DIAGNÓSTICO
PNLP 2015PLANO NACIONAL DE LOGÍSTICA PORTUÁRIA
Diagnóstico - PNLP
�5 Introdução
�7 Gestão e Economia�8 Aspectos institucionais do sistema portuário�17 Melhorias da eficiência do setor portuário�26 Objetivos estratégicos e monitoramento de indicadores�29 Movimentação de carga
�29 Operações�31 Movimentação de passageiros�31 Desempenho operacional�36 Características da frota marítima�39 Serviços e sistemas de apoio�43 Capacidade instalada
�43 Capacidade�54 Infraestrutura aquaviária
�61 Logística�63 Modal rodoviário�66 Modal ferroviário�67 Modal hidroviário (navegação de interior)�69 Cabotagem
�71 Meio ambiente �72 Conformidade ambiental�73 Estrutura da gestão ambiental dos portos�75 Sistema de Gestão Ambiental �76 Internalização dos custos ambientais portuários�77 Internalização da análise ambiental no PDZ�77 Articulação institucional�79 Relação entre porto e cidade
�81 Apêndice
SUMÁRIO
Introdução
5Diagnóstico - PNLP
I nstituída em 2007, a Secretaria de Portos da Pre-sidência da República (SEP/PR) deu início a um conjunto de ações institucionais e de gestão com
o objetivo de dotar o setor portuário nacional de con-dições para o seu crescimento e desenvolvimento, as-sociado à expansão da economia brasileira. Desde en-tão, a SEP/PR vem atuando na formulação de políticas e diretrizes para o fomento do setor e promovendo o planejamento, a implantação e a avaliação de progra-mas, projetos ações de modernização e apoio ao de-senvolvimento da infraestrutura, da capacidade e da eficiência dos portos marítimos, fluviais e lacustres.
A Portaria SEP/PR n° 03/2014, publicada em janeiro de 2014, que regulamentou a compatibilização entre o planejamento portuário nacional – de competência da SEP/PR, por meio do PNLP, dos Planos Mestres e do Pla-no Geral de Outorgas (PGO) – e o planejamento local, de responsabilidade das autoridades portuárias – realizado via Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto (PDZ) –, tem a finalidade de aprimorar o processo de reestruturação do Setor Portuário Nacional.
O planejamento sistemático de tomada de decisão, por sua vez, embasado em pesquisa e análise da situa-ção corrente, na previsão de cenários futuros e no esta-belecimento de diretrizes, é ferramenta imprescindível para a implementação de ações e políticas públicas.
A gestão baseada no ciclo iterativo PDCA (Plan, Do, Check, Act – Planejar, Executar, Monitorar e Ajustar, na tradução para a língua portuguesa) preconiza um pro-cesso sistemático em que o planejamento e a execução ocorrem concomitantemente com ações de monitora-mento e correção de rota.
A Figura 1 apresenta o processo de planejamento analisado pela ótica do PDCA.
Como instrumento de planejamento sistêmico, no ciclo de planejamento 2009-2012 a SEP/PR desenvol-veu a primeira versão do Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), contemplando três pilares estratégi-cos: Redefinição do arcabouço institucional, Expansão da capacidade do sistema portuário do Brasil e Melho-ria da eficiência de gestão, conforme ilustra a Figura 2.
1. Introdução
Planejamento
Monitoramentoe Avaliação
ExecuçãoPROCESSOS DEPLANEJAMENTO
Ajustes
Figura 1 - Processo de planejamento na ótica do PDCAFonte: SEP/PR (2015)
Introdução
6 Diagnóstico - PNLP
I IIIII
a fim de eliminar entraves burocráticos e legais e viabilizar uma precisa divisão das funções dos setores públicos e privados nessa expansão. Isso implicou a revisão e atualização da Lei dos Portos, o aperfeiçoamento da regulação e a consolidação de regras estáveis para a atração de investimentos privados.
de forma compatível com o crescimento esperado da economia nacional e da subsequente demanda por serviços portuários.
tornando os portos competitivos, autônomos, lucrativos e autossuficientes financeiramente.
I
PILARES ESTRATÉGICOS – CICLO 2009-2012
Redefinição do arcabouço institucional:
Expansão da capacidade do sistema portuário do Brasil:
Melhoria da eficiência de gestão:
Figura 2 - Pilares Estratégicos do PNLP: Ciclo 2009-2012
Fonte: SEP/PR (2015)
No período de 2012 a 2015, a SEP/PR realizou e monitorou a execução de diversas iniciativas, com o objetivo de aumentar a eficiência e a competitividade do setor portuário nacional, em consonância com os pilares estratégicos do PNLP, definidos no ciclo 2009-2012.
Este documento apresenta uma análise qualitati-va da situação atual do sistema portuário nacional, construída com base no diagnóstico elaborado no primeiro ciclo de planejamento. Adicionalmente, são consideradas no diagnóstico as análises provenientes do monitoramento dos indicadores do PNLP, realiza-das no segundo ciclo de planejamento (2012-2015), englobando o cálculo dos indicadores no período, bem como o cálculo retroativo de indicadores para os anos de 2010 e 2011. Além disso, foram promo-vidas entrevistas com entidades representativas do setor, abrangendo operadores, terminais, armado-res, entidades de classe e trabalhadores portuários. Ressalta-se a participação das seguintes entidades: Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (ABRE-
MAR), Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Federação Nacional dos Operadores Portuá-rios (FENOP), Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Câmara Brasileira de Contêineres, Trans-porte Ferroviário e Multimodal (CBC), Centro Nacio-nal de Navegação (CENTRONAVE), Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (SYNDARMA), Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios, nas Ativida-des Portuárias (FENCCOVIB) e Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (FENAMAR).
Essa visão heterogênea sobre cada um dos aspec-tos discutidos no diagnóstico enriqueceu o processo de análise e a identificação dos pontos relevantes ao estudo.
Nesse contexto de mudanças econômicas e nor-mativas, nos próximos capítulos será apresentada a primeira revisão do diagnóstico do PNLP, que procura incorporar as alterações ocorridas no ambiente por-tuário nacional no período de 2010 a 2014.
7Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
A área de Gestão e Economia aborda assuntos como: aspecto institucional do setor; estru-tura organizacional e gestão das autoridades
portuárias; e planejamento dos portos e governança. Além disso, são retomados pontos relevantes do Diag-nóstico do primeiro ciclo do PNLP (2009-2012), com uma discussão sobre a evolução dessas questões, os avanços e as ações executadas no período de 2012 a 2015.
Para estimular o desenvolvimento do sistema por-tuário brasileiro, ações de aprimoramento institucional foram propostas, de modo que as competências de cada uma dessas entidades fossem redefinidas. Essas ações foram realizadas em 2012, por meio da Medida Provisória n° 595, que no ano seguinte foi convertida na Lei n° 12.815/2013, a nova Lei dos Portos, a qual foi
regulamentada pelo Decreto n° 8.033/2013.No referido período, ocorreu a promulgação da Lei
n° 12.815/2013, que revogou a Lei n° 8.630/1993 e pas-sou a reger o sistema portuário brasileiro, com novos objetivos e diretrizes, a fim de aumentar a competitivi-dade, a concorrência e o desenvolvimento do setor. As disposições da nova lei geraram alterações em diferen-tes áreas, desde o quadro institucional até a atuação de algumas entidades – como o CAP, por exemplo.
O novo marco regulatório do setor busca uma maior eficiência dos investimentos públicos, o estímulo aos investimentos privados e a integração entre as instala-ções portuárias, de forma a proporcionar o funciona-mento do setor como um sistema integrado e eficiente.
As principais mudanças ocorridas com o novo marco regulatório são destacadas na Figura 3.
2. Gestão e Economia
Figura 3 - Principais mudanças com o novo marco regulatórioFonte: SEP/PR (2015).
Lei 8.630 Lei 12.815
Planejamento descentralizado nos portos Planejamento centralizado na SEP/PR
A fiscalização dos contratos de concessão e autorizações pela ANTAQ e arrendamentos pela Autoridade Portuária e
ANTAQ
A fiscalização de todos os contratos (arrendamento e concessão) e autorizações pela ANTAQ, com apoio da
Autoridade Portuária
ANTAQ vinculada ao Ministério dos Transportes ANTAQ vinculada à SEP/PR
Terminais Privativos: movimentação de carga própria. Dentro ou fora do porto organizado
Terminais Privados: movimentação de carga de terceiros. Somente fora do porto organizado
Contrato de arrendamento entre Autoridade Portuária e arrendatário Contrato de arrendamento entre SEP/PR e arrendatário
Conselho de Autoridade Portuária (CAP) deliberativo CAP consultivo
Principais Mudanças
8 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
2.1. Aspectos institucionais do sistema portuário
2.1.1. Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR)
A SEP/PR tem como atribuição principal a formula-ção de políticas e diretrizes que objetivam o desenvol-vimento e investimento no setor portuário (portos e instalações portuárias marítimas, fluviais e lacustres, excetuando-se instalações portuárias públicas de pe-queno porte), promovendo a execução de medidas, projetos e programas com foco em planejamento e em melhorias da infraestrutura e superestrutura do setor portuário.
Com o novo arcabouço institucional, a SEP/PR pas-sou a exercer o papel de Poder Concedente. Nessa função, compete à Secretaria viabilizar a exploração dos portos organizados e das instalações portuárias autorizadas, por meio da realização de outorgas de ar-rendamentos em áreas do porto organizado, autoriza-ção de instalações portuárias fora do porto organiza-do e concessões e delegações de portos organizados. Outra inovação de suas atribuições, com alteração do marco legal, é o papel de órgão central de pla-nejamento do setor portuário nacional, buscando a concatenação do planejamento sistêmico de longo prazo, por intermédio do Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), dos Planos Mestres, do Plano Geral de Outorgas (PGO), até a aprovação do planejamento operacional do porto organizado, por meio do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto (PDZ).
Em suma, de acordo com a Lei n° 12.815/2013 e seu decreto de regulamentação n° 8.088/2013, com-pete ao Poder Concedente:
» “Elaborar o plano geral de outorgas para o setor portuário.
» Elaborar o planejamento setorial em conformidade com as políticas e diretrizes de logística integrada. » Definir as diretrizes para a realização dos proce-dimentos licitatórios das chamadas públicas e dos processos seletivos de que trata a Lei n° 12.815/13, inclusive para os respectivos editais e instrumentos convocatórios. » Celebrar os contratos de concessão e arrendamen-to e expedir as autorizações de instalação portuá-ria, devendo a ANTAQ fiscalizá-los em conformida-de com o disposto na Lei n° 10.233, de 05 de junho de 2001. » Estabelecer as normas, os critérios e os procedi-mentos para a pré-qualificação dos operadores portuários. » Disciplinar conteúdo, forma e periodicidade de atualização dos planos de desenvolvimento e zo-neamento dos portos (PDZs). » Definir diretrizes para a elaboração dos regula-mentos de exploração dos portos. » Aprovar a transferência de controle societário, ou de titularidade de contratos de concessão, ou de arren-damento, previamente analisados pela ANTAQ. » Aprovar a realização de investimentos não previs-tos nos contratos de concessão ou de arrendamen-to, previamente analisados pela ANTAQ. » Conduzir e aprovar, sempre que necessários, os es-tudos de viabilidade técnica, econômica e ambien-tal do objeto da concessão ou do arrendamento. » Aprovar e encaminhar ao Congresso Nacional o re-latório de que trata o parágrafo 5º do art. 57 da Lei n° 12.815/13”.
Figura 4 - Organização institucional do setor portuárioFonte: SEP/PR (2015).
Nesta subseção, serão analisadas as atribuições, a organização, o planejamento e a governança dos atores e das instituições que articulam o sistema portuário nacional.
A Figura 4 ilustra a organi-zação institucional do setor portuário atualmente.
PR�IDÊNCIA DA REPÚBLICA
Poder Concedente: políticas e investimentos
AUTORIDADES PORTUÁRIAS
CONCESSÕES, AUTORIZAÇÕESE PERMISSÕES Órgão regulador
Organização Institucional do Setor Portuário
9Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
2.1.2. Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) foi instituída pela Lei n° 10.233, de 05 de ju-nho de 2001, e, de acordo com seu estatuto, é uma entidade integrante da administração federal indire-ta, submetida a regime autárquico especial, com per-sonalidade jurídica de direito público, independência administrativa, autonomia financeira e funcional, com mandato fixo de seus dirigentes.
Com o novo marco regulatório, a ANTAQ passou a estar vinculada de forma direta à SEP/PR e recebeu novas atribuições.
De acordo com o Decreto n° 4.122, de 13 de feve-reiro de 2002, e com a Lei n° 10.233, de 05 de junho de 2001, alterada pela Lei n° 12.815/2013, a ANTAQ tem por finalidade:
» “Implementar as políticas formuladas pela Secre-taria de Portos da Presidência da República, pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte e pelo Ministério dos Transportes, se-gundo os princípios e diretrizes estabelecidos na legislação. » Regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aqua-viária. » Tornar mais econômica e segura a movimentação de pessoas e bens pelas vias aquaviárias brasilei-ras, em cumprimento a padrões de eficiência, se-gurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas. » Arbitrar conflitos de interesses para impedir situa-ções que configurem competição imperfeita ou in-fração contra a ordem econômica. » Harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas e entidades do setor, sempre preservan-do o interesse público.”
Ainda, o Decreto n° 8.033, de 27 de junho de 2013, estabelece que, sem prejuízo a outras atribuições pre-vistas na legislação específica, compete também à ANTAQ:
» “Analisar a transferência de controle societário ou de titularidade de contratos de concessão ou de ar-rendamento. » Analisar as propostas de realização de investimen-tos não previstos nos contratos de concessão ou de arrendamento. » Arbitrar, na esfera administrativa, os conflitos de interesses e as controvérsias sobre os contratos não solucionados entre a administração do porto e a arrendatária. » Arbitrar, em grau de recurso, os conflitos entre agentes que atuem no porto organizado, ressalva-das as competências das demais autoridades pú-blicas. » Apurar, de ofício ou mediante provocação, práticas abusivas ou tratamentos discriminatórios.”
O mesmo decreto ainda estabelece que a ANTAQ deve cumprir o disposto no Plano Geral de Outorgas para a realização das licitações de concessão, de ar-rendamento e das chamadas públicas para autoriza-ção de instalações portuárias.
Com relação à fiscalização, no início de 2014, a ANTAQ editou a Resolução n° 3259-ANTAQ, tendo por objetivo conferir maior agilidade e objetividade às ações fiscalizatórias e aos processos sancionado-res, reduzindo o tempo médio de tramitação de um processo de fiscalização de 375 dias para 111 dias. É importante também destacar a criação de 14 Postos Avançados em área portuária pública, com o objeti-vo de garantir a presença permanente da ANTAQ nos portos e melhorar sua atuação fiscalizatória.
2.1.3. Autoridade Portuária (AP)
De acordo com a Resolução n° 858-ANTAQ, de 23 de agosto 2007, a administração portuária é definida como a “entidade de direito público ou privado, [...] que exerce a exploração e a gestão do tráfego e da operação portuária na área do porto público, poden-do essas atividades ser realizadas diretamente pela União ou mediante concessão”. Dessa forma, a Au-toridade Portuária é a responsável por administrar o porto, seja por meio da União, de delegatária ou de entidade concessionária do porto organizado.
As atuais autoridades portuárias, por sua vez, tive-ram suas atribuições revistas, de modo que a atuação dessas instituições passou a se concentrar na gestão do porto. O novo marco legal reforçou a necessidade de aperfeiçoamento da gestão das APs, valendo-se do uso de metas e indicadores de desempenho estipula-dos pela SEP/PR para as Companhias Docas.
De acordo com os artigos 17 e 18 da Lei n° 12.815/2013, compete à Autoridade Portuária:
10 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
» “Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e os contratos de concessão. » Assegurar o gozo das vantagens decorrentes do melhoramento e aparelhamento do porto ao co-mércio e à navegação. » Pré-qualificar os operadores portuários, de acordo com as normas estabelecidas pelo poder conceden-te. » Arrecadar os valores das tarifas relativas às suas atividades. » Fiscalizar ou executar as obras de construção, re-forma, ampliação, melhoramento e conservação das instalações portuárias. » Fiscalizar a operação portuária, zelando para que as atividades sejam realizadas com regularidade, eficiência, segurança e respeito ao meio ambiente. » Promover a remoção de embarcações ou cascos de embarcações que possam prejudicar o acesso ao porto. » Autorizar a entrada e saída, inclusive atracação e desatracação, o fundeio e o tráfego de embarca-ção na área do porto, ouvidas as demais autorida-des do porto. » Autorizar a movimentação de carga das embar-cações, ressalvada a competência da autoridade marítima em situações de assistência e salvamento de embarcação, ouvidas as demais autoridades do porto. » Suspender operações portuárias que prejudiquem o funcionamento do porto, ressalvados os aspectos de interesse da autoridade marítima responsável pela segurança do tráfego aquaviário. » Reportar infrações e representá-las perante a AN-TAQ, visando à instauração de um processo admi-nistrativo e da aplicação das penalidades previstas em lei, em regulamento e nos contratos. » Adotar as medidas solicitadas pelas demais autori-dades no porto. » Prestar apoio técnico e administrativo ao conselho de autoridade portuária e ao órgão de gestão de mão de obra. » Estabelecer o horário de funcionamento do porto, observadas as diretrizes da Secretaria de Portos da Presidência da República, e as jornadas de trabalho no cais de uso público. » Organizar a guarda portuária, em conformidade com a regulamentação expedida pelo poder con-cedente. » Elaborar o respectivo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto e submetê-lo à aprovação da Secretaria de Portos da Presidência da República.
» Dentro dos limites da área do porto organizado, compete à administração do porto, sob coordena-ção da autoridade marítima:
» estabelecer, manter e operar o balizamento do canal de acesso e da bacia de evolução do porto;
» delimitar as áreas de fundeadouro, de fundeio para carga e descarga, de inspeção sanitária e de polícia marítima;
» delimitar as áreas destinadas a navios de guerra e submarinos, plataformas e demais embarca-ções especiais, navios em reparo ou aguardan-do atracação e navios com cargas inflamáveis ou explosivas;
» estabelecer e divulgar o calado máximo de ope-ração dos navios, em função dos levantamen-tos batimétricos efetuados sob sua responsabi-lidade;
» estabelecer e divulgar o porte bruto máximo e as dimensões máximas dos navios que trafega-rão, em função das limitações e características físicas do cais do porto.
» Dentro dos limites da área do porto organizado, compete à administração do porto, sob coordena-ção da autoridade aduaneira:
» delimitar a área de alfandegamento; » organizar e sinalizar os fluxos de mercadorias,
veículos, unidades de cargas e de pessoas.”
A Lei n° 12.815/2013 proporcionou avanços à ges-tão das autoridades portuárias, estabelecendo que as Companhias Docas (autoridades portuárias federais) devem firmar compromissos de metas e desempenho empresarial com a SEP/PR mediante objetivos com prazo para consecução, indicadores e critérios para avaliação de desempenho, retribuição adicional por cumprimento das metas e dos critérios para a profis-sionalização da sua gestão.
Tal ação é monitorada pelo indicador “Índice de cumprimento de metas de desempenho empresarial”, que avalia o cumprimento dessas metas por parte das administrações portuárias.
No ano de 2014, duas Companhias Docas atingiram pelo menos 80% das suas metas de desempenho em-presarial estabelecidas pela SEP/PR. Esse indicador mo-nitora os portos com maiores movimentações de cargas a cada ano, e seu escopo de atuação deverá ser mais abrangente nos próximos anos ao ser estendido tam-bém aos portos delegados aos Estados e Municípios.
11Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
2.1.4. Comissão Nacional das Autoridades nos Portos (CONAPORTOS)
A Comissão Nacional das Autoridades nos Portos (CONAPORTOS) foi instituída pelo Decreto n° 7.861, de 06 de dezembro de 2012, com a finalidade de integrar as atividades desempenhadas por órgãos e entidades públicas nos portos e nas instalações portuárias. É coordenada pela Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR), com participação de Comissões Técnicas e Comissões Locais em cada porto organizado.
A CONAPORTOS é composta por representantes titulares e suplentes dos seguintes órgãos: Secreta-ria de Portos da Presidência da República; Casa Civil da Presidência da República; Ministério da Justiça; Comando da Marinha do Ministério da Defesa; Mi-nistério da Fazenda; Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento; Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e Agência Nacional de Transportes Aquaviários.
De acordo com o Decreto n° 7.861, de 06 de de-zembro de 2012, é de competência da CONAPORTOS:
» “Promover a integração das atividades das entida-des e dos órgãos públicos nos portos organizados e nas instalações portuárias. » Promover, em conjunto com seus membros e res-peitadas as competências de cada um deles, alte-rações, aperfeiçoamentos ou revisões de atos nor-mativos, procedimentos e rotinas de trabalho que otimizem o fluxo de embarcações, bens, produtos e pessoas, e a ocupação dos espaços físicos nos por-tos organizados, para aumentar a qualidade, a se-gurança e a celeridade dos processos operacionais. » Estabelecer e monitorar parâmetros de desempe-nho para as entidades e para os órgãos públicos nos portos organizados e nas instalações portuá-rias, propondo sua revisão quando necessário. » Estabelecer mecanismos que assegurem a eficiên-cia na liberação de bens e produtos para operado-res que atendam aos requisitos estabelecidos pelas
entidades e pelos órgãos públicos nos portos orga-nizados e nas instalações portuárias. » Propor medidas adequadas para implementar os padrões e as práticas internacionais relativos à operação portuária e ao transporte marítimo, ob-servados os acordos, tratados e convenções inter-nacionais de que o País seja signatário. » Propor e promover, no âmbito dos portos organi-zados e instalações portuárias, medidas com o ob-jetivo de:
» aperfeiçoar o fluxo de informações e os proces-sos operacionais;
» possibilitar o compartilhamento dos bancos de dados e a integração dos sistemas informatizados das entidades e dos órgãos públicos;
» capacitar os agentes das entidades e dos ór-gãos públicos para a melhoria da eficiência de suas atividades;
» padronizar as ações das entidades e dos órgãos públicos;
» viabilizar os recursos materiais e financeiros para a atuação eficiente das entidades e dos órgãos públicos;
» aperfeiçoar os critérios para as atividades de fis-calização, com base em análise de risco;
» normatizar os procedimentos para atender a re-quisitos de segurança, qualidade e celeridade.
» Expedir normas sobre instituição, estrutura e fun-cionamento das comissões locais das autoridades nos portos, e acompanhar, monitorar e orientar suas atividades. » Avaliar e deliberar sobre as propostas encaminha-das pelas comissões locais.”
Em oito portos já encontram-se implantadas co-missões locais, são eles: Rio de Janeiro, Santos, Para-naguá, Suape, Vitória, Fortaleza, Itajaí e Rio Grande.
2.1.5. Conselho de Autoridade Portuária (CAP)
Instituído por meio da Lei n° 8.630, de 25 de fe-vereiro de 1993, o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) teve suas funções alteradas pela Lei n° 12.815, de 05 de junho 2013, e pelo Decreto n° 8.033, de 2013. A principal alteração ocorrida foi quanto à sua função, que passou de deliberativa para consultiva.
Com a publicação da Lei n° 12.815, de 05 de junho
2013, muitas das atribuições anteriormente direcio-nadas ao CAP foram distribuídas entre o Conselho de Administração (CONSAD), as Autoridades Portuárias, a SEP/PR e a ANTAQ.
Na Tabela 1 são apresentadas as principais altera-ções na atuação dos Conselhos de Autoridade Portuá-ria, advindas do novo marco regulatório do setor.
12 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
Tabela 1 - Comparação do CAP com as mudanças no marco regulatório
Lei n° 8.630/1993 Lei n° 12.815/2013 e Decreto n° 8.033/2013
Função deliberativa Função consultiva
Baixar o regulamento de exploração do porto Sugerir alterações no regulamento de exploração do porto
Baixar o regimento interno do porto Aprovar o regimento interno do porto
Promover a racionalização do uso das instalações portuárias
Sugerir ações para promover a racionalização e a otimização do uso das instalações portuárias
Fomentar a ação industrial e comercial do porto Sugerir ações para fomentar a ação industrial e comercial do porto
Desenvolver mecanismos para a atração de cargas
Sugerir ações direcionadas ao desenvolvimento de mecanismos para atração de cargas nos portos e medidas que visem estimular a competitividade, além de outras medidas e ações de interesse do porto
Aprovar o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do porto (PDZ) Sugerir alterações no PDZ do porto
Homologar o horário de funcionamento do porto
Opinar sobre a proposta de orçamento do porto
Homologar os valores das tarifas portuárias
Manifestar-se sobre os programas de obras, aquisições e melhoramentos da infraestrutura portuária
Promover estudos objetivando compatibilizar o PDZ do porto com os programas federais, estaduais e municipais de transporte em suas diversas modalidades
Assegurar o cumprimento das normas de proteção ao meio ambiente
Indicar um membro da classe empresarial e outro da classe trabalhadora para compor o CONSAD da concessionária do porto
Instituir Centros de Treinamento Profissional destinados à formação e ao aperfeiçoamento de pessoal para o desempenho de cargos e o exercício de funções relativas às operações portuárias
Fonte: Lei n° 8.630/1993, Lei n° 12.815/2013 e Decreto n° 8.033/2013. Elaboração: SEP/PR (2014)
Os membros do CAP estão divididos em três blocos, integrados pelos representantes listados na Tabela 2.
Tabela 2 - Blocos que integram o Conselho de Autoridade Portuária
BLOCO IPoder público
BLOCO IIClasse empresarial
BLOCO IIIClasse dos
trabalhadores portuários
04 (quatro) representantes da União e os respectivos suplentes, sendo pelo menos um membro da SEP/PR, o qual presidirá o Conselho; os demais selecionados, mediante consulta prévia, serão representantes de órgãos federais intervenientes nos portos organizados
02 (dois) representantes dos titulares de arrendamentos de instalações portuárias
02 (dois) representantes dos trabalhadores portuários avulsos
13Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
BLOCO IPoder público
BLOCO IIClasse empresarial
BLOCO IIIClasse dos
trabalhadores portuários
01 (um) representante da autoridade marítima
01 (um) representante dos operadores portuários
02 (dois) representantes dos demais trabalhadores portuários
01 (um) representante da administração do porto 01 (um) representante dos usuários
01 (um) representante do estado onde se localiza o porto
01 (um) representante do(s) município(s) onde se localiza o porto ou os portos organizados abrangidos pela concessão
Fonte: Decreto n° 8.033/2013. Elaboração: SEP/PR (2015)
De acordo com o Decreto n° 8.033/2013, os in-tegrantes do CAP são nomeados para o exercício de prestação de serviço público, não remunerado, com o objetivo de deliberar sobre questões de sua compe-tência referentes ao porto organizado, no âmbito de cada concessão. Cada representante tem direito a um voto, e o presidente (representante do Governo Fe-deral, integrante do bloco do poder público) tem voto de qualidade em caso de empate. As deliberações do Conselho são firmadas em ato de seu presidente.
Com mandato de dois anos e direito de renová-lo
uma única vez, os membros do CAP são indicados pelo ministério competente, pelos governadores de estado e prefeitos municipais (no caso dos integrantes do blo-co do Poder Público), pelas entidades de classe das res-pectivas categorias profissionais e econômicas (no caso do bloco dos operadores e trabalhadores portuários) e ainda pela Associação de Comércio Exterior (AEB) e pelas associações comerciais locais (para o bloco dos usuários), conforme definido na Portaria SEP/PR n° 244, de 26 de novembro de 2013, alterada pela Porta-ria SEP/PR n° 25, de 07 de fevereiro de 2014.
2.1.6. Conselho de Administração (CONSAD)
Conforme disposto na Lei n° 6.404, de 15 de dezem-bro de 1976, o Conselho de Administração (CONSAD) é um órgão de deliberação coletiva, de existência obrigató-ria em companhias abertas e de capital autorizado, e de funcionamento permanente, com a finalidade de com-partilhar, com a Diretoria, a administração da empresa.
Algumas das principais competências do Conselho de Administração previstas no artigo 142 da Lei n° 6.404/1976 são:
» “Fixar a orientação geral dos negócios da compa-nhia. » Eleger e destituir os diretores da companhia e fi-xar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto. » Fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qual-quer tempo, os livros e papéis da companhia, solici-tar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos.
» Manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria. » Manifestar-se previamente sobre atos ou contra-tos, quando o estatuto assim o exigir.”
Cabe a um dos membros do colegiado, indicado pelo ministro de Estado, a presidência do Conselho de Administração sob cuja supervisão estiver a empresa, conforme definido no parágrafo 1°, inciso III, do art. 1° do Decreto n° 757, de 19 de fevereiro de 1993. Os conselheiros são eleitos pela Assembleia Geral e por ela destituíveis a qualquer tempo.
O estatuto da Autoridade Portuária deve versar so-bre o funcionamento do Conselho de Administração, estabelecendo: o modo de substituição dos conse-lheiros; o prazo de gestão, nunca superior a 03 (três) anos; as diretrizes para reeleição; as normas sobre convocação, instalação e funcionamento do Conselho (que deliberará por maioria de votos).
14 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
2.1.7. Conselhos Fiscais (CONFIS)
Os Conselhos Fiscais (CONFIS), instituídos por meio da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976 são com-postos em cada porto por no mínimo 03 (três) e, no máximo, 05 (cinco) membros e suplentes em igual nú-mero, acionistas ou não, eleitos pela assembleia geral.
Compete ao CONFIS, conforme disposto na da Lei n° 6.404:
» “Fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; » Opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembleia geral; » Denunciar, por qualquer de seus membros, aos ór-gãos vinculados e, se estes não tomarem as provi-dências necessárias para a proteção dos interesses da empresa, à assembleia geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo procedimen-tos úteis à empresa; » Convocar a assembleia geral ordinária, se as em-
presas vinculadas retardarem por mais de um mês essa convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembleias as matérias que consi-derar necessárias; » Analisar, ao menos trimestralmente, os balancetes e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pelas empresas vinculadas; » Examinar as demonstrações financeiras de encer-ramento do exercício social e sobre elas opinar; » Exercer essas atribuições durante a liquidação, ten-do em vista as disposições especiais que a regulam. » Se a empresa tiver auditores independentes, o Con-selho Fiscal poderá solicitar-lhes os esclarecimen-tos ou informações que julgar necessários e a apu-ração de fatos específicos. » Se a empresa não tiver auditores independentes, o Conselho Fiscal poderá escolher contador ou firma de auditoria e fixar-lhes os honorários den-tro de níveis razoáveis vigentes na praça e com-patíveis com a dimensão econômica da entidade, os quais serão pagos pela empresa (Lei 8.666/93).”
2.1.8. Comissão Nacional para Assuntos de Praticagem (CNAP)
Por meio do Decreto n° 7.860, de 06 de dezembro de 2012, o Governo Federal instituiu a Comissão Na-cional para Assuntos de Praticagem (CNAP). A CNAP tem como objetivos:
» elaborar propostas sobre regulação de preços; » definir abrangência das Zonas de Praticagem (ZP); » implantar as medidas de aperfeiçoamento relati-vas à praticagem.
A comissão é presidida pelo Ministério da Defesa, na figura da Autoridade Marítima, e conta com a par-ticipação de representantes da SEP/PR, do Ministério da Fazenda, do Ministério dos Transportes e da Agên-cia Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
No dia 25 de setembro de 2013 foi publicada no Diá-rio Oficial da União (DOU) a Resolução n° 03, que homo-logou a metodologia de regulação de preços do serviço de praticagem aprovada na reunião Ordinária do CNAP, de 18 de setembro de 2013. Conforme a metodologia definida pela CNAP, os preços máximos do serviço serão definidos com base nas seguintes variáveis:
» estrutura inicial de referência (investimentos em embarcações, atalaias, escritórios e veículos; equi-
pamentos; estrutura de pessoal e despesas admi-nistrativas); » remuneração de referência; » número de práticos participantes da manobra; » arqueação bruta das embarcações; » tempo de manobra; » fator de qualidade; » tributos incidentes.
Entre as ações realizadas pelo CNAP, destaca-se que nos últimos dois anos foram realizadas 5 consul-tas públicas para formulação da regulação, uma em março de 2013, contendo a Proposta de Metodologia de Regulação de Preços do Serviço de Praticagem, e as demais entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014 – a respeito da Tabela de Preços Máximos por Manobra dos Serviços de Praticagem das Zonas de Praticagem brasileiras.
Como ações para a promoção de um serviço ade-quado de praticagem, a Comissão trabalha para pro-por o estabelecimento de preços máximos para cada uma das Zonas de Praticagem, determinadas pela Norma da Autoridade Marítima (Normam) n° 12 (ane-xo 4-A) da Diretoria de Portos e Costas (DPC) da Ma-rinha do Brasil.
15Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
2.1.9. Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO)
O Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) é uma entidade de utilidade pública sem fins lucrativos res-ponsável pela contratação, escala e alocação de tra-balhadores portuários (TP) e de trabalhadores por-tuários avulsos (TPA).
Segundo a Lei n° 12.815, de 2013, os serviços por-tuários relativos à capatazia, à estiva, à conferência de carga, ao conserto de carga, à vigilância de embar-cações e bloco, mencionados no artigo 40 da referida lei, são atividades cujo exercício é exclusivo de profis-sionais registrados no OGMO.
No porto organizado, a mão de obra avulsa neces-sária por parte do operador portuário deve obrigato-riamente ser requisitada ao OGMO. Se houver neces-sidade de mão de obra permanente para qualquer
uma das seis funções portuárias típicas, o serviço deverá ser ofertado aos trabalhadores registrados no órgão gestor.
Continua como competência do OGMO promover a formação profissional do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso. Além da capacitação oferecida pelo órgão para os trabalhadores portuá-rios, incluindo funcionários de escritório e trabalha-dores portuários avulsos, a SEP/PR e o Centro de Trei-namento do Porto de Antuérpia (APEC) assinaram, em setembro de 2013, um acordo de cooperação téc-nica com o objetivo de oferecer cursos nas áreas de gestão, infraestrutura e obras portuárias e manuseio de equipamentos portuários.
2.1.10. Operadores portuários
De acordo com a Lei n° 12.815/2013, o operador portuário é toda a pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades de movimentação de pas-sageiros ou a movimentação e armazenagem de mer-cadorias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário, dentro da área do porto organizado.
Conforme normas estabelecidas pelo Poder Con-cedente, a pré-qualificação do operador portuário será efetuada ante a administração do porto.
Além disso, com base na Lei n° 12.815/2013, o operador portuário deve responder perante:
» “A administração do porto pelos danos culposa-mente causados à infraestrutura, às instalações e ao equipamento de que a administração do porto seja titular, que se encontre a seu serviço ou sob sua guarda.
» O proprietário ou consignatário da mercadoria pe-las perdas e danos que ocorrerem durante as ope-rações que realizar ou em decorrência delas. » O armador pelas avarias ocorridas na embarcação ou na mercadoria transportada. » O trabalhador portuário pela remuneração dos serviços prestados e pelos respectivos encargos. » O órgão local de gestão de mão de obra do traba-lho avulso pelas contribuições não recolhidas. » Os órgãos competentes pelo recolhimento dos tri-butos incidentes sobre o trabalho portuário avulso. » A autoridade aduaneira pelas mercadorias sujeitas a controle aduaneiro, no período em que lhe este-jam confiadas, ou quando tenha controle ou uso exclusivo de área onde se encontrem depositadas ou devam transitar.”
2.1.11. Portos Organizados
Existem 37 Portos Públicos organizados no país. Nessa categoria, encontram-se os portos com admi-nistração exercida pela União, no caso das Compa-nhias Docas (19 portos), ou delegada a municípios, estados ou consórcios públicos (18 portos). A área desses portos é delimitada por ato do Poder Execu-tivo, segundo art. 2º da Lei n° 12.815, de 5 de junho
de 2013.Na esfera de competências da SEP/PR, segundo as
atribuições definidas no art. 65 da Lei n° 12.815/2013, encontram-se outros quatro portos fluviais delegados a estados e municípios.
Por meio da Figura 5 são apresentados os portos sob competência da SEP/PR.
16 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
AM
RRAP
PA
MT
MA
TO
BA
MG
RJ
SE
AL
PE
RNCE
PB
ES
GO
MS
SP
PR
SC
RS
PI
RO
AC
MANAUSSANTARÉM
VILA DO CONDEBELÉMITAQUIFORTALEZAAREIA BRANCANATALCABEDELORECIFESUAPEMACEIÓSALVADORARATUILHÉUS
VITÓRIAFORNONITERÓIRIO DE JANEIROITAGUAÍANGRA DOS REIS
BARRA DO RIACHO
SÃO SEBASTIÃOSANTOSANTONINAPARANAGUÁ
SÃO FRANCISCO DO SULITAJAÍIMBITUBA
PORTO ALEGREESTRELA
PELOTASRIO GRANDE
LAGUNA
CACHOEIRA DO SUL
PORTO VELHO
SANTANA
Localização dos 37 PortosPúblicos
Portos delegadosCia Docas
Figura 5 - Localização dos Portos Públicos OrganizadosFonte: SEP/PR (2015)
2.1.12. Instalações privadas
As instalações portuárias privadas podem ser clas-sificadas em quatro tipos: Terminais de Uso Privado (TUPs), Estações de Transbordo de Cargas (ETCs), Ins-talações Portuárias de Turismo (IPT) ou Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte (IP4).
Conforme definido na Lei n° 12.815/2013, o Ter-minal de Uso Privado (TUP) é a “instalação portuária explorada mediante autorização e localizada fora da área do porto organizado”. Os interessados em obter a autorização para instalação de um TUP devem apre-sentar requerimento à Agência Nacional de Transpor-tes Aquaviários (ANTAQ) a qualquer tempo.
No que diz respeito aos Terminais de Uso Privado, a principal mudança ocorrida após a publicação da Lei n° 12.815/2013 foi em relação à movimentação de carga própria. A nova lei e seu decreto de regulamen-tação permitem que os TUPs movimentem carga pró-pria e cargas de terceiros, acabando com a figura do Terminal Privativo de Uso Exclusivo e o de Uso Misto. Pela lei revogada, os TUPs só poderiam movimentar carga própria. O objetivo dessa mudança foi estimular
os investimentos privados no setor portuário e a com-petitividade entre os terminais.
A resolução n° 3.290-ANTAQ, de 14 de fevereiro de 2014, dispõe sobre a autorização para a construção, exploração e ampliação de Terminais de Uso Privado. Ela também define que os termos de autorização e os contratos de adesão em vigor antes da vigência da Lei n° 12.815/2013 deverão ser adaptados, indepen-dentemente de anúncio público, chamada pública ou processo seletivo público.
No que se refere às ETCs, conforme a Resolução da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (AN-TAQ) n° 2.520, de 20 de junho de 2012, a estação de transbordo de cargas é considerada uma "instalação portuária situada fora da área do porto organizado, utilizada, exclusivamente, para operação de transbor-do de cargas destinadas ou provenientes da navega-ção interior".
Ainda, conforme classificação da ANTAQ por meio da Resolução n° 3.290 de 2014, as IPTs são definidas como instalações portuárias exploradas mediante
17Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
autorização e utilizada em embarque, desembarque e trânsito de passageiros, tripulantes e bagagens, e de insumos para o provimento e abastecimento de embarcações de turismo; e as IP4, como instalações
portuárias exploradas mediante autorização, localiza-das fora da área do porto organizado e utilizadas na movimentação de passageiros ou de mercadorias em embarcações de navegação interior.
2.1.13. Poligonais
As poligonais portuárias são áreas definidas dos portos organizados que compreendem as instalações portuárias e a infraestrutura de proteção e acesso ao porto.
De acordo com a Lei n° 12.815/2013, por meio do Art. 15, é estabelecido que os limites das poligonais devem “considerar os acessos marítimos e terrestres, os ganhos de eficiência e competitividade e as insta-lações portuárias já existentes. Também devem levar em consideração as especificidades de cada localida-de de forma a adequar as poligonais às necessidades da operação portuária de cada região”.
Em função desse artigo, as poligonais portuárias estão sendo revistas e atualizadas, levando em con-ta os instrumentos de planejamento portuário, tais
como o Plano de Desenvolvimento e Zoneamen-to (PDZ), os Planos Mestres (Master Plan) e o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), e, ao mesmo tempo, elas retroalimentam os respectivos Planos Mestres e PDZs.
Até o momento (primeiro semestre de 2015), as poligonais de 6 portos organizados já foram revisadas e aprovadas pela SEP/PR. Destaca-se que 17 poligo-nais, antes definidas por meio de portarias do Minis-tério dos Transportes, também precisam ser revistas, e para isso foram realizadas consultas públicas para o recebimento de contribuições da sociedade. Essas consultas públicas já estão encerradas e ao todo fo-ram recebidas 46 contribuições.
2.2. Melhorias da eficiência do setor portuário
De modo a visar a melhoria da eficiência do setor portuário, a SEP/PR promoveu uma série de iniciati-vas para aperfeiçoar o planejamento, a governança, a modernização da gestão e os processos nos portos
brasileiros, bem como a estruturação de um progra-ma de arrendamentos, reequilíbrios contratuais e au-torizações de Terminais de Uso Privado.
2.2.1. Ações de planejamento
As novas perspectivas para o setor portuário incen-tivaram o Governo a revisar o planejamento do setor, com um modelo de gestão capaz de tornar os portos rentáveis, competitivos, autossustentáveis, menos dependentes de fundos externos e mais autônomos.
Até a publicação da nova Lei dos Portos (n ° 12.815/2013), cada Autoridade Portuária ficava res-ponsável pela elaboração individualizada do plane-jamento do respectivo porto, contudo, sem garantir que esse planejamento estivesse integrado a uma programação nacional de investimentos. A partir do novo marco regulatório, coube à SEP/PR a missão de elaborar o planejamento setorial em conformidade com as políticas e diretrizes de logística integrada, abrangendo tanto acessos portuários quanto infraes-trutura e desenvolvimento urbano.
Ademais, em um esforço do Governo Federal para
melhorar a gestão dos portos, foi publicada a Porta-ria SEP/PR n° 03/2014, que institucionalizou, além do PNLP, os demais instrumentos que passaram a formar o conjunto do planejamento do setor portuário nacio-nal: o Plano Mestre, o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) e o Plano Geral de Outorgas (PGO). Todos os instrumentos estão conectados e passam a formar um conjunto funcional.
Destaca-se um ganho importante para as Autorida-des Portuárias, que passaram a registrar suas deman-das nos planos estratégicos do governo. Para o setor, a regulamentação do planejamento portuário significa a formalização do resgate do planejamento portuário nacional, que passa a ser instrumento indicativo para atração de investimentos, identificação de oportuni-dades, participação da sociedade no desenvolvimen-to dos portos e da sua relação com as cidades, com
18 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
o meio ambiente, da integração com as políticas de expansão da infraestrutura nacional de transportes e para racionalização da utilização de recursos públicos.
De forma simplificada, o PNLP externa o que se pretende para o sistema portuário a longo prazo, ou seja, aonde se quer chegar de modo a prover eficiên-cia alocativa aos escassos recursos públicos e privados investidos no setor. A partir do PNLP, a Secretaria ela-bora diagnósticos e prognósticos do setor para a ava-liação de cenários e a proposição de ações de médio e longo prazo que permitem a tomada de decisões.
Orientados por essa visão sistêmica proporcionada pelo PNLP, parte-se para uma visão local do planeja-mento, por meio da elaboração de Planos Mestres (Master Plans) para os portos públicos organizados que compõem o sistema portuário. O Plano Mestre traz elementos, ferramentas e alternativas para melhoria da gestão e para a expansão dos portos públicos, tendo como objetivos: (i) analisar as melhorias operacionais necessárias; (ii) identificar as necessidades de investi-mentos no porto (que podem ser realizados por meio de orçamento público ou pelo setor privado e por meio de investimento dos arrendatários), tanto em superes-trutura quanto em infraestrutura; e (iii) analisar a con-corrência do porto frente ao setor portuário.
O PDZ é o instrumento de planejamento operacional da Administração Portuária, que compatibiliza as políticas de desenvolvimento urbano dos municípios, do estado e
da região onde se localiza o porto, visando, no horizonte temporal, o estabelecimento de ações e de metas para a expansão racional e a otimização do uso de áreas e ins-talações do porto, com aderência ao PNLP e respectivo Plano Mestre. De acordo com a nova Lei dos Portos, a ela-boração dos Planos de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZs) continua a cargo das respectivas Autoridades Por-tuárias, todavia cabendo à SEP/PR sua aprovação. Diante dessa realidade, a Secretaria de Portos assumiu a atribui-ção de analisar e aprovar os PDZs dos portos organizados. Considerando os prazos definidos na Portaria SEP/PR nº 03/2014, há perspectiva de que a SEP/PR tenha de analisar e aprovar 36 PDZs dos portos organizados nos próximos quatro anos. É importante enfatizar que esse processo é periódico e, com a revisão dos Planos Mestres, inicia-se um novo ciclo de elaboração e aprovação de PDZs.
Ressalta-se que o Plano Geral de Outorgas (PGO) é um plano de ação para a execução das outorgas de novos portos e de terminais públicos ou privados, que reúne a relação de áreas a serem destinadas à explo-ração portuária nas modalidades de arrendamento, concessão, autorização e delegação, com base no pla-nejamento do poder concedente, das administrações portuárias e da iniciativa privada.
Com a entrada do novo marco regulatório em vi-gor, a elaboração do PGO, que antes era de compe-tência da ANTAQ, passou a ser de atribuição da SEP/PR, que deverá elaborar e monitorar o PGO até 2019.
2.2.2. Ações de governança corporativa das administrações portuárias
Recentemente, foram estabelecidas diversas ações com o objetivo de aperfeiçoar o processo de gover-nança corporativa das administrações portuárias. En-tre elas, destaca-se a atualização dos estatutos das Companhias Docas que estão sob gestão do Governo Federal, buscando padronização e inclusão de boas práticas de governança, tais como:
» Criação de Quórum Qualificado para algumas deci-sões do CONSAD. » Desobrigação de o diretor-presidente ser membro nato do CONSAD.
» Inserção de quarentena remunerada para diretores. » Obrigação de ao menos um membro da Diretoria Executiva (Direx) ser do quadro de empregados permanentes. » Redução do mandato do CONSAD e da Direx de 3 para 2 anos. » Padronização da composição do CONSAD em sete membros (Decreto n° 6.551/2008). » Possibilidade de reuniões dos colegiados por vídeo ou teleconferência. » Possibilidade de aumento gradual da ocupação de cargos de livre provimento por empregados.
19Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
II
PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO PORTUÁRIA (PGPM)
Objetivo: Desenvolver e implementar processos mais eficientes para melhorar a gestão portuária
Revisão e propostas de melhoria
de processos logísticos para modernização
da operação portuária
III
Recomendação de planos de melhoria para a modernização dos
processos administrativos internos às Cias Docas
IIII
Monitoramento das implementações das
recomendações sugeridas em todas as fases
do projeto
Figura 6 - Pilares e objetivos do PGPMFonte: SEP/PR (2015).
Na sequência, apresenta-se um resumo do andamento do programa e seus principais resultados até o fim do primeiro semestre de 2015 (Figura 7).
Figura 7 - Andamento e resultados do programa de modernização da gestão portuáriaFonte: SEP/PR (2015).
CODESP cdrj cdpAproximadamente 110 reuniões realizadas
120 profissionais envolvidos
320 oportunidades de melhorias
66 processos identificados- 33 em Logística Portuária- 33 em Gestão Interna
- 146 em sistemas- 123 em processos- 40 em pessoas- 11 em infraestrutura
Aproximadamente 100 reuniões realizadas
180 profissionais envolvidos
379 oportunidades de melhorias
60 processos identificados- 30 em Logística Portuária- 30 em Gestão Interna
- 143 em sistemas- 159 em processos- 38 em pessoas- 39 em infraestrutura
Aproximadamente 114 reuniões realizadas
85 profissionais envolvidos
235 oportunidades de melhorias
59 processos identificados- 29 em Logística Portuária- 30 em Gestão Interna
- 55 em sistemas- 119 em processos- 48 em pessoas- 15 em infraestrutura
Dados de Junho/2015 Dados de Junho/2015 Dados de Junho/2015
2.2.3. Ações de modernização da gestão portuária
A SEP/PR também está executando o Programa de Modernização da Gestão Portuária (PMGP) com o ob-jetivo de desenvolver e implantar processos mais efi-cientes para melhorar a gestão portuária, por meio de revisão e propostas de processos, recomendação de
planos de melhoria para modernização dos processos administrativos das Companhias Docas e monitora-mento das implementações das recomendações su-geridas. A Figura 6 representa os principais pilares e objetivos do PMGP.
20 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
Figura 8 - Integração do planejamento estratégico com as metas de gestãoFonte: SEP/PR (2015).
O processo de acompanhamento e avaliação das metas empresariais das Companhias Docas é periódi-co, conforme listado a seguir:
» monitoramento mensal realizado pelos CONSAD das Companhias Docas; » avaliação trimestral realizada pelos CONSAD e pela SEP/PR; » avaliação anual realizada pela SEP/PR.
Outro aprimoramento da gestão é a criação de um sistema de custeio com base nos serviços prestados.
Essa iniciativa, iniciada em 2014, visa ao estabeleci-mento de um sistema de custeio que permita às au-toridades portuárias conhecer mais detalhadamente seus custos, de forma a permitir a implantação de uma estrutura tarifária baseada em custos. O primei-ro passo foi a definição de um Plano de Contas Contá-bil Padrão para todas as Companhias Docas federais, objetivando definir procedimento padronizado de lançamento de dados contábeis. O novo plano de con-tas, com alocações de custeio por tabelas tarifárias, já está em fase de implantação nas Companhias Docas federais.
2.2.4. Programas de arrendamentos, reequilíbrios e prorrogações contratuais
O Programa de Arrendamentos Portuários consis-te na celebração de novos contratos de arrendamen-tos nas áreas dos portos organizados, antecedido por procedimento licitatório.
As áreas passíveis de serem licitadas no referido
programa têm origem em:
» Contratos de arrendamentos vencidos. » Áreas até o momento não exploradas para opera-ção portuária (denominadas greenfields).
Instrumentos de planejamento da SEP/PR
Instrumentos com metas empresariais (indicadores estratégicos)
Instrumentos com metas de gestão (ações de nível tático)
PNLP
Planos Mestres
PDZs PDTI SEP/PR
Plano Geral de Outorgas
Plano �tratégico SEP/PR
Planos �tratégicos
Planos de Negócios
Planos de Investimentos
Planos de Manutenção Planos de Operações Planos de Marketing PDTIs
Outra atividade em desenvolvimento pela SEP/PR é o estabelecimento de compromissos e metas de desempenho, como forma de monitorar e avaliar a gestão das Companhias Docas. A Figura 8 apresenta
a integração do planejamento estratégico da SEP/PR e das Companhias Docas com as metas empresariais de gestão e desempenho.
21Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
Estima-se que na segunda fase do Programa de Investimento em Logística (PIL), divulgado em junho de 2015, os investimentos somarão cerca de R$ 16,2 bilhões e que a adição de capacidade ao sistema seja da ordem de 319 milhões de toneladas anuais, con-forme a Figura 9. Com essa linha de investimento, o Governo Federal visa obter ganhos de escala nos terminais dos portos organizados e aumentar a con-corrência no setor.
O Programa de Arrendamentos Portuários, em consonância com o Programa de Investimentos em Logística (PIL, 2015), conforme a Figura 10, consiste na celebração de novos contratos de arrendamentos em áreas dos portos organizados, antecedido por procedimento licitatório.
Figura 10 - Visão geral do Programa de Arrendamentos PortuáriosFonte: Programa de Investimento em Logística (PIL) 2015-2018 (2015) e
SEP/PR (2013-2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
319 milhões t/ano
Investimentos Estimados
R$ 16,2 bilhões
93 arrendamentos
Aumento de capacidade
Programa de Arrendamentos
Legenda
GS - Granel SólidoGL - Granel Líquido
CG - Carga Geral
Todos os valores expressos em milhões de toneladas ou em mihões de passageiros
InvestimentosR$ 4,2 bilhões
Região Norte
Região Nordeste
Região Sudeste
programa de arrendamentosDados de Dezembro/2015
GS: 26,4GL: 6,1
CG: 16,5PAS: -
InvestimentosR$ 4,6 bilhões
GS: 44,3GL: 2,3
CG: 40,9PAS: -
InvestimentosR$ 5,4 bilhões
GS: 85,7GL: 4,4
CG: 26,4PAS: -
InvestimentosR$ 2,0 bilhões
Região Sul
GS: 49,3GL: 1,4
CG: 15,6PAS: -
INV�TIMENTO TOTAL: R$ 16,2 bilhões
GANHO DE CAPACIDADE
TOTAL: 319,1 milhões de t
GS ► 205,7 milhões de toneladasGL ► 14,2 milhões de toneladasCG ► 99,3 milhões de toneladas
Figura 9 - Investimentos em arrendamentosFonte: Programa de Investimento em Logística (PIL) 2015-2018 (2015) e SEP/PR (2013-2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
22 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
Figura 11 - Investimentos em reequilíbrios e prorrogações de contratos de arrendamentos
Fonte: SEP/PR (2015).
49 pleitos formulados na SEP/pr - ANTAQ
25 relativos a prorrogações antecipadas
24 diversos
- (Reequilíbrios, Prorrogações Ordinárias, Unificações de contratos)
- 6 pleitos já assinados – R$ 7,1 bilhões
- 19 pleitos em análise – R$ 2,7 bilhões
Dados de Dezembro/2015
O Programa de Reequilíbrios e Prorrogações de Contratos tem como arcabouço jurídico a Portaria SEP/PR n° 349/2014, de outubro de 2014, que regulamenta o art. 57 da Lei n° 12.815/13.
Tal normativa regulamenta a possibilidade de prorrogação antecipada de contratos celebrados no marco regulatório anterior (Lei n° 8.630/1993), ainda não vencidos, que possuam previsão ex-pressa de prorrogação. O mecanismo de reequilí-brios e prorrogações de contratos de arrendamen-tos consiste na prorrogação antecipada de até 25 anos do instrumento contratual, mediante a com-provação de novos investimentos para moderniza-ção e ampliação da capacidade.
Já foram solicitados, até dezembro de 2015, 49 pleitos junto à SEP/PR e ANTAQ (Figura 11), sen-do 25 relativos a prorrogações antecipadas que to-talizam investimentos de R$ 9,8 bilhões (Figura 12).
Legenda
GS - Granel SólidoGL - Granel Líquido
CG - Carga Geral
Todos os valores expressos em milhões de toneladas ou em mihões de passageiros
InvestimentosR$ 0,3 bilhão
Região Norte
Região Nordeste
Região Sudeste
Reequilíbrios e renovações contratuaisDados de Dezembro/2015
GS: 1,7GL: -
CG: 0,7PAS: -
InvestimentosR$ 1,2 bilhões
GS: -GL: 2,9
CG: 5,2PAS: -
InvestimentosR$ 1,2 bilhões
GS: 37,7GL: 0,2
CG: 15,8PAS: -
InvestimentosR$ 8,4 bilhões
Região Sul
GS: 3,7GL: -
CG: 12,0PAS: -
INV�TIMENTO TOTAL: R$ 11,1 bilhões
GANHO DE CAPACIDADE
TOTAL: 79,8 milhões de t
GS ► 43,0 milhões de toneladasGL ► 3,1 milhões de toneladasCG ► 33,7 milhões de toneladas
Os demais pleitos, são relacionados a reequilíbrios, pror-rogações ordinárias e unificações de contratos.
Figura 12 - Investimentos e ganhos de capacidade em reequilíbrios e prorrogações de contratos de arrendamentosFonte: PIL (2015) e SEP/PR (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
23Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
Essas 49 autorizações permitem um ganho de capacidade para o sistema portuário de aproximadamente 177 milhões de toneladas, o que representa um aumento de em torno de 12% da capacidade atual, conforme Figura 14.
Figura 13 - Autorizações emitidas para operação de TUPs, ETCs e IPTsFonte: SEP/PR (2015).
Novas autorizações
InvestimentoR$ 1,5 bilhão
9 TUPs - 9 ETCs
1 TUP - 2 ETCs
Região Norte
Novas autorizações
InvestimentoR$ 3,4 bilhões
3 TUPs
Região Nordeste
Novas autorizações
InvestimentoR$ 25,0 milhões
Região Centro-Oeste
16 TUPs - 1 ETC - 1 IPTNovas autorizações
InvestimentoR$ 8,2 bilhões
Região Sudeste
Região Sul
5 TUPs - 1 IPT - 1 ETCNovas autorizações
InvestimentoR$ 2,5 bilhões
TUP - Terminais de Uso PrivadoETC - �tações de Transbordo de CargaIPT - Instalação Portuária de Turismo
Legenda
34 Terminais de Uso Privado (TUPs)R$ 13.912,6 milhões
13 �tações de Transbordo de Carga (ETCs)
2 Instalações Portuárias de Turismo (IPT)
49 processos autorizados
TOTAL: R$ 14.322,3 milhões
R$ 404,4 milhões
R$ 5,2 milhões
INSTALAÇÕES privadas autorizadasDados de Dezembro/2015
2.2.5. Processo de autorização de terminais portuários
As instalações portuárias localizadas fora das áreas dos portos organizados, entre elas os Terminais de Uso Privado (TUPs), podem ser exploradas por agentes eco-nômicos autorizados no processo de outorga, formali-zado por meio de um contrato de adesão. Tal processo
de outorga deve ser precedido de anúncio ou chamada públicos.
Desde 2013 até dezembro de 2015, já foram autoriza-das 49 instalações, totalizando R$ 14,3 bilhões em inves-timentos. A Figura 13 ilustra as autorizações aprovadas.
24 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
Outros 64 processos para outorga de autorização encontram-se em andamento, sendo 39 Terminais de Uso Privado, 25 Estações de Transbordo de Carga (ETCs); os investimentos totais somam R$ 5,4 bilhões. A Figura 15 apresenta o agrupamento desses investimentos, classificados por região e a Figura 16 apresenta os ganhos de capa-cidade provenientes desses investimentos.
Figura 14 - Ganho de capacidade proveniente das autorizações para operação de TUPs, ETCs e IPTsFonte: SEP/PR (2015).
GS: 24,7GL: 0,5
CG: 4,5PAS: -
Região Norte
Região Nordeste
Região Centro-Oeste
GS - Granel SólidoGL - Granel LíquidoTodos os valores expressos em milhões de toneladas ou em mihões de passageiros
CG - Carga Geral PAS - Passageiros
Legenda
GS: 20,0GL: -
CG: 52,7PAS: -
GS: 62,9GL: 1,6
CG: 1,2PAS: 0,2
GS: 2,5GL: 1,4
CG: 2,1PAS: 0,1
GS: 2,8GL: -
CG: -PAS: -
Região Sudeste
Região Sul
TOTAL: 176,8 milhões de t
GRANEL SÓLIDO112,9 milhões de toneladas
GRANEL LÍQUIDO
CARGA GERAL
GANHO DE CAPACIDADE
3,4 milhões de toneladas
60,5 milhões de toneladasPASSAGEIROS
0,3 milhões de passageiros
INSTALAÇÕES privadas autorizadAs:GANHO DE CAPACIDADE
Dados de Dezembro/2015
25Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
Figura 15 - Autorizações em análise para operação de TUPs e ETCs
Fonte: SEP/PR (2015).
25 empreendimentosR$ 859,5 milhões
7 empreendimentosR$ 1.559,6 milhões
3 empreendimentosR$ 36,5 milhões
21 empreendimentosR$ 2.716,1 milhões
8 empreendimentosR$ 178,7 milhões
Região Norte
39 Terminais de Uso Privado (TUPs)R$ 4,73 bilhões
25 tações de Transbordo de Carga (ETCs)
64 processos de autorização em andamento
TOTAL: R$ 5,35 bilhões
Região Nordeste
Região Centro-Oeste
Região Sudeste
Região Sul
R$ 0,62 bilhões
INSTALAÇÕES privadas EM ANÁLISEDados de Dezembro/2015
GS: 24,7GL: 0,5
CG: 4,5PAS: -
Região Norte
Região Nordeste
Região Centro-Oeste
GS - Granel SólidoGL - Granel LíquidoTodos os valores expressos em milhões de toneladas ou em mihões de passageiros
CG - Carga Geral PAS - Passageiros
Legenda
GS: 20,0GL: -
CG: 52,7PAS: -
GS: 62,9GL: 1,6
CG: 1,2PAS: 0,2
GS: 2,5GL: 1,4
CG: 2,1PAS: 0,1
GS: 2,8GL: -
CG: -PAS: -
Região Sudeste
Região Sul
TOTAL: 176,8 milhões de t
GRANEL SÓLIDO112,9 milhões de toneladas
GRANEL LÍQUIDO
CARGA GERAL
GANHO DE CAPACIDADE
3,4 milhões de toneladas
60,5 milhões de toneladasPASSAGEIROS
0,3 milhões de passageiros
INSTALAÇÕES privadas autorizadAs:GANHO DE CAPACIDADE
Dados de Dezembro/2015
Figura 16 - Ganho de capacidade
proveniente das autorizações para operação de TUPs,
ETCs e IPTs Fonte: SEP/PR (2015)
26 Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
MELHORAR A PRODUTIVIDADE NA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
REDUZIR TEMPO DE ESPERA PARA ATRACAÇÃO
AMPLIAR O TEMPO DE FUNCIONAMENTO DO PORTO
IMPLANTAR O CÓDIGO ISPS NAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS
AUMENTAR PARTICIPAÇÃO DO MODAL FERROVIÁRIO NO PORTO
MELHORAR O SISTEMA RODOVIÁRIO
AUMENTAR A INTEGRAÇÃO DOS MODAIS
ADEQUAR A CAPACIDADE INSTALADA DOS PORTOS À DEMANDA
ADEQUAR OS ACESSOS AQUAVIÁRIOS
OTIMIZAR O USO DAS ÁREAS PORTUÁRIAS
ALINHAR OS PDZS DOS PORTOS AOS PLANOS MESTRES
BUSCAR AUTOSSUS-TENTABILIDADE DAS AUTORIDADES PORTUÁRIAS
MANTER ATUALIZADAS AS TARIFAS PORTUÁRIAS
PROMOVER A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NOS PORTOS
CAPACITAR EQUIPE DE GESTÃO AMBIENTAL E DE SST
OBJETIVOS DE GESTÃO E
ECONOMIA
OBJETIVOS DE CAPACIDADE
OBJETIVOS DE LOGÍSTICA
OBJETIVOS DE MEIO
AMBIENTE
OBJETIVOS DE OPERAÇÕES
REDUZIR O TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROCESSO DE ARRENDAMENTOS
AUMENTAR PARTICIPAÇÃO DO MODAL HIDROVIÁRIO NO PORTO
visão geral dos OBJETIVOS 2010-2014
Figura 17 - Objetivos estratégicos e seus respectivos indicadores (ciclo 2012-2015)Fonte: SEP/PR (2015)
2.3. Objetivos estratégicos e monitoramento de indicadores
Durante o ciclo 2012-2015, foi realizado o mo-nitoramento dos indicadores do PNLP definidos no ciclo 2009-2012, com foco na definição de objetivos estratégicos, indicadores e metas, que forneceram à SEP/PR informações qualitativas e quantitativas para tomada de decisões estratégicas. Esses processos en-volveram, primeiramente, o monitoramento de indi-cadores e a correção de rota, de modo sistemático e periódico. No final do referido período, foram avalia-dos e revisados os objetivos, os indicadores, as metas
e as ações estratégicas para o próximo período de pla-nejamento do setor portuário nacional (2015-2018).
O processo de atualização de objetivos, indica-dores e metas do PNLP ocorre a cada quatro anos, marcando o final de um ciclo e o início do próximo. Esse processo resulta em uma versão atualizada dos objetivos, dos indicadores, das metas, das ações e dos projetos para os horizontes de planejamento de cur-to, médio e longo prazo – até o ano de 2042 – do setor portuário.
2.3.1. Monitoramento do PNLP
A etapa de monitoramento corresponde ao levan-tamento continuado, regular e sistemático de infor-mações para documentar e avaliar o andamento e o progresso obtidos na execução das atividades e dos projetos planejados no PNLP.
Sua função é informar se o desempenho geral dos indicadores é satisfatório, em comparação com os pa-
drões ou as metas inicialmente estabelecidas, ou se existem problemas que precisam ser sanados.
A Figura 17 apresenta os objetivos estratégicos do PNLP e seus respectivos indicadores, monitorados no decorrer do ciclo 2012-2015. Estes indicadores foram calculados até o ano de 2014, com cálculo retroativo dos anos de 2010 e 2011.
27Diagnóstico - PNLP
Gestão e Economia
Nesse período, foram realizados quatro monito-ramentos, referentes aos anos de 2010-2011, 2012, 2013, 2014. Nos três primeiros, a análise foi feita com base nos indicadores definidos na primeira versão do
PNLP (ciclo 2009-2012), ao passo que, para 2014, uti-lizaram-se os indicadores atualizados no final do ano de 2014, apresentados na Figura 18.
2.3.2. Atualização de objetivos, indicadores e metas
Durante todo o processo de atualização houve in-tenso envolvimento dos diferentes departamentos da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR), bem como de outras entidades governamentais convidadas pela SEP/PR para participar do processo em diferentes etapas, a fim de ampliar as discussões, realizar contribuições e melhorar o resultado geral de planejamento do setor portuário nacional. Reali-zaram-se workshops em que foram apresentados o diagnóstico do PNLP e a projeção de demanda dos portos, de forma a subsidiar a discussão de pontos
críticos e priorizar iniciativas.Em relação aos objetivos estratégicos, não foram
realizadas mudanças significativas. Entretanto, alguns indicadores passaram por atualizações e outros foram acrescentados, de modo a tornar mais efetiva a avalia-ção da evolução do setor portuário e dos resultados do plano ao longo do próximo ciclo de monitoramento.
Os objetivos estratégicos e seus respectivos indica-dores definidos para avaliar o PNLP durante o próxi-mo ciclo de monitoramento (2015-2018) são apresen-tados na Figura 18.
MELHORAR A PRODUTIVIDADE DO SISTEMA PORTUÁRIO NA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
REDUZIR O TEMPO DE ESPERA PARA ATRACAÇÃO
GARANTIR A SEGURANÇA OPERACIONAL DAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS
MELHORAR A EFICIÊNCIA DOS SERVIÇOS DOS ANUENTES
ADEQUAR A OPERAÇÃO DE PASSAGEIROS À NECESSIDADE DOS USUÁRIOS
PROMOVER A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NOS PORTOS
PROMOVER O ZONEAMENTO DAS ÁREAS PORTUÁRIAS, CONSIDERANDO A INTERAÇÃO DAS ATIVIDADES PORTUÁRIAS COM O MEIO AMBIENTE
PROMOVER A ESTRUTURAÇÃO / CONSOLIDAÇÃO DOS SETORES DE GESTÃO AMBIENTAL, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (SGA)
ADEQUAR OS ACESSOS AQUAVIÁRIOS E AS INSTALAÇÕES DE ATRACAÇÃO À DEMANDA DE NAVIOS
AUMENTAR A CAPACIDADE DAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS PARA ATENDER À DEMANDA DE CARGA
AUMENTAR O APROVEITAMENTO E MODERNIZAR AS ÁREAS DOS PORTOS ORGANIZADOS EM CONSONÂNCIA COM OS PDZS
REALIZAR A MANUTENÇÃO DA INFRAESTRUTURA E DAS INSTALAÇÕES DOS PORTOS ORGANIZADOS PARA ATENDER À DEMANDA DE CARGA
MODERNIZAR A GESTÃO DAS ADMINISTRAÇÕES PORTUÁRIAS
MELHORAR A GOVERNANÇA DO SETOR
BUSCAR A AUTOSSUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DAS ADMINISTRAÇÕES PORTUÁRIAS
objetivos de gestão e economia
objetivos de capacidade
objetivos de operações
objetivos de meio ambiente
BUSCAR NÍVEL DE SERVIÇO ADEQUADO NOS ACESSOS AOS PORTOS
INCENTIVAR O USO DA NAVEGAÇÃO DE CABOTAGEM
OTIMIZAR A INTELIGÊNCIA LOGÍSTICA NA GESTÃO DOS ACESSOS AOS PORTOS
objetivos de logística
visão geral dos OBJETIVOS 2015-2018
Figura 18 - Objetivos estratégicos e seus respectivos indicadores (ciclo 2015-2018)
Fonte: SEP/PR (2015
Operações
29Diagnóstico - PNLP
3. Operações
N este capítulo são analisados aspectos relacio-nados à movimentação de cargas e passagei-ros, de forma a apresentar os desempenhos
operacionais dos portos brasileiros, as características da frota marítima e os serviços e sistemas de apoio que afetam as operações portuárias.
Segundo dados do Sistema de Análise das Informa-ções de Comércio Exterior, da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (Alice-Web), a
via marítima foi responsável por 95,4% do volume de exportação brasileira em 2014. Dessa forma, o siste-ma portuário cumpre importante papel no que diz respeito aos custos e à eficiência da logística de trans-portes do país, impactando diretamente na competi-tividade dos produtos nacionais no exterior. Ressalta--se que importação e exportação corresponderam a cerca de 74% do total movimentado pelos portos em 2014 – um aumento de 1% em relação ao valor calcu-lado para 2009.
3.1. Movimentação de carga
Quando analisadas as movimentações portuárias brasileiras, constata-se que os fluxos de cargas cor-responderam a 900 milhões de toneladas em 2014, o que representou um crescimento total de 21,7% no
período de 2010 a 2014, equivalente a um crescimen-to médio ponderado de 5% ao ano, possível somente em razão de investimentos realizados no setor, con-forme pode ser observado no Gráfico 1.
613,0 657,7 670,5 684,2 713,0
94,5 104,8 112,1 132,4 145,3
32,0 34,4 32,5 40,4
41,7
-
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
600,0
700,0
800,0
900,0
1.000,0
2010 2011 2012 2013 2014
MIlh
ões d
e to
nela
das
Longo Curso Cabotagem Demais Navegações
Gráfico 1 - Evolução dos volumes movimentados pelos portos brasileiros: 2010 a 2014Fonte: ANTAQ (2011-2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
A navegação de cabotagem aumentou sua participa-ção nas cargas movimentadas entre 2010 e 2014, passan-do de 12,8% para 16,1% do total. Foi a navegação com maior taxa de crescimento, em toneladas, no período: 53,7%. A navegação de longo curso apresentou cresci-
mento de 16,3% e as demais navegações, 30,3%.Das cargas movimentadas nos portos brasileiros, o gra-
nel sólido é predominante, representando 66% de todo o volume, seguido por granéis líquidos (18%), contêiner (11%) e carga geral (5%), conforme mostra o Gráfico 2.
Operações
30 Diagnóstico - PNLP
66%
18%
5%
11%
Granel Sólido Granel Líquido Carga Geral Contêiner
Gráfico 2 - Representatividade das naturezas de carga na movimentação dos portos brasileirosFonte: ANTAQ (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
Gráfico 3 - Crescimento das movimentações por natureza de cargaFonte: ANTAQ (2011-2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
Entre as naturezas de carga, destaca-se o cresci-mento na movimentação de contêineres, ocorrido nos últimos 5 anos, com taxas próximas a 38% (2010-2014). Esse crescimento explica-se pela crescente conteinerização da carga geral, como em cargas pro-duzidas na Zona Franca de Manaus. Fábricas de duas
rodas e produtos de alto valor agregado têm transferi-do sua logística, antes predominantemente via fluvial e rodoviária, para linhas de contêineres de cabotagem e longo curso. As taxas de crescimento de cada natu-reza de carga são apresentadas no Gráfico 3.
22%
38%
26%
18%
Carga Geral
Contêiner
Granel líquido
Granel sólido
A participação dos portos públicos, em relação aos TUPs, aumentou em 2014, com 39,5% de toda a movi-mentação, comparados aos 37,7% observados em 2010, conforme Gráfico 4.
37,7% 38,5% 38,6% 39,5% 39,6%
62,3% 61,5% 61,4% 60,5% 60,4%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
2010 2011 2012 2013 2014
Portos Públicos TUPs
Gráfico 4 - Participação de TUPs e portos
públicos na movimentação de cargas
Fonte: ANTAQ (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Operações
31Diagnóstico - PNLP
Gráfico 5 - Evolução da movimentação de passageiros de cruzeiros
Fonte: Abremar (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
3.2. Movimentação de passageiros
720.621792.752 805.189
732.163
596.000
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
900.000
2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14
Núm
ero
de P
assa
geiro
sTabela 3 - Investimentos para movimentação de passageiros de cruzeiro
Porto Melhoria Investimento(em R$ milhões)
RecifeAdaptação do armazém 7 e construção de nova área para terminal de passageiros
R$ 28,1
Fortaleza Construção de novo terminal marítimo de passageiros R$ 224,0
NatalAdaptação de armazém frigorífico e de galpão para construção de terminal marítimo de passageiros
R$ 97,0
SalvadorAdaptação de armazém para construção de terminal marítimo de passageiros
R$ 45,5
Fonte: PAC/Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
3.3. Desempenho operacional
A qualidade das operações portuárias é função de diversas variáveis, sendo a produtividade uma das mais importantes. A produtividade, também nomea-da desempenho operacional, é um indicador que bus-ca mensurar a quantidade de carga movimentada em uma unidade de tempo. Nesse caso, a produtividade é usualmente expressa em toneladas/h ou unidades/h.
Uma maior produtividade reflete possibilidade de melhor utilização da capacidade de infraestrutura dos portos e, consequentemente, melhores níveis de ser-viços ofertados. As características heterogêneas dos portos brasileiros tornam a variação das produtivida-des bastante ampla, existindo terminais com desem-penho similar ao de portos internacionais e outros
com produtividades que podem ser melhoradas.As análises das produtividades realizadas neste
diagnóstico têm como objetivo uma avaliação ge-ral do sistema portuário nacional e sua evolução. Os valores são agrupados por instalação portuária e/ou por natureza de carga e não levam em conta aspectos específicos da operação de cada terminal. Portanto, esses valores não devem ser analisados como ben-chmarks de desempenho.
Outro aspecto relevante na análise de desempe-nho operacional são os tempos médios de espera, os quais são obtidos subtraindo o tempo em que o navio permaneceu atracado dos tempos totais de estadia do navio no porto.
O número de passageiros de cruzeiros marítimos aumentou nas temporadas de 2009-2010 até 2011-2012. Nas duas temporadas seguintes, houve um decréscimo, chegando a 596.000 passageiros em 2013-2014, como apresentado no Gráfico 5. Tal fato se explica pela competição entre o turismo de passa-geiros e os pacotes aéreos internacionais. Destaca-se que os portos de maior relevância no setor são Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA).
Com o objetivo de melhorar a infraestrutura por-tuária para atendimento aos passageiros e armado-res, a SEP/PR investiu um total de R$ 394,6 milhões na modernização de quatro terminais, conforme dis-criminado na Tabela 3.
Operações
32 Diagnóstico - PNLP
Por meio da Figura 19 é possível observar os tempos médios de espera e as produtividades das instalações portuárias brasileiras (Portos públicos e TUPs) por natureza de carga.
produtividadeS E TEMPOS MÉDIOS DE ESPERA
t/h344,1 43,7
horasGRANEL LÍQUIDO
456,7 97,4t/h horasGRANEL SÓLIDO
(demais granéis)
1.773,5 85,8t/h horasGRANEL SÓLIDO
(Minério de ferro)
Unidades/hora33,3 12,8
horasCONTÊINER
Devido às grandes variações das produtividades e dos tempos médios de espera incorridos nas ope-rações de cada natureza de carga, a seguir serão de-talhados aspectos relacionados ao desempenho de
granéis sólidos, granéis líquidos e contêineres e, por fim, serão abordados aspectos relacionados à capaci-tação do trabalhador portuário.
3.3.1. Desempenho de granéis sólidos
Os granéis sólidos movimentados nos portos con-templam uma ampla gama de produtos, desde granéis agrícolas até granéis minerais.
No ano de 2014, essa natureza de carga foi movi-
mentada por meio de 32 portos públicos e 47 TUPs; as produtividades e os tempos médios de espera são ilustrados na Figura 20.
Figura 19 - Desempenho operacional por natureza de cargaFonte: ANTAQ (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Operações
33Diagnóstico - PNLP
As variações entre as melhores produtivi-dades, para porto público e o TUP, bem como a comparação entre o melhor desempenho e a média, ocorrem em função dos diferen-tes granéis sólidos movimentados individual-mente por instalação portuária.
Entre 2010 e 2014, para todos os produ-tos ocorreu aumento das produtividades. Essa melhoria pode ser ilustrada pelo caso do granel sólido vegetal1, que teve aumento nas produtividades médias de 36% no perío-do, inclusive em Santos e Paranaguá, portos que tiveram a maior movimentação desse tipo de carga em 2014; seus desempenhos operacionais de 539,4 toneladas/h e 435,5 toneladas/h, respectivamente, registrados em 2010 evoluiu para 748,8 toneladas/h e 598,7 toneladas/h em 2014.
As produtividades médias de granéis sólidos para alguns produtos e seus respectivos tempos médios de espera são apresentadas na Figura 21, considerando portos públicos e TUPs.
1 Na categoria granel sólido vegetal se enquadram os seguintes produtos: açúcar, arroz, farelo de soja, malte, cevada, milho, soja, trigo e sorgo.
tup
PRODUTIVIDADE
GRANEL SÓLIDO
tempo de espera
PORTO PÚBLICO
3.311,5 t/hMelhor desempenho
4.955,67 t/hMelhor desempenho
519,3 t/hMédia
1.016,8 t/hMédia
118,5 horasMédia
74,9 horasMédia
PRODUTO PRODUTIVIDADETEMPO
DE ESPERA
611,1 t/horaSOJA 99,7 horas
796,6 t/horaAÇÚCAR 95,4 horas
1.773,5 t/horaMINÉRIO DE FERRO 85,8 horas
146,3 t/horaFERTILIZANTES 170,4 horas
Figura 21 - Produtividades e tempos de espera para granéis sólidosFonte: ANTAQ (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Figura 20 - Desempenho operacional para granéis sólidosFonte: ANTAQ (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Operações
34 Diagnóstico - PNLP
3.3.2. Desempenho de granéis líquidos
Os granéis líquidos movimentados nos por-tos contemplam principalmente combustíveis e seus derivados. No ano de 2014, essa natu-reza de carga foi movimentada por 21 portos públicos e 52 TUPs; as produtividades e os tempos médios de espera em cada um desses tipos de instalação são exibidos na Figura 22.
As produtividades de granéis líquidos va-riam de acordo com a forma de operação da carga (transbordo e movimentação) e o senti-do de operação (embarque ou desembarque).
Entre 2010 e 2014, houve aumento das produtividades, principalmente no desem-barque para a operação de movimentação de cargas. Em 2010, para todo país o desem-barque apresentava produtividade média de 273,5 toneladas/h ao passo que em 2014 al-cançou 530,8 toneladas/h.
Essas produtividades médias e os tempos médios de espera, por tipo de navegação e sentido, são apresen-tadas na Figura 23.
3.3.3. Desempenho de contêineres
As cargas conteinerizadas apresentam, de modo geral, maior valor agregado quando comparadas às demais naturezas. Em virtude desse valor agregado e da operação com jane-las de atracação, os tempos médios de espera desses navios tendem a ser menores. As pro-dutividades e os tempos médios de espera dos navios de contêineres para os portos públicos e os TUPs são apresentados na Figura 24.
A maior parte dos volumes de contêineres (95%) em 2014 foi movimentada em 15 portos ou TUPs. As movimentações ocorridas nesses ter-minais portuários são apresentadas no Gráfico 6.
PRODUTIVIDADE
contêiner
tempo de espera
PORTO PÚBLICO tup
43 Unidades/horaMelhor desempenho
47,6 Unidades/horaMelhor desempenho
32,5 unidades/horaMédia
36,3 unidades/horaMédia
12,5 horasMédia
14,1 horasMédia
PRODUTO PRODUTIVIDADETEMPO
DE ESPERA
TRANSBORDO DE CARGAS
MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
243,5 t/hora
224,3 t/hora
41,0 horas
48,2 horas
124,5 t/hora
530,8 t/hora
61,8 horas
42,4 horas
EMBARQUE DESEMBARQUE EMBARQUE DESEMBARQUE
PRODUTIVIDADE
GRANEL LÍQUIDO
tempo de espera
PORTO PÚBLICO tup
427,8 t/horaMelhor desempenho
3.545,8 t/horaMelhor desempenho
150,1 t/horaMédia
515,3 t/horaMédia
38,8 horasMédia
48,1 horasMédia
Figura 22 - Desempenho operacional para granéis líquidosFonte: ANTAQ (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Figura 23 - Produtividades e tempos de espera para granéis líquidosFonte: ANTAQ (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Figura 24 - Desempenho operacional para contêineresFonte: ANTAQ (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Operações
35Diagnóstico - PNLP
Em termos de produtividade, para a mesma amostra de 15 instalações portuárias, ocorreu um aumento nas produtividades médias, in-clusive em Santos, porto que teve a maior mo-vimentação desse tipo de carga em 2014; seu desempenho operacional de 28,6 unidades/h re-gistrado em 2010 evoluiu para 42,6 unidades/h em 2014, o que representa um aumento de 49% no período. Em Paranaguá, o crescimento da produtividade chegou a 151%, passando de 17,1 unidades/h em 2010 para 43 unidades/h em 2014. As produtividades médias por instalação portuária em 2014 são ilustradas na Tabela 4.
Esse aumento se deve, entre outros fatores, aos investimentos realizados pelo Governo Fe-deral e pelos terminais em acessos marítimos, em novos terminais especializados, na aquisi-ção de equipamentos de cais e de pátio. Exem-plos dessas iniciativas de ampliação dos acessos aquaviários são as obras de dragagem e derro-cagem efetuadas pela SEP/PR – com dotação orçamentária do Plano de Aceleração do Cres-cimento (PAC), por meio do Plano Nacional de Dragagem (PND) – e a construção e ampliação de instalações portuárias, como o Brasil Termi-nal Portuário (BTP) e a Embraport, em Santos.
32.320
9.0247.944 7.334
5.949 5.173 5.121 4.684 3.943 3.877 3.769 2.910 2.808 2.5761.589
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
Milh
ões
de to
nela
das
Gráfico 6 - Movimentação de contêiner: Portos públicos e TUPs (2014)Fonte: ANTAQ (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Tabela 4 - Produtividade operacional das instalações portuárias (contêineres): 2014
Porto Produtividade (Unidades/h)
Portonave 47,6
Embraport 43,7
Paranaguá 43,0
Santos 42,6
Porto Itapoá 38,2
Itajaí 32,9
Rio de Janeiro 31,8
Rio Grande 29,4
Salvador 29,0
Itaguaí (Sepetiba) 28,4
Suape 24,0
Vitória 23,1
Chibatão 21,9
Super Terminais 21,3
Pecém 17,5
Fonte: ANTAQ (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Operações
36 Diagnóstico - PNLP
3.3.4. Capacitação do trabalhador portuário
O Fórum Permanente para Qualificação do Tra-balhador Portuário, instituído pelo Decreto n° 8.033/2013, tem a finalidade de discutir questões relacionadas à formação, qualificação e certificação profissional do trabalhador portuário e do trabalha-dor portuário avulso. Esse novo marco regulatório de-termina que o Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) deverá promover a formação profissional do trabalha-dor portuário e do trabalhador portuário avulso, ade-quando-a aos modernos processos de movimentação de carga e de operação de aparelhos e equipamentos portuários.
Foi desenvolvido, também, ao longo dos últimos anos, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Téc-nico e Emprego (Pronatec) Portuário, por meio de trabalho conjunto com o Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio (MDIC), no qual a SEP/PR assegura o acesso dos trabalhadores portuários a cursos de aperfeiçoamento.
Além da capacitação oferecida pelo OGMO e pelo Pronatec, a SEP/PR e o Antwerp/Flanders Port Training Center (Centro de Treinamento do Porto de Antuérpia – APEC) assinaram, em setembro de 2013, um acordo de cooperação técnica, a fim de capacitar os trabalha-dores portuários brasileiros, incluindo funcionários de escritório e trabalhadores portuários avulsos, com o oferecimento de cursos nas áreas de gestão, infraes-trutura e obras portuárias, além de uso e manuseio de equipamentos portuários.
Em continuidade às ações previstas no plano de ca-pacitação da SEP/PR, foi oferecido curso de MBA em Engenharia e Gestão Portuária para diversos servido-res e trabalhadores das Companhias Docas, tendo em vista a capacitação em outorgas portuárias, infraes-trutura de canais de acesso, áreas de apoio logístico portuário, cabotagem, regime simplificado de contra-tação para o setor portuário e modelos de profissio-nalização da gestão portuária.
3.4. Características da frota marítima
A frota de navios que frequentou os portos nacio-nais em 20132 é heterogênea e isso se deve a variáveis que compõem a operação portuária, como profundi-dade dos acessos aquaviários, tipos de carga e nave-gação – longo curso ou cabotagem.
É importante salientar que uma operação por-tuária eficiente possui equipamentos que garantem produtividades adequadas e profundidades/dimen-
sões que estejam compatíveis com a frota de navios que frequenta o porto. A evolução do tamanho dos navios torna essa compatibilização de profundidades e dimensões um desafio para os portos brasileiros. A Figura 25 apresenta a evolução das dimensões dos navios de contêineres existentes.
2 Os dados para 2014 ainda não estão disponíveis.
Operações
37Diagnóstico - PNLP
Panamax3.000-3.400 TEUs
Post Panamax4.000-5.000 TEUs
Post Panamax Plus6.000-8.000 TEUs
New Panamax12.500 TEUs
Triple E18.000 TEUs
Panamax Max
32 m
12,5 m
32 m
12,5 m
40 m
13 m
43 m
14,5 m
49 m
15,2 m
59 m
15,5 m
3.400-4.500 TEUs
Boca
CaladoComprimento
Legenda
250 m
290 m
285 m
300 m
366 m
400 m
Quando analisados os navios que acessam os por-tos brasileiros, verifica-se que os da classe Triple E (Figura 25) não frequentam as rotas do Brasil. Nas re-giões sul e sudeste, os maiores navios, que atracaram nos portos de Paranaguá e Santos, respectivamente,
possuem comprimento de 336 metros; enquanto na Região Norte, os maiores navios possuem compri-mento total de 237 metros. A Tabela 5 apresenta as características dos maiores navios de contêineres que frequentaram os portos de cada região brasileira.
Tabela 5 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: contêiner
Região Nome Comprimento total (m)
Calado máximo (m) Boca (m) Porto
Norte MSC SHANNON 237 12 32 Vila do Conde
Nordeste MAIPO 306 15 40 Suape
Sul CSAV TORTEL 336 15 43 Paranaguá
Sudeste CSAV TORTEL 336 15 43 Santos
Fonte: Datamar (2013). Elaboração: SEP/PR (2015)
Figura 25 - Evolução da frota marítima de contêineresFonte: The Geography of Transport Systems (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Operações
38 Diagnóstico - PNLP
Análises semelhantes foram realizadas para outras cargas além dos contêineres, incorrendo em diferentes pers-pectivas. No granel sólido, as regiões com os maiores navios são a sudeste e a nordeste, fato que ocorre em função da movimentação de minério de ferro por meio de TUPs, utilizando navios da classe Valemax, conforme ilustra a Tabela 6
Para outras cargas e passageiros, levantamentos semelhantes foram realizados. Sendo assim, as informações sobre as di-mensões de navios que atracam nos portos de cada região brasileira são apresentadas na Tabela 7, na Tabela 8 e na Tabela 9.
Tabela 6 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: graneleiro
Região Nome Comprimento total (m)
Calado máximo (m) Boca (m) Porto
Norte Diamantina 229 14 32 Vila do Conde
Nordeste Classe Valemax 362 23 65 Ponta da Madeira
Sul Maritime Century 235 14 38 Paranaguá
Sudeste Classe Valemax 362 23 65 Porto de Tubarão
Fonte: Datamar (2013). Elaboração: SEP/PR (2015)
Tabela 7 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: carga geral
Região Nome Comprimento total (m)
Calado máximo (m) Boca (m) Porto
Norte SAGA DISCOVERY 199 12 31 Vila do Conde
Nordeste CORELLA ARROW 225 13 32 Suape
Sul CORELLA ARROW 225 13 32 Rio Grande
Sudeste CORELLA ARROW 225 13 32 Santos
Fonte: Datamar (2013). Elaboração: SEP/PR (2015)
Tabela 8 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: produtos químicos e vegetais
Região Nome Comprimento total (m)
Calado máximo (m) Boca (m) Porto
Nordeste SOLEY-1 150 9 23 Aratu
Sul BOW BAHA 172 9 28 Imbituba
Sudeste BOW BAHA 172 9 28 Santos
Fonte: Datamar (2013). Elaboração: SEP/PR (2015)
Tabela 9 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: passageiros
Região Nome Comprimento total (m)
Calado máxi-mo (m) Boca (m) Porto
Norte AIDAVITA 203 6 28 Vila do Conde
Nordeste AIDAVITA 203 6 28 Belém
Sudeste MSC Fantasia 333 9 38 Santos
Fonte: Datamar (2013). Elaboração: SEP/PR (2015)
Operações
39Diagnóstico - PNLP
3.5. Serviços e sistemas de apoio
Os serviços e sistemas de apoio afetam diretamen-te a operação portuária. A SEP/PR realizou investi-mentos em sistemas, oferta de serviços e integração dos anuentes entre 2010 e 2014, o que reflete a conti-nuidade da estratégia de melhoria operacional. Exem-
plos que demonstram investimento tecnológico para melhoria das operações no setor são a instalação do Vessel Traffic Management Information System (VT-MIS), do sistema Porto Sem Papel (PSP) e do Interna-tional Ship & Port Facility Security Code (ISPS Code).
3.5.1. Vessel Traffic Management Information System (VTMIS)
O VTMIS, sigla em inglês para Vessel Traffic Manage-ment Information System, consiste em um sistema de auxílio eletrônico à navegação, com capacidade de prover monitoração ativa do tráfego aquaviário, cujo propósito é ampliar a segurança da vida humana no mar, a segurança da navegação e a proteção ao meio ambiente nas áreas em que haja intensa movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções. Além disso, com a implantação do sistema, espera-se a melhora na eficiên-
cia nas manobras de embarcações, diminuindo, de forma significativa, os tempos de espera dos navios para atraca-ção, os tempos de tráfego dentro da área portuária e o alcance, até mesmo, dos tempos de carga e descarga de mercadorias.
Esse sistema já é parte integrante dos investimentos da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR) em sistemas de inteligência logística. Na Figura 26 ob-serva-se a integração do VTMIS com o Porto Sem Papel.
Autoridade Portuária
Concentrador deDados Portuários
gestão administrativa do porto
gestão do acesso terrestre
gestão do acesso MARÍTIMO
Portal de Informações Portuárias
Comunidade Portuária
AnuentesSEP/PR
armador/agente
Autoridade Portuária
CADEIA LOGÍSTICA PORTUÁRIA INTELIGENTE Vessel Traffic Management Information System
(Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações)
Figura 26 - Visão geral dos sistemas de inteligência portuária implantados pela SEP/PRFonte: SEP/PR (2015)
Operações
40 Diagnóstico - PNLP
O VTMIS permite monitorar área de interesse do tráfego aquaviário que deve contemplar, no mínimo, as zonas de fundeio, o canal de acesso, o atracadouro dos portos e os terminais inseridos nessa área, o que con-tribui para reduzir os riscos de acidentes ambientais e entre navios, aumentar a eficiência nos portos e possi-bilitar maior controle do tráfego marítimo.
O projeto VTMIS integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em que foram assegurados re-cursos da ordem de R$ 146,3 milhões, destinados à
implantação do sistema em seis portos brasileiros: Rio de Janeiro (RJ), Itaguaí (RJ), Santos (SP), Salvador (BA), Aratu (BA) e Vitória (ES), contemplados na primeira fase de implantação. Além disso, estão em desenvolvi-mento estudos para a implantação do sistema em ou-tros 10 portos, como Rio Grande (RS), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Imbituba (SC), Fortaleza (CE), Itaqui (MA), Suape (PE), Belém (PA), Vila do Conde (PA) e Ma-naus (AM) conforme apresentado na Figura 27.
AM
RRAP
PA
MT
MA
TO
BA
MG
RJ
SE
AL
PE
RNCE
PB
ES
GO
MS
SP
PR
SC
RS
PI
RO
AC
Manaus
Belém e Vila do Conde
Itaqui
Fortaleza
Suape
Aratu e Salvador
Vitória
Rio de Janeiro
Portos com VTMIS em implantaçãoPortos com VTMIS em estudo
ItaguaíSantosSão Francisco do SulItajaíImbituba
Rio Grande
portos cominvestimentoem vtmis
O Porto de Vitória foi o primeiro do país a contratar o VTMIS. Em agosto de 2014, a Companhia Docas do Espírito Santo (CODESA) assinou a ordem de serviço para início das atividades de desenvolvimento dos projetos básico e executivo, realização das obras ne-cessárias, instalação dos equipamentos e capacitação dos operadores, instalação da operação assistida e manutenção do sistema em um prazo de 38 meses. O custo do projeto foi orçado em R$ 22,9 milhões.
No Porto de Santos, o processo licitatório para implantação do VTMIS foi concluído em outubro de 2014, sendo que o prazo de implantação é de 44 me-ses e envolve investimento de R$ 31,07 milhões. O VTMIS será composto por quatro radares para moni-toramento da área de interesse e um Centro de Con-trole Operacional. Os recursos técnicos serão integra-dos à gestão de segurança da Supervia Eletrônica de Dados e do ISPS Code.
Figura 27 - Portos com investimento em VTMISFonte: SEP/PR (2015).
Operações
41Diagnóstico - PNLP
O Porto do Rio de Janeiro está com processo licitatório em andamento. Para os portos de Salvador/Aratu está prevista a publicação do edital de licitação no segundo semestre deste ano, e para o Porto de Itaguaí, no primeiro semestre de 2016.
3.5.2. Porto Sem Papel
O Porto Sem Papel (PSP) é um sistema de informa-ção que tem como objetivo principal reunir, em um único meio de gestão, as informações e a documen-tação necessárias para agilizar as análises e as auto-rizações para atracação, operação e desatracação no âmbito dos portos brasileiros. Ele também integrará as informações vindas dos sistemas do VTMIS, do Pro-jeto Cadeia Logística Portuária Inteligente e de siste-mas internos das autoridades portuárias.
Ao seguir recomendações da Organização Maríti-ma Internacional (IMO), o sistema atua como uma fer-ramenta de janela única portuária, sendo que o res-ponsável pela embarcação, o armador ou a agência de navegação, disponibiliza as informações obrigatórias e necessárias para a entrada ou liberação das embar-cações em uma única base de dados. A partir dela, é possível analisar os dados por parte das autoridades portuárias e dos órgãos fiscalizadores.
O sistema é utilizado de forma obrigatória em to-das as estadias de navios nos portos públicos brasilei-
ros. Para isso, as embarcações devem constar no Ca-dastro Nacional Portuário do PSP, de modo a facilitar a recuperação automática das informações.
O Porto Sem Papel entrou em operação em 2011 nos portos de Santos, Rio de Janeiro e Vitória. Em 2012, a implantação ocorreu nos portos de Niterói (RJ), Itaguaí, Angra dos Reis (RJ), Forno (RJ), Barra do Riacho (ES), Fortaleza (CE), Pecém (CE), Recife (PE), Suape (PE), Natal (RN), Areia Branca (RN), Maceió (AL), Cabedelo (PE), Salvador (BA), Aratu (BA), Ilhéus (BA), Itajaí (SC), São Francisco do Sul (SC), Imbituba (SC), Laguna (SC), Porto Alegre (RS), Pelotas (RS), Rio Grande (RS), São Sebastião (RS), Paranaguá e An-tonina (PR). Já nos portos de Belém (PA), Santarém (PA), Vila do Conde (PA), Itaqui (MA) e Macapá (AP) a operação teve início em abril de 2013, e, em maio do mesmo ano, no Porto de Manaus.
A Figura 28 apresenta de forma esquemática os benéficos com a implantação do sistema Porto Sem Papel nos portos brasileiros.
situação anterior situação atual
Armador/Agente
Preenchimentoe envio do DUV
Concentrador deDados Portuários
Cada anuente recebe informações pertinentes as suas atividades
Armador/Agente
Autoridade Portuária
Autoridade Portuária
mais de 100 formulários impressos transformados em Documento Único Virtual – DUV
Figura 28 - Visão geral do sistema Porto sem PapelFonte: SEP/PR (2015).
Operações
42 Diagnóstico - PNLP
Gráfico 7 - Portos com certificação ISPSFonte: Ministérios da Justiça, Defesa (Marinha do Brasil), Fazenda, Relações Exteriores e Transportes (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
3.5.3. International Ship & Port Facility Security Code (ISPS Code)
No que se refere à segurança portuária, os portos brasileiros, assim como os portos de outros países, necessitam impor regulação internacional e controle cada vez mais rigorosos com relação à segurança das instalações, das cargas movimentadas, dos navios e de outros meios de transporte, posicionando-se con-tra o comércio ilícito, como contrabando, tráfico de drogas e pessoas, bem como possíveis atos de terro-rismo. O desafio está em alcançar o equilíbrio entre as medidas de segurança e a facilitação do livre fluxo de comércio de insumos e produtos demandados pelas cadeias de suprimentos globais, a partir da melhoria no fluxo de informações, que viabilizem a gestão de riscos e racionalização dos processos. Assim, o ISPS Code entrou em vigor no ano de 2004, depois de 19 anos de sua promulgação, em 18 de maio de 1985.
O processo de implantação desse código nos por-tos brasileiros e internacionais se intensificou após os ataques terroristas ocorridos nos Estados Unidos da América (EUA), em setembro de 2001.
No Brasil, as instalações que buscam a certificação, após a implementação dos requisitos exigidos, devem submeter sua solicitação à Comissão Estadual de Se-gurança Pública dos Portos, aos Terminais e Vias Na-vegáveis (Cesportos) e à Comissão Nacional de Segu-rança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos). Com relação à certificação dos navios, cabe à Marinha do Brasil, enquanto Autoridade Marí-tima, o fornecimento de tal certificação.
Esse código estabeleceu regras que visam à segu-
rança dos países, mediante o controle das embarca-ções e das instalações portuárias. Algumas medidas a serem observadas são:
» Controle de entrada e saída de pessoas e veículos nas instalações portuárias. » Cadastramento de pessoas e veículos que entram nos portos. » Instalação de um sistema de vigilância dentro dos perímetros do porto e do cais. » Delimitação do perímetro urbano. » Informação, pelos navios e antes da escala, dos úl-timos dez portos visitados. » Prevenção de entrada ilegal de armamento bélico. » Provimento de medidas de alerta quando o risco das operações estiver sob ameaça.
Entre as sanções sofridas pelos portos ou pelas embarcações, merece destaque a hipótese de o navio não informar os últimos dez portos visitados, poden-do este ficar em regime de quarentena e, consequen-temente, atrasar a sua atracação.
Segundo a Conportos (dados de 2010), de 221 insta-lações portuárias monitoradas, incluindo Administrações Portuárias, terminais em portos organizados e TUPs, 166 possuem a declaração de cumprimento ISPS, 38 possuem termo de aptidão (estão aptas a operar sob o código ISPS, mas necessitam realizar adaptações para certificação in-tegral) e 17 não estão certificadas (Gráfico 7).
75%
8%
17%
Possuem declaração de cumprimento (DC) Não são certificadas (NC) Possuem termo de aptidão (TA)
Capacidade
43Diagnóstico - PNLP
4. Capacidade
Este capítulo apresenta a análise da situação da infraestrutura portuária e de sua evolução nos últimos anos. Os itens avaliados referem-se à
capacidade instalada para o atendimento a embarca-ções e à infraestrutura de acesso aquaviário. O escopo da análise é verificar a capacidade dos portos públicos nacionais e dos Terminais de Uso Privado (TUPs)3.
A metodologia utilizada para se obter a capacidade de movimentação de cargas4 dos portos públicos é a mesma apresentada nos Planos Mestres. A capacida-
de dos TUPs foi apurada por meio da mesma metodo-logia, porém com simplificações. Os dados utilizados no estudo tiveram como fonte a ANTAQ e os questio-nários enviados às autoridades portuárias e aos TUPs.
3 Os portos públicos e TUPs compreendidos na análise encontram-se no Apêndice 1.
4 A metodologia de capacidade pode ser consultada no Relatório de Metodologias do PNLP.
4.1. Capacidade instalada
A seguir, apresenta-se o dimensionamento da ca-pacidade instalada dos portos públicos nacionais, en-tre 2010 e 2014, e dos TUPs no ano de 2014. Primei-
ramente, fez-se a análise de ambos individualmente, para, depois, realizá-la de forma conjunta, porém com foco nas diferentes naturezas de carga.
4.1.1. Capacidade dos portos públicos – 2010 e 2014
Em 2010, foi realizado o levantamento da capaci-dade de movimentação de cargas nos portos públi-cos nacionais estudados na primeira versão do PNLP, chegando-se ao número de 425 milhões de toneladas por ano. Estava inclusa no montante a movimentação de granel sólido, granel líquido, carga geral e contêi-neres. Em 2014, a capacidade instalada total passou para 490 milhões de toneladas, aumento aproximado de 15,2%.
O cálculo da capacidade instalada dos portos pú-blicos considera parâmetros de nível de serviço, os quais estão diretamente associados ao tempo médio
de espera do navio para atracação. A capacidade dos diferentes trechos de cais ou berços é estimada de modo que satisfaça o padrão de serviço considerado adequado por entidades internacionais, como a Uni-ted Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD). Com esse método, é possível que alguns trechos de cais apresentem quantidade de movimen-tação de carga superior à capacidade demonstrada, ou seja, com qualidade reduzida do nível de serviço.
A Figura 29 apresenta os resultados especificados por natureza de carga e região geográfica, comparan-do os anos de 2010 e 2014.
Capacidade
44 Diagnóstico - PNLP
Ao analisar apenas a capacidade para movimenta-ção de contêineres, o valor calculado para o ano de 2010 foi de 8,7 milhões de TEUs, crescendo 10,3% em 2014 e atingindo o patamar de 9,7 milhões de TEUs/ano. Quando convertido com base nos coeficientes de t/TEU observados em cada porto, o resultado de 2014 corresponde a 108 milhões de toneladas.
Ao observar o Gráfico 8, é possível notar que, entre
2010 e 2014, a Região Sudeste ocupou a posição de destaque (49,7% do total da capacidade de movimen-tação em 2014). A Região Sul manteve-se em segundo lugar (23,1% em 2014), seguida do Nordeste (16,1% no mesmo período). A Região Norte aumentou ligei-ramente sua participação na movimentação de cargas no Brasil, passando de 8,5% (2010) para 11,1% (2014).
AM
RO
PA
AP
MA
BA
RJ
AL
PE
RNCE
PB
ES
SP
PR
SC
RS
Capacidade instalada
portos públicos brasileiros - 2010 e 2014
Região Norte 2010 2014
2010 2014
2010 2014
2010 2014
Região Sudeste
Região Sul
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga GeralTEU
36.352.702 26.628.000 5.250.000 3.033.000 168.000
54.434.972 39.014.936 6.520.773 2.138.208 453.580
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga GeralTEU
73.162.261 28.273.000 26.625.000 3.557.100 1.269.300
78.860.239 35.028.150 24.958.726 5.056.071 1.239.982
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga GeralTEU
209.292.407 129.364.000 14.772.000 12.907.000 4.574.000
243.738.244 154.964.622 13.620.102 11.976.393 5.736.878
Observações:1) Valores mencionados em toneladas por ano, exceto quando especificado por TEU, cuja unidade de medida é TEU/ano.2) A conversão de TEU para toneladas seguiu o parâmetro médio anual identificado em cada porto analisado.
Região Nordeste
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga GeralTEU
106.669.773 60.271.516 7.474.000 10.885.562 2.755.000
112.991.191 72.238.052 9.343.579 6.343.392 2.292.477
BRASILCapacidade Instalada (t/ano)(incluindo contêineres)
425.477.144 2010 490.024.647 2014
Capacidade Instalada para Contêineres (TEU/ano)
20102014
8.766.300 9.722.917
Figura 29 - Capacidade instalada dos portos públicos brasileiros (2010 e 2014)Fonte: SEP/PR (2015)
Capacidade
45Diagnóstico - PNLP
Gráfico 8 - Distribuição da capacidade instalada nos portos públicos brasileiros por região (2010 e 2014)Fonte: SEP/PR (2015)
A movimentação de cargas nos por-tos públicos do Brasil foi de 279 mi-lhões de toneladas em 2010 e de 357 milhões de toneladas em 2014. Quan-do comparada com a capacidade total instalada, observa-se que a taxa média de ocupação da capacidade passou de 66% para 73%. As taxas mantêm-se em patamares semelhantes, quando com-paradas à movimentação de contêine-res entre 2010 (65%) e 2014 (71%). O Gráfico 9 e o Gráfico 10 demonstram tais informações.
Portanto, comparando a movimen-tação com a capacidade estimada, verifica-se o percentual médio de ocu-pação da infraestrutura disponível nos portos públicos para movimentação de cargas. Tal disponibilidade pode variar de acordo com a natureza de carga e a sua localização geográfica. Destaca-se que caso investimentos não tivessem ocorrido no período, a atual utiliza-ção da capacidade dos portos públicos seria superior a 84%, frente os atuais 71% – fruto dos investimentos.
Movimentação 279 milhões
Movimentação357 milhões
Capacidade Total 425 milhões
Capacidade Total-490 milhões
0
100
200
300
400
500
600
2010 2014
Milh
ões d
e to
nela
das
Movimentação Total Capacidade Total
66%
73%
Utilização da capacidade
Gráfico 9 - Comparação entre movimentação total de cargas (incluindo contêineres) e capacidade instalada em t/ano
Fonte: ANTAQ (2011-2015) e SEP/PR (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
8,5%
17,2%
49,2%
25,1%
2010
Norte Nordeste Sudeste Sul
11,1%
16,1%
49,7%
23,1%
2014
Gráfico 10 - Comparação entre movimentação e capacidade instalada de contêineres em
TEU/anoFonte: ANTAQ (2011-2015) e SEP/PR (2015).
Elaboração: SEP/PR (2015)
Movimentação 5,7 milhões
Movimentação6,9 milhões
Capacidade Total 8,7 …
Capacidade Total 9,7 milhões
0
2
4
6
8
10
12
2010 2014
Milh
ões d
e to
nela
das
Movimentação Total Capacidade Total
65%
71%
Utilização da capacidade
Capacidade
46 Diagnóstico - PNLP
4.1.2. Capacidade dos Terminais de Uso Privado (TUPs) – 2014
A partir de 2014, além do cálculo da capacidade instalada nos portos públicos, foram estimadas tam-bém as capacidades dos TUPs, que totalizaram 946
milhões de toneladas em 2014. A Figura 30 apresenta os valores por natureza de carga e região geográfica.
AM
RO
MS
PA
AP
MA
BA
RJ
AL
PE
RNCE
PB
ES
SP
PR
SC
RS
Observações:1) Valores mencionados em toneladas por ano, exceto quando especificado por TEU, cuja unidade de medida é TEU/ano.2) A conversão de TEU para toneladas seguiu o parâmetro médio nacional de 11 t/TEU.
Região Norte
Região Nordeste
TEU
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga Geral
Região Sudeste
TEU
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga Geral
Região Sul
BRASIL
TEU
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga Geral
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga GeralTEU
Região Centro-Oeste
TEU
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga Geral
Capacidade Instalada para Contêineres (TEU/ano)
Capacidade Instalada (t/ano)(incluindo contêineres)
106.026.480 55.168.213 25.230.529 12.265.250 1.214.772
65.409.259 202.237.654 276.806.204
6.094.490 278.618
431.029.289 306.124.443 92.524.932 23.501.149 807.160
119.299.180 21.962.887 53.915.261 3.844.383 3.597.877
5.898.428
946.113.507
12.952.354 12.952.354 000
Capacidade instalada
TUPs - 2014
Figura 30 - Capacidade instalada dos TUPs (2014)Fonte: SEP/PR (2015)
Capacidade
47Diagnóstico - PNLP
A capacidade instalada para a movimentação de granel sólido foi a mais representativa, com percen-tual de 63,2%, seguida pelo granel líquido (25,1%), pelo contêiner (6,9%) e pela carga geral (4,8%).
Além disso, com auxílio do Gráfico 11, nota-se que 45,6% da capacidade nacional está concentrada na Região Sudeste. A Região Nordeste ocupa a segunda posição com 29,3%, seguida pelas regiões sul, norte e centro-oeste, que apresentaram os percentuais de 12,6%, 11,2% e 1,3%, respectivamente.
Os valores registrados na ANTAQ sobre a movi-mentação de cargas nos TUPs somaram 543 milhões de toneladas em 2014. Comparando a movimentação com a capacidade estimada, verifica-se percentual de 57% de utilização da capacidade disponível para to-das as naturezas de carga. O Gráfico 12 apresenta o índice total de utilização da capacidade nas unidades portuárias, avaliadas por natureza de carga.
Gráfico 11 - Distribuição da capacidade dos TUPs por região (2014)
Fonte: SEP/PR (2015)
12,6%
45,6%
1,3%
29,3%
11,2%
Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte
64%
44%
66%
42%
57%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Granel Sólido Granel Líquido Carga Geral Contêiner Total
Gráfico 12 - Utilização da capacidade dos TUPs por natureza de carga (2014)Fonte: ANTAQ (2015) e SEP/PR (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
O maior índice de utilização da capacidade insta-lada, nos TUPs, é verificado para a movimentação de carga geral (66%), seguida de granel sólido e granel
líquido, com 64% e 44%, respectivamente. A menor taxa de utilização da capacidade foi a do contêiner, com 42%.
4.1.3. Análise da capacidade do sistema portuário brasileiro
Ao considerar conjuntamente a capacidade dos portos públicos e dos TUPs no ano de 2014, registrou--se oferta de capacidade de 1,43 bilhão de toneladas. Desse total, 62,6% referem-se a granel sólido, 20,3% a
granel líquido, 12,1% a contêiner e 5,0% a carga geral.A Figura 31 apresenta a distribuição geográfica da
capacidade por natureza de carga e por região.
Capacidade
48 Diagnóstico - PNLP
Com relação à distribuição geográfica da capaci-dade, o Sudeste deteve 47,0% do total, o Nordeste (24,7%), o Sul (16,2%), o Norte (11,2%) e o Centro--Oeste (0,9%), como demonstra o Gráfico 13.
Gráfico 13 - Distribuição da capacidade dos portos públicos e TUPs por região (2014)
Fonte: SEP/PR (2015)
AM
RO
MS
PA
AP
MA
BA
RJ
AL
PE
RNCE
PB
ES
SP
PR
SC
RS
Observações:1) Valores mencionados em toneladas por ano, exceto quando especificado por TEU, cuja unidade de medida é TEU/ano.2) A conversão de TEU para toneladas nos TUPs seguiu o parâmetro médio nacional de 11 t/TEU.3) A conversão de TEU para toneladas nos portos públicos seguiu o parâmetro médio anual identificado em cada porto analisado.
Região Norte
Região Nordeste
TEU
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga Geral
Região Sudeste
TEU
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga Geral
Região Sul
BRASIL
TEU
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga Geral
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga GeralTEU
Região Centro-Oeste
TEU
Capacidade InstaladaGranel SólidoGranel LíquidoCarga Geral
160.461.452 94.183.149 31.751.302 14.403.458 1.668.352
674.767.533 461.089.065 106.145.034 35.477.542 6.544.038
12.952.354 12.952.354 000
Capacidade Instalada para Contêineres (TEU/ano)
Capacidade Instalada (t/ano)(incluindo contêineres)
1.436.138.154
15.621.345
90.367.985 237.265.804 355.666.443
11.150.561 1.518.600
232.290.371 94.200.939 63.258.840 10.187.775 5.890.355
Capacidade instalada
portos públicos e TUPs - 2014
16,2%
47,0%
0,9%
24,7%
11,2%
Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte
Figura 31 - Capacidade instalada nos portos públicos e TUPs (2014)Fonte: SEP/PR (2015)
Capacidade
49Diagnóstico - PNLP
A movimentação de cargas nas unidades portuárias analisadas totaliza 900 milhões de toneladas – 591 mi-lhões de granel sólido, 159 milhões de granel líquido, 46 milhões de carga geral e 104 milhões de contêine-res. Comparando a movimentação com a capacidade
estimada, verifica-se percentual médio de 63% de utili-zação, indicando disponibilidade que deve ser analisa-da de acordo com a natureza de carga e sua localização. O Gráfico 14 apresenta os percentuais nacionais de uti-lização da capacidade por natureza de carga.
Gráfico 14 - Utilização da capacidade dos portos públicos e TUPs por natureza de carga (2014)Fonte: ANTAQ (2015) e SEP/PR (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
Gráfico 15 - Evolução do nível de utilização da capacidade regional e da nacional dos portos públicos: granel sólido (2010 a 2014)Fonte: SEP/PR (2015)
Nas próximas seções, serão realizadas análises regionais e por natureza de carga, a fim de mensurar a evo-lução da utilização da capacidade instalada nos portos públicos e nos TUPs.
66%
55%64%
60% 63%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Granel Sólido Granel Líquido Carga Geral Contêiner Total
4.1.3.1. Granel sólido
Em 2010, observou-se que o nível médio de utiliza-ção da capacidade instalada de granel sólido nos por-tos públicos se encontrava no intervalo de 59% a 71%, nas regiões estudadas (Gráfico 15), enquanto o nível
nacional médio de utilização foi de 67%. Ou seja, os portos ainda podiam movimentar maior quantidade de granel sólido com a capacidade disponível.
Entre 2011 e 2014, identifica-se variação dos ní-veis de utilização entre as regiões. Em 2014, a média nacional dos portos públicos foi de 70%, com maior disponibilidade de capacidade no Norte e Nordeste. Contribuiu para o aumento da utilização da capaci-dade do granel sólido, nas Regiões Nordeste e Sul, o
incremento da movimentação de fertilizantes e soja entre 2010 e 2014.
Ao considerar a participação dos TUPs na análise, verifica-se que o nível de utilização da capacidade no Brasil, de maneira geral, permaneceu entre 52% e 75%, indicando disponibilidade para atendimento de
67%72%
49% 52% 54%59%
65%59% 62% 65%
71%76%
71%77%
72%62%
72%65%
74% 75%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
2010 2011 2012 2013 2014
Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil
Capacidade
50 Diagnóstico - PNLP
uma maior quantidade dessa natureza de carga. As re-giões com maior nível de utilização da infraestrutura são, para os TUPs, o Nordeste, com 66%, e, para os
portos públicos, o Sul, com 75%. As taxas de utilização da capacidade de portos públicos e TUPs, por região, podem ser visualizadas no Gráfico 16.
75%72%
65%
54%
70%
62% 65%60%
66%
52%
64%72%
67%60%
66%
53%
66%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte Total
Portos Públicos TUPs Portos Publicos + TUPs
Gráfico 16 - Utilização da capacidade de granel sólido, por região, dos portos públicos e TUPs (2014)Fonte: SEP/PR (2015)
4.1.3.2. Granel líquido
No ano de 2010, o nível médio de utilização da ca-pacidade instalada de granel líquido, nos portos pú-blicos, encontrava-se em um intervalo de 53% a 80%, nas regiões brasileiras. O nível nacional de utilização
da infraestrutura instalada dos portos públicos foi de 70%, ou seja, os portos analisados poderiam movi-mentar maior volume de granel líquido. O Gráfico 17 apresenta detalhadamente essas informações.
53%
87%
73%
86%
103%
69%77%
100% 103%112%
71%
89%84%
90% 90%80%
65% 62%72%
84%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
2010 2011 2012 2013 2014
Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil
Gráfico 17 - Evolução dos níveis de utilização da capacidade regional e nacional dos portos públicos: granel líquido (2010 a 2014)Fonte: SEP/PR (2015)
Entre 2011 e 2014, verifica-se aumento da utili-zação da capacidade de granel líquido em todas as regiões, com destaque para o norte e nordeste, que atingiram valores acima de 100%, ponto em que o nível de serviço não é mais considerado adequado. Portanto, os níveis de utilização nacional dos portos públicos cresceram de 80% (em 2011) para 101% (em 2014), sinalizando a necessidade de ampliação das unidades portuárias para essa natureza de carga. O aumento na movimentação de combustível e óleos
minerais (entre 2010 e 2014) contribuiu para o cres-cimento da utilização da capacidade do granel líquido em todas as regiões.
Quando analisadas conjuntamente as capacidades de portos públicos e TUPs para o ano de 2014, iden-tifica-se que os níveis de utilização da capacidade são mais elevados nos portos públicos do que nos TUPs, de modo que estes têm capacidade disponível para absorver essa demanda (Gráfico 18).
Capacidade
51Diagnóstico - PNLP
84%90%
112%103% 101%
23%
56%43% 46% 44%
32%
60% 62% 58% 55%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte Total
Portos Públicos TUPs Portos Publicos + TUPs
Gráfico 18 - Utilização da capacidade de granel líquido, por região, dos portos públicos e TUPs
(2014)Fonte: SEP/PR (2015)
4.1.3.3. Carga geral
A utilização média da capacidade instalada para carga geral, em 2010, encontrava-se inserida no inter-valo de 38% a 59%. O nível nacional de utilização nos portos públicos foi de 50%, o que evidenciou a pos-
sibilidade de maior movimentação de carga geral. O Gráfico 19 apresenta os níveis médios de utilização da capacidade dos portos públicos nas diferentes regiões do País, calculados para o período de 2010 a 2014.
38%31%
80%
66% 64%
51%
37%
22%27%
45%
59% 59%
40%47%
57%
43% 44%
69%76%
81%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
2010 2011 2012 2013 2014
Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil
Gráfico 19 - Evolução dos níveis de utilização da capacidade regional e nacional dos portos públicos: carga geral
(2010 a 2014)Fonte: SEP/PR (2015)
Gráfico 20 - Utilização da capacidade de carga geral, por região, dos
portos públicos e TUPs (2014)
Fonte: SEP/PR (2015)
Ao longo desse período, identifica-se crescimento dos níveis de utilização da infraestrutura disponível nas regiões norte e sul. Paralelamente, percebe-se aumen-to da utilização da capacidade nacional nos portos pú-blicos, com incremento de 11% entre 2010 e 2014.
Contribuiu para o aumento da utilização da capa-cidade da carga geral na Região Norte o acréscimo da movimentação de madeira, e, na Região Sul, o cresci-
mento da movimentação de madeira, papel e celulose.Ao analisar conjuntamente portos públicos e TUPs
no ano de 2014 (Gráfico 20), identifica-se que os ní-veis de utilização da capacidade nas regiões norte e sul são mais elevados nos portos públicos do que nos TUPs. Ainda, com base no Gráfico 20, verifica-se que a média de utilização da capacidade instalada no Brasil, para essa natureza de carga, é de 64%.
81%
57%
45%
64% 61%
41%
83%
59%
45%
66%66%74%
53%48%
64%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte Total
Portos Públicos TUPs Portos Publicos + TUPs
Capacidade
52 Diagnóstico - PNLP
Gráfico 21 - Evolução dos níveis de utilização da capacidade regional e nacional dos portos públicos: contêineres (2010-2014)Fonte: SEP/PR (2015)
4.1.3.4. Contêiner
Para contêineres, observou-se que os níveis mé-dios de utilização da capacidade dos portos públicos em 2010 encontravam-se no intervalo entre 42% e 73%. A taxa média nacional foi de 65%, ou seja, havia nas instalações portuárias capacidade suficiente para
absorver a demanda de contêineres.O Gráfico 21 apresenta os níveis médios de utiliza-
ção da capacidade de contêiner nas diferentes regiões do País, considerando os portos públicos entre 2010 e 2014.
42% 39%
15% 15%22%
48%54% 53%
59%
73%73%
83%88% 89%
67%62%
71%75% 74%
87%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2010 2011 2012 2013 2014
Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil
Ao longo desse período (2010-2014), pode-se veri-ficar crescimento dos níveis de utilização da capacida-de nas Regiões Sul e Nordeste, ao contrário do Norte, cujo decréscimo foi o mais acentuado, devido à am-pliação da capacidade para movimentação de contêi-neres no Porto do Itaqui e Vila do Conde.
No Porto de Itaqui houve a construção do berço 100 e ampliação dos berços 101 e 102, onde cargas conteinerizadas também são movimentadas. No Por-to de Vila do Conde ocorreu em 2012 a construção dos berços 401 e 402 (TMU 1). Dessa forma, a car-ga geral que estava sendo movimentada através dos
berços 301 e 302 foi em parte deslocada aos novos berços, possibilitando uma maior capacidade para movimentação de contêineres no local.
Quando se analisa conjuntamente portos públicos e TUPs, no ano de 2014, os níveis de utilização da ca-pacidade nas regiões sul e sudeste foram mais eleva-dos nos portos públicos do que nos TUPs. Além disso, a maior disponibilidade de capacidade é verificada nos TUPs, possibilitando movimentar maior quantida-de de cargas. As análises podem ser visualizadas com auxílio do Gráfico 22.
88%
68%75%
19%
70%
35%
45%
88%
51%42%
56%65%
77%
41%
60%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte TotalPortos Públicos TUPs Portos Publicos + TUPs
Gráfico 22 - Utilização da capacidade de contêineres, por região, dos portos públicos e TUPs (2014)Fonte: SEP/PR (2015)
Capacidade
53Diagnóstico - PNLP
4.1.4. Ampliação da capacidade
São descritas, a seguir, as principais ações realizadas entre 2010 e 2014, que objetivaram ampliar a oferta de capacidade. Os itens avaliados tratam, primeiramente, das obras já realizadas e em andamento nos portos públicos. Em seguida, analisa-se a situação dos arrendamentos por-
tuários com a nova política de antecipação de renovações de contrato, por meio da realização de investimentos em instalações estabelecidas nos portos públicos. Ressalta-se, ainda, o crescimento dos TUPs, com ênfase nos resultados obtidos com o novo marco legal para o setor portuário.
4.1.4.1. Melhorias no sistema portuário nacional
Uma das medidas de planejamento desenvolvidas entre 2010 e 2014 foi a elaboração de Planos Mestres dos portos públicos nacionais. Eles indicam quais são os tipos de empreendimentos necessários ao aprimora-mento da infraestrutura portuária, para que seja possí-vel atender à demanda atual e à projetada. Apontaram--se como mais recorrentes os seguintes investimentos: melhorias nos acessos aquaviários, construção de ber-ços, implementação de terminais especializados e am-pliação da capacidade das instalações de armazenagem.
Além das obras de dragagem e derrocagem efe-tuadas pela SEP/PR nos portos públicos, contribuíram para o aumento de capacidade os empreendimentos realizados com dotação orçamentária do PAC, em to-das as regiões do País. A seguir, destacam-se, por re-gião, as referidas obras e os projetos concluídos:
» Região Norte: Porto de Vila do Conde (PA) – am-pliação do píer principal.
» Região Nordeste: Porto do Itaqui (MA) – constru-ção do berço 100, alargamento do cais sul e recu-peração do berço 102; Porto de Areia Branca (RN) – ampliação e adequação do terminal salineiro; e Porto de Maceió (AL) – construção de cais. » Região Sudeste: Porto de Vitória (ES) – recupera-ção, alargamento e ampliação do cais comercial; Porto de Santos (SP) – avenida perimetral portuá-ria, margem esquerda (1ª Fase), projeto de cons-trução de um píer com dois berços de atracação e ponte de acesso ao terminal da Alemoa. » Região Sul: Porto do Rio Grande (RS) – ampliação dos molhes; Porto de São Francisco do Sul (SC) – reforço do berço 101 e recuperação do berço 201.
As obras de infraestrutura portuária com empreen-dimentos já concluídos, pertencentes ao escopo do PAC, em todas as regiões do País, podem ser visualiza-das na Figura 32.
MG
MA
BA
RJ
AL
SG
PE
RNCE
PI PB
ES
SP
PR
SC
RS
RR
AC
PAAM
TO
AP
RO
MT
MS
GODF
LEGENDA
Região Nordeste
Região Norte
Região Sudeste
Região Sul
Porto de Itaqui
Porto de Vila do Conde 1
2
3
4
5
6
7
8
1 Ampliação do píer principal2 Construção do berço 100, alargamento do cais sul
e recuperação do berço 1023 Ampliação e adequação do terminal salineiro4 Construção de cais5 Recuperação, alargamento e ampliação do cais comercial
7 Reforço do berço 101 e recuperação do berço 2018 Ampliação dos molhes
6 Avenida perimetral portuária margem esquerda – 1ª Fase e projeto de construção de um píer com dois berços de atracação e ponte de acesso ao terminal da Alemoa
Porto de Areia Branca
Porto de Maceió
Porto de Vitória
Porto do Rio Grande
Porto de São Francisco do Sul
Porto de Santos
Figura 32 - Portos com obras de infraestrutura concluídas:
investimentos do PACFonte: SEP/PR (2015).
Capacidade
54 Diagnóstico - PNLP
Além das obras concluídas, existem obras e projetos em licitação e em execução, inseridos no PAC, que am-pliarão ainda mais a capacidade dos portos públicos. Entre as principais obras em execução, destacam-se:
» Região Norte: Porto de Manaus – Terminal de Pas-sageiros; Porto de Santarém – projeto para cons-trução do Terminal de Múltiplo Uso 2 e recupera-ção do Terminal de Múltiplo Uso 1. » Região Nordeste: Porto de Salvador – ampliação do quebra-mar –; Porto do Itaqui – construção do Berço 108 (Terminal de granéis líquidos) e Terminal de grãos (TEGRAM) –; Porto de Fortaleza – constru-ção de Terminal de Contêineres (1ª Fase do Termi-nal de Passageiros). » Região Sudeste: Porto de Santos – alinhamen-to do Cais de Outeirinhos, reforço de cais para aprofundamento dos berços entre os armazéns 12A e 23 e reforço no píer de acostagem da Ale-moa –; Porto do Rio de Janeiro – 2ª fase da dra-
gagem de aprofundamento. » Região Sul: Porto do Rio Grande – modernização do cais público do Porto Novo –, Porto de Itajaí – alinhamento e reforço do Berço 4.
Os investimentos na infraestrutura portuária resul-tarão no aumento da capacidade instalada dos portos e, consequentemente, na elevação da qualidade dos serviços portuários prestados, e na redução dos cus-tos para armadores e donos de mercadorias.
Antes de 2013, os TUPs só podiam movimentar cargas próprias. Com o advento da nova Lei dos Por-tos (Lei n° 12.815/13), os terminais foram autorizados a movimentar também cargas de terceiros, fato que gerou externalidades favoráveis à atração de novos in-vestimentos e ampliou a concorrência, influenciando no aumento de capacidade. Vale ressaltar que as prin-cipais cargas movimentadas em 2014, nos Terminais de Uso Privado, foram: minério de ferro, combustíveis e óleos minerais, bauxita, soja e carvão mineral.
4.1.4.2. Prorrogação antecipada dos contratos de arrendamento
Com a instituição da nova Lei dos Portos n° 12.815/13 e com sua regulamentação pelo Decreto n° 8.088/2013 e pela Portaria SEP/PR n° 349/2014, gera-ram-se incentivos para que contratos de arrendamen-to portuário em vigor, que possuam cláusula de pror-rogação ainda não efetivada, possam ser antecipados mediante pleito direcionado à SEP/PR.
Tal medida proporciona segurança jurídica que permite a canalização de novos investimentos aos portos, uma vez que a prorrogação antecipada garan-
te tempo suficiente para amortizá-los.Ao fim de 2014, existiam 24 pedidos de antecipa-
ção de prorrogação em análise, os quais totalizaram aproximadamente R$ 10,8 bilhões em investimentos, destacando-se as ampliações de instalações de acos-tagem e retroárea. O principal objetivo é adequar os terminais aos novos navios – de maiores dimensões –, o que permitirá ganhos de escala na produtividade e eficiência da operação portuária.
4.2. Infraestrutura aquaviária
A análise da infraestrutura dos acessos aquaviários dos portos públicos nacionais compara a profundida-de dos acessos com o calado dos navios. Na sequência,
discriminam-se as ações já realizadas e em andamen-to, a fim de ampliar esses acessos e, por conseguinte, possibilitar o alinhamento entre demanda e oferta.
4.2.1. Análise dos acessos aquaviários
A análise é realizada mediante o comparativo en-tre a profundidade limitante dos acessos aquaviários e o calado mais frequente no porto, anualmente, para cada tipo de carga (granel sólido, granel líquido, carga geral e contêineres). Como profundidade limitante, considerou-se a menor profundidade dentre canal de acesso e bacia de evolução. O calado mais frequente foi considerado como os valores calados de projeto
das embarcações de maior frequência nos portos, en-tre 2010 e 2014.
Com base nessas informações, a comparação indica o percentual de portos que apresentam o calado de proje-to dos navios que mais atracam em cada porto, inferior à profundidade limitante dos acessos aquaviários dos portos públicos, considerando-se a aplicação do fator de segurança – pé de piloto – à profundidade disponível
Capacidade
55Diagnóstico - PNLP
no porto. Esse parâmetro indica a parcela de portos com profundidade suficiente para atender, de forma plena, o porte de navios que mais os frequentam.
O Gráfico 23 ilustra o percentual, no período de
2010 a 2014, dos portos com profundidade limitante compatível com o calado mais frequente em cada uni-dade portuária. A análise especifica as distintas natu-rezas de carga.
77% 75% 76% 78%87%85%
95% 89%100% 100%
91% 87% 87% 89% 96%95% 95%90%
82%86%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2010 2011 2012 2013 2014
Granel Sólido Granel Líquido Carga Geral Contêiner
Gráfico 23 - Percentual de portos públicos que possuem profundidade compatível com o navio de maior frequência, por natureza de carga (2010 a 2014)
Fonte: SEP/PR (2015)
Os dados apontam que, nos últimos anos, granel líquido e carga geral obtiveram os percentuais mais elevados, indicando maior compatibilidade desses tipos de embarcações com os acessos aquaviários dos portos frequentados. No entanto, navios de gra-nel sólido e contêineres, nos anos de 2013 e 2014, apresentaram valores inferiores, o que apontou para a possibilidade de que, em alguns portos, os navios mais frequentes realizaram atracações sem o uso ple-no de suas capacidades de transporte de carga. Vale ressaltar que navios de contêiner, sistematicamente,
operam em vários portos, utilizando apenas parte de sua capacidade de carga em escalas intermediárias.
Há uma tendência mundial quanto à construção e utilização de navios maiores. Dessa forma, é de vital im-portância que a infraestrutura aquaviária acompanhe esse comportamento, efetuando investimentos nas dra-gagens de manutenção, no aprofundamento dos aces-sos aquaviários e nas instalações de acostagem.
A seguir, apresenta-se a evolução regional e nacio-nal dos portos públicos entre 2010 e 2014 em relação à situação dos navios de cada natureza de carga.
4.2.1.1. Granel sólido
Os navios de granel sólido de maiores dimensões transportam predominantemente minérios de ferro e minérios não ferrosos. Sua capacidade de carga va-ria entre 20.000 e 360.000 Tonelagens de Porte Bru-to (TPBs), registrando calado de até 23,2 metros. Já os graneleiros de menores dimensões transportam granéis sólidos alimentares, sendo possível acondicio-nar até 75.000 TPBs e apresentar calado de até 12,5 metros (LLOYD´S REGISTER, 20095).
O Gráfico 24 apresenta a evolução, entre 2010 e 2014, do percentual de portos com profundidade compatível com os navios de granel sólido que reali-zaram atracações com maior frequência em cada uni-dade portuária.
Ao longo do período analisado, verifica-se que as regiões Nordeste e Sudeste tiveram ampliados os per-centuais, sendo que as regiões Norte e Sul, apesar da oscilação intermediária, mantiveram-se constantes. Dessa forma, o percentual nacional foi elevado de 77%, em 2010, para 87% em 2014, o que indica maior compatibilidade dos acessos aquaviários com os na-vios de granel sólido.
5 Lloyd’s Register Fairplay – Research and consultancy. Ship dimensions 2030: Study of trends in vessel dimensions in a 2030 perspective. Port of Rotterdam. Nov. 2009.
Capacidade
56 Diagnóstico - PNLP
Gráfico 24 - Percentual de portos públicos que possuem profundidades compatíveis com navios de granel sólido mais frequentes, por região (2010 a 2014)
Fonte: SEP/PR (2015)
50% 50% 50% 50% 50%
88% 86%
71%83%
100%
71%
56%
67% 63%71%
83%92% 92% 91%
100%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
2010 2011 2012 2013 2014
Norte Sudeste Sul Nordeste Brasil
Ao considerar que os navios de granel sólido tendem a realizar suas viagens com poucas escalas e, por con-sequência, utilizar plena capacidade de transporte de
cargas, é relevante a realização de análises específicas nos portos em que a profundidade não estiver compa-tível com os navios mais frequentes que lá atracam.
4.2.1.2. Granel líquido
Os navios de granel líquido utilizados no transporte de álcool, petróleo e derivados são tanques petrolei-ros e químicos. Já os navios da classe Liquefied Petro-leum Gas (LPG) e Liquefied Natural Gas (LNG) trans-portam gás liquefeito de petróleo. Essas embarcações podem acondicionar de 50.000 até 300.000 TPBs, aproximadamente, variando o calado entre 13,5 e 22,5 metros (LLOYD´S REGISTER, 2009).
O Gráfico 25 apresenta a evolução, entre 2010 e 2014, do percentual de portos com profundidade
compatível com os navios de granel líquido que reali-zaram atracações com maior frequência em cada uni-dade portuária.
Ao longo do período em análise, identifica-se que todas as regiões avaliadas atingiram o percentual de 100% nos anos de 2013 e 2014. A Região Sudeste, por exemplo, foi a única que já se encontrava nesse pata-mar no ano inicial da análise, em 2010. O percentual nacional encontrava-se em 85% em 2010 e atingiu a marca de 100% no ano de 2013.
67%
100%100% 100% 100%
80%
89% 89%78%
100%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2010 2011 2012 2013 2014
Norte Sudeste Sul Nordeste Brasil
Gráfico 25 - Percentual de portos públicos que possuem profundidades compatíveis com navios de granel líquido mais frequentes, por região (2010 a 2014)
Fonte: SEP/PR (2015)
Assim como os navios de granel sólido, as embar-cações de granel líquido tendem a realizar poucas es-calas em suas viagens e, consequentemente, buscam
utilizar plenamente sua capacidade de carga. Assim, destaca-se a importância de manter compatíveis os acessos aquaviários com esse tipo de navio.
Capacidade
57Diagnóstico - PNLP
4.2.1.3. Carga geral
Os navios de carga geral destinam-se ao transporte de diversos tipos de mercadorias e são comumente caracterizados por consignações menores do que as observadas em outras naturezas de cargas. São exem-plos de mercadorias transportadas nessas embarca-ções: sacarias, veículos, bobinas de papel, máquinas, aparelhos e materiais elétricos. Além disso, tais em-barcações podem acondicionar até 200.000 TPBs, apresentando calado máximo de até 17,6 metros (LLOYD´S REGISTER, 2009).
O Gráfico 26 apresenta a evolução, entre 2010 e
2014, do percentual de portos que possuem profun-didade compatível com os navios de carga geral que realizaram atracações com maior frequência em cada unidade portuária.
Nota-se que, ao longo do período em análise, as regiões Norte e Nordeste tiveram seus percentuais mantidos constantes, no patamar de 100%, apesar de algumas oscilações intermediárias. Já as regiões Sudeste e Sul ampliaram seus percentuais, de forma que, em 2014, apenas a Região Sul manteve-se com percentual inferior a 100%.
Gráfico 26 - Percentual de portos públicos que possuem profundidades compatíveis com navios de carga geral mais frequentes, por região (2010 a 2014)
Fonte: SEP/PR (2015)
O percentual nacional dessa natureza de carga atingiu o valor de 96% em 2014, sendo que a Região Sul foi a que contribuiu para que o percentual não atingisse 100%.
4.2.1.4. Contêiner
A maioria dos grandes navios porta-contêineres possuem capacidade máxima para 14.000 TEUs e ca-lado de até 16 metros (LLOYD´S REGISTER, 2009). No entanto, a próxima geração desses navios terá capa-cidade estimada de 18.000 TEUs, podendo atingir até 20 metros de calado.
Os navios de contêineres frequentemente não uti-lizam sua capacidade total de carga. Esse fato ocorre devido ao planejamento de suas escalas, já que em portos intermediários os navios operam com consig-nações de contêineres significativamente inferiores em relação ao total de sua capacidade. Assim, percen-tuais reduzidos não representam, necessariamente, uma restrição aos navios, sendo necessária uma ava-
liação pontual dos portos, com a finalidade de apurar a real necessidade de aprofundamento dos acessos aquaviários.
Nesse contexto, o Gráfico 27 apresenta a evolução, entre 2010 e 2014, do percentual de portos que pos-suem profundidade compatível com os navios por-ta-contêineres que realizaram atracações com maior frequência em cada unidade portuária.
Ao longo do período em análise, identifica-se que a Região Sul teve seu percentual reduzido, enquanto as demais regiões mantiveram-se em 100%. Dessa for-ma, por influência da Região Sul, o percentual nacio-nal caiu de 95% para 86% entre 2010 e 2014.
100% 100% 100% 100%89% 89%
100%
71%67%
57%71%
83%
100% 92%92%
91% 100%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2010 2011 2012 2013 2014
Norte Sudeste Sul Nordeste Brasil
Capacidade
58 Diagnóstico - PNLP
100% 100% 100% 100% 100%
80% 80%
60%
40%50%
100% 100% 100% 100% 100%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2010 2011 2012 2013 2014
Norte Sudeste Sul Nordeste Brasil
Gráfico 27 - Percentual de portos públicos que possuem profundidades compatíveis
com navios de contêineres mais frequentes, por região (2010 a
2014)Fonte: SEP/PR (2015)
Ao considerar que os navios porta-contêineres ten-dem a realizar várias escalas e, por isso, frequente-mente subutilizam sua capacidade de transporte de cargas nos portos intermediários, é relevante a rea-lização de análises específicas nos portos em que a profundidade não estiver compatível com os navios
mais frequentes que lá atracam.Porém, salienta-se que, diferente de outras car-
gas, contêineres são geralmente movimentados em portos públicos. Portanto, a adequação dos acessos aquaviários para esse tipo de navio denota uma maior importância se comparada à das demais cargas.
4.2.2. Ampliação dos acessos aquaviários
A ampliação dos acessos aquaviários (entre 2010 e 2014) esteve relacionada principalmente às obras de dragagem e derrocagem efetuadas pela SEP/PR, com dotação orçamentária do PAC, por meio do Pla-no Nacional de Dragagem (PND). O PND contemplava
portos de diferentes regiões do país, acarretando na elevação da capacidade de movimentação de cargas desses portos.
A Figura 33 representa as melhorias nos acessos aquaviários em função dos investimentos realizados.
MG
MA
BA
RJ
AL
SG
PE
RNCE
PI PB
ES
SP
PR
SC
RS
Porto de SalvadorPorto de Aratu
Angra dos Reis
LEGENDA
I = 52 milhõesP = de 12,5 m para 14 m I = 33 milhões
P = de 11 m para 12,5 m
I = 32 milhõesP = de 9 m para 11,5 m
I = 27 milhõesP = de 10 m para 11,5 m
I = 72 milhõesP = de 11 m para 15,5 m
I = 57 milhõesP = de 12 m para 15 m
I = 41 milhõesP = de 12 m para 15 m
I = 138 milhõesP = de 11 m para 15 m
I = 80 milhõesP = de 14,5 m para 17,5 m
I = 2,7 milhõesP = de 9,5 m para 10 m
I = 201 milhõesP = de 16 m para 18 m
I = 101 milhõesP = de 13 m para 14 m
I = Dragagem 187 milhõesI = Derrocagem 16 milhõesP = de 13 m para 15 m
I = InvestimentoP = Aumento de Pro ndidade
I = 68 milhõesP = de 12 m para 14 m
I = 34 milhõesP = de 15,5 m para 17 m
Região Nordeste
Região Sudeste
Região Sul
Porto de Fortaleza
Porto de CabedeloPorto de Natal
Porto de SuapePorto de Recife
Porto do Rio de JaneiroPorto de Itaguaí
Porto de Imbituba
Porto do Rio Grande
Porto de São Francisco do SulPorto de Itajaí
Porto de Santos
Dados de Junho/2015
Figura 33 - Portos com obras e projetos concluídos: PND
Fonte: SEP/PR (2015).
Capacidade
59Diagnóstico - PNLP
Os investimentos em dragagem geraram uma maior adequabilidade da profundidade do acesso aquaviário em relação aos calados dos navios mais frequentes na costa brasileira. Em 2010, a adequabilidade da infraes-
trutura para navios de granel sólido e líquido, por exem-plo, era de 77% e 85% dos portos, respectivamente. Em 2014, a adequabilidade dos portos brasileiros alcançou 87% e 100% para os dois tipos de carga.
Logística
61Diagnóstico - PNLP
5. Logística
N a área de Logística são analisados aspectos relacionados à movimentação de cargas en-tre a hinterlândia e os portos brasileiros, de
forma a discutir a infraestrutura de transportes, espe-cialmente no que diz respeito aos modais rodoviário, ferroviário, hidroviário (navegação de interior) e de cabotagem.
Quando analisadas as movimentações portuárias brasileiras, constata-se que os fluxos de cargas cor-responderam a 900 milhões de toneladas em 2014, o que representou um crescimento de 21,7% no perío-do de 2010 a 2014.
Os produtos com maiores volumes, como minério de ferro e petróleo, foram movimentados predomi-
nantemente em Terminais de Uso Privado (TUPs), que normalmente integram sistemas logísticos especiali-zados e cativos, como os da Vale e os da Petrobras, respectivamente.
Em outro extremo, produtos manufaturados e alimentos processados (importantes pelo alto valor agregado, apesar da pequena tonelagem) compreen-dem um grande número de embarcadores. Esses pro-dutos são movimentados em contêineres, principal-mente por meio de terminais localizados em portos públicos.
A Figura 34 indica o volume de carga por faixa de movimentação, em toneladas, dos clusters portuários brasileiros no ano de 2014.
Clu�er de Itajaí-Imbituba
Clu�er do Maranhão-Vila do Conde
Clu�er de São Paulo
Clu�er do Rio de Janeiro
Clu�er do �pírito Santo
Clu�er de Amazonas-Santarém
Clu�er de Paraná-São Francisco do Sul
Clu�er do Ceará
Clu�er da Bahia
Movimenta mais do que 100 milhões de toneladas
Movimenta até 30 milhões de toneladas
Movimenta entre 30 e 100 milhões de toneladas
Clu�er de Pernambuco
Clu�er do Rio Grande do Norte
Clu�er do Rio Grande do Sul
Figura 34 - Principais clusters portuários do Brasil, incluindo portos organizados e TUPsFonte: ANTAQ (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
Logística
62 Diagnóstico - PNLP
Observando a Figura 34, é possível verificar que a maior parte do volume de carga é movimentada em portos da Região Sudeste. A exceção é o minério de
ferro, escoado através do TUP Ponta da Madeira, no Nordeste. A Tabela 10 apresenta os portos considera-dos em cada cluster.
Dificuldades de acesso terrestre e hidroviário (na-vegação de interior) levaram o Governo Brasileiro, com envolvimento de diversos Ministérios, a realizar estudos de planejamento, a fim de balizar novos investimentos e melhorar a eficiência da malha logística nacional, par-ticularmente em relação à infraestrutura de transportes. Destacam-se, especialmente, o Plano Nacional de Logís-tica e Transporte (PNLT) e o Plano Nacional de Logística Integrada (PNLI).
O Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT), cuja primeira versão foi lançada em abril de 2007, foi uma ini-ciativa conjunta sob responsabilidade dos Ministérios dos Transportes e da Defesa, no sentido de retomar o pro-cesso de planejamento no Setor dos Transportes. O PNLT constituía um plano indicativo de médio e longo prazos para investimentos em infraestrutura de transportes e de-finiu sete vetores logísticos compostos por microrregiões: vetor Amazônico; vetor Centro-Oeste; vetor Nordeste Se-tentrional; vetor Nordeste Meridional; vetor Leste; vetor
Centro-Sudeste e vetor Sul. Após algumas atualizações, o PNLT6 foi descontinuado, tendo em vista o advento do PNLI7 em 2012, de competência da Empresa de Planeja-mento e Logística S.A. (EPL). Destaca-se que a EPL prepara e lançará em breve a atualização do PNLI, que por sua vez contribuirá para o maior detalhamento de dados e infor-mações sobre a infraestrutura de acessos terrestres aos portos nacionais – fundamentais para o aperfeiçoamento e a atualização do próprio PNLP.
É importante ressaltar que vários investimentos indi-cados nos estudos foram incorporados à carteira do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), os quais objetivam modificar a matriz modal de chegada/saída de cargas aos portos, apresentada na Figura 35.
6 Disponível em: <http://transportes.gov.br/conteudo/2814-pnlt-plano--nacional-de-logistica-e-transportes.html>. Acesso em: 15 maio 2015.
7 Disponível em: <http://www.epl.gov.br/plano-nacional-de-logistica--integrada-pnli>. Acesso em: 16 maio 2015.
Tabela 10 - Definição dos Clusters Portuários
Nome do Cluster Portuário Portos contemplados
Cluster de Amazonas-Santarém Santarém, Manaus, Porto Velho e TUPs
Cluster do Maranhão–Vila do Conde Belém, Santana, Itaqui, Vila do Conde e TUPs
Cluster do Ceará Pecém, Fortaleza e TUPs
Cluster do Rio Grande do Norte Areia Branca, Natal e TUPs
Cluster de Pernambuco Recife, Maceió, Cabedelo, Suape e TUPs
Cluster da Bahia Salvador, Aratu, Ilhéus e TUPs
Cluster do Espirito Santo Vitória e TUPs
Cluster do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Itaguaí, Forno, Niterói, Angra dos Reis e TUPs
Cluster de São Paulo Santos, São Sebastião e TUPs
Cluster de Paraná-São Francisco do Sul Paranaguá, Antonina, São Francisco do Sul e TUPs
Cluster de Itajaí-Imbituba Itajaí, Imbituba e TUPs
Cluster do Rio Grande do Sul Rio Grande, Porto Alegre, Pelotas, Estrela e TUPs
Fonte: SEP/PR (2015)
Logística
63Diagnóstico - PNLP
Distribuição Modal de chegada/saída das cargas aos portos (dados 2014)
Rodoviário Ferroviário Dutoviário Hidroviáriointerior
57,3% 31,5% 6,7% 4,5%
Figura 35 - Distribuição ModalFonte: Administrações Portuárias (2014), SAFF (2014) e ANTAQ (2014) Elaboração: SEP/PR (2015)
A utilização do modal rodoviário no transporte de carga ainda é predominante, embora não recomen-dável para movimentação de grandes volumes por longas distâncias, situação em que o custo logístico normalmente se mostra favorável aos modais ferro-viário e hidroviário. Objetivando diversificar a matriz de transporte nacional, o Governo Federal estruturou o Programa de Investimento em Logística (PIL), que prevê, entre outras ações, a construção de mais de 7,5 mil quilômetros de ferrovias (ANTT, 2015). Ao mesmo tempo, a navegação de interior também re-quer aporte financeiro, conforme apontam estudos, tais como o Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH), o Plano Hidroviário Estratégico (PHE) e os Es-tudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) de diferentes hidrovias.
É importante ressaltar que essas iniciativas de in-vestimentos resultarão em avanços no médio e longo prazo, bem como na associação entre infraestrutura e serviços prestados, tanto pelo setor público quanto pelo privado e em parcerias público-privadas, refle-tindo futuramente na melhora de produtividade do
transporte das cargas ao longo da rede logística na-cional.
Nas próximas seções realiza-se abordagem deta-lhada dos modais de transporte.
5.1. Modal rodoviário
O modal rodoviário, com extensão aproximada de 1,7 milhão de quilômetros (CNT, 2015), corresponde a 52% (PNLT, 2011) do total da matriz do transporte brasileira. Vale ressaltar que 12% da malha rodoviá-ria nacional é pavimentada (203.599 km) – 65.930 km federais (32,4%); 110.842 km estaduais (54,4%); e
26.827 km municipais (13,2%).Apesar da importância das rodovias para o País, as
condições de pavimentação, sinalização e geometria fa-vorecem o aumento do Custo Brasil, o que indica neces-sidade de melhorias para adequar a malha rodoviária à demanda existente.
10,1%
27,8%
38,2%
17,0%
6,9%
Ótimas Boas Regulares Ruins Péssimas
Gráfico 28 - Condições das rodovias nos 98.475 km pesquisadosFonte: Boletim Estatístico da CNT (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Logística
64 Diagnóstico - PNLP
22
76
2
22
7
2
6
0
5
10
15
20
25
Muito Baixa (Inferior a30%)
Regular (de 30% a 70%) Alta (de 70% a 100%) Esgotada (superior a 100%)
Qua
ntid
ade
de a
cess
os ro
dovi
ário
s
2010 2013
Gráfico 30 - Utilização da capacidade dos acessos rodoviáriosFonte: SEP/PR (2015)
12
14
16
10
2
15
13
4
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo
Qua
ntid
ade
de a
cess
os ro
dovi
ário
s
2010 2013
Gráfico 29 - Classificação dos acessos rodoviários aos portosFonte: Boletim Estatístico da CNT (2014).
Elaboração: SEP/PR (2015)
De acordo com a Confederação Na-cional do Transporte (CNT), em 2014, 76% dos 98.475 km de rodovias pesqui-sadas tiveram seu estado geral classifica-do como “regular”, “bom” ou “ótimo”; 24% como “ruim” ou “péssimo” (Gráfico 28).
De forma geral, as rodovias classifica-das como “ótimas” e “boas” são aquelas concedidas à iniciativa privada.
Destaca-se que ocorreu melhoria nesse índice nos últimos cinco anos. Em 2009, 31% das rodovias possuíam classificação “boa” ou “ótima”; já em 2014, o índice evoluiu para 38%.
Quando se avalia as rodovias, sob essa mesma métrica, nas áreas pró-ximas aos portos, verifica-se que os acessos rodoviários aos portos foram classificados (2010-2013), em sua maior parte, como “bons” e “regula-res” (Gráfico 29).
O aumento da quantidade de aces-sos classificados como “ótimo” indica que foram realizadas melhorias em pavimentação, sinalização e/ou geo-metria da via.
Apesar disso, há vários segmentos com capacidade próxima da satura-ção, devido a fatores como:
» Escassez de alternativas para a cir-culação de caminhões, sem inter-ferência no tráfego urbano (confli-to “porto x cidade”). » Baixa disponibilidade de estacio-namento de veículos de carga. » Carência de serviços de apoio a motoristas.
Nos últimos quatro anos, o au-mento da frota de veículos de passeio (DENATRAN, 2015), tanto nas vias ur-banas quanto nas rodovias, elevou a duração média das viagens e os cus-tos logísticos.
Os acessos rodoviários, na maioria dos portos públicos, são de pista sim-ples, sendo pouco frequentes acessos com pista dupla. No Gráfico 30 apre-senta-se a utilização de sua capacida-de entre os anos de 2010 e 2013.
Embora se tenha investido em du-plicações e obras especiais, capazes de minimizar os gargalos e melhorar o
nível de serviço dos acessos portuários, houve crescimento do volu-me de carga transportada, elevando os percentuais de utilização da capacidade destas vias.
Para reduzir a saturação desses acessos, são necessários investi-mentos no aumento de capacidade e na organização dos fluxos. Des-tacam-se nesse âmbito iniciativas como os projetos Cadeia Logística Portuária Inteligente e Área de Apoio Logístico Portuário, conduzidas pela SEP/PR.
O projeto Cadeia Logística Portuária Inteligente (CLPI) tem por obje-tivo a introdução de um processo inovador amparado pelo Sistema da Informação denominado PORTOLOG, que permitirá o gerenciamento do tráfego de caminhões que acessam o porto, coletando informa-ções desde a origem da carga até seu terminal portuário de destino e possibilitando a difusão de informações antecipadas à comunidade portuária. Dessa forma, o sistema facilita a programação dos recursos para agilizar as operações. Para que seja possível o monitoramento da localização dos caminhões, serão implementadas tecnologias para a automação dos gates do porto, utilizando-se das tecnologias de Iden-tificação por Rádio Frequência (RFID – Radio Frequency Identification); reconhecimento óptico de caracteres (OCR – Optical Character Recog-nition) para detecção automática das placas do veículo e do código BIC do contêiner; e reconhecimento Biométrico para detecção e identifi-cação do motorista. O projeto é apresentado na Figura 36 de forma esquemática.
Logística
65Diagnóstico - PNLP
Sistema OCRCâmeras e so�ware para reconhecimento das placas dianteiras, traseiras e código ISO dos contêineres
Balança estáticaEquipamento para pesagem dos veículos que acessam o porto
Lacre RFIDLacre eletrônico que transmite informaçãoda inviolabilidade da carga
Tag RFIDEtiqueta de radiofrequência que vincula dados do caminhão, da carga e do motorista
Área de Apoio Logístico
Ponto de Controle de Origem
Anuentes
Pré-Gates
Portolog
Portaria de Acesso Automatizada
Central de ControleCentral de Controle
Antena RFIDLeitura por radiofrequência da tag fixada nos veículos e do lacre dos contêineres
Sistema de BiometriaSistema para reconhecimento do m�orista
Reflexos positivos de iniciativas semelhantes ao CLPI podem ser notados nos portos de Paranaguá e Santos, onde as longas filas tornaram-se menos frequentes com a utilização de sistemas de agendamentos.
Outra iniciativa a ser destacada é o estudo de implantação de Áreas de Apoio Logístico Portuário (AALPs), iniciado no ano de 2014, pela SEP/PR. As AALPs têm a finalidade de organizar o fluxo de veí-culos e cargas destinados ou provenientes do porto, racionalizando o uso dos acessos portuários e minimi-zando o conflito porto-cidade, quanto aos tráfegos ur-bano e portuário. O conceito de AALP foi desenvolvi-
do no sentido de englobar infraestruturas que variam desde Pátios de Estacionamento de Caminhões, em sua forma mais simples, até Zonas de Atividade Lo-gística Portuária (ZAL) em sua forma mais complexa.
Tais áreas funcionarão de forma integrada ao proje-to Cadeia Logística Portuária Inteligente, tendo como objetivos organizar o fluxo de cargas com destino ao porto de forma a minimizar o conflito porto-cidade e reduzir os custos relacionados, além de expandir a retroárea portuária. Um desenho conceitual dos ele-mentos estruturadores e das diretrizes do projeto é apresentado na Figura 37.
Figura 36 - Projeto Cadeia Logística Portuária Inteligente (CLPI)Fonte: SEP/PR (2015)
Logística
66 Diagnóstico - PNLP
ZONA URBANA
ZONA PORTUÁRIA
PRINCIPAL VIA DE ACESSO AO PORTO
PORTARIA AUTOMATIZADA
PRÉ-GATE
01
ELEMENTOS ESTRUTURADORES E DIRETRIZES DO PROJETO AALP
ÁREA DE APOIO LOGÍSTICO PORTUÁRIO (AALP)
05
06
0203 04
01. Localizada antes dos pré-gates e portarias de acesso;02. Lado direito da via, em sentido ao porto;03. Em vias arteriais e de grande capacidade;04. Nas rotas de acesso e após a confluência das principais vias;05. Distante de polos urbanizados;06. Zona de proteção no entorno da área de apoio/ Futura expansão.
5.2. Modal ferroviário
Os acessos ferroviários aos portos brasileiros movimentam grandes volumes de carga, com destaque para o minério de ferro, que é transportado por ferrovias com infraestrutura e nível de ser-viço adequados. Para as demais cargas, a participação do modal ferroviário nos portos pode ser considerada baixa, quando com-parada ao transporte de minério de ferro e ao modal rodoviário.
No ano de 2014, 16 portos com acessos ferroviários apre-sentaram movimentação regis-trada por meio do modal, com evolução de 8% na tonelagem total transportada quando com-parada ao ano de 2010. A Figura 38 apresenta a malha ferroviária brasileira e os portos atendidos pelo modal, com os volumes registados pela ANTT no ano de 2014, em milhões de toneladas.
MOVIMENTAÇÃO FERROVIÁRIA NOS PORTOS BRASILEIROS2014
Ferrovias
Portos
Valores das movimentações expressos em milhões de toneladas
Vitória/Barra do Riacho/Tubarão (129,2)
Aratu (0,4)
Itaqui (119,4)
Fortaleza/Pecém (0,6)
Rio de Janeiro/Itaguaí/Guaíba (104,5)
Imbituba (0,1)
�trela (0,1)
Rio Grande (3,0)
Paranaguá (9,5)São Francisco do Sul (3,4)
Santos (27,5)
Figura 37 - Elementos estruturadores e diretrizes do projeto AALPFonte: SEP/PR (2015)
Figura 38 - Movimentação ferroviária nos portos brasileirosFonte: ANTT (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
Logística
67Diagnóstico - PNLP
As ferrovias brasileiras movimentaram nos portos, em 2014, 398 milhões de toneladas, que represen-tam 44% do volume total de produtos que passaram por eles. As ferrovias operadas pela Vale – Estrada de Ferro Carajás (EFC) e Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) – e pela Malha Regional Sudeste (MRS) foram responsáveis por movimentar 91% dos granéis sólidos nos portos. O Gráfico 31 demonstra os percentuais de cada natureza de carga transportada pelo modal fer-roviário nos portos.
Em relação aos produtos movimentados na ferro-via, destaca-se o contêiner por seu alto valor agregado. Segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), em 2010 foram movimentados 232.424 TEUs por ferrovias; em 2013, a quantidade subiu para 302.190 TEUs, crescimento aproximado de 30%. Apesar desse aumento, 97% dos contêineres são movimentados nos portos por outros modais.
Ainda que a ferrovia se mostre mais eficiente em relação ao custo logístico, o modal rodoviário predo-mina na movimentação de carga geral. Tal fato pode ser explicado, dentre outros, pela pulverização dos embarcadores desse tipo de produto; pela baixa ca-pacidade de transporte e frequência de serviço; pela insuficiente quantidade de terminais de transbordo.
Além disso, muitos terminais ferroviários de carga são arrendados e operados por embarcadores que transportam grande volume de cargas. Dessa forma, o atendimento a cargas pulverizadas dificulta a operação dos terminais e, por consequência, é menos frequen-te. Para possibilitar acesso amplo a um número maior de usuários, a ANTT realizou ações recentes, como a resolução sobre o Operador Ferroviário Independente (OFI), que visa aumentar a oferta de capacidade das malhas ferroviárias, contribuindo para a acessibilidade de pequenos usuários ferroviários nos próximos anos.
Com relação às ferrovias que dão acesso aos por-tos, a Estrada de Ferro Carajás (EFC), em Ponta da Madeira, e a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM),
em Tubarão, possuem linhas duplicadas; os demais acessos dispõem de linha singela, com desvios de cruzamentos inadequados em alguns casos. Essas li-mitações obrigam as empresas a operarem com trens menores ou a desmembrá-los, a fim de compatibilizá--los com as dimensões dos desvios. A necessidade de desmembrar ou compor os trens por diversas vezes em uma mesma viagem atrasa e onera o transporte ferroviário. Limitações semelhantes também ocorrem em pátios e terminais portuários.
Esse modal, por ser mais eficiente na movimen-tação de grandes volumes de carga por longas dis-tâncias, pode reduzir os custos com o transporte e a saturação das rodovias. Ações com o objetivo de aumentar a utilização do modal ferroviário foram in-centivadas pelo Governo Federal ao longo dos últimos anos, a exemplo do PIL.
5.3. Modal hidroviário (navegação de interior)
Na hinterlândia dos portos brasileiros existem pou-co mais de 20 mil quilômetros de hidrovias comercial-mente navegáveis, apesar da existência de extensas bacias hidrográficas.
A navegação de interior movimentou 28,3 milhões
de toneladas no ano de 2010, ao passo que em 2014, esse volume foi de 36,7 milhões, representando um aumento de 30%. Crescimentos também são observa-dos nos volumes movimentados nos portos públicos pela navegação de interior, conforme Tabela 11.
Granéis Sólidos Agrícolas 12%
Demais Granéis Sólidos 88%
Carga Geral 2,3%
Contêiner; 0,7%
Granel Líquido 0,7%
Granel Sólido 96,3%
Gráfico 31 - Naturezas de carga movimentadas pelo modal ferroviário nos portos
Fonte: ANTT (2014). Elaboração: SEP/PR (2015)
Logística
68 Diagnóstico - PNLP
Tabela 11 - Volumes transportados nos portos públicos por navegação de interior
Volumes transportados nos portos públicos por navegação de interior
Portos Volume movimentado em toneladas (2010)
Volume movimentado em toneladas (2014) Taxa de crescimento
Belém 427.760 479.395 12%
Estrela 0 2.380 -
Macapá 85.707 402.471 370%
Pelotas 32.270 44.931 39%
Porto Alegre 423.746 293.135 -31%
Porto Velho 2.413.300 3.760.640 56%
Rio Grande 2.017.333 2.892.644 43%
Santarém 212.924 1.177.575 453%
Vila do Conde 55.220 121.453 120%
Total 5.668.260 9.174.624 62%
Fonte: ANTAQ (2011-2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
Os volumes da tabela são espacialmente visualizados na Figura 39, a seguir. Além disso, podem-se observar as hidrovias comercialmente navegáveis e a maior disponibilidade desse modal no Norte do País.
Volumes transportados nos portos públicos por navegação de interior
Hidrovias
Portos
Valores das movimentações expressos em toneladas
Belém/Vila do Conde (600.848)
Santarém (1.177.575)
Porto Velho (3.760.640)
Macapá (402.471)
�trela/Pel�as/Porto Alegre/Rio Grande(3.233.090)
Figura 39 - Volumes transportados nos portos públicos por navegação de interiorFonte: ANTAQ (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
Logística
69Diagnóstico - PNLP
Retomando a análise do total movimentado pela navegação de interior nos portos brasileiros, há pre-dominância de fluxos de granéis sólidos, seguidos por granéis líquidos e, por fim, carga geral, conforme Grá-fico 32.
Comparada com os demais modais, a navegação de interior é a que, em geral, apresenta valor do frete unitário (R$/t.km) mais baixo. Esse modal não é utili-zado com maior intensidade em virtude da necessida-de de investimentos em manutenção e ampliação da rede hidroviária.
Na Bacia Amazônica, a navegação de interior é essencial ao deslocamento de pessoas e produtos, o que se deve à baixa densidade da malha rodoviária na região e à favorável capilaridade dos rios. Nas Re-giões Sul e Sudeste, os principais rios não alcançam os portos da costa brasileira, com exceção dos portos de Rio Grande, Porto Alegre e Pelotas. Tal fato gera a necessidade de transbordo à rodovia ou ferrovia, diminuindo significativamente a competitividade da navegação de interior.
A exemplo do modal ferroviário, a utilização da na-vegação de interior para acesso aos portos pode redu-zir a saturação das rodovias, motivo pelo qual a SEP/PR vem monitorando a participação dessa navegação nos volumes transportados nos portos.
A necessidade de investimentos na navegação de interior, que exige planejamento integrado de di-
versos órgãos, é reconhecida não apenas pela SEP/PR. Nesse sentido, destacam-se a iniciativa da AN-TAQ na elaboração do Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH); a do Ministério dos Transportes, no desenvolvimento do Plano Hidroviário Estratégico (PHE); e a do Departamento Nacional de Infraestrutu-ra e Transporte (DNIT), na composição de Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) de diferentes hidrovias – todos vislumbrando melho-rias no modal hidroviário brasileiro em curto, médio e longo prazo.
5.4. Cabotagem
A navegação de cabotagem, aquela realizada entre portos brasileiros e que utiliza exclusivamente a via marí-tima ou a via marítima e as interiores, teve um aumento de 14,5% no período de 2010 a 2014. A movimentação de contêineres por meio dessa mesma forma de navega-ção teve crescimento de 98% no mesmo período. Con-tudo, dado o potencial desse serviço, que se configura como o menos poluente e de maior impacto na redução dos intensos fluxos modais terrestres, faz-se necessário o incentivo da navegação de cabotagem objetivando au-mentos mais expressivos e maior participação na movi-mentação de cargas. Ações que reduzam a burocracia e os custos da cabotagem no país podem ajudar a impul-sionar ainda mais esse tipo de navegação.
Apesar do seu potencial, a cabotagem ainda é restrita à movimentação de alguns poucos produtos, com pre-dominância dos combustíveis. Nesse sentido, o Gráfico 33 apresenta a participação dos principais produtos na navegação de cabotagem.
55%
19%
26%
Granel Sólido Carga Geral Granel Líquido
Gráfico 32 - Naturezas de cargas movimentadas pela navegação de interior
Fonte: ANTAQ (2010-2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
67%
13%
10%
2%8%
CombustíveisBauxitaContêineresSiderurgicosOutros
Gráfico 33 - Principais produtos movimentados por meio da navegação de cabotagem
Fonte: ANTAQ (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
Logística
70 Diagnóstico - PNLP
A navegação de cabotagem tem como principais van-tagens o custo do frete, a segurança da carga, a confiabi-lidade dos prazos e o nível de avarias, a redução do im-pacto ambiental das operações de transporte rodoviário de cargas (poluição, congestionamentos e acidentes) e o aumento da eficiência energética nacional, com o uso de um transporte de menor consumo de combustível.
Foi realizado o estudo denominado “Projeto de Es-tímulo à Navegação de Cabotagem”, financiado com aporte de recursos do Banco Mundial, que estabe-lece um diagnóstico da cabotagem no Brasil visando imprimir maior eficiência e competitividade nessa modalidade de transporte de carga e alcançar como resultado a definição das principais linhas estratégicas das políticas públicas para a promoção da cabotagem, apresentadas a seguir: » Facilitação alfandegária e burocrática.
» Desenvolvimento de normativa específica para ca-botagem. » Ferramentas de planejamento da cabotagem e de-senvolvimento de infraestrutura. » Incentivos ao transporte. » Promoção da cabotagem. » Concorrência e condições gerais no transporte. » Desenvolvimento e integração de TI. » Meio ambiente.
Para acompanhar e implementar as ações neces-sárias nos próximos anos, foi criado um comitê de avaliação composto por representantes do Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento, Ministério dos Transportes, Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior, Ministério da Defesa e a própria SEP/PR, órgãos que representam os entes fe-derais com ingerência no setor de cabotagem.
Meio ambiente
71Diagnóstico - PNLP
6. Meio ambiente
Um dos principais instrumentos da Política Na-cional de Meio Ambiente, instituída pela Lei n° 6.938, em 31 de agosto de 1981, é o licen-
ciamento ambiental – regulamentado primeiramente por meio da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) n° 1, editada em 1986, e poste-riormente pela Resolução Conama n° 237/1997.
Com as reformas portuárias referentes à Lei de Modernização dos Portos (Lei n° 8.630/93), revogada pela Lei n° 12.815/2013 deflagraram-se desafios para a implementação da gestão portuária. Iniciativas co-meçaram a despontar à época. O Porto de Rio Grande tornou-se pioneiro ao obter, em 1997, sua Licença de Operação (LO), emitida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O marco de referência para a inserção da variável ambiental no setor portuário foi a aprovação da Agen-da Ambiental Portuária, mediante a Resolução n° 6 da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), em 02 de dezembro de 1998, em que foram definidos os seguintes procedimentos para imple-mentar a gestão ambiental portuária:
(i) Observância de convenções internacionais, po-líticas, planos e normas ambientais.
(ii) Inserção da dimensão ambiental no processo brasileiro de modernização portuária.
(iii) Implementação de controle e monitoramento ambiental e planos de contingência para casos de acidentes.
Seguiu-se uma década editando-se sucessivas nor-mas ambientais importantes para a atividade portuá-ria, destacando-se:
» Lei do Óleo (n° 9.966/2000), com a consequente regulamentação, pelo Conama, do Plano de Emer-
gência Individual (PEI) e de auditorias ambientais. » Normas sobre o gerenciamento de resíduos sóli-dos, atualmente em revisão, para que sejam har-monizadas com a Política Nacional de Resíduos Só-lidos (Lei n° 12.305/2010). » Regulamentação de questões sobre vigilância sa-nitária, vigilância agropecuária, saúde e segurança no trabalho. » Internalização de acordos e convenções interna-cionais. » Resolução Conama n° 344/2004, para caracterizar e avaliar a qualidade dos sedimentos de dragagem. » Gerenciamento da água de lastro, mediante a NORMAM-20/2005 e a Resolução ANVISA-RDC 72/2009.
Neste perído a ANTAQ também destaca-se como importante fomentadora da questão ambiental, facili-tando a interação entre o setor portuário e as demais instituições intervenientes, além de regular e fiscali-zar a atividade portuária. Uma de suas principais con-tribuições é o acompanhamento da gestão ambiental dos portos, por intermédio do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGA/ANTAQ).
A partir de 2007, a SEP/PR retomou os investimen-tos portuários, cujas obras estão inseridas no PAC. Dentre eles, destaca-se o Programa Nacional de Dra-gagem (PND) já citado anteriormente, evidenciando--se a necessidade de alinhar os processos de licitação das obras e de licenciamento ambiental.
A seguir, apresenta-se a evolução da gestão am-biental portuária de 2010 a 2014, com foco nos se-guintes temas: conformidade ambiental, estrutura da gestão ambiental nos portos, sistema de gestão ambiental, internalização de custos ambientais, inter-nalização de análise ambiental nos PDZs, articulação institucional e relação entre porto e cidade.
Meio ambiente
72 Diagnóstico - PNLP
6.1. Conformidade ambiental
O período entre 2010 e 2014 foi marcado pela atuação da SEP/PR, que se concentrou na conformi-dade legal do setor e em seus desdobramentos. Tal ação foi motivada, entre outros fatores, pelo quadro normativo, institucional e de desenvolvimento de ins-trumentos técnicos para a adoção de boas práticas da gestão ambiental portuária.
A atuação da SEP/PR, em articulação com o Minis-tério do Meio Ambiente (MMA), resultou na definição dos seguintes instrumentos normativos: » Revisão da Resolução Conama n° 344/2004 sobre a avaliação de sedimentos de dragagem, resultando na edição da Resolução Conama n° 454/2012. » Emissão tanto da Portaria do Ministério do Meio Ambiente (MMA) n° 424/2011, que dispõe sobre procedimentos específicos a serem adotados pelo IBAMA na regularização ambiental de portos e ter-minais marítimos; como da Portaria Interministe-rial MMA e SEP/PR n° 425/2011, que institui o Pro-grama Federal de Apoio à Regularização e Gestão Ambiental Portuária (PRGAP) de portos e terminais portuários marítimos.
No que tange à dragagem, a SEP/PR, como titular das licenças ambientais de cada um dos portos, atuou em conjunto com as autoridades portuárias na fisca-lização e no acompanhamento e no monitoramento ambiental das obras. Dessa forma, agilizou a interlo-
cução com os órgãos licenciadores e o atendimento de condicionantes, minimizando atrasos nas obras e aumentando a segurança do processo.
Outra iniciativa da SEP/PR que merece destaque é a análise do estado da arte sobre o gerenciamento de resíduos sólidos e efluentes em áreas portuárias, com pesquisa de campo em 22 portos marítimos. O de-senvolvimento deste trabalho resultou em aporte de conhecimento, ao setor portuário e à sociedade, por meio da publicação do “Guia de Boas Práticas Portuá-rias”, cujo objetivo é estabelecer diretrizes sustentá-veis para o setor portuário no País. Também potencia-lizou o alcance da conformidade ambiental dos portos pesquisados, fornecendo às autoridades portuárias manuais de boas práticas adaptados à necessidade de cada um deles.
Os esforços das autoridades portuárias, com o apoio da SEP/PR, para o cumprimento dos termos es-tabelecidos nos diplomas legais, favoreceram a me-lhoria do quadro de conformidade ambiental do setor. Em 2009, dos portos que atualmente encontram-se sob responsabilidade da SEP/PR, 18 deles operavam com Licença de Operação (LO). Ao fim do ano de 2013, o número de portos com LO aumentou para 22 . Atualmente, os portos sem LO que aderiram ao PR-GAP encontram-se em processo de regularização am-biental. Na Figura 40 são apresentados os portos que possuem licença de operação.
AM
RRAP
PA
MT
MA
TO
BA
MG
RJ
SE
AL
PE
RNCE
PB
ES
GO
GO
SP
PR
SC
RS
PI
RO
AC
ManausSantarém
Belém e Vila do Conde
Itaqui
Fortaleza
Suape e Recife
Forno
Vitória
Angra dos Reis/ Itaguaí/ NiteróiSão Sebastião
ParanaguáSão Francisco do Sul
ItajaíImbituba
Rio Grande
Macapá
Porto VelhoCabedelo
Portos com Licença de Operação (2015)
Portos com licença de operação
Figura 40 - Portos com licença de operação (2015)
Fonte: DOA/ANTAQ (2015). Elaboração: SEP/PR (2015)
Meio ambiente
73Diagnóstico - PNLP
Em 2014, foi publicada a Portaria n° 3, de 07 de janeiro de 2014, que “estabelece as diretrizes para a elaboração e revisão dos instrumentos de planeja-mento do setor portuário”: PNLP e respectivos Pla-nos Mestres; PDZs; e Plano Geral de Outorgas (PGO). Além disso, a Portaria destaca a necessidade do apro-fundamento da dimensão ambiental na elaboração dos planos, integrando a temática ambiental ao pla-nejamento portuário. Recentemente foi publicada, no Diário Oficial da União, a Portaria Interministerial n° 60, de 24 de março de 2015, que “estabelece pro-cedimentos administrativos que disciplinam a atua-ção dos órgãos e entidades da administração pública federal em processos de licenciamento ambiental de competência do Instituto Brasileiro do Meio Ambien-te e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).” Essa Portaria é substitutiva da Portaria Interministerial n° 419/2011, agora revogada. Tal iniciativa visa agilizar e ordenar o processo de licenciamento ambiental e
dirimir as dúvidas em relação à competência deste processo nos portos públicos e privados.
Destaca-se também, no ano de 2015, a publicação do Decreto n° 8437, de 22 de abril, que estabeleceu, entre outras questões, as tipologias de empreendi-mentos e atividades cujo licenciamento ambiental será de competência da União. Dessa forma, o art. 3º do referido Decreto dispõe que:
“Art. 3º Sem prejuízo das disposições contidas no art. 7º, caput, inciso XIV, alíneas “a” a “g”, da Lei Complementar nº 140, de 2011, serão licenciados pelo órgão ambiental federal competente os seguin-tes empreendimentos ou atividades:[...]IV - portos organizados, exceto as instalações por-tuárias que movimentem carga em volume inferior a 450.000 TEU/ano ou a 15.000.000 ton/ano; [...] (BRASIL, 2015) (grifou-se).”
6.2. Estrutura da gestão ambiental dos portos
Em 2009, observou-se que a estrutura de gestão ambiental da maioria dos portos era insuficiente, ha-vendo casos em que uma única pessoa respondia a questões que tratavam desde a conformidade legal e alocação de recursos até a articulação institucional. Os portos, em sua maioria, não se encontravam ade-quadamente estruturados para gerenciar o processo de regularização ambiental ou, quando detinham a Licença de Operação, deparavam-se com dificuldade para cumprir o atendimento de suas condicionantes. Evidenciava-se, também, a necessidade de uma equipe multidisciplinar com competência técnica para dialogar com os agentes de órgãos normativos e fiscalizadores sobre questões ambientais relacionadas à atividade portuária, de modo a apresentar as condições e as pe-culiaridades do setor como fatores determinantes às medidas de controle ambiental propostas.
Em razão dos processos de licenciamento ambien-tal e da necessidade de empreenderem o adequado atendimento às condicionantes das licenças, as auto-ridades portuárias reconheceram a necessidade de dispor de estrutura de gestão ambiental compatível com suas atividades, requerendo equipe mínima ca-pacitada para coordenar as diversas ações de exe-cução dos programas ambientais exigidos, e visando
atender também ao disposto na Portaria SEP/PR n° 104, de 29 de abril de 2009, que dispõe sobre a cria-ção e estruturação do Setor de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho (SGA). Em consequên-cia, houve reestruturação organizacional dos portos, permitindo vinculação da gestão integrada de meio ambiente e de saúde e segurança no trabalho à Presi-dência do porto. A gestão ambiental em alguns portos é terceirizada ou efetuada por meio de parcerias en-tre porto e instituições de ensino e pesquisa.
Atualmente, o desafio está em dimensionar as equipes do setor de gestão integrada de meio am-biente e saúde e segurança no trabalho. O mínimo re-querido compreende profissionais de nível superior, além de auxiliares e pessoal de operação. Também há necessidade de instrumentalizar as equipes com sis-temas de gestão de informações e de georreferencia-mento para armazenagem, processamento, análise e controle da documentação, das diversas atividades ambientais, de saúde e segurança no trabalho.
De acordo com a ANTAQ, em sua publicação inti-tulada “Porto Verde: Modelo Ambiental Portuário”, para a formação do SGA são necessários profissionais com competências em diferentes áreas, conforme de-monstra a Tabela 12.
Meio ambiente
74 Diagnóstico - PNLP
Tabela 12 - Áreas técnicas necessárias para formação do Setor de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho (SGA)
Formação Área de Atuação
Engenharia Civil, Engenharia Ambiental
» Gestão de Material Dragado » Licenciamento » Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) » Planos de Monitoramento Ambiental » Modelagem de Sistemas Ambientais Costeiros » Gestão e Controle Ambiental de Obras Portuárias » Plano de Emergência Individual » Planos de Recuperação de Áreas Degradadas » Planos de Segurança » Controle da Qualidade de Efluentes e Emissões.
Biologia, Ecologia
» Planos de Monitoramento Ambiental (aspectos biológicos de ambientes aquáticos marinhos e continentais) » Gestão de Material Dragado » Licenciamento » Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) » Plano de Emergência Individual (PEI) » Compensações Ambientais » Planos de Recuperação de Áreas Degradadas » Plano de Gerenciamento de Resíduos » Planos de Segurança » Educação e Capacitação Ambiental » Integração do PDZ com o Plano de Gerenciamento Costeiro.
Geologia, Geoquímica
» Planos de Monitoramento Ambiental (aspectos geológicos de ambientes costeiros e fluviais) » Gestão de Material Dragado » Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) » Modelagem de Sistemas Ambientais Costeiros » Processos Erosivos Costeiros » Licenciamento » Planos de Recuperação de Áreas Degradadas » Educação Ambiental » Integração do PDZ com o Plano de Gerenciamento Costeiro
Oceanografia
» Planos de Monitoramento Ambiental (aspectos físicos, químicos, geológicos e biológicos de ambientes marinhos e costeiros) » Gestão de Material Dragado » Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) » Modelagem de Sistemas Ambientais Costeiros » Processos Erosivos Costeiros » Licenciamento » Plano de Emergência Individual (PEI) » Compensações Ambientais » Planos de Recuperação de Áreas Degradadas » Plano de Gerenciamento de Resíduos » Planos de Segurança » Educação e Capacitação Ambiental » Integração do PDZ com o Plano de Gerenciamento Costeiro » Controle da Qualidade de Efluentes.
Meio ambiente
75Diagnóstico - PNLP
Formação Área de Atuação
Química, Engenharia Química
» Tratamento de Resíduos » Licenciamento » Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) » Plano de Emergência Individual » Planos de Recuperação de Áreas Degradadas » Plano de Gerenciamento de Resíduos » Controle da Qualidade de Efluentes e Emissões » Planos de Segurança » Gerenciamento de Passivos Ambientais.
Direito (Ambiental)
» Licenciamento » Passivo Ambiental » Compensações Ambientais » Termos de Ajuste de Conduta » Educação e Capacitação Ambiental.
Arquitetura, Urbanismo, Geografia
» Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) » Licenciamento » Educação e Capacitação Ambiental » Relação Porto-Cidade (integração do PDZ com Plano Diretor e Desenvolvimento
Urbano do Município; Projeto Orla/GERCO; outros planos, programas e políticas).
Economia
» Avaliação Socioeconômica dos Impactos Ambientais » Avaliação Ambiental Estratégica » Recuperação de Áreas Degradadas » Passivos Ambientais » Compensações Ambientais.
Fonte: ANTAQ (2011) Elaboração: SEP/PR (2015)
Ressalta-se a necessidade de continuar os investi-mentos em capacitação ambiental, visto que em 2014 o percentual de portos que declararam tê-la executa-do era de 42%. Tal resultado pode ter sido influencia-do pelo fato de que a gestão ambiental constitui ain-da um desafio, tema assumido recentemente pelos
portos. Apesar do avanço em relação à formação de equipes de gestão ambiental, as autoridades portuá-rias ainda precisam ampliar suas equipes, aumentar seu orçamento específico e investir na capacitação de seus profissionais.
6.3. Sistema de Gestão Ambiental
A gestão ambiental portuária, para ser implemen-tada de forma adequada e integrada, deve utilizar-se do aprimoramento contínuo das conformidades am-bientais, tanto aquelas previstas em lei como em ou-tros dispositivos reguladores ambientais, a exemplo da Agenda Ambiental Portuária.
Para tanto a estruturação e implantação de um sistema de gestão ambiental, como prevê a Portaria SEP/PR no 104, de 29 de abril de 2009, deve ser nor-teado pelas políticas e estratégias do Porto Organiza-do, devendo contemplar, no mínimo:
“I - documentação e divulgação da política ambien-tal do porto e do comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção da poluiçãoII - procedimentos de conformidade com as exigên-cias dos sistemas de certificação da Organização
Internacional para Padronização - ISO, sobre meio ambiente, e da Administração de Saúde e Seguran-ça Ocupacional - OSHA, sobre saúde e segurança ocupacional;III - informatização do sistema visando à garantia do registro, da atualização, do armazenamento e da recuperação de informações e dados relacionados ao meio ambiente, segurança e saúde;IV - avaliação contínua, qualitativa e quantitativa, das práticas, dos procedimentos e dos processos de desempenho ambiental, em função dos objetivos e metas de gestão;V - previsão e programação de recursos financeiros, de logística e de pessoas para o gerenciamento do SGI;VI - auditorias ambientais internas e externas do SGI, realizadas em conjunto com o Setor de Audito-ria do porto;
Meio ambiente
76 Diagnóstico - PNLP
VII - capacitação multidisciplinar;VIII - procedimentos de revisão e aperfeiçoamento da gestão ambiental do porto.”
A certificação ambiental, passo seguinte à implan-tação e operação de um SGA, eleva o porto ao pa-tamar de porto-referência, ou seja, significa que ele alcançou capacidade para competir internacional-mente, beneficiando-se dos resultados operacionais, econômicos, sociais e ambientais.
Diversos portos internacionais possuem certifica-ção ambiental, quer seja pelo sistema da ISO 14001, pelo PERS (Europa) ou pelo PSHEMS (Leste da Ásia), e promovem a gestão ambiental, por meio da criação de índices e indicadores de desempenho. Em termos organizacionais, é possível constatar o empenho de entidades portuárias na disseminação da sustentabi-lidade ambiental, dos sistemas de gestão ambiental e das boas práticas ambientais portuárias. Nos Estados Unidos, por meio da Associação Americana de Auto-ridades Portuárias (AAPA, sigla em inglês); na Euro-pa, por meio da Fundação Ecoportos, pertencente à Organização Europeia de Portos Marítimos (Ecoports/ESPO, sigla em inglês); no leste da Ásia, pela Parce-ria para Gestão Ambiental para os Mares do Leste da Ásia (PEMSEAS, sigla em inglês); e, internacionalmen-te, pela Associação Internacional de Portos e Infraes-truturas Portuárias (IAPH, sigla em inglês). Ressalta-se que muitos portos internacionais oferecem aos arren-datários um manual para conformidade legal e gestão ambiental adequada.
Entre os instrumentos utilizados na gestão am-biental portuária, destaca-se o Índice de Desempe-nho Ambiental (IDA) dos portos brasileiros, que foi instituído pela Resolução n° 2650/ANTAQ, de 26 de setembro de 2012. Essa Resolução teve como objeti-vo disciplinar os “instrumentos de acompanhamento e controle de gestão ambiental em instalações por-tuárias”, para avaliar por meio de indicadores a efi-ciência e a qualidade da gestão ambiental. Teve ainda como propósito a concessão de informações futuras relativas à gestão, ao monitoramento e à avaliação
ambiental para o ordenamento da construção, a ex-ploração e a ampliação dos terminais portuários, bem como ser uma ferramenta utilizada na regulação e fis-calização da própria ANTAQ.
O IDA é um instrumento de relevância para o setor portuário, pois promove a pesquisa e o monitoramen-to das áreas portuárias mediante aprofundamento do conhecimento da própria atividade, da visualização de seu impacto local e da adoção de planos de gestão ambiental ou de medidas mitigadoras para possíveis passivos ambientais.
É estruturado valendo-se de indicadores globais e específicos para funcionar como elemento de compa-ração entre processos de gestão ambiental, influen-ciando melhorias no setor portuário e promovendo o reconhecimento das autoridades portuárias que investem na sustentabilidade ambiental de suas ati-vidades.
Segundo avaliação da ANTAQ sobre os indicadores ambientais, foi identificado que, apesar dos desafios, a maioria dos portos:
» Possui Licenciamento Ambiental (LO). » Realiza treinamentos ambientais com funcionários do Núcleo Ambiental. » Apresenta licenciamento ambiental atualizado das empresas (terminais arrendados e/ou operadores avulsos). » Realiza auditorias ambientais. » Realiza ações de promoção da saúde. » Possui sistemas de drenagem pluvial no porto. » Possui programas de educação ambiental promovi-dos pelos terminais arrendados. » Possui autoridade portuária que acompanha e con-trola o desempenho ambiental dos terminais arren-dados e/ou operadores avulsos.
É importante destacar que, atualmente, a maioria das autoridades portuárias afirmam possuir Setor de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho; entretanto, em sua maioria as áreas não são integradas.
6.4. Internalização dos custos ambientais portuários
Atualmente, a gestão ambiental empenha-se qua-se integralmente para atender à conformidade legal da operação ou da implantação da infraestrutura por-tuária. Nesse cenário, evidencia-se a necessidade da adoção de procedimentos de contabilidade específi-cos para internalização dos custos ambientais portuá-rios, com base no critério “poluidor-pagador”, para todos os usuários das instalações portuárias.
O planejamento da internalização de custos evita
a ocorrência da poluição e absorção do ônus refe-rente ao impacto causado pela atividade portuária à sociedade e, por extensão, contribui para a eficiência ambiental portuária. Quando executado corretamen-te promove a recuperação de passivos ambientais, a melhoria dos processos que visam à redução do im-pacto da atividade e o desenvolvimento das ações proativas em relação à sociedade.
Meio ambiente
77Diagnóstico - PNLP
6.5. Internalização da análise ambiental no PDZ
A publicação da Portaria SEP/PR n° 03/2014 esta-beleceu novo escopo para a área de meio ambiente, especificamente em seu artigo 10, inciso 5:
“Art. 10 Para a elaboração do PDZ, as diretrizes apli-cáveis são: [...]V – observação e cumprimento à legislação ambien-tal, especialmente aquela afeta ao setor portuário.”
O PDZ deverá prover soluções ambientais por meio do diagnóstico ambiental da área de influência do porto, da análise de potenciais impactos ambientais, de oportunidades de equilíbrio entre desenvolvimen-to e proteção ambiental e da relação entre porto e cidade.
A partir da publicação da referida portaria, os PDZs passam por um processo de revisão e atualização, demandando análises mais detalhadas do ambiente portuário e das alternativas de desenvolvimento e zoneamento do porto. Esse aspecto reforça a neces-sidade de prover as autoridades portuárias de instru-ção normativa que oriente o conteúdo mínimo dos planos.
Algumas iniciativas de planejamento incluem aná-lise ambiental para seleção de alternativas de desen-volvimento e expansão da atividade portuária, como no caso dos portos de São Sebastião e de Paranaguá e Antonina.
O Porto de São Sebastião elaborou o Plano Integra-do Porto Cidade (PIPC) de São Sebastião, cujo proces-
so ocorreu entre 2007 e 2009 e vem sendo atualiza-do em função das propostas de desenvolvimento do porto. O Plano contempla as obras necessárias para expansão do porto, sendo avaliado por meio de EIA e submetido ao IBAMA para licenciamento ambiental. Atualmente, o PIPC de São Sebastião encontra-se em processo de análise final para emissão de Licença de Instalação (LI).
Já os PDZs dos portos de Paranaguá e Antonina, elaborados em 2012, contemplam diagnóstico am-biental e análise preliminar de impacto ambiental das alternativas de desenvolvimento desses portos.
Nos portos dos Estados Unidos, os Planos de Ex-pansão são objeto de Estudo do Impacto Ambiental (EIA) e, portanto, estão sujeitos à aprovação do ór-gão ambiental, sendo que o mesmo ocorre em paí-ses europeus. Ainda, a Autoridade Portuária de Nova Iorque e Nova Jersey promove a elaboração de Plano de Desenvolvimento Portuário envolvendo, em sua formulação, uma equipe representativa dos governos dos dois estados, da Prefeitura de Nova Iorque, da Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla em inglês), do Corpo de Engenheiros do Exército Americano e da Administração Rodoviária, sendo o Plano objeto do EIA no seu processo de aprovação.
No Brasil, o PDZ tem potencial para ser objeto de licenciamento (Licença Prévia), permitindo que em-preendimentos individuais ali previstos se submetam diretamente ao licenciamento de instalação.
6.6. Articulação institucional
A gestão ambiental envolve significativa interação institucional para alcance dos seguintes objetivos:
» Cumprimento da legislação ambiental vigente. » Internalização de acordos internacionais. » Integração de políticas, planos e programas de de-senvolvimento portuário e costeiro, com melhoria das relações entre porto e cidade. » Aperfeiçoamento do quadro de referência norma-tivo.
Para atingi-los, a SEP/PR vem adotando uma estra-tégia de articulação e coordenação institucional para assegurar participação nos respectivos foros nacio-nais, estaduais e locais e interlocução com os agentes externos ao porto.
Foi instituído o Fórum Permanente de Gestão Am-
biental Integrada, com o objetivo de coordenar as ações de emergência nos portos organizados e criar um ambiente de troca de informações com as autori-dades portuárias, com ênfase nos seguintes aspectos:
» “Ampliação de escopo do mero cumprimento da legislação ambiental aplicável, para o do desenvol-vimento portuário ambientalmente sustentável. » Integração do porto com os ambientes circundan-tes, incluindo a adequada relação porto cidade. » Gestão integrada dos fatores relacionados ao meio ambiente, à segurança e à saúde ocupacional. » Visão sistêmica de qualidade no desempenho eco-nômico da atividade portuária, para que esta pos-sa se submeter aos critérios de competitividade e excelência que adotam os sistemas de certificação ambiental.”(SEP/PR, 2014).
Meio ambiente
78 Diagnóstico - PNLP
A interação institucional faz-se necessária não ape-nas no plano normativo, mas também na implemen-tação de soluções locais para atendimento dos requi-sitos legais, com a otimização de recursos humanos, materiais e financeiros adequados à realidade da área portuária e de seu entorno.
A articulação entre o setor portuário e os órgãos intervenientes e de fiscalização estadual e federal é essencial para a harmonização normativa, os esclare-cimentos sobre o licenciamento ambiental, a carac-
terização e definição de responsabilidades, além dos encaminhamentos de soluções regionalizadas para atender à legislação. Nesse sentido, as agendas am-bientais, institucionais e locais constituem importan-tes ferramentas. Levantamentos realizados durante o diagnóstico indicaram que oito portos possuíam agendas ambientais no ano de 2013.
Conforme demonstra a Tabela 13, várias institui-ções têm interface com os portos no licenciamento e na gestão ambiental.
Tabela 13 - Principais instituições e áreas de atuação ambiental na atividade portuária
Instituições Atuação Questões ambientais relacionadas à atividade portuária
Congresso Nacional Elaboração de leis » Legislação ambiental » Internalização de acordos interna-
cionais
Ministério do Meio Ambiente (MMA)
Normalização, políticas e programas federais de meio ambiente, gerenciamento costeiro e mudanças climáticas
» Gerenciamento costeiro e Projeto Orla » Gerenciamento da Água de Lastro
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) Normalização – Regulamentação
» Regras para práticas ambientais na atividade portuária » Licenciamento ambiental » Participação na elaboração e revisão
de normas
ANTAQImplementação das políticas formuladas pela Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR)
» Elaboração dos indicadores de de-sempenho ambiental » Acompanhamento e avaliação do
desempenho da gestão ambiental e de segurança dos portos
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA)Execução da política ambiental federal » Licenciamento ambiental
» Fiscalização ambiental
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio)Unidades de conservação federais » Restrições de ocupação e uso do
solo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Preservação do patrimônio histórico, artístico, cultural e arqueológico
» Licenciamento ambiental » Restrições e oportunidades para
revitalização portuária
MarinhaNavegação marítima (água de lastro; resíduos de navegação; inspeções nas embarcações)
» Autorizações e documentações para trânsito marítimo » Vistorias às embarcações
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA)Vigilância agropecuária » Gerenciamento de resíduos de risco
à saúde agropecuária
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Vigilância sanitária
» Resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva » Condições sanitárias de instalações
Polícia Federal Fiscalização e combate ao contrabando
» Controle do comércio ilegal de resí-duos perigosos e inertes
Meio ambiente
79Diagnóstico - PNLP
Instituições Atuação Questões ambientais relacionadas à atividade portuária
Tribunal de Contas da UniãoAuditoria de processos de licitação de entidades públicas federais e respectivos contratos e convênios
» Contratações de serviços e estudos ambientais com recursos federais
Ministério Público (Federal e Estadual) Fiscalização da aplicação da lei » Licenciamento ambiental
Receita Federal » Fiscalização alfandegária » Controle de cargas em perdimento
» Destinação de cargas em perdimen-to (passivo ambiental)
Secretaria do Patrimônio da União (SPU)
Destinação de uso de terrenos e instalações da União
» Revitalização do porto » Relação porto-cidade
Órgãos ambientais estaduais (Oemas)
Execução da política ambiental no âmbito de competência estadual
» Licenciamento ambiental » Fiscalização ambiental » Gerenciamento costeiro
Órgãos ambientais municipais Execução da política ambiental no âmbito de competência municipal
» Licenciamento ambiental » Fiscalização ambiental
Prefeituras » Ordenamento territorial » Tráfego urbano
» Uso e ocupação do solo » Relação entre PDZ e Plano Diretor
Urbano » Conflitos de tráfego e segregação
Organizações Não Governamentais (ONGs)
» Defesa do meio ambiente » Defesa de comunidades tradicionais » Defesa da população
» Licenciamento ambiental » Impactos ambientais da operação
portuária
Comunidades tradicionais (pescadores, quilombolas, comunidades indígenas)
Atividades econômicas e sociais » Uso compartilhado de território na
área de influência do porto » Conflitos entre atividades
Fonte: SEP/PR (2015)
6.7. Relação entre porto e cidade
Nas proximidades das áreas portuárias, as cidades disputam diretamente com os portos o uso das vias de acessos terrestres e aquaviários.
Para que o porto organizado obtenha sucesso como indutor do desenvolvimento econômico local e regio-nal, é preciso que suas propostas de intervenção evi-denciem a complementariedade e interatividade com a cidade. O aperfeiçoamento da relação entre porto e cidade visa otimizar benefícios comuns e reduzir im-pactos negativos, tais como: conflitos de tráfego entre os fluxos urbanos e os de carga; invasão da área do por-to organizado; poluição das águas e contaminação de sedimentos , decorrente de lançamento de esgoto do-méstico e industrial não tratado da cidade e do porto nos corpos d’água; poluição do ar, das águas, emissão de ruídos e odores decorrentes das atividades portuá-
rias, afetando áreas vizinhas; problemas de saúde e se-gurança pública; conflitos de uso do solo entre o que define o PDZ e o Plano Diretor da cidade.
A revitalização de áreas portuárias não operacio-nais focada na integração com componentes locais da vizinhança do porto, de ordem histórica, cultural, de lazer e paisagística pode favorecer a relação do por-to com o município no qual se insere. Observam-se exemplos nos portos de Belém e do Rio de Janeiro.
O relacionamento entre porto e cidade permane-ce dependente da atuação integrada dos três níveis de governo. Nesse sentido, instrumentos de planeja-mento e gestão, tais como PDZ, SGA e Agendas Am-bientais Portuárias, fomentados pela SEP/PR e outras instituições do Governo, fortalecem a harmonia do porto com a cidade.
81Diagnóstico - PNLP
Apêndice
Apêndice 1
Tabela 14 - Lista de Portos Públicos considerados no estudo
Portos Públicos
Angra dos Reis Antonina Aratu Areia Branca
Belém Cabedelo Estrela Forno
Fortaleza Ilhéus Imbituba Itaguaí (Sepetiba)
Itajaí Itaqui Macapá Maceió
Manaus Natal Niterói Paranaguá
Pelotas Porto Alegre Porto Velho Recife
Rio de Janeiro Rio Grande Salvador Santarém
Santos São Francisco do Sul São Sebastião Suape
Vila do Conde Vitória
Fonte: SEP/PR (2015)
Tabela 15 - Lista de TUPs considerados no estudo
TUPs
Alcoa World Alumina Almirante Barroso Almirante Maximiano da Fonseca Almirante Soares Dutra
Almirante Tamandaré (Ilha d’Água) Altamira Alumar ATR Logística - Chibatão
Belmont Bertolini Belém Bertolini Santana Bertolini Santarém
Bianchini Canoas Brasfels Braskem Alagoas Briclog
Bunge Itaituba Cáceres Cargill Agrícola Carmópolis
Cattalini Caulim da Amazônia (Cadam) Ceval Chibatão
Chibatão 2 Cimbagé Cimento Vencemos CMPC Guaíba
Copelmi DNP - Base de Distribuição Secundária de Santarém Embraport Estaleiro Atlântico Sul
Estaleiro Brasa Estaleiro Mauá Fibria Fogás
Gerdau Salvador Granel Química Ladário Guamaré Ibepar Manaus
Ilha do Governador Ilha Redonda Ipiranga Base de Porto Velho Itacal
Itaituba Indústria de Cimentos J. F. de Oliveira Belém J. F. de Oliveira Manaus Mac Laren
Madre de Deus Mita Moinho Taquariense Moss
Munguba Navecunha Norte Capixaba Ocrim
82 Diagnóstico - PNLP
TUPs
Oleoplan Passarão Pecém Porto CPA
Porto CRA Porto Crai Porto do Açu - Terminal de Minério Porto Gregório Curvo
Porto Itapoá Porto Murtinho Porto Murucupi Porto Sobramil
Portocel Portonave Praia Mole Saipem
Sanave Solimões Sucocítrico Cutrale Super Terminais
Teporti Terbian - Terminal Bianchini Terminais Fluviais do Brasil Terminal Aquaviário Barra do Riacho (TABR)
Terminal da Ilha Guaíba - TIG
Terminal de Barcaças Oceânicas
Terminal de Gás do Sul – Tergasul
Terminal de GNL da Baía da Guanabara
Terminal de Minério e Metálicos Amapá Terminal de Praia Mole Terminal de Regaiseficação
da Bahia - TRBA Terminal de Tubarão
Terminal Graneleiro Hermasa
Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita - TIPLAM
Terminal Manaus Terminal Marítimo Braskem
Terminal Marítimo de Belmonte
Terminal Marítimo de Ponta da Madeira Terminal Marítimo Dow Terminal Marítimo Dow
Aratu - Bahia Terminal Marítimo Inácio Barbosa
Terminal Marítimo Luiz Fogliatto
Terminal Marítimo Miguel de Oliveira
Terminal Marítimo Ponta Ubu
Terminal Marítimo Ponte do Thun Terminal Niterói Terminal Ponta da
Montanha Terminal Portuário Braskarne
Terminal Portuário Cotegipe Terminal Portuário TKCSA Terminal Portuário Wellstream (TPW) Terminal Santa Clara
Terminal São Francisco do Sul Terminal Supergasbrás Terminal Trombetas Transportes Carinhoso
TUP CAIMA TUP PETROBRÁS IMBETIBA TUP SHV UltrafértilUnidade de Offshore Techint Usiminas UTC Engenharia Vila Velha
Yara Brasil Fertilizantes
Fonte: SEP/PR (2015)
Diagnóstico - PNLP
Lista de siglasAAPA: American Association of Port Authorities - Associação Americana de Autoridades Portuárias
AALP: Áreas de Apoio Logístico Portuário
Abremar: Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos
ABTP: Associação Brasileira dos Terminais Portuários
AEB: Associação de Comércio Exterior do Brasil
AIA: Avaliação de Impacto Ambiental
ANTAQ: Agência Nacional de Transportes Aquaviários
ANTF: Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários
ANTT: Agência Nacional de Transportes Terrestres
Anvisa: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AP: Autoridade Portuária
BTP: Brasil Terminal Portuário
CAP: Conselho de Autoridade Portuária
CBC: Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal
CDP: Companhia Docas do Pará
CDRJ: Companhia Docas do Rio de Janeiro
CDSS: Companhia Docas de São Sebastião
Centronave: Centro Nacional de Navegação
Cesportos: Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos Terminais e Vias Navegáveis
CFTV: Circuito Fechado de Televisão
CIRM: Comissão Interministerial para os Recursos do Mar
CLPI: Cadeia Logística Portuária Inteligente
CNAP: Comissão Nacional para Assuntos de Praticagem
CNT: Confederação Nacional do Transporte
Codern: Companhia Docas do Rio Grande do Norte
Codesa: Companhia Docas do Espírito Santo
Codesp: Companhia Docas do Estado de São Paulo
Conama: Conselho Nacional do Meio Ambiente
Conaportos: Comissão Nacional das Autoridades nos Portos
Confis: Conselhos Fiscais
Conportos: Comissão Nacional de Segurança Pública de Portos, Terminais e Vias Navegáveis
Consad: Conselho de Administração da Companhia das Docas
Denatran: Departamento Nacional de Trânsito
Direx: Diretoria executiva
DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
DOU: Diário Oficial da União
DUV: Documento Único Virtual
EcoPorts: Braço ambiental da European Sea Ports Organisation
EFC: Estrada de Ferro Carajás
EFVM: Estrada de Ferro Vitória a Minas
EIA: Estudo de Impacto Ambiental
EPA: Enviromental Protection Agency - Agência de Proteção Ambiental
ESPO: European Sea Ports Organisation - Organização Européia de Portos Marítimos
ETC: Estação de Transbordo de Carga
EVTEA: Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental
Fenccovib: Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios, nas Atividades Portuárias
Fenamar: Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima
Fenop: Federação Nacional dos Operadores Portuários
Gerco: Programa de Gerenciamento Costeiro
Diagnóstico - PNLP
IAPH: International Association of Ports and Harbors - Associação Internacional de Portos e Infraestruturas Portuárias - sigla em inglês
Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
IMO: International Maritime Organization - Organização Marítima Internacional
IDA: Índice de Desempenho Ambiental
IP4: Instalações portuárias públicas de pequeno porte
Iphan: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
IPT: Instalação Portuária de Turismo
ISPS: International Ship & Port Facility Security Code
ISSO: International Organization for Standarization - Organização Internacional para Padronização
LabTrans: Laboratório de Transporte e Logística
LI: Licença de Instalação
LNG: Liquefied Natural Gas - Gás Natural Liquefeito
LO: Licença de Operação
LP: Licença Prévia
LPG: Liquefied Petroleum Gas - Gás Liquefeito de Petróleo
MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MMA: Ministério do Meio Ambiente
MRS: Malha Regional Sudeste
Normam: Norma da Autoridade Marítima
OCR: Optical character recognition - Reconhecimento ótico de caracteres
Oema: Órgão Estadual de Meio Ambiente
OFI: Operador Ferroviário Independente
OGMO: Órgão Gestor de Mão de Obra
ONG: Organização não governamental
OSHA: Occupational Safety and Health Administration - Administração de Saúde e Segurança Ocupacional do Estados Unidos da América
PAC: Plano de Aceleração do Crescimento
PDCA: Plan, Do, Check and Act - Planejar, executar, monitorar e ajustar
PDZ: Plano de Desenvolvimento e Zoneamento
PEI: Plano de Emergência Individual
Pemsea: Partnerships in Environmental Management for the Seas of East Asia - Gestão Ambiental para os Mares do Leste da Ásia
Pers: Port Environmental Review System - Sistema de Revisão Ambiental do Porto
PGO: Plano Geral de Outorgas
PGRS: Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PHE: Plano Hidroviário Estratégico
PIL: Programa de Investimentos em Logística
PIPC: Plano Integrado Porto Cidade
PMGP: Programa de Modernização da Gestão Portuária
PND: Programa Nacional de Dragagem
PNIH: Plano Nacional de Integração Hidroviária
PNLP: Plano Nacional de Logística Portuária
PNRS: Política Nacional de Resíduos Sólidos
PRGAP: Programa Federal de Apoio à Regularização e Gestão Ambiental Portuária
PSP: Porto Sem Papel
RFID: Radio-frequency identification - Identificação por radiofrequência
SEP/PR: Secretaria de Portos da Presidência da República
SGA: Setor de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho
SGI: Sistema de Gestão Integrada de Meio Ambiente, Saúde e Segurança
SPU: Secretaria do Patrimônio da União
Diagnóstico - PNLP
Lista de figuras�5 Figura 1 - Processo de planejamento na ótica
do PDCA
�6 Figura 2 - Pilares Estratégicos do PNLP: Ciclo 2009-2012
�7 Figura 3 - Principais mudanças com o novo marco regulatório
�8 Figura 4 - Organização institucional do setor portuário
�16 Figura 5 - Localização dos Portos Públicos Organizados
�19 Figura 6 - Pilares e objetivos do PGPM
�19 Figura 7 - Andamento e resultados do programa de modernização da gestão portuária
�20 Figura 8 - Integração do planejamento estratégico com as metas de gestão
�21 Figura 9 - Investimentos em arrendamentos
�21 Figura 10 - Visão geral do Programa de Arrendamentos Portuários
�22 Figura 11 - Investimentos em reequilíbrios e prorrogações de contratos de arrendamentos
�22 Figura 12 - Investimentos e ganhos de capacidade em reequilíbrios e prorrogações de contratos de arrendamentos
�23 Figura 13 - Autorizações emitidas para operação de TUPs, ETCs e IPTs
�24 Figura 14 - Ganho de capacidade proveniente das autorizações para operação de TUPs, ETCs e IPTs
�25 Figura 15 - Autorizações em análise para operação de TUPs e ETCs
�25 Figura 16 - Ganho de capacidade proveniente das autorizações para operação de TUPs, ETCs e IPTs
�26 Figura 17 - Objetivos estratégicos e seus respectivos indicadores (ciclo 2012-2015)
�27 Figura 18 - Objetivos estratégicos e seus respectivos indicadores (ciclo 2015-2018)
�32 Figura 19 - Desempenho operacional por natureza de carga
�33 Figura 20 - Desempenho operacional para granéis sólidos
�33 Figura 21 - Produtividades e tempos de espera para granéis sólidos
�34 Figura 22 - Desempenho operacional para granéis líquidos
�34 Figura 23 - Produtividades e tempos de espera para granéis líquidos
Syndarma: Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima
TEU: Twenty Feet Equivalent Unit - Unidade equivalente a contêiner de vinte pés
TP: Trabalhador portuário
TPA: Trabalhador Portuário Avulso
TPB: Tonelagem de porte bruto
TUP: Terminal de uso privado
UNCTAD: United Nations Conference on Trade and Development - Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
UFSC: Universidade Federal de Santa Catarina
VTMIS: Vessel Traffic Management Information System - Sistema de informação e gerenciamento de tráfego de embarcações
ZP: Zona de Praticagem
Diagnóstico - PNLP
�34 Figura 24 - Desempenho operacional para contêineres
�37 Figura 25 - Evolução da frota marítima de contêineres
�39 Figura 26 - Visão geral dos sistemas de inteligência portuária implantados pela SEP/PR
�40 Figura 27 - Portos com investimento em VTMIS
�41 Figura 28 - Visão geral do sistema Porto sem Papel
�44 Figura 29 - Capacidade instalada dos portos públicos brasileiros (2010 e 2014)
�46 Figura 30 - Capacidade instalada dos TUPs (2014)
�48 Figura 31 - Capacidade instalada nos portos públicos e TUPs (2014)
�53 Figura 32 - Portos com obras de infraestrutura concluídas: investimentos do PAC
�58 Figura 33 - Portos com obras e projetos concluídos: PND
�61 Figura 34 - Principais clusters portuários do Brasil, incluindo portos organizados e TUPs
�63 Figura 35 - Distribuição Modal
�65 Figura 36 - Projeto Cadeia Logística Portuária Inteligente (CLPI)
�66 Figura 37 - Elementos estruturadores e diretrizes do projeto AALP
�66 Figura 38 - Movimentação ferroviária nos portos brasileiros
�68 Figura 39 - Volumes transportados nos portos públicos por navegação de interior
�72 Figura 40 - Portos com licença de operação (2015)
Lista de gráficos�29 Gráfico 1 - Evolução dos volumes
movimentados pelos portos brasileiros: 2010 a 2014
�30 Gráfico 2 - Representatividade das naturezas de carga na movimentação dos portos brasileiros
�30 Gráfico 3 - Crescimento das movimentações por natureza de carga
�30 Gráfico 4 - Participação de TUPs e portos públicos na movimentação de cargas
�31 Gráfico 5 - Evolução da movimentação de passageiros de cruzeiros
�35 Gráfico 6 - Movimentação de contêiner: Portos públicos e TUPs (2014)
�42 Gráfico 7 - Portos com certificação ISPS
�45 Gráfico 8 - Distribuição da capacidade instalada nos portos públicos brasileiros por região (2010 e 2014)
�45 Gráfico 9 - Comparação entre movimentação total de cargas (incluindo contêineres) e capacidade instalada em t/ano
�45 Gráfico 10 - Comparação entre movimentação e capacidade instalada de contêineres em TEU/ano
�47 Gráfico 11 - Distribuição da capacidade dos TUPs por região (2014)
�47 Gráfico 12 - Utilização da capacidade dos TUPs por natureza de carga (2014)
Diagnóstico - PNLP
�48 Gráfico 13 - Distribuição da capacidade dos portos públicos e TUPs por região (2014)
�49 Gráfico 14 - Utilização da capacidade dos portos públicos e TUPs por natureza de carga (2014)
�49 Gráfico 15 - Evolução do nível de utilização da capacidade regional e da nacional dos portos públicos: granel sólido (2010 a 2014)
�50 Gráfico 16 - Utilização da capacidade de granel sólido, por região, dos portos públicos e TUPs (2014)
�50 Gráfico 17 - Evolução dos níveis de utilização da capacidade regional e nacional dos portos públicos: granel líquido (2010 a 2014)
�51 Gráfico 18 - Utilização da capacidade de granel líquido, por região, dos portos públicos e TUPs (2014)
�51 Gráfico 19 - Evolução dos níveis de utilização da capacidade regional e nacional dos portos públicos: carga geral (2010 a 2014)
�51 Gráfico 20 - Utilização da capacidade de carga geral, por região, dos portos públicos e TUPs (2014)
�52 Gráfico 21 - Evolução dos níveis de utilização da capacidade regional e nacional dos portos públicos: contêineres (2010-2014)
�52 Gráfico 22 - Utilização da capacidade de contêineres, por região, dos portos públicos e TUPs (2014)
�55 Gráfico 23 - Percentual de portos públicos que possuem profundidade compatível com o navio de maior frequência, por natureza de carga (2010 a 2014)
�56 Gráfico 24 - Percentual de portos públicos que possuem profundidades compatíveis com navios de granel sólido mais frequentes, por região (2010 a 2014)
�56 Gráfico 25 - Percentual de portos públicos que possuem profundidades compatíveis com navios de granel líquido mais frequentes, por região (2010 a 2014)
�57 Gráfico 26 - Percentual de portos públicos que possuem profundidades compatíveis com navios de carga geral mais frequentes, por região (2010 a 2014)
�58 Gráfico 27 - Percentual de portos públicos que possuem profundidades compatíveis com navios de contêineres mais frequentes, por região (2010 a 2014)
�63 Gráfico 28 - Condições das rodovias nos 98.475 km pesquisados
�64 Gráfico 29 - Classificação dos acessos rodoviários aos portos
�64 Gráfico 30 - Utilização da capacidade dos acessos rodoviários
�67 Gráfico 31 - Naturezas de carga movimentadas pelo modal ferroviário nos portos
�69 Gráfico 32 - Naturezas de cargas movimentadas pela navegação de interior
�69 Gráfico 33 - Principais produtos movimentados por meio da navegação de cabotagem
Diagnóstico - PNLP
Lista de tabelas�12 Tabela 1 - Comparação do CAP com as
mudanças no marco regulatório
�12 Tabela 2 - Blocos que integram o Conselho de Autoridade Portuária
�31 Tabela 3 - Investimentos para movimentação de passageiros de cruzeiro
�35 Tabela 4 - Produtividade operacional das instalações portuárias (contêineres): 2014
�37 Tabela 5 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: contêiner
�38 Tabela 6 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: graneleiro
�38 Tabela 7 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: carga geral
�38 Tabela 8 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: produtos químicos e vegetais
�38 Tabela 9 - Características dos maiores navios operados em 2013, por região: passageiros
�62 Tabela 10 - Definição dos Clusters Portuários
�68 Tabela 11 - Volumes transportados nos portos públicos por navegação de interior
�74 Tabela 12 - Áreas técnicas necessárias para formação do Setor de Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde no Trabalho (SGA)
�78 Tabela 13 - Principais instituições e áreas de atuação ambiental na atividade portuária
�81 Tabela 14 - Lista de Portos Públicos considerados no estudo
�81 Tabela 15 - Lista de TUPs considerados no estudo