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capítulo 1
Globalização
1. E
Uma das particularidades que caracterizam a atual
fase da globalização relaciona-se à descentralização
das áreas produtivas, com diversas empresas que
buscam instalar suas linhas de montagem em países
que ofereçam vantagens como mão de obra barata e
incentivos fiscais.
2. B
Apesar de ocorrer em escala planetária, as particula-
ridades que compõem a globalização não ocorrem
de forma homogênea, com alguns lugares e pessoas
tendo melhor acesso e maior integração na produção
e no consumo mundial.
3. B
Notam-se na atual fase da globalização grandes facilida-
des tecnológicas e políticas que favorecem a circulação
de informações e recursos financeiros entre diferentes
mercados e desestruturam a concepção de fronteira.
4. D
A intensa relação entre mercados e pessoas descrita
na música é uma das características da globalização.
As facilidades de comunicação e transporte facilitam
a transferência das unidades produtivas, como tam-
bém favorecem o intercâmbio comercial em escala
planetária.
5. D
As transnacionais foram amplamente beneficiadas no
processo de globalização. O avanço tecnológico vin-
culado à globalização tornou os setores econômicos
mais interdependentes, fruto da expansão dos meios
técnico, científico e informacional.
6. D
A padronização das tecnologias das regras em setores
como finanças, comércio exterior, indústria e agrope-
cuária favorece a intensificação dos fluxos econômicos
internacionais, uma das marcas da globalização.
7. E
Os quatro tipos de blocos mais comuns são zona de
livre-comércio, união aduaneira, mercado comum e
união econômica e monetária. O Nafta é um exemplo
Respostas – Caderno de Exercícios 3
de organização supranacional que estabelece livre -
-comércio entre os países-membros. Já o Mercosul é
uma união aduaneira, que estabelece uma Taxa Exter-
na Comum entre seus integrantes. E a União Europeia
apresentava as características de um mercado comum,
tornando-se uma união econômica e monetária quan-
do adotou uma moeda única (o euro).
8. a) Entre os países-membros da União Europeia que não
aderiram à moeda única, podemos citar a Suécia
e a Dinamarca. A Suécia não aderiu ao euro, pois
o país não apresenta as condições econômicas
necessárias para adotar o euro. Entre estas, destaca-
-se a imposição de baixos gastos públicos, situação
que ainda não foi alcançada pelo governo sueco.
Já no caso da Dinamarca o motivo para a não
adesão ao euro está no fato de sua moeda, a coroa
dinamarquesa, ser desvalorizada em relação ao euro,
o que facilita as exportações para outras nações do
bloco.
b) Entre os países que estão reivindicando sua entrada
para a UE, o caso mais emblemático é o da Turquia.
País de população predominantemente muçulmana
e com mais de 70 milhões de habitantes, seu gover-
no laico acredita que com a entrada para a comu-
nidade europeia aumentariam significativamente
os investimentos estrangeiros no país, promovendo
importante crescimento econômico.
c) Existem várias exigências para ser aceito na União
Europeia, entre elas: o respeito aos direitos humanos,
a preservação dos valores democráticos, o controle
do déficit público e da dívida externa e o combate
à corrupção e ao crime organizado. Todas essas exi-
gências visam, basicamente, garantir a estabilidade
e a unidade do bloco.
9. F – F – F – V.
Nem todos os tipos de blocos econômicos possuem
acordos que garantam a livre circulação de mão de
obra. Além disso, ocorre nas últimas décadas ampla
transferência de unidades produtivas dos países desen-
volvidos para áreas subdesenvolvidas. A atual fase da
globalização, marcada pela grande concorrência in-
ternacional, estimula a criação de blocos econômicos.
10. a) O tratado de Roma instituiu uma união aduaneira entre
os antigos membros da Ceca (Comunidade Europeia
do Carvão e do Aço). O objetivo dessa integração,
portanto, era eliminar as tarifas alfandegárias para
importação e exportação entre os países-membros
da Comunidade Econômica Europeia em relação a
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todas as mercadorias, e não apenas ao carvão e ao aço. Além disso, houve também o estabelecimento de uma Taxa Externa Comum (TEC) que promovia a igualdade das alíquotas de importação.
b) O fim da Guerra Fria teve como consequência o rom-pimento da cortina de ferro. Países antes socialistas entraram em contato com o capitalismo, o que levou a um enorme fluxo de imigração. Além de combater a entrada indiscriminada de imigrantes, a comunida-de europeia encontrou após a Guerra Fria dificulda-de na integração dos países socialistas ao sistema capitalista.
11. a) Em 1957, com o Tratado de Roma, foi instituído o Mercado Comum Europeu, ou Comunidade Econômica Europeia, um bloco econômico formado por 6 países com o objetivo de reduzir as tarifas de importação e estimular o comércio entre os países sócios (união aduaneira e adoção de uma TEC). O Tratado de Maastricht (1992) estabeleceu as regras para os países do bloco adotarem o euro (a moeda única), além das 4 liberdades, sendo elas: a liberdade de circulação de mercadorias, de serviços, de pessoas e de capitais.
b) Em 1989, aconteceu a queda do Muro de Berlim, signi-ficando o término do regime socialista na Alemanha Oriental. Em outros países do Leste Europeu, os regi-mes socialistas autoritários também caíram, até que, em 1991, houve o término da União Soviética e sua fragmentação em 15 novos países independentes. A partir de então, os países do Leste Europeu atravessa-ram uma transição do socialismo para o capitalismo com democracia pluripartidária. Essa transforma-ção possibilitou a vários países ingressar na União Europeia a partir do final da década de 1990, entre eles: Polônia, República Tcheca, Hungria, Romênia e Croácia. Para os novos integrantes, as vantagens são a atração de investimentos de transnacionais e a ampliação das exportações, enquanto para a União Europeia a vantagem é a incorporação de novos mercados consumidores e maior lucratividade para as empresas transnacionais.
12. a) Ampliar as trocas comerciais vantajosas entre os países-membros; fortalecimento econômico dos integrantes, que assim podem melhor competir internacionalmente com as grandes economias planetárias.
b) Uma das principais características da União Europeia é a sua ampla integração econômica, com a maior parte de seus membros possuindo uma moeda co-mum (o euro).
13. C
A globalização, da forma como se desenvolveu, forta-leceu as grandes corporações no cenário internacio-
nal – de crescente competitividade – ao mesmo tem-po que enfraqueceu o poder de intervenção estatal nas economias nacionais, especialmente nos países subdesenvolvidos. Dessa forma, a criação dos blocos regionais organizados por esses países foi uma medida destinada a permitir-lhes enfrentar a nova organização do espaço global.
14. a) O bloco a que se referem é o Apec (Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico), que tinha por objetivo inicial a cooperação econômica entre os países--membros. Em reunião realizada em Jacarta, em novembro de 1994, novos objetivos foram introduzidos, tais como: ampliação dos laços comerciais entre os países-membros, associação da entidade ao Nafta e ampliação do número de membros, com a entrada do Chile.
b) Os participantes apresentam todos os tipos de he-terogeneidade possíveis: há nações de grande po-pulação absoluta, como a Rússia, a Indonésia e os Estados Unidos, ao lado de países pouco populosos, como Brunei e Austrália; países de grande área territo-rial, como o Canadá, ao lado de nações minúsculas, como Cingapura; nações de grande poder econô-mico, como o Japão, ao lado de países de baixo desenvolvimento econômico, como a Tailândia.
15. a) O Mercosul é uma união aduaneira, tipo de bloco comercial que se caracteriza pela livre comercialização de diversas mercadorias entre seus países-membros e pela implantação da TEC, ou seja, vários produtos que são comprados de países fora do bloco apresentam as mesmas taxas de importação para todos os membros do bloco. A principal diferença entre os membros plenos e associados a essa organização supranacional é a TEC: os membros plenos possuem essa taxa comum, enquanto os associados não a utilizam.
b) I. Chile; II, Peru; III. Equador; IV. Colômbia são mem-bros associados do Mercosul. A Venezuela (V) é um país-membro do bloco.
16. a) As maquiladoras ou zonas francas possuem regras operacionais como: I) subsídios para aquisição imobiliária; II) isenções ou tarifas preferenciais para consumo de energia e água; III) flexibilização da legislação trabalhista e ambiental; IV) isenções de taxas de importação de bens de produção e exportação de produtos industriais.
b) A proximidade geográfica entre os Estados Unidos e o México é um dos fatores determinantes para a instalação das empresas maquiladoras no México. Nota-se a maior concentração dessas empresas na porção setentrional mexicana, visando escoar com baixo custo os produtos para o mercado consumidor estadunidense.
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17. a) A CEE, ou MCE (Comunidade Econômica Europeia ou Mercado Comum Europeu), criada a partir do Tratado de Roma (1957), onde foi estabelecido o livre-comércio de mercadorias, serviços e mão de obra entre seus integrantes. De 1957 a 1972, seis países integravam o MCE (Alemanha Ocidental, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, França e Itália) e, gradativamente, ampliaram suas relações comerciais e fortaleceram suas economias.
b) Os dois dos principais objetivos almejados pela inte-gração regional são: o fortalecimento de economias que não têm condições de competir com as maiores economias do mundo, como os Estados Unidos e a China; e o aumento da importância econômica de determinadas regiões, tornando-as mais fortes po-liticamente nos fóruns internacionais como a OMC (Organização Mundial do Comércio).
18. B
O Tratado Transpacífico (TPP) visa ampliar a integração e o fortalecimento de uma extensa área de comércio na região do oceano Pacífico, aumentando o poder dos Estados Unidos e do Japão perante a crescente eco-nomia chinesa. Vale destacar que, embora o acordo vise estabelecer padrões trabalhistas, sua adoção será compulsória e não obrigatória.
cap’tulo 2
As desigualdades no mundo globalizado
1. a) O Norte é formado por um pequeno grupo de países desenvolvidos, onde vive cerca de 15% da população mundial. Entre as suas características sociais e econômicas mais comuns destacam-se: pequena participação do setor primário no PIB e na PEA; ampla e diversificada produção industrial; intensa atividade econômica do setor terciário, com forte comércio, turismo e serviços; grande avanço tecnológico e elevados investimentos em pesquisas; elevada população urbana, em espaços com bom grau de organização; elevado consumo interno; exportação de produtos industrializados e tecnologias; importação de recursos naturais e energia; sedes de transnacionais e bancos; centros de decisão mundiais que controlam a globalização. O Sul, formado pelo conjunto dos países subdesenvolvidos, com mais de 160 nações, onde vivem 85% da população mundial, tem entre suas características sociais e econômicas mais comuns a média e alta participação do setor primário no PIB e
na PEA; produção industrial pequena ou inexistente; baixa atividade do setor terciário (em alguns países, ao contrário, este é hipertrofiado).
b) Nesse modelo são apontados como polos de coman-do da ordem mundial os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha (alguns autores citam a União Europeia, em vez da Alemanha). Suas áreas de influência mais direta são, respectivamente, a América, a bacia do Pacífico e a bacia do Mediterrâneo (norte da África e Oriente Médio), junto da Europa Oriental.
2. E
A ideia central do texto enfatiza a concentração eco-nômica, tecnológica e de poder em poucos países, destacando-se o Japão, os países da América do Norte e os da Europa Ocidental.
3. C
Os países periféricos (subdesenvolvidos) são grandes fornecedores de matérias-primas para as indústrias dos países centrais (desenvolvidos), contribuindo para o de-senvolvimento econômico dos países ricos.
4. B
As precárias condições de vida da maioria dos habi-tantes africanos constituem um dos principais fatores responsáveis pelas ondas de emigração do continente. Geralmente, os emigrantes africanos buscam trabalho e melhores condições de vida em regiões mais desen-volvidas, como a Europa.
5. a) A média do índice de mortalidade infantil no mundo vem caindo a cada ano. Nas nações ricas, essa média encontra-se em patamares muito baixos, enquanto nas nações pobres, mesmo em queda, ainda se encontram índices muito elevados. Dos vários fatores que influenciam a queda desses índices, podem -se destacar: a melhoria das condições higiênicas e sanitárias; maior acesso à rede médico--hospitalar, bem como maior facilidade na obtenção de medicamentos básicos; melhoria geral no padrão alimentar das populações.
b) Cuba e Bolívia apresentam taxas de mortalidade infantil muito distintas. Enquanto o primeiro país apresenta um índice inferior a 10 crianças por mil, o segundo quase se aproxima de 80 crianças por mil. Analisando os dados do PIB, verificamos que ambos estão praticamente na mesma situação econômica (cerca de 5 mil dólares per capita), o que nos leva a concluir que esse fator não é significativo na dife-rença da taxa de mortalidade infantil entre eles. Já analisando o IDH, verificamos posições muito dife-rentes: Cuba apresenta uma posição elevada, o que se reflete numa taxa de mortalidade infantil inferior à da Bolívia.
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6. a) Entre os países apresentados no gráfico, os Estados Unidos aparecem mais vezes como aquele que oferece melhores condições salariais a estrangeiros qualificados.
b) Os trabalhadores qualificados buscam nos países desenvolvidos melhores oportunidades profissionais, já que as empresas localizadas neles geralmente oferecem melhores estruturas produtivas. Outro fator que atrai a mão de obra qualificada é a melhor qua-lidade de vida através de rede hospitalar, segurança pública e escolas mais bem estruturadas, agregando maiores benefícios a esse trabalhador e à sua família.
7. O PIB per capita representa uma média calculada a partir da riqueza total gerada por todos dividida por cada um dos habitantes de um país, sejam eles jovens, idosos, doentes, prisioneiros, desempregados, empresários, operários ou qualquer outra categoria social. Essa média não retrata a real distribuição da riqueza de uma nação, o que leva muitos estudiosos a criticar seu uso como um indicador de desenvolvimento. Em alguns países reconhecidamente pobres, com graves problemas sociais, como a Venezuela, por exemplo, esse indicador pode ser elevado, já que o país exporta petróleo e, consequentemente, apresenta um PIB relativamente alto, escondendo a realidade socioeconômica. Por isso, a maior parte dos críticos afirma que essa média esconde a realidade e não deve ser usada para analisar a realidade social de um país. No entanto, ela pode servir para uma comparação entre países, especialmente se eles têm um padrão relativamente semelhante (caso da tabela apresentada).
8. a) O conceito de pobreza multidimensional apresenta critérios mais abrangentes do que somente o aspecto econômico. No caso da situação indicada pela questão, ainda que os indivíduos da família possuam renda superior a US$ 1,25 por dia, eles não são alfabetizados e residem em uma moradia que não apresenta infraestrutura de saneamento básico. Sendo assim, levando em conta esse critério, as pessoas citadas na questão seriam caracterizadas como pobres.
b) A linha da pobreza considera apenas o aspecto relacionado ao rendimento do indivíduo, enquan-to o conceito proposto pela ONU estabelece uma abordagem mais ampla, analisando a pobreza sob outros aspectos que ajudam a diferenciar melhor a população. Existem países onde o rendimento da população não é tão elevado, mas os subsídios do Estado garantem maior acesso da população à saú-de e educação e à moradia adequada.
9. B
O coeficiente de Gini, analisado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), é uma
medida que avalia a concentração de renda nos paí-ses, variando de 0 a 1, em que 0 representa a menor desigualdade de rendimento possível e 1, a desigual-dade máxima – neste caso, apenas uma pessoa con-centra toda a riqueza da sociedade e o rendimento do restante é nulo.
10. D
Embora possua um dos maiores PIBs do planeta, a Chi-na apresenta baixa renda per capita em razão de sua grande população absoluta.
11. D
Nota-se que países desenvolvidos, como Japão e Ale-manha, apresentam IDH muito alto, decorrente da alta renda per capita, elevada expectativa de vida e eleva-dos índices de escolaridade. A melhor distribuição de renda, que gera baixos valores dados no índice Gini, colabora para o melhor acesso a consumo, educação e saúde.
12. A
Apesar de apresentar dados que demonstram uma me-lhora na distribuição de renda nas últimas décadas, o Brasil continua sendo um dos países do mundo com elevada desigualdade social, possuindo um índice de Gini superior a 0,4, o que indica sua acentuada con-centração de renda. Entre os países do G20 (grupo que engloba países desenvolvidos e emergentes), apenas a África do Sul tem desigualdade maior.
13. D
Na referida obra de Candido Portinari, “Criança Morta”, o ponto central é a denúncia da mortalidade infantil, fruto das péssimas condições sociais e de qualidade de vida, situação comumente encontrada em países subdesenvolvidos.
14. E
Nem todos os países subdesenvolvidos apresentam baixo IDH, mas dificilmente figuram entre os melhores nesse indicador social e econômico. Além disso, a maio-ria apresenta baixa ou média expectativa de vida ao nascer.
15. B
A grande maioria dos países subdesenvolvidos apresen-ta elevada dependência comercial e financeira, além das profundas desigualdades sociais e econômicas, com pequena parcela da população concentrando a maior parte da renda nacional.
16. B
Os países citados na alternativa [B] apresentam expressi-va parcela da população abaixo da linha oficial de po-breza, fato que demonstra grandes dificuldades sociais e que os caracteriza como países periféricos. No entan-to, segundo a ONU, o termo “subdesenvolvido” deve ser
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evitado, classificando os países como desenvolvidos ou em desenvolvimento. Como a alternativa B afirma que os países destacados “nem estão em desenvolvimento”, segundo o critério dessa organização, a alternativa tor-na-se incorreta. Vale destacar que Moçambique não é um país da África ocidental. Está localizado na porção oriental desse continente.
17. A
A grande dependência da exportação de um único tipo de produto pode levar algumas regiões a crises econômicas e sociais. Qualquer oscilação econômica ou social que interfira no preço dessa commodity leva o país ou a região a graves problemas financeiros.
18. D
As commodities são matérias-primas minerais, energé-ticas e agropecuárias com preço definido nas bolsas de valores, com expressiva presença nas exportações de alguns países. Algumas nações e regiões foram es-timuladas pelas circunstâncias criadas pelo mercado internacional a especializarem-se na produção e expor-tação de determinadas matérias-primas, ampliando a denominada commoditização do território.
cap’tulo 3
População: distribuição e crescimento
1. C
“Populoso” refere-se ao número total de habitantes, logo, sinaliza a população absoluta, enquanto “povoado” mostra a densidade demográfica, ou seja, a população relativa.
2. A
Dividindo a população absoluta pela área, obtém-se a densidade demográfica ou a população relativa do país. Sendo assim, a Argentina tem densidade demo-gráfica aproximada de 15 hab./km2, caracterizando-se como um país pouco povoado.
3. C
A redução populacional prevista para 2050 decorre da queda do crescimento vegetativo.
4. D
Especialmente nos países desenvolvidos, a dinâmica demográfica apresenta reduzidos índices de natalidade e aumento da expectativa de vida, contribuindo para o aumento da população idosa.
5. E
O Japão apresenta pequena área e população nu-mericamente expressiva, tornando-o um país muito povoado. Vale destacar que o Brasil tem área de apro-ximadamente 8,5 milhões de km², superado apenas por Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. O Canadá tem baixa densidade demográfica e a Rússia tem aproxima-damente 140 milhões de habitantes.
6. C
Uma anamorfose possui áreas dos territórios proporcio-nais ao tema representado. No caso destacado, o tema é a população absoluta (total de habitantes) dos países. Portanto, os países mais populosos são: China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil.
7. a) Não. Nota-se que a população mundial não teve o crescimento expressivo que ele previa, principalmente devido ao controle natalista, estimulado pela urbanização e pelos métodos anticonceptivos. Além disso, a produção de alimentos cresceu mais do que a teoria afirmava, decorrente das melhores técnicas produtivas (sementes, adubos e máquinas).
b) O maior impacto sobre os recursos naturais decorre do excesso de consumo e não necessariamente do elevado crescimento vegetativo dos países subdesen-volvidos; a redução de pobres e famintos nos países subdesenvolvidos ocorrerá não pela redução natalis-ta, mas, sim, pela melhor distribuição de renda entre as nações desenvolvidas e as menos desenvolvidas.
8. A
A leitura do gráfico permite associar o crescimen-to vegetativo com a educação feminina. Em países como Argentina, onde as mulheres têm altos índices de acesso à educação, o crescimento vegetativo é baixo. O oposto ocorre em Mali, onde as mulheres têm menor acesso à educação e o crescimento vegetati-vo é alto. Portanto, conclui-se pelos dados fornecidos que o acesso à educação pelas mulheres é um fator determinante na composição das taxas de natalidade e mortalidade.
9. a) Os países desenvolvidos têm baixas taxas de nata-lidade e mortalidade. Entre os fatores que colabo-ram para a redução da natalidade destaca-se a educação, que leva as famílias a realizar com mais consciência o planejamento familiar. Já a queda da mortalidade está vinculada às melhorias alimen-tares e médico -sanitárias, que reduzem as enfermi-dades, permitindo às pessoas viverem mais. Com menos nascimentos e alta expectativa de vida, essas sociedades enfrentam o aumento da população idosa, fato que eleva os gastos com a população aposentada.
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b) Segundo a tabela, o país que terá maiores problemas será o Japão, que, de 1991 a 2025, terá a maior redu-ção no número de trabalhadores ativos em relação aos idosos, saindo de 5,7 para 2,3.
10. D
A teoria malthusiana defende que a população cresce em progressão geométrica (1,2,4,8,16,32,64...), enquanto a produção de alimentos cresce mais lentamente, numa progressão aritmética (1,2,3,4,5,6...). A solução para esse problema seria o controle natalista fundamentado pela sujeição moral. Os neomalthusianos defendem rígido controle populacional nos países subdesenvolvidos que teriam maiores dificuldades em manter programas so-ciais para grandes contingentes populacionais.
11. C
A teoria demográfica neomalthusiana, surgida no sé-culo XX, alertava para o fato de que o crescimento da população mundial superaria a capacidade mundial de produção de matérias-primas. Porém essa teoria deixou de considerar alguns aspectos importantes do processo, como a evolução tecnológica, a desigual-dade dos níveis de consumo e a redução das taxas de natalidade como efeito da urbanização e de ações governamentais. Apenas em regiões onde os níveis de urbanização são baixos, como a África Subsaariana e os países muçulmanos, o crescimento vegetativo ainda é alto; porém, por pobreza ou influência religiosa, os níveis de consumo são baixos.
12. B
Após a Segunda Guerra Mundial, com o crescimen-to populacional nos países subdesenvolvidos, surgira as ideias que estruturaram a teoria neomalthusiana, cunhando o termo “explosão demográfica” e defenden-do a necessidade de conter o crescimento populacional a fim de evitar o esgotamento dos recursos naturais do planeta.
13. Com base na projeção, pode-se dizer que a população mundial continuará a crescer em ritmo menos acelerado e de forma diferenciada entre os continentes. A África e a Ásia são os continentes que apresentarão maior crescimento populacional, enquanto a Europa aparece como o único continente que deverá ter crescimento negativo. América do Norte, América Latina e Caribe apresentarão um crescimento populacional moderado.
14. E
A indagação expressa entre as personagens ao fim do diálogo indica a preocupação relacionada à falta de espaço terrestre para futuras gerações. Na perspectiva dos estudos demográficos, essa indagação é descabi-da, pois o crescimento da população mundial é com-patível com a ocupação do espaço geográfico.
15. A
Os neomalthusianos defendem o maior controle natalis-ta nos países subdesenvolvidos como forma de superar suas dificuldades econômicas e sociais.
16. E
Grande parte do crescimento da população mundial nas últimas décadas decorre das elevadas taxas de natalidade dos países subdesenvolvidos. Esse fato re-força a tese dos neomalthusianos que defendem maior controle de natalidade nos países subdesenvolvidos.
17. D
A teoria neomalthusiana relaciona o crescimento po-pulacional ao desenvolvimento econômico, ou seja, quanto maior for a população, maior será a carência econômica e o esgotamento dos recursos naturais. O texto não condiz com essa teoria, já que defende que os países ricos são os grandes responsáveis pela utilização da maior parte dos recursos naturais.
18. a) A teoria neomalthusiana afirma que o controle natalista deve ser realizado para diminuir o impacto nos recursos naturais, além de reduzir os gastos necessários com a crescente população (construção de casas, hospitais, escolas, etc.). A China implantou essa teoria, obrigando a população a ter menos filhos por meio da política denominada “Um filho por casal”.
b) Positiva: evitou o nascimento de 400 milhões de pes-soas, gerando menor impacto ambiental, pois essa população consumiria vários recursos naturais. Nega-tiva: desequilíbrio no número de homens e mulheres, devido à preferência dos casais chineses por crian-ças do sexo masculino, aumentando o infanticídio feminino.
cap’tulo 4
População do Brasil: distribuição e crescimento
1. A
Como mencionado corretamente na alternativa [A], o aumento da população brasileira em números abso-lutos resulta do crescimento vegetativo que, embora esteja em queda nas últimas décadas, ainda é positivo. Estão incorretas as alternativas: [B], porque as taxas de natalidade e fecundidade estão em queda; [C], porque a teoria malthusiana já se mostrou ineficaz em razão de a produção e a disponibilidade de alimentos serem
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maiores que a população; [D], porque o processo migra-
tório em curso no Brasil evidencia a desmetropolização
e o crescimento das cidades médias; e a alternativa
[E] está incorreta, porque, embora haja uma corrente
imigratória em curso, ela não é significativa em termos
numéricos.
2. C
Os dois últimos itens são falsos porque a distribuição
da população do Nordeste é desigual, havendo maior
concentração nas sub-regiões mais úmidas, como a
Zona da Mata e o Agreste, sendo o Sertão semiárido
menos povoado; e as cidades do Nordeste apresen-
tam graves problemas de mobilidade urbana devido
à precariedade dos sistemas de trens, ônibus e metrô
(quando existem). A cidade de João Pessoa, capital da
Paraíba, não foi sede dos jogos da Copa do Mundo.
3. E
A partir da década de 1970, ocorreu um processo de
descentralização industrial em direção a regiões como
Sul, Nordeste, Norte e para o interior do estado de São
Paulo. No Sul, a implantação de indústrias, o desenvol-
vimento do setor terciário (comércio, serviços e finan-
ças) e a modernização agrícola fizeram o porcentual
da população urbana ultrapassar o da população rural.
4. 04 1 08 5 12.
01) Incorreto: a taxa de mortalidade infantil é menor nos
estados das regiões Sudeste e Sul, e maior nas regiões
Nordeste e Norte; 02) Incorreto: a pirâmide brasileira,
diante da redução da taxa de fecundidade e do au-
mento da expectativa de vida, tende a estreitar sua
base e alargar seu topo; 04) Correto: a alteração das
condições social, econômica e cultural da população
brasileira resulta em queda do crescimento vegetativo;
08) Correto: a urbanização, o maior acesso à estrutura
médico-hospitalar, os investimentos em saúde pública
e preventiva (por meio da vacinação em massa, por
exemplo) foram alguns dos condicionantes para a que-
da da taxa de mortalidade; 16) Incorreto: está ocorrendo
no Brasil a redução da porcentagem de população jo-
vem, em decorrência da queda da taxa de natalidade,
e o aumento da porcentagem de população idosa, em
razão do aumento da expectativa de vida.
5. E
Segundo o Censo, o número de mortes de indivíduos
do sexo masculino é maior do que o daqueles do sexo
feminino em todas as idades, e atinge seu valor má-
ximo no grupo de 15 a 29 anos, em decorrência de
homicídios e acidentes de trânsito. Portanto, como
mencionado corretamente na alternativa [E], para
reduzir a diferença entre a porcentagem da popula-
ção masculina e a feminina é necessário que sejam
adotadas medidas para redução da criminalidade e
a implementação de programas de saúde preventiva
específicos para homens. Estão incorretas as alternati-
vas: [A], porque a geração de empregos não é medida
para redução de mortes, e a vacinação contra a gripe
abrange ambos os sexos; [B], porque os programas de
saúde devem estar voltados aos homens e a vacinação
abrange ambos os sexos; [C], porque o controle de
natalidade não reduz a mortalidade masculina, e a
segurança do trabalho está direcionada a ambos os
sexos; [D], porque a redução da mortalidade infantil
abrange ambos os sexos.
6. D
A proposição [I] é incorreta, porque o crescimento ve-
getativo diminuiu em razão da queda da taxa de nata-
lidade e de mortalidade; a proposição [II] é incorreta,
porque o aborto no Brasil não é legalizado; a proposição
[III] é correta, porque com a melhoria de condições
sanitárias ocorre a queda da taxa de mortalidade; a
proposição [IV] é correta, porque com os investimentos
em saúde pública, caracterizados principalmente pelo
aspecto preventivo, ocorreu redução da mortalidade
relacionada a epidemias; e a proposição [V] é corre-
ta, porque, com os processos de industrialização, de
modernização agrícola e o forte êxodo rural, ocorreu
aumento da urbanização e, consequentemente, redu-
ção da taxa de natalidade.
7. E
A alternativa [A] está incorreta, pois o incremento po-
pulacional foi resultado, basicamente, da imigração
estrangeira. Ao contrário do que afirma o item [B], hou-
ve queda do incremento populacional na década de
1960, de 2,99% para 2,89%. O item [C] afirma, incorre-
tamente, que ocorrerá a estagnação do crescimento
populacional, quando a tendência apresentada entre
2000 e 2010 é de que haja apenas queda da taxa de
crescimento populacional. A melhoria das condições
médico-sanitárias a partir década de 1940 levou à que-
da da taxa da mortalidade, mas as elevadas taxas de
natalidade foram mantidas, o que torna a alternativa
[D] incorreta.
8. C
A redução da taxa de natalidade no Brasil nas últimas
décadas decorre de vários fatores, como: urbanização
com maior acesso à educação e à saúde; alto custo de
criação de filhos, devido aos problemas econômicos;
emancipação feminina (direitos, avanço no mercado
de trabalho e melhora na educação); difusão dos méto-
dos anticoncepcionais e disseminação de cirurgias de
esterilização. A ampliação dos direitos para os idosos,
como a universalização do acesso às aposentadorias,
contribui na medida em que reduz a dependência fi-
nanceira em relação aos filhos.
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9. A
No Brasil, devido à queda da taxa de natalidade, ocor-reu uma redução do percentual de jovens, inclusive de crianças. Em paralelo, aumentam os percentuais de adultos e de idosos. Assim, é necessário implantar políticas públicas para melhorar a assistência à infância, como creches, educação fundamental de qualidade e melhores cuidados com saúde, a exemplo da formação e contratação de pediatras no Sistema Único de Saúde (SUS). Quanto aos idosos, é necessário reestruturar a previdência social, melhorando a gestão, estimulando a aposentadoria complementar, além de políticas sociais que estimulem o turismo e valorização no mercado de trabalho em alguns casos. As políticas públicas também devem melhorar os níveis de saúde e educação das mu-lheres mais pobres, visto que isso se reflete rapidamente na qualidade de vida das crianças.
10. B
A proposição [I] é incorreta: em 2000, os estados que lideravam o ranking de maior número de homicídios eram Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo; a propo-sição [II] é correta: em 2000, os estados que lideravam o ranking compõem a região Sudeste, a mais povoada; enquanto em 2010 o número de homicídios cresceu em outros estados. E, por fim, a proposição [III] é incorreta, porque os estados da região Sul registraram, em 2010, o aumento do número de homicídios em relação a 2000 e, portanto, não houve melhoria em relação à violência.
11. E
A queda da taxa de fecundidade para 1,7 filho por mu-lher, em 2011, decorre da diminuição da taxa de nata-lidade vinculada à urbanização, melhoria de acesso à saúde e à educação, avanço da mulher no mercado de trabalho e difusão dos métodos anticoncepcionais e de cirurgias de esterilização. Essa constatação indica que a população brasileira encontra-se em um ritmo de crescimento que está se desacelerando.
12. A
A proposição [I] é correta, pois o estreitamento da base da pirâmide indica queda da taxa de natalidade, resul-tante, entre outros fatores, da elevação do nível social e cultural das mulheres; a proposição [II] é correta, porque o alargamento do topo da pirâmide indica aumento da expectativa de vida, decorrente de políticas públi-cas e da elevação da renda de parte da população; a proposição [III] é correta, pois a previsão do IBGE é a ampliação da expectativa de vida do país; e a pro-posição [IV] é incorreta, porque na década atual, dife-rentemente da década de 1950, registra-se queda da taxa de natalidade e de mortalidade, e aumento da expectativa de vida.
13. A
Entre 1997 e 2008, a região Nordeste do Brasil teve a queda mais substancial na taxa de mortalidade infan-til, de um patamar superior a 50 por mil nascidos até 1 ano de idade para pouco mais de 20. Isso se deve à melhoria das condições de renda, saúde e educação na região.
cap’tulo 5
Estrutura etária e por gênero
1. B
A estrutura etária europeia é caracterizada por pes-soas adultas e idosas em sua maioria. Os níveis dessa faixa da população superam as médias internacionais. A população europeia que integra a PEA (População Economicamente Ativa) corresponde a 68,3% da po-pulação total, como consequência da estabilidade econômica dos países, índice de educação elevada, aumento na esperança média de vida e diminuição da taxa de natalidade.
2. A
A maior parte da população europeia é adulta, o que indica um envelhecimento da população, pois nesses países observam-se a diminuição da natalidade e o aumento da expectativa de vida, evidenciando que a população passa por um processo de envelhecimento.
3. B
A estrutura etária do país mostra o grau de seu desen-volvimento. Os países que possuem há varias décadas baixos índices de natalidade e mortalidade – ou seja, melhora na qualidade de vida e na qualidade da saúde pública e, consequentemente, uma expecta-tiva de vida elevada – têm a grande maioria de sua população na faixa etária dos adultos, faixa de pes-soas economicamente produtivas, uma porcentagem de idosos relativamente alta e a faixa dos jovens entre 30 a 35% do total da população. Já os países subde-senvolvidos ou em desenvolvimento têm a maioria da população na faixa dos jovens e a faixa dos idosos é bastante reduzida.
4. A
Conforme a alternativa [A] mostra, a expectativa de vida das mulheres é mais elevada do que a dos homens, pois o risco de morte durante a vida para eles, devido a fatores externos como acidentes de trânsito e de tra-balho, assassinatos, suicídios, é maior.
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5. Os países ricos preocupam-se com a população mais
velha e os países pobres, com a população mais jovem.
A preocupação é comum na medida em que ambas
as faixas etárias refletem no encargo econômico.
6. a) As mudanças ocorridas e suas respectivas causas
são: o aumento relativo e absoluto da população
idosa (mais de 60 anos), resultado do crescimento
da expectativa de vida; a diminuição relativa da
população jovem (0 a 19 anos) devido à queda da
taxa de natalidade/fecundidade; o aumento relativo
e absoluto da população adulta (20 a 59 anos) e a
queda da natalidade/fecundidade associada ao
envelhecimento da população (aumento da idade
média da população), relacionado à queda da taxa
de mortalidade.
b) Entre as mudanças e suas respectivas consequências
socioeconômicas estão: o aumento da população
idosa (mais de 60 anos) resulta em maiores gastos
com o sistema de aposentadoria, maiores gastos
com o sistema público de saúde, necessidade de
mais programas sociais voltados para o atendimento
à terceira idade; a diminuição da população jovem
(0 a 19 anos) reflete na redução relativa dos inves-
timentos demográficos (investimentos quantitativos
em educação fundamental, investimentos na área
de medicina neonatal, etc.); o aumento da popula-
ção adulta (20 a 59 anos) resulta na diminuição da
taxa ou da razão de dependência e apresenta ao
Estado a necessidade de aumentar os investimentos
em educação de níveis médio e superior, além da
possibilidade de aumentar o número de contribuintes
da previdência (se houver geração de empregos),
promovendo um nível de crescimento econômico
capaz de absorver um número proporcionalmente
maior de pessoas que chegam ao mercado de tra-
balho.
7. B
[I] Correta: o aumento da qualidade de vida e da ex-
pectativa de vida no Brasil aproxima sua estrutura etária
à dos países desenvolvidos.
[II] Correta: a Nigéria é um país com população jovem,
que apresenta uma elevada taxa de fecundidade e
uma economia emergente devido à abundância de
recursos naturais, o que lhe confere a denominação
de “gigante africano”. O Brasil é um país em desenvol-
vimento que apresentou uma redução no crescimento
da população em razão da urbanização e da industria-
lização, além dos incentivos à redução da natalidade
(como a disseminação de anticoncepcionais). Embora
a taxa de mortalidade no país tenha caído bastante
desde a década de 1940, a queda na taxa de natali-
dade foi ainda maior no país. A Alemanha, apesar de
ser o país mais populoso da União Europeia, apresenta
uma taxa de fecundidade baixa, e a tendência sinali-
za para uma redução ainda maior nos próximos anos.
O desenvolvimento econômico e o grau de escolari-
dade elevados, aliados à longevidade da população,
deixam a questão dos filhos para segundo plano.
[III] Correta: principalmente após a Segunda Guerra
Mundial, a melhora nas questões de saúde pública, as
novas tecnologias e o aumento de mulheres no merca-
do de trabalho mudaram o panorama do crescimento
natural da população mundial.
[IV] Incorreta: estima-se que a política do filho único,
adotada pela China, tenha reduzido, mas não sustado,
o crescimento populacional do país.
8. C
Todas as proposições estão corretas. O gráfico aponta
a evolução da transição demográfica no Brasil, onde
ocorre a redução da taxa de natalidade e, consequen-
temente, do número de jovens; aponta também a evo-
lução da transição demográfica, em que ocorre o au-
mento da expectativa de vida do país e, em razão disso,
o aumento percentual do número de idosos no total
da população; em razão da redução da taxa de nata-
lidade e do número de jovens no total da população,
ocorrerá aumento do número de adultos, demandando
políticas públicas voltadas à qualificação do mercado
de trabalho por meio de cursos técnicos e superiores; e a
alteração na composição da população com expressi-
vo número de idosos pressiona o sistema previdenciário
e abre mercado para serviços voltados a esse setor.
9. V – V – V – V – F.
As quatro primeiras proposições são verdadeiras: o pro-
cesso de urbanização, a disseminação dos métodos
contraceptivos, o ingresso da mulher no mercado de
trabalho e a elevação da renda são alguns dos proces-
sos que resultaram em queda da taxa de fecundidade,
ou seja, o número médio de filhos por mulher de idades
entre 15 e 49 anos; o aumento da expectativa de vida
nas últimas décadas é consequência das melhorias
médico-sanitárias, da urbanização e da elevação da
renda, entre outros fatores; a disseminação dos méto-
dos contraceptivos na década de 1960, em especial a
pílula anticoncepcional, foi um fator fundamental para
a redução das taxas de natalidade; e, embora as taxas
de mortalidade infantil sejam decrescentes, a posição
ocupada pelo Brasil é inferior a países como Argentina,
Chile, Costa Rica, entre outros. A última proposição é
falsa: os fatores de maior impacto na composição etária
da população brasileira são a queda da taxa de nata-
lidade e o aumento da expectativa de vida.
10. a) Há um nítido processo de crescimento urbano,
expresso no aumento da população residente nas
cidades.
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b) A pirâmide de 2000 apresenta maior proporção de
adultos e idosos no conjunto da população e há re-
dução na participação da faixa etária de 0 a 9 anos.
11. B
No Brasil, os indicadores sociais, como a expectativa de
vida, variam conforme as classes sociais e as regiões. A
disparidade regional é significativa. Assim, a expectativa
de vida é maior nas regiões Sul e Sudeste, sendo menor
nas regiões Nordeste e Norte em decorrência da maior
gravidade dos problemas em setores como a saúde.
12. C
Diferentemente do que afirma o item [A], houve melhoria
da qualidade de vida da população como um todo,
não apenas das mulheres. O item [B] está incorreto, pois,
além de não haver informações nos gráficos sobre o uso
de mão de obra infantil, a afirmação não corresponde à
realidade nacional. O aumento da expectativa de vida
levará a um aumento dos gastos públicos, em especial
com a previdência social, como afirma corretamente o
item [C]. Não são conhecidas tentativas da Igreja de con-
trolar a natalidade, o que torna inválida a alternativa [D].
As mudanças na sociedade brasileira são fruto da me-
lhoria da qualidade de vida em geral, sem que tenha
havido uma mudança estrutural na realidade socioeco-
nômica do país, o que torna a alternativa [E] incorreta.
13. A
A região Nordeste do Brasil ainda tem níveis diferentes
das demais regiões porque ainda existem desigualda-
des importantes que persistem entre as regiões ao lon-
go do período analisado na tabela. Historicamente, a
concentração de investimentos econômicos ocorreu no
Centro-Sul do país, enquanto no Nordeste observou-se:
falta de iniciativas nos sistemas de saúde pública, infra-
estrutura urbana deficiente, problemas relacionados à
regulamentação do trabalho, altos índices de violência,
criminalidade e poluição.
14. a) A redução do ritmo de crescimento da população
brasileira deve-se à queda das taxas de natalidade
e de fecundidade, relacionada a causas sociais,
culturais e econômicas, como o avanço da mulher
no mercado de trabalho e a melhoria nas condições
de educação e saúde.
b) Conforme o Censo de 2010, durante a década de 2000,
a região Centro-Oeste atraiu muitos imigrantes sulis-
tas devido à expansão das fronteiras do agronegócio.
As regiões Norte, Sudeste e Sul também apresentam
saldo positivo. O Nordeste apresenta saldo migratório
negativo, porém com grande diminuição em relação
às décadas anteriores. Também se observa expressiva
migração de retorno, a exemplo dos nordestinos que
voltam para sua região devido ao crescimento econô-
mico e à geração de empregos no Nordeste.
capítulo 6
População do Brasil: imigração e estrutura étnica
1. C
A evolução populacional do Brasil pode ser observada
ao longo do período considerado em dois momentos
distintos. Entre 1900 e 1930, período de fortes correntes
imigratórias, o país tem uma pequena população ab-
soluta que recebe um acréscimo significativo devido
à chegada dos imigrantes. A partir dos anos 1930, o
processo de urbanização toma impulso, provocando
migrações internas e aumento do crescimento popu-
lacional vegetativo.
2. B
A afirmação [I] é correta, pois um dos fatores que propi-
ciaram o desenvolvimento industrial no país foi a forma-
ção de um mercado consumidor interno a partir da mão
de obra europeia e da imigração alavancada pela abo-
lição da escravidão; a afirmação [II] é incorreta, porque
a indústria se configura no país a partir das condições
criadas pela cafeicultura no século XIX, enquanto a
Revolução Industrial (período de surgimento da indústria
na Europa) ocorreu no século XVIII; a afirmação [III] é
correta, pois a industrialização brasileira caracterizou-se
tradicionalmente por desenvolver-se como substitutiva
de importações, ou seja, produzir no país o que antes
era importado; a afirmação [IV] é incorreta, porque a
concentração industrial ocorreu no vale do Paraíba, em
São Paulo e no Rio de Janeiro.
3. A
Como mencionado corretamente na alternativa [A],
as reduções jesuíticas foram os primeiros núcleos de
fixação humana no estado; os açorianos, o primeiro
fluxo imigratório, seguidos dos alemães e dos italianos.
A territorialização associada ao contexto histórico confi-
gura as porções sul e norte do estado, respectivamente,
como áreas de menor e de maior adensamento huma-
no em razão das atividades desenvolvidas ao longo da
colonização.
4. 01 1 02 1 04 5 07.
01) Correta: os negros que compõem a miscigenação
da população brasileira têm origem no grupo de bantos
e sudaneses;
02) Correta: os eslavos fixaram-se no estado do Paraná,
particularmente em sua porção sul;
04) Correta: a região Sul representou a principal área
de colônias europeias;
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08) Incorreta: coreanos e chineses fixaram-se principal-
mente no sudoeste do Paraná e em São Paulo; japo-
neses se estabeleceram nas colônias no Paraná, São
Paulo, Amazonas e Pará;
16) Incorreta: na composição étnica da população
brasileira ocorreu a miscigenação do indígena com o
português.
5. A
No início do século XX, a emigração de japoneses para
o Brasil foi decorrente de fatores como: alta densidade
populacional, crise socioeconômica no Japão e carên-
cia de mão de obra na agricultura brasileira no período
do ciclo do café. A partir da década de 1990, com a
crise econômica e o desemprego no Brasil, os decassé-
guis (descendentes de japoneses ou com parentesco)
passaram a emigrar para o Japão para trabalhar prin-
cipalmente na indústria em busca de melhores salários.
6. E
A imigração de japoneses cresceu durante a década
de 1930. Cerca de 75% dos imigrantes japoneses foram
para São Paulo, estado que tinha grande necessidade
de mão de obra para trabalhar nos cafezais. Mas, com
a abertura de novas frentes de trabalho, os imigrantes ja-
poneses vinham trabalhar também no cultivo de moran-
go, chá e arroz. Pequenas comunidades nipo-brasileiras
surgiram no Pará com imigrantes japoneses atraídos
pelo cultivo da pimenta-do-reino. Na década de 1930, o
Brasil já abrigava a maior população de japoneses fora
do Japão. Muitos imigrantes japoneses continuaram a
chegar nesse período, muitos deles atraídos pelos pa-
rentes bem-sucedidos que já tinham emigrado.
7. 01 1 02 1 04 1 08 1 16 1 32 5 63.
[01] Correta: os portugueses, até a proclamação da
independência, entravam no país como colonizadores,
não eram considerados estrangeiros.
[02] Correta: apesar de ser o quarto maior grupo na
tabela, os alemães foram os primeiros a emigrar da Eu-
ropa para o Brasil em 1824.
[04] Correta: a abolição da escravidão e a expansão
do comércio de café no mundo fizeram com que o go-
verno brasileiro buscasse novas fontes de mão de obra
fora do país. As perspectivas e o descontentamento
dos europeus em seus países de origem, resultado do
início do processo de mecanização da indústria e im-
plementação de novas técnicas agrícolas, implicaram,
consequentemente, a perda de suas terras por endivi-
damento, o que tornou o Brasil um grande atrativo na
esperança de uma vida melhor.
[08] Correta: após 1934, ocorreu uma progressiva dimi-
nuição da imigração, devido aos seguintes e principais
fatores: a crise do café, gerada pela quebra da bolsa de
valores de Nova York em 1929, e a crise política e social,
gerada pela Revolução Brasileira de 1930, que colocou
Getúlio Vargas no poder; a criação das leis da imigra-
ção, que restringiram fortemente a entrada de novos
imigrantes, sendo a Lei de Cotas a mais importante entre
elas (ficou estabelecido que, a partir de 1934, só poderia
entrar no Brasil, a cada ano, o máximo de 2% do total
de imigrantes de cada nacionalidade que entraram
nos últimos cinquenta anos). Além dessa restrição de
ordem quantitativa, havia outros tipos de restrições à
entrada de estrangeiros: de ordem profissional (80% dos
imigrantes deveriam ser agricultores), de ordem político
ideológica (era vetada a entrada de comunistas), etc.
[16] Correta: após a Segunda Guerra Mundial, teve início
um novo movimento migratório europeu para o Brasil:
portugueses, italianos, espanhóis e alemães vieram
em busca de melhores condições de vida do que as
impostas pelos governos de seus países; quase todos
se destinaram às áreas urbanas.
[32] Correta: os italianos começaram a imigrar em
número significativo para o Brasil a partir da década
de 1870. Foram impulsionados pelas transformações
socioeconômicas em curso no norte da península
Itálica, que afetaram sobretudo a propriedade da terra.
Um aspecto peculiar à imigração em massa italiana é
que ela começou a ocorrer pouco após a unificação da
Itália (1861), razão pela qual uma identidade nacional
desses imigrantes se forjou, em grande medida, no Brasil.
8. D
Os povos eslavos (poloneses, ucranianos e russos) for-
maram a maior corrente imigratória no estado do Para-
ná. Entre 1869 e 1920, estima-se que 60 000 poloneses
entraram no Brasil, dos quais 95% se estabeleceram no
Paraná. Os imigrantes eslavos se dedicaram principal-
mente à agricultura, em plantações de milho, feijão,
repolho, batata, entre outras. Difundiram o uso do arado
e de outras técnicas agrícolas no Paraná. Trouxeram
consigo um modelo de carroça tipicamente eslava, utili-
zada até hoje no Paraná para o transporte de materiais
e de produção agrícola.
9. D
A igualdade e o respeito às diferenças são de extrema
relevância para a efetivação dos direitos humanos. Para
além dos direitos formais, deveriam ser reconhecidas as
dimensões materiais, culturais e subjetivas. No entanto,
as diferenças entre as pessoas e os povos são desconsi-
deradas, determinando, dessa forma, privilégios de uns
em detrimento de outros. A consequência imediata é
a desigualdade, que, pelos efeitos da ideologia domi-
nante, acaba por se naturalizar (ou seja, é transmitida
a “ilusão” de que se trata de destino ou fatalidade). A
partir da naturalização da desigualdade, inicia-se um
processo de “construção de um modelo-padrão de ser
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humano”. Com isso, cristaliza-se a visão de que os se-res íntegros são homens, brancos e adultos, dotados, portanto, de humanidade, ao mesmo tempo que se atribuem características de inferiorização a outros gru-pos, por exemplo, as mulheres como frágeis, os negros como preguiçosos, os índios como ferozes, as crianças como dependentes. Historicamente, vigorou a perspec-tiva economicista, a partir da qual a desigualdade e a exclusão social explicam-se, quase que unicamen-te, por meio do conceito de classe social. No entanto, essa abordagem não dá conta da complexidade das relações sociais, culturais e políticas. Por isso, é neces-sário assumir uma visão crítica às formas tradicionais que concebem as relações humanas e a estrutura da sociedade de maneira reducionista e universalizante, implicando a compreensão da multiplicidade dessas relações nos processos sociais.
10. C
As políticas afirmativas são medidas que têm o intuito de integrar os grupos mais marginalizados à socieda-de, ao contrário das medidas discriminatórias (como o apartheid foi na África do Sul), que servem para se-gregar. As ações afirmativas favorecem alguém que foi historicamente discriminado e desfavorecido em conse-quência de políticas e formas de dominação que são consideradas injustas e desumanas pelos acordos e tratados internacionais de direitos humanos. A existência das políticas afirmativas é importante para que essas pessoas possam competir no mercado de trabalho e exercer seus direitos plenamente, em igualdade com aqueles outros indivíduos que, ao contrário, foram histo-ricamente favorecidos e hoje possuem uma vantagem muito grande em relação aos primeiros.
11. 01 1 02 1 08 1 16 5 27.
01) Correta.
02) Correta.
04) Incorreta: ainda que a maioria da população da região Sul seja descendente de pai e mãe europeus, fruto principalmente da imigração de famílias alemãs e italianas, observa-se que cerca de 36% da população sulista descenderam da relação de um homem europeu com uma mulher ameríndia ou negra.
08) Correta.
16) Correta.
32) Incorreta: japoneses e coreanos tiveram dificuldades em se integrar à população brasileira devido às diferen-ças na língua e na cultura. A imigração de famílias foi incentivada pelo governo e, devido à condição isolada da zona rural, acabou por formar colônias e, posterior-mente, cidades.
64) Incorreta: as diferentes origens das pessoas (euro-peias, africanas, asiáticas, indígenas, entre outras) na
formação da população brasileira é o que faz a diver-sidade étnica e cultural registrada atualmente.
12. E
A colonização do Nordeste brasileiro deu-se pelo litoral, onde os portugueses encontraram condições ideais para o plantio da cana-de-açúcar. Surgiram então os engenhos para processar o açúcar, e para mover as moendas tiveram que importar o gado para os tra-balhos de tração. Com o crescimento do rebanho, começaram a surgir problemas entre os senhores de engenho e os criadores de gado. Para estes últimos restaram as terras do interior. Foi no rastro do gado que o Sertão foi colonizado. Os pecuaristas aproveitavam os leitos secos dos rios como estradas para conduzir as suas boiadas e, quando chegavam a um lugar plano, fora da faixa proibida, construíam os seus currais, er-guiam as suas cabanas, fixavam-se na terra. O Agreste nordestino localiza-se na faixa de transição entre a zona da mata da faixa litorânea e a região seca do Sertão. Nele também observam-se períodos de secas sazonais e áreas onde há maior umidade, os brejos. A estrutura fundiária do Agreste é basicamente formada por pequenas e médias propriedades em que se prati-ca a policultura, frequentemente associada à pecuária extensiva e à bacia leiteira.
13. E
Como indicado corretamente nas afirmativas I, II e III, “pardos” é o termo que designa a origem multirracial cujas miscigenações incluem cafuzos, caboclos e mu-latos.
14. D
A gênese do povo brasileiro está intimamente vincu-lada à colonização de exploração empreendida por Portugal, com a chegada de portugueses em melhor posição social, a exploração dos povos indígenas e a entrada de escravos negros. Essas três matrizes étnicas, sua miscigenação e desigualdades são fundamentais para compreender a sociedade brasileira.
15. 02 1 08 1 64 5 74.
01) Incorreta: o Censo é realizado pelo IBGE a cada 10 anos.
02) Correta.
04) Incorreta: a concentração de negros é maior nas regiões Nordeste e Sudeste devido às questões históricas do período da colonização e do Brasil Império, com pre-sença da mão de obra escrava da população negra.
08) Correta.
16) Incorreta: o elemento branco participante da forma-ção étnica do Brasil é de origem europeia, principalmen-te de portugueses, italianos e alemães.
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32) Incorreta: o emprego da mão de obra escrava ne-gra no Brasil teve início na colonização, em meados do século XVI. Os portugueses e, mais tarde, os holandeses, traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão de obra engenhos de cana- -de-açúcar do Nordeste.
64) Correta.
16. a) As fronteiras sociais referidas na questão evidenciam--se no vestuário, nas diferenças raciais e no posicionamento dos personagens retratados. As roupas do proprietário de terras, branco, que é o único homem calçado da foto, demonstram sua condição de membro da classe dominante aristocrática, contraposta à dos trabalhadores, negros e mestiços, subordinados pela escravidão ou pela parceria e a semisservidão. Ressalta-se ainda que o senhor se coloca à frente dos demais, numa postura de comando típica da elite detentora do poder social.
b) Ao contrário do que normalmente se pensa, na déca-da de 1870 as relações de trabalho escravistas já não eram predominantes no Brasil, como mostram estes dados do censo de 1872: população livre – 8 601 000; população escrava – 1 510 000; população total – 10 111 000; porcentagem de escravos sobre o total – 15%. Nesse período, coexistiam no país o sistema de traba-lho livre (seja assalariado, seja semisservil) e o traba- lho escravo. Este, no entanto, era ainda predominante em algumas regiões.
c) O Sudeste brasileiro, no desenrolar do século XIX, foi caracterizado pelo desenvolvimento da atividade cafeeira. Essa região, como outras em outros mo-mentos de nossa História, foi marcada pelo latifúndio monocultor, tendo sua produção exportada para o mercado europeu e, neste caso específico, tam-bém para o norte-americano. Em relação à mão de obra dominante, em 1870 os escravos ainda eram a maioria nos cafezais. Já os principais centros ur-banos, principalmente a cidade do Rio de Janeiro, caracterizavam-se pelo predomínio da mão de obra livre.
17. E
Estão corretas todas as afirmativas da questão. A segre-gação social e as dificuldades na melhoria da qualida-de de vida das populações pobres, negras ou mestiças estão enraizadas na sociedade brasileira, desde sua formação no Período Colonial, passando pelo período pós-abolição da escravidão e chegando aos dias de hoje. A utilização da mão de obra escrava, negra e indígena, trouxe a ideia da desvalorização da vida. A concentração de renda e de posses nas mãos dos co-lonizadores e posteriormente das elites limitou o acesso, à população mais pobre, de infraestrutura adequada
em relação à saúde e ao ensino, e postergou o precon-ceito na sociedade, ou seja, indicou que a classe pobre e menos favorecida merecia sua condição, devido à sua origem, escrava. Essa postura tem consequências observadas até hoje, pois dificultou a mudança no pen-samento da sociedade e dos governantes responsáveis pela realização de políticas sociais efetivas, que mudem e possibilitem a mudança na qualidade de vida das classes mais pobres.
18. D
A sequência correta é: V – F – F – V
Verdadeiro. “Eurocentrismo” – o que tradicionalmente apresentamos como eurocentrismo, ou seja, a visão de mundo marcada pela adoção do ponto de vista da civilização europeia (religião, língua, modos, costumes) – julgava os nativos americanos e os africanos a partir dos seus valores e das suas crenças, pois os eurocen-tristas acreditavam que a cultura europeia era mais desenvolvida do que a dos indígenas e dos africanos. Para os mais radicais, acabar com os negros no Brasil era a ideia para resolver os problemas da pobreza e da miscigenação, bem como todos os problemas sociais que decorriam dessa situação.
Falso. Os negros não foram erradicados do Brasil. Mas houve situações em que a população negra foi levada à marginalidade e a situações de sobrevivência extremas.
Falso. Ao ser decretada a abolição da escravidão, os negros não foram inseridos na sociedade de maneira igualitária nem no mercado de trabalho; apenas foram substituídos por outra forma de mão de obra e deixados à própria sorte.
Verdadeiro. O ideal eurocêntrico contribuiu para per-petuar um sentimento de repulsa aos negros, pardos, mestiços ou crioulos. Um relatório divulgado pela ONU em 2014, com base em dados coletados no fim de 2013, apontou que os negros do país são os que mais são assassinados, os que têm menor escolaridade, os menores salários, o menor acesso ao sistema de saúde e os que morrem mais cedo. Também é o grupo popu-lacional brasileiro que mais está presente no sistema prisional e o que menos ocupa postos nos governos. Segundo o relatório, o desemprego entre os afro--brasileiros é 50% superior ao do restante da socieda-de, enquanto a renda é metade da registrada entre a população branca. As taxas de analfabetismo são duas vezes superiores ao registrado entre o restante dos habitantes. Além disso, apesar de fazer parte de mais de 50% da população (entre pretos e pardos), os negros representam apenas 20% da produção do produto interno bruto (PIB) do país. A violência policial contra os negros e o racismo institucionalizado também são apontados pelas Nações Unidas.
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cap’tulo 7
População do Brasil: estrutura ativa
1. B
O que influencia a região Norte ter as menores propor-ções de população em idade ativa está ligado às ques-tões de falta de saneamento básico, com população praticamente ribeirinha, economia basicamente de subsistência, pouco acesso a sistemas de controle de natalidade e saúde, altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida. Resultam em um percentual de 55,1% da população abaixo de 15 anos, população em idade ativa reduzida proporcionalmente.
2. E
O processo de envelhecimento populacional urbano inicia com a queda da fecundidade, ou seja, o número de filhos por habitantes diminui. Devido ao aumento da expectativa de vida ao nascer, com o passar dos anos há uma redução na proporção da população jovem. O aumento da expectativa de vida, com melhores con-dições de saúde e saneamento das cidades, gera um consequente aumento na proporção da população idosa. A diminuição da mortalidade nas idades mais avançadas contribui para que esse segmento popula-cional, que passou a ser mais representativo no total da população, sobreviva por períodos mais longos.
3. 01 1 02 1 08 5 11.
Os itens incorretos são:
04) Para receber os benefícios do programa social Bolsa Família, o critério utilizado pelo Governo Federal é a ren-da familiar, atingindo principalmente famílias que estão em estado de pobreza extrema ou miséria;
16) A renda per capita é resultado da divisão do PIB – Produto Interno Bruto – pela população absoluta do país.
4. 02 1 08 5 10.
Os itens incorretos são:
01) No Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, mais pre-cisamente no Distrito Federal, estão os melhores índices de IDH brasileiros, estando os índices mais baixos nos estados do Nordeste e Norte;
04) É no setor terciário, representado pelos serviços, pelo comércio e pelo setor financeiro, que está o maior per-centual de trabalhadores, cerca de 60% da PEA (popu-lação economicamente ativa).
5. 01 1 04 1 08 5 13.
Os itens incorretos são:
02) a população absoluta é a população total em de-terminada localidade;
16) o PIB representa a soma dos valores monetários de todos os bens e serviços produzidos em determinada região, durante um período determinado, e é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica de uma região.
6. D
A alternativa [A] é incorreta, pois o crescimento da eco-nomia informal ocorre nos países subdesenvolvidos, como citado no texto. A alternativa [B] está incorreta porque a Lei no 10.097 de 19/12/2000 proíbe o trabalho dos menores de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos; a alternativa [C] é incorreta, pois a ausência do vínculo empregatício não caracteriza a PEA, contudo, é a principal característica do trabalho informal; e a alternativa [D] está correta, porque a economia informal define-se como a prática de atividades econômicas do setor primário, secundário ou terciário sem o conhecimento do governo, ou seja, alheia a qualquer institucionalidade ou legalidade.
7. B
O item 2 é a única opção correta. O processo de urba-nização foi provocado por fatores como: industrializa-ção (setor secundário), expansão do setor de serviços públicos e privados (setor terciário, o que mais emprega no país) e êxodo rural relacionado à mecanização da agricultura, à concentração fundiária e à insuficiência de reforma agrária.
8. D
Houve no Brasil um declínio, de forma contínua, da população economicamente ativa no setor primário, resultado dos intensos processos de urbanização e in-dustrialização iniciados no país na década de 1940. Essa é uma característica marcante dos países subdesenvol-vidos e de urbanização recente. Neles, o setor terciário expandiu-se rapidamente sem elevar a qualificação profissional e a produtividade, sendo o setor que mais cresceu nos últimos anos.
9. D
Na economia globalizada, as empresas multinacionais deslocam a produção de cada item dos produtos que fabricam para o país onde os custos são menores. Esse processo traz consigo a busca da automação e da terceirização dos serviços, levando ao fechamento de postos de trabalho e à diminuição salarial. Com isso, sur-giram duas tendências perversas: uma rumo a um nível permanentemente maior de desemprego, decorrente de um processo estrutural, que vem a partir da abertura econômica do final da década de 1980; e outra rumo ao crescimento do trabalho informal, pela falta de ca-pacitação da mão de obra ou complementação da renda do trabalhador.
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10. B
A afirmativa I é incorreta, pois a proporção de mulhe-res no mercado de trabalho aumentou nas últimas décadas; a afirmativa II é correta, porque, apesar dos avanços na questão salarial entre os gêneros, existe uma evidente diferenciação de salários no mercado de trabalho, desprivilegiando as mulheres; e a alternativa III é incorreta devido ao fato de os maiores registros no serviço doméstico serem da mão de obra feminina.
11. C
A região Sudeste é a mais rica e industrializada do Brasil, e, junto com as regiões Centro-Oeste e Sul, apresentam maiores percentuais da população com acesso a níveis salariais maiores.
12. O aumento do trabalho formal a partir de 2000 se deu pela normatização das relações trabalhistas, ampliação significativa dos direitos sociais e, consequentemente, da cidadania. As condições de trabalho melhoraram no país. Essa regulação traz proteção e bem-estar social à classe trabalhadora e, ao mesmo tempo, meios para que o Estado possa garantir a oferta de serviços públicos. Entre as vantagens da formalização das relações de trabalho para os trabalhadores estão os direitos trabalhistas assegurados, como 13o salário, sindicalização, fundo de garantia por tempo de serviço e direito à previdência social. Para o governo, os principais benefícios são a redução do déficit da previdência social, o aumento da arrecadação dos tributos destinados à proteção social do trabalhador e a diminuição da demanda de serviços públicos por trabalhadores em situação de fragilidade social.
13. E
A reestruturação produtiva, acompanhada da introdu-ção de novas tecnologias a partir da década de 1990, desencadeou uma série de consequências sociais que afetaram os trabalhadores nos processos de trabalho, na qualificação da força de trabalho, nas condições de trabalho e nas suas vidas, elevando o nível de formação exigido para o trabalho. O conhecimento do indivíduo se torna um fator de maior relevância no momento atual. Concomitante a esses fenômenos, ocorrem também a fragmentação e a desestruturação do processo produ-tivo, o que acaba gerando tendências imensamente insatisfatórias em termos sociais, de produtividade e re-dução do trabalho incorporado à produção, resultando em desemprego e precarização do trabalho.
14. A sequência correta é: V – F – F – V.
A segunda afirmativa é falsa, pois o México não resolveu os problemas de desemprego do país com a formação de blocos regionais, mas, sim, agravou as reformas es-truturais iniciadas pelos governos neoliberais e limitou a capacidade de geração de emprego da economia.
As estratégias desses governos se ativeram a três aspec-tos: liberalização econômica, privatizações e desregu-lamentação do marco jurídico nacional com o objetivo de facilitar o funcionamento do modelo neoliberal. A terceira alternativa também é falsa, pois as novas formas técnicas e organizacionais das atividades econômicas, com os atuais tipos de contratação, principalmente a terceirização, e as políticas trabalhistas conduziram, entre outros aspectos, a um aumento do desemprego e da precarização das relações de trabalho, o que foi acompanhado da redução da renda do trabalhador brasileiro.
15. B
A falta de empregos nos países pobres leva os traba-lhadores a buscar empregos e melhores oportunidades nos países ricos, que por sua vez buscam profissionais qualificados nos países em desenvolvimento, ou seja, pessoas com aptidões técnicas e dotadas de conhe-cimento para atuar nos setores de alta produtividade tecnológica.
16. C
O setor informal se desenvolve basicamente fundado nas necessidades imediatas daqueles que estão ex-cluídos do setor formal. O crescimento do setor informal está diretamente ligado à modernização da produção industrial, advinda com o fenômeno da globalização. É importante ressaltar que o setor informal funciona também como uma atividade econômica de comple-mentaridade de renda para uma fatia considerável do setor formal, que busca compensar o decréscimo dos seus salários realizando serviços e trabalhando com produção domiciliar informal.
17. E
A afirmativa [II] é falsa porque vagas de emprego fe-chadas pela automação do trabalho e substituição dos trabalhadores por máquinas são definitivas; a afirmati-va [IV] é falsa porque as corporações multinacionais operam com objetivo de realizar fusões e aquisições no país em que se instalam, fazendo com que o capital estrangeiro adquira, controle ou participe em empresas de capital nacional no país em que se alocam, elimi-nando a concorrência interna e externa.
18. B
Órgãos não governamentais e o Estado vêm evidencian-do os malefícios do trabalho infantil no desenvolvimento da aprendizagem e na socialização da criança, com o objetivo de estimular mudanças no cenário socioedu-cacional. A quebra na sequência dos desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e educacional compromete também as condições sociais da criança. Assim, se faz necessário assisti-las de forma complexa, buscando meios de combater o trabalho infantil. Em razão da con-
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dição do menor nas relações de trabalho, é necessária
a existência de mecanismos de controle, fiscalização
e, acima de tudo, proteção legal e estatal, além de
políticas públicas capazes de salvaguardar o desen-
volvimento da criança e promover a inserção do menor
na sociedade.
cap’tulo 8
As migrações
1. A
Nos dias atuais, os fluxos migratórios ocorrem, princi-
palmente, dos países do Sul para os países do Norte.
2. B
Após a abolição da escravatura no final do século XIX,
o governo brasileiro estimulou a entrada de imigrantes
estrangeiros, que substituíram a mão de obra escra-
va nas lavouras nacionais. Muitos imigrantes italianos,
espanhóis e japoneses chegaram à região Sudeste,
enquanto o Sul recebeu muitos alemães e italianos, que
desenvolveram atividades ligadas à agricultura familiar.
3. C
O texto menciona o deslocamento diário e intencional
da população, aspecto que caracteriza a migração
pendular.
4. A
A análise do gráfico permite concluir que o maior núme-
ro de solicitações de refúgio no Brasil ocorre em estados
da região Sul, principalmente no Paraná, seguido dentro
da região pelo Rio Grande do Sul e por Santa Catarina.
São Paulo destaca-se na região Sudeste.
5. C
Na busca por trabalho e melhores condições de vida,
muitos haitianos chegaram ao território brasileiro nos
últimos anos. Recentemente, o Haiti enfrentou graves
problemas, tanto relacionados à instabilidade política
como a desastres ambientais (furacões e terremotos),
fatos que agravaram as precárias condições de vida
no país caribenho.
6. C
A guerra civil na Síria forçou milhares de civis a fugir para
outros países, como Turquia, Iraque e Jordânia, e para
a Europa, aonde chegam na condição de refugiados.
7. B
Embora a população da maior parte dos países eu-
ropeus esteja envelhecendo rapidamente, o que de-
termina a redução da parcela de jovens e a falta de
vários tipos de mão de obra, grande parte desses
países tem promovido legislações de contenção à
imigração, em especial com severas leis contra imi-
grantes ilegais e estímulos ao retorno a seus países
de origem.
8. D
O fluxo migratório internacional nas últimas décadas
se dá dos países subdesenvolvidos para os países de-
senvolvidos e traz consequências demográficas impor-
tantes. Uma delas é a diversificação da composição
étnica e religiosa em vários países. No caso dos Estados
Unidos, há aumento do porcentual de latinos. No caso
europeu, o aumento do componente negro, islâmico
e eslavo em nações da Europa Ocidental. Esse proces-
so, somado à crise financeira iniciada em 2008, elevou
os casos de xenofobia e preconceito étnico e religioso
contra imigrantes e seus descendentes.
9. B
A proposição [I] está incorreta, pois os fluxos migratórios
mais intensos provêm do Nordeste em direção a ou-
tras regiões, entre elas o Norte do Brasil. Entre os fatores
motivadores desse processo destacam-se a desigual-
dade social, a disparidade regional e a concentração
fundiária.
10. C
O mapa destaca fluxos migratórios relacionados à ex-
pansão da fronteira agrícola nas regiões Sul (Paraná) e
Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso).
11. E
Analisando a tabela, nota-se que o grupo que apresen-
ta maior nível de escolaridade tem maior probabilidade
de migrar, situação que decorre da maior vantagem na
disputa por vagas no mercado de trabalho na região
de destino.
12. B
Na década de 1970, surgiram no Brasil vários projetos de
colonização promovidos pelo governo militar que esti-
mularam a ocupação das regiões Centro-Oeste e Norte,
causando muitos impactos ambientais, especialmente
nos domínios do Cerrado e da Amazônia. A expansão
da produção para as regiões do interior do país incen-
tivou o desenvolvimento de atividades agropecuárias,
incorporando novas áreas no sistema produtivo do país.
Vale lembrar que o processo de ocupação do territó-
rio nacional proporcionou o desenvolvimento pioneiro
das regiões litorâneas, que ainda hoje concentram a
maior parte da população brasileira e das atividades
econômicas.
13. C
O mapa destaca o aumento da migração de retorno,
especialmente com a volta para o Nordeste de migran-
tes que, décadas atrás, foram para a região Sudeste.
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14. D
A expansão do agronegócio na região Centro-Oeste
caracteriza-se pela substituição da estrutura tradicional
fundamentada em pequenas propriedades pela forma-
ção de grandes latifúndios. Uma das consequências
desse processo foi a redução da cobertura vegetal,
com intenso desmatamento. Vale destacar que essa
expansão agrícola potencializou o êxodo rural, causan-
do forte processo de urbanização sem planejamento
adequado.
15. C
Nas regiões Centro-Oeste e Norte se encontra a atual
fronteira agrícola brasileira, com forte expansão de ati-
vidades agropecuárias que atraem migrantes de outras
regiões do país. Parte expressiva da produção destina-se
ao mercado internacional.
16. A
Nos últimos anos, como resultado do crescimento eco-
nômico em vários setores da economia nordestina, mul-
tiplicaram-se as oportunidades de trabalho. Isso tem
provocado o retorno de muitos imigrantes que tinham
deixado o Nordeste em décadas anteriores.
17. C
O retorno de migrantes para suas regiões de origem é
um fenômeno que vem ocorrendo no Brasil, especial-
mente na região Sudeste, que por anos recebeu grande
fluxo migratório oriundo da região Nordeste.
cap’tulo 9
Urbanização e implicações sociais
1. 01 1 04 1 08 5 13.
A proposição [02] é incorreta, pois a serra da Canastra
fica ao sul de Minas Gerais e não corresponde à área
onde se localiza a cidade de Brasília e as cidades-sa-
télites; a proposição [16] também é incorreta, porque
a “ilha de calor” é um fenômeno urbano em que há o
aumento na temperatura em razão da concentração
de asfalto e concreto, baixa concentração de área
verde e, consequentemente, baixa umidade do ar – o
transmissor da dengue se reproduz em locais com água
acumulada e parada.
2. B
No processo de urbanização e desenvolvimento eco-
nômico brasileiro, a ocupação do espaço em termos
territoriais foi desordenada, formando as periferias, ge-
rando desigualdade financeira em razão da elevada
concentração de renda e enfrentando dificuldades na
integração entre os espaços regionais.
3. D
O fenômeno que ocorre nas regiões centrais das gran-
des metrópoles se deve em grande parte à especula-
ção imobiliária. A deterioração do centro por meio do
movimento especulativo acaba por esvaziar a região
central e expulsar a população para as periferias. Muitos
prédios e casarões sem uso estão à espera de valoriza-
ção. Os altos valores dos aluguéis e a falta de programas
habitacionais afastam as famílias mais pobres da região
para áreas da periferia.
4. D
O centro-sul corresponde ao cinturão urbano-industrial
do território nacional e seus prolongamentos funcionam
como centros de conexão do mercado doméstico com
os circuitos internacionais da economia. Diferentemen-
te do que afirma o item [II], a região Centro-Oeste é a
segunda mais urbanizada do país. Juntamente com
a região Norte, reúne importantes metrópoles, como
Brasília, Goiânia, Belém e Manaus. Por outro lado, não
há um número expressivo de cidades de médio porte e
capitais regionais nessas regiões. O item [III] está incor-
reto, pois, mesmo que a população urbana predomine,
ainda hoje, a região Nordeste apresenta as menores
taxas de urbanização do país, uma vez que grande
parte de seu êxodo rural teve como destino as áreas
urbanas da região Sudeste.
5. 02 1 04 5 06.
A proposição [01] é incorreta, porque nas cidades
brasileiras o transporte mais utilizado é o individual; a
proposição [02] é correta, porque o transporte público
deve ter seu valor adequado à população de baixa
renda, que é a que mais utiliza esse meio de transporte;
a proposição [04] também é correta, pois o processo
de industrialização desenvolvido a partir da década
de 1950 priorizou a indústria de veículos automotores
individuais no Brasil, com toda a infraestrutura urbana
tendo sido direcionada para a construção de ruas, es-
tradas e rodovias; por fim, a proposição [08] é incorreta,
afinal, o transporte público é um serviço essencial para
a mobilidade urbana.
6. A
As imagens possuem os seguintes significados:
I) centro urbano isolado;
II) conurbação: aglomeração urbana com união física
de cidades devido ao crescimento urbano territorial;
III) aglomerações urbanas sem conurbação, mas com
interação entre si, como fluxos de migração pendular
e fluxo econômico;
IV) região metropolitana: um centro urbano principal
polarizando cidades próximas;
V) megalópole: interação socioeconômica entre mais
de uma região metropolitana.
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7. A
A legislação brasileira estabelece que cada município é responsável por definir as áreas urbanas de seu território, definindo também que as áreas que são sede do muni-cípio ou de distrito sejam consideradas áreas urbanas.
8. 04 1 16 5 20.
A proposição [01] é incorreta, porque a grande urbani-zação brasileira é explicada pelo processo e pela po-lítica de industrialização do governo JK; a proposição [02] é incorreta, porque urbanização é o processo de crescimento populacional e territorial das cidades em ritmo superior ao do campo, ao passo que crescimen-to urbano é o crescimento das cidades em razão de sua própria dinâmica; e a proposição [08] é incorreta, porque a urbanização no Brasil ocorreu de forma dife-renciada pelo território e pelas regiões.
9. B
O processo de concentração fundiária e a pobreza no campo, associados à industrialização de grandes cen-tros urbanos no Sudeste e à reforma agrária insuficiente, provocaram o êxodo rural e as migrações regionais, possibilitando o surgimento das metrópoles e das regi-ões metropolitanas.
10. 02 1 08 5 10.
A proposição [01] é incorreta, porque nas metrópoles os problemas comuns devem ser tratados pensando em toda a área conurbada; a proposição [04] é incorreta, porque o programa adotado pelo Governo Federal para o déficit habitacional atende às classes D e E, as de menor renda; e a proposição [16] é incorreta porque cidades- -dormitório são aglomerados urbanos próximos às grandes cidades e caracterizados por intensa migração pendular.
11. C
Nas cidades brasileiras esse tipo de empreendimento se propagou devido a problemas como a pobreza e a desigualdade social, relacionados ao aumento da violência. Os condomínios apresentam ambiente homo-gêneo, segurança privada e serviços particulares para quem mora neles. Muitos não estão localizados próximo ao centro, mas em municípios periféricos e afastados dentro das regiões metropolitanas.
12. B
A segregação socioespacial e espacial está indicada claramente no texto, que trata da relação entre o poder aquisitivo dos moradores de uma cidade e o acesso destes a ela.
13. D
O Sudeste é a região mais urbanizada, com mais de 90% da população vivendo em cidades, enquanto a região Nordeste é a menos urbanizada, com cerca de 70% de sua população vivendo em cidades.
14. A
O processo de crescimento urbano da Região Metro-politana de São Paulo foi acelerado e desorganizado, sobretudo entre as décadas de 1960 e 1980, e fortemen-te influenciado pela especulação imobiliária na região central. A terra urbana foi submetida à especulação durante o crescimento veloz da cidade. Especuladores imobiliários conseguiram reter glebas vazias por longos períodos, visando à sua valorização gradual. O tem-po foi transformado em dinheiro, processo viabilizado pela propriedade privada da terra sendo utilizada como reserva de valor. Ao mesmo tempo, aconteceu a for-mação de regiões periféricas e socialmente excluídas, com um agravamento das condições de moradia das populações pobres e o surgimento de um processo de “periferização”, ou seja, de um crescimento metropoli-tano acompanhado de um aumento significativo nos índices de favelização e de um grau devastador de degradação ambiental, provocada por loteamentos ilegais e ocupações de áreas protegidas e solos frágeis.
15. B
O texto aponta para o processo de periferização de uma cidade que, mesmo planejada, não pôde absorver toda a população que atraiu, a exemplo do que vem ocorrendo em outras regiões metropolitanas brasileiras. Esse fenômeno é caracterizado pelo crescimento mais acelerado da população dos municípios periféricos quando comparado ao ritmo de crescimento popula-cional do município central. Imigrantes interestaduais estão sujeitos, no município central da metrópole, a mecanismos de seletividade, associados aos atributos socioeconômicos, a questões pessoais e familiares e às características das sociedades de origem e de destino. Analisando a mobilidade residencial intrametropolitana de Belo Horizonte, revela-se seu enorme poder de expul-são para as periferias dos indivíduos mais pobres, com baixos níveis de renda e escolaridade.
16. a) Áreas de mineração: Ouro Preto, Diamantina e Cuiabá.
Colônias de imigrantes: Blumenau, Treze Tílias e Nova Friburgo.
Fortes militares: Natal, Belém e Manaus.
Parada de tropas: Passo Fundo, Ponta Grossa e Sorocaba.
b) As cidades brasileiras foram formadas inicialmente por padrões básicos: cidades litorâneas para atender a demandas metropolitanas e iniciar contatos de interiorização; cidades na “boca da mata”, locais de fronteira agropecuária pioneira; e cidades “ponta de trilho” em terminais ferroviários no interior. Posterior-mente, a expansão industrial e a modernização da produção rural expandiram a rede urbana, que se
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constituiu em cidades com variadas funções e servi-
ços. O deslocamento da capital federal para Brasília
levou em consideração o potencial de interiorizar a
população e a economia do país na última fronteira
do território a ser conquistada. Foi uma medida para
tentar diminuir os desequilíbrios socioeconômicos
regionais. A cidade planejada foi uma solução ino-
vadora num período marcado pela emergência de
desenvolver um espírito nacional e pela ausência
de suporte material prexistente. A localização no in-
terior também resultou no afastamento do centro de
decisões políticas em relação ao centro econômico
e financeiro, numa tentativa de manter o sistema
político afastado das pressões socioeconômicas.
17. D
O enunciado [II] está incorreto, pois Brasília não foi a pri-
meira cidade planejada do país. Além disso, é incorreto
afirmar que o Distrito Federal atende apenas à vocação
de capital administrativa, podendo ser considerada,
entre outras, uma cidade turística.
A construção de cidades planejadas beneficia muito a so-
ciedade. Sendo locais espacialmente ordenados, apre-
sentam baixos custos de manutenção, maior eficiência
na gestão e melhor circulação de mercadorias e pessoas.
Não obstante, os custos para implantação e construção
das cidades planejadas são elevados. A construção
de Brasília, por exemplo, demandou grande número
de empréstimos para a execução da obra. Com isso, a
dívida externa do país aumentou muito, o que acabou
trazendo sérios problemas para a economia.
As cidades-satélites, por sua vez, são cidades que se
formaram em torno de Brasília (uma cidade planejada),
pela população trabalhadora de baixa renda, que não
tinha condição de morar no plano piloto da capital fe-
deral, transformando-se em grandes cidades sem infra-
estrutura adequada. Atualmente, o governo do Distrito
Federal está tentando suprir suas deficiências com a
construção de vias de transporte coletivo e outras obras
de infraestrutura.
cap’tulo 10
Problemas urbanos
1. C
A instalação de equipamentos de controle, como
filtros em indústrias e em usinas de geração de
energia e veículos mais modernos que emitem me-
nos poluentes, é uma das estratégias para redu-
zir a poluição do ar. Outras medidas também po-
dem ser adotadas, como investimento em fontes de
energia renováveis, rodízios de veículos nas áreas
urbanas, implantação de áreas verdes e estímulo aos
transportes coletivos não poluentes, como trens e metrôs.
2. E
A poluição do ar atinge não somente cidades industria-
lizadas, mas qualquer cidade em que carros, ônibus e
caminhões liberem poluentes com a queima de com-
bustíveis, queimadas, poeira, etc. Além disso, a poluição
gerada em uma cidade pode viajar pela atmosfera
para outros lugares, não estando restrita às cidades
industrializadas.
3. C
A proposição [3] é incorreta porque, ao contrário do
que diz a alternativa, a produção do biodiesel diminui
a dependência do petróleo importado; enquanto a pro-
posição [4] é incorreta porque o custo de produção dos
biocombustíveis é menor do que o custo de produção
dos derivados de petróleo.
4. E
Ao longo do ano, a concentração e dispersão de po-
luentes na atmosfera urbana não é constante, pois o cli-
ma tem interferência direta nos níveis de concentração.
No verão, mais sujeito a chuvas, o ar fica mais limpo. No
inverno, período de baixa pluviosidade e temperaturas
mais baixas, o ar fica mais estagnado e poluído.
5. A
A formação da “ilha de calor” pelo excesso de edifí-
cios, concreto e asfalto pode levar a contrastes térmicos
acentuados quando chegam frentes frias ou o ar mais
úmido proveniente do mar. Essa situação pode provocar
chuvas e tempestades. A elevação periódica do índi-
ce pluviométrico na cidade de São Paulo é explicada
pela maior concentração de poluentes na atmosfera,
materiais particulados (fuligem), que funcionam como
núcleos de condensação. Como as gotículas de chuva
se formam no entorno dos núcleos de condensação, o
aporte pluviométrico pode ser maior em algumas oca-
siões.
6. E
A inversão térmica ocorre quando o ar frio e mais denso
é impedido de circular por causa da presença de uma
camada de ar quente, o que resultará na alteração da
temperatura e na concentração de poluentes no ar.
7. A
A inversão térmica ocorre principalmente no outono e no
inverno, períodos em que a formação de uma camada
de ar frio próxima à superfície aprisiona os poluentes
provenientes das indústrias e dos veículos, piorando a
qualidade do ar nas áreas urbanas.
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8. A
“Ilha de calor” é o fenômeno climático que ocorre prin-cipalmente nas cidades com elevado grau de urbaniza-ção. A temperatura média costuma ser mais elevada do que nas regiões rurais próximas. Para entendermos me-lhor esse fenômeno climático, podemos usar o exemplo da cidade de São Paulo, considerada uma ilha de calor por ter grande concentração de asfalto (ruas, avenidas) e concreto (prédios, casas e outras construções). Ela concentra mais calor, fazendo com que a temperatu-ra fique acima da média dos municípios da região. A umidade relativa do ar também fica baixa nessas áreas, porque a absorção de água pelos solos e pelas plantas é baixa, e a evapotranspiração é pequena, por conta da pouca quantidade de verde (árvores e plantas) e do alto índice de poluição atmosférica, o que favorece a elevação da temperatura.
9. E
A afirmativa [II] é incorreta porque os vales dos rios Reno e Tâmisa cortam a Alemanha e a Inglaterra, países de maior produção industrial do que Portugal ou Rússia, onde se localizam os vales dos rios Tejo e Don; a afir-mativa [III] é incorreta porque a maior concentração industrial na China está na porção oriental do país.
10. A
É certo que os mecanismos naturais da Terra possuem processos próprios sobre os quais os seres humanos pou-co ou nada podem influenciar. Por outro lado, é certo também que nunca a natureza foi tão alterada por ações humanas. A assertiva [I] é incorreta porque a poluição atmosférica também é presente em áreas de expansão agropecuária a partir de queimadas para cultivos e cria-ção animal; a assertiva [IV] é incorreta porque as chuvas ácidas atingem estruturas de concreto e ferro, provocan-do corrosão independentemente de seu valor histórico.
11. B
A imagem corresponde à legenda da seguinte forma: I – Poluição do ar e da água pela atividade industrial – as manchas estão localizadas sobre grandes centros urbanos e industriais;
II – Contaminação do solo e da água por agrotóxico – as manchas indicam área de intensa atividade agro-pecuária;
III – Ocorrência de chuva ácida – as manchas estão sobre área densamente industrializada e urbanizada entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, onde o índice de poluição é grande;
IV – Contaminação do solo e da água por atividade de mineração – as manchas estão sobre os grandes municípios mineradores do país.
12. D
O ciclo da água passa pela evaporação, transpiração, infiltração e intemperismo químico, e durante esse ciclo ocorrem interações entre hidrosfera, atmosfera, biosfera e litosfera. Ele está sujeito a alterações, em escala lo-cal, por conta de ações humanas, como construções de barragens ou hidrelétricas, ou ainda por conta da poluição das águas.
13. C
Grande parte do lixo brasileiro foi e ainda é despejada nos aterros a céu aberto, apesar de a Política Nacional dos Resíduos Sólidos ter determinado o fechamento de todos até agosto de 2014. A liberação das umidades contidas nos resíduos orgânicos, somada à água das chuvas que se infiltram nos grandes depósitos de lixo descobertos, são os principais agentes formadores do chorume. Quando esse líquido orgânico, de cor geral-mente escura, atinge os lençóis de água subterrâneos (lençóis freáticos), torna-se um perigoso agente polui-dor, contaminando um recurso indispensável a todo tipo de vida.
14. E
A proposição [III] é incorreta porque áreas legalmen-te protegidas são alvos constantes de desmatamento, queimadas e caça, já que sofrem com as pressões das cidades ou áreas rurais que as circundam, ameaçando sua manutenção.
15. C
Na região Sul do Brasil, o fenômeno que causa inten-sas chuvas frontais e enchentes é o bloqueio de frente fria durante o inverno, devido à chegada, na região, de uma forte massa de ar quente oriunda das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
16. B
As regiões do sul e do sudeste asiático, onde se locali-za Bangladesh, estão sujeitas a alternância dos ventos monçônicos que, durante o verão, vindos do oceano em direção ao continente, deslocam massas de ar carrega-das de umidade, resultando em intensas e abundantes chuvas.
17. A
As chuvas que atingem o litoral oriental do Nordeste durante o inverno decorrem do encontro da massa Po-lar atlântica (mPa), que se desloca por toda a costa brasileira até atingir o sul do litoral nordestino, onde há o encontro com a massa Tropical atlântica (mTa).
18. D
O excesso de asfalto e concreto nas cidades provoca a impermeabilização do solo urbano, aumentando o
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escoamento superficial (e dificultando a percolação)
da água durante e após as chuvas. A água escoa com
maior velocidade pela superfície e atinge os córregos,
que transbordam, pois não conseguem dar vazão ao
excesso de água, acarretando em grandes enchentes.
19. A sequência correta é: V – F – V – F – V.
A primeira afirmativa é verdadeira: as imagens mos-
tram as características de um rio de planície e meân-
drico em uma foto e as modificações introduzidas pela
ação humana com a retificação do curso do rio e o
aumento de sua calha em outra, tentando minimizar
os problemas com as enchentes; a segunda afirmativa
é falsa: como a segunda foto mostra, o rio, após a in-
tervenção humana, deixa de ser meândrico e se torna
quase retilíneo em parte da sua extensão; a terceira
afirmativa é verdadeira: é possível ver as modificações
introduzidas; contudo, elas não solucionaram a inun-
dação das planícies fluviais como um todo, logo, em
períodos de grandes quantidades de chuva, acaba
por haver uma inundação da planície fluvial, fato corri-
queiramente noticiado pela mídia; a quarta afirmativa
é falsa: não existem mais nas margens do rio Tietê as
matas ciliares e elas não impedem as enchentes; e a
quinta afirmativa é verdadeira: o trecho do rio mapea-
do constitui-se como um dos locais de maior poluição
fluvial do país, contando com diversos tipos de lixo, os
quais, nos períodos de maior vazão, são carregados
pelo transporte fluvial.
20. E
Em 2010, com o estabelecimento da Política Nacional
de Resíduos Sólidos, iniciou-se no país a normatização
das questões de resíduos de todos os tipos, com a er-
radicação dos lixões a céu aberto e a necessidade de
investir em aterros sanitários e na política de reciclagem.
A logística reversa está entre essas questões, obrigan-
do empresas fabricantes a participar do recolhimento
e a impedir a destinação inadequada do lixo eletrô-
nico, que pode causar grave contaminação do solo.
Internacionalmente, a convenção da Basileia regula o
transporte e comércio de lixo, com o objetivo de inibir a
exportação de lixo tóxico de países desenvolvidos para
os países subdesenvolvidos.
21. Os espaços urbanos com elevada população são áreas
onde diversos problemas ambientais são gerados e se
expandem, acarretando consequências negativas
tanto para a natureza como para as pessoas que ali
se estabelecem. No caso de países pobres, um dos
principais problemas ambientais das grandes cidades
está relacionado ao recolhimento e à deposição de
resíduos sólidos.
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro ainda não
alcançou uma eficiência na gestão desses resíduos, de
modo que não comprometa a qualidade de vida da po-
pulação envolvida. O problema toma maior proporção
em razão de sua dinâmica econômica e da elevada
população. Podem ser apontados como problemas
relacionados à coleta e à deposição de lixo nessa área
urbana: a insignificância da coleta seletiva; a existência
de depósitos de lixo a céu aberto, os chamados “lixões”;
a coleta insuficiente do lixo domiciliar; o acúmulo de
materiais não biodegradáveis; a contaminação do solo
e do lençol freático por chorume, assim como a con-
taminação do solo e de pessoas por produtos tóxicos;
a proliferação de insetos, roedores e outros vetores de
doenças nos lixões.
22. E
A compostagem dos resíduos orgânicos produzidos do-
miciliarmente reduziria em quase 50% o volume do lixo
destinado aos aterros e possibilitaria a produção de
adubo para a atividade agrícola. A disposição ade-
quada do lixo é fundamental para colocar em prática
o desenvolvimento sustentável.
cap’tulo 11
Agropecuária no mundo
1. a) O mapa demonstra que as regiões subdesenvolvidas
apresentam expressiva quantidade de terras férteis,
possuindo seguramente mais da metade dos solos
férteis do mundo.
b) O capital investido no campo nos países subdesen-
volvidos é geralmente insuficiente para ampliar o
desenvolvimento tecnológico, fato que poderia au-
mentar a produtividade do trabalho e gerar tantos
alimentos como a maioria dos países desenvolvidos.
No que diz respeito às condições do solo, o mapa
nos revela que não é esse o problema que afeta a
produtividade dessas regiões, já que o espaço com
terras férteis é bastante expressivo.
2. D
No Brasil, o modelo atual de produção de alimentos,
fundamentado na estruturação de latifúndios mono-
cultores, amplamente mecanizados e com produção
destinada sobretudo para a exportação, cria dificulda-
des que inviabilizam a agricultura familiar, responsável
pela produção dos alimentos que compõem a cesta
básica brasileira.
3. C
A agricultura intensiva com alta produtividade ocorre,
sobretudo, em países desenvolvidos, e é caracteri-
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zada pelo uso de vários recursos tecnológicos. São
comuns, nesse sistema, a mecanização, a seleção de
sementes, o uso de fertilizantes e o combate à erosão
e às pragas.
4. A
Geralmente, a agricultura intensiva possui maior produ-
tividade por hectare em decorrência da elevada meca-
nização e da aplicação de biotecnologia, fertilizantes
e agrotóxicos.
5. C
Em vários países asiáticos, como Tailândia, Vietnã, Ja-
pão e Indonésia, é comum notarmos a produção de
arroz em planícies inundáveis, como também em mon-
tanhas onde são construídos degraus (terraços), que
dificultam o desmoronamento das encostas íngremes.
Esse sistema é conhecido como agricultura de jardina-
gem ou terraceamento, marcado pelo pouco espaço
disponível para o plantio e pelo uso intensivo do solo
com alta produtividade, porém utilizando poucos re-
cursos tecnológicos e, consequentemente, abundante
mão de obra manual.
6. A
Agricultura de jardinagem é marcada pelas proprieda-
des médias e pequenas, baixa tecnologia e uso intensi-
vo de mão de obra. Muito presente em países asiáticos,
esse sistema de produção é muito usado na produção
de arroz.
7. a) A pecuária extensiva se caracteriza por ser realizada
com os rebanhos soltos no pasto. Isso determina a
necessidade de utilizar grandes extensões de terra,
com pequena aplicação de tecnologia na criação
animal, o que resulta em baixa produtividade
econômica. A pecuária intensiva se caracteriza por
ser realizada com os rebanhos criados em estábulos,
exigindo grande uso de mão de obra, mas podendo
ser realizada em pequenas propriedades. Nesse
sistema, aplica-se muita tecnologia na criação
animal, e a produtividade econômica é bastante
elevada. Vale destacar que a expansão da
pecuária intensiva na região do Pantanal decorre,
principalmente, do aumento nas exigências dos
mercados consumidores internos e externos, que
exigem maior qualidade nos produtos oriundos dos
rebanhos nacionais.
b) O domínio morfoclimático do Pantanal se caracteriza
por apresentar uma superfície de topografia extrema-
mente plana, recoberta em grande parte do ano (na
estiagem) por formações vegetais herbáceas, que
funcionam como pastagem natural para a pecuária
extensiva regional.
8. E
A pecuária extensiva é marcada pela criação de reba-
nhos numerosos criados soltos, dispensando tratamento
especial. Assim, é uma criação que utiliza pouca mão
de obra, e os investimentos para instalação são mui-
to menores do que na pecuária intensiva. Os animais
criados extensivamente caminham ao longo do dia em
busca do próprio alimento, fato que aumenta sua mus-
culatura, tornando sua carne mais enrijecida (dura).
9. A
Os cinturões agrícolas nos Estados Unidos se distribuem
pelo território seguindo, em grande parte, uma lógica
vinculada às condições fisiográficas. As planícies cen-
trais, bastante propícias à mecanização agrícola, são
ocupadas pela produção de cereais, como o milho e o
trigo (identificadas respectivamente pelos números 2 e 3
no mapa), enquanto o sul do país, marcado por climas
mais quentes, destaca-se pela produção de algodão
(número 1 no mapa).
10. A
Nos Estados Unidos, a procura por alta eficiência e pro-
dutividade é constante. A produção agropecuarista é
muito especializada, estruturada em cinturões agrícolas
(belts, em língua inglesa) caracterizados como grandes
regiões destinadas ao plantio de uma cultura principal,
que se cultiva pela maioria do território, e algumas cul-
turas secundárias complementares.
11. B
No nordeste dos Estados Unidos, região de maior con-
centração urbana desse país, também ocorre a criação
de gado bovino de forma intensiva, ou seja, animais
confinados em estábulos que são utilizados na produ-
ção de leite, fato que leva essa região a ser também
conhecida como Dairy Belt (cinturão dos laticínios).
12. A
Nas planícies centrais da América do Norte, a produção
agrícola destaca-se nas áreas denominadas Wheat Belt
(trigo) e Corn Belt (milho). No Wheat Belt, além da pro-
dução de trigo existem produções secundárias como
centeio e aveia; o mesmo ocorre no Corn Belt, que, além
do milho, tem destacada produção de soja.
13. E
O rio, identificado com o número 1, é o Colorado, gran-
de polo turístico dos Estados Unidos graças à beleza de
seu profundo vale, o Grand Canyon. O espaço econô-
mico assinalado com o número 2, dominado por um
clima mais árido, tem produção de legumes e frutas
irrigadas que abastecem principalmente as grandes
cidades da Costa Oeste, como Los Angeles. O espaço
3 corresponde à Flórida, onde o clima quente e relativa-
mente úmido possibilita o cultivo de produtos tropicais
como laranja, cana-de-açúcar e arroz.
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14. E
A alta produtividade da agricultura dos Estados Unidos está associada à abundância de terras destinadas ao cultivo, alta mecanização e baixa utilização de mão de obra nas atividades agrícolas. A agropecuária tornou esse país um dos maiores produtores e exportadores de produtos agropastoris, tendo grande peso na de-terminação dos preços de diversos alimentos, assim influenciando o comércio mundial.
15. C
Há séculos os holandeses começaram a ampliar suas áreas de ocupação por meio de polders – terrenos ar-tificiais baixos e planos, construídos entre aterros co-nhecidos como diques, utilizados para agricultura ou habitação.
16. C
O pacote tecnológico da chamada Revolução Verde foi amplamente adotado pelos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como China, Índia, México e Brasil, na segunda metade do século XX. Essa revolução é marcada pela adoção de tecnologias mais modernas, oriundas de países desenvolvidos, a fim de suprir a de-manda interna. A combinação dos avanços nas áreas de química e biologia com a indústria de maquinários sustentou essa revolução, marcada principalmente pela introdução dos agroquímicos nas lavouras.
17. E
A maior produção agrícola chinesa ocorre na porção leste, região onde predominam planícies com solos férteis e fácil irrigação. Essa porção do território chinês também é sujeita à ação das monções, cujos ventos proporcionam intensas chuvas no verão e seca no in-verno.
18. D
Grande parte da população economicamente ativa chinesa dedica-se a atividades ligadas ao campo, sen-do o país um dos maiores produtores mundiais de trigo e arroz.
19. B
Na Costa Oeste dos Estados Unidos (Califórnia) destaca--se a fruticultura irrigada, com ênfase na produção de laranja e uva. Tanto nos Estados Unidos como na União Europeia, o setor agrícola se caracteriza pelas medidas protecionistas e pelos fortes subsídios estatais que difi-cultam a entrada de produtos importados. Já nas zonas tropicais da América Latina, da Ásia e da África, amplas áreas são destinadas à modalidade de plantation, isto é, latifúndios monocultores que exploram mão de obra barata e produzem para exportação. O sul e o sudeste asiáticos são marcados pela ampla ocorrência da agri-cultura de jardinagem, modelo produtivo com pequenas
propriedades, uso intensivo de mão de obra e técnicas de conservação do solo, como o terraceamento.
20. A
Índia e China figuram entre os maiores produtores de arroz do mundo, destacando-se a forma intensiva no que se refere ao uso da mão de obra. Nesses dois países, a rizicultura ocorre principalmente nas planícies aluvio-nais, destacando-se na China as planícies próximas aos rios Amarelo e Azul, e na Índia a região no entorno do rio Ganges.
cap’tulo 12
Agropecuária no Brasil
1. D
A modernização da produção agrícola verificada no Brasil nas últimas décadas também ocorreu em parte dos estabelecimentos que se dedicam à agricultura familiar comercial, o que contribuiu para o aumento da produtividade e para a produção agrícola no país. É também verdade que, nas últimas décadas, a “in-dustrialização” da agricultura contou com o apoio do Estado, que ofereceu financiamentos e infraestrutura, es-pecialmente para os cultivos destinados à exportação.
2. A
A produção agropecuária do centro-sul brasileiro apre-sentou intensa modernização associada ao agronegó-cio, envolvendo não apenas o cultivo, mas incorporando também diferentes etapas da produção relacionadas a atividades que o antecedem, como o desenvolvimento de pesquisas, a elaboração de tecnologias rurais (adu-bos, máquinas, insumos, rações e sementes, etc.) e o processamento e a distribuição dos produtos agrícolas.
3. B
A produção campesina caracteriza-se por técnicas tra-dicionais, buscando manter os ecossistemas agrícolas, a biodiversidade e o ciclo biológico natural, retratando, assim, uma produção com características holísticas. O agronegócio fundamenta a produção em técnicas e tecnologias que buscam ampliar a produtividade, visando à produção em grande escala, muitas vezes gerando prejuízos à natureza.
4. A
Entre os aspectos que permitiram o desenvolvimento do agronegócio brasileiro destacam-se o aumento da produtividade graças à mecanização, o uso intensi-
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vo de insumos e fertilizantes, além da aplicação da
biotecnologia. O agronegócio aproxima a produção
agropecuarista à indústria, a exemplo da produção de
açúcar refinado, etanol, suco de laranja, óleo de soja,
café solúvel e produtos alimentícios à base de frango
e de carne bovina. Parte expressiva desses produtos é
destinada à exportação.
5. B
O mapa retrata diversos elementos da questão agrária
brasileira, e a lacuna na legenda abrange algumas
regiões conflituosas, destacando-se entre elas a região
do Bico do Papagaio, fronteira entre os estados do To-
cantins, do Pará e do Maranhão, que corresponde a
uma das áreas onde há o avanço da fronteira agrícola
brasileira em direção à Floresta Amazônica. Trata-se de
uma região com intensos conflitos envolvendo diversos
agentes que disputam terras, como latifundiários, grilei-
ros e empresas madeireiras, os quais, ao avançar em
direção à floresta em busca de novas terras, muitas ve-
zes ilegalmente, entram em disputas com comunidades
tradicionais que ocupam historicamente essa região,
como tribos indígenas, comunidades quilombolas e
famílias de posseiros.
6. C
A estrutura fundiária brasileira se caracteriza por ser ex-
tremamente concentrada, ou seja, ocorre o predomínio
de latifúndios em extensão e de minifúndios em número
de estabelecimentos.
7. C
O poema destaca particularidades da estrutura fun-
diária do Brasil, caracterizada pelo predomínio de
latifúndios, que resulta na exclusão de grande parte dos
trabalhadores; estes, sem acesso à terra, compõem os
movimentos de resistência e/ou fomentam as rotas de
migração para as cidades. Outra consequência são
as situações conflituosas nas zonas rurais, envolvendo
posseiros, grileiros, latifundiários e sem-terra.
8. A
A questão fundiária envolve aspectos sociais e produti-
vos. No entanto, ao longo da história brasileira, passou
apenas por pequenas modificações em relação à con-
centração de terras, fato que catalisa conflitos.
9. D
A estrutura fundiária brasileira é marcada histori-
camente pela concentração de terras. Entretanto,
analisando os dados fornecidos, observa-se que, en-
tre 1992 e 2003, houve um fraco aumento da área
ocupada pelas pequenas propriedades, enquanto
a participação das grandes propriedades diminuiu, o
que representa uma modesta alteração na estrutura
fundiária do país.
10. A
O Brasil destaca-se por ocupar relevante posição entre
os exportadores de soja, sendo o mercado asiático um
dos seus principais compradores. A grande importação
de trigo ocorre principalmente de países como Argenti-
na e Estados Unidos.
11. B
A representação cartográfica intitulada “República Uni-
da da Soja“ apresenta parte da América do Sul sem
suas fronteiras políticas, fortalecendo a ideia de uma
área contínua com o plantio de soja, abarcando parte
da Bolívia, do Paraguai, da Argentina e do Brasil. Essa
proposta tem como objetivo o avanço da monocul-
tura da soja, aumentando a dependência por insu-
mos, fornecidos pela empresa que veiculou o anúncio
publicitário, e desconsiderando a fronteira geopolítica
da região em questão.
12. C
A estrutura fundiária do Brasil é caracterizada pela
concentração de terras nas mãos de uma minoria de
proprietários. As pequenas propriedades predominam
quanto ao número de estabelecimentos, mas ocupam
menor área no espaço agrário brasileiro. A pequena
propriedade familiar é responsável por grande parte da
produção de frutas, legumes e verduras para o mercado
interno, além de abastecer a indústria de matéria-prima.
A produtividade das pequenas propriedades é bastante
variável no Brasil conforme a região e o tipo de cultivo
ou criação.
13. C
A cultura da soja no Brasil, introduzida nas regiões Sul
e Sudeste (RS e SP, especialmente) a partir da década
de 1940, teve uma grande expansão em direção às
frentes pioneiras – a partir da década de 1960 – da re-
gião Centro-Oeste e, posteriormente, da região Norte.
A expansão da sojicultura foi apoiada por uma série de
incentivos governamentais (doações de terras, emprés-
timos agrícolas, etc.) e impulsionada por uma moderni-
zação da produção agropecuária.
14. E
O norte do Paraná é tradicionalmente uma área pro-
dutora de café. Já o entorno de Porto Alegre (RS) tem
elevada produção vinicultora, enquanto a porção me-
ridional do Rio Grande do Sul tem tradição na pecuária
bovina extensiva.
15. A
A expansão agropecuarista pela região Centro-Oeste
brasileira ampliou significativamente a produção nacio-
nal, porém causou grandes impactos ambientais, como
desmatamento e perda de biodiversidade.
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16. B
Nas últimas décadas, a maior parte do desmatamen-
to na Amazônia resulta do avanço da fronteira agro-
pecuária, com destaque para a pecuária bovina e o
cultivo da soja. A produção é liderada principalmente
por migrantes de outras regiões, predominando o de-
senvolvimento agropecuarista por meio das grandes
propriedades (latifúndios).
17. D
O mapa destaca o arco de desmatamento concentrado
nas porções sul e leste da Floresta Amazônica. O avanço
da pecuária bovina e a expansão da agricultura, espe-
cialmente o cultivo de soja, figuram entre os principais
fatores que causam esse desflorestamento.
18. B
No Sertão do Nordeste existem importantes polos com
desenvolvimento da agricultura irrigada, geralmente
próximos de rios importantes. Exemplos: Petrolina (PE) e
Juazeiro (BA), no vale do rio São Francisco – com desta-
que para a produção de manga, uva e vinho; no vale
do rio Açu (RN) – melão; e no vale do rio Jaguaribe (CE)
– banana e abacaxi. A produção é destinada tanto para
o mercado interno como para o externo.
19. A
A região do vale do rio São Francisco, próxima aos mu-
nicípios de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), destaca-se
pela prática da fruticultura irrigada, que abastece os
mercados interno e externo. O alto índice de insolação
na região está diretamente relacionado à sua localiza-
ção em área tropical, o que contribui para o aumento
da produtividade. O problema da baixa precipitação
é minimizado pelos projetos de irrigação.
20. E
O médio vale do rio São Francisco, com destaque para
Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), é um importante polo de
desenvolvimento do agronegócio no semiárido, voltado
para o mercado interno e para a exportação – facilitada
pelos modais de transporte. A região é importante na
produção fruticultora, utilizando técnicas modernas de
irrigação e biotecnologia. Destacam-se as produções
de manga, goiaba, uva e vinho de boa qualidade.
anotações
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