oportunidadenão s6 de recursos materiais como tambémde viajar e conhecer novos ambientes, novasterras, novas culturas. Seu belo rosto apareceu em revistas importantes do País e, porcerto, iria também aparecer em outras de 6rgãos internacionais.
Informam os especialistas que Adrianamorreu por overdose de drogas. Tecnicamente estão certos e cientificamente corretos.Mas a dúvida que nos assalta, a perguntaque n6s cidadãos com algum senso de responsabilidade social questionamos, é por queAdriana, que tinha tudo o que a vida podeoferecer, teve que desaparecer de maneiratão trágica em um acontecimento tão dramático.
Como modelo profissional, a sua pr6priasubsistência como tal exigia que se mantivesse esbelta. E esbeltez hoje em dia, noscanônes da moda, significa magreza. Sua profissão exigia que se mantivesse magra. Porisso, fazIa regime - provavelmente drástico- a fim de atingir tal objetivo.
Este foi talvez o.fator mais importante quecolaborou para a sua mo!"te. O estômago vazio absorve com mais facilidade o álcool eoutras drogas, aumentando o; seus efeitos
e, conseqüentemente, a sua toxicidade. Doses de bedidas alc061icas e drogas que seriamsuportáveis em um indivíduo substancialmente alimentado e bem nutrido podem ser fataisa um outro com regime drástico ou restritivo.
É 16gico que se pode argumentar queAdriana não teria morrido se não tivesse usado tais drogas, principalmente associadas aoálcool. Certo. Ma aqui cabe também o questionamento a uma sociedade que tende a vercom certa tolerância o uso de tais produtos.Tanto assim, que é comum entre alguns setores jovens a· pergunta: "Se todo o mundousa, por que não um?"
Entra então em jogo o problema da informação ou, o que é mais lamentável, a máinformação. Todos deveriam saber os riscosque tais drogas - como a cocaína e a maconha - representam. E também o sinergismo(soma) de efeitos t6xicos que significa a suaassociação. Isto é, o álcool aumenta a toxidade da cocaína - e tamhém do diazepam- e vice-versa. Não foi uma s6 droga quematou Adriana, mas sim a associação de várias que ela usou. Além das bebidas alcoólicas, algumas pessoas imprevidentes ou malinformadas tendem a considerar, principalmente a maconha e a cocaína, como drogasrecreacionais. Boas para uma festa de "embalo", esquecendo-se que este "embalo" podelevá-los ao desenlace. fatal. '
Informam também os peritos que a maiorquantidade de cocaína foi encontrada no seu'estômago, o que faz supor que' ela usou-apor via oral. Esta não é a maneira usual doemprego da cocaína. Os 'usuários experimentados empregam-na por via nasal, aspirada,ou por via endovenosa ("no pico"), comosolução. Isto permite, então, levantar a hipótese de que a cocaína poderia ter sido postaem sua bebida, o que agrava a situação daqueles que colaboraram para isso.
Por tudo isso, choro com os pais de Adriana. O comum, o biológico, é os filhos enterrarem os pais e não estes levarem à últimamorada os filhos jovens. Para os pais, nãopode haver dor mais profunda do que essa.Eu, que já perdi um filho adolescente emum acidente de trânsito, sei o que ela significa.
A única esperança que nos resta no contexto deste trágico acontecimento, é que ele sirva de exemplo - principalmente aos jovens- de que a vida, este dom extraordinárioque Deus nos deu não pode ser sacrificadade maneira tão cruel.
"Os sinos não dobram por você, Adriana.Os sinos dobram por nós".
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPSDB, ao nobre Deputado Antônio CarlosMendes Thame.
O SR. ANTÔNIO CARLOS MENDESTHAME (PSDB - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, temos, nos últimos dias, lido e ouvido'diversos depoimentos de economistas, de empresários e até de políticos dizendo que vamos enfrentar, a partir do dia 15 de março,
uma recessão inevitável - corretiva - parafazer com que a economia retome e seu rumo, e possa, dessa forma, evitar o grandemal, pelo seu caráter concentrador de rendas,que é uma inflação tão alta como a que atualJ;llente experimentamos.
Quais De mecanismos que existem para 'seinduzir a uma recessão? São seis. Isso emqualquer país do mundo. Não há COffiD seforçar uma recessão, corretiva ou não, a nãoser através desses mecanismos.
Primeiro, juros altíssimos. Ningu.ém toJ;lladinheiro emprestado e a economia entra emrecessão.
Segundo, diminuição da liqüidez. Não hádinheiro nem para o crédi~o direto aÇl consumidor, nem para as empresas progredJremou expandirem seus negócios.
Terceiro, corte das compras do Governo.O Governo não faz mais negócio, não contrata mais ninguém, corta-se o trabalho dasempreiteiras.
Quarto, impedimento às exportações.Quinto, diminuição do rendimento do di,
nheiro da poupança. Portanto, não,remunerando mais o rentista, diminuindo os jurosreais.
Sexto, achatamento dos salários.As cinco formas iniciais estão em 'pleno
vigor no País. Os juros estão altíssimos. Umaempresa que depender do dinheiro emprestado estará falida, liquidada. Não há grandecontrato nem grande obra do Governo. Nãopodemos impedir as exportações.
Então, quando ouvimos falar em recessão,ficamos muito preocupado. Será que vão novamente achatar os salários? Será que 'vãocolocar o preço desse achatamento nas costasdo trabalhador?
Segundo informaçôes divulgadas pelos jornais neste fim-de.-semana, pretende-se fazerum ajuste salarial concomitantemente aoajuste de preços pré-fixados. Pré-fixar salários e preços. Ou seja, os salários que sãoreajustados pela inflação passada passariama ser reajustados pela inflação futura, Troca-se, portanto, a política salariili.
Ora, os salários, em qualquer parte domundo, são sempre corrigidos pela inflaçãopassada. Por quê? Porque não se trata dereajuste, mas de correçáó para preservar opoder real dos salários. Portanto, não é preciso alertar para o fato de que uma mudança'na política salarial deixará um resíduo. Querdizer, se mudarmos a orientação ~alarial, assim como aconteceu no Plano, Verão e também no Plano Bresser, haverá um resíduoque depois será concedido aos trabalhadoréspela Justiça, como sempre tem ocorrido, combase num pressuposto constitucional, que éo da irredutibilidade dos salários. A justiçatrabalhista acaba,. a posteriori, concedendoesse resíduo, mas meses depois.
O que é um J;esíduo? É a diferença entrea inflação do mês anterior e a correção efetivamente -feita nos salários. Se tenho, em janeiro, umil inflação de 70% e dou 20% decorreção - não é reajuste - nos salários
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de fevereiro, há um resíduo de 50%. Se onovo Governo anuncia que não colocará nascostas do trabalhador o ônus desse reajuste,o resíduo deverá ser-lhe concedido.
Ora, se esse resíduo será dado imediatamente, em março ou em abril, não haverádiferença alguma. A soma da inflação posterior, mais o resíduo concedido antecipadamente, corresponde à inflação do mês anterior. Portanto; não vemos qualquer necessidade de se mexer na política salarial, a menosque não se queira dar o resíduo. Nesse casohavérá um achatamento salarial.
Nós, do PSDB, que somos um partido deoposil;:ão e que torcemos pelo sucesso do Governo, temos de exercer uma posição vigilante. 'E se possível, para aumentar o acerto,preventivainente, queremos deixar esse alerta quanto ao risco de uma política salarialalterada, que não corresponde aos legítimosanseios dos' trabalhadores.
o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)-·Concedo a palavra, pela Liderança doPSB, ao' nobre Deputado Ademir Andrade.
Q SR. ADEMIR ANDRADE (PSB - PA:Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, esta Casa, durante mais deum ano e'meio, tem registrado notícias e documentos para cá encaminhados sobre a violência no Estado do Pará, especi~mentesobre o crime organizado no Baixo Amazonas,na cidade de Itaítuba.
Por mais de um ano e meio, o Governadordo Estado fez chacotas e deu risadas diantedas denúncias apresentadas de assassinatosque lá ocorriam, de crimes políticos praticados em Itaítuba. Finalmente, passado todoesse tempo, o Governador Hélio Gueirosvem a público reconhecer o que estava sendodenunciado. S. Ex' afirmou aos jornais deBelém, rádios e televisão, que agora vai agirpara acabar com o crime organizado em Itaituba, que considera um verdadeiro absurdo.
Um comandante da Polícia Militar de Santarém afirmou que nada podia fazer. Maisuma vez, uma autoridade do Estado voltaa dar declarações nesse sentido, afirmandonão ter condições logísticas para atuar contraessas quadrilhas organizadas.
Ficamos satisfeitos com a ação do Governo, que reconhece essas denúncias. Sei quepara lá foram mandados cinco juízes e estãosendo encaminhados cinco promotores e trinta policiais militares, com annamentos, paraagirem contra os bandidos. Mas o que é deadmirar é que somos sabedores de que o Governador Hélio Gueiros reconheceu o fatoda existência de violência na área não pelaquestão da violência em si, não pelos assassinatos brutais que ocorrem na região, não pelaimpunidade, pelo roubo, pela falcatrua quelá existe, mas apenas por uma questão política, porque o seu representante no BaixoAmazonas, Ronaldo Campos, teria afirmadofidelidade ao Ministro da Previdência e Assistência Social, Jáder Barbalho. Em função disso, e como Ronaldo Campos tem ligaçõesoom essas quadrilhas organizadas, o Gover--
nador agora resolve agir, para punir essa pessoa que ele considera uma liderança e quejurou fidelidade a<l Ministro da Previdênciae Assistência Social.
É lamentável o que ocorre no Governodo Pará; é lamentável que as pessoas quetêm obrigação de governar o Estado', ao invésde pensarem no interesse público, de cumprirem suas tarefas, fiquem envolvidas em desavenças políticas e só passem a agir em funçãodelas.
Necessário se faz que se registre nos Anaisdesta Casa a ação positiva do Governo doEstado, mesmo vindo por linhas tortas, porrazões políticas.
Espero que o povo de Itaituba e do BaixoAmazonas tenha a sorte de encontrar a liberdade, a tranqüilidade de poder viver com asegurança e a paz que sempre almejou paraa região.
Apoiamos a ação do Governo, embora estejamos a condenar a forma - e a razão- como está sendo efetivada.
o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança do
\CB, ao nobre Deputado Augusto Carvalho.
O SR. AUGUSTO CARVALHO (PCB DF. Sem revisão do orador.) - SI. Presidente, há algum tempo a questão .da alienação dos imóveis funcionais da União, aquino Distrito pederal, vem sendo objeto de de- 'bate e de profunda polêmica, com repercussão nos órgãos de imprensa deste País.
Diante desse tema, trazemos nossa contribuição, à luz. de um estudo aprofundado dasdiversas propostas que tramitaram nesta Casa, entre as quais podemos citar a de origemno Senado, aprovada posteriormente na Câmara e, por fim, vetada pelo Presidente daRepública. Posteriormente tivemos propostasemelhante encaminhada pelo Governo, àbase de medida provisória. No entanto, emrazão de uma série de questionamentos, entreos quais realçamos aqueles que criavam umasérie de condições privilegiadas para a aquisição desses imóveis, todas mereceram críticas bastante agudas por parte de nossos colegas da Câmara e do Senado.
Analisando a emenda apresentada àquelaépoca e as outras propostas apresentadas,elaboramos um projeto que, temos certeza,poderá servir de base para a construção deum consenso que contribua para a sc;>luçãoda questão que já vem sendo arrastada hámuitos anos. É a reivindicaç~o feita pelosfuncionários que para aqui vieram quandoda transferência da Capital da República,movidos pela perspectiva de algum dia obterimóvel próprio. No entanto, as promessas foram sendo proteladas pelos sucessivos governos.
Os critérios de ocupação desses imóveisforam profundamente questionados, uma vezque eram preenchidos basicamente atravésda troca de fav,ores e apadrinhamentos dosaltos escalões da República.
Neste sentido, SI. Presidente, queremos_trazer à apreciação dos nossos colegas esta
proposta, esperando que ela possa merecerda Casa uma tramitação rápida, tendo,emconta que .ela não traz aquelas detur.paçõesque colOCAram bO,a parte da Casa em ,confronto com as propostas anteriormente apresentadas.
Temos a certeza de que nossa proposta farácumprir um desígnio fundamental, que é retirar a intervenção do Estado de uma área nãoprioritária. O Estado não tem de administraruma imobiliária do porte da Sucad, que. hoje,administra cerca de 10 mil imóveis funcionais.
Assim sendo, Sr. Presidente, esperamosque a Mesa' processe a tramitação e contamosmerecer o apoio da Casa;
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra ao nobre Líder doPCN, Deputado Edivaldo Holanda.
O SR. ED~VALDO HOLANDA (PCN MA. Sem re,\isão do orador.) ;- SI. Presidente, Srs. Deputados, o Exm' Sr. PresidenteJosé Sarney instituiu no seu Governo ó ticketdo leite para a criança carente. Mais de oitomilhões de 'crianças carentes, em todo Brasil,são socorridas pelo Programa do Leite.
Dados estatísticos comprovam até que oíndice de mortalidade infantil diminuiu emmuitos Estados brasileiros, graças ao leiteque a criança Vem recebendo qiariamente.Trinta tickets de leite são entregues a cadafamília. .
SI. Presidente, há uma grançle elípectativa,sobretudo no Norte e Nordeste brasileirQs,quanto à extinção do programa no próximogoverno - o do Exm" SI. Fernando Collorde Mello. No Ceará, por exemplo, onde estive recentemente, houve uma passeata de famílias de todqs os bairros da periferia de Fortaleza. Postadas às portas da Sehac, apelavampara as autoridades do futuro ,governo paraque não extinguissem tal programa.
No Maranhão; milhares de crianças sobrevivem - almoçam, jantam e ceiam - comesse leite.
Portanto, dirijo veementemente apelo ao, futuro Presidente da República, Collor de
Mello, no sentido de que mantenha o Programa do Leite, da mais alta importância social,sobretudo para as regiões carentes de nossoPaís.
Era o que tinha a dizer.
O SR. PRESIDENTE '(Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPFL, ao nobre Deputado Alysson Paulinelli:
O SR. ALYSSON PAULINELLI (PFLMG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, é com muita
,honra que venho fazer uma comunicação quejulgo da maior importância. Trago aqui umexemplar da primeira Lei Orgânica aprovadano meu Estado, Minas Gerais, em Lavras,município a que me vinculo - sou eleitore professor da Escola Superior de Agriculturadaquela cidade.
Há um fato inusitado. Esta lei resultou especialmente do grande esforço da Câmara
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Municipal daquele Município, que conseguiua efetiva integração da comunidade com oLegislativo, A Câmara Municipal recebeu,naquela oportunidade, duzentos documentosda população, entre moções, sugestões e atémesmo projeto populares com muitas assinaturas.
Sr. Presidente, graças à dedicação de umaplêiade de Vereadores especialmente capitaneados pelo meu colega, Prof. Luís Augustode Paulo Lima - que se' fundamentou nainfra-estrutura da sua Universidade - colocou~se em dia todo o minucioso estudo detoda a legislação surgida naquela terra, desdequando se fundou o Legislativo. Na elaboração dessa lei, S. S' deu demonstração desua competência ao integrar a comunidadeao Legislativo, para dali extrair uma lei contemporânea, moderna e que poderá servira muitos Municípios que não têm a felicidadede, como Lavras, dispor de uma universidadee contar com uma plêiade de professores quese dedicaram a esse, trabalho, Eles poderão,naturalmellte, orientar muita,s Câmaras Municipais pelo interior do País.
Faço esta observação, SI. Presidente, nãoapenas por se tratar da primeira Lei Orgânicasancionada no meu Estado - e, quem sabe,no pr6prio País - mas pelo resultado que;lli se obteve, do esforço integrado entre oExecutivo, o Legislativo e a população. Soumunicipalista, sei que as grandes soluções dosproblemas brasileiros estão exatamente nomunicípio. Alegra-me quando vejo no município uma mobilização como essa, no sentidode se criar ali uma legislação contemporânea,atualizada e sobretudo participativa.
Gostaria, SI. Presidente, como homenagem ao Legislativo e em especial ao Prof.Luiz Augusto de Paulo Lima, meu colega,de solicitar a V. Ex' que fosse inserida nosAnais da Câmara Federal uma c6pia dessalei. Que ela possa servir de subsídio a colegasnossos que aqui estão - como eu - recebendo questionamentos e solicitações de várias regiões, pois se trata de trabalho bemelaborado, que poderá contribuir para a solução dos problemas não apenas daquela, mastambém de outras regiões do País.
Era o que tinha a dizer.
(A publicação da Lei OrgânicaMunicipal mencionada pelo oradordepende de decisão da Mesa da Câmara dos Deputados.)
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Vai-se passar à Ordem do Dia.
COMPARECEM MAIS OS SRS.:
Acre
Maria Lúcia - PMDB; Narciso Mendes-PFL.
Amazonas
Carrel Benevides - PTB; Eunice Michiles- PFL; Ézio Ferreira - PFL; José Dutra-PMDB.
Rondônia,
Francisco Sales - PMDB; José Guedes-PSDB.
Pará
Ademir Andrade - PSB; Amilcar Moreira- PMDB; Arnaldo Moraes - PMDB; Asdrubal Bentes - PMDB; Benedicto Monteiro - PTB; Domingos Juvenil - PMDB;Eliel Rodrigues - PMDB; Fausto Fernandes- PMDB; Fernando Velasco - PMDB.
Tocantins
Ary Valadão - PDS; Leomar Quintanilha- PDC; Paulo Mourão - PDC; Paulo Sidnei-PMDB.
Maranhão
Albérico Filho - PDC; Edivaldo Holanda- PCN; José Teixeira - PFL; Victor Trovão-PFL.
Piaqí
Jesus Tajra - PFL; José Luiz Maia PDS.
Ceará
Aécio de Borba - PDS; Gidel Dantas PDC; Osmundo Rebouças - PMDB; Paesde Andrade - PMDB; Raimundo Bezerra- PMDB; Ubiratan Aguiar - PMDB.
Rio Grande do Norte
Flávio Rocha - PRN; Henrique EduardoAlves - PMDB; Ismael Wanderley - PTR;Ney Lopes - PFL.
Paraíba
Adauto Pereira - PDS; Agassiz Almeida-PMDB; Aluízio Campos-PMDB; Antonio Mariz - PMDB; Evaldo GonçalvesPFL; Francisco Rolim - PSC.
Pernambuco
Artur de Lima Cavalcanti - PDT; Fernando Lyra - PDT; Gilson Machado - PFL;José Mendonça Bezerra - PFL; José Tinoco- PFL; Paulo Marques - PFL; RobertoFreire - PCB; Salatiel Carvalho - PFL.
Alagoas
Antonio Ferreira - PFL.
Sergipe
Djenal Gonçalves - PMDB; José Queiroz- PFL; Messias G6is - PFL.
Bahia
Celso Dourado - PMDB; GenebaldoCorreia - PMDB; Jairo Carneiro - PFL;João Carlos Bacelar - PMDB; José Lourenço - PDS; Manoel Castro - PFL; Virgildásio de Senna - PSDB; Waldeck Ornélas-PFL.
Rio de Janeiro
Amaral Netto - PDS; Benedita da Silva- PT; Bocayuva Cunha - PDT; Emani Boldrim - PMDB; Feres Nader - PTB; JoséLuiz de Sá - PL; Lysâneas Maciel- PDT;mlson Sabrá - PRN; Oswaldo Almeida PL; Paulo Ramos -PDT; Sandra Cavalcanti
- PFL; Sérgio Carvalho - PDT; Simão Sessim - PFL; Vivaldo Barbosa - PDT.
Minas Gerais
Alysson Paulinelli .,.,... PFL; Bonifácio deAndrada - PDS; Carlos Cotta - PSDB;Célio de Castro - PSDB; Dálton Canabrava- PMDB; Elias Murad - PSDB; GenésioBernardino - PMDB; Ibrahim Abi-Ackel- PDS; José da Conceição - PMDB; JoséSantana de Vasconcellos -PMDB; Laêl Varella - PFL; Luiz Alberto Rodrigues PMDB; Mário Assad - PFL; Mello Reis- PDS; Oscar Corrêa - PFL; Paulo Almada
. - PMDB; Ronaro Corrêa - PFL; SauloCoelho - PFL; Virgílio Guimarães - PT.
São Paulo
Afif Domingos - PL; Agripino de OliveiraLima - PFL; Airton Sandoval - PMDB;Antoniocarlos Mendes Thame - PSDB; Antônio Salim Curiati ~ PDS; Arnold Fioravante - PDS; Caio Pompeu de Toledo PSDB; Cunha Bueno - PDS; Delfim Netto- PDS; Fábio Feldmann - PSDB; FranciscoAmaral - PMDB; Geraldo Alckmin Filho-PSDB; Gerson Marcondes-PMDB; Hélio Rosas - PMDB; Irma Passoni - PT;João Cunha - PST; João Herrmann Neto- PSB; José Camargo - PFL; José MariaEymael - PDC; Maluly Neto - PFL; MichelTemer - PMDB; S610n Borges dos Reis PTB; Theodoro Mendes - PMDB; UlyssesGuimarães - PMDB.
Goiás
Fernando Cunha - PMDB; Iturival Nascimento - PMDB; Jalles Fontoura - PFL;João Natal - PMDB; Mauro Miranda PMDB; Naphtali Alves de Souza-PMDB;Roberto Balestra - PDC; Tarzan de Castro-PDT.
Distrito Federal
Márcia Kubitschek - PRN; Sign'laringaSeixas - PSDB.
Mato Grosso
Júlio Campos - PFL; Osvaldo Sobrinho- PTB; Rodrigues Palma - PTB; UbiratanSpinelli - PLP.
Mato Grosso do Sul
Ivo Cers6simo - PMDB; Levy Dias PFL; Plínio Martins - PMDB; Saulo Queiroz - PSDB; Valter Pereira - PMDB.
Paraná
Alarico Abib - PMDB; Borges da Silveira- PDC; Ervin Bonkoski - PTB; Hélio Duque -PMDB; José Carlos Martinez-PRN;Matheus Iensen - PMDB; Maurício Fruet- PMDB; Maurício Nasser - PMDB; Nelton Friedrich - PSDB; Nilso Sguarezi PMDB; Osvaldo Macedo - PMPB; PauloPimentel - PFL; Renato Johnsson - PRN;Tadeu França - PDT.
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 281
Santa Catarina
Artenir Werner - PDS; Cláudio AvilaPfL; Henrique Córdova - PDS; RenatoVianna - PMDB; Walmor de Luca PMDB.
Rio Grande do Sul
Adroaldo Streck - PSDB; Alcides Saldanha - PMDB; Amaury Müller - PDT; Arnaldo Prieto - PFL; Darcy Pozza - PDS;Hilário Braun - PMDB; Ibsen PinheiroPMDB; Irajá Rodrigues - PMDB; Ivo -Mainardi - PMDB; João de Deus Antunes ..:...PTB; Júlio Costamilan -PMDB; Lélio Souza-.PMDB; Nelson Jobím-PMDB; PauloMincarone - PTB; Paulo Paim - PT; Rospide Netto - PMDB; Ruy Nedel- PMDB;Victor Faccioni - PDS.
Amapá
Annibal Barcellos - PFL; Eraldo Trindade -PI:.
Roraima
Alcides Lima - PFL; Marluce Pinto PTB; Ottomar Pinto - PMDB.
VII - ORDEM DO DIA
o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)A lista de presença registra o comparecimento de i58 Senhores Deputados.
APRESENTAÇÃO DE PROPOSIÇÕES
OS Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar poderão fazê-lo.
Apresentam proposições os Senhores:FLORICENO PAIXÃO - Projeto de lei
que dispõe sobre o pagamento semanal devencimentos, salários, soldos e remuneraçãode servidor público e determina outras providências.
-Projeto de lei que dispõe sobre o pagamento semanal dos salários, e determina ou-tras providências. .
ELIAS MURAD - Projeto de lei quedispõe sobre a proibição do uso do metanolou álcool metílico como combustível no País,puro ou em mistura com outros combustíveis,até que estudos mais profundos sobre a suasegurança sejam estabelecidos e dá outrasprovidências.
- Projeto de lei que modifica a redaçãoda alínea "a" § 49 , do art. 654, que estabeleceas condições para inscrição no concurso paraingresso na magistratura do trabalho.. SÓLON BORGES DOS REIS - Projetode lei que dispõe sobre o crime de interferirnos sistemas de informática e dá outras provi-.dências.
NELSON SEIXAS - Requerimento deinformações ao Diretor-Geral do Dnaee Departamento Nacional de Águas e EnergiaElétrica sobre a viabilidade de transferênciade custos operacionais e de manutenção darede pública para as concessionárias que exploram a iluminação urbana.
NILSON GIBSON - Projeto de lei queexclui do pagamento do Imposto de Renda
as importâncias auferidas pelos mergulhadores e determina outras providências.
- Requerimento de envio de mensagemde congratulações ao Desembargador Demócrito Ramos Reinaldo, eleito para a Presidencia do Tribunal de Justiça do Estado dePernambuco.
- Requerimento de envio de mensagemde congratulações ao Juiz do Trabalho, Mílton Lyra, eleito para a Presidência do Tribunal do Trabalho - 6' Região, Recife, Estadode Pernambuco.
GILSON MACHADO - Projeto de leique extingue o Instituto do Açúcar e do Álcopl, reordena a intervenção esta~al no setorsucro-alcooleiro e determina outras providências.
JOSÉ GUEDES - Projeto de lei que dispõe sobre fiscalização das atividades de Inte·ligência, I[lformação e Segurança e determina outras providências.
GEOVANI BORGES - Projeto de leique dá nova redação às alíneas "a" e "b"do caput do a.rt. 79,.da Lei n9 605, de 5 dejaneiro de 1949, que dispõe sobre o repousosemanal remunerado e o pagamento de salários em dias feriados.
GONZAGA PATRIOTA - Projeto delei que dispõe sobre a destinação de produtode alienação das terras devolutas da união.
ANTÓNIO CARLOS MENDES THAME - Projeto de lei que mantém os atuaisníveis diferenciados percentuais dos preçosdos combustíveis álcool e gasolina, bem comodos valores do recolhimento do IPVA paraveículos automotores movidos por estes combustíveis e determina outras providências.
- Projeto de lei que mantém os atuais níveis diferenciados percentuais dos.preços doscombustíveis álcool e gasolina, bem como dosvalores do recolhimemo do IPVA para veículos automotores movidos por estes combustíveis e determina outras providências.
UBIRATAN SPINELLI - Requerimentode informações ao Ministro do Planejamentosobre alocação de recursos orçamentáriosdestinados ao prosseguimento de obras decanalização dos córregos Barbado, Quartafeira, São Gonçalo e Figueirinha, em Cuiabá,Estado de Mato Grosso.
- Requerimento de informações ao Ministro da Agricultura sobre alocação de recursosorçamentários destinados ao reforço de dota-ção do Projeto "Saneamento em Áreas Urbanas" , para prosseguimento de obras de canalização dos córregos Barbado, Quarta-feira,São Gonçalo e Figueirinha, em Cuiabá, Estado do Mato Grosso.
GERALDO ALCKMIN FILHO - Projeto de lei que altera a legislação do Institutode Previdênci:;t dos Congressistas.
JOÃO CUNHA - Projeto de lei que isenta de Imposto de Renda os rendimentos provenientes de aposentadorias e pensões.
FRANCISCO AMARAL - Projeto deLei Complementar que dispõe sobre prazospara desincompatibilização.
- Projeto de lei que altera dispositivos daLei n" 7.210, de 11 de julho de 1984, quedi~l!~e sobre execuções penais.
DASO COIMBRA - Projeto de lei quedá nova redação ao caput do art. 193, daConsolidação das Leis do Trabalho.
FÁBIO FELDMANN - Requerimentode informações ao Ministro das Minas e Energia e ao Diretor-Presidente de Furnas - Centrais Elétricas S.A. sobre riscos, localizaçãoe especificação do material radioativo proveniente da Usina Nuclear de Angra I.
- Requerimento de informações ao Ministro do Exército, à Saden e à Cnen sobre Planode Emergência Externa em caso de acidentena Usina Nuclear de Angra L
RENATO VIANNA -Projeto de lei queacrescenta parágrafo ao art. 24 da Lei doDivórcio.
GERSON MARCONDES - Projeto delei que dispõe sobre incidência do Impostode Renda e proventos de qualquer naturezanos casos que especifica, e determina outrasprovidências.
- Projeto de lei que dispõe sobre as garantias constitucionais asseguradas aos ex-combatentes na Segunda Guerra Mundial e determina outras providências.
- Requerimento de informações ao Ministro da Aeronáutica sobre restrições impostaslWla Prefeitura Municipal ao uso e gozo dapropriedade imóvel no bairro de Jardim Ipanema e suas adjacência~, em Guarulhos, Estado de São Paulo, sob pretexto de seremconsiderados áreas de risco para ~ navegaçãoaérea.
EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS Requerimento de informações ao Ministroda Fazenda e ao Presidente da Caixa Econô·mica Federal sobre razões da desativação daSuperintendência do Estado de Tocantins eo montante dos recursos dispendidos.
JESUS TAJRA - Projeto de lei que estabelece, de acordo com o § 99 do art. 14 daConstituição Federal, os casos de inelegibilidade que menciona e os prazos de sua cessação e determina outras providências.~UNHA BUENO - Projeto de lei quê
dispõe sobre empréstimos de recursos da~nião a governos ou entidades estrangeiras.
AUGUSTO CARVALHO - Projeto delei que dispõe sobre a ven.da de bens imóveisda União e de entidades da administraçãoindireta e determina outras providências.
ANTÓNIO SALIM CURIATI - Projetode lei que autoriza o Poder Executivo a criara Escola Agrotécnica Federal de Avará, noMunicípio de Avaré, Estado de São Paulo.
-Projeto de lei que dispõe, nos termosdo art. 175 da Constituição Federal, sobreo regime das empresas Goncessionárias e permissionárias de serviço público, e determinaoutras providências.
- PAULO RAMOS - Requerimento deconvocação do Ministro da Marinha, Consultor Jurídíco do Ministério da Marinha edo Capitão de Fragata Paulo Henrique Medeiros Ferro Costa para -prestação de esclarecimentos aos membros da Comissão de Constituição e Justiça e Redação sobre o não-cumprimento do Mandado de Segurança n9 144/89do S!!Qerior Tribunal de Justiça.
282 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
Sala das Sessões, 9 de novembro de 1989.- Deputado Nilson Gibson, (PMDB-PE).
O SR. PRESIDENTI): (Inocêncioüliveira)'-'- Os Srs. que o aprovam queiram permanecer como estão. (Pausa.)
Aprovado.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Há sobre a mesa e vou submeter a votoso seguinte Requerimento:
REUQERIMENTO N' , DE 1989
Requer sessão de Homenagem pelocentenário do nascimento de Lindolfo Co1101'.
Senhor Deputado Paes de Andrade,DD. Presidente da Câmara dos DeputadosNos termos regimentais, requeiro a Vossa
Excelência a realização de Sessão de Homenagem pelo centenário do nascimento de Lindolfo Collor, em data a ser designada pelaMesa.
Solicita seja convocada Sessão em homenagem a Arthur Antunes Coimbra,Zico, uma das maiores estrelas do futebolbrasileiro e mundial de todos os tempos.
Exm\' Sr. Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos Deputados
Requeiro a Vossa Excelência, nos terÍnosregimentais, a convocação, para o início dopróximo ano legislativo, de,uma Sessão emhomenagem a Arthur Antunes Coimbra, Zico, ex-titular da Seleção Brasileira deFutebole do Clube de Regatas Flamengo, que se exi'biu pela última vez como prófissional do futebol,no dia 2 de dezembro próximo passado.
Justificação
O futebol faz p~rte da vida dos cidadãosbrasileiros, e os seus verdadeiros craques sãomerecidamente reconhecidos e idolatradospelos torcedores.
Zico, foi o 2' maior artilheiro de toda ahistória do nosso futebol e talvez o últimoda geração os "Monstros Sagrados".
Dedicou a maior parte da sua vida à atividade de jogador, conseguindo, 'com muitossacrifícios, valorizar e engrandecer o esporte.profissional do nosso País.
Por seu exemplo de fé, determinação e garra. Por ser possuidor de caráter modelar epersonalidade marcante, Arthur AntunesCoimbr~, o Zico, ao encen'ar sua carreiraprofissional, merece receber as honras e ashomenagens dos ilustres membros desta Câmara dos Deputados.
Sala das Sessões, 6 de dezembro de 1989.- Deptitado Maguito Vilela, Vice-Líder doPMDB.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Os Srs. que o aprovam queiram permanecer como estão. (Pausa.)
Aprovado.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Há sobre a mesa e vou submeter a votoso seguinte Requerimento
- Requerimento de informações ao Ministro da Marinha sobre o n:ío-cumprimento dadecisão do Superior Tribunal de Justiça referente ao Mandado de Segurança n? 144/89.
WALDECK ORNELAS - Requerimento de informações ao Ministro da Fazendasobre a evolução nominal e real da arrecadação do "selo-pedágio" e.transferências realizadas ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem.~ Requerimento de informações ao Minis
tro dos Transportes sobre estimativa e realização da arrecadação do "selo-pedágio".
TADEU FRANÇA - Projeto de lei quedetermina modificações na Lei nU 7.788, de3 de julho de 1989, que "dispõe sobre a política salarial e dá outras providências".
VIVALDO BARBOSA - Projeto de leique "regula o processo de apuração do abusodo poder econômico e abuso do exercício defunção nas eleições e determina outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Srs. Parlamentares, a Mesa, acolhendomanifestação dos Srs. Líderes, considerandoa difieuldade de marcação de passagens aéreas para os dias que antecedem o carnavalcomunica aos prezados col,egas que, em cará~ter excepcional, as inscrições de oradores para o Grande Expediente !lO mês de marçoserão antecipadas para o dia 22 de fevereirocorrente, quinta-feira, às g hs., no gabineteda Presidência. O sorteio será realizado às11 hs., nos termos regimentais.
Portanto, de 8 às 11 horas da próxima quinta-feira estaremos fazendo as inscrições parao Grande Expediente do próximo mês demarço e, às 11 horas, realizaremos o sorteiodesses oradores.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Sobre a mesa comunicação do SI. Presidente do Congresso Nacional, nos seguintestermos:
"SI. Presidente, comunica a V. Ex'e, por seu alto intermédio, à Câmarados Deputados, que esta Presidênciaconvocou sessão conjunta a realizar-sehoje, às 18h30min., no plenário destaCasa, destinada à apreciação de vetospresidenciais...
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Vai-se passar à votação da matéria queestá sobre a Mesa e a constante da Ordemdo Dia.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Há sobre a mesa e vou submeter a votoso seguinte Requerimento:
Senhor Presidente,Requeremos a Vossa Excelência, nos ter
mos do Regimento Interno, seja prorrogadaa Sessão do dia 6 de março de 1990 parahomenagear a Rede Globo - TV Globo -,pelo transcurso do vigésimo quinto ano (25'aniversário), órgão de divulgação e difusãoda nossa cultura, cabe-nos como integrantesdeste Poder Legislativo, homenageá-la, como preito de gratidão e respeito à sua colaboração inestimável à sociedade brasileira.
REQUERIMENTO N° , DE 1989
Justificação
O ilustre Senhor Lindolso Leopoldo Boeckel Collor completaria, o dia 14 de fevereirode 1990, 100 (cem) anos de existência, razãopela qual propomos a homenagem.
Todos,neste País reconhec,'m o importante papel desempenhado por esse insígne homem público que sempre assumiu posiçõeslúcias e coerentes na área polídca, defendendo de forma incontestável os mais legítimosinteresses nacionais.
Nasceu Lindolfo Collor em São Leopoldo(Rio Grande do Sul) em 14 de fevereiro de1890.
Era, sob todos os aspectos, um autênticovalor moral e mental das modernas geraçõesbrasileiras. Feito pelo seu próprio esforço,a~ etapas que venceu na vida pública deveu-asinvariavelmente, "à sua inteligência, à suacapacidade de trabalho, ao sadio otimismoque era a marca do seu patriotismo lúcidoe consciente". Dotado de uma cultura queo situava ~ntre os homens melhor.aparelhados no Brasil para o trato dos problemas sociais e econômicos da época, era dos que podiam opinar com autoridade sobre as questões brasileiras.
Formado em Farmácia em Porto Alegre,em 1909, transfere-se para Bagé, onde passaa integrar a equipe da redação do Jornal ODever; entre 1912 e 1913 escreve no Jornaldo Comércio, do Rio de Janeiro, e tambémno Jornal do Brasil, época em que sua personalidade começou a projetar-se nos cenáriosda vida jornalística brasileira. ~a vida parlamentar, exerceu com grande dignidade oscompromissos assumidos em campanha, como Deputado Estadual e Deputado Federal.
Participou da instalação da "Aliança Liberal", em 1929, formada pelo Rio Grande doSul,.Minas Gerais e Paraíba; integrou na "Câmara Federal o bloco minoritário, em apoioà candidatura de Getúlio Vargas à Presidência da República". Em dezembro de 1930é nomeado l'Titular do Ministério do Trabalho, instalado pelo Governo Provisório deGetúlio Vargas, onde elabora a estrutura daLegislação Social Brasileira, a primeira naAmérica do Sul.
Lindolfo Collor não foi jamais um espectador indiferente ou displicente dos acontecimentos. Neles interveio, ou procurou intervir, sempre com um alto sentido dos interesses do Brasil e do mundo, revelando-se,em todas as suas manifestações, um espíritoclaro e construtivo. O seu comportamentonão descambou para a demagogia, mesmo)10S dias m\lis tumultuados das campanhas políticas de que participava. A pai."{ão partidárianão lograva dominá-lo; sede de poder nuncafoi dominante em sua personalidade. E esse,era o segredo da grande simpatia de que gozava entre companheiros correligionários e adversários, e do respeito cada vez maior deque o cercava a opinião pública.
Mais do que justo, por conseguinte, que,a exemplo do que está acontecendo em SãoLeopoldo, sua cidade natal, onde se organiza·através do Executivo Municipal os festejos
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 283
comemorativos ao centenário de nascimentodessa grande figura nacional, esta Casa prestetambém homenagem ao ilustre Lindolfo CoIlor, reconhecendo dessa forma, sua "importância política, jornalística e literária'~.
Tais as razões deste requerimento que, esperamos, haverá de merecer acolhimento.
Sala das Sessões, 12 de dezembro de 1989.- Deputado Victor Faccioni.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Os Srs. que o aprovam queiram permanecer como estão. (Pausa.)
Aprovado.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)
1
PROJETO DE DECRETOLEGISLATIVO
N° 117-A, DE 1989
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia,Comunicação e Informática)
Votação, em discussão única, do Projeto de Decreto Legislativo n' 117, de1989, que aprova o ato que renova aconcessão outorgada à Rádio GauramaLtda., para explorar serviço, de radiodifusão sonora em onda média, na cidadede Gaurama, Estado do Rio Grande doSul. Tendo parecer da Comissão deConstituição e Justiça e de Redação, pela constitucionalidade e técnica legislativa. Relator: Sr. Nilson Gibson.
Prazo da CD vencido em: 5-9-89
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- De acordo com dispositivo constitucional,o projeto em pauta tem de ser "otado nominalmente, sendo obrigatórios dois quintos para a sua aprovação.
Concedo a palavra, pela ordem, ao nobreLíder Virgildásio de Senna.
O SR. VIRGILDÁSIO DE SENNA (PSDB- BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a matéria trazida hoje à votação refere-se à prorrogação de concessão a diversasempresas de rádio e televisão. A pauta dasnossas últimas reuniões, ano passado, estavam recheadas de proposições assemelhadasa esta.
Ocupo a tribuna para solicitar a V. Ex'que a Mesa examine a oportunidade de queesta matéria e outras assemelhadas, nos termos do Regimento Interno desta Casa, venham a plenário para votação apenas depoisde terem sido submetidas a exame por pelomenos 50 Srs. Parlamentares. Na verdade,nos termos do novo Regimento cabe à Comissão de Ciências e Tecnoloiga, Comunicaçãoe Informática emitir parecer e dar decisãoterminativa a essas matérias, ou, então, estaCasa vai passar todo o tempo destinado àsvotações deliberando sobre matérias já profundamente examinadas e discutidas na Comissão pertinente. Acho que tal providência.Sr. Presidente, vai ao encontro do processoque a nova Constituição estabeleceu e facilitará os trabalhos desta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Presidência agradece ao nobre LíderVirgildásio de Senna. Realmente, já foi solicitado à Comissão de Constituiç;io e Justiçae de Redação parecer sobre este aisunto, poisa Constituição, art. 223, § 2°, assim diz:
"A não renovação da concessão oupermissão dependerá de aprovação de,no mínimo, dois quintos do CongressoNacional, em votação nominal."
Portanto. a Presidência. já tendo consultado a Comissão de Constituição e Justiçae de Redação. aguarda resposta. Não obstante, por uma decisão do Colégio de Líderes,até que essa resposta venha da referida Comissão, a Presidência prosseguini utilizandoo mesmo processo que prevê a necessidadede, no mínimo, dois quintos dos membrosda Casa. em votação ilOminal, para aprovação, ou não, de concessão ou renovação deconcessão para serviços de radiofusão sonorae de sons e imagens.
O SR. VIRGILDÁSIO DE SENNA - Sr.Presidente, agradeço a V. Ex' a informação,mas o meu entendimento é de que o dispositivo constitucional obriga o Plenário da Casa a examinar aquelas concessões que tenhamrecebido decisão contrária da Comissão; asque têm parecer favorável concluiriam suatramitação na própria Comissão.
O Sr. José Lins - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Ir.ocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra.
O SR. JOSÉ LINS (PFL - CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,. na reali..dade, os dois quintos são exigidos para negação e não para aprovação de concessão.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, para o esclarecimentoda matéria, ao nobre Deputado Nelson Jobim. Presidente da Comissão de Constituiçãoe Justiça e dt:' Redação.
O SR. NELSON JOBIM (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,a questão já foi levantada pela Comissão deConstituição e Justiça e de Redação. Inicialmente, considerou-se a necessidade de o assunto ser apreciado pela Comissão Mista doCongresso Nacional, com podyres terminativos - o SI'. Secretário da Mesa conheceo tema. O Senado Federal reagiu a umasolução proposta pela Mesa da Câmara dosDeputados, enviando um projeto de resolução para regular essa matéria. A questão deverá ser enfrentada na discussão do Regimento Comum, que está sendo elaborado,para cujo processo fui nomeado Relator peloPresidente Nelson Carneiro. Vejo que teremos de enfrentar este assunto no sentido deque a matéria seja mesmo tratada como pretende o Deputado Virgildásio de Senna. detal forma que~questões terminativas se encerrem no âmnbito da Comissão Mista. No casode rejeição, aí, sim, há o empecilho constitu-
cional dos dois quintos para a aprovação, salvo recurso q4e se estabeleça.
Estes são o:i.esclarecimentos. Sr. Presidente. A consulta está sendo analisada pelo Relator da Comissão de Constituição e Justiçae de Redação, mas, na verdade, a soluçãofinal terá de passar necessariamente pela reformulação do Regimento Comum.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Considerando que desde a sessão legislativa passada esses projetos tramitaram nestaCasa e foram por diversas oportunidades submetidos à apreciação deste Plenário, a Mesanão tem outra decisão senão submeter esteprimeiro projeto à decisão do Plenário. Noentanto. concordo absolutamente com o nobre Deputado Nelson Jobim em que o Regimento Comum é que deverá definir este assunto. Conco,rdo também com o nobre Deputado Virgildásio de Senna: até este assuntoser definido, as Comissões Técnicas da Casa.que agora têm poder terminativo, devem encaminhar ao Plenário somente projetos derenovação da concessão que não tenham sidoaprovados.
O Sr. José Lins - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra.
O SR. JOSÉ LINS (PFL - CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, considerantlo que esta matéria é praticamente umempecilho e uma obstrução a toda matériaa ser votada, e considerando ainda que a matéria encontra-se sub judice e que a Comissãode Constituiçao e Justiça e de Redação iráproferir um p'frecer sobre a mesma, consultoV. Ex" para saber se não seria oportuno quea Mesa analisasse a possibilidade de afastaresta matéria da Ordem do Dia até a expedição do parecer. •
Acho que esta é uma posição que nos podeajudar muito no andamento dos trabalhos.além de ser lógica. Já sabemos que não vamosvotar, e, assim, já que a matéria se encotrasub judice, poderíamos prosseguir com osnossos trabalhos e não prejudicaríamos a votação, como vem ocorrendo todos os dias.
O Sr. Virgildásio de Senna - Sr. Presidente. peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex" a palavra.
O SR. VIRGILDÁSIO DE SENNA - Sr.Presidente. o Congresso Nacional, principalmente a Câmara dos Deputados, não podetomar decisões que resultem em ilegalidadede atuação das empresas que tiveram as suasconcessões peremptas. O que nos cabe é tomar uma decisão clara sobre esta matéria.Adiar a votação signfica manter fora da legalidade uma concessão do Poder Federal, eesta não nos parece uma solução aproprieada.
O que acho, Sr. Presidente, é que a soluçãoclara se encontra na Constituição. Apenas
284 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
se a Comissão negar o Plenário examina evota. E, no caso de a Comissão aprovar, sóa requerimento de 50 Parlamentares a matéria poderia vir a Plenário.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Presidência, apesar de concordar comtodos os argumentos do nobre Deputado Virgildásio de Senna e do nobre Deputado Nelson Jobim, sente uma grande dificuldade,pois (lSsa matéria já vinha sendo incluída repetidamente na pauta da Ordem do Dia.
Diz o § 2" do art. 64 da Constituição:
"Se, no caso do parágrafo anterior,a Câmara dos Deputados e o SenadoFederal não se manifestarem, cada qual,sucessivamente, em até quarenta e cincodias, sobre a proposição, será esta incluída na Ordem do Dia, sobrestando-se adeliberação quanto aos demais assuntos,para que se ultime a votação."
Gostaria de dizer que pessoalmente tenhouma idéia clara sobre o assunto. Desde quecabe às Comissões Técnicas o poder terminativo, penso que somente aqueles projetos quetiverem negada a concessão ou sua renovaçãodevem vir a Plenário para ser decididos por,no mínimo, dois quintos dos membros da Casa. Haveria duas decisões aqui hoje. Em primeiro lugar, gostaria que o nobre Deputado"Virgildásio de Senna fizesse sua solicitaçãosob forma de requerimento a ser submetidoao Plenário. Nessa pauta - a Presidêncianão tomaria uma decisão sozinha - que tem36 pedidos de concessão e de renovação, poderíamos considerar os projetos como matéria terminativa. Voltaríamos a incluí-los numa pauta separada, após cinco sessões consecutivas, para saber se aquele décimo constitucional vai requer que ele venha a Plenário.Só mandaríamos incluir na pauta da Ordemdo Dia aqueles que fossem considerados nãorenovação de concessão. Gostaria que sefizesse, nese momento, esta proposta.
Ouviria, antes disso, o nobre Presidenteda Comissão de Constituição e Justiça e Redação, Deputado Nelson Jobim, sobre esseassunto.
O SR. NELSON JOBIM (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,volto ao velho tema da dificuldade que setrouxe ao Congresso Nacional para votar matéria desta natureza. Creio que temos de lutarpela solução alvitrada pela Mesa da Câmarano ano passado, ou seja, que essa matériavá para a Comissão Mista e só venha a plenário o que for objeto de recurso. Enquantoisso não ocorrer, temos um obstáculo constitucional, o da paralisação da pauta. A soluçãoque V. Ex" está adotando talvez seja a melhor, uma vez que não podemos obstruir anossa pauta. não nos devemos curvar à Comissão de Justiça do Senado Federal, queopinou desarrazoadamente naquilo que diziarespeito à operacionalidade do CongressoNacinal. Tenho a impressão de que a soluçãode V. Ex" atende às necessidades da Mesa.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Presidência pede que sejam acionadas
as campainhas, ao mesmo tempo convoca todos os Parlamentares presentes nas diferentesdependências da Casa para virem imediatamente ao plenário porque vamos tomar umadecisãd da mais alta importância.
Prestem aten"ção, há uma proposta do nobre Líder Virgildásio de Senna:
Considerando que as comissões da Casatêm poder terminativo; considerando que aConstituição do País define que apenas a nãorenovação da concessão deve vir para a votação nominal para a aprovação de doi, quintosdo Plenário; considerando que existem trintae seis pedidos de concessão ou renovação queystá obstruindo a pauta; e até que se decidauma comissão mista do Congresso ]'I!acionaIque deveria tratar desse assunto, aprovar ourejeitar a concessão e só mandar os casosem que fossem negadas essas concessões, aPresidência vai submeter ao Plenário o seguinte: se for aprovado o requerimento donobre Deputado Virgildásio de Senna, todosesses projetos sairão da pauta e serão incluídos nos projetos, com poder terminativo, dasco"missões, para que no prazo regimental decinco sessões aqueles Parlamentares que quiserem que esta matéria venha a plenário, nomínimo cinqüenta Parlamentares, um décimocon'stitucional, requeiram que determinadaconcessão venha a ser votada. Portanto, aoinvés de votarmos o item 1 da pauta, votaremos brequerimento do Deputado Virgildásio
"de Senna, que, em última análise, vai permitirdesobstruir a pauta da Câmara dos Deputados, até que a Comissão Mista do CongressoNacional trate desse assunto.
O Sr. Fernando Santana - SI. Presidente,peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveria)- Tem V. Ex' a palavra.
O SR. FERNANDO SANTANA (PCB BA. Sem· revisão do orador.) - SI. Presidente, qu~ria apenas um esclarecimento. Esta propostà que remete a uma comissão mistatodos os projetos de concessão permite que,no futuro, também se decida no voto?
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Sim. Esses projetos seriam incluídos numapauta de Ordem do Dia com projetos aprova"dos terminativamente nas Comissões Técnicas, durante cinco sessões consecutivas. Seum décimo Constitucional da Casa, ou seja,cinqüenta Parlamentareslldesejar que algunsdesses projetos venham ao plenário, pode fazer o requerimento para que ele seja votado.
O SR. "FERNANDO SANTANA - SI. Presidente, a meu ver - não sou constitucionalista - a Constituição obriga que haja doisquintos de votos a favor para renovar. Issoé uma burla à Constituição.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Constituição exige apenas, comofrisou o nobre Deputado Nelson Jobim, Presidente da C~missão de Constituição e Justiça, que as não-renovações sejam analisadasnominalmente pelo Plenário. Não manda quetodas as concessões ou renovações sejam analisadas.
O SR. FERNANDO SANTANA - Porém,a Constituição não abre exceção.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Gostaria de frisar que o nobre DeputadoNelson Joaquim já apresentou à Mesa a decisão para que uma comissão mista trtasse desse assunto. Infelizmente, não se criou essa.comissão mista, proposta que o Senado nãoaceitou. Houve agora esta outra sugestão donobre Deputado Virgildásio de Senna, considerando que as comissões técnicas têm poderterminativo. Em nenhum momento se ferea Constituição do País, por um princípio muito simples:, quando for negada a renovação,o projeto virá ao plenário para ser decididopor dois quintos do Congresso Nacional.Mais do que isso, quando for aprovadp terminativamente na Comissão, esse projeto ficaem pauta por cinco sessões consecutivas parasaber se aquele décimo constitucional desejaque ele seja votado pelo Plenário. Acho queatende à Constituição e ao Regimento Interno da Casa. Se a Casa resolver que não, continuaremos com os trinta e seis projetos incluídos na Ordem do Dia.
Esta Presidência gostaria de ouvir o nobreDeputado Nelson Jobim, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
O SR. NELSON JOBIM (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,gostaria de um esclarecimento de V. Ex', quetambém seria para o Plenário. A propostado Deputado Virgildásio de Senna é no sentido de que se apliquem as regras do Regimento, isto é, o poder terminativo das comissões a todas as questões relativas à concessão.Esses projetos do Executivo passam pela Comissão de Constituição e Justiça, que dá parecer e vão à Comissão de Comunicação, quêdá parecer favorável. Essa matéria seria publicada no Diário, e aqueles Srs. Deputadosque estivessem contra a decisão da Comissãode mérito, a Comissão de Comunicação, deveriam oferecer recurso no prazo de cincodias da publicação. Viria a plenário somenteaquele parecer que fosse negativo à renovação, porque a Constituição determina que,na hipótese de o parecer ser contrário à renovação, para ser aprovado precisa de doisquintos do Congresso Nacional. Se o parecerfor rejeitado, a renovação será concedida.
Este é um dispositivo constitucional queV. Ex' interpreta. Ao que tudo indica, oque V. Ex" Sr. Presidente, pretende é purae simplesmente atribuir e definir como contido dentro do poder terminativo das comissões a concessão de canais de rádio e televi
"são, cabendo recurso ao Plenário nesta ques-tão. Somente viriam necessariamente a plenário aquelas questões relativas à renovaçãoem que o parecer fosse contrário, já que aConstituição exige que a negação da renovação seja aprovada por dois quintos do Plenário em voto nominal.
Creio que é uma solução. Aliás, Sr. Presidente, este Deputado havia apresentadoemenda no sentido de que fosse entendidoo texto constitucional, que atribui a possibilidade de que projetos de lei tenham poder
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terminativo, no sentido lato de atividade doLegislativo, e não no sentido estrito de leiorqinária. Creio que a solução pretendida pelo Deputado Virgildásio de Senna se ajustaclaramente ao texto constitucional, com a ressalva estabelecida. ou seja, a necessidade devir ao plenário quando o parecer for contrárioà renovação e não contrário à concessão.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Esta Presidência agradece ao nobre Deputado Nelson Jobim, que explicou devidamente todos os assuntos referentes à matéria, inclusive mostrando que é regimental e constitucional o requerimento do nobre DeputadoVirgildásio de Senna.
O Sr. Egídio Ferreira Lima - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra.
O SR. EGÍDIO FERREIRA LIMA (PSDB- PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, chamo a atenção de V. Ex' para anatureza da suscitação feita pelo DeputadoVirgildásio de Senna. S. Ex' não fez um requerimento que exija votação, Em verdade,levantou uma questão de ordem com basena Constituição, no artigo que diz que as comissões têm poder terminativo e no Regimento Interno. V. Ex' não tem matéria parasubmeter ao Plenário. V. Ex' vai resolver aquestão de ordem e poderá, com os argu-.mentos dos Deputados Virgildásio de Sennae Nelson Jobim, determinar a remessa de todos esses processos à Comissão de Constituição e Justiça. Este é o caminho tecnicamente correto e preciso.
O Sr. José Lins - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra pela ordem.
O SR. JOSÉ LINS (PFL - CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estou depleno acordo com as soluções sugeridas pelon~putado Virgildásio de Senna em seu requerimento. No entanto, lembro que essamatéria está na Comissão de Constituição eJustiça e de Redação, se não me engano,e seria mais simples se o requerimento fosseenviado àquela Comissão, que daria seu parecer, a ser votado pelo Plenário. Estaríamos,assim, cobertos por uma interpretação daCarta Constitucional através da Comissão deConstituição e Justiça e de Redação. O quenão me parece correto é votar o requerimentoquando a matéria está na referida comissão,que até poderia dar o parecer aqui, imediatamente.
O Sr. Nelson Jobim - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra pela ordem. .
O SR. NELSON JOBIM (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,para complementar a exposição e a eminenteintervenção do Deputado Egídio Ferreira Li-
ma, leio o art. 24 do Regimento Interno emvigor, que diz o seguinte:
"Art. 24. Às Comissões Permanentes, em razão da matéria de sua competência, e às demais Comissões, no quelhes for aplicável, cabe:
I - discutir e votar as proposições quelhes forem di~tribuídas sujeitas à deliberação do Plenário;
II - discutir e votar projetos de lei,dispensada a competência do Plenário,salvo o disposto no § 2· do art. 132 eexcetuados os projetos:
a} de lei cqmplementar;b) de código;c) de iniciativa popular;d) de Comissão;e) relativos a matéria que não possa
ser objeto de delegação, consoante o §1" do art. 68 da Constituição Federal;
f) oriundos do Senado, ou por eleemendados, que tenham sido aprovadospelo Plenário de qualquer das Casas;
g) que tenham recebido pareceres divergentes;
h) em regime de urgência."
Veja V. Ex' que a presente hipótese nãoestá elencada entre as exceções. Nenhumadas situações postas sobre a mesa está elencada entre as exceções. Portanto, se ao decidir uma questão de ordem ou mesmo umrequerimento, V. Ex' interpretar o inciso IIdo art. 24, quandq ele fala em "projetos delei", dentro do espírito constitucional, lmtendendo que "lei", no sentido legislativo, sejatoda atividade em' Plenário, é perfeitamentecabível a solução pretendida pelo DeputadoVirgildásio de Senna.
Voltaria a chamar a atenção de V. Ex' parao texto do art. 223,.§ 2., da Constituição Federal. Diz o referido parágrafo:
"A não rehovação da concess1ío oupermissão dependerá de aprovação de,no mínimo, dois quintos do CongressoNacional, em votação nominaL"
O que isto significa? Que, se a comissãode mérito der parecer contrário a um pedidode renovação, esse parecer terá necessariamente de vir a plenário, onde, para ser aprovado, precisará obter dois quintos dos votos.Se não tiver os dois quintos, considerar-se-árejeitado o parecer e aprovada a renovação.Então, viriam a plenário só as questões controvertidas, e não as que tivessem sido solucionadas pela comissão de forma plena.
Por outro lado, Sr. Presidente, caberia ainda recurso naquelas hipóteses em que houvesse parecer favorável. Volto a ler, para esclarecimento do Planário, o que diz o texto:
"A não renovação da concessão oupermissão dependerá de aprovação de,no mínimo, dois quintos do CongressoNacional, em votação nominaL"
O que depende da aprovação de dois quintos é o parecer pela não-renovação, porquesignifica o cancel~mento de uma concessãoexistente. Logo, foi privilegiado o quorum
para a não-renovação. Daí por que () quetem de vir necessariamente para o Plenárioindependentemente de recurso, é o parecerpela não-renovação. Esse parecer é que precisa ser aprovado pelos dois quintos e nãoa concessão.
O Sr. Stélio Dias - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra.
O SR. STÉLIO DIAS (PFL - ES. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputados, ;Como a questão é ba;.tantecontrovertida, e para auxiliar a Mesa, achoque a posição adotada pelo Deputado JoséLins é a melhor: a matéria deveria voltar àComissão de Constituição e Justiça e de Redação, que daria um parecer que iria a estePlenário, para o mesmo decidir. Parece-meque o Deputado Nelson Jobim está raciocinando certo por caminhos tortuosos, pois o§ 3. é claro:
"O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores."
O parágrafo anterior é que está mal redigido, porque deveria começar pela afirmativa,e não pela negativa. Deveria começar dizendo "a permissão", ou "a não renovação";como a redação da Constituição, lamentavelmente, não está correta - mas é essa aque temos - acho que o § 3. obedecerá aoque dispõe o § 2·
Então, Sr. Presidente, vai-se exigir no mínimo dois quintos do Congresso, em votaçãonominal, para o ato de outorga ou renovação.
Essa é uma matéria bastante delicada. edecidi-Ia agora não fará justiça à posição quea Mesa vem tendo relativamente este Plenário, ao longo do tempo, nos trabalhos legislativos.
Era a colocação que queria fazer.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Presidência, com todo o respeito quetem pelo nobre Deputado Stélio Dias, discorda totalmente da sua questão de ordem, emprincípio por duas razões.
"A não renovação da concessão oupermissão dependerá de aprovação de,no mínimo, dois-quintos do CongressoNacional, em votação nominal."
O § 3· que V_Ex' citou como auxílie- paraque viessem todos os casos para o plenário.diz o seguinte:
"O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional.. ...
Ora, se uma Comissão Técnica com poderterminativo decidiu., o Congresso Naciolil2,1examinou, porque\ ao fazê-lo essa matéria ficou incluída nas cinco sessões consecutivas.para saber se o décimo constitucional querou não que ela venha a Plenário.
O Sr. José Costa - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma questão de ordem.
286 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra para uma questãode ordem.
O SR. JOSÉ COSTA (PSDB - AL. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, I) art.48 da Constituição diz o seguinte:
"Cabe ao Congresso Nacional, coma sanção do Presidente da República,não exigida esta para o especificado nosarts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas asmatérias de competência da União, especialmente sobre:
XII - telecomunicações e radiodifusão;"
Tal artigo, Sr. Presidente, complementa,evidentemente, as disposições do art. 223.Inclusive, cabe aqui ressaltar, em especial,o expresso no § 19 deste último;
"O Congresso Nacional apreciará oato no prazo do art. 64, §§ 2" e 4", acontar do recebimento da mensagem."
Não há como, Sr. Presidente, elidir a apreciação da matéria pelo Congresso Nacional.Apenas se exige que, no caso de não-renovação da concessão, o quorum seja aqueleprevisto no § 2° - só isso - mas o CongressoNacional, segundo a disposição expressa daConstituição, terá de apreciar a matéria. ÉJ que estou entendendo.
Sugiro a V. Ex' que acate a proposta doeminente/Líder do PFL, Deputado José Lins,no sentido de submeter a matéria à préviaconsideração da Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação. Acho que é umadecisão sábia aguardar que a Comissão deConstituição e Justiça e de Redação deliberesobre a matéria.
O Sr. Lysâneas Macitl - Sr. Presidente,peço a palavra, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra ao nobre DeputadoLysãneas Maciel.
O SR. LYSÂNEAS MACIEL (PDT - RJ.:",m revisão do orador.) - Sr. Presidente,uostaria, em primeiro lugar, de lembrar a este'''enário que a questão já foi decidida pelo
:nenos umas três vezes, e to"das as decisões[oram no sentido de que a votação seria nominal, em qualquer caso. As decisões da Mesaforam nesse sentic;lo - todas elas corretas,no meu entender, porque um dispositivo regimental não se pode sobrepor ao dispositivoconstitucional.
Sr. Presidente, o legislador constitucionalestá exigindo essa votação nominal porquehá um verdadeiro festival de concessões. Estamos agora apreciando 66 delas. A mesmadupla que comanda o sistema de comunicações, no País, está novamente fazendo essenúmero absurdo de concessões sem um exame percuciente da matéria. Muitos desses pareceres ou foram dados aqui, em plenário,pelo mais ilustre jurisconsulto desta Casa, oDeputado Nilson Gibson, ou sequer passaram pela Comissiio de Constituição e Justiçae de Redllção, que se julgou incapaz de apre-
ciar essa matéria enquanto não fosse criadoo Conselho de Comunicação Social.
Por que não se criou esse Conselho? Paraque a dupla Antônio Carlos Magalhães-Roberto Marinho, que comanda os meios decomunicação social no Brasil, tivesse novamente a possibilidade de distribuir mais demil concessões de'emissoras de rádio e televisão.
O que diz o novo dispostivo constitucional,que não foi atendido nas informações do Ministério das Comunicações, que distribuiu atépara familiares seus, concessões de rádio etelevisão?
O art. 223 estabttlece o seguinte:
"Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar éoncessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusãosonora e de sons e imagens, observadoo princípio da complementaridade dossistemas privado, público e estatal."
Isso não constou de nenhuma das informações que deveriam vir do Ministério da', Comunicações. Tudo foi omitido, e aprovamosaté englobadamente esses pareceres.
O que quis o legislador constitucional? O§ 5° do art. 220 diz:
"Art. 220. .. ..
§ 5' Os meios de comunicação socialnão podem, direta ou indiretamente, serobjeto de monopólio ou oligopólio."
Apenas para um dos familiares do Secretário das Comunicações foram distribuídas,segundo informação dos meios jornalísticos,vinte e três emissoras de televisão. E as proibições constitucionais?
Na verdade, a votação tem de ser nominal,para que possamos entender que quem domina os meios de c(j)municação dominará estePaís até o ano 2000 e tanto, e até elege, através desse monopólio, desse controle desonesto da informaçiio, um Presidente da Repú-blica. I
Não podemos fugir ao dispositivo constitucional. Não construiremos um regime democrático neste País enquanto permitirmos essemonopólio, esse controle desonesto da informação.
O que se está votando aqui não é umanorma regimental; é um dispositivo constitucional que proíbe, até indiretamente, o monopólio e o controle dos meios de comunicação social.
Não podemos fugir disso, Sr. Presidente.Não adianta invo'car o Regimento ou disposições contraditórias. Quer-se achar um meiode passar essas mil concessões de rádio e televisão para essa dupla que controla o País.Devemos assumir a nossa responsabilidadee aquilo que escrevemos na Constituição, senão não daremos um fim a esse. monopólioe não construiremos aqui um regime democrático.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Esta Presidência transformou o requerimento do nobre Deputado Virgildásio de Senna em questão de ordem e vai respondê-Ia,
de acordo com a solicitação justa do nobreDeputado Egídio Ferreira Lima.
No entanto, considerando que há na Comissão de Constituição e Justiça e Redaçãorequerimento da Mesa sobre a matérü, estando ela, portanto, sub judice, não seria conveniente a Presidência decidir a respeito antes da manifestação daquele órgão técnico.A Presidência, portanto, suspende a votaçãode toda a matéria constante da pauta. Ficamincluídas na Ordem do Dia de todas as sessõesordinárias as matérias referentes a pedidosde renovação e concessão de emissons derádio e televisão, enquanto a Comissiio deConstituição e Justiça e Redação não atenderà solicitação da Mesa.
Assim sendo, está esgotada a pauta de hoje. Realizaremos amanhã, por decisiio daPresidência e dos Srs. Líderes, às 10 horas,uma sessão extraordinária para tratar de matérias de grande importância. Fizemos questão de excluir matérias que não fossem importantes, para que, assim, possamos limpar apauta dos nossos trabalhos e nos prepararmospara receber matérias encaminhadas pelo Poder Executivo.
Como não há matéria a ser votada até aComissão de Constituição e Justiça responderao requerimento da Mesa, esta Presidênciavai encerrar a presente sessão.
O Sr. Maluly Neto - Sr. Presidente, peçoa palavra, para uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra, pela ordem.
O SR. MALULY NETO (PMDB - GO.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,gostaria de lembrar a V. Ex' que o Partidoda Frente Liberal já convocou reunüio dasua bancada para amanhã, às lOh. Não haverá conflito de horários?
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- De acordo com a orientação dos Líderes,a Presidência mantém sua decisão. Caso hajanecessidade, avisará aos Srs. Deputados integrantes do PFL que haverá votação eletrônicaneste plenário. Esperamos entretanto, quea votação seja pacífica, dispensando o usodo processo eletrônico.
O Sr. Eliel Rodrigues - Sr. Presidente,peço a palavra, para uma questão de ordem.
O SR. PRESIDIj:NTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex,'a palavra, pela ordem.
O SR. ELIEL RODRIGUES (PMDB PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ainda que extemporariamente, gostaria de levantar questão de ordem muito séria.Trata-se do não-cumprimento do Incíso XIV.do art. 73, do rtosso Regimento, que vedaa qualquer pessoa, a qualquer Deputado ouso do fumo ndte plenário. Não podemosadmitir este desrespeito à nossa saúde e aoque foi estabelecido por esta Casa.
Manifesto, portanto, minha repulsa, minharevolta, lamentando que nossos colegas nãoestejam cumprindo o seu dever de respeitaros companheiros não-fumantes.
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 287
o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- V. Ex' tem toda a razão, nobre DeputadoEliel Rodrigues.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Vai-se passar a? horário de
VIII - COMUNICAÇÕESPARL+MENTARES
Não há oradores inscritos
IX - ~NCERRAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Nada mais havendo a tratar, vou encerrara Sessão.
DEIXAM DE COMPARECER OS SE-NHORES: .
Acre
Geraldo Fleming - PMDB; José MeloPMDB; Rubem Branquinho - PL.
Amazonas
Bernardo Cabral; José Fernandes - PDT;Sadie Hauache.
Rondônia
Chagas Neto - PMDB; Raquel Cândido- PDT; Rita Furtado - PFL.
Pará
Aloysio Chaves - PFL; Carlos Vinagre- PMDB; Dionísio Hage - PRN.
TocantinsEdmundo Galdino - PSD13; Freire Júnior
-PRN.
MaranhãoAntonio Gaspar - PMDB; Cid Carvalho~ PMDB; Eliézer Moreira - PFL; Francisco Coelho - PDC; Haroldo Sabóia PMDB; Jayme Santana.- PSDB; JoaquimHaickel - PDC; José Carlos Sabóia _. PSB;Sarney Filho - PFL; Vieira da Silva - PD~.
Piauí
Átila Lira - PFL; Felipe Mendes - PDS;Manuel Domingos - PC do 13; Mussa Demes- PFL; Myriam Portella; Paulo Silva PSDB.
Ceará
Bezerra de Melo - PMD13; Carlos Virgílio- PDS; César Cals Neto - PSD; EtevaldoNogueira - PFL; Expedito Machado PMDB; Firmo de Castro -PMDB; HaroldoSanford - PMDB; Luiz Marques - PFL;Manoel Viana - PMDB; Orlando Bezerra-PFL.
Rio Grande do Norte
Antônio Câmara - PMDB; Vingt Rosado-PMDB.
Paraíba
João da Mata - PSDB; José Maranhão-PMDB; Lucia Braga-PDT.
Pernambuco
Cristina Tavares - PSDB; Harlan Gadelha - PMDB; Horácio Ferraz - PSDB; JoséCarlos Vasconce~os - PMDB; José Moura-PFL; Marcos Queiroz -PMDB; OsvaldoCoelho - PFL; Oswaldo Lima Filho PMDB; Ricardo Fiuza - PFL; Wilson Campos-PMDB.
Alagoas
Albérico Cordeiro - PFL; Eduardo Bonfim - PC do 13; Geraldo Bulhões - PRN;José Thomaz Nonô - PFL; Renan Calheiros- PRN; Roberto Torres - PTB; ViniciusCans:mção - PFL.
Sergipe
Bosco França - PMDB; Cleonâncio Fonseca - PFL; Leopoldo Souza - PMDB.
Bahia
Abfgail Feitosa - PSB; Domingos Leonelli - PSB; Eraldo Tinoco - PFL; Francisco Pinto - P~DB; Jairo Azi - PDC;Joaci Góes - PSDB; Jonival Lucas - PDC;Jorge Hage - PSDB; Jorge Medauar PMDB; Jorge Vianna - PMDB; Lídice daMata - PC do 13; Jutahy Júnior - PMDB;Luiz Vianna Neto' - PMDB; Marcelo Cordeiro - PMDB; Mário Lima - PMDB; Miraldo Gomes - PDC; Maurício Leite PMDB; Nestor Duarte - PMDB; PriscoViana - PMDB; Sérgio Brito - PRN; Uldurico Pinto - PSB.
Espírito Santo
Hélio Manhães - PMDB; Jones SantosNeves - PL; Lezio Sathler - PSDB; Lurdinha Savignon - PT; Nelson Aguiar - PDT;Rose de Freitas - PSDB.
Rio de Janeiro
Álvaro Valle - PL; Anna Maria Rattes- PSDB; Arolde de Oliveira - PFL; Arturda Távola - PSDB; Brandão Monteiro PDT; Carlos Alberto Caó - PDT; CésarMaia - PDT; Doutel de Andrade - PDT;Edmilson Valentim - PC do B; Fábio Raunheitti - PTB; Francisco Dornelles - PFL;Gustavo de Faria; Jayme Campos - PRN;Jorge Leite-PMDB; José Carlos Coutinho- PL; José Maurício - PDT; Luiz Salomão- PDT; Márcia Cibilis Viana - PDT; Már-cio Braga - PMDB; Messias Soares PMDB; Miro Teixeira - PDT; Nelson Sabrá- PRN; Osmar J;..eitão - PFL; Robelto Augusto - PL; Roberto Jefferson - PTB; Ronaldo Cezar Coelho - PSDB; Rubem Medina - PRN; Sotero Cunha - PDC; VivaldoBarbosa - PDT.
Minas Gerais
Aécio Neves - PSDB; Aloísio Vasconcelos - PMDB; .Álvaro Antônio - PMDB;Carlos Mosconi - PSDB; Chico Humberto~PDT; Hélio Costa - PRN; Israel Pinheiro- PMDB; João Paulo - PT; José Geraldo-PL; Leopoldo Bessone -PMDB; MarcosLima - PMDB; Mário de Oliveira -- PRN;
Maurício Campos - PL; Mauro Campos PSDB; Melo Freire - PMDB; Milton Lima- PMDB; Milton Reis; Paulo Delgado PT; Raul Belém - PMDB; Roberto Brant- PMDB; Roberto Vital - PRN; RonaldoCarvalho - PMDB; Sérgio Naya - PMDB;Sílvio Abreu - PDT; Ziza Valadares PSDB.
São Paulo
Adhemar de Barros Filho - PRP; AntônioPerosa - PSDB; Bete Mendes - PMDB;Del Bosco Amaral - PMDB; Doreto Campanari - PMDB; Farabulini Júnior - PTB;Fausto Rocha --':PRN; Fernando Ga:;parian- PMDB; Florestan Fernandes - PT; Gastone Righi - PTB; Gumercindo Milhomem- PT; Irma Passoni - PT; João'RezekPMDB; José Carlos Grecco - P8DB; JoséEgreja - PTB; José Genoíno - ~T; JoséSerra - PSDB; Koyu lha - PSDB; LeonelJúlio - PPB; Luiz Gushiken - PT; LuizInácio Lula da Silva - PT; Manoel Moreira- PMDB; Mendes Botelho - PTB; PauloZarzur - PMDB; Plínio Arruda Sampaio- PT; Ralph Biasi - PMDB; Ricardo Izar- PL; Robson Marinho - PSDB; SamirAchôa - PMDB; Tidei de Lima - PMDB.
Goiás
Aldo Arantes - PC do 13; Antonio de Jesus - PMDB; José Freire - PMDB; JoséGomes - PRN; Lúcia Vânia - PMD B; LuizSoyer - PMDB; Pedro Canedo - PFL.
Distrito Federal
Mato Grosso
Antero de Bàrros - PMDB; Joaquim Sucena - PTB; Percival Muniz - PMDB.
Mato Grosso do Sul
Gandi Jamil - PFL.
Paraná
Airton Corddro - PFL; Antônio Ueno- PFL; Darcy Deitos - PSDB; J~c;v Scanagatta - PFL; José Tavares - PMDB; Juvanni Masini - PMDB; Mattos Leão PMDB; Max Rosenmann -PL; Waldyr Pugliesi - PMDB.
Santa Catarina
Alexandre Puzyna - PMDB; EpuardoMoreira - PMDB; Luiz Henrique PMDB; Orlando Pacheco - PFL; VilsonSouza - PSDB.
Rio Grande do Sul
Antonio Marangon - PT; Carlos Cardinal- PDT; Erico Pegoraro - PFL; Jorge Uequed - PSDB; Mendes Ribeiro - PMDB;Vicente Bogo -PSDB.
Amapá
Raquel Capiberibe - PSB.
Roraima
Chagas Duarte - PDT.
288 Quarta-feira 21 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990
o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Errcerro a Sessão, designando para a extraordinária de amanhã, quarta-feira, dia 21,às 10:00 horas, a seguinte
ORDEM DO DIA1
PROJETO DE LEI N9 8.388-A, DE 1986(Do Poder Executivo)
Discussão única do Projeto de Lei n" 8.388,qe 1986, que cria cargos na Procuradoria Regional do Trabalho da 14' Região, em PortoVelho-RO e dá outrils providências; tendopareceres: da Comissão de Constituição eJustiça e Redação, pela constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa, com emenda (Relator: Sr. Francisco Sales); e, das Comissões de.serviço Público (Relator: Sr. AryValadão) e de Finanças (Relatora: Sr' RitaF,urtado), pela aprovação, com emendas.
2PROJETO DE LEI N" l-A, DE 1987
(Do Poder Executivo)
Discussão única do Projeto de Lei n" 1,de 1987, que atualiza a pensão asseguradaà viúva de ex-Presidente da República e dáoutras providências, tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça e Redação(Relator: Sr. Gerson Peres), pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa e,da Comissão de Finanças, pela aprovação,com duas emendas (Relator: Sr. José CarlosGrecco).
3PROJETO DE LEI N9 827-A, DE 1988
(Do Poder Executivo)Discussão única do Projeto de Lei n" 827,
de 1988, que autoriza a reversão ao Municípiode Poconé, Estado de Mato Grosso, do terreno que menciona; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça e Redação, pelaconstitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação (Relator: Sr. Plínio Martins).
4PROJETO DE LEI N° 8.507-A, DE 1986
(Do Senado Federal)
Discussão única do Projeto de Lei n" 8.507,de 1986, que dá nova redação ao art. 59 daLei n9 4.320, de 17 de março de 1964, queestatui normas gerais de direito financeiropara elaboração e controle dos orçamentose balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal e dá outras providências:· tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa (Relator: Sr. Furtado Leite); e, da Comissão de Finanças, peJa rejeição (Relator:Sr. José Serra).
5PROJETO DE LEI N" 2.425-A, DE 1989
(Do Semido Federal)
Discussão única do Projeto de Lei n" 2.425,de 1989, que permite a aquisição de imóvel
através do Sistema Financeiro de Habitação,nas condições que especifica, e dá outras providências, tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa (Relator: Sr. Vilson Souza); e, das Comissões do Desenvolvimento Urbano, Interior e Índio (Relator: Sr. Orlando Bezerra)e de Finanças (Relator: Sr. Arnaldo Prieto),pela rejeição.
6PROJETO DE LEI N" 3.773-A, DE 1984
(Do Sr. Floriceilo Paixão)
Discussão única do Projeto de Lei n" 3.773,de 1984, que estende aos securitários dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho;tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça e Rédação, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa comsubstitutivo (Relator: Sr. Jorge Arbage); edas Comissões de Trabalho (Relator: Sr. Lúcio Alcântara) e de Economia, Indústria eComércio (Relator: Sr. Vladimir Palmeira),pela aprovação, com adoção do Substitutivoda Comissão de Constituição e Justiça e Redação.
7PROJETO DE LEI N9 53-A, DE 1989
(Do Sr. Solón Borges dos Reis)
Discussão única do Projeto de Lei n° 53,de 1987, que dispõe sobre a fixação de datapara a realização de eleições para o Congresso Nacional; tendo parecer: da Comissãode Constituição e Justiça e Redação, pelaconstitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa c, no mérito, pela rejeição (Relator:Sr. Paes Landim).
8PROJETO DE LEI N" 1.538-A, DE 1989
(Do Sr. José Camargo)
Discussão única do Projeto de Lei n" 1.538,de 1989, que disciplina o processo de Iicitaçaopública (art. 37, inciso XII, da Constituição);tendo parecer: da Comissão de Constituiçãoe Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela rejeição (Relator: Sr. Ney Lopes).
9PROJETO DE LEI N"1.793-A, DE 1989
(Do Sr. Tadeu França)Discussão única do Projeto de Lei n" 1.793,
de 1989, qüe acrescenta parágrafo único aoart. I" da Lei n" 7.408, de 1985, que "permitea tolerância d.e 5% (cinco por cento) na pesagem de carga em veículos de transporte";tendo pareceres: da Comissão de Constituição e' Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, comemenda. (Relator: Sr. Jesus Tajra); e, da Comissão de Transportes, pela rejeição. (Relator: Sr. Denisar Arneiro.)
10 .PROJETO DE LEI N" ':l..814-A, DE 1989
(Do Sr. Alcides Lima)
Discussão única do Projeto de Lei n" 1.814,de 1989, que dá nova redação à Lei n" 7.736,
de fevereiro de 1989, que "dispõe sobre acobrança dos impostos e ai administração tributária no Amapá e em Roraima"; tendopareceres: da Comissão de Constituição eJustiça e Redação, pela constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa. (Relator:Sr. Francisco Sales); e, da Comissão de Finanças, pela aprovação, (Relator: Sr. BenitoGama.)
11PROJETO DE LEI N"1.943-A, DE 1989
(Do Sr. Naphtali Alves de Souza)
Discussão única do Projeto de Lei n91.943,de 1989, que dispõe sobr<' a faixa de idadeem que o trabalhador é considerado menorconforme o inciso XXXIII do art. 7" da Constituição Federal, alterando o art. 402 da CLT;tendo pareceres: da Comi:;são de Constituição e Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa. (Relator: Sr. José Dutra); e, da Comissão deTrabalho, pela aprovação. (Relatora: Sr'Myriam Portella.)
12PROJETO DE LEI N" 2.507-A, DE 1989
(Do Sr. Koyu Iha)
Projeto de Lei n" 2.507, de 1989, que regulao disposto no inciso XI do art. 5" da Constituição Federal; tendo parecer: da Comissãode Constituição e Justiça e Redação, pelaconstitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela rejeição. (Relator:Sr. Plínio Martins.)
13PROJETO DE LEI N" 2.634-A, DE 1989
(Do Sr. Freire Júnior)
Discussão única do Projeto de Lei n" 2.634,de 1989, que define a relevilncia e a urgênciaprevistas no caput do art. 62 da Constituição;tendo pareceres: da Comissão de Constitui- __ção e Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, nomérito, pela rejeição. (Relator: Sr. PlínioMartins.)
14PROJETO DE LEI N" 3.012-A, DE 1989
(Do Sr. Uldurico Pinto)
Discussão único do Projeto de Lei n" 3.012,de 1989, que dispõe sobre a divulgação dosintegrantes de comitivas que se destinam aoexterior e determina outras providências;tendo parecer: da Comissão de Constituiçãoe Justiça e Redação, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. (Relator: Sr. José Genoíno.)
15PROJETO DE LEI N9 3. 150-A, DE 1989
(Do Sr. Elias Murad)
Discussão única do Projeto Lei n' 3.150,de 1989, que estabeléce a ol\Jrigatoriedade decriação dos Conselhos Estaduais de Entorpecentes nos Estados que ainda não os possueme .dos Conselhos Municipais nos municípioscom mais de 50.000 habitantes; tendo pareceres: da ColllÍ'Ssão de Coo.stituição e Justiça
Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 289
ATOS DA MESA
Aposentadorias
O Presidente da Câmara dos Deputados,no uso das atribuições que lhe confere o art.1°, item I, alínea b, do Ato da Mesa nO 119,de 30 de março de 1989, resolve, nos termosdo art. 40, inciso 111, alínea a, da Constituiçãoda República l;ederativa do Brasil, combinado com os artigos 183, item 11, alínea a,e 186, item I, alínea a, da Resolução nO 67,de 9 de maio de 1962, conceder aposentadoria'a ÁLVARO CORTÁZIO, no cargo de Inspetor de Segurança Legislativa, CD-AL-014,Classe Especial, Referência NS. 21, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados,com o provepto aumentado de 20%, na formado art 193, item 11, da Resolução n9 67, citada.
e Redação, pela constitucionalidade, juridici- Câmara dos Deputados, 19 de fevereirodade e técnica legislativa. (Relator: Sr. Men- de 1990. -Deputado Paes de Andrade, Predes Ribeiro) e, da Comissão de Saúde, Previ- sidente da Câmara dos Deputados.dência e Assistência Social, pela aprovação. O Presidente. da Câmara dos Deputados,(Relator: Sr. Jofran Frejat.) no uso das atri~uições que lhe confere o art.
16 1·, item I, alíneas b, do Ato da Mesa n· 119,PROJETO DE LEI N. 3.378-A, DE 1989 de 30 de março de 1989, resolve, nos termos
(Do Sr. Paulo Ramos) do art. 40, inciso 111, alínea a, da Constituiçãoda República Federativa do Brasil, combi-
Discussão única do Projeto de Lei nO 3.378, nado com. os art. 183, item 11, alínea a, ede 1989, que dispõe sobre a regularização 186, item I, alínea a, da Resolução n" 67,na administração pública da situação dos ser- de 9 de maio de 1962, conceder aposentadoriavidores desviados de função edá outras provi- a ACRÍSIO FRANCISCO DOS SANTOS,dências: tendo pareceres: da Comissão de··· no cargo de Técnico Legislativo, CDConstituição e Justiça e Redação, pela consti- AL.011, Classe Especial, Referência NS.25,tucionalidade, juridicidade e técnica legisla- do Quadro Permanente da Câmara dos Detiva. (Relator: Sr. Doutel de Andrade); da putados, com o provento aumentado de 20%,Comissão de Serviço Público, pela aprova- na forma do artigo 193, item 11, da Resoluçãoção, com emenda. (Relator: Sr. Geraldo n" 67, citada..Campos); da Comissão de Saúde, Pievidên- Câmara dos Deputados, 19 de fevereirocia e Assistência Social, pela aprovação, com de 1990. - Deputado Paes de Andrade, Preadoção da emenda da Comissão de Serviço sidente da Câm~ra dos Deputados.Público. (Relator: SI. Edmilson Valentim.) O Presidente 'da Câmara dos Deputados,
17 no uso das atribuições que lhe confere o art.PROJETO DE LEI N0 3.410-A, DE 1989 1°, item I, alínea b, do Ato da Mesa nO 119,
(Do Sr. Antero de Barros) de 30 de março de 1989, resolve, nos termosdo art. 40, inciso 111, alínea a, da Cosntituição
Discussão única do Projeto de Lei nO 3.410, da Repúblidl Federativa do Brasil, combide 1989, que equipara osserv:idoresda Admi- nado com os art. 183, item 11, alínea a, enistração Direta do Ministério da Agricultura 186, item I, alínea a, da Resolução n" 67,aos servidores do Instituto Nacional de Colo- de 9 de maio de 1962, conceder aposentadorianização e Reforma Agrária - Incra, e dá a AUZIR LUIS DE SOUZA, no cargo deoutras providências; tendo pareceres: da Co- Técnico Legislativo, CD-AL-Oll, Classe Esmissão de Constituição e Justiça e Redaj<ãp,~; p~cial"~eferência NS. 25 i do Quadro P,ermapela constitucionalidade, juridicidade e técíi-' nente da Câ~aradosDeputados, COm li~.vanca legislativa. (Relator: Sr. Alcides Lima); tagens previstas no art. 20, § 30, da Résoluçaoe, das Comissões de Serviço Público e de n" 1, de 7 de,março de 1980.Finanças, pela aprovação. (Relator: Sr. Fran- Câmara dos Deputados, 19 de fevereirocisco Küutser.) de 1990. - Deputado Paes de Andrade, Pre-
(Encerra-se a Sessão às 17 horas e 27 sidente da Câ/nara dos Deputados.minutos.) O Presiden,te da Câmara dos Deputados,
no uso das atHbuições que lhe confere o art.10, item I, alínea b, do Ato da Mesa nO 119,de 30 de março de 1989, resolve, nos termosdo art. 40, inciso I, da Constituição da República Federativa do Brasil, combinado comos art. 183, item 111, e 186, item I, alíneab, da resolução nO 67, de 9 de maio de 1962,conceder aposentadoria a DELMA FERREIRA ARAÚJO, no cargo de Agente deServiços Legislativos, CD-AL-017, Classe"C", Referência NI.32, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados.
Câmara dos Deputados, 19 de fevereirode 1990. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dos Deputados
O Presidente da Câmara dos Deputados,no uso das atribuições que lhe confere o art.1., item I, alínea b, do Ato da Mesa n" 119,de 30 de março de 1989, resolve, nos termosdo art. 40, inciso 111, alínea a, da Constituiçãoda República Federativa do Brasil, combinado com os art. 183, item 11, alínea a, e186, item I, alínea a, da Resolução nO 67,
de 9 de maio de 1962, conceder aposentadoriaa JOÁO FRANCISCO DE OLIVEIRA, nocargo de Técnico Legislativo, CD-AL-Oll,Classe Especial, Referência NS. 25, do Quadro Perma~ente da Câmara dos Deputados,com o provento aumentado de 20%, na formado art. 193, item 11, da Resolução n" 67, citada.
Câmara ,dos Deputados, 19 de fevereirode 1990. - Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dos Deputados
O Presidinete da Câmara dos Deputados,no uso das atribuições que lhe confere o art.10, item I, alínea b, do Ato da Mesa nO 119,de 30 de março de 1989, resolve, nos termos
.do art. 40, inciso 111, alínea a, da Constituiçãoda República Federativa do Brasil, combinado com os art. 183, 11, alínea a, e 186,item I, alínea a, da Resolução nO 67, de 9de maio de 1962, conceder aposentadoria aOPHELIA DRUMOND ANDRADE MüLLER, no cargo de Técnico Legislativo, CDAL-Oll, Classe Especial, Referência NS.25,do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, com o provento aumentado de 20%,na forma do art. 193, item 11, da R.esoluçãon9 67, citada.
Câmara do~ Deputados, 19 de fevereirode 1990. - Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dos Deputados.
Exoneração
O Presidente da Câmara dos Deputados,no uso das atribuições que lhe confere o art.10, item I, alínea a, do Ato da Mesa nO 119,de 30 de março de 1989, resolve concederexoneração, de acordo com o art. 137, itemI, § 10, item 11/ letra a, da Resolução nO 67,de 9 de maio de 1962, em virtude de aposentadria, a AUZIR LUIZ DE SOUZA, Técnico Legislativo, Classe Especial, ponto nO1338, do cargo de Chefe do Serviço de Administração, CD-DAS-I01.2, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, queexerce no Centro de Documentação e Informação.
Câmara dos Deputados, em 19 de fevereirode 1990, Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dos Deputados.
Noeação sem efeito
O Presidente da Câmara dos D'~putados,
_ no uso das atribuições que lhe confere o art.19, item I, alínea a, do Ato da Mesa n9 119,de 30 de março de 1989, resolve tornar semefeito, de acqrdo com o art. 103, § 2° daResolução nO 67, de 9 de maio de 1962, anomeação de IARA SOARES DOS SANTOS, para exercer o cargo de Assistente Administrativo, CD-AL-026, Classe "A", Referência NM. 24, do Quadro Permanente daCâmara dos Deputados, em 19 de fevereirode 1990. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dos Deputados.
I---------"!-----MESA-----,-------~==~I
Presidente:
PAES DE ANDRADE (PMDB)l' Vice-Presidénte:
INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL)2' Vice-Presidente:
WILSON CAMPOS (PMDB)
1° Secretário:LUIZ HENRIQUE (PMDB)2' Secretário:EDME TAVARES (PFL)3' Secretário:CARLOS COTTA (PSDB)4' Secretário:RUBERVAL PILOTTO (PDS)
Suplentes:
FERES NADER (PTB)
FLORICENO PAIXÃO (PDT)
ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN)
JOSÉ MELO (PMDB)
PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO-PSD-
LfderCESAR CALS NETO
PARTIDO SOCIALISTA CRISTAO-PSC-
LíderFRANCISCO ROLIM
Vice-Líder
PARTIDO COMUNISTABRASILEIRO
-PCB-Líder
ROBERTO FREIREVice-Líderes
Fernando Santana Augusto Carvalho
PARTIDO TRABALHISTABRASILEIRO
-PTB-Líder
GASTONE RIGHIVice-Líderes
Sólon Borges dos Reis Valmir CampeloRoberto Jefferson Osvaldo Sobrinho
José TavaresJosé Ulisses de OliveiraJutahy Júnior
. Maguito VilelaMarcos QueirozRenato. ViannaRospide NetoSérgio SpadaTidel de Lima
PARTIDO DO MOVIMENTODEMOCRÁTICO BRASILEIRO
-PMDB-Líder
IBSEN PINHEIROVice-Líderes
Genebaldo CorreiaAntônio BrittoBete MendesCarlo5 VinagreDalton CanabravaFernando VelascoFirmo de CastroFrancisco AmaralJorge LeiteJorge Medauar
.------------LIDERANÇAS-.--------~~~PARTIDO DA RECONSTRUÇÃO
NACIONAL-PRN
LíderRENAN CALHEIROS
Vice-LíderesArnaldo Faria de Sá Hélio CostaNelson Sabrâ
Robson MarinhoVirgildário de SennaJosé Costa
Jesus TajraIberê FerreiraStélio DiasPaes LadimJosé LinsJofran Frejat
Gidel Dantas
Aldo Arantes
PARTIDO TRABALHISTARENOVADOR
-PTR-Líder
ISMAEL WANDERLEY
PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA-PST-
LiderJOÃO CUNHA
PARTIDO DO POVO BRASILEIRO-PPB-
LfderLEONEL JÚLIO
PARTIDO REPUBLICANOPROGRESSISTA
-PRP-Líder
ADHEMAR DE BARROS FILHO
Aristides Cunha
IpARTIDO LIBERAL PROGRESSISTA. -PLP-
LíderUBIRATAN SPINELLI
PARTIDO COMUNITÁRIO NACIONAL I-PCN-
LíderEdivaldo Holanda
Vice-LíderesRicardo Izar
LíderADOLFO OLIVEIRA
Marcos Formiga
PARTIDO DEMOCRÁTICO CRISTÃO-PDC-
LíderROBERTO BALESTRA
Vice-Líderes
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL-PCdoB-
LíderHAROLDO LIMA
Vice-Líder
PARTIDO SOCIALISTABRASILEIRO
-PSB-Líder
JOÃO HERRMANN NETOVice..Líder
PARTIDO LIBERAL-PL-
PARTIDO DOS TRABALHADORES-PT-
LiderPLÍNIO ARRUDA SAMPAIO
Vice-LíderesPa!1!o Delgado João Paulo Pires
Ademir Andrade
PARTIDO DA SOCIALDEMOCRACIA BRASILEIRA
-PSDB-Líder
EUCLIDES SCALOVice-Líderes
José GuedesMaria de Lourdes AbadiaElias Murad
PARTIDO DA FRENTE LIBERAL·-PFL-
ÜderRICARDO FIUZA
Vice-LíderesErico PegoraroAnnibal BarcellosLuiz EduardoSandra CavalcantiOsvaldo Coelho
PARTIDO DEMOCRÁTICO SOCIAL-PDS-
LíderAMARAL NETTO
Vice-LíderesJosé Lourenço Aécio de BorbaGerson Peres Bonifácio de Andrada
PARTIDO DEMOCRÁTICOTRABALHISTA
-PDT-Lider
VIVALDO BARBOSAVice-Líderes
Luiz Salomão Lysâneas MacielArtur Lima Cavalcante Carlos Cardinal
PDC
PL
PDC
PTB
Michel TemerNelson JobimNilson GibsonOsvaldo MacedoPlínio MartinsRenato ViannaRosário Congro NetoSérgio SpadaTheodoro MendesTito Costa
Francisco BenjamimJaico CarneiroMessias GóisNey LopesOscar CorrêaPaes Ladim
Antônio Marangon
Juarez Marques BatistaSigmaringa Seixas
Virgílio Guimarães
Ibrahim Abi·Ackel
Silvio Abreu
Roberto Torres
Rodrigues Palma
Lélio SouzaManoel MataMaurício NasserNestor DuarteRaimundo BezerraUbiratan AguiarWagner Lago6 Vagas
José Luiz Maia
Jesus TajraJesualdo CavalcantiNarciso MendesSarney Filho2 Vagas
1 Vaga
Vicente BogoVilson Souza
PTB
PT
Ervim BonkoskiRoberto Jeffersou
PT
Lysâneas MacielGonzaga Patriota
Flávio RochaPCdoB
PDT
SuplentesPMDB
Afrísio Vieira LimaAluisio CamposAntonio MarizAsdrubal BentesFrancisco SalesGenebaldo CorreiaJosé MeloJovaooi Masini
João HerrmannPSB
Lídice da Mata
Adylson MottaJorge Arbage
Brandão MonteiroDoutel de Andrade
PSBI VagaSecretária: Delzuítc M. A, do ValeRamal: 6906
PFL
PDSBonifácio de AndradaGerson Peres
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃOE JUSTIÇA E REDAÇÃO
PDT
Horácio FerrazJorge Hage
PSDB
PTB
Presidente: Nelson Jobim - PMDB - RSVice Presidentes: Joáo Natal - PMDB - 00
Jorge Medauar - PMDB - BABonifácio de Andrada - PDS - MG
TitularesPMDB
Arnaldo MoraesBernardo CabralCarlos VinagreHarlan GadelhaHélio ManhãesJoão NatalJorge MedauarJosé DutraJosé TavaresLeopoldo SouzaMendes Ribeiro
Marcos Formiga
PFL
PL
PL
PC do B
José Genoíno
Aldo Arantes
Aloysio ChavesCosta FerreiraDionísio HageEliézer MoreiraEvaldo Gonçalves
Benedito MonteiroGastone Righi
PDCJosé Maria Eymael
PSDB
Aécio NevesEgídio Ferreira Lima
PDS
Airtou CordeiroAlcides LimaBenito GamaEooe VieiraJosé Thomaz·Nonô
'Ernesto Gradella
Darcy PozzaFrancisco Di6gines
Féres Nader
Carlos Cardinal
José CamargoJosé JorgePaulo MarquesPaulo PimentelPedro Ceolin
Robson MarinhoVilson Souza
Júlio CamposNarciso MendesRita FurtadoSadie HauacheSérgio Brito
Jorge LeiteMárcia KubitschekOsmundo RebouçasRalph BiasiJones Santos Neves10 Vagas
Moema São Thiago1Vaga
PDS
PDT
PTB
PT
PDC
Carrel BenevidesGastone Righi
1 Vaga
Carlos Alberto Ca6Miro Teixeira
2Vagas
PSDBCristina TavaresKoyo lha
PFL
Ãngelo MagalhãesArolde de OliveiraÁtila LiraEliézer MoreiraEnoc VieiraHumberto Souto
Sotero Cunha
Raquel CapiberibeSecretãria: Mariza da Silva MataRamais: 6902 - 6903
Ervin Bonkoski Roberto JeffersonJosé Elias
PTFlorestan Fernandes Gumercindo Milhomem
PDCEduardo Siqueira Campos
PLÁlvaro Valle
PC do BEduardo Bonfim
PSBJosé Carlos Sab6ia
SuplentesPMDB
Airton SandovalAntero de BarrosFrancisco AmaralJoaci GóesRenato JohnssouRita Camata
PDSAntônio Salim Curiati Gerson PeresArnold' Fioravante
PDTLysãneas Maciel Fernaudo LyraLuiz Salomão
PSB
COMISSÃO DE CIÊNCIAE TECNOLOGIA,
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICAPresidente: Antonio Gaspar - PMDB - MAVice-Presidentes: José Costa - PMDB - AL
Álvaro Valle - PL - RJArolde de Oliveira - PFL - RI
PTB
TitularesPMDB
Aloísio Vasconcelos Manoel MotaAntonio Britto Mauricio FruetAntonio Gaspar Maurício Ferreira de LimaBete Mendes Matheus lenseuDomingos Juvenil Nilso SguareziEliel Rodrigues Onofre CorréaHenrique Eduardo Alves Ronaldo CarvalhoIvo Cers6simo Rosário Congro NetoJosé Carlos Martinez Tidel de LimaJosé CostaJosé Ulisses de OliveiraLuiz Leal
PFLAlysson PaulinelliChist6vam ChiaradiaErico PegoraroEunice MichilesJaJes FontouraJesualdo Cavalcanti
PSDBJosé Carlos GreccoNelton Friedrich
Gilson MachadoHumberto SoutoLuiz MarquesMaurício CamposNarciso MendesI Vaga
Jacy ScanagaltalaJes FontouraJonas PinheiroLael VarellaVinícios Causação
Maurício NasserNestor Duarte:~euto de ContoNyder BarbosaRaul BelémRosa PrataRospide NettoSantinho FurtadoValdir ColattoValdyr Pugliesi
Nelson Aguiar
PTB
PDSOsvaldo Bender
PDT
PSDBNelton FriedrichVicente Bogo
PFLAntônio UenoAssis CanutoCleonâncio FonsecaCosta FerreiraDionísio Dal Prá
PSDB
José Carlos SabõiaSuplentes
PMDBJosé TavaresJosé VianaMaguito VilelaMoisés AvelinoOuofre CorréaPercival MunizRaul FerrazRenato BernardiRuy NedelSérgio Spada
Alexandre PuzynaAntônio CâmaraDoreto CampanariFausto FernandesGenésio BenardinoGeraldo BnlhõesGeraldo FlemingJoão MaiaJoão RezekJosé AmandoJosé Freire
Carlos Cardinal
Amaury Müller
Adauto PereiraAdvlson Motta
Adroaldo StreckEdmuldo Galdino
João da Mata
Aldo Arantes
Antonio Marangon João Paulo
Alcides LimaAlércio Diasalysson PaulinelliErlco PegoraroFrancisco CoelhoIberê Ferreira
Panlo Mourão
2 Vagas
PCdoBManuel Domingos
PSB
Jayme Paliarin Rodrigues PalmaJosé Egreja
Cristina Tavares Saulo QueirozJuarez Marques Batista Ziza Valadares
PDSErico Ribeiro Telmo'KirstMello Reis
PDT
TitularesPMDB
Antônio de JesusCelso DouradoDel Bosco AmaralHilário Braunlturival NascimentoIvo Cers6simoIvo MainardiJorge Viannalovanní MasiniLélio SouzaMarcos Queiroz
PT
Chico Humberto 2 Vagas
PL
PFL
Oswaldo AlmeidaPCdoB
COMISSÃO DE AGRICULTURAE POLÍTICA RURAL
Afif Domingos
José Elias Roberto TorresOsvaldo Sobrinho
PT
Presidente: José Egreja - PTB - SPVice-Presidentes: Rodrigues Palma - PTB - MT
Nelson Duarte - PMDB - BAJonas Pinheiro - PFL - MT
PSB
PC do B
Titulares
Adolfo Oliveira
Kayu lha
Christovam ChiaradiaOscar CorrêaCláudio ÁvilaRicardo IzarIberê Fereira
Lézio Sathler
Eurico Ribeiro
Rita CamataSimao. Ses~imUbiratan Spinelli
Milton ReisGenebaldo CorreiaOsmundo RebouçasGeovah AmaranteOswaldo Lima FilhoHélio DuqueRalph BiasiIsrael PinheiroRoberto BrantJoão Agripino
César Maia
Vladimir Palmeira
Roualdo Cesar Coelho1 Vaga
Jayme Paliarin
Delfim Netto
José Mendonça BezerraSaulo CoelhoJosé MouraVinicius CansançãoJos~ Teixeira
Nelson JobimJosé CostaPaulo Mincarone
- Luiz SoyerRosa Prata
PDT
PFL
PDS
PFL
PSDB·Caio~Pompeu
Fábio Feldman
Carlos Virgl1io
Bosco FrançaMarcos QueirozDarcy DeitosMax RosenmannFirmo de CastroLuiz Vianna Neto10 Vagas
António VenoJofran FrejatArnaldo PietroJosé JorgeArolde de OliveiraOrlando Bezerra
PSDBAntoniocarlos Mendes Thame
Cleonâncio FonsecáLeur LomantoLuiz Marques
.Manoel Castro
SuplentesPMDB
Ademir Andrade
PSDB
PSB
PFL
José SerraVirgildúsio de Senna
PDS
PDC
Presidente: Airton Cordeiro - PFL - PEVice-Presidentes: Ézio Ferreira - PFL - PR
Osmuudo Rebouças - PMDB - CECésar Maia - PDT - RJ
COMISSÃO DE ECONONIA,INDÚSTRIA E COMÉRCIO
PCdoBManuel Domingos .
Basílio VillaniGastone.Righi
Ernesto Gradella
PLFlávio Rocha
Airton CordeiroJosé Thomaz Nomó
I Ézio FerreiraLuiz EduardoGilson MachadoRonaro -Corrêa
Irma Passoni
Albérico FilhoJorge LeiteAmilcar MoreiraJosé GeraldoErnani BodrimLúcia VâniaFernando Bezerra CoelhoLuÍz Roberto PonteFernando GasparianMarcelo CordeiroFrancisco_ Ca~I]1eiro
Raquel Cândido 1 VagaPTB
Milton Barbosa (PDC) _Valmir CampeloPT
Gidel DantasSecretário: Benício Mendes TeixeiraRamais: 6971 - 6072
PDC
TitularesPMDB
José Maria Eymael
_Cunha BuenoFelipe Mendes
PDT.. Artur Lima Cavalcanti
Mârcia Cibilis VianaPTB
Mendes Botelho
José Serra
Mello Reis
César Maia
Leonel Júlio
Osvaldo Bender
Gilson MachadoOsmar LeitãoSérgio Brito
Paes LadimRicardo IzarSadie Hauache
Sérgio Carvalho
Joaquim HaickelMário de OliveiraMilton LimaPaulo AlmadaSérgio Naya3 Vagas
Juart:z Marques Batista
Myriam Portélla
José MaranhãoLuíz Roberto Ponte"'Prisco VianaRaul FerrazRuy NedelVingt Rosado
Mario AssadOrlando BezerraWaldeck ameias
Chico Humberto
Paulo Silva
Roberto Augusto
. Paulo SidneiRonaldo CarvalhoValdir ColattoWaldir Pugliesi3 Vagas
PFLAloysio ChavesAntônio FerreiraEnoc VieiraEtevaldo Nogueira
PSDBAntonio' PerosaGeraldo Campos
PDSAry Valadão
PDTBrandão Monteiro
PTBMarluce Pinto
PFLAnmbal BarcelosDionísio Dal PráFurtado LeiteOrlando Bezzera
PSDBArnaldo MartinsJosé Guedes
PDSCarlo, Virgl1io
PDTPaulo Ramos
PTBFarabulini Júnior
PTJosé Genoíno
PDCSotero Cunha
SuplentesPMDB
Domingos JuvenilFernando VelascoGilson MachadoHélio Ror;asPaulo Zarzur
PDTJosé Luiz Maia
PDS
COMISSÃO DEDESENVOLVIMENTO URBANO,
INTERIOR E ÍNDIOPresidente: Múrio Assad~ PFL - MGVice-Presidentes: Etevaldo Nogueira - PFL - MG
Raul Ferraz - PMDB :- BA .Jairo Azi - PDC - BATitularesPMDB
PSDBAnna Maria RattesJosé Carlos Grecco
Álvaro AntonioAntônio BrittoAsdrubal BentesChagas NetoFernando VelascoFinno de CastroJosé Carlos Vasconcelos
PFLAntônio FerreiraChristóvam ChiaradiaEtevaldo Nogueira'Humberto Souto
PTBJoão da Mata (PDC)
PT
1 VagaSecretária: Marei Ferreira LopesRamais: 6998 - 7001
Lurdinha SavignonPDC·
PDC
Jairo Azi
PT
Chagas Duarte
Florestan Fenandes
SuplentesPMJ;lB
Agasslz Almeida. Antônio de JesusFrancisco CarneiroGabriel GuerreiroGerson MarcondesJosé Dutra
Júlio CamposSandra CavalcantiWaldeck Ornélas
Raimundo BezerraRaimundo RezendeRenato BernardiRonaldo CarvalhoSamir AchúaValdir Colato
Valmir Campelo
José Guedes
Paulo Ramos
Eurico Ribeiro
Cunha Bueno
I Vaga
Roberto Augusto
Octávio Elísio
Manoel MoreiraMaria LúciaUldurico Piotn5 Vagas
Narciso MendesPedro CanedoSarney Filho
Manoel MoreiraNyder BarbosaOttomar PintoPaulo SidneiRenato Vianna2 Vagas
PTB
PDTRaguel Cândido
Elias Murad
Francisco PintoHarlan GadelhaHélio ManhãesIvo Lech
Victor Faccioni
PFL
PFLCláudio ÁvilaEunice MichilesGandi JamilJoCrao Frejat
PSDB
SuplentesP~DB
PTGumercindo Milhomem
PDC
Fâbio FeldmannGeraldo Alckmin Filho
PDS
PDS
Aécio NevesAntonio CâmaraGeraldo BulhóesJoaci GoesJoão MaiaJosé MeloPaulo Sidnei
Miraldo Gomes
Artenir Werner
PSDB
PDT
PDC
PMDB
Paulo Delgado
PTB
PTJoaquirnlSl;lcena
Alysson PaulinelliAlziro GomesEliézer MoreiraLúcio Alcântara
Nelson Aguiar
Anna Maria RattesCarlos Mosconi
José Carlos SabóiaSecretário: Ruy Ornar Prudência da SilvaRamais: 6920 - 6921
Presidente: Joaci Góes - PMDB - BAVice-Presidentes: Antonio Câmara - PMDB -RN
Fábio Feldmann - PSDB - SPRaquel Cândido - PDT - RO
Eduardo Bonfim
PDCEduardo Siqueira Campos
PL
COMISSÃO DEDEFESA NACIONAL
Presidente: Furtado Leite - PFL - CEVice-Presidentes: Dionísio Dal Prâ - PFL - PR
Anuibal Barcelos - PFL - APOttomar Pinto - PMDB - RRTitularesPMDB
COMISSÃO DE DEFESADO CONSUMIDOR EDO MEIO AMBIENTE
Paulo MourãoSecretário: Jarbas Leal VianaRamais: 6930 - 6931
::".
Antônio CâmaraEdivaldo Motta /Expedito MachadoFrancisco PintoGeraldo Fleming
,.!Iaroldo Sanford
PDC
José Luiz de Sá
Lídice da MataPSB
Victor Faccioni
Octávio Elísio
Mário LimaMaurício PáduaOsvaldo MacédoPaulo AlmadaPrisco VianaI Vaga
Jm;é Santana delVasconcellosJosé TinocoMaurício Ca~pos
PDS
Antonio PerosaMauro Campos
PMDB
PSDB
PFL
Aécio Borba
Alcides LimaAssis CanutoÉzio FerreiraJates Fontoura
Luiz Gushiken
Presidente: Fernando Gasparian - PMDB - SPVice-Presidentes: Irajá Rodrigues - PMDB - RS
Benito Gama - PFL - BAFernando Santana - PCB - BA
PDC
PT
Titulares
COMISSÃO DEFISCALIZAÇÃO E CONTROLE
COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA
Eduardo MoreiraGabriel GuerreiroGenésio de BarrosJoão ResekJosé AmandoLuiz Alberto RodriguesMarcos Lima
Suplentes
PMDBCarlos Vinagre João AgripinoCid Carvalho José Carlos VasconcelosDélio Braz Samir AchôaDenisar Arneiro Tidei de LimaHaroldo Sabóia 4 Vagas
PFLAlêcio Dias Leur LomantoJosé Lins Mussa DemesFurtado Leite Stélio Dias1 Vaga
PSDBFrancisco Küster José GuedesGeraldo Campos
PDSFelipe Mendes Gerson Peres
PDTBrandão Monteiro José Fernandes
PTBBasilio VilIani Farabulini Júnior
Tarzan de CastroSecretário: Silvio Avelino da SilvaRamais: 7025 - 7026
Presidente: Octávio Elisio - PSDB - MGVice-Presidentes: Antônio Perosa - PSDB - SP
Mário Lima - PSDB - BAAécio de Borba - PDS - CE
TitularesPMDB
Airton Sandoval Irajá RodriguesAluízio Campos José GeraldoFernando Gasparian Maria LúciaFirmo de Castro Mário LimaFernando Santana Nilso SguareziGerson Marcondes Ottomar PintoPercival Muniz
PFLBenito Gama Maluly NetoJoão Alves Simão SessimJosé Moura Victor FontanaJosé Tinoco
PSDBAnna Maria Rattcs Rose de FreitasDirce Tutu Quadros
PDSAry Valadáo Telmo Kirst
PDTChagas Duarte Sérgio Carvalho
PTBMarluct: Pinto Valmir Campelo
PTPaulo Delgado
PDCSotero Cunha
Victor Faccioni
Osmundo RehouçasGonzaga PatriotaRoberto BrantIrajá RodriguesSérgio NavaJoão Carl~s Bacelar
Márcia Cibilis Viana
Valmir Campelo
Rose de Freitas
Jos~ TeixeiraOrlando BezerraSérgio Brito
Nyder BarbosaOswaldo Lima FilhoSérgio Werneck4 Vagas
Horâcio Ferraz
José Fernandes
José Carlos Grecco
Aécio de Borba
Nelson Seixas
Francisco DornellesRita FurtadoLevy Dias
Moema São ThiagoRobson Marinho
PTB
PDT
PDS
PSDB
Alceni GuerraCleonànclo Fous.t:caGandi JamilJosé Lins
PSDBEuclides ScalcoRonaldo Cezar Coelho
PDSArnaldo Fioravante
Expedito MachadoFernando GasparianJoão Natallranildo PereiraLúcia VâniaMilton Reis
PFL
Aécio de BorbaFelipe Mendes
Arnaldo PietroManoel CastroBenito GamaMussa Demes
PFL
SuplentePMDB
PSDBFrancisco KüsterJosd Serra
PDT
PDS
PDC
Vladimir Palmeira
PDT
PT
PTB
PDC
César Maia
PT
Chagas Duarte
Arnaldo MartinsJosé FreireCid CarvalhoLuiz Alberto RodriguesFernando Bezerra CoelhoMoisés PimentelFrancisco Sales
PTBLeonel Júlio
Adylson Malta
Artur da TávolaPaulo Silva
Basilio ViIlani
Fernando LvraFloriceno pãixão
Luiz Gushiken
Jonival LucasPL
José Carlos CoutinhoPC do B
Edmilson Valentim
COMISSÃO DE FINANÇAS
MiraIdo GomesSecretária: Maria Julia Rabelo de MouraRamais: 6955 - 6959
Presidente: Francisco Dornelles - PFL - RJVice-Presidentes: Arnaldo Prieto - PFL - RS
Fernando Bezerra Coelho - PMDB _PEJosé Serra - PSD.B _ :>PTitularesPMDB
PSBI VagaSecretária: Tasmânia Maria de Brito GuerraRamais: 6980 - 6977
Jonival Lucas
Benedito Montdro Elias MuradGastone Righi
PTGumercindo Milhomem 1 Vaga
PDC
Artenir Werner
Paulo Delgado
Costa Fer~eiraOsvaldo CoelhoEraldo TinocoPedro CanedoEvaldo Gonçalves
Messias SoaresHenrique Eduardo AlvesPlínio MartinsJosé da ConceiçãoRoberto Vital
Nelson Aguiar
Érico PegoraroSandra CavalcantiLauro MaiaSarney FilhoManoel Castro
Osvaldo Sobrinho
Hermes ZanetiOctávio Elísio
Mauro SampaioFlávio Palmier da VeigaRenato BernardiGerson Vilas BoasRita CamataHélio RosasSérgio SpadaIranildo PereiraUbiratan AguiarJoaquim Haickel
PL
PC do B
Milton Barbosa
Lídice da Mata
Álvaro Valle
Fábio RaunheittiSólon Borges dos Reis
PTFlorestan Fernandes
PDC
PCdoB
PL
I VagaSecretária: Maria'Laura CoutinhoRamais: 7016 -7019
COMISSÃO DEEDUCAÇÃO,CULTURA,
ESPORTE E TURISMO
TitularesPMDB
Afrisio Vieira LimaJos~ FreireAgassiz AlmeidaJosé MaranhãoBete MendesMaguito VilelaCelso DouradoMárcia KubtischekChagas NetoMárcio BragaFausto Fernandes
PSDB
Amilcar MoreiraMario MartinsDaso CoimbraMauro MirandaDienal Gonçalves11 Vagas
Alceni GuerraNey LopesAlysson PaulinelliOrlando PachecoÂngelo MagalhãesI\ita furtado
José Gomes
Caio PompeuJorge Hage
PSBJoão Herrmann Neto
SuplentesPMDB
PTB
PDrMárcia CibiIis VianaTadeu França
Vilson Souza Dirce Tutu QuadrosPDS
José Luiz Maia Adauto PereiraOsvaldo Bender
PDrAmaury 'Mfillef Luiz SalomãoBocayuva Cunha
PTBFábio Raunheitti Feres NaderHorácio Ferraz
PTVirg~io Guimarães I Vaga
PFLAgripino de Oliveira LimaJesualdo CavalcantiÁtila LiraJosé QueirozCleonáncio FonsecaLuiz Marques
PDSArnold FioravanteEurico Ribeiro
PFL
Presidente: Ubiratan Aguiar - PMDB - CEVice-Presidentes: Celso Dourado - PMDB - BA
Jorge Hage - PSDB - BAFlorestan Fernandes - PT - Sf
PSBAbigail Feitosa
PC do BEdmilson Valentim
PDTRaquel Cândido
PTBLeonel Júlio
PTVladimir Palmeira
PDCJosé Gomes
SuplentesPMDB
Aloísio VasconcelosArnaldo MartinsCarlos BenevidesHilário BraunIsrael PinheiroMaguito Vilela
PFLAloysio ChavesAnnihal BarceloosAntônio FerreiraEraldo Tinoco
PSDBJayme SantanaMaria de Lourdes Abadia
PDSBonifâcio de Andrada
PDTBocayuva Cunha
PTBBenedito Monteiro
PTAntônio Marangon
PDCJosé Maria Evmael[Secretária: Allia Felício Tobias'Ramais: 6945 - 6947
José Maurício
Marluce Pinto
Neuto de ContoOttomar PintoPaulo RobertoWalmor de Luca4 Vagas
Jonas PinheiroRonara Corrêa1 vaga
Virgildásio de Senna
Francisco Diógenes
Luiz Salomão
José Elias
Suplente
PMDBAntônio GasparBete MendesGenésio de BarrosGeovah AmaranteHélio DuqueHélio RosasJorge MedauarLeopoldo SouzaLuiz Alberto RodriguesRubem Branquinho
PFLArnaldo PrietoAirton CordeiroEraldo TinocoFausto RochaJosé CamargoLevy Dias
PSDBHermes ZanetiMaria de Loudes Abadia
- PDSArtenir WernerAry Valadão
PDTDoutel de Andrade
PTBJosé EgrejaOsvaldo Sobrinho
PTJosé Genoíno
PDCRoberto Balestra
PLMarcos Formiga
PCdo B
Marcos LimaMatheus IensenMauro SampaioMichel TemerRaul BelémRosário Congro NetoJorge ViannaSantinho FurtadoTheodoro Mendes3 Vagas
Messias Góis-Ney LopesPaes LandimRicardo IzarI Vaga
Sigmaringa SeixasVirgildásio de Senna
Cunha Bueno
2 Vagas
Sólon Borges dos Reis
I Vaga
SuplentesPMDB
Antônio BritoBernardo CabralDalton Canabrava15 Vagas
PFLAnnfual BarcellosOsmar LeitãoAroldo de OliveiraPaulo MarquesJosé TeixeíraSaulo Coelho
PSDBAnna Maria RattesElias Murad
PDSAdylson MotaGerson Peres
PDTAdhemar de Barros Filho
PTBFarabulini JúniorJosé Egreja
PTPaulo Paim
PDC1 Vaga
PLOswaldo Almeida
PC do BManuel Domingos
PSB
Ivo MainardiMárcio BragaMattos Leão
Júlio CamposSimão SessimLúcia Braga1 VagaMaurício Campos
Geraldo Alckmin FilhoVicente Bago
Osvaldo Bender
2 Vagas
João de Deus Antunes
Antonio Marangon
COMISSÁODERELAÇÕES EXTERIORES
Presidente: Bernardo Cabral- PMDll ...,.. AM. Vice.Presidente: ]<;lárcia K~bitschek ::":;-PMDB - DF
Aloysio Chaves - PFL - PAAdolfo Oliveira - PL - RJ
PFL
Presidente: Raimundo Bezerra - PMDB - CEVice-Presidentes: Ivo Lech - PMDB - RS
Arnaldo Faria de Sá - PJ - SP
Mário de OliveiraNaphtali Alve, de SouzaPaulo ZarzurTheodoro MendesWagner LagoI Vaga
PFLJalles Fontoura Mussa DemesLuiz Marques Sadie Hauache3 Vagas
PSbBFrancisco Küster Paulo SilvaGeraldo Campos
PDSArtenir Werner Nasser Almeida
PDTFloriceno Paixão Miro Teixeira
PTBFeres Nader Sólon Borges dos Reis
PTIrma Passoni
PDCJairo Carneiro
SuplentesPMDB
Alarico Abib Osvaldo MacêdoÁlvaro Antonio Renato Vianna9 Vagas
PFLAntônio Deno Iberê FerreiraÁtila Lira JoCran FrejatEraldo Tinoco 2 Vagas
I VagaPSDB
Célio de Castro Geraldo Alckimin FilhoI Vaga
Aloysio TeixeiraAristides CunhaCarlos VinagreHélio RosasJoão NatalJosé FreireLeopoldo Bossone
Francisco RolimSecretária: Maria Inêz LinsRamal: 6914
COMISSÃO DESERVIÇO PÚBLICO
Presidente: Irma Pa;soni - PT - SPVice-Presidentes: Miro Teixeira - PDT - RJ
Carlos Vinagre - PMDB - PAAristides Cunha - PSC - SP
TitularesPMDB
Nelson Seixas
Júlio CcstamilanJosé VianaMessias SoaresMoisés A velinoRaimundo BezerraRaímundo RezendeRuy NedelTidei de LimaUldurico PintoVingt Rosado
Célio de Castro
Carlos Mosconi
Roberto Jefferson
Carlos Virgilio
José QueirozLauro MaiaOrlando PachecoPedro CanedoSandra Cavalcanti
Joáo Paulo
Aldo ArantesPSB
PDCJairo Azi
PTB
PT
AntoniocarlosMendes ThamerJorge Uequed
PDT
PFLAlceni GuerraErico PegoraroEunice MichilcsGandi JamilJesualdo CavalcantiJofran Frejat
João Hermam NetoSecretária: Regina Beatriz Ribas MarizRamais: 6992 - 6994
COMISSÃO DE SAÚDE,PREVIDÊNCIA E
ASSISTÊNCIA SOCIAL
PDSAntonio Salim CuriatiAry Valadão
TitularesPMDB
Alarico AbibArnaldo Faria de SáCelso DouradoDjenal GonçalvesDoreto CampanariEduardo MoreiraFrancisco AmaralGenésio BernardinoIranildo PereiraIvo LechJorge Uequed
PSDB
Benedita da Silva
Joaquim Sucena
PLJosé Carlos Coutinho
Chico Humberto. Floriceno Paixão
Mello Reis
José Maurício
João de Deus Antunes
Jaime SantanaMoema Sáo Thiago
Luiz Viana NetoMarcelo CordeiroMárcia KubitschekMattos LeãoMaun1io Ferreira LimaMaurício FruetMelo FreireNaphtali Alves de SouzaUlysses GuimarãesLeopoldo Bessone
Virgilio Guimarães
Leur LomantoOscar CorrêaOsvaldo CoelhoPaulo PimentelSarney Filho
PT
PDT
Artur da TávolaEgídio Ferreira Lima
PDS
PL
Benetida da Silva
Adylson MottaFrancisco Diógenes
PDC
Eduardo Bonfim
Amaury MüllerBocayuva Cunha
PSDB
Tarzan de Castro
TitularesPMDB
Afrisia Vieira LimaAntônio MarizAirton SandovalBernardo CabralBosco FrançaDaso CoimbraDélio BrazDjenal GonçalvesHaroldo SabóiaJosé Ulísses de OliveiraI:uiz Soyer
Adolfo de OliveiraPCdoB
PTB
Domingos LeonelliBSB
Aioysio ChavesAntônio VeDOEnoc VieiraFrancisco BenjamimJesus TajraJosé Teixeira
Carrel BenevidesErvin Bonkoski
COMISSÃO DE TRABALHO
I VagaSecretário: Ronaldo de Oliveira Noronha
. Ramais: 7011 -7012
Presidente: Carios Alberto Caó .- POT - RJVice-Presidentes: Paulo Paim - PT - RS
Júlio Costamilan - PMDB - RSEdmilson Valentim - PC do B - RJ
A~cio de Borba
Chagas DuarteI Vaga
Fábio Raunhetti
LurdiI'j'l;:\ Savignon
PDS
POT
PTB
PT
POC
Jorge A rbage
Roberto Augusto
TitularesPMDB
Alexandre PuzynaCarlos BenevidesDaftan CanabravaDr..:nisar AroeiraMário MartinsMauro Miranda1 Vaga
PFL.Alziro GomesJosé Santanta deVasconcellosStélio Dias
PSDBAntônio PerasaLézio Sath!er
PDSDarcy Pozza
Max RosenmannPaulo RobertoPaulo MincaroneRoberto VitalRubem BranquinhoSérgio Werneck
Luiz MarquesSimáo SessimJúlio CamposLeal Varella
Mauro Campos
Jorge Arbage
MEMBROS DO PODER EXECUTIVOCharles Curt Mucller Almir LaversveilerCesar Vieira de Rezende José Carlos MelloPedro José Xavier Ma-toso
COMISSÃO ESPECIAL"
I - COMISSÃO ESPECIAL INCUMBIDADE APRECIAR O PROJETO DE LEI N'1.506/89, QUE "INSTITUI NORMAS GERAIS DE PROTEÇÃO À INFÂNCIA E ÀJUVENTUDE E OUTROS QUE CRIAM O"ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADO·LESCENTE".
TitularesPMDB
Alex:mdre Puzinz3.Antero de Barro~
Antõnio Mariz,Edmílson ValentimFrancisco AmaralGeraldo FlemingHaroldo Sabóia
PFL
Jorge UequedJone~ Santos NevesJosé da ConceiçãoJosé TavaresJúlio Costamilan1 Vaga
PDT.Brandão Monteiro.José Fernandes
PTBJoaquim SuceDa
PTErnesto Gradella
PDCGidel Dantas
Mendes Botelho
Presidente: Deputada Sandra Cavalcanti - PF~ - RJ •1" Vice-Presidente: Deputado Airton Corndelfo - PFL-PR2" Vice-Presidente: Deputado Arthur da Távola - PSOB-RJ3" Vice-Presidente: Deputado Benedito Monteiro - PTB.-PARelator: Deputado Hélio Manhães - PMDB - ES
Presidente: Darcy Pozza - POS - RSVice-Presidentes: Jorge Arbage - PDS - PA
Sérgio Werneck - PMDB - MGJosé Santana de Vasconcelos - PFL MG
PDCJayme Paliarin (PTB)Reunião: 4'i'S e 5'.'~ feirasSecretária: Agassis Nylandeir BritoRamais: 6989'.- 6990
COMISSÃO DE TRANSPORTES
ComposiçãoMEMBROS DO CONGRESSO
COMISSÃO MISTA
I - COMISSÃO DE ESTUDOS TERRITO.RIAIS (ART. 12 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓ
-RIAS).
PDSJorge Arbage - PA
PTBenedita da Silva - RI
PRNDionísio Hage - PA
SuplentesPMDB
Cinco Vagas
Titul~res
PMDBCelso Dourado - BA
Doreto Campanari - SPMárcio Braga -'RJ
Rosário Congro Neto - MSPFL
Airton Cordeiro - PRSalatiel Carvalho - PE
PSOBRobson Marinho - SP
PDTNelson Aguiar - ES
PSDBDuas Vagas
PDSUma Vaga
PT• Uma VagaPFL
Trés VagasPDT
Uma VagaPTB
Uma VagaPRN
Uma VagaRamal: 706§ e 7067
José GeraldoJosé Uliss~s de OliveiraLuiz LealNaphtali Alves de SouzaRoberto BrantRospide Netto
Manoel CastroMaurício CamposSaulo Coelho
Telmo Kirst
Marluce Pinto
I Vaga
Sigmaringa Seixas
Deputados• Alcides Lima
Gabriel GuerreiroJosé Carlos VasconcelosJosé GuedesRenato Bernardi
SenadoresAlfredo CamposChagas RodriguesJoão CasteloJoão MenezesNabor Júnior
PDT
José Carlos GreccoSaulo Queiroz
PT
Jairo CarneiroSecretária: lole LazzariniRamais: 7005 - 7Q06
Felipe Mendes
Arnaldo MoraesChagas NetoDel Bosco AmaralEliel RodriguesErnani BoldrimGustavo de FariaIturival Nàscimento
PDC
PFLAirton CordeiroCosta FerreiraÉzio FerreiraGeovani Borges
B,... ne.dita da Silva
PTB
SuplentesPMDB
Carrel Benevides
PDS
PSDB
,José Maurício
Edmundo GaldinoDirce Tutu QuadrOi
Osvaldo Sobrinho
Ary Valadáo
Tadeu França
Roberto Augusto
Nelton Friedrich
Osmar LeitãoVictor Trovão2 Vagas
Lysáneas Maciel
Mário LimaNilson Gibson7 Vagas
Myriam Portella
Waldeck Ornélas3 Vagas
Átila LiraEnoc Vieira
PDCFarabulini Júnior (PTB)
SuplentesPMDB
PFL
PTBJoão de Deus Antunes
PT
Mendes Botelho
João Paulo
Eunice MichUesLúcio Alcântara
'Narciso Mendes
PTB
PSDB
Sérgio Carvalho
Carios Alberto CaõPDT
Mello Reis
Paulo Paim
PDS
AntoniocarlosMendes Thamer
PDS
POT
PT
Arnold Fioravante
Célio de CastroGeraldo Campos
PSDB
AloY5io TeixeiraEdivaldo MottaHaroldo Sanford
, Luís Roberto Ponte
1__E_D_Iç_A_-O_D_E_H_O_JE_:6_4_P_Á_G_IN_A_S__l f PREÇO DESTE EXEMPLAR: NCz$ 0,11 l