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Prof. Me. Michael Hudson Rodrigues Guimarães Sousa
Currículo: http://lattes.cnpq.br/9323254996784647
UNIDADE I – O PRIMEIRO SÉCULO XX
Apostila elaborada como subsídio para as aulas de o
mundo contemporâneo nos cursos de licenciatura do
Programa Darcy Ribeiro/UEMA – ministrado por 12
encontros no Polo de Pastos Bons-MA
Pedreiras-MA 2015
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APRESENTAÇÃO
A presente apostila pretende ser tão somente um conjunto de anotações para
facilitar o acompanhamento das aulas de História do Maranhão Imperial, ministradas
no Programa Darcy Ribeiro/UEMA, nos Cursos de Licenciaturas. O autor das lições
aqui apresentadas, às vezes com características muito esquemáticas, espera estar
fornecendo a seus estimados alunos um instrumental de estudo que lhes permita ter
em mãos um bom fundamento para voos mais amplos e mais profundos no campo da
educação em geral, e especificamente no campo de Políticas da Educação. Para
atingir este escopo, o trabalho apoia-se nas reflexões, às vezes de modo bastante
literal, de educadores que buscaram propor caminhos renovadores para o processo
educacional. Todos eles citados na bibliografia. Espera-se com isso apoiar mais ainda
os alunos nos seus esforços para fazer da educação, cada vez menos, uma máquina
de entortar homens e, cada vez mais, uma oportunidade para a humanização do
animal racional.
Aqui não posso deixar de escrever uma palavra de agradecimento a todos os
meus alunos que a partir de então serão bem vindos para refletir juntamente comigo,
neste passeio pelas políticas da educação.
Professor Me. Michael Hudson
Pedreiras-MA 2015
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UNIDADE I – O PRIMEIRO SECULO XX
1º Tópico: As grandes Guerras Mundiais.
A Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918, foi considerada por
muitos de seus contemporâneos como a mais terrível das guerras. Por este motivo,
tornou-se conhecida durante muito tempo como “A Grande Guerra”. Para se
compreender os motivos de ter sido uma guerra tão longa e de proporções
catastróficas é necessário relembrar alguns aspectos do cenário político e
econômico mundial das últimas décadas do século XIX. (HOBSBAWM, 1995)
É sabido que em todos os grandes acontecimentos, há um motivador, no caso
em que se está discutindo, é necessário conhecer o contexto político e econômico,
que antecede esta grande guerra. Então qual o verdadeiro motivo que acaba
desencadeando uma guerra que fica conhecida como uma das maiores catástrofes
da humanidade?
Na segunda metade do século XIX, a junção entre capitalismo financeiro e
capitalismo industrial proporcionou a integração econômica mundial, favorecendo
assim, principalmente, as nações que haviam começado seu processo de
industrialização. Essas mesmas nações expandiram significativamente seu
território em direção a outros continentes, sobretudo ao Asiático, ao Africano e
à Oceania. A Inglaterra, por exemplo, integrou grandes países ao seu Império,
como a Índia e a Austrália. Todo esse processo é conceitualmente tratado pelos
historiadores como Imperialismo e Neocolonialismo. Nesse cenário se
desencadearam os principais problemas que culminaram no conflito mundial.
(SHERMAN, 1993)
O crescimento da capacidade de produção mundial provocou uma grande
disputa entre as potências mundiais, na procura por novos mercados consumidores
e de novas fontes de matérias primas. A Primeira Guerra Mundial é considerada
por muitos historiadores como um marco no início do século XX. Foi a partir da
Guerra que novas correlações de forças estabeleceram-se no mundo. Será que isto
explica os motivos que marcaram o declínio da Europa e a ascensão dos EUA à
condição de principal potência mundial?
No início da década de 1870, a Alemanha promovia sua unificação com a
Prússia e, ao mesmo tempo, enfrentava a França naquela que ficou conhecida como
Guerra Franco-Prussiana. Ao vencer a França, a Alemanha possou a ter posse sobre
uma região rica em minério de ferro, que foi importantíssima para o
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desenvolvimento de sua indústria, incluindo a indústria bélica. Tratava-se da região
de Alsácia e Lorena. A França, na década posterior à guerra contra a Alemanha,
desenvolveu um forte sentimento de revanche, o que provocava uma enorme tensão
na fronteira entre os dois países. A tensão se agravou quando Otto Von Bismarck,
o líder da unificação alemã, estabeleceu uma aliança com a Áustria-Hungria e com
a Itália, que ficou conhecida como Tríplice Aliança. Essa aliança estabelecia tanto
acordos comerciais e financeiros quanto acordos militares.
Para ficar mais claro, a guerra franco-prussiana foi um conflito armado
envolvendo a França contra um conjunto de estados germânicos liderados pela
Prússia, que se desenrolou entre 1870 e 1871. Em sua origem estava a política
desenvolvida pelo chanceler prussiano Otto von Bismarck, com a intenção de
unificar a Alemanha. Em oposição, o imperador francês Napoleão III tinha como
objetivo reconquistar o prestígio perdido interna e externamente, depois de
inúmeros reveses político-diplomáticos. O poderio militar prussiano também
constituía uma ameaça à supremacia francesa no continente europeu.
A França, que se via progressivamente ameaçada pela influência que era
estabelecida pela Alemanha, passou a firmar acordos, do mesmo gênero da Tríplice
Aliança, com o Império Russo, czarista, em 1894. A Inglaterra, que era um dos
maiores impérios da época e também se resguardava do avanço alemão e temia
sofrer perdas de território e bloqueios econômicos, acabou se aliando à França e
à Rússia, formando assim a Tríplice Entente.
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A eclosão da guerra foi o resultado de uma série de conflitos menores
envolvendo disputas comerciais e/ou militares que a antecederam, todos os
conflitos presentes no contexto de expansão capitalista e imperialista das
potências econômicas. Até aproximadamente 1914 a Europa exercia a supremacia
econômica, política e ideológica sobre o resto do mundo.
Na esfera econômica, o poder derivava do fato da Europa ser a responsável
pela maior parte da produção e investimentos em escala global. Acabou por tornar-
se responsável pela importação da maioria dos gêneros primários produzidos pela
“periferia” do sistema capitalista. No campo político, a hegemonia Europeia era
garantida pelo Imperialismo associado à influência ou controle direto de áreas
como África, Ásia e América Latina.
Agravando o conjunto de fatores que estava por desencadear um conflito
global armado, adiciona-se o enfadonho discurso do Velho Mundo sobre a
superioridade e modelo de eficácia. Apesar da “pompa”, havia na Europa uma
grande distinção entre todas as nações. Além dos diferentes níveis de influência
entre as nações pioneiras (como por ex. Inglaterra e França) e as mais jovens
(como por ex. Itália e Alemanha), havia uma grande contradição no campo social.
Mesmo industrializados, muitas destas nações eram governadas por nobres, ao
passo que outras, enfrentavam disputas entre interesses de classes burguesas e
proletárias. Já nesta época o grande temor capitalista viria a materializar-se na
Rússia em 1917: O Socialismo.
Os únicos países que estavam fora da dominação europeia eram os EUA e o
Japão, que não só lutavam, mas também, chegavam a ameaçar a supremacia
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europeia em alguns lugares do globo, especialmente extremo oriente e na América
Latina.
Conforme Hobsbawm (1995) a tensão entre as duas alianças (tríplice X
Intente) se tornou crescente, especificamente em algumas regiões, como a
península balcânica. Na região dos Balcãs, dois grandes impérios lutavam para impor
um domínio de matiz nacionalista: o Austro-Húngaro e o Russo. A Rússia procurava
expandir sua ideologia nacionalista eslava (conhecida como Pan-eslavismo) e
apoiava a criação, nos Balcãs, do estado da Grande Sérvia, enquanto que a Áustria-
Hungria se aproveitava da fragilidade do Império Turco-Otomano (que dominou
esta região durante muito tempo) e procurava, com a ajuda da Alemanha,
estabelecer um controle na mesma região, valendo-se também de uma ideologia
nacionalista (conhecida como Pangermanismo). No ano de 1908, a região da Bósnia-
Herzegovina foi anexada pela Áustria-Hungria, o que dificultou a criação da
“Grande Sérvia”. Além disso, a Alemanha tinha interesses comerciais no Oriente
Médio, em especial no Golfo Pérsico, e pretendia construir uma ferrovia de Berlim
a Bagdá, passando pela península balcânica.
Para um melhor entendimento, explica-se que ficou conhecida como Tríplice
Entente (entente = acordo, contrato) a coalizão militar constituída na primeira
década do século XX, onde os Impérios Britânico, Russo e República Francesa se
uniram para fazer frente à política expansionista de outro bloco, a Tríplice Aliança
(constituída pelos Impérios Alemão, Italiano e Austro-Húngaro), formado em
1882. Esse processo de alianças na virada do século XIX para o XX reflete uma
mudança que ocorria no cenário político europeu: as antigas potências, Grã-
Bretanha e França, com seus vastos impérios coloniais distribuídos pelo globo,
vinham sofrendo a concorrência de novas forças como Alemanha e Itália,
recentemente constituídos estados nacionais unificados, que rapidamente
conquistavam tanto fatias importantes dos mercados globais quanto inauguravam
seus próprios impérios coloniais. (GRIFO MEU)
O estopim para o conflito entre as duas grandes forças que se concentravam
na região dos Balçãs veio com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando,
herdeiro do trono da Áustria-Hungria, por um militante da organização terrorista
Mão Negra, de viés nacionalista eslavo. O assassinato do arquiduque ocorreu em
28 de janeiro de 1914, em Sarajevo, capital da Bósnia. Francisco Ferdinando tinha
ido a Sarajevo com a proposta da criação de uma monarquia tríplice para região,
que seria governada por austríacos, húngaros e eslavos. Sua morte acirrou os
ânimos nacionalistas e conduziu as alianças das principais potências europeias à
guerra.
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O assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-
Hungria, na cidade de Sarajevo, foi considerado o estopim da Primeira Guerra.
A Áustria percebeu neste fatídico acontecimento a oportunidade de atacar
a Sérvia e demolir o projeto eslavo de construção de um forte estado. Sendo assim,
Áustria-Hungria e Alemanha deram um ultimato à Sérvia para solucionar o caso do
assassinato de Francisco Ferdinando. A Servia negou-se a ceder à pressão dos
germânicos e, com o apoio da Rússia, sua aliada, preparou-se para o que veio a
seguir: a declaração de guerra por parte da Áustria-Hungria, que foi formalizada
em 28 de julho de 1914. Logo a França ofereceu apoio à Rússia contra a Áustria-
Hungria, o que fez a Alemanha declarar guerra contra a Rússia e a França. O
conflito logo se expandiu para outras regiões do globo.
A guerra se intensificou quando o exército alemão, que era o mais moderno
da época, rumou em direção à França, passando pelo território belga, que era
neutro. Isso fez com que a Inglaterra, aliada da Rússia, declarasse guerra à
Alemanha. A partir desse momento, a guerra ganhou proporções cada vez mais
catastróficas. As principais formas de tática militar eram a guerra de trincheiras,
ou guerra de posição, que tinha por objetivo a proteção de territórios
conquistados; e a guerra de movimento, ou de avanço de posições, que era mais
ofensiva e contava com armamentos pesados e infantaria equipada.
Ao longo da guerra, o uso de novas armas, aperfeiçoadas pela indústria,
aliado a novas invenções como o avião e os tanques, deu aos combates uma
característica de impotência por parte dos soldados. Milhares de homens
morreram instantaneamente em bombardeios ou envoltos em imensas nuvens de
gás tóxico. Essa característica produziu um alto impacto na imaginação das
gerações seguintes à guerra. Escritores como Erich Maria Remarque, Ernst Jünger
e J. J. R. Tolkien, que combateram na Primeira Guerra, extraíram dela muitos
elementos para composição de suas histórias.
O ano de 1917 foi decisivo no contexto da “Grande Guerra”. Nesse ano, a
Rússia se retirou do fronte de batalha, haja vista que seu exército estava obsoleto
e sua economia arruinada. Foi neste ano também que os revolucionários
bolcheviques fizeram sua revolução comunista na Rússia, fato crucial para a
efervescência política europeia das décadas seguintes. Foi ainda em 1917 que os
Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da França e contra a
Alemanha, que já não mais tinha a mesma força do início da guerra. Sendo que, após
o fim da Primeira Guerra em 1918, os Estados Unidos tornaram-se a grande
potência fora do continente europeu.
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A “Grande Guerra” chegou ao fim em 1918, com vitória dos aliados da França
e grande derrota da Alemanha. O ponto mais importante a se destacar quanto ao
fim da guerra são as determinações do Tratado de Versalhes. Nessas
determinações, os países vencedores não aceitaram a orientação da Liga das
Nações de não submeter a Alemanha derrotada à indenização pelos danos da
guerra. Sendo assim, a Alemanha foi obrigada a ceder territórios e a reorganizar
sua economia tendo em conta o futuro ressarcimento aos países vencedores da
Primeira Guerra, sobretudo a França.
O saldo de mortos durante os cinco anos da Primeira Guerra foi de um total
de 8 milhões, dentre estes, 1.800.000 apenas de alemães. Esse tipo de mortandade
acelerada e terrivelmente impactante tornou a se repetir a partir de 1939, com a
Segunda Guerra Mundial.
Hobsbawm (1995) diz em seus estudos que a catástrofe do século XX foi a
mais impressionante conhecida pela humanidade. Catástrofe em relação às
mortandades gigantescas, sem equiparação possível com qualquer período histórico
anterior. Catástrofe em relação à desvalorização do indivíduo, ao qual, durante
longos momentos do século, foram negados todos os direitos humanos e civis, que
haviam sido arduamente conquistados durante o ‘longo século’ precedente: 1789-
1914.
RESUMO SOBRE A 1ª GUERRA
As fases da Guerra: a guerra foi dividida em dois grandes períodos
1) GUERRA DE MOVIMENTOS; ou seja, durante os primeiros meses da guerra,
até o início de 1915, a característica marcante foi o deslocamento constante das
tropas, o que, em princípio, parece lógico para uma guerra. Os principais ataques
foram realizados pela Alemanha que procurou neutralizar os russos na frente
oriental enquanto avançou sobre a França no lado ocidental. O avanço sobre a
França foi fulminante, a partir da tática definida no Plano Schliffen, ocupando
primeiro a Bélgica, para penetrarem em território francês pelo norte. A invasão
da Bélgica foi usado pela Inglaterra como pretexto para entrar na Guerra. Ao
mesmo tempo, ingleses e franceses lançaram uma ofensiva na África, tomando
territórios da Alemanha.
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Vale lembrar que a Itália, até então aliada da Alemanha e Áustria, declarou-se
neutra e não participou da guerra nesta primeira fase.
2) GUERRA DE TRINCHEIRAS; é reflexo de uma situação de equilíbrio de forças,
fazendo com que os exércitos procurassem garantir suas posições, preparando
novas conquistas. Esse foi um longo período, até 1917, caracterizado por grande
desgaste: elevada mortalidade, grande destruição, elevados gastos financeiros. Na
tentativa de conseguir vantagens, os países envolvidos na guerra procuraram
desenvolver novos armamentos (canhões de longo alcance, tanques, aviões,
submarinos…) criando novas tecnologias elas pudessem ser aplicadas na guerra. Em
1915 os italianos entraram na Guerra junto aos aliados, com a promessa de que
receberia parte das colônias alemãs. A situação da Itália na guerra deve ser
destacada, para compreendermos posteriormente seus maiores problemas.
Resistiu até 1917, quando teve seu território invadido pela Áustria, provocando
grande destruição, principalmente no norte, área mais povoada e desenvolvida. O
ano de 17 marca mudanças importantes, quando os alemães passaram a utilizar a
guerra submarina. Os ataques a navios mercantes norte-americanos foram usados
como pretexto para o Ingresso dos EUA na Guerra.
Muitos consideram que o ingresso norte americano foi fundamental para o fim do
conflito, porém é importante lembrar que os EUA estiveram até então como
observadores, não havia guerra na América e a indústria do país crescia em ritmo
muito acelerado.
Nesse ano ainda a Rússia sai da guerra devido a ascensão dos bolcheviques ao
poder. A decisão unilateral fez com que a Alemanha invadisse o território russo,
no entanto, em março de 1918 os dois países assinaram o Tratado de Brest-Litovski
selando o fim da guerra entre ambos.
O FINAL DA GUERRA - Os alemães procuraram jogar todas as suas forças na
frente ocidental, porém começava a ficar isolada, comprometendo o abastecimento
do país. A derrota da Turquia e da Bulgária comprometeu o transporte de produtos
para a Europa Central. Em setembro de 1918 as forças aliadas desfecharam uma
grande ofensiva contra os alemães, que foram obrigados a recuar. No interior do
país aumentava o descontentamento e as pressões sobre o Imperador, que acabou
por abdicar.
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A Alemanha assina o armistício com os Aliados em 11 de novembro de 1918, depois
de uma revolução conduzida por socialdemocratas (socialistas) e comunistas ter
proclamado a República no dia 9. Os Aliados impõem condições bastante duras para
aceitar a cessação de fogo.
A Conferência de Paz de Paris, reuniu todos os países beligerantes, exceto a
Rússia. Durante seus trabalhos, a Itália, insatisfeita em suas pretensões coloniais,
retirou-se. Em junho, Estados Unidos, França e Inglaterra, denominados os “Três
Grandes” impuseram à Alemanha o Tratado de Versalhes, com pesadas cláusulas
territoriais, militares e financeiras. Nos meses subsequentes, outros tratados são
impostos à Áustria, Bulgária e Hungria. Esses tratados criam graves problemas
para o futuro, pois colocam várias minorias étnicas dentro das fronteiras de alguns
dos novos Estados surgidos na Europa.
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Para Coggiola (1995) a Segunda Guerra Mundial – 1939 – 1945 – foi um
conflito que surgiu em detrimento dos governos autoritários e militaristas. Este
segundo conflito basicamente foi um desdobramento da Primeira Guerra Mundial.
O início da Segunda Guerra aconteceu em 1939, por conta da invasão do exército
alemão na Polônia. Neste instante, a França e a Inglaterra se uniram e declararam
guerra à Alemanha. O tratado de Versalhes pode ter sido a causa indireta para a
guerra, pois foram impostos rígidos pagamentos para a Alemanha e houve uma
elevação exagerada dos índices inflacionais.
O cenário mundial se dividiu então em dois grupos: os aliados e o grupo eixo.
Na composição dos aliados estavam a Inglaterra, URSS, França e Estados Unidos
e no grupo eixo, Alemanha, Itália e Japão. Entre 1939 a 1941, o grupo eixo teve
uma sucessão de vitórias. Liderado pela Alemanha, o grupo eixo conquistou o norte
da França, Iugoslávia, Polônia, Ucrânia, Noruega e norte da África. No ano de 1941,
o Japão atacou a base norte-americana de Pearl Harbor – Havaí e por conta disto,
os Estados Unidos se uniram às forças aliadas. No período de 1941 a 1945, com os
EUA compondo com os aliados, o grupo eixo entrou em uma fase de derrotas. Neste
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cenário, o Brasil participou a favor dos aliados, enviando para a Itália a Força
Expedicionária Brasileira como reforços de guerra.
O conflito da Segunda Guerra teve um desfecho em 1945, marcado pela
assinatura do tratado de rendição da Alemanha, Itália e Japão. Mesmo após o
Japão assinar o tratado de rendição, os Estados Unidos deferiram um ataque de
bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagazaki. A Segunda Guerra
trouxe muitas consequências trágicas. Entre elas, pode-se citar: destruição de
fábricas; a diminuição da produção industrial e agrícola; o prejuízo no setor de
transportes em razão da destruição das linhas férreas e no âmbito demográfico,
a morte de 55 milhões de pessoas. No cenário político, os Estados Unidos e a União
Soviética se tornaram líderes mundiais. No campo da cultura e da tecnologia houve
muitos avanços em razão dos inúmeros estudos realizados por especialistas. Em
1945, foi criada a Organização das Nações Unidas – ONU – para mediar os conflitos
entre os países e manter a ordem e a paz mundial.
RESUMO DE MOTIVOS
A humanidade sempre conviveu com as guerras, os motivos são os mais
diversos: luta por território, movimentos separatistas, religião, intolerância
étnica, riquezas naturais, divergências políticas, entre outros. Em razão dos
conflitos mundiais, o mapa-múndi não permanece com uma configuração fixa. Essa
dinâmica cartográfica torna o trabalho dos cartógrafos difícil, pois
periodicamente precisam reformular as fronteiras dos países.
No século passado, o lugar do mundo que mais sofreu alterações quanto à
configuração das fronteiras foi o continente europeu. Em razão da luta por
territórios, teve início um dos maiores conflitos da humanidade, a Segunda Guerra
Mundial.
Tal acontecimento proporcionou drásticas transformações no espaço
geográfico mundial, especialmente na Europa. A Segunda Guerra Mundial ocorreu
entre 1939 e 1945. Esse conflito envolveu um grande número de países que
travaram uma guerra, em grande parte, em território europeu.
Entre os principais motivos que levaram a esse acontecimento estavam as
intenções de aplicação de projetos de caráter expansionista de países como
Alemanha, Itália e Japão. Tais nações desejavam alcançar a condição de potências
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hegemônicas e acreditavam que a forma para se conseguir tal feito era através da
conquista de novos territórios.
A partir dessa ideologia, os países citados promoveram invasões a outros
territórios com a intenção de anexá-los aos seus respectivos domínios. A Alemanha
se apoderou de países próximos, como a Áustria e a Tchecoslováquia, em 1938. Em
1939, foi a vez da Itália, que conquistou a Albânia. O Japão invadiu diversos
territórios na região do Pacífico.
O que foi e qual o impacto do Socialismo soviético? Quando começou o
declínio dos Estados nacionais? Por que ainda se fala em autodeterminação dos
povos? E o que é esta tal revolução tecnológica-informacional? Para entender o
século 21, é preciso conhecer o século 20. Eric Hobsbawm (1995), em Era dos
Extremos, esmiúça esse período com a autoridade de quem viveu a época. Segundo
ele, o século 20 começa em 1914, com a Primeira Guerra Mundial, e termina em
1991, com o fim da União Soviética. Este breve século caracterizou-se por
extremos. De um lado, o povo alcançou um padrão de vida até então inimaginável.
Paradoxalmente, foi o período em que aconteceram as maiores catástrofes da
História.
PORTANTO: O mundo estava tomado pelas doutrinas do fascismo, na Itália,
do nazismo e do anti-semitismo na Alemanha e do comunismo na União Soviética. A
guerra refletiu a disputa econômica e política dos grandes países industrializados,
mas também um confronto em torno do melhor modelo ideológico capaz de
orientar, naquele momento histórico, o desenvolvimento da humanidade. Em campos
diferentes se defrontavam três sistemas político-econômicos: as democracias
liberais capitalistas, os nazi-fascistas e os comunistas.
No âmbito das relações exteriores o mundo apresentava um equilíbrio
precário, desde o fim da Primeira Guerra, em 1918. Este foi testado ao extremo
diante da política expansionista alemã liderada por Hitler, ao mesmo tempo em que
se consolidava o regime comunista na União Soviética. Em 1938, a Alemanha ocupou
a Áustria e, posteriormente, a região de Sudetos na Tchecoslováquia, deixando
claro que os planos militares de Hitler não se limitavam aos territórios de língua
alemã. O nazismo, que até então era visto como uma possível defesa contra o
comunismo pelas democracias liberais, começava a revelar-se uma faca de dois
gumes.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS.
PROGRAMA DARCY RIBEIRO/POLO: Pastos Bons - MA
CURSO DE HISTÓRIA DISCIPLINA: MUNDO CONTEMPORÂNEO – 60h
Professor Me: Michael Hudson Rodrigues Guimarães Sousa
Pastos
Bons
Centro Tecnológico
Av. Manajos s/nº- Centro Bairro: São Bento
Dayana Rakel Correa de
Souza
PROGRAMA DE DISCIPLINA
– EMENTA
1º Tópico - As Grandes Guerras Mundiais.
2º Tópico - A Revolução Russa. Ideologias Totalitárias.
3º Tópico - Descolonização. Guerra Fria. O Terceiro Mundo no Século XX.
4º Tópico - Os Movimentos Culturais do século XX.
5º Tópico - A Nova Ordem Mundial e a Globalização.
– OBJETIVOS
A disciplina tem como objetivo prioritário traçar as linhas mestras da evolução histórica do
Mundo Contemporâneo, desde a Primeira Grande Guerra (1914 - 1918) até os dias atuais.
Pretende-se, simultaneamente, transmitir uma visão integrada do fenômeno histórico,
interligando os componentes econômicos, políticos, sociais e culturais.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE I: O PRIMEIRO SÉCULO XX
1. A era da guerra total. In: HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve
século XX: 1914-1991. São Paulo: CIA das Letras, 1995. p. 29 a 60.
2. A revolução mundial. In: HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve
século XX: 1914-1991. São Paulo: CIA das Letras, 1995. p. 61 a 89.
3. A teoria econômica Keynesiana e a grande depressão. In: SHERMAN, Howard J. História do Pensamento Econômico. Petrópolis: Vozes, 1993. P. 163 a 177.
4. O Conceito de Fascismo. In: KONDER, Leandro. Introdução ao Fascismo. Rio
de Janeiro. Ed: Graal, 1979. p. 03 a 21.
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5. Origens e desenvolvimento da Segunda Guerra: considerações sobre a querela
dos historiadores. VIGEVANI. Tullo. In: COGGIOLA, Osvaldo. (Org.). Segunda
guerra Mundial: um balanço histórico. São Paulo: USP, 1995. p. 15 a 35.
UNIDADE II: O MUNDO PÓS-GUERRA: O DESTINO DA “NOVA
EUROPA” E O PÓSCOLONIALISMO
1. As origens da guerra fria. MAGNOLI. Demétrio In: COGGIOLA, Osvaldo.
(Org.). Segunda guerra Mundial: um balanço histórico. São Paulo: USP, 1995. p. 415
a 427
2. China Hoje: O dinheiro dissolve a comuna; CHUN, Lin. . In: SADER. Emir. O
Mundo depois da queda. São Paulo: Paz e Terra, 1995. p. 365 a 382.
3. Nação e globalização. In: IANNI, Octavio. A Era do Globalismo. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. p. 77 a 97.
4. Para uma cultura global? SMITH, Antony. In: FEATHERSTONE. Mike (Org.)
Cultura Global: nacionalismo, globalização e modernidade. Petrópolis: Vozes, 1999. p.
183 a 205.
METODOLOGIA
Aulas expositivas dialogadas;
.
AVALIAÇÃO
Ocorrerá no processo a fim de observar o seu desenvolvimento, considerando os
seguintes aspectos: assiduidade, posicionamento crítico em relação aos assuntos através
de formulação e análise de questionamentos em sala de aula, participação nas atividades
e prova escrita.
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