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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O minivôlei como ferramenta para o desenvolvimento psicomotor
em crianças de 7 a 10 anos
Por: Viviane Miranda dos Santos
Orientadora
Profª. Ms. Fátima Alves
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O minivôlei como ferramenta para o desenvolvimento psicomotor
em crianças de 7 a 10 anos
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Psicomotricidade.
Por: Viviane Miranda dos Santos
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por todas as oportunidades
a mim dadas.
Agradeço também a minha mãe (em
memória), por toda luz, proteção e conforto
que me tem passado.
A meu pai, por me dar todas as ferramentas
para que chegasse até aqui, a minha irmã
por todo incentivo e ao meu namorado por
todo carinho e paciência.
Agradeço a professora Fátima Alves que me
orientou com suas observações.
Por fim, agradeço a todos que, direta ou
indiretamente, contribuíram para minha
formação.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família e ao
meu namorado que esteve sempre presente,
me apoiando em minhas escolhas. Meus
pais e minha irmã são os verdadeiros
responsáveis por mais essa vitória, em
especial minha mãe (in memória), que de
onde estiver está feliz por esta conquista.
E aos colegas de trabalhos, que me
ajudaram na minha formação como
profissional.
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RESUMO
O trabalho envolve os temas minivolei, desporto adaptado, e o
desenvolvimento psicomotor, em crianças na faixa etária entre 7 (sete) e 10 (dez)
anos de idade. Será avaliado como o minivolei pode auxiliar no desenvolvimento
psicomotor das crianças. A pesquisa visa traçar um paralelo entre minivolei x
psicomotricidade, mostrando a importância de trabalhar com os dois
simultaneamente, ressaltando o aspecto de um acrescentar ao outro, tanto no
aprendizado do desporto voleibol como no desenvolvimento psicomotor em
crianças da faixa etária estipulada. Dessa forma, iremos atentar em como o
minivolei pode auxiliar no desenvolvimento psicomotor das crianças de 7 a 10
anos, através de elementos técnicos e lúdicos trabalhados no desporto citado,
aumentando assim, o acervo motor da criança. Esse estudo será desenvolvido por
meio de observações em um espaço onde ocorrem aulas de minivolei.
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METODOLOGIA
O presente estudo caracteriza-se como um estudo exploratório, pois para
Triviños (1987, p.109) “Os estudos exploratórios permitem ao investigador
aumentar a sua experiência em torno de uma determinada realidade específica,
buscando antecedentes, para, em seguida, planejar uma pesquisa descritiva ou de
tipo experimental”.
Com o objetivo de operacionalizar técnica e instrumentalmente tal estudo
uma pesquisa bibliográfica foi realizada. Segundo Lakatos e Marconi (1992, p. 43),
assim como Triviños (1987, p. 109), indicam tal estratégia como sendo
“extremamente adequada para se delinear e obter informações úteis acerca de um
determinado assunto a ser investigado”.
Por isso, para assegurar a consecução do objetivo deste trabalho, se
pesquisou o pensamento de muitos autores.
Fica claro, assim, que a busca por um acervo bibliográfico que
representasse um espectro de interpretação o mais amplo possível, utilizando-se
de documentos, monografias de graduação, livros e artigos que permitiram que tal
revisão estivesse plenamente atualizada.
Por outro lado, tanto o estudo exploratório, como a pesquisa bibliográfica,
anteriormente comentada, diagnosticou e deixou explicito alguns aspectos
intrínsecos para possíveis estudos futuros seja por meio descritivo ou
experimental.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O Desenvolvimento Psicomotor 10
CAPÍTULO II - O Minivolei – FIVB 13
CAPÍTULO III – Desenvolvimento Psicomotor e o Minivolei 16
CONCLUSÃO 19
BIBLIOGRAFIA 21
ÍNDICE 23
FOLHA DE AVALIAÇÃO 24
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INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo analisar as contribuições que o
desporto adaptado (minivolei) pode trazer ao desenvolvimento psicomotor para
crianças entre sete e dez anos de idade. A partir da prática docente houve um
interesse em investigar a influência da prática desportiva sobre as crianças,
auxiliando ou não na sua formação psicomotora. Dessa forma, algumas teorias
existentes sobre o tema foram de total apoio à compreensão e execução deste
trabalho. O assunto tratado está relacionado com a prática do desporto,
juntamente com o desenvolvimento psicomotor das crianças.
Acredita-se que o sucesso nas ações psicomotoras e em todas as áreas
que esta envolve pode estar interligada a prática desportiva.
O estudo será desenvolvido em três capítulos:
O primeiro capítulo O desenvolvimento psicomotor faz um apanhado sobre
as áreas psicomotoras e como elas podem ser trabalhadas. A meta do
desenvolvimento psicomotor é o controle do próprio corpo até ser capaz de extrair
todas as possibilidades de ação e expressão que sejam possíveis a cada um. Este
desenvolvimento envolve um componente externo ou práxico, mas também um
componente interno ou simbólico. Outro fator que está relacionado ao
desenvolvimento psicomotor e tem total ligação, é o desenvolvimento motor. O
desenvolvimento motor é o campo de investigação que estuda o comportamento
motor (habilidades padrões generalizações motoras e capacidades físicas) em
populações normais ou não em diferentes faixas etárias. Estuda as teorias que
fundamentam o sentido/ significado do movimento humano no processo de
desenvolvimento e aprendizagem humana. Ainda neste capítulo iremos
diagnosticar as áreas psicomotoras e suas respectivas idades correspondentes,
pois o estudo estabelece a faixa etária dos sete aos dez anos de idade.
O segundo capítulo O minivolei – FIVB, abordará o desporto adaptado do
ponto de vista do órgão superior internacional (FIVB) do desporto em questão: o
voleibol. Serão analisados as regras e os objetivos principais da Federação
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Internacional de Voleibol, assim como um breve histórico da Federação. O
minivolei é um método simples e adaptado às necessidades das crianças de 08 a
14 anos, para a aprendizagem do voleibol, jogado por duas equipes compostas
por menos de 6 jogadores em cada time, resultante de reflexões didáticas onde as
ações complexas se reduzem a situações de jogos simplificadas, correspondentes
ao estado de desenvolvimento dos jogadores
Já o terceiro capítulo Desenvolvimento Psicomotor e o Minivolei, enfocará
a relação do desenvolvimento psicomotor com o desporto adaptado. Neste
capítulo veremos de que forma o minivolei pode auxiliar o desenvolvimento
psicomotor das crianças, através de suas ações lúdicas e técnicas.
Desta forma, a proposta é desenvolver o tema nas próximas páginas, a
fim de enriquecer a prática enquanto profissional de Psicomotricidade e
Educadora Física, assim como contribuir para um melhor esclarecimento da
temática, tão importante tanto no âmbito da psicomotricidade como no âmbito
desportivo.
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CAPÍTULO I
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
A psicomotricidade se relaciona com as implicações psicológicas do
movimento e da atividade corporal na relação do organismo com o meio em que
se desenvolve. Na psicomotricidade há certos componentes maturativos e certos
componentes relacionais, que tem a ver com o fato de que através do seu
movimento e de suas ações, a criança entra em contato com pessoas e objetos
com os quais se relaciona de forma construtiva. É ao mesmo tempo, fonte de
conhecimento e expressão dos conhecimentos que já se tem, meio de gerar
vivências e emoções através da relação e expressão de vivências e emoções na
relação. Ela é uma ciência cabível em qualquer época da nossa vida. Seja na
infância, adolescência, adulta ou velhice, pode-se lançar mão dessa ciência como
terapia, ou simplesmente para uma melhoria na qualidade de vida.
A meta do desenvolvimento psicomotor é o controle do próprio corpo até
ser capaz de extrair todas as possibilidades de ação e expressão que sejam
possíveis a cada um. Este desenvolvimento envolve um componente que pode ser
externo ou práxico, mas também interno ou simbólico.
A criança quando é recém-nascida e de algumas semanas, não consegue
controlar seu corpo, e tem movimentos não-coordenados: sua cabeça cai para os
lados quando não está presa ou apoiada, é incapaz de manter-se sentada, etc. Ao
final da primeira infância, o quadro é notavelmente diferente: seus movimentos
são voluntários e coordenados, controla a posição de seu corpo e dos segmentos
corporais mais importantes (braços, pernas, tronco) e é capaz de andar e correr. O
movimento da criança vai integrando e controlando voluntariamente um maior
número de grupos musculares (psicomotricidade grossa), com o que vai se
tornando progressivamente mais preciso (psicomotricidade fina), permitindo
incorporar repertórios psicomotores mais especializados e complexos, que abrem
novas perspectivas à percepção e à ação sobre o meio. Na infância, a
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psicomotricidade é de suma importância para o desenvolvimento e aprendizagem
da criança. Estruturando-se sobre três pilares: o querer fazer (emocional), o poder
fazer(motor) e o saber fazer(cognitivo), essa ciência leva a criança a um
desenvolvimento global e multidisciplinar.
A teoria de Piaget afirma que a inteligência se constrói a partir da atividade
motriz das crianças. Nos primeiros anos de vida, até os sete anos,
aproximadamente, a educação da criança é psicomotriz. Tudo, o conhecimento e
o aprendizado, centra-se na ação da criança sobre o meio, os demais e as
experiências através de sua ação e movimento.
Segundo ALMEIDA (2010) a psicomotricidade:
“É a ciência que tem como objeto de estudo o homem
através do seu corpo em movimento e em relação ao
seu mundo interno e externo.
Está relacionada ao processo de maturação, onde o
corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e
orgânicas. É sustentada por três conhecimentos
básicos: o movimento, o intelecto e o afeto”.
Podemos dizer então que o psicomotricista é um profissional da área de
saúde e educação que pesquisa, avalia, previne e trata do ser humano na
aquisição, no desenvolvimento e nos transtornos da integração somato-psíquica e
da retrôgenese, que pode atuar nas áreas de educação, clínica (tanto na
reeducação como em terapia), supervisão, consultoria e pesquisa. Ele cuida do
processo de afetividade, pensamento, motricidade e linguagem, onde a dinâmica
psicomotora auxilia no potencial de relação pela via do movimento, incentiva o
brincar e, amplia a possibilidade de comunicação.
O psicomotricista atende a uma clientela que envolve crianças em fase de
desenvolvimento, com atrasos ou dificuldades no desenvolvimento global,
pessoas portadoras de necessidades especiais como deficiências sensoriais,
motoras, mentais e psíquicas, pessoas que apresentam distúrbios sensoriais,
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perceptivos, motores ou relacionais devido a lesões neurológicas, e família e
pessoas da terceira idade.
O ambiente de trabalho desses profissionais pode ser: creches, escolas,
escolas especiais, clínicas multidisciplinares e geriátrica, consultórios, postos de
saúde, hospitais e empresas.
Ainda segundo ALMEIDA(2010):
“é importante lembrar que recursos físicos não se
educam sozinhos. Por trás dos recursos, por trás do
materiais, é preciso ter um grande profissional.
Profissional este capaz de usá-los, de explora-los e de
interferir nas práticas diárias, fazendo uso destes
recursos todos, sempre pensando e buscando o
desenvolvimento global das crianças.”
Como podemos perceber, a nossa imagem corporal é lábil; está sempre
em transformação. Nas várias fases da nossa vida, os contextos emocionais
vividos, vão se chocando com os nossos sentimentos, emoções e valores,
fazendo novas associações simbólicas e imagens, criando, assim, um novo corpo
representativo. Esse processo de transformação da imagem poderá ser auxiliado
pela psicomotricidade a qualquer tempo. A Psicomotricidade nos faz voltar ao
início de todas as sensações, ao corpo onde se inscreve tudo o que
verdadeiramente somos.
Para finalizar, e ressaltar a importância da educação psicomotora e do
desenvolvimento psicomotor, destacamos um trecho de LE BOUCHE (1982):
“a educação psicomotora deve ser considerada como
uma educação de base da escola primária. Ela
condiciona a todos os aprendizados pré-escolares e
escolares; leva a criança a tomar consciência de seu
corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a
dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação
de seus gestos e movimentos.”
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CAPÍTULO II
O MINIVÔLEI – FIVB
Neste capítulo nós iremos abordar um pouco da história, do conceito do
minivôlei e sua regras. É evidente que o vôlei se tornou uma das primeiras
atividades desportivas no Brasil e que hoje esta sendo praticado por crianças cada
vez com menos idade. Os benefícios de ordem pedagógica do desporto estão
sendo reconhecidos, fazendo com que seja praticado cada vez mais também no
âmbito escolar. Entretanto, podemos observar que para crianças com faixa etária
entre 7 e 14 anos, é necessário que haja adaptações de acordo com as condições
físicas e psíquicas dessa população.
Em 1975, a FIVB (Federação Internacional de Voleibol) realizou um
congresso na Suécia com a participação de profissionais altamente qualificados
de vários países, tomando como referência as experiências realizadas. Decidiu
criar então um método voltado para a iniciação chamado MINIVÔLEIBOL, visando
uma busca por um método que utilizava pequenos jogos, facilitando o aprendizado
do voleibol.
A princípio sabemos que o minivôleibol não é caracterizado enquanto um
esporte, mas sim como um método de trabalho que facilita a aprendizagem rápida
devido sua peculiaridade de adaptação às condições da fase em que a criança de
encontra.
Segundo BAACKE (s.d.,p.1), “um jogo normal 6x6, no número de vezes
que cada criança toca na bola durante o jogo, não é suficiente para um
desenvolvimento rápido. Desta forma não possibilita maior experiência de
movimento”.
Para DÜRRWÄCHTER (1984, p.1), a criança “apenas consegue aprender
como jogar sob condições de jogo simplificado, ou seja, através de certos
pequenos jogo ou jogos preparatórios”.
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BAACKE (s.d., p.1) , FRAGA (1990, p.61) e RODRIGUES (1990, p.111)
defendem o Mini Voleibol como sendo uma forma de jogo adaptável as
necessidades e capacidades dessa faixa etária, por estimular o domínio de bola,
fair play, sem trazer com isso, sobrecarga física ou mental.
“O minivôleibol consiste em um método adaptado às necessidades das
crianças de 8 a 14 anos para aprendizagem do voleibol”. (FILHO, 1995).
O minivôlei apresenta regras simplificadas, direcionadas a diferentes
faixas etárias. Embora existam algumas regras adotadas para o trabalho com o
minivôlei, é necessário esclarecer que as regras são flexíveis de acordo com as
necessidades de trabalho encontradas na realidade do profissional.
Alguns objetivos da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) através do
minivôlei são:
• Familiarizar as crianças e fazer com que elas gostem do voleibol;
• Aumentar o número de jogadores, assim como espectadores,
gerando mídia e maiores incentivos;
• Criar técnicas básicas e táticas, de acordo com a idade, adaptando
quando necessário, com fins de amadurecer o conhecimento técnico da
modalidade;
• Introduzir o voleibol para as crianças;
• Reconhecer o talento precoce para futuro aproveitamento nas
equipes de alto nível, melhorando assim o desempenho da modalidade no país,
criando uma base maior;
• Antecipar-se aos outros esportes, atraindo crianças o mais cedo
possível para o voleibol;
O minivôlei apresenta regras simplificadas, direcionadas a diferentes
faixas etárias. Embora existam algumas regras adotadas para o trabalho com o
minivôlei, é necessário esclarecer que as regras são flexíveis de acordo com as
necessidades de trabalho encontradas na realidade do profissional. No geral as
regras do minivôlei são:
• Número de jogadores por equipe: é jogado com menos de seis
jogadores por equipe, permitindo um maior número de contatos com a bola por
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jogador, fácil cooperação entre jogadores, táticas mais simples e grande interesse.
Normalmente, as equipes de minivôlei são formadas por dois, três ou quatro
jogadores, dependendo da idade e do nível do jogo.
• A condução da bola é mais liberal, promovendo a aquisição de
técnicas e fluência do jogo. Regras para posição inicial, jogo de fundo e
substituição são simplificados. Entretanto, o rodízio e a restrição do ataque e
bloqueio aos jogadores do fundo são necessários para evitar especialização
precoce.
• Tamanho da quadra: é jogado em uma quadra que requer menor
força e movimentos, reduzindo o número de interrupções e promovendo longos
rallies. Normalmente, as medidas da quadra são adaptadas de acordo com o
número de jogadores, idade, nível de jogo.
• Altura da rede: é jogado com uma redução na altura de rede, o que
proporciona às crianças atacarem e defenderem, de acordo com sua estatura e
habilidade de salto.
• Tamanho e peso da bola: é jogado com uma bola mais leve e de
menor circunferência, adaptado às mãos e força das crianças. Para iniciantes, em
idade menor, é conveniente usar bolas de borracha ou de plástico.
Atualmente, existem muitas variações nas regras do minivôlei nos
diferentes países. Elas ocorrem de acordo com as tradições e experiências locais,
além da constituição do povo e da idade das crianças. Por estas razões, a FIVB
não pretende unificar as regras oficiais do minivôlei.
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CAPÍTULO III
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E O
MINIVOLEI
O minivolei e o desenvolvimento psicomotor andam juntos quando se trata
de iniciação esportiva em crianças. Através do esporte é possível desenvolver
uma série de habilidades psicomotoras que auxiliam no aprendizado do desporto
em si e no desenvolvimento psicomotor. O minivolei nada mais é do que a
iniciação da criança no esporte.
Segundo Santana (2005), procurando uma iniciação esportiva que
contemple toda a complexidade humana, a entende como o período em que a
criança inicia a prática regular e orientada de uma ou mais modalidades
esportivas, e o objetivo imediato é dar continuidade ao seu desenvolvimento de
forma integral, não implicando em competições regulares.
O termo iniciação esportiva é conhecido mundialmente como um processo
cronológico no transcurso do qual um sujeito toma contato com novas
experiências regradas sobre uma atividade físico-esportiva.
Tradicionalmente, a iniciação esportiva é o período no qual a criança
começa a aprender, de forma específica, a prática de um ou vários esportes.
Santana (2005) acrescenta que a iniciação esportiva é marcada pela prática
regular e orientada de uma ou mais modalidades esportivas, e o objetivo imediato
é dar continuidade ao desenvolvimento da criança de forma integral, não
implicando em competições regulares. A partir do que alguns autores dizem, pode-
se entender que a iniciação esportiva é o período em que a criança começa a
aprender, de forma específica e planejada, a prática esportiva. Contudo, é
necessário que se conheçam e respeitem suas características para que ela não
seja transformada em um mini-adulto e ultrapasse etapas do desenvolvimento.
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Para Almeida (2005) a iniciação esportiva deve ser dividida em três
estágios. O primeiro deles, chamado de iniciação desportiva propriamente dita,
ocorre entre oito e nove anos, ou seja, que engloba a faixa etária abordada no
presente estudo. Nessa fase, o objetivo do treinamento é a aquisição de
habilidades motoras e destrezas específicas e globais, realizadas através de
formas básicas de movimentos e de jogos pré-desportivos. De acordo com o
autor, nessa faixa etária, a criança encontra-se apta para a aprendizagem inicial
dos esportes, contudo, ainda não está apta para o esporte coletivo de competição.
Entende-se, assim, que o esporte coletivo atrai as crianças muito mais
pelo prazer da atividade em si do que pela própria competitividade. O professor
que percebe como é o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças dessa
faixa etária tem a possibilidade de planejar o seu trabalho de forma a torná-lo
interessante e motivador, baseado em atividades lúdicas e recreativas, na busca
de um aprendizado objetivo, eficiente e pouco monótono. O ideal, nessa fase, é
oferecer um grande número de oportunidades para o desenvolvimento das mais
variadas formas de habilidades à criança, instrumentalizando-a com atividades
motoras que poderão ser utilizadas em diversos esportes coletivos.
Assim, pode-se dizer que o esporte na infância é um fenômeno muito
complexo, que não pode ser reduzido a um pensamento simplista, como a
tradicional seleção esportiva e a tradicional eleição de um modelo ideal de atleta.
A primazia da iniciação esportiva não está nas habilidades específicas e
sim na amplitude de possibilidades de estímulos para o desenvolvimento e
crescimento físico, fisiológico, desenvolvimento motor e psicomotor, aprendizagem
motora, desenvolvimento cognitivo e afetivo-social (CAPITANIO, 2003).
O minivolei utiliza como parte integrante do processo de ensino e
aprendizagem dos tipos de jogos de voleibol, atividades cuidadosamente
selecionadas para facilitar o desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo da
criança, como por exemplo:
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Desenvolvimento das habilidades motoras
§ Através de deslocamentos e posicionamentos do corpo para
realizações de movimentos naturais e específicos do voleibol, com variações de
direção, tempo e espaço para que a criança desenvolva um maior domínio motor;
§ Direcionamento da bola para os espaços vazios ou posições
estratégicas, aumentando o conhecimento tático gradualmente de acordo com o
nível de aprendizado.
Para as crianças terem uma vida esportiva prolongada, chegando ao
esporte de alto rendimento, torna-se necessário que suas experiências motoras e
de iniciação esportiva sejam positivas, tanto do ponto de vista psicomotor quanto
das dimensões afetivas, sociais e cognitivas.
Para finalizar, ressaltamos que a aprendizagem de qualquer modalidade
esportiva deve ser feita com cuidadosa e adequada metodologia. Os preceitos da
pedagogia, da didática e da psicologia devem ser empregados pelo professor na
iniciação esportiva, pois está ultrapassada, e há muito tempo, a fase do
empirismo, da auto-aprendizagem e da ausência de segura orientação na
iniciação desportiva.
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CONCLUSÃO
O trabalho apresentado atentou para a importância do desporto
adaptado na formação do desenvolvimento psicomotor do sujeito.
Como conclusão é possível destacar que a prática esportiva
ocasiona efeitos de ordem fisiológica, emocional, psicológica e social, alé da
satisfação, divertimento e prazer. Para a criança obter resultados positivos, torna-
se necessário que suas experiências motoras e de iniciação esportiva sejam
positivas, tanto do ponto de vista psicomotor quanto das dimensões afetivas,
sociais e cognitivas.
A finalidade do processo educativo na formação do jogador, situa-se
na realização de um jogador inteligente, capaz de agir por si próprio utilizando
seus conhecimentos e sua experiência. Nesse processo educativo, o profissional
visará ao desenvolvimento da qualidade do pensamento tático para permitir ao
jovem participar e se engajar na evolução de sua especialidade.
Pode-se concluir, ainda, que a aprendizagem de qualquer
modalidade esportiva deve ser feita com cuidadosa e adequada metodologia. O
fato preocupante é que muito profissionais, na iniciação esportiva, juntamente no
desporto adaptado que deveria ser um fator facilitador no aprendizado da crinaça,
muitas vezes visão o auto-rendimento do individuo, e não oferencem a atenmção
necessária para o desenvolvimento motor e psicomotor da criança.
É importante destacar que não devemos generalizar todos esses
fatos, pois isso contrapôs o que foi apresentado pela literatura.
Futuramente, cabe pesquisar detalhadamente, os aspectos de cada
área psicomotora desenvolvida/trabalhar não só no mini vôlei, mas também no
desporto adaptado de outras modalidades esportivas e até mesmo nas iniciações
esportivas das categorias de bases que visam o desporto de rendimento, e nem
por isso deveriam deixar de destacar o desenvolvimento psicomotor de seus
“atletas”.
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O estudo permitiu concluir que os jogos e brincadeiras que são
conteúdos da psicomotricidade permitem o desenvolvimento integral do aluno,
contribuindo positivamente para o processo de aprendizagem. É fundamental ao
Professor de Educação Física trabalhe atividades que visem o desenvolvimento
integral do aluno e para tanto a psicomotricidade é um elemento de grande
relevância dentro da Educação Física.
21
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e Prática em Psicomotricidade – Jogos,
atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeira infantis. 6a Edição. 2001.
Wark Editora.
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dos esportes coletivos. Disponível em: http://www.boletimef.org.br. Acesso em: 10
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BAACKE, H. (s.d.) Manual do Treinador. Confederação Brasileira de Volley-Ball.
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Revista Digital, Buenos Aires, ano 8, n. 58, março/2003.
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DÜRRWÄCHTER, G. Voleibol:treinar jogando. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico,
1984.
FONSECA, Diogo André Rodrigues da. O treino desportivo como factor de
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FRAGA, F.O. Minivoleibol. Revista Educação Física e Desporto Horizonte.
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22
LUSSAC, Ricardo Martins Porto. Psicomotricidade: história, desenvolvimento,
conceitos, definições e intervenção profissional. Disponível em:
http://www.efdeportes.com. Acesso em: 11 jun. 2011.
RODRIGUES, J.J. O ensino do jogo de voleibol. Revista de Educação Física e
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SANTANA, Wilton Carlos de. Iniciação esportiva e algumas evidências de
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Disponível em: http://www.artigonal.com. Acesso em: 23 jun.2011.
SOARES, Hellen dos Santos. Efeitos da especialização desportiva precoce no
desenvolvimento integral da criança: estudo de revisão. Disponível em:
http://www.efdeportes.com. Acesso em: 03 jun. 2011.
http://www.fivb.ch/EN/Programmes/minivolleyball.asp
23
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR 10
CAPÍTULO II
O MINIVÔLEI – FIVB 13
CAPÍTULO III
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E O MINIVOLEI 16
3.1 – Desenvolvimento das habilidades motoras 18
CONCLUSÃO 19
BIBLIOGRAFIA 21
ÍNDICE 22
FOLHA DE AVALIAÇÃO 23
24
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: