UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA FAMÍLIA E ESCOLA
Por: Daniele Silva de Oliveira
Orientador
Prof. Vilson Sérgio
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA FAMÍLIA E ESCOLA
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Orientação
Educacional e Pedagógica.
Por: Daniele Silva de Oliveira
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AGRADECIMENTOS
Á Deus por sempre me mostrar sua
presença, aos meus familiares que
tanto me incentivaram e a todos os
meus colegas de profissão por estar
sempre em busca de uma educação de
qualidade.
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DEDICATÓRIA
Este trabalho dedica-se ao meu pai,
minha mãe, aos colegas de profissão e a
todos que me incentivaram na conclusão
desta nova etapa.
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RESUMO
A presente pesquisa, de cunho bibliográfico, questionou as ações do
Professor e do Orientador Educacional no processo de aproximação família e
escola. Com os estudos teóricos constatou-se que a família é um elemento
indispensável para a concretização do planejamento educacional.
Atualmente é alto o índice de problemas de indisciplina nas escolas,
portanto é necessário propor ações para reverter este quadro e estar
auxiliando para manutenção da ordem e de um ambiente harmonioso, assim
como desde os tempos mais remotos é a família que é encarregada de
transferir, avaliar, consolidar e interpretar valores, crenças, condutas,
conhecimentos culturais à criança desde o nascimento, e é ela quem
proporciona a primeira educação aos indivíduos, a qual é a base para os
conhecimentos futuros e a inserção deste indivíduo na sociedade.
O objetivo é Colaborar para a conscientização da importância da relação
Família-Escola no processo ensino-aprendizagem e o trabalho do Orientador
Educacional e dos professores é fundamental para este feito, direcionado a
aproximação da família no ambiente escolar.
A construção da parceria enquanto uma relação de cooperação entre as
instituições família e escola, implica em colocar-se no lugar do outro, e não
apenas na troca de idéias ou favores, como aquela colaboração tão conhecida
do pai que envia à escola uma contribuição mensal, e a prenda para a festa
junina. O propósito é que essa parceria se construa através de uma
intervenção planejada e consciente, em que a escola possa criar espaços de
reflexão e experiências de vida numa comunidade educativa, estabelecendo
acima de tudo a aproximação entre as duas instituições. Reforça-se então, a
necessidade dos educadores dispensarem alguns momentos da sua formação,
para refletirem e reconstruírem essa relação.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, na qual constatou-se
que a relação escola X família é imprescindível, pois a família como espaço de
orientação, construção da identidade de um indivíduo deve promover
juntamente com a escola uma parceria, a fim de contribuir no desenvolvimento
integral da criança e do adolescente.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Família 10
CAPÍTULO II - A Escola 15
CAPÍTULO III - Parceria Família e Escola 20
CAPÍTULO VI - Estratégias de ação para aperfeiçoar a relação Família e
Escola 28
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO 43
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INTRODUÇÃO
O tema deste estudo é “A importância da parceria família e escola no
processo ensino aprendizagem”. O tema proposto é de fundamental
relevância, pois, a realidade dos dias de hoje mostra que a família e a escola
formam uma equipe, portanto é fundamental que ambas atendem, na maioria
das vezes, os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em
relação aos objetivos que se propõe alcançar, o qual visa conduzir crianças e
jovens a um futuro melhor.
Porém hoje em dia a relação família e escola vêm se desgastando
precisando se nortear, pois se pode observar certo descaso no que diz respeito
a esta relação tanto da família como dos funcionários da escola (diretores,
orientadores, professores, entre outros).
O ideal é que família e escola escolham as mesmas estratégias para
propiciar ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar
cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que
surgem na sociedade. Existem varias contribuições que tanto a família quanto
a escola podem oferecer, com o objetivo de desenvolver plenamente os
filhos/alunos respectivamente.
Este estudo tem o objetivo colaborar para a conscientização da
importância da relação Família-Escola no processo ensino-aprendizagem, a
partir de estudos bibliográficos.
A pesquisa será dividia em quatro capítulos, no primeiro foi
fundamentado o tema conceituando família, no segundo o tema é a escola. No
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terceiro se fez uma analise do tema em relação à parceria Família e escola,
mostrando o papel do professor e do orientador neste caso. No terceiro
capitulo propôs se uma solução através de estratégias de ação tanto do
professor quanto do orientador para este caso.
Com este estudo pode se perceber que a parceria da família com a
escola é de grande importância no processo ensino aprendizagem, pois a
família integrada a escola intercepta de melhor maneira as relações dentro e
fora da escola.
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CAPÍTULO I
A FAMÍLIA
Eduquem-se as crianças e não será preciso repreender os homens
Família é um grupo social, onde pessoas compartilham emoções, vivem
situações onde ocorre troca de experiências. Os membros da família na
maioria das vezes apresentam um grau de parentesco.
A família tem por objetivo contribuir para a formação da identidade uns
dos outros, ensinando sobre a igualdade, discutindo, formando alianças,
ajustando-se mutuamente os comportamentos uns cm os outros.
Identifica por funções familiares gerar afeto, proporcionar segurança,
promover o desenvolvimento da pessoa naturalmente, zelar pelo bem estar de
seus membros, entretanto a sua função primordial é a de proteger.
A vida do ser humano é construída a partir de fases, onde o papel que a
família exerce deve ser representativo em cada uma delas.
° Infância:
Na infância, a criança é dependente do adulto e a família precisa
apresentar uma educação sadia, com responsabilidade e afeto para que se
sintam seguros na formação.
“A família é a sua primeira sociedade, é nela que a criança começa e ter seus primeiros contatos com a convivência humana.” ( Charim; 2009; p.40)
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A base familiar precisa ser segura para que a criança se transforme em
um ser humano confiante e encorajado, sabendo que sempre poderá contar
com os adultos a sua volta. É primordial que o adulto esteje presente para
mediar às situações e ações das crianças, sempre que houver necessidade.
O adulto é o ponto de referencia da criança, na sua aprendizagem ele é
o seu porto seguro, portanto é muito necessário que haja a confiança da
criança no adulto.
Com a segurança adquirida a criança estará possibilitada a construir a
sua própria identidade, tendo um conjunto de experiências que irão moldar sua
personalidade e sua forma de reagir diante das diferentes situações.
Para a criança a família é um grupo significativo de pessoas que apóia.
Na unidade familiar a criança se sente segura. No nível de processo de
socialização a família assume, igualmente, um papel muito importante, já que é
ela que modela e programa o comportamento e o sentido de identidade da
criança. Ao crescerem juntas, família e criança promovem a acomodação da
família às necessidades da criança, delimitando áreas de autonomia, que a
criança experiência como separação.
A família tem também um papel essencial para criança que é o da
afetividade. Sem o afeto de um adulto, o ser humano enquanto criança não
desenvolve a sua capacidade de confiar-nos outros.
Sendo assim, a família constitui o primeiro, o mais fundamental e o mais
importante grupo social de toda a pessoa, bem como o seu quadro de
referência, estabelecido através das relações e identificações que a criança
criou durante o desenvolvimento tornando-a na matriz da identidade.
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° Adolescência e Juventude
Nesse período, os pais não estarão o tempo todo com os filhos. Isso
significa que a melhor forma de se fazerem presentes será na base familiar
que deram em casa, com ensinamentos estruturados na cumplicidade e na
confiança.
A adolescência e juventude é a base determinante para novas direções.
É um período onde é necessário tomar decisões e fazer escolhas: uma
escolha profissional, a definição de suas habilidades e despertar da
sexualidade.
Agora o jovem descobre que precisa usar o sentido de analise em tudo
o que faz.
A família espera que nesse período o jovem esteja comprometido com a
sua saúde; que preserve a sua imagem e seu bem estar e que desenvolva a
sua responsabilidade pessoal e social.
° Adulta
O homem constrói os seus alicerces que estruturam o seu bem estar,
torna-se mais consciente, já aprendeu a construir, destruir e reconstruir
processos importantes para o seu amadurecimento.
É o período das responsabilidades, das obrigações e das realizações.
Se todas as fases forem seguidas com tranqüilidades, as fases estarão
baseadas na serenidade, onde o ser humano se manterá com os pés no chão
capaz de recomeçar tudo outra vez, agora com mais sabedoria e uma vida
mais harmônica.
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1.1 – Família: os desafios de hoje
Nas últimas décadas do século XX o modelo familiar veio sofrendo
alterações profundas que acompanharam também o evoluir da sociedade
moderna. Existem diferentes questões discutidas sobre o modelo familiar.
A vida das pessoas vem sofrendo mudanças ao longo dos anos e a
estrutura familiar também está em constantes transformações, situações como
a droga, doenças, o monoparentismo, o alcoolismo ou a violência tocam, em
maior ou menor grau, todas as famílias, indiferentes a raças, credos ou classes
sociais. A grande diferença está na forma como cada família acaba por lidar
perante esse novo desafio que o destino lhe coloca.
Não existem famílias perfeitas, a perfeição está na imperfeição familiar.
Todas as famílias têm situações com as quais são forçadas a lidar no seu
cotidiano, situações essas que vêm de uma forma ou de outra, abalar a
tranqüilidade familiar. Este abalo é, em grande medida, salutar, pois uma
família é constituída por indivíduos que, apesar de partilharem fortes laços
afetivos desde o nascimento, têm identidades e personalidades distintas. É na
aceitação destas diferenças e no respeito pelas mesmas que se vai
fortalecendo o elo que nos une aos nossos familiares.
As mudanças ocorridas na sociedade têm influência direta na família, de
modo que nenhuma pode viver a ilusão de ser capaz de encontrar sua
realização sem interagir com tais mudanças.
É possível que algumas pessoas, ao refletirem sobre a família,
visualizem-na sempre composta pelo pai, a mãe e os filhos vivendo em uma
casa, o pai provendo com seu trabalho todas as necessidades da família, a
mãe, carinhosa e infatigável, apenas tomando conta da casa e da educação
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dos filhos, o casal buscando viver em harmonia, encontrando profunda
satisfação e digna recompensa no que fazem, enquanto as crianças, neste
clima de estabilidade, brincam e estudam alegres e despreocupadas. Mas a
realidade de hoje, não é bem assim.
Há muitas mulheres que necessitam criar seus filhos sem contar com a
presença e ajuda do pai, como há também casos em que a mãe pode faltar e
outra pessoa, como a avó, uma tia, vizinha, irmã mais velha ou o próprio pai
tenha de assumir a função de cuidar da casa e educar as crianças. Por vezes,
ocorre à presença de um membro dependente de álcool, drogas, ou a prática
da violência familiar, e ainda outras vezes a família enfrenta situações de
enfermidade entre seus membros, ou situações de desemprego e até miséria
extrema.
Em virtude disso, atualmente a sociedade está aprendendo a lidar com
essas diferentes situações e, assim a família precisa estar atenta para educar
os seus filhos da melhor maneira possível para que ele possa se tornar um
adulto infame em suas ações futuras.
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CAPÍTULO II
A ESCOLA
Escola é... O lugar onde se faz amigos Não se trata só de prédios, salas, quadros, Programas, horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente, Gente que trabalha, que estuda, Que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, O coordenador é gente, o professor é gente, O aluno é gente. Cada funcionário é gente. A a escola será cada vez melhor Na medida em que cada um Se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados” Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir Que não tem amizade a ninguém Nada de ser como o tijolo que forma a parede, Indiferente, frio, só. Importante na escola não é só estudar, não é só Trabalhar, E também criar laços de amizade, É criar ambiente de camaradagem, É conviver, é se “amarrar nela”! Ora, é lógico... Numa escola assim vai ser fácil Estudar, trabalhar, crescer, Fazer amigos, educar-se, Ser feliz. Autor: Paulo Freire
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2.1 – Breve histórico da Escola
A escola apresenta hoje um objetivo de transmitir culturas e, com ela,
modelos sociais de comportamentos, valores morais e socialização da criança.
Anteriormente educar era apenas viver a vida cotidiana do grupo social,
portanto não havia uma instituição especializada nessa tarefa, a própria família
ensinava dentro da sua experiência pessoal.
Na Idade Média e educação começou a ser produto da escola também.
Havia pessoas que se especializavam na arte de ensinar, transmitir saberes
em espaços específicos.
A escola se desenvolvia como uma instituição social especializada, que
atendia aos filhos das famílias de poder na sociedade.
Já no século 19 a escola começa a passar por transformações onde a
principal dela foi à tendência à universalização, ou seja, ela deveria atender a
todas as crianças da sociedade.
Esta mudança ocorreu principalmente devido ao processo de
industrialização. Outro fator também foi o fato de a família não poder mais
sozinha preparar seus filhos para o trabalho e a vida social. A escola se
tornava uma instituição especializada.
Com o passar dos anos, a classe trabalhadora que lutava pela
democratização do ensino conseguiu alcançar o direito e a escola abriu as
portas para atender a outras camadas sociais e não somente a burguesia e
aristocracia. A escola, então, se universalizou.
Esse conjunto de fatores contribuiu para que a escola adquirisse as
características que possui hoje em nossa sociedade. A escola exerce funções
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especializadas, cumpre o papel de preparar as crianças para a vida social,
estabelecendo assim uma mediação entre a criança e a sociedade.
2.2 – Definição de Escola
A escola é um sistema local de aprendizagem e de formação de todos
os intervenientes, que desenvolva estratégias e mobilize recursos no sentido
de assegurar uma formação geral a todas as crianças, que garanta o
desenvolvimento das suas capacidades, aptidões e sentido moral,
promovendo assim a realização individual conforme os valores da
solidariedade social, onde docentes e não docentes identifiquem as suas
necessidades de formação e se desenvolva estratégias para satisfazê-las
criando em todos os intervenientes na ação educativa, o gosto pelo saber e
pela constante evolução do conhecimento. A escola deve avaliar o seu
funcionamento pedagógico, para que os seus resultados sejam o ponto de
partida para novas propostas.
O sistema de ensino é responsável por programas que visem os
reforços positivos e eficazes, oportunizando a todos a assimilação dos
conteúdos e a interação com a vida escolar.
Assim, o primeiro grupo social da criança é a família que tem o objetivo
com a formação do caráter e dos valores da criança, o segundo grupo social
é a escola – a vida acadêmica, que deve se responsabilizar pela
transmissão de conhecimentos capazes de formar cidadãos comprometidos
com a vida social.
A educação é uma questão social primordial, então de nada adianta ter
escolas para todos se a educação é para poucos.
O papel social da escola é o de iniciar a formação de pessoas
emocionalmente equilibradas para o convívio social.
A escola passou a ter o papel de desenvolver a formação holística.
Formar cidadãos que pensam, tenham espírito crítico e que estejam
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preparados para o convívio social. A escola deve defender a vida sob todas as
formas de sua manifestação é o princípio não somente da família como
também de todo o processo educacional.
A escola enfrenta, além do desafio frente ao domínio do conhecimento,
em permanente mudança, também o desafio da relação com seus alunos,
sejam eles crianças pequenas ou jovens.
A escola permanece sendo um espaço de formação que deve, para
tanto, repensar a sua ação formadora, preocupando-se em formar seus
educadores para que os mesmos reúnam recursos que os permitam lidar com
os conflitos inerentes ao cotidiano escolar. É, portanto, na escola, refletindo
sobre o que há para ser ensinado às crianças sobre a metodologia que pode
tornar mais coesa a ação do conjunto docente, que a escola poderá encontrar
saídas legítimas à superação dos problemas morais e éticos que assolam o
seu dia-a-dia. Nesse sentido, sem abdicar do lugar reservado ao ensino formal,
é preciso que os espaços destinados à formação dos educadores no interior da
escola dêem, também, prioridade à reflexão político-filosófica sobre os
sentidos e possibilidades da ação educacional para que se possa recuperar ou
constituir um novo ideário para a escola.
Trata-se de uma instituição da sociedade na qual a criança atua
efetivamente como sujeito individual e social. É um espaço concreto e
fundamental para a formação de significados e para o exercício da cidadania:
na medida em que possibilita a aprendizagem de participação crítica e criativa,
contribui para formar cidadãos que atuem na articulação entre o Estado e a
sociedade civil. Este enfoque mais social do que individual, carrega objetivos
éticos, pois a escola deve ser um espaço de valorização tanto da informação,
como da formação de seus alunos, dentro de uma estrutura coletiva.
A escola como instituição busca através de seu ensino, que seus alunos
possam assumir a responsabilidade por este mundo, como diz Castro:
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“Ultrapassa os desejos individuais e esta responsabilidade só poderá advir, através do enlaçamento entre conhecimento, e ação, entre o saber e as atitudes, entre os interesses individuais e sociais. A escola como um novo modelo, irá ampliar o mundo dos alunos, convidando-os a olhar suas experiências com uma outra lente, que não a familiar, o que alterará os significados já conhecidos. A escola pública tem mais fortemente, então, a responsabilidade da apresentação de conceitos e conteúdos herdados de nossa cultura, pois muitas crianças só terão acesso a esta herança, através de sua passagem pela escola, que deve então, abrir caminhos de acesso à cultura de maneira igualitária para todos e neste sentido, lutar contra os privilégios de uma classe social. Todo educador enquanto mediador do vínculo entre aluno e a cultura, entre a escola e a família, está mergulhados e comprometidos nesta rede de interesses dos dominantes e dos dominados.”
Existem escolas que trabalham visivelmente no objetivo de reprodução
dos valores e ideologias dominantes, outras tem uma posição mais crítica, mas
todas assumem posições políticas, pois a escolha dos conteúdos a serem
ensinados, o estilo e o método deste ensino, suas regras, sua maneira de
avaliar, de receber a família etc., traduzem os objetivos das instituições,
deixando claras as opções e desvelando seus interesses mais específicos.
O desafio das escolas hoje é sair dos extremos, buscando valorizar
tanto a informação, como a formação, tanto no educador como no educando,
tanto o método como os conhecimentos acumulados, resgatando a importância
do grupo na construção de conceitos e valores.
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CAPÍTULO III
PARCERIA FAMÍLIA E ESCOLA
Atualmente há a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com
a família. A escola é uma instituição que complementa a família e juntas
tornam-se lugares agradáveis para a convivência de nossos filhos e alunos. A
escola não deveria viver sem a família e nem a família deveria viver sem a
escola. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual
seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a
sociedade.
A família e a escola formam uma equipe. É fundamental que ambas
sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em
relação aos objetivos que desejam atingir.
Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada uma deve
fazer sua parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa conduzir
crianças e jovens a um futuro melhor.
O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma
simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma
que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de
situações que surgem na sociedade.
A escola não pode viver sem a família e a família não pode viver sem a
escola, pois uma depende da outra para alcançar seu maior objetivo, que é
fazer com que o educando / filho aprenda para ter um futuro melhor e assim
construir uma sociedade mais justa e digna para se viver.
Como já se sabe a escola é uma instituição que complementa a família
e isto deve estar claro entre ambas as partes. Portanto elas precisam ser um
lugar agradável e afetivo para os alunos/filhos. Os pais e a escola devem ter
princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno. Tal parceria implica
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em colocar-se no lugar do outro, e não apenas enquanto troca de favores, mas
cooperando: supor afetos, permitir escolhas e desejos, para que a criança
desenvolva-se integralmente. Se o educando/filho não cumpre as regras da
escola porque os pais o acobertam e discordam da escola, a criança aproveita
destas divergências conquistando o que desejava.
É necessário construir uma relação entre a família e a escola que
planeje, estabeleça compromissos e acordos mínimos para que o educando/
filho tenha uma educação de qualidade tanto em casa como na escola. Assim,
constrói-se uma parceria que dá sustentação no papel da família no
desempenho escolar dos filhos e o papel da escola na construção de
personalidades autônoma.
Portanto, com o propósito de se construir nessa parceria uma
intervenção planejada e consciente, a escola deve criar espaços de reflexão e
experiências de vida numa comunidade educativa, estabelecendo acima de
tudo a aproximação entre as duas instituições (família-escola).
A relação escola-família se resume no respeito mútuo, o que significa
tornar paralelos os papéis de pais, professores, orientadores e toda a
comunidade escolar, para que os pais garantam as possibilidades de exporem
suas opiniões, ouvirem os professores sem receio de serem avaliados,
criticados, trocarem pontos de vista. O objetivo é conscientizar a escola do
papel que possui na construção dessa parceria: a intervenção pedagógica a
estas questões, deve ser no sentido de considerar a necessidade da família
vivenciar reflexões que lhes possibilitem a reconstrução da auto-estima, afim
de que se sintam primeiramente compreendidos e não acusados,
recepcionados e não rejeitados, pela instituição escola, além de que esta
última possa fazê-los sentir-se reconhecidos e fortalecidos enquanto parceiros
nesta relação.
Quando se fala em vida escolar e sociedade, não há como não citar o
mestre Paulo Freire, quando diz que:
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“A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se opção é progressista, se não se está a favor da vida e não da morte, da eqüidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não se tem outro caminho se não viver a opção que se escolheu. Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que se diz e o que se faz.”
Contudo, pensar em educação de qualidade é, é preciso ter em mente
que a família precisa estar presente na vida escolar, Ou seja, é preciso que
haja uma interação entre escola e família. Nesse sentido, escola e família
possuem uma grande tarefa, pois nelas é que se formam os primeiros grupos
sociais de uma criança.
Portanto, atualmente são poucas as escolas que podem se orgulhar de
ter uma aproximação maior com os pais, ou de realizarem algumas ações
neste sentido. É preciso ter ações que dinamizem esta relação, que se faz tão
importante na vida dos educandos/filhos.
3.1 - O papel do Professor
O professor é o grande agente do processo educacional, ele é a pessoa
que ensina o conhecimento ao outro. Ao professor cabem diversas funções,
segundo a LDB. No artigo 13 da LDB sobre a função dos professores diz que:
“Artigo 13 - Os docentes incumbir-se-ão de: I. participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
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II. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III. Zelar pela aprendizagem dos alunos; IV. Estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento; V. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI. Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. “
Nota-se que o papel do professor, segundo a LDB, está muito além da
simples transmissão de informações. Dentro do conceito de uma gestão
democrática, ele participa da elaboração da proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino, isto é, decide solidariamente com a comunidade
educativa o perfil de aluno que se quer formar os objetivos a seguir, as metas a
alcançar. E isso não apenas no tocante a sua matéria, mas toda a proposta
pedagógica.
A LDB discorre sobre a elaboração e o cumprimento do plano de
trabalho, trazendo à tona a organização do professor e a objetividade no
exercício de sua função. No tocante à aprendizagem dos alunos, fala em zelo
no sentido de acompanhamento dessa aprendizagem, que se dá de forma
heterogênea, individual. Zelar é mais do que avaliar, é preocupar-se,
comprometer-se, buscar as causas que dificultam o processo de aprendizagem
e insistir em outros mecanismos que possam recuperar os alunos que
apresentem alguma espécie de bloqueio para o aprendizado.
O professor só conseguirá fazer com que o aluno aprenda se ele próprio
continuar a aprender. A aprendizagem do aluno é, indiscutivelmente,
diretamente proporcional à capacidade de aprendizado dos professores. Essa
mudança de paradigma faz com que o professor não seja o repassador de
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conhecimento, mas orientador, aquele que zela pelo desenvolvimento das
habilidades de seus alunos. Não se admite mais um professor mal formado ou
que pare de estudar.
O artigo termina falando da colaboração do professor nas atividades de
articulação da escola, com as famílias e a comunidade. Aliás, para que o
processo de aprendizagem seja eficiente, os atores sociais precisam participar
e essa articulação é imprescindível. A parceria escola/família,
escola/comunidade é vital para o sucesso do educando. Sem ela a já difícil
compreensão do mundo por parte do aluno se torna cada vez mais complexa.
Juntas, sem denegar responsabilidades, a família, a escola, a comunidade
podem significar um avanço efetivo nesse novo conceito educacional: a
formação do cidadão.
Portanto o professor tem deve ter a atitude de criar situações para que a
família se integre na escola e para isso ele deve compreender os
determinantes da ação da família e não apenas censurar-la.
O Professor e a família devem formam uma equipe, por isso é
fundamental que eles sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a
mesma direção em relação aos objetivos que desejam atingir, mas mesmo
tendo objetivos em comum, cada uma deve fazer sua parte para que atinja o
caminho do sucesso, que visa conduzir crianças e jovens a um futuro melhor.
O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma
simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma
que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de
situações que surgem na sociedade.
Para que a convivência entre professor e família aconteça devem se
criar oportunidades, pois esta carência apenas irá afastar a família da escola
dificultando o processo de ensino aprendizagem. E sem estas oportunidades
as famílias tendem a se fechar e viverem modelos interpessoais carregados de
emoções negativas.
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Assim o professor deve superar isso e criar um ambiente coletivo e
aberto, para que se estreitem relações pelo dialogo e reconhecimento mutuo.
Entretanto não se deve depositar toda essa responsabilidade no
professor, pois ele precisa de ajuda para desenvolver estas ações. Por isso o
orientador deve estar junto para desenvolver ações integradoras junto aos
familiares.
3.2 - O papel do Orientador
O orientador é o processo organizado e permanente que existe na
escola. Ela busca a formação integral dos educandos, através de
conhecimentos científicos e métodos técnicos.
Os objetivos do Orientador, segundo Fontoura:
[“...] é exatamente o de ocupar-se com a personalidade do educando, ajudando-o a resolver seus próprios problemas psicológicos e morais, bem como a tomar uma posição ético-filosófica em face dos problemas no mundo e da sua comunidade.” (2008, p. 291).
O Orientador Educacional tem a missão de levar o aluno a identificar
dos valores intrínsecos e, a partir disto, ele estará apto a perceber e fazer suas
escolhas.
Uma das atribuições que o Orientador é identificar a filosofia
educacional da escola, para poder esclarecer esta filosofia tanto para a equipe
escolar, assim como para tentar associar forças para definir melhor o Projeto
Pedagógico da Escola, buscar mudanças para melhor atender aos alunos e
oferecer suporte para os educandos em seu desenvolvimento.
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Cabe ao Orientador buscar elementos vigentes da realidade do aluno
para discutir e refletir junto à equipe escolar (professores, diretores,
supervisores, entre outros) a fim de contribuir no processo de ensino-
aprendizagem. Nesta discussão os alunos, bem como seus pais, também
poderão participar, já que são partes do processo.
O Orientador quando leva para escola a realidade do aluno, para ser
trabalhada contextualizada com os conteúdos do currículo, contribui para a
promoção do aluno e o desenvolvimento de sua aprendizagem. Uma vez que a
Orientação Educacional não existe para padronizar os educandos nos
conceitos escolhidos como ajustados, disciplinados e responsáveis o
importante é a singularidade dentro da pluralidade, do coletivo.
As programações do serviço do Orientador devem contemplar as
famílias, já que a família é um elemento que interfere primordialmente na
educação dos indivíduos. Deste modo, ela deve ser um agente de cooperação
para a concretização dos projetos da orientação educacional.
O Orientador deve expor a todos os pais os propósitos que apresenta o
programa do serviço de Orientação Educacional, como também levar a
conhecimento dos pais que é indispensável à atuação em equipe da família-
escola diante o problema apresentado pelo educando.
Atualmente, tem-se descoberto vários desajustamentos nos educandos,
sendo que estes surgiram devido a problemas familiares. Algumas crianças
apresentam comportamentos indisciplinados para chamar atenção, por falta de
afetividade no lar, outras já manifestam comportamentos agressivos pelo fato
de os pais a tratarem com brutalidade.
Portanto, nestes casos, o Orientador deve sustentar estreitas ligações
com a família para conhecer melhor o próprio educando, bem como a família
que este pertence. Para manter laços próximos com a família, até mesmo para
conhecê-la realmente, o serviço de Orientação Educacional poderá realizar
visitas cordiais as residências dos educandos, considerados problemáticos, ou
quando as circunstâncias assim exigirem a participação da família para
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solucionar o problema, sendo que nesta ocasião o orientador deve manter um
clima de cordialidade e franqueza, a fim de que os pais possam compreender
qual o real sentido do trabalho do Orientador Educacional.
O Orientador ao elaborar seu planejamento precisa detectar quais são
as reais perspectivas da família em relação à programação que a escola e o
serviço de Orientação Educacional vão oferecer ao educando, neste sentido
devem-se levantar dados de quais as reais possibilidades de assistência e
participação dos pais na vida escolar dos filhos.
O trabalho da Orientação Educacional é árduo e de longo prazo. Ele
inicia com o diagnóstico do problema, vai para o levantamento dos dados
sobre a causa deste e, posteriormente elabora um planejamento com
alternativas de soluções levando em consideração os resultados da análise
das prioridades do nível socioeconômico e cultural da comunidade que o aluno
está inserido.
O centro de atenção máxima da escola deve ser o aluno. A escola existe
em função dele, e, portanto, para ele. A sua organização em quaisquer dos
seus aspectos, deve ter em vista a consideração do fim precípuo a que a
escola se destina: a criação de condições e de situações favoráveis ao bem
estar emocional do educando e o seu desenvolvimento em todos os sentidos:
cognitivo, psicomotor e afetivo, a fim de que o mesmo adquira habilidades,
conhecimentos e atitudes que lhe permitam fazer face às necessidades vitais e
existenciais.
Em virtude disso, o orientador de criar espaços alternativos para a
família do educando possa estar sempre dialogando e entendendo todo o
processo educativo da escola.
28
CAPÍTULO VI
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO PARA APERFEIÇOAR A
RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA
Hoje em dia, vive-se numa época em que a desintegração dos valores
são os maiores obstáculos para o ser humano. Valores como ética e cidadania
estão sendo banidas e deixadas muitas vezes de fora da formação dos
indivíduos. Nesse sentido, instituições sociais como a família e a escola não
podem deixar que isso continue a acontecer sem fazer nada para mudar a
situação. Assim, é preciso uma integração dessas duas instituições com
objetivos em comum e com pessoal responsável e metodologias adequadas
para se tentar resgatar esses valores tão importantes na formação do caráter
dos educandos.
Tradicionalmente a escola olhou para a família com certa desconfiança
e, quando não teve alternativa, apenas suportou a participação dos pais na
condição de ouvintes comportados dos relatos por eles produzidos, acerca da
trajetória disciplinar e pedagógica dos alunos. Raramente essa participação
superou os limites de ação beneficente, envolvendo-se com a parte
organizacional do projeto curricular da escola. Para a escola, a família foi e é, o
lócus de construção de moralidade, base indispensável para a garantia do
projeto moralizador e civilizacional representado pela escola.
Os estudos realizados mostraram que, quando os pais se envolvem na
educação dos filhos, eles obtêm melhor aproveitamento escolar. De todas as
variáveis estudadas, o envolvimento dos pais no processo educativo foi a que
obteve maior impacto, estando esse impacto presente em todos os grupos
sociais e culturais.
29
Muitos professores não vão além dessa prática e, muitas vezes, limitam-
se a ser os mensageiros das más notícias. Talvez, por isso muitos pais olhem
para a escola com um misto de receio e de preocupação, porque só são
chamados pelo professor quando os filhos revelam problemas de
aprendizagem ou de indisciplina. Mas há outras formas de colaboração. Por
exemplo, o apoio social e psicológico que a escola pode dar aos alunos e
respectivas famílias através dos serviços de apoio social escolar e dos serviços
de psicologia e orientação vocacional. Para muitas famílias no limiar da
pobreza, esta é a única forma de colaboração conhecida.
Nada é pior para o bem estar e desenvolvimento das crianças e dos
jovens do que a ausência de referências seguras e a privação do contato
continuado e duradouro com adultos significativos. Quando os pais, por
motivos relacionados com o mercado de trabalho e o afastamento do local de
trabalho da sua área de habitação, não dispõem de tempo para estar com os
filhos, deixando, por isso, de tomar as refeições em comum, as crianças e os
jovens são obrigados a crescerem com a ausência de referências culturais
seguras. Essa ausência de referências faz aumentar a necessidade de os
professores criarem programas que aproximem as escolas das famílias,
contribuindo para a recriação de pequenas comunidades de apoio aos alunos
que sejam uma presença forte na vida deles.
Restou para a escola a responsabilidade de estabelecer a ordem neste
caos e, como não lhe é possível reorganizar o quadro familiar, resta-lhe abrir
mais portas para tentar uma parceria educativa com os pais, de modo que
possa instituir uma nova estabilidade, que traga de volta, à escola, a
legitimidade que a crise da modernidade lhe retirou. Sem dúvida que este
estudo faz parte de uma nova etapa nas relações escola/família, em que os
papéis serão reconstituídos sob novas bases éticas, políticas e culturais.
30
A aproximação dos pais com trabalho pedagógico é um dever dos
gestores, juntamente com os professores. Esta tarefa deve ser feita com
maestria para que o melhor resultado seje atingido.
Neste sentido Martins considera que o Serviço de Orientação
Educacional deve incluir e na programação:
“a)Promoção e reuniões dos Círculos de Pais, nas quais trocam-se experiências e idéias no sentido de se encontrar um denominador comum para as formas de educar da escola e da família, para a compreensão real das problemáticas do aluno e do ambiente onde vive, alem da compreensão de suas características individuais.
b)Promoção de outras atividades sociais, recreativas e culturais que possam atrair a família à escola.
c)Envio periódico de boletins do SOE, contendo informações úteis sobre educação.
d)Atendimento individual ou em pequenos grupos visando a uma conscientização sobre a problemática dos filhos.” (1984, p. 96)
O trabalho da Orientação Educacional é árduo e de longo prazo. Ele
inicia com o diagnóstico do problema, vai para o levantamento dos dados
sobre a causa deste e, posteriormente elabora um planejamento com
alternativas de soluções levando em consideração os resultados da análise
das prioridades do nível socioeconômico e cultural da comunidade que o aluno
está inserido.
Existe muitas estratégias de ação para aperfeiçoar esta relação, como:
A Proposta pedagógica da escola deve ser de conhecimento dos pais e
seus objetivos discutidos por toda a comunidade escolar, esta proposta
31
discutida em grupo deve ser cumprida e apresentada para os pais, sempre que
necessário, sendo coerente nos procedimentos e atitudes do dia-a-dia.
Portando neste documento mais importante da escola, já devem estar
previstas as possíveis contribuições das famílias, durante o desenvolvimento
de atividades sobre profissões e brincadeiras de infância. Dessa forma, a
escola valoriza os conhecimentos da comunidade e fortalece o vínculo com
ela. No projeto político pedagógico, podem estar listadas outras ações
institucionais, como campeonatos entre pais, oficinas em que a família constrói
brinquedos, rodas em que os pais contam histórias ou escutam as lidas pelos
alunos e os eventos de finalização dos projetos desenvolvidos pelas turmas
com a presença dos pais.
A escola deve proporcionar encontros formais e informais. Receber os
pais com prazer, marcando reuniões periódicas, esclarecendo o desempenho
do aluno e principalmente exercendo o papel de orientadora mediante as
possíveis situações que possam vir a necessitar de ajuda.
A Reunião de pais deve ter uma pauta focada no processo de ensino,
pois é importante e eficaz informar sobre a aprendizagem dos alunos. A
reunião para falar mal dos estudantes e compartilhar somente problemas não
serve para nada. Os encontros devem mostrar as intenções educativas da
escola e a evolução da aprendizagem e discutir estratégias conjuntas para
melhorá-la, como por exemplo, a entrega o calendário, a apresentação das
regras da escola, uma releitura do projeto político pedagógico, informação
sobre as metas a serem atingidas. Nas outras reuniões, os pais são
convidados para ver produções dos filhos e recebem um relatório sobre os
avanços na aprendizagem.
É importante também marcar encontros em horários adequados para os
pais, respeitando sempre aos pais que trabalham fora. Marca as reuniões em
data e hora que permitam aos pais comparecer. Todos sabem que homens e
32
mulheres enfrentam duplas jornadas, dividindo o dia entre os afazeres de casa
e os profissionais. O ideal é fazer uma enquête com as famílias para saber
quais são os horários mais adequados à maioria. Informe com antecedência o
dia do encontro, assim como a pauta, o tempo de duração e os momentos
previstos para as falas de pais, gestores e professores.
A escola deve abrir as portas da escola para os pais, fazendo com que
eles se sintam à vontade para participar de atividades culturais, esportivas,
entre outras que a escola oferecer, aproximando o contato entre família-escola.
Na escola deve haver uma Organização de pais, para que se constitua
uma Associação de Pais e Mestres, esta que é uma forte aliada para fazer
uma boa escola. As Associações de Pais e Mestres são organizações da
sociedade civil que dão apoio às questões financeiras em prol das
necessidades pedagógicas e administrativas. Enquanto os conselhos têm uma
função basicamente consultiva, as Associações de Pais e Mestres constituem,
pela sua natureza jurídica, os braços executores. Elas podem receber recursos
públicos vindos de programas oficiais e têm a possibilidade de arrecadar
contribuições da comunidade. Além dos pais, elas serão mais representativas
se contarem com a presença de professores os que estão na ativa e
aposentados, alunos e ex-alunos que mantenham vínculo com a instituição e
moradores e empresários da comunidade. A participação deve ser aberta a
todos os interessados. Contudo nada impede que um convite pessoal seja feito
para aqueles que acompanham mais de perto a vida da escola. Algumas redes
estaduais e municipais têm normas que regulamentam a formação das
Associações de Pais e Mestres.
A escola, também, deve incentivar a participação da família no
conselho escolar, este que é o fórum ideal para definir rumos. É no conselho
escolar que são debatidas a aplicação dos recursos financeiros, a compra de
materiais pedagógicos e as estratégias adequadas para a superação dos mais
variados problemas relacionados com o dia a dia da instituição. Quando ele é
33
bem estruturado, ajuda o gestor a definir a personalidade da escola. Os
conselheiros passam a ser verdadeiros parceiros na tomada de decisões para
a melhoria da qualidade do ensino, tornando a gestão mais democrática.
Algumas redes têm normas que regulamentam a formação dos conselhos.
A Equipe diretiva deve apresentar a escola e os funcionários à
família, para assim recepcioná-la e integrá-la a escola. Convidar os pais para
conhecer as instalações, a equipe pedagógica e os funcionários é fundamental
para que eles se apropriem do espaço e se sintam à vontade para fazer parte
dele. Esse momento pode acontecer antes ou após a matrícula e serve para
que os gestores exponham o funcionamento e a rotina da escola e informem
sobre as atividades extra classe. Explique a finalidade de cada ambiente e a
função dos profissionais que ali trabalham, apresentando-os pelo nome.
Aproveite para compartilhar as regras de funcionamento previstas no
Regimento Escolar, que abre um canal de diálogo sobre os direitos e deveres
de cada um.
É importante, também, fazer uma entrevista com os pais e os alunos,
para conhecer com quem e para quem se trabalha. As matérias-primas de
qualquer relação humana são o interesse, a compreensão e o respeito. Para
que a escola tenha uma parceria efetiva com as famílias e direcione as ações
que favoreçam a aprendizagem, ela precisa saber quem é o seu público. O ato
da matrícula é o momento ideal para a primeira entrevista. Aborde assuntos
como a história de vida da criança e a experiência escolar anterior. Conversas
individuais com pai e mãe ao longo do ano ajudam a identificar as habilidades
dos alunos que possam ajudar professores e coordenadores a traçar as
melhores estratégias de ensino.
A Comunicação escola/família pode ser feita de varias maneiras como já
foram apresentadas.
34
Mas a escola deve dar visibilidade à produção dos alunos, valorizando
os procedimentos da aprendizagem. Ao compartilhar com a comunidade o que
as crianças fazem em sala de aula, os gestores mostram o que importa no
processo. É possível expor as produções dos alunos nos diferentes espaços
da escola e da comunidade durante o ano, de modo que todas as turmas
tenham a possibilidade de mostrar o que aprenderam. Assim, os alunos
saberão respeitar as atividades realizadas pelos colegas e os pais terão a
oportunidade de acompanhar a produção dos filhos. Portfólios, cadernos,
avaliações e trabalhos coletivos e individuais são os registros materiais que
documentam os avanços dos alunos.
Para tanto a escola deve informar a comunidade sobre o andamento da
escola, com demonstração de respeito e transparência. Ferramentas
tradicionais, como murais, bilhetes, diário dos alunos e demais comunicados
impressos, são instrumentos que servem para informar sobre o funcionamento
da escola, prestar contas, convocar reuniões e compartilhar os projetos em
andamento. Na era da informática, a criação do site da escola com espaço
para comentários dos visitantes, de listas de discussão, fóruns e blogs é um
exemplo. Os resultados de avaliações como a Prova Brasil e as feitas por
sistemas estaduais e municipais, pela importância que têm para o diagnóstico
da escola e o planejamento de ações futuras, não devem ser comunicados por
escrito. Eles merecem ações mais formais de divulgação. Para eles, convoque
uma reunião específica com pais, funcionários e equipe pedagógica da escola
para discutir os dados.
O Convívio social pode ser motivando e disponibilizando os espaços
para a realização de eventos, pois a escola é um local público para uso da
comunidade. A escola pode abrir a quadra, o pátio e até as salas de aula para
pais e vizinhos e oferecer atividades esportivas, culturais e sociais quando
esses ambientes não estiverem sendo utilizados pelos alunos, mas é preciso
que a gestão estabeleça normas claras e organize os horários adequados para
garantir a segurança dos usuários e do patrimônio, além da utilização
35
compatível com os objetivos da escola. Na medida em que atende a uma
necessidade do público por um lugar organizado para o lazer, a comunidade,
por sua vez, passa a respeitar o espaço que utiliza.
A escola pode criar uma Escola de Pais com palestras e debates, com
informações que o ajudam a educar, com especialistas em saúde, nutrição,
aprendizagem, higiene e debates sobre violência e psicologia infantil são
assuntos que interessam a todos. Debates sobre questões sociais e culturais é
uma forma de, por meio da informação e da análise, ajudando os pais a
compreender melhor os filhos e a realidade.
Os gestores podem promover visitar as famílias dos alunos em suas
residências, para assim, ampliar o olhar sobre a comunidade. Sair da escola
para conhecer o bairro, a residência e os pais dos estudantes pode ser uma
experiência e tanto para gestores e docentes. Com essa prática, eventuais
problemas de comportamento ou dificuldade em sala de aula têm mais
chances de ser compreendidos e resolvidos, e pode até melhorar a
aprendizagem e reduzir a evasão. Mas é preciso organizar um calendário e
verificar quais membros da equipe estão dispostos a participar, assim como as
famílias que aceitam receber os educadores.
Pode ser promovidas festas e comemorações como forma descontraída
de estreitar o vínculo com a família. Assim como as atividades esportivas e
culturais, as festas não devem ser as únicas oportunidades para contar com a
presença de pais e mães na escola. Contudo, elas são ótimas chances para
criar uma relação mais próxima e conversar sobre os filhos. Mas as festas não
podem desrespeitar a liberdade religiosa das famílias nem ter participação
obrigatória.
É de extrema importância que a escola mantenha professores e
recursos atualizados, propiciando uma boa administração de forma que
ofereça um ensino de qualidade para seus alunos.
36
Entretanto como essas ações a equipe escolar pode observar e
conhecer melhor os seus alunos, como também estabelecer critérios
educativos comuns, oferecendo modelos de intervenção e relação com as
crianças, propondo, também níveis de participação dos pais na escola e assim
enriquecendo a relação com os pais por meio da integração com toda a equipe
escolar.
A família, também, precisa por sua vez valorizar o contato com a escola,
principalmente nas reuniões e entrega de resultados, podendo se informar das
dificuldades apresentadas pelo seu filho, bem como seu desempenho.
Além disso, a família deve dialogar com o filho o conteúdo que está
vivenciando na escola; cumprir as regras estabelecidas pela escola de forma
consciente e espontânea; deixar o filho a resolver por si só determinados
problemas que venham a surgir no ambiente escolar, em especial na questão
de socialização.
A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o
sucesso da educação de todo indivíduo. Portanto, pais e educadores
necessitam ser grandes e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da
formação educacional do ser humano.
37
CONCLUSÃO
Dentro do contexto da pesquisa apresentada, a qual questiona de que
forma a relação família-escola pode contribuir para a construção da identidade,
da autonomia e cidadania do aluno, foram desenvolvidas algumas
considerações finais.
É possível compreender, diante da proximidade da família e da escola
que, as características e particularidades marcam a trajetória de cada família e
conseqüentemente, do educando a quem se destina. Tais informações são
dados preciosos para que se possa avaliar o êxito de ações enquanto
orientadores, identificar demandas e construir propostas educacionais
compatíveis com a nossa realidade.
Pode-se notar que a família é uma instituição social que interfere
diretamente no desenvolvimento das crianças na escola. Isso esta
explicitamente visível, já que a família é que constitui a base de toda educação
e transformação das relações que envolvem o homem no contexto social.
No que se refere à estrutura e funcionamento da família, esta sofreu
uma gama de alterações provenientes de mudanças econômicas e sócias
ocorridas durante todo percurso histórico.
Sobre a escola pode-se considerar que é responsável pelo processo de
educação formal, baseada em um determinado contexto social e econômico,
onde visa à propagação de conhecimentos culturais, valores morais, normas,
conduta, maneiras de agir e pensar dentro da sociedade.
O objetivo mais relevante desta proposta é conscientizar a escola do
papel que possui na construção dessa parceria: a intervenção pedagógica a
estas questões, deve ser no sentido de considerar a necessidade da família
38
vivenciar reflexões que lhes possibilitem a reconstrução da auto-estima, afim
de que se sintam primeiramente compreendidos e não acusados,
recepcionados e não rejeitados, pela instituição escola, além de que esta
última possa fazê-los sentir-se reconhecidos e fortalecidos enquanto parceiros
nesta relação. Pois,
“... se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem senão educados, ao menos informados e mesmo formados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos”. (Piaget, 1972/2000, p.50)
A fim de manter uma relação harmoniosa e alcançar resultados
educacionais rentável, faz-se necessário uma parceria entre a instituição
escolar e a instituição familiar, onde os dois lados precisam estar visando os
mesmos ideais, onde isso evita de tal formar uma controvérsia no que se
refere aos conceitos trabalhados na escola e os ensinamentos que o aluno
adquire no meio familiar.
Participar implica em ouvir e expor a opinião própria, sobretudo, trata-se
da possibilidade de uma ação coletivamente construída por todas as partes
envolvidas no processo ensino aprendizagem, e compartilhar eqüitativamente
de cada etapa do processo educacional resguardada as particularidades dos
sujeitos envolvidos. Ao invés da família ser chamada ou convocada na escola
apenas quando as coisas não andam bem, quando as notas estão baixas, ou
quando se precisa de uma ajuda pontual; ela deve ser vista de forma
participativa, uma co-autora do processo educativo escolar e,
conseqüentemente, se envolver mais diretamente na concretização do mesmo.
Nesse sentido, conclui-se que uma escola de qualidade deve ser o
objetivo de qualquer gestor comprometido, portanto este dever perseguir os
objetivos propostos, refletindo em uma efetividade social e, para tanto, a
escola deve ter claro o que quer estruturar e programar o melhor possível para
seus alunos.
39
A orientação educacional por sua vez, existe na escola a fim de dar
suporte em todo desenvolvimento integral do educando e sua aprendizagem.
O trabalho dos orientadores subsidia e depende ao mesmo tempo da
colaboração e participação de professores, aluno, e pais a fim de alcançar o
melhor desenvolvimento de suas ações.
Finalmente no que condiz às ações que orientadores educacionais
desenvolvem para a aproximação família e escola, pode-se considerar que é
uma tarefa realizada em longo prazo, aonde vai desde a identificação e
compreensão das características individuais dos alunos até a promoção de
atividades que atrai a família para o contexto escolar.
Desta forma, respondendo a questão mencionada, observa-se que a
relação família-escola é de extrema importância na construção da identidade e
autonomia do aluno, a partir do momento em que o acompanhamento desta,
durante o processo educacional, leva a aquisição de segurança por parte dos
filhos, que se sentem duplamente amparados, ora pelo professor ora pelos
pais, o que irá incorrer no favorecimento do processo ensino aprendizagem.
40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CHARIM, Albertina de Matos. Família e Escola, a arte de aprender para
ensinar. Rio de Janeiro; WakEd; 2009.
MINUCHIN, Salvador – Famílias: Funcionamento & Tratamento. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1990.
SARACENO, Chiara – Sociologia da Família, Lisboa: Estampa, 1997.
STANHOPE, Marcia – Teorias e Desenvolvimento Familiar. In STANHOPE,
Marcia ; LANCASTER, Jeanette – Enfermagem Comunitária: Promoção de
Saúde de Grupos, Famílias e Indivíduos. 1.ª ed. Lisboa : Lusociência, 1999.
CAMPOS, Jacira Calasãs, CARVALHO, Hilza A. Psicologia do
desenvolvimento: influência da família. São Paulo: EDICON, 1983.
CASTRO, Edmilson de. Família e Escola: O caos Institucional e a crise da
modernidade.
NÉRICI, Imídeo G. Lar, escola e educação. São Paulo: Atlas, 1972.
GRISPUN, Mirian P. S. Z. Orientação Educacional: Conflitos de paradigmas e
alternativas para a escola. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.
41
GARCIA, Regina Leite (org). Orientação Educacional o trabalho na escola. 3.
ed. São Paulo: Loyola, 1994.
GARCIA, Regina Leite (org). O Fazer e o Pensar dos Supervisores e
Orientadores Educacionais. 6. ed. São Paulo: Loyola, 1994.
FONTOURA, Amaral. Introdução a Sociologia. 5. ed. Porto Alegre: Globo,
1970.
MARTINS, José do Prado. Princípios e Métodos da Orientação Educacional. 2.
ed. São Paulo; Atlas, 1984.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. 11.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
PIAGET, J. Para onde vai a educação. José Olympio ed. 15a
edição. Rio de
Janeiro, 1972/2000.
42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Família 10
1.1 – Família: os desafios de hoje 13
CAPÍTULO II
A Escola 15
2.1 – Breve histórico da escola 16
2.2 – Definição de escola 17
CAPÍTULO III
Parceria Família e Escola 20
3.1 – O Papel do Professor 22
1.2 – O Papel do Orientador 25
CAPÍTULO VI
Estratégias de ação para aperfeiçoar a relação 28
Família e Escola
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40
ÍNDICE 42
43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: