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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFLUÊNCIA DA SHANTALA NA PSICOMOTRICIDADE
Por: Claudia Maria Valentim Nery de Sant’anna Orientadora: Fabiane Muniz Data de Entrega:
RIO DE JANEIRO 2003.1
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFLUÊNCIA DA SHANTALA NA PSICOMOTRICIDADE
Monografia apresentada em cumprimento às exigências para obtenção de grau no curso de Pós Graduação “Lato Sensu” de Especialização em Psicomotricidade.
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RIO DE JANEIRO 2003.1
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais Jayme Ferreira Nery de
Sant’Anna e Heloiza Valentim Nery de
Sant’Anna pelo incentivo em nome do
AMOR com que me geraram na
trajetória da vida.
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AGRADECIMENTOS
Ao Corpo Docente do Curso de
Psicomotricidade, pelas aulas
ministradas, com conteúdo rico e
principalmente com uma visão
respeitosa do ser humano, considerando-
o realmente como um ser social. Pude
neste curso aprimorar meus
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conhecimentos tanto teóricos quanto
práticos e crescer também como pessoa.
EPÍGRAFE
As primeiras semanas que se seguem ao nascimento são como a travessia de um deserto. Deserto povoado de monstros: as novas sensações que, brotadas do interior, ameaçam o corpo da criança. Depois do calor no seio materno, depois do terrível estrangulamento do nascimento, a enregelada solidão do berço. A seguir, aparece uma fera, a fome, que morde o bebê nas entranhas. O que enlouquece a pobre criança não é a crueldade da ferida. É essa novidade: a morte do mundo que a rodeia e que empresta ao monstro exageradas proporções. Como acalmar essa angústia? Nutrir a criança? Sim. Mas não só com leite. É preciso pegá-la no colo. É preciso acariciá-la, embalá-la. E massageá-la. É necessário conversar com a sua pele, falar com suas costas que têm sede e fome, como sua barriga.
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Nos países que preservaram o profundo sentido das coisas, as mulheres ainda se recordam disso tudo. Aprenderam com suas mães e ensinarão às filhas essa arte profunda, simples e muito antiga que ajuda a criança a aceitar o mundo e a sorrir para a vida. Frédérick Leboyer
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RESUMO
Este trabalho trata de Shantala (massagem para bebês). Procuramos
enfatizar em seu conteúdo a forma pela qual ela pode, dentro da sua função,
contribuir no desenvolvimento muscular, motor, nas prevenções de disfunções
orgânicas, relaxamento e a troca afetiva mãe-bebê.
No capítulo I discutiremos sobre o toque, por ser uma forma de dar mais
conhecimento e compreensão ao bebê.
Veremos no capítulo II como a Sabedoria Oriental contribui através da arte
tradicional com massagem para bebês, uma tradição milenar, estudada e considerada
pelo médico francês Dr. Frederick Leboyer, quando se encantou com as atitudes,
hábitos e comportamentos de Shantala, uma mãe indiana. Foi considerada esta
contribuição, fundamentada num novo olhar sobre o paradigma da totalidade, e por
conseguinte, numa perspectiva eminentemente Psicossomática, não dicotomizada.
No capítulo III é sobre a influência da Shantala na Psicomotricidade, onde
aborda a importância do social e da visão da psicossomática como uma atividade
essencialmente de interação entre vários profissionais da área de saúde.
Já no capítulo IV, Psicossomática e Shantala, é um enfoque sobre a
representação psíquica.
A teorização proposta pelos autores escolhidos nesta monografia merece
destaque, primeiramente por ser uma renovação conceitual, não por acaso, que
permite um melhor conhecimento do desenvolvimento psicodinâmico emocional da
criança, na tentativa de elaborar o esboço de um percurso que vai da pele ao
pensamento. E por fim a conclusão de que ao massagear um corpo que vibra e faz
parte da natureza biológica, ele vive, pulsa e movimenta, declarando ao mundo
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externo o que verdadeiramente sente conectando-se com esse colo protetor e
acolhedor com boas vindas.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................................
........1
CAPÍTULO I - O
TOQUE....................................................................................................3
1.1 – A Importância do
Toque....................................................................................3
1.2 - A biologia do
Toque..........................................................................................4
1.2.1 – Implicações
Clínicas..............................................................................4
1.3 – O Impacto Imunológico do
Toque.....................................................................5
1.4 – Massagem e Bebês de
Termo............................................................................6
1.5 – Mecanismo de Ação da Massagem
Infantil.......................................................7
1.6 – Outras Aplicações da Massagem
Infantil..........................................................8
CAPÍTULO II – SHANTALA: TRADIÇÃO
MILENAR...................................................12
2.1 –
Definição.........................................................................................................12
2.2 –
Histórico..........................................................................................................12
12
2.3 –
Objetivo...........................................................................................................13
2.4 – Princípios
Gerais..............................................................................................14
2.5 – A Preservação da Calma
Contemplativa.........................................................17
2.6 – Contra-
indicação..............................................................................................17
2.7 –
Recomendações...............................................................................................18
2.8 –
Orientações......................................................................................................18
2.9 –
Preparativos.....................................................................................................19
2.10 – Aplicação da Massagem
Shantala.................................................................19
CAPÍTULO III – A INFLUÊNCIA DA SHANTALA NA
PSICOMOTRICIDADE.........26
CAPÍTULO IV - PSICOSSOMÁTICA E
SHANTALA....................................................36
13
4.1 - A Relação Bebê-Círculo Maternante...............................................................37
CONCLUSÃO................................................................................................................
......41
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................
......43
ANEXOS........................................................................................................................
......46
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INTRODUÇÃO
A idéia deste tema surgiu durante o curso de Psicomotricidade, onde
comecei perceber que cada ser que vem habitar o planeta dentro de um pequeno
corpo construído fisicamente durante nove meses no útero de sua mãe é um imenso
potencial de VIDA. A sabedoria oriental criou especialmente para eles, os bebês
recém-nascidos, uma terapia de auxílio para que sintam conforto, bem-estar,
suavidade e desenvolvimento muscular assim possam ir mais naturalmente se
adaptando a tantas “informações” que começam a ser arquivadas, às sensações que
cada situação nova lhes proporciona, gravando emoções de prazer, susto, dor,
desconforto, ternura, carinho, amor. Através de suaves toques, de movimentos
harmoniosos e sintonizados com o organismo ainda tão frágil, a Shantala vem
reforçar no recém-nascido a habilidade de lidar com o novo auxiliando no seu
desenvolvimento motor.
Sem abrirmos mão da nossa cultura, podemos estar abertos para novos
conceitos, integrando-os e fazendo surgir novos paradigmas, com visão de mútuo
englobamento.
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Embora pareça ainda distante a possibilidade de preparamos através da
primeira infância a qualidade de vida da humanidade, amanhã compreenderemos que
todos os seres que receberem cuidados especiais ao nascer, poderão ser preenchidos
pelo fluxo adequado e constante da energia que une o ser interno visceral à
personalidade externa impedindo a existência de um vazio que deixa espaço
disponível para a desarmonia tornando assim um corpo social sem problemas que
possam surgir de distúrbios motores.
Este fluxo desde muito cedo mantido em ritmo constante unindo em vez
de separar ou criar oposição entre as faces da moeda faz com que cada indivíduo, na
verdade uma célula do grande corpo da humanidade, equilibrado e saudável,
contribua com sua forma harmônica de ser, para o destino de qualidade de vida que
desejamos dar ao meio ambiente e sua interação entre os representantes de todos os
seres. Cada vez mais integrados, harmônicos e equilibrados.
Os conceitos com que vamos entrar em contato possibilitar-nos-ão uma
avaliação mais abrangente da qualidade de uma relação mãe-bebê para a constituição
do sujeito, permitindo-nos a uma orientação para melhor qualidade de vida apoiados
num novo olhar paradigma da totalidade, que vai nos permitir melhor conhecimento
do desenvolvimento integral da criança.
De acordo com pesquisa bibliográficas foi levantada a seguinte questão:
Qual a influência da Shantala na psicomotricidade?. Baseando-se nesta hipótese de
que a Shantala proporciona benefícios ao desenvolvimento físico e psicológico, e
atua nas disfunções orgânicas, assim como ativa a circulação sangüínea, auxiliando o
desenvolvimento psicomotor.
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CAPÍTULO I
O TOQUE
Segundo Montagu (1988), a pele é o órgão de transformação de estímulos
físicos em comunicadores químicos e em estados psicológicos. Em qualquer época
da vida, um contato terno e amoroso na pele produz a sensação de apoio, consolo,
companhia e presença amiga; um contato rude e agressivo faz a pessoa sentir-se
rejeitada, desprezada, invadida e provoca-lhe reação de defesa ou raiva.
Portanto, a pele, além de órgão envoltório do organismo, com múltiplas
funções de proteção e equilíbrio, informa o sistema nervoso permanentemente sobre
o que se passa no ambiente e gera imagens mentais, emoções e sentimentos o tempo
todo.
Todo estímulo que ela recebe origina algum estado interior. E isso não se
limita ao óbvio, como temperatura, tato e pressão, para os quais existem receptores
nervosos na estrutura da pele. Mesmo ondas sonoras são percebidas; qualquer tipo de
som é captado não só pelos ouvidos, mas por todo o corpo.
1.1 - A Importância do Toque
A massagem é a arte original de "tocar com qualidade", de
proporcionar descanso no corpo todo ou em partes específicas. É uma forma
ampliada de toque que, uma vez corretamente desenvolvida e praticada, dará
maior conhecimento e compreensão do bebê (Montagu, 1988).
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Durante os primeiros meses de vida, os bebês se desenrolam da sua
posição fetal e, fazendo isso, alongam seus músculos, abrem suas juntas e
coordenam seus movimentos. A massagem é especialmente adequada a esses
meses de formação. Ela motiva a coordenação e a elasticidade muscular, que
ajudam a preparar o bebê para as habilidades físicas coordenadas que se
seguirão. É um meio valioso de preparar o corpo para a atividade e melhorar a
mobilidade e o relaxamento.
A massagem estimula o sistema circulatório e beneficia a freqüência
cardíaca, a respiração e a digestão. Para a mãe, os atos de tocar e cuidar do
bebê ajuda na secreção de prolactina, também conhecida como "hormônio da
maternidade", que irá auxiliar a sua produção de leite e a sua capacidade de
relaxar.
As mães também se sentem seguras com sua capacidade em
proporcionar benefícios para o bebê e obter uma resposta positiva.
1.2 - A Biologia do Toque
1.2.1 - Implicações Clínicas
Bom senso, observação
pessoal - e mesmo
conhecimento limitado da
literatura de
desenvolvimento da criança -
tornam claro ao leigo que o
contato dos pais é
absolutamente crítico para o
bem-estar psicossocial dos
bebês (Melo, 2001).
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O toque é crucial para a saúde emocional do bebê. Nas duas últimas
décadas, normas de cuidado neonatal colocaram, portanto, ênfase renovada no
contato mãe-bebê nas primeiras horas e dias após o nascimento.
Um conjunto impressionante e crescente de evidências científicas indica que
certos tipos de estímulo tátil podem melhorar - e até mesmo evitar - algumas
conseqüências problemáticas de saúde no nascimento e na infância. Estudos
importantes demonstraram que:
- Massagem simples, sistemática, pode aumentar em até 50% o peso de bebês
prematuros;
- Bebês de partos normais que recebem massagem regularmente ganham mais peso e
desenvolvem padrões melhores de sono;
Apoio constante durante o parto
da mulher - no qual a ajudante
usa o toque e o estímulo
emocional - resulta numa
diminuição marcante nas taxas
de cesariana e peridural.
Além disso, estudos revelaram efeitos fisiológicos significativos, sugerindo
que a falta ou a estimulação do toque pode comprometer ou favorecer o sistema
imune, respectivamente.
Em uma época em que os protocolos e custos de cuidados com a saúde são
minuciosamente examinados e o cuidado preventivo é bastante enfatizado, as
implicações das “terapias de toque” de baixa intervenção não devem ser ignoradas.
1.3 - O Impacto Imunológico do Toque
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A pele, naturalmente, serve freqüentemente como um órgão imuno sensível.
As conseqüências imunológicas do toque e da privação dele, embora ainda não
amplamente reconhecidas, não causam surpresa.
Winnicott (1988) relatou que os bebês separados de suas mães
demonstraram menor produção de anticorpos em resposta a uma injeção inicial de
um antígeno. Os bebês criados longe de suas mães, nos primeiros meses de vida,
apresentavam uma variedade de insuficiências imunológicas que persistiram longo
tempo após reversão dos problemas causados pela separação.
Os pesquisadores mediram uma relação direta, positiva, entre a quantidade
de contato e tratamento que um bebê recebe durante os seus primeiros seis meses de
vida e sua capacidade de produzir título de anticorpos em resposta a um desafio de
anticorpos logo após um ano de idade.
Sejam quais forem os mecanismos para essas respostas ao estímulo e
privação táteis, os dados científicos levaram os pesquisadores a proclamar “o poder
terapêutico do toque”. Ao mesmo tempo, esses especialistas reconhecem que bom
“relacionamento de contato” entre os pais e a criança é a melhor fonte de medicina
preventiva.
A privação do toque tem um impacto nas funções fisiológicas, como
resposta hormonal ao stress e sensibilidade imunológica.
1.4 - Massagem e Bebês de Termo
Descobertas recentes sugerem que os efeitos positivos da massagem são
generalizáveis não somente para todos os bebês, mas também para os prematuros
(Morsch, 2000).
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Benefícios no crescimento e comportamentais. Um grupo de bebês, foi
selecionado, nascidos de termo, com idades de um a três meses.
Os pesquisadores compararam esses bebês, que foram massageados, com os
do grupo de controle que foram embalados em cadeiras de balanço por um período
equivalente de tempo. Os bebês massageados passaram mais tempo em estados
alerta/ativo e acordado/ativo, choraram menos e apresentaram níveis menores de
cortisol salivar durante a massagem, sugerindo níveis menores de stress. Após a
massagem, eles passaram menos tempo no estado acordado/ativo e dormiram quando
colocados na cama. Os bebês embalados, ao contrário, dormiram durante o balanço -
mas acordaram quando colocados na cama. Essas descobertas sugerem que a
massagem pode ser eficaz na indução do sono.
Além disso, os bebês do grupo de massagem ganharam mais peso; tinham
melhor temperamento nas dimensões da emocionalidade, sociabilidade e
confortabilidade e melhor desempenho nas avaliações de interação face a face.
O estado alerta quieto. Os pesquisadores descreveram diversos estados de
consciência nos recém-nascidos. Em um estado importante conhecido como estado
“alerta quieto”, o recém-nascido mostra diversos sinais de que está alerta: o bebê é
bastante receptivo ao toque e colo, tem os olhos brilhantes e atentos, permanece
quieto, faz contato direto dos olhos com os pais, responde mais a vozes e interage
com maior espontaneidade com os pais. Sabe-se que o tipo e a quantidade de
manuseio que o recém-nascido recebe nos primeiros segundos e minutos de sua vida
afetam o alcance ou não pelo bebê desse estado de alerta quieto. Muitos especialistas
acreditam que é durante o estado de alerta quieto que os bebês melhor aprendem e
começam a comunicar.
A massagem pode ser uma forma na qual os pais podem aumentar a
quantidade de tempo que o bebê fica no estado de alerta quieto. Muitos bebês
nascidos no tempo normal, que recebem massagem regular, normalmente passam
para o estado de alerta quieto durante a sessão de massagem. O estado de maior
alerta dos bebês é consistente com os dados sobre adultos, que mostram mudanças de
EEG, de acordo com um padrão de alerta durante a massagem. Além disso, os
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pesquisadores demonstraram um aumento da atividade vagal nos bebês durante a
massagem. O vago é um dos dez nervos cranianos e aumentos no tônus vagal são
normalmente acompanhados de maior atenção.
1.5 - Mecanismo de Ação da Massagem Infantil
Os mecanismos atrás dos efeitos da massagem infantil eram desconhecidos
no passado. Entretanto, os pesquisadores possuem agora teorias viáveis sobre esses
mecanismos e estão começando a encontrar respostas.
O contato tátil parece aumentar a atividade vagal, ampliar a resposta
imunológica e modular os hormônios adrenais do stress.
A um nível “mecânico” bastante básico, a massagem estimula diretamente
os sistemas musculosquelético, nervoso e circulatório, afetando, dessa forma, os
processos bioquímico e fisiológico regulados por esses sistemas também (Montagu,
1988).
Muitos estudos atuais sobre o toque focalizam, portanto, a medição dos
efeitos fisiológicos e químicos da estimulação da massagem.
Para o recém-nascido, o contato íntimo com a mãe durante as primeiras
horas e dias de vida contribui, sabidamente, para a produção do leite materno. Além
disso, pesquisas em humanos comprovaram descobertas de estudos em animais que
demonstram que o contato prematuro e regular dos pais moderam os níveis de
hormônios do stress nos bebês (como norepinefrina e cortisol), promove o aumento
do peso e amplia a função do sistema imune.
Um aumento na epinefrina e norepinefrina é normal em recém-nascidos e é
considerada uma resposta adaptativa saudável ao stress do período neonatal. Bolwby
(1982) e Mello Filho (1992) relatam que a massagem em bebês prematuros facilita
este aumento normal.
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Conforme observado anteriormente, demonstrou-se que a massagem
aumenta a atividade do nervo vago. Dados preliminares sugerem que aumentos na
atividade vagal em bebês prematuros massageados podem levar a um aumento nos
hormônios de absorção de alimentos como a insulina - um fenômeno que pode ser
responsável, pelo menos parcialmente, pelo ganho significativo de peso nos bebês.
1.6 - Outras Aplicações da Massagem Infantil
A massagem tem sido usada para melhorar - ou evitar - uma variedade de
problemas de saúde, não somente nos bebês mas em todos os grupos etários.
Destacamos, a seguir, estudos recentes e em desenvolvimento sobre massagem
(Lowen, 1990).
Promoção do vínculo pais-bebê. Os clínicos e assistentes sociais podem ver
os benefícios da massagem infantil em pais adolescentes, pais que não se sentem
ligados aos seus bebês, pais adotivos e pais abusivos (sob supervisão). Uma sessão
de massagem inicial também pode ajudar a unir mães e bebês, após uma separação
provocada por cesariana.
De acordo com Winnicott (1988), a massagem infantil não tem,
essencialmente, qualquer contra-indicação.
• Cólica - Uma definição recentemente aperfeiçoada descreve a doença como um
“choro de dor” diferente, agudo, com manifestação paroxística, sinais de hipertonia e
inconsolabilidade. Teorias atualmente em destaque da etiologia da cólica incluem:
um desequilíbrio da reciprocidade dinâmica do sistema nervoso autônomo, um
distúrbio no desenvolvimento dos mecanismos de controle sono/despertar e ausência
de sincronização e outros problemas na interação pais-bebê.
Desde há muito, a cólica tem sido associada com problemas digestivos e de
alimentação. Massagem do estômago de bebês com cólica ou gás é incluída em
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alguns centros de cuidados com a saúde. Seja instintivamente ou através de
experimentação, muitos pais recorrem a esta técnica naturalmente.
Pesquisas atuais sobre a cólica envolvem ensinar aos pais a massagear os
seus bebês durante os episódios de cólica e antes de dormir. Os pesquisadores
prevêem que os bebês massageados terão interações alimentares mais positivas com
as pessoas que cuidam deles, serão menos irritadiços e apresentarão menos
comportamentos de stress e comportamentos no sono/desperto mais organizados.
Além disso, os pais podem relatar menos ansiedade (ou seja, mais controle) no
cuidado do bebê e perceber de forma mais positiva o temperamento deles.
• Asma - A asma é primordialmente associada com estímulos físicos externos, como
pólen ou poeira, mas também é relacionada com fatores psicológicos intrínsecos,
como a ansiedade. A terapia de relaxamento tem tido sucesso com asmáticos que
possuem obstruções das vias respiratórias.
A massagem é um tipo comum de terapia de relaxamento. Os pesquisadores
estão buscando os efeitos da massagem em crianças e adolescentes cuja asma seja,
pelo menos, parcialmente intrínseca e concentrada nas vias respiratórias. Os
pesquisadores prevêem que, com massagem, essas pessoas irão apresentar níveis
menores de ansiedade e depressão e terão menos ataques graves de asma e
obstruções das vias respiratórias (Winnicott, 1988).
Os pais que aprendem a massagear também irão, provavelmente, reduzir a
ansiedade da família, os ataques de pânico e a sensação de impotência.
A massagem pode ajudar a mãe ou o pai a tornar-se mais sensível, receptivo
e ligado ao recém nascido.
• Exposição fetal à cocaína - Um estudo recente de massagem para recém-nascidos
de mães que usaram cocaína durante a gravidez relatou menos complicações pós-
natais, menos comportamentos de stress, melhor ganho de peso e desempenho
superior nos testes de desenvolvimento para as crianças massageadas.
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Bebês prematuros expostos à cocaína que foram massageados apresentaram
um ganho de peso diário 28% maior.
• Status de HIV positivo - Os pesquisadores também estão estudando agora se a
terapia de massagem melhora o funcionamento imunológico de recém-nascidos
expostos ao HIV e se essa terapia ministrada pelos pais pode melhorar o
desenvolvimento mental, motor e social desses bebês. A pesquisa sugere que bebês
com HIV positivo massageado apresentaram: maior ganho de peso, melhor
desempenho nos grupos de orientação e motor da escala Brazelton e melhor
classificação na escala de comportamento de stress, que inclui receptividade de
alerta, custo da atenção, persistência do examinador, regulagem do estado, tônus
motor e excitabilidade.
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CAPÍTULO II
SHANTALA: TRADIÇÃO MILENAR
2.1 - Definição
Para Melo (2001) a Shantala é o nome dado a técnica de massagem milenar
para bebês originada no sul da Índia, que é passada oralmente de mãe para filha por
ser feita apenas por mulheres, razão exclusivamente cultural.
Consiste numa técnica
simples, amorosa, mas muito
profunda, que sempre foi
passada oralmente de mãe
para filha. É um carinho com
seqüência, técnica, direção,
que deve ser repetido no
bebê diariamente a partir do
primeiro mês de idade. Suas
características são o silêncio
e a concentração.
Desenvolve outros tipos de
diálogo entre a mãe e o bebê,
não verbais. Com os olhos e
com as mãos.
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2.2 - Histórico
No início da década de 70, o doutor Fréderik Leboyer, um obstetra francês,
em uma de suas viagens à Índia conheceu uma mãe indiana chamada Shantala (daí a
origem do nome), que há alguns anos paralítica fora recolhida por uma instituição de
caridade em Calcutá, juntamente com seus dois filhos.
Segundo o médico Fréderik Leboyer (1993), autor do livro “Nascer
Sorrindo”, ao ver Shantala sentada ao chão, massageando o seu bebê de forma serena
e amorosa, encantado com aquele gesto, que era muito mais que uma simples
massagem, pediu a Shantala permissão para que a fotografasse e a partir daí começou
a estudar os efeitos de cada movimento resultando num livro chamado “Shantala,
uma arte tradicional – massagem para bebês” lançado no Brasil em 1976. Ele não
tinha a menor dúvida do quanto à criança é capaz de assimilar as sensações de amor,
harmonia e integração que a mãe pode passar através das mãos naquele momento.
Momento esse em que o bebê mais precisa de calor e proteção em igual ou maior
proporção do que o alimento.
O processo de nascimento, por melhor que seja, não deixa de ser uma
situação traumática. É a primeira situação de tensão que todos nós passamos. A
Shantala vai ajudar a criança a superar esse sentimento e integrá-la no mundo onde
se sentirá amada e acolhida.
2.3 - Objetivo
O objetivo da Shantala é antes de tudo proporcionar um contato mais íntimo
entre mãe e filho, destina-se a recém-nascidos, a partir de um mês de idade
aproximadamente, mas não há limites para o seu início e continuidade, porque sua
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pele está mais preparada e muitas vezes ela descama, troca de pele e o umbigo já está
cicatrizado. Apesar de ser um toque carinhoso, a Shantala tem manobras profundas e
fortes, não é superficial, faz alongamentos e trabalha a musculatura e as articulações.
Ela promove momentos de intensa satisfação e relaxamento para o bebê, e também
para a mãe, desde que praticada em condições ideais (Melo, 2001).
É natural que as mães já acariciem seus bebês. Só que esse contato, essa
proximidade tão necessária entre mãe e filho pode ir além das carícias. Com toques
mais fortes ao mesmo tempo suaves e tonificantes pode proporcionar um trabalho de
corpo, promovendo muitos benefícios no desenvolvimento motor do bebê.
Assim, para Teixeira (in Karmajá, 2000) a Shantala beneficia tanto a nível
psicológico quanto físico, na medida em que propicia um diálogo de amor através do
toque, atuando também na prevenção de disfunções orgânicas tais como: cólicas,
prisão de ventre, problemas respiratórios, nas crianças propensas, trabalha
articulações auxiliando um desenvolvimento motor mais rápido e é extremamente
relaxante para bebês muito tensos, pois o toque suave reduz, eficazmente, os fatores
do estresse.
Para Leboyer (1993) vale ressaltar que, a qualidade dos relacionamentos
dessa criança, e de sua relação com o mundo, depende em grande parte do vínculo
afetivo que ela vai vivenciar com a mãe nesse primeiro contato com o mundo.
É preciso que a mãe se permita momentos diários de contato pleno com o
seu bebê, tranqüilos e inteiros, transmitindo nutrição com os olhos, palavras, as
mãos, enfim, todo o seu ser.
Teixeira (1999) coloca que para muitos profissionais no ocidente, a
Shantala é uma técnica de estimulação. Para outros, uma terapia. Ela pode ser tudo
isso, mas é muito mais. No Brasil, é utilizada como prevenção de doenças, ao toque
que traz inúmeros benefícios ao nível de vinculação com a mãe. A massagem é um
investimento para todo o planeta, uma pessoa bem cuidada desde cedo é um projeto
de um futuro melhor. Sendo ela uma célula do grande corpo que é a humanidade.
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Há diferenças entre a prática da shantala aqui e na Índia, o que se observa no
aspecto cultural é que, lá, é ensinada pelas mães às filhas. Não há literatura, cursos
etc. É uma técnica milenar. Já no Brasil, até mesmo, o pai realiza a massagem
também. É uma forma de os pais e bebês poderem se curtir mutuamente. Sendo bem
aceita nas universidades.
2.4 - Princípios Gerais
Essa técnica de massagem tem fundamentos no Yoga e na Medicina
Ayurvédica (medicina tradicional da Índia). Os Chackras e os nadis dão a direção e
seqüência dos movimentos. Há um ganho importante no toque, no carinho, no amor,
na relação mãe/bebê, mas, não se pode esquecer que outra parte importante é a
maneira correta de aplicá-la para que todos os benefícios sejam alcançados. A
direção dos movimentos, a seqüência e a concentração fazem parte constante dessa
prática, assim como, a conversa não-verbal, o olhar, o olho no olho irá desenvolver
outro tipo de relação mãe/filho. Ao fazer a massagem, que abrange grande parte do
corpo, estaremos massageando também, num nível mais sutil os canais de energia.
Faz-se analogia com os meridianos da acupuntura, pois estará também trabalhando
toda a musculatura, o sistema nervoso, as articulações proporcionando desbloqueios
energéticos e físicos, alongando, enfim produzindo um equilíbrio em todos os níveis
(Teixeira, 1999).
Para Leboyer (1993), a Shantala deve ser feita num ambiente calmo,
silencioso ou com uma música bem tranqüila (de preferência sempre a mesma),
instrumental ou "new-age". Assim como é importante a ambientação, também a
preparação do bebê e da mãe, ou de quem vai aplicar a massagem.
O bebê não deve estar de estômago cheio, nem vazio, não ter a sensação de
frio ou excesso de calor. Deve estar predisposto e participativo. É uma troca
energética. De forma alguma deve ser imposta. É uma massagem prazerosa e ele vai
descobrir isso e passar a gostar esperando a cada dia por ela. É importante que seja
diária, podendo ser feita até duas vezes ao dia, sempre diurna, sem quebrar o ritmo
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do bebê, muito pelo contrário, auxiliando-o no ajuste deste ritmo, proporcionando
uma auto-regulação.
A melhor hora é aquela em que o bebê está de acordo com estas pré-
condições e não a hora imposta pelo adulto. O adulto que vai aplicar a massagem
também deve se preparar já que a criança é muito receptiva e é necessário que o
adulto esteja bem disposto, relaxado, procurando se abstrair de todos os problemas,
ansiedades, para que não passe isso pelo seu contato com o bebê. Um bom banho
antes também é interessante.
Para que a massagem seja muito mais prazerosa ela é feita com um óleo
vegetal. Na Índia é tradição o óleo de côco no verão e de mostarda no inverno. No
Ocidente utiliza-se no inverno o óleo de amêndoas, que preserva mais o calor na
pele. O importante é que o óleo seja vegetal e não mineral e esteja pré-aquecido
(levemente). O óleo vai ser um ótimo condutor dos movimentos, evitando atritos na
sensível pele do bebê. O óleo deve ser totalmente puro e natural, isto é, sem químicas
ou perfumes. A criança vai absorvê-lo pelos poros e também possivelmente levará as
mãos à boca.
No final da seqüência dos movimentos, complementando, temos exercícios
que são mais semelhantes ainda ao hatha-yoga, trabalhando a respiração, circulação
sangüínea e as articulações, proporcionando perfeitos alongamentos que o bebê vai
adorar. São mais dinâmicos.
Complementando tudo temos um banho, que vai trazer relaxamento a áreas
difíceis, onde as mãos não puderam ter acesso. O elemento água é por si só um
elemento purificador. Ao submergir o bebê numa água morna completaremos o
relaxamento e daremos prazer a esse banho, deixando-o simplesmente submerso o
tempo que ele desejar, trazendo a sensação da vida intra-uterina. A água atuará onde
não conseguimos penetrar com as mãos. E o bebê vai relaxar mais ainda, podendo
depois dormir horas a fio. É perfeitamente esperado este resultado.
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A criança que é massageada se sentirá amada e, portanto, vai ficar mais
segura. Aliviará tenções localizadas, relaxará muito e conseqüentemente dormirá
melhor, aliviará cólicas ou prevenirá para não tê-las. Terá um desenvolvimento
psicomotor muito melhor, enfim, será uma criança calma, tranqüila, ao mesmo tempo
ativa e inteligente. Principalmente as crianças com traumas de vida intra-uterina e
nascimento e com carências diversas, são as que mais necessitam deste toque
mágico.
O poder das mãos é incontestável, o tato, dissolvendo todas as tensões, o
calor humano. Por isso é importante que a massagem seja feita com o bebê sobre o
corpo de quem a faz, sobre as pernas para que ele se sinta protegido dentro do corpo
áurico da mãe. Teremos assim, futuros adultos mais equilibrados, mais harmonizados
com o mundo e consigo mesmo.
2.5 - A Preservação da Calma Contemplativa
A Shantala, que também
pode ser vista como "o Yoga
do bebê" é uma técnica que
desenvolve e desperta o bebê
para o seu mundo interior.
De acordo com Montagu
(1988), mundo esse que
espontaneamente ele já
vivenciava dentro do ventre
da mãe. Desenvolve um
vínculo pleno entre a mãe e
bebê que transcende o
contato pele a pele. Elimina
o stress que por ventura
tenha vivenciado no trabalho
de parto e preserva a
tranqüilidade anterior.
31
A mãe também exercita diariamente momentos de grande interação com o
seu bebê o que também a beneficia transformando essa prática em grandes apoios
para a mãe no pós-parto, trazendo a oportunidade de ela vivenciar o grande prazer de
estar em comunhão com o divino que habita em seu filho.
2.6 - Contra-indicação
Só não se deve praticar a shantala quando o bebê está doente ou nas crises
de choro devido à dor. É preciso que a criança esteja participando, concordando com
a prática. Outra contra-indicação seria para doenças de pele que impeçam o toque
(Melo, 2001).
A shantala deve ser evitada
se o bebê estiver com febre,
resfriado, com disenteria ou
infecções.
Entre o segundo e o terceiro mês, a criança só está acordada enquanto
estiver com fome. Então, para conseguir fazer a massagem, é necessário alimentá-la
apenas o suficiente para acalmá-la.
32
2.7 – Recomendações
Procurar sentir se realmente quer massagear o bebê, pois não se trata de
aplicar uma técnica, mas buscar um novo tipo de contato com essa vida que se
inicia.Os benefícios da massagem resultam da seqüência de todos os movimentos. Se
precisar interromper a seqüência, retorne do momento em que parou (Melo, 2001).
Deve-se relaxar as mãos, movimentar e torná-las conscientes de que elas
serão os principais instrumentos de comunicação com seu bebê neste momento. Ao
massagear, deve-se tocar o bebê com firmeza, ritmo e lentidão, deixando as mãos se
amoldarem ao seu corpinho.
2.8 - Orientações
Esta massagem é recomendada após o bebê completar um mês e pode ser
praticada até a idade pré-escolar.
Para não machucar o bebê, evitar fazer a massagem com as unhas
compridas, anéis e adornos. A massagem pode ser feita ao sol (até 10 horas da
manhã) ou em quarto aquecido, para o bebê não sentir frio. O bebê deve estar
totalmente despido.
Não faça massagem quando o bebê estiver com resfriado intenso ou febre,
pois ela ativa a circulação podendo elevar sua temperatura. Ou ainda se ele estiver
com diarréia, pois o efeito relaxante poderá intensificar o estado.
Respeite o ritmo do bebê, fazendo a massagem no horário mais adequado
a sua rotina. Evitar quando o bebê estiver com fome ou imediatamente após ele
alimentar-se. Cada exercício deve ser repetido algumas vezes.
33
2.9 - Preparativos
Deve-se colocar uma roupa confortável e providenciar um colchonete para
sentar-se ereta, com as pernas estendidas.
Aplicar um óleo para o corpo (apropriado para bebê) nas mãos e friccionar
uma na outra para aquecê-las.
Durante a massagem, a mãe deve olhar e conversar ou cantar para o bebê.
Concentrar apenas nele e na maravilhosa comunicação que este momento
possibilitará à mãe e ao bebê.
2.10 – Aplicação da Massagem Shantala
Segundo Melo (2001), aplica-se a Shantala pelas fases:
1ª FASE
Na primeira fase, todas as regiões são tocadas com dois exercícios.
1. Peito com uso do óleo
“Aplainar o peito”
Facilita a ampliação da respiração.
- Coloque as duas mãos sobre o centro do peito do bebê.
- Do centro para fora, deslize as mãos, uma para cada lateral, como se estivesse
alisando as páginas de um livro.
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“Cruzar o peito”
Traz equilíbrio e harmonia - Coloque sua mão direita sobre o lado esquerdo do quadril do bebê e vá
deslizando até o ombro direito. Termine com um toque no ombro do bebê.
- Faça do mesmo modo com a mão esquerda, para alcançar o ombro esquerdo.
- As duas mãos vão se alternando em cruz lentamente, mantendo o ritmo e a
intensidade.
2. Braços com uso do óleo
A massagem nos braços e mãos, assim
como nas pernas e pés, fortalece os
músculos e as articulações, ativa a
circulação e estimula o sistema nervoso,
preparando o bebê para engatinhar e andar.
“Deslizar do ombro ao pulso”
Dá noção de contorno e limite do bracinho.
- Uma das mãos segura o ombro do bebê, como um bracelete, e a outra segura
o pulso.
- Vá deslizando a mão do ombro para o pulso.
- Quando elas se encontram, trocam de posição: a mão que segurava o pulso
passa a segurar o ombro, recomeçando o movimento.
- As mãos vão deslizando e se alternando sempre do ombro para o pulso.
“Tornear o bracinho com movimentos de torção”
- Unte as mãos com mais óleo para não machucar o bebê.
- Com as duas mãos juntas, segure o bracinho do bebê na altura do ombro.
- Comece a escorregar as duas mãos em direção ao pulso como se estivesse
torneando o bracinho.
- As mãos devem se movimentar ao mesmo tempo, mas em direções opostas.
- Chegando ao pulso, reinicie o movimento pelos ombros.
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Antes do outro braço, massageie a mãozinha.
Mãos sem reaplicar o óleo.
- Com seu dedo polegar, massageie do centro da palma da mãozinha, em
direção a cada dedinho.
- Em seguida, passe a palma da sua mão na palma da mãozinha do bebê.
- Se o bebê ficar com as mãozinhas fechadas e oferecer resistência para abri-
las, não force.
- Agora vire o bebê para massagear o outro bracinho e a mãozinha.
3. Barriga com uso do óleo
Estes dois movimentos facilitam o funcionamento dos intestinos e a
eliminação dos gases, trazendo alívio das cólicas, além de tonificar os músculos
abdominais.
“Pressão em ondas com as mãos”
- Coloque uma das mãos na base do peito e deslize-a em direção ao ventre,
tocando levemente os genitais.
- Faça o movimento de forma intensa, como se quisesse esvaziar o ventre.
- Quando uma mão termina o movimento, a outra recomeça, e assim
sucessivamente.
“Pressão em ondas com antebraço”
- Segure os pés do bebê com a mão esquerda, mantendo as perninhas esticadas.
- Com o antebraço direito vá deslizando do peito até o ventre. Quando
terminar, retorne ao peito e recomece o movimento.
4. Pernas com uso do óleo
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“Deslizar da coxa aos tornozelos”
- Faça como fez com os bracinhos, deslizando da coxa em direção aos
tornozelos, terminando nos pezinhos.
“Tornear a perninha com movimentos de torção”
- Deslize em movimentos de torção, sempre da coxa para os tornozelos.
Antes da outra perna, massageie o pezinho.
5. Pés com uso do óleo
“Massagem na planta dos pés”
- Massageie com suavidade, pois os pezinhos do bebê são muito sensíveis.
- Primeiro o seu polegar parte do calcanhar em direção a cada dedinho.
- Em seguida, passe a palma da sua mão na sola do pezinho do bebê.
Agora massageie a outra perninha e pezinho.
Nesta fase, todas as regiões são tocadas com três exercícios.
Coloque o bebê de barriga para baixo, com a cabeça voltada para seu lado
esquerdo.
2ª FASE
6. Costas com uso do óleo
Alivia a tensão acumulada entre vértebras,
causada pelo fato do bebê ficar muito
tempo deitado. Além disso, traz equilíbrio,
eixo e harmonia ao bebê.
“Duas mãos descendo e subindo”
- Coloque suas mãos juntas, paralelas, na nuca do bebê.
- Alterne as mãos para frente e para trás, deslizando ao mesmo tempo da nuca
em direção às nádegas e das nádegas em direção à nuca.
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- As mãos vão e vem, descendo e subindo, mantendo o ritmo, lentamente.
“Uma mão descendo até as nádegas”
- Sustente as nádegas do bebê com a mão direita.
- A mão esquerda parte da nuca e desliza em direção à mão direita, que
permanece estática.
- Recomece o movimento pela nuca.
“Uma mão descendo até os calcanhares”
- Segure os pezinhos com a mão direita, mantendo as perninhas esticadas e
ligeiramente elevadas.
- A mão esquerda parte da nuca, massageando as costas, continuando o
movimento até os calcanhares.
- Recomece o movimento sempre pela nuca.
7. Rosto: não use óleo
Estimula a musculatura, preparando o bebê
para melhor expressar os sentimentos –
raiva, prazer, riso ou choro.
“Contorno dos olhos”
- Com as pontas dos dedos, parta do centro da testa e deslize para os lados, ao
longo das sobrancelhas.
- Reinicie sempre pelo centro e a cada movimento avance um pouco mais, até
contornar ao redor dos olhos.
“Nos lados do nariz”
Ajuda a desobstruir as narinas.
- Coloque os dois polegares entre os olhos, no alto do narizinho.
- Deslize pelas laterais até as narinas e suba novamente com mais intensidade.
- Repita o movimento várias vezes.
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“No rosto todo”
- Com os polegares, feche os olhinhos do bebê e parte das sobrancelhas,
passando suavemente pelos olhos, pela lateral das narinas, contornando a
boca e acompanhando o maxilar inferior, em direção às orelhas
Exercícios Finais
Braços
Libera a tensão das regiões cervical e
dorsal. Libera também a caixa torácica e a
respiração superior.
- Segure as mãozinhas do bebê e cruze os bracinhos sobre o peito, fechando e
abrindo.
- Alterne a posição dos bracinhos e faça quantas vezes achar necessário.
Pernas e braços
Libera as tensões das vértebras, em especial
as lombares.
- Segure um pé do bebê e a mão do lado oposto, cruzando braços e perna, de
forma que o pé se aproxime do ombro e a mão da coxa oposta.
- Faça o mesmo movimento com a outra perna e braço.
Pernas em lótus
Relaxa as articulações da pélvis e dos
ligamentos com a base da coluna.
- Segure os dois pés e cruze as perninhas sobre o ventre, fechando e abrindo.
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- Abra as perninhas, estenda-as e cruze novamente, invertendo a posição.
Outros efeitos
- Torna a criança mais alerta e sociável e menos irritada e chorona;
- Relaxa a musculatura do bebê e estabiliza suas emoções;
- Evita insônias, devido ao relaxamento provocado;
- Ajuda a resgatar o vínculo afetivo e corporal com a mãe;
- As crianças massageadas possuem um vínculo afetivo melhor, são mais
alegres, compreensivas, ativas, tem uma vida mais segura e inteligente;
- As crianças massageadas detectam em exames laboratoriais um nível baixo
de hormônio de estresse e um aumento de peso.
Com o término dos exercícios é a hora do banho para completar a
massagem. Nesse momento, o banho complementa a massagem, além da função
higiênica. Por isso, é necessário deixar o bebê relaxar um pouco na água, antes de
iniciar sua higiene completa. A água morna é reconfortante e relaxante, pois envolve
as regiões que as mãos não puderam tocar. Para o bebê, o banho traz de volta as
doces sensações de sua vida uterina e para a mãe é mais um momento de contato e de
prazer.
Banho
- Colocar o bebê na banheira cheia de água morna (mais ou menos 37ºC). O
banho com pouca água deixa o bebê com frio, contraído e tenso.
- Ao colocar o bebê na água, manter a mão esquerda aberta, relaxada, apoiando
os dedos na axila do bebê para ele não escorregar.
- Se sentir necessidade, sustentar as nádegas do bebê com a mão direita.
- O bebê deve ficar apenas com a face fora da água, para não sentir frio e
relaxar.
- Deixar que o bebê flutue na água, apoiando a nuca com seu punho esquerdo.
- Deixe-o na água enquanto ele sentir prazer e retire-o antes que a água esfrie.
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41
CAPÍTULO III
A INFLUÊNCIA DA SHANTALA NA
PSICOMOTRICIDADE
As considerações que se seguem foram elaboradas a partir da apostila de
Cunha (2000).
O termo “Psicossomática”, foi usado pela primeira vez em 1808 por
Heinrorth, um psiquiatra alemão, ao tentar explicar a origem da insônia. Este mesmo
autor introduziu, mais tarde, 1828 o termo “somato-psíquico” que se referia às
doenças em que o fator orgânico afetava o emocional. Vários autores vêm se
esforçando para conseguir um corpo teórico consistente que possa explicar melhor o
fenômeno psicossomático. Entre estes autores podemos citar F.Dumbar e seu
trabalho dos perfis psicossomáticos e F. Alexander com a idéia dos conflitos
específicos. Além dessa idéia, Alexander considerava, entre outros autores, que toda
doença é psicossomática já que os fatores emocionais influenciam todos os processos
do corpo através das vias nervosas e humorais.
Têm sido realizados desde então vários estudos nessa área e
conseqüentemente o tema está sendo divulgado num âmbito maior. Atualmente está
aflorando a importância do social e da visão da psicossomática como uma atividade
essencialmente de interação entre vários profissionais da área de saúde.
Na linha Psicanalítica pode-se destacar a contribuição da Escola
Psicossomática de Paris através de P. Marty, M. Uzan e Ch.David em 1963. Estes
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compartilhavam a idéia de que os pacientes psicossomáticos se diferenciam dos
demais pela pobreza do mundo simbólico.
Nos tempos mais remotos, quando o homem despertou para a necessidade
de levar alívio ao semelhante que sofria, encontramos aqueles que viam no corpo
físico apenas um mecanismo portador de diversos aparelhos (digestivo, respiratório)
que precisavam trabalhar em conjunto garantindo o bom estado de funcionamento do
corpo. Quando algum deles falhava, era preciso procurar reabilitá-lo e para isso
adotavam métodos de atuação direta sobre a parte que apresentava a deficiência
procurando causas físicas, para, então, tratá-las cientificamente, seja por vias
medicamentosas (químicas) ou físicas (cirurgias, fisioterapias), evitando assim a dor,
o desconforto e aliviando o sofrimento a partir da área afetada e procurando salvar o
conjunto.
No Brasil a Medicina Psicossomática nasce, em torno de1965, sob a
liderança de Danilo Perestrello, que postula a medicina da pessoa, ligada a grupo de
médicos, de modo geral psiquiatras com formação em Psicanálise, que, trabalhando
em hospitais, inauguravam uma visão mais humanizada do paciente, em ação junto
às equipes médicas hospitalares. Atraía profissionais que acreditavam na unidade do
Homem percebendo que o corpo físico reagia exibindo concretamente o mal-estar
que ocorria sutilmente em seu aspecto apenas emocional. Observavam os efeitos que
determinadas situações em que as pessoas se envolviam geravam sobre seu
instrumento concreto, o físico, levando ao sofrimento. Podendo relacionar algumas
causas emocionais com decorrentes efeitos físicos e deixaram de ver o homem
apenas como o SOMA e reconheceram seu aspecto psíquico.
Para Delamônica (1998) a Psicossomática hoje se utiliza, e são utilizadas
por profissionais da área da saúde, da educação, de ecologistas, arquitetos e
engenheiros, entre muitos outros, em suas propostas de construção de um espaço
mais humano de vida.
Podemos observar nas dissertações abaixo, elaboradas segundo Ávila
(apud, Azevedo, 2000, 18) “O sofrimento humano é uma extraordinária
43
manifestação da unidade da vida humana. Não se sofre só no corpo, nem apenas
psiquicamente. O único corpo puro, isolado da mente, é o cadáver.”
A descoberta e a aceitação de que as questões existenciais-
fenomenológicas, relacionadas às escolhas, à saúde e doença, à vida e morte fizeram
com que a medicina despertasse para a Psicossomática e muitos cientistas médicos
que exigiam comprovação por meio de testagem dos processos físicos do corpo
humanos através de exames biofísicos ou bioquímicos perceberam que nem sempre
as causas de tanta dor, sofrimento e mal-estar estavam presentes nos processos de
mau funcionamento físico.
O que então causaria tanta manifestação dolorosa no físico se tudo
funcionava a contexto? Foram descobrindo através da observação que muitas vezes
tudo isso decorria de questão tão sutis que não poderiam ser detectadas por meios
tradicionais de aferição de resultados através de técnicas de exame nem catalogados
de forma estatística.
Observamos no texto de Baker (1980), que a doença é algo que acomete o
sujeito como um todo e não apenas um desequilíbrio orgânico, e que a trama das
relações conscientes-inconscientes significadas no adoecer, internar, tratar, atuam
diretamente nas possibilidades de alta ou cronicidade.
Compreendemos que o atendimento não envolve apenas a rotina clínica,
mas o lidar com o sujeito intrinsecamente inteiro, pulsante, desejante e falante é a
base do êxito do tratamento.
A troca, a interação com este sujeito e não com sua doença viabiliza a
possibilidade de uma participação ativa do paciente em seu processo de cura. Nossa
proposta e objetivo se inscrevem numa visão holística do indivíduo, onde cada ser
humano é único, não podendo caber em medidas exatas de comparação tanto quando
se trata do corpo físico, como também da forma de reagir aos estímulos ambientais e
de relacionamentos interpessoais.
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Foram criados então, departamentos especiais, nos hospitais que
estudavam o ser humano, procurando atendê-lo unindo a observação de causas
abstratas a efeitos concretos procurando tratar o mal-estar físico não mais atuando
apenas sobre o sintoma, mas devolvendo o equilíbrio também ao psiquismo para que
o físico se reabilitasse buscando as causas que desencadearam o desequilíbrio. Pouco
a pouco grupos de estudiosos e pesquisadores uniram-se em torno do estudo da
Psicossomática apesar das críticas e do aparente desinteresse da maioria dos
cientistas. O novo sempre encontra reação adversa pois implica em se admitir o
quanto ainda desconhecíamos do muito que existe por descobrir. E isso incomoda.
Mas a pesquisa, a cuidadosa observação, o respeito foram tornando
possíveis o reconhecimento de causas sutis, invisíveis, transcendentais que
destruíram ou prejudicavam a qualidade de vida no corpo físico concreto, palpável,
visível e, às vezes, mais facilmente tratável, mas nem sempre curável. Verificado
que a ação terapêutica direta sobre o físico, muitas vezes aliviava o mal-estar local,
mas também logo em seguida, suspenso o tratamento, se apresentava novamente
recaídas em estado crônico ou em crises agudas, percebendo assim a necessidade de
pesquisar a causa invisível que acionava o processo de dor.
Atualmente com uma visão ampliada, revolucionária e contestadora,
primando por levantar questões, rever conceitos, aprender com o passado e perceber
que a maior parte “das doenças” tem como fator desencadeador a desarmonia e o
desequilíbrio entre o ser físico e ser essencial. O desconhecimento desta questão
implica na dificuldade do reconhecimento quando alguma coisa vai mal,
inviabilizando a possibilidade de curar.
O enfoque a seguir foi elaborado a partir das informações de
Mindwalk (2000). É essencial sempre procurarmos saber cada vez mais pois só assim
conheceremos a fundo as questões para podermos reconhecê-las quando se
apresentam diante de nós.
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O progresso em todas as áreas científicas, mas principalmente naquela
em que o humano é observado no intuito de ter melhorado a qualidade de vida na
Terra vem a partir do auto-conhecimento.
Percebendo a existência destes dois aspectos em si mesmo e a
importância de uma interação ajustada e harmônica entre os dois para que o ser possa
estar íntegro e não mais partido ou dissociado levou a Psicossomática a observar “a
doença” de forma holística abrangente, associativa e sugeriu que o humano fosse
tratado como um todo e não mais parceladamente como até hoje a medicina
tradicional vem fazendo.
Reconhecemos que a divisão em especialidades favorece o profissional que
pode se aprofundar num determinado aspecto do funcionamento do corpo humano
podendo dedicar àquela área todo seu tempo, seu interesse e sua ação. Mas
verificamos também o quanto de impessoal vai se tornando a relação médico-
paciente, cada vez mais deixando de ser gente e se transformando em um órgão
apenas, aquele que interessa ao profissional da área.
O paciente se transforma no “órgão afetado” e muitas vezes é observado
e até denominado pelo referencial do órgão. Da mesma forma o especialista no órgão
deixa de ser um médico e passa a ser um “neuro”, um “gastro” .
As relações humanas afastadas, perdidas, desconhecidas tornando-se
impossível que os seres envolvidos na proposta de cura se reconheçam como gente,
troquem idéias, informações, ficando tudo isso por conta de instrumentos e aparelhos
cada vez mais sensíveis para detectar falhas no sistema e menos sensíveis ao que na
verdade estão sentindo os portadores das falhas sinalizadoras do mal-estar.
Dentro da visão formativa, segundo Cohn (in Delamônica,1998) a
estrutura corporal de uma pessoa expressa sua história pessoal e sua jornada
existencial. Quando trabalhamos com alguém, lidamos com a lógica daquela forma
somática, com um conjunto de regras internas daquela estrutura. Estamos lidando
46
com um processo complexo e múltiplo que se expressa em várias camadas de forma
individual.
O texto a seguir foi elaborado segundo Menezes e Pereira (2000).
O mal-estar, que muitas vezes tem origem remota, distante fruto da
desarmonia e do desconhecimento causado pela incomunicabilidade interna entre o
ser essencial e o ser físico atuante como personalidade no mundo concreto não é
reconhecido nem detectado por meio de aparelhos. Quanto mais afastados, quanto
mais indiferentes ou pior ainda, em oposição estiverem estes dois aspectos da
presença humana, sutil e concreta, o vazio que os separa, o vácuo será sempre
preenchido por elementos que vão pertencendo ao meio que devia estar preenchido
de energia própria e interação interior, serão geradores de obstrução e bloqueio
impedindo o fluxo contínuo de energia vital que supre e mantêm saudável e
harmônico o corpo físico.
Quando há obstrução na comunicação, na passagem desta essência vital de
um aspecto para o outro do corpo, o resultado é a péssima qualidade de vida,
encontramos hoje no instrumento físico enfraquecido, sem tônus ou energia vital.
A partir do texto “O corpo como processo” de Cohn (id.),
compreendemos que somos criaturas pulsantes e rítmicas, organizações pessoais de
um processo universal em movimento, seres humanos em constante processo de
organização e reorganização de forma. A exemplo disto, a Terra também se constitui
como um corpo vivo em processo e em contínua reorganização.
Neste corpo maior nos relacionamos com o meio ambiente e com
outros seres humanos e nessas relações, organizamos nossa pessoalidade,
corporificamos nossos destinos tanto biológico como social e nos formamos
enquanto seres subjetivos, mas que é absorvida e distribuída pelo sutil.
Corpos endurecidos, entortados, deformados na medida em que a vida vai
construindo muros de defesa e proteção desnecessários gerados pela “doença” mas
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que de forma distorcida e incoerente é o físico que responde, pois só ele existe
concretamente.
Keleman (1995) diz que:
Entre a nossa camada profunda e nosso corpo social, temos uma morfologia plásmica preparando-se para aparecer, tomar corpo. É nesse espaço entre o profundo e a superfície, entre o micro e o macro que nós ensaiamos a nossa pessoalidade, a nossa identidade somática.(p. 4)
Segundo Cohn (op.cit.), todo ser humano necessita formar um corpo pessoal
subjetivo e corporificar a própria individualidade. A organização deste corpo se dá
no diálogo entre o dentro e o fora, entre a camada visceral profunda e a camada
social.
O tempo é chegado para que a plena compreensão se faça desta questão e
que tanto o psicológico, como o somático, possam ser cuidados, nutridos,
descarregados, aliviados das pressões do dia-a-dia. A educação através da
informação vai levar a humanidade a compreender que no final do dia, o mesmo
alívio físico que sentimos no gesto simples de descalçar os sapatos e lavar os pés
físicos precisa ser de alguma forma estendido ao aspecto emocional que mantivemos
sob controle apesar de ter sido muitas vezes tencionado pelas dificuldades e
obstáculos presentes de atividade diária.
Este aspecto emocional precisa do mesmo alívio que oferecemos aos pés
que nos levaram onde precisamos ir, contidos dentro da fôrma do sapato. O aspecto
emocional também contribuiu e muito para o resultado das nossas ações e se manteve
espremido e deformado, oprimido, cumprindo regras de educação. É preciso zelar
carinhosamente por ele, cansado, inchado, ferido, mal-cicatrizado, contundido,
maculado, pois se não o fizerem, ele precisará de um sinalizador para comunicar que
não agüenta mais e usará a dor emocional.
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O mal-humor, a irritação, a depressão, se apesar de tudo isso que utilizou
para demonstrar o mal-estar e pedir socorro não for atendido devidamente, e além de
ignorado, continuar a ser massacrado, ele vai precisar usar outros métodos para
chamar atenção para sua dor e desconforto e fará doer, às vezes, doer muito na
medida em que vai sendo ferido e mal tratado.
O corpo físico de manifestação que se retorcerá para aliviar ou disfarçar o
sofrimento da opressão. Assim como atitudes negativas poderão levar à doença e a
morte, o inverso é verdadeiro, atitudes positivas influenciam a aura.
Norman Cousins (apud Pimentel, in Delamônica, 1998) professor adjunto da
escola de medicina da UCLA, mostra como a bioquímica do corpo é influenciada
pelo otimismo, facilitando a recuperação. Da mesma forma, o aspecto mental da
personalidade, diferente do físico concreto, e do emocional, precisam de muita
atenção e cuidados.
Para Delamônica (2000), o desequilíbrio decorrente da saída do homem da
vida selvagem, o sobrecarrega, transformando em desequilíbrio aquele ser que
chegou a Terra completo e capaz de realizar o propósito a que veio, dando expansão
ao potencial latente que todos trazem. Mas a partir das mudanças, acumula em si
mesmo um verdadeiro arquivo de informações ultrapassadas, que como um paredão,
um muro de contenção, o impede de se conectar com o novo, mobilizado, enquanto
sujeito do seu desejo, incapaz de viver o potencial latente que traz em si: único
individual, não mais determinado por instintos tornando-se doente. O pensamento
que fundamenta a Ecologia humana tem como fio condutor à análise dos principais
desequilíbrios que envolvem o homem na sua estreita relação com o mundo.
Faz-se urgente uma reeducação terapêutica, o humano que agora vem
aprendendo regras básicas de higiene para cuidar e manter saudável o aspecto físico
até com enfoque exagerado sobre exercícios, vitaminas, envelhecimentos, padrões
novamente exagerados e falsos e aprenda a dar atenção conscientemente para poder
perceber o estado de sobrecarga, degradação, cansaço e necessidade de limpeza e
49
purificação dos outros dois aspectos de sua personalidade, para que de forma
holística, como um ser por inteiro a saúde do psicossoma seja uma possibilidade.
A Bíblia (apud Pimentel, in Delamônica,1998) também nos relata que há
quase dois mil anos, Jesus Cristo procurava despertar nas pessoas a responsabilidade
e principalmente a participação na cura. É necessária força nas atitudes positivas e
reconhecimento da importância da participação de cada um no processo da própria
cura. Assim em Mateus 9:28, 29 onde ao ser procurado por dois cegos, Jesus lhe
perguntam se realmente crêem ser possível a cura. Ao responderem afirmativamente,
Ele tocou-lhes os olhos dizendo: “Seja feito segundo a vossa fé”.
Para isso se faz necessária formação de muitos profissionais nesta área.
Não só pela compreensão do que pode estar se passando com o outro, ajudando-o a
pesquisar junto com o profissional a causa de sua dor como também para o exercício
da função preventiva, divulgando os cuidados necessários com cada aspecto da
personalidade para que o ser inteiro possa gozar de plena saúde. Nota-se hoje em dia
extrema preocupação com as questões do envelhecimento que se combate como se a
qualidade de vida dependesse apenas da saúde e aparência do corpo concreto.
Com isto, segundo Azevedo (2000) parece estar sendo gerada uma
ansiedade que chega ao desespero, pois o distanciamento entre a realidade que o ser
interno traz na consciência é muitas vezes, compelido até pelos próprios “terapeutas”
que lhe cobram o que não pode, não quer e não tem de onde tirar para fazer
transparecer um falso bem-estar que já não sente pois nem mesmo interessado está
em manter aquela posição. Mas, o grande perigo da falta de conhecimento
psicossomático nos casos em que procura ajudar na harmonização, não procura saber
o que se passa com aquele que vem procurar no outro, esta ajuda.
Mais uma vez o terapeuta apoiando-se na idéia de que bem-estar é
enquadrável, mensurável, adaptável a uma forma reconhecida como boa faz de um
paciente um objeto moldável, encaminhando, orientando, conduzindo-o a se
conformar com a situação vigente fazendo-o entrar na fôrma de aparente bem-estar,
mesmo que internamente, psiquicamente o esteja forçando a “fazer das tripas
50
coração” como diz o ditado. E qual seria o resultado na observação psicossomática
de uma situação onde nos vemos obrigados a trocar tripas por coração e vice-versa?
Quanta dor! Quanta disfunção orgânica!
Assim enquanto não podemos compreender que cada um de nós é único e
pessoal e não pode ser medido, pesado, avaliado, admitido ou recusado, submetido a
padrões, estatísticas, apoiados em números. Enquanto a psicossomática não fizer
parte da alfabetização da humanidade, não haverá respeito pelo ser humano.
Mas a psicossomática precisa estar atenta e consciente para não perder sua
beleza, nem sua função esclarecedora e portanto libertadora do ser humano moderno,
para não entrar nos moldes de ciência e se tornar fria, exigente e irredutível como
tantos outros propósitos de progresso se viram transformados pela, ainda presente
prepotência do suposto curador que faz do paciente um ser que se submete em vez de
reconhecer a possibilidade de juntos, lado a lado desconstruirem vagarosamente o
padrão prejudicial agora descartável, permitindo que o ser que renasce reconstrua sua
própria vida apenas apoiado na confiança que o “terapeuta” tem nele (seu paciente)
de ser capaz de criar o melhor para si mesmo.
É um espanto que apesar do tanto que se adiantou a ciência e a tecnologia, a
percepção da individualidade se distanciou da capacidade de entendimento,
transformando o progresso num esforço pela uniformização apoiado na comparação
e competição entre os humanos, gerando conflitos, dor, complexos, loucura.
O respeito à individualidade e a compreensão da diversidade interior do
homem apoiado no conhecimento de psicossomática dará ao novo homem o direito
de ser como é, de alegrar-se por ser assim e de contribuir para o bem geral, unindo-se
aos outros diferentes dele também, todos muito aptos a realizar a sua parte,
expandindo o material latente que trouxeram e que não precisarão mais soterrar,
impedindo que se manifeste levando à estagnação e conseqüente degradação que
mais cedo ou mais tarde vem a se apresentar sob a forma de doença.
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CAPÍTULO IV
PSICOSSOMÁTICA E SHANTALA
Observando o assunto trazido por Anzieu (1989), a respeito do Eu-Pele,
entendemos que as formas contemporâneas de patologia decorrem de uma
perturbação da relação continente-conteúdo. O Eu-Pele é o envelope psíquico que
apóia o envelope corporal e dele também depende. O Eu deriva das sensações
corporais, principalmente nas que tem origem na superfície do corpo.
Toda função psíquica desenvolve com o apoio de uma função corporal. O
Eu-Pele desempenha uma função de manutenção do psiquismo, assim como a pele
sustenta o esqueleto e os músculos. Winnicott, (1982) chamou de holding a maneira
que a mãe segura o corpo do bebê. O apoio externo sobre o corpo maternal leva o
bebê a adquirir o apoio interno sobre sua coluna vertebral, preparando-o para a
experiência de ter uma vida psíquica para si.
Ele exerce, igualmente, uma função de continente, da mesma forma como
a pele recobre a superfície inteira do corpo, na qual estão inseridos todos os órgãos
dos sentidos externos. Assim como a pele envolve todo o corpo, ele visa envolver
todo o aparelho psíquico. Através do preparo recebido na prática da Shantala, o
indivíduo se beneficia com um Eu-Pele saudável.
O Eu-Pele, como representação psíquica, apresenta então, uma estrutura
em duplo folheto, cujo folheto externo serve de para-excitação. A mãe serve,
primeiramente, de folheto externo, ou seja, de para-excitação auxiliar, até que o bebê
encontre sobre sua própria pele, um suporte suficiente para assumir esta função. Isto
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se torna, portanto, uma barreira psíquica que o protege contra a penetração de avidez
e agressões oriundas de outros seres ou objetos.
O Eu-Pele desempenha uma função de inscrição dos traços sensoriais táteis,
assim como a pele, com os órgãos dos sentidos táteis que ela contém, fornece
informações diretas sobre o mundo exterior. Esta função se desenvolve por um duplo
apoio: biológico, onde um primeiro desenho da realidade se imprime sobre a pele, e
social, no qual incisões, pinturas, tatuagens, maquiagens, penteados, roupas e jóias
marcam a aparência de um indivíduo em um grupo social específico.
Além destas, o autor cita, ainda, mais algumas funções da pele, que
poderiam encontrar uma correspondência com as funções do eu.
Anzieu (1989) observa ser possível, também, correlacionar certas tendências
do Eu-Pele com características estruturais, e não mais funcionais da pele. A maior
superfície e peso da pele, em relação aos outros órgãos, corresponderiam à pretensão
do eu de envolver a totalidade do aparelho psíquico.
4.1 - A Relação Bebê-Círculo Maternante
Esther (1968) relata:
Durante os primeiros momentos da vida psíquica, as partes de uma pessoa são mantidas em conjunto, graças a uma representação primitiva da pele. Esta capacidade interna de conter as partes do Self, resulta da introjeção de um objeto externo capaz de conter as partes do corpo (p.162).
Para todo pai ou mãe, como afirma Brazelton (apud Anzieu, 1987), três
bebês diferentes reúnem-se no momento do nascimento: a criança imaginária de seus
sonhos e fantasias, o feto invisível, porém real, e o recém-nascido de fato, que pode
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ser visto, ouvido e tocado. A gravidez de uma mulher reflete toda a sua vida anterior
à concepção. Suas experiências com os próprios pais, sua vivência do triângulo
edipiano, as forças que a levaram a adaptar-se com maior ou menor sucesso a essa
situação e a, finalmente, separar-se de seus pais. A semelhança do que ocorre com as
mulheres, o apego que o pai sente por seu bebê é influenciado por sua própria
experiência na infância: “O desejo de ter um filho inclui o desejo de ver refletidas no
filho as marcas da própria criatividade e da própria capacidade de criar e educar”.
Os estudos de Brazelton (in Anzieu, 1989) sobre a díade bebê-círculo
maternante colocam em evidência a importância de um duplo feedback no sistema
diádico mãe-filho. Brazelton (id, p.57) afirma que “...no nascimento, e nos dias que
se seguem, a criança apresenta um esboço do Eu, em virtude de experiências
sensoriais já realizadas no fim de sua vida intra-uterina, e, também, do código
genético que predetermina seu desenvolvimento”.
Para sobreviver, o recém-nascido tem necessidade não somente de receber
os cuidados repetidos e ajustados de um círculo maternante, mas, também, de emitir
sinais suscetíveis, para desencadear a refinar esses cuidados, explorando o ambiente
físico, à procura das estimulações necessárias para exercer suas potencialidades e
ativar seu desenvolvimento “sensório-motor”. Os pais, sensíveis ao feedback
desenvolvido pelo bebê, se guiam por ele, para agir, para mudar eventualmente de
atitude, para se sentirem seguros no exercício de sua função parental.
O sistema do duplo feedback, descrito por Brazelton (id.), pode ser
considerado como um envelope que engloba a mãe e o bebê, o que corresponde ao
que Didier Anzieu chamou de Eu-Pele. Em cibernética, o fenômeno físico do
feedback corresponde ao circuito de auto-regulação, próprio dos sistemas assistidos.
Isso pressupõe, como afirma Anzieu (op.cit.), considerar a díade mãe-bebê como
único sistema formado de elementos interdependentes trocando informações entre
eles, e no qual o feedback funciona nos dois sentidos para o bebê e do bebê para a
mãe.
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No momento da amamentação e dos cuidados, o bebê é sustentado nos
braços, apertado contra o corpo da mãe, de quem ele sente o calor, o cheiro, os
movimentos. Ele é carregado, manipulado, lavado, acariciado, e tudo geralmente
acompanhado por um “banho de palavras” e de cantarolar. Estas atividades
conduzem, progressivamente, a criança, a diferenciar uma superfície que apresenta
uma face interna e uma face externa, isto é, uma interface que permite a distinção do
de fora e do de dentro, e um volume ambiente no qual ela se sente mergulhada;
superfície e volume que lhe trazem a experiência de um continente.
Os cuidados da mãe produzem estimulações involuntárias da epiderme. O
bebê recebe os gestos maternos, primeiro como uma estimulação e depois com a
comunicação. A massagem se torna uma mensagem.
A interação do bebê com o círculo maternante, à partir de sucessivos
circuitos de feedback, acrescenta, à sua capacidade de discriminação sensorial e de
realização motora, uma força que o estimula a experimentar outros circuitos e a
tentar novas aprendizagens. Esse sentimento de uma força interior, como afirma
Anzieu (op. cit.) é indispensável ao bebê, para realizar as reorganizações de seus
esquemas sensorio-motor e afetivos, necessários a partir de sua maturação e suas
experiências,
o sucesso do bebê nas suas conquistas sobre o meio psíquico e sobre o círculo humano suscita, da parte desse círculo, não apenas uma aprovação, mas, também, marcas complementares, gratificantes, das quais o bebê procura provocar o retorno para seu prazer. À força do desejo de se lançar em novas conquistas se acresce a força do desejo de se antecipar às expectativas dos adultos (p. 78).
Para Reich (1981), o funcionamento integrado do corpo e da mente,
desenvolve uma metodologia terapêutica, que atua de forma conjunta sobre o
psíquico e o somático. Essa metodologia, eminentemente psicossomática, é chamada
de Vegetoterapia carátero-analítica, e tem como objetivo desbloquear a rigidez
muscular ou o desequilíbrio neuro-vegetativo, e desfazer as inibições psíquicas,
fazendo com que o indivíduo tenha uma circulação energética livre e fluida, que o
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capacita a uma vida auto-regulada e sadia, onde o amor, o trabalho e o conhecimento
governam sua vida.
Tendo observado no decorrer desta proposta, nesse estudo da importância
da Shantala, massagem para bebê, como instrumento que permite a auto-regulação
simples e espontânea na interação com o ambiente e com os outros, permitindo uma
vida saudável, resultante do fluxo constante, sem bloqueio da energia. Essa ligação
foi considerada por Reich (id.), através do uso de um conceito energético. Ele
percebeu que o conflito ocorria simultaneamente em ambos os níveis, o psíquico e o
somático, e considerou a psique e o soma como dois aspectos de um processo
unitário, um mental e o outro físico, muito semelhantes às duas faces de uma mesma
moeda. O que quer que se faça com a moeda afeta ambos os lados ao mesmo tempo.
Todavia, a mente e o corpo são também funções diferentes que interagem e se
influenciam mutuamente. Ele formulou sua concepção como o princípio da unidade e
da antítese psicossomáticas. A unidade existe num nível energético no âmago do
organismo; no nível fenômeno, há antítese ou oposição.
O princípio básico de seu pensamento é o da energia orgânica, que indica
uma dimensão cósmica e se apresenta em todo o universo. A partir daí, Reich
percebe que o homem é integrado através do fluxo e refluxo dessa energia, e que essa
integração se dá através do psíquico, do somático e de uma rede de relações que se
combinam e interagem, formando uma teia energética.
O movimento psicossomático, desde a Medicina Psicossomática à
Psicossomática Contemporânea, procura encarar o homem em sua totalidade,
adotando uma concepção organísmica. Acredita também nessa unidade, quando traz
a concepção de que o ser humano é uma unidade biopsíquica, que forma uma
unidade funcional, onde corpo e mente devem estar em equilíbrio dinâmico, ligado
também à dimensão histórica e ecológica.
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CONCLUSÃO
No decorrer do trabalho foi possível ver que através da Shantala –
massagem para bebês – numa visão psicossomática, chegou até nós, no Ocidente,
uma cultura que já há milênios conectada com o ser indivisível, e por que não
psicossomático por excelência, e que hoje num resgate a esse ser, nos faz olhar para
o que o homem tem de mais precioso, a vida.
Desde muito tempo, sabemos da importância da qualidade da relação mãe-
bebê, para a constituição do sujeito e para o desenvolvimento harmônico do ser. E a
técnica da Shantala tem em seu registro histórico, todo um enredo onde podemos
perceber na sua essência, a psicossomática, onde o toque no nascimento é o aspecto
que favorece a psique que começa a viver no soma e uma vida psicossomática de um
indivíduo se inicia.
Quem se dedicar ao desenvolvimento e apuro de todos os seus sentidos, de
modo particular e geral, não somente terão experênciado as suas necessidades como
também, harmonizado seu simbólico, conseguindo assim dar qualidade ao seu
sentido de existir no mundo com segurança, poder e vitória que por si mesmo,
constitui estímulos para que sua presença seja permanente.
Devemos aproveitar, naturalmente, essas formidáveis vantagens em direção
eminentemente construtiva, com os olhos voltados ao progresso individual e ao bem
comum promovendo uma qualidade total de vida.
O nosso objetivo ao articular a Shantala com a Psicossomática
Contemporânea, foi enfatizar a importância de um trabalho preventivo que atue sobre
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a unidade biopsíquica do indivíduo, facilitando o livre fluxo de energia para que haja
a possibilidade de surgimento de um homem inteiro indivisível e integrado a própria
natureza.
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61
ANEXOS
62
ANEXO 1
ILUSTRAÇÕES
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Figuras – Prática da Shantala (fonte: Melo, 2001)
64
65
66
ANEXO 2 ATIVIDADE EXTRA-CLASSE