Intolerância a religiões de matriz africana: abordagem de casos na mídia
brasileira
Alessandro Ricardo Pinheiro Brandão*
Raquel Schorn de Oliveira**
Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar, discutir e
analisar a prática da intolerância religiosa pela mídia. Aduzindo
esta, em sentido amplo, como principal instrumento de
divulgação por intermédio de todos os meios a ela seja inerente
acerca desses crimes, bem como a aceitação das religiões de
matriz africana pela sociedade. Evidência através do
levantamento de dois eventos, casos em que a intolerância
religiosa ceifa a integridade pessoal, moral e física dos indivíduos
e seus desdobramentos. Trata-se da diversidade entre as religiões,
o respeito de crença e difusão de conhecimento, do conflito nessa
esfera, conceituada aqui, através da subtração de adeptos e a
negação dessas manifestações de expressões religiosas.
Palavras-chave: Religiões de Matriz Africana. Intolerância
Religiosa. Jornalismo Online.
Abstract: This article aims to present, discuss and analyze the
practice of religious intolerance by the media. In this sense, it is
widely used as the main means of dissemination through all
means inherent in these crimes, as well as the acceptance of
religions of African origin by society. It is evidenced by the
raising of two events, cases in which religious intolerance
harvests the personal, moral and physical integrity of individuals
and their unfolding. It is about the diversity between religions,
the respect of belief and the diffusion of knowledge, the conflict
in this sphere, which is conceptualized here, through the
subtraction of adherents and the denial of these manifestations of
religious expressions.
Keywords: African Matrix Religions. Religious intolerance.
Online Journalism.
* Mestrando em História Social pela Universidade Federal do Amapá (PPGH/Unifap). Graduado em Comunicação
Social com habilitação em Jornalismo pela Faculdade Estácio de Macapá (2017). Graduando em Licenciatura
Plena em Letras - Português e Francês - e suas respectivas Literaturas pela Universidade Federal do Amapá
(Unifap). Membro pesquisador em Religião, Política, Mídia e Religiosidades do Centro de Estudos Políticos,
Religião e Sociedade na Amazônia (Cepres/Unifap) e do Núcleo de Pesquisas Pós-coloniais (NePC/Unifap) em
Identidade Narrativa em Literaturas de Resistência - Inalar.
** Mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria (2001), e Bacharel em Comunicação
Social pela Universidade Federal de Santa Maria (1998).
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INTRODUÇÃO
A diversidade cultural, étnica e religiosa brasileira, abrangente para tudo e todos.
Todavia, a harmonia desses povos não é sempre tão humana e pacífica como queremos confiar,
no lugar onde se estabelece o mito de país unido, sem preconceitos, sem racismo. Nos dias de
hoje, no século XXI, apesar das leis visando combater o racismo e a valorização cultural e
religiosa, existe muita intolerância, quando se devota do patrimônio descendente africano.
Disfarçando seus preconceitos através das crenças de fé, o racismo é presente na nossa
sociedade na forma de violência contra essas religiões, discriminando pelas suas práticas
ocultas e sem escrituras comprobatórias de seus conceitos e preceitos. Naturalmente, com a
democratização e a facilidade de acessar as informações, vários casos vêm à tona através de
portais de notícias e redes sociais, tornando mais explícito as diferentes proporções da
discriminação existente na sociedade. Com a chegada das tribos africanas, trouxeram consigo
a sua cultura e doutrinas, que hoje fazem parte do nosso convívio. Unidos com o catolicismo,
espiritismo e indígenas, o brasileiro tomou para si a pluralidade religiosa, onde se pode ter mais
que uma religião, basta crer e praticar. Observamos os comportamentos nítidos das
discriminações étnicos raciais e de desrespeito com os símbolos afro-ameríndios, em situações
variadas, expondo os crimes de intolerância existentes na espiritualidade africana. A orientação
escolhida para trabalhar a questão de como os portais de notícias da internet lida com a
intolerância religiosa contra as religiões de Matriz Africana nosso meio se faz a partir do estudo
de dois casos, uma de violência física e outra, material contra adeptos e terreiros de Umbanda
e Candomblé. Pretende- se tecer uma análise e discussão das notícias, particularmente dentro
da perspectiva do preconceito racial e da intolerância religiosa, conforme aporte teórico atual
em debate sobre a questão, enfocando o papel da mídia na divulgação de violência e religião.
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CENÁRIO DAS RELIGIÕES NO BRASIL
HISTÓRICO DA FORMAÇÃO RELIGIOSA NO BRASIL
Durante implementação do catolicismo em 1500, segundo Alberto dos Santos1, já
havia no Brasil, cerca de três a cinco milhões de indígenas. Sendo assim, a primeira crença
religiosa brasileira constituiu-se dos mitos e cultos indígenas. Com a geopolítica do Vaticano
e expansão colonial europeia, no século XVI, a “Santa Igreja” juntamente com Portugal, veio
com a missão de uma “colonização pacífica” (LIDÓRIO e SOUZA 2008)2. Portugueses
entendiam que o único jeito de “transformar” os índios em humanos e salvar suas almas seria
por meio de catequização. Para Alderi Matos3, essa ordem atuou ininterruptamente no Brasil
durante 210 anos (1549- 1759), exercendo enorme influência sobre sua história religiosa e
cultural. Já nos séculos XVI e XVII, o Brasil foi invadido por outras nações europeias,
França e Holanda. Muitos dos invasores eram protestantes, o que causou a atuação dos
portugueses para deter e suprimir o protestantismo e Contrarreforma.
A Constituição de 1824, concedeu liberdade de culto ao protestantismo, ao mesmo
tempo em que confirmou o catolicismo como religião oficial. Matos afirma que até a
Proclamação da República, os protestantes enfrentaram sérias restrições no casamento civil,
uso de cemitérios e educação. “Tais ideias tornaram-se especialmente influentes entre os
intelectuais, políticos e sacerdotes, e tiveram dois efeitos importantes na área religiosa: o
enfraquecimento da Igreja Católica e uma crescente abertura ao protestantismo”4. As
primeiras organizações protestantes que atuaram junto aos brasileiros foram as sociedades
bíblicas: Britânica em 1804 e a Americana em 1816. Havendo duas traduções da Bíblia em
português, uma protestante, feita pelo Rev. João Ferreira de Almeida (1628-1691), e outra
católica, do padre Antônio Pereira de Figueiredo (1725-1797).
Em fevereiro de 1891, a primeira Constituição republicana confirmou a separação
entre a igreja e o estado, decretando liberdade de culto, o casamento civil obrigatório e a
secularização dos cemitérios. Com a imigração após a declaração republicana, muitos
protestantes norte-americanos e europeus fizeram-se presentes no nosso país para fundar
1 SANTOS, Alberto Pereira dos. Geopolítica das Igrejas e Anarquia Religiosa no Brasil: por uma geoética / Alberto
Pereira dos Santos. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Gramma, 2015. p. 40 2 LIDÓRIO, Ronaldo; SOUZA, Isaac Costa de. A questão indígena -- uma luta desigual: missões, manipulação e
sacerdócio acadêmico - Viçosa, MG: Ultimato, 2008. 3 MATOS, A. S. de. Breve história do Protestantismo no Brasil. 2010, p. 02. Disponível em: <https://maniadehistoria.wordpress.com/historia-do-protestantismo-no-brasil/> 4 MATOS. 2010, p. 06.
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suas igrejas, para Matos5 essa foi a ordem de construção e formulação das igrejas protestante
no Brasil:
As três ondas ou fases do pentecostalismo brasileiro foram: a) décadas de 1910-
1940: chegada simultânea da Congregação Cristã no Brasil e da Assembléia (sic) de
Deus, que dominaram o campo pentecostal por 40 anos; b) décadas de 1950-
1960: fragmentação do pentecostalismo com o surgimento de novos grupos –
Evangelho Quadrangular, Brasil Para Cristo, Deus é Amor e muitos outros (contexto
paulista); c) anos 70 e 80: advento do neopentecostalismo – Igreja Universal do
Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus e outras (contexto carioca).
A chegada do Candomblé no Brasil, para FONTENELLE (1953), foi precisamente no
século XVI, nos primeiros navios negreiros destinados a trabalhar na lavoura, aportando no
estado da Bahia. Trazendo as tribos Nagôs (Iorubas), Jejes (Fons), Bantus, Guinés, Angola,
Barbadianos, Malês e Loandas. Com seus cultos e línguas distintas, juntos formavam o
Candomblé e suas nações6.
Das lendas africanas, surgiram as divindades principais, que com a denominação
de Orixás Maiores, [...] que, com a imposição sofrida pelos negros, quando os
missionários católicos proibiram terminantemente que eles praticassem esses cultos
fetichistas, administrando-lhes, entretanto, as crenças católicas, esses negros
procuraram furtar-se à perseguição, fingindo que admitiam perfeitamente os deuses
cristãos, dizendo, que na sua linguagem os seus deuses, eram os mesmos deuses
católicos. (FONTENELLE, 1953, p. 53)
Fundada no dia 15 de novembro de 1908, pelo médium Zélio de Moraes, a Umbanda
veio para acolher os cristãos, “[...] assim como Maria acolheu Jesus da mesma forma a
Umbanda acolheria seus filhos” (CUMINO, 2016, p. 71). Nascendo como dissidência de um
kardecismo que rejeitava a presença de espíritos de negros e caboclos. Para Prandi7, a
umbanda carrega consigo uma parte de regras do candomblé, que é a do segredo, do
recolhimento iniciático, da infalibilidade do pai-de-santo, culto a natureza, da autoridade do
orixá acima de qualquer preceito, tendo por consequências enormes dificuldades de unificação
doutrinária e institucional. Chamada por Cumino8 e Prandi9 de “a religião brasileira”, a
umbanda juntou o catolicismo branco, a tradição dos orixás africanos, rituais e espíritos
indígenas, inspirando-se, assim, nas três fontes básicas do Brasil mestiço.
No início, a nova religião denominou-se espiritismo de umbanda, e não é incomum,
ainda atualmente, os umbandistas se chamarem de espíritas, quando não de católicos.
5 MATOS. 2010, p. 22. 6 A palavra nação é usada no candomblé para distinguir seus segmentos, diferenciados pelas línguas utilizado nos
rituais, o toque dos atabaques e a liturgia. A ação também indica a procedência dos escravos que lhe deram origem
na nova terra e das divindades por eles cultuadas. 7 PRANDI, Reginaldo. Os candomblés de São Paulo: a velha magia na metrópole nova, 1991, p. 68 8 CUMINO. 2016, p. 75 9 PRANDI, Reginaldo. O Brasil com axé: candomblé e umbanda no mercado religioso. 2004, p. 02.
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A umbanda conservou do candomblé o sincretismo católico: mais que isto,
assimilou preces, devoções e valores católicos que não fazem parte do universo
do candomblé. Na sua constituição interna, a umbanda é muito mais sincrética que
o candomblé. (PRANDI, 2004, p. 6)
Com tudo, os gráficos populacionais realizado pelos institutos especializados nos
mostra como o sincretismo é presente na vida do brasileiro ao ponto de negar uma de suas
práticas habituais. Mostrando que o cidadão pode perpassar em uma ou mais religiões, tendo
aquela “não-cristã” a mais subalterna.
COMO O BRASILEIRO SE DECLARA.
Segundo o Censo Demográfico de 2010 do IBGE (2010), o catolicismo representa
64,6% da população do Brasil, enquanto as igrejas evangélicas somam 22,2%. Já o Espiritismo
aparece com 2% da totalidade e a Umbanda e Candomblé, em última posição, com 0,3%. Nos
censos anteriores, o número de católicos vem reduzindo (1991: 83%; 2000: 73,6%) e de
evangélicos crescendo (1991: 9%; 2000: 15,4%), enquanto adeptos do Espiritismo (1991:
1,1%; 2000: 1,3%) e de Umbanda e Candomblé (1991: 0,4%; 2000: 0,3%) mantiveram a média.
Por tudo isso, é muito comum, mesmo atualmente, quando a liberdade de escolha
religiosa já faz parte da vida brasileira, muitos seguidores das religiões afro-
brasileiras ainda se declararem católicos, embora sempre haja uma boa parte que
declara seguir a religião afro-brasileira que de fato professa. Isso faz com que as
religiões afro-brasileiras aparecem subestimadas nos censos oficiais do Brasil, em
que o quesito religião só pode ser pesquisado de modo superficial. (PRANDI, 2004,
p. 5)
Primeiro com os índios, com suas crenças animistas (SCHOCK, 2012)10, depois
com a chegada dos colonizadores trazendo o cristianismo, assim como os imigrantes
europeus deslocando suas culturas e religiões, os africanos, orientais e judeus também
vieram para enriquecer culturalmente o Novo Mundo, transportando em suas bagagens
conceitos e crenças, que ficou preservada por um período de 400 anos, por conta da Igreja
Católica e a luta da Contrarreforma. A expressão cultural e religiosa do Brasil é reflexo desse
pluralismo, sincretizado no idioma, comportamento e fé. Para ANDRADE11 (2015 apud
QUEIRÓZ 1988, p. 2), os estudos sobre a religiosidade no Brasil tiveram seu início no século
XIX, quando os letrados brasileiros buscavam as características do ser nativo, para diferenciar
o Brasil do restante do mundo.
10 SCHOCK, Marlon Leandro. Aportes epistemológicos para o ensino religioso na escola: um estudo analítico-
propositivo. 2012, p. 36. 11 ANDRADE, Solange Ramos de. Os intelectuais e a identidade religiosa no Brasil. ANPUH – XXIII SIMPÓSIO
NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005, p. 02
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O pluralismo religioso se expressa nas frestas de uma pretensa homogeneidade; ele
brilha na “metamorfose das práticas e crenças reelaboradas” ou reinventadas.
Não há dúvida, este é um país de sincretismo religioso e de intenso trânsito entre
tradições que aparentemente se opõem, mas que de forma enigmática deixam no outro
as marcas de sua tatuagem. (TEIXEIRA, 2005, p. 22)
Marcas essas que acabam culturalmente tendo seus dogmas e preceitos retidos ou
agredidos por ideologias religiosas opostas, causando desconforto e historicamente as Guerras
Santas.
TOLERÂNCIA RELIGIOSA X INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.
A diversidade cultural e religiosa vem causando incômodo à liberdade de expressão
no Brasil, onde vários casos vêm à tona na imprensa sobre agressões e violências contra
as religiões minoritárias ou excluídas. Seria a falta de educação/informação ou impor sua
ideologia religiosa à sociedade? Abaixo segue o histórico dessas perseguições de intolerância
no Brasil.
A Constituição brasileira de 1824 traz pela primeira vez o tema sobre liberdade de
culto às outras religiões, havendo, antes disso, a Colônia Portuguesa, que era católica.
Porém, de maneira doméstica e sem semiótica de identificação. Expressos pelos artigos 113
e 153 da Constituição de 1824, reafirmada na Constituição de 1891, a verdadeira liberdade de
crença religiosa é decretada com o país transformado em estado laico, fazendo-se assim,
livre de crença e tolerante entre as religiões. Virou Lei específica em 1989, de número 7.716,
tornando crime qualquer tipo de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional. Para Ferreira (2005, p. 851), “tolerância é o respeito ao direito que os
indivíduos têm de agir, pensar e sentir de modo diverso do nosso.” Gabatz (2015) explica
que a tolerância é o alicerce dos direitos humanos, do pluralismo, da democracia e do Estado
de Direito. Para Corral (2015), a falta de informação é um dos principais alicerces da
intolerância religiosa pelas especulações que acercam as religiões e crenças africanas. Corral12
e Oro13 responsabilizam a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) de encabeçar os
grupos truculentos de igrejas que elegeram as religiões de matriz africana como o principal
inimigo por motivos de poder político-social.
As agressões são primeiramente verbais, ou seja, ocorrem mediante um reiterado
discurso acusatório - como esse, escrito pelo seu fundador (Edir Macedo): “Essa
religião (afro-brasileira) que está tão popular no Brasil é uma fábrica de loucos e
uma agência onde se tira passaporte para a morte e uma viagem para o inferno.
12 CORRAL, Janaina Leite de Azevedo. Mídia & Cidadania: Websites de Templos Afro-religiosos como
ferramenta de combate à Intolerância. 2015, p. 01. 13 ORO, Ari Pedro. Neopentecostais e afro-brasileiros: quem vencerá esta guerra? 1997, p. 01-02.
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(Macedo, 1987: 86). Além disso, seus centros seriam “morada de demônios”; seus
deuses “espíritos malignos”, seus cultos “rituais do demônio”; seus líderes religiosos
“serviçais do diabo”; seus fiéis e cliente “pessoas ignorantes que caíram na
armadilha de satanás”. (ORO, 1997, p. 5)
Em um período de tantos casos e, devido ao tema ter sido abordado na redação14 da
edição de 2016 do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), a mídia e o Governo Federal
divulgaram informações e números de ocorrências. O Brasil teve 697 denúncias de
intolerância religiosa entre 2011 e 2015, segundo dados da Secretaria Especial de Direitos
Humanos (2016). O estado do Rio de Janeiro lidera o ranking com maior número de denúncias
de casos de discriminação, que têm como principal alvo as religiões afro-brasileiras. Segundo
o relatório da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e
Cidadania, houve um aumento de 3.706% no número de denúncias de intolerância religiosa
nos últimos cinco anos. Em 2016, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos recebeu
133.061 denúncias de violação de direitos humanos, as denúncias de intolerância religiosa
foram 759 casos, um aumento de 36,51% comparado ao ano de 2015 que foram 556
denúncias, segundo dados divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos.15
Para GABATZ (2015, p. 03), “a liberdade religiosa não pode ser confundida com
liberdade de promoção religiosa em espaço de órgãos públicos e a interferência da religião
e seus sistemas de verdade nos atos civis de interesse público.” Explicando sobre o respeito
à diversidade no aprendizado de s epa r ação da s i n t o l e rânc i a s . Gabatz16 ainda de s t aca
a participação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) no Congresso Nacional, “vem se
notabilizando pela forte tomada de posição em relação a temas relevantes na agenda pública
nacional”. Aprovando e debatendo causos de máxima visibilidade, leia-se polêmicas, que
são pautas de movimento de minorias, como LGBTQ+17, juventude, mulheres e negros, para
assim padronizar suas ideologias religiosas para a população em geral do país.
Gabatz fazendo referência à vários autores como P. Montero e R. Almeida, Carlos
Alberto Steil, Henrique Cristiano José Matos, diz que “Terreiros de candomblé, umbanda,
macumba, rodas de tambores, benzedeiras e curandeirismo eram atacados inclusive sob
acusação de charlatanismo, taxados como um problema de saúde pública e, por conseguinte,
criminalizadas” (2015, p. 10-11).
14 A prova de redação do Enem 2016 teve como tema “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. 15 Ouvidoria recebeu mais de 133 mil denúncias de violações de direitos humanos em 2016. Ministério dos
Direitos Humanos, Brasília, 11 abr. 2017. Disponível em: <http://www.sdh.gov.br/noticias/2017/abrc/disque-100-
recebeu-mais-de-131-mil-denuncias-de-violacoes-de-di reitos-humanos-em-2016> 16 GABATZ, Celso. Diversidade e Intolerância religiosa na Sociedade Brasileira Contemporânea. 2015, p. 10. 17 LGBTQ+ é a sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersex,
Assexuais e Pansexuais.
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A ABORDAGEM MIDIÁTICA DA INTOLERÂNCIA ÀS RELIGIÕES DE MATRIZ
AFRICANA.
A mídia tem um papel fundamental de prevenção e incentivo ao diálogo para tais
práticas não acontecerem, de modo que sejam mais pacíficos a maneira e o comportamento
de pessoas intolerantes ao abordarem suas vítimas, provocando debates e exibindo os conceitos
e a natureza de todas as religiões, para gerar conhecimento e formar pessoas menos ignorantes
no dia a dia. A sapiência é modo principal para chegarmos no centro da tolerância e respeito.
Em 2017, é possível relembrar a veiculação de matérias policiais que fazem
referência ao tema, como em Nova Iguaçu-RJ em que criminosos obrigaram a mãe de santo
a destruir o próprio terreiro, relatada site da CBN; também na Baixada Fluminense, uma
idosa de 65 anos foi agredida a pedradas por uma vizinha que não aceita a religião praticada
por ela, que é candomblecista, relatada pelo Portal O Dia; na cidade de Jundiaí-SP, terreiro
de Mãe de Santo é incendiado por fanáticos religiosos, relatada pelo site Portal Brasil 247;
no Distrito Federal, manicure é demitida de salão de beleza por ser adepta do Candomblé,
relatada pelo site Metrópolis; no Piauí, Pai de Santo foi vítima de boatos de WhatsApp e
denunciou à Polícia como intolerância, relatado pelo Portal O Dia. Terreiros de umbanda
de Teresina sofreram quatro ataques em um mês; na Bahia, policiais invadem terreiro e
fazem danos materiais, relatado pelo site CidadeVerde.Com; em Pernambuco, Sacerdote de
umbanda é condenado por perturbação de sossego, relatado pelo site Diário de Pernambuco.
Criminosos invadem terreiro e praticam assalto durante culto religioso em Olinda, relatada
pelo portal G1 PE e TV Globo; e no Amapá, Deputada é vítima de intolerância religiosa e
preconceito racial dentro do Pronto de Atendimento Infantil (PAI) quando acompanhava uma
sobrinha, caso relatado pelo site do Jornal do Amapá. Jornalista acusado de ofensa racista e
preconceituosa durante a apresentação de um grupo de afoxé em evento tradicional do
carnaval na capital, relatado pelo blog de Alcinéa Cavalcante.
Na Era Digital, atualmente, a internet tem o papel de aproximar, democratizar e
informar a todos, através de pesquisas, sites de notícias etc. Lidando com a informação de todo
tipo, os meios de entretenimento hoje ganham forças para abordagem de conflitos étnicos,
guerras, manifestações, relacionamentos e protestos. Sendo assim, a internet é uma rede
livre para todas as pessoas exporem suas ideias. Diferentemente dos sites informativos, de
notícia, que tem o dever de transmitir os fatos como ocorreram, sem as entre linhas de
opinião e sobre por ideologias de crença e política.
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INTOLERÂNCIA ÀS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA.
O Brasil ainda é considerado uma das poucas “democracias raciais” do mundo,
o que Impediu, por muito tempo, o reconhecimento de grande parcela da sociedade
da existência de um problema racial no país. A história nos mostra que vários fatores
contribuíram para isso, dentre eles, o econômico. A população negra, bem como os
nativos brasileiros, são os que mais sofreram e ainda sofrem com as desigualdades
sociais e com o preconceito (LIMA e WILLEMAN, 2010, p. 73).
“Cabe lembrar aqui que Racismo não é preconceito, embora este último seja uma
das práticas atreladas a manifestação do racismo” (BERTH, 2017). Para Aurélio Ferreira18,
racismo é doutrina que sustenta a superioridade e discriminação em relação a indivíduos
considerados de outras raças. O racismo é crime pela Constituição Federal19 que apresenta
diversas formas de punição para estes casos, crime inafiançável com pena de até 3 anos de
prisão. De acordo ainda com Aurélio20, preconceito é intolerância, ou aversão, suspeita, má
vontade gratuitas contra pessoas, povos e crenças. O culto desconhecido e reservado das
religiões de matriz africana faz com que essas práticas sejam sujeitas a interpretações
deturpadas e, consequentemente, gera esse tipo de preconceito. Racismo e intolerância
religiosa andam próximos, no sentido de pregar a fé do brasileiro. Com tanta diversidade
cultural e ideológica vemos o aumento de crimes contra as crenças minoritárias, como as
de matriz africana, por exemplo. Embora às vezes ocorra também disputas entre algumas
religiões cristãs, eles acabam sendo menos violentos “porque essas religiões têm uma origem
comum e compartilham os mesmos valores” (CAULYT e WELLE, 2013). “Um lado o
racismo e a discriminação que remontam à escravidão e que desde o Brasil colônia rotulam
tais religiões pelo simples fato de serem de origem africana” (PUFF, 2016), então vemos
o quanto o conceito de racismo é presente nessas religiões. Outra forma de intolerância pode
ser gerada pela disputa de poder econômico, onde a religião neopentecostal tem essa
rivalidade para conseguir cooptar os fiéis das religiões afro-ameríndias para seus templos,
gerando renda e domínio monopolista. Racismo e preconceito são divergentes na teoria
e próximos na prática, sua junção com a intolerância se dá pelo colorismo21. Pessoas são
julgadas e humilhadas por suas crenças e raças por serem quem são e suas origens.
Escondendo seus símbolos e impedidos de realizar sua fé pelo histórico que carrega de
18 FERREIRA, 2005, p. 727. 19 Art. 5, inc. XLII da Constituição Federal de 88. 20 FERREIRA, 2005, p. 694. 21 O termo colorismo foi usado pela primeira vez pela escritora Alice Walker no ensaio “If the Present Looks Like
the Past, What Does the Future Look Like?”, que foi publicado no livro “In Search of Our Mothers’ Garden” em
1982. Segundo Aline Djokic, o colorismo quer dizer que, quanto mais pigmentada uma pessoa, mais exclusão e
discriminação essa pessoa irá sofrer.
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discriminação, na negação das tradições não cristãs22. A falta de fiscalização nas aplicações
das nossas leis é o “tendão de Aquiles” do governo brasileiro para impedir esses crimes quanto
a honra e liberdade de expressão e fé.
A seguir, reportagens retiradas dos sites O Dia e Estadão sobre o caso da menina
que foi apedrejada na cabeça após sair de um culto de Candomblé.
22 CAULYT, Fernando. WELLE, Deutsche. Religiões africanas são principal alvo da intolerância religiosa no Brasil.
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23 ARAÚJO, Flavio. Intolerância religiosa leva menina a ser apedrejada na cabeça. O Dia, 2015. Disponível em:
http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-06-16/intolerancia-religiosa-leva-menina-a-ser-apedrejada-
nacabeca.html
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As duas reportagens são divergentes, tanto pela abordagem do fato como pelas
características do mesmo. A reportagem de O Dia trata o caso como intolerância religiosa,
foca no artigo 20 da Lei 7.716, afirmando ter sido crime de intolerância. O aspecto da
primeira reportagem nomeia os acusados como grupo de evangélicos, já a outra menciona
que foram dois homens os agressores. As fotografias encontradas no Estadão são mais ricas
que a do O Dia, mostrando mais detalhes sobre o que foi denunciado. O Dia usa um efeito de
24 Bacelar, Carina. Villela, Danielle. Menina leva pedrada na cabeça na saída de culto de candomblé no Rio. O
Estado de S. Paulo, 2015. Disponível em:
http://brasil.estadao.com.br/noticias/rio-de-janeiro,menina-leva-pedrada-na-cabeca-na-saida-de-culto-de-cando
mble,1707182
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editoração gráfica para embaçar a face da menina, assim evitando sua identificação. Enquanto
o Estadão revela sua identidade com a imagem da menina segurando o mesmo cartaz com
seu rosto à mostra. Quanto à imagem no O Dia a legenda não condizendo à fotografia, já
que a campanha só surgiu após o caso, prova disso é o curativo que se encontra na região
afetada. “Antes da agressão, a menina já defendia o direito de usar as cores de sua religião de
forma pacífica” (ARAÚJO, 2015), com a legenda não condizendo a fotografia. No Estadão,
a legenda da fotografia é objetiva e apenas citando as frases do cartaz. O jornalista Flávio
Araújo do O Dia entrevistou a avó, uma autoridade da roça25 de Candomblé que a menina é
iniciada e o presidente da Comissão de Combate à Intolerância do Rio de Janeiro. Já as
jornalistas Carina Bacelar e Danielle Villela do Estadão entrevistam somente a avó. Em ambas
reportagens não há eufemismo, pois, a nomenclatura utilizada é ideal para se referir às religiões
de matriz africana. Exemplos: adeptos, iniciação, filhos e irmãos de santo. No O Dia, segundo
uma testemunha, a vítima, apesar do ocorrido, seguiu sua rotina normalmente, enquanto no
Estadão a avó relata que a menina era mais reservada. O Dia utiliza a palavra “apenas” ao
se referir a idade da menina como se houvesse idade para “apresentação” de intolerância
religiosa, o termo protesto foi empregado equivocadamente, pois pelo dicionário26 a palavra
significa reclamar; se queixar; a palavra adequada seria “manifestação”, pois tem o significado
“expressar sentimento ou opinião”27. As duas reportagens se encontram na coluna Cidades,
uma em “Rio” e outra em “Brasil”, respectivamente.
25 Mesmo que “Ilê Axé”, terreiro e barracão, que é o espaço onde são realizadas as festas públicas de um
Candomblé 26 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Júnior: dicionário escolar da língua portuguesa.
2005, p. 710. 27 FERREIRA, 2005, p. 564
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28
28 ARAGÃO, Jarbas. Traficante clama “sangue de Jesus” enquanto obriga mãe de santo a destruir próprio terreiro.
Gospel Prime, 2017. Disponível em: https://noticias.gospelprime.com.br/traficante-sangue-de-jesusobriga-mae-
santo-destruir-terreiro/
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As divergências encontradas nas reportagens são nas abordagens e nos termos usados.
Gospel Prime aborda o caso na editoria “Brasil” e trata como violência, enquanto site UOL
lida como violência e intolerância religiosa que acontece no dia a dia, pelas séries de casos
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citados na reportagem e por ela se encontrar na editoria de “Cotidiano”. As fotos são
semelhantes às dos vídeos, modificando o momento da ação dos mesmos. As nomenclaturas
usadas para os acusados de cometerem o ato foram ditas: traficantes, homens armados e
criminosos no Gospel Prime e no UOL são apenas criminosos, por este único ato. Outras
terminologias utilizadas no Gospel Prime foram “traficante gospel", “bruxaria”, “filhos de
santo” e “guias”, todas entre aspas podendo indicar ênfase ou ironia. O jornalista Jarbas
Aragão do Gospel Prime entrevistou o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, o secretário
estadual de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI-RJ) e o presidente
da Comissão de Combate à Intolerância do Rio de Janeiro (CCIR). Já o jornalista Eduardo
Carneiro do UOL entrevistou somente o presidente da CCIR.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da colonização, tivemos vários conflitos, passamos pelo período da
escravidão, crises econômicas e migrações. Logo, houve descendências culturais e religiosas
vindas de várias partes do mundo agregando fundamentos. Desde então, negros passaram a
sofrer discriminações e viraram marginalizados perante a sociedade, tornando invisíveis
para o poder público. Aos poucos, legislações o tornam importantes e as fazem representantes
no corpo social. Assim, possuindo o que está presente nos dias de hoje, a mistura cultural
e religiosa fragmentada e dispersa no âmbito nacional. E a mídia vem com o papel de
converter essas ideias de discriminações, tornando-se responsável pela difusão de sapiência,
mostrando os fatos e abordando nos espaços atuantes de forma harmônica e pacífica. Portanto,
é um problema que deve ser exposto para que seja efetiva a realização de modificação da
prática, com isso, tornando compreensível a transmissão da informação coesa. Analisando,
em específico, o uso das abordagens das notícias sobre os casos relatados, percebe-se a não
utilização dos termos corretos na divulgação à população usufruir do comunicado. Para tanto,
sublinha-se a importância do uso da ética profissional e do princípio da proporcionalidade
de casos envolvendo a intolerância religiosa na mídia, tendo as noções legislativas e aplicá-
las. Nesse caso, converte-se à observação imprescindível das peculiaridades do caso em
concreto. Por fim, não se pode omitir que os valores éticos, da diversidade e da tolerância
devem ser guias absolutas a qualquer notícia. A mídia tem a tarefa, dever e a responsabilidade
de difundir o conhecimento para que seja um dos principais meios de diminuição da
intolerância religiosa. Somente, assim, pode-se dizer que se está caminhando na busca real
na direção da efetivação de canais transparentes, educativos e livres de preconceitos.
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