Sucessão Legítima
Sucessão Legítima
– Sucessão legítima
• Transmissão causa mortis a pessoas indicadas na lei
• Feita pela ordem de vocação herditária (art. 1829) ou indicação de sucessor (companheiro, art. 1790)
• Uma classe exclui a outra, parentesco mais próximo exclui o mais distante
Sucessão Legítima
Sucessão Legítima
• A) Sucessão por direito próprio, por cabeça, direta ou jure proprio
• O aquinhoado é o próprio sucessor do autor da herança, recebendo sozinho ou partilhando com outros de igual preferência e mesma qualidade
– Ex. 1 – Viúvo falece, deixando 4 filhos» Cada filho herda 25% do acervo, por sucessão por cabeça
– Ex. 2 – Viúvo com 4 filhos, pré-mortos, falece, deixando 5 netos» Os 5 netos (classe de descendentes, mas em grau mais
distante) sucederão por cabeça, cada um com 20% do montante total
Sucessão Legítima
• B) Sucessão por direito próprio por linha• Ocorre exclusivamente na classe dos ascendentes• Parentes de mesma classe e grau, mas de linhas
diferentes (art. 1836)
– Ex.: Neto com pais pré-mortos, falece, possuindo, contudo, avô e avó paternos vivos e apenas avô materno vivo. Metade da herança seguirá para a linha paterna, onde será dividida por cabeça entre avô e avó (ficando cada um com 25% do total do acervo), e a outra metade para a linha materna (ficando o avô materno com 50% do total do acervo)
Sucessão Legítima• C) Sucessão por representação, indireta ou jure
representationes• Descendentes de um herdeiro pré-morto, existindo outros
herdeiros de mesma classe e grau, recebem o que aquele teria direito se vivo fosse (art. 1851)
• Ocorre apenas quanto a descendente, jamais na ascendete, que se regerá pela sucessão por linha (art. 1852)
• Quinhão do representado é partilhado igualmente entre os representantes (art. 1855)
– Ex.: Avo, com dois filhos, sendo um pré-morto, que tinha três filhos, falece. O acervo será dividio em 50% para o filho vivo, seguindo os outros 50%, por representação, para serem divididos em igual valor entre os três netos, que são filhos do pré-morto.
Sucessão Legítima
• Sucessão decorrente do casamento– Conceitos prévios
a) Cônjuge passa a ser herdeiro necessário na legislação atual
b) Distinção entre meação e herançaa) Meação não é objeto de sucessão, pois pertence ao côjuge
por direito próprio. A meação está presente quando há bens comuns, de acordo com o regime de bens
b) Herança é o patrimônio particular do falecido e sua parte na meação. Pode ocorrer de o viúvo não ter direito a meação mas ter direito à sucessão, e vice-versa.
Sucessão Legítima
c) Cônjuge casado com estrangeiro pode invocar a legislação pátria do de cujus se essa lhe for mais favorável, quanto a bens do falecido situados no país conforme art. 10, § 1º, da Lei de Introdução.
d) Inexistindo ascendente ou descendente cônjuge herda totalidade (art. 1838)
Sucessão Legítima
• Concorrência entre cônjuge e descendentes– Cônjuges casados em comunhão universal• Cônjuge não participa (art. 1829, I)• Fundamentação seria a proteção patrimonial advinda
da meação
– Cônjuges Casados em separação obrigatória• Cônjuge não participa• Quando há a imposição legal do regime de separação
de bens? (art. 1641)• Críticas: Tratamento desigual ao mesmo regime
Sucessão Legítima
– Cônjuges casados em separação voluntária• Participa e concorre com descendentes• Fundamentação: Não receberia proteção patrimonial
por não ser meeiro, daí a proteção sucessõria• Críticas: Tratamento desigual em face do casado por
imposição legal do regime de separação de bens. Violação da autonomia da vontade dos nubentes quanto à possibilidade de transferência patrimonial.
– Cônjuges casados em participação final nos aquestos• Participa e concorre com os descendentes
Sucessão Legítima
– Cônjuges casados em comunhão parcial existindo bens particulares• Participa e concorre com descendentes• Problema: Concorre sobre qual parcela do patrimônio?
– A) Integralidade– B) Bens particulares do de cujus oriundos de sua meação, excluindo-
se os advindos dos bens excluídos da comunhão (aquestos)– C) Bens particulares – Linha predominante
• Críticas– A) Tratamento desigual entre os cônjuges, com base na existência
ou não de patrimônio particular– B) Tratamento desigual em face da união estável
Sucessão Legítima
• Cônjuges casados em comunhão parcial inexistindo bens particulares
• Não participa, não concorre com descendentes
Sucessão Legítima
– Sendo o cônjuge chamado a concorrer com os descendentes, quais serão os critérios de divisão adotados?
• A) Cônjuge e existência apenas de filhos comuns– Sucessão por cabeça – Igual quinhão para filhos e cônjuge– Há regra restritiva – Cota do cônjuge não pode ser inferior a ¼
da herança (art. 1832)
• B) Cônjuge e filhos exclusivos do falecido– Sucessão por cabeça – Igual quinhão– NÃO há a regra do ¼
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• C) Cônjuge e filiação híbrida– Existência de filhos exclusivos do de cujus e filhos comuns do
de cujus com o cônjuge supérstite– Ausência de marco legal– Confusão e divergência– Como assegurar direitos ao cônjuge e aos filhos sem resultar
em um tratamento não isonômico?– Igual quinhão sem observância de ¼ ?– Igual quinhão com observância de ¼ ?– Divisão da herança com a aplicação de ¼ à parcea dos filhos
comuns e sua não aplicação sobre a parcela dos filhos exclusivos?
– Fórmula Tusa?
Sucessão Legítima
• Sucessão do cônjuge em concorrência com ascendentes
• Ocorre quando há cônjuge e não há descendentes, havendo então a concorrência com os ascendentes
• O regime de bens é irrelevante para determinar a participação do cônjuge
• Concorrendo com ambos os ascendentes de primeiro grau, cabe ao cônjuge ⅓ da herança, seguindo os outros ⅔ para sucessão por linha entre os genitores (art. 1837)– Ou seja, cônjuge, pai e mãe acabam por receber cotas idênticas
Sucessão Legítima
• Concorrendo com ascendentes de grau mais distante (avós, por exemplo) ou com apenas um ascendente (mãe, por exemplo, sendo o pai do de cujus já falecido) ao cônjuge cabera ½ da herança, seguindo a outra metade para o ascendente vivo ou para a sucessão por linha
Sucessão Legítima
– Sucessão dos colaterais• Relembrar: Colaterais não são herdeiros necessários,
logo, só são chamados à sucessão se inexistirem cônjuge, descendentes e ascendentes• Os mais próximos excluem os mais remotos, sendo
assegurado, contudo, o direito de representação dos filhos do irmão (ou seja, dos sobrinhos do de cujus) (1840)• Irmãos unilaterais herdam ½ do que for herdado pelos
irmãos bilaterais (arts. 1841 e 1842)
Sucessão Legítima
– Outros aspectos• Direito real de habitação
– Independe do regime de bens, sendo deferido ao cônjuge (art. 1831) como direito personalíssimo, que se extingue com sua morte
– Não é usufruto, pois a finalidade é moradia– Não pode ser objeto de aluguel, comodato, permuta– O cônjuge sobrevivente pode constituir nova família e continuar
morando
• Conjuge separado de fato até dois anos antes da abertura da sucessão (art. 1830)– É herdeiro, se “inocente”– Como repensar essa disposição em face da EC 66?
Sucessão Legítima
• Sucessão do Companheiro– Críticas iniciais• Código Civil não o considera herdeiro necessário – E
daí?• Possui status inferior ao do cônjuge, na medida em que
concorre com colaterais• Regime de bens não altera chamamento à sucessão
Sucessão Legítima
– Marco normativo anterior – Lei 8.971/94– Usufruto de ¼ dos bens, se houver filhos comuns ou
exclusivos do de cujus, enquanto não constituir nova união/casamento (art. 2º)
– Usufruto de ½ dos bens, enquanto não constituir nova união/casamento, se não houver descendentes mas houver ascendentes (art. 2º)
– Totalidade da herança, se inexistirem descendentes e ascendentes (art. 2º)
– Tendo o companheiro colaborado, terá direito a metade do bem em relação ao qual colaborou (art. 3º)
– Previsão expressa de direito real de habitação na Lei n. 9.278/96, com a ressalva de não constituir nova família
Sucessão Legítima
– Marco normativo atual (art. 1790, CC)• Concorre sobre o que?
– Apenas sobre os aquestos (bens adquirdos onerosamente na constância da união estável – Art. 1790, caput)
• Concorrendo com os filhos comuns (art. 1790, I)– Cota equivalente ao atribuido a cada filho (igual quinhão)– Não há previsão legal da proteção a ¼, existente no
casamento
• Concorrendo com os descendentes exclusivos do de cujus (art. 1790, II)– Metade do que couber a cada filho– No casamento o quinhão é igual
Sucessão Legítima• Concorrendo com outros parentes sucessíveis (art. 1790, III)
– Cabe ao companheiro 1/3 da herança– Problema: “Outros parentes sucessíveis” não é o mesmo que
“ascendentes”, incluindo também os colaterais
• Inexistência de parentes sucessíveis– Totalidade da herança– Será? E os bens particulares? Serão considerados herança jacente e
vacante?
• E no caso de filiação híbrida?– Divergência – 1790, I? 1790, II? 1790, III?
• Direito real de habitação? Usufruto vidual?– Isonomia ou não-revogação da 9.278/96?