capa_54:Layout 1 28/7/2009 21:07 Page 33
Sexo e Saúde
Associação Imagem ComunitáriaBelo Horizonte (MG)
Veja quem faz a Vira
pelo Brasil
Universidade Popular Belém (PA)
Centro Cultural Bájò Ayò João Pessoa (PB)
Casa da Juventude Pe. BurnierGoiânia (GO)
Centro de Refererência Integral de AdolescentesSalvador (BA)
Fundação Athos BulcãoBrasília (DF)
Cipó Comunicação IntegradaSalvador (BA)
Jornal O Cidadão - Rio de Janeiro (RJ)
Virajovem Vitória - Vitória (ES)
Bemfam - Recife (PE)
Girassolidário Campo Grande (MS)
Companhia Terra-MarNatal (RN)
Ciranda – Curitiba (PR) Central de Notícias dos Direitos da
Infância e Adolescência
Catavendo Comunicação e Educação Fortaleza (CE)
Agência Uga-Uga Manaus (AM)
Diretório Acadêmico Freitas NetoMaceió (AL)
Centro Cultural Escrava Anastácia
Florianópolis (SC)
Grupo Atitude - Porto Alegre (RS)
Rede Sou de Atitude MaranhãoSão Luís (MA)
Grupo Cultural Entreface (Diversidade Juvenil,Comunicação e Cidadania)
Belo Horizonte (MG)
Apoio�Institucional
Revista�Viração�•�Ano�7�•�Edição�53 3
atendimento ao leitor
Copie�sem�moderação!
Você�pode:
•�Copiar�e�distribuir•�Criar�obras�derivadas
Basta�dar�o�crédito�para�a�Vira!�
Conteúdo
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Rua�Augusta,�1239���-�conj.�11�-�Consolação�-�01305-100�-�São�Paulo�-�SP
Tel./Fax:� (11)�3237-4091�/�3567-8687�/�9946-5584
Horário dE atEndimEnto
Das�9h�às�13h�e�das�14h�às�18h
aViração�é�um�projeto�social�deeducomunicação,�sem�fins�lucrativos,�criado
em�março�de�2003�e�filiado�à Associação�deApoio�a�Meninos�e�Meninas�da�Sé.�Recebe�apoioinstitucional�do�Fundo�das�Nações�Unidas�para�aInfância�(Unicef),��da�Organização�das�NaçõesUnidas�para�a�Educação,�a�Ciência�e�a�Cultura(Unesco),�do�Núcleo�de�Comunicação�eEducação�da�Universidade�de�São�Paulo�e�daAgência�de�Notícias�dos�Direitos�da�Infância(Andi).�Além�de�produzir�a�revista,�oferececursos�e�oficinas�de�capacitação�emcomunicação�popular�feita�para�jovens,�porjovens�e�com�jovens�em�escolas,�grupos�ecomunidades�em�todo�o�Brasil.
Para�a�produção�da�revista�impressa�eeletrônica�(www.revistaviracao.org.br),contamos�com�a�participação�dos�conselhoseditoriais�jovens�de�21�Estados,�que�reúnemrepresentantes�de�escolas�públicas�eparticulares,�projetos�e�movimentos�sociais.Entre�os�prêmios�conquistados�nesses�seis�anos,estão�Prêmio�Don�Mario�Pasini�Comunicatore,em�Roma�(Itália),�o�Prêmio�Cidadania�Mundial,concedido�pela�Comunidade�Bahá'í.�E�mais:�noranking�da�Andi,�a�Viração�é�a�primeira�entre�asrevistas�voltadas�para�jovens.�Participe�vocêtambém�desse�projeto.�Veja,�abaixo,�nossoscontatos�nos�Estados.
Paulo Pereira de lima Diretor�da�Revista�Viração�–�MTB�27.300�
Conheça os 21 Virajovens em capitais brasileiras
Belém�(PA)�–�[email protected]�Horizonte�(MG)�-�[email protected]ília�(DF)�-�[email protected]�Grande�(MS)�-�[email protected]á�(MT)�-�[email protected]�(PR)�-�[email protected]ópolis�(SC)�-�[email protected]�(CE)�-�[email protected]ânia�(GO)�-�[email protected]ão�Pessoa�(PB)�-�[email protected]ó�(AL)�-�[email protected]�(AM)�-�[email protected]�(RN)�-�[email protected]�Alegre�(RS)�-�[email protected]�(PE)�-�[email protected]�de�Janeiro�(RJ)�-�[email protected]�(BA)�-�[email protected]ão�Luís�(MA)�-�[email protected]ão�Paulo�(SP)�-�[email protected]�(PI)�-�[email protected]ória�(ES)�-�[email protected]
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editorial_54:Layout 1 28/7/2009 16:09 Page 3
4 Revista Viração • Ano 7 • Edição 54
1816
26
Sempre na ViraManda Vê . . . . . . . . . . . . . . 6Imagens que Viram. . . . . . 10ECA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12Que Estilo Cola . . . . . . . . . 13Galera Repórter . . . . . . . . 14Rango da Terrinha . . . . . . 28 Que Figura . . . . . . . . . . . . 29Fazedores de Vídeo . . . . . 30No Escurinho . . . . . . . . . . 31Todos os Sons . . . . . . . . . 32Sexo e Saúde . . . . . . . . . . 33Parada Social . . . . . . . . . . 34Rap Dez . . . . . . . . . . . . . . 35
Conselho EditorialEugênio Bucci, Ismar de Oliveira, Izabel Leão,
Immaculada Lopez, João Pedro Baresi,
Mara Luquet e Valdênia Paulino
Equipe Pedagógica Aparecida Jurado, Isabel Santos, Juliana Rocha
Barroso, Lula Ramires, Nayara Teixeira,
Roberto Arruda e Vera Lion
Diretor Paulo Pereira Lima
Equipe Adriano Sanches, Carolina Paiva, Giliane
Esthael de Jesus Queiroz, Elizângela Nunes,
Eric Silva, Gabriel Vituri, Gisella Hiche,
Lilian Romão, Nayara Carvalho, Rafael Lira,
Rafael Silva, Vânia Correia e Vivian Ragazzi
Administração/Assinaturas Juliana Giron e Sérgio Luiz
Midiadores da Vira Acássia Deliê (Maceió – AL), Alessandro Diniz
(Natal – RN), Alex Pamplona (Belém – PA),
Gardene Leão de Castro (Goiânia – GO),
Ionara Talita da Silva (Brasília – DF), Ismael
Oliveira (Teresina – PI), Ivanise Andrade (Campo
Grande – MS), Rosina Duarte (Porto Alegre –
RS), Juliana Cordeiro (Curitiba – PR), Maria
Camila Florêncio (Recife- PE), Niedja Ribeiro
(João Pessoa – PB), Pablo Márcio Abranches
Derça (Belo Horizonte –MG), Franklin Lima (São
Luís– MA), Gizele Martins (Rio de Janeiro – RJ),
Amanda Nogueira e Clarissa Diógenes (Fortaleza
– CE), Isabel Brasileiro e Nilton Lopes (Salvador
– BA) e Luciano de Sálua, Simone Nascimento
(São Paulo – SP), Cleidionice Gonçalves (Boa
Vista – RR), Leonardo Norta (Rio Branco – AC),
Cibele Sodré (Campo Grande – MS) e Lorena
Bahia (Manaus – AM).
Colaboradores Amanda Proetti, Bianca Pyl, Camila Caringe,
Carol Lemos, Cristina Uchôa, Juliana Sayuri
Ogassawara, Heloísa Sato, Lentini, Márcio
Baraldi, Natália Forcat, Novaes, Paloma Klysis,
Rassani Costa, Sálua Oliveira, Sérgio Rizzo,
Ubirajara Barbosa e Vitor Massao
Consultor de Marketing Thomas Steward
Projeto Gráfico Ana Paula Marques e Cristina Sayuri
Jornalista Responsável Paulo Pereira Lima – MTB 27.300
Divulgação Equipe Viração
E-mail Redação e [email protected]
Preço da assinatura anualAssinatura Nova R$ 58,00
Renovação R$ 48,00
De colaboração R$ 70,00
Exterior US$ 90,00
RG VÁLIDO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL
Insegurança PúblicaBastante polêmicos, o toque de recolher e
outras questões relacionadas à segurança da
juventude brasileira fazem parte da reportagem
de capa da Vira nesta edição
Motoboy Repórter Pelas ruas e avenidas da cidade de São
Paulo, 12 motoboys retratam o cotidiano
da metrópole em tempo real via internet
Comunicação Adolescente
Está lançada a Plataforma dos Centros Urbanos,
que vai mobilizar jovens e garantir os direitos de
crianças e adolescntes de comunidades populares
8 Escuta Soh!Confira o que rolou no EncontroNacional de Adolescentes e JovensVivendo com HIV/aids em Curitiba (PR)
24 ConapirSaiba como foi a II Conferência Nacional daIgualdade Racial e a opinião dos jovensparticipantes sobre este tema
mapa 54:Layout 1 27/7/2009 23:35 Page 4
A Vira pela igualdade. Diga lá. Todas e todos Mudança, Atitude e Ousadia jovem.
Diga lá
Parceiros�de�Conteúdo
OláDiogo! Agradecemos
todo o apoio ecolaboração de vocês!
Contem sempre conosco!
Fale com a gente!
Para garantir a igualdade entre os gêneros nalinguagem da Vira, onde se lê “o jovem” ou “osjovens”, leia-se também “a jovem” ou “as jovens”,assim como outros substantivos com variação demasculino e feminino.
Na matéria Escola Quilombola, publicadana edição 52 (maio), página 28, o texto foiescrito por Winnie Samanú, do IIDAC, e nãopor Beatriz Caitana como foi publicado.
Na edição 53 (junho/julho), o correioeletrônico publicado no rodapé da seção Imagens Que Viram é[email protected], e não [email protected]. Namesma edição, pisamos na bola na seção Que Estilo Cola. Onome do autor do livro Diário de Palco é Gustavo Pelogia, e nãoPelagio. Foi mal!
Ponto G
Joana Iara, via portal daViração
Sou a Joana, de Jundiaí SP). Tenho 16anos e vivo com HIV/aids desde os cinco.
Amo todos vocês da Viração. Parabéns, ficofeliz de ver vocês fazendo essa revista,
porque é bom pra quem vive com doenças,principalmente HIV/aids, e agradeço atodos que leram a minha mensagem.
A luta vem...mas a vitória énossa!
Mande�seus�comentáriossobre�a�Vira,�dizendo�o�que�achoude�nossas�reportagens�e�seções.Suas�sugestões�são�bem-vindas!
Escreva�para�nosso�endereço:Rua�Augusta,�1239�-�Conj.�11
Consolação�-�0135-100�-�São�Paulo�(SP)ou�para�o�e-mail:
sua�colaboração!
OiJoana! Ficamos
muito felizes com seudepoimento. Continue
lendo e participando daVira!
OláCiro! Temos
certeza de que nossaparceria render ótimos
frutos. Um grandeabraço!
Ciro Tavares, da Gerênciade Juventude de Florianópolis (SC)
Oi galera! Fico feliz em saber que já existemmovimentos sociais de Floripa (SC) tomando a
iniciativa de procurar parceiros como vocês, masfico mais feliz ainda em saber que ainda existe
possibilidade de estarmos trabalhando juntos nofuturo próximo. Gostaria muito de fazer algumas
atividades aqui em Florianópolis, somos umacapital muito parada em algumas áreas da
sociedade, especialmente quando sefala em JUVENTUDE.
Siga a Vira no Twitter! Nosso perfil éhttp://twitter.com/viracao
Diogo�Gomes�dos�Santos,presidente�do�Centro�Cineclubista�
de�São�Paulo,�via�correio�eletrônico
Toda equipe da Vira, parabéns peloreconhecimento com o Prêmo Mídia Livre,
conquistado com com muita garra e conduta éticaexemplar. Mais do que a revista em si, o processo
de formação com essa juventude, do fazeracontecer, da produção do saber,com certeza,
digno de um prêmio como este. Força pragalera e mais um vez PARABÉNS!!!
Abraços.
Ops! Erramos!
Manda Vê
Todo mundo sabe que a base de uma vida saudávelestá na nossa boa alimentação. Mas hoje, em plena erados agrotóxicos, é quase impossível conhecer aprocedência dos alimentos. Entre a rapidez de produçãoe o lucro para os produtores está a nossa saúde.
Será que estamos ingerindo alimentos de qualidade?A resposta está onde muitas pessoas nem imaginam ouconhecem: nos alimentos orgânicos.
A produção orgânica é aquela cultivada sem nenhumtipo de agrotóxico ou produto químico, portanto sãoalimentos mais benéficos à saúde e ao meio ambiente.
O Brasil ocupa o 34º lugar no ranking mundial deexportação. Somente na última década, houve um
Cibele Sodré, do Virajovem Campo Grande (MS)*, Maria de Fátima Ribeiro, do Virajovem Lavras (MG)
* Integrantes de Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País ([email protected]@revistaviracao.org.br)
06 Revista Viração • Ano 7 • Edição 54
O QUE FAZER PARA TER UMAALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL SEM COMPROMETER O BOLSO? Yasmin
Silva Chaves, 14 anos
Nova Alvorada do Sul (MS)
Acredito que a saída seria a criaçãode um espaço permanente onde
esses produtos possam serdisponibilizados com mais facilidade
e a preços mais acessíveis. Naminha opinião, faltam incentivo
e informação tanto dasociedade quanto do
governo.
RegianeTerra, 21 anos
Campo Grande (MS)
Como a produção desses alimentosdemanda mais trabalho, tempo e
mão-de-obra, isso acaba tornando osalimentos mais caros. Acredito que faltaincentivo para esses trabalhadores. Esse
incentivo é uma grande forma de darmais acessibilidade a essesalimentos mais saudáveis e
também de promover asustentabilidade.
crescimento de 50% na venda desses produtos. Issosignifica mais qualidade e saúde na mesa dosbrasileiros. Além disso, os orgânicos ajudam napreservação do meio ambiente, pois anulam o risco decontaminação da água e do solo.
Os alimentos orgânicos são mais saudáveis efomentam a agricultura sustentável, no entanto, são osmais caros do mercado devido à sua baixa escala deprodução, que requer custos muito maiores. No MatoGrosso do Sul e em Minas Gerais o pessoal resolveu darsugestões e dizer o que acha dessa história de saúde,sustentabilidade e bons preços. Confira!
O livro traz as técnicas atuais de produzir
e processar alimentos e mostra as
melhores formas para nutrir
as próximas gerações.
A publicação apresenta como
chegamos ao estágio de
produção intensa, analisa os
problemas causados pelos
métodos, sugere possibilidades
e alternativas para a agricultura
e explica alimentos
transgênicos e orgânicos.
cao.org.br,
Silmarados Santos, 15 anos
Lavras (MG)
A nossa alimentação funciona comofonte de energia para o nosso corpo,
por isso é necessário uma alimentaçãosaudável. Alimentação saudável paramim é comer coisa bastante colorida
e sem agrotóxico. Aqui em Lavrasnós conseguimos isso e não
pagamos caro.
BrunoHenrique Rezende, de
20 anos Campo Grande (MS)
Uma saída é procurar associações quepodem oferecer um valor mais baixo. Temosque lembrar que o alimento orgânico só nostraz benefícios. É mais saudável, bom para omeio ambiente, e claro, muito mais saboroso.
Só que eles precisam ser mais divulgados.Acredito que com maior incentivo,aumentam a comercialização e aconcorrência. Dessa forma, talvez
os preços possam ficar maisacessíveis.
LucieneSilva, Lavras (MG)
No meu bairro tem uma senhoraque planta em sua casa e passa
vende ndo alface, cebolinha, repolho eoutras coisas. Passa com uma
carroça, chama as pessoas pelonome. Nós sempre compramos
tudo fresquinho. É muitomais saudável.
Bruno GuilhermeMarchiotti, 19 anos
Nova Alvorada do Sul (MS)
As pessoas têm a alternativa deconsumir os produtos orgânicoscriando suas próprias hortas em
casa, ou procurando hortasalternativas em suas
cidades.
O custo-benefício deste alimento deve ser visto deforma mais ampla. O preço em si costuma ser mais alto do que o
alimento não orgânico mas, ao consumirmos o orgânico, ganha-setambém nutrientes e qualidade de vida. A opção seria fazer ouutilizar-se de uma horta comunitária, independente se a pessoa moranuma cidade grande ou não. A pessoa também pode fazer umafloreira no seu prédio de hortifruti com, por exemplo: couve, salsinha,cebolinha, alface, brócolis, tomate cereja, etc.
Confira o que a nutricionista Sandra Maria Ribeiro, de
Lavras (MG), pensa sobre os alimentos orgânicos!
AndressaBarbosa, 16 anos
Lavras (MG)
Acredito que por morar em uma cidade dointerior não tenha tanta dificuldade de achar
alimentos orgânicos com baixo custo, mas emcidades onde isso não é possível, é legal que
existam projetos em que as pessoaspossam trabalhar em “hortinhas” e
depois possam consumir essesalimentos.
Os Alimentos do Futuro
(Colin Tudge – PubliFolha)
FazParte
08 Revista Viração • Ano 7 • Edição 54
Entre os dias 9 e 12 de julho, 90 jovens de todo o Brasil participaramdoEncontro Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo comHIV/aids (RNAJVHA), que aconteceu em Curitiba (PR). O evento tem
como objetivo a troca de experiência, o fortalecimento da Rede Nacionalde Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/aids (RNAJVHA) e a constituiçãode políticas públicas voltadas para a demanda desses jovens.Em sua quarta edição, o evento foi totalmente pensado, articuladoe organizado por jovens membros dessa Rede Nacional. No primeiro dia,representantes de instituições não governamentais e governamentaisfalaram sobre a importância dos jovens cobrarem e atuarem junto aos
órgãos públicos uma atuação mais focada nas na temática HIV/aids.E para que isso aconteça, foi ressaltada a importância do
fortalecimento de ações feitas coletivamente.Para acompanhar o 4º RNAJVHA, o Escuta Soh! - rede de notícias
feita pelos participantes da RNAJVHA, apoiado pelo Unicef,montou a Agência Jovem de Notícias que registrou momentos
do que rolou no encontro. Acompanhe nesta edição algumasdas matérias e acesse a produção dos jovens emwww.revistaviracao.org.br/escutasoh.
Eles não vão se calar!
Adolescentes e Jovens realizam encontro em Curitiba (PR)
para discutir propostas e ações voltadas à prevenção e ao
tratamento do HIV/aids
Agência de Notícias Escuta Soh!, em Curitiba
Participantes do encontro reservam
um horário para conhecer Curitiba
Troca de experiências foi ponto forte doRNAJVHA; a partir da esquerda: Rafael Souza,Janete Barbosa, Raphaela Machado, CamilaSantos, Wallace de Oliveira, Oseias Cerqueirados Santos e Valquiria Silvello
Revista Viração • Ano 7 • Edição 54 09
V
Nas entrelinhas
No último dia do encontro, o jovem KleytonTimbur, de São Paulo, fez um acróstico (poema emque as letras iniciais dos versos formam uma palavra,quando lidas na vertical) que foi lido no encerramento.Isso que passamos juntosVai ficar como saudade de nosEncontrarmosNovamente para que possamosConversar sobre muitosOutros assuntos além deNossa sorologia, trabalhosTratamento ou, até mesmo, asRealidades da vida, que nos oferece grandesOportunidades para que possamos amar e ser amadosNão importaA maneira, mas que sejaCom carinho e sentimentosInesquecíveis porque éÓtimo estarmos aquiNeste 4º Encontro Nacional com pessoas e jovens tãoAdoráveis, encantadoras eLeais com os compromissos da rede.
Minha vivência
A participante Raphaela Machado conversou com o jovemThompson Toledo, ativista e integrante da RNAJVHA no4º RNAJVHA, que contou um pouco de sua história. Confirao bate-papo abaixo!
Como foi descobrir sua vivência?
Descobri aos oito anos de idade, mas não entendia o que era.Fui entender do que se tratava por conta do preconceito que passei a presenciar.
Como era sua visão antes de você saber da sorologia?
E depois?
Não sabia o que era a aids antes. Depois que descobri,busquei informação, conhecimento e comecei a participarde grupos que atuam no combate ao preconceito. Hoje vivonormalmente.
Uso do preservativo foi pautaconstante nos debates
Encenações artísticas fizeram
parte das atividades
Mesas de discussões abordaram assuntoscomo participação juvenil e questõestrabalhistas aos jovens vivendo
Jovens documentarampropostas e ações parainstituí-las como metas
12 Revista Viração • Ano 7 • Edição 54
Equipe do Portal Pró-Menino*
De olho no ECA
Se quiser saber mais sobre o assunto consulte a seçãoConselhos Tutelares no Portal Pró-Menino(www.promenino.org.br). Lá você vai encontrar maisinformações sobre o conselheiro tutelar. O Portal Pró-Meninotem também uma seção de Endereços Úteis, que disponibilizacontatos com várias organizações de defesa dos direitos dascrianças e dos adolescentes no Brasil.
IvoSousa
Para que serve o Conselho Tutelar? Qual a relação entre o Conselho Tutelar e as escolas?
família para que se tenha conhecimento dos motivos
deste abandono. Assim, o conselheiro será capaz de encaminhar o
caso adequadamente, sempre no sentido de possibilitar que a criança
volte à escola e de que a família consiga cumprir integralmente o seu
papel pelo apoio de programas e auxílios.
*O Portal Pró-Menino, parceiro da Vira, é uma iniciativa da Fundação Telefônica emconjunto com o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor(CEATS/FIA).
OConselho Tutelar é um órgão criado pelo Estatuto
da Criança e do Adolescente para zelar pelos
direitos infanto-juvenis. Composto por cinco
conselheiros, o Conselho conta com uma sede
física e sua localização deve ser de fácil
acesso para todos os cidadãos.
A lista de atividades do Conselheiro
Tutelar é enorme. É ele quem deve receber
e encaminhar casos de crianças vitimizadas
ou em risco, aconselhar pais, apurar
denúncias, abrigar ou colocar em famílias
substitutas crianças e adolescentes, entre
outras funções. O Conselheiro Tutelar é uma
autoridade que não tem perfil repressivo, sua
atuação deve priorizar a possibilidade de superação e a
importância da convivência familiar saudável.
O Conselho Tutelar não tem nada a ver com o antigo
Comissário de Menores. Este sim tinha um caráter
repressivo e punitivo. Não se preocupava com a garantia
dos direitos das crianças e jovens. O surgimento do
Conselho é uma vitória que deve ser sempre
comemorada.
Todo município deve ter pelo menos um Conselho
Tutelar e qualquer pessoa pode ser eleita conselheira,
desde que tenha mais de 21 anos e bons antecedentes.
A cada três anos são feitas as eleições para o cargo
e a remuneração varia de cidade para cidade. É bem
bacana ficar atento ao que está rolando no seu município
ou na sua comunidade, pois cabe a todos nós apoiar
e fiscalizar.
Com relação à escola, o Conselho deve ser visto
como um parceiro, principalmente nos casos que
envolverem a violação ou ameaça dos direitos das
crianças ou dos adolescentes. Por exemplo, o ECA diz
que a escola deve encaminhar ao Conselho os casos de
evasão escolar. Então, o conselheiro irá procurar esta
Ilust
raçã
o: L
enti
ni
V
eca_54:Layout 1 28/7/2009 19:35 Page 16
Revista Viração • Ano 7 • Edição 54 13
Todo mundo sabe que os jovens brasileiros inventam moda, inovam e quebram barreiras etabus da sociedade, todo mundo sabe, mas sempre é bom conhecer gente nova e olhar adiversidade de vários grupos.
Na edição 52 da Vira, no mês de maio, a revista apresentou aos nossos leitores uma novaseção, chamada Que Estilo Cola. A ideia é mostrar diversos grupos urbanos – e rurais também, porque não? – formados por jovens com características próprias e únicas - ideologias, estilos, bandasprediletas e características peculiares.
Qualquer estilo é bem vindo, desde os mais fáceis de se encontrar até os mais diferentes. Éuma seção que traz música, ideais, religião, comportamento e cultura com boas doses de bomhumor e respeito às diferenças.
Abaixo, segue um poema feito pela Lígia Martins, do Virajovem Goiânia (GO)*, que define nossaseção, nossos estilos e nossas vidas.
Que estilo cola
Que estilo cola?Elemento de composiçãoou será uma verdadeira descomposição?Visual, imagem, personalidade?Quem define?Saca cara? Eu ainda não saquei...Ser o que se éou parecer o que se quer ser?Está na modaou me identifico com a ideologia da parada?Cabelo sarará, chapinha, floresta,moicano, mais parece um tubarão!Piercing, tatoo, alargadores de mentesstrass ou sementes?Cara tô ficando tonto/acom tanta doideira.Tudo preto ou rosinha?Cores quentes ou frias?Magro/a ou gordinho/a?Que estilo cola?Ou melhor que estilo descola?Descola a indiferença,o ensimesmar-se numa constânciaque não vale a cadência.Cara, no fim é só casca...não precisa de tanta nóia.O gostoso está sob ela:cuidar pra que a polpa não adoeçapra que se aproveite cada tempo, cada estaçãoe se torne cada vez mais saboroso viver!
V
* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21Estados do País ([email protected])
Que estilo cola?
Se você conhece algum estilo que deveser mostrado aqui na Vira, mande suasugestão pra gente, critique, pergunte,manifeste-se. Estamos à disposiçãopara tirar todas as dúvidas e mostrarpasso-a-passo como colaborar comesta estilosa seção!
pag23:Layout 1 28/7/2009 14:40 Page 23
Rango da terrinha
Saiba como preparar o charque na moranga,
prato típico do Paraná
Aculinária paranaense é marcada pela
utilização da abóbora como
acompanhamento ou ingrediente a ser
acrescentado em pratos como o barreado (carne
cozida servida com arroz, farinha de mandioca e
banana) e o charque (carne seca).
A chef de cozinha do restaurante Estrela da
Terra, Aline Guerra, de Curitiba (PR), especializado
em comidas típicas do Estado, conta a história do
prato conhecido como “charque na moranga”. O
charque ou carne seca foi trazido para o Paraná
pelos nordestinos, principalmente pelos baianos
que vieram trabalhar nos açougues. No Nordeste,
o charque é servido com uma abóbora que não é
comum no Paraná, então o prato passou a ser
feito com a moranga, um tipo de abóbora.
Os barões da região provaram e gostaram do
prato. Ele passou a ser servido diretamente na
moranga, como se ela fosse a própria panela. Mais
tarde, para dar mais sabor, foi acrescentado o
requeijão tipo catupiry.
Juliana Cordeiro, do Virajovem Curitiba (PR)*
Como fazer o Charque na Moranga com Catupiry
V
*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País ([email protected])
Delícia paranaense
Ingredientes
2 abóboras moranga (uma pequena e uma média)
2 folhas de louro
1 pitada de orégano
1 cebola ralada (pequena)
1 dente de alho amassado
400g de charque (carne seca)
500ml de leite
200g de catupiry
Sal a gosto
Modo de preparo
Descasque a moranga pequena e
coloque para cozinhar em uma
panela com um pouco d'água.
Na véspera ou pelo menos
quatro horas antes, coloque o
charque em uma vasilha com
água para retirar o excesso de
sal da carne. Será necessário
fazer pelo menos quatro trocas
de água. Na troca da última
água, coloque a carne na panela
de pressão (tome cuidado ao
utilizá-la; se não souber usar
peça a alguém para ajudar,
certo?), e deixe cozinhar por 15
minutos. Retire do fogo, corte
em cubos pequenos e reserve.
Aqueça o leite, coloque os
pedaços da moranga cozida,
amasse até virar um creme
grosso e depois reserve.
Em uma panela, aqueça um
pouco o óleo e depois coloque a
cebola e o alho, deixando-os
fritar um pouco. Acrescente o
charque já cozido e cortado.
Mexa bem, deixando fritar.
Acrescente as folhas de louro e
o orégano, frite um pouco mais
e depois reserve.
Pegue a outra moranga, abra ao
meio em forma circular e retire
as sementes. Coloque em uma
panela com água e deixe
cozinhar por 20 minutos com o
furo virado para baixo. Após
esse tempo, retire a moranga
com cuidado, pegue o creme de
moranga que estava reservado
e acrescente o charque mexendo
bem (não se esqueça de retirar o
louro). Acrescente o catupiry e
mexa levemente. Acrescente sal
e coloque essa mistura na
moranga já cozida. Para decorar
o prato, coloque um pouco de
catupiry na borda da moranga.
Dica: Faça uma limpeza na carne
de charque antes de cozinhá-la,
pois ela é de segunda e por isso
contém gorduras e nervos. Para
saber outras receitas da culinária
paranaense e conhecer mais a
cultura do Estado, acesse o site
www.prdagente.pr.gov.br.
28 Revista Viração • Ano 7 • Edição 54
Foto
: Ju
liana
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eiro
Sérgio Moraes Sampaio nasceu no dia 13 de abril de 1947, em Cachoeiro de Itapemirim, noEspírito Santo (ES). Filho mais velho dentre os cinco de
Raul G. Sampaio, que era maestro de banda e completava oorçamento da família com uma fábrica de tamancos, e deMaria de Lourdes Moraes – professora do primário –,pode-se dizer que um dos traços mais marcantes de suapoética é um lirismo existencial, onde angústias epossibilidades utópicas se fazem presentes,caracterizando a sociedade contemporânea.
Aos 9 anos, começou a ajudar seu pai na tamancaria e oitoanos mais tarde ingressou na carreira de locutor da rádio local.Pouco depois, mudou-se para o Rio de Janeiro para tentar a vidacomo cantor-compositor. Depois de peregrinar por várias rádios- chegando a dormir ao relento e pedir esmolas -, finalmente,conseguiu ingressar na rádio Continental.
Só no início dos anos 70 sua vida mudaria para melhor, tempoem que conheceu Raul Seixas (produtor da gravadora CBS naquelaépoca), de quem se tornou amigo e parceiro. Foi justamente nagravadora de Raul que Sampaio teve seu primeiro compactolançado, em setembro daquele mesmo ano.
O LP Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta: Sessãodas 10 mistura letras sarcásticas com ritmos nordestinos, derock e de samba, e conta com a presença de Sérgio Sampaio,Raul Seixas, Miriam Batucada e Edy Star. Com outros amigosproduziu também o LP Eu Quero é Botar Meu Bloco Na Rua, umgrande fracasso de vendas e ícone de críticas.
Em 1978, teve sua primeira internação por crise depancreatite. Recuperou-se e logo voltou à sua vida rotineira deshows, agora lotados. Cinco anos mais tarde, nasceu JoãoSampaio, fruto da união com Ângela, o que não foi suficientepara Sérgio largar os hábitos boêmios que cultivava. Sua mulherlogo o deixou.
Moyara Araújo Kossmann, do Virajovem Vitória (ES)*
Revista Viração • Ano 7 • Edição 54 29
* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País ([email protected])
Na década de 90, mudou-se para a Bahia. Lá ele sereergueu na carreira e, no aniversário de 10 anos do seu filho,anunciou que largara a bebida, mas, um ano depois, em 1994,foi internado e morreu pouco depois, no dia 5 de maio.
Silenciado, não silencia sua obra. Em 2006, a gravadoraSaravá Discos lançou o disco Cruel, com canções poucoconhecidas ou mesmo inéditas de Sampaio. O disco marca olançamento tardio e necessário de mais um capítulo na obrade Sérgio. Mais uma oferta no balaio do artista capixaba.
Que Figura!
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O Balaio de
Sampaio
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Fazedores de Vídeo
30 Revista Viração • Ano 7 • Edição 54
Mande seu vídeo pra gente!
Não se esqueça de mandar a
ficha técnica, fotos dos
bastidores e o link do vídeo para:
Rua Augusta, 1239 - cj 11
Consolação – 01305-100
São Paulo (SP) - 11 3237-4091
V
Realizado por jovens da Oficina
Itinerante de Vídeo Tela Brasil
em Sapopemba – um distrito
da cidade de São Paulo (SP) –, o
vídeo desta edição tem como pano
de fundo um evento comum a
municípios de todos os lados do País:
as feiras de rua.
Ambiente repleto de
contradições, as feiras livres são
frequentadas por diferentes pessoas
nas mais variadas condições. O
jovem William de Melo Santos, um
dos realizadores do documentário,
define outro ponto fundamental
retratado no filme: “Queríamos abrir
os olhos não só os contrastes, como
também para outro tema importante
na sociedade atual, que é o
desperdício de alimentos”.
SINOPSEO documentário Que feira é essa?aborda diferentes pessoas queconvivem num mesmo bairro eambiente, a feira de Sapopemba. A escolha de ter uma feira livrecomo cenário para o filme estámuito ligada à intenção de mostraras contradições presentes nobairro, que podem ser facilmenteobservadas em feiras de outroslugares do País.
FICHA TÉCNICAQue Feira é essa?
Direção: Coletivo
Produção: Thamires Cardoso
e Sidnei Ferreira
Gênero: Documentário
Alunos Realizadores: Rafael Fernandes,
William de Melo Santos, Thamires Cardoso
SantAnna, Sidnei Ferreira da Silva, Emerson
Silva Marques, Gabriel Gomes dos Santos
(Oficina Itinerante de Vídeo Tela Brasil -
Sapopemba (SP) - Junho/2009)
Duração: 09:51
ASSISTA!Vídeo Completo:
http://www.telabr.com.br/oficinas-
itinerantes/curtas-oficina/?cat_oficina=298
Que feira é essa?
Sérgio Rizzo, crítico de cinema
Fotos: Divulgação
V
No Escurinho
Comunicadores instantâneos, blogs e
redes sociais (como o Orkut, o
Facebook e o Twitter) integram hoje o
cotidiano de milhões de jovens no Brasil,
mesmo que não tenham computador ou
telefones celulares ao alcance de quase
todas as camadas da população, também
contribuem para expandir a malha por meio
da qual a circulação de informações
adquiriu características até então inéditas.
Primeiro longa brasileiro a abordar de
maneira incisiva o impacto dessas
transformações sobre a vida da população
jovem de classe média, Nome Próprio trata
de fenômenos sociais que ocorreram a
partir da expansão da “blogosfera”, o vasto
território da internet ocupado por sites
pessoais, boa parte de cunho
autobiográfico, em que os autores falam a
respeito do que fazem, pensam e sentem.
Um dos primeiros “blogueiros” a se tornar
personalidade da internet brasileira foi
Clarah Averbuck, que expôs sua intimidade
em textos de caráter literário, muito
próximos da ficção.
Diretor de Nunca Fomos Tão Felizes
(1984) e (1996), Murilo Salles se baseou
nas experiências de Averbuck para compor
a protagonista do filme, Camila (Leandra
Leal), jovem aspirante a escritora, que usa
experiências cotidianas, em especial as
amorosas, para alimentar seu blog. Dessa
forma, passa a misturar sua identidade de
“carne e osso”, ao alcance somente de
quem a cerca, com sua identidade virtual,
que mora na internet.
Salles dá ênfase ao solitário e
dolorido processo de autoconhecimento
da protagonista, e opta por engenhosa
solução visual para sugerir a
confluência entre as “duas vidas” de
Camila: os textos que ela escreve no
blog aparecem em letras gigantes
sobre as suas próprias imagens,
estabelecendo o diálogo entre os dois
planos.
Revista Viração • Ano 7 • Edição 54 31
A rede em outro plano
Making of do longa de Murilo Salles
Cantando a história do sertão e do mundo
Todos os Sons
Poetisa, intérprete, instrumentista e produtoracultural, Socorro Lira coloca em suas letras acultura do povo do Sertão da Paraíba. Ainda
criança, já ouvia as cantigas de sua terra, cantadasnaturalmente, e é assim que ela transmite sua músicapara as pessoas.
Iniciada com a chamada Música da Caminhada -que era cantada para animar encontros de reflexãopolítica do movimento juvenil da igreja católica -,Socorro já aprendia a arranhar o violão e tocavadurante os encontros, mas não tinha ideia daproporção que isso iria tomar na sua vida.
Socorro Lira é formada em psicologia pelaUniversidade Estadual da Paraíba (UEPB) e hoje é umaartista independente, com cinco discos produzidos aolongo de sua carreira. “Meus trabalhos sãoindependentes, com alguns apoios, algunspatrocínios, mas, em geral, são independentes”.
Atualmente, o cenário da música independente noBrasil vem se tornando um assunto sério. A democratização dos meios de produçãopossibilitou que muitos artistas aparecessem. “Àsvezes eu fico até meio receosa de dizer que souartista, não sei mais quem é quem”. Na opinião deSocorro, é preciso perceber o que tem valor artísticoe o que tem valor econômico.
A artista é a sua própria produtora, e recebealgumas ajudas. Além da produção, Socorro cuidatambém da divulgação; ela utiliza a internet e contacom alguns colaboradores. Seus amigos e as pessoasque admiram seu trabalho também vão levando eespalhando a notícia, “e então é assim, cada um vailevando e vamos dando os pulos, aqui ou ali, e assimvai acontecendo”, diz.
Tá na Mão
Quem quiser ouvir todos os sons e conhecer melhoro trabalho da artista Socorro Lira, acesse:
www.socorrolira.com.br
www.myspace.com/socorrolira
32 Revista Viração • Ano 7 • Edição 54
Socorro Lira
Bruno Castro, Hellen Neves e Simone Nascimento, do Virajovem São Paulo (SP)*
V
* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 21 Estados do País ([email protected])
Socorro criou o projetoMemória Musical da Paraíba,e produz discos de outrosartistas do estado. Nomomento, está produzindo oquarto CD do projeto. Socorro Liraproduz também músicas colaborativascom pessoas de outras cidades e países;há três anos e meio, está envolvida emum projeto que conta com a participaçãode pessoas da Galícia na Espanha, deLisboa, em Portugal, de outros lugares daEuropa, além de Salvador e São Paulo.
No terreiro da casa de Mãe Joana é
um dos CDs da artista
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Sexo e Saúde
Este mês, quem respondeu às dúvidas do pessoal do Virajovem
Belém (PA)* foi a assistente e educadora social Jandira Miranda
da Silva, da Secretaria Estadual de Saúde na área de prevenção
a DSTs e HIV/aids.
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Sei que quando tiver minha primeira vez algo vai mudar, a cabeça muda, ocorpo muda. Queria saber como vou reagir, como ficará meu corpo?
F. de A., 14 anos
A resposta para esta pergunta não é fácil, pois existem fatores biológicos,psicológicos e sócio-culturais que contribuem para a tomada desta decisão, quevaria para cada pessoa. No entanto, deve ser uma decisão particular bem refletidae avaliada. Sobre as mudanças que podem ocorrer psicologicamente, depende daexpectativa criada para este momento. É importante o diálogo, verificar quais suasexpectativas e motivação para a relação sexual, avaliar se você e seu parceirodesejam e esperam a mesma coisa, para que não haja decepção, culpa ou tristezapela decisão. Lembre-se que este deve ser um momento de prazer, descoberta eamadurecimento pessoal, em que não pode haver pressões ou influência dosamigos. Se não se sente segura ainda, espere um pouco mais.
Posso comprar produtos contraceptivos sem a presença dos meus pais?
F. de A., 14 anos
O correto no caso de anticoncepcional é não usá-lo sem orientação médica esem uma receita médica. No caso da camisinha, não há nenhum impedimento paracompra, ela pode ser adquirir nos postos de saúde do seu bairro gratuitamente enão necessita de autorização dos pais.
Como podemos saber se amulher realmente teve umorgasmo, sentiu prazer?
Diógenes Silva, 19 anos
O sinal mais visível na mulheré a maior lubrificação da vagina e oaumento dos batimentos cardíacos.Mas, se sua preocupação é saber seestá dando prazer à sua parceira, omelhor a fazer é conversar comela e perguntar quais toques lhedão mais prazer e que áreas deseu corpo lhe deixam maisexcitada.
* Um dos Conselhos Jovens da Virapresentes em 21 Estados do País
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OIII Congresso Mundial de
Enfrentamento da Exploração Sexual
de Crianças e Adolescentes, realizado
no Rio de Janeiro em novembro de 2008,
sediou o lançamento da plataforma virtual
para que o tema não seja esquecido.
Trata-se do StopX, comunidade virtual
criada pelo Fundo das Nações Unidas para
a Infância (Unicef – Estados Unidos) em
parceria com a Revista Viração. Esta
ferramenta é mais do que um site de
relacionamentos: acima de tudo, é um
espaço de livre discussão sobre a temática
da exploração sexual, oferecendo
inúmeros recursos para que todos os
membros do StopX possam se expressar,
seja por meio de fotos, vídeos ou artigos.
Simone Nascimento, de 16 anos, de
São Paulo (SP), diz: “Além de proporcionar
um grande elo entre as iniciativas e
organizações locais, com o StopX elas
podem eficientemente melhorar e avançar
na luta contra a exploração sexual”. Ela
também ressalta que o StopX faz com que
fique inteirada sobre os assuntos que
estão rolando com as outras pessoas que
participaram do Congresso. Eduardo
Méndez, de Caracas, Venezuela, enfatiza o
papel de mediador que o site proporciona.
“O StopX é uma ferramenta bastante
importante para a articulação
e socialização de informação relacionada
ao Congresso.”
StopX
*Integrante de um dos Conselhos Jovens da Virapresentes em 21 Estados do País([email protected])
Durante o Congresso, uma equipe de
voluntários auxiliava na mobilização do
site, cadastrando novos membros,
explicando as funções da ferramenta,
traduzindo textos, postando fotos e
vídeos. Estas ações foram mantidas depois
do Congresso por meio da newsletter, que
é um informativo enviado por e-mail, com
textos dos jovens da comunidade virtual,
eventos de juventude que estão
acontecendo ao redor do mundo , e
instruções sobre o uso da plataforma, um
meio de deixar as pessoas mais íntimas e
donas do espaço que lhes é dado.
O espaço contará com muitas
novidades em breve. Tudo para contribuir
com o compartilhamento de informações,
discussões e avançar na luta contra a
exploração sexual de crianças e
adolescentes.
Bruno Castro, mobilizador adolescente da plataforma StopX, do Virajovem São Paulo (SP)*
Foto: Eric Silva
Um jeito diferente de falar
sobre exploração sexual
www.stopx.org
parada social 54:Layout 1 22/7/2009 12:24 Page 34
Roteiro de Acássia Deliê, do Virajovem Maceió (AL)
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