UMA PROPOSTA DE ENSINO DE FRAÇÕES POR MEIO DE RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS
JOSÉ PEREIRA DA COSTA1
LUCIANO FERREIRA2
Resumo O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados da implementação do Projeto PDE intitulado: “Ensino de frações”, que foi utilizado como metodologia de ensino-aprendizagem de Matemática através da Resolução de Problemas. Essa proposta foi aplicada nas aulas de matemática da quinta série B, para 09 alunos (as) do Colégio Estadual Rancho Alegre-Ensino Fundamental e Médio. Inicialmente, aplicou-se um questionário contendo dez questões; em seguida, atividades com utilização das medidas da quadra de esporte do colégio, para identificar os espaços relacionados às práticas esportivas;resolução de problemas das Olimpíadas de Matemática regionais e brasileiras,das questões da Prova Brasil e de Livros didáticos adotados pelo Estabelecimento de Ensino. Os resultados iniciais apontaram que os educandos envolvidos demonstraram dificuldade em entender como aplicar números fracionários na resolução de problemas. Palavras - chave: Resolução de Problemas; Frações; Aprendizagem.
Summary
This article aims to present the results of the implementation of the PDE Project titled: "Teaching fractions", using the methodology of teaching and learning of Mathematics through Problem Solving. Whose bid has been applied in mathematics lessons in fifth grade for a didactic sequence. To start we applied a questionnaire containing ten questions to students, activities with the use of measures Indoor sports, sports-related practices, problems Olimpiades, proof Brazil and Textbooks adopted by the Establishment of ensino.Os initial results showed that learners demonstrate the difficulties involved in understanding what is a fractional number, problem solving reveal that there is a learning more siggnificativa operations to solve problems with fractional numbers.
Keyword: Troubleshooting; Fractions; Learning.
1 Professor PDE da rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná
2 Professor Orientador de Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão
1 Introdução
A construção do conhecimento de um educando em conteúdos matemáticos
pode acontecer no seu relacionamento com o amigo, escola e em casa. Não há um
único caminho para aprender matemática. É preciso estar sempre pronto para fazer
uma escolha adequada de uma metodologia que facilite o aprendizado dessa
disciplina. Neste artigo, apresentamos uma das opções.
Os alunos trazem para a escola conhecimentos, idéias e intuições,
construídas através das experiências que vivenciam em seu grupo sociocultural.
Eles chegam à sala de aula com diferentes ferramentas básicas para, por exemplo,
classificar, ordenar, quantificar e medir. (Ministério da educação e do desporto.
Secretaria de educação Fundamental. Brasília. 1997, p.30).
Medir, desenhar, resolver atividades relacionadas à quadra de esporte exige
criar uma consciência do quê e por que aprender matemática, com objetivo de
solucionar dificuldades surgidas no ensino-aprendizagem.
Nessa iniciativa, estão implícitos os aspectos pessoais, mas também
aqueles adquiridos nas relações sociais, não separando o cotidiano vivido pelo
educando, dentro e fora da sala de aula, procurando a interação com o meio.
Nos problemas apresentados, descrevem-se atividades a serem
desenvolvidas em sala de aula, juntamente com sugestões de que problemas
fracionários podem ser resolvidos com uso de fatos do cotidiano, como exemplo
divisão de bolo, pizzas e outros alimentos. ONUCHIC e ALLEVATO (2008, p.83).
Orientam formação de grupos de educandos, que terão o professor como
orientador dos trabalhos e discussões dos grupos, o qual escreverá o resultado no
quadro. Passamos agora para metodologia que nos da sentido ao nosso trabalho.
2 Metodologia
Na resolução dos problemas, os alunos participaram das aulas teóricas,
práticas e trabalho em equipe, para tornar as atividades mais dinâmicas e
compreensivas, possibilitando facilidade da compreensão dos objetivos.
Conforme ALMOULOUD (2007 p.174), para garantir, minimamente, o
alcanço desses objetivos, o pesquisador ou o construtor dessas situações-
problemas necessitam escolher as variações didáticas que podem provocar as
mudanças desejadas, no que diz respeito ao processo de ensino-aprendizagem do
objeto matemático em jogo.
O trabalho com números fracionários será feito de um modo diferente
daquele em que regras de “como fazer” são privilegiadas. Considera-se então, que
trabalho de um problema é ponto de partida e orientação para aprendizagem de
novos conceitos e conteúdos, a construção do conhecimento faz-se-á através de
sua resolução. Professor e alunos juntos desenvolvem esse trabalho, e a
aprendizagem se realiza de modo colaborativo em sala de aula (ONUCHIC e
ALLEVATO apud VANDEWALLE, 2001; ONUCHIC; ALLLEVATO, 2005).
A busca por uma estratégia de ensino por meio da resolução de problemas
com números fracionários, é para motivar a aprendizagem e torná-la acessível à
Aprendizagem e superação de possíveis dificuldades encontradas no ensino da
Matemática, com objetivo de mostrar uma maneira de desenvolver o conteúdo
frações, no Ensino Fundamental, aplicamos o projeto com uma turma de 09
alunos da 5ª Série B do período vespertino, desenvolvido no período matutino, no
mês de Agosto a Novembro/2011. Utilizada a Metodologia a resolução de
problema. O projeto foi desenvolvido em três ambientes: Um questionário em sala
de aula, Laboratório de informática, quadra de esporte, problemas de Olimpíadas,
Prova Brasil e de livros didáticos.
Primeiramente os alunos foram encaminhados para a sala de aula com o
objetivo de que respondessem o questionário elaborado pelo pesquisador. Em
seguida, foram para o laboratório pesquisar informações referente às questões
respondidas em sala de aula. Ao terminar a pesquisa foram para a quadra
esportiva realizar as medidas das dimensões para preparação de material, a ser
utilizado durante a resolução das primeiras atividades sobre frações. Ao trabalhar
com os problemas da Olimpíada, Prova Brasil e do Livro didático, foram abertas
discussões sobre as questões propostas. A sala de aula serviu de espaço para que
o educando pudesse expressar seu conhecimento através de questões propostas e
esclarecimentos de dúvidas surgidas. Após trabalharmos o conteúdo propomos
uma revisão sobre frações e resolução de problemas.
3 Segue a descrição das atividades desenvolvidas com a turma:
Iniciou-se o desenvolvimento das atividades com 09 educandos que
nomearemos como (A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8 e A9) da 5ª Série B, onde foi
aplicado um questionário com 10 questões referentes a números inteiros e
fracionários. Na primeira questão de número inteiro, não houve resposta dos
alunos; na segunda questão, que refere a números fracionários, apenas quatro
alunos responderam, “um número repartido em duas partes iguais”. A terceira
questão foi análise da resposta das duas anteriores e não houve comentário; na
quarta e quinta questões relacionadas às operações e sua utilidade no dia-a-dia,
apenas dois alunos responderam, que se usa nas operações de adição,
multiplicação, divisão, e que significa consumir ¼ de um produto, repartir alimentos
em partes iguais. As questões números seis, sete e oito foram referentes aos
alimentos preparados em casa; a questão número seis, cinco alunos responderam,
através de representação de frações em 1/2 e 4/8; na sétima questão eles
escreveram que era uma fração, e a número oito sete alunos desenharam uma
circunferência divida em oito partes e pintaram apenas quatro partes; a questão
número nove, referente a um número como um todo, apenas dois alunos
responderam representando e efetuando a operação, chegando assim a resposta
um inteiro; e na questão número dez, referente ao surgimento dos números
fracionários.
Após realizar o questionário os alunos foram encaminhados para o
laboratório, para fazer uma pesquisa sobre a origem das frações. Terminada a
pesquisa no laboratório de informática, retornaram para sala de aula, sentando em
forma de círculo, quando foi discutido a importância da existência e utilidade dos
números fracionários e suas operações.
Segundo Miyasaki (2011), no seu diário no GTR, diz que primeiramente
deve-se preparar e aplicar em sala de aula uma atividade de contextualização do
conteúdo para que, através dessa atividade, o educando possa construir
gradativamente os conceitos. É preciso estar atento para que essa prática seja
desenvolvida com situações problemas do cotidiano dos alunos e assim possa
trazer significado ao conteúdo estudado.
Ao debater com os alunos, sobre número fracionário, pensava-se que não
haveria interação, no entanto a participação foi bastante significativa, os educandos
fizeram diversas perguntas e utilizaram o conhecimento do senso comum para
estabelecer relação com os conteúdos trabalhados.
Após as discussões feitas acerca do conteúdo, propomos ir ao
supermercado comprarmos um bolo. Com a ida a esse estabelecimento comercial,
eles observaram que números fracionários são utilizados nos preços, para informar
o valor a ser pago.
O bolo foi utilizado para demonstrar a relação entre objeto concreto e
número fracionário. Alguns alunos concluíram então que se cortarmos o bolo em 8
pedaços iguais, sem retirar nenhum, ainda teremos um inteiro. Se tirarmos um ou
dois pedaços, teremos o número fracionário. Os alunos A1, A2, A3, A4, A5, A6 e
A7 que participaram dessa atividade demonstraram uma habilidade muito boa e
mostraram-se entusiasmados.
Em seguida, propomos um trabalho sobre a importância do esporte na
educação das crianças.
Iniciamos comentando que o esporte, auxilia na conservação da saúde, na
interação e socialização da criança, desenvolve o raciocínio. Iniciamos essa
atividade fazendo o seguinte questionamento. Qual a relação que existe entre a
quadra de esporte, números inteiros e fracionários com as práticas esportivas na
aprendizagem?
Os alunos foram convidados a ir até a quadra medir algumas dimensões.
Para realizar essa atividade, foi preciso fita métrica, caderno, régua, caneta e GPS
para medir as listas demarcadas na divisória para a prática do esporte e que figura
ela representa. Na execução dessa atividade, elaborar questões sobre a utilização
dos números inteiros e racionais no esporte.
Como exemplo dessas questões, perguntamos: Como relacionar a utilização
da fração e suas operações com a prática esportiva? Para responder esta
pergunta, evocamos a ideia do espaço da quadra ocupada pelos atletas como
soma e produto de segmentos do movimento dos jogadores na prática, que
passamos a descrever.
Após medir e observar as figuras geométricas, os alunos deveriam desenhar
no caderno todas as quadras de esporte e a localização dos jogadores.
Passamos então a dar as seguintes explicações. Quando tomamos um
retângulo que representa a área da prática do Voleibol de lado 1, como medida
unitário e dividirmos esse retângulo em partes iguais, cada uma dessas partes terá
1/x de unidade do retângulo dessa modalidade. Nessa atividade, trabalharam a
observação da existência das figuras geométricas nas práticas esportivas.
Apresentação do desenho da quadra representando todas as medidas. Para
dar início, eles desenharam a quadra representando todas as medidas oficiais
como demonstra a figura:
Podemos interpretar que a quadra de Voleibol de lados iguais, apresenta 2
times com 6 jogadores, isso permite observar que cada jogador está contido 1/12
vezes na unidade.
Em seguida, apontamos para a tentativa de montar frações e representar
operações matemáticas, para que pudessem compreender a formação dos
números fracionários, bem como efetuar a soma e a multiplicação.
Assim, se tomarmos o retângulo que representa a Quadra de Handebol:
Ao continuarmos com a quadra podemos identificar a quantidade de
jogadores na quadra de Handebol, contendo exatamente 7 jogadores que ocupa
1/14. Fica evidente que o processo de contagem na representação das frações e
no cálculo dessa modalidade são 2/7 do espaço da quadra e jogadores do time, 7/2
representa a quantidade de jogadores e espaço da quadra. A seguir teremos a
representação da quadra de Basquetebol.
Identificamos uma área contendo exatamente 5 jogadores em cada time
que ocupa 1/10 da área da quadra. Assim fica evidente que o processo de
contagem na representação das frações nos cálculos do espaço ocupado pelos
jogadores de um time são 2/5 do espaço total da quadra, e o restante, ou seja, 5/2
são ocupados pelos jogadores do outro time.
Quadra de Futebol de Salão
Para a prática do esporte de Futsal são necessários 10 jogadores.
Nesta ilustração hipotética utilizamos o processo de contagem na
representação das frações e nos cálculos, dividindo o número de jogadores e
espaço da quadra. Podemos reafirmar essa idéia, quando a análise da quadra nos
permite depreender que 2/5 x 5/2= 1, pois o total de jogadores pode ser
determinado pelos números 2 e 5, através da multiplicação de frações.
Agora, consideremos as figuras das quadras e quantidades de atletas a partir das
representações das frações, como mostrado nos exemplos anteriores, podemos interpretar
a multiplicação de frações como medida de identificar as competições esportivas e a
quantidade de jogadores como referência para ensinar operações matemáticas. Todos os
casos, multiplicação ou divisão, podem ser interpretados através da manipulação de
figuras como processo de cálculos matemáticos. Essas mesmas manipulações podem ser
utilizadas na adição, subtração, adicionando ou subtraindo unidades comuns nas práticas
esportivas procurando desenvolver os cálculos com frações.
De acordo com o PCN, uma abordagem frequente no trabalho com a multiplicação
é o estabelecimento de uma relação entre ela e a adição. Nesse caso, a multiplicação é
apresentada como uma adição de parcelas iguais. (PCN, 1998, p.109).Portanto a
necessidade de explorar situações do cotidiano possibilita criar um vínculo entre
educando e conteúdo, dessa forma as interações e os objetivos com o estudo dos
números fracionários e a sua problematização podem superar dificuldades em
matemática.
Segundo TAVEIRA (1997, p.35), alfabetizar em ciências tem um duplo
trabalho. Estimular um diálogo entre a natureza global, exige estabelecer um
acordo. Acordo para que haja debate, para que haja experiência do diálogo. Pode
parecer estranho, mas alfabetizar é um trabalho que exige diálogo.
Como foi demonstrado nos exemplos anteriores, representado as frações
por número de jogadores na quadra, podemos interpretar e resolver outros
problemas que envolvam outras operações.
Descrição do trabalho com problemas das Olimpíadas de Matemática,
Prova Brasil e de livros didáticos.
A matemática é uma atividade humana, que surge como materialização da
realidade, logo a aprendizagem matemática deve originar-se dessa realidade, isso
não significa mantê-la conectada apenas aos fenômenos do mundo real, senão
também ao realizável, imaginável ou razoável para os alunos, desta perspectiva a
componente cultura tem que ser levada em conta como contexto. Para
FREUDENTHAL (1973) e HILON (1980) apud LOPES (2008, p. 11).
No contexto de resolução de problemas com números fracionários,
utilizaram as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão contidas no
conteúdo dos problemas apresentados.
Segundo as DCNs (Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação
Básica, 2006, p. 42) o ensino de matemática tem como um dos desafios a
abordagem de conteúdos a partir da resolução de problemas. Sendo assim
utilizamos o problema extraído da OBEMEP 2006.
PROBLEMA 1. (OBMEP, 2006) A sexta parte dos alunos de uma classe
usam óculos. Dentre os que usam óculos, 1/3 são meninas; além disso 4 meninos
usam óculos. Quantos são os alunos dessa classe?
Dados do problema:
1/6 de alunos usam óculos
1/3 são meninas
04 meninos usam óculos
Resolução do problema:
1/6 – 1/3 x 1/6=.
Após a resolução do problema foi aberto debate com o objetivo de que os
alunos desenvolvessem a oralidade.
Na sequência das atividades, apresentou-se três relógios, demonstrando
diferentes horas, os alunos reunidos em grupo, obervaram e representaram frações
da marcação dos ponteiros dos relógio de acordo com a hora e minuto.
Solicitamos aos alunos, a construção de relógios, como material pedagógico
para que pudessem entender, a previsão do tempo em diferentes situações: tempo
da aula, o tempo nas práticas esportivas, viagens de ônibus, aviões, mudança do
horário de inverno e verão no Brasil e na questão do fuso horário. Após essa
exploração os educandos representaram frações, com denominadores diferentes,
de acordo a posição dos ponteiros dos relógios. Nesse momento, pode iniciar a
introdução do cálculo do mínimo múltiplo comum, para que eles compreendam sua
utilidade nas operações com frações. Como exemplo abaixo:
Dados do Problema:
Primeiro relógio representa a fração 3/4
Segundo relógio representa a fração 1/3
Terceiro relógio representa a fração 1/2
Resolução do Problema:
Relógios: 3/4 + 1/3 + 1/2= 9/12 + 4/12 +6/12=
A maioria dos alunos entenderam com facilidade, e para aqueles que não
entenderam, propusemos a retomada dos cálculos com múltiplos de um número
natural.
Na etapa seguinte, eles deveriam resolver problemas com números
fracionários na formação do conhecimento como desafio.
Problema 2: (Prova Brasil 2011,p.125). René entrou em uma livraria e
comprou um livro por R$ 35,00 e uma caneta por R$ 3,00. Quais as cédulas que
René poderá usar para pagar a sua compra?
Dados do Problema:
Uma cédula de 1 real
Cinco cédulas de 5 reais
Três cédulas de 10 reais
Resolução do Problema:
Como números inteiros, 10 + 5 + 5+ 5+ 5 + 5 +1 +1 + 1
Outra representação, 1 + 10 + 10 + 5 +5 + 5 + 1 + 1
Ao ensinar teoricamente não se estimula o aluno a contextualizar os
conhecimentos matemáticos para a resolução dos desafios que nos são
apresentados no cotidiano. A contextualização é necessária, pois uma das
principais funções do ensino de Matemática na escola é levar os educandos a
refletir sobre o mundo que os cerca, compreender como os elementos que o
compõem interagem e se transformam.
De acordo com Ambrosio (2005,p 23), o cotidiano está impregnado dos
saberes e fazeres próprios da cultura. A todo instante, os indivíduos estão
comparando, classificando, quantificando, medindo, explicando, generalizando,
inferindo e, de algum modo, avaliando, usando os instrumentos materiais
intelectuais que são próprios á sua cultura.
Desta forma, procura-se ressaltar que a cultura leva ao desenvolvimento,
proporcionando a convivência e a troca de informações, no processo de elaboração
do conhecimento matemático das frações por meio da resolução de problemas,
totalizando assim a convivência com as operações matemáticas para superar
certas dificuldades surgidas no encaminhamento dos problemas propostos em
sala de aula.
Ao interagir com os estudantes e detectarmos as dificuldades que surgem
para resolver os problemas propostos, o professor pode propor problemas que
envolvam números decimais com a utilização de centavos até número inteiro.
Como o exemplo a seguir.
Qual é a representação desses números decimais em frações.
Centavos: 0,01=1/100
0,10=10/100
0,25=25/100
0,50=50/100
1,00 =1
Segundo TOLEDO (2009, p.195), os alunos têm pouco acesso a dinheiro,
mas é importante que eles tenham, se possível, a oportunidade de examinar todas
as notas e moedas de real em xerocópia. Toda atividade utilizada será feita através
de observação constante sobre os educandos e educandas e se necessário
atendê-los (a) individualmente com orientação diferenciada. Assim o problema 3
tinha o objetivo de identificar quantos dias tem 36 horas.
Problema 3. (Prova Brasil 2011. P,123). A avó de Patrícia mora longe. Para
ir visitá-la a menina gastou 36 horas de viagem. Quantos dias duraram a viagem?
Dados do problema:
Viagem de 36 horas
Quantidade de dias gastos
Resolução do Problema:
Representar que um dia tem 24 horas é igual uma unidade e que 12 horas
equivale a ½ de.
Problema 4. (Prova Brasil 2011, p.124). Um programa de música sertaneja,
começa pelo rádio, as 06 horas e 55minutos e o programa seguinte começas às 07
horas e 30 minutos. Quantos minutos duraram o programa de música sertaneja?
Dados do Problema:
O primeiro programa inicia às 06 horas e 55 minutos
Outro programa inicia às 7 horas e 30 minutos.
Resolução do Problema:
7,30 – 6,55= 35 minutos
Representar que 35 minutos equivale a fração de 7/12.
Nesta atividade o Professor pode trabalhar frações relacionadas à
porcentagem ou levar ao debate, podendo ser discutidas a importância da
observação da questão tempo, e a relação das operações matemáticas, na
formação do conhecimento. O professor deve sugerir atividades complementares.
Segundo Antoniolli, em seu diário no GTR (2011), a produção Didático-
pedagógica vem ao encontro de nossos anseios ao ensinar números fracionários,
decimais e porcentagem. Isto somente torna-se viável a partir do momento em que
o educando está decidido a mudar sua postura frente à aprendizagem de cálculos
matemáticos, ou seja, pôr em prática sua disponibilidade. As práticas em cálculos
poderão contribuir para aproximar o ensino de matemática ao trabalho científico.
Nas escolas públicas, recebemos numa sala de aula educandos com níveis
diferentes de aprendizagem e essas atividades podem proporcionar a todos um
melhor entendimento, proporcionando assim uma aprendizagem equivalente e
democrática.
Problema 5. Adaptado do livro didático A conquista da Matemática, 2009. P. 203
Numa classe com 35 alunos, um certo dia compareceram 6/7 de alunos,
desses 1/3 se ausentaram da sala. Que fração representa os que ficaram?
Dados do Problema:
O número de alunos da classe: 35 alunos
O número de alunos que compareceram: 6/7
O número de alunos que ausentaram: 1/3
O número de alunos que permaneceram na sala de aula=.
Resolução do problema:
Dividir 35 por 7, para encontrar as partes iguais que foi 5.
Multiplicar 5 por 6 para indicar os presentes.
Dividir número de alunos presentes que foram 30 por 3 para saber quantos
alunos estavam indo realizar outra atividade fora da escola.
À medida que os alunos forem exercitando as atividades e apresentando
questionamentos, o educador pode ir direcionando os encaminhamentos às
discussões para desenvolverem a produção do conhecimento. No final da
resolução, discutirem o desenvolvimento, a oralidade, a busca de informações para
auxiliarem aqueles que apresentaram dificuldades na resolução.
Problema, (GIOVANNI & GIOVANNI, JR.2002, p,197), Uma torrefação de
café colocou 465 quilogramas de café moído em pacotes com 3/4 de quilogramas
cada um. Quantos pacotes foram obtidos?
Dados do problema:
Café moído 465 quilos
Colocar em pacotes de 250 gramas, que equivale a 3/4 de fração.
Resolução do problema:
Eles trabalharam a unidade de medida de massa. Um quilograma equivale a
1000 gramas, meio quilo equivale a 500gramas, um quarto de quilo equivale a 250
gramas, etc.
Transformaram os 465 quilogramas de café moído em gramas: 465 x 1000=.
Transformaram, através de operações matemáticas da divisão e
multiplicação, os 3/4 de quilogramas em números inteiros= 1000 : 4= 250 x 3=.
Após a resolução do problema, sentaram-se em círculo para discutir o
problema resolvido.
Eles deveriam notar, durante o debate, que o conhecimento se constrói,
exercitando e dialogando com os companheiros de sala, onde eles devem obter
informação e aprendizagem sobre as unidades de massa.
Segundo PIAGET apud (Procirs, pg. 17, 1986), o ideal da educação deveria
ser a preocupação de ensinar os alunos a aprenderem a aprender, a se
desenvolver por conta própria e continuarem a se desenvolver mesmo após
deixarem a escola. Enfim, o trabalho com a resolução de problemas insere diversas
atividades e formas para ensinar, aprender e valorizar o processo de elaboração de
conhecimentos.
Comentário de alguns alunos participantes do projeto
Essas são algumas atividades trabalhadas em sala com os educandos:
Os alunos A1, A2, A3, A4 e A5 relataram que no início da aplicação do
projeto não conheciam a existência e formação dos números fracionários, e que no
decorrer das atividades desenvolvidas foram conhecendo e aprendendo como
utilizavam no cotidiano e não percebiam.
Os alunos A6, A7, A8 e A9 relataram que no início da aplicação do projeto
os números fracionários não representavam nenhuma utilidade e no decorrer das
atividades aplicadas em sala de aula, foram percebendo a importância e sua
utilidade no seu dia a dia.
CONCLUSÃO
A proposta inicial deste trabalho foi desenvolver atividades, que pudessem
ser mais agradáveis para o ensino de frações ao aluno do ensino fundamental.
Desde o início, pensamos em desenvolver o projeto com alunos da 5ª série do
ensino fundamental em contra turno. Durante a execução do projeto, não
encontramos dificuldades, pois a área pedagógica do Colégio sempre apoiou. O
resultado obtido nessa turma foi surpreendente. Todos os alunos que frequentaram
foram aprovados. Propomos a continuidade deste projeto, buscando uma
metodologia que possa tornar as aulas criativas e mais agradáveis aos educandos.
O Projeto tornou-se atraente não só pela metodologia aplicada, mas também
pelo material didático disponibilizado, educandos demonstraram interesse pela
realização das atividades, observaram que era possível efetuar as medidas e
resolver os problemas propostos, principalmente, porque trabalhamos com os
conhecimentos do dia-a-dia.
Perceberam que o trabalho com a metodologia de resolução de problemas
com números fracionários auxilia na construção do conhecimento de forma mais
significativa.
Desta forma, no decorrer dos estudos e observações realizadas durante a
implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, e com base nas
atividades, percebemos uma assimilação das operações envolvidas na resolução
dos problemas a qual possibilitou um processo de aprendizagem mais significativo
e interessante para os educandos.
Propomos aos que se interessarem pelo projeto, avaliar a necessidade de
continuação, buscando metodologias que possam tornar as aulas de matemática
mais “agradáveis” aos alunos, sem privá-los pela qualidade de ensino que tanto
buscam a educação Paranaense.
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