UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
COMO APLICAR EM AÇÕES
Por: Edileusa de Carvalho Nascimento
Orientador
Prof.Ana Claudia Morrissy
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
COMO APLICAR EM AÇÕES
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do curso de Pós
Graduação em finanças e Gestão Corporativa.
Por: Edileusa de Carvalho Nascimento
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AGRADECIMENTOS
aos professores e colaboradores do
“projeto a vez do mestre” que através
da dedicação e amor tornam possível
nossos sonhos.
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DEDICATÓRIA
dedico ao meu pai e minha mãe pelo
apoio e incentivo
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RESUMO
Este trabalho de pesquisa tem como objetivo mostrar que aplicar em ativos de
renda variável, não é um privilégio de pessoas extremamente qualificadas com
conhecimentos privilegiados ou dotados de uma inteligência fora do comum,
na verdade qualquer pessoa com conhecimentos básicos pode sim, ser um
investidor capaz de auferir ganhos expressivos na bolsa de valores. Para
desmistificar e tornar popular a aplicação em ações como forma de
investimentos, este trabalho disponibiliza em linguagem simples, conhecimento
suficiente para o aplicador iniciante, dar seus primeiros passos com segurança.
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METODOLOGIA
Os critérios utilizados para a pesquisa, foram livros de vários autores,
aproveitando o conhecimento e o ponto de vista de cada um e criando uma
concepção própria. Entre eles estão Eduardo Fortuna, falando sobre o
mercado financeiro e Alexandre Elder, “Aprenda operar no mercado de ações”
onde foi baseado o tema. E foram utilizado alguns sites da internet, tais como
www.infomoney.com.br,www.bovespa.com.br , http://www.rmac3.com.br.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO 1 – Sistema Financeiro Nacional 09
CAPÍTULO 2 – Economia e Finanças 25
CAPÍTULO 3 – Mercado de Capitais e Analise de Investimentos 31
CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA 45
ÍNDICE 46
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INTRODUÇÃO
Nos últimos anos tem aumentado o interesse do brasileiro em investimentos
em títulos de renda variável, e nos últimos cinco anos o numero de empresas
que abriram seu Capital foi o maior de toda a história da Economia brasileira,
esse fato gerou uma necessidade nos novos aplicadores de adquirir maior
conhecimento sobre o assunto. A proposta desse trabalho de pesquisa é
disponibilizar em linguagem simples conhecimento suficiente para o aplicador
iniciante dar seus primeiros passos com segurança.
No primeiro capitulo é feita uma apresentação sobre o SFN – Sistema
Financeiro Nacional, que é representado pelas principais instituições de
intermediação financeira do país, principalmente o ambiente onde é negociado
as ações.
No segundo capítulo, fazemos uma abordagem sobre economia e Finanças,
pois estão diretamente envolvidos com a compreensão e analise do mercado
de ações, visto que tudo que acontece na economia interfere imediatamente
no movimento acionário, seja pra melhor ou pra pior, ter conhecimentos de
economia e entender a política econômica praticada no Brasil e no mundo é
fundamental para fazer uma análise de aplicações e conhecer os riscos e até
prever situações de riscos, assim como conhecer finanças é primordial para
entender e calcular os riscos e as taxas para a tomada de decisão na hora de
aplicar.
No terceiro capítulo, é falado sobre mercado de capitais, análise de
investimentos e como aplicar em ações, que é a principal questão do tema,
neste capitulo é feita ainda uma abordagem sobre o que é ao mercado de
ativos de renda variável, como é representado e detalhes das análises
fundamentalistas e técnicas, a importância da análise de investimento para o
aplicador iniciante, e o passo a passo de um investimento.
Espera-se que ao final da leitura o investidor iniciante, seja capaz de
enten- der a volatilidade do mercado e perceber a hora certa de agir,
utilizando-se dos meios aqui disponibilizados.
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CAPÍTULO 1
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
O Sistema Financeiro Nacional – SFN, é o conjunto de instituições,
dedicadas a criar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de
recursos, gerados entre agentes econômicos superavitários, chamados
poupadores, e os agentes deficitários, chamados de tomadores, no país. Os
poupadores são os criadores de fundos, para o financiamento do crescimento
econômico, e os tomadores são os agentes que demandam recursos e estão
dispostos a financiar seu déficit a custo de mercado. O Sistema Financeiro
Nacional – SFN, é composto de um subsistema normativo e outro de
intermediação e instituições auxiliares.
1.1 SUBSISTEMA NORMATIVO
O Subsistema normativo regulamenta e fiscaliza o mercado financeiro.
Fazem parte desse subsistema o Conselho Monetário Nacional – CMN, o
Banco Central do Brasil – BACEN, a comissão de valores mobiliários – CVM, a
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e a Secretaria de Previdência
Complementar – SPC. Integram também esse subsistema, na condição de
agentes especiais responsáveis por algumas atribuições de interesse do
Governo Federal, o Banco do Brasil S/A, o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, e a Caixa Econômica Federal
– CEF. Como agentes do Governo Federal, essas instituições atuam como
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instrumentos de política monetária e integram o subsistema normativo, porém
como bancos comerciais e de desenvolvimento fazem parte do subsistema de
intermediação, de caráter operativo.
1.1.1 Conselho Monetário Nacional – CMN
É o órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional – SFN, é composto
pelo Ministro da Fazenda, que é o presidente do conselho, Ministro do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Presidente do Banco Central, que se
reúne ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que
convocado pelo seu Presidente.
É permitido, ao Presidente do CMN, convidar ministros de Estado e
representantes de entidades públicas e privadas para participar das reuniões,
porém sem direito a voto. Tem como finalidade fixar as diretrizes para as
políticas monetária, creditícia e cambial do País.
É de sua competência, adaptar o volume dos meios de pagamento às
reais necessidades da economia nacional e seu desenvolvimento, regular o
valor interno da moeda prevenindo ou corrigindo surtos inflacionários, regular o
valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos do País,
orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou
privadas, zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras, propiciar o
aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, tornando
mais eficiente o sistema de pagamento e mobilização de recursos, coordenar
as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública
interna e externa.
Suas atribuições específicas são: Autorizar as emissões de papel
moeda; aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Banco Central;
fixar diretrizes e normas da política cambial; disciplinar o crédito em suas
modalidades e as formas das operações creditícias; estabelecer limites para a
remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros; determinar
as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras;
regulamentar as operações de redesconto de liquidez; outorgar ao Banco
Central o monopólio de operações de câmbio quando o balanço de pagamento
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o exigir; estabelecer normas a serem seguidas pelo Banco Central nas
transações com títulos públicos; regular a constituição, funcionamento e
fiscalização de todas as instituições financeiras.
1.1.2 Banco Central do Brasil – BACEN
É o órgão executivo central do sistema financeiro, tem como
responsabilidade, cumprir as disposições que regulam o funcionamento do
Sistema Financeiro Nacional – SFN e as normas expedidas pelo Conselho
Monetário Nacional. É considerado “banco dos bancos”. Tem como missão
institucional assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a
solidez do Sistema Financeiro Nacional, seu objetivo é formular e gerir as
políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do Governo
Federal, regular e supervisionar o Sistema Financeiro Nacional, e administrar o
Sistema de Pagamentos Brasileiro – SBP e o meio circulante.
Suas principais atribuições são: emitir papel-moeda e moedas metálicas
nas condições e limites autorizados pelo CMN; exercer a fiscalização das
instituições financeiras, punindo-as quando necessário; autorizar o
funcionamento de todas as instituições financeiras; controlar o fluxo de capitais
estrangeiros garantindo o correto funcionamento do mercado cambial,
operando, inclusive, via ouro, moeda ou operações de crédito no exterior;
executar os serviços do meio circulante; receber os recolhimentos
compulsórios dos bancos comerciais e os depósitos voluntários das instituições
financeiras e bancárias que operam no país; realizar operações de redesconto
e empréstimo às instituições financeiras dentro um enfoque de política
econômica do Governo ou como socorro a problemas de liquidez; regular a
execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; efetuar,
como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de
títulos públicos federais; estabelecer as condições para o exercício de
quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras privadas; vigiar a
interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais;
exercer o controle do crédito.
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1.1.3 Comissão de Valores Mobiliários – CVM
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. Tem como
finalidade disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários,
onde são negociados os títulos emitidos pelas empresas, como ações e
debêntures, para captar recursos destinados ao financiamento de suas
atividades, seus objetivos são: assegurar o funcionamento eficiente e regular
dos mercados de bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários
contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas
controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores
mobiliários; evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas
a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preços de valores
mobiliários negociados no mercado; assegurar acesso do público a
informações sobre valores mobiliários negociados e às companhias que os
tenham emitido; assegurar a observância de praticas comerciais eqüitativas no
mercado de valores imobiliários; estimular a formação de poupança e sua
aplicação em valores mobiliários.
1.1.4 Superintendência de Seguros Privados – SUSEP
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, é responsável pelo
controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e
capitalização.
Suas principais atribuições são: fiscalizar a constituição, funcionamento
e operação das Sociedades Seguradoras de Previdência privada, aberta e de
Capitalização, na qualidade de executora da política traçada pelo Conselho
Nacional de Seguros Privados – CNSP; atuar no sentido de proteger a
captação de poupança popular que se efetua através das operações de
seguros, previdência privada aberta e de capitalização; zelar pela defesa dos
interesses dos consumidores desses mercados; promover aperfeiçoamento
das instituições e dos instrumentos operacionais a elas vinculados, com vista à
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maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema
Nacional de Capitalização; Promover a estabilidade dos mercados sob sua
jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que
neles operam; zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o
mercado; disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades em
especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; cumprir ou
fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que Por este
forem delegadas; prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
1.1.5 Secretaria de Previdência Complementar – SPC
É o órgão executivo do Ministério da Previdência e Assistência Social,
responsável pelo controle e fiscalização dos planos e benefícios e das
atividades das entidades de previdência privada fechada, é composto por oito
conselheiros que integram o Conselho de Gestão da Previdência
Complementar, são eles: Ministro de Estado da Previdência Social (Presidente
do Conselho); Secretário de Previdência Complementar; Representante da
Secretaria da Previdência Social; Representante do Ministério da Fazenda;
Representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
Representante dos patrocinadores e instituidores de entidades fechadas de
previdência complementar.
Suas principais atribuições são: Fiscalizar as atividades das entidades de
previdência privada fechada quanto ao exato cumprimento da legislação e
normas em vigor, e aplicar as penalidades cabíveis; processar os pedidos de
autorização para a constituição e modificações, inclusive reforma dos estatutos
das entidades fechadas, opinando sobre os mesmos e encaminhando-os ao
Ministério da Previdência e Assistência Social; proceder à liquidação das
entidades fechadas que tiverem cassada a autorização de funcionamento ou
das que deixarem de ter condições para funcionar.
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1.2 SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO E INSTITUIÇÕES
AUXILIARES
O subsistema de intermediação e instituições auxiliares é constituído pelos
intermediadores financeiros que recebem o dinheiro dos poupadores,
repassando-o aos tomadores, e por outras instituições que auxiliam o Sistema
Financeiro, como as bolsas de valores e as bolsas de mercadoria e de futuros.
1.2.1 Intermediários Financeiros que atuam como Agentes
especiais
Dentre as instituições que operam como intermediadoras de recursos,
há algumas com características diferenciadas, que são as ditas agentes
especiais, como: Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e social e Caixa Econômica Federal, por exercerem também
algumas atribuições de interesse do Governo Federal.
O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, cujo controle
acionário é exercido pela união. Suas funções básicas são: Agente Financeiro
do Governo Federal, Banco Comercial e Banco de Investimento e
Desenvolvimento. Como Agente Financeiro do Governo Federal – recebe os
tributos e as rendas federais, depósitos compulsórios e voluntários das
instituições financeiras; realiza os pagamentos necessários e constantes do
orçamento da União; efetua redesconto bancário; executa política de preços
mínimos agropecuários e a política do comércio exterior do Governo,
adquirindo ou financiando os bens de exportação; constitui agente pagador e
recebedor no exterior, entre outras operações. Como banco comercial –
mantém contas correntes de pessoas físicas e jurídicas; opera com caderneta
de poupança; executa operações de descontos; concede créditos de curto
prazo, além de outras funções típicas de bancos comerciais. Como Banco de
Investimento e Desenvolvimento – opera em algumas modalidades com
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créditos a médio e longo prazos, podendo financiar as atividades rurais,
comerciais, industriais e de serviços. Também fomenta a economia de
diferentes regiões.
A Caixa Econômica Federal é uma empresa pública de propriedade da
União e responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal,
para habitação popular e saneamento básico, atuando, também, como banco
comercial e sociedade de crédito imobiliário. Tem em como principais
atribuições, captar recursos, em caderneta de poupança, depósitos judiciais, a
prazo e aplicar em empréstimos vinculados, geralmente voltados para
habitação.
Aplicar recursos obtidos junto ao fundo de garantia por tempo de
serviços – FGTS, geralmente nas áreas de saneamento e infra-estrutura
urbana. Administrar as loterias, fundos e programas, entre os quais destacam-
se: FGTS, o fundo de compensação de variações salariais – FCVS, o
programa de integração social – PIS, Fundo de Apoio ao Desenvolvimento
Social – FAS, e o Fundo de Desenvolvimento Social – FDS.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é vinculado
ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. É a principal instituição
financeira de fomento do país, responsável pela política de investimento de
médio e longo prazos do Governo Federal.
Atua geralmente por meio de agentes financeiros, como Bancos
Comerciais, Bancos de Investimentos e Sociedades Financeiras. Os recursos
utilizados para o alcance das políticas operacionais provêm do Fundo de
Amparo ao Trabalhador – FAT, PIS-PASEP, BNDES Recursos Próprios,
Recursos Captados do Exterior e dotações orçamentárias da União.
As operações para onde são destinadas estes recursos envolvem
financiamento de longo prazo, crédito produtivo popular, operações com
valores mobiliários, prestação de garantias financeiras, leasing de
equipamentos e financiamento à exportação de bens e serviços.
Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento econômico e social
do País; fortalecer o setor empresarial nacional; atenuar os desequilíbrios
regionais, criando novos pólos de produção; promover o desenvolvimento
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integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços; promover o
crescimento e a diversificação das exportações.
1.2.2 Principais Intermediários Financeiros
Os Bancos Comerciais atuam na intermediação entre depositantes e
tomadores de crédito. Recebe depósito à vista e efetua empréstimos,
basicamente de curto e médio prazos, principalmente para pessoas físicas e
para capital de giro das empresas. Tem autorização de captar recursos por
intermédio de depósitos a prazo, podendo utilizar esses recursos para fazer
aplicações de prazos mais longos. Presta ainda, serviços auxiliares como
cobrança bancária, recebimentos diversos e transferências de fundos.
O banco de investimento atua com o objetivo de canalizar recursos de médio e
longo prazos para suprimento de capital fixo (investimento) e de giro para as
empresas. Pode operar como agente financeiro do BNDES, obtendo daí
recursos para suas operações. Fornece os recursos necessários para os
investimentos empresariais de longo prazo, o chamado capital de investimento,
seja por meio de empréstimos, financiamentos ou lançamento de títulos (ações
e debêntures).
O banco de investimento se diferencia dos bancos comerciais, uma vez
que atua fortemente no mercado de capitais, promovendo a abertura de capital
das sociedades anônimas ou a venda de novas ações. Realiza a distribuição
de debêntures e outros títulos que as empresas emitem, no país ou no exterior,
quando precisam captar novos recursos. O banco de investimento pode,
ainda, administrar os fundos de investimento.
O banco múltiplo pode operar simultaneamente com carteira de banco
comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de crédito, financiamento e
investimento, de arrendamento mercantil (leasing) e de desenvolvimento.
Constitui-se em uma só instituição financeira e de carteiras múltiplas,
com personalidade jurídica própria e com um único caixa e balanço. Para
configurar-se como banco múltiplo, o banco deve possuir pelo menos duas das
carteiras acima mencionadas, sendo, obrigatoriamente, uma delas comercial
ou de investimento. Os bancos comerciais deixaram de ser a principal classe
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de instituição financeira no Brasil a partir de 1988, quando, por resolução do
Banco Central, as instituições financeiras que atuavam em operações de
banco comercial e de banco de investimento foram autorizadas a se organizar
como bancos múltiplos. Nos anos seguintes, praticamente todos os bancos
comerciais acabaram por se transformar em múltiplos, permanecendo
comerciais apenas pequenas instituições de importância regional ou ocupantes
de pequenos nichos de mercado.
1.2.3 Outros Intermediários, Auxiliares e participantes do
Mercado
Bolsa de Valores é uma associação civil sem fins lucrativos com
autonomia administrativa, financeira, financeira e patrimonial. É o centro mais
importante de negociação de ações, onde se compram e se vendem as ações
de companhias de capital aberto. Sua principais atribuições é manter local
adequado à realização de transações de compra e venda de títulos e valores
mobiliários, em mercado livre, organizado e fiscalizado pelos próprios membros
participantes e pela CVM; estabelecer sistema de negociação que propicie e
assegure a continuidade das cotações e a plena liquidez dos papéis no
mercado; dar ampla e rápida divulgação às operações efetuadas em seu
pregão; assegurar aos investidores completa garantia de recebimento pelos
títulos e valores negociados; auxiliar a CVM na fiscalização do mercado de
capitais.
Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa, fundada em 1980, é
atualmente o maior centro de negociação com ações da América Latina. Um
acordo histórico para a integração de todas as bolsas brasileiras criou um
único mercado de valores, o da Bovespa. A Bovespa fornece o índice de
ações mais conhecido no Brasil, o Ibovespa. É o mais importante indicador de
desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro, porque
retrata o comportamento dos principais papéis negociados na Bovespa. Em
19/12/1998, a Bovespa passou por uma reestruturação patrimonial. Parte do
seu patrimônio foi destinado à formação de umas empresas independente, a
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC.
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Bolsa de Mercadoria & Futuros – BM&F, é uma associação sem fins
lucrativos, organizada para proporcionar a seus membros as facilidades
necessárias à compra e venda de commodities e; ou contratos de liquidação
futura. A BM&F é resultado da fusão da Bolsa Mercantil e de Futuros –
considerada a principal bolsa de negociação de mercados futuros no Brasil
com a Bolsa de Mercadorias de São Paulo. O objetivo maior da BM&F é
efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das
operações realizadas em pregão. Tem por finalidade, ainda, desenvolver,
organizar e operacionalizar mercados livres e transparentes, para a
negociação de títulos e/ou contratos que possuam como referencia ativos
financeiros, índices, indicadores, taxas, mercadorias e moedas nas
modalidades à vista e de liquidação futura. A BM&F mantém a negociação de
contratos no mercado derivativo, nas modalidades a termo, futuro, opções e
swap. Os mercados da BM&F são regulamentados pelo bacen e pela CVM, a
quem compete disciplinar, fiscalizar e desenvolver esse mercado.
Mercado de Balcão onde são fechadas operações de compra e venda
de títulos, valores mobiliários, commodities e contratos de liquidação futura,
diretamente entre as partes ou com a intermediação de instituições financeiras,
mas fora das bolsas. Nessas operações somente os participantes conhecem
os termos do contrato, que podem ser completamente adequados às
necessidades específicas de cada parte. Tais operações são menos sujeitas à
fiscalização e regulação e, não havendo interesse dos contratantes, sem
qualquer divulgação para o mercado. As particularidades de cada contrato
dificultam sua negociação posterior, sendo comum os participantes manterem
essas posições em suas carteiras até o vencimento. Outro problema desse
mercado é a liquidez. Como as negociações ocorrem fora da bolsa, será mais
difícil revender os papéis.
Mercado de Balcão Organizado tem como objetivo oferecer ao mercado
maior organização, transparência e possibilidade de formação de preço justo
para as transações de títulos, valores mobiliários e demais ativos financeiros.
A Sociedade Operadora de Mercado de Ativos – SOMA é a empresa
responsável pela administração do único mercado de balcão organizado no
Brasil. O ambiente de negociação é totalmente eletrônico. As empresas
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associadas, provenientes de todo o Brasil, estão interligadas por meio de
terminais pertencentes à rede de transmissão de dados da SOMA. Dessa
forma, podem processar suas ordens de compra e venda, fechando os
negócios eletronicamente, com ampla transparência.
Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários – CCVM, é uma
instituição auxiliar do Sistema Financeiro Nacional que opera no mercado de
capitais com títulos e valores mobiliários, em especial ações. Representa os
investidores nas transações em Bolsas de Valores e nas negociações de
contratos na BM&F, sua constituição depende de autorização do Bacen e o
exercício da atividade, de autorização da CVM. Suas principais atribuições
são: Operar nos recintos de bolsa de valores e de mercadorias; efetuar
lançamentos públicos de ações; administrar carteiras e custodia valores
mobiliários; investir, organizar e administrar fundos de investimento; operar no
mercado aberto; intermediar operações de câmbio.
Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários – DTVM, é a instituição
auxiliar do Sistema Financeiro Nacional responsável pela intermediação das
operações com títulos, valores mobiliários e commodities. Suas atividades são
mais restritas do que a das corretoras, já que elas não têm acesso às bolsas
de valores e de mercadorias. Para operar nesse mercado, a DTVM utiliza-se
das CCVM. As funções da DTVM são: administrar a carteira de ativos e
valores imobiliários; exercer funções de agente fiduciário; instituir, organizar e
administrar fundos e clubes de investimento; operar no mercado aberto,
satisfeitas as condições exigidas pelo Bacen; intermediar a colocação de
emissões de capital no mercado. As DTVM assumem, juntamente com as
demais instituições de mercado, a responsabilidade de contratar e conduzir as
operações, dentro das bases formais aplicadas a todas as operações com
títulos e valores mobiliários.
As cooperativas de Crédito resultam da associação de funcionários de
determinada empresa, para oferecer crédito aos seus cooperados. Podem
operar contas com depósito à vista e a prazo, por isso assemelham-se a uma
instituição financeira. As cooperativas de Crédito Rural atuam basicamente no
setor primário da economia, com o objetivo de permitir uma melhor
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comercialização de produtos rurais e criar facilidades para o escoamento das
safras agrícolas.
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento tem como função
financiar bens e serviços e disponibilizar crédito pessoal através do popular
“crediário” ou Credito Direto ao Consumidor (CDC). São conhecidas como
financeiras. Não podem manter contas correntes. Seus instrumentos de
captação restringem-se à colocação de letras de câmbio – títulos de crédito
sacados pelos financiados e aceitos para a colocação junto ao público.
1.2.3 Sistemas e Câmaras de Liquidação e Custódia
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic, foi criado em
1980, é um sistema informatizado destinado ao registro, custódia e liquidação
de títulos públicos estaduais e municipais emitida até 1992. Somente as
instituições credenciadas no mercado financeiro têm acesso ao Selic, o qual
opera em tempo real, permitindo que os negócios tenham liquidação imediata.
Os operadores das instituições envolvidas em uma transação com esses
títulos, após acertarem os negócios, transferem estas operações, via terminal,
ao Selic. O sistema imediatamente transfere o registro do título para o
comprador e faz o crédito na conta do vendedor do título. Ambas as partes
têm a certeza da validade da operação efetuada. O sistema processa também
a liquidação das operações definitivas e compromissadas realizadas em seu
ambiente. Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na
forma eletrônica. O sistema é gerido pelo Banco Central do Brasil e operado
por ele, em parceria com a Associação Nacional das Instituições do Mercado
Aberto – Andima, e os centros operacionais do Selic estão localizados no Rio
de Janeiro.
Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos – Cetip é
constituído em um mercado de balcão organizado para registro de negociação
de títulos e valores mobiliários de renda fixa. Criada em 1986, a Cetip é uma
das maiores empresas de custódia e de liquidação financeira da América
Latina. Suas atividades são regulamentadas e fiscalizadas pelo Bacen.
Registra, custódia e liquida, também, títulos públicos estaduais e municipais
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emitidos após 1992, títulos representativos de dívidas de responsabilidade do
Tesouro Nacional, bem como todos os Créditos Securitizados da União, da
Dívida Agrícola, dos Títulos da Dívida Agrária e dos Certificados Financeiros do
Tesouro. Os títulos são emitidos, geralmente, na forma escritural, isto é,
existem apenas sob a forma de registros eletrônicos. Quando emitidos em
papel, os títulos são fisicamente custodiados por bancos autorizados.
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC, empresa
independente, criada a partir de uma reestruturação patrimonial da Bolsa de
Valores de São Paulo, em fevereiro de 1998, responsável pela liquidação de
operações de todo o mercado brasileiro de ações. A CBLC possui uma
estrutura moderna e eficiente de Câmara de Compensação, para atividades
relacionadas à compensação, liquidação, custódia e controle de risco para os
mercados a vista, a termo e de opções. O serviço de custódia da CBLC
responde pela guarda de ações de companhias abertas, certificados de
privatização, debêntures, certificados de investimentos, certificados
audiovisuais e cotas de fundos imobiliários. Os órgãos de regulação e
fiscalização da CBLC são o Bacen e a CVM. Tem como atribuições, registrar,
liquidar e compensar operações à vista, no mercado a termo e de opções,
quando de responsabilidade das sociedades corretoras ou de seus comitentes;
receber depósitos e margens para garantia de operações realizadas por
associados da Bolsa e por cuja liquidação se responsabilize; emitir certificados,
visando o resgate, desdobramento, conversão e transferência de títulos
negociados ou a serem negociados pelas firmas ou sociedades corretoras;
descontar recibos referentes a títulos depositados e praticar as demais
operações acessórias que visam à boa circulação e liquidação dos títulos e
valores mobiliários negociados.
Câmara de compensação é o sistema pelo qual as bolsas garantem o
fiel cumprimento de todos os compromissos de compra e venda assumidos em
pregão. Uma das premissas para o perfeito funcionamento dos mercados
financeiros e de capitais é a certeza dos participantes de que seus ganhos
serão recebidos e suas operações de compra e venda serão liquidadas nas
condições e prazos acordados, isso é proporcionado pelas câmaras de
registro, compensação e liquidação, ou clearing houses, mediante um sistema
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de compensação que chama para si a responsabilidade dos negócios,
transformando-se no comprador para o vendedor e no vendedor para o
comprador. As clearing são entidades de capital privado, formadas pelos
principais bancos do País. Com estruturas adequadas ao gerenciamento de
risco de todos os participantes, as clearing hauses operam sob a proteção de
rigorosos mecanismos de garantias tomadas dos bancos participantes,
conferindo mais segurança e confiabilidade às operações do sistema
financeiro.
1.3 SISTEMA DE PAGAMENTO BRASILEIRO – SBP
Sistema de Pagamento Brasileiro é o conjunto de procedimentos,
regras, instrumentos e operações integradas que dão suporte à movimentação
financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado, tanto em moeda
local quanto estrangeira. Sua função básica é permitir a transferência de
recursos, o processamento e a liquidação de pagamentos para pessoas
físicas, empresas e governos.
Assim, sempre que emitirmos um cheque, fazemos compras com o
cartão de crédito ou enviamos uma Transferência Eletrônica Disponível –
TED, estamos acionando este Sistema. As instituições financeiras também se
valem do mesmo Sistema para realizar as transferências diárias oriunda de
suas próprias transações. Essas transferências ocorrem através da
movimentação dos saldos das contas de reservas bancárias que as instituições
matem junto as Banco Central.
Cabe ao Bacen não só regulamentar a liquidação financeira de tais
contas de reserva bancária, como estabelecer as regras de controle de risco a
serem seguidas no SPB.
1.3.1 Objetivo
23
O objetivo do SPB é aumentar a segurança do mercado, oferecendo
maior proteção contra possíveis rombos ou quebra em cadeia (efeito dominó)
de instituições financeiras. Em 2002, o Sistema de Pagamentos Brasileiro
passou por um processo de reestruturação destinado a aumentar a segurança
contra os diversos riscos a que o mercado financeiro está exposto.
1.3.2 Participantes e Formas de Transferência
Os participantes que integram o Sistema de Pagamentos Brasileiros
além do Banco Central, são: as Instituições financeiras; Companhia Brasileira
de Liquidação e Custódia (CBLC) - clearing de ativos de títulos de renda
variável; Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de
Ativos BM&F – clearing de ativos de títulos de renda fixa; Câmara de Registro,
Compensação e de Liquidação de Operações de Câmbio BM&F – (clearing de
câmbio); Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de
Derivativos BM&F – clearing de Derivativos; Central de Custódia e Liquidação
Financeira de Títulos – Cetip; Sistema Especial de Liquidação e de Custódia –
Selic; Visanet e RedeCard; Tecnologia Bancária – Tecban; Câmara
Interbancária de Pagamentos – CIP.
As transferências de recursos financeiros no SPB são formalizadas
através de mensagens eletrônicas transmitidas exclusivamente por intermédio
da Rede do Sistema Financeiro Nacional – RSFN. São padronizadas e
observam procedimentos específicos de segurança (criptografia e certificação
digital). A RSFN é a estrutura de comunicação de dados, implementada por
meio de tecnologia de rede, criada com a finalidade de suportar o tráfego de
mensagens entre as instituições financeiras titulares de conta reservas
bancárias, entre as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e
de liquidação, a Secretaria do Tesouro Nacional e o Banco Central, no âmbito
do Sistema de Pagamentos Brasileiro. Visando maior eficiência, redução dos
prazos de transferência de recursos e melhor gerenciamento de riscos, as
principais câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação
atuam como contraparte central e, ressalvado o risco de emissor, asseguram a
liquidação de todas as operações cursadas. As transferências podem ser por
meio de liquidação bruta em tempo real ou quase em tempo real, que ocorrem
24
ao longo do dia, de forma simultânea, operação por operação, em todos os
dias considerados úteis para fins de operações praticadas no mercado
financeiro, e liquidação em D+0 até D+3, dependendo do tipo de operação, é
geralmente liquidada com compensação multilateral de obrigações entre as
instituições participantes.
1.3.3 Movimentação de Reservas Bancárias
As contas de reservas bancárias, mantidas pelas instituições financeiras
bancárias junto ao Bacen, para evitar que o Bacen tenha que assumir o risco
de falta de liquidez dos bancos comerciais ou múltiplos, eles não podem em
hipótese alguma e em nenhum momento do dia, terem saldo negativo nestas
contas. Cria-se nos bancos a atividade do “piloto de reservas”, representado
por profissional especializado com o objetivo de garantir a permanente
disponibilidade de recursos na conta de reservas bancárias. Todas as contas
de reservas bancárias são monitoradas pelo Bacen através do Sistema de
Transferência de Reserva – STR, seja em tempo real, operação por operação,
seja pela compensação líquida de saldos. As operações de movimentação
nas contas de reservas bancárias não poderão ser canceladas, pois os
lançamentos são finais, ou seja, irrevogáveis e irreversíveis.
25
CAPÍTULO 2
ECONOMIA E FINANÇAS
A economia e a as finanças estão diretamente envolvidos com a
compreensão e analise do mercado de ações, visto que tudo que acontece na
economia interfere imediatamente no movimento acionário, seja pra melhor ou
pra pior, ter conhecimentos de economia e entender a política econômica
praticada no Brasil e no mundo é fundamental para fazer uma análise de
aplicações e conhecer os riscos e até prever situações de riscos, assim como
conhecer finanças é primordial para entender e calcular os riscos e as taxas
para a tomada de decisão na hora de aplicar.
2.1 POLITICA ECONOMICA NACIONAL
Política Econômica é o conjunto de intervenções do governo de um país,
na sua economia, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico,
o pleno emprego, equilibrar o volume financeiro das transações econômicas
com o exterior, garantir a estabilidade de preços, o controle da inflação e
promover a distribuição da riqueza e da renda.
Essas intervenções do governo dependendo de seu objetivo podem ser
classificadas como, escritural, de estabilização conjuntural ou de expansão.
Escritural, quando o objetivo é modificar a estrutura econômica do país
26
regulando o funcionamento dos mercados, extinguir ou criar empresas públicas
e alterar a distribuição de renda.
De estabilização conjuntural, quando visa administrar uma depressão
econômica, combater inflação e escassez de produtos. De expansão, quando
objetiva a manutenção ou aceleração do desenvolvimento econômico. Para
alcançar seus objetivos, o governo utiliza diversos instrumentos inseridos na
política econômica, que podemos classificar de política fiscal, política externa,
política de rendas e política monetária.
2.1.1 Política Fiscal
A política Fiscal é o conjunto de decisões e ações relacionadas com os
gastos dos governos federal, estadual e municipal e arrecadação de impostos.
Ele centraliza suas ações nos gastos do setor público e nos impostos cobrados
da sociedade, buscando o equilíbrio entre arrecadação e as despesas
governamentais, para atingir os objetivos macroeconômicos e sociais.
Quando as receitas são superiores à soma das despesas, dizemos que
o governo tem um superávit fiscal primário e quando são inferiores, um déficit
fiscal primário.
2.1.2 Política Externa
Política externa é um conjunto de medidas que tem por objetivo manter
o equilíbrio do balanço de pagamentos do país, proteger os setores em
desenvolvimento e desenvolver relações comerciais com outros países, e pode
ser subdividida em política cambial e política comercial.
Política cambial é o conjunto de medidas e ações do governo federal
que influem no comportamento do mercado de câmbio e da taxa de câmbio.
Política comercial é o conjunto de medidas que afetam o comercio com outras
nações, inclusive a adoção de cotas, abertura de linhas de credito para
importação e exportação etc.
27
2.1.3 Política de Rendas
É o conjunto de medidas que têm por objetivo a redistribuição da renda,
a garantia da renda mínima a determinados setores ou classes sociais, a
redução do nível das tensões inflacionárias e outros.
2.1.4 Política Monetária
É o conjunto de medidas para controlar o volume da liquidez global à
disposição dos agentes econômicos. Base Monetária é o indicador que
expressa a oferta de moeda de uma economia, isto é, a emissão primária de
moeda na economia, essencial para a formulação e avaliação de uma política
monetária, é obtida pelo somatório de papel-moeda em poder do público,
inclusive os deposito à vista, considerando os encaixes mantidos pelos bancos
comerciais e reservas bancárias compulsórias recolhidas pelo Banco Central.
Inflação é um fenômeno econômico que pode ser interpretado como um
aumento contínuo nos preços gerais da economia, durante certo período de
tempo, ocasionando a perda do poder aquisitivo da moeda. Trata-se de um
processo dinâmico que não deve ser confundido com altas esporádicas de
preço.
O governo atua sobre a quantidade de moeda, de crédito e sobre o índice
das taxas de juros da sua economia. Para isso, utiliza os seguintes
instrumentos:
a) Operação de mercado aberto, também conhecida como open-market.
Por meio desse instrumento o Banco Central de cada país regula o fluxo
de moeda via compra e venda dos títulos públicos federais (chamados
de títulos da divida pública). Fluxo de moeda é o movimento de entrada
e saída de moeda de um mercado ;
b) Redesconto, também chamado de empréstimo de liquidez. Trata-se de
uma linha de crédito do Banco Central do Brasil destinada às
instituições financeiras, com o objetivo de suprir eventuais necessidades
de caixa;
28
c) Depósito compulsório, que é o percentual sobre produtos financeiros
(depósitos a vista, depósitos a prazo, poupança e outros) que os bancos
são obrigados a recolher ao Banco Central do Brasil.
As medidas adotadas no âmbito de cada uma dessas políticas fiscal, externa,
de rendas e monetária, acabam influenciando as demais e gerando reflexos na
área de atuação de cada uma delas. Quando ocorre uma queda nas taxas de
juros (política monetária), essa queda pode influir na cotação do câmbio
(política externa), pois o país ficará menos atrativo aos capitais estrangeiros.
Por outro lado, o recuo das taxas de juros poderá aquecer a economia (política
de expansão ou expansionista), mas, também incentivará o consumo, levando
a pressões inflacionarias (política monetária).
2.2 Indicadores Econômicos
Os reflexos da política econômica de um país são expressos por
indicadores econômicos. Os indicadores econômicos são um conjunto de
dados que dão uma idéia da situação da economia de um país, estado ou
município, em determinado período de tempo. Eles são também conhecidos
como indicadores de conjuntura e podem ser utilizados nas analises
econômicas isoladamente ou de forma combinada, são eles: PIB – Produto
Interno Bruto; PNB – Produto Nacional Bruto; Índices de inflação; Taxa de
câmbio; Taxa Selic; Taxa CDI; TR.
PIB é a soma de tudo o que é produzido dentro de um espaço geográfico, em
determinado período de tempo, independentemente de quem produziu, seja
agente econômico nacional ou estrangeiro. Geralmente, o período de tempo
utilizado na apuração do PIB é de um ano, mas pode haver também
divulgações trimestrais e semestrais.
Além da apuração por produção, podemos incluir a apuração do PIB a
partir da soma das remunerações pagas sob a forma de salários, juros ,
alugueis, e lucros, levando-se em conta, também, a depreciação do capital;
depois dessa soma, subtraem-se os subsídios, e a apuração pela ótica do
dispêndio, esse indicador econômico é apurado a partir dos gastos das
29
famílias e dos governos, somados as variações dos estoques e exportações,
menos importações de mercadorias e serviços. O PIB assim obtido é também
conhecido por Despesas Interna Bruta.
PNB é o resultado de tudo o que foi produzido pelos agentes
econômicos de determinado país, em qualquer parte do mundo. A diferença
do PIB para o PNB é que o PIB considera o efeito da produção dentro de um
país, sem se importar com quem produziu, o PNB considera para seu calculo,
somente o que foi produzido pelos agentes econômicos nacionais, localizados
em qualquer parte do mundo. O comportamento do PIB e do PNB é um dos
indicativos da saúde econômica de um país, além de influenciar, dentre outras
coisas, a determinação do risco país e a cotação de papéis no mercado
internacional.
Inflação é a alta generalizada dos preços, ou, de outra forma, a perda do
poder de compra da moeda e índices de inflação correspondem à media das
variações dos preços dos produtos consumidos pelas famílias, das várias
faixas de renda, em diversas regiões do país. No Brasil, são vários os índices
de inflação, cada um mostrando a variação dos preços em determinada região
ou segmento, quando o índice é positivo dizemos que houve inflação, quando
é negativo, chamamos de deflação. Os índices de inflação podem ser
divididos em três grupos: Índice de preços ao consumidor, ìndice gerais de
preços e índice de preço ao consumidor de São Paulo.
Índice de preços ao consumidor de cobertura nacional, apurados pelo
instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE , a saber: IPCA – Índice
Nacional de Preços ao consumidor amplo, e INPC – Índice Nacional de Preços
ao Consumidor. A escolha do índice de preços oficial é feita pelo Conselho
Monetário Nacional, mediante proposta do Ministro da Fazenda. Atualmente o
índice oficial é o IPCA, por se considerado um indicador relevante do ponto de
vista da política monetária, ele é o mais abrangente e mais amplo, isso porque
ele verifica a variação dos preços dos produtos consumidos pelas famílias que
possuem renda entre 1 e 40 salários mínimos. Por essa razão, o IPCA foi
escolhido pelo Conselho Monetário Nacional como referência para o sistema
de metas de inflação, que começou a valer a partir de junho de 1999. Já o
INPC é muito utilizado nos dissídios salariais, por representar a variação de
30
preços das famílias que ganham até 8 salários mínimos, faixa onde se situa a
maioria dos trabalhadores brasileiros.
Índices Gerais de Preços, são apurados pela Fundação Getulio Vargas
– FGV, a saber: IGP-M – índice geral de preços-mercado; IGP-DI – índice
geral de preços-disponibilidade interna, na composição dos IGP são utilizados
os seguintes índices: Índice de Preço por Atacado – IPA; Índice de Preços ao
Consumidor – IPC; Índice Nacional do Custo da Construção – INCC.
31
CAPÍTULO 3
MERCADO DE CAPITAIS E ANÁLISE DE
INVESTIMENTOS
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores
mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de
emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído
pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras
autorizadas. No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os
representativos do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos
tomados, via mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações,
bônus de subscrição e “commercial papers” —, que permitem a circulação de
capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais
abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de
valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos
autorizados à negociação. A análise de investimentos no mercado financeiro,
tem como principal objetivo a tomada de decisões de aplicação em ações.
3.1 PORQUE INVESTIR EM MERCADO DE CAPITAIS
À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para
investir. A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem
a fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais
32
investimentos são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera
aumento de renda, com conseqüente aumento da poupança e do investimento,
e assim por diante. Esse é o esquema da circulação de capital, presente no
processo de desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que se
expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por
meio de: Empréstimos de terceiros; reinvestimentos de lucros; participação
de acionistas. As duas primeiras fontes de recursos são: limitadas.
Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter sua atividade operacional.
Mas é pela participação de novos sócios — os acionistas — que uma empresa
ganha condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à
participação no seu capital.
Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir
em novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando
seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a
comunidade.
O investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos
quais ele também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se
beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros.
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da
participação em seus lucros. Para operar no mercado secundário de ações, é
necessário que o investidor se dirija a uma sociedade corretora membro de
uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os
mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de
acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pretender adquirir ações
de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá procurar
um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que
participem do lançamento das ações pretendidas.
3.2 ATIVOS PRIVADOS DE RENDA VARIÁVEL
Ações são Títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas,
que representam a menor fração do capital da empresa emitente. Podem ser
escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. O investidor em
33
ações é um co-proprietário da sociedade anônima da qual é acionista,
participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a
qualquer tempo, pela negociação em bolsas de valores ou no mercado de
balcão. São classificadas por tipos como: Ordinárias são aquelas que
proporcionam participação nos resultados da empresa e conferem ao acionista
o direito de voto em assembléias gerais. Preferenciais as garantem ao
acionista a prioridade no recebimento de dividendos (geralmente em
percentual mais elevado do que o atribuído às ações ordinárias) e no
reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade. Pelas Formas:
Nominativas, Cautelas ou certificados que apresentam o nome do acionista,
cuja transferência é feita com a entrega da cautela e a averbação de termo, em
livro próprio da sociedade emitente, identificando novo acionista. Escriturais
são as ações que não são representadas por cautelas ou certificados,
funcionando como uma conta corrente, na qual os valores são lançados a
débito ou a crédito dos acionistas, não havendo movimentação física dos
documentos.
A rentabilidade é variável, parte dela, composta de dividendos ou
participação nos resultados e benefícios concedidos pela empresa, advém da
posse da ação; outra parte advém do eventual ganho de capital na venda da
ação. Dividendos a participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a
forma de distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a ser definido
pela empresa, de acordo com os seus resultados, referentes ao período
correspondente ao direito. Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito
um rateio, que destina parte deste lucro para reinvestimentos, parte para
reservas e parte para pagamento de dividendos.
As empresas, na distribuição de resultados aos seus acionistas, podem
optar por emunerá-los por meio do pagamento de juros sobre o capital próprio,
em vez de distribuir dividendos, desde que sejam atendidas determinadas
condições estabelecidas em regulamentação específica. Bonificação em Ações
Advém do aumento de capital de uma sociedade, mediante a incorporação de
reservas e lucros, quando são distribuídas gratuitamente novas ações a seus
acionistas, em número proporcional às já possuídas.
34
Bonificações em Dinheiro Excepcionalmente, além dos dividendos, uma
empresa poderá conceder a seus acionistas uma participação adicional nos
lucros, por meio de uma bonificação em dinheiro. Direitos de Subscrição É o
direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas — com preferência
na subscrição — em quantidade proporcional às possuídas, em contrapartida à
estratégia de aumento de capital da empresa. Venda de Direitos de Subscrição
Como não é obrigatório o exercício de preferência na subscrição de novas
ações, o acionista poderá vender a terceiros, em bolsa, os direitos que detém.
Opções sobre Ações São direitos de compra ou de venda de um lote de ações,
a um preço determinado (preço de exercício), durante um prazo estabelecido
(vencimento). Para se adquirir uma opção, paga-se ao vendedor um prêmio.
Os prêmios das opções são negociados em Bolsa. Sua forma é escritural e
sua negociação é realizada em bolsa de valores. A rentabilidade é dada em
função da relação preço/prêmio, existente entre os momentos de compra e
venda das opções.
As opções de Compra são aquelas que garantem a seu titular o direito
de comprar do lançador (o vendedor) um lote determinado de ações, ao preço
de exercício, a qualquer tempo até a data de vencimento da opção. Opções
de Venda são aquelas que garantem a seu titular o direito de vender ao
lançador (vendedor da opção) um lote determinado de ações, ao preço de
exercício, na data de vencimento da opção. Como é possível ter diferentes
posições, tanto titulares como lançadoras em opções de compra e/ou opções
de venda, pode-se formar diversas estratégias neste mercado, segundo a
maior ou menor propensão do investidor ao risco.
Tanto o titular como o lançador de opções (de compra ou de venda)
podem, a qualquer instante, sair do mercado, pela realização de uma operação
de natureza oposta.
Modalidade operacional em bolsas de valores, no mercado a vista, pela
qual o investidor pode vender ações emprestadas por uma corretora, ou tomar
dinheiro emprestado numa corretora para a compra de ações. Banco de
Títulos CBLC – BTC Serviço de empréstimo de títulos, disponível por meio do
sistema eletrônico, no qual os participantes da Custódia Fungível da CBLC,
35
atuando como doadores e tomadores, podem registrar suas ofertas, bem como
efetuar o fechamento de operações de empréstimo.
Os Clube de Investimentos são Instrumentos de participação dos
pequenos e médios investidores no mercado de ações, que pode ser
administrado por uma sociedade corretora, distribuidora, banco de
investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento. A participação é
feita pela aquisição de quotas iguais, representativas de uma parcela do
patrimônio do clube e sua rentabilidade depende do desempenho dos títulos
componentes de sua carteira. Difere-se dos fundos mútuos pelo limite de
participantes — máximo de 150, sendo que é assegurado a cada membro o
direito de aumentar o número de suas quotas, por novos investimentos, até o
limite máximo de 40% das quotas existentes — e pela possibilidade de
participação na gestão dos recursos da carteira do clube.
O Clube de Investimento – FGTS, caracteriza-se pelo condomínio
constituído exclusivamente por pessoas físicas, que o utilizem para aplicar
parcela de seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, na aquisição
de cotas de Fundos Mútuos de Privatização - FGTS. As cotas do Clube de
Investimento - FGTS correspondem a frações ideais em que se divide o seu
patrimônio, assumindo a forma escritural e assegurando a seus detentores
direitos iguais.
Fundos Mútuos de Investimento Condomínio aberto ou fechado de
investidores, para aplicação de recursos em uma carteira diversificada de
títulos e valores mobiliários, em forma de quotas. Podem ser administrados por
sociedades corretoras, distribuidoras, bancos múltiplos com carteira de
investimento e bancos de investimento, e devem dispor em seu regulamento
sobre os ativos que poderão compor suas carteiras de aplicações. As quotas
do Fundo Mútuo de Investimento correspondem a frações ideais do seu
patrimônio e assumem a forma nominativa ou escritural.
O Fundo Mútuo de Investimento em Ações, Carteira Livre é constituído
sob a forma de condomínio aberto ou fechado, é uma comunhão de recursos
destinados à aplicação em carteira diversificada de títulos e valores mobiliários.
Deverá manter, diariamente, no mínimo 51% do seu patrimônio aplicado
em ações e opções sobre índices de ações. Fundo Mútuo de Ações forma de
36
Investimento que aplica, diariamente, no mínimo 51% de seu patrimônio em
ações. Fundo de Investimento Financeiro (FIF), fundo de investimento
constituído sob a forma de condomínio aberto, cujo patrimônio destina-se à
aplicação em carteira diversificada de ativos financeiros e demais modalidades
operacionais disponíveis no âmbito do mercado financeiro. Para fins de
resgate, suas quotas devem ser atualizadas a intervalos mínimos de 30 dias,
contados a partir da data de emissão. Fundo de Investimento Financeiro -
Curto Prazo Sua constituição é regida pelas mesmas normas do Fundo de
Investimento Financeiro (FIF), com a diferença de que este fundo admite o
resgate de quotas a qualquer tempo, com rendimento diário. fundo de
Aplicação em Quotas de Fundos de Investimento Financeiro Tem por objetivo
exclusivo a aplicação de recursos em quotas de fundos de investimento
financeiro e demais fundos de investimento que vierem a ser especificados.
Fundo Imobiliário Fundo de investimento constituído sob a forma de
condomínio fechado, cujo patrimônio é destinado a aplicações em
empreendimentos imobiliários. As quotas desses fundos, que não podem ser
resgatadas, são registradas na CVM, podendo ser negociadas em bolsas de
valores ou no mercado de balcão. Fundo Mútuo de Investimento em
Empresas Emergentes Constituído sob a forma de condomínio fechado, é uma
comunhão de recursos destinados a aplicação em carteira diversificada de
valores mobiliários de emissão de empresas emergentes.
Entende-se como empresa emergente, a companhia que satisfaça os
seguintes parâmetros: Tenha faturamento líquido anual inferior ao equivalente
a R$ 60 milhões; Não seja integrante de grupo de sociedades com patrimônio
líquido consolidado maior ou igual a R$ 120 milhões. Tal como nos clubes de
investimento, a rentabilidade de um fundo mútuo é dada em função do
comportamento dos títulos que compõem sua carteira.
Fundo Mútuo de Privatização- FGTS, constituído sob a forma de
condomínio aberto, é uma comunhão de recursos destinados à aquisição de
valores mobiliários no âmbito do Programa Nacional de Desestatização e de
Programas Estaduais de Desestatização. É formado, exclusivamente, por
recursos de pessoas físicas participantes do FGTS, diretamente ou por
intermédio de clubes de investimento. Suas cotas são integralizadas,
37
exclusivamente, com recursos integrantes da conversão parcial dos saldos do
FGTS dos respectivos participantes. Opções de Compra Não padronizadas
(Warrants). Warrant de compra é um título que dá ao seu possuidor o direito
de comprar um ativo financeiro a um preço predeterminado (preço de
exercício), em um prazo também predeterminado. O emissor da Warrant pode
ser a própria empresa emissora do ativo subjacente à Warrant, ou qualquer
instituição que detenha em sua carteira de investimentos uma grande
quantidade de ações emitidas por outra instituição. Recibo de Carteira
Selecionada de Ações – RCSA O RCSA é um recibo que representa uma
carteira preestabelecida de ações, cujas quantidades são fixadas e
perfeitamente conhecidas antes de sua constituição. Os papéis integrantes dos
RCSAs devem ser depositados em custódia antes de sua emissão e, uma vez
constituídos, os recibos são negociados na BOVESPA como se fossem um
título qualquer, com seu valor sendo determinado pelo mercado. A principal
característica do RCSA é que ele permite que o investidor compre ou venda
um conjunto de ações por meio de uma única operação.
3.3 ATIVOS PRIVADOS DE RENDA FIXA
As Debêntures e as Debêntures Conversíveis em Ações são títulos
emitidos por sociedades anônimas, representativos de parcela de empréstimo
contraído pela emitente com o investidor, a médio e/ou longo prazos,
garantidos pelo ativo da empresa. No caso de debêntures não conversíveis, o
empréstimo é liquidado normalmente no prazo previsto. Quanto às debêntures
conversíveis em ações, o investidor poderá, em prazos determinados e sob
condições previamente definidas, optar pela conversão de seu valor em ações,
incorporando-o ao capital da sociedade emitente. Todas as condições
pertinentes à emissão, prazos, resgates, rendimentos, conversão em ações e
vencimento de debêntures são obrigatoriamente fixados em assembléia geral
de acionistas.
Commercial Papers, são títulos de emissão de sociedades anônimas
abertas, representativos de dívida de curto prazo (mínimo de 30 e máximo de
38
360 dias). As Letras de Câmbio são emitidas por sociedades de crédito,
financiamento e investimento, para captação de recursos para financiamento
da compra de bens de consumo durável ou do capital de giro das empresas.
São lançadas na forma nominativa, têm renda fixa e prazo certo de
vencimento. Bônus Título emitido por uma sociedade anônima de capital
aberto, dentro do limite do capital autorizado, que confere a seu titular, nas
condições constantes do certificado, direito de subscrever ações, que será
exercido contra apresentação do bônus à companhia e pagamento do preço de
emissão. Letras Imobiliárias Títulos emitidos por sociedade de crédito
imobiliário, com garantia da Caixa Econômica Federal, para a captação de
poupança destinada ao Sistema Financeiro da Habitação. Cadernetas de
Poupança emitidas nominativamente por sociedade de crédito imobiliário,
associações de poupança e empréstimos e caixas econômicas estaduais e
federal, com o objetivo de captar recursos para o financiamento de
construtores e adquirentes de imóveis. As aplicações são corrigidas a cada
período de 30 dias pela Taxa Referencial (TR) do período, e remuneradas com
uma taxa de juros de 0,5% ao mês. Podem ser resgatadas sem perda da
remuneração a cada “aniversário” de 30 dias, a partir da data da aplicação.
Certificados de Depósito Bancário – CDB são títulos representativos de
depósitos a prazo determinado, emitidos por bancos de investimentos e
comerciais, negociáveis antes de seu vencimento, por meio de endosso.
Segundo a remuneração oferecida, podem ser pós ou prefixados. Os CDBs
prefixados estabelecem a priori a taxa de remuneração pelo período do
investimento. Os CDBs pós fixados são remunerados por uma taxa de juros
aplicada sobre o valor do investimento corrigido pela TR ou IGP-M do período
da aplicação. Recibos de Depósito Bancário – RDB, têm as mesmas
características do CDB, com a diferença de não serem negociados em
mercado.
3.4 ATIVOS PÚBLICOS DE RENDA FIXA
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Bônus do Banco Central (BBC), Notas do Tesouro Nacional (NTN),
Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Banco Central (NBC)
Atualmente, a execução da política monetária é feita pela colocação desses
títulos nas instituições financeiras, por intermédio de leilões que podem ter
periodicidade semanal.
Letras Financeiras dos Tesouros Estaduais – LFTE Também
denominadas Títulos da Dívida Pública Estadual. São emitidas para atender às
necessidades de caixa e aos desequilíbrios orçamentários dos governos
estaduais. Letras Financeiras dos Tesouros Municipais – LFTM Representam
empréstimos municipais. São emitidas para que seja possível o financiamento
de obras públicas.
3.5 ANÁLISE DE INVESTIMENTO
Os investidores que negociam ações encontram-se em um eterno
conflito: comprar ou vender? O objetivo principal é aumentar os ganhos e
minimizar os prejuízos, melhorando o índice de acerto nas decisões de compra
ou venda. Para auxiliar na melhoria da qualidade das decisões, os
investidores contam com duas escolas analíticas: Escola Fundamentalista e
técnica, quanto a finalidade das duas são semelhantes, porem, são diferentes
quanto ao meio.
3.5.1 Escola fundamentalista1
A escola fundamentalista é baseada na tese de que existe uma
correlação lógica entre o valor intríseco de uma ação e o seu preço de
mercado, esse valor intríseco é representado pela avaliação do patrimônio da
empresa, seu desempenho e posição no respectivo setor de atuação. Para
tanto os analistas precisam voltar sua atenção a todas as informações
internas, setoriais ou microeconômicas que envolvem a empresa objeto de sua
análise, no entanto deve ser levado em consideração as informações da
40
imprensa diária, as publicações setoriais especializadas e os Diretores de
Relações com o Mercado. Quanto ás informações internas, deve ser
observada com cuidado as mudanças nos quadros técnicos e de direção,
programas de pesquisas e de desenvolvimentos de recursos humanos,
campanhas publicitárias e, no campo financeiro, alterações na estrutura do
capital de giro da empresa. Nos campos microeconômico e macroeconômico,
as informações mais importantes são as que refletem à concorrência, às
políticas de crédito, fiscal e cambial. A partir do Balanço Geral, apresentado
pelas empresas e suas peças contábeis, é feita a análise de balanço, que
serve para montar um banco de dados histórico e selecionar premissas de
indicadores que poderão ser utilizadas nas projeções de resultados futuros, a
análise microeconômica da empresa será estudada e incorporado o cenário
macroeconômico do setor onde atua a empresa.
A analise fundamentalista fornece ao investidor consciente as previsões sobre
as perspectivas de lucros futuros da empresa, analisando sua situação
econômico-financeira e oferecendo ao usuário elementos para decidir o que
comprar.
3.5.2 Escola técnica ou Grafista
A escola técnica, parte da premissa de que todos os fatores que podem
influir no preço de uma ação, são encontrados no mercado pelo processo
contínuo de negociação que determina este preço, segundo os analistas
técnicos, mesmo que alguém tenha conhecimento de todos os fatores
fundamentais que afetam o preço de uma ação, ainda assim não terá todos os
dados necessários para compreender a formação dos preços, porque não são
estes dados em si que as afetam, mais sim a maneira pela qual os
participantes do mercado a ele reagem. É no próprio mercado que todos os
fatores no entanto estão reunidos, tanto os de oferta quanto os de demanda,
somados à psicologia das massas com seus medos e esperanças, tudo isso
junto formam o preço de uma ação.
1 http://home.furb.br/wilhelm/HPMC_arquivos/Analise_Fundamentalista.doc
41
A análise técnica é o estudo da dinâmica do mercado através dos sinais
que o próprio mercado emite, ela estuda como os preços se movimentam não
se preocupando do porque estes se movimentam. A análise técnica parte dos
seguintes princípios: A ação do mercado reflete todos os fatores envolvidos
neste; os preços se movimentam em tendências; o futuro repete o passado.
A análise técnica é uma abordagem que utiliza gráficos como
ferramenta principal para determinar o melhor momento e preço, para comprar
e vender ações. Em complemento a utilização de gráficos, a análise técnica
inclui também uma série de teorias sobre como acontecem os movimentos do
mercado. A analise técnica fornece ao investidor consciente o histórico
passado da ação e o comportamento dela em um período delineada em
gráficos oferecendo ao usuário elementos para decidir quando comprar.
3.5.3 Análise fundamentalista x Análise técnica
A análise fundamentalista usa-se de um conjunto de fatores, ditos
fundamentais, que causam os movimentos dos preços. Por outro lado, a
análise Técnica não se atenta para "o por quê" dos preços se moverem mais,
para o movimento em si. As duas análises ajudam o investidor a criar uma
expectativa em relação ao preço futuro que uma ação poderá assumir
procurando melhorar a qualidade das decisões a serem tomadas.
Um estudo completo deve conter as duas abordagens, completando
uma a outra. É comum observar o uso da escola fundamentalista para
identificação das oportunidades de investimento e a escola técnica para
definição dos momentos de entrada e saída. Portanto, nada melhor para
enfrentar a volatilidade do mercado acionário, do que se municiar de todos os
instrumentos disponíveis.
3.6 COMO INVESTIR EM AÇÕES
42
Primeiro passo para quem quer investir em ações, é o autoconhecimento,
quanto o investidor iniciante tem disponível para aplicar e por quanto tempo,
qual a sua tolerância ao risco. O investidor deve definir objetivos temporais,
curto, médio ou longo prazo. Se tem intenção de especular ou se beneficiar de
dividendos. Quanto mais definidos estiverem os objetivos mais fácil se torna a
escolha.
O investidor iniciante, deve levar em consideração alguns fatores
importantes, no momento da compra de uma ação, como liquidez da ação
escolhida, ou seja, a facilidade de vender os papéis no momento do resgate
do investimento. Retorno, que são as possibilidades de ganho. Risco, as
possíveis perdas. A combinação desses três elementos determina a ação a
ser comprada ou vendida.
Por ser um instrumento de renda variável, o investidor nunca deve
comprometer na sua aquisição de ações recursos que serão necessários para
despesas de primeira necessidade ou gastos imediatos.
3.6.1 Sucesso das Operações2
Segundo Alexandre Elder “As operações bem-sucedidas dependem
dos 3 Ms – mente, método e dinheiro (mind, method e money).”
Mente é referente a psicologia de operações não deixar que as pressões do
mercado precipite as decisões. Método ao tipo de operações a ser utilizada ou
seja a estratégia. Dinheiro se refere a como gerenciar o capital destinado as
operações.
Os aplicadores de sucesso, estão conscientes da psicologia de
operação e não se deixam levar pela emoção dos seus sentimentos e das
massas dos mercados, por isso cada investidor precisa de um método para
selecionar as ações e definir critérios rigorosos para decidir o momento exato
de comprar e vender, gerenciando o capital de forma diversificada e
responsável a fim de minimizar os riscos.
2 Aprenda a operar no mercado de ações – Dr Alexandre Elder páginas 46 e 47
43
3.6.2 Como iniciar os investimentos
Há várias formas de se investir em ações. Individualmente através de
uma corretora, e com a ajuda de profissionais especializados, onde escolhe as
ações que deseja adquirir e emite uma ordem de compra diretamente para a
corretora. Através de Clubes de Investimentos, onde várias pessoas com
afinidades e objetivos semelhantes, contratam uma corretora para criar o
clube, e escolhe um participante para representa-los, a vantagem dos clubes
de investimentos é o fato de que cada um contribui com pouco por mês e o
custo é menor do que dos fundos de investimentos. Outra opção muito comum
para que não tem muito conhecimento em investimentos em ação, é a
aplicação em fundo de ações. Um fundo de investimento é um condomínio
que reúne recursos de um conjunto de investidores, através de cotas, com o
objetivo de obter ganhos financeiros a partir de uma aquisição de uma carteira
de títulos de renda variável ou valores mobiliários.
44
CONCLUSÃO
Quando se fala de mercado de ações, existe muita cautela por parte do
investidor iniciante e com pouco recursos, pois pela volatilidade e riscos que
envolvem as operações, muitas vezes o deixam inseguro e confuso, achando
que a bolsa de valores é um imenso cassino, onde o fator sorte é
preponderante. Na verdade o problema aqui enfrentado é a falta de
conhecimento, pois gera um verdadeiro monstro na cabeça desses
investidores. A falta de material, com linguagem simples, disponível no
mercado é o grande vilão, pois deixa o investidor iniciante cada vez mais
distante desse tipo de aplicação, que é tão comum em outros países, sendo
utilizado inclusive como forma de aposentadoria, utilizando se das ações para
receber dividendos de empresas tradicionais.
Levando em consideração todas as dificuldades enfrentadas colocamos
a disposição informações e dicas importantes e fundamentais para que um
aplicador iniciante possa dar os primeiros passos, através de elementos como
os três Ms que o Dr. Alexandre Elder, nos fornece em seu livro, “Aprenda a
operar no mercado de ações” na qual a habilidade apesar de ser importante
deixa de ser o fator fundamental neste contexto, seguindo dicas como essa o
investido inexperiente vai se tornando um expert no assunto.
Esse trabalho, visa disponibilizar material com linguagem simples os
conceitos básicos para que o investidor iniciante tenha conhecimento suficiente
e se sinta seguro para se beneficiar desse tipo de investimento. o objetivo é
que o investidor iniciante saiba apartir desta leitura identificar as oportunidades
de investimentos em ações,
45
BIBLIOGRAFIA
BESSADA, Octavio. O mercado Futuro e de opções Rio de Janeiro: Record
1995.
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro. Produtos e Serviços. 10º ed. Rio
de Janeiro: Qualimark, 1997.
ELDER, Alexandre; Aprenda a operar no mercado de ações; 10ª ed. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro; São Paulo: Atlas 1999.
46
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO
03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO 1
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
1.1 – Subsistema Normativo 09
1.1.1 - Conselho Monetário Nacional – CMN 10
1.1.2 - Banco Central do Brasil – BACEN 11
1.1.3 - Comissão de Valores Mobiliários – CVM 12
1.1.4 - Superintendências de Seguros Privados – SUSEP 12
1.1.5 - Secretária de Previdência Complementar – SPC 13
1.2 – Subsistema de Intermediação e Instituições auxiliares 14
1.2.1 - Intermediários Financeiros que atuam como agentes especiais 14
1.2.2 - Principais Intermediários Financeiros 16
1.2.3 - Outros Intermediários, Auxiliares e participantes do Mercado 17
1.2.4 - Sistema de Câmara de Liquidação e Custódia 20
1.3 – Sistema Brasileiro de Pagamento – SBP 22
1.3.1 - Objetivo 22
1.3.2 - Participantes e formas de transferências 23
1.3.3 - Movimentação de reserva Bancária 24
47
CAPÍTULO 2
ECONOMIA E FINANÇAS
2.1 – Política Econômica Nacional 25
2.1.1 - Política Fiscal 26
2.1.2 - Política Externa 26
2.1.3 - Política de Rendas 27
2.1.4 - Política Monetária 27
2.2 – Indicadores Econômicos 28
CAPÍTULO 3
MERCADO DE CAPITAIS E ANALISE DE INVESTIMENTOS
3.1 – Porque Investir em Mercado de Capitais 31
3.2 – Ativos Privados de Renda Variável 32
3.3 – Ativos Privados de Renda Fixa 37
3.4 – Ativos Públicos de Renda Fixa 38
3.5 – Analise de Investimentos 39
3.5.1 - Escola Fundamentalista 39
3.5.2 - Escola Técnica ou Grafista 40
3.5.3 - Analise Fundamentalista X análise Técnica 41
3.6 – Como Investir em ações 41
3.6.1 - Sucesso das Operações 42
3.6.2 - Como Iniciar os Investimentos 42
CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA 45
ÍNDICE 46
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