UM OLHAR DOS PROFESSORES DE UMA ESCOLA ESTADUAL EM
OLINDA SOBRE O PAPEL DO COORDENADOR E O USO
PEDAGÓGICO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO
Maria Cristina do Nascimento Silva Brandão¹, Ana Michele de Almeida Nascimento
Resumo
O trabalho que ora voga tem como objetivo investigar e conhecer a visão dos professores sobre
o papel do coordenador pedagógico como mediador para o uso das tecnologias na sala de aula
do ensino médio, sobre a inserção das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, bem
como seus conhecimentos em relação a políticas públicas presentes no ensino médio das escolas
estaduais de Pernambuco. Esta pesquisa buscou evidenciar tal questionamento, pois muitos
educadores apesar de inseridos no mundo digital, não fazem o uso de aparatos tecnológicos em
suas aulas, mesmo que as escolas e alunos possuam ferramentas tecnológicas, por outro lado o
Coordenador Pedagógico por estar sobrecarregado ou até mesmo pela falta de conhecimento,
não consegue fazer a inserção das novas tecnologias na rotina de aulas dos professores.
Palavras Chaves: Tecnologia na Educação. Coordenação Pedagógica. Inclusão Digital.
Abstract
The work that is now fashionable aims to investigate and know the teachers take on the role of
the pedagogical coordinator and mediator for the use of technologies in high school classroom,
on the inclusion of technology in teaching and learning as well as their knowledge regarding
public policies present in high school of the state schools in Pernambuco. This research aimed
to show such questioning because many educators although inserted in the digital world, do not
make use of technological devices in their classes, even though schools and students have
technological tools, on the other hand the Educational Coordinator for being overloaded or even
the lack of knowledge, can not make the inclusion of new technologies in routine school
teachers.
Key Words: Technology in Education. Pedagogical Coordination. Digital inclusion.
Introdução
O processo de inserção da tecnologia na educação não é algo recente, as primeiras experiências
com informática datam da década de 70, entretanto, não podemos considerá-las como sendo de
uso educativo, uma vez que não eram utilizadas de maneira cognitiva, apenas como uma
ferramenta de cálculo.
Primeiramente, surgiram modelos de softwares, baseados na teoria comportamentalista de
Skinner, as chamadas máquinas de ensinar que tinham a finalidade de assumir a função
tradicional do professor, ou seja, transmitir conhecimento.
Ao longo da década de 80 verifica-se que o uso da tecnologia na educação passa por várias
transformações, nesse período aparecem aplicativos para gestão escolar, tutoriais, programas
de exercício e prática, simuladores, jogos educacionais computadorizados, micromundos, entre
outros.
Tais aplicativos foram pesquisados e introduzidos em grande escala nas escolas, em decorrência
do surgimento do computador pessoal, responsável pela diminuição dos custos de implantação
dos laboratórios de informática nas escolas.
Em meados da década de 90 o Ministério da Educação e Cultura, através da Secretaria de
Educação à Distância implantou o PROINFO – Programa Nacional de Tecnologia na Educação,
programa este vem promovendo a inclusão tecnológica nas escolas públicas do Brasil. Diante
do exposto podemos constatar que a utilização da informática como ferramenta pedagógica teve
sua origem há mais de 40 anos, mas para alguns educadores tal recurso ainda é uma novidade.
Na sociedade contemporânea, vivenciamos momentos marcados por complexas e rápidas
transformações advindas do progresso das ciências, das inovações e da propagação das
tecnologias da informação e da comunicação (TICs). Essas mudanças influenciam ações,
pensamentos e comportamentos e contribuem diretamente para as modificações nas relações
econômicas, sociais, de poder e de saberes.
O exposto nos leva a investigar e conhecer a visão dos professores sobre o papel do coordenador
pedagógico como mediador para o uso das tecnologias na sala de aula do ensino médio, sobre
a inserção das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, bem como seus
conhecimentos em relação a políticas públicas presentes no ensino médio das escolas estaduais
de Pernambuco.
Este trabalho busca evidenciar tal questionamento baseando-se na hipótese de que muitos
educadores apesar de inseridos no mundo digital, não fazem o uso de aparatos tecnológicos em
suas aulas, mesmo que as escolas e alunos possuam ferramentas tecnológicas, por outro lado o
Coordenador Pedagógico por estar sobrecarregado ou até mesmo pela falta de conhecimento,
não consegue fazer a inserção das novas tecnologias na rotina de aulas dos professores.
Referencial Teórico
Segundo Moran (2002) a sociedade atual está mudando suas formas de organização, produção
de bens, comercialização, diversão e de ensinar e aprender.
Muitas formas de ensinar e aprender hoje não se justificam mais.
Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, desmotivamo-nos
continuamente. Tanto professores como alunos temos a clara sensação
de que muitas aulas convencionais estão ultrapassadas. Mas para onde
mudar? Como ensinar e aprender em uma sociedade mais
interconectada? (MORAN, 2002. p. 11)
Concordo com Moran (2002) quando coloca que mudanças na educação são esperadas, como
as que ocorreram em outras organizações, nota-se que a educação é o caminho fundamental
para transformação da sociedade. Isso atrai grupos econômicos dispostos a investirem e
faturarem com este novo mercado, trazendo os processos de reorganização e gestão
empresariais.
Segundo Gallo (2002), uma nova revolução vem mudando conceitos, relações e formas de agir
e estar em sociedade. Um novo paradigma surge no horizonte da civilização moderna em
decorrência do desenvolvimento tecnológico na informação e na comunicação. As sociedades
sentem a urgência de desenvolver programas capazes de promover a necessária inserção e
participação ativa nesse mundo que, aos poucos, se descortina e traz a possibilidade de múltiplas
conexões, em uma velocidade jamais vista.
A grande expansão dos recursos tecnológicos e sua crescente acessibilidade fizeram com que
os computadores rapidamente chegassem às salas de aula. Se o uso destas tecnologias de
informação e comunicação chega com rapidez a áreas vitais como a educação, reflexões e
debates sobre a utilização dessas novas ferramentas nem sempre acontecem na mesma
intensidade. São inseridos várias ferramentas tecnológicas nas escolas e pouco se faz, na prática,
com os professores para mostrar quais seriam os caminhos mais produtivos para o uso da
tecnologia no processo educativo.
Nos últimos anos, em Pernambuco, o governo tem implantando mais uma de suas ações visando
aproximar os computadores e seus recursos aos alunos do ensino médio. O programa de
distribuições de computadores portáteis Tablet PC, denominado de “Aluno Conectado”, onde
o aluno dos 2º e 3º anos do ensino médio tem direito a um aparelho da Digibras, divisão CCE,
em que o objetivo é a incorporação de novas práticas pedagógicas com a tecnologia digital,
além da inclusão digital dos mesmos. Juntamente com este programa outras ações são
desenvolvidas como: instalação a internet Wi-fi nas escolas, aquisição de quites de robótica e
projetores, dentre outras.
Na visão de Freire (1996), é necessário que os educadores empreguem todos os recursos
disponíveis para que a educação possa dar grandes saltos. Atualmente, o educador não é mais
considerado o único detentor do conhecimento, uma vez que as novas tecnologias da
informação democratizaram o acesso não só de informações mais do conhecimento científico
e tecnológico.
Então é necessário que os educadores adquiram habilidades e desenvolvam competências para
que possam utilizar pedagogicamente essas tecnologias (vídeo, música, internet, softwares
educacionais...) que não foram concebidas para educação mais podem auxiliar no processo
ensino-aprendizagem.
O profissional presente na escola e que pode fazer essa ponte de conhecimento com os
professores é o coordenador pedagógico que tem como papel ”articular, coordenar, acompanhar
supervisionar, orientar, subsidiar o professor no desenvolvimento do trabalho pedagógico[...]
Esses profissionais devem ser capazes de compreender as múltiplas dimensões que estruturam
a prática pedagógica” (AGUIAR, 2013, p.81).
O trabalho do professor-coordenador é fundamentalmente um trabalho
de formação continuada em serviço. Ao subsidiar e organizar a reflexão
dos professores sobre as razões que justificam suas opções pedagógicas
e sobre as dificuldades que encontram para desenvolver seu trabalho, o
professor coordenador está favorecendo a tomada de consciência dos
professores sobre suas ações e o conhecimento sobre o contexto escolar
em que atuam. (GARRIDO, 2008, p. 09)
Behrens (2002) chama a atenção para este rompimento do conservadorismo do professor e
coloca que além da linguagem oral e escrita é necessário também considerar a linguagem
digital, e nesse processo de incorporação das tecnologias o professor precisa propor novas
formas de ensinar e aprender, apropriando-se da tecnologia criticamente, buscando recursos e
meios para facilitar a aprendizagem.
Portando, o professor, ao propor uma metodologia inovadora, precisa
levar em consideração que a tecnologia digital possibilita o acesso ao
mundo globalizado e à rede de informação disponível em todo o
universo. A sala de aula passa a ser um locusprivilegiado como ponto
de encontro para acessar o conhecimento, discuti-lo, depurá-lo e
transformá-lo. (BEHRENS, 2002 p.75)
Ou seja, para que o professor mude a sua ação, é preciso além de conhecer e utilizar a tecnologia
no dia a dia, utilizar a tecnologia com consciência, procurando conhecer as abordagens
pedagógicas, dominar tecnologias que resultem em uma metodologia moderna, que contribua
efetivamente para a formação dos estudantes para que respondam satisfatoriamente às
exigências da modernidade. E é nesse processo de conhecimento que entra o papel do
coordenador pedagógico propondo novas formas de aprender e ensinar mediadas pelo uso das
novas tecnologias houve transformações fundamentais onde as TICs foram aplicadas quer seja
em empresas, bancos, cinemas, residências etc. Entre os educadores é preciso desmistificar a
visão mecanicista e reducionista de que tecnologia é máquina, é ferramenta somente.
Tecnologia é conhecimento aplicado, é saber humano embutido em um processo, seja este
processo automático ou não. “Nova tecnologia é antes, uma mudança no fazer que
frequentemente embute uma correspondente mudança de concepção”. (SARMENTO, 2002, p.
65)
Para que haja uma verdadeira inclusão digital e uma mudança na prática pedagógica a partir da
introdução das tecnologias nas salas de aula o professor tem que está atento e envolvido com a
evolução tecnológica e ao mesmo tempo em constante pesquisa e produção do conhecimento,
resultando em novas maneiras de ensinar e aprender, desta forma estudantes e professores usará
efetivamente as tecnologias.
O professor é o principal agente na orientação dos estudantes para o uso da tecnologia, a sala
de aula deverá estabelecer um ambiente oportunizador que contemplem o uso da tecnologia
com o objetivo de aprender e o docente precisa estar preparado para este novo trabalho. A
educação é um dos principais meios de transformação da sociedade e a tecnologia é um
instrumento eficiente para a veiculação de ideias, é de fundamental importância, a discussão e
a análise dos recursos e o seu uso, a fim de que professores e estudantes possam refletir e buscar
novos caminhos.
De acordo com Moran (2002, p. 13) educar é colaborar para que professores e estudantes - nas
escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem.
É ajudar os estudantes na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional
- do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e
comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e de trabalho e
tornarem-se cidadãos realizados e produtivos.
Portanto, é preciso um olhar investigativo e atento para o papel do coordenador pedagógico na
implementação e integração da tecnologia em sala de aula, para que não possam ter um fim em
si mesmo, mas que possa transformar realidades de professores e alunos, promovendo uma
verdadeira inclusão digital, bem como despertando novas ideias e novas formas de ensinar e
aprender.
Ensinar com as novas mídias, será uma revolução se mudarmos
simultaneamente os paradigmas convencionais de ensino, que mantem
distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um
verniz de modernidade, sem mexer no essencial. (MORAN, 2002 p. 63)
Metodologia
No processo de investigação, utilizamos a abordagem qualitativa, a fim de responder as
hipóteses levantadas e atender aos objetivos da pesquisa. Esta é uma abordagem “rica em dados
descritivos, por ter um plano aberto e flexível além de focalizar a realidade de forma complexa
e contextualizada” (LÜDKE E ANDRÉ, 1986. p.18), sendo, portanto, a mais adequada para
fornecer os subsídios necessários ao estudo proposto. Através da realização de estudos
bibliográficos, buscamos conhecer os fundamentos que permeiam e contextualizam a temática
estudada por meio de leituras reflexivas em diversas fontes e suportes teóricos.
Tivemos como universo da pesquisa 20 professores que atuam no Ensino Médio Semi-integral
e Ensino Médio EJA e 2 coordenadoras de uma escola pública da rede estadual de Pernambuco,
situada na cidade de Olinda.
Aplicamos questionários semiabertos com os professores e com as duas coordenadores da
escola, os questionários foram construídos na plataforma do Google Docs1 através da
ferramenta formulário e compartilhados através de e-mail de todos os sujeitos envolvidos, onde
nas questões abordadas classificamos os sujeitos (formação / idade / tempo de serviço como
professor), seus conhecimentos sobre as tecnologias disponíveis na escola, sua visão sobre a
contribuição da tecnologia na prática pedagógica, seus conhecimentos sobre as políticas
públicas do governo para inserção da tecnologia em sala de aula do ensino médio como o
ALUNO CONECTADO, Wi-fi, LEGO e outros, visão sobre o papel do coordenador para
fomentar o uso das tecnologias na escola, além de estratégias apontadas pelos docentes e
coordenadores para alcançar tal objetivo.
Desse modo, foram realizadas pesquisas de campo com coletas de dados, instrumentos e
procedimentos próprios da abordagem qualitativa que são: observação direta, questionários e
análise dos dados e registros (incluindo a análise do discurso e conteúdo), os quais se fazem
necessários à interpretação do fenômeno em estudo com base na perspectiva de seus próprios
atores. O imprescindível “não é recolher muitos dados, mas recolher dados adequados a fim de
que se tenha em vista, e que sejam de confiança” (PONTE, 2002 p.18).
Segundo Minayo (1994, p.67 e 68), “nada existe eterno, fixo, absoluto. Portanto, não há nem
ideias, nem instituições e nem categorias estáticas. Toda vida humana é social e está sujeita à
mudança, à transformação; é perecível”. Nesse sentido, as atividades realizadas em sala de aula,
nos laboratórios de informática e em outros espaços escolares, nos serviram de subsídios de
estudo, pois de acordo com Mousley (1997, apud PONTE, 2002), a atividade de investigação,
1
O Google Docs é um serviço com aplicativos para Android e iOS que permite criar, editar e visualizar documentos de texto e compartilhá-
los com amigos e contatos profissionais.
quando tem por objeto a prática docente, implica num trabalho planejado e sistemático,
atribuindo um papel significativo e validação teórica.
Resultados
Os questionários foram enviados para 20 professores e 2 coordenadores pedagógicos, tivemos
retorno de 12 professores e das duas coordenadoras. A maior parte dos professores tem de 5 a
30 anos de atuação na pratica docente, todos com formações diversas e em sua maioria com
Especialização em sua área de conhecimento.
Em relação ao tema investigado tanto os professores quanto os coordenadores conhecem maior
parte das tecnologias disponíveis na escola, somente um professor coloca que a inserção da
tecnologia não traz nenhum beneficio em relação ao ensino e aprendizagem, percebemos que
eles acreditam que “as novas tecnologias podem reforçar a contribuição dos trabalhos
pedagógicos e didáticos contemporâneos, pois permitem que sejam criadas situações de
aprendizagem ricas, complexas e diversificadas”. (PERRENOUD, 2000, p. 139).
Dos professores entrevistados, 50% afirmam que o coordenador pedagógico ao qual estão
subordinados, não contribui para a inserção das tecnologias no uso pedagógico, e ao mesmo
tempo só 1 das coordenadoras entrevistadas se percebe contribuindo neste processo, a outra
percebe que nesta área ela só contribui “disponibilizando equipamentos” e as duas
coordenadoras colocam como elementos que dificultam este processo a falta de recursos
tecnológicos (projetores, computadores, etc) e a falta de formação delas para a inserção destas
tecnologias, outro dado importante é que uma das coordenadoras é formadora do programa do
MEC Pacto pelo fortalecimento do ensino médio e neste programa houve um módulo sobre
tecnologia ministrado pela mesma.
Todos os professores e coordenadores entrevistados acreditam que é papel do coordenador dar
suporte auxiliando na inserção do uso das tecnologias em sala de aula. Porém, concordam que
os mesmos precisam de formação para que possam fazer de forma exitosa a inserção das
tecnologias nas práticas pedagógicas docentes. É preciso conhecimento para que possa sugerir,
interagir e intervir em todo o processo.
Todas as formas sugeridas no questionário como alternativas para a contribuição dos
coordenadores para a inserção das tecnologias em sala de aula foram assinaladas por
professores e coordenadores são elas: promover palestras sobre o uso das tecnologias em sala
de aula, exigir o uso das novas tecnologias através do planejamento, usar as novas tecnologias
no desenvolvimento do seu trabalho junto aos professores (Promovendo discursão através de
fóruns, debates, alimentando blogs, criando estratégias para que o professor possa fazer o uso
da tecnologia no seu dia a dia), desburocratizar o uso das tecnologias na escola e a maior parte
dos professores além das outras colocaram dar sugestões de aulas com o uso das novas
tecnologias, ou seja, percebemos a necessidade constante de formação para o uso das
tecnologias, muitas vezes os professores não fazem o uso por falta de conhecimento e sugestões,
quando temos um coordenador, gestor ou até mesmo um outro professor que faça essa ponte,
este trabalho pode fluir e ganhar grandes proporções, a partir de uma ideia ou ação o professor
começa a perceber a importância e quebrar a resistência em trabalhar com as tecnologias
favorecendo o aprendizado. Bettega (2010) coloca a importância da formação continuada para
o uso das tecnologias educacionais e o incentivo de uma equipe externa como parceria para que
os professores possam vencer os entraves na apropriação do uso das tecnologias na escola.
Em relação ao uso das tecnologias em sala de aula somente dois professores disseram que não
faziam uso, mas na pergunta seguinte sobre quais as ferramentas tecnológicas que faziam uso
na prática pedagógica 100% colocaram que faziam o uso do quadro branco, ou seja, até os 2
que tinham dito não fazer o uso de tecnologia, reconhecem o quadro branco como uma
tecnologia, através deste resultado percebemos que os professores podem não ter claro o
conceito sobre tecnologia.
Em relação ao conhecimento sobre as políticas públicas, que foi uma questão aberta do
questionário, 2 professores disseram não ter conhecimento, porém a maioria colocou o tablet
para professores e alunos, uma vez que eles estão participando do Pacto nacional pelo ensino
médio em que a formadora é uma das coordenadoras da escola e um dos materiais adquirido no
curso foi um tablet para todos os professores participantes. Já as coordenadoras só colocaram
como políticas públicas as formações para o uso da tecnologia em sala de aula. A maior parte
dos professores e as 2 coordenadoras acreditam que essas ações do governo contribuem no
processo de ensino e aprendizagem.
Durante a aplicação dos questionários percebemos a dificuldade que alguns professores tem até
de acessar seus e-mails, com isso foi preciso levar o computador até eles e dizer que tinha
mensagem para que alguns pudessem responder. Muitos nunca tinham respondido um
questionário no modelo do Google Docs, isso gerou curiosidade e até indagações sobre como
esse tipo de ferramenta poderia ser usada no dia a dia dos alunos. A partir desse despertar, nos
colocamos a disposição para dar uma formação sobre o uso do Google Docs, essa já será uma
das ações em parceria com o coordenador pedagógico que poderá mudar a prática pedagógica
de alguns professores.
Considerações Finais
Há a necessidade de definirmos qual o papel que o coordenador irá exercer no contexto escolar
frente à inserção para o uso das tecnologias em sala de aula. Através desta pesquisa percebemos
que os professores esperam um apoio por parte desse profissional, que por outro lado tem toda
uma carga de trabalho e muitas vezes não tem formação para atuar de forma eficaz nesta área.
É preciso informá-lo e formá-lo para que reconheça a importância do uso e conheça estratégias
de como fazer com que professores possam fazer o uso das tecnologias em sala de aula.
Coordenador que entende, e apoia o uso das tecnologias terá mais chances de que seus
professores incorporem as tecnologias nas suas práticas. Mesmo tendo o apoio da coordenação
ainda não há garantia completa de que os professores utilizem as tecnologias em sala de aula, é
preciso usar as estratégias e mecanismos para que o professor possa perceber algo positivo em
fazer essa inserção, algo que desperte sua curiosidade, seu desejo e desta forma poderemos
obter bons resultados.
Compreendemos a importância de se fazer formação conjunta, isto é, formação de toda a
equipe: gestão, equipe pedagógica e o professor, para que haja equidade nos procedimentos
pedagógicos no que se refere ao uso das tecnologias digitais. Através desta pesquisa estaremos
intervindos nesta realidade para que coordenadores, professores e alunos possam ser
beneficiados, reconhecemos que é preciso mudar,pois assim como, os professores e
coordenadores, acreditamos que as tecnologias disponíveis na escola podem contribuir para
uma mudança na prática pedagógica.
Referências Bibliográficas
BETTEGA, Maria Helena Silva. A educação na era digital. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais:
ensino médio/Ministério da Educação, Secretária de Educação Média e Tecnológica –
Brasília: MEC; SEMTEC, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Educação infantil /Ministério da Educação, Secretária de Educação Média e Tecnológica
– Brasília: MEC; SEMTEC, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais:
História ensino fundamental/Ministério da Educação, Secretária de Educação Média e
Tecnológica – Brasília: MEC; SEMTEC, 2002.
AGUIAR, Maria da Conceição Carrilho de. CoordenaçãoPedagógica: Sentidos e
Significados de coordenar. In Gestão e política educacional: abordagens em diferentes
contextos/Organizadores: Laêda Bezerra machado, Liliane Maria Teixeira Lima de Carvalho.
– Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2013.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São
Paulo. Editora Paz e Terra. 1996.
GALLO, A.D., 2002, Tecnologia na Educação Infantil: tesouro ou ouro de tolo? 25ª
Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, 29 de setembro a 2 de outubro de 2002. Disponível em:
http://www.anped.org.br/reunioes/25/texced25.htm. Acessado em: 01/03/2010.
GARRIDO, Elsa. Espaço de Formação Continuada para o Professor-Coordenador. In:
BRUNO, Eliane Bambine Gorgueira, ALMEIDA, Laurinda Ramalho de, CHRISTOV, Luiza
Helena da Silva. (orgs.) O coordenador pedagógico e a formação docente. 9ª Ed. São Paulo:
Edições Loyola, 2008.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação. Campinas,
SP: Papirus, 2007.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São
Paulo: EPU, 1986
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social : teoria, método e criatividade. 23. ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação
pedagógica. 5ª ed. Campinas: Papirus, 2002.
PERRENOUD, Philipe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 2000.
PONTE, J. P. Investigar a nossa própria prática. In: Refletir e Investigar sobre a Prática
Profissional. Portugal: Associação de Professores de Matemática, 2002
SARMENTO, M. L. de M.. O coordenador Pedagógico e o desafio das Novas Tecnologias.
In: O coordenador Pedagógico e a formação docente. 3ª edição. São Paulo.Edições Loyola,
2002.
Jornal do ComércioTablets para 170 mil estudantes de escolas públicas. Jornal do Comércio,
Pernambuco, publicado em 18/11/2011, disponível em:
<http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/educacao/noticia/2011/11/18/tablets-para-170-
mil-estudantes-de-escolas-publicas-do-estado-22757.php>. Acesso em: 15/03/2015.