12/05/23 1
Matérias Primas Cerâmicas
Prof. José Flávio Timoteo Júnior
EngMat/UFAM
Definição:
Origem: Grécia: keramos: vaso (raiz: sânscrito: queimar). Gregos usavam o termo para se referir a “ terra queimada”
Cerâmicas são materiais não-metálicos inorgânicos. De natureza tipicamente cristalina. São compostos formados entre elementos metálicos e não-metálicos...
óxidos (SiO2, Al2O3, Al2(Si2O5)(OH)4 nitretos (Si3N4, BN, AlN) carbetos (SiC, B4C) ou elementos simples... diamante, grafita
Alternativamente...
Cerâmica: definição tradicional
Minerais de composição inconstante e pureza duvidosa são expostos a um tratamento térmico não-mensurável, que dura o suficiente para permitir que reações desconhecidas ocorram de modo incompleto, formando produtos heterogêneos e não-estequiométricos, conhecidos com o nome de materiais cerâmicos.
Cerâmica: definição moderna
Materiais cerâmicos são compostos sólidos formados pela aplicação de calor, algumas vezes calor e pressão, constituídos por ao menos – um metal (M) e um sólido elementar não-
metálico (SENM) ou um não-metal (NM),– dois SENM, ou– um SENM e um não-metal (NM)
Metais e não-metais
• Metais (M): Na, Mg, Ti, Cr, Fe, Ni, Zn, Al...
• Não-metais (NM): N, O, H, halogênios, gases nobres...
• Sólidos elementares não-metálicos (SENM): isolantes (B, P, S, C ) ou semicondutores (Si, Ge)
Tabela periódica dos elementos
19 K
20 Ca
21 Sc
22 Ti
23 V
24 Cr
25 Mn
26 Fe
27 Co
28 Ni
29 Cu
30 Zn
31 Ga
32 Ge
33 As
34 Se
35 Br
36 Kr
37 Rb
38 Sr
39 Y
40 Zr
41 Nb
42 Mo
43 Tc
44 Ru
45 Rh
46 Pd
47 Ag
48 Cd
49 In
50 Sn
51 Sb
52 Te
53 I
54 Xe
55 Cs
56 Ba
* La
72 Hf
73 Ta
74 W
75 Re
76 Os
77 Ir
78 Pt
79 Au
80 Hg
81 Tl
82 Pb
83 Bi
84 Po
85 At
86 Rn
87 Fr
88 Ra
**Ac
57 La
58 Ce
59 Pr
60 Nd
61 Pm
62 Sm
63 Eu
64 Gd
65 Tb
66 Dy
67 Ho
68 Er
69 Tm
70 Yb
89 Ac
90 Th
91 Pa
92 U
93 Np
94 Pu
95 Am
96 Cm
97 Bk
98 Cf
99 Es
100
Fm
101
Md
102
No
71 Lu103
Lw
2 He
5 B
6 C
7 N
8 O
9 F
10 Ne
13 Al
14 Si
15 P
16 S
17 Cl
18 Ar
1 H3 Li
4 Be
11 Na
12 Mg III A
II A
I A
IV A V A VI A VII A VIII A I B
III B
II B
IV B V B VI B VII B
VIII B
Líquido GásSólido
* Lantanídeos
** Actinídeos
Metais Não-Metais
19 K
20 Ca
21 Sc
22 Ti
23 V
24 Cr
25 Mn
26 Fe
27 Co
28 Ni
29 Cu
30 Zn
31 Ga
32 Ge
33 As
34 Se
35 Br
36 Kr
37 Rb
38 Sr
39 Y
40 Zr
41 Nb
42 Mo
43 Tc
44 Ru
45 Rh
46 Pd
47 Ag
48 Cd
49 In
50 Sn
51 Sb
52 Te
53 I
54 Xe
55 Cs
56 Ba
* La
72 Hf
73 Ta
74 W
75 Re
76 Os
77 Ir
78 Pt
79 Au
80 Hg
81 Tl
82 Pb
83 Bi
84 Po
85 At
86 Rn
87 Fr
88 Ra
**Ac
57 La
58 Ce
59 Pr
60 Nd
61 Pm
62 Sm
63 Eu
64 Gd
65 Tb
66 Dy
67 Ho
68 Er
69 Tm
70 Yb
89 Ac
90 Th
91 Pa
92 U
93 Np
94 Pu
95 Am
96 Cm
97 Bk
98 Cf
99 Es
100
Fm
101
Md
102
No
71 Lu103
Lw
2 He
5 B
6 C
7 N
8 O
9 F
10 Ne
13 Al
14 Si
15 P
16 S
17 Cl
18 Ar
1 H3 Li
4 Be
11 Na
12 Mg III A
II A
I A
IV A V A VI A VII A VIII A I B
III B
II B
IV B V B VI B VII B
VIII B
Líquido GásSólido
* Lantanídeos
** Actinídeos
Tabela periódica dos elementos Sólidos Elementares
Metais Não-Metálicos
Exemplos de combinações
• M + NM: MgO, Al2O3, BaTiO3, YBa2Cu3O7...
• M + SENM: TiC, ZrB2...
• SENM + SENM: SiC, B4C
• SENM + NM: SiO2, Si3N4
História da Cerâmica
3 Períodos Históricos:
Período dos Silicatos Industriais: 1900 - 1940
Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: 1940 -
Período Keramos: Antes de 5000 aC
Cerâmica: origem, antiguidade• Keramos = “coisa queimada” (grego)• 5000 A.C.: artefatos de argila (earthenware),
louça de barro (pottery)• 3500 A.C.: torno de oleiro• 1000 A.C.: porcelana (China)
Idade contemporânea
• Séc. 18: porcelana (Alemanha), colagem, extrusão, forno túnel
• Séc. 19: mecanização, microscopia óptica, cones pirométricos (Slide #18)
• Séc. 20: raios X, microscopia eletrônica, materiais sintéticos, automatização
História da CerâmicaAlguns Fatos:
Escavações arqueológicas encontram vestígios cerâmicos. Materiais resistentes ao tempo, demonstrando sua existência e uso milenares.
Chineses argila que queimava branca (kao-lin). Mistura a fundente porcelana massa de absorção zero.
Babilônia: tabuletas de cerâmica usadas para escrita. Murais de revestimento cerâmico esmaltado.
Gregos: ânforas de cerâmica para transportar o azeite produzido na oliveiras do mar Egeu. Keramus era um bairro de Atenas. Decoração da cerâmica com cenas do cotidiano: conhecimento de sua história. Cerâmica grega é levada para Roma e Alexandria.
Queda do Império Romano invasão árabe. Paixão por azulejos (termo árabe para “pedra cintilante“). Decoração de palácios e mesquitas com mosaicos coloridos. Norte da África preferência por revestimentos cerâmicos frescos (clima quente), preferência adotada no Brasil.
Século VIII: árabes entram na península ibérica e trazem tradição cerâmica. Séculos XV e XVI Renascimento na Europa. Renovação das artes, primeiros centros ceramistas europeus fora de Atenas.
Portugal: potência naval. Napoleão invade Portugal corte portuguesa para o Brasil trazem azulejos.
História da Cerâmica
Espanha maior produtor de azulejos que Portugal, mas Brasil é maior produtor que Argentina. Isto se deve à presença da corte portuguesa no Brasil, fazendo com que os azulejos portugueses penetrassem no Brasil mais do que os azulejos espanhóis na Argentina.
Hoje: antigos azulejos portugueses nas igrejas da Bahia. Uso em fachadas disseminado porque as tintas não resistiam à insolação forte e à maresia das cidades litorâneas por onde a colonização portuguesa se iniciou.
Produção cerâmica: de artesanal para fabricação em série (Revolução Industrial). Início do século XX: fornos contínuos (fornos túneis com carrinhos)
Industrialização leva a cerâmica a novos setores: das louças de mesa da elite para a higiene das louças sanitárias. Período dos silicatos industriais.
Pequenos painéis de azulejos em volta do lavabo foram ampliados para a altura de 1,50 metro e depois até o teto. A linha esmaltada, nos anos 50, dá início à fabricação em série na indústria cerâmica, com linha contínua de fabricação não artesanal que vai desde a matéria prima até o produto acabado.
Anos 50: Cerâmicas Técnicas Alumina
A Igreja e Convento de São Francisco é uma das mais ricas do Brasil e considerada o mais belo exemplar do barroco português no mundo. O templo tem o interior todo recoberto em ouro e jacarandá. O Barroco está presente na fachada e nos painéis de azulejos portugueses, que reproduzem o nascimento de São Francisco e sua trajetória de renúncia aos bens materiais. Também está no interior, formado por talha de madeira e ornamentado com todos os símbolos do barroco: folhas de acanto, pelicanos, flores, anjos, sereias, dentre outros.
História da Cerâmica
Anos 70: forno de rolos monoestrato (sem material portante), utilizado para a produção de cerâmica do tipo monoqueima grés prensada. Consumo de pisos cresce mais que de azulejos. São desenvolvidos pisos para tráfego pesado. Pisos avançam do uso residencial para o uso comercial.
1985: Espanha assume liderança mundial no setor de azulejos porosos por monoqueima (monoporosa). Parcerias entre universidades e indústrias surge grande centro de pesquisa (AICE).
1990: Itália dedicação ao grés-porcelanato (baixa porosidade, < 1%) em mercado não ocupado pelos espanhóis
1993: Brasil surge o CCB (Centro Cerâmico do Brasil) - Instituto da Qualidade do Revestimento Cerâmico, fundado pela ANFACER - Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento, que inicia os seus ensaios em 1994 e começa a certificar as empresas em 1995.
Novo enfoque dos tempos modernos: design, com a criação de centros como o Centro de Tecnologia Cerâmica, em Criciúma. Design internacional deve se somar à tecnologia e à competitividadePromoção de feiras internacionais, ação internacional conjunta, assistência técnica e ao uso de gás natural como os grandes desafios que se apresentam como requisitos de sobrevivência no mercado.
Período Keramos: Antes de 5000 aC até ~1900 Atividade artesanal Primeira máquina (antes de 3500 aC): torno (potter´s wheel) (foto) Fornos rudimentares Tecnologia baseada no empirismo Destaque: porcelana chinesa branca, altamente translúcida (reproduzida no Ocidente após 1710 com alquimista alemão Fredrich Bottger e físico Conde de Tschirnhaus) Descoberta da matéria-prima: argila resistente à chama e materiais fundentes. Primeiro maquinário moderno: 1800 – (revolução industrial e vapor) mecanização da mistura, prensagem e moagem. Final do Séc. XIX: avanços: separação das fases SiO2 por MO SiC em forno elétrico Cones pirométricos (foto)
História da Cerâmica
Torno (potter´s wheel)
Ferramentas de torno Ferramentas de acabamento
Cones Pirométricos
Inventado por Hermann Seger Permite saber a temperatura de queima Feito com material cerâmico e tem a forma de uma pirâmide triangular alongada, medindo aproximadamente 7 cm de alturaFuncionamento: quando o forno atinge uma temperatura prefixada, o cone inclina-se completamente tocando com a ponta na prateleira Deve ser colocado em pontos que permita ser observado pelo ceramista através do visor na porta do fornoPossuem números que indicam a temperatura. Ex: Cone 013=869 C; Cone 7=1215 C.
Período dos Silicatos Industriais (1900 - 1940)
Melhor industrialização (mecanização e uso de termopares)
Refinamento da matéria-prima e uso de aditivos
Desenvolvimento de técnicas de análise estrutural:
Difração de raios-X
Microscopia eletrônica
Produção de compostos para refratários (aciaria), vidros, cimentos e componentes eletrônicos
História da Cerâmica
Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: 1940 -
Avanço na síntese, caraterização e fabricação de produtos cerâmicos
Consolidação da Ciência de Materiais: Tríade
Microestrutura/Processamento/Propriedades
História da Cerâmica
Microestrutura
Processamento PropriedadesProduto
Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: 1940 -
Avanços significativos em instrumentação:
Uso rotineiro do MEV em controle de qualidade
Técnicas de análise química (ppms)
Distribuição de tamanhos de partícula < 1 m
Equipamentos para testes
Monitoramento computadorizado (balanças, fabricação e queima)
Desenvolvimento de novos produtos: cerâmicas técnicas
História da Cerâmica
Concepção de produtos cerâmicos depende de vários aspectos:
Materiais: Tipo e qualidade da matéria-prima
Processo: Tecnologia envolvida e produtividade
Controle de qualidade: tolerâncias, qualidade aparente
Mercado: Economia e Resposta do consumidor
Produtos Cerâmicos
Grupo 1: Cerâmica Estrutural ou Cerâmica Vermelha
Produtos Cerâmicos: Classificação
Produtos: Tijolos e blocos / telhas / tubos / lajotas / vasos
Matéria-prima: local, próxima à planta
argilas com alto teor de ferro e matéria orgânica
Continua…
Grupo 1: Cerâmica Estrutural ou Cerâmica Vermelha
Produtos Cerâmicos: Classificação
Principais produtos:
Tijolos de alvenaria
Tijolos furados
Lajes cerâmicas
Tijolos prensados
Telhas
Continua…
Matéria-prima:
Argilas plásticas caulinito-ilíticas ou em camadas mistas com matéria orgânica, óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio.
Origem:
Margens de rios, lagos ou várzeas
Queima:
Entre 900 e 1000 C
Grupo 1: Cerâmica Estrutural ou Cerâmica Vermelha
Produtos Cerâmicos: Classificação
Principais produtos:
Ladrilhos de piso, prensados (com ou sem vidrado) nas cores Vermelho, Amarelo, Verde e Pérola
Continua…
Matéria-prima:
Argilas plásticas caulinito-ilíticas ou em camadas mistas ricas em ferro metais alcalino-terrosos. Vitrificam a 1050 C
Argilas sedimentares ou folhelhos argilosos coloridos: taguás (SP) e massapê (BA). Argilas plásticas refratárias e pigmentos .
Queima:
Entre 1050 – 1350 C
TAGUÁ – Argila plástica com alto teor de óxido de ferro. O termo é originário do Tupi, TA-WA, que significa argila amarela.
Grupo 1: Cerâmica Estrutural ou Cerâmica Vermelha
Produtos Cerâmicos: Classificação ao tipo de produto
Principais produtos:
Manilhas vidradas
Matéria-prima:
Argilas plásticas semi-refratárias. Vidrado de NaCl ou sintético.
Queima:
Entre 1000 e 1100 C
VIDRADO OU GLAZURA OU ESMALTE– Camada vítrea sobre o produto cerâmico. É uma suspensão em água de materiais insolúveis finos, que se aplica às cerâmicas como recobrimento. A altas temperaturas, fundem e formam uma camada vítrea. Composição: 1. Um vidrante (fritas) 2. Um fundente (feldspato). 3. Óxido de alumínio – possibilita que as combinações da sílica com o fundente sejam mais estáveis e viscosas.
Grupos 2 e 3: Funções Estéticas (Quadro Resumo)
Funções
Classes Aplicações
Exemplos
cerâmica de mesa pratos, xícaras, vasos louça, porcelana
Estéticas cerâmica de revestimento pisos, azulejos grés, porcelanato
cerâmica sanitária vasos sanitários, pias louça, porcelana
Produtos Cerâmicos: Classificação ao tipo de produto
Grupo 2: Cerâmica Branca
Produtos Cerâmicos: Classificação
Principais produtos:
Louça sanitária / porcelana de mesa / porcelana elétrica / porcelana de laboratório
Matéria-prima:
Argilas + materiais fundentes (feldspato) + quartzo
Queima branca:
Pureza da matéria-prima e controle de temperatura (fundente)
Continua…
Grupo 2: Cerâmica Branca
Produtos Cerâmicos: Classificação
Continua…
Principais produtos:
Porcelana elétrica
Matéria-prima (queimam com cor clara):
Argilas plásticas + caulim + feldspato + quartzo.
Queima:
Entre 1200 e 1300 C
Grupo 2: Cerâmica Branca
Produtos Cerâmicos: Classificação
Principais produtos:
Louça doméstica
Louça Sanitária
Porcelana doméstica
Porcelana de laboratório
Matéria-prima: argilas plásticas de queima clara, caulim, areia quartzítica, feldspato, talco, silicatos de baixo ponto de fusão, calcita, dolomita, pigmentos inorgânicos
Queima: Entre 1000 e 1045 C
Grupo 3: Cerâmica de Revestimento ou Revestimento Cerâmico
Produtos Cerâmicos: Classificação
Classificação: Revestimento interno e revestimento externo
Principais produtos: Cerâmica porosa e grês*
Placas cerâmicas (pisos e azulejos (monopoross) / ladrilhos / pastilhas
Matéria-prima:
Caulim + quartzo + feldspato + argila plástica de queima clara
Obs.: Formato regular permite alto grau de automação
*GRES – Nome de origem francesa, aplicado à cerâmica queimada a uma temperatura normalmente superior aos 1200C, cuja pasta é vitrificada junto com o esmalte. Massa altamente refratária. Também conhecida pelo termo inglês stoneware “barro – pedra”.
Grupo 3: Cerâmica de Revestimento ou Revestimento Cerâmico
Produtos Cerâmicos: Classificação
Revestimento cerâmico é um produto constituído de um biscoito poroso (suporte) coberto por uma camada de vidrado (acabamento). A outra face é a sua superfície de aderência, destinada ao assentamento, chamada de tardoz.
Características que favorecem seu uso em ambientes que podem ser molhados e devem ser higiênicos, em casas, apartamentos, fachadas, hospitais:
-facilidade de limpeza, devida à sua superfície impermeável e lisa;- impermeabilidade, que impede a proliferação de fungos e bactérias, proporcionando uma perfeita higiene;- resistência à ação de ácidos normais de uso diário, sem danos ao vidrado;- resistência aos raios ultra-violetas, não desbotando quando expostos ao sol;- resistência contra riscos e desgaste por outros materiais, devida à dureza do vidrado (segundo tabela PEI, que indica ambientes em que os produtos podem ser aplicados de acordo com sua resistência);- resistência ao calor de fogões e chaminés, não alimentando o fogo e não se decompondo em materiais ou gases perigosos;- durabilidade ilimitada, não sendo necessário substituí-los por envelhecimento;- beleza, devida às composições de decoração que possibilita.
Grupo 3: Cerâmica de Revestimento ou Revestimento Cerâmico
Produtos Cerâmicos: Classificação
Principais matérias-primas da composição do biscoito: Calcáreo (CaCO3), caulim, argila, filito (fundente), talco, feldspato (fundente) e quartzo. Materiais fornecem plasticidade, coesão e resistência ao produto final. Materiais são pesados em balanças para compor a mistura ideal da fórmula (massa) Mistura em moinhos de bolas, juntamente com água barbotina (se for via úmida) Granulação em atomizador contra jato de ar quente Massa granulada é prensada em formato retangular biscoito cru No processo de monoqueima peças são decoradas e esmaltadas ainda cruas. No processo de biqueima peças prensadas cruas são empilhadas em vagonetes e levados para o forno de queima. O biscoito cru é queimado ~ 1500 C por 36 horas (queima lenta). A seguir, o biscoito vai para a linha de esmaltação, transportado por meio de correias, recebendo a decoração através de serigrafia e o esmalte. O esmalte é obtido pela moagem de fritas (vidro próprio para esse fim, acrescidas de outros materiais minerais e corantes). A moagem é efetuada em tambores revestidos com porcelana, com bolas de porcelana, para evitar impurezas resultantes do desgaste. Vidrado é queimado a 1.050 C em forno túnel durante 12 horas. Produto é classificado, embalado e embarcado para o revendedor.
Grupo 4: Cerâmica Refratária ou Refratários Cerâmicos
Produtos Cerâmicos: Classificação
Classificação: (de acordo com a natureza da matéria-prima)
Naturais
Sintéticos
Continua…
Grupo 4: Cerâmica Refratária (Naturais)
Produtos Cerâmicos: Classificação
Sílico-aluminosos: Argilas refratárias com < 38,5% Al2O3 (cru) ou < 46% Al2O3 após queima a 1000 C
Aluminosos: Argilas refratárias com > 38,5% Al2O3 (cru) ou > 46% Al2O3 após queima
de Sílica: quartzitos de fácil conversão em cristobalita com > 93% SiO2 e baixo teor de ferro e metais alcalinos e alcalino-terrosos
Silicosos: quartzitos impuros ou argilas silicosas com até 15% Al2O3 após queima a 1000 C
de Magnesita: magnesita natural - MgCO3, MgO de água do mar
de Cromita: cromita: FeO.Cr2O3
de Cromita - magnesita: misturas de magnesita e cromitas naturais
de Zirconita: silicato de zircônio natural de areias residuais - subproduto das areias monazíticas e ilmeníticas
de Grafita: grafita + argila; coque + alcatrão
de Dolomita: dolomita (MgCa)(CO3)2Continua…
Grupo 4: Cerâmica Refratária (Sintéticas)
Produtos Cerâmicos: Classificação
Alumina Fundida: bauxita fundida + argila
Carbeto de Silício: quartzo + coque
Zircônia: minérios ou sais de zircônio
Magnésia: sais de magnésio de água do mar
Silicato de cálcio (até 850 ºC): sílica + hidróxido de cálcio, diatomito, amiantos e carbonato de magnésio
Grupo 5: Abrasivos
Produtos Cerâmicos: Classificação
Abrasivos Naturais: areia , bauxita, argilas calcinadas, diatomita
Abrasivos Sintéticos: alumina fundida , carbetos metálicos sinterizados , óxidos
metálicos sinterizados , nitratos e boretos
Grupo 6: Vidros
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 7: Cimento / Argamassa
Tipos Seqüência de processamento
Cerâmica pó forma calor
Vidro pó calor forma
Argamassa calor pó forma
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas
Cerâmica
Matérias-primas
Estrutura
Proprie-dades
Processa-mento
Aplicações
Tradicional (silicatos) naturais,
minerais industriais (<98% pureza)
não-uniforme, porosa mecânica,
estética olaria, colagem, prensagem, extrusão, queima
construção, produtos domésticos
Avançada (alto de-sempenho, alta tecno-logia)
produtos químicos industriais (>98% pureza)
homogênea, menos porosa elétrica,
magnética, nuclear, ótica, mecânica, térmica, química, biológica
prensagem isostática, moldagem por injeção, sinterização, ligação por reação
eletrônica, estrutural, química, refratários
Térmica Elétrica Magnética Ótica Nuclear Química Biológica Mecânica Estética
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: Aplicações
Funções
Classes Aplicações
Exemplos
condutividade trocadores de calor para pacotes eletrônicos
AlN
Térmicas isolamento revestimentos isolantes para fornos de alta temperatura
fibras de SiO2, Al2O3, ZrO2
refratariedade revestimentos isolantes para fornos de alta temperatura (metais fundidos, escórias)
SiO2, Al2O3, ZrO2
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: Funções Térmicas
Funções
Classes Aplicações
Exemplos
condutividade elementos de aquecimento para fornos
SiC, ZrO2, MoSi2
Elétricas ferroeletricidade capacitores BaTiO3, SrTiO3
isolamento substratos de circuitos eletrônicos Al2O3, AlN
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: Funções Elétricas
Funções
Classes Aplicações
Exemplos
magnetos duros ímãs de ferrite (Ba,Sr)O·6Fe2O3
Magnéticas e super-condutoras
magnetos moles núcleos de transformadores (Zn,M)·6Fe2O3, com
M=Mn,Co, Mg
supercondutividade fios e magnetômetros YBa2Cu3O7
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: Funções Magnéticas
Funções
Classes Aplicações
Exemplos
translucência materiais para lâmpadas de Na Al2O3, MgO
Óticas transparência cabos de fibra ótica SiO2
transparência ao infravermelho janelas para laser
infravermelho CaF2, SrF2, NaCl
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: Funções Óticas
Funções
Classes Aplicações
Exemplos
fissão combustível UO3, UC
Nucleares fissão moderadores de nêutrons C, BeO
fissão, fusão revestimentos em reatores C, SiC
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: Funções Nucleares
Funções
Classes Aplicações
Exemplos
catálise suporte de catalisador Mg2Al4Si5O15
Químicas condutividade sensitiva a gases sensores de gases ZnO, ZrO2, SnO2,
Fe2O3
separação filtros SiO2, Al2O3
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: Funções químicas
Funções
Classes Aplicações
Exemplos
biocompatibilidade cimentos CaHPO4·2H2O *
Biológicas biocompatibilidade próteses estruturais Al2O3
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas: Funções biológicas
* Hidroxiapatita
Funções
Classes Aplicações
Exemplos
dureza ferramentas de corte Al2O3, Si3N4, ZrO2, TiC
Mecânicas refratariedade estrutural estatores e lâminas de
turbina Al2O3, Si3N4, MgO, SiC
resistência a desgaste, abrasão mancais Al2O3, Si3N4, ZrO2, SiC
Produtos Cerâmicos: Classificação
Grupo 8: Cerâmicas Técnicas ou Avançadas:Funções mecânicas