UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESPOLUIÇÃO DA BAÍA DE GUANABARA – PDBG
PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – PEA
SUBPROJETO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DA BAÍA DE GUANABARA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONTEÚDO DISCIPLINAR COMO PRÁTICA DE
PRESERVAÇÃO DO RIO BOA VISTA, NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO
MUNICÍPIO DE CACHOEIRAS DE MACACU-RJ.
JORGE LUIZ FORTUNA
MARCO ANTÔNIO DUARTE ESPÍNDOLA
ANA PAULA MANÇANO GUIMARÃES
Rio de Janeiro
2002
2
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESPOLUIÇÃO DA BAÍA DE GUANABARA – PDBG
PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – PEA
SUBPROJETO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DA BAÍA DE GUANABARA
JORGE LUIZ FORTUNA
MARCO ANTÔNIO DUARTE ESPÍNDOLA
ANA PAULA MANÇANO GUIMARÃES
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONTEÚDO DISCIPLINAR COMO PRÁTICA DE
PRESERVAÇÃO DO RIO BOA VISTA, NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO
MUNICÍPIO DE CACHOEIRAS DE MACACU-RJ.
ORIENTADORA: PROFª MARIA CHRISTINA ZENTGRAF
Monografia apresentada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como requisito para aprovação no curso de Especialização e Capacitação (lato sensu) em Educação para Gestão Ambiental.
Rio de Janeiro
2002
3
A todos os Educadores que
se preocupam com o futuro
do meio ambiente, dos seres
vivos e, conseqüentemente,
com o bem estar do planeta
Terra e de todo o Universo.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela proteção e iluminação em todos os momentos, pois sem a Sua força, nada seria
possível.
Aos nossos cônjuges, pela cumplicidade e amor, pois vocês estarão sempre em nossos
pensamentos.
A nossa orientadora, Profª Maria Christina Zentgraf, pela dedicação e paciência.
Aos nossos queridos colegas de curso, saudades fraternas.
Ao diretor do Ginásio Público 470 Dr. Mário Simão Assaf, professor George Max, pelo total
apoio e incentivo ao nosso projeto.
A todos os educadores e professores que lutam por uma sociedade mais humana e digna.
A todos os colegas e amigos, que direta e/ou indiretamente, contribuíram para a realização
deste trabalho.
A todos aqueles que lutam por um Mundo mais justo e digno, em que possamos viver,
independentes de religião, crença, raça, sexo, nível sócio-econômico, ou qualquer outra forma
de discriminação.
5
“A Educação Ambiental não resolverá os
complexos problemas ambientais do planeta,
por si só, porém poderá influir decididamente
para isso, ao formar cidadãos conscientes de
seus direitos e deveres.”
Marcos Reigota
6
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Plano de Ação do Projeto de Educação Ambiental (PEA) do curso de
pós-graduação (lato sensu) em Educação Ambiental para Gestão
Ambiental. Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) –
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).................................... 70
QUADRO 2 Matriz analítica para montagem e avaliação de projetos............................. 71
QUADRO 3 Principais leis e/ou decretos brasileiros, relacionados com a preservação
do meio ambiente......................................................................................... 72
QUADRO 4 Questionário-pesquisa apresentado aos professores, para levantamento de
dados sobre o engajamento dos mesmos no que diz respeito à Educação
Ambiental..................................................................................................... 73
QUADRO 5 Seleção dos principais endereços eletrônicos de instituições ligadas ao
meio ambiente e/ou Educação Ambiental no Brasil.................................... 74
QUADRO 6 Dados e curiosidades relevantes no que diz respeito aos problemas
ambientais, apresentados aos professores.................................................... 75
7
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Relação das diferentes disciplinas, citadas pelos professores, que estão
ligadas com o tema sobre Educação Ambiental.......................................... 76
GRÁFICO 2 Gráfico mostrando as percentagens das respostas dos professores em
relação às perguntas do questionário-pesquisa, se estes já haviam
trabalhado algum tema de Educação Ambiental com os seus alunos.......... 76
8
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Desvio das águas do Rio Macacu, para a estação de captação da
Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE), em Imunana............. 77
FIGURA 2 Desvio das águas do Rio Macacu, para a estação de captação da CEDAE,
em Imunana................................................................................................. 77
FIGURA 3 Estação de captação da CEDAE, em Imunana............................................ 78
FIGURA 4 Tubulações de transporte das águas captadas do Rio Macacu para a
estação de tratamento de água em Laranjal (sistema Imunana-Laranjal).... 78
FIGURA 5 Tubulações de transporte das águas captadas do Rio Macacu para a
estação de tratamento de água em Laranjal (sistema Imunana-Laranjal).... 79
FIGURA 6 Vista do Rio Macacu, atravessando a área urbana da cidade de
Cachoeiras de Macacu................................................................................. 79
FIGURA 7 Construções urbanas às margens do Rio Macacu........................................ 80
FIGURA 8 Construções urbanas às margens do Rio Macacu........................................ 80
FIGURA 9 Saída de esgoto, sem tratamento, direto para as águas do Rio Macacu...... 81
FIGURA 10 Trecho do rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), mostrando seu leito
pedregoso e suas águas cristalinas............................................................... 81
9
FIGURA 11 Formação de praias e piscinas, em diferentes trechos do Rio Boa Vista,
muito apreciadas pelos turistas.................................................................... 82
FIGURA 12 Formação de praias e piscinas, em diferentes trechos do Rio Boa Vista,
muito apreciadas pelos turistas.................................................................... 83
FIGURA 13 Localização do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), cuja nascente
localiza-se na Serra da Botija, entre os municípios de Nova Friburgo,
Silva Jardim e Cachoeiras de Macacu.......................................................... 84
FIGURA 14 Foto de satélite mostrando a localização da Baía de Guanabara, na região
metropolitana do Rio de Janeiro.................................................................. 85
FIGURA 15 Baía de Guanabara como receptora final, de todos os efluentes, das
principais bacias hidrográficas ao seu redor................................................ 86
10
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
§...................... Parágrafo.
APA................ Área de Proteção Ambiental.
apud................ Citado por.
art.................... Artigo.
CEDAE........... Companhia Estadual de Águas e Esgotos.
CEPAL........... Comissão das Nações Unidas para a América Latina.
CIBG............... Centro de Informações da Baía de Guanabara.
CONAMA...... Conselho Nacional do Meio Ambiente.
DBO................ Demanda Bioquímica de Oxigênio.
ECO-92........... Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
et al................. E outros autores.
IBAMA........... Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
IBG................. Instituto Baía de Guanabara.
IBGE............... Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
ibid.................. Na mesma obra.
IUCN.............. International Union for the Conservation of Nature.
kg.................... Quilograma(s).
km................... Quilômetro(s).
km².................. Quilômetro(s) quadrado(s).
L...................... Litro(s).
L/dia................ Litro(s) por dia.
m..................... Metro(s).
m².................... Metro(s) quadrado(s).
m³/s................. Metro(s) cúbico(s) por segundo.
MEC............... Ministério da Educação e Cultura.
n. p.................. Não paginado.
nº..................... Número.
ONG............... Organização Não Governamental.
p...................... Página.
PCN................ Parâmetros Curriculares Nacionais.
11
PDBG............. Programa de Despoluição da Baía de Guanabara.
PEA................ Projeto de Educação Ambiental.
PNEA.............. Política Nacional de Educação Ambiental.
PNUMA.......... Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
PVC................ Polyvinylchloride (policloreto de vinila).
RIO-92............ Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
RJ.................... Rio de Janeiro.
SBPC.............. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
ton/dia............. Tonelada(s) por dia.
UERJ.............. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
UNESCO........ Organização das Nações Unidas para a Educação, a Cidadania e a Cultura.
12
RESUMO
As questões ambientais são ainda tratadas, pela população, como obrigação apenas dos órgãos governamentais. Entretanto, sabemos que a responsabilidade, no que diz respeito à manutenção do equilíbrio ecológico para a preservação da vida do planeta, pertence a todos. Para tanto, há de se realizar programas de Educação Ambiental que envolvam todos os diferentes níveis populacionais das comunidades locais. O Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), por se encontrar em um estágio inicial de degradação, há a necessidade de uma conscientização por parte da população, com o intuito de minimizar os impactos ambientais neste ecossistema. Este trabalho tem um papel importante de contribuir para que se mantenha o grau de preservação que a região ainda possui. Através de trabalhos de conscientização e práticas de Educação Ambiental, a princípio, aos professores do município engajados numa proposta de melhoria da qualidade do meio ambiente em que vivem, sendo estes os multiplicadores da questão ambiental, ao nível dos discentes e conseqüentemente à população. Este trabalho tem como objetivo geral, capacitar professores para atuarem na preservação do ecossistema do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), através da Educação Ambiental como conteúdo disciplinar para professores do município de Cachoeiras de Macacu-RJ, promovendo e desenvolvendo o conhecimento ecológico ambiental e a consciência ecológica, além de formar e capacitar cidadãos ecologicamente ativos. Como principais objetivos específicos, tem: evidenciar, através de estudos teóricos e práticos, os principais problemas ambientais da região; conhecer o nível de engajamento dos professores, do município de Cachoeiras de Macacu-RJ, no que diz respeito à Educação Ambiental; conscientizar os professores, do município de Cachoeiras de Macacu-RJ, sobre a importância da Educação Ambiental como forma de preservação ambiental; propor alternativas multidisciplinares e interdisciplinares para a prática da Educação Ambiental, aos professores envolvidos neste trabalho, para darem continuidade ao projeto proposto, como forma de consolidar uma cultura de interdependência entre desenvolvimento social e meio ambiente; e utilizar a Educação Ambiental como ferramenta para a preservação do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu). Como metodologia, foi utilizado um curso de Educação Ambiental, para os professores e educadores do município de Cachoeiras de Macacu-RJ, abrangendo os diversos tópicos de extrema necessidade no desenvolvimento da questão ambiental. Sendo, por isso, o curso dividido em etapas: histórico do município de Cachoeiras de Macacu; história da Educação Ambiental mundial; história da Educação Ambiental brasileira; legislação ambiental; Educação Ambiental propriamente dita e principais ações de Educação Ambiental em sala de aula. Além disso, os professores responderam a um questionário-pesquisa para levantamento de dados sobre o engajamento dos mesmos no que diz respeito à Educação Ambiental. Cerca de 78,6% dos professores já trabalharam com algum tema sobre Educação Ambiental em aula, e 21,4% dos professores nunca trabalharam com o tema de Educação Ambiental. Esperamos que este trabalho, através da Educação Ambiental como conteúdo disciplinar para professores do município de Cachoeiras de Macacu-RJ, promovendo e desenvolvendo o conhecimento ecológico ambiental e a consciência ecológica, além de formar e capacitar cidadãos ecologicamente ativos colabore, significativamente, com a preservação do ecossistema do Rio Boa Vista e, conseqüentemente, do Rio Macacu e de toda sua bacia hidrográfica.
PALAVRAS CHAVES: Educação Ambiental; Professores; Cachoeiras de Macacu; Rio Boa
Vista
13
ABSTRACT
The environmental questions are still treated like obligation just of the governmental body, by population. However, we know the responsibility belongs everybody, about maintenance of the ecological balance to preservation of the planet’s like. To this, it’s necessary to realize programs of Environmental Education that involve all the different population level of local community. The Boa Vista river (tributary of Macacu river) because it’s an initial stage of degradation, there’s the necessity of consciousness buy population with the purpose to reduce the environmental impact in this ecosystem. This work has an important function to contribute to keep the degree of preservation the region still posses. Through works of consciousness and practice of Environmental Education, in principle, to teachers of the community committed in a purpose of improvement of the quality of environmental that they live, being these the multiplier of the environmental question, in level of the learning and consequently to population. This work has like general purpose, to enable teachers to actuate in preservation of the ecosystem of Boa Vista river (tributary of Macacu river), through the Environmental Education like disciplinary content to teachers of community of Cachoeiras de Macacu-RJ, promoting and developing the environmental ecological knowledge and conscience, beyond forming and enabling actives ecological citizen. Like principal specific purpose, has: to evidence, through theoretical and practices, the principal environmental problems of the region; to meet the level of commitment of the teachers community of Cachoeiras de Macacu-RJ about the importance of the Environmental Education like a way of environmental preservation; to propose multidisciplinary and interdisciplinary alternatives to the practice of Environmental Education to teachers involved in this work to give continuity to project proposed, like way to consolidate a culture of interdependence between social development and environmental; and to use the Environmental Education like tool to preservation of Boa Vista river (tributary of Macacu river). Like methodology, it was used an Environmental Education course to teachers of Cachoeiras de Macacu-RJ community comprehending several topics of extreme necessity in the development of the environmental question. Therefore, the course is divided in phases: historical of the community of Cachoeiras de Macacu; history of the Brazilian and world Environmental Education; environmental legislation; Environmental Education proper and her principal actions in classroom. Beyond the teachers answer a questionnaire-research to survey data about their commitment about Environmental Education. Around 78,6% of the teachers already worked with some theme about Environmental Education in class and 21,4% of the teachers never worked with it. We expect this work through Environmental Education like disciplinary contents to teachers of the community of Cachoeiras de Macacu-RJ promoting and developing the environmental ecological knowledge and conscience, beyond forming and enabling actives ecological citizen collaborate with the preservation of the ecosystem of Boa Vista river and consequent, of Macacu river and all your hydrographical basin.
KEY WORDS: Environmental Education; Teachers; Cachoeiras de Macacu; Boa Vista River.
14
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 16
2. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 19
2.1. CACHOEIRAS DE MACACU................................................................................... 19
2.1.1. Aspectos históricos.................................................................................................. 19
2.1.2. Localização.............................................................................................................. 21
2.1.3. Características físicas............................................................................................. 21
2.1.4. Características climáticas....................................................................................... 23
2.1.4. Características da população................................................................................. 23
2.2. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MACACU........................................................ 24
2.3. BAÍA DE GUANABARA........................................................................................... 25
2.4. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL......................................................... 28
2.4.1. Histórico da Educação Ambiental mundial......................................................... 29
2.4.2. Histórico da Educação Ambiental brasileira....................................................... 30
2.5. EDUCAÇÃO AMBIENTAL....................................................................................... 32
2.5.1. Definições e conceitos da Educação Ambiental.................................................... 32
15
2.5.2. Objetivos da Educação Ambiental........................................................................ 34
2.5.3. Política Nacional de Educação Ambiental............................................................ 37
2.5.4. Práticas da Educação Ambiental.......................................................................... 38
2.6. A HUMANIDADE E A QUESTÃO AMBIENTAL.................................................. 44
2.7. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA........................................................... 46
2.8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO............................. 47
2.9. AGENDA 21............................................................................................................... 52
2.10. COMITÊS DE BACIAS............................................................................................ 54
3. METODOLOGIA......................................................................................................... 56
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................. 58
5. CONCLUSÃO............................................................................................................... 64
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 66
APÊNDICES...................................................................................................................... 70
ANEXOS............................................................................................................................ 84
16
1. INTRODUÇÃO:
As questões ambientais são ainda tratadas, pela população, como obrigação
apenas dos órgãos governamentais. Entretanto sabemos que a responsabilidade, no que diz
respeito à manutenção do equilíbrio ecológico para a preservação da vida do planeta, pertence
a todos. Para tanto, há de se realizar programas de Educação Ambiental que envolvam todos
os diferentes níveis populacionais das comunidades locais.
O meio ambiente forma, juntamente com os seres vivos, uma complexa rede de
relações que tem que ser compreendida, pois isso será decisivo para o futuro de todas as
espécies. Nós, humanos, precisamos ter maior consciência dos nossos atos em relação ao
planeta, uma vez que o tamanho de nossas populações e os nossos modelos de
desenvolvimento econômico têm provocado mudanças significativas nos ambientes do
planeta Terra.
A explosão demográfica, a falta de políticas de preservação, o pequeno
desenvolvimento de tecnologias que não degradam o ambiente, o desmatamento, a explosão
imobiliária de áreas urbanas e rurais, além do turismo descontrolado, são as principais causas
da degradação do meio ambiente terrestre. Conseqüentemente, se faz necessário buscar
soluções para que gerações futuras não sofram com a destruição do meio ambiente,
principalmente com um trabalho prático de educação e consciência ambiental em todas as
camadas da sociedade.
O desmatamento, a exploração imobiliária, além do turismo descontrolado, às
margens do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), no município de Cachoeiras de Macacu
- RJ, poderá trazer problemas futuros a este ecossistema. Problemas como destruição da mata
ciliar, descargas de esgotos clandestinos e de fertilizantes de plantas para o interior do rio
17
causando eutroficação do mesmo. Conseqüentemente, urge um trabalho de preservação deste
importante ecossistema da região, sendo este rio um grande colaborador do volume d’água do
Rio Macacu, que deságua na Baía de Guanabara.
O Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), por se encontrar em um estágio inicial
de degradação, há a necessidade de uma conscientização por parte da população, com o
intuito de minimizar os impactos ambientais neste ecossistema.
Sendo a educação um processo de transmissão de conhecimentos e
transformações do ser humano, aproveitamos a importância do professor como responsável
pela formação de cidadãos conscientes críticos ecológicos, a fim de atuarem como
disseminadores da preservação do meio ambiente em que vivem.
Este trabalho tem um papel importante de contribuir para que se mantenha o grau
de preservação que a região ainda possui. Através de trabalhos de conscientização e práticas
de Educação Ambiental, a princípio, aos professores do município engajados numa proposta
de melhoria da qualidade do meio ambiente em que vivem, sendo estes os multiplicadores da
questão ambiental, ao nível dos discentes e conseqüentemente a população.
Devido ao que foi exposto acima, este trabalho tem como objetivo geral, capacitar
professores para atuarem na preservação do ecossistema do Rio Boa Vista (afluente do Rio
Macacu), através da Educação Ambiental como conteúdo disciplinar para professores do
município de Cachoeiras de Macacu - RJ, promovendo e desenvolvendo o conhecimento
ecológico ambiental e a consciência ecológica, além de formar e capacitar cidadãos
ecologicamente ativos. Como principais objetivos específicos, tem: (1) evidenciar, através de
estudos teóricos e práticos, os principais problemas ambientais da região; (2) conhecer o nível
de engajamento dos professores, do município de Cachoeiras de Macacu - RJ, no que diz
respeito à Educação Ambiental; (3) conscientizar os professores, do município de Cachoeiras
de Macacu - RJ, sobre a importância da Educação Ambiental como forma de preservação
18
ambiental; (4) propor alternativas multidisciplinares e interdisciplinares para a prática da
Educação Ambiental, aos professores envolvidos neste trabalho, para darem continuidade ao
projeto proposto, como forma de consolidar uma cultura de interdependência entre
desenvolvimento social e meio ambiente; e (5) utilizar a Educação Ambiental como
ferramenta para a preservação do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu).
19
2. REFERENCIAL TEÓRICO:
2.1. CACHOEIRAS DE MACACU:
2.1.1. Aspectos históricos:
Os primeiros registros de ocupação do território que hoje compõe o município de
Cachoeiras de Macacu datam no final do século XVI. Aproveitando a fertilidade natural dos
solos, desenvolveram-se cultivos de mandioca, milho, cana-de-açúcar, arroz e feijão. Num
pequeno núcleo agrícola instalado ao redor da antiga capela de Santo Antônio, denominado
Santo Antônio de Caceribu. Este núcleo inicial foi elevado a vila em 15 de maio de 1879, com
o nome de Santo Antônio de Sá, criando-se, ao mesmo tempo, o município do mesmo nome.
Entre 1831 e 1835, por conta de uma doença, conhecida como “Febre de Macacu”, houve
grande perda de vidas e um significativo processo de êxodo rural, enfim desorganizaram-se as
atividades produtivas e o município entrou numa série crise. Em 1868, a sede municipal foi
transferida do núcleo original para a Freguesia de Santíssima Trindade de Sant’Ana de
Macacu, posteriormente denominada Sant’Ana de Japuíba. Até 1930, além das lavouras de
subsistência, cachoeiras de Macacu dependia diretamente das atividades da oficina da estrada
de ferro que se aproveitava da localização do município, usando-o como local de transbordo
para a subida da serra. Essa função a cidade iria perder no período pós-guerra, quando o ramal
ferroviário de Cantagalo foi desativado. Uma mudança significativa ocorreu no município no
início da década de 40, a partir de experiências de distribuição de terras para assentamento de
colonos deslocados das áreas de citricultura da baixada fluminense. Estes formaram as
colônias agrícolas de Japuíba e Papucaia (CACHOEIRAS ONLINE, 2002, n. p.).
20
A origem do município de cachoeiras de Macacu é a extinta Vila de Santo
Antônio de Sá. Esta vila foi criada em 05 de agosto de 1697 pelo Capitão-Geral e Governador
da capitania do Rio de Janeiro, Arthur de Sá Meneses. Santo Antônio de Sá, onde já foram
realizadas diversas alterações territoriais, sendo que estas modificações foram caracterizadas
por subdivisões que viriam acarretar futuramente nos seguintes municípios: Itaboraí, Magé e
Rio Bonito. Após essas subdivisões o território evoluiu até o atual município de Cachoeiras de
Macacu. A antiga sede da Vila de Santo Antônio de Sá foi transferida para a Vila de Sant’Ana
em 1868, provavelmente, pelo surgimento epidêmico da febre palustre (febre amarela), em
1829 e o advento da ferrovia na região, na década de 60, deste mesmo século. Em 1875, a
antiga Vila de Santo Antônio de Sá, foi anexada ao município de Itaboraí e a parte
remanescente recebeu, dois anos após, o novo nome de Sant’Ana de Macacu. Em 1894, no
município, já com o novo nome, foi criado um 2º Distrito chamado Cachoeiras de Macacu.
Outras alterações dos nomes viriam acontecer em 1898, ficando, definitivamente, denominado
como município Sant’Ana de Japuíba, onde seria o 1º Distrito, enquanto Cachoeiras de
Macacu seria o 2º Distrito e São José da Boa Morte como o 3º Distrito. A sede do município
de Sant’Ana de Japuíba passaria, em 1923, para o Distrito de Cachoeiras de Macacu, com a
categoria de Vila. E, finalmente, em 27 de dezembro de 1929, através da Lei nº 2.335, a Vila
de Cachoeiras de Macacu foi elevada a categoria de cidade tendo sua denominação
abrangendo todo o território municipal, surgindo assim o município de Cachoeiras de Macacu
como 1º Distrito, Japuíba como o 2º Distrito, Subaio (antiga São José da Boa Morte) como 3º
Distrito e hoje Papucaia como o 4º Distrito (MACACU, 2002, n. p.).
Segundo CARDOSO (1998, n. p.), no ano de 1894, o arraial de Cachoeiras, foi
elevado à categoria de 2º distrito de Sant’Ana de Macacu, ficando assim configurado o
município: Vila de Sant’Ana de Macacu (sede); 2º distrito de Cachoeiras de Macacu e 3º
distrito de São José da Boa Morte. Em 1898, o município sofreria nova mudança em sua
21
denominação, desta vez, de Sant’Ana de Macacu para Sant’Ana de Japuíba. No ano de 1923,
a localidade de Cachoeiras de Macacu foi estabelecida como sede do município de Sant’Ana
de Japuíba, fato semelhante ao ocorrido em 1868. Uma lei estadual, de nº 2.335, de 27 de
dezembro de 1929, elevou várias Vilas do Estado do Rio de Janeiro à categoria de Cidade e
Cachoeiras de Macacu não fugiu à regra. Elevada a este título, também sua denominação
passou a abranger todo o território municipal, substituindo a de Sant’Ana de Japuíba.
O município de Cachoeiras de Macacu, ao longo de sua história, apresenta
mudanças geopolíticas que basicamente se processam em três distintos períodos: no primeiro
com a elevação (criação) da Vila de Santo Antônio de Sá (05 de agosto de 1697); no segundo
momento, a sede do município transfere-se para Sant’Ana de Japuíba (Sant’Ana de Macacu,
em 1868). E, finalmente, a mudança para Cachoeiras de Macacu, em 1923, consolidando-se
em 27 de dezembro de 1929, com a elevação de cidade (SOUZA, 1998, n. p.).
2.1.2. Localização:
O município de Cachoeiras de Macacu está localizado na porção centro-sul do
estado do Rio de Janeiro, estendendo-se por uma superfície de 1055 km numa faixa de
contato entre o litoral e a Serra do Mar. As coordenadas geográficas da sede municipal são
22º27’24’’ de latitude sul e 42º39’24’’ de longitude oeste, numa altitude média de 48 metros.
O município liga-se ao norte com Nova Friburgo e Teresópolis, ao Sul com Itaboraí e Rio
Bonito, ao leste com Silva Jardim e ao oeste com Guapimirim (CACHOEIRAS ONLINE,
2002, n. p.).
2.1.3. Características físicas:
22
Em relação ao relevo de Cachoeiras de Macacu, na porção norte oriental
predominam as áreas mais elevadas e acidentadas do município. Ao norte o relevo
movimentado corresponde às diversas cristas da Serra dos Órgãos, área fronteiriça aos
municípios de Teresópolis e Nova Friburgo. Na porção oriental, na medida em que alguns
alinhamentos da Serra do Mar prolongam-se em direção à costa, diminuem os níveis de
altitudes. Essas linhas de serra recebem denominações locais, Serra dos Garcias, Serra Botija,
Serra Santana, etc. Essas áreas de topografia mais movimentada influenciam na disposição da
rede hidrográfica local orientando os rios que se dirigem para a vertente do Atlântico.
Principalmente os que compõem as bacias do Guapiaçú e do Macacu. Esses cursos d’água
realizam um intenso trabalho de erosão nas encostas, acumulando o material transportado
numa grande baixada que domina a porção centro-sul ocidental do território municipal.
Formam-se colunas baixas de topo suavemente arredondado, freqüentemente margeadas por
baixos alagadiços (CACHOEIRAS ONLINE, 2002, n. p.).
Cachoeiras de Macacu dispõe de uma rede hidrográfica bastante numerosa, pois
nada menos do que 72 leitos maiores e menores escoam das Serras, dia e noite sem parar o
precioso líquido. Além dos seus dois maiores Rios o Macacu e o Guapiaçú, destacam-se o Rio
Sousa por ser o maior coletor de água potável com o reservatório distribuidor e o Rio Boa
Vista (FIGURAS 10, 11, 12 & 13) com suas praias de banho já famosas e água cristalina
(TÁVORA, 1982, n. p.).
O Latossolo é o tipo predominante no município, correndo isoladamente ou
mesclado com outros solos. Nas áreas de baixada destacam-se os solos hidromórficos, que
apesar de apresentarem um bom potencial agrícola, necessitam de correção de acidez e de
controle do nível das águas (ibid.).
A cobertura florestal original do estado do Rio de Janeiro é a Floresta Tropical,
caracterizada pela presença de diferentes espécies arbóreas e comumente denominada de Mata
23
Atlântica. Esta floresta original, que se estendia das áreas serranas até a baixada, hoje, está
restrita às cristas de alguns morros e às encostas íngremes do território municipal. Como em
diversas áreas do estado do Rio de Janeiro, a floresta foi retirada para a prática agrícola,
utilização da madeira ou produção de lenha. Em seu lugar, surgiu uma vegetação secundária,
caracterizada por campos e capoeiras nas áreas mais baixas, e por uma floresta secundária,
nas costas da Serra do Mar (ibid.).
2.1.4. Características climáticas:
As condições climáticas de Cachoeiras de Macacu acham-se bastante
influenciadas pela disposição do relevo. As áreas dominadas por altitudes mais elevadas, ao
norte e ao leste, apresentam temperaturas mais amenas bem como pluviosidade mais
acentuada, em função do obstáculo montanhoso aos ventos úmidos do litoral, que também
permite uma distribuição mais equilibrada das chuvas durante o ano. Na área centro-sul do
município, dominada por uma grande baixada, as médias de temperatura são mais elevadas,
durante todo o ano, identificando-se uma queda no total pluviométrico anual, bem como uma
estação menos chuvosa no inverno (CACHOEIRAS ONLINE, 2002, n. p.).
2.1.5. Características da população:
De acordo com o censo de 2000, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o município de Cachoeiras de Macacu apresenta uma área de 955,81 km² e
uma população de 48.543 habitantes residentes (IBGE, 2002, n. p.).
24
2.2. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MACACU:
Segundo o Instituto Baía de Guanabara – IBG (2002, n. p.), o Rio Macacu tem as
nascentes nas encostas florestadas da Serra do Mar, em altitudes que vão a mais de 2.000 m. É
também conhecido como Guapi-Macacu, pois recebe o Guapiaçu pela margem direita
formando o canal de Imunana (FIGURAS 1 & 2), resultado das grandes obras de engenharia
realizadas entre os anos de 40 e 60 para o saneamento da Baixada Fluminense. O Rio Macacu
foi então desviado para o Rio Guapimirim e passou a desaguar no manguezal do mesmo
nome, à nordeste da Baía de Guanabara, ficando a bacia do Rio Caceribu isolada, desaguando
pela mesma foz do antigo Rio Macacu. Somado ao Guapimirim, constitui-se no contribuinte
de maior vazão (62,3 m³/s, representando 20,85% do total de 257,47 m³/s) e, também, com
maior área de drenagem para a Baía de Guanabara (1.509,1 km², que representam 37% do
total de 4.080 km²). Em sua bacia hidrográfica, localizam-se os municípios de Cachoeiras de
Macacu e Guapimirim, com acentuados crescimentos demográficos e de ocupação urbana.
Conseqüentemente, nos últimos anos, o desmatamento foi dos maiores na região
metropolitana do Rio de Janeiro, só perdendo para a bacia do Caceribu. É também, a bacia do
Rio Macacu, que mais contribui para o abastecimento público em toda a região hidrográfica
da Baía de Guanabara: das fontes serranas, descem as águas para os municípios de Cachoeiras
de Macacu e Guapimirim, enquanto do canal de Imunana é bombeada a água para abastecer
os municípios de Niterói, São Gonçalo e parte de Itaboraí (FIGURAS 3, 4 & 5). Como os
demais rios das margens norte e leste da Baía de Guanabara, a qualidade das águas do Guapi-
Macacu ainda é boa, em comparação com os rios da margem oeste, oriundos de regiões
densamente urbanizadas e industrializadas. A carga orgânica é somente 3,85% do total de 318
ton/dia de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) lançados na Baía de Guanabara. A
atividade industrial é pouco significativa também para a qualidade das águas, enquanto a
25
atividade agropecuária e a ausência de tratamento dos esgotos doméstico são os responsáveis
pela poluição orgânica dos rios. Ainda assim, as águas do Rio Macacu são enquadradas na
Classe II, da deliberação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 20,
portanto destinadas ao abastecimento público – após tratamento convencional –, à proteção da
vida aquática, à recreação de contato primário e à irrigação de verduras e frutas.
2.3. BAÍA DE GUANABARA:
Com seus atuais 381 km² de espelho d’água, a Baía de Guanabara (Guaná-bará –
seio de mar, em tupi) surgiu no período Holoceno, há cerca de dez mil anos, originando-se de
uma depressão entre a serra do Mar, regionalmente conhecida como serra dos Órgãos, e o
relevo costeiro mais antigo, baixo, de morros arredondados, espalhados por toda a região. O
vale, onde surgiu a baía, era um profundo canal, por onde fluíram os rios e as águas vertentes
da serra e do maciço de morretes baixos, que se estendia muito além da barra atual da
Guanabara, talvez por algumas dezenas de quilômetros até alcançar as praias do oceano
Atlântico. Nesta fase geológica, o clima da Terra era consideravelmente mais frio e
genericamente mais seco do que o atual. Havia menos umidade do ar, em função da grande
quantidade de água retida nas calotas polares e nos imensos glaciares que ocupavam grande
parte do planeta. Conseqüentemente, o nível dos mares era mais baixo; as estimativas são de
que estavam há pelo menos cem metros abaixo do atual (GOULART, 2002, p. 38).
A Baía de Guanabara, de acordo com o Centro de Informações da Baía de
Guanabara (CIBG), não é um acidente geográfico autônomo. Isto é, ela não existe sozinha.
Além de precisar do mar, que renova diuturnamente suas águas num trabalho sem fim, é o
corpo receptor final de todos os efluentes líquidos gerados nas suas margens e nas bacias do
26
55 rios e riachos que a alimentam (FIGURA 15). A baía mantém, portanto, uma relação de
interdependência com os vários ecossistemas a que se integra. A qualidade das suas águas não
poderia deixar de ser influenciada pela carga poluidora lançada nos rios de seu entorno e no
seu espelho d’água. Contribuem para este quadro as atividades humanas desenvolvidas, bem
como as inúmeras fontes potenciais de poluição existentes, que incluem 14.000
estabelecimentos industriais, 14 terminais marítimos de carga e descarga de produtos oleosos,
dois portos comerciais, diversos estaleiros, duas refinarias de petróleo, mais de mil postos de
combustíveis e uma intricada rede de transporte de matérias-primas, combustíveis e produtos
industrializados permeando zonas urbanas altamente congestionadas. A bacia que drena para
a Baía de Guanabara tem 4.000 km². É formada pelos municípios de Duque de Caxias, São
João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, São Gonçalo, Magé, Guapimirim, Itaboraí, Tanguá e
partes dos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, Nova Iguaçu, Cachoeiras de Macacu, Rio
Bonito e Petrópolis, a maioria localizada na região metropolitana do Rio de Janeiro (FIGURA
14). Esta região abriga cerca de dez milhões de habitantes, o equivalente a 80% da população
do estado e apresentou, no período 1980/91, a maior taxa de crescimento do país. Mais de 2/3
dessa população, 7,6 milhões de habitantes, habitam na bacia da Baía de Guanabara (CIBG,
2002, n. p.).
A Baía de Guanabara reflete, hoje, o uso indevido do ambiente à sua volta durante
séculos. Ela é o corpo receptor dos despejos de sua região hidrográfica de 4.000 km², em
grande parte coincidente com a região metropolitana do Rio de Janeiro. A configuração atual,
com 381 km² do espelho d’água, é resultante do processo de assoreamento e aterros, acelerado
nos tempos recentes. Na sua orla, foram construídos, sobre aterros, portos, aeroportos,
rodovias, bases militares e conjuntos habitacionais. Os rios a ela contribuintes foram bastante
alterados por retificações e construção de canais que facilitaram o transporte de sedimentos.
Além disso, a maior parte do lixo, e dos esgotos da população de 8,2 milhões, vão ter a ela
27
através de 35 rios e, quase sempre, sem nenhum tratamento prévio. Embora a indústria tenha
feito grandes investimentos no controle de seus resíduos, falta muito ainda e a grande
concentração de estabelecimentos em um dos maiores pólos industriais do país, traz grandes
riscos para a Baía de Guanabara (IBG, 2002, n. p.).
HALFOUN (2001, p. 72), cita que um dos projetos mais antigos é o Programa de
Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), que começou no século passado, em 1994,
orçado em torno de 5 bilhões de reais. Tendo um objetivo direto de parar de poluir a Baía de
Guanabara, pois assim, em 30 anos a baía se regenera sozinha. Mas ainda falta muito para
começar a contagem. Apenas ¼ da água está recebendo tratamento. Para acabar com o
problema maior, é preciso antes resolver a situação dos rios que vão dar na baía. Isso significa
investir na coleta de lixo em dezenas de bairros da capital e também nos municípios vizinhos,
reduzir a ocupação industrial dessas regiões, fiscalizar as empresas, recuperar a vegetação dos
morros que protegem os mananciais e a das margens dos estuários.
O leste da Baía de Guanabara reúne os municípios de Niterói, São Gonçalo,
Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu e Guapimirim, compreendendo também,
as bacias hidrográficas dos maiores e menos poluídos rios que drenam para a Baía de
Guanabara. Além disso, é uma das áreas de maior crescimento populacional de toda a região
metropolitana do Rio de Janeiro e esta ocupação desordenada tem resultado em
desmatamentos e poluição dos rios. Entre as peculiaridades dessa parte da baía, destacam-se:
os últimos manguezais localizados na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim;
remanescentes de Mata Atlântica; as maiores fontes de água potável de toda a região
hidrográfica da Guanabara e sambaquis, vestígios da cultura ancestral presente na região.
Juntas, as bacias do leste da Guanabara ocupam área de 2.537 km², representando 57,76% de
toda a região hidrográfica da Baía de Guanabara. Três principais rios drenam a área: Guapi-
Macacu – o de maior vazão e fonte de abastecimento de todos os municípios, com exceção de
28
Rio Bonito –, Caceribu e Alcântara/Guaxindiba. Para o leste dirige-se o vetor de crescimento
da região metropolitana do Rio de Janeiro. Esse desproporcional crescimento demográfico
dos municípios, sem a compatível oferta de infra-estrutura, representa grande ameaça à s
riquezas ambientais e culturais locais (IBG, 2002, n. p.).
2.4. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
No final do século XIX, surge a área do conhecimento que se chamou Ecologia. O
termo foi proposto em 1886 pelo biólogo Haeckel, e deriva de duas palavras gregas: oikos,
que quer dizer “morada”, e logos, que significa “estudo”. A Ecologia começa como um novo
ramo das Ciências Naturais, e seu estudo passa a sugerir novos campos do conhecimento,
como, por exemplo, a Ecologia Humana e a Economia Ecológica. Mas só na década de 1970
o termo “ecologia” passa a ser conhecido do grande público. Com freqüência, porém, ele é
usado com outros sentidos e até como sinônimo de meio ambiente (BRASIL, 1997, p. 20).
DIAS (2001, p. 75), cita dois autores importantes, como precursores da Educação
Ambiental. Thomas Huxley, que escreveu um contundente ensaio sobre a interdependência
dos seres humanos com os demais seres vivos (“Evidências sobre o lugar do homem na
natureza”, 1863) e o diplomata George Perkin Marsh, que publicou o livro “O homem e a
natureza: ou geografia física modificada pela ação do homem” (1864), documentando como
os recursos do planeta estavam sendo esgotados e prevendo que tais ações não continuariam
sem exaurir a generosidade da natureza. Entretanto, a preocupação com o ambiente restringia-
se ainda a um pequeno número de estudiosos e apreciadores da natureza – espiritualistas,
naturalistas e outros.
29
Nas últimas décadas foi evidente a rápida consolidação da tendência de
mobilização da sociedade em torno das questões relacionadas com a qualidade do meio
ambiente. O crescimento acelerado desse movimento dito ambientalista, vem sendo atribuído,
por muitos, ao rápido desenvolvimento tecnológico dos meios de produção que tem afastado,
cada vez mais, a população de seu contato com o mundo natural, obrigando-a a repensar sua
relação com o meio ambiente (ECOAMBIENTAL, 2002, n. p.).
2.4.1. Histórico da Educação Ambiental mundial:
O desenvolvimento da consciência ambiental, em nível internacional, pode ser
traçado ao longo das duas últimas décadas, com base em uma série de eventos, como as
Conferências de Estocolmo e a de Tbilisi que originaram as primeiras manifestações dentro da
Educação Ambiental. Todavia, a Educação Ambiental, assim como a própria Educação, ainda
continua caminhando lentamente no processo de efetivar mudanças nas atitudes e
comportamentos humanos em relação ao ambiente (SATO, 2002, p. 23).
Na década de 70, alguns acontecimentos contribuíram para que a preocupação
com a qualidade ambiental fosse direcionada para as questões de esgotamento dos recursos
naturais e dos níveis de poluição, passando a atrair efetivamente o interesse da opinião pública
e dos governos dos principais países do Primeiro Mundo: o agravamento da poluição nos
países industrializados; a repercussão internacional da Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, em 1972; a ocorrência de desastres
ecológicos, resultantes de vazamentos de óleo de petroleiros; a publicação do primeiro
informe do Clube de Roma e, principalmente, a crise do petróleo em 1973, que colocou a
questão de uma nova ordem econômica internacional e de uma nova concepção de
30
desenvolvimento. Ainda nessa mesma década, surgem as primeiras discussões sobre a
problemática ambiental dentro da perspectiva do subdesenvolvimento, como bem
demonstraram os programas e trabalhos dos organismos internacionais ligados às Nações
Unidas: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e Comissão das
Nações Unidas para a América Latina (CEPAL). Na década de 80, a questão ambiental já se
encontrava incorporada no nível da estrutura institucional de vários países industrializados:
Alemanha Ocidental, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-
Bretanha, Japão, México, Noruega, Holanda, Suécia, Suíça e Repúblicas Soviéticas. Além
disso, surgem, em grande número, organismos internacionais de proteção do meio ambiente
que, a partir da Reunião de Estocolmo, representavam, em 1992, ano da segunda mais
importante reunião mundial, no Rio de Janeiro, mais de 100 países (ECOAMBIENTAL,
2002, n. p.).
2.4.2. Histórico da Educação Ambiental brasileira:
A primeira atitude dos portugueses, ao aportar ao litoral americano, foi a
derrubada de uma árvore. Com o tronco confeccionaram uma cruz rústica, em torno da qual
foi rezada a primeira missa no Brasil. Na época, a cruz representava a salvação da
humanidade; hoje, porém, uma cruz de madeira nos lembra a morte de um vegetal e simboliza
a destruição da natureza. Os portugueses ainda entraram na floresta e capturaram macacos,
papagaios e onças, além de convencerem os índios a carregarem as toras de pau-brasil. Eles
não eram movidos pela curiosidade de encontrar novas espécies, animais e plantas
desconhecidos na Europa. Os conquistadores eram impulsionados pela cobiça, pela
possibilidade de enriquecimento e glória. Se no Novo Mundo encontrassem ouro, prata e
31
especiarias se tornariam homens ricos, comprariam terras e castelos e viveriam, talvez, como
nobres no seu rincão de origem (RAMINELLI, 2001, p. 49).
De acordo com a ECOAMBIENTAL (2002, n. p.), no Brasil, a ação do Estado, no
que diz respeito à criação de instituições específicas na área ambiental, remonta ao início da
década de 1970. Até os anos 60, as intervenções nessa área eram dirigidas ao setor da saúde
pública e, dentro dele, ao aspecto do saneamento básico. A questão da qualidade ambiental,
propriamente dita, passa a constituir objeto de preocupação do Poder Público, quando ligada
aos problemas surgidos com a rápida expansão urbana dos grandes centros os quais, por sua
vez, ligavam-se ao desenvolvimento industrial.
A década de 70 assistiu às primeiras experiências e implementações pioneiras da
Educação Ambiental, sempre reservada a seus aspectos ecológicos. Na década de 80, a
Educação Ambiental passou por um período de reestruturação, redefinição, expansão e
consolidação. O Conselho Federal de Educação indicou que a temática ambiental possui
caráter multidisciplinar, o que implicou sua diluição nas matérias fixadas pelos Conselhos
Estaduais de Educação. Desde então, foi possível observar a inserção da relevância política
como estratégia no desenvolvimento da Educação Ambiental. Observou-se, também, a
proliferação de associações ambientalistas e de outras formas de organizações civis, buscando
a ampliação da Educação Ambiental nos tipos Formal e Não-Formal. Em nível de legislação,
a Educação Ambiental aparece na Lei nº 6.938/81, que institui a “Política Nacional do Meio
Ambiente”. Embora esteja inserida nas formas Educação Formal e Não-Formal, ela é limitada
em seus aspectos ecológicos e de conservação. A Constituição de 1988 assimilou a legislação
ordinária e estabeleceu como incumbência do poder público: “promover a Educação
Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente” (art. 225, § 1º, Capítulo VI). A Educação Ambiental foi inserida
primeiramente na estrutura administrativa dos órgãos públicos de meio ambiente, em vez de
32
ser objeto de trabalho do sistema educativo. Com a atuação da mídia e a falta de
conhecimento adequado da população, seus conceitos e objetivos gerais estão, ainda hoje,
relacionados somente aos estudos de conservação. Embora a dimensão ecológica seja de
extrema importância na disseminação da Educação Ambiental, fatores sócio-econômicos
também merecem igual destaque (SATO, 2002, p. 63).
2.5. EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
2.5.1. Definições e conceitos da Educação Ambiental:
A palavra “educação” sugere que se trata de uma troca de saberes, de uma relação
do indivíduo com o mundo que o cerca e com outros indivíduos. O adjetivo “ambiental”
tempera essa relação inserindo a percepção sobre a natureza e a forma como os humanos
interagem entre si e com ela. Em outras palavras, a Educação Ambiental busca a formação de
sujeitos a partir do intercâmbio com o mundo e com outros sujeitos (SEGURA, 2001, p. 43).
Para DIAS (2001, p. 98), a evolução dos conceitos de Educação Ambiental esteve
diretamente relacionada à evolução do conceito de meio ambiente e ao modo como este era
percebido. O conceito de meio ambiente, reduzido exclusivamente a seus aspectos naturais,
não permitia apreciar as interdependências nem a contribuição das ciências sociais e outras à
compreensão e melhoria do ambiente humano.
A primeira definição internacional da Educação Ambiental foi adotada pela
International Union for the Conservation of Nature (IUCN), que enfatizou os aspectos
ecológicos da Conservação. Basicamente, a Educação Ambiental estava relacionada à
conservação da biodiversidade e dos sistemas de vida. A Conferência de Estocolmo (1972)
33
ampliou sua definição a outras esferas do conhecimento e, finalmente, a Conferência
Intergovernamental de Tbilisi (1977), internacionalmente mais aceita, definiu que: “A
Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de conceitos, objetivando o
desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para
entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios
biofísicos. A Educação Ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de
decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida” (SATO, 2002, p. 23-
24).
MEDINA (2002, p. 73), descreve que a Educação Ambiental é um processo que
consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar
valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e
participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e adequada utilização
dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema
e do consumismo desenfreado.
Já para DIAS (2001, p. 100), a Educação Ambiental é um processo por meio do
qual as pessoas aprendem como funciona o ambiente, como dependemos dele, como o
afetamos a sua sustentabilidade.
Segundo SEGURA (2001, p. 42), a Educação Ambiental fortaleceu-se no contexto
de multiplicação de problemas ecológicos, tendo como missão conscientizar a população
sobre os efeitos da poluição e formas de preveni-los, mudando, assim, o curso histórico de
degradação sócio-ambiental provocada pela ação humana.
REIGOTA (2001b, p. 9-10), descreve que o problema ambiental não está na
quantidade de pessoas que existe no planeta e que necessita consumir cada vez mais os
recursos naturais para se alimentar, vestir e morar. O problema está no excessivo consumo
desses recursos por uma pequena parcela da humanidade e no desperdício e produção de
34
artigos inúteis e nefastos à qualidade de vida. Não se trata de garantir a preservação de
determinadas espécies e dos recursos naturais, embora estas questões sejam importantes. O
que deve ser considerado prioritariamente são as relações econômicas e culturais entre a
humanidade e a natureza e entre os homens. A Educação Ambiental deve ser entendida como
Educação Política, no sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir: justiça
social; cidadania nacional e planetária; autogestão e ética nas relações sociais e com a
natureza.
2.5.2. Objetivos da Educação Ambiental:
A Educação Ambiental voltada para o fortalecimento da cidadania pressupõe a
formação de sujeitos ativos, capazes de julgar, escolher e tomar decisões. Para tanto, a
formação deve inculcar o respeito às leis, ao bem público, aos direitos humanos, o sentido da
responsabilidade, o reconhecimento da igualdade de todos, o acatamento da vontade da
maioria, respeitando-se os direitos das minorias e o respeito a todas as formas de vida
(SEGURA, 2001, p. 45).
A tarefa da Educação Ambiental é reconstruir uma nova ética capaz de comportar
a tensividade e o diálogo, recuperando o movimento das mãos e das mentes da cada sujeito
ecológico. Nesta ciranda epistemológica, o movimento terá início quando realmente
compreendermos que a Educação Ambiental exige um esforço multissetorial para poder
cumprir, pelo menos em parte, os desafios da humanidade. Nossa tarefa ainda está longe de
ser concretizada, mas os sonhos ainda permitem um lugar especial a nossa esperança (SATO,
2002, p. 15).
35
DIAS (2001, p. 83), descreve que a Educação Ambiental teria como finalidade
promover a compreensão da existência e da importância da interdependência econômica,
política, social e ecológica da sociedade; proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de
adquirir conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para
proteger e melhorar a qualidade ambiental; induzir novas formas de conduta nos indivíduos,
nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto, tornando-a apta a agir em busca de
alternativas de soluções para os seus problemas ambientais, como forma de elevação da sua
qualidade de vida.
A Educação é a condição básica para o progresso de qualquer povo. No âmbito da
conservação da natureza, a Educação Ambiental tem um papel decisivo, uma vez que todos os
esforços para a conservação da natureza serão em vão se o ser humano não tiver real
consciência de sua necessidade. A Educação Ambiental é, desta forma, uma ferramenta
fundamental para os programas de preservação dos sistemas naturais e das espécies ali
presentes. Os educadores ambientais devem educar e esclarecer o maior número possível de
pessoas sobre os problemas resultantes da degradação ambiental e da conseqüente perda da
biodiversidade. As pessoas envolvidas com a Biologia da Conservação devem continuamente
explicar o objetivo de seu trabalho para as comunidades envolvidas, tentando atraí-las para os
esforços de preservação. Neste contexto, o papel do educador não deve se restringir às salas
de aula ou à publicação de artigos científicos. Deve também atingir associações comunitárias
e meios de comunicação mais gerais e menos especializados, como uma maneira de
incorporar a necessidade de conservação em discussões públicas mais gerais (ROCHA et al.,
2002, p. 256).
36
SMYTH1, em 1995 (apud SATO, 2002, p. 24), classificou os principais objetivos
da Educação Ambiental:
1. Sensibilização Ambiental: processo de alerta, considerado como primeiro
objetivo para alcançar o pensamento sistêmico da Educação Ambiental;
2. Compreensão Ambiental: conhecimento dos componentes e dos mecanismos
que regem o sistema natural;
3. Responsabilidade Ambiental: reconhecimento do ser humano como principal
protagonista para determinar e garantir a manutenção do planeta;
4. Competência Ambiental: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema
(ambiental);
5. Cidadania Ambiental: capacidade de participar ativamente, resgatando os
direitos e promovendo uma nova ética capaz de conciliar a natureza e a
sociedade.
REIGOTA (2001b, p. 31-34), descreve outros seis objetivos para a Educação
Ambiental, de acordo com a carta de Belgrado:
1. Conscientização: levar os indivíduos e os grupos associados a tomarem
consciência do meio ambiente global e de problemas conexos e de se
mostrarem sensíveis aos mesmos. “Chamar a atenção para os problemas
planetários.”
2. Conhecimento: levar os indivíduos e os grupos a adquirir uma compreensão
essencial do meio ambiente global, dos problemas que estão a ele interligados
1 SMYTH, J. C. Environmental education: a view of a changing scene. In: Environmental Education
Research. Vol. 1, n. 1. 1995.
37
e o papel e lugar da responsabilidade crítica do ser humano. “Pessoas têm que
ter acesso ao conhecimento.”
3. Comportamento: levar os indivíduos e os grupos a adquirir o sentido dos
valores sociais, um sentimento profundo de interesse pelo meio ambiente e a
vontade de contribuir para sua proteção e qualidade. “Não adianta só falar do
meio ambiente, mas também mudar os comportamentos, individuais e sociais.”
4. Competência: levar os indivíduos e os grupos a adquirir o “savoir-faire”
necessário à solução dos problemas. “Reconhecer essa deficiência é um
primeiro passo para superá-la.”
5. Capacidade de Avaliação: levar os indivíduos e os grupos a avaliar medidas e
programas relacionados ao meio ambiente em função de fatores de ordem
ecológica, política, econômica, social, estética e educativa. “A Educação
Ambiental deve procurar traduzir a linguagem técnico-científica para a
compreensão de todos.”
6. Participação: levar os indivíduos e grupos a perceber suas responsabilidades e
necessidades de ação imediata para a solução dos problemas ambientais.
“Fazer com que as pessoas entendam a responsabilidade, os direitos e os
deveres que todos têm com uma melhor qualidade de vida.”
2.5.3. Política Nacional de Educação Ambiental:
O Brasil é o único país da América Latina que tem uma política nacional
específica para a Educação Ambiental. Sem dúvida, foi uma grande conquista política e essa
não se deu sem sacrifícios de centenas de ambientalistas anônimos, funcionários do Ibama, do
38
Ministério do Meio Ambiente, Organizações Não Governamentais (ONG’s), em sua luta
diária, nos corredores do Congresso, fazendo lobby, convencendo parlamentares, demovendo
resistências, conquistando cumplicidades. Os ambientalistas puros são altruístas, movidos
pelo impulso de sobrevivência da espécie, pelo prazer de fazer o bem e de legar às gerações
presentes e vindouras um mundo melhor, mais justo, mais equilibrado econômica, social e
ecologicamente. Esses ambientalistas, tão freqüentemente rotulados de “ecologistas de
plantão”, “ecochatos” e outras denominações, são, na verdade, a primeira leva de pessoas
envolvidas na questão, pois, mais cedo ou mais tarde, todos serão ambientalistas (DIAS,
2001, p 201).
Graças a estes cidadãos, sabedores e conscientes de seus direitos e deveres, hoje o
Brasil dispõe de uma lei que institui a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Federal
nº 9.795, de 27 de abril de 1999), onde seus artigos descrevem sobre a Educação Ambiental
sobre diversos pontos, principalmente no ensino formal e não-formal.
O tema Educação Ambiental tornou-se obrigatório nas escolas em 1999, com a
aprovação da Lei 9.795, que cria a Política Nacional de Educação Ambiental. De acordo com
o Ministério da Educação e Cultura (MEC), as escolas devem tratar o assunto dentro das
disciplinas regulares do currículo, em todas as séries (MEROLA, 2002, p. 22).
2.5.4. Práticas da Educação Ambiental:
Promover um aprendizado sobre a importância da defesa da qualidade ambiental
significa despertar os cidadãos para a responsabilidade de cada um na defesa da vida. Mas
ampliar o nível de responsabilidade dos cidadãos diante das questões ambientais passa,
primeiro, por provocar mudanças na compreensão a respeito da própria importância do
39
ambiente. Em vista disso, torna-se fundamental saber como o ambiente é interpretado pelos
indivíduos e pelos grupos sociais, pois é esse entendimento que determina suas práticas
(SEGURA, 2001, p. 51).
ADAMS (2002, n. p.), cita Garret Hardin, no momento em que este ecologista
americano descreve que a Educação Ambiental não substitui ou ultrapassa as disciplinas
acadêmicas; precisa e aplica todas elas. Frente a um problema sócio ambiental qualquer, é
provável que precisemos de alguns subsídios de História, Economia, Geologia, Engenharia,
Estatística, Ciência Política e Sociologia. E os profissionais envolvidos podem contribuir com
idéias, combinando-as de forma criativa, integrando-as, considerando-as sob novas
perspectivas e dando-lhes novas aplicações. Quem se engaja no processo acha-se
intelectualmente excitante e diretamente útil na solução real de problemas urgentes. Descobre
uma área nova, super abrangente, que abarca a compreensão da complexidade, da beleza e da
coerência do todo.
Segundo os PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCN), o trabalho
com a realidade local possui a qualidade de oferecer um universo acessível e conhecido e, por
isso, passível de ser campo de aplicação do conhecimento. Grande parte dos assuntos mais
significativos para os alunos estão circunscritos à realidade mais próxima, ou seja, sua
comunidade, sua região. E isso faz com que, para a Educação Ambiental, o trabalho com a
realidade local seja de importância vital. Mas, por outro lado, a apreensão do mundo por parte
da criança não se dá de forma linear, do mais próximo ao mais distante. As questões
ambientais oferecem uma perspectiva particular por tratar de assuntos que, por mais
localizados que sejam, dizem respeito direta ou indiretamente ao interesse do planeta como
um todo. Isso determina a necessidade de se trabalhar com o tema Meio Ambiente de forma
não-linear e diversificada. Portanto, para que os alunos possam compreender a complexidade
e a amplitude das questões ambientais, é fundamental oferecer-lhes, além da maior
40
diversidade possível de experiências, uma visão contextualizada da realidade ambiental, o que
inclui, além do ambiente físico, as suas condições sociais e culturais (BRASIL, 1997, p. 48).
Há diferentes formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares,
como as atividades artísticas, experiências práticas, atividades fora da sala de aula, produção
de matérias locais, projetos ou qualquer outra atividade que conduza os alunos a serem
reconhecidos como agentes ativos no processo que norteia a política ambientalista. Cabe aos
professores, por intermédio de prática interdisciplinar, proporem novas metodologias que
favoreçam a implementação da Educação Ambiental, sempre considerando o ambiente
imediato, relacionado a exemplos de problemas ambientais atualizados. Além disso, é
extremamente importante introduzir mais criatividade nas novas metodologias, abandonando
os modelos tradicionais e buscando novas alternativas. Nesse contexto, o professor é o fator-
chave para mediar o processo de aprendizagem. O método selecionado pelo professor
depende do que ele aceita como objetivo da Educação Ambiental, seu interesse e sua
formação construída (SATO, 2002, p. 25).
A Educação Ambiental não deve estar baseada na transmissão de conteúdos
específicos, já que não existe um conteúdo único, mas sim vários, dependendo das faixas
etárias a que se destinam e dos contextos educativos em que se processam as atividades. O
conteúdo mais indicado deve ser originado do levantamento da problemática ambiental vivida
cotidianamente pelos alunos e que se queira resolver. Esse levantamento pode e deve ser feito
conjuntamente pelos alunos e professores. Conteúdos diversos são encontrados nas atividades
de Educação Ambiental: saneamento básico, extinção de espécies, poluição em geral, efeito
estufa, biodiversidade, reciclagem do lixo doméstico e industrial, energia nuclear, produção
armamentista, etc. (REIGOTA, 2001b, p. 35-36).
A Educação Ambiental deve promover o desenvolvimento de hábitos e atitudes
sadios de conservação ambiental e respeito à natureza, a partir do cotidiano de vida da escola
41
e da sociedade. Atualmente, o papel da escola remonta à construção de uma sociedade
democrática e, para isso, deve capacitar os indivíduos, através de postura crítica, dialética e de
conteúdo relacionado diretamente à realidade, para a formação de processos que promovam e
desenvolvam a conscientização (CASTRO & SPAZZIANI, 2000, p. 197).
TOMÉ (2002, n. p.), descreve que a Educação Ambiental não vai resolver os
problemas da escola brasileira, não pode ser uma imposição de temas e materiais didáticos, e,
principalmente, não deve dissociar o meio natural das questões sociais. Que a Educação
Ambiental não seja tratada de forma autoritária, sectária, que não chegue às escolas como um
super-herói alienígena, um salvador da pátria, um modelo pré-concebido e muito bem
sucedido no “primeiro mundo”, mas seja um movimento com bases reais, que surja da
participação e consideração das angústias dos educadores e educandos. Que seja construído a
partir da leitura que a comunidade faz da realidade em que se insere. Que traga realmente o
diálogo, o respeito às diferenças individuais, a interdisciplinaridade, e o consenso.
Para PENTEADO (2001, p, 53), uma coisa é ler sobre o meu meio ambiente e
ficar informado sobre ele, outra é observar diretamente o meu meio ambiente, entrar em
contato direto com os diferentes grupos sociais que o compõem, observar como as relações
sociais permeiam o meio ambiente e o exploram, coletar junto às pessoas informações sobre
as relações que mantêm com o meio ambiente em que vivem, enfim, apreender como a
sociedade lida com ele. Agir assim é experimentar comportamentos sociais em relação ao
meu meio ambiente que permitem constatar suas características e as reações dele à nossa
atuação. Sabemos que “aprende-se a participar, participando”.
A natureza conservada não deve ser apresentada como modelo, já que o que existe
no cotidiano entre o homem e a natureza é uma relação de permanente transformação de
ambos. Claro que devemos preservar determinados locais de interesse ecológico, histórico e
artístico, conhecê-los e admirá-los, porém não devemos tê-los como modelo extensivo a todo
42
meio natural e/ou construído. Toda a prática de Educação Ambiental pode ser feita em vários
locais como modelo. Pode ser na cozinha observando a presença ou não dos agrotóxicos nos
alimentos, os hábitos alimentares, o desperdício e as possibilidades de mudança; no jardim da
escola pode-se estudar a sua rica ou pobre biodiversidade. Nas imediações da escola estudar
as indústrias e as suas fontes poluidoras, as atividades agrícolas, as atividades comerciais, ou,
ainda, o movimento do trânsito, as poluições sonora, visual, da água e do ar, o crescimento da
população, a rede de saneamento básico, entre muitos outros (REIGOTA, 2001b, p. 27-29).
AZEVEDO (2001, p. 78-79), descreve que se o professor optar por considerar os
conhecimentos, as idéias, as visões, as interpretações que estão circulando no cotidiano, no
senso comum e que os alunos estão captando e trazendo para a escola, ele não determina qual
o melhor conteúdo ambiental a ser estudado em sala de aula, antes, esses serão constituídos a
partir das representações sociais dos alunos. Além disso, devemos lembrar que falar de meio
ambiente hoje se tornou pauta obrigatória, não por um mero modismo, mas por uma
necessidade de se compreender a complexidade dos fenômenos ambientais que afetam o
planeta e que tem a ver com a forma de como a humanidade vem se relacionando com a
natureza e com os outros seres vivos e como será, a partir dessas novas realidades, a relação
da nova geração, no que tange à maneira de pensar, de consumir, de cooperar, de solidarizar-
se, de relacionar-se com animais, rios, mares, florestas e com o seu semelhante.
Na realidade, não existe uma técnica apropriada. O professor deve inserir a
dimensão ambiental dentro do contexto local, sempre constituindo modelos através da
realidade e pelas experiências dos próprios alunos, que são a família, os locais preferidos de
passeios, os jogos, os locais de brincadeira, os animais domésticos ou as árvores presentes nos
arredores das escolas, entre outros. Técnicas como jogos, atividades fora da sala de aula,
simulações, teatros ou produções de materiais pedagógicos, são fortemente recomendadas
para o desenvolvimento da Educação Ambiental, pois possibilitam que os alunos sejam
43
avaliados por suas atitudes, seus comportamentos ou suas atuações participativas. É preciso
também reconhecer que a Educação Ambiental é interdisciplinar, devendo permear todas as
áreas que compõem o currículo. Embora a Educação Ambiental possa ser desenvolvida nas
diversas disciplinas, é recomendável repensar o conteúdo que cada uma se propõe a oferecer.
Algumas técnicas e metodologias em Educação Ambiental são recomendáveis, tais como: (1)
a coerência e a boa seleção dos materiais didáticos, particularmente dos livros didáticos; (2) a
promoção da discussão nas salas de aulas, debatendo os problemas conflitantes em vez de
ignora-los; (3) o respeito às diversas formas de opiniões dos alunos, centralizando o tema e
não a figura do professor; (4) a não neutralidade da Educação, uma vez que não existem
pessoas neutras; (5) a promoção de alternativas aos problemas ambientais, discutindo um
gerenciamento adequado; (6) o envolvimento da comunidade e experiências pessoais dos
alunos, construindo os conhecimentos no processo ensino-aprendizado; (7) a utilização de
jogos, simulações, teatros e outras novas metodologias que auxiliam na familiarização dos
estudantes com os problemas ambientais; e (8) a promoção de trabalhos de campo, sempre na
perspectiva interdisciplinar (SATO, 2002, p. 29 & 41).
Muito comum é o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental ou de
ecologia tomando-se como objeto de estudo prioritário o buraco de ozônio, o efeito estufa ou,
ainda, florestas distantes, por exemplo. Negligencia-se o fato de que cada indivíduo está
inserido em um ecossistema e que os princípios são gerais a todos. Partindo-se da realidade
próxima, além do ganho qualitativo em trabalhar com algo que possua real significado para o
estudante, tem-se a possibilidade de explorar o ambiente e as relações com a qualidade de
vida nele praticadas. Isto é verdadeiro para as mais distintas realidades sócio-econômicas. Em
escolas de favelas ou de periferias de baixa renda, poderiam ser desenvolvidas atividades que
permitissem a compreensão da relação da prevalência das doenças gastrintestinais com a
qualidade e abastecimento (ou não) de água, ou ainda os problemas advindos da falta de
44
disposição adequada dos esgotos e do lixo. Em se tratando de escolas que tivessem por
clientela alunos da classe economicamente privilegiada, poder-se-ia questionar a produção
doméstica do lixo e o desperdício gerado pelo consumo desenfreado. Desta forma, a Educação
Ambiental e a educação em saúde assumem um caráter muito mais amplo do que a mera (mas
importante e indispensável) aquisição de conhecimentos, passando a ser um momento de
reflexão e questionamento das condições de vida, suas causas e conseqüências, e se tornando
um instrumento para a construção e consolidação da cidadania (MOHR & SCHALL, 1992, p.
202).
REIGOTA (2001b, p. 37-38), conclui que muitos são os métodos possíveis para a
realização da Educação Ambiental. O mais adequado é que cada professor estabeleça o seu, e
que o mesmo vá ao encontro das características de seus alunos. As aulas expositivas não são
muito recomendadas na Educação Ambiental; mas elas podem ser muito importantes quando
bem preparadas e quando deixam espaço para os questionamentos dos alunos. Para a
realização da Educação Ambiental podemos empregar os seguintes métodos: passivo (em que
só o professor fala), ativo (em que os alunos fazem experiências sobre o tema), descritivo (em
que os alunos aprendem definição de conceitos e descrevem o que eles puderam observar, por
exemplo, numa excursão) e analítico (em que os alunos completam sua descrição com dados
e informações e respondem a uma série de questões sobre o tema). A Educação Ambiental
que visa a participação do cidadão na solução dos problemas deve empregar metodologias que
permitam ao aluno questionar dados e idéias sobre um tema, propor soluções e apresentá-las.
2.6. A HUMANIDADE E A QUESTÃO AMBIENTAL:
45
Segundo os PCN’s, à medida que a humanidade aumenta sua capacidade de
intervir na natureza para satisfação de necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e
conflitos quanto ao uso do espaço e dos recursos em função da tecnologia disponível. Nos
últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização, com sua
forma de produção e organização do trabalho, além da mecanização da agricultura, que inclui
o uso intenso de agrotóxicos, e a urbanização, com um processo de concentração populacional
nas cidades. À medida que tal modelo de desenvolvimento provocou efeitos negativos mais
graves, surgiram manifestações e movimentos que refletiam a consciência de parcelas da
população sobre o perigo que a humanidade corre ao afetar de forma tão violenta o seu meio
ambiente (BRASIL, 1997, p. 19-20).
JESUS & MARTINS (2002, p. 172), descrevem que nos últimos 20 anos, a
questão ambiental tem constituído tema de reflexões, críticas e debates, por se tratar de uma
necessidade premente que visa a adoção de novas práticas, novos estilos de vida, nova
concepção de ser humano e de natureza, diferentes dos sistemas de valores que nos foram
impostos através da história e da cultura de dominação. Nesse processo, a Educação
Ambiental vem sendo bastante discutida como uma das possibilidades de superação dos
problemas ambientais atuais, onde a questão da cidadania ocupa o cerne dos debates.
A solução e a prevenção dos problemas ambientais pressupõem o uso inteligente
dos recursos naturais. Isso exige um cuidadoso planejamento, que considere os vários
aspectos do ecossistema e a forma adequada de utiliza-lo sem destruí-lo (SARIEGO, 1994, p.
156).
Cada cidadão deveria buscar a transformação da realidade perversa a que possa
estar submetido, tanto o ambiente natural (sem o homem) como o meio social humano (sem a
natureza não humana), pois este não sobrevive sem aquele. Buscar, portanto, conceber um
46
mundo viável para esta e as próximas gerações, sendo partícipes esclarecidos do presente e
futuro (PEDRINI et al., 2001, p. 16).
Além disso, o homem contemporâneo vive profundas dicotomias. Dificilmente se
considera um elemento da natureza, mas como um ser à parte, observador e/ou explorador da
mesma. A educação ambiental não resolverá os complexos problemas ambientais do planeta,
por si só, porém poderá influir decididamente para isso, ao formar cidadãos conscientes de
seus direitos e deveres (REIGOTA, 2001b, p. 11).
2.7. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA:
No Brasil, temos uma legislação ambiental considerada muito avançada. As
comunidades encontram nela importantes mecanismos de participação, em busca da proteção
e melhoria da sua qualidade ambiental (DIAS, 2001, p. 383).
Vários são os decretos e leis, tanto federais, estaduais como municipais, no Brasil
que de alguma maneira tentam otimizar o meio ambiente. Os principais decretos e leis, que
envolvem o tema de Educação Ambiental, estão relacionados no QUADRO 3.
A legislação ambiental brasileira não é nova. Alguns capítulos no Código Civil
Brasileiro, de 1911, demonstram que, já naquela época, o legislador se preocupava com um
aspecto até hoje considerado básico no controle ambiental. O Código Penal, de 1940, em seus
artigos 270 e 271, contém preceitos relacionados ao envenenamento e poluição de águas de
abastecimento, com sanções inafiançáveis, prevendo reclusão de até 15 anos. O Decreto Lei
nº 3.688/41, da Lei de Contravenções Penais, nos artigos 37 e 38 do Capítulo III, prevê
sanção para quem emitir, abusivamente, fumaça, vapor ou gás, que possa oferecer risco ou
molestar alguém. O Código Florestal, de 1965, pode ser considerado a primeira lei brasileira
47
especificamente ambiental, ao contemplar a preservação da fauna, estabelecendo normas para
regular a caça e a pesca. Antes dela, já havia o antigo Código Florestal, de 1934. Em 1981, foi
criada a Lei 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, impondo ao
poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos. A Constituição Federal de 1988
dedica o Capítulo VI, Artigo 225, ao meio ambiente, impondo ao poder público e à sociedade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações. Os infratores ficam, assim,
sujeitos a sanções penais e administrativas e obrigados a reparar os danos causados
(MEIRELES, 2001, p. 20).
Foi a partir da Lei 6.938, de 1981, que a Educação Ambiental se tornou oficial no
Brasil, com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente. No entanto, somente em 1996
o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) criou
as diretrizes para a Educação Ambiental, aperfeiçoadas a partir de então por educadores do
Ministério da Educação e Cultura (MEC) e técnicos da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Cidadania e a Cultura (UNESCO). Essas diretrizes compõem o Programa
Nacional de Meio Ambiente, que se baseia nos conceitos metodológicos desenvolvidos na
Conferência de Educação Ambiental realizada em Tbilisi, Geórgia (ex-república soviética) em
1977 (TROLLES, 1999, p. 38).
2.8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO:
Ao longo dos últimos anos, a Educação Ambiental tem sido cogitada e adotada
como uma das ações capazes de colaborar na transformação do padrão de degradação sócio-
ambiental vigente na nossa sociedade. A escola foi um dos primeiros espaços a absorver esse
processo de “ambientalização” da sociedade, recebendo sua cota de responsabilidade para
48
melhorar a qualidade de vida da população, por meio da informação e conscientização
(SEGURA, 2001, p. 21).
De acordo com o primeiro levantamento sobre Educação Ambiental feito pelo
Ministério da Educação e Cultura (MEC), cerca de 70% das escolas do país oferecem a
disciplina ou desenvolvem o tema em matérias como História, Matemática e Biologia. Os
números, divulgados em junho, tiveram como base o Censo Escolar 2001 e mostram que
71,2% dos estudantes têm a disciplina no currículo. Entre os alunos de 5ª à 8ª série, esse
índice é de 73%, o que representa 11,4 milhões de estudantes. Já entre os matriculados da 1ª à
4ª série, 70% estudam o assunto, ou seja, 13,8 milhões de crianças. Por mais que os números
do MEC sejam animadores, educadores alertam que a Educação Ambiental só dá frutos
quando os trabalhos resultam em atividades práticas, pois dos trabalhos realizados nas
escolas, 80% ainda são de conscientização (MEROLA, 2002, p. 22).
As disciplinas escolares são os recursos didáticos através dos quais os
conhecimentos científicos de que a sociedade já dispõe são colocados ao alcance dos alunos.
As aulas são o espaço ideal de trabalho com os conhecimentos e onde se desencadeiam
experiências e vivências formadoras de consciências mais vigorosas porque são alimentadas
no saber. As disciplinas que com maior freqüência têm incluído em seus programas as
questões ambientais são Ciências (Ciências Naturais) e Geografia Física. Ainda são raras as
incursões sobre o assunto feitas pelas disciplinas que trabalham com o saber produzido pelas
Ciências Humanas, dentre estas, Estudos Sociais, História e Geografia Humana
(PENTEADO, 2001, p. 16-17).
Em meados da década de 80, houve um importante debate nos meios
educacionais, onde se discutia se a Educação Ambiental deveria ser ou não uma disciplina a
mais no currículo escolar. O Conselho Federal de Educação optou pela negativa, assumindo
as posições dos principais educadores ambientalistas brasileiros da época, que considera a
49
Educação Ambiental como uma perspectiva de educação que deve permear todas as
disciplinas. Embora a Ecologia, como ciência, tenha uma importante contribuição a dar à
Educação Ambiental, ela não está mais autorizada que a História, o Português, a Química, a
Geografia, a Física, etc. (REIGOTA, 2001b, p. 25).
Porém, a forma como o currículo é oferecido ainda não permite um arranjo
flexível para que os professores possam implementar a dimensão ambiental em suas aulas. No
ensino Fundamental, por exemplo, a Matemática, a Língua Portuguesa e a alfabetização
sempre consomem muito tempo, deixando uma grande lacuna em outras disciplinas. No
Ensino Superior, a estrutura departamental não permite que os docentes desenvolvam suas
atividades interdisciplinares, impedindo a elaboração de conteúdos curriculares que
incorporem o conhecimento ambiental nos modelos tradicionais do processo de ensino-
aprendizagem (SATO, 2002, p. 27).
A Educação Ambiental não deve ser uma disciplina específica do currículo, mas
sim um “approach” que permite todo o processo educativo, aparecendo em todas as
disciplinas sempre que cabível (CAPELETTO, 1999, p. 11).
SATO (2002, p. 24), afirma que o ambiente não pode ser considerado um objeto
de cada disciplina, isolado de outros fatores. Ele deve ser abordado como uma dimensão que
sustenta todas as atividades e impulsiona os aspectos físicos, biológicos, sociais e culturais
dos seres humanos. A Educação Ambiental tem sido identificada como transdisciplinar, isto é,
deve permear todas as disciplinas do currículo escolar. O pensamento cartesiano, que
conduziu a Ciência pelos aspectos específicos, e a diversidade de acontecimentos ambientais
não permitem a criação de uma disciplina de Educação Ambiental, pois dificilmente se
encontra um profissional de formação polivalente que detenha todos os conhecimentos
inerentes à multidimensionalidade associada à questão ambiental.
50
As atividades em educação, e muito especialmente em Educação Ambiental,
precisam incentivar a ruptura com esses pressupostos da educação da modernidade, sob pena
de continuarmos a reproduzir em nossas iniciativas de Educação Ambiental tudo aquilo que
ajudou a mutilar a educação como um processo de construção da autonomia e liberdade dos
sujeitos, e que está inviabilizando a realização da Educação Ambiental como uma prática que
leve à reflexão e ao alargamento do conceito e da conquista da cidadania (BARCELOS &
NOAL, 2000, p. 109-110).
Os desafios da capacitação de professores para o processo de incorporação da
dimensão ambiental nos currículos do ensino fundamental e médio nos impulsionam a refletir
sobre as características dos docentes e discentes responsáveis pela efetiva implementação do
processo e sobre a instituição-escola onde deverão produzir-se as mudanças que envolvem as
atividades dos agentes sociais mencionados (MEDINA, 2002, p. 69).
COSTA (2002, p. 138), descreve que a inserção da Educação Ambiental nos
conteúdos tradicionais e nos projetos político-pedagógicos da escola é um caminho para
resgatar a importância do ambiente como uma construção individual e coletiva, onde os
elementos biofísicos dependem do sociais. Porém, no que diz respeito à Educação Ambiental
no ensino formal, algumas questões retardam e inibem o professor e a escola a deslancharem
o processo. Como fazer? Qual a metodologia a ser utilizada? Quais recursos podem ser
utilizados? Quais as concepções acerca de conceitos importantes para o processo da Educação
Ambiental?
Segundo MOHR & SCHALL (1992, p.200), a formação do professor nos
domínios da Educação Ambiental e da educação em saúde é muito deficiente. Claro está que
existem gradações nesta falta de preparo, mas, de maneira geral, podemos verificá-la tanto no
professor oriundo das escolas de formação de professores, a nível médio, quanto naquele que,
licenciado, atingiu a formação universitária. Quando a formação teórica do docente, no seu
51
campo de especialidade (Ciências Biológicas, por exemplo), é de suficiente qualidade, faltam-
lhe conhecimentos teóricos e/ou práticos sobre procedimentos didáticos ou, ainda que estes
sejam de seu domínio, dificuldades se colocam, impedindo-o de desenvolvê-los na realidade
de sua classe. Os professores, via de regra, não se encontram preparados para organizar
atividades de ensino a partir da análise de uma dada realidade concreta.
Conceber a Educação Ambiental no ensino formal pressupõe por um lado o
conhecimento e, por outro, uma base metodológica que proporcione ao indivíduo o
desenvolvimento da capacidade de compreender, sensibilizar-se e incorporar hábitos e valores
em relação ao trato adequado do ambiente. Para que isto seja efetivado, a proposta
metodológica eleita para inserir a Educação Ambiental no currículo da escola deve ser
assumida por toda a comunidade escolar, partindo dela própria, como fruto do anseio da
própria comunidade, indo ao encontro da solução dos problemas, fazendo uso das
potencialidades da escola e da comunidade onde está inserida. Estas recomendações são
colocadas por se saber que as políticas que vêm de instâncias superiores tendem a não se
consolidar. Na maioria das vezes encontra apenas forças de resistência, que se posicionam
contrárias às mudanças sugeridas. No entanto, aquilo que emerge da realidade, da reflexão, do
diálogo e dos anseios de um grupo, tende, num esforço conjunto deste próprio grupo a ter
êxito (COSTA, 2002, p. 159).
A escola precisa estar refletindo suas representações sociais, para, a partir delas, ir
construindo novas representações e relações, mais flexíveis, mais contextualizadas, mais
construtivas, mais transformadoras e que respondam com mais eficiência às perspectivas
sócio-ambientais, transformando a escola, de fato, num lugar de formar cidadãos para
enfrentar as nuances da realidade brasileira e “planetária”. E para isso, não necessitamos de
uma nova disciplina, mas de práticas escolares que busquem contribuir para a formação
integral do educando, visando a conquista da cidadania, do direito de morar em um ambiente
52
sadio, limpo, com menos violência, mais justiça social, onde os seres humanos possam
relacionar-se sem medos, respeitando-se e respeitando outras formas de vida; que uma nova
ética venha a ser estabelecida (AZEVEDO, 2001, p. 79).
Porém, é imprescindível que os programas e projetos de Educação Ambiental,
identifiquem a percepção ambiental de toda comunidade, observando as diferenças. Numa
escola, por exemplo, a percepção ambiental dos educadores não servem de modelo para as
crianças. As crianças vêem o mundo de forma diferente. Entretanto, é imprescindível
conhecer como elas percebem o meio ambiente para em seguida intervir (SILVA & LEITE,
2000, p. 1).
2.9. AGENDA 21:
A Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no
Rio de Janeiro em junho de 1992, a RIO-92 (ou ECO-92), organizada pelas Nações Unidas e
que trouxe ao Brasil mais de uma centena de chefes de Estado e de governo, representou o
ponto alto da consciência planetária em torno da importância vital de submeter as
necessidades do desenvolvimento aos limites toleráveis pela natureza. Políticos, cientistas,
pesquisadores, estudantes e professores, entre outros, participaram do evento para discutir os
compromissos consensuais entre 179 países, em relação ao ambiente e a um desenvolvimento
mais sustentável do mundo para o Século XXI (daí a razão do nome, “Agenda 21”). Esse
documento histórico contém 700 páginas e representa o acordo internacional das ações que
objetivam melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas do planeta. A RIO-92 reafirmou a
Declaração da Conferência de Estocolmo (1972), buscando estabelecer uma nova parceria
global e igualitária entre os Estados, respeitando os interesses coletivos que projetam a
53
integridade do ambiente e do desenvolvimento, reconhecendo a natureza como um sistema
integral e interdependente da Terra (NEIVA et al., 2001, p. 12 & SATO, 2002, p. 55).
A Agenda 21 é, provavelmente, o mais importante resultado da Conferência das
Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, realizada em junho de
1992 no Rio de Janeiro. Graças às suas proposições de contemplar tanto o curto quanto o
médio e longo prazos, vem estabelecendo uma síntese entre as duas visões sustentabilistas já
descritas, cunhando uma nova tendência que podemos denominar de “educação orientada para
a sustentabilidade”. A Agenda 21 representa o mais ambicioso programa de ação conjunta de
países já produzido, com o objetivo de promover, em escala planetária, o desenvolvimento
sustentável. Em síntese, a Agenda 21 propõe-se a ser o texto-chave para guiar governos e
sociedades, nas próximas décadas, rumo à sustentabilidade (CRESPO, 2000, p. 221).
O anseio do desenvolvimento sustentável desenhou os contornos de uma
revolução pacífica, movida pela consciência do desastre iminente. A RIO-92 representou o
coroamento desse sentimento de solidariedade universal, pelo qual se reconhecia a
necessidade da mútua colaboração para reequilibrar as relações do homem com o meio
ambiente. Mas, para atingir essa meta, tornava-se necessário definir um elenco de
compromissos: daí surgiu a Agenda 21, o receituário para se chegar ao desenvolvimento
sustentável no correr do novo século. Para isso, cada país saiu da conferência do Rio de
Janeiro com a missão de definir suas obrigações, a partir de suas realidades, em busca do
desenvolvimento sustentável. E, dentro de cada país, obrigações regionais e locais, numa
gradação de agendas que contemplassem tanto as realidades municipais, quanto os grandes
desafios nacionais (NEIVA et al., 2001, p. 12).
Para CRESPO (2000, p. 226), a Agenda 21 e o programa da sustentabilidade
traçam um caminho e sugerem um papel aos educadores que só a educação orientada para a
sustentabilidade pode cumprir. Ao aproveitar o que há de melhor, em termos dos valores que
54
foram sendo nas várias tendências do ambientalismo e que rebateram na educação (tais como
a “educação experiencial”, a “educação ambiental política” e a “educação para o
desenvolvimento sustentável”) a Agenda 21, com seu espírito altamente propositivo e
enfatizador das soluções dos problemas, tem toda a chance de ser o novo marco referencial da
Educação Ambiental no mundo e no Brasil.
Porém, NEIVA et al. (2001, p. 13), descrevem que, ignorada pelos países mais
ricos, a Agenda 21, protocolo de intenções assinado pelos dirigentes dos Estados que
participaram da RIO-92, no Rio de Janeiro, tem poucas possibilidades de se converter em
prática no mundo desenvolvido e, dificilmente, será adotada pelos governantes do Primeiro
Mundo, porque ela pressupõe uma mudança total no modelo de desenvolvimento econômico e
social. Conclui-se, assim, que a principal dificuldade de adoção dos itens da Agenda 21 se
resume ao modelo econômico baseado no binômio concentração-exclusão.
2.10. COMITÊS DE BACIAS:
Os comitês de bacias hidrográficas foram criados pela lei que instituiu a política
estadual de recursos hídricos (Lei nº 7.663/91) para gerenciar a água de forma
descentralizada, integrada e com a participação da sociedade. Os comitês são colegiados
compostos por representantes de municípios (prefeitos), de órgãos estaduais e de entidades
representativas da sociedade civil (ONG’s, universidades, associações) em igual número. A
composição tripartite visa garantir a todos os integrantes do colegiado os mesmos direitos e o
poder de deliberar na tomada de decisões que irão influenciar na melhoria da qualidade de
vida da região e no desenvolvimento sustentado da bacia. Por isso, os comitês de bacia são
considerados “o parlamento das águas”. Antes de sua criação, o gerenciamento da água era
55
feito de forma isolada por municípios e Estado. As informações estavam dispersas em órgãos
técnicos ligados ao assunto e os dados não eram compatíveis. Era muito difícil obter acesso a
informações concretas. Isso dificultava o planejamento sobre captação, abastecimento,
distribuição, despejo e tratamento da água que consumimos e acarretava a realização de mega
obras, concebidas de forma isolada, muitas vezes com desperdício de dinheiro público.
Conseqüentemente, a falta de políticas públicas integradas e eficientes para manejo dos
recursos naturais provocou a degradação de muitos rios (REDE DAS ÁGUAS, 2002, n. p.).
Segundo a Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997 (Política Nacional de Recursos
Hídricos – Lei das Águas), a criação dos comitês pretende descentralizar gestão dos usos das
águas por bacias hidrográficas e gerar recursos financeiros a serem empregados na própria
bacia, através do “usuário pagador”, que utiliza água advinda de qualquer parte da natureza; e
do “usuário poluidor”, onde qualquer uso da água a polui. Além disso, compete aos comitês
de bacias: promover debate das questões relacionadas a recursos hídricos; arbitrar, em
primeira instância administrativa; aprovar o Plano de Recursos Hídricos; acompanhar a
execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos; estabelecer os mecanismo de cobrança; e
estabelecer critérios e promover o rateio de custos das obras de uso múltiplo.
56
3. METODOLOGIA:
Foram investigadas as expectativas dos interessados do projeto sobre Educação
Ambiental (professores; Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Educação do município
de Cachoeiras de Macacu – RJ), sendo então, determinado o tipo de ação proposta, além de
determinar o tipo de auxílio que estes puderam oferecer ao longo do processo deste trabalho,
de acordo com o nosso plano de ação e nossa matriz analítica para montagem e avaliação do
projeto (QUADROS 1 & 2).
Ainda nesta fase, também foi feito um reconhecimento visual do trecho do Rio
Boa Vista (afluente do Rio Macacu) e do próprio Rio Macacu no trecho em que passa pela
região urbana da cidade, com análises de fotografias tiradas no local e constatação das ações a
serem implementadas (FIGURAS 6, 7, 8 & 9).
Após nos reunirmos com a comunidade, professores, Secretário Municipal de
Meio Ambiente, visitarmos a APA de Guapimirim (região integrada a esta bacia
hidrográfica), tomarmos conhecimento de pontos importantes que envolvem todos os
diferentes níveis de problemas (desmatamento, exploração imobiliária, turismo
descontrolado), fatores que poderão trazer problemas futuros a este ecossistema, e ao
visitarmos lugares significativos no percurso dos Rios Boa Vista e Macacu (captação de água,
transmissão na estação de Imunana, até a chegada na Estação de Tratamento de Água (ETA)
de Laranjal, com seu tratamento em todas as fases), foram definidos os modos de abordagem
das principais questões relacionadas diretamente com os problemas ambientais da região.
Neste primeiro momento, os principais problemas foram identificados pelos
próprios pesquisadores responsáveis deste projeto (Professores Marco Antônio, Jorge Luiz e
Ana Paula), mas ficou claro entre nós, que os professores e membros da comunidade das
57
escolas inseridas na pesquisa têm importância fundamental na formulação de ações que
solucionem os problemas relacionados com o meio ambiente da região.
Após o encontro com o Diretor do Ginásio Público 470 Dr. Mário Simão Assaf,
professor George Max, e a sua colocação à nossa disposição, sendo isto um fator
importantíssimo para o desenvolvimento deste projeto, foi traçado como estratégia, um curso
de Educação Ambiental para os professores e educadores do município de Cachoeiras de
Macacu – RJ. Este curso, composto por ciclos de palestras, proferidas por nós (Professores
Marco Antônio; Jorge Luiz e Ana Paula), foi amplamente divulgado em toda a rede de ensino
do município, incluindo as instituições de ensino municipal, estadual e particular. O curso
teve um período de uma semana, iniciando em 14 de outubro de 2002, com término em 18 de
outubro de 2002, tendo um público médio de 20 professores e/ou educadores.
Durante este curso nós nos preocupamos em abranger os diversos tópicos de
extrema necessidade no desenvolvimento da questão ambiental, além de fornecermos
subsídios suficientes para que todos tenham uma base para o desenvolvimento de qualquer
projeto relacionado sobre a Educação Ambiental (QUADROS 5 & 6), sendo, por isso, o curso
dividido em etapas: histórico do município de Cachoeiras de Macacu; história da Educação
Ambiental mundial; história da Educação Ambiental brasileira; legislação ambiental;
Educação Ambiental propriamente dita e principais ações de Educação Ambiental em sala de
aula. Durante a semana do curso foram distribuídos, para cada professor, questionário-
pesquisa sobre o tema Educação Ambiental, com o objetivo de conhecermos o engajamento
dos profissionais de educação sobre este tema (QUADRO 4).
58
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES:
De todos os professores que participaram deste projeto e responderam o
questionário-pesquisa, foram coletados os seguintes dados, descritos adiante, em relação à
formação acadêmica: 28 (100%) apresentam Licenciatura Plena, sendo que destes, além da
Licenciatura Plena, dez (35,7%) têm pós-graduação (lato sensu); três (10,7%) também
fizeram curso Normal; dois (7,1%) apresentam Licenciatura Curta; dois (7,1%) têm
Bacharelado e um (3,6%), Mestrado (stricto sensu).
De acordo com o tipo de instituição em que lecionam, todos os 28 (100%)
professores trabalham em escolas estaduais, além de alguns atuarem em outros tipos de
instituições de ensino, tais como, três (10,7%) também atuam em escolas particulares; dois
(7,1%) em escolas municipais e um (3,6%) em instituição federal.
Para o ensino da regência dos professores, o quadro se mostrou da seguinte
maneira: 25 (89,3%) professores atuam no ensino médio; 15 (53,6%) no ensino fundamental;
cinco (17,9%) na formação de professores e um (3,6%) no ensino técnico.
A definição para Educação Ambiental foi descrita de diferentes formas pelos
professores que responderam o questionário-pesquisa, sendo todas aceitas, já que não existe
um conceito fechado para um tema amplo como este. As palavras chaves que apareceram com
maior freqüência foram: Preservação (53,6%); Meio Ambiente (35,7%); Conscientização
(28,6%); Natureza (17,9%); Esclarecimento (14,3%); Ambiente (14,3%); Orientação (10,7%);
Qualidade de Vida (10,7%); Conservação (7,1%) e Educação (7,1%).
Ao se pedir para os professores definirem o que entendem por Educação
Ambiental, eles se dividem em dois grandes grupos: os que associam Educação Ambiental a
uma disciplina específica, e outros que a percebem como um projeto pedagógico
59
conscientizador. A representação “conscientizadora” aparece em diversas oportunidades,
conferindo à Educação Ambiental a tarefa de introjetar nos indivíduos, indistivamente, a
consciência que possibilite a preservação do meio ambiente, entendido como a preservação da
natureza (REIGOTA, 2001a, p. 76-77).
Os professores, ao responderem o questionário-pesquisa deste projeto, citaram as
disciplinas que apresentam relação com a Educação Ambiental. Dos 28 (100%) professores,
17 (60,7%) afirmaram que todas as disciplinas apresentam relação com a Educação
Ambiental, enquanto que 11 (39,3%) professores optaram em escolher diferentes disciplinas
que têm relação com a Educação Ambiental. As disciplinas citadas por estes professores
foram: Ciências (39,3%); Biologia (35,7%); Geografia (28,6%); História (21,4%); Educação
Física (17,9%); Sociologia/Filosofia (17,9%); Matemática (14,3%); Educação Artística
(14,3%); Língua Portuguesa (10,7%); Religião (10,7%) e Literatura (7,1%). Importante
observar que as disciplinas de Língua Estrangeira, Física e Química não foram citadas
nenhuma vez como tendo alguma relação com a Educação Ambiental (GRÁFICO 1).
Embora a Ecologia, como ciência, tenha uma importante contribuição a dar à
Educação Ambiental, ela não está mais autorizada que a História, o Português, a Química, a
Geografia, a Física, etc. A Educação Ambiental, como perspectiva educativa, pode estar
presente em todas as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as relações entre
a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas
especificidades. Na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de
1992, alguns professores comentaram que a Educação Ambiental provocou nos alunos um
grande interesse pelos temas abordados e participação nas atividades propostas, elevando
consideravelmente o nível de aprendizagem. Outros comentaram o envolvimento entre os
professores de várias disciplinas e entre eles e os alunos, não só na escola, mas também na
comunidade. A tradicional separação entre as disciplinas, humanas, exatas e naturais, perde
60
sentido, já que o que se baseia é o conhecimento integrado de todas elas para a solução dos
problemas ambientais (REIGOTA, 2001b, p. 25-26).
As disciplinas que com maior freqüência têm incluído em seus programas as
questões ambientais são Ciências (Ciências Naturais) e Geografia Física. Ainda são raras as
incursões sobre o assunto feitas pelas disciplinas que trabalham com o saber produzido pelas
Ciências Humanas, dentre estas, Estudos Sociais, História e Geografia Humana
(PENTEADO, 2001, p. 16-17).
Para os professores que escolheram diferentes disciplinas envolvidas com a
Educação Ambiental, a causa principal tem relação com o conhecimento, subsídios e
informações destas disciplinas com o tema de Educação Ambiental: “Porque está ligada com
os seres vivos que compõem o ambiente”; “Porque fornecem subsídios para se entender a
atuação e interferência do homem no ambiente”; “Porque estão ligadas pelo conhecimento
científico”; “Porque são matérias que interagem entre si”; “Porque nos dão as informações
necessárias para a Educação Ambiental”.
SATO (2002, p. 24), afirma que o ambiente não pode ser considerado um objeto
de cada disciplina, isolado de outros fatores. Ele deve ser abordado como uma dimensão que
sustenta todas as atividades e impulsiona os aspectos físicos, biológicos, sociais e culturais
dos seres humanos. A Educação Ambiental tem sido identificada como transdisciplinar, isto é,
deve permear todas as disciplinas do currículo escolar. O pensamento cartesiano, que
conduziu a Ciência pelos aspectos específicos, e a diversidade de acontecimentos ambientais
não permitem a criação de uma disciplina de Educação Ambiental, pois dificilmente se
encontra um profissional de formação polivalente que detenha todos os conhecimentos
inerentes à multidimensionalidade associada à questão ambiental.
A maioria dos professores descreveu que a Educação Ambiental não é um tema de
algumas disciplinas e sim de todas por complexas razões: “Porque todas conscientizam a
61
respeito da preservação da natureza”; “Porque todos somos responsáveis pela orientação
dos educandos”; “Porque vejo uma correlação entre todas as disciplinas e o ambiente”;
“Porque faz parte do tema transversal”; “Porque não é possível dicotomizar a Educação
Ambiental”.
Conceber a Educação Ambiental no ensino formal pressupõe por um lado o
conhecimento e, por outro, uma base metodológica que proporcione ao indivíduo o
desenvolvimento da capacidade de compreender, sensibilizar-se e incorporar hábitos e valores
em relação ao trato adequado do ambiente. Para que isto seja efetivado, a proposta
metodológica eleita para inserir a Educação Ambiental no currículo da escola deve ser
assumida por toda a comunidade escolar, partindo dela própria, como fruto do anseio da
própria comunidade, indo ao encontro da solução dos problemas, fazendo uso das
potencialidades da escola e da comunidade onde está inserida. Estas recomendações são
colocadas por se saber que as políticas que vêm de instâncias superiores tendem a não se
consolidar. Na maioria das vezes encontra apenas forças de resistência, que se posicionam
contrárias às mudanças sugeridas. No entanto, aquilo que emerge da realidade, da reflexão, do
diálogo e dos anseios de um grupo, tende, num esforço conjunto deste próprio grupo a ter
êxito (COSTA, 2002, p. 159).
Em relação à pergunta do questionário-pesquisa, se o professor em questão já
havia trabalhado algum tema de Educação Ambiental, obtivemos as seguintes respostas: 22
(78,6%) professores já trabalharam algum tema sobre Educação Ambiental em aula e seis
(21,4%) professores nunca trabalharam com o tema de Educação Ambiental (GRÁFICO 2).
De acordo com o primeiro levantamento sobre Educação Ambiental feito pelo
Ministério da Educação e Cultura (MEC), cerca de 70% das escolas do país oferecem a
disciplina ou desenvolvem o tema em matérias como História, Matemática e Biologia. Os
números, divulgados em junho, tiveram como base o Censo Escolar 2001 e mostram que
62
71,2% dos estudantes têm a disciplina no currículo. Entre os alunos de 5ª à 8ª série, esse
índice é de 73%, o que representa 11,4 milhões de estudantes. Já entre os matriculados da 1ª à
4ª série, 70% estudam o assunto, ou seja, 13,8 milhões de crianças. Por mais que os números
do MEC sejam animadores, educadores alertam que a Educação Ambiental só dá frutos
quando os trabalhos resultam em atividades práticas, pois dos trabalhos realizados nas
escolas, 80% ainda são de conscientização (MEROLA, 2002, p. 22).
Os professores que nunca trabalharam com o tema de Educação Ambiental,
descreveram que a principal razão era a falta de tempo e/ou de oportunidade: “Não tive
oportunidade”; “Falta de oportunidade”; “Porque a disciplina de Matemática, na sua
aplicação, não proporciona o desenvolvimento de um tema”. Já os que trabalham com o tema
da Educação Ambiental, descrevem que fazem uso de textos, datas envolvendo o tema ou
aplicabilidades do cotidiano do aluno: “Porque é pertinente ao conteúdo que estava sendo
aplicado”; “Porque está ligado ao texto em que eu trabalhava”; “Porque estava trabalhando
a semana do meio ambiente”; “Porque por diversas vezes percebi a importância e a
necessidade de esclarecer meus alunos a respeito da importância do tema citado”; “Visto ser
de extrema importância dos alunos interagirem com o meio de forma saudável para ambos”;
“Porque compete a todos os que lidam com Educação, abordar este tema”.
Segundo BARCELOS & NOAL (2000, p. 108), constata-se com freqüência que a
participação dos professores se dá muito mais em função de uma certa obrigação, já que a
Educação Ambiental é importante e também é considerada administrativamente como
prioridade pelas instituições oficiais que tratam do planejamento escolar. Por outro lado, não
raramente acontece de os professores da escola não participarem da elaboração destes projetos
de Educação Ambiental. Não foram em muitos casos nem consultados, por exemplo, sobre
quais os problemas ambientais que eles acham mais graves na sua escola, ou na comunidade
escolar. Nem sequer quem planejou estes projetos tentou se aproximar do imaginário desses
63
professores em relação à questão ambiental. Isso faz com que os professores não se sintam
atores importantes do projeto. São na verdade coadjuvantes, quando não meros espectadores.
A Educação Ambiental não deve estar baseada na transmissão de conteúdos
específicos, já que não existe um conteúdo único, mas sim vários, dependendo das faixas
etárias a que se destinam e dos contextos educativos em que se processam as atividades. O
conteúdo mais indicado deve ser originado do levantamento da problemática ambiental vivida
cotidianamente pelos alunos e que se queira resolver. Esse levantamento pode e deve ser feito
conjuntamente pelos alunos e professores (REIGOTA, 2001b, p. 35).
64
5. CONCLUSÃO:
A inclusão da Educação Ambiental no currículo das séries iniciais de forma
transversal e com o maior interesse pelas questões ambientais em todas os âmbitos, nos leva a
uma reflexão a respeito das mudanças na forma de ensinar e conscientizar as pessoas ligadas a
qualquer ecossistema. Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a
conscientização uma coisa significativa, o que caracteriza um processo ensino-aprendizagem
construtivista, através do qual as pessoas estabelecem vínculos com a questão ambiental,
integrando-a em um novo contexto estabelecendo uma ponte entre ação e a reflexão, entre a
teoria e a prática.
Isto pressupõe uma mudança, na forma de viver e com isto um desenvolvimento
de novas normas de conduta, alterando o cotidiano, contribuindo para o desenvolvimento de
novas práticas que surgirão a partir das novas relações estabelecidas neste processo de
mudanças.
Parece-nos claro que a preocupação com a preservação ambiental da região por
parte dos educadores aumentou, visto que, após a apresentação do curso sobre Educação
Ambiental, surgiram convites para apresentação no Colégio Estadual Maria Zulmira Torres
nas turmas do Ensino Médio e no Curso de Formação de Professores, além da participação em
encontros para debates sobre o Plano Político Pedagógico referente ao ano de 2003, e
supervisão dos projetos multidisciplinares e interdisciplinares do Ginásio Público 470 Dr.
Mário Simão Assaf e do Colégio Estadual Maria Zulmira Torres.
Esperamos que este trabalho, através da Educação Ambiental como conteúdo
disciplinar para professores do município de Cachoeiras de Macacu - RJ, promova um maior
engajamento dos profissionais de educação, para que estes desenvolvam um conhecimento
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ecológico ambiental e uma consciência ecológica, além destes formarem e capacitarem
cidadãos ecologicamente ativos colaborando, significativamente, com a preservação do
ecossistema do Rio Boa Vista e, conseqüentemente, do Rio Macacu e de toda sua bacia
hidrográfica.
66
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APÊNDICE A
QUADRO 1. Plano de Ação do Projeto de Educação Ambiental (PEA) do curso de pós-graduação (lato sensu) em Educação Ambiental para Gestão Ambiental. Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
PLANO DE AÇÃO
TEMA: Educação Ambiental.
PROBLEMÁTICA:
O desmatamento, a exploração imobiliária, além do turismo descontrolado, às margens do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), no município de Cachoeiras de Macacu – RJ, poderá trazer problemas futuros a este ecossistema. Problemas como destruição da mata ciliar, descargas de esgotos clandestinos e de fertilizantes de plantas para o interior do rio, causando eutroficação do mesmo.
NOME DA ESCOLA ENVOLVIDA:
Ginásio Público 470 Dr. Mário Simão Assaf.
GRUPO RESPONSÁVEL:
Marco Antônio Duarte Espíndola Jorge Luiz Fortuna Ana Paula Mançano Guimarães
DURAÇÃO DO PROJETO:
Uma semana.
PÚBLICO ALVO (PESSOAL ENVOLVIDO):
Professores e educadores do município de Cachoeiras de Macacu.
OBJETIVOS:
Capacitar professores para atuarem na preservação do ecossistema do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), através da Educação Ambiental como conteúdo disciplinar para professores do município de Cachoeiras de Macacu – RJ, promovendo e desenvolvendo o conhecimento ecológico ambiental e a consciência ecológica, além de formar e capacitar cidadãos ecologicamente ativos.
PROCEDIMENTOS ADOTADOS:
Capacitação dos professores por meio de palestras, durante a semana, enfocando o engajamento destes educadores, através da história do município, história da Educação Ambiental, nacional e brasileira, além de demonstrar possíveis práticas e ações de Educação Ambiental em sala de aula de modo formal e informal.
RESULTADOS ESPERADOS:
Os pesquisadores, juntamente com todos os envolvidos neste projeto, a partir das conclusões, elaborarão um plano de atuação para colocar em prática a Educação Ambiental como método de preservação ambiental deste ecossistema local, além de apontar procedimentos a serem adotados para assegurar a continuidade do projeto junto às escolas envolvidas na pesquisa-ação.
Orientadora: PROFª MARIA CHRISTINA ZENTGRAF.
APÊNDICE B
QUADRO 2. Matriz analítica para montagem e avaliação de projetos.
MATRIZ ANALÍTICA PARA MONTAGEM E AVALIAÇÃO DE PROJETOS
TEMA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL.
TÍTULO: EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONTEÚDO DISCIPLINAR COMO PRÁTICA DE PRESERVAÇÃO DO RIO BOA VISTA (AFLUENTE DO RIO MACACU), NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE CACHOEIRAS DE MACACU.
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA A SER
ESTUDADO
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DO
ESTUDO
QUESTÕES DO ESTUDO E/OU HIPÓTESES
PROCEDIMENTOS
• Problema: O desmatamento, a exploração imobiliária, além do turismo descontrolado, às margens do rio Boa Vista (afluente do rio Macacu), no município de Cachoeiras de Macacu–RJ, poderá trazer problemas futuros a este ecossistema. Problemas como destruição da mata ciliar, descargas de esgotos clandestinos e de fertilizantes de plantas para o interior do rio, causando eutroficação do mesmo. • Justificativa: O rio Boa Vista, por se encontrar em um estágio inicial de degradação, há a necessidade de uma conscientização por parte da população, com o intuito de minimizar os impactos ambientais neste ecossistema. • Contribuição: Manter o grau de preservação que a área ainda possui. Através de trabalhos de conscientização e práticas de Educação Ambiental, a princípio, aos professores do município, sendo estes os multiplicadores da questão ambiental.
A solução e a prevenção dos problemas ambientais pressupõem o uso inteligente dos recursos naturais. Isso exige um cuidadoso planejamento, que considere os vários aspectos do ecossistema e a forma adequada de utiliza-lo sem destruí-lo (SARIEGO, 1994). Cada cidadão deveria buscar a transformação da realidade perversa a que possa estar submetido, tanto o ambiente natural (sem o homem) como o meio social humano (sem a natureza não humana), pois este não sobrevive sem aquele. Buscar, portanto, conceber um mundo viável para esta e as próximas gerações, sendo partícipes esclarecidos do presente e futuro (PEDRINI, 2001). O homem contemporâneo vive profundas dicotomias. Dificilmente se considera um elemento da natureza, mas como um ser à parte, observador e/ou explorador da mesma. A educação ambiental não resolverá os complexos problemas ambientais do planeta, por si só, porém poderá influir decididamente para isso, ao formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres (REIGOTA, 2001).
• Evidenciar, através de estudos teóricos e práticos, os principais problemas ambientais da região; • Conhecer o nível de engajamento dos professores, do município de Cachoeiras de Macacu–RJ, no que diz respeito à Educação Ambiental; • Conscientizar os professores, do município de Cachoeiras de Macacu – RJ, sobre a importância da Educação Ambiental como forma de preservação ambiental; • Propor alternativas multidisciplinares e interdisciplinares para a prática da Educação Ambiental, aos professores envolvidos neste trabalho, para darem continuidade ao projeto proposto, como forma de consolidar uma cultura de interdependência entre desenvolvimento social e meio ambiente; • Utilizar a Educação Ambiental como ferramenta para a preservação do rio Boa Vista (afluente do rio Macacu).
• Quais as possibilidades da Educação Ambiental trazer para a região, alternativas de práticas pedagógicas para que ocorram mudanças qualitativas das situações críticas que passa este meio ambiente degradado pelo homem? • Qual será o nível de preocupação e engajamento dos professores do município de Cachoeiras de Macacu–RJ, em informar, discutir e conscientizar os seus alunos sobre Educação Ambiental? • Quais estratégias deverão ser usadas para conscientizar os professores, do município de Cachoeiras de Macacu-RJ, sobre a importância da Educação Ambiental como forma de preservação ambiental? • Quais as alternativas multidisciplinares e interdisciplinares que poderão ser usadas na prática da Educação Ambiental, para que os professores envolvidos neste trabalho, possam dar continuidade ao projeto proposto, como forma de consolidar uma cultura de interdependência entre desenvolvimento social e meio ambiente? • Como a Educação Ambiental poderá ser usada como ferramenta para a preservação do rio Boa Vista?
• Elaboração do Projeto: � Fase exploratória
(levantamento de dados);
� Formulação do problema;
� Pressupostos teóricos; � Objetivos; � Questões; � Cronograma; � Recursos; � Bibliografia preliminar.
• Execução do Projeto de Pesquisa:
� Fundamentação teórica; � Seminário c/ alunos p/
ouvir e observar a comunidade;
� Coleta, análise e interpretação de dados;
� Elaboração do relatório; � Monografia; � Divulgação dos
resultados; � Plano de ação.
APÊNDICE C
QUADRO 3. Principais leis e/ou decretos brasileiros, relacionados com a preservação do meio ambiente.
LEI Nº DATA TÍTULO
4.771 15.09.1965 Código Florestal / Reservas Ecológicas.
5.197 03.01.1967 Proteção à Fauna.
6.902 27.04.1981 Criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental.
6.938 31.08.1981 Política Nacional do Meio Ambiente.
Capítulo VI (Art. 225)
05.10.1988 Constituição Brasileira.
7.797 10.07.1989 Fundo Nacional de Meio Ambiente.
9.394 20.12.1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
9.433 08.01.1997 Política Nacional de Recursos Hídricos.
9.605 12.02.1998 Lei dos Crimes Ambientais.
9.795 27.04.1999 Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA).
3.239 02.08.1999 Princípios da Política Estadual de Recursos Hídricos.
3.325 17.12.1999 Política Estadual de Educação Ambiental.
4.281 25.06.2002 Regulamenta a Lei 9.795 (PNEA).
73
APÊNDICE D
QUADRO 4. Questionário-pesquisa apresentado aos professores, para levantamento de dados sobre o engajamento dos mesmos no que diz respeito à Educação Ambiental.
1. Formação:
� Curso Normal (Formação de Professores).
� Licenciatura Curta. Qual?__________________________________.
� Licenciatura Plena. Qual?__________________________________.
� Outros. Qual?___________________________________________.
2. Escola em que trabalha:
� Federal � Estadual � Municipal � Particular
3. Ensino da sua regência:
� Fundamental � Normal (Formação de Professores)
� Médio � Técnico/Profissionalizante
4. Disciplinas em que atua:
� Matemática � Literatura � Ciências � Ed. Física
� L. Portuguesa � História � Biologia � Religião
� L. Estrangeira � Geografia � Ed. Artística � Sociologia/Filosofia
� Física � Química � Outras:__________________________________.
5. O que você entende por Educação Ambiental? ............................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................... ...............................................................................................................................................................
6. Qual(is) disciplina(s) está(ão) ligada(s) à Educação Ambiental?
� Matemática � Literatura � Ciências � Ed. Física
� L. Portuguesa � História � Biologia � Religião
� L. Estrangeira � Geografia � Ed. Artística � Sociologia/Filosofia
� Física � Química � Outras:__________________________________.
7. Por que? ............................................................................................................................................................... ...............................................................................................................................................................
8. Você já trabalhou algum tema de Educação Ambiental em aula?
� Não � Sim
9. Por que? ............................................................................................................................................................... ...............................................................................................................................................................
10. Caso você já tenha trabalhado com algum tema de Educação Ambiental, descreva esta sua experiência.
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
...............................................................................................................................................................
74
APÊNDICE E
QUADRO 5 Seleção dos principais endereços eletrônicos de instituições ligadas ao meio ambiente e/ou Educação Ambiental no Brasil.
INSTITUIÇÕES ENDEREÇOS ELETRÔNICOS ARCA BRASIL (Associação
Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal)
http://www.arcabrasil.org.br
BIOMA http://www.bioma.com.br Cachoeiras de Macacu http://www.cachoeirasonline.com.br Cachoeiras de Macacu http://www.macacu.hpg.ig.com.br Educador Ambiental http://www.ecopress.com Estudos Ambientais http://www.netmais.pt/ambiente
Folha do Meio Ambiente http://www.folhadomeioambiente.com.br GREENPEACE http://www.greenpeace.org.br
Grupo de Meio Ambiente do Rio de Janeiro
http://www.egroups.com/group/ambiente-rj
Guia Verde http://www.guiaverde.com.br IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) http://www.ibama.gov.br
Instituto Baía de Guanabara http://www.baiadeguanabara.org.br Instituto Ecoar Cidadania (ECOAR) http://www.ecoar.org.br IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia) http://www.ipam.org.br
ISA (Instituto Sócio-Ambiental) http://www.socioambiental.org Jornal do Meio Ambiente http://www.jornal-do-meio-ambiente.com.br
Ministério da Educação (MEC) http://www.mec.gov.br Ministério do Meio Ambiente (MMA) http://www.mma.gov.br
ONDAZUL http://www.ondazul.org.br Projeto Vida http://sites.uol.com.br/projetovida
RECICLOTECA http://www.recicloteca.org.br Rede Ambiente http://www.redeambiente.org.br Rede das Águas http://www.rededasaguas.org.br
Rede Latino-Americana de Educação Ambiental
http://www.agirazul.com.br
RENCTAS (Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestres)
http://www.renctas.org.br
SOS MATA ATLÂNTICA http://www.sosmatatlantica.org.br Terra Brasilis http://www.terrabrasilis.org Verde Gaia http://www.verdegaia.com.br
WWF (World Wildlife Fund) http://www.wwf.org.br FONTES: MEC (<http://mec.gov.br/sef/ambiental/docrefer.shtm>);
Revista Superinteressante – Especial Ecologia (2001).
75
APÊNDICE F
QUADRO 6 Dados e curiosidades relevantes no que diz respeito aos problemas ambientais, apresentados aos professores.
VOCÊ SABIA QUE... ...o brasileiro produz em média 1 kg de resíduo por dia? ...cada brasileiro que viva em média 70 anos de idade, vai produzir 25 ton de resíduos? ...cada residência brasileira que possua em média 4 pessoas, gerará 100 ton de lixo em um ano? ...o lixo é apontado como o principal causador das enchentes causadas hoje nos centros urbanos? ...no Brasil, só 1% do lixo é reciclado, e quase 70% é coletado e jogado a céu aberto? ...o lixo pode transmitir doenças como: febre tifóide, leptospirose e infecções de pele? ...a água cobre mais de 70% da superfície do globo terrestre, sendo o elemento mais abundante da natureza?
...são passíveis de contaminação, as águas subterrâneas por lixões, aterros industriais, armazenamento, manipulação e descarte inadequado de produtos químicos, entre eles os pesticidas agrícolas?
...até o ano 2025 a população mundial terá 35% a menos de água para consumir? ...72% dos leitos hospitalares nos países de terceiro mundo, são ocupados por pacientes vítimas de doenças transmitidas pela água?
...a média ideal de consumo de água por pessoa é de 200 L/dia? ...uma descarga de banheiro libera em média 40 L de água a cada higienização? ...cinco minutos com um chuveiro aberto consome em média 60 L de água? ...25.000 pessoas morrem por dia por beberem água contaminada? ...as pilhas possuem um elevado potencial contaminante, especialmente devido ao mercúrio e outros materiais pesados?
...uma pilha pode chegar a contaminar cerca de 600.000 L de água? ...90% do lixo produzido nos escritórios compõem-se de papel reciclável? ...o perfil do lixo produzido nas grandes cidades brasileiras é de 39% papel e papelão, 16% metais ferrosos, 15% vidros, 8% rejeito, 7% plástico filme, 2% caixa tetra Park, 0,1% alumínio?
...o Brasil recicla cerca de 70% das latas de alumínio que consome por ano, sendo portanto o líder nesta área?
...o Brasil aproveita cerca de 35,9% do vidro descartado anualmente? ...o Brasil recicla cerca de 31,7% de seu papel anualmente? ...são descartadas cerca de 11.000 ton de baterias de celular anualmente no Brasil? ...20 litros de óleo é capaz de esgotar o oxigênio de um milhão de litros de água? ...quando você queima seu lixo a céu aberto você está podendo provocar em você e nos outros: dores de cabeça, doenças de pele, irritação dos olhos e das vias respiratórias e contaminação da atmosfera através da libertação de gases venenosos na atmosfera?
...o Brasil produz, atualmente, cerca de 90.000 ton por dia de resíduos hospitalares? ...o PVC ocupa lugar de destaque entre as matérias plásticas presentes no cotidiano, pois é atóxico, leve, sólido, resistente, impermeável, estável e não propaga chamas, além de ter qualidades que o tornam adaptável a múltiplos usos, da garrafa ao painel do carro, sendo o único plástico utilizado pela medicina na fabricação de bolsas de sangue?
...alguns lugares do Brasil a água chega a valer até mais que o próprio ouro, de acordo com a Secretaria Nacional de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, pois em regiões do Nordeste brasileiro um litro d’água potável, levado por caminhões pipa, embutidos os custos de captação, tratamento, transporte e etc..., chega a valer R$ 13,00, pouco mais que um grama de ouro, que custa em torno de R$ 12,50?
...enquanto um habitante do Oásis no Saara, usa cerca de 3 L de água por dia um habitante do Rio de Janeiro gasta 450 L, de Moscou 600 L e de Nova York 1045 L?
...a quantidade média diária para satisfazer todos os usos de uma pessoa é de 40 L no máximo? ...da água doce disponível no Brasil, 70% estão na região Norte, 15% na região Centro-oeste, 6% no Sudeste, 6% no Sul, e no Nordeste é de somente 3%?
FONTE: <http://www.verdegaia.com.br/noticias/vocesabia.htm> (modificado).
76
APÊNDICE G
GRÁFICO 1. Relação das diferentes disciplinas, citadas pelos professores, que estão ligadas com o tema sobre Educação Ambiental.
60,7%
39,3%
35,7%
28,6%21,4%
17,9%
17,9%
14,3%14,3%
10,7% 10,7%7,1%
0
20
40
60
80
Todas as disciplinas Ciências Biologia
Geografia História Educação Física
Sociologia/Filosofia Matemática Educação Artística
Língua Portuguesa Religião Literatura
GRÁFICO 2. Gráfico mostrando as percentagens das respostas dos professores em relação às perguntas do questionário-pesquisa, se estes já haviam trabalhado algum tema de Educação Ambiental com os seus alunos.
78,6%
21,4%
Já trabaharam algum tema de Educação Ambiental
Nunca trabalharam com o tema de Educação Ambiental
77
APÊNDICE H
FIGURA 1. Desvio das águas do Rio Macacu, para a estação de captação da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE), em Imunana.
FIGURA 2. Desvio das águas do Rio Macacu, para a estação de captação da CEDAE, em Imunana.
78
APÊNDICE I
FIGURA 3. Estação de captação da CEDAE, em Imunana.
FIGURA 4. Tubulações de transporte das águas captadas do Rio Macacu para a estação de tratamento de água em Laranjal (sistema Imunana-Laranjal).
79
APÊNDICE J
FIGURA 5. Tubulações de transporte das águas captadas do Rio Macacu para a estação de tratamento de água em Laranjal (sistema Imunana-Laranjal).
FIGURA 6. Vista do Rio Macacu, atravessando a área urbana da cidade de Cachoeiras de Macacu.
80
APÊNDICE L
FIGURA 7. Construções urbanas às margens do Rio Macacu.
FIGURA 8. Construções urbanas às margens do Rio Macacu.
81
APÊNDICE M
FIGURA 9. Saída de esgoto, sem tratamento, direto para as águas do Rio Macacu.
FIGURA 10. Trecho do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), mostrando seu leito pedregoso e suas águas cristalinas.
82
APÊNDICE N
FIGURA 11. Formação de praias e piscinas, em diferentes trechos do Rio Boa Vista, muito apreciadas pelos turistas.
83
APÊNDICE O
FIGURA 12. Formação de praias e piscinas, em diferentes trechos do Rio Boa Vista, muito apreciadas pelos turistas.
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ANEXO A
FIGURA 13. Localização do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), cuja nascente localiza-se na Serra da Botija, entre os municípios de Nova Friburgo, Silva Jardim e Cachoeiras de Macacu.
FONTE: <http://www.governo.rj.gov.br/municipal.asp?M=50> (modificado).
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ANEXO B
FIGURA 14. Foto de satélite mostrando a localização da Baía de Guanabara, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
FONTE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. (modificado).
ANEXO C
FIGURA 15. Baía de Guanabara como receptora final, de todos os efluentes, das principais bacias hidrográficas ao seu redor.
FONTE: <http://www.cibg.rj.gov.br/detalhenoticias.asp?codnot=287&codman=34>
F745 Fortuna, Jorge Luiz. Educação ambiental: conteúdo disciplinar como prática de
preservação do Rio Boa Vista (afluente do Rio Macacu), nas instituições de ensino do município de Cachoeiras de Macacu-RJ / Jorge Luiz Fortuna, Marco Antônio Duarte Espíndola e Ana Paula Mançano Guimarães. – 2002.
86 p. : il. Orientador: Maria Christina Zentgraf. Monografia apresentada a Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, como requisito para aprovação no curso de Especialização e Capacitação (lato sensu) em Educação para Gestão Ambiental.
1. Educação ambiental – Estudo e ensino. 2. Boa Vista, Rio (RJ). I. Espíndola, Marco Antônio Duarte. II. Guimarães, Ana Paula Mançano. III. Zentgraf, Maria Christina. IV. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. V. Título.
CDU 504.06:372.32