TEORIA GERAL DA
EXECUÇÃO – PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS DA EXECUÇÃO
Prof. Luis Fernando Alves
www.professorluisfernando.jur.adv.br
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4. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
EXECUÇÃO
4.1. PRINCÍPIOS DA NULLA EXECUTIO SINE TITULO E DA
EXECUÇÃO SEM TÍTULO PERMITIDA
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O que significa Nulla Executio Sine Titulo?
O significado é “não há execução sem titulo”. Pode-se dizer
que tradicionalmente ( CPC versão original) o processo de
execução tinha por fundamento o título executivo previsto na
lei ( numerus clausus) por possuir conforme a doutrina diz:
abstração ou eficácia abstrata.
O que significa a eficácia abstrata do título?
O título executivo é tradicionalmente definido como a
condição necessária e suficiente para a realização do
processo de execução, permitindo que se satisfaçam os atos
executivos independentemente de averiguação judicial,
quanto à efetiva existência do direito que lhe é subjacente.
4.1. PRINCÍPIOS DA NULLA EXECUTIO SINE TITULO E DA
EXECUÇÃO SEM TÍTULO PERMITIDA
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O princípio “Nulla Executio Sine Titulo” écompatível com o atual CPC após as reformas?
Percebe-se que esta concepção ajusta-se tão-somenteao processo de execução regulado no livro II do CPCque previu taxativamente o rol de títulos executivos.
Qual a nova concepção do CPC?
A nova concepção é não haver predefinição legal sobrequais fatos são capazes de autorizar a realização deatos executivos, sendo que o juiz deverá avaliar caso acaso, quais são as situações merecedoras de tutelaexecutiva. EX: Decisão que antecipa os efeitos datutela; Sentenças Executivas nos art.s 461 e 461-A;Ações de despejo) Tem carga de executividade
4.1. PRINCÍPIOS DA NULLA EXECUTIO SINE TITULO E DA
EXECUÇÃO SEM TÍTULO PERMITIDA
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“ O legislador, no entanto – a nosso ver, com razão,
optou por outro caminho: ao revogar a regra antes
contida no artigo 583 do CPC, deixou claro que, embora
o título executivo possa ser requisito para a obtenção de
algumas das modalidades de tutela executiva, nem toda
execução tem por base um título executivo. O princípio
da nulla executio sine titulo, assim convive com um
principio que lhe é oposto, já que há situações em que
se autoriza a execução, embora inexistente titulo
executivo que lhe sirva de base”. (MEDINA, José Miguel
Garcia. Processo Civil Moderno: Execução. 2ª ed.
rev. Atual. São Paulo> RT, 2012. v.3)
4.2. PRINCÍPIO DA TIPICIDADE E DA ATIPICIDADE DAS MEDIDAS
EXECUTIVAS
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TIPICIDADE: A esfera jurídica do executado somente
poderá ser afetada por formas executivas taxativamente
estipuladas pela norma jurídica. A existência de um rol
expresso de medidas executivas permite antever de que
modo a execução se realizará.
ATIPICIDADE: Ausência de modelo legalmente
predefinido a ser observado. Há uma multiplicidade de
mdeidas executivas diversas que podem ser aplicadas.
4.2. PRINCÍPIO DA TIPICIDADE E DA ATIPICIDADE
DAS MEDIDAS EXECUTIVAS
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Qual Princípio é aplicado na execução civilapós as reformas legislativas?
Há manifestações dos dois princípios,conforme a seguir:
Execução por quantia certa: prepondera oprincípio da tipicidade das medidasexecutivas.
Execução nas obrigações de fazer ou nãofazer e entrega de coisa: instituiu o princípioda atipicidade das medidas executivas. ( videart. 461 e 461-A)
4.3. PRINCÍPIOS DA AUTONOMIA E DO SINCRETISMO
ENTRE COGNIÇÃO E EXECUÇÃO
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CARACTERÍSTICAS DO PRINCÍPIO DA
AUTONOMIA:
Preponderou no processo de execução na versão
original do CPC/73;
A execução tanto de título judicial quanto extrajudicial,
era sempre um processo autônomo;
Os processos de conhecimento e execução seriam
“puros”;
As eventuais defesas do executado deveriam ser
apresentadas em processo distinto ( embargos)
4.3. PRINCÍPIOS DA AUTONOMIA E DO SINCRETISMO
ENTRE COGNIÇÃO E EXECUÇÃO
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APÓS A REFORMA COM A LEI 11.232/05 COMO
FICOU O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA?
Atualmente, apenas a execução de titulo
extrajudicial é que constitui um processo autônomo;(com as ressalvas da execução de sentença arbitral, penal condenatória, estrangeira ou
contra a fazenda pública).
A execução de sentença condenatória passou a ser
mera fase do processo de conhecimento. Agora
fala-se em fase cognitiva e fase executiva ou
sincretismos entre cognição e execução;
A sentença nos casos dos arts. 461 e 461-A já são
executivas e os atos executivos se realizam no
mesmo processo;
4.4. PRINCÍPIOS DA MÁXIMA EFETIVIDADE (UTILIDADE) E
DA MENOR RESTRIÇÃO POSSÍVEL ( MENOR
ONEROSIDADE)10
Tais princípios norteam quanto às medidas executivas a
serem realizadas;
Informa que para a realização de todos os atos
executivos deverá o juiz, ao mesmo tempo em que se
busca obter a maior vantagem ao credor, providenciar
para que tais atos realizem-se do modo menos
prejudicial ao devedor;
Art. 659, §2º do CPC expressa a UTILIDADE e o art.
620 do CPC expressa o princípio da MENOR
ONEROSIDADE.
“Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o
juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o
devedor.”
4.4. PRINCÍPIOS DA MÁXIMA EFETIVIDADE (UTILIDADE) E
DA MENOR RESTRIÇÃO POSSÍVEL ( MENOR
ONEROSIDADE)11
Exemplo clássico em que pode se dar a crise dos
princípios acima:
Admissibilidade de lanço de valor inferior ao da
avaliação, em segunda praça ou leilão x O art. 692 do
CPC dispõe que o juiz não poderá aceitar lanço que
importe preço vil. Como o juiz deve agir nessa situação
já que a norma não traça critérios objetivos?
OBS: É importante observar a conjugação dos dois
princípios sem o sacrifício total de algum. Outro critério
interessante é observar o lapso temporal entre a
avaliação e a arrematação.
4.5. PRINCÍPIO DA PATRIMONIALIDADE
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A execução recai sobre o patrimônio do devedor, sobre
os seus bens, e não sobre sua pessoa. Art. 591 CPC:
“O devedor responde, para o cumprimento de suas
obrigações, com todos os seus bens presentes e
futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei”.
Há casos de responsabilidade pessoal? Sim, somente
no caso do devedor de alimentos.
OBS: NÃO HÁ MAIS POSSIOBILIDADE DA PRISÃO
DO DEPOSITÁRIO INFIEL
4.6. PRINCÍPIO DO EXATO ADIMPLEMENTO
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Tal princípio informa que o credor deve, dentro do
possível, obter o mesmo resultado que seria alcançado
caso o devedor tivesse cumprido voluntariamente a
obrigação. A lei mune o juiz de meios de coerção e
sub-rogação.
A execução deve ser específica ( art.s 461 e 461-A).
Informa também que a execução se limite aquilo que
seja suficiente para o cumprimento da obrigação ( art.
659 CPC).
4.7. PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE
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Informa que o credor em regra poderá desistir da
execução a qualquer tempo sem a necessidade do
consentimento do devedor ( art. 569 do CPC);
Há casos que necessita da anuência do devedor, quais
sejam: Se a execução estiver embargada, e se os
embargos não versarem apenas questões
processuais.
E as custas em caso de desistência? Ficará a cargo
do credor o pagamento das custas e honorários
advocatícios
BIBLIOGRAFIA
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ASSIS, Araken de. Manual da execução. 9. ed.rev., amp. e atual. São Paulo: Revista dosTribunais, 2005.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições dedireito processual civil. 2.ed. rev. atual. SãoPaulo: Malheiros Editores, 2004. v. 4.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direitoprocessual civil: processo de execução eprocesso cautelar. 38. ed. São Paulo: Forense,2005. v. 2.
MEDINA, José Miguel Garcia. Processo CivilModerno: Execução. 2ª ed. rev. Atual. São Paulo>RT, 2012. v.3