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Regra essencial para o bom
funcionamento de uma instituição é
a harmonia entre os membros da
equipe. No Banco do Nordeste, segue-
se essa premissa com facilidade.
Mas, até certo ponto, pois, como se diz
popularmente, para toda regra há
exceção. O ponto fraco dessa
harmoniosa relação se resume numa
palavra: futebol. Contraditoriamente, o
que é capaz de provocar discórdia
também é o elo fora do ambiente de
trabalho. A paixão pelo futebol, mais
precisamente pela “pelada” do fim de
turno ou de final de semana, é o
escape para as duras horas de
batente. Além de ser
uma valiosa
oportunidade de maior
entrosamento entre
colegas, novos ou
veteranos.
Assunto quase
diário, o futebol, uma
das preferências
nacionais, tem lugar
cativo nas vidas dos
funcionários do BNB.
Seja como esporte
ideal para bate-papo,
Douglas Xavier (*)
Do bate-papoao bate-bola
campeonatos. O entusiasmo dos
torcedores se revela nos artigos
pessoais de cada um: escudo do time
como papel de parede, adesivos
colados no computador ou toques de
celular personalizados com os
respectivos hinos.
A menor manifestação de torcida
causa, de imediato, reação do
adversário. Inicia-se, então, a
competição dos colegas. Algumas das
pérolas que se ouve são: “Pode falar,
vascaíno, o freguês sempre tem
razão” e “Essa caravela aí já
afundou”, diz Fábio Vinícius, assessor
da Célula de Apoio Operacional,
flamenguista, referindo-se ao escudo
do Vasco da Gama. O revide vem
rápido: “O urubu vai virar galinha”,
responde a vascaína Nayanna Caroline,
atendente generalista.
Cada um está sempre bem armado
para o embate. Como estratégia para
desestabilizar o time adversário,
recorrem a paródias. Os versos do
hino do Flamengo, por exemplo, com
algumas alterações, viram piada na
boca dos vascaínos.
“Era uma vez
Flamengo, nunca
Flamengo, Flamengo
nunca hei de ser, o
meu maior prazer, é
vê-lo perder, perder,
perder, perder...”
Ceará X Rio
Grande do Norte -
Conta-se que, em
ou como atividade da agenda semanal
dos conterrâneos, todos compartilham
da mesma paixão, sem diferenças.
Nem há distinção entre homens e
mulheres, como preconceituosamente
se pensa. O importante é defender seu
time de coração.
Nas discussões, um lado se
vangloria por ter levado a melhor no
último jogo. O outro, para não ficar por
baixo, relembra os títulos alcançados e
as vitórias conquistadas sobre o
adversário principal. Os times
digladiam pela honra dos seus
escudos, defendendo cada qual a sua
história em campo, nos campeonatos
vencidos ao longo dos anos. As
partidas da noite anterior dão
matéria suficiente para um fórum de
discussão informal entre os colegas em
mais um dia de trabalho.
Disputas e apostas - Na
Superintendência da Paraíba, a maior
rivalidade ocorre entre flamenguistas e
vascaínos. Piadas e brincadeiras são
constantes, principalmente quando se
tratam de momentos decisivos dos
Harmonia, integração esentimento de equipeultrapassam os limites doambiente de trabalho e se refletemna paixão pelo esporte
30 Conterrâneos - Set/Out 2008
2006, colegas da Superintendência do
Rio Grande do Norte foram
convidados a participar de um
torneio, em Fortaleza, com o
pessoal da Direção Geral, sendo a
única equipe de fora do Ceará.
“Estávamos animados para ganhar o
torneio, pois vínhamos nos
apresentando em jogos que
realizávamos aqui, no Estado, e
também na nossa pelada semanal
no Sindicato dos Bancários”,
comenta Antônio Roberto Gama,
gerente de negócios da Agência
Natal-Centro.
A seleção do Rio Grande do Norte
contava inclusive com líderes de
torcida, sob o comando de Anacely da
Silveira de Paula, secretária da Super-
RN, a responsável pela organização da
turnê, por ônibus. “Além, é claro, de
providenciar apitos, buzinas e outros
apetrechos para incrementar o agito
durante o jogo”, complementa Gama.
Apesar das 10 horas de viagem, e
de farra sem descanso, a seleção do
Rio Grande do Norte, compareceu ao
campo no mesmo dia para disputar
três jogos. O primeiro sem sucesso.
Venceu o segundo, com um gol de
Roberto Gama e outro do funcionário
Zé Carlos (Cenop-RN). No entanto,
no terceiro jogo, a equipe perdeu a
taça almejada.
Mas a comunhão futebolística entre
os benebeanos do Ceará e Rio Grande
do Norte terminou em feijoada.
Peladas e campeonatos - Na
Paraíba, bancos privados e públicos no
interior se reúnem num campeonato
de futebol organizado pelo Sindicato
dos Bancários. Há dois anos, a
competição é disputada por uma
equipe do BNB formada pelas agências
de Campina Grande, Alagoa Grande e
Sumé. Até então, sem vitórias para
contar. Mas, Aníbal Rodrigues, gerente
de Campina Grande, anuncia:
“Seremos campeões este ano!”.
O campeonato, realizado
anualmente, dura três meses, com
partidas realizadas aos sábados.
De oito a dez times participam da
disputa. “O campeonato é interessante
porque integra todos os bancos, e, no
segundo momento, os bancos e a
sociedade”, diz Aníbal.
Já na capital, o futebol se expressa
nas peladas semanais. Funcionários da
Superinten-
dência e das
agências João
Pessoa-Centro
e João Pessoa-
Epitácio Pessoa
batem uma
bolinha (há
controvérsias
quanto ao
diminutivo!)
religiosamente
após o turno
das terças-
feiras. De um
lado, ficam os
sem-camisas.
Do outro, os
padronizados.
Assim
estabelece-se a
partida, que é
repleta de
rivalidades,
lances violentos
e muita
confusão. Tanta raça em campo acaba
em hematomas e
torções.
Pioneirismo
- O futebol dos
benebeanos na Paraíba
tem antecedentes. Em
2001, funcionários da
Agência João-Pessoa Centro e
do Crediamigo formaram o
NATA Futebol Clube. O time
pioneiro atuou por apenas uma
temporada, tendo participado de
27 jogos, dos quais venceu 11 e
empatou dois.
A estréia, jogando contra um time
de peladeiros profissionais em
Cabedelo (PB), foi marcada por uma
derrota no mínimo engraçada. O
resultado da partida foi 8x1 para o
adversário. Triste começo!
Principalmente pelos oitos chutes na
trave desperdiçados pela equipe.
O que poderia ter sido uma
vitória pela diferença de um
gol, tornou-se derrota
histórica. Segundo explica
Evilásio Júnior, um dos
idealizadores e veterano do
clube, “tivemos a infelicidade
de, na estréia, estar com os
jogadores totalmente
despreparados fisicamente e
com uma baita falta de sorte”.
O NATA Futebol Clube
era dado às farras. Como os
A odisséia daequipe potiguar doBNB descreve umarsenal deperipécias desde asaída do ônibus atéa chegada aocampo. A viagem foiregada a cervejas eembalada por umasérie de DVDs
musicais. Mais de 10 horas de farra, sem descanso!Afora cervejas, apareceu por lá uma garrafa de uma tal de
“seleta”, que associada a uma garrafa de mel despertou maissede nos jogadores, tietes e agregados. Depois de algumashoras mantinham-se de pé os mais resistentes.
Roberto Gama tentou cochilar na última poltrona, até quepegou no sono. Mas, para sua desventura, havia um buraco nomeio do caminho.
A caixa de isopor onde antes havia cervejas, virou sobreele com gelo, água e uma garrafa de cachaça. O nossoconterrâneo ficoumolhado da cabeça aospés. “Ainda levei umaporrada da garrafa decachaça na cabeça”,acrescenta Gama.O gerente relata umpouco do seu sofrimento:“O ônibus já estavagelado do ar-condicionado,ficou congelante paramim. Não dormi mais; acabeça parecia umsino com um badaloecoando dentro”.
Torcida potiguar: animação e aventura no Ceará
Equipe do RN no campeonato realizado na Dirge
A viagem dospotiguares
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jogos se realizavam
aos sábados, os
jogadores comumente
chegavam ressacados da
noite anterior. Muitas
vezes dormiam no
próprio local onde as
partidas aconteciam,
segundo Evilásio.
Futebol cor-de-rosa -
Há quem insista na
afirmação machista de que
“futebol é coisa de homem!”.
Mas as benebeanas arregaçam as
mangas – ou seriam as calças? – e
partem pra pelada também. As
competições femininas tiveram início
com as meninas da Cenop do
Maranhão, inspiradas pelo primeiro
jogo masculino da Cenop e Conaj
contra a Agência Renascença (12x1).
Elas decidiram também montar sua
equipe de futebol, desafiando as
colaboradoras da
Renascença.
O Maranhão conta
ainda com um estiloso time
de futebol formado por
mulheres da equipe da
Superintendência Estadual.
Completamente em cor-de-
rosa, as garotas aprumam
no jogo, com a mesma
raça que os homens. No entanto,
com um pouquinho menos de
ordem e apego às regras.
Nas noites das quintas-feiras,
munido de talento
e graça, o time
entra em campo
para disputar com
as concorrentes;
bem preparadas
pelo técnico, com
treinamentos nos
finais de semana. E bem
apresentadas também!
“Não deixamos de passar
batom para ficarmos
bonitas”, declara Rosaline
Lima, assistente de
comunicação da
Super-PI, titular do time.
Entre as mulheres,
quem não joga, torce.
E os homens, escalados
a jogar na seqüência,
entram nessa levada:
“defendem e torcem de
verdade”, acrescenta
Rosaline. Os comentários
do jogo ficam por parte
deles, que apontam
desempenhos e
incentivam a equipe
feminina.
Turma do pompom
- De torcidas também se
faz o futebol. Além do caso
maranhense, no Piauí, há a torcida
mais organizada de todas, com direito a
pôster (uma montagem, claro!) e tudo
mais, à moda cherleaders americanas.
Mas, de garotas choronas essa
equipe não tem nada. Com elas é só
animação. A proposta é colocar os
campeonatos pra cima, explica Leyla
Sampaio, assistente de comunicação:
“Resolvemos dar um ‘up’ ao evento!”.
Mais do que torcer, elas se
responsabilizam ainda pela divulgação
dos jogos. Convites eletrônicos são
enviados aos
familiares dos
jogadores.
“Mobilizamos as
esposas, filhos,
maridos, parentes,
amigos e
namorados para
participarem”,
detalha Leyla
João Pessoa-Centro e Super-PB (em pé) x Epitácio Pessoa
Colegas de Campina Grande, Alagoa Grande e Sumé formamtime no campeonato entre bancos públicos e privados
Garotas de Torcida doPiauí: Janete, Elicleide,Jane, Luzia, Leyla,Mara e Bárbara
Agência Renascença (em pé) x Super-MA
(*) Douglas é bolsistada Superintendênciada Paraíba
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