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4 ◉ Adepará em Ação

ExpedienteDIRETOR GERAL:Mário Moreira

DIRETOR OPERACIONAL:Sálvio Freire

DIRETOR ADM. E FINANCEIRO:Odenir Margalho

DIRETOR TÉCNICO:Ivaldo Santana

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃOCHRISTINA HAYNE Jornalista (DRT:1759/PA)Gerente de Comunicação

ANDRÉA FERREIRA

Jornalista (DRT:2357/PA)

CLAUDIANE SANTIAGO

Jornalista (DRT:2190/PA)

PUBLICIDADE E DESIGNNETH VILHENAPublicitária / Projeto Gráfi co

LILIO GERMANNODesign Gráfi co

REDES SOCIAISRAIMUNDO SIMÃOCLAUDIANE SANTIAGO

ESTAGIÁRIOS ASCOM:RAPHAEL PUGA (Fotografi a)YSAMY CHARCHARKAROLINE MARTINSCASSIO BENICIO

Colaboraram com esta edição:Secretaria Estadual de Comunicação (Secom)Jornalistas Elielton Amador (DRT:1298/PA) Tânia Monteiro (DRT:711/PA)

Adepará em Ação ◉ 5

8 ◉ FONESA

9 ◉ CONFERÊNCIA ESTADUAL

10 ◉ CARLOS XAVIER

12 ◉ EDUCAÇÃO SANITÁRIA

14 ◉ FISCALIZAÇÃO

23 ◉ ODENIR MARGALHO

30 ◉ GOVERNO BUSCA PARCERIAS

34 ◉ LANAGRO

36 ◉ PRODUTO ARTESANAL

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Há anos a defesa animal do Estado do Pará busca a certificação de totalmente livre de aftosa no Estado. Muito tivemos que percorrer, a começar pelo planejamento, estabelecimentos de metas, empenho nas ações com foco na defesa animal, investimentos e cumprimentos de etapas exigidas pelo Ministério de

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Um sonho muito antigo que está muito próximo de se tornar realidade: “Um Pará 100% livre de Aftosa”.

Assim que assumi a Adepará, em 2010, um dos principais objetivos foi garantir uma única condição de status sanitário para o Estado. O sul do Pará, por exemplo, que reúne 44 municípios, já possui o status de livre de Febre Aftosa, então, entre as metas, estavam a manutenção da condição sanitária nas regiões sul e sudeste e a transformação das regiões do oeste (Baixo Amazonas) e nordeste do Pará e a Ilha do Marajó em

áreas também com o status sanitário de livre da aftosa. Esse é um sonho de mais de 20 anos. Em 2010 o cenário que se apresentava era de insuficiência para que

o sonho se tornasse realidade. Tivemos que arregaçar as mangas e trabalhar efetivamente para transformar uma realidade desfavorável em um curto espaço de tempo. Caímos em campo!

Após avaliação das auditorias do Ministério de Agricultura (Mapa), toda equipe de servidores foi mobilizada através de reuniões com técnicos, os gerentes regionais, para que todos passassem a ter o mesmo foco: recuperar a condição técnica e a condição veterinária de atuação na área animal da Adepará. Uma

“Um sonho realizado”

Institucional

Palavra do Diretor Geral

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verdadeira força tarefa se instalou: treinamentos; aquisição de equipamentos e de novos veículos; reforma das gerências regionais; modernização de ferramentas de trabalho e implantação de novas tecnologias.

Para efetivar mudanças foi preciso garantir o custeio das atividades de campo. Foi necessário investir e alto. Estado do Pará estava inadimplente e estávamos com dificuldades para firmar convênios. Lutamos, insis-timos e depois de muito percorrer os corredores do Ministério (Mapa), em Brasília, e de muita reorganização

da Casa, tivemos êxito. Conseguimos mais recursos para investimentos na defesa agropecuária. Para estabelecermos as condições necessárias nos aproximamos da Advocacia Geral da União e enfim

conseguiu-se firmar um convênio de cerca de R$ 60 milhões para a defesa no Pará. Um convênio plurianual, por um período de 4 anos, de 2011 a 2015, que, acrescido sempre da contrapartida do Governo do Estado, que não tem medido esforços para que o Pará tenha uma defesa agropecuária eficaz, promoveu a mudança de cenário e as melhorias apareceram tanto na defesa animal como defesa vegetal. Hoje somos referência nacional,

por mérito do trabalho de nossos servidores, de nossa equipe, por conta de uma gestão ajustada e de um governo comprometido.

Estamos executando o convênio, sob a supervisão do Mapa, com o apoio da Federação de Agricultura do Estado do Pará (Faepa), dos sindicatos rurais, dos parceiros. Estamos equipando e modernizando a Adepará; qualificando e atualizando os técnicos; fazendo melhorias em diferentes áreas e a partir daí os resultados quanto as defesa começaram a aparecer e as avaliações do Ministério passaram a ser positivas

novamente. O tempo passou e passamos por duas novas auditorias, que confirmou o cumprimento das etapas

exigidas pelo Ministério. Garantimos a autorização para cumprir a etapa da sorologia em cerca de 300 propriedades localizadas em diferentes áreas tidas como de médio risco no oeste e nordeste do Pará e da Ilha do Marajó. Foi feita a coleta sangue; retirou-se o soro que foi encaminhado para o laboratório para dar o veredito sobre a circulação ou não do vírus de aftosa. Enfim, confirmou-se a não existência do vírus. Com o resultado

favorável, estamos aptos ao reconhecimento nacional agora no primeiro semestre de 2013. Durante todo o processo, o Governo do Estado não mediu esforços para que Adepará voltasse ao trilho da normalidade e da eficientização. Para 2014 nosso foco é pleitear da Organização Internacional de Saúde Animal, na França,

a certificação internacional de um Pará 100% livre de aftosa. Tenho certeza que conseguiremos, todos juntos, Governo do Estado do Pará, com apoio da Federação

de Agricultura (Faepa), sindicatos, Superintendência Federal de Agricultura (SFA), Ministério Agricultura (Mapa) e todos os demais parceiros da defesa agropecuária no Estado, continuar a avançar e, assim sendo,

muitos outros sonhos se tornarão realidade para Adepará e seus colaboradores.

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Florianópolis recebeu entre os dias 21 e 22 de março o Fórum Nacional

dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa) e reuniu representantes dos órgãos de 24 estados brasileiros no Flori-anópolis Palace Hotel. O evento, encaminhou uma Carta ao ministro da Agricultura, Antônio Andrade, como documento oficial contendo propostas retiradas do encontro que contou com a presença do coordenador geral do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), Alexandre Dornelles, e o titular da Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária (NNDA/Mapa), Ênio Marques.

Durante os dois dias de

evento, assuntos de interesse comum aos estados presentes foram abordados, com destaque para questões sobre responsa-bilidade do Serviço de Inspeção Estadual – SIE, abate clandestino, resposta às mudanças propostas pelo Fonesa para a Instrução Normativa (IN) 54 e 55 da área vegetal e a Conferência Nacional de Defesa Agropecuária , que será realizada em Belém, no mês de outubro do corrente ano, pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará).

Mário Moreira, diretor geral da Adepará falou sobre a importância dos assuntos em pauta do evento. “Este é momento adequado para definirmos linhas de atuação nos estados”, declarou. Moreira,

que também é diretor regional do Fonesa Norte, ressaltou seu empenho em garantir recursos para a defesa agropecuária a fim de atender às áreas vegetal e animal dos estados que integram a Amazônia Legal.

Além de fazer uma apresen-tação sobre a Guia de Trânsito Animal e a Guia de Trânsito Vegetal eletrônicas e via Web, ele pronunciou-se a respeito da 40ª Reunião Ordinária do Cosalfa e do Seminário Internacional sobre prevenção de zonas livres de Febre Aftosa, eventos que acontecem, este ano, no Panamá. Moreira falou ainda, acerca da IV Conferência Nacional de Defesa Agropecuária no Pará (IV CNDA).

O Fonesa é constituído pelos dirigentes dos órgãos de defesa agropecuária de 26 unidades da federação e Distrito Federal. O Fórum oportuniza a discussão dos principais temas relacionados à agropecuária brasileira, buscando de forma coordenada apresentar proposições ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), visando sempre o fortalecimento da defesa agropecuária do país.

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No período de 1º a 4 de outubro de 2013, acontecerá, em Belém,

a IV Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária (IV CNDA) no Hangar Centro de Convenções, uma jornada que promoverá mais de 150 horas de programação técnico-científica que vai possibilitar a visibilidade de ações de defesa para o desen-volvimento econômico do país e sua sustentabilidade. O evento, traz como tema central “Defesa agropecuária e sustentabilidade”.

A programação da IV CNDA contará com palestras, rodas de debates, mini cursos, sessões de pôsteres e mostras tecnológicas para atender as expectativas de um público esperado superior a 2 mil pessoas entre autoridades, profissionais e representantes do setor produtivo, represent-antes de fiscalização e inspeção agropecuária, empresários,

agroindústrias, indús-trias e distribuidores de insumos agropecuários, pesquisadores, docentes, estudantes de nível superior e pós-graduação.

Esta é a primeira vez que a região Norte sediará uma Confer-ência Nacional sobre Defesa Agropecuária e sua realização é de responsabilidade do Governo do Estado do Pará, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), da Federação de Agricultura do Pará (Faepa), Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA) e do Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Segundo Mário Moreira, diretor geral da Adepará, o objetivo central do evento é sensibilizar autoridades quanto à importância do fortalecimento

da defesa agropecuária brasileira para a economia, para a qualidade de vida das pessoas e para o meio ambiente. Ele lembrou que a região Norte possui desafios impostos por sua extensão terri-torial e que aqui se apresenta o desafio de produzir alimentos para uma população em franco crescimento que colide com a necessidade de se preservar uma das florestas de maior biodiver-sidade do planeta.

Institucional

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Como funciona a represen-tação dos produtores a partir do Sistema Sindical Rural do Brasil. E a Federação de Agricultura (Faepa) nesse contexto?

O Sistema Sindical Rural Brasileiro tem sua representação criada em lei federal, cuja estrutura piramidal aloja os produ-tores associados aos sindicatos em sua base.

O sistema sindical determina que cada município tenha apenas um sindicato representativo da categoria dos produtores. Este é o princípio da unicidade sindical, entretanto, o sindicato pode se valer da chamada extensão de base, que implica em um sindicato atuar em dois municípios vizinhos, a exemplo do que ocorre com o Sindicato dos Produtores Rurais de Ananindeua e Marituba.

No Pará estão ativos 130 sindicatos de produtores rurais em 136 municípios, destes, 06 possuem extensão de base. Todos são filiados a Federação Agricultura do

Estado do Pará (Faepa). No Brasil, estão ativas 27 federações (26 estados e Distrito Federal) que são ligadas a uma Confed-eração Nacional de Agricultura (CNA), cuja sede fica em Brasília.

Assim como os sindicatos são entidades representativas dos produtores nos municípios, a federação representa o Estado, no caso do Pará, a Federação de Agricultura (Faepa) e a Confederação representa os produtores no âmbito federal.

Reeleger-se mais uma vez, qual o signficado. Como foi a eleição?

Honroso, venho de algumas reeleições. Desta vez, fui reeleito por unanim-idade como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará(Faepa). O processo eleitoral foi tranqüilo e aconteceu ao longo do dia 13, no Palácio da Agricultura.

Qual a peculiaridade que pode fazer a diferença nesse próximo

triênio, de gestão do grupo da Faepa, que tomou posse no dia 15 de abril?

Um fato que será significativo, inclusive para trabalhar em favor do agronegócio no Pará, trata-se da representatividade das cadeias produtivas do Estado na diretoria empossada. Há dez anos a diretoria da Faepa era formada quase que completa-mente por pecuaristas. A multirepresen-tação dessa diretoria é sem dúvida, o grande diferencial. Quase todas as cadeias produ-tivas estão representadas na diretoria eleita da Faepa.

O que significou estar à frente da Faepa esses anos?

É uma honra. Esses anos todos à frente da Faepa me trouxe conhecimento na forma de pensar e de agir; me proporcionou entendimento prático de como se processam as cadeias produtivas ; entendimento acerca da capacidade de organização e articulação.

Presidente da Federaçãode Agricultura do Estadodo Pará

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Conheço os 144 municípios. Vivo o tempo real dos acontecimentos, até pela presença nos 136 municípios, destes, tive a oportu-nidades de acompanhar a criação e organi-zação de mais de 100 sindicatos.

Até hoje aprendo muito e ainda me surpreendo com as potencialidades existentes no Pará.

Tantos anos em favor do setor produtivo, o que lhe entristece e o que ainda é possível fazer pra mudar esse cenário?

Ainda confirmar que em um Estado com tantas potencialidades ainda exista parcela significativa da população vivendo abaixo da linha da pobreza. Isso me incomoda e por isso saio em busca de políticas públicas, da criação e implemen-tação; busco investidores e novos empreendi-mentos que possam aproveitar as potenciali-dades econômicas em favor de nossa gente.

O agronegócio tem apresentado competência no Pará?

O momento é de expansão, os resultados não mentem. Embora 40 anos seja consid-erado pouco para modificar um Estado, no caso do Pará procede a transformação e expansão em função da força das vantagens comparativas existentes.

Luz intensa o ano inteiro; 3,2% da água doce do planeta está em terra paraense ( esse percentual aumenta no âmbito da região da Amazônia), além de outros tipos de água e sob sol ou chuva, a temperatura possui uma média de 24ºC nos doze meses do ano. Tais vantagens no agronegócio transformam qualquer projeto instalado em vantagens competitivas.

Trabalhar o agronegócio implica em trabalhar a qualidade de vida das pessoas?

O agronegócio é a base, é o alimento. O mundo precisa de alimento. O Pará tem espaço, tem tamanho. O agronegócio é a única atividade geradora da riqueza no mundo. Aqui tem o produto e com o produto em mãos, o comércio vem para fazer a compra e a indústria para processar.

Esse é o caminho para o desenvolvi-mento, para a transformação de nossa gente, através da agropecuária, do agronegócio, aproveitando as vantagens comparativas.

Esse é o caminho, não tem outro. Se tiver boa cabeça para agregar a força das novas tecnologias não só vamos dar um salto na produção do Estado, como vamos fazer a transformação necessária.

Diversidade do potencial econômico faz com que o Pará seja foco de atenção do mercado?

A força maior da economia no Estado está na pecuária, mas a representação das cadeias produtivas chama atenção dos estados brasileiros e do mundo para a diversidade do potencial econômico do Pará. As plantações de palma ou dendê; florestas plantadas, cuja atividade está em expansão no Estado; cana de açúcar e etanol; citricultura - um dos pólos mais importantes para economia do Pará; cacau; arroz irrigado – economia que cresce no Marajó; grãos -fronteira agrícola no sul do Estado, nordeste paraense e baixo Amazonas; a cultura da mandioca que tanbém está em expansão; a fruticultura é destaque, em especial, a cadeia produtiva do açaí; a pecuária de leite apresenta resultados positivos; psicultura, com foco para produção do pirarucu em cativeiro; queijo artesanal; turismo rural; bubalino-cultura; reprodução animal com agregação tecnológica (melhoramento genético), enfim, nosso potencial econômico é indiscutível.

Logística: o Estado tem alter-nativas para o escoamento da produção? Os demais estados se utilizam da logística existente no Pará?

Se formos analisar o mapa do Brasil, verificamos que os estados da região Centro Oeste (MS, MT, GO, TO e MG) se utilizam das rodovias e hidrovias que levam e que atravessam o Pará. A posição geográfica do Estado é estratégica. Temos portos, estradas de ferro, rodovias e as hidrovias são foco de atenção dos governos estadual e federal. Estão trabalhando as hidrovias do Tapajós e Araguaia Tocantins e outras. Elas vão dar oportunidades de produção e de escoamento mais adequadas.

No sul do país, os portos trabalhando no limite, estão esgotados, a exemplo de Paranaguá e Santos que encontram-se completamente estrangulados. Com a demanda para escoar e a recepção de cargas

oriundas do setor produtivo de todo o Brasil a pressão aumenta em torno de uma logística que está em construção. A ferrovia Cuiaba, Santarém, à margem da BR 163 e a ligação com a Vila do Conde e de Paragominas ao porto de Tijoca, o Espadarte e ainda o porto de Outeiro, que será o maior porto graneleiro do país. Outras alternativas de escoamento são as hidrovias do Tapajós e do Araguaia-Tocantins, a do Marajó, do Capim.

Na verdade, começaram a despertar para as potencialidades do Pará, também no campo da logística, a fim de atender a produção nacional, da mesma maneira que já servimos ao país com energia termo-hidrelétrica através de Tucuruí e agora também com a construção de Belo Monte.

Qual o cenário do setor produtivo hoje no Pará?

O Pará possui o maior rebanho de boi em pé; é o 4º maior rebanho com, 20 milhões de cabeças e com agregação tecnológica teremos a oportunidade de atingir 32 milhões de cabeças.

Na área do cacau somos o segundo maior produtor e em situação de expansão. A meta é ser o primeiro no ranking nacional de produtividade, que se leva em consideração, solo, topografia e tecnologia.

A cultura da mandioca nos coloca em primeiro no ranking, assim como o açaí. Em ambas as culturas é preciso aumentar a produção em função da demanda de mercado.

Quanto ao dendê, o Pará também é o primeiro produtor entre os estados brasileiros, mas temos que garantir maior aproveitamento. Estamos com cerca de 300 mil ha plantados, porém, existe área comprometida com 1,2 milhão de ha, com empresas mundiais. Além da Vale, Petrobrás, Agropalma e outras, temos grupos chineses, alemães, equatorianos e costariquenhos que estão de olho no dendê e demais produtos do Pará.

A pecuária, arroz irrigado, as plantações de grãos que também estão em alta, e ocupando nossas fronteiras, a exemplo do sul do Pará, enfim, não tenho dúvida do potencial agropecuário do Pará e que o caminho do agronegócio é a alter-nativa para o desenvolvimento do Estado.

12 ◉ Adepará em Ação12 ◉ Adepará em Ação

Educação

A educação sanitária é um processo educativo que sensibiliza os membros

da cadeia produtiva, a mudar de comportamento frente aos problemas de ordem sanitária no que diz respeito os programas agropecuários, colaborando assim com a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida da população e elevação das fontes de receita do município, e do Estado .

Desde 2003, através da Coordenadoria de Educação Sanitária e Comunicação (Cesco), esse trabalho vem desenvolvendo atividades educativas, com a implantação e ou desenvolvi-mento de projetos educativos específicos junto aos programas de defesa agropecuária apoiados na produção e distribuição de material educativo, e convênio Federal. O objetivo é promover transformações cognitivas no público alvo, sejam eles produ-tores rurais, lideranças comuni-tárias, autoridades municipais, consumidores, assim como

professores, alunos e seus famil-iares, tornando-os multiplica-dores das informações.

Para a realização das ações de educação sanitária, foi de suma importância a capacitação dos servidores da Adepará através de Cursos de Educação Sanitária Continuada em Saúde Animal Fase I e II, o que habilitou-os para a elaboração de projetos educativos voltados à Defesa e Inspeção Agropecuária.

De acordo com a Coorde-nadora da Cesco, Eloisa do Carmo, as atividades de educação sanitária inerentes aos programas de defesa agropecuária são executadas continuamente em todos os municípios do estado, sendo intensificadas principalmente na execução das atividades educa-tivas voltadas aos programas: Programa Nacional de Erradi-cação da Febre Aftosa (PNEFA), Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuber-culose (PNCEBT), Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) e do

Programa Nacional de Erradi-cação da Mosca da Carambola (PNEMC).

Dentre as ações desenvolvidas pelo PNEFA a vacinação de bovinos e bubalinos é primordial para a erradicação da febre aftosa. Portanto, existe um calendário anual com os períodos de vacinação e de notificação pré- estabelecidos que consistem nas etapas: 1ª etapa no período de 1 a 30 de maio; 2ª etapa no período de 1 a 30 novembro; etapa única no Arquipélago do Marajó; e recentemente instituídas as etapas para os municípios de Faro, Terra Santa e as propriedades rurais localizadas a margem esquerda do rio Juriti velho: nos períodos de 15 de março a 30 abril e 15 de julho a 30 agosto.

Já o programa de Controle da Brucelose e Tuberculose tem instituídas duas etapas: 1 de janeiro a 30 de junho e 1 de julho a 31 de dezembro, onde se estabelece a vacinação de bezerras de 3 a 8 meses.

Adepará em Ação ◉ 13Adepará em Ação ◉ 13

Projeto Educando nos Parques que objetiva divulgar os programas de defesa executados pela Adepará aos visitantes das exposições agropecuárias, de uma maneira convidativa, com repasse de materiais técnicos por meio de vídeos, realização de palestras e até mesmo atividades lúdicas, como a apresentação de fantoches; Projeto de Formação de Agentes em Saúde Animal destinado a capacitar represent-antes de comunidades rurais para as ações de defesa agropecuária; Projeto Pará Todo Livre de Febre Aftosa atualmente vem sendo implementado, princi-palmente pelos servidores das unidades da Adepará visando à divulgação do PNEFA com vistas ao avanço da área livre de Febre Aftosa; Projeto Alimento Seguro e Saudável desenvolvido

desde 2008 em conjunto com outras instituições do estado, como Ministério Público, Emater, Sagri, Esamaz dentre outras, objetivando difundir nas as escolas do Município de Belém, a temática de se consumir alimentos saudáveis e seguros. Conhecer os selos de certificação dos produtos de origem animal, os prazos de validade, a composição nutri-cional, a data de fabricação entre outros; Projeto Uso Correto de Agrotóxicos objetiva sensi-bilizar os produtores rurais a utilizarem de maneira correta e segura os agrotóxicos empre-gados nas lavouras, assim como o recolhimento das embalagens vazias aos centros certificados ou locais credenciados para tal recolhimento; Projeto Adepará na Escola, objetiva propor-cionar novos comportamentos,

melhorias na qualidade de vida e contribuir com a formação sócio-educativo-ambiental de crianças, jovens e adultos no âmbito escolar; Projeto Educativo para execução das ações do Programa Nacional de Erradi-cação da Mosca da Carambola (PNEMC) tem por objetivo a prevenção, por meio da sensibi-lização e orientação do público em geral a respeito dos prejuízos econômicos que esta praga possa vir a causar ao Brasil caso seja disseminada; além do Projeto de Prevenção e Monitoramento da Monilíase do Cacau e Broca do Cupuaçu, que objetiva orientar a população em geral sobre os prejuízos econômicos e finan-ceiros causados por estas pragas por meio de palestras educativas em comunidades rurais.

Atualmente a Cesco vem executando oito projetos educativos entre eles:

Fonte: CESCO

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A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará)

participou da operação no combate a clandestinidade de produtos ilegais em torno da Feira do Açaí e do Ver-o-Peso, em Belém, envolvendo diversos órgãos, entre eles a Secretaria Municipal de Economia (Secon), que estava à frente da ação; a Vigilância Sanitária (Visa); Marinha; Polícia Milita, Batalhão de Choque e Ministério Público.

Um dos objetivos principais da ação foi o ordenamento da feira, garantindo melhorias na questão sanitária e preservação do ambiente para a população frequentar o local com segurança. Segundo o secretário da Secon, Marco Aurélio, esta é uma forma eficiente, “porque aqui é uma resistência muito grande das pessoas em cumprir a lei”, informou.

A Adepará apreendeu 39 suínos vivos e aproximadamente 700 caranguejos em dois barcos, além de 170 quilos de queijo

do Marajó, ambos vieram de Soure, localizado no arquipélago marajoara. As mercadorias não tinham o Guia de Trânsito Animal (GTA), que atesta a procedência e origem animal, assim como a finalidade do produto.

José Fernando Alcântara, dono dos 30 suínos vivos, foi autuado e multado, além de perder os suínos, em virtude de não está transitando e comercializando de acordo com a legislação vigente. “Não sabia da existência de GTA, nem como funciona”, alegou seu José.

A gerente regional da Adepará de Soure, Tatiana de Assís, informou que o trabalho da educação sanitária na região do Marajó está intensificado. “Muitos dizem que desconhecem os procedimentos de trânsito e comercialização, mas é um artifício para justificar o erro e a reincidência dele, pois, pra gente é uma alegação que não se justifica mais”, contou a gerente. Tatiana disse ainda que um dos barqueiros autuados, Paulo

Afonso de Moraes, que trans-portava caranguejos, “tem uma relação estreita com a Adepará e até nos presta serviços de frete”, afirmou.

O proprietário para adquirir o Guia de Trânsito Animal (GTA) precisa se cadastrar na unidade local de Sanidade Agropecuária (Ulsa) da Adepará do seu município. A partir desse processo, quando o produtor rural for transitar com os animais basta emitir o GTA, pois este é o documento que permite o deslo-camento do animal vivo.

A lei vigente da defesa agropecuária preconiza que os produtos e subprodutos clandes-tinos de animais vivos sejam destinados para o abate sanitário. Quanto ao queijo do Marajó, este foi incinerado. Já os crustáceos voltaram para o habitat natural, o mangue.

A fiscalização não foi direcionada apenas para produtos e subprodutos animal. No local da Feira do Açaí barracas foram derrubadas, pois estavam

Ações

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servindo de moradia e comerciali-zando mercadorias inadequadas. O que seria para vender frutas estava assumindo outras funções, a exemplo de vendas de bebidas alcoólicas. Conforme a diretora da Secon, Celina Oliveira, os comer-ciantes perderam o cadastro na secretaria, ficando, assim, fora do mercado por desvio de função.

A chefe de Divisão de Alimentos da Vigilância Sanitária, que acompanhou a ação, disse que

o objetivo era normatizar a feira, evitando as infrações sanitárias que estavam ocorrendo com frequência, como a comerciali-zação de determinados produtos sem certificação ou procedência, infringindo a legislação. “Os produtos irregulares que encon-tramos foram inutilizados no local e consequentemente encaminhados ao lixão do Aurá”, informou Terezinha Rossetti.

Para a economia do estado

do Pará a informalidade causa prejuízo, segundo o secretário Marco Aurélio. “É um risco sanitário. A situação é precária. Queremos evitar isso tomando medidas preventivas para impedir esses riscos à saúde da população”, disse o secretário. O compromisso da Secon é dar continuidade às ações que foram empreendidas pelos órgãos competentes.

Apreensão de produtos

16 ◉ Adepará em Ação

Ações

A fiscalização do trânsito agropecuário de animais e vegetais é feita nos postos localizados nas divisas estaduais e limites

municipais, além de portos e aeroportos. Apesar de não ter autorização para atuar dentro do terminal de embarque do Aeroporto Internacional de Belém, o que compete ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Adepará chega a realizar até 30 fiscalizações por dia no setor de cargas, o despache de produtos orgânicos de transporte entre os estados.

Conforme o art 51, lei nº 1283 de 12/12/50 aprovada pelo decreto nº 30.691 de 29/03/52, alterada pelo decreto nº 1255 de 25/06/62, é proibido transportar produtos de origem animal, comestíveis, sem a autorização do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Depois da averiguação fiscal, a mercadoria recebe rótulo e carimbo com data e local, além da assinatura de vistoria. De acordo com o gerente dos postos de fiscalização de trânsito animal, Moacir Barbosa, o trabalho da Adepará é baseado em educação sanitária, portanto, a maioria dos produtos é rechaçada, que volta para origem e o condutor recebe informações necessárias para realizar o trânsito da mercadoria de forma correta. Isso acontece, frequentemente, com o camarão congelado. Caranguejo também faz parte

da rotina dos fiscais, geralmente, é por falta do Guia de Trânsito Animal (GTA). Documento que contém as informações sobre a origem, destino, condições sanitárias e a finalidade do transporte animal. Já a massa, por ser proibida a comercialização.

Ano passado, os produtos mais rechaçados no posto fixo da Adepará foram o peixe congelado (36,4kg), camarão congelado (30 kg), filé de pescado (27 kg) e camarão congelado (7 kg). A segunda, e mais rigorosa, interferência dos fiscais é a preensão, quando ocorre o recolhimento e a posterior destruição do produto agropecuário. Segundo o fiscal estadual agropecuário, José Maria Faro, atualmente as pessoas têm consciência das normas adequadas de trânsito exigidas pela Adepará e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). É o caso do gerente geral da Companhia Agrícola Mista de Tomé-Açú (Camta), Celson Kurogi, que faz comércio para todo o país. “Entro em contato com a Adepará antes de fazer qualquer transporte”, ensina.

Kurogi transportou uma amostragem de 9 kg de polpa do açaí para uma empresa da cidade de Limeira, no Estado de São Paulo. Ele apresentou para os fiscais da Agência, nota fiscal e registro do Mapa na embalagem, possibilitando o transporte da mesma.

Joselena Tavares, fiscal da Adepará, orienta

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as pessoas que antes de qualquer embarque com produto procurem se informar sobre os procedi-mentos para não passarem por transtornos. No trânsito de animais, produtos e seus subprodutos são obrigatórios à apresentação de documento oficial aos fiscais dos postos de fiscalização agropecuária. Todos os animais em trânsito no país, com exceção de cães e gatos, devem estar acompanhados do GTA. Para animais silvestres, o GTA só pode ser emitido com a apresentação da autorização de trans-porte fornecida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).

Além disso, todas as plantas e partes de plantas estão obrigatoriamente sujeitas às inspeções fitos-sanitárias, mediante a comprovação da carga, principalmente os materiais hospedeiros de pragas quarentenárias e não quarentenárias regulamen-

tadas. A fiscalização tem poder de apreender, inter-ditar, destruir e inutilizar produtos que estejam em desacordo com a legislação.

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A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará)

apreendeu duas toneladas de pescado salgado, em Capanema. A carga apreendida foi doada para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em que distribuíram às comunidades carentes.

No mesmo período, por ocasião do feriado da Semana Santa, a gerência regional da Adepará de Capanema apreendeu mais 4 toneladas de pescado congelado após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Dois caminhões estavam trans-portando pescado para os estados do Ceará e Maranhão, sendo que um foi liberado.

O caminhão com destino ao estado do Ceará estava regula-mentado com nota fiscal discri-minando a quantidade de peixe e número do Serviço de inspeção Federal (SIF), portanto, foi liberado, por ser peixe congelado. O decreto que impede a saída do produto do Pará para outros estados, cujo objetivo é garantir o abastecimento na região durante o período da Semana Santa, vale entre os dias 15 e 29 de março. É suspensa a emissão de documento de qualquer espécie de pescado in natura, fresco, resfriado e curado, exceto o congelado e com o SIF.

Já o segundo caminhão, não tinha nota fiscal, além do trans-porte inadequado do produto para São Luís. Foi apreendida

a carga e o caminhão ficou retido na PRF. De acordo com o gerente regional de Capanema, José Medeiros, “emitimos um auto de infração por transporte de produtos e subprodutos de origem animal em veículos não apropriados”, afirmou. No dia seguinte, a Vigilância Sanitária do município vistoriou o pescado e por meio de laudo sinalizou que os peixes poderiam ser consumidos.

A equipe da Adepará entrou em contato com o promotor de Justiça do Ministério Público, Nadilson Gomes, que autorizou a doação de aproximadamente 4 toneladas de pescado para a Pastoral da Criança do município de Capanema.

De acordo com o diretor geral da Adepará, Mário Moreira, a presidente Dilma Rousseff liberou 8 bilhões de reais para o setor de pesca. Conforme o diretor é fundamental para a região paraense produzir peixe, já que o Estado tem bastante água e o Ministério da Pesca dinheiro para investir, além dos bancos para beneficiar a produção junta-mente com a tecnologia da Sepaq, que tem como titular, Henrique Sawaki.

Uma comitiva governamental está sendo formada para conversar com os pequenos agricultores do sul do Pará. “Qualquer agricultor que tenha uma represa pequena, com água em condições de produzir, vai dar em grande quantidade a produção”, avaliou Mário Moreira.

Pescado entregue a Pastoral da Criança

do município de Capanema

Adepará em Ação ◉ 19

A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) recebe por

ano entre 10 e 15 denúncias de abates clandestinos de bovídeos (bovino e bubalino), um número pequeno para a proporção do Estado do Pará. Isso ocorre porque, geralmente, os locais onde esta prática ilegal acontece são distantes dos centros urbanos ou em propriedades rurais onde o acesso da fiscalização tem que contar com o consentimento do responsável. Para mudar esta realidade, a Adepará precisa da colaboração da população, que pode denunciar ao órgão caso desconfie da origem do produto vendido em sua cidade.

Como o abate clandestino é feito fora das condições de higiene adequadas, acaba por distribuir carne contaminada aos açougues e assim, prejudica a saúde da população, que pode ser afetada por doenças como a brucelose ou tuberculose. O gerente do Serviço de Inspeção Estadual da Adepará, Jefferson Oliveira, orienta o consumidor

quando for comprar no açougue, exigir a nota fiscal do frigorífico, uma das formas de se certificar de que a origem do produto é segura.

A carne para o consumo humano passa por vários procedi-mentos legais para poder chegar à mesa do consumidor com qualidade e segurança. É da competência da Adepará fiscalizar a origem do animal até os frigorí-ficos. Já no caso do produto encon-trado nos açougues e mercados, a competência de fiscalização é da Vigilância Sanitária. Além de não poderem realizar o abate, nos açougues só pode ser comer-cializada a carne que contar com registro nos serviços de inspeção oficial.

O Serviço de Inspeção Municipal (SIM) fiscaliza o abate e distribuição da carne dentro do próprio município; o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) certifica a qualidade da carne distribuída de um município para outro, dentro do próprio Estado. Já o Serviço de Inspeção Federal (SIF) controla o abate e distribuição da carne dentro do país, ou ainda, se

for habilitado, para o comércio exterior.

De acordo com a médica veter-inária da Adepará, Tereza Santos, os abates clandestinos devem ser denunciados não só pela questão sanitária, mas também pela questão ambiental, pois causam muitas vezes a poluição de nascentes, rios e outras fontes de abastecimento de água dos municípios.

Para a construção de matadouros – frigoríficos é fundamental a licença do órgão responsável pelo meio ambiente e registro no Serviço de Inspeção Oficial que pretende utilizar. A Adepará recebe denúncias pelos telefones 0800 280 7383 / 3210-1180 ou [email protected]. Geralmente a Agência atua em conjunto com repre-sentantes do Ministério Público do Estado, da Polícia Civil; do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e da Delegacia do Estado do Meio Ambiente (Dema).

20 ◉ Adepará em Ação20 ◉ Adepará em Ação

O Serviço de Inspeção Estadual (SIE), sob a responsabilidade da Adepará, e, entre as funções do setor, supervisiona um total de doze (12) matadouros estaduais, localizados nos municípios de Belém (01), Castanhal (02), Barcarena (01), Mãe do Rio (01), Tomé Açú (01), Breu Branco (01), Jacundá (01), Marabá (01), Parauapebas (01), Altamira (01) e Itaituba (01).

Todos os matadouros devem estar adequados conforme as legislações vigentes, entre as quais, o Decreto Federal 30.691/1952 que regulamenta a Inspeção Industrial e Sanitária de Origem Animal (RIISPOA) e que determina a não duplicidade quanto as inspeções nas diferentes instâncias governamentais.

Atualmente o Pará possui um total de 108.412 propriedades rurais com bovinos e bubalinos; com uma população bovina de 19.483.636 e destes, em 2012, foram exportados vivos 388.188 e foram abatidos no SIE um total de 368.768.

Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) trabalha para adequar os matadouros frigoríficos a fim de reduzir

o abate clandestino e garantir a qualidade da carne. Para tanto, equipes que integram o Serviço de Inspeção Estadual fiscalizam os estabelecimentos não permitindo prejuízos à saúde pública e ao meio ambiente. Em 2012, foram abatidos, nos matadouros estaduais, 368.768 bovinos.

Nos últimos dois anos (2010 a 2012) o número de matadouros no Estado cresceu em 100%, ou seja, passou de seis para doze, um investimento na ordem de 30 milhões de reais, uma vez que cada matadouro frigorífico, para ser instalado, tem um custo de aproximadamente R$ 5 milhões, e, cada um gera em torno de 60 vagas de trabalho diretas, segundo afirma o Gerente de Serviço de Inspeção Estadual, Jefferson Pinto de Oliveira.

“Com o aumento de matadouros, aumentamos em mais de 10% o número de animais abatidos de forma humanitária, geramos trabalho, reduzimos o abate clandestino e melhoramos a qualidade do produto a ser consumido pela população”, declarou o gerente do SIE.

O abate de bovinos no Estado do Pará deve cumprir as determinações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para tanto, o Estado reúne 12 matadouros frigoríficos estaduais, 15 matadouros frigoríficos federais e os matadouros municipais.

Os matadouros frigoríficos federais são inspe-cionados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Mapa; os matadouros frigoríficos estaduais, pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e os matadouros municipais, pelo Serviço de Inspeção Sanitária Municipal (SIM).

Adepará em Ação ◉ 21

No primeiro semestre de 2013, em Monte Dourado, Almeirim

do Pará, a Coordenadoria de Educação Sanitária e Comuni-cação (Cesco) juntamente com a Gerência de Trânsito Agropecuário e Gerência de Programas de Importância Quarentenária, ambas da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adepará), realizaram cerca de 15.200 fiscalizações e orientações na região.

Cerca de 800 quilos de

frutos hospedeiros da mosca da carambola foram apreendidos, assim como 700 quilos de queijo da região; 43 quilos de presunto; 50 quilos de linguiça de frango; 48 quilos de salsicha; 180 quilos de pescado; em média de 2 quilos de corte de frango e 2 litros de bebida láctea.

O trânsito em desacordo

com as leis e regulamentadas pelos decretos, resulta na emissão de autos de infração, como apreensão, inutilização de produtos, proibição de trânsito e retorno a origem. Tais encamin-hamentos foram dados às merca-dorias transportadas de forma inadequada para o consumo humano, na região em questão.

A ação em conjunto, denominada de ‘Força Tarefa’ foi voltada para o trânsito de frutos hospedeiros da ‘mosca da carambola’, além dos produtos

e subprodutos de origem animal e vegetal. As atividades funda-mentadas em portarias federais relacionadas à praga têm como um dos principais objetivos a orien-tação de condutores de veículos e passageiros de barcos a motor, mas conhecidos como catraias. Promover mudanças de compor-tamento e hábitos da população

do Vale do Jari, (Amapá), que se utilizam o translado diário de Monte Dourado a Laranjal de Jari, também fez parte do processo, segundo a fiscal agropecuária da Adepará, Gabriela Cunha.

Para o médico veterinário da Adepará, Francisco Oliveira, ao avaliar o fluxo de pessoas e veículos e também, a diferença de status sanitário entre os estados envolvidos, disse ser de “crucial importância à continuidade da aplicação das medidas executadas por essa equipe”.

Outras ações aconteceram em paralelo às atividades desse semestre, a exemplo da realização do XIV curso para formação de agentes multiplicadores do Programa Nacional de Erradi-cação da Mosca da Carambola, em Vitória do Jari, Amapá. Funcionários e proprietários de empresas de transporte, supermercados, feiras livres e escolas, receberam orientações em palestras sobre produtos e subprodutos de origem animal e vegetal, envolvendo o trânsito dos mesmos. A distribuição de material informativo em estabel-ecimentos comerciais e órgãos estaduais colaboraram para o entendimento da população.

Também foram promovidas reuniões técnicas com o Núcleo de Educação Sanitária do Pará e Amapá e avaliados os planos de trabalho de ambos, com a partici-pação de técnicos da Superin-tendência Federal de Agricultura no estado do Pará e Amapá, Adepará e Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Diagro).

22 ◉ Adepará em Ação

Qualquer governante, tendo compromisso com seu povo, deve perseguir a

mudança positiva do contexto social. Nessa perspectiva, não existe outra forma senão oportunizar emprego e renda, especialmente para os que mais precisam.O governador Simão Jatene, além de cuidar, através dos serviços públicos do Governo do Estado, da educação, da saúde, da segurança e da infraestrutura, entre tantas demandas desse imenso Pará, prioriza, através das secretarias e autarquias coligadas à nossa Secretaria Especial, o setor produtivo. O investimento nas diversas atividades econômicas, como o agronegócio, a indústria, o comércio e os serviços, valorizando o potencial de cada município, leva a ação do governo, articulado com as forças locais, para criar novas vagas no mercado de trabalho, principalmente para os que iniciam sua vida profissional.

Vivendo a transição de um modelo tradicional para uma economia sustentável e diversificada, estamos incentivando uma produção em escala em várias culturas, como o cacau, o açaí, a palma de óleo e os grãos. O governo promove o reflorestamento como atividade econômica, a pecuária intensiva e a verticalização dos recursos naturais, com a indústria e a logística competitivas, visando ampliar a oferta de serviços e a própria oferta da cesta de alimentos, que precisa estar acessível. Enfim, estamos buscando aumentar a geração de empregos para que ela seja maior que o crescimento populacional. Esse é o desafio de todos que apostam no Pará. Cabe a quem ocupa função pública ou privada, em entidade ou empresa que tenha grande alcance, vir a somar esforços conosco para economizar energia e, com sinergia, fazer em 10 anos o que, sem metas, levaríamos 30

para fazer acontecer. Esse é o pacto a que o governador Simão Jatene sempre se refere, buscando convergência.Ninguém duvida que o Pará é o estado mais viável da federação no horizonte dos próximos 15 anos. Depende tão somente que tenhamos competência para, com os desafios atuais, transformar potencial em riqueza bem distribuída. Aí, não temos como desviar da condição fundiária, pois precisamos legalizar as terras para quem produz. Necessitamos atender às exigências ambientais do licenciamento que legitima a origem dos produtos do Pará para o mundo. E precisamos, principalmente, disseminar a cultura da imperiosa necessidade de capacitação da mão de obra da nossa gente. Sendo a Adepará, com sua dedicada equipe, um dos nossos instrumentos em todo o estado, concluo que, se avançarmos nos três itens acima descritos, já terá sido de grandioso resultado o que sonhamos para o nosso Pará.Um grande abraço do amigo Sidney.

Ninguém

duvida que o Pará

é o estado mais

viável da federação

no horizonte dos

próximos 15

anos

Adepará em Ação ◉ 23

Margalho, recentemente você assumiu a Diretoria Administrativa Financeira (DAF) da Adepará. Como pensa em implementar o novo formato dessa gestão?

A primeira meta ao assumir a DAF foi conhecer a estrutura administrativa da Adepará, logicamente, o objetivo dessa ação é poder articular melhor sob a orientação da diretoria geral a execução orçamentária prevista para 2013. Claro, voltada para o cumpri-mento da missão institucional de defesa agropecuária no Estado do Pará e também voltada ao cumprimento das metas estabelecidas pelo Governo do Estado nesta área específica em que a Adepará está inserida.

Percebemos avanços nas ações da Adepará. Como estão direcionados esses investimentos nas ações de 2013?

Os investimentos todos estão alocados principalmente para atividade fim do órgão, ou seja, a defesa agropecuária. Nesse sentido, temos tanto a questão orçamentária que é de responsabilidade do Governo do Estado, como o aporte orçamentário proveniente de convênios com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa). Portanto, as duas diretorias da Adepará, tanto a operacional quanto a técnica, juntamente com a DAF, têm trabalhado em conjunto para estabelecer as prioridades da Adepará no ano de 2013, entre as quais, a manutenção da área livre de febre aftosa com vacinação. Porque já vamos obter em maio a certi-ficação nacional, e agora, o mais importante é manter esse status, que exige uma ação mais concentrada, efetiva e compromissada dos servidores da Adepará em geral. Nesse contexto a DAF entra como a estrutura que vai dar o aporte logístico para a realização de todo o trabalho definido pela diretoria geral do órgão.

Qual o valor desse investimento?

Cada meta, cada programa, tem o seu valor definido. O orçamento 2013 tem o valor total de aproximadamente R$65 milhões. A execução orçamentária depende do planejamento que estamos fazendo juntamente com as diretorias. Não adianta ter orçamento, ter a previsão de gasto sem ter um planejamento que adeque exatamente à execução desse orçamento para que a Adepará não corra o risco final do ano e ter que devolver recurso orçamen-tário, porque não foi gasto adequadamente. O planejamento já foi ajustado e está em execução. Permitirá a Adepará não só manter a área livre de aftosa, como também a questão da mosca da carambola e o controle de outras pragas, que nós temos sob a responsabilidade da Adepará visando o cumprimento da nossa missão constitucional.

Faça uma avaliação do que é a Adepará hoje?

A Adepará hoje é um órgão de reconhecimento não apenas estadual, mas de reconhecimento nacional. Graças a essa parceria que vem sendo reforçada com o Ministério da Agricultura, também, através do trabalho do nosso diretor geral com os demais órgãos de defesa dos estados, por meio do Fonesa principalmente. Um trabalho de integração, todos interligados com uma visão de defesa agropecuária em todo território nacional. A Adepará hoje se forta-leceu muito. Entre os paraenses já é reconhecida a importância da saúde, digamos assim, dos produtos de natureza animal e vegetal. Isso dá ao povo paraense tranquilidade na hora do consumo, porque tem certeza que a certificação dada pela a Adepará, é uma certi-ficação que cumpri os padrões nacionais embelecidas pelo o Mapa, que são também exigidas pelos organismos internacionais. Então a Adepará hoje é um órgão reconhecido pelo trabalho de excelência que vem desenvolvendo.

Qual o segredo para o sucesso na gestão pública?

Acredito que o maior segredo para o sucesso é o compromisso com a coisa pública. Todos nós servidores públicos, independente do setor em que está lotado no Estado, tem que ter a visão de comprometimento com a missão do Estado. A missão do Estado é o bem comum, atender as necessidades da população como um todo, cada um na sua área afim. Nesse sentido, o servidor, ele se sinta prestador de serviço. Na verdade, somos prestadores de serviços, portanto, temos que voltar toda nossa capacidade operacional, que é nos dada pelos meios do órgão, a nossa inteligência, que possuímos através dos treinamentos, é aperfeiçoada. Com o objetivo de dá condições para que a população paraense cada vez mais, sinta-se realizada com suas necessidades através da ação do Estado.

24 ◉ Adepará em Ação

No dia 26 de março do corrente ano, em Brasília, diretor geral da

Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Mário Moreira e equipe técnica apresentaram ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o resultado do inquérito sorológico no Estado do Pará. Após avaliação positiva do trabalho executado, aguarda-se para breve a Portaria a ser emitida pelo Ministério, certificando a mudança de status em território paraense para 100% livre do vírus de febre aftosa com vacinação.

Dos estados definidos pelo Mapa, como integrantes do bloco Norte e Nordeste, apenas o Rio Grande do Norte (RN) e o Ceará (CE) não concluíram o inquérito sorológico. Ambos os estados têm o prazo de mais 20 dias para finalizar o processo da sorologia e encaminhar relatório ao Mapa com os resultados laboratoriais. O objetivo é que todos os estados integrantes do bloco sejam confir-mados como livre de aftosa com vacinação.

Segundo o secretário de Defesa Agropecuária (Mapa), Ênio Marques, este é um momento único para o Ministério. “A confirmação dos estados em questão como livre de aftosa com vacinação é uma conquista tanto para o Brasil como para o hemis-fério Sul”, disse o secretário.

“O Pará está aprovado para garantir o status de livre de aftosa”, confirmou Mário Moreira. Segundo o diretor geral da Adepará, o relatório encaminhado teve uma avaliação positiva. Mário lembrou que o Pará luta pela mudança de status há cerca de 20 anos e que esta conquista representa um compro-misso do Estado e do governador Simão Jatene com a população e com os produtores do Estado.

“Desde 2010 estamos trabal-hando para atingir o reconheci-mento nacional. Cumprimos todas as etapas determinadas pelo Mapa; melhoramos os serviços; fomos avaliados pelo Minis-tério; fomos e somos auditados constantemente a fim de verificar o funcionamento do serviço

veterinário estadual e a qualidade da defesa agropecuária no Pará. Conquistar essa mudança de status é um sonho realizado que veio com a determinação do Governo do Estado em fazer do Pará um estado livre de aftosa nos municípios que integram as regiões nordeste, oeste do Estado e Ilha do Marajó”, declarou Moreira.

Mudar o status de médio risco para livre de aftosa com vacinação implica em mudanças significa-tivas em torno das economias paraense, regional e nacional. Com a certificação nacional, os animais vão ter o trânsito livre para comercialização entre os municípios e entre os estados e para países que já compram a carne brasileira.

O encontro em Brasília, que tratou da erradicação de febre aftosa, reuniu representante da Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, o presidente do Fórum Nacional de Executores de Sanidade Animal (Fonesa), Antenor Nogueira, superintendentes

Ações

Reunião em Brasília para entrega de relatório

Adepará em Ação ◉ 25

federais de Agricultura, diretores de departamentos de Sanidade Animal, técnicos e secretários de Agricultura e equipes técnicas dos estados. Acompanhando o evento também estiveram presentes, pelo Pará, o secretário de Estado de Agricultura, Hildegardo Nunes, o Superintendente Federal de Agricultura, Andrei Castro e o diretor geral da Adepará, Mário Moreira.

Se os prazos forem cumpridos, o Governo do Estado, por meio da Adepará, vai preparar um evento na ocasião da emissão da Portaria pelo Ministério da Agricultura, em maio do corrente ano com a presença do novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. “Estamos aguar-dando a confirmação da data para oficializar a Portaria do Mapa, que deve ocorrer ao fim de abril e convidaremos o Ministro para assinar essa Portaria no Pará”, ressaltou Mário Moreira que

acrescentou que a partir deste momento a economia paraense vai ter impacto positivo: mais exportações, mais indústrias, mais valorização para os municípios paraenses. “Importante ressaltar que esse é um espaço fundamental para o Estado”, declarou o diretor geral da Adepará, em Brasília.

Após a assinatura da Portaria, a próxima etapa é o encaminha-mento de um relatório, em junho de 2013, para Organização Inter-nacional de Saúde Animal. Após seis meses, mais uma auditoria para confirmação dos serviços e ações realizados e alcan-çados. “Se tudo tiver indo bem, com vacinação acima de 97%, capilaridade, serviço veterinário, controle de trânsito, ou seja, se o Estado estiver cumprindo os 28 itens declarados como funda-mentais, não tenho dúvida que o Pará será contemplado com o reconhecimento internacional em maio de 2014”, finalizou Mário Moreira.

No fim de janeiro de 2013, as últimas propriedades que ainda permaneciam sob expectativa do resultado dos novos testes, tiveram a negatividade sorológica dos animais sentinelas confirmada. Com o resultado favorável encer-raram-se as atividades de campo do inquérito soroepidemiológico no estado do Pará. Foram mais de 13 mil amostras 382 propriedades localizadas em 58 municípios.

Em 2012, a Adepará investiu na saúde animal, o valor de R$ 6.615.705,60 , referente ao convênio animal como o Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimentos (Mapa), acrescido do 10% da contrapartida estadual. Em 2011, o repasse foi de R$ 10. 788.780,80, totalizando, R$ 17.404.486,49.

O Pará possui hoje 19.483.636 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos distribuídos em 108.412 propriedades rurais. Conta com 15 matadouros frigoríficos SIF e 12 matadouros frigoríficos SIE;

26 laticínios SIF e 23 laticínios SIE.

Com relação aos bovídeos, especificamente, 76,61% estão distribuídos em propriedades localizadas nos municípios da área I (sul e sudeste do Pará), totalizando 14.773.673 bovídeos; 14,99%, o equivalente a 2.889.660 bovídeos distribuídos em proprie-dades dos municípios da área II (nordeste paraense) e 8,4% , percentual que totaliza 1.620.304 bovídeos distribuídos em proprie-dades localizadas no Marajó e no Baixo Amazonas.

Na área I, que reúne 44 municípios do sul e sudeste, destacam-se as propriedades dos municípios de Tucumã, com 3.112.982 bovídeos, o equiva-lente a 16,1% do total; Redenção com 2.592.431 cabeças de boi, o equivalente a 13,4%; Marabá com a confirmação de 2.033.810 bovídeos, que refere-se a 10,5% do total. Destacam-se ainda os municípios de Altamira,

Xinguara, Tucuruí, São Geraldo e Novo Progresso, respectivamente com 1.806.118 (9,4%), 1.558.239 (8,1%), 1.077.827 (5,6%) e 684.518 mil (3,5%).

Na região do nordeste paraense os municípios mais propícios a pecuária são Rondon do Pará, cujas propriedades reúnem um total de 627.931 mil bovídeos, o equivalente a 3,27% ; Paragominas com aproxi-madamente 628 mil bovídeos; Capanema com cerca de 309 mil cabeças; Capitão Poço com cerca de 273 mil; Abaetetuba com 260.555 bovídeos e Castanhal com 142.300.

Santarém, Oriximiná, Soure, Breves e Almerim são os municípios que reúnem os maiores quantitativos de bovídeos na região III ( Baixo Amazonas e Ilha do Marajó). Em Santarém o total de bovídeos é de 439.386; em Oriximiná, 381.061 e em Soure, 326.464.

26 ◉ Adepará em Ação

Com todo trabalho de estruturação feito ao longo dos últimos anos e investimentos de R$ 34,8 milhões nos dois últimos anos em

sete estados da região Nordeste e no Pará para errad-icação da febre aftosa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prevê que até maio deste ano essas áreas sejam reconhecidas nacionalmente como livres da doença. A expectativa é que haja também o reconhecimento desse status pela Organi-zação Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2014.

Para isso, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (SDA/Mapa), juntamente com os serviços veterinários oficiais dos estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte precisou intensificar as ações de estruturação e vigilância a partir de 2008. A Bahia e Sergipe são os únicos estados nordestinos reconhe-cidos como zonas livres da aftosa, até o momento.

De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Ênio Marques, uma das exigências para obter o certificado da OIE é que

os estados brasileiros passem por uma metodologia de amostragem. “É feita inspeção clinica e colheita sorológica em uma grande parte dos animais dessa região para avaliar a ausência da circulação viral”, disse. Desde o segundo semestre de 2012, foram monitoradas mais de 1,7 mil propriedades rurais e amostrados mais de 71 mil animais, selecionadas aleatoriamente, levando em consideração critérios científicos reconhecidos internacionalmente. O estudo está previsto para encerrar no início do mês de maio.

No Brasil, 89% do rebanho de bovinos e bubalinos, ou 185 milhões de cabeças, está em zona livre de febre aftosa, que representa 60% do terri-tório nacional. Com a possibilidade de inclusão de mais 22 milhões de animais nos oito estados em análise, o percentual passaria a ser de 99%. Após esse processo, faltará apenas os estados do Amapá e Roraima e parte do estado do Amazonas serem reconhecidos como livre de febre aftosa. “O Minis-tério da Agricultura vem trabalhando há anos para que o País tenha o maior rebanho do mundo livre

Ações

Adepará em Ação ◉ 27

da doença. Com esses avanços, seguramente vários mercados ainda inacessíveis serão abertos”, destacou o diretor do Departa-mento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques.

Um importante passo foi dado no dia 26 de março, no avanço às ações de reconhecimento do país como livre da doença. Autori-dades e técnicos do Ministério da Agricultura em Brasília e de sete estados do Nordeste e do Pará estiveram reunidos para avaliar os trabalhos realizados em 2012 e definir o cronograma de ativi-dades para finalizar os trabalhos. O Mapa pretende enviar um relatório à OIE até julho deste ano, mas solicitou às autoridades estaduais que seja finalizada a implementação das medidas estruturais e técnicas indicadas para fortalecimento dos serviços veterinários oficiais da região, que dependem dos governos estaduais.

As iniciativas brasileiras de

combate à aftosa vêm sendo implementadas de forma organ-izada desde a década de 1960. Em 1992, o Governo Federal lançou o Programa Nacional de Erradi-cação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que tem como objetivo principal a implantação

progressiva e manutenção de zonas livres da doença. A primeira zona livre foi conquistada em 1998. A execução do programa é compartilhada entre os diferentes níveis de hierarquia do serviço veterinário oficial e tem a partici-pação do setor privado.

28 ◉ Adepará em Ação

Com vistas a fazer do Pará um estado 100% livre de aftosa a região

oeste, linha de fronteira com o estado do Amazonas o Estado passou a integra ar a chamada “Zona e Proteção”, quanto aos cuidados a serem seguidos no combate a febre aftosa. Diante da parceria, confirmou-se o calendário unificado de vacinação contra febre aftosa. A vacinção, que começou no último dia 15, se estenderá até o dia 30 de abril na referida área de divisa.

Os servidores da Adepará vão realizar a vacinação assistida em aproximadamente 400 proprie-dades dos municípios de Faro,

Terra Santa e parte de Juruti, em aproximadamente 29.401 bovídeos. As propriedades selecionadas foram identificadas durante ação da Adepará, ainda no primeiro trimestre de 2012, por onde ocorre o trânsito entre áreas de várzea e terra firme.

Antes do início da vacinação assistida, ações de educação sanitária foram realizadas, a fim de informar aos produtores da região sobre a unificação do calendário de vacinação entre os estados do Pará e do Amazonas. “Os produtores estão conscientes sobre o compromisso de realizar esta vacinação conjunta”, disse o fiscal estadual agropecuário

e médico veterinário, Elton Bandeira Tóda.

O processo de ampliação da zona livre de febre aftosa consolidou a criação da “zona de proteção” entre o Pará e os estados do Amapá e Amazonas. Fazem parte dessa zona de proteção” , os municípios de Afuá, Breves, Faro, Gurupá, Melgaço, Terra Santa, partes do município de Chaves localizadas na região de Croarí e ainda as lhas deste município, além da região localizada à margem esquerda do Paraná e, por fim, toda a região do rio Mamurú, na divisa com o Amazonas.

Adepará em Ação ◉ 29

O calendário de vacinação contra a febre aftosa da área indígena

acompanha o calendário anual do mês de maio e novembro, portanto, devido à inadimplência de atraso com a segunda etapa de 2012, ou seja, a vacinação de novembro, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) realizou no período de fevereiro a março, a vacinação

do rebanho da tribo Munduruku, localizado no município de Jacareacanga, sudoeste paraense (área livre de febre aftosa com vacinação). As 25 aldeias indígenas ficam em uma área de aproximad-amente 2 milhões de hectares, na divisa do Pará com os estados do Mato Grosso e Amazonas. Uma área de difícil acesso.

Dos 292 bovinos, 165 foram vacinados. Esse processo teve

o acompanhamento do agente fiscal da Adepará, Aprígio Lins Filho e do coordenador de campo da Fundação Nacional do Índio (Funai), José Artur.

De acordo com o agente fiscal, a Funai não tinha feito a notifi-cação de vacinação, porém, a Adepará constatou que o rebanho da região não tinha participado da segunda etapa contra a febre aftosa. Além da vacinação, os índios receberam orientações de educação sanitária.

Aprígio Lins da Adepará e o coordenador de campo da Funai, José Artur, com índios Munduruku

30 ◉ Adepará em Ação

O governador do Amapá, Camilo Capiberibe, estará em Belém no dia 8

de maio para assinar uma série de convênios e termos de cooperação técnica propostos pelo Governo do Pará. Várias ações já estão sendo articuladas por agentes do governo do Estado. Somente o secretário especial de Desenvolvi-mento Econômico e Incentivo à Produção, Sidney Rosa, já esteve duas vezes no Estado vizinho para

tratar de assuntos em comum. A primeira foi em 2011; no último dia 4 de abril, ele esteve reunido com duas comissões estaduais, com a presença de Capiberibe.

O mais imediato dos acordos é o que diz respeito à defesa animal. Acompanhando o secretário, para tratar do assunto, esteve o diretor executivo da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Mário Moreira, que levou consigo ainda dois diretores técnicos. O Pará aguarda um certificado definitivo de área livre da aftosa, a ser emitido pelo Ministério da Agricultura ainda este ano.

As 20 milhões de cabeça de gado do rebanho paraense são, de certa forma, ameaçadas por menos de 30 mil cabeças do rebanho amapaense. Pelas regras da certificação, não basta o Estado ser livre e vacinar o rebanho. Territórios vizinhos não podem ameaçar a segurança animal do rebanho certificado.

“Ano passado, a Adepará recolheu amostras de sangue de milhares de animais em vários pontos do Estado para garantir a segurança contra a aftosa, mas o órgão tem um gasto mensal de

mais de R$ 200 mil com a vigilância na contracosta do Marajó e no Vale do Jari, que são limítrofes com o Amapá. Por este convênio, a Adepará vai dar assistência técnica à Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Diagro), do Amapá, para controle da aftosa naquele Estado”, informou Sidney Rosa.

A comitiva institucional reuniu representantes do setor produtivo paraense no encontro com o governador Capiberibe. O Termo de Cooperação Técnica em torno da defesa compartilhada entre os Estados vizinhos tem como objetivo também o monitora-mento de pragas e o trânsito de animais e vegetais ao longo das fronteiras interestaduais. Além da aftosa, outro foco é dado à Mosca da Carambola.

CERTIFICAÇÃO

O diretor da Adepará, Mário Moreira, ressaltou que repre-sentantes do Ministério da Agricultura têm interesse em participar da agenda entre os dois Estados. “Esta é uma ótima

Governador do Estado do Amapá, Camilo Capiberibe, visitará Belém no mês de maio para fi rmar parceria proposta pelo governador do Pará, Simão Jatene

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oportunidade para fortalecermos a defesa agropecuária e as ações conjuntas”, disse, mencionando o árduo e exitoso trabalho em torno da erradicação da Mosca da Carambola em 2012 e 2013 e do combate à febre aftosa no Pará, o que elevará o status sanitário do Estado para livre de aftosa com vacinação em todo o território paraense, devidamente certificado até maio.

Ele ressaltou ainda que a união de forças aliada a experiência acumulada no Pará, promoverá o alcance de metas ainda para 2013, no que diz respeito à mudança de status para médio risco ao Estado do Amapá. “Diante dos resultados positivos no Pará, é importante que as fronteiras sejam monito-radas para impedir o trânsito livre de animais e vegetais sem a devida certificação”, observou o diretor da Adepará.

Atualmente, o Amapá e os estados do Amazonas e Roraima têm status de alto risco. O Amazonas, porém, confirmou o diretor da Adepará, Mário Moreira, que esta à frente da direção regional do Fórum Nacional de Sanidade Agropecuária (Fonesa) e trabalha para que, até o fim do ano, esteja com status de médio risco. “Precisamos garantir a eficiência do Programa Nacional de Erradicação da Mosca da Carambola (Pnefa) e o trânsito de animais saudáveis entre os Estados da região Norte. Temos que aproximar as ações de defesa. É importante para a economia dos governos estaduais e para economia nacional”, completou.

PARCERIAS

Entre os objetos que funda-mentam o Termo de Cooperação ressaltam-se a execução plena de programas sanitários do Ministério da Agricultura e a aplicação de medidas técnicas,

administrativas, estruturais, operacionais e de gerenciamento, principalmente na área de divisa entre os Estados, em especial a estruturação e reestruturação dos Serviços de Atenção Veter-inária e Agronômica das agências envolvidas.

Segundo o chefe da Defesa Agropecuária da Superin-tendência Federal de Agricultura no Pará, Milton Cunha, é preciso ter um nivelamento da região como um todo, portanto, é salutar para todos que a parceria se confirme. “Podemos, de imediato, contribuir com as etapas que não exigem custos e, sim, troca de experiência, princi-palmente no que tange à elabo-ração de normas, procedimentos e formulários e demais situações oriundas de experiências acumu-ladas”, afirmou.

Para o governador Camilo Capiberibe, a proposta de defesa compartilhada é uma possi-bilidade, mas, segundo ele, é necessário que os Estados vizinhos entrem em consenso com relação a outras questões que se fundamentam, de forma também compartilhada. Um exemplo é a saúde pública do Amapá, que atende parcela signif-icativa da população paraense,

principalmente a residente em municípios da Ilha do Marajó. O governador observou a necessidade de avançar em torno da pactuação da saúde entre os Estados. “É uma via de mão dupla que precisa ser reavaliada urgentemente”, declarou.

O secretário Sidney Rosa lembrou que várias são as ações conjuntas entre os Estados que hoje estão ativas, e que essa aproximação tem de se estender em vários segmentos para garantir soluções a problemas comuns aos Estados vizinhos. Ele aproveitou para informar sobre ações do Governo do Pará na Ilha do Marajó, que contribuirão para ambos os Estados. Sidney Rosa afirmou que o Pará vai fechar convênio de troca de assistência médica, e que esse convênio será assinado pelo governador Simão Jatene no Amapá em maio.

O titular da Sedip ressaltou ainda que a parceria entre os dois Estados deve se consolidar e crescer. “Trabalhamos na perspectiva de que, se é bom para o Amapá, é bom para o Pará, e vice-versa. Afinal, somos Estados irmãos, separados apenas por rios, que na verdade mais nos unem do que separam”, ressaltou o secretário.

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A certificação de status de livre de febre aftosa com vacinação, prevista para

o mês de maio, é um exemplo do sucesso da parceria firmada entre Agência de Defesa Agropecuária (Adepará) e Superintendência Federal de Agricultura no Pará (SFA/PA/Mapa) no trabalho de defesa animal e vegetal, principal-mente nos últimos dois anos.

“Falar na parceria entre as instituições, é falar em união para alcançar sucesso em torno da busca pelo status de livre de aftosa, por exemplo. Se não fosse o trabalho desenvolvido pela Adepará, seria difícil para o Estado erradicar pragas e outras doenças. Adepará sem dúvida é um dos órgãos que vem ganhando

destaque ao longo dos tempos!”, ressaltou o superintendente da SFA, Andrei Castro.

Esta é uma parceria, que em 2011, gerou um convênio estimado em mais de R$60 milhões para ser investido em políticas públicas na área da defesa agropecuária por um período de quatro anos, ou seja, até o ano de 2015. Desse total, o Mapa já repassou à Adepará cerca de R$ 20 milhões entre os anos de 2011 e 2012, distribuídos em aproxi-madamente R$ 3,3 milhões para a área vegetal e R$ 17 milhões para animal. Para 2013, está previsto só para a área animal um repasse de R$ 8,5 milhões, principalmente direcionados no combate à febre aftosa, na busca pela certificação

nacional e reconhecimento internacional.

Recurso bem investido, revertido em ações que possi-bilitaram intensificar o trabalho em prol do setor; que contribuiu com aquisição de veículos e eletrodomésticos; investi-mentos nos postos de fiscali-zação agropecuária; capacitação dos servidores; modernização dos serviços prestados, como a emissão online dos Guias de Trânsito Animal e Vegetal (GTA / GTV) entre outras medidas. “Todas as medidas contribuíram para agregar valor aos produtos paraenses, afinal, as áreas de vigilância animal e vegetal são importantes para a economia estadual”, explicou o diretor da

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Adepará, Mário Moreira.“Quando assumimos, a

Adepará praticamente era uma ilha, não tinha relacionamento com os demais órgãos do setor produtivo. Hoje quase se confunde SFA e Adepará, é uma integração total e o resultado aparece. Sempre prego a união no trabalho, é o segredo do sucesso!”, reforçou o diretor da Adepará.

Segundo o chefe de Defesa Agropecuária do SFA, engen-heiro agrônomo Milton Cunha, que atua há mais de 10 anos como fiscal federal, os órgãos assumem funções complementares na cadeia produtiva da agricultura. “A SFA coordena o processo dos programas do Governo Federal, fiscalizando e reali-zando auditorias dos convênios firmados e a Adepará executa as atividades de defesa”, declarou.

Cunha destacou na parceria o trabalho intensivo na defesa animal, que hoje coloca o Pará como o 5º maior rebanho do Brasil e ocupa a 4ª posição com relação ao rebanho de abate - dos 292 milhões de bovinos, 19 milhões são do Pará. Também ressalta a importância de se pensar, a partir do reconhecimento internacional, habilitar produtos agropecuários para mercados internacionais estratégicos.

“Somos instituições comple-mentares, a gente não sabe onde começa e nem termina o trabalho nessa parceria. A proximidade possibilitou a caracterização, principalmente na área de defesa animal, avançamos muito; na vegetal ainda temos de fortalecer o filtro sanitário nas barreiras. Mas podemos avançar cada vez mais, o foco agora é trabalhar o modelo proativo, antecipar os problemas”, pontuou.

Adepará repassa VEÍCULOS para o interior

Como contrapartida de convênio com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) recebeu em fevereiro do corrente ano, mais 15 veículos tracionados e 10 motos para atender as ações de continuidade da defesa vegetal e animal. Os veículos foram repassados para as gerências de defesa agropecuária nos municípios de Tucuruí (1), Altamira (2), Tucumã (2), Itaituba (1), Redenção (2), São Geraldo (2), Novo Progresso (2), Marabá (2) e Xinguara (1). Glaucio Antônio Rocha Galindo, da Gerência de Defesa Animal da Adepará informou que em 2012 outras 26 caminhonetes com tração nas quatro rodas foram repassadas pelo convênio.

Tais investimentos totalizam 1,5 milhão, desta vez, com foco na manutenção do status internacional de “livre” com relação à febre aftosa. O recurso é mais um montante do convênio do Governo do Estado do Pará com o Mapa para a defesa animal, cujo valor em 2012, foi de R$ 7.350.784,00. Em relação a esse convênio, a contrapartida estadual foi de R$ 735.078,40, o equiv-alente a 10%.

Para o diretor geral da Adepará, Mário Moreira, o compro-misso do Governo do Estado, os esforços da Agência de Defesa, os investimentos e as parcerias firmadas fazem com que hoje a defesa agropecuária do Pará seja uma referência nacional. “Estamos avançando e destacando as ações de defesa animal e vegetal do Pará nos cenários nacional e internacional”, declarou Mário.

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O Laboratório Nacional Agropecuário no Pará (Lanagro/PA) reuniu

colaboradores e as instituições parceiras para comemorar os 30 anos de fundação da unidade, a inauguração do laboratório de resíduos e contaminantes e o recebimento da certifi-cação de qualidade emitida pelo Instituto Nacional de Metro-logia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), em outubro de 2012, o ISO 17025, norma mundial de excelência em laboratórios.

“A conquista tornou o Lanagro/PA a primeira unidade pública da região Norte com certi-ficação internacional, um avanço para o setor agropecuário, que confere ainda mais credibilidade, confiabilidade e qualidade aos exames emitidos pelo laboratório. Não existe nada melhor do que a certeza do dever cumprido. Agora é manter o titulo”, comemorou o coordenador da unidade, o fiscal federal Airton Nogueira. A concessão da acreditação vale por três anos e o Inmetro mantém uma fiscalização constante da unidade.

“Isso é fundamental para nós, um orgulho para o Pará e Brasil,

pois o laboratório é responsável por tudo no que toca a sanidade agropecuária. Um mérito do senhor Airton Nogueira, um profissional apaixonado que transformou em realidade o sonho de uma vida: transformar o laboratório num dos melhores do mundo a partir do comprometi-mento!”, parabenizou o diretor da Agência de Defesa Agropecuária (Adepará), Mário Moreira.

A cerimônia realizada no mês de março homenageou a Adepará e demais órgãos ligados ao instituto pela parceria firmada ao longo dos anos. O engen-heiro agrônomo da Agência de Defesa, Carlos Benjamim, reiterou a importância da certifi-cação para o setor agropecuário, principalmente nesta fase em que o Governo trabalha para alcançar o status de área livre de aftosa com vacinação. “Possuir este título significa a conquista de um importante diferencial, um respaldo a mais nos exames entregues, principalmente agora que estamos a alguns passos de receber o certificado de 100% livre de febre aftosa”, frisou o engenheiro.

O evento contou ainda com a presença dos diretores das unidades que compõe à Rede Oficial de Laboratórios subor-dinada à Coordenação Geral de Apoio Laboratorial (CGAL), vinculada à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). “A acredi-tação junto às instituições inter-nacionalmente constituídas torna-se obrigatória. É sinônimo de rigor e profissionalismo, recon-hecido na competência técnica dos seus recursos humanos, equipamentos, métodos, insta-lações e procedimentos laborato-riais necessários para emitir resul-tados, que cumprem os requisitos dos clientes e os requisitos de boas práticas aplicáveis”, esclareceu o coordenador geral da Rede, Ernesto Veiga.

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Com programas e políticas relacionados à segurança alimentar e nutricional

no país, a Companhia Nacional de Abastecimento no Pará (Conab/PA) tem aprimorado e conseguido alcançar significativos saltos de qualidade e agilidade nos serviços prestados. A Companhia tem priorizado ações de plane-jamento na cadeia produtiva dos alimentos, acompanhando a trajetória da produção agrícola desde o planejamento do plantio até chegar à mesa do consumidor, segundo informou o titular da Superintendência no Estado, Moacir Cruz.

“Prever safras, prover estoques, escoar produção, distribuir alimentos, regular preços, harmonizar oferta e procura de produtos, nada disso se faz de forma adequada sem o devido planejamento. Tudo isso consciente de sua respon-sabilidade com o abastecimento alimentar da população brasileira e seguindo as diretrizes governa-mentais, contribuindo na decisão do agricultor na hora de plantar, colher e armazenar e seguindo até a distribuição do produto no mercado”, esclareceu.

Para o superintendente, a parceria com as inúmeras insti-tuições ligadas a agricultura, entre elas, a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), tem sido fundamental, pois permitiu avanços e superação, apesar das dificuldades relacio-nadas a recursos e execução de projetos. “A parceria com a Adepará tem um papel importante de cooperação e de mobilização, de modo que Agência difunde os trabalhos realizados e possibilita

o acesso à informação”, pontuou.“Temos uma integração total.

A relação entre o superintendente e eu é de troca de experiência e de ideias. Estamos juntos para fortalecer o setor agropecuário”, acrescentou o diretor da Adepará, Mário Moreira.

A instituição executa o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), em que o Governo compra a produção da agricultura familiar a preços adequados-de forma descom-plicada e sem intermediários, para superar o maior desafio para os agricultores familiares: vender a produção a preços compatíveis com o mercado. Para isso, trabalha por meio das modalidades compra da agricultura familiar para formação de estoques e compra com doação simultânea.

Na modalidade formação de estoque, o Governo ajuda as cooperativas para que formem seus próprios estoques no período de safra, quando os preços estão muito baixos, enquanto que, na doação simultânea as entidades preparam a proposta de venda, discutem os preços propostos junto a Conab, e definem os grupos que serão beneficiados pela doação simultânea.

Em 2012, na formação de estoque, foram formalizadas 5 propostas num montante de R$1.092.268,16 para armazenar cerca de 440 toneladas de produtos como polpas de frutas, castanha e cacau, nas regiões da Transamazônica, Alto Xingu e Baixo Tocantins. Já na doação simultânea, no mesmo ano, foram formalizadas 54 propostas, com uma cesta diversificada de produtos, incluindo produtos

regionais, como mel, frutas, grãos, verduras, polpas, resultando um montante de R$ 7.637.982,03 e um total de 3.280 toneladas de produtos a serem entregues em doação para um público de mais de 300 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Ainda em 2012, a Conab realizou a distribuição de cerca de 79 mil cestas de alimentos para mais de 41 mil famílias, provenientes do Ministério de Desenvolvi-mento Social e disponibilizadas nas Unidades Armazenadoras da Conab em Ananindeua, Marabá e Santarém.

“Esperamos que nos próximos anos os avanços na agricultura permitam superar as dificuldade e democratizar a participação rural de modo efetivo, os esforços estão sendo realizados, como o PAA que produz números positivos, inclui novos produtores e possi-bilita crescimento e garantia de alimentação e renda de muitas famílias”, argumentou o super-intendente sobre as ações em andamento para democratização e participação do produtor rural nas políticas públicas voltadas para a área.

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O queijo do Marajó é o primeiro produto artesanal do Pará a ter um protocolo de produção que permitirá sua comercialização em todo o terri-tório nacional. O documento, concluído em dezembro do ano passado, foi entregue para o super-intendente federal de Agricultura, no Pará, Andrei Castro, para que envie para análise e aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por ocasião da cerimônia realizada no dia 06 de março, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia.

O momento foi consid-erado histórico pelos queijeiros marajoaras, que há muito tempo lutam pela certificação do produto que tem valor histórico, econômico, social e cultural para a região. O protocolo de produção do queijo do Marajó foi elaborado por técnicos da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e Serviço

Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (Sebrae). A aprovação do Mapa deverá sair até o fim deste ano.

O secretário de Estado de Agricultura, Hildegardo Nunes, destacou o ineditismo do protocolo que foi o projeto piloto no Brasil e será referência para a regularização da produção artesanal brasileira. Os produ-tores também participaram da elaboração do protocolo na base do diálogo e negociação. “É preciso entender a realidade do mundo rural e mudar as regras estabelecidas porque a sociedade também mudou”, disse Hilde-gardo. O secretário lembrou ainda a influência da decisão política do governador Simão Jatene, que resultou na aprovação, pela Assembleia Legislativa do Pará, em 2011, da lei estadual que normatiza a produção artesanal animal e vegetal.

O diretor geral da Agência de Defesa Agrocpecuária do Pará (Adepará), Mario Moreira,

ressaltou que a criação do registro tira os produtos artesanais da clandestinidade e legaliza a sua venda em todo o Pará. Para isso os produtores devem se cadastrar na agência de seus municípios e iniciar o processo de habili-tação, que dura cerca de 30 dias: “daremos agilidade ao processo para que o produtor tenha o registro do produto o mais breve possível”, disse Mário Moreira.

O primeiro registro foi entregue ao produtor Carlos Augusto Gouveia, da fazenda Mironga, em Soure, que recebeu o certificado durante a solenidade. Foi feita também a entrega simbólica de certificados para produtores que fizeram o curso de Manipulação de Alimentos ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

O queijeiro Wilson Nasci-mento, de Salvaterra, espera pela aprovação do protocolo do queijo do Marajó para aumentar as vendas e investir no melhora-mento do rebanho. “Há muito

Produção

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tempo esperamos por esse selo para vender em outras regiões e expandirmos nossos negócios”, disse o produtor. Para o presi-dente da Associação Paraense dos Criadores de Búfalos, Roberto Fonseca, “sair da clandestinidade era um sonho antigo. Agora vamos lutar pela certificação geográfica do queijo e a certificação orgânica da carne de búfalo para alavancar a economia do Marajó”, declarou.

O queijo do Marajó abriu caminho para a sequência de produtos artesanais a serem certi-ficados no Estado do Pará. Com o cumprimento das exigências necessárias, o produto artesanal pode agora ultrapassar fronteiras do Estado e ganhar mercado interno e externo.

A certificação descreve o processo produtivo a ser seguido e estabelece normas para os produtores. No caso do queijo do Marajó, o caminho passa pela qualidade da água; processo de ordenha de animais; condições de higiene do local de produção; manuseio adequado; armazena-mento, transporte e segurança alimentar.

O protocolo visa regularizar

o queijo do Marajó e colocar em prática o dispositivo da Lei Estadual de Produtos Artesanais, nº 7.565, de outubro de 2011. Com a devida adequação, o produtor recebe o selo de origem para que o produto seja identi-ficado geograficamente.

Até então, os produtores podiam vender o queijo apenas em seus municípios. Agora, aqueles que fizerem o pedido formal na Agência de Defesa Agropecuária do Pará e cumprirem as normas estabelecidas pelo Estado passam a ter a permissão de comercializar o queijo em outras cidades do Pará. O novo protocolo legaliza o produto e amplia o mercado de comercialização para todo o terri-tório nacional.

O queijo do Marajó é um piloto para a mudança na legis-lação. O caminho está aberto e estudos de novos protocolos já estão sendo feito também para o tucupi, farinha de mandioca e jambu, entre outros.

O Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por exemplo, se empenha na organização dos cursos e oficinas de formação;

A Agência de Defesa Agropecuária do Pará é respon-sável por receber os pedidos de registro e certificação e repassar as orientações necessárias para cada negócio

“Antes a ausência de documento era um entrave para os produtores rurais no Pará, agora tudo muda, fica mais fácil. Com certeza muitas comunidades terão sua economia movimentada e a população terá melhor expec-tativa de vida”, declarou Mário Moreira.

Sálvio Freire, diretor opera-cional da Adepará explicou que “a agência de defesa terá um papel fundamental de legali-zação e regularização de todos os estabelecimentos que têm produção artesanal. O queijo do Marajó é apenas o primeiro. Vamos trabalhar na montagem de agendas de trabalho para garantir a certificação e a legalização o mais rápido possível”. (Com infor-mações da Agência Pará de Notícias)

A primeira certificação estadual veio de uma fazenda tradicional do município de Soure, de pequeno porte. Possuidora de 86 hectares e com 40 vacas em lactação, a fazenda Mironga, conseguiu garantir uma produção na ordem de 1 tonelada por mês, cerca de 33 quilos por dia, o que rende cerca de 23 mil por mês, segundo Guto Gouveia, filho de

Carlos Augusto, mais conhecido como “Tonga”, que faz parte da quarta geração de produtores de queijo do Marajó, nesta fazenda. “Nossa objetivo, agora, com o registro e certificação é expandir, aumentar a produtividade leiteira e a produção de queijo, ganhar mercado, pensar em parcerias. Meu sonho é ver esse queijo sendo comercializado em todas as regiões brasileiras”, enfatizou o administrador da fazenda.

“O queijo possui uma importância histórica para nós marajoaras e também paraenses”,

declarou Guto Gouveia. Ele explicou que o queijo do Marajó é o 1º produto lácteo, genuinamente paraense, feito 100% com leite de búfalo. “É um produto artesanal antigo, produzido há mais de 200 anos, mas antes era feito com leite de boi hoje, com leite de búfalo”, comentou Guto. Segundo o empreendedor, o produto apresenta melhor rendimento em função das condições climáticas. “O leite e os subprodutos do leite de búfalo se adaptam melhor ao ambiente rústico, onde as bactérias presentes que provocam

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a fermentação coagulam o leite de forma espontânea, o que oferece peculiaridades positivas ao produto”, finalizou.

O queijo do Marajó é consid-erado um produto com sabor amazônida que integra a admirada gastronomia paraense. Segundo Guto, o mestre queijeiro Bruno Cabral, por exemplo, já participou de vários concursos com o queijo do Marajó (da fazenda), sob a alegação que possui uma consistência que reúne um misto de manteiga do nordeste com a consistência do queijo Polenguinho.

A certificação viabilizará o beneficiamento dos produtos artesanais e como consequência, promoverá qualidade de vida para a família do pequeno produtor.

Hoje, em Soure, o litro do leito é vendido a R$ 1,70, agregando valor, passa a valer R$ 3,40. No município de Cachoeira do Arari,

custa R$ 1, com o beneficiamento, famílias terão maior possibilidade de fonte de renda.

Guto explicou que na safra, com uma produção de 1,5 tonelada ao mês é possível gerar até 700 empregos diretos, e cada um pode ter uma renda mensal (projeção per capta) superior a R$ 1,2 mil.

“A certificação é sem dúvida um instrumento anti-pobreza, pois agrega valor a matéria prima; valoriza o principal produto que o búfalo fornece – o leite – e possi-bilita a produção verticalizada e ainda mantém as famílias no local de origem”, finalizou Guto Gouveia.

Para o engenheiro agrônomo Mário Tavares, a região do Marajó será um importante pólo produtor de queijo artesanal. Por enquanto, os municípios que se destacam são Soure, Salva Terra e Cachoeira do Arari, cujo número de

propriedades juntas, que possuem tradição na fabricação desse tipo de queijo, é de aproximadamente 50. A projeção para regularização ainda em 2013, segundo Adepará, é que no máximo 10 propriedades possam garantir a regularização do produto artesanal.

Os produtores, ao solicitar a regularização do produto artesanal devem cumprir etapas pré-estabelecidas referentes à instalações, equipamentos adequados e ao manuseio e boas práticas de fabricação. “Isso leva um tempo até que o produtor se adeque, mas, aos poucos as etapas são vencidas. Vale lembrar que produtores poderão solicitar a regularização de seus produtos na cadeia artesanal, para tanto, devem procurar a unidade da Adepará no município de origem”, declarou Mário Tavares, do setor de produtos artesanais da Adepará.

A certificação dos produtos agropecuários faz toda diferença no mercado interno e externo, pois representa a garantia de oferta de um produto alimentar de qualidade. Um processo que permite ampliar mercados, expandir vendas, gerar riquezas para o agronegócio, diferenciar e qualificar os produtos, além de estabelecer uma relação de confiabilidade com o consumidor atento às normas sanitárias e ambientais.

No Pará, a Adepará é a insti-tuição responsável pela certifi-cação de origem e qualidade dos produtos agropecuários, entre eles, o queijo do Marajó; camarão

salgado, produtos lácteos, derivados de carne, derivados da mandioca, polpa de frutas: açaí e cupuaçu, legumes, hortaliças e frutas. Os produtos devem ser padronizados para poder receber registro. Segundo Mário Moreira, diretor geral da Adepará, assim que o produtor inicia o processo de registro na Agência, tem um prazo de 30 dias para que as etapas sejam cumpridas.

O registro tira os produtores artesanais da clandestinidade e legaliza a sua venda em todo o Pará. Para isso, o produtor deve fazer cadastro na agência de seu município, atendendo a itens como produção, equipamentos,

higiene, controle de saúde dos trabalhadores e dos animais, entre outros.

Os interessados devem estar munidos com os documentos de identificação pessoal e específicos disponíveis no site.

Além da Adepará, a comissão estadual de padronização é composta pelas instituições Anvisa; Aeapa; Ceplac; Sepaq; Sfa/Pa; Emater/Pa; Embrapa/Amazônia Oriental; Faepa; Fetagri; Fiepa; Sagri; Sema; Sespa; Sesma; Sindfrutas; Sebrae/Pa; Ufra; Uepa; Ufpa/Poema/Fadesp; Pas/Senai e Ada.

Confira as etapas do cadastro artesanal no site da Adepará!

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Em abril aconteceu expedição técnica organizada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), com apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), a queijarias da ilha do Marajó. Na viagem, agricul-tores familiares de Almeirim, no oeste paraense, conheceram a produção marajoara, para garantir mais qualidade ao produto que, em muitos casos, garante a subsistência de famílias inteiras.

"É uma responsabilidade trabalhar com um alimento. Temos de trabalhar direito para garantir a qualidade da produção. É agregando valor ao nosso queijo que conquistaremos o mercado e seremos reconhecidos”, disse o dono do sítio Bom Jesus, na comunidade Jabuti, em Cachoeira do Arari, Prudêncio Paixão, que recepcionou os dez agricultores familiares de Almerim partici-pantes da excursão técnica.

Na queijaria do Prudencinho, como ele é conhecido, na época da safra a produção chega a até 100 quilos de queijo. Ele compra até 500 litros de leite de

búfala de produtores da região. Com uma miniagroindústria, a família Paixão tem buscado a tão sonhada certificação. Ainda em processo de adequação às normas sanitárias, Prudêncio está atento às indicações das autoridades no assunto.

Visitaram também a primeira queijaria marajoara, a Produtos Alimentares Mironga, no município de Soure que recebeu do governo do Estado certifi-cação por meio da lei estadual que regulamenta a comercialização de produtos artesanais, seja de origem animal ou vegetal.

Segundo Elinaldo Silva, técnico agrícola, cerca de 500 produtores, das 724 propriedades pecuárias do município, vivem desta atividade. “A população bubalina ultrapassa a bovina, temos mais de 30 mil cabeças de búfalo. Assim, tínhamos de encontrar uma maneira de adequar essa produção e oportunizar, quem sabe, uma certificação para os nossos produtores”, disse o técnico.

Para a médica veterinária Maria Onilse Ribeiro, da Coorde-nadoria de Operações da Emater, o cronograma de atividades e visitas no Marajó ofereceu aos produtores de Almeirim noções da estrutura e funcionamento das queijarias artesanais, inclusive da que já tem registro e daquelas que estão em fase de adequação à lei estadual.

“Somente tendo acesso às informações da Emater, Adepará e dos produtores marajoaras, será possível promover a mudança na mentalidade do produtor de Almeirim, e assim ajudá-lo a ter condições de produzir um produto artesanal de qualidade. Essa troca de experiências é muito importante”, frisou a veterinária. Fonte: Emater

Produção

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A Agência de Defesa Agropecuária (Adepará) vai levar internet a mais

de 80 localidades até o fim do ano para ampliar os serviços já reali-zados pela agência e, principal-mente facilitar a vida do produtor rural com a informatização de todos os escritórios vinculados, especificamente os localizados em áreas longínquas, de difícil comunicação.

Para interligar e informatizar todo o Estado, a Adepará assinou no mês de abril um convênio no valor de R$ 3,5 milhões com empresa de telefonia Oi, vencedora da licitação, para levar pontos de internet por meio de

cobertura via satélite às locali-dades onde o serviço disponibi-lizado pelo programa Navegapará, do Processamento de Dados do Estado do Pará (Prodepa), não alcança em virtude de questões estruturais, físicas e geográficas.

“Assinamos contrato com a empresa de telefonia para complementarmos os serviços de internet já disponibilizados pelo Prodepa, Buscamos duas alternativas para informatizar a Adepará no Estado todo, para assim efetivamente dar à agência a capilaridade na questão da infor-matização da emissão eletrônica da Guia de Trânsito Animal, por exemplo”, explicou o diretor

operacional, Sálvio Freire.O projeto será implantado num

nível de prioridades, atendendo escritórios com uma posição estratégica na defesa agropecuária, como grande movimentação de rebanho e posição sanitária, junto à Gerência de Tecnologia de Infor-mação da Adepará no período de 2 anos. A estimativa é que até o fim do ano mais de 80 localidades sejam contempladas e outras 99 no período de dois anos, totali-zando 179 lugares atendidos até o fim do contrato, entre os serviços da Oi e Prodepa. “Vamos levar internet de ponta aos escritórios onde temos uma importância estratégica. Inicialmente, todo o

Mais de 100 localidades serão beneficiadas com ponto de

internet. É um esforço da Adepará em modernizar o serviço de

atendimento para fortalecer o trabalho de defesa agropecuária no

Estado.

Tecnologia

Adepará em Ação ◉ 41

sul do Pará será contemplado e no decorrer do contrato todos os escritórios”, frisou Freire.

“Aos poucos o processo manual dará lugar à moderni-zação, possibilitando qualidade nos serviços prestados ao produtor rural, contribuindo para desenvolvimento do setor agropecuário. Estamos utilizando a tecnologia a favor do povo!”, comemorou o diretor geral da Adepará, Mário Moreira.

A interligação dos escritórios vai permitir ainda a eficácia do Sistema Integrado de Comuni-cação Interna (Sici) - ferramenta web dedicada ao transpasse de informações internas da insti-tuição. Este canal ampliará e facilitará a divulgação interna dos serviços e produtos já realizados e viabilizará outros para intensificar o trabalho de defesa agropecuária nos quatro cantos do Estado.

Também contribuirá para ampliar a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTA), que

teve um aumento significativo nos últimos dois anos. Só no primeiro trimestre de 2013 foram emitidas 79 mil guias contra 25 mil no mesmo período do ano passado, levando a agência a integrar a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA) do Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), passo importante para atestar a credi-bilidade das ações de defesa agropecuária no Estado. Além disso, a partir da segunda quinzena de abril o Pará será o primeiro estado brasileiro a contar com o serviço de GTA via web, em que a guia passa a ser emitida direta-mente pelo produtor por meio do sistema online. A ação vai começar com as empresas expor-tadoras de gado em pé na região do Baixo Tocantins.

“Está sendo realizada uma reformulação da padronização do atendimento, vamos igualar o serviço a de multinacionais de sucesso com o intuito de

integralizar a Agência, democra-tizar informações e oportunizar mais agilidade quanto às ações estratégicas da instituição. Entre as metas está a redução das distâncias, anular entraves, reduzir custos e tempo na comunicação e operacionalização de ações específicas, com os devidos resguardos das diretrizes e estra-tégias internas”, garantiu o gerente da Getec, Carlos Rodrigues.

Lembrou que a informati-zação foi possível por meio de uma série de ações realizadas nos últimos meses, entre elas, a parceria com o Prodepa, qualifi-cação dos servidores, instalação de uma infraestrutura adequada nas gerências regionais e a consol-idação do Sistema de Integração Agropecuária – Siapec, como principal ferramenta agregadora de informações cadastrais e emissora de documentos de trânsito agropecuário.

Tecnologia

42 ◉ Adepará em Ação◉ Adepará em Ação42

com o Prodepa; adquirimos um sistema chamado “Siapec”, que permitiu migrar (do papel para o sistema) um cadastro de 110 mil propriedades e todas as referidas informações. Hoje, somos bem avaliados e somos referência nacional para outras agencias de defesa, inclusive na área da tecnologia da informação.

Mário Moreira, qual o valor do investimento inicial?

R$ 400 mil só de imediato. Estamos à frente. Hoje somos referência, somo ágeis e estamos nos preparando para ser ainda mais. Somos, por exemplo, um dos únicos três estados brasileiros que emite GTA’s eletrônicas. Agora estamos criando o GED – Gerência Eletrônica de Documentos permitirá que o público da Adepará tenha mais agilidade e que o servidor tenha mais dinamismo. Na verdade, essa ferramenta eliminará o “documento de gaveta”.

É possível usar a tecnologia em favor do respeito ao dinheiro público e em prol da redução de gastos?

Sim, por exemplo, em breve os veículos da Adepará serão rastreados por satélite e terão chips de controle de combustível.

Encontrou resistência para

Mário Moreira, quando assumiu a gestão da Adepará, qual era a capacidade tecnológica da Instituição?

Assim que assumi a Adepará, a Tecnologia da Informação estava estática, parada. Aqui tudo estava atrasado, nada era entregue em tempo. Tudo funcionava na “era da pedra”. Nossa avaliação era ruim junto ao Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Antes a Guia de Trânsito, por exemplo, era manual. Lembro-me bem do susto ao confirmar um passivo de 500 mil GTA’s por digitar. Não tínhamos como avançar. Tomei a decisão de mudar urgentemente.

O que foi preciso fazer no setor da Informática?

Tomar a decisão de informatizar, de modernizar. Para isso, foi preciso direcionar recursos, investir, trazer novos profissionais, reunir profissionais que estavam espalhados. Tivemos que centrar esforços no processo de infor-matização para que outros setores pudessem melhorar os serviços oferecidos ao público da Adepará.

Compramos 300 novos computa-dores, 300 novas impressoras e nobreaks; instalamos internet na maioria das Ulsas (e o processo ainda continua); compramos servidores potentes; fizemos importante parceria

implantação de mudanças?

Toda mudança apresenta resistência. Muitos queriam que a Adepará contin-uasse na “era da pedra”, utilizando-se das vias manuais. Com a implatação do Siapec hábitos novos tiveram que ser incorporados a partir do eixo da transparência.

As ações da Adepará aliadas à Tecnlogia da Informação garantem resultados positivos?

Tudo muda, tudo melhora. Nós acreditamos na Tecnologia da Infor-mação. Eu sou um aficcionado pelo conhecimento e pelas novas tecnologias. O mundo passa por constante evolução; o mundo passa por transformações rápidas e quem não acompanhar vai ficar estático, parado e vai levar qualquer instituição ao colapso.

Com a tecnologia temos eficien-tização e apresentamos resultados. Atendemos bem, com transparência e mais agilidade. Migramos toda a base de dados para o sistema Siapec. Passamos a emitir GTAs eletrônicas e, aliados a muitas outras ações exitosas, a Adepará passou a ter maior credi-bilidade junto à população, junto ao Ministério e também junto a OIE. Certamente somos exemplo na área.

A TECNOLOGIA EM FAVOR DA GESTÃO PÚBLICAEntrevista Mário Moreira

Entrevista

Adepará em Ação ◉ 43

A agricultura e a pecuária estão transformando a economia no sul

do Pará. Diante do cenário que apresenta a necessidade de união de forças em torno do setor produtivo público-privado dia 22 de fevereiro, a I Agripec Araguaia, que reuniu no Parque de Exposições do município de Santana do Araguaia, mais de 500 representantes do setor produtivo. A região em questão, que reúne os municípios de Santana do Araguaia, Redenção, Conceição do Araguaia, Floresta, Santa Maria das Barreiras, Cumarú do Norte, se consolida como a nova fronteira agrícola do Estado do Pará.

Antes da abertura oficial da I Agripec , entretanto, autori-dades visitaram fazendas da região. O dia de campo permitiu o conhecimento do potencial agrícola; a identificação da tecno-logia e pesquisa empregadas; a

observação da colheita mecan-izada, o sistema de secagem e a capacidade de armazenamento; conhecer experimentos em torno dos estudos de 50 variedades de soja e 25 variedades de milho na região e ainda o experimentos acerca do melhoramento genético por meio do programa Girolando de Alta Qualidade da Fazenda Santa Bárbara.

A I Agripec Araguaia, firmou-se com a missão de levantar problemas e sugerir soluções para que represent-antes do setor produtivo público privado, juntos, tomem as decisões e as medidas necessárias ao desenvolvimento da região.

O diretor da Adepará afirmou que a região é a nova fronteira agrícola do Estado. “A região do sul do Estado possui potencial para produção de grãos. Santana hoje já planta 50 mil ha de grãos entre soja e milho. Para o próximo ano com certeza chegaremos

a 100 mil hectares e em cinco anos poderemos chegar a 300 mil hectares de produção de soja e milho. Um sonho antigo que pode se tornar realidade, não só de Santana, mais para os produ-tores de Santa Maria, Cumaru, Redenção, Floresta e Conceição do Araguaia”, declarou o diretor. “As pesquisas já estão avançadas na Fazenda Santa Bárbara, cerca de 50 variedades de soja e 20 variedades de milho já passaram por estudos e experimentação. Com certeza o sul do Pará será um importante pólo de produção de grãos que logo terá destaque nacional”, argumentou Mário Moreira.

“Aqui temos solo, temos clima, temos água e temos a integração lavoura pecuária, portanto temos todos os elementos para ter êxito na cadeia produtiva agrícola da região e no incremento da produção de grãos”, declarou Carlos Xavier, presidente da

EconomiaTRANSFORMANDO A ECONOMIA

44 ◉ Adepará em Ação

Faepa. Para Mário Moreira, a expectativa é atingir a marca de um milhão de toneladas ainda no fim de 2013. Ele informou que em 2012, a colheita no sul do Pará chegou 600 mil toneladas de soja.

Os representantes do setor produtivo confirmam. A área é atrativa e os produtos são compet-itivos. O mercado está aberto e a procura de produtos alimentícios de boa qualidade é grande por parte de países desenvolvidos e de grande contingente populacional, a exemplo da China.

O Pará possui uma localização privilegiada, maior proximidade dos países do hemisfério norte, além de possuir vantagens comparativas relacionadas aos portos e empresas nacionais e estrangeiras que estão se insta-lando no Estado, como as minera-doras de fosfato e de calcário.

Diante do cenário favorável a economia agropecuária, o Governo do Estado se empenha em adequar a logística para facilitar o escoamento da produção. “Estamos ajudando nesse processo de consolidação do pólo de desenvolvimento agrícola no sul do Estado”, disse o secretário de Agricultura Hildegardo Nunes.

“Sem dúvida nenhuma, o sul do Pará se constituirá como o pólo mais importante de produção de grãos, por isso é preciso garantir ações governamentais capazes de acompanhar essa evolução, tanto no apoio a infra estrutura como a área cultivada”, comentou o secretário.

Quanto a alternância entre lavoura e pecuária o secretário de Agricultura considera positiva para economia da região. “Uma não concorre com a outra e

sim complementa. Além da agricultura diversificar a base produtiva, ela não concorre com a pecuária e sim cria uma nova condição, ajudando a tecnificar e a intensificar a pecuária. A agricultura também contribui com a recuperação do solo em áreas desgastadas pelo uso ao longo do tempo. Isso contribui com a geração de emprego e renda e riqueza na região”, finalizou Hildegardo Nunes.

Economia

Adepará em Ação ◉ 45

O cenário da produção da soja no Brasil e no Pará é otimista

A soja (Glycinemax (L.) Merrill) é uma das mais impor-tantes culturas na economia mundial. Seus grãos são muito usados pela agroindústria, princi-palmente para produção de óleo vegetal e rações para alimentação animal, indústria química e de alimentos. Recentemente, vem crescendo também o uso como fonte alternativa de biocombus-tível. Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a expectativa é atingir, em 2013, pelo menos 587 mil toneladas de grãos, pois houve um aumento de área plantada de 59,3%.

A soja é tida como o produto

mais importante na pauta brasileira de exportações. A safra de 2010/2011, confirmou uma exportação de 29,1 milhões de toneladas do grão, corre-spondente a US$ 11,0 bilhões, segundo o divulgado pelo MDIC, Sistema Aliceweb.

O cenário é otimista para o Brasil. O país tem para onde e como crescer a sua produção. A projeção é de um crescimento de 40% até o ano de 2020. Nos Estados Unidos, atualmente o maior produtor mundial, o cresci-mento no mesmo período deverá ser no máximo de 15%. Com essa projeção, o Brasil atingirá a produção de mais de 105 milhões

de toneladas, quando será isolada-mente o maior produtor mundial dessa commodity.

No Brasil, o primeiro relato sobre o surgimento da soja por meio de seu cultivo é de 1882, no estado da Bahia. Em seguida, foi levada por imigrantes japoneses para São Paulo e somente em 1914, a soja foi introduzida no estado do Rio Grande do Sul

(Fonte: VENCATO et al., 2010).

A evolução da soja no Estado do Pará, se dá a partir do primeiro registro de produção de soja no Estado na safra de 1997/98, imediatamente após os primeiros resultados de pesquisa com soja na

Produção

46 ◉ Adepará em Ação

região realizados a partir de 1996 pela Embrapa Amazônia Oriental, em parceria com a Embrapa Soja, com o Governo do Estado do Pará, por meio de sua Secre-taria de Estado de Agricultura, prefeituras municipais de Parago-minas e de Redenção e com os sindicatos de produtores rurais destes municípios. As safras subsequentes foram marcadas por um decréscimo da área plantada e produção tendo como contribuição a pequena tradição agrícola da região e de produtores, os quais eram ligados à atividade de pecuária e madeireira.

O crescimento da área plantada e da produção somente ocorreu a partir da safra de 2001/2002, com redução apenas na safra 2006/07. Considerando as safras 2009/10

e 2010/2011, observa-se que o Pará apresentou o segundo maior incremento de área e produção de soja no Brasil com variação de 20,6 % e 35,2%, respectivamente.

Atualmente o Pará é o 14º produtor de soja do País. Em 2011, produziu 317.093 mil toneladas de soja em grãos, em uma lavoura cultivada de aproxi-madamente 106.018 hectares. “Nossa expectativa é atingir pelo menos 587 mil toneladas de grãos este ano, pois segundo o IBGE, houve aumento de área plantada de 59,3%, onde pode aguardar produções maiores, de 58,5%, quando comparadas a 2012 (370.398 t), por isso é importante todo o processo de conscienti-zação dos produtores que tem se mostrado parceiros em cumprir

a medida”, disse Ivaldo Santana, diretor técnico agropecuário e florestal da Adepará.

No estado do Pará, destacam-se as microrregiões de Parago-minas e de Santarém, como primeira e segunda maior produtora, com 62% e 25% da produção do Estado, respectiva-mente. Entretanto, o município de Paragominas foi o maior produtor do Estado, seguido pelo município de Santarém.

A microrregião de Conceição do Araguaia ocupa a terceira posição na produção de soja no Pará com 11%, destacando-se como maior produtor da micror-região o município de Santana do Araguaia.

Produção

Adepará em Ação ◉ 47

Encontro

As três Cartas que reunirão deliber-ações encaminhadas

durante encontros estaduais de Fiscalização e Seminários sobre Agrotóxicos (Enfisa), serão consolidadas em junho do corrente ano na cidade de Porto Velho, por ocasião da realização do Encontro Nacional. No dia 09 de abril, aconteceu o Enfisa, encontro que reuniu represent-antes da região Nordeste e em maio, na cidade de Florianópolis, acontece o Enfisa que reúne repre-sentantes das regiões Sul e Sudeste. A região Norte reuniu, em Belém, coordenadores dos programas de agrotóxicos dos estados do Pará, Amapá, Rondônia, Roraima e Acre no 11º Enfisa, cuja etapa regional aconteceu no período de 5 a 7 de março, no auditório do Conselho Regional de Engen-haria e Agronomia do Estado do Pará (CREA). O evento gerou a “Carta de Belém” com propostas encaminhadas

Segundo organizadores, o evento da regional Norte foi positivo. O 11º Encontro de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxico, em Belém, abordou sete (7) temas que referem-se a práticas diárias no exercício do trabalho, entre os quais, “Comércio interestadual”; “Devolução de embalagens vazias”; “Sistema unificado de recolhimento de embalagens vazias”; “Armazenamento em canais de distribuição e proprie-dades rurais”; “Fiscalização de aviação agrícola”; “Transporte de produtos perigosos”; “Fiscali-zação de uso em assentamentos e comunidades quilombolas”; “Fiscalização de desvios e uso”

e palestra sobre apresentação do IV Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária”

A abertura do evento contou com a presença do Superinten-dente Federal de Agricultura no Pará , Andrei Castro; coordenador geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CGAA/Mapa), Luis Rangel; representante da SFA, Pedro Paulo da Costa; diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária do Pará, Mário Moreira; coordenadores dos programas de agrotóxicos, além de representantes das indús-trias fornecedoras de produtos agrotóxicos e associações; repre-sentantes do IBEV -Instituto de Embalagens Vazias da Agencia Nacional de Defesa Vegetal, do Sindag – produtos contraban-deados e ainda, representantes Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Secre-taria de Estado de Agricultura (Sagri); Emater e Universidades Federal Rural da Amazônia (Ufra)

Considerando a necessidade da implementação de técnicas de manejo integrado de pragas e de boas práticas agrícolas; redução de casos de intoxicação de aplicadores, de contaminação do ambiente e de resíduos de agrotóxicos em alimentos e a necessidade de fortalecimento das ações de fiscalização de comércio e uso de agrotóxicos, os participantes do evento, inter-essados no desenvolvimento de uma agricultura sustentável; na defesa da saúde humana, animal e vegetal e na preservação ambiental propuseram, aprovaram e delib-eraram o documento oficial do 11º Enfisa, a Carta de Belém. As

propostas contidas no documento serão defendidas por ocasião do Enfisa Nacional em Porto Velho.

Segundo o gerente do Programa de Agrotóxico da Defesa Vegetal da Adepará, Luis Carlos da Gama, o Enfisa é um evento que tem força nacional, que pauta as ações promovidas pelo Programa de Agrotóxico do Ministério de Agricultura, Pecuária Abastecimento (Mapa). “Trabalhamos com seriedade e compromisso com a população”, declarou o gerente da Adepará.

Dos itens destacados na Carta de Belém que atendem as necessi-dades dos estados da região Norte, ao Pará, merece destaque ações de fiscalização de estabel-ecimentos comerciais e uso e combate a produtos ilegais, cujas ações devem ser executadas pelos profissionais da Adepará.

“Estamos regulamentando a

situação dos defensivos agrícolas para evitar a contaminação do meio ambiente, para evitar

a intoxicação de quem faz o uso dos defensivos

agrícolas e estamos regulamentando o

receituário agronômico. Por esses e outros fatores, encontros como este são de grande importância”,

declarou Moreira.

48 ◉ Adepará em Ação

1) O que é o Enfisa e como o Ministério da Agricultura atesta a importância das etapas regionais e nacional ?

São encontros de fiscalização e seminários sobre agrotóxicos que acontecem anualmente em todas as regiões do Brasil. Os eventos são custeados pelo Mapa e contam com a contribuição das agências de Defesa nos estados onde são realizados. No caso do Pará, a Adepará contribuiu muito com a organização do evento.

É importante que por ocasião dos eventos regionais todos os estados estejam representados e que enviem comitivas formadas por representantes da gerência do Programa de Defesa Vegetal, gerência de Programa de Agrotóxico, fiscal agrícola e representantes de entidades representativas, no caso do Pará, do CREA.

O Mapa promove o encontro nacional anualmente onde são apresentadas as Cartas regionais e produzido um único documento, a Carta Nacional contendo propostas encaminhadas pelos encontros regionais para serem colocados em práticas com maior eficiência no ano seguinte.

2) Temos recursos financeiros direcionados pelo Ministério para fortalecer as ações positivas em torno do Programa Agrotóxico e das fiscalizações que se fazem necessárias a partir das agencias de defesa estaduais?

Estamos trabalhando para isso. Essa gestão está trabalhando para isso. Os

números não mentem, estamos evoluindo a cada ano e evoluindo bem. Com a boa vontade dos profissionais da Adepará, as fiscalizações rotineiras acontecem e os resul-tados aparecem.

O governo estadual já disponi-biliza algum recurso para o Programa de Agrotóxico e o Mapa já percebeu a importância da destinação de recurso para execução do Programa, que já acontece por determinação da Adepará em todos os municípios.. Existe a expectativa do direcionamento de recurso do Mapa para o Programa de Agrotóxico, através do Programa de Defesa Vegetal. Acredito que até 2014 teremos surpresas financeiras para melhorar ainda mais o desempenho das ações no Estado.

3) Quais são os principais focos de atenção quanto à utilização do produto agrotóxico?

São três importantes focos. O primeiro é com a saúde humana, cujo foco de atenção é voltado para o cidadão que trabalha, manipula e aplica o produto agrotóxico e que tem a responsabilidade em se proteger adequadamente, pois caso contrário, pode ter complicações; o segundo é com a saúde do cidadão que pode vir a consumir produtos que tenham resíduos de agrotóxicos utili-zados de forma equivocada e, o terceiro foco de atenção é a questão ambiental e o impacto negativo que o manuseio equivocado pode provocar ao meio ambiente. Atualmente, a cultura do agrotóxico esta disseminada e é importante no combate à pragas e doenças, entretanto, é preciso insistir no trabalho

voltado para conscientização e treinamento quanto ao manuseio adequado e na medida certa do produto agrotóxico.

4) É realmente necessário se utilizar o agrotóxico? Exemplifique.

Em determinadas circunstâncias sim. Se existe um ataque de uma praga em área de um, dois ou três mil hectares é preciso usar o agrotóxico para combatê-la. Uma horta é diferente, ainda se pode usar o tratamento físico, uma vez que a área é bem menor, mas, em propriedades maiores, áreas de produção de grãos ou de qualquer plantio em maior escala do agronegócio, não vejo outra alternativa que não seja a utilização de produtos agrotóxicos.

A Embrapa desenvolve variedades de culturas resistentes a determinadas pragas, mas, mesmo assim, o plantio de milho, soja, arroz, trigo, dendê, pastagens, precisam da utilização de herbicidas, fungicidas e outros tipos de agrotóxicos.

Na agricultura familiar sim, é possível se trabalhar sem o agrotóxico, entretanto, por questão de comodidade, geralmente o produtor se aproxima do produto agrotóxico. O pequeno produtor até pode optar pelo produto orgânico, mas quando acontece o processo de expansão da lavoura fica difícil cuidar sem o produto químico. O que é preciso é fiscalizar, cuidar e ter responsabilidade no manuseio. Trabalhar e se informar para usar corretamente.

Adepará em Ação ◉ 49

Ações desenvolvidas pelo programa de Agrotóxicos envolvem

fiscalizações do comércio, do uso dos produtos, certificação de revendas e cadastro de produtos e, em 2012, os resultados alcan-çados pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), impactaram positi-vamente a sociedade paraense, não só ao produtor rural, que manipula e aplica o produto, mas também a toda população que consome produtos de origem vegetal.

O comércio e uso de agrotóxicos no Estado do Pará, são regulados por legislações estadual e federal específicas para esses produtos. A verifi-cação, de que as recomendações legais estão sendo observadas por parte de comerciantes e usuários de agrotóxicos, é feita através de fiscalização e certificação dos estabelecimentos comerciais e fiscalização do uso do produto agrotóxico em propriedades rurais.

No Pará, um total de 157 estabelecimentos comerciais está apto a comercializar 657 produtos agrotóxicos cadastrados, consid-erados eficientes no combate às pragas que atacam diferentes culturas, entretanto, proprietários precisam se adequar às determi-nações prescritas nas legislações federal e estadual. As determi-nações que dizem respeito ao comércio fazem referência a questão do armazenamento, da comercialização e da recepção e tratamento dado à embalagem

vazia.No ano de 2012, a Adepará

realizou 597 fiscalizações a estabelecimentos comerciais, um acréscimo significativo em relação a 2011, cujo número de fiscali-zação em revendas de produtos agrotóxicos foi de 502. Em 2012, a equipe de fiscalização da Adepará atingiu a meta de 100% estabelecida no planejamento anual da Agência. A previsão para 2013 é que o número de revendas fiscalizadas seja superior a 750.

Em relação à certificação das revendas sua maior importância refere-se a certeza de que o estabelecimento certificado cumpriu com as exigências definidas na legislação em vigor, destacando-se a responsabilidade técnica exercida por profissional legalmente habilitado.

A ação mais impactante refere-se a fiscalização do comércio de produtos agrotóxicos clandestinos ou pirateados que venham a ser oferecidos aos produtores rurais, sem que estejam submetidos aos procedimentos legais exigidos para certificação pelo Minis-tério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A ausência da certificação pode oferecer enormes riscos, tanto ao produtor que aplica, quanto à população que consome produtos vegetais, aos animais domésticos e ao meio ambiente, em razão do total desconhecimento dos ingre-dientes ativos utilizados na fabri-cação do produto.

Os produtos agrotóxicos precisam cumprir exigências do Mapa, Anvisa e Ibama para obtenção do registro para que estejam devidamente certifi-cados nos pontos de venda. O produto agrotóxico só vai para o mercado se tiver anuência

dos três ministérios: o Mapa dá autorização a partir da eficiência do produto; a Anvisa dá autori-zação a partir do ponto de vista toxicológico para o ser humano, às vezes o produto é eficiente mas é barrado por conta do ponto de vista toxicológico e o Ibama impõe a condição ambiental.

O cadastro dos 657 produtos agrotóxicos, pelo Estado, permite o controle dos produtos comer-cializados e usados no Estado do Pará. Em 2012 foram prescritas 49.191 receitas e em 2011, 39.115 receitas. Os produtos agrotóxicos só são vendidos a partir das receitas prescritas por engen-heiros agrônomos devidamente habilitados.

Outro ítem importante no programa de agrotóxicos tem relação com a fiscalização do uso de agrotóxicos nas propriedades rurais . Essa ação determina a utilização de equipamentos de segurança, no momento do manuseio e aplicação de produtos agrotóxicos cujo objetivo é impedir casos de intoxicação aguda e crônica. Tal fiscalização impacta, positivamente, na saúde do aplicador, além do fato do Estado economizar em relação a possíveis gastos com a saúde daquele trabalhador.

Com exceção da Ilha do Marajó, que possui apenas dois municípios fiscalizados - Cachoeira do Arari, que possui propriedades produtoras de arroz e Soure, onde existe plantação de grãos-, todas as demais proprie-dades rurais no Estado, que utilizam o produto agrotóxico em plantações de grãos, a exemplo de arroz, milho, soja e pastagens localizadas nas regiões do sul, sudeste, nordeste e oeste do Pará, passam pela fiscalização da Adepará.

O número de fiscalizações realizadas em propriedades rurais saltou de 286, em 2011, para 544, 2012, um incremento de 90,12%.

Fiscalização

50 ◉ Adepará em Ação

A meta para 2013 é alcançar 1.100 fiscalizações em propriedades rurais.

Segundo o gerente do Programa de Agrotóxico, Luis Carlos Gama, “os profissionais da Adepará atualmente percorrem todo estado e conseguem fiscalizar propriedades que merecem atenção. A gente fiscaliza até onde

não tem agrônomo lotado”. As fiscalizações realizadas

têm reduzido dramaticamente o passivo ambiental provocado pelo abandono no campo de embalagens vazias de agrotóxicos e/ ou com resíduos remanes-centes, pois impõem ao produtor, o cumprimento da obrigação legal de devolver as embalagens

vazias ao estabelecimento onde foram adquiridas, para que seja dada a destinação final adequada. Em 2011 foram devolvidas 90.188 kilos de embalagens de agrotóxicos e em 2012, 186.470 kg, segundo os dados da gerência de Defesa Vegetal da Adepará. “Isso representa ganho ambiental de qualidade”, declarou Gama.

Leis que regem o comércio e o uso

do agrotóxico e que determinam obrigações

para produtor rural, comerciantes,

para indústrias que produzem os

agrotóxicos e para poder público.

Decreto Federal 4.074/2002

Decreto nº 4.856/2001

Lei Federal nº 7.802/89

Lei Estadual nº 6.119/98 (PA)

Ações Executadas Unidade Quantidade

Fiscalização realizadas em revendas Unitário 502

Fiscalizações realizadas em prestadoras de

serviços

Unitário 16

Fiscalizações realizadas em propriedades

rurais

Unitário 286

Prestadoras de serviços registradas Unitário 12

Revendas registradas Unitário 129

Produtos agrotóxicos Pré - cadastrados Unitário 832

Embalagens devolvidas de agrotóxicos KG 90.188

Receitas agronômicas prescritas unitário 39.115 receitas prescritas

Engenheiros Agrônomos treinados em

legislação sobre área de atuação da Gerência

de Agrotóxicos

Unitário 35

Ações Executadas Unidade Quantidade

Fiscalização realizadas em revendas Unitário 597

Fiscalizações realizadas em prestadoras de

serviçosUnitário 22

Fiscalizações realizadas em propriedades

ruraisUnitário 544

Prestadoras de serviços registradas Unitário 12

Revendas registradas Unitário 157

Produtos agrotóxicos cadastrados Unitário 657

Embalagens devolvidas de agrotóxicos KG 186.470

Receitas agronômicas prescritas unitário 49.191 receitas prescritas

Engenheiros Agrônomos treinados em

legislação sobre área de atuação da

Gerência de Agrotóxicos

Unitário 36

Adepará em Ação ◉ 51

Qualidade

A Agência de Defesa do Pará (Adepará) aderiu voluntariamente

ao Programa de Qualidade de Gestão do Governo do Estado do Pará (PQG), a fim de promover através da conscientização coletiva, a excelência na qualidade do serviço prestado ao cidadão; a valorização do próprio servidor público e o respeito e a qualidade pelo ambiente de trabalho.

A Adepará está entre as 40 instituições governamentais, que possuem um PQG ativo. Desde a construção do Núcleo de Qualidade da Adepará, em 2006, um rodízio voluntário de servidores é feito, porém, foi no ano passado que iniciativas foram encaminhadas de forma mais intensa.

Como parte dos compro-missos, está em andamento a “Preparação para auto avaliação”; a versão preliminar do “Relatório

de gestão”; a criação de campanhas de redução de custos; estratégias divulgação do PQG e a parceria com o setor de Comunicação da Adepará.

Em 2012 o PQG encampou a proposta de uma campanha em favor da sustentabilidade ambiental e da redução dos gastos públicos e sugeriu aos servidores da instituição que não utili-zassem mais copos descartáveis e aderissem as canecas individuais que foram entregues aos servi-dores da sede da Adepará. Em caráter de experimentação para avaliar a aceitação da proposta, foram produzidas cerca de 300 canecas com o slogan “Use-me”.

Segundo Karla Ferreira, da coordenadoria de Educação Sanitária e Comunicação e membro do PQG, “ através de pequenas iniciativas como essa será possível melhorar a rotina de trabalho e a produtividade do

servidor público”. “Agora encampamos de novo

um planejamento em torno de ações que vão contribuir com a qualidade no serviço público. Logo iniciaremos o trabalho nos municípios, onde a Adepará atua. Também está previsto o lançamento da campanha que estimulará a economia de energia e outras voltadas para a qualificação no atendimento do serviço público prestado; em favor da auto avaliação em torno das práticas diárias e em prol da valorização do servidor público”, esclareceu Karla.

O Programa de Qualidade de Gestão do Pará foi instituído em 2004, através do Decreto nº 1.354, de novembro de 2004, com a finalidade de promover a excelência na gestão estadual e municipal, mediante a avaliação continuada das práticas e rotinas de gestão e dos resultados das

52 ◉ Adepará em Ação

organizações públicas.O maior objetivo do programa

é o apoio direcionado às organi-zações públicas no processo de transformação gerencial, com ênfase na produção de resul-tados positivos para a sociedade; na otimização dos custos operacionais; na motivação e participação dos servidores; na delegação, na racionalidade, no modo de fazer, na definição clara de objetivos e no controle dos

resultados.Também está entre as metas do

PQG a disseminação do Modelo de Excelência da Gestão (MEG), que no âmbito da Adepará envolve os servidores, no que tange a conscientização em aderir ao programa em todas as ativi-dades realizadas. Isso envolverá as gerências regionais a começar pela capital (Belém), Castanhal, Capitão Poço, Abaetetuba e Soure. Na sequência, o trabalho

de descentralização e aproxi-mação dos servidores em campo e de divulgação pelo grupo do PQG sobre a importância em entender e aderir ao Programa de Qualidade de Gestão do Governo do Estado do Pará, se estenderá pelos demais municípios.

“Eu não tenho dúvidas que o trabalho focado nas metas citadas culminará com a qualidade de gestão”, ressaltou Karla Ferreira.

Patrícia Souza GarciaAldineth VilhenaThereza Christina HayneRogério LourençoKarla Ferreira CardosoJorge Reis Marques Junior

Adepará em Ação ◉ 53

Consolidado como impor-tante para o agronegócio, o calendário estadual de eventos agropecuários, lançado no mês de abril, vai movimentar o setor nos próximos meses. A temporada 2013 promete o que há de melhor na área, oferecendo ainda uma programação diversificada, que inclui rodeios, leilões, cavalgadas, competições esportivas e shows de artistas regionais e nacionais, beneficiando todos os segmentos.

Além de divulgar o potencial do Estado, as feiras e exposições impulsionam a economia e o desenvolvimento local, aumen-tando o volume de receita com a comercialização de animais, insumos, implementos agropecuários, entre outros. “As regionais são vitrines da produção rural do Estado, repre-sentam janelas de oportunidade para debater e trocar ideias sobre práticas de desenvolvimento rural sustentável, é um momento

de integração entre todos os envolvidos no setor”, disse Mário Moreira, diretor da Agência de Defesa Agropecuária (Adepará).

O diretor ressalta que, a exemplo dos anos anteriores, a Adepará vai participar dos eventos com a realização do trabalho de educação sanitária, promovido pela Coordenadoria de Educação Sanitária e Comuni-cação (Cesco/Adepará) em parceria com os órgãos vincu-lados ao setor agropecuário, além de apresentar nos estandes as ações desenvolvidas nos quatros cantos do Estado para fortalecer a Defesa Agropecuária paraense.

“Nós vamos ajudar todas as exposições, afinal, a Adepará é a casa do produtor rural e onde tem produtor reunido a gente vai estar lá para trocar idéias e, principal-mente desenvolver ações educa-tivas junto à comunidade local”, detalhou o diretor.

Nos dias de evento, a Cesco

promove o projeto “Educando nos parques” que consiste em atividades educativas junto à população para informar e sensi-bilizar o público, especificamente para alunos de ensino funda-mental das instituições pública e particular de ensino, sobre as formas de prevenção de pragas e doenças em beneficio da saúde pública.

“O projeto tem como objetivo a realização de ações de educação sanitária, em parceria com órgãos públicos e privados, buscando desenvolver consciência crítica, mudança de comportamento e melhor qualidade de vida da população”, explicou a coorde-nadora do programa, Eloísa do Carmo. O trabalho é realizado por meio de palestras, apresen-tações de vídeos educativos e de dramatizações, entre outros recursos didáticos.

Eventos