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Polytechnie0V (iiida
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Licenciatura em Design de Equipamento
João Pedro Lopes Meio
junho 12017
II
III
Nota prévia
Algumas informações, tais como o nível de detalhe de certos trabalhos e ilustrações não
são completamente descritos neste documento devido a questões relacionadas com o
segredo empresarial. Deste modo, todos os elementos apresentados no presente relatório
têm o consentimento da Coziform, Lda.
IV
Agradecimentos
Inicialmente queria começar por agradecer a todos os que contribuíram, direta ou
indiretamente, para que este percurso se concretizasse e fizeram com que acreditasse em
todos os meus objetivos traçados e as minhas capacidades criativas.
Um enorme obrigado aos meus pais, que sem eles não seria o que sou hoje e pelo apoio
que me deram para que conseguisse alcançar os objetivos.
Um eterno obrigado à minha namorada Ana, que todos estes anos incansavelmente me
apoiou no possível e no impossível e se dedicou em me decifrar e tolerar. Se sou a pessoa
que sou hoje só o devo a ela.
Um enorme carinho à Catarina (pita), por tudo o que passámos até hoje, podemos ser cão
e gato, mas será sempre impossível passarmos sem a companhia um do outro.
À minha prima e afilhada Joana um obrigado por todos os momentos partilhados durante
estes vastos anos de amizade, pelos conselhos e por todo o apoio.
Mariana minha “piquena”, quando nasceste nunca imaginei que a nossa amizade pudesse
ser como é atualmente, um obrigado por todos os momentos partilhados.
A todos os meus familiares mais próximos, obrigado por toda a sabedoria partilhada e por
todos os momentos vivenciados.
À minha avó Aida por todos os ensinamentos e lições de vida que me transmitiu, nunca
deixando de me acompanhar e apoiar nas minhas escolhas e decisões.
Aos meus avós, que infelizmente já não poderão acompanhar-me na conclusão de mais
uma etapa da minha vida mas sei que sempre me apoiaram em todas as minhas decisões,
fossem elas boas ou más, um obrigado do tamanho do mundo.
Um agradecimento especial ao Professor Miguel Lourenço por ter aceite sem hesitação
ser meu orientador, pela partilha de conhecimentos assim como pelos conselhos
transmitidos durante o meu percurso académico. Por toda a dedicação e
comprometimento, um eterno obrigado.
V
Quero também agradecer a todos os colaboradores da Coziform, em especial ao Sr. Victor
Figueiredo por todo o conhecimento transmitido durante o estágio, ao Sr. João Carlos que
prontamente aceitou o meu estágio na empresa. A estas três pessoas que me “aturaram”
diariamente durante este pequeno percurso, dona Goretti, Joana e Zé Carlos um muito
obrigado por todos os conhecimentos e conselhos transmitidos, ao Jorge um obrigado por
toda a ajuda fornecida. A toda a equipa da Coziform um muito obrigado.
Por último, mas não menos importante, agradeço aos meus amigos e colegas que
estiveram presentes durante o percurso académico em especial à Ana Carvalho, Vanessa
Ferreira, Susana Moreira, Charlene Santos, Diogo Seco, Solange Silva e Bruno Silva
pelos momentos passados e partilhados.
A todos um grande bem-haja!
VI
Plano de Estágio
O estágio curricular tem por objetivo complementar a formação do aluno e aproximá-lo
da realidade da sua área de formação. No contexto do estágio facultado pela Coziform foi
definido o seguinte plano:
- Compreensão da estrutura organizacional da empresa;
- Acompanhamento das diferentes fases da elaboração dos projetos;
- Conhecimento dos vários modelos catalogados;
- Conhecimento dos vários materiais aplicados na produção;
- Conhecimento dos métodos de fabrico do mobiliário;
- Formação no software de produção Imos;
- Formação no software comercial Fusion.
VII
Resumo do Estágio
Ao longo do estágio o trabalho realizado na Coziform consistiu inicialmente na
aprendizagem de todas as linhas e modelos produzidos na empresa, o conhecimento
acerca dos materiais que acompanham cada modelo de cozinha, bem como de todos os
tipos de acessórios. O acompanhamento do trabalho promovido pelo tutor, Victor
Figueiredo, ocorreu durante todo o tempo do estágio, onde foram transmitidos muitos
conhecimentos acerca dos processos para a produção industrial de mobiliário. Durante o
estágio procedeu-se também a um período de formação em dois tipos de software
distintos. O Imos, um software de produção industrial e o Fusion, que permite fazer toda
a organização do espaço em imagem “renderizada” e simultaneamente faz a
orçamentação de todo o mobiliário e de todo o tipo de acessórios que uma cozinha
necessita. Foram realizados alguns acompanhamentos de projetos na empresa desde a
fase inicial até a fase de produção.
Houve, inicialmente, um pouco de dificuldade de adaptação ao trabalho decorrido na
empresa, não só a nível do software utilizado, bem como relativamente aos processos e
muito particularmente no que respeita ao conjunto de materiais utilizados na Coziform.
O Imos é um programa que, apesar de ser baseado em AutoCad, funciona de modo
diferente de todo o tipo de software lecionado durante o percurso académico; no Fusion
as maiores dificuldades encontradas relacionam-se com o conhecimento dos nomes
técnicos internos e as vastas bibliotecas onde os ficheiros se situam. Nos materiais foi
necessário adquirir conhecimento relativamente a madeiras e seus revestimentos, sendo
que neste campo de utilização dos materiais podem ser bastante específicos. Durante o
estágio foi dado mais enfase a utilização do Imos por se tratar da principal ferramenta de
trabalho do tutor sendo também expressa a sua vontade em se reforçar o conhecimento
relativo a este software com intuito de promover um estágio profissional ou mesmo um
contrato dirigido ao estagiário.
Foram desenvolvidos dois projetos com a participação do estagiário em todas as suas
etapas. Contudo devido à curta duração do estágio não foi possível acompanhar a fase de
produção do mesmo.
VIII
“A simplicidade é o último grau de sofisticação”
Leonardo da Vinci
IX
Índice
Abreviaturas e acrónimos ......................................................................................... XIV
Introdução Geral ............................................................................................................ 1
1.1. Introdução .............................................................................................................. 4
1.2. Concelho de Viseu ................................................................................................. 4
1.3. A Coziform ............................................................................................................ 7
1.3.1. Localização da Empresa acolhedora ............................................................... 7
1.3.2. Organigrama institucional ............................................................................... 8
1.3.3. Instalações e ambiente de trabalho .................................................................. 9
1.3.4. Desenvolvimento do Estágio ......................................................................... 10
1.3.5. Metodologia utilizada na Coziform............................................................... 10
Capitulo II: Materiais, Modelos e Linhas .................................................................. 12
2.1. Matéria-Prima ...................................................................................................... 13
2.1.1. MDF .............................................................................................................. 13
2.1.2. Aglomerados ................................................................................................. 14
2.1.3. Contraplacado Marítimo ............................................................................... 14
2.2. Acabamentos ........................................................................................................ 15
2.2.1. Melamina ....................................................................................................... 15
2.2.2. Termolaminado HPL ..................................................................................... 16
2.2.3. Lacagem ........................................................................................................ 17
2.3. Tampos ................................................................................................................. 17
2.3.1. Tampo HPL ................................................................................................... 18
2.3.2. Tampo Silestone ............................................................................................ 18
2.3.3. Tampo Dekton ............................................................................................... 19
2.3.4. Tampo Granito .............................................................................................. 19
2.4. Modelos de mobiliário ......................................................................................... 20
X
2.4.1 Linhas de mobiliário....................................................................................... 21
2.5. Outros aspetos técnicos ........................................................................................ 21
Capitulo III: Ergonomia e Antropometria da Cozinha ............................................ 23
3.1. Antropometria no âmbito da cozinha ................................................................... 24
3.2. Ergonomia da cozinha.......................................................................................... 27
Capitulo IV: Projetos desenvolvidos ........................................................................... 31
4.1. Nota do Cliente .................................................................................................... 32
4.2. Avaliação dos componentes essenciais ................................................................ 33
4.3. Proposta A e B ..................................................................................................... 34
4.3.1 Organização do espaço da proposta A ........................................................... 35
4.3.2. Equipamentos elétricos ................................................................................. 37
4.3.3. Listagem de mobiliário.................................................................................. 38
4.3.4. Planta e perspetivas referentes à proposta A ................................................. 39
4.3.5. Organização do espaço da proposta B........................................................... 41
4.3.6. Listagem de mobiliário.................................................................................. 43
4.3.7. Planta e perspetiva proposta B ...................................................................... 44
4.3.8. Produção da proposta B através do programa informático Imos .................. 46
Capitulo V: Participação em outros projetos............................................................. 47
5.1. Cooperação em projetos desenvolvidos ............................................................... 48
5.1.1. Práticas com programas informáticos ........................................................... 48
5.1.1.1. Práticas com programa informático Imos - Trabalho 1 .......................... 49
5.1.1.2. Práticas com programa informático Imos - Trabalho 2 .......................... 50
5.1.1.3. Práticas com programa informático Fusion - Trabalho 1 ....................... 51
5.1.2. Produção com programa informático Imos ................................................... 52
Conclusão ...................................................................................................................... 53
Referências bibliográficas ............................................................................................ 55
Anexos ............................................................................................................................ 56
XI
Anexo 1 - Catálogo Coziform .......................................................................................A
Anexo 2 - Aventos ........................................................................................................G
Anexo 3 - Canto Cego.................................................................................................... I
Anexo 4 - Kits ...............................................................................................................K
Anexo 5 - Orlas ............................................................................................................ M
Anexo 6 - Tabela Antropométrica ................................................................................O
Anexo 7 - Proposta 1.....................................................................................................Q
Anexo 8 - Proposta 2.....................................................................................................V
Anexo 9 - Trabalhos Imos.......................................................................................... AA
Anexo 10 - Produção Imos ......................................................................................... FF
XII
Índice de Imagens
Figura 1: Bandeira de Viseu ............................................................................................. 4
Figura 2: Brasão de Viseu ................................................................................................ 4
Figura 3: Logo Coziform .................................................................................................. 7
Figura 4: Localização Coziform ....................................................................................... 7
Figura 5: Organigrama Coziform ..................................................................................... 8
Figura 6: Instalações e ambiente de trabalho.................................................................... 9
Figura 7: Metodologia Coziform .................................................................................... 11
Figura 8: MDF ................................................................................................................ 13
Figura 9: Aglomerados ................................................................................................... 14
Figura 10: Contraplacado Marítimo ............................................................................... 14
Figura 11: Melamina ...................................................................................................... 15
Figura 12: Termolaminado HPL..................................................................................... 16
Figura 13: Lacagem ........................................................................................................ 17
Figura 14: Tampo HPL ................................................................................................... 18
Figura 15: Tampo Silestone ............................................................................................ 18
Figura 16: Tampo Dekton............................................................................................... 19
Figura 17: Tampo Granito .............................................................................................. 19
Figura 18: Altura do cotovelo ......................................................................................... 24
Figura 19: Alcance horizontal de preensão .................................................................... 25
Figura 20: Alcance vertical de preensão......................................................................... 25
Figura 21: Largura corporal ............................................................................................ 26
Figura 22: Altura das bancadas de trabalho.................................................................... 27
Figura 23: Profundidade das bancadas de trabalho ........................................................ 28
Figura 24: Dimensão do espaço de circulação ............................................................... 29
Figura 25: Organização do espaço.................................................................................. 30
Figura 26: Planta do espaço ............................................................................................ 33
Figura 27: Planta da organização do espaço da proposta A ........................................... 35
Figura 28: Vista lateral esquerda da proposta A............................................................. 36
Figura 29: Vista frontal da proposta A ........................................................................... 37
Figura 30: Planta da proposta A através software Fusion .............................................. 39
Figura 31: Vista em perspetiva da proposta A pormenor lado direito ............................ 40
Figura 32: Vista em perspetiva da proposta A ............................................................... 40
XIII
Figura 33: Planta de disposição do mobiliário da proposta B ........................................ 41
Figura 34: Vista lateral esquerda da proposta B ............................................................. 42
Figura 35: Planta da proposta B através software Fusion .............................................. 44
Figura 36: Vista em perspetiva da proposta B lado direito ............................................ 45
Figura 37: Vista em perspetiva da proposta B ................................................................ 45
Figura 38: Produção Imos da proposta B ....................................................................... 46
Figura 39: Modelo “city” ................................................................................................ 49
Figura 40: Modelo “minimal plano” .............................................................................. 50
Figura 41: Software Fusion modelo “city” ..................................................................... 51
Figura 42:Produção modelo "minimal plano" ................................................................ 52
Figura 43: Produção modelo "easy" ............................................................................... 52
Figura 44: Produção modelo "inbox" ............................................................................. 52
XIV
Abreviaturas e acrónimos
° C: Graus Celcius
1P: Móvel superior ou inferior de uma porta
21g: Móvel inferior de dois gavetões e uma gaveta
2P: Móvel superior ou inferior de duas portas
CAD 3D: Desenho assistido por computador a três dimensões
cm: Centímetros
Ferragens: Sistema lateral com corrediças para gavetas
Frio: Móvel de frigorífico com ou sem encastre
Fusion: Software de Orçamentação e Imagem
Imos: Software de Produção
LL: Lava-loiça
micro e forno: Coluna com suporte para micro-ondas e forno
MLL: Máquina de lavar loiça
mm: Milímetros
Placa: Móvel com suporte para placa de indução
P (x): Percentil de ordem (x)
RH: Relações Humanos
RP: Relações Públicas
Vista: Complemento de cozinha vista de correção
Palavras-chave: Design; Projeto; Cozinhas; Coziform.
1
Introdução Geral
Um relatório de estágio é a oportunidade do aluno descrever todo o seu percurso ao longo
do estágio curricular. O presente documento visa realçar, o trabalho desenvolvido durante
o período de estágio realizado na empresa Coziform, que fica localizada no distrito de
Viseu, na localidade de Oliveira de Barreiros, sendo este processo registado através de
diversas informações relativas a projetos nos quais o estagiário participou.
Este relatório de estágio curricular foi realizado como parte integrante dos requisitos para
a obtenção do grau de licenciado em design de equipamento, assim como uma introspeção
da minha própria experiência e prestação nesta demanda. De referenciar a importância
desta experiência onde pude pôr em prática aptidões adquiridas, assim como melhorar a
minha própria destreza na realização de projetos. A realização do estágio estabeleceu uma
vinculação entre os conhecimentos teórico-práticos obtidos durante o percurso académico
e a prática em contexto laboral na empresa acolhedora. A minha passagem nesta empresa
esteve compreendida entre o dia seis de março e três de maio de 2017 e foi a primeira
oportunidade que vivenciei nesta área profissional e que contribuiu para o meu
desenvolvimento profissional e pessoal.
O relatório está subdividido em quatro capítulos distintos. O primeiro capítulo apresenta
informações sobre a cidade de Viseu e a empresa Coziform, sendo retratados os interesses
organizacionais, o organigrama, o ambiente de trabalho, bem como a metodologia de
trabalho adotada por esta empresa.
No segundo capítulo apresenta-se o conhecimento de todos os modelos catalogados que
são acompanhados por três linhas de mobiliário distinto. Estão ainda salientados os
materiais utilizados por esta indústria, bem como os diferentes tipos de acabamentos. Ao
longo deste capítulo serão ainda descriminados os diversos tipos de tampos. Para concluir
este capítulo são destacados diversos aspetos técnicos utilizados nesta indústria.
No terceiro capítulo apresenta-se a aplicação de conceitos úteis para este tipo de projetos
no que diz respeito à antropometria e ergonomia. Para concluir este capítulo é apresentada
uma metodologia de organização do espaço da cozinha.
2
No quarto capítulo apresenta-se o processo de desenvolvimento de dois projetos de
cozinha na qual pode ser destacado, a avaliação aos componentes essenciais de uma
cozinha, a organização do espaço, a localização das tomadas elétricas e do sistema de
águas, a listagem do mobiliário, a listagem dos equipamentos elétricos e as perspetivas
“renderizadas” dos projetos apresentados.
No quinto capítulo são apresentados vários trabalhos realizados através dos programas
informáticos utilizados pela empresa, o Imos e o Fusion, ficando destacadas algumas das
complexidades que poderão ser encontradas na realização de projetos semelhantes.
Por último, nos anexos estão dispostos detalhadamente os modelos disponibilizados pela
Coziform bem como todas as informações imprescindíveis a esta indústria.
Após esta fase introdutória em que foi feita uma esquematização sintética do documento
irá abordar-se a contextualização do estágio curricular.
3
Capitulo I: Localização e Apresentação da Empresa
4
1.1. Introdução
O estágio curricular, realizado na empresa Coziform, Lda., integra o curso de Design de
equipamento da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da
Guarda. A empresa situa-se em Oliveira de Barreiros, uma povoação que pertence à
freguesia de São João de Lourosa, desta freguesia constam 11 povoações, Oliveira de
Barreiros, Coimbrões, Lourosa de Cima, Lourosa de Baixo, Teivas, Cabanões,
Rebordinho, Vilela, Póvoa de Moscoso, Cumieira e Banho. Em Banho estão situadas as
únicas termas do conselho de Viseu, conhecidas como termas de Alcafache.
1.2. Concelho de Viseu
A cidade de Viseu, sede do concelho com o mesmo nome, é a segunda maior cidade do
centro de Portugal, está dividido em 25 freguesias. Este é limitado a norte pelo concelho
de Castro Daire, a nordeste por Vila Nova de Paiva, a leste por Sátão e Penalva do Castelo,
a sudeste por Mangualde e Nelas, a sul por Carregal do Sal, a sudoeste por Tondela, a
oeste por Vouzela e a noroeste por São Pedro do Sul.
Figura 1: Bandeira de Viseu
Fonte: CM Viseu
Figura 2: Brasão de Viseu
Fonte: CM Viseu
5
Monumentos
A cidade de Viriato é mais do que os monumentos que respiram história, é também um
legado arquitetónico, no qual podemos destacar: a Sé de Viseu (séc.; XII), a Igreja da
Misericórdia (séc.; XVI), a Igreja de Santo António que surge agregada ao Mosteiro do
Bom Jesus (séc.; XVI), Igreja do Seminário (séc.; XVII), Igreja do Carmo (séc.; XVIII),
Igreja de São Miguel do Fetal (séc.; VIII-IX), Igreja da Ordem Terceira de São Francisco
(séc.; XVIII), Igreja de Nossa Senhora da Conceição (séc.; XVI) e por fim Capela de
Santo António de Prime (séc.; XVI), onde é notório o envolvimento da cidade na
arquitetura ao longo dos séculos.
Espaços Naturais
Viseu sempre promoveu diversos melhoramentos a nível dos espaços públicos da cidade,
desenvolveram-se grandes manchas florestais constituídas pelo parque natural do
Fontelo, parque Aquilino Ribeiro, parque linear do rio Paiva e o parque linear da radial
de Santiago, assim Viseu ganha o título de cidade jardim um título com mais de 80 anos,
podendo ainda destacar-se diversos jardins, tais como: o jardim Tomás Ribeiro, Jardim
das Mães, Jardim Santa Cristina, Jardim de Santo António.
Viseu uma cidade vinhateira
No coração do imenso planalto de solo granítico protegido pelas serras da Estrela,
Montemuro e Caramulo, a cidade de Viseu é reconhecidamente a capital de uma das mais
singulares regiões vitivinícolas de Portugal. A região Demarcada do Dão foi instituída
em 1908 a primeira região demarcada de vinhos não licorosos do país. A região do Dão
é conhecida como a Borgonha Portuguesa, podendo-se destacar algumas das castas mais
emblemáticas:
Touriga Nacional: é a casta mais nobre, dela surgem vinhos com bom teor
alcoólico, com aromas intensos, encorpados, com taninos nobres e suscetíveis de longo
envelhecimento.
6
Encruzado: entre as castas brancas é a mais nobre. Tem um bom teor alcoólico,
com aromas complexos, frescos e relativamente secos.
Jaen: tem um teor alcoólico regular, com aromas intensos de fruta muito madura.
Possui taninos de qualidade e de grande macieza.
Alfrocheiro Preto: confere aos vinhos aromas finos que ganham complexidade
com o passar dos anos.
Gastronomia
A gastronomia viseense é tipicamente beirã, com petiscos variados e bem condimentados.
Esta é a terra dos famosos Rancho à Moda de Viseu, Vitela Assada à Lafões, Arroz de
Carqueja, entrecosto com Chouriço e Grelos, Cozido à Portuguesa e Cabrito Assado. De
doçaria destaca-se o Viriato, os Pastéis de Feijão e as Castanhas de Ovos.
Eventos
Viseu tem a feira franca mais antiga do país, conta já com 625 edições sendo mesmo
considerada a mais antiga da Península Ibérica. Esta feira atrai mais de 1 milhão de
pessoas gerando um volume de negócios superior a 4 milhões de euros. É mais de um
mês de festa para todos os públicos onde se reúnem concertos, diversões, artesanato e
tradições.
7
1.3. A Coziform
A Coziform é uma empresa sediada em
Viseu, fundada em 2004 pelos sócios Victor
Figueiredo e João Carlos Lopes, tem por
objetivo o desenvolvimento de projetos de
mobiliário de interior.
A sua atividade é a produção de mobiliário de cozinha, mobiliário de casas de banho e
roupeiros com vista a oferecer aos seus clientes mobiliário de elevada qualidade. Uma
empresa dinâmica que aposta no desenvolvimento de mobiliário com design inovador vai
procurar aos seus colaboradores a experiência coletiva e individual para aprofundar a
eficiência na cozinha moderna.
1.3.1. Localização da Empresa acolhedora1
A empresa situa-se a cerca de 2.5 km da saída Viseu sul da autoestrada “A 25”, que faz
ligação Guarda – Aveiro
1 www.google.pt/maps
Figura 4: Localização Coziform
Fonte: Elaboração própria
Figura 3: Logo Coziform Fonte: Coziform
8
1.3.2. Organigrama institucional
A Coziform segue uma estrutura globalmente horizontal, segundo diversos
departamentos, sendo o conselho administrativo composto por dois sócios (fig.5). No
Departamento Técnico trata-se todo o processo digital da empresa, ou seja, tudo o que diz
respeito aos dois programas informáticos essenciais da empresa o Imos e o Fusion
nomeadamente plantas, desenhos técnicos, orçamentos, etc. O Departamento Comercial
trata essencialmente o contacto permanente com os clientes assim como a planificação
das cozinhas cores, linhas, modelos, etc. O Departamento Financeiro é responsável por
tudo o que diz respeito a faturação da empresa, dos clientes e funcionários. O
Departamento de RP e RH é responsável por toda a comunicação exterior e interior da
empresa particularmente a marcação de reuniões, voos, documentação social e financeira
junto das instituições do estado, etc. O Departamento de Produção está subdividido por
dois sub departamentos, a Maquinaria e “Assemblagem”, que é responsável pelo corte da
matéria-prima e montagem das cozinhas, roupeiros e casas de banho e o sub departamento
Limpeza que é responsável pela limpeza do mobiliário e instalações. O Departamento da
Logística é responsável por todo o provisionamento de matéria-prima e seus
componentes, tais como ferragens, madeiras, puxadores, etc. De referir ainda que este
tem um sub departamento, a Montagem e Reparações que é responsável pelo
agendamento de todo o tipo de trabalho exterior à empresa (montagem e reparações de
equipamentos no local da obra). O conselho administrativo é composto por os dois sócios
fundadores da empresa que se incubem das decisões máximas e ainda supervisionam os
trabalhos desenvolvidos nos diversos departamentos. Na figura 5 podemos observar de
forma esquematizada a organização funcional da empresa.
Figura 5: Organigrama Coziform
Fonte: Elaboração própria
9
1.3.3. Instalações e ambiente de trabalho
A Coziform está equipada com a mais avançada tecnologia, tanto a nível de maquinaria
como a nível de software, para a produção das mais requintadas peças de mobiliário. Na
figura 6 pode observar-se uma vista interior da Coziform bem como o exterior das suas
instalações, desde o escritório onde são desenvolvidos os projetos até ao sector da
produção passando ainda pela área do armazenamento da matéria-prima.
Figura 6: Instalações e ambiente de trabalho Fonte: Elaboração própria
10
1.3.4. Desenvolvimento do Estágio
O estágio foi iniciado no dia seis de Março tendo começado pela apresentação por parte
do Sr. Victor Figueiredo da empresa de forma pormenorizada, bem como dos
colaboradores da Coziform. Foram apresentadas algumas opções de horário de trabalho.
Por opção própria e também devido à curta duração do estágio o horário praticado foi das
8:40h às 12.30h e das 14h às 18:30h, assim foi possível progredir no estágio de forma
mais eficiente de modo a aumentar as minhas aptidões no software de produção e de
orçamentação.
Nos primeiros dias familiarizaram-me com todos os princípios de construção de
mobiliário de cozinha, casas de banho e roupeiros tanto a nível digital como na
componente prática. Para progredir no software de construção houve a necessidade de
tomar conhecimento relativamente a todos os modelos e linhas de mobiliário catalogado
bem como de todo o material, cores e ferragens associados a cada um deles.
1.3.5. Metodologia utilizada na Coziform
Na Coziform todos os projetos são encarados de forma singular e individualizados com
um carácter especial colocando as necessidades dos clientes em primeiro lugar. A
metodologia utilizada pela Coziform apresenta-se da seguinte forma como podemos
verificar na imagem 7 da página 11.
11
Fig
ura
7:
Met
od
olo
gia
Cozi
form
Fonte
: E
lab
ora
ção p
róp
ria
12
Capitulo II: Materiais, Modelos e Linhas
13
2.1. Matéria-Prima
Durante todo o estágio houve a necessidade de um aumento do conhecimento da matéria-
-prima utilizada pela Coziform e por grande parte da indústria do mobiliário, podendo
ficar destacada a seguinte matéria-prima.
2.1.1. MDF
Painel de fibras de média densidade
(Medium Density Fiberboard)
formado por aglutinação das fibras de
madeira com resinas sintéticas em
processo seco. Este painel apresenta
uma superfície lisa, compacta e
homogénea. O MDF apresenta maior
homogeneidade que o aglomerado de
partículas em toda a espessura da
placa, o que lhe confere maior
estabilidade dimensional face a
variações de humidade relativa do ar. Vocacionado para cobrir uma vasta gama de
aplicações desde o mobiliário em geral à decoração, pode verificar-se uma ótima
performance em todas elas. Com uma superfície isenta de irregularidades é um produto
adequado a qualquer tipo de acabamento com velaturas2, vernizes, lacagem, folha de
madeira, papel melamínico e termolaminado.
2 Lasur ou Velatura é um produto impregnante da madeira e apresenta acabamento de “poro aberto”, forma um filme
muito fino e flexível que acompanha as contrações e dilatações naturais da madeira.
Figura 8: MDF Fonte: Egger
14
2.1.2. Aglomerados
Os painéis de aglomerado standard são
constituídos por partículas de madeira
aglutinadas com resinas de ureia-
formaldeído (UF) para aplicação em
ambiente seco. A superfície é crua, lisa
e uniforme. As suas características
permitem a utilização generalizada na
indústria de mobiliário como suporte
para aplicação de folha de madeira,
papel melamínico e termolaminado.
Utilizado em aplicações interiores, de carpintaria e fabrico de mobiliário, sendo de
destacar o seu excelente comportamento ao corte, lixagem e acabamento.
2.1.3. Contraplacado Marítimo
O contraplacado marítimo com
acabamento em Okoumé é um painel
derivado de madeira obtido por
colagem de camadas adjacentes com
fios cruzados, ângulos retos, com faces
em madeira desenrolada. Tem elevada
qualidade, estabilidade e resistência. O
Marítimo Okoumé3 é ideal para
aplicação exterior, casas de banho e
indústria naval. A sua resistência à
humidade permite até o uso em
fachadas e em locais sujeitos a intempéries.
3 Acabamento do contrapalado marítimo
Figura 9: Aglomerados
Fonte: Egger
Figura 10: Contraplacado Marítimo Fonte: Egger
15
2.2. Acabamentos
O acabamento da matéria-prima é essencial não só para aumentar a sua durabilidade mas
também para que seja esteticamente apelativa, deste modo podem-se destacar os seguintes
acabamentos utilizados pela indústria do mobiliário de cozinha.
2.2.1. Melamina
A melamina é uma capa sintética que
pode ser aplicada, através de cola, em
aglomerados de madeira ou em MDF,
embora no MDF não se justifique a sua
aplicação pois a melamina é um
revestimento de baixo custo é em norma
aplicado em aglomerado de madeira por
ser um material mais económico. No
mercado está disponível em variadas
cores podendo estas ser de folheado de
madeira natural ou mesmo com
acabamento mate ou de alto brilho. Apesar de ser um produto económico podemos
verificar as seguintes características: alguma resistência à fissuração; resistência aos
riscos; fácil manutenção e resistência aos produtos químicos utilizados na cozinha.
Contudo a melamina também apresenta algumas desvantagens das quais podemos
destacar as seguintes: devido a esta ser um género de capa necessita de orlas para que o
material de suporte seja devidamente coberto deixando à vista juntas entre os dois
materiais; como é um acabamento demasiado fino apresenta pouca resistência à humidade
podendo ter uma durabilidade mais reduzida e para garantir uma maior durabilidade este
acabamento deve ser aplicado na vertical.
Figura 11: Melamina
Fonte: Polyrey
16
2.2.2. Termolaminado HPL
O HPL (hight pressure laminate ou
laminados de alta pressão) é um
acabamento que pode ser aplicado
sobre aglomerados de madeira ou
MDF, este acabamento pode ser
produzido por dois processos
semelhantes por alta pressão ou baixa
pressão a diferença entre eles é a
pressão aplicada no processo de
produção. Em norma o material de
suporte onde o HPL é aplicado é o
MDF. O HPL possui três camadas distintas, a primeira camada é uma pelicula
transparente que aumenta a resistência do HPL à abrasão, aos riscos e ao calor, está
aplicada por cima da folha vermelha como está ilustrado na figura 12; a segunda camada
é uma melamina que define a cor do produto e na figura 12 representa a folha vermelha;
a terceira camada é formada por várias folhas papel Kraft que é usado como camada base
de sustentação às outras duas camadas e serve também para controlo da espessura do
material, na figura 12 estão representadas pelas restantes folhas. Estas três camadas são
coladas com resinas de fenol-formaldeído e de seguida são consolidadas em alta pressão
e a cerca de 120ºC. Podem destacar-se as seguintes características: resistência aos
choques; resistência à abrasão; resistência à humidade; resistência aos riscos; resistência
ao calor; solidez da cor à luz artificial; elevada resistência a produtos químicos; pode ser
utilizado em planos verticais e horizontais. A única desvantagem que encontramos no
HPL é a necessidade de haver orlas deixando à vista juntas entre os dois materiais.
Figura 12: Termolaminado HPL
Fonte: Polyrey
17
2.2.3. Lacagem
A lacagem ou pintura eletrostática é um
processo de pintura que tem como
finalidade o revestimento do ferro,
alumínio, madeiras e vidros com uma
película de polímero termo-endurecível
colorido (pó de poliéster).
A lacagem garante 50% em economia
de tinta, 45% menos tempo de
aplicação, 90% menos tempo de cura
para o manuseio da peça, e muito mais
fixação. A cura da camada de tinta depositada é obtida pelo processo de polimerização
formando um filme rígido, obtido em estufa convectiva com temperatura variada entre
120 °C e 260 °C. Um ótimo exemplo de pintura eletrostática a pó são as molas: que
mesmo flexionadas, a tinta permanece intacta.
2.3. Tampos
Os tampos são componentes essenciais numa cozinha não só como base para o
manuseamento de alimentos e utensílios de cozinha, como também para aumentar a
durabilidade da cozinha impedindo que haja infiltrações nos móveis inferiores. Deste
modo podem ficar destacados os seguintes tampos.
Figura 13: Lacagem
Fonte: Norticor
18
2.3.1. Tampo HPL
Possui as mesmas características
mencionadas anteriormente secção
2.2.2. Aqui o HPL está aplicado em
forma de tampo podemos destacar as
seguintes características: superfície
não porosa resistente às manchas, ao
calor até 180 °C, aos salpicos, ao
atrito e aos choques; componente
antibacteriano; adequado ao contacto alimentar; durável e com proteção anti humidade,
colagem resistente a água e ao calor. Ideal para aplicações em superfície de trabalho,
tampo de mesa, ilha, painel, em ambientes sensíveis a uma elevada higiene, como no
comércio, hotelaria, saúde, entre outros. As cores do acabamento podem ser desde
granito, madeiras, cores de alto brilho e metais.
2.3.2. Tampo Silestone
Silestone é composto por cerca de
94% de quartzo natural o que lhe
proporciona dureza e resistência. É
uma superfície excelente para
bancadas de cozinha pois possui
uma quantidade reduzida de juntas.
O Silestone é uma superfície não
porosa e altamente resistente a
manchas de café, vinho, sumo de limão, azeite, vinagre, maquilhagem e muitos outros
produtos do dia-a-dia. Está disponível em diversas cores, texturas e acabamentos. Tem
pouca resistência a choques térmicos, podendo este ficar danificado.
Figura 14: Tampo HPL Fonte: Polyrey
Figura 15: Tampo Silestone
Fonte: Silestone
19
2.3.3. Tampo Dekton
A superfície Dekton é altamente resistente
à luz dos raios ultravioleta e não sofrerá
alterações de cor ao longo do tempo.
Possui resistência a manchas devido a uma
porosidade extremamente baixa, não
contendo resinas; é resistente ao calor pois
suporta temperaturas elevadas sem ficar
queimada e sem rachar, é possível colocar
panelas quentes ou eletrodomésticos,
diretamente na superfície sem qualquer
perigo de a danificar; resistente ao frio pois
o coeficiente baixo de expansão térmica da superfície torna-a à prova de choque térmico
tanto em condições de calor extremo, como de frio extremo; tem maior resistência à
abrasão do que o granito. Está disponível em diversas cores, texturas e acabamentos.
2.3.4. Tampo Granito
É um material natural, com textura
granulada ou lisa e com tonalidades suaves.
Elevada resistência a risco e manchas e
alguma resistência a temperaturas elevadas.
As cores estão restritas à cor natural do
granito.
Figura 16: Tampo Dekton Fonte: Dekton
Figura 17: Tampo Granito
Fonte: Lusostone
20
2.4. Modelos de mobiliário
A Coziform possui um vasto leque de modelos de cozinha com características bastante
peculiares não só a nível da forma e dos acabamentos, mas também a nível da matéria-
prima podendo estas variar de cozinha para cozinha. Enumeram-se os seguintes modelos
de cozinha, o “easy”, o “inbox, o “city”, o “minimal”, o “glamour”, o “nature”, o
“bubles” e o “classic”. Estes modelos de cozinha, roupeiros e casas de banho estão
presentes no Anexo 1.
O “easy” é simples nas suas linhas, caraterizado pelos grandes volumes dos móveis e
pelas superfícies largas. O “inbox” ostenta um design moderno com linhas simples e
direitas, este não possui acabamento em madeiras naturais ficando restrito às cores sólidas
e de alto brilho. O “city” é definido pelo rigor estético por ter capacidade para se
aplicarem vários materiais e acabamentos. O “minimal” tem um design minimalista e
caracteriza-se por elementos simples e a ausência de puxadores, as cores utilizadas estão
restritas aos brilhos e altos brilhos. O “glamour” destaca-se pela utilização de materiais
mais nobres, com linhas verticais e horizontais longas e acabamento em altos brilhos. O
“nature” tem notoriedade pela utilização dos acabamentos em folheado de madeira com
grandes áreas de superfície e móveis com volume mais reduzido. O “bubles” é um
conjunto mais rigoroso dos móveis devido à utilização de materiais de elevada qualidade
com a utilização de laminados de madeira natural e a redução dos volumes. O “classic”
carateriza-se pela utilização de materiais naturais como a madeira de carvalho e de faia,
o design remonta ao mais tradicional do setor.
21
2.4.1 Linhas de mobiliário
Os modelos mencionados na secção anterior 2.4 são complementados por três linhas de
mobiliário, cada uma possui características diferentes para concederem a cada modelo
características inigualáveis e exclusivas. Podemos enumerar a linha “exclusive”, a linha
“excellence” e a linha “confort”.
A linha “exclusive” é dotada de um interior em aglomerado de madeira de 19 mm ou em
“Super-Pan” de 19 mm revestido por “melamina” branca, e todo o tipo de ferragens é da
marca “Blum”, deste modo esta linha é a vanguarda da Coziform.
A linha “excellence” possui um interior que pode variar entre 18 mm e 19 mm de
espessura com acabamento em “melamina linho Cancun” ou “Super-Pan”, as ferragens
para as gavetas são da marca “Blum” e as dobradiças são da marca “Hetich”, esta linha
é considerada como uma linha de média alta gama.
A linha “confort” o interior é composto por aglomerado de madeira de 16 mm de
espessura revestido a “melamina” cinza ou branca, as ferragens para gavetas e dobradiças
são da marca “Emuca”, esta linha é considerada como a linha mais económica da
Coziform.
2.5. Outros aspetos técnicos
No decorrer do estágio o confronto direto com novos termos técnicos foi inevitável,
muitos deles utilizados por toda a indústria de produção de mobiliário, outros apenas pela
Coziform, deste modo devido a possibilidade de comprometer alguns dos segredos da
empresa, os termos técnicos abordados são de utilização por toda a indústria de
mobiliário.
As “ilhargas” são painéis verticais que se aplicam nas laterais externas de um móvel que
não tenha o mesmo tipo acabamento que a parte frontal. Estas apenas se aplicam em
situações em que o contacto visual com o utilizador é permanente, ficando o móvel com
a lateral do mesmo tipo de acabamento que a parte frontal.
22
As “Vistas de correção” são um complemento para a cozinha, ou seja, aqueles pequenos
espaços que ficam entre móveis, ou mesmo entre móveis e paredes. Estas são utilizadas
para que a linearidade contínua da cozinha não seja quebrada podendo ser superiores ou
inferiores.
Os “Aventos” ou portas elevatórias podem ter as seguintes variações de modelos, sendo
denominadas pelas seguintes abreviaturas “HK”, “HS”, “HL”, “HF”, mas os modelos
mais comuns são o modelo “HK-XS” e o modelo “H”. Estes aventos podem ser desde
amortecedor a sistemas elétricos, como podemos verificar no anexo 2.
Os móveis “CC” ou canto cego podem ser constituídos por vários “Kits” internos,
podemos destacar o “canto mágico com gaveta”, o “canto mágico reversível”, o “canto
mágico três quartos”, “o canto mágico Lua” e o “canto LeMans”, como podemos
verificar no anexo 3.
Os móveis com “Kit”, por norma, são móveis que possuem no interior um acessório
podendo ser: “kit porta garrafas”, “kit cesto porta pão”, “kit de produtos de limpeza”,
“kit de acessórios para culinária”, ”kit minis despenseiros” ou um “kit de especiarias”,
que podemos encontrar no anexo 4.
As orlas são indispensáveis para rematar de forma harmoniosa e discreta todo o tipo de
móveis, estas podem ser de orla grossa ou fina e podem ter todo o tipo de cores. Estas
encontram-se em anexo 5.
23
Capitulo III: Ergonomia e Antropometria da Cozinha
24
3.1. Antropometria no âmbito da cozinha
Para a criação de mobiliário de cozinha é necessário ter em conta diversos fatores,
nomeadamente, o país a que se destina, para que se consiga obter a informação
antropométrica mais adequada. O que nem sempre é possível, por falta de dados, no caso
da população portuguesa em relação a muitas medidas. Há medidas chave que terão que
ser sempre tomadas em conta como a altura do cotovelo, o alcance frontal de preensão, o
alcance vertical de preensão e a largura corporal máxima como podemos observar nas
figuras 18, 19, 20 e 21:
Altura do cotovelo é a distância medida verticalmente do
chão até a depressão formada no cotovelo ou até ao cotovelo
quando o antebraço se encontra na horizontal e o braço na
posição vertical paralelo ao tronco ereto.
Este dado é essencial para a fixação de alturas confortáveis
para as bancadas de cozinha, ou de qualquer tipo de
mobiliário em que se trabalhe em pé. Estudos indicam que a
altura mais confortável para trabalhar em pé é de 7,6 cm
abaixo da altura do cotovelo, como é referenciada no livro
Panero, J (2002). O percentil 5, relativamente ao género
feminino é o mais aconselhado para este tipo de utilização,
pois permite que pelo menos 95 % da população manuseie
os objetos de trabalho à altura do cotovelo ou ligeiramente a
baixo deste. Podendo ser consultada a tabela antropométrica
no anexo 6.
Figura 18: Altura do cotovelo
Fonte: Adaptado de Panero, J (2002)
25
O alcance horizontal de preensão é útil para alcançar ou
agarrar um objeto ou mesmo ligar um dispositivo. Um
exemplo muito comum é no mobiliário de cozinha, quando
queremos agarrar ou colocar um objeto nos móveis superiores,
ligar um exaustor sendo ele telescópio ou normal, estando
diante dos móveis inferiores.
A escolha do percentil mais adequado para esta função, em que
os utilizadores com menor alcance devem ser prioritários,
recai no percentil 5 relativamente ao género feminino.
Podendo ser consultada a tabela antropométrica no anexo 6.
A aplicação mais útil do alcance vertical de preensão serve
para estabelecer a altura máxima de prateleiras, alavancas e
outros controlos. A aplicação na indústria do mobiliário de
cozinha não se utiliza para definir a altura máxima do móvel
superior, mas sim para definir as alturas das prateleiras
fazendo com que o móvel tenha uma área útil maior para o
utilizador, otimizando assim o espaço de modo a que os
objetos mais usados sejam mais facilmente acedidos, sendo
estes espaços certamente mais baixos do alcance vertical de
preensão definido com o percentil 5 do género feminino.
Consultar tabela antropométrica no anexo 6.
Figura 19: Alcance horizontal de preensão Fonte: Adaptado de Panero, J (2002)
Figura 20: Alcance vertical de preensão
Fonte: Adaptado de Panero, J (2002)
26
A Largura corporal máxima é utilizada no planeamento de
larguras entre fileiras em auditórios, ou acessos a locais de
grande afluência de público, mesmo assim pode ajudar a definir
a disposição da cozinha, limitando um pouco o espaço de modo
a que se possa trabalhar e que se consiga minimamente passar. É
comum considerar-se em certas aplicações o dobro desta medida
(2 adultos lado a lado).
Neste caso o percentil indicado será P95 relativamente ao género
masculino, de modo a garantir uma maior eficiência na
circulação da cozinha. Consultar tabela antropométrica anexo 6.
Figura 21: Largura corporal
Fonte: Adaptado de Panero, J (2002)
27
3.2. Ergonomia da cozinha
Para se desenvolver um bom projeto tem que se ter em consideração vários fatores no
campo da ergonomia e as cozinha não são exceção. Não existem medidas perfeitas, o que
pode ser bom para um utilizador, pode estar alto ou baixo para outros. Segundo a
Valcucine (empresa especializada em estudo e construção de cozinhas) e de acordo com
a referência bibliográfica Panero, J. (2002), para um utilizador que cuja estatura esteja
compreendida entre os 160 cm e 174 cm a altura da bancada deve estar situada entre 88
cm e 91 cm. Deste modo podemos considerar a bancada com uma altura de 90 cm, por
exemplo as pessoas mais baixas não irão trabalhar acima da altura do cotovelo e os mais
altos não irão estar inclinados quando utilizarem as bancadas. As dimensões que constam
na figura 22 estão de acordo com a referência bibliográfica Panero, J. (2002).
Figura 22: Altura das bancadas de trabalho Fonte: Adaptado de Valcucine
Dimensões: cm
28
Numa cozinha também é importante ter em consideração a profundidade do mobiliário.
Uma profundidade muito grande poderá colocar em causa toda a circulação e alcances
superiores. Se tivermos uma profundidade muito grande, não só a circulação é posta em
causa, como toda a estruturação da cozinha, dificultando a inserção/ disposição dos
móveis pretendidos, afetando ainda a arrumação e os alcances aos móveis superiores. Se
a profundidade do mobiliário inferior for demasiado pequena afetará também a atividade
do utilizador originando posturas inadequadas. Tendo por base as condicionantes
apresentadas pode-se recorrer ao dimensionamento que consta na figura 23, sendo que as
dimensões apresentadas estão de acordo com a referência bibliográfica Panero, J. (2002).
Figura 23: Profundidade das bancadas de trabalho
Fonte: Adaptado de Valcucine
Dimensões: cm
29
No projeto de uma cozinha é necessário ter em conta as dimensões das passagens. Neste
caso o percentil a utilizar é P95 relativamente ao género masculino da população
portuguesa, de modo a garantir uma passagem cómoda e sem entraves. Por vezes, na
prática, estas facilidades não estão presentes, mas deve-se garantir o máximo
espaçamento possível nas zonas de trabalho que requerem mais espaço, nomeadamente o
espaço necessário para a abertura de uma gaveta, a abertura de uma porta e o espaço de
trabalho necessário para o manuseamento de uma máquina de lavar loiça, como se pode
verificar na figura 24. Do mesmo modo, as dimensões que constam na figura 24 estão de
acordo com a referência bibliográfica Panero, J. (2002).
Figura 24: Dimensão do espaço de circulação
Fonte: Adaptado de Valcucine Dimensões: cm
30
A disposição do mobiliário deve estar de forma organizada, de modo a facilitar o trabalho
e tornando-o menos cansativo, sendo que por vezes se torna uma tarefa mais difícil de se
concretizar, pois a limitação do espaço ocasionalmente deve-se ao elevado número de
acessórios e aparelhos elétricos que dificultam a dinâmica da cozinha. Uma boa
organização do espaço pode reduzir a movimentação desnecessária das pessoas em torno
da cozinha, bem como a redução da sua área inútil. Decompor a cozinha por diferentes
áreas é o ponto de partida para tornar o trabalho na cozinha fácil e funcional. Uma das
formas mais eficientes de organizar uma cozinha é conectar por triângulos os três pontos-
chave, que são: o frio, área de lavagem e a área de cozinhar, assim estas são
complementadas com diversos planos de trabalho, como podemos verificar na figura 25.
Figura 25: Organização do espaço Fonte: Adaptado de Valcucine
31
Capitulo IV: Projetos desenvolvidos
32
4.1. Nota do Cliente
A seguinte proposta refere-se à remodelação total de uma cozinha. Inicialmente foram
definidos alguns parâmetros, tais como: uma cozinha com um grau elevado de
durabilidade; equipamentos elétricos de elevado desempenho e baixo consumo; projetar
o mobiliário tendo em consideração as condições do espaço de modo a ir ao encontro das
necessidades do cliente.
Tratando-se de um projeto com algumas restrições, assim como todos os projetos, o
modelo do mobiliário, as linhas e as cores não ficaram definidas. Como o cliente pretende
uma cozinha com uma durabilidade bastante elevada, foram selecionados, inicialmente,
dois modelos do catálogo de cozinhas da Coziform, o modelo “minimal” e o modelo
“glamour” devido aos materiais que acompanham estas dois modelos, sendo
caracterizados por elevada resistência mecânica, ao desgaste, aos vapores e termicamente
resistentes.
Das três linhas disponibilizadas pela Coziform, a escolha recaiu na linha “exclusive”, com
interior “Super-Pan” de 19 mm revestido a “melamina” branco e ferragens da Blum.
Quanto à cor do mobiliário e devido ao espaço ser muito pequeno optou-se por um branco
brilho, de modo a que o ambiente transmita, a partir da cor, uma sensação de amplitude.
Deste modo a cor branca também aumenta a luminosidade do espaço, transmite a
sensação de limpeza, calma e frescura.
Devido a tratar-se de uma cozinha de pequenas dimensões, desenvolveram-se duas
propostas, ambas com as mesmas características a nível de modelos, linhas e cores.
33
4.2. Avaliação dos componentes essenciais
Trabalhar numa cozinha pode ser
cansativo mas também
gratificante, sendo uma tarefa
ainda mais dificultada pela
distribuição de acessórios
elétricos necessários. O espaço,
representado na figura 26, deve
ser organizado de modo a reduzir
o número de obstáculos pelo
caminho, otimizando os
movimentos naturais do utilizador
e aumentando a área útil do
espaço. Antes de se prosseguir
com a disposição da cozinha
houve a necessidade de considerar
alguns fatores relevantes para o
planeamento de uma cozinha
eficiente, nos quais podemos
destacar: tomadas elétricas,
interruptores, a canalização do
abastecimento de água, a rede de
esgotos e a saída de ar para o
exaustor. Após uma análise detalhada às três condicionantes anteriormente referidas,
conclui-se que ao tratar-se de uma casa antiga com cerca de 40 a 50 anos, o sistema de
esgotos e canalização da rede de abastecimento de água situa-se num local de arrumos,
que está situado no piso inferior da mesma, não constituindo qualquer problema para a
localização do lava-loiças e da máquina de lavar loiça. As tomadas e interruptores
elétricos que estão situados no exterior da parede não constituem qualquer tipo de
problema para a localização dos acessórios elétricos, podendo estes ser colocados após a
organização da cozinha. O tubo da saída do exaustor não existe, sendo assim feita pelos
técnicos na data prevista para a montagem da cozinha.
Figura 26: Planta do espaço Dimensões: mm
Escala: 1:60
Fonte: Elaboração própria
34
4.3. Proposta A e B
Seguidamente serão apresentados duas propostas de cozinha para o mesmo cliente.
Ambos os projetos estão pensados de forma a facilitar as tarefas do utilizador, bem como
a circulação no espaço. Estas seguiram o modelo de circulação anteriormente
apresentado.
A proposta A apresenta-se como uma solução mais complexa a nível de acessórios
complementares de arrumos, podendo esta tornar-se mais dispendiosa para o cliente. A
proposta B apresenta-se como uma versão mais simplificada a nível de acessórios,
aumentando assim o nível de eficiência na utilização do espaço, assim tornou-se numa
proposta mais apelativa para o cliente.
35
4.3.1 Organização do espaço da proposta A
A organização do mobiliário da cozinha para a proposta A seguiu o modo triangular de
disposição, de forma a aumentar a eficiência dos planos de trabalho da cozinha. Deste
modo conseguimos atingir com rapidez as três áreas essenciais numa cozinha, sendo estas
o frigorífico, o fogão e o lava-loiça, ficando entres eles vários planos de trabalho, como
se pode verificar na figura 27.
Figura 27: Planta da organização do espaço da proposta A
Dimensões: mm Escala: 1:40
Fonte: Elaboração própria
36
O lava-loiça está associado a
uma tarefa muito
impertinente, maçadora e
algo que ninguém quer
fazer. Decidiu-se a sua
localização em frente a uma
janela, de modo a que o
utilizador tenha alguma
distração e luz natural na
tarefa que está a
desempenhar. Este
equipamento tem obrigatoriamente que estar situado ao lado da máquina de lavar loiça,
para que o utilizador não percorra um grande percurso pela cozinha com a loiça molhada,
podendo constituir um perigo para o utilizador e para os outros elementos que estejam na
cozinha.
O móvel de frio está situado numa posição em que é possível aceder sem passar pelo
fogão, o que se torna ideal numa casa com crianças, tendo fácil acesso para quem está
dentro e fora do espaço da cozinha, minimizando o bloqueio da zona para o utilizador.
O móvel de forno está um pouco mais afastado da placa, assim evita que sejam
danificados com gordura libertada do fogão, pois alberga equipamentos delicados. Na
figura 28 está representada a localização de todas as tomadas elétricas e canalização
necessária para a montagem dos equipamentos. Esta vista pode ser consultada com mais
detalhes no anexo 7, referente à proposta A.
Figura 28: Vista lateral esquerda da proposta A
Fonte: Adaptado da Coziform
37
O móvel de placa está na
posição mais central da
cozinha, tendo planos de
trabalho de ambos os lados,
recebe luz natural do lado
esquerdo, sendo ideal para
destros. O móvel de placa
possui várias gavetas,
sendo o ideal para guardar
os talheres e ter um rápido
acesso para quem está a
cozinhar.
Na figura 29 está
representada a localização das tomadas elétricas para a montagem do fogão e do
exaustor, assim como a localização da saída de ar. Esta vista pode ser consultada com
mais detalhes no anexo 7.
4.3.2. Equipamentos elétricos
Os equipamentos elétricos foram escolhidos pela sua melhor eficiência energética, assim
o consumidor mesmo que pague um preço mais elevado pelo equipamento o baixo
consumo fica refletido na faturação mensal. Pode-se destacar os seguintes equipamentos
elétricos:
Placa de indução Electrolux EHH6540FHK;
Forno Electrolux EOB3430CAX;
Micro-ondas Electrolux EMS26004OX;
Exaustor Electrolux EFP60460OX;
Combinado Electrolux ENN2853COW;
Máquina de lavar louça encastre total Electrolux ESL7310RA.
Figura 29: Vista frontal da proposta A
Fonte: Adaptado da Coziform
38
4.3.3. Listagem de mobiliário
1- Móvel de frio encastre total;
1- Móvel despenseiro “kit”;
1- Móvel Vassoureiro esquerdo;
1- Coluna de forno e micro-ondas;
1- Porta de máquina de lavar loiça
encastre total;
1- Móvel de duas portas lava-loiças;
2- Móveis de canto cego direitos;
1- Móvel de placa com dois gavetões e
uma gaveta;
1- Móvel com dois gavetões e uma
gaveta;
1- Móvel superior de exaustor com porta
click;
2- Móveis superiores de uma porta sem
puxador e com abertura à direita;
1- Móvel superior de duas portas sem
puxador;
1- Vista de correção alta;
2- Vistas de correção inferiores;
2- Vistas de correção superiores;
1- Ilharga alta;
1- Ilharga inferior
39
4.3.4. Planta e perspetivas referentes à proposta A
Após a disposição estar completa com todo o mobiliário faz-se a passagem para o Fusion.
Este gera os seguintes tipos de ficheiros e imagens, como plantas, alçados e perspetivas,
como podemos verificar nas figuras 30, 31 e 31. Alguns dos detalhes da legenda não estão
representados, faltando a unidade de medida e a escala. As vistas e o orçamento podem
ser consultados com mais detalhe no anexo 7, referente a esta proposta.
Figura 30: Planta da proposta A através software Fusion Unidades: mm
Fonte: Coziform
40
Figura 32: Vista em perspetiva da proposta A Fonte: Coziform
Figura 31: Vista em perspetiva da proposta A pormenor lado direito
Fonte: Coziform
41
4.3.5. Organização do espaço da proposta B
De modo a otimizar o desempenho do utilizador na cozinha apresentou-se uma segunda
proposta. Nesta o modelo continua a ser “Minimal Plano”, a linha “Excellence”, de cor
branco e todos os equipamentos elétricos correspondem aos utilizados na proposta A. Na
figura 33 estão inseridas na elipse as alterações efetuadas em relação à proposta anterior,
podendo ser consultado em maior detalhe no anexo 8.
Figura 33: Planta de disposição do mobiliário da proposta B Unidades: mm
Escala: 1:40
Fonte: Elaboração própria
42
A alteração efetuada na
proposta B (fig.34) visa
manter todos os móveis
e suas localizações,
exceto o móvel
“Vassoureiro” que irá
ser eliminado, ficando o
frigorífico com essa
localização de modo a
ter um desempenho
energético mais elevado,
assim não está em
contacto quase direto com uma fonte de calor que iria reduzir o seu rendimento. Deste
modo o cliente poderia nem recuperar na fatura da eletricidade o investimento pago por
este tipo de equipamento. O móvel lava-loiça em relação à proposta anterior irá deslocar-
se 600 mm para a direita, ficando uma bancada de apoio ao móvel do forno, assim, passará
de uma largura de 600 mm de uma porta para uma largura de 800 mm de duas portas,
aumentando a área de trabalho para o utilizador. Deste forma o espaço de trabalho, da
bancada de apoio e do lava-loiça, está mais centrado com a janela otimizando o
desempenho neste local.
O despenseiro sofre alteração na largura passando de 300 mm para 500 mm aumentando
assim o espaço de arrumação. O modelo de circulação irá continuar igual, mantendo o
eficiente desempenho da cozinha. Neste projeto o frio ficará um pouco mais afastado do
que na proposta A, em cerca de 400 mm o que não se irá refletir no desempenho do
utilizador no espaço. O móvel de frio continua situado numa posição em que é possível o
seu acesso sem passar pelo fogão, o que se torna ideal numa casa com crianças. Tem fácil
acesso para quem está no espaço da cozinha como o que está no espaço fora da cozinha,
minimizando o bloqueio do espaço para quem está na cozinha. Na figura 34 está também
representado a localização de todas as tomadas elétricas e canalização necessária para a
montagem dos equipamentos. Esta vista pode ser consultada com mais detalhes no anexo
8 referente à proposta B.
Figura 34: Vista lateral esquerda da proposta B
Fonte: Adaptado da Coziform
43
4.3.6. Listagem de mobiliário
1- Móvel de frio encastre total;
1- Móvel despenseiro de cinco
prateleiras;
1- Coluna de forno e micro-ondas;
1- Porta de máquina de lavar loiça
encastre total;
1- Móvel de duas portas lava-loiças;
2- Móveis de canto cego direitos;
1- Móvel de placa com dois gavetões e
uma gaveta;
1- Móvel com dois gavetões e uma
gaveta;
1- Móvel superior de exaustor com porta
click;
2- Móveis superiores de uma porta sem
puxador e com abertura à direita;
1- Móvel superior de duas portas sem
puxador;
1- Vista de correção alta;
2- Vistas de correção inferiores;
2- Vistas de correção superiores;
1- Ilharga alta;
1- Ilharga inferior
44
4.3.7. Planta e perspetiva proposta B
Após a disposição estar completa com todo o mobiliário, faz-se a passagem pra o Fusion,
como se pode verificar nas figuras 35, 36 e 37. Deste modo, o cliente tem uma noção mais
realista do projeto. Os alçados e o orçamento podem ser consultados no anexo 8 referente
a esta proposta.
Figura 35: Planta da proposta B através software Fusion
Unidades: mm
Fonte: Coziform
45
Figura 37: Vista em perspetiva da proposta B
Fonte: Coziform
Figura 36: Vista em perspetiva da proposta B lado direito
Fonte: Coziform
46
4.3.8. Produção da proposta B através do programa informático Imos
Assim que a proposta tenha luz verde por parte do cliente, avança-se para a última fase,
em que também participa o departamento técnico, realizando a modelação da cozinha em
formato digital, conseguida através do Imos (fig. 38). Após a modelação digital estar
concluída é possível fazer a verificação de medidas e a verificação de alinhamentos e
folgas, posteriormente passa-se para o departamento de produção, onde é feito o
agendamento para o corte do material e a montagem.
Figura 38: Produção Imos da proposta B
Fonte: Adaptado da Coziform
47
Capitulo V: Participação em outros projetos
48
5.1. Cooperação em projetos desenvolvidos
Posteriormente irão ser abordados alguns dos trabalhos elaborados pelo estagiário no
decorrer do estágio, os mesmos foram elaborados através dos pogramas informáticos
Imos e Fusion. Estes auxiliaram no domínio de competências e capacidades que foram
adquiridas no decorrer do estágio curricular. Deste modo os primeiros três trabalhos
apresentados são um reflexo prático do trabalho desempenhado pelo estagiário, os últimos
são alguns dos projetos desenvolvidos para produção.
5.1.1. Práticas com programas informáticos
Todas as cozinhas passam por vários processos dentro da empresa até chegarem a fase de
produção. A fase de produção é um processo muito minucioso, de elevada complexidade,
de grandes cuidados e pormenores, pois um erro cometido nesta fase pode significar que
um móvel ou mesmo uma cozinha inteira seja excluída da sua produção, tendo em conta
que todo o trabalho anteriormente produzido seja completamente destruído, levando a
empresa a ter perdas significativas. Por vezes, nesta fase, são detetados pequenos erros
de espaçamento que poderão afetar a montagem da cozinha em casa do cliente. Os
restantes trabalhos podem ser consultados nos anexos 9 e 10.
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5.1.1.1. Práticas com programa informático Imos - Trabalho 1
Esta cozinha fig.39 tem alguns pormenores que requerem muita atenção, tais como, o
alinhamento das gavetas e gavetões com as portas dos restantes móveis. Uma das maiores
dificuldades encontradas e demoradas ao desenhar uma cozinha deste género, é colocar
uma porta “avento” no espaço destinado ao micro-ondas para que o cliente possa retirar
caso queira colocá-lo, ou não, pois tem que se realizar alguns cálculos para aplicar as
ferragens. O encastre de todos os equipamentos elétricos é sempre uma questão difícil de
se efetuar, pois é necessário haver uma folga ideal para que possa funcionar sem
problemas e seja esteticamente apelativo. As restantes práticas com os programas podem
ser consultados no anexo 9.
Figura 39: Modelo “city”
Fonte: Adaptado da Coziform
50
5.1.1.2. Práticas com programa informático Imos - Trabalho 2
A cozinha apresentada na fig. 40 é de elevada complexidade devido ao elevado número
de mobiliário, o que obriga a uma maior concentração de modo a evitar erros. O móvel
despenseiro apresenta uma característica muito especial, no seu interior tem gavetões em
vez de prateleiras, aqui a complexidade é extrema devido ao posicionamento das
dobradiças, pois as gavetas têm que funcionar independentemente sem que haja qualquer
interferência. O encastre do forno e do micro-ondas é sempre muito complicado para que
fiquem posicionados na perfeição, aqui a tarefa está um pouco simplificada pois o cliente
optou por um micro-ondas fornecido pela empresa, ou seja, há uma maior facilidade de
acesso aos desenhos técnicos dos equipamentos. As restantes práticas com os programas
podem ser consultados no anexo 9.
Figura 40: Modelo “minimal plano” Fonte: Adaptado da Coziform
51
5.1.1.3. Práticas com programa informático Fusion - Trabalho 1
O seguinte trabalho (fig.41) consistiu na criação de uma cozinha no modelo “city” em
linha “confort”, nesta pretendia-se que houvesse uma bancada central, para que
albergasse um móvel placa e um espaço de refeição para cinco pessoas.
Figura 41: Software Fusion modelo “city” Fonte: Adaptado da Coziform
52
5.1.2. Produção com programa informático Imos
As seguintes cozinhas foram solicitadas à empresa por diversos clientes. As etapas
necessárias para a construção das cozinhas, não foram todas acompanhadas pelo
estagiário, ou seja, o projeto apenas chegou às mãos deste, na fase de produção, sendo
esta a última fase, como podemos verificar na figura 42, 43 e 44. Os restantes trabalhos
podem ser consultados no anexo 10.
Figura 43: Produção modelo "easy"
Fonte: Adaptado da Coziform
Figura 42:Produção modelo "minimal plano"
Fonte: Adaptado da Coziform
Figura 44: Produção modelo "inbox" Fonte: Adaptado da Coziform
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Conclusão
O estágio curricular torna-se numa oportunidade única e pertinente para aplicar
conhecimentos teóricos adquiridos anteriormente, é também a fase final que colmata o
percurso académico do estudante. É durante este período que o estudante ganha
autonomia e destreza para aplicar todas as competências obtidas, tendo oportunidade de
demonstrar as suas aptidões.
Esta experiência teve a duração de trinta dias úteis, estando compreendida entre o dia seis
de março até dia três de maio de 2017. Constata-se que a duração do estágio se torna
escassa quer para a adaptação do aluno ao novo meio em que encontra, tendo em
consideração que poderá ser o primeiro contacto com uma experiência laboral, no que diz
respeito ao próprio desempenho, pois o aluno fica sujeito à pressão de tentar demonstrar
todos os seus conhecimentos num espaço curto de tempo, não conseguindo rentabilizar,
por vezes esses mesmos conhecimentos. Em contrapartida o estágio curricular transmite
uma noção mais realista do campo de atuação do designer enquanto profissional singular
que é, assim como a necessidade do trabalho em equipa e a importância da coleticvidade
em prol do cliente. Durante o estágio é de referenciar a importância dos prazos de entrega
de projetos, os variadíssimos problemas e interrupções que um projeto enfrenta e acima
de tudo a procura de um trabalho em equipa, onde estamos constantemente a ensinar e a
ser ensinados.
Fazendo referência à minha experiência em particular, considero que foi única e
enriquecedora, poder estagiar na Coziform e mesmo tendo uma curta duração, tive a
oportunidade de receber novos conhecimentos assim como aplicar competências
anteriormente adquiridas. Se consegui evoluir enquanto aluno e futuro designer muito se
deve ao facto de ter estagiado num ambiente acolhedor e de entreajuda por parte de todos
os funcionários que prontamente se disponibilizaram em ajudar-me tendo transmitido
desde o início um ambiente familiar.
Apesar do estágio ter decorrido de forma gradual e positiva é importante referir que
inicialmente houve alguma dificuldade de adaptação ao trabalho e aos métodos
implementados na empresa, no entanto houve permanentemente apoio por parte de todos
os colaboradores desta, disponibilizando o seu tempo e experiências para poder
enriquecer o meu conhecimento positivamente e contribuir para a minha passagem na
54
empresa. Todo o coletivo foi, portanto, bastante prestável e imprescindível ao longo do
meu percurso na Coziform.
Inicialmente foi delineado um plano de estágio em conjunto com o tutor da empresa e o
professor orientador, que está referenciado no início deste mesmo documento onde foram
estabelecidos objetivos a ser cumpridos. De referir que os mesmos ainda que com
algumas dificuldades foram superados e atingidos. Refiro ainda que foi uma experiência
única e notável no meu percurso académico e que me transmitiu uma ideia inicial do que
poderá ser a minha vida profissional futura e que muito contribuiu para a minha evolução
pessoal e profissional. Posto isto, penso ter dado o melhor de mim durante este trajeto e
afirmo ter realizado um surpreendente e sublime estágio.
55
Referências bibliográficas
Bibliografia
- Maldonado, Tomás. Design Indutrial. Arte & Comunicação, Edições 70, Lda, Abril
2012.
- Panero, Julius. Zelnik, Martin. Dimensionamento Humano para Espaços Interiores,
Editorial Gustavo Gili, SA, Barcelona, 2002.
- Pheasant, S. (1996). Bodyspace: Anthropometry, ergonomics, and the design of work.
London: Taylor & Francis.
Webgrafia
No âmbito da realização deste relatório todas as páginas de web foram consultadas em
Maio de 2017.
pt.polyrey.com
www.banema.pt
www.blum.com
www.cm-viseu.pt
www.coziform.pt
www.egger.com
www.norticor.pt
www.valcucine.com
www.houzz.com
Outras documentações
Catálogos de diversas marcas inseridas no mercado das cozinhas.
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Anexos
A
Anexo 1 - Catálogo Coziform
B
C
D
E
F
G
Anexo 2 – Aventos
H
I
Anexo 3 – Canto Cego
J
K
Anexo 4 – Kits
L
M
Anexo 5 - Orlas
N
O
Anexo 6 – Tabela Antropométrica
P
As dimensões utilizadas nesta tabela tiveram origem em estudos antropométricos
presentes na obra “Panero, J (2002) ”. A unidade de medida presente neste quadro é o
cm.
Q
Anexo 7 – Proposta 1
R
S
T
U
V
Anexo 8 – Proposta 2
W
X
Y
Z
AA
Anexo 9 – Trabalhos Imos
BB
CC
DD
EE
FF
Anexo 10 – Produção Imos
GG