UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL
Análise do Método do Programa
QualityCoast: Estudo de Caso no Município de
Balneário Camboriú, SC
Rodrigo Xavier Sciorilli Camacho
Itajaí, 01 de Fevereiro de 2010
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL
Análise do Método do Programa
QualityCoast: Estudo de Caso no Município de
Balneário Camboriú, SC
Rodrigo Xavier Sciorilli Camacho
Dissertação apresentada à Universidade
do Vale do Itajaí, como parte dos requisitos
para obtenção do grau de Mestre em Ciência e
Tecnologia Ambiental.
Orientador: Marcus Polette
Itajaí, 01 de Fevereiro de 2010
ii
AGRADECIMENTOS
Aos meus familiares que, sempre me apoiaram nos momentos que precisei. Giovana,
Sara, Gracia, Francisco, Renata e Pedro e família Varassin;
Ao meu Orientador e Amigo, Marcus Polette, por tudo que vem fazendo por mim ao
longo destes anos;
Aos membros da banca examinadora, Dra. Rosemeri Carvalho Marenzi, e Dr. Paulo
dos Santos Pires, pela colaboração;
À EUCC – The Coastal e Marine Union, em especial à pessoa de Maria Ferreira;
À Universidade Nova de Lisboa, em especial à pessoa de José Carlos Ferreira;
À Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em especial à pessoa de
Francisco Taveira Pinto e Fernando Veloso Gomes;
Aos docentes do Programa de Mestrado em Ciência e Técnologia Ambiental;
À todos os amigos verdadeiros, que próximos ou distantes sempre me acompanharam
nesta caminhada; e
À Deus, o criador, à Vida, e ao Surf, este esporte maravilhoso.
iii
SUMÁRIO
SUMÁRIO .................................................................................................................. III
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. V
LISTA DE QUADROS............................................................................................. VII
LISTA DE ABREVIAÇÕES .................................................................................. VIII
RESUMO...................................................................................................................... X
ABSTRACT ................................................................................................................ XI
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
2. ÁREA DE ESTUDO............................................................................................. 4
2.1 O MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ .............................................................. 4
2.1.1 Histórico ........................................................................................................ 5
2.1.2 Características da Paisagem ......................................................................... 6
2.1.3 Dinâmica Populacional ................................................................................. 7
2.1.4 Aspectos Econômicos .................................................................................... 9
2.1.5 Os recursos turísticos / atrações na costa de Balneário Camboriú ............ 10
3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 17
3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 17
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 17
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 18
4.1 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS .............................................................................. 18
4.1.1 A Certificação ISO 14001 ........................................................................... 19
4.1.2 O Programa Bandeira Azul ......................................................................... 20
4.1.3 O Programa QualityCoast .......................................................................... 20
5. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 45
5.1 ANÁLISE DO MÉTODO DO PROGRAMA QUALITYCOAST EUROPEU ........................ 46
5.2 ANÁLISE DOS CRITÉRIOS E ESTRUTURAÇÃO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO
QUALITYCOAST NO BRASIL .................................................................................................. 46
iv
5.3 ANÁLISE DA PONTUAÇÃO POR MEIO DO ESTUDO DE CASO .................................... 46
5.4 ANÁLISE DO MÉTODO .......................................................................................... 48
6. RESULTADOS ................................................................................................... 49
6.1 ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E DAS ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO
DO PROGRAMA QUALITYCOAST NO BRASIL .......................................................................... 49
6.2 AVALIAÇÃO DA PONTUAÇÃO DO PROGRAMA QUALITYCOAST EM BALNEÁRIO
CAMBORIÚ ............................................................................................................................ 53
6.2.1 Natureza ...................................................................................................... 53
6.2.2 Meio Ambiente ............................................................................................. 62
6.2.3 Sociocultural................................................................................................ 74
6.2.4 Síntese da avaliação da pontuação do município de Balneário Camboriú 83
6.3 AVALIAÇÃO DO MÉTODO DO PROGRAMA QUALITYCOAST ................................. 87
7. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 89
8. CONCLUSÕES .................................................................................................. 92
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 93
ANEXOS ................................................................................................................... 101
APÊNDICES ............................................................................................................. 111
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Localização do município de Balneário Camboriú. ........................................ 5
Figura 2: Sinopse comparativa do movimento estimado de turistas para os anos de
2007, 2008 e 2009, em Balneário Camboriú, SC. Fonte: Santur, 2009. .................................... 8
Figura 3: Projeção populacional do Município de Balneário Camboriú (SC) no período
de 2009 a 2030. Fonte: IBGE, 2000. .......................................................................................... 9
Figura 4: Vista geral da praia do Buraco, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor,
2005. ......................................................................................................................................... 11
Figura 5: Vista geral da praia Central, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2006.
.................................................................................................................................................. 11
Figura 6: Vista geral da praia de Taquaras, Balneário Camboriú – SC. Fonte: O autor,
2005. ......................................................................................................................................... 12
Figura 7: Vista aérea da praia do Pinho, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor,
2005. ......................................................................................................................................... 13
Figura 8: Vista geral do morro do Careca, Balneário Camboriú. Fonte: O autor, 2009.
.................................................................................................................................................. 14
Figura 9: Monumento Cascata das Sereias, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor,
2010. ......................................................................................................................................... 15
Figura 10: Monumento Marambaia, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010. 15
Figura 11: Monumento Esculturas no Início da Avenida Atlântica - Pontal Norte.
Fonte: O autor, 2010. ................................................................................................................ 16
Figura 12: Escultura na barra Sul, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010. ... 16
Figura 13: A Bandeira QualityCoast. Fonte: EUCC, 2009a. ....................................... 21
Figura 14: Vista geral da ria de Aveiro. Fonte: O autor. .............................................. 41
Figura 15: Vista geral do farol de Noordwijk, Holanda. Fonte: EUCC, 2009b. .......... 43
Figura 16: Fluxograma da metodologia do trabalho. Fonte: O autor. .......................... 45
Figura 17: Divisão do município em oito áreas, para análise de locais tranquilos.
Fonte: Balneário Camboriú 2009a, adaptado pelo autor. ......................................................... 47
Figura 18: Diagrama da trajetória do Programa QualityCoast. Fonte: LEEMANS,
2007, adaptado pelo autor. ....................................................................................................... 51
Figura 19: Vista geral do Parque Natural Municipal Raimundo Malta, Balneário
Camboriú. Fonte: O autor. ........................................................................................................ 54
vi
Figura 20: Vista geral da passarela do pontal Norte, Balneário Camboriú. Fonte: O
autor. ......................................................................................................................................... 56
Figura 21: Vista geral da praia de taquarinhas, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O
autor. ......................................................................................................................................... 61
Figura 22: Permanência dos turistas nos meios de hospedagem, em dias. Fonte:
SANTUR, 2009. ....................................................................................................................... 63
Figura 23: Vista geral do molhe da barra Sul, praia Central - Balneário Camboriú.
Fonte: O autor. .......................................................................................................................... 73
Figura 24: Vista geral da Igreja Santo Amaro, Balneário Camboriú. Fonte: Raimundo
Arossi. ...................................................................................................................................... 75
Figura 25: Resultado das entrevistas quanto à satisfação turística no município de
Balneário Camboriú, SC. Fonte: SANTUR, 2006. .................................................................. 81
Figura 26: Vista geral de placa informativa referente a regras de segurança no mar, no
posto salva-vidas da praia Central, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor. ........................ 83
Figura 27: Divisão do município em três áreas distintas. Fonte: Balneário Camboriú,
2009. Adaptado pelo Autor. ..................................................................................................... 84
Figura 28: Vista geral da sede da praia dos Amores, local tranquilo, no município de
Balneário Camboriú. Fonte: O autor. ....................................................................................... 86
Figura 29: Vista geral do canal da Barra e seus barcos de pesca artesanal, Balneário
Camboriú. Fonte: O autor. ........................................................................................................ 87
vii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Caracterização demográfica do município de Balneário Camboriú. ............. 7
Quadro 2: Os critérios QualityCoast. ........................................................................... 22
Quadro 3: Parâmetros Microbiológicos a monitorar e níveis de qualidade. ................ 31
Quadro 4: Parâmetros Microbiológicos a monitorar e níveis de qualidade. ................ 31
Quadro 5: Classificação do município de Aveiro quanto aos critérios QualityCoast. . 42
Quadro 6: Classificação do município de Noordwijk quanto aos critérios QualityCoast.
.................................................................................................................................................. 44
Quadro 7: Adaptação para o Brasil do Programa QualityCoast, em relação aos temas.
.................................................................................................................................................. 50
Quadro 8: Análise dos indicadores para o critério Valores Naturais. .......................... 53
Quadro 9: Análise dos indicadores para o critério informação sobre a natureza. ........ 55
Quadro 10: Análise dos indicadores para o critério Contato com a Natureza. ............. 57
Quadro 11: Análise dos indicadores do critério Políticas Verdes. ............................... 59
Quadro 12: Análise dos indicadores do critério Paisagem. .......................................... 60
Quadro 13: Análise dos indicadores do critério Locais tranqüilos. .............................. 61
Quadro 14: Análise dos indicadores do critério Pressão Turística. .............................. 62
Quadro 15: Análise dos indicadores do critério Envolvimento Comercial. ................. 64
Quadro 16: Análise dos indicadores do critério Balneabilidade. ................................. 65
Quadro 17: Relatório de análise, mês de referência: setembro de 2009. ..................... 66
Quadro 18: Análise dos indicadores do critério Gestão de Águas. .............................. 67
Quadro 19: Análise dos indicadores do critério Mobilidade Sustentável. ................... 68
Quadro 20: Análise dos indicadores do critério Resíduos e Reciclagem. .................... 70
Quadro 21: Análise dos indicadores do critério Resposta às Alterações Climáticas. .. 72
Quadro 22: Análise dos indicadores do critério identidade Cultural e Local. .............. 76
Quadro 23: Análise dos indicadores do critério Lazer e Recreação. ............................ 77
Quadro 24: Análise dos indicadores do critério Participação da Comunidade. ........... 79
Quadro 25: Análise dos indicadores do critério satisfação turística. ............................ 81
Quadro 26: Análise dos indicadores do critério segurança. ......................................... 82
Quadro 27: Síntese da classificação do município de Balneário Camboriú, quanto ao
Programa QualityCoast. ........................................................................................................... 84
viii
LISTA DE ABREVIAÇÕES
Ambiental Saneamento e Concessões Ltda - CONEVILLE
Área de Proteção Ambiental - APA
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT
Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí - AMFRI
Coastal Practice Network (CoPraNet)
Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Balneário Camboriú - COMPUR
Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente – CONDEMA
Conselho Municipal de Turismo de Balneário Camboriú (Comtur)
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA
Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú – EMASA
Fundação Cultural de Balneário Camboriú – FCBC
Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina - FATMA
Gerenciamento Costeiro do Estado de Santa Catarina – GERCO/SC
Instituto Canário de Ciências Marinhas – ICCM
Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental – IDEIA
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN
Instituto Nacional de Pesquisas Hidrográficas - INPH
International Standardization Organization – ISO
Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT
Organização das Nações Unidas, para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO
Organização Mundial do Turismo – OMT
Organização Não Governamental – ONG
Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA
Programa de Condições de Meio Ambiente e Trabalho - PCMAT
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA
Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – RBMA
Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN
Santa Catarina Turismo S/A - SANTUR
ix
Sindicato da Indústria da Construção Civil em Balneário Camboriú - SINDUSCON
Sistema de Gerenciamento de Patrimônio Arqueológico – SGPA
Sistema de Gestão Ambiental - SGA
Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC
The Coastal & Marine Union – EUCC
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
x
RESUMO
Balneário Camboriú tem como atividade principal, o turístico de Sol e Praia, sendo que este é
muitas vezes sazonal e massivo, contribuindo, em muitos casos, para a perda de qualidade
ambiental e o enfraquecimento de destinos turísticos significativos para a geração de renda e
emprego. O município ainda sofre um violento processo de urbanização e verticalização
imobiliária, saturação do tráfego urbano e rodoviário, ocupação acima dos limites da
capacidade de suporte da praia, sombreamento do espaço praial, pressão imobiliária nas
encostas com o surgimento de assentamentos irregulares, e falta de saneamento em alguns
bairros. Programas de certificação ambiental podem auxiliar num processo de gestão costeira
integrada, visando minimizar os conflitos socioeconomicos, culturais, ambientais e políticos,
como exemplo, o Programa QualityCoast. Este é um programa de certificação para
municípios costeiros, que pretende estabelecer uma rede mundial de comunidades costeiras
que partilhem os mesmos valores e práticas de desenvolvimento sustentável. O presente
trabalho busca analisar o método do Programa QualityCoast, tendo como base o município de
Balneário Camboriú. A metodologia utilizada consiste na aplicação do método QualityCoast
integrada a uma análise qualitativa e quantitativa a fim de estabelecer critérios e indicadores
ao Programa, para os temas Natureza, Meio Ambiente e Socioeconomia. O resultado obtido
demonstra que o Programa QualityCoast deve ainda ser repensado quanto aos seus critérios
para que possa ser aplicado no Brasil, visto que as legislações européias são mais rigorosas e a
administração pública possui mais recursos para ações de melhoria contínua. O trabalho
contribuiu para a validação do método QualityCoast, no Brasil, onde foi possível realizar uma
quantificação mais direta dos indicadores dos critérios apresentados, por meio de uma
adaptação do método. Sendo assim, foi possível diagnosticar o município de Balneário
Camboriú, verificando os pontos fortes do município em relação aos critérios do Programa, e
ainda sugerir melhorias, para os critérios não tiveram um bom desempenho.
xi
ABSTRACT
Balneario Camboriu is primarily engaged in the tourist resort of sun and sand, and this is
often seasonal and massive, contributing, in many cases, the loss of environmental quality and
the weakening of destinations for significant income generation and employment. The city
still suffers a violent process of urbanization and vertical housing, traffic congestion and
urban road occupation above the limits of carrying capacity of the beach, Beach Grass shader
space, real pressure on the slopes with the emergence of squatter settlements and lack of
sanitation in some neighborhoods. Programs of environmental certification can help in the
process of integrated coastal management, in order to minimize conflict socio-economic,
cultural, environmental and political. We as an example, the program QualityCoast. This is a
certification program for coastal municipalities, which aims to establish a global network of
coastal communities that share the same values and practices of sustainable development.
This study sought to determine the method of QualityCoast Program based on the city of
Balneario Camboriu. The methodology is based on the method QualityCoast an integrated
qualitative and quantitative analysis to establish criteria and indicators for the Program, based
on the themes Nature, Environment and Socio-Economics. The result shows that the Program
QualityCoast must also be rethought as its criteria for who can be implemented in Brazil since
the European laws are stricter and the government has more resources for continuous
improvement actions. The work contributed to the validation of the method QualityCoast in
Brazil, where it was possible to quantify a more direct indicator of the criteria, through an
adaptation of the method. Thus, we could diagnose the city of Balneário Camboriú, noting the
strengths of the council in relation to the criteria of the program, and also suggest
improvements to the criteria have not performed well.
1
1. INTRODUÇÃO
A região costeira brasileira possui 8.500 km de extensão, sendo o turismo uma das
atividades com maior índice de crescimento na última década. De modo geral, o movimento
turístico de Sol e Praia é muitas vezes sazonal e massivo, o que explica as usuais deficiências
de infra-estrutura urbana e de serviços, contribuindo, em muitos casos, para a perda de
qualidade ambiental e o enfraquecimento de destinos turísticos significativos para a geração
de renda e emprego (BRASIL, 2008b).
Os aspectos naturais, ambientais e socioeconomicos sofrem com a pressão que os
setores econômicos exercem sobre os municípios costeiros com potencial turístico, gerando
muitas vezes perda de valores naturais, culturais e históricos, impactos negativos sobre a
qualidade das águas para recreação e abastecimento humano, gestão inadequada de resíduos
sólidos, entre outros (EUCC, 2009b).
Buscando atualizar a gestão costeira no Brasil, é evidente que o Programa Nacional de
Gerenciamento Costeiro - PNGC busca ordenar a zona costeira brasileira tendo como foco as
escalas da União, dos Estados e Municípios. POLETTE (2005) sugere que os municípios
costeiros brasileiros estão distantes da aplicação dos Planos Municipais de Gerenciamento
Costeiro, instrumento este fundamental para ordenar os municípios em escala local.
O município de Balneário Camboriú, objeto do estudo de caso do presente trabalho,
sofre um violento processo de urbanização e verticalização imobiliária, saturação do tráfego
urbano e rodoviário, ocupação acima dos limites da capacidade de suporte da praia,
sombreamento do espaço praial, pressão imobiliária nas encostas com o surgimento de
assentamentos irregulares, e falta de saneamento em alguns bairros (AMFRI, 1999).
Tais problemas levam mudanças do estado do ambiente ao longo do tempo. Deste
modo, são necessárias respostas para permitir um desenvolvimento mais apropriado nesta
porção territorial.
No município existe uma proposta de incremento da faixa de areia da praia Central, no
entanto esta pode acelerar ainda mais os processos de urbanização e especulação imobiliária
no município. Existem ainda propostas de implementação de Unidades de Conservação, que
buscam compatibilizar o desenvolvimento e a conservação, sendo estas iniciativas muito
positivas.
2
Dentro deste contexto a certificação ambiental pode ser um caminho. No Brasil,
Prefeituras Municipais implementam a gestão de qualidade, por meio do certificado ISO
9001, buscando promover a melhoria dos processos internos, elevar o nível de satisfação dos
contribuintes, colaboradores e parceiros (VOLK, 2008), no entanto, este sistema ainda é
deficitário quanto à categoria ambiental.
No caso de municípios costeiros com potencial turístico, Programas de certificação
ambiental podem auxiliar num processo de gestão costeira integrada, visando minimizar os
conflitos socioeconomicos, culturais, ambientais e políticos. Temos como exemplo, o
Programa QualityCoast, idealizado pela The Coastal & Marine Union – EUCC. Este pode
servir como base para um processo de gestão de municípios costeiros, visto que, para as áreas
costeiras as certificações ambientais atualmente são mais utilizadas para ambientes
específicos, ou ainda para a infra-estrutura (marinas, resorts).
O Programa QualityCoast é um programa de certificação para municípios costeiros, e
pretende estabelecer uma rede mundial de comunidades costeiras que partilhem os mesmos
valores e práticas de desenvolvimento sustentável, integrando as suas riquezas naturais,
sociais e culturais, e ainda mantendo elevados níveis de qualidade turística (ARHTEJO,
2009).
Tal Programa atualmente é aplicado nos municípios costeiros de Noto (Silicia), na
Itália; Kouklia, no Chipre; Cálvia (Majorca) e Fuerteventura (Ilhas Canárias), na Espanha;
Aveiro e Torres Vedras, em Portugal; e Ameland, Goedereede, Katwijk, Noordwijk,
Shouwen-Duiveland e Zandvoort, na Holanda (EUCC, 2009).
O Programa de certificação ambiental QualityCoast busca fornecer medidas para
garantir um certo grau de ordenamento territorial por meio de critérios de avaliação, que
refletem a qualidade ambiental e a qualidade de vida das comunidades costeiras (EUCC,
2009a). A certificação apresentada é ideal neste contexto, pois pode se inserir em uma
proposta que busca compatibilizar os instrumentos da política pública com a certificação
ambiental.
A aplicação do Programa nestes municípios foi realizada por meio de uma análise,
com os temas: Natureza, meio ambiente e socioeconomia, divididos em 20 critérios. Para cada
um destes critérios foram estabelecidos indicadores que permitiram uma avaliação, por meio
de uma atribuição de nota de um a cinco. Desta forma, foi possível qualificar os municípios,
através do método QualityCoast.
3
O presente trabalho busca analisar o método do Programa QualityCoast, tendo como
base o município de Balneário Camboriú. Este trabalho busca, ainda, interpretar a estrutura,
os critérios e o regulamento do Programa QualityCoast; assim como analisar os critérios de
enquadramento do Programa, por meio do estudo de caso, em Balneário Camboriú.
O Programa QualityCoast auxilia na construção de um diagnóstico da realidade atual
buscando oferecer uma opção inicial rumo a melhoria contínua da qualidade ambiental do
município. O Programa apresenta critérios ambientais que quando cumpridos, podem auxiliar
na satisfação das necessidades e desejos de um indivíduo e sociedade.
Este Programa pode, ainda, melhorar a qualidade de vida das populações fixas e
flutuantes ou, ainda, auxiliar no atendimento de um grau de satisfação das necessidades
materiais e espirituais de um indivíduo na sociedade. O conceito refere-se, principalmente,
aos aspectos de bem-estar social que podem ser instrumentalizados mediante o
desenvolvimento das infra-estruturas e dos equipamentos dos centros de população, isto é, dos
suportes materiais do bem-estar.
4
2. ÁREA DE ESTUDO
A Zona Costeira do Estado de Santa Catarina:
O Estado de Santa Catarina, localizado no Sul do Brasil, possui 561,4 km de linha de
costa, sendo que sua zona costeira possui 37.206 km2 de área, constituída por 131 municípios
distribuídos por sete bacias hidrográficas, que drenam diretamente para o oceano Atlântico.
Possui sistemas de drenagem definidos, quase sempre pela presença de rios de grande
magnitude (Itajaí-Açu, Itapocu, Tijucas, Tubarão, entre outros), onde ocorrem os maiores
assentamentos humanos, como é o caso das cidades de Joinville, São Francisco do Sul,
Blumenau, Itajaí, São José, Florianópolis, Tubarão, entre outras (SANTA CATARINA,
2005).
O litoral catarinense por sua vez intensificou o seu processo de ocupação a partir da
década de 1970, com a implantação e pavimentação da BR 101, tal estrada acompanha a linha
da costa. Destaca-se a partir deste período a intensificação e proliferação de empreendimentos
imobiliários nos municípios costeiros, mais especificamente nos seus balneários,
desencadeando inclusive, um processo de proliferação de lotes urbanos nas terras litorâneas,
ocasionando perdas significativas da sua beleza paisagística e comprometimento de sua
qualidade ambiental (AMFRI, 1999).
Os Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu:
A região que compõem a AMFRI – Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí
possui uma área total de 1.531 km². A região conta com um dos mais importantes aeródromos
do Estado, localizado no município de Navegantes. Itajaí por sua vez destaca-se como centro
regional, principalmente, pela função específica de mais importante centro portuário do
Estado. Balneário Camboriú, Itapema, Piçarras, Penha, Porto Belo e Bombinhas, importantes
balneários, foram instituídos como locais de interesse turístico nacional na orla marítima, pela
Lei 6.513/77. Enquanto Camboriú, Ilhota e Luis Alves são caracterizados na região por sua
produção agrícola (AMFRI, op. cit.).
2.1 O Município de Balneário Camboriú
O município de Balneário Camboriú pertence ao litoral Centro-Norte de Santa
Catarina (Figura 1).
5
Figura 1: Localização do município de Balneário Camboriú.
2.1.1 Histórico
De acordo com o acervo do arquivo histórico de Balneário Camboriú, muitas versões
são apresentadas para a origem do nome “Camboriú”, porém a mais conhecida tem origem na
língua portuguesa, onde “camba” significa curva, ficando então representado, local onde
“camba o rio”. A outra versão do significado do nome vem de origem Tupi, onde “Cambori”
significa robalo (peixe comum no local) e o sufixo “u” criadouro, representando então
“Criadouro de Robalo” (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, [19-]).
De acordo com (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2004) a história do município começa,
aproximadamente, há 3.000 anos, com os primeiros habitantes da praia de Laranjeiras: Os
índios Carijós (Tupys Guaranis), como comprovam os fósseis encontrados nesta praia, na
década de 1970. O povoamento da região iniciou em 1826, por Baltazar Pinto Corrêa, de
origem açoriana, iniciando a colonização a partir do atual bairro da Barra.
6
Anos depois vieram os alemães atraídos pelo clima e pelo solo fértil, formando assim
em 1840, uma pequena aldeia denominada Arraial de Bom Sucesso, que pertencia a Porto
Belo. Em 1860 o Arraial passa a ser chamado de Freguesia de Nossa Senhora do bom
Sucesso, em decorrência da construção da Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Neste
ano, passa a pertencer a Itajaí e se torna sede da Vila dos Garcia (BALNEÁRIO
CAMBORIÚ, 2006b).
A criação do município de Camboriú ocorreu em 1884. Neste momento, a Freguesia
passa a pertencer a Camboriú, sendo conhecida como “Barra do Camboriú” (REBELO, 1997).
Em 1894 foi criado o Distrito de Paz da Barra, de Camboriú. A criação do Distrito da Praia de
Camboriú ocorreu em 1959, tendo como sede o bairro da Barra (CORRÊA, 1985).
Ao longo da década de 1960, o Distrito da Praia de Camboriú tornou-se um dos pólos
turísticos mais importantes de Santa Catarina, e neste movimento de progresso, no dia oito de
abril de 1964 é sancionada a lei que cria o município de Balneário Camboriú. Logo após, o
Governador do Estado, Celso Ramos, fixa a data de 20 de julho de 1964 para a instalação do
município (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2006a).
2.1.2 Características da Paisagem
A seguir serão apresentadas brevemente, algumas características da paisagem do
município de Balneário Camboriú. Esta apresentação será quanto aos aspectos hidrográficos,
climáticos, florísticos e faunísticos do município.
2.1.2.1 Hidrografia
Balneário Camboriú é banhado pelo rio Camboriú e seu afluente: Rio Peroba. O rio
Camboriú possui uma extensão de 40 km, no entanto apenas dois quilômetros banham o
município (CORRÊA, 1985).
2.1.2.2 Clima
O clima é temperado, sendo que de janeiro a abril são os meses com maior
predominância solar. Nos meses de verão a temperatura pode atingir 40°C, sendo que a média
anual é de 18 – 20°C (GAPLAN, 1986, apud. SANTA CATARINA, 2005). A precipitação
pluviométrica anual é de 900 mm, sendo que de junho a agosto a maior precipitação de
7
chuvas, o que faz do inverno um clima ameno, com água do mar em suave temperatura
(CORRÊA, 1985).
2.1.2.3 Flora e Fauna
A vegetação que ocupa estes ambientes pode ser discriminada em função das
características fisiográficas e da influência do Oceano Atlântico, contendo vegetação
constituída de Floresta Ombrófila Densa e de Áreas de Formações Pioneiras (MARENZI,
2004). Cabe destacar, ainda, que estes locais compatibilizem também com a existência de
espécies de fauna que vivem nestes ambientes.
2.1.3 Dinâmica Populacional
A dinâmica populacional será apresentada, por meio da análise da distribuição espacial
da população, bem como da caracterização demográfica, e ainda da evolução da população
para o município de Balneário Camboriú.
2.1.3.1 Distribuição Espacial da População
Balneário Camboriú possui uma área de 46 km², e uma população de 102.081
habitantes (IBGE, 2010), sendo que no ano de 2000, 100% destes residiam em áreas urbanas
(Quadro 1).
Quadro 1: Caracterização demográfica do município de Balneário Camboriú.
Município
Densidade
Demográfica,
2010 (hab/km²)
Pop. Total,
1991 (hab)
Pop. Total,
2000 (hab)
Pop.
Urbana,
1991 (hab)
Pop.
Urbana,
2000 (hab)
Pop.
Rural,
1991 (hab)
Pop.
Rural,
2000 (hab)
Balneário
Camboriú
2.219 42.458 73.455 42.038 42.038 420 0
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, (IBGE, 2000 & IBGE, 2010).
Em alta temporada, porém, o município comporta uma população de cerca de 800 mil
habitantes (SANTUR, 2009). A Figura 2 apresenta uma sinopse comparativa do movimento
estimado de turistas, para os anos de 2007, 2008 e 2009.
8
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
2007 2008 2009
Movimento Estimado de Turistas (Hab)
Nacionais Estrangeiros Total
Figura 2: Sinopse comparativa do movimento estimado de turistas para os anos de 2007, 2008
e 2009, em Balneário Camboriú, SC. Fonte: Santur, 2009.
2.1.3.2 Evolução da População
Por conseguinte, analisou-se a taxa de crescimento demográfico e vegetativo da
população total nas duas últimas décadas por meio de projeções populacionais, considerando
que, segundo IBGE (2000), a taxa média de crescimento anual do município foi da ordem de
6,28%, visto que a população passou de 42.458 habitantes em 1991, para 73.455 habitantes
em 2000, entretanto considerando o número de habitantes de 2000 e 2009, nota-se que a taxa
de crescimento anual é de 3,72%. Desta forma, no ano de 2009 a população de Balneário
Camboriú chega a 102.081 habitantes (IBGE, 2010), e estima-se que no ano de 2015 a
população total de Balneário Camboriú possa chegar a 127.093 habitantes, cabendo ainda
ressaltar que no ano de 2030 a população de Balneário Camboriú poderá chegar à cerca de
219.815 habitantes (Figura 3).
9
Figura 3: Projeção populacional do Município de Balneário Camboriú (SC) no período de 2009
a 2030. Fonte: IBGE, 2000.
2.1.4 Aspectos Econômicos
O desenvolvimento socioeconomico de Balneário Camboriú iniciou-se com sua
emancipação em 1964, quando o turismo começou a despertar como atividade lucrativa.
Atualmente, o setor terciário assume a maior fatia econômica do município, destacando-se a
atividade turística, que por si só movimenta indiretamente diversos itens da economia,
gerando empregos e garantindo a qualidade de vida dos seus moradores, o que interfere na
economia das cidades vizinhas que são beneficiadas com o grande número de turistas que
Balneário Camboriú recebe (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, [19-])
A hotelaria surgiu em 1928, com a construção do primeiro hotel, uma acanhada casa
de madeira chamada “Hotel do Jacó”, na confluência da Avenida Central com a Atlântica.
Nascia ali o mais importante pólo comercial do município, pois ao redor convergiu toda a
sorte do comércio (CORRÊA, 1985)
Em 1929 foi instalada a primeira casa comercial na Praia de Camboriú era do tipo que
possuía “tudo para dentro de uma casa”, por esta época aproximadamente apareceram uma
padaria e uma casa de panificação, no centro da praia. Em meados de 1940 foi instalada a
primeira confecção da cidade. Blumenau foi há algum tempo atrás a cidade que mais
contribuiu para o desenvolvimento desta cidade, por meio do “turismo doméstico”,
principalmente com as excursões (CORRÊA, op. cit.).
E assim começaram a surgir diversos estabelecimentos comerciais, como restaurantes,
postos de gasolina, farmácias, hotéis, distribuidoras de água, cinemas, entre outros.
10
Atualmente com um sólido fluxo turístico, Balneário Camboriú possui uma estrutura
hoteleira diferenciada, com número satisfatório de leitos para atender os turistas, distribuídos
em hotéis das mais variadas classificações.
O setor primário é pouco representativo na economia do município, a pecuária é
praticamente inexistente, na agricultura contamos apenas com hortifrutigranjeiro, devido à
pequena extensão territorial, e a população 100% urbana (SANTA CATARINA, 2010).
A pesca artesanal é uma constante a colônia de pescadores Z7 foi fundada em 1925,
funcionou normalmente até 1943, teve uma interrupção de suas atividades até 1963 (devido à
segunda guerra mundial) e a atual sede no bairro da barra foi inaugurada em 1978
(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2006b).
A construção civil teve na década de 1980, sua maior fase de expansão, e atualmente é
a principal atividade do setor secundário (CORRÊA, op. cit.).
O eixo propulsor da economia do município é o setor terciário (99,21%)
(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, [19-]) com atividades comerciais e turísticas, sendo
responsáveis pelo desenvolvimento de Balneário Camboriú.
2.1.5 Os recursos turísticos / atrações na costa de Balneário
Camboriú
O município de Balneário Camboriú é conhecido internacionalmente pelo turismo de
sol e praia. As praias do município são:
2.1.5.1 Praia do Buraco
A praia do Buraco (Figura 4), também conhecida como praia do “Coco” possui mar
agitado, e é muito procurada por surfistas e bodyboardes. Seus acessos são realizados por
meio de um empreendimento hoteleiro, ou por uma passarela com decks de madeira, que
inicia no pontal Norte da praia Central.
11
Figura 4: Vista geral da praia do Buraco, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2005.
2.1.5.2 Praia Central
A praia Central (Figura 5) possui cerca de 7 km de extensão, esta é a praia mais
urbanizada do município. Tal praia é muito propícia para a prática de esportes, como surf,
bodyboard, corridas, caminhadas e outros esportes coletivos. A praia possui uma completa
infra-estrutura hoteleira, e ainda apresenta diversos bares, restaurantes, casas noturnas, e
variado comércio.
Figura 5: Vista geral da praia Central, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2006.
2.1.5.3 Praia de Laranjeiras
A praia de Laranjeiras fica a 6 km do centro de Balneário Camboriú, e seu acesso é
feito pela BR-101, seguindo pela Rod. Interpraias. Esta é uma pequena baía, com águas
tranqüilas próprias para banho e esportes náuticos. Nesta praia foram encontrados fósseis de
12
índios tupi-guarani, que viveram há milhares de anos. Tal praia possui 750 metros de
extensão, com uma concentração de bares e restaurantes, e ainda um trapiche para atracação
de embarcações.
2.1.5.4 Praia de Taquarinhas
A praia de Taquarinhas fica a 8 km do centro, esta é uma praia de águas calmas e
cristalinas, e propícias à pesca de arremesso. Tal praia tem 600 metros de extensão, com
areias grossas e paisagem com características totalmente agrestes. O acesso é realizado pela
Rod. Interpraias. Atualmente a criação do Parque Estadual de Taquarinhas pode ser uma
alternativa para manter a conservação deste local, que sofre uma grande pressão do mercado
imobiliário.
2.1.5.5 Praia de Taquaras
A praia de Taquaras (Figura 6) possui 1.150 metros de extensão e fica a 8,5 km de
distância do centro da cidade. Existe no local, um pequeno núcleo urbanizado. O acesso à
praia de Taquaras é realizado pela Rod. Interpraias, após Taquarinhas. Esta é própria para
pesca artesanal e possui águas tranquilas.
Figura 6: Vista geral da praia de Taquaras, Balneário Camboriú – SC. Fonte: O autor, 2005.
13
2.1.5.6 Praia do Pinho
A praia do Pinho (Figura 7) é conhecida internacionalmente como uma praia oficial de
naturismo. Esta fica a 9 km da região central, e é cercada por costões rochosos. A infra-
estrutura é basicamente um camping, uma pousada, e um bar e restaurante.
Figura 7: Vista aérea da praia do Pinho, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2005.
2.1.5.7 Praia do Estaleiro
A praia do Estaleiro está a 11 km de distância do centro da cidade, esta permanece
com características agrestes e é própria para pesca de arremesso. A praia tem característica
dissipativa, com areia grossa. Existe, no local, um núcleo urbanizado. O acesso é realizado
pela Rod. Interpraias.
2.1.5.8 Praia do Estaleirinho
A praia do Estaleirinho está localizada a 12 km da Praia Central, esta possui areia
grossa, e um núcleo urbanizado com pousadas e restaurantes. O acesso é realizado pela Rod.
Interpraias.
2.1.5.9 Parque Unipraias
O parque Unipraias é um aspecto turístico interessante de ser mencionado, visto que o
mesmo é uma opção de experiência de aventura no município. No local é possível se praticar
14
arvorismo, caminhadas por trilhas (passarelas), em meio à mata Atlântica e ainda realizar um
passeio de bondinho aéreo, que liga a barra Sul à praia de Laranjeiras.
2.1.5.10 Morro do Careca
O Complexo Morro do Careca (Figura 8) é um local conhecido por ser apropriado para
o vôo livre. Este está localizado na Praia dos Amores. O local possui acesso asfaltado e
estacionamento. No local são realizados saltos de parapente e asa-delta.
Figura 8: Vista geral do morro do Careca, Balneário Camboriú. Fonte: O autor, 2009.
2.1.5.11 Outros pontos de interesse turístico no município
Outros aspectos interessantes de serem mencionados são: o Parque Natural Raimundo
Gonçalez Malta; o Zoológico da Santur; o molhe da barra Sul; a urbanização ambiental do
pontal Norte; a ilha das Cabras; os passeios de escuna; os passeios de helicóptero; e o Cristo
Luz.
De acordo com a Secretaria de Turismo o município de Balneário Camboriú apresenta
diversos monumentos, entre eles o monumento Cascata das Sereias (Figura 9), uma obra
realizada em 1999, que está localizada na Avenida do Estado, próxima ao Corpo de
Bombeiros. Esta obra foi realizada pelo artista Jorge Schröder.
15
Figura 9: Monumento Cascata das Sereias, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010.
O monumento Marambaia foi produzido com peças/sucatas de ferro e alumínio. Esta
está localizada em frente ao Marambaia Cassino Hotel. Sendo uma obra do Artista Paulo de
Siqueira (Figura 10).
Figura 10: Monumento Marambaia, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010.
O monumento Esculturas no Início da Avenida Atlântica - Pontal Norte (Figura 11)
faz parte de uma série de peças realizadas pelo escultor Jorge Schroeder, intituladas como
Força do Inusitado; feitas de bronze soldado e resina acrílica.
16
Figura 11: Monumento Esculturas no Início da Avenida Atlântica - Pontal Norte. Fonte: O autor,
2010.
Existem ainda: o monumento Escultura, na 4ª Avenida; o monumento aos Pescadores,
na praia de Laranjeiras, a escultura no Molhe da Barra Sul (Figura 12), entre outras.
Figura 12: Escultura na barra Sul, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor, 2010.
O município de Balneário Camboriú, ainda oferece uma série de eventos e festivais
anuais culturais, esportivos e folclóricos (ANEXO I).
17
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Analisar os procedimentos do método do Programa QualityCoast, por meio de um estudo
de caso, em Balneário Camboriú, SC.
3.2 Objetivos Específicos
Analisar os estudos de caso europeus, de Aveiro – Portugal, e Noordjwik – Holanda, por
meio de resultados já disponíveis e produzidos, a partir de análises realizadas por
terceiros;
Analisar os critérios do Programa QualityCoast, e as estratégias de implementação, do
mesmo no Brasil;
Estruturar / adaptar o processo de avaliação do Programa QualityCoast; e
Avaliar a pontuação para o município de Balneário Camboriú, por meio do Programa
QualityCoast.
18
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Certificações Ambientais
Segundo Kohlrausch et. al. (2004), foi na década de 1940 que surgiram os primeiros
rótulos ambientais definidos como de caráter obrigatório. Estes rótulos tinham como objetivo
informar os efeitos negativos de produtos como: pesticidas, raticidas e fungicidas. Aos
poucos, a obrigatoriedade foi transferida para todos os produtos que possuíssem substâncias
tóxicas controladas, nas quais os rótulos deveriam conter informações sobre a toxicidade do
produto, bem como procedimentos no manuseio e armazenagem.
Foi no final da década de 80 e início da década de 90 que surgiram os Sistemas de
Gestão Ambiental (SGAs). Dentro de um processo de melhoria contínua, vêm se tornando um
grande aliado das organizações que buscam manter seus processos, aspectos e impactos
ambientais sob controle. O objetivo principal de um SGA é controlar sistematicamente o
desempenho ambiental, promovendo sua melhoria contínua.
Atualmente os Programas de certificação ambiental representam uma forma visível de
compatibilizar demanda e oferta de produtos direcionados para uma progressiva melhora da
performance ambiental pelos agentes produtivos. Consumidores pressionam os produtores por
produtos ambientalmente orientados. Os produtores inseridos num processo de competição
procuram oferecer produtos com um diferencial ambiental (SARNEY FILHO, 2000).
No caso de municípios costeiros com potencial turístico, Programas de certificação
ambiental podem auxiliar num processo de gestão costeira integrada, visando minimizar os
conflitos socioeconomicos, culturais, ambientais e políticos.
A decisão de certificar-se não é motivada unicamente por exigências contratuais
estritas ou por uma busca imediata de melhoria de competitividade internacional. As
certificações relacionam-se, para muitas organizações, a um investimento estratégico de
antecipação às pressões econômicas associadas à legislação ambiental, às políticas
governamentais, à imagem perante a opinião pública e à evolução do mercado. A adoção dos
modelos de gestão e a candidatura ao certificado são opcionais (ALBERTON, 2003).
Diante do movimento de globalização das economias, com a necessidade de padrões
internacionais nas trocas e na comunicação entre países, os inúmeros padrões de sistemas de
19
gestão ambiental até então desenvolvidos, são modelos de referência e vem paulatinamente
sendo atualizados.
Os Tipos de Certificação:
Atualmente as certificações estão muito diversificadas, sendo aplicadas em produtos,
resorts, construção civil, praias e outras infra-estruturas. Tendo em vista a importância das
mesmas, no que tange a competitividade do mercado e responsabilidade social e ambiental,
serão apresentados alguns tipos de certificação.
4.1.1 A Certificação ISO 14001
A ISO – International Standardization Organization foi fundada em 1947 para
promover o desenvolvimento de padrões internacionais. É uma federação mundial, não-
governamental, com sede em Genebra, na Suíça. Possui mais de 110 países participantes,
entre eles o Brasil, cuja representante é a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Tem como objetivo propor normas que representem o consenso desses diferentes países para
homogeneizar métodos, materiais e seu uso, em todos os domínios de atividades
(ALBERTON, op. cit.).
Conforme Ott & Dalmagro, 2002 (apud. ALBRTON, op. cit.), um dos objetivos da
ISO 14000 é o de homogeneizar a linguagem das normas ambientais regionais, nacionais e
internacionais, agilizando assim as transações no mercado globalizado. A série ISO 14000 se
divide em dois grupos de normas, conforme o objetivo: normas voltadas à avaliação do
produto, abordando o ciclo de vida do produto, a rotulagem ambiental e os aspectos
ambientais em normas e produtos; e normas voltadas à avaliação da organização, abordando
os sistemas de gestão ambiental, a performance ambiental e a auditoria ambiental.
A Norma ISO 14001 é a única norma ambiental que pode conceder certificado às
organizações. Esta norma propõe um conjunto de orientações às empresas para a inserção da
variável ambiental em seu sistema de gestão do negócio. Esta determina que a organização
tenha controle sobre sua interação com o meio ambiente e sobre a geração dos impactos
ambientais significativos, reais ou potenciais. Através da inserção de mecanismos de maneira
integrada e sistemática e da disseminação da responsabilidade ambiental por toda a
organização, visa ao controle e à melhoria contínua do desempenho ambiental (ALBERTON,
op. cit.).
20
4.1.2 O Programa Bandeira Azul
A Bandeira Azul é um símbolo de qualidade que demonstra o esforço de diversas
entidades no sentido da melhoria do meio ambiente, da segurança e da informação de seus
usuários das praias (FEE, 2002). A campanha Bandeira Azul pode ser aplicada em balneários
costeiros e fluviais, portos e embarcações de lazer.
No entanto, é importante salientar que se considerarmos a sustentabilidade como
premissa, o Programa Bandeira Azul deve ainda muito a ser analisado sobre um repensar que
possa legar qualidade ambiental para as praias brasileiras de forma que todos os cidadãos,
independente de diferentes classes sociais possam utilizá-la da forma realmente democrática
(CAMACHO, 2005).
É importante ressaltar que, em um país como o Brasil, onde a desigualdade social
ainda é o grande problema e desafio, seria interessante também a implementação de um curso
de auditores de praias, que possa credenciar pessoas a realizar auditorias de elevada qualidade
técnica, fazendo com que os critérios Bandeira Azul sejam analisados de forma sistemática e
eficiente para que a praia possa receber a rotulagem, evitando desta forma, a aplicação de
interesses clientelistas e deste modo, evitar com que o Programa se torne refém de processos e
natureza política. Este é, portanto, um verdadeiro desafio ético e social (CAMACHO, op.
cit.).
4.1.3 O Programa QualityCoast
O Programa QualityCoast pretende estabelecer uma rede mundial de comunidades
costeiras que partilhem os mesmos valores e práticas de desenvolvimento sustentável,
integrando os seus recursos naturais, sociais e culturais, e ainda mantendo elevados níveis de
qualidade turística (EUCC, op. cit).
O Programa QualityCoast proporciona formas inovadoras de cooperação entre as
comunidades costeiras de duas formas: por um lado, as comunidades participantes poderão
partilhar as suas experiências e trocar práticas de forma a melhorar o seu desempenho nas
áreas da paisagismo, meio ambiente e desenvolvimento turístico, identidade local e segurança.
Por outro lado, a sua atuação nestes campos estará associada a campanhas internacionais de
marketing turístico através da Bandeira QualityCoast.
21
Este programa foi desenvolvido para comunidades costeiras, em nível municipal.
Pequenos municípios conurbados poderão participar em conjunto de forma a aperfeiçoar a
eficiência e minimizar os custos, podendo também candidatar-se juntos à Bandeira
QualityCoast.
O QualityCoast apóia outros Programas de certificação ambiental para ambientes e
infra-estruturas turísticas. Desta forma, não só o QualityCoast é complementar a estes
programas mas é também o único sistema de certificação de turismo sustentável ao nível de
destinos costeiros, como municípios, pequenas regiões e ilhas.
4.1.3.1 A Bandeira QualityCoast
A Bandeira QualityCoast (Figura 13) é atribuída às comunidades costeiras que
demonstrem um desempenho geral sustentável, que forneçam informação transparentes aos
seus visitantes e que estabeleçam planos de melhoria contínua. Esta é uma certificação
independente sobre o desempenho da comunidade e do seu produto turístico, que se baseia em
20 Critérios QualityCoast. A comunidade deverá fornecer informação relativa a estes critérios
sobre todo o seu território.
Figura 13: A Bandeira QualityCoast. Fonte: EUCC, 2009a.
As comunidades certificadas poderão receber um reconhecimento adicional específico
em três categorias: Natureza, Meio Ambiente e Socioeconomia. As comunidades, às quais foi
atribuído o Certificado QualityCoast serão reconhecidas como Destinos QualityCoast,
estatuto esse que será reavaliado em cada dois anos. Os Certificados QualityCoast, serão
atribuídos pela EUCC, com base na avaliação de um Júri Internacional. Para cada
candidatura, a EUCC designa um júri composto por um mínimo de três elementos: um
membro independente que conhece a comunidade candidata, um membro permanente da
EUCC e um membro da parceria QualityCoast. O Júri trabalha anonimamente, de forma a
garantir a sua independência. O relatório de candidatura será avaliado pelo Júri que
22
classificará cada um dos 20 critérios, entre zero e cinco pontos: zero indicando informação
fornecida muito pobre ou ausente e cinco indicando excelente qualidade.
Finalmente, será calculada a média da pontuação atribuída a cada critério por cada
elemento do Júri e determinado o seu somatório, que corresponderá à classificação final da
comunidade. A avaliação do Júri também resultará em sugestões de melhoramento adicional
e/ou recomendações para trocar informação com outros parceiros. As comunidades que
obtenham uma classificação igual ou superior a 56 pontos receberão o Certificado
QualityCoast.
4.1.3.2 Os Critérios do Programa QualityCoast
Foram adotados 20 Critérios QualityCoast (Quadro 2) de forma a fornecer uma
medida do grau de sustentabilidade das comunidades costeiras e da qualidade da informação
disponível ao público.
Os critérios estão divididos em três categorias:
Natureza, Meio Ambiente, Socioeconomia, os critérios poderão estar sujeitos a
revisões periódicas, processo esse que envolverá os parceiros QualityCoast. Critérios
QualityCoast:
Quadro 2: Os critérios QualityCoast.
Título do Critério QualityCoast
Critério QC 1 Valores naturais
Critério QC 2 Informação sobre a Natureza
Critério QC 3 Contato com a Natureza
Critério QC 4 Políticas Verdes
Critério QC 5 Paisagem
Critério QC 6 Locais Tranqüilos
Critério QC 7 Pressão Turística
Critério QC 8 Envolvimento Comercial
Critério QC 9 Balneabilidade
Critério QC 10 Gestão de Águas
Critério QC 11 Mobilidade Sustentável
Critério QC 12 Resíduos e Reciclagem
Critério QC 13 Respostas as Alterações Climáticas
Critério QC 14 Herança Cultural
Critério QC 15 Paisagens Culturais
Critério QC 16 Identidade Local
Critério QC 17 Lazer e Recreação
Critério QC 18 Participação da Comunidade
Critério QC 19 Satisfação Turística
Critério QC 20 Segurança
Fonte: EUCC, 2009c.
23
4.1.3.2.1 Valores Naturais
Os valores naturais podem ser definidos como a presença de espécies e habitats de
importância internacional que podem ser encontrados em um Município (EUCC, 2009a).
No Brasil os valores naturais são representados pelas Unidades de Conservação e pela
diversidade biológica. Segundo (BRASIL, 2000a), uma unidade de conservação é
representada por um espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder
Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
Ainda segundo (BRASIL, op. cit) diversidade biológica é uma a variabilidade de
organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem
parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de
ecossistemas.
4.1.3.2.2 Informação sobre a Natureza
Informação sobre a natureza pode ser definida como fontes de informação e infra-
estruturas que promovam a interação com o ambiente natural local e estejam localizadas
dentro ou próximo das áreas naturais de interesse (EUCC, 2009a).
O Norte do País de Gales e a Escócia dispunham de informações sobre a
biodiversidade local, esquemas de reciclagem, trilhas naturais, 21 iniciativas da programação
local para esse tipo de informação, e planos de transportes sustentáveis. Muitos Balneários
expuseram pôsteres sobre o Código do Reino Unido das Tartarugas, que fornecem
informações sobre como proceder quando do encontro com tartarugas marinhas (FEE, 2002).
4.1.3.2.2.1 Exemplo de Atividade de Informação Ambiental, em Santa Catarina:
O Projeto Golfinho
De acordo com (SILVA et al., 2003), o projeto golfinho teve como objetivo expandir
os conhecimentos de oceanografia junto à sociedade, enfatizando sua relação com o meio
marinho. O Projeto Golfinho promove atitudes de respeito e de convivência harmônica com o
ambiente de praia, através de atividades de cidadania e educação ambiental.
24
O Projeto Golfinho buscou envolver e conscientizar os jovens veranistas provenientes
seja da população local, de outros estados brasileiros, ou ainda de outros países, que
freqüentam as praias do litoral catarinense durante a temporada de verão, sobre os perigos que
podem existir num banho de mar, bem como questões ambientais e de cidadania (SILVA et
al., 1999).
A metodologia utilizada no Projeto Golfinho são basicamente mini-oficinas com
diversos temas sobre praias e segurança de banho, realizadas nos meses de verão no próprio
ambiente de praia entre as 8:00 – 9:30 horas da manha, durante sete dias consecutivos, com
uma carga horária total de 14 horas (SILVA et al., 2000).
Os usuários das praias de Santa Catarina citam diversos problemas existentes nas
praias, entre eles cabe salientar os arrastamentos, postos salva-vidas precários, lixo a céu
aberto, grande quantidade de animais domésticos nas praias, queimaduras de água-viva e
ainda a falta de atenção dos pais em relação às crianças, sendo que este aspecto resulta em
cerca de 40% dos acidentes de banho com as crianças em Santa Catarina (SILVA et al.,
2004).
Tal Projeto foi desenvolvido de 1998 até 2004, entretanto foram desenvolvidas, 210
turmas de oficinas em 30 praias de 18 municípios do litoral catarinense. Mais de 5600
crianças e jovens entre cinco e 16 anos foram atendidas, das quais 4100 concluíram os cursos
em suas praias, sendo que 89% dos participantes concentraram-se na faixa pretendida pelo
projeto. Logo, cerca de 92% dos participantes são provenientes do estado de Santa Catarina,
7% de outros estados brasileiros e 1% de outros paises (SILVA et al., 2004).
4.1.3.2.3 Contato com a Natureza
O contato com a natureza pode ser definido como o nível apropriado de acessos
recreativos às áreas naturais e atividades de baixo impacto relacionado com a Natureza
(EUCC, 2009a).
Para Camacho (2005) os locais de difícil acesso para pedestres, como no caso de
paredões de pedra ou costões rochosos, deverão ser equipados com corrimãos e escadas de
forma que o acesso seja facilitado, no caso de restingas deverão ser feitas passarelas suspensas
bem planejadas para evitar erosão e deposito de sedimentos e que as dunas sejam pisoteadas.
O ideal seria que, todas as trilhas, em Unidades de Conservação fossem adaptadas para
pessoas com necessidades especiais, tornando-as acessíveis a uma ampla variedade de
usuários tais como: cegos, cadeirantes e usuários com mobilidade limitada. Para isso, os pisos
25
devem sofrer adequações, devem ser construídas passarelas em alguns trechos devem ser
implantados corrimãos em todo o percurso. É interessante que sejam confeccionadas placas
indicativas de espécies, com o texto em braile, constituindo a experiência de inclusão de
usuários portadores de necessidades especiais no âmbito das Unidades de Conservação
(CAETANO et. al., 2008).
Em trilhas, onde o processo erosivo é intenso, e provocado pela chuva, observa-se a
necessidade da adoção de um sistema de drenagem, para isto se faz necessário a interceptação
e direcionamento dessa água por meio de valas de drenagem. Os resultados da interpretação
das trilhas devem ser avaliados e monitorados para o contínuo aperfeiçoamento desse sistema
de interpretação (CAETANO et. al. Op. cit).
Outra iniciativa interessante no que tange ao contato com a natureza é o Programa
Trilha da vida: (re) descobrindo a natureza com os sentidos. Este foi criado e desenvolvido
desde 1997, pelo LEA/CTTMar/Univali em parceria com a Facinor e a ONG Voluntários pela
Verdade Ambiental (MATAREZI, 2006).
A Trilha da Vida, enquanto proposta de educação ambiental comunitária e em
unidades de conservação, não deve ser confundida como mera atividade de sensibilização,
ultrapassando em muito esta dimensão e apontando para objetivos educacionais,
conservacionistas e terapêuticos. A Trilha da vida foi implementada em diversos locais
através de uma rede de núcleos disseminadores da metodologia (MATAREZI, op. cit.).
Este processo exige uma formação continuada para as equipes executoras em cada um
dos seus núcleos disseminadores. Por fim, é evidenciado o seu potencial transformador e
emancipatório a partir de algumas categorias originadas de relatos de grupos que vivenciaram
a Trilha da vida (MATAREZI, op. cit).
4.1.3.2.4 Políticas Verdes
Políticas verdes podem ser definidas como o nível de proteção dos valores naturais
através de políticas e esquemas de gestão integrada, setorial e transversal (EUCC, 2009a).
As políticas verdes são todas aquelas políticas públicas em que ativistas verdes detêm
papel central. Para o período recente da globalização, existe um reconhecimento internacional
da crise ambiental, a partir da década de 90, em decorrência de uma maior divulgação e do
reconhecimento da situação alarmante dos riscos à civilização, envoltos na depleção da
camada de ozônio, no aquecimento global, na perda da biodiversidade e no crescimento
populacional, as ações verdes organizadas têm sido empreendidas tendo em vista estimular a
26
participação política mais direta dos cidadãos, em contextos sociais marcados por graves
crises de sobrevivência, ao lado de outras ações de resgate cultural de minorias
(ALEXANDRE, 2005).
4.1.3.2.4.1 Políticas Verdes no Brasil
A Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA é uma ação governamental na
manutenção do equilíbrio ecológico, que tem por objetivo a preservação, a melhoria e a
recuperação da qualidade ambiental, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo (BRASIL, 1981).
Desta forma, a PNMA tem como premissas: A racionalização do uso do solo, do
subsolo, da água e do ar; o planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; a
proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; o controle e
zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; o incentivo ao estudo e à
pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; o
acompanhamento do estado da qualidade ambiental; a recuperação de áreas degradadas; a
proteção de áreas ameaçadas de degradação; e a educação ambiental a todos os níveis de
ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa
na defesa do meio ambiente (BRASIL, op. cit.).
Outra política que merece destaque é a Lei dos Crimes Ambientais, onde quem, de
qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos na mesma, incide nas penas a
estes cominadas. Estas punições serão aplicadas a pessoas que causem prejuízos à qualidade
do meio ambiente (BRASIL, 1998).
A Lei da Ação Civil Pública, no Brasil, também merece destaque, visto que regem-se
pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por
danos morais e patrimoniais causados ao meio-ambiente (BRASIL, 1985).
4.1.3.2.5 Paisagem
Paisagem é um conceito amplo na atualidade, pois esta é utilizada pelas mais diversas
áreas de pesquisa tais como a geografia, arquitetura, artes plásticas, psicologia, meio
ambiente, etc. Há pelo menos uma década, a mesma adquiriu um papel notável na gestão dos
27
recursos naturais, especialmente se considerarmos uma visão mais pragmática e política da
mesma. O fundamental é que este amplo conceito deva ser permanentemente estudado e
analisado, pois exige que a entendamos na sua concepção histórica, social, econômica,
artística e, sobretudo, ecológica (POLETTE, 1999).
Para (EUCC, 2009a) paisagem se define como a presença de paisagem natural e
tendências existentes de utilização e padrão de ocupação do solo.
4.1.3.2.6 Locais tranqüilos
Locais tranqüilos podem ser definidos como a presença de áreas onde os visitantes
possam escapar do trânsito, multidões e ruído (EUCC, op. cit). De acordo com a normatização
brasileira, são considerados locais tranqüilos aqueles que não ultrapassam os 40 decibéis.
Os locais tranqüilos têm como atrativos: a beleza cênica do lugar, a busca de um
convívio mais estreito com a natureza, a procura pela tranqüilidade inexistente na cidade, o
“retorno às origens”, o silêncio, a contemplação, um ideal de vida mais simples, prazeroso e
um ritmo menos acelerado que o da cidade, diferentes pessoas convergem para o estes
espaços, promovendo uma nova dinâmica local (RODRIGUES & SOARES, 2010).
Existem pessoas que não querem abrir mão dos confortos urbanos. No entanto, com as
melhorias na infra-estrutura, nas condições de acesso e comunicação permitem que estes
indivíduos morem em locais mais distantes, mantendo suas atividades profissionais no centro
das cidades. Atualmente os agentes imobiliários comercializam frações da natureza em locais
diferenciados, oferecendo qualidade de vida, agregando valor pela disponibilidade de espaço
natural que oferecem. Isso caracteriza a grande especulação imobiliária nas áreas nobres das
cidades, assim como nas cidades litorâneas (RODRIGUES & SOARES, op. cit).
4.1.3.2.7 Pressão Turística
Pressão turística pode ser representada pelo número de visitantes em relação ao
número de habitantes locais e duração da estadia associada à sua visita. A Secretaria de
Estado de Turismo, Cultura e Esporte, SANTUR – Santa Catarina Turismo S/A, por meio da
Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Turístico desenvolve anualmente uma pesquisa
mercadológica da demanda turística. Estes dados servem como indicadores de pressão
turística nos municípios catarinenses.
28
A pressão turística não só traz novas formas para a reorganização do lugar, mas
deforma o meio e a sociedade local. A idéia de impacto pressupõe que um lugar possua uma
resistência limite, mas do ponto de vista do meio e da população local, como é possível prever
este limite utilizando variáveis quantitativas (fluxo, número de leitos, etc.), a capacidade de
carga se inscreve em uma rede conceptual que nega a produção do lugar, ignora, minimiza ou
submete à natureza, o poder de criação e de inovação da sociedade (LUCHIARI, 1998).
Os modelos de ciclo, de impacto e de capacidade de carga tomam os lugares turísticos
como se estes fossem sistemas fechados, passíveis de terem seus fluxos controlados. A
transferência de modelos da ecologia, da biologia, e da física tem sido utilizada para garantir
medidas de precisão e legitimidade científica. Partindo da constatação de que o ambiente é o
foco de atração do turismo, a proteção ambiental torna-se o pressuposto de uma atividade
turística durável. (LUCHIARI, op. cit.).
4.1.3.2.8 Envolvimento Comercial
Envolvimento comercial pode ser representado pelo grau de envolvimento da
comunidade comercial local em esforços dirigidos a um desenvolvimento ambiental e
sustentável (EUCC, 2009a). Existem diversas associações empresariais nos municípios
brasileiros, desta forma deve ser analisado se as mesmas apresentam propostas que promovam
o desenvolvimento sustentável dentro de suas áreas de atuação.
De acordo com (BRASIL, 2008a) a Organização Mundial do Turismo – OMT
apresenta estratégias que se traduzem numa única palavra “Ecoeficiência”. Uma empresa
ecoeficiente é aquela que consegue produzir mais e melhor, empregando menos recursos e
gerando menos resíduos.
As empresas de turismo no Brasil vem adotando práticas de gestão ambiental, a
introdução de avanços tecnológicos também tem assegurado a redução das emissões dos gases
de efeito estufa e também a redução da geração de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos).
Ainda, de acordo com (BRASIL, op. cit) seguem algumas recomendações para as empresas
de turismo:
1. Sempre que possível, substitua o transporte aéreo ou de automóvel pelo ferroviário
ou outro meio de transporte coletivo.
2. Operadores turísticos devem incentivar, na construção de seus pacotes, a venda de
viagens com menor emissão de carbono, ou seja, viagens de curta distância ou que envolvam
veículos movidos à fonte energética renovável (biodiesel, biocombustível, etc).
29
3. Quase todas as fontes de energias renováveis são aplicáveis ao turismo, incluindo a
energia eólica, fotovoltaica, térmica solar, geotérmica e de biomassa. Assim, uma empresa de
turismo deve rever a matriz energética do seu negócio. Portanto, antes de decidir qual
tecnologia empregar, é importante pensar não só na otimização de custos, mas em algumas
tecnologias garantem uma menor emissão de gases do Efeito Estufa.
4. Adotar, se viável, um sistema de cogeração de energia, isto é, sistema que propicie a
produção simultânea de energia térmica e energia elétrica a partir do uso de um combustível
mais limpo (como, por exemplo: o gás natural) ou a partir de algum tipo de resíduo industrial
(madeira, bagaço de cana, etc.). O sistema pode alcançar um aproveitamento de até 80% de
energia contida no combustível e transformá-la em vapor, eletricidade, força motriz e de
aquecimento.
5. Para hotéis e restaurantes, outra medida ecoeficiente é incentivar à reutilização de
toalhas de mesa, de guardanapos e de roupas de cama e banho.
6. Instalem sistemas de tratamento de esgoto que permitam o reuso da água resultante
dos chuveiros e lavatórios para irrigação de jardins, por exemplo.
7. Reduzam a vazão da água dos chuveiros, torneiras e válvulas de descargas. Com
essas medidas sua empresa reduzirá o consumo de água significativamente.
8. A burocracia é inimiga do meio ambiente. Reduzam o uso de formulários impressos
e, sempre que possível, faça a impressão de documentos em frente e verso ou utilize materiais
impressos, sem utilidade, como rascunhos. Com isso não só reduzirá os seus gastos com a
compra de papel, mas também gerará menos “lixo seco”. E não esqueça: faça coleta seletiva
de seu lixo, separando corretamente, e, a seguir, doe ou venda para recicladoras.
9. Procurem reduzir o uso de descartáveis, em particular copos e embalagens plásticas.
Nas feiras e eventos, opte pelo distribuição de panfletos e sacolas feitas a partir de material
reciclado.
10. Outra tecnologia limpa refere-se à prática da compostagem. Alguns hotéis já se
utilizam de sistemas de compostagem. Trata-se de um processo biológico de decomposição de
lixos orgânicos (restos de alimentos vegetais, folhas etc) transformados em material estável
tipo “humus”, usado na fertilização de jardins e hortas.
Estas iniciativas são muito interessantes sob o ponto de vista do desenvolvimento
sustentável e quando adotados pelos estabelecimentos de turismo, demonstram um
envolvimento comercial muito interessante, que pode refletir numa elevação da qualidade
30
ambiental, da qualidade de vida das populações e, ainda, da qualidade turística da região onde
se inserem.
4.1.3.2.9 Balneabilidade
Balneabilidade pode ser definida como a qualidade das águas destinadas à recreação
de contato primário, sendo este entendido como um contato direto e prolongado com a água
(natação, mergulho, surf, etc), onde a possibilidade de ingerir quantidades apreciáveis de água
é elevada (CETESB, 2007).
Existem diversos critérios que são utilizados para a avaliação da balneabilidade. Tais
critérios devem ser comparados com valores pré-estabelecidos, e assim pode-se avaliar
dependendo dos resultados das análises, a qualidade das águas do mar. Sendo que as análises
que apresentarem valores superiores aos valores determinados pela legislação serão
consideradas impróprias para banho, e as análises que apresentarem valores inferiores aos pré-
estabelecidos, serão classificadas como próprias para banho.
Cuidar da balneabilidade não é apenas uma preocupação com o potencial turístico das
cidades litorâneas, que deve ser desenvolvido baseado na qualidade de vida que buscamos,
mas também uma questão de saúde pública, e, portanto, não pode ser objeto de discussão
apenas durante a temporada de verão, e sim prioridade para todos os segmentos da sociedade
organizada oficiais ou não (GRANDO, 2005).
4.1.3.2.9.1 Balneabilidade no Brasil
No Brasil, a Resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA 274 de
2000 classifica as águas doces, salobras e salinas e estipula os níveis de qualidade, avaliados
por parâmetros e indicadores específicos, de modo a assegurar as condições de
balneabilidade; considerando a necessidade de serem criados instrumentos para avaliar a
evolução da qualidade das águas, em relação aos níveis estabelecidos para a balneabilidade,
de forma a assegurar as condições necessárias à recreação de contato primário. O Quadro 3
mostra os valores e os parâmetros microbiológicos estipulados pela Resolução CONAMA
274 de 2000.
31
Quadro 3: Parâmetros Microbiológicos a monitorar e níveis de qualidade.
Parâmetro
Valores para águas consideradas próprias % de resultados que
podem ultrapassar os
valores das águas
consideradas
próprias
Valores para águas
consideradas
impróprias
Excelente
Muito boa
Satisfatória
Coliformes fecais
(termotolerantes)
250/100ml 500/100ml 1000/100ml 20% >2500/100ml
Escherichia coli 200/100ml 400/100ml 800/100ml 20% >2000/100ml
Enterococos 25/100ml 50/100ml 100/100ml 20% >400/100ml
Fonte: BRASIL, 2000b
A amostragem deve ser realizada, preferencialmente, nos dias de maior afluência do
público às praias ou balneários, a critério do órgão de controle ambiental competente. Os
resultados dos exames poderão, também, abranger períodos menores que cinco semanas,
desde que cada um desses períodos seja especificado e tenham sido colhidas e examinadas,
pelo menos, cinco amostras durante o tempo mencionado, com intervalo mínimo de 24 horas
entre as amostragens (BRASIL, 2000b).
4.1.3.2.9.2 Balneabilidade em Santa Catarina
A Fundação do Meio Ambiente - FATMA realiza uma pesquisa de balneabilidade, que
analisa as águas de cada balneário e determina se estão Próprias ou Impróprias para o banho.
Isto é, se estão contaminadas ou não por esgotos domésticos. A existência de esgoto é
verificada por meio da contagem da bactéria Escherichia colia presente nas fezes de animais
de sangue quente, que podem colocar em risco a saúde dos turistas e da população local
(SANTA CATARINA, 2009a). Em Santa Catarina, a FATMA analisa parâmetros
microbiológicos, conforme mostra o Quadro 4.
Quadro 4: Parâmetros Microbiológicos a monitorar e níveis de qualidade.
Parâmetro Valores para águas consideradas impróprias
Escherichia colia Superior a 800/100ml em 60% dos últimos 5 (cinco) resultados, ou superior a 2000/100ml
Fonte: SANTA CATARINA, 2009a.
As coletas são realizadas mensalmente de março a novembro e semanalmente de
dezembro a fevereiro - o pico da temporada de Verão (SANTA CATARINA, op. cit).
4.1.3.2.10 Gestão de Águas
Gestão de águas pode ser definida como a utilização eficiente da água, particularmente
quanto à qualidade da água potável, fornecimento e origem (dependência externa) e
reutilização da água depurada (EUCC, 2009a).
32
4.1.3.2.10.1 Gestão de Águas no Brasil
Grande parte dos municípios brasileiros tem sua gestão de águas nas mãos de
companhias de saneamento, no entanto, no Brasil existe a resolução CONAMA 357/05, que
classifica os corpos de água e as diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Esta classificação não é
suficiente para definir as concentrações de poluentes que podem ser despejadas em
determinados corpos hídricos naturais (BRASIL, 2005).
A escassez de água é um problema que está em pauta ultimamente. Os conflitos entre
os diferentes usos da água, entre eles, abastecimento humano, dessedentação de animais,
industrial, mineração, aqüicultura, geração de energia, entre outros, vem obrigando os Estados
brasileiros a gerirem as águas de seus domínios.
De um modo geral, cada Estado no País vem organizando de forma diferenciada o seu
sistema de administração dos recursos hídricos. Não existe um modelo único. Atualmente, 17
Estados e o Distrito Federal já aprovaram suas leis sobre a Política e o Sistema Local de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (TUCCI, 2001).
Todas essas leis prevêem Comitês de Bacias Hidrográficas, com composição variável
sendo a participação dos usuários denominador comum a todas. Em razão do impedimento
constitucional para os Estados legislarem sobre águas, as Constituições Estaduais e as
decorrentes leis regulamentadoras somente tratam de política, diretrizes e critérios de
gerenciamento dos recursos hídricos. Dessa forma, essas leis trazem disposições sobre a
organização dos Estados para a administração de águas de seu domínio, subordinada à
legislação federal sobre águas e meio ambiente (TUCCI, op. cit.).
4.1.3.2.11 Mobilidade Sustentável
A mobilidade sustentável pode ser definida como a disponibilidade e promoção de
meios de transporte sustentáveis (EUCC, 2009a).
Desta forma, deve existir incentivo às pessoas a utilizarem meios de transporte como
bicicletas, sendo que para isso deverão existir ciclovias e estacionamentos para as mesmas.
Deste modo, estariam sendo evitados congestionamentos e estaria havendo um incentivo
muito benéfico à saúde da população que estaria praticando exercícios físicos para se
locomover.
33
A Programa QualityCoast, por exemplo, visa promover a utilização de meios
alternativos de transporte. É recomendado que o município possua um plano de gestão de
tráfego de modo a reduzir a intensidade de tráfego nas comunidades costeiras, e o impacto de
tal tráfego no uso terrestre e poluição do ar na zona costeira.
A preocupação com o desenvolvimento sustentável tem incentivado o estudo e a
implantação, em diferentes setores, de medidas e procedimentos que contribuam para a
sustentabilidade em áreas urbana. Em relação aos transportes, esta questão pode ser vista
através de uma busca pela mobilidade urbana sustentável. Esta busca deve ter como base o
conceito de desenvolvimento sustentável em que se procura de uma forma geral, definir
estratégias dentro de uma visão conjunta das questões: sociais, econômicas e ambientais
(CAMPOS, 2010).
O crescimento da população urbana tem como conseqüência um aumento da
necessidade por mobilidade e para satisfazer esta demanda não será possível somente crescer
em infra-estrutura, haverá necessidade de se implantar estratégias que reduzam a demanda de
viagens, principalmente por transporte individual e implantar sistemas de transporte coletivo
mais adequados e associados ao contexto sócio-econômico da região (CAMPOS, op.cit).
Assim, para se atingir à mobilidade sustentável há que se definir estratégias e, também
se ter um procedimento ou instrumento de análise que possa avaliar as implicações possíveis
das medidas implantadas na busca pela mobilidade sustentável.
4.1.3.2.12 Resíduos e Reciclagem
De acordo com (EUCC, op. cit.) o critério resíduos e reciclagem é definido como a
existência de estruturas para reciclagem e recolha de resíduos. A coleta seletiva deverá ser
empregada nos municípios, para isso deverão existir recipientes para o lixo em boas
condições, e construídos com materiais que não agridam o meio ambiente, e o lixo deve ser
colocado em sacos plásticos reforçados de maneira que não se rompam facilmente. Os
recipientes de lixo deverão estar diferenciados com cores e títulos que indiquem os tipos de
resíduos que deverão ser acondicionados nos mesmos, tais como, vidros e latas (CAMACHO,
2005)
Considerando a preocupação com a questão dos resíduos e reciclagem deve se
considerar que existem investimentos do poder público em relação aos resíduos cuja
reciclagem é de interesse das empresas, que compram os resíduos recicláveis para diminuir
seus custos de produção. No entanto, o ideal é que se considere os 3 R’s: 1º reduzir (consumo
34
e obsolescência planejada); 2º reutilizar; 3º reciclar (interesse das empresas - redução de
custos de produção).
As políticas públicas para o setor devem priorizar novas formas organizativas capazes
de dar autonomia, e poder de modificar sua qualidade de vida, aos indivíduos e grupos ligados
aos serviços de catação, separação e comercialização do lixo urbano.
Podemos dizer, assim, que os pontos críticos das experiências brasileiras em gestão de
resíduos urbanos resumem-se numa incapacidade das políticas públicas de tocar na essência
da crise ambiental, que é a questão da insustentabilidade dos padrões de relação
socioambiental vigentes.
4.1.3.2.13 Respostas as alterações climáticas
Segundo (EUCC, 2009a), as respostas as alterações climáticas são as políticas
dirigidas à redução de gases com efeito de estufa e adaptação aos efeitos das alterações
climáticas.
O CO2, o vapor de água e outros gases (CH4, N2O) absorvem a radiação infra-vermelha
refletida da superfície terrestre para o espaço. Estes gases representam menos de 0,1% da
atmosfera. A energia da radiação infra-vermelha refletida é transferida para as camadas mais
altas da atmosfera por mecanismos como a evaporação, correntes de ar, formação de nuvens e
precipitação (HENRIQUES, 2009).
A alteração da composição da atmosfera, por aumento de gases com efeito de estufa,
altera balanço entre a energia recebida e a energia emitida pela superfície terrestre e pela
própria atmosfera. Esta energia não se limita a ficar acumulada na atmosfera. Em resposta o
clima é alterado (HENRIQUES,op. cit.).
Se por um lado, os países desenvolvidos querem estabelecer medidas efetivas de
redução de gases de efeito estufa, e por isso aceitam impor restrições e penalidades às
atividades emissoras em seu próprio território, por outro lado, contudo, circunstâncias
econômicas levam aos países em desenvolvimento a buscar atrair desesperadamente
investimento direto externo, que está essencialmente interessado nas vantagens comparativas
(estáticas) desses países.
35
4.1.3.2.14 Identidade cultural e local
Este critério pode ser definido como a presença e grau de proteção de elementos que
estejam relacionados com as origens e história do destino e que, embora pertençam à herança
cultural da comunidade, já não estão ativos. A presença de paisagens relevantes que sejam
formadas ou criadas por ação humana. E a presença e atenção de um aspecto físico distinto
e/ou ambiente social que seja considerado típico do destino. Atividades e elementos ligados à
tradição que sejam mantidos vivos e integrados no presente (EUCC, 2009a).
A identidade de um povo é constituída no eterno movimento de trocas com o outro,
com aquilo que é diferente. De modo análogo, o turismo representa uma troca. Nesse processo
de troca, o turista visita uma localidade para conhecer, para passear, ou descansar e deixa
parte de sua cultura no local e leva parte do que visita consigo. Essa troca pode ser positiva
para ambos os lados, dependendo da maneira como for planejado, implantado ou monitorado
(PEREIRA, 2003).
O ecoturismo é uma atividade sustentável e, por se preocupar com a preservação do
patrimônio cultural e natural, diferencia-se do turismo predatório, pois incentiva sua
conservação através da interpretação do ambiente e ação educativa do visitante e promove o
bem estar das populações envolvidas (PEREIRA, op. cit.).
No entanto, muitas vezes o turismo vem gerando impactos negativos nos modos de
vida e cultura peculiares das populações locais. Desta forma, o ecoturismo passa a ser uma
ferramenta importante. Ressalta-se ainda, que as atividades de educação ambiental e
sensibilização devem sempre, considerar as características culturais, dos locais turísticos, a
fim de que as mesmas sejam preservadas.
4.1.3.2.15 Lazer e recreação
Lazer e recreação podem ser definidos como a disponibilidade de atividades e infra-
estruturas de lazer e recreativas dentro do destino, com especial atenção para aquelas
associadas à tradição local (EUCC, op. cit).
Outra definição de lazer é um conjunto de ocupações, às quais o indivíduo pode
entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se,
ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação
social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das
obrigações profissionais, familiares e sociais.
36
A recreação é uma das formas de atividade de "passar o tempo" para obter a distração
de um indivíduo, ou seja, relaxamento mental ou físico do corpo. Enquanto o lazer é uma
forma de entretenimento ou descanso, a recreação exige certo desempenho em atividades de
forma a obter diversão. Os jogos de recreação visam apenas o divertimento dos jogadores, não
sendo assim um jogo desportivo, no qual o objetivo é a competição.
Os impactos e as variações da prática de atividades de lazer e recreação junto ao meio
ambiente natural, a partir do turismo, lazer e natureza, num exercício multidisciplinar, tão
atual e necessário para a compreensão das novas tendências de ocupação, ordenamento e
consumo de territórios onde o meio ambiente natural ainda é predominante (MARINHO &
BRUHNS, 2003).
4.1.3.2.16 Participação das comunidades
A participação das comunidades pode ser definida como iniciativas locais que
promovam a participação da comunidade e o envolvimento das partes interessadas na gestão e
tomada de decisões (EUCC, 2009a).
Levando-se em consideração a ausência de políticas públicas, no Brasil, que possam
estabelecer um tipo de interação de comunidade - poder público de maneira mais eficaz, é
necessário pensar a implementação de políticas de bases comunitárias com o objetivo de
conservar e/ou recuperar o ambiente. Uma das mais recentes iniciativas em países
industrialmente avançados tem sido a implementação de políticas públicas que envolvem a
participação da comunidade (TORRES, 2006).
O envolvimento dos atores sociais pode viabilizar o desenvolvimento de projetos que
conduzam ao desenvolvimento de políticas públicas visando a melhoria da qualidade de vida.
Para a implementação de projetos desta natureza, outro fator importante é quanto à formação
da equipe. Esta deve ser mista e interdisciplinar, envolvendo técnicos locais e pessoas da
comunidade (TORRES op. cit.).
4.1.3.2.17 Satisfação turística
O nível de satisfação dos turistas e habitantes relativamente ao destino (EUCC op.
cit.). Este critério deve ser analisado por meio de entrevistas com as populações fixa e
flutuante nos municípios e que possam refletir na satisfação dos mesmos, referente às
questões naturais, ambientais e socioeconomicas.
37
A SANTUR, por meio da Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Turístico,
desenvolve anualmente uma pesquisa mercadológica da demanda turística, estes dados ainda
apresentam resultados sobre a satisfação turística nos municípios catarinenses.
A qualidade da satisfação turística é similar a satisfação das necessidades, expectativas
e desejos da população. Desta forma, o produto turístico e as suas componentes são
determinantes na busca e apreciação pelos turistas (FONSECA, 2007).
Os componentes do turismo devem sempre considerar o que pode satisfazer os anseios
das populações fixa e flutuante, de forma a atingir um grau de satisfação elevado das mesmas,
e, assim, garantir a sustentabilidade deste importante setor.
4.1.3.2.18 Segurança
De acordo com EUCC (2009a) este critério pode ser definido como a existência de um
ambiente seguro e saudável e de medidas preventivas.
4.1.3.2.18.1 Exemplo de atividade de Segurança: O Projeto Gerenciamento e
Segurança nas Praias Catarinenses
No Brasil, existiu o projeto Gerenciamento e Segurança nas Praias Catarinenses. Tal
projeto surgiu em 1995, e teve duração até 2001, este foi um projeto de natureza e finalidade
comunitária, que conta com o apoio de parceiros públicos e privados. O referido projeto pode
prestar um relevante serviço de apoio e participação comunitária no campo do diagnóstico,
educação ambiental, planejamento e gestão costeira na prevenção de acidentes e na segurança
nas praias, beneficiando tanto a sociedade catarinense como o importante universo de turistas
que visitam nosso litoral todo o ano, contribuindo para a vida social e econômica de nosso
Estado (KLEIN et. al., 2000).
Hoefel & Klein (1998) demonstram a importância do levantamento dos determinantes
sócio-ambientais da segurança no banho para diminuir o risco associado ao banho de mar e
salientam que tais determinantes de risco público de uma praia são função da intensidade e
tipo de uso que recebe e de suas características morfodinâmicas.
O projeto Segurança nas Praias teve como principais objetivos à criação de uma base
de informações sobre as características sócio-ambientais e a formulação de um programa de
orientação ao público usuário, definindo o grau de periculosidade dos balneários nas praias do
estado de Santa Catarina (KLEIN et al., 2000).
38
A metodologia utilizada no projeto Gerenciamento e Segurança nas Praias
Catarinenses, fundamentou-se no Programa Australiano de Gerenciamento e Segurança das
Praias, implantado em 1990 a partir de uma parceria entre a Instituição de Salvamento
Australiano (Surf Life Saving Australia) e o Centro de Estudos Costeiros da Universidade de
Sydney. Entretanto, tal projeto foi adaptado para a realidade do litoral catarinense, assim
como para ao programa de salvamento adotado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar
de Santa Catarina (KLEIN et al. op.cit.).
O projeto Segurança nas Praias é constituído fundamentalmente de três etapas: coleta,
organização e análise de dados; aplicação dos resultados obtidos, ou seja, elaboração de
campanhas de prevenção e também os suporte técnico para o treinamento de salva-vidas; e
avaliação e reavaliação dos resultados para as próximas temporadas de verão.
Resultados obtidos em 137 registros de acidentes mostram que: 64% das vítimas são
homens; 56% são veranistas habituais dos locais em que foram atendidos; 70% não sabiam
nadar; 77% foram socorridos em correntes de retorno de intensidade moderada a forte; 88%
dos acidentes ocorreram sob altura de onda entre 0 e 1m, 45% em arrebentações deslizantes e
30% em arrebentações frontais; e 54% dos casos ocorreram em praias do tipo banco/cava
longitudinais, 24% do tipo dissipativo e 16% , do tipo banco e praia rítmicos (HOEFEL &
KLEIN, 1998).
4.1.3.3 A EUCC (The Coastal & Marine Union)
A EUCC - The Coastal & Marine Union é uma associação com 2700 membros em
mais de 40 países. Esta é a maior rede de profissionais e peritos em áreas costeiras da Europa,
com escritórios em sete países. A missão da EUCC é promover a gestão costeira e marinha,
integrando a conservação e o desenvolvimento, preservando a integridade das paisagens, a
herança cultural e a estrutura social das comunidades costeiras, levando em consideração os
efeitos das alterações climáticas (EUCC, 2009a).
Entre 2004 e 2006 a EUCC liderou um projeto de parcerias dentro União Européia, o
Project Coastal Practice Network (CoPraNet), este Projeto envolvendo 20 municípios
costeiros e Instituições de 11 países, que aceitaram no desafio de desenvolver um Programa
internacional de informação e que resultou num sistema transparente de certificação de
qualidade para destinos turísticos. Desde 2003 que este Programa e sistema de certificação
recebeu o nome de QualityCoast. O QualityCoast foi resgistrado pela EUCC como marca
comercial e a utilização deste termo é condicionada legalmente (EUCC, op. cit).
39
4.1.3.4 Estudos de Caso do Programa QualityCoast
4.1.3.4.1O Programa QualityCoast no Município de Noordwijk, Holanda
O município de Noordwijk decidiu participar do Programa QualityCoast, o que lhes
impõe a descrição dos critérios do Programa. Para isso, Noordwijk tem solicitado assistência
técnica da consultoria sem fins lucrativos, CoastInfo. Fundada em 1984 como uma fundação,
a CoastInfo tem apresentado bons resultados em consultoria de gestão costeira e dunas na
Holanda.
Os critérios foram discutidos e avaliados individualmente. A descrição original da
situação em Noordwijk foi tomada como o ponto de partida. Em seguida, os pontos fracos dos
critérios foram listados seguidos de observações sobre a descrição de Noordwijk. Os
resultados dos projetos-piloto foram brevemente discutidos e, em seguida, as adaptações
necessárias foram descritas. Estas adaptações foram ainda resumidas e descritas e os critérios
foram reformulados, de acordo com as particularidades do município.
As descrições de Noordwijk foram os resultados de um trabalho que tem sido
realizado neste município e esses resultados foram utilizados como um exemplo para explicar
as deficiências dos critérios.
Quanto ao critério de disponibilidade de áreas silenciosas no município, por exemplo,
a descrição de Noordwijk denota o número e o tamanho de tais áreas. Entretanto, não há
comparação à área total do destino, embora isto seja descrito em um dos critérios do
Programa, onde a razão entre áreas construídas e não construídas são comparadas
(LEEMANS, 2007).
4.1.3.4.2 O Programa QualityCoast em Cork Harbour, Irlanda
Uma ação-piloto foi realizada para testar as exigências de dados e disponibilidade para
a implementação do Programa QualityCoast, sendo que um conjunto de critérios foram
avaliados para Cork Harbour na costa sul da Irlanda. O’Mahony et. al. (2006) descrevem a
atual atividade turística em Cork Harbour, os desafios relacionados com a aplicação da
metodologia do Programa QualityCoast em Cork Harbour e discutem os resultados do
Projeto-piloto.
40
A questão fundamental frente os instrumentos operacionais para a gestão costeira diz
respeito ao acesso aos dados pertinentes a nível local. Uma série de princípios orientadores foi
proposta para praticantes e gestores de turismo costeiro interessados em utilizar o conceito do
Programa. Desta forma, os dados custo-benefício e escala emergem como princípios
fundamentais para a consideração do desenvolvimento de um programa de informações para
turismo sustentável em áreas costeiras.
4.1.3.4.3 O Programa QualityCoast em Fuertevetura, Ilhas Canárias
(Espanha)
O estudo-piloto sobre a implementação do Programa QualityCoast em Fuerteventura
foi desenvolvido pelo Instituto Canário de Ciências Marinhas (ICCM), em três diferentes
áreas na Ilha de Fuerteventura: Município de Tuineje, Município de Pájara e Ilha dos Lobos
Island (Município de La Oliva). O critério para a escolha dessas áreas teve por base as
características específicas dos municípios e das diversas obras de conservação e
desenvolvimento sustentável que estão sendo desenvolvidos nestas áreas pelo ICCM. Os
Municípios de Pájara e La Oliva são caracterizados como sendo áreas altamente turísticas da
ilha, oferecendo principalmente o turismo de sol e praia. Paralelo a esses destinos, Tuineje é
um município muito menos desenvolvido em termos de turismo, mas com importante
patrimônio natural e cultural e um grande potencial turístico e cultural para atividades rurais
(FERREIRA et. al., 2007).
Cerca de 30% da superfície da Fuerteventura está protegida sob diferentes
denominações. As áreas selecionadas contem importantes áreas marinhas e terrestres de
conservação da natureza. O Departamento de Governo do Ambiente na Ilha de Fuerteventura
está trabalhando ativamente para promover a diversificação das atividades recreativas ligadas
à oferta de áreas protegidas, promovendo a natureza tendo como base atividades
desenvolvidas de forma responsável.
As atividades piloto desenvolvidas pelo ICCM têm investigado a validação dos
critérios selecionados e para esse efeito uma coleta de dados e informações tiveram lugar em
estreita colaboração com as autarquias locais e Governo da Ilha de Fuerteventura. Os
resultados são apresentados em um relatório, que inclui uma melhor definição de alguns
critérios QualityCoast e a proposta de alguns novos (por exemplo, a razão de turistas por área
como uma medida de pressão do turismo).
41
4.1.3.4.4 O estudo de caso de Aveiro, Portugal, segundo (EUCC, 2009c)
O município de Aveiro está localizado na costa oeste de Portugal e situa-se a 50 km ao
Sul da cidade do Porto. Quanto à natureza, o município é caracterizado por um importante
ecossistema aquático do país, o sistema estuarino da ria de Aveiro (Figura 14).
O município possui uma grande diversidade de habitats, incluindo um complexo
sistema de salinas, dunas, praias e florestas coníferas. Os ecossistemas estão em elevado
estágio de conservação. O sistema do estuário é habitat temporário e permanente de espécies
de aves protegidas pelas Diretivas Européias.
Figura 14: Vista geral da ria de Aveiro. Fonte: O autor.
No município é possível caminhar ou pedalar pelas áreas naturais, incluindo a Reserva
Natural das Dunas de São Jacinto, onde existe informação sobre as atividades permitidas, no
local.
Quanto ao meio ambiente, o município de Aveiro possui uma praia rotuladas com a
Bandeira Azul (São Jacinto). O município promove o transporte sustentável, com 230
bicicletas disponíveis gratuitamente para o uso da população, possuindo 8 km de ciclovias, na
área urbana do município, sendo a primeira cidade de Portugal, com este tipo de iniciativa.
Aveiro ainda possui três linhas de ônibus rodando com gás natural, e os canais urbanos do
estuário são utilizados para transporte, por meio de embarcações, sem motores propulsores.
Quanto à socioeconomia a produção do sal utiliza tecnologia de ponta, sendo uma
atividade muito tradicional em Aveiro. As atividades de extração de sal, em Aveiro estão
frequentemente em processo de certificação. Os “Moliceiros” são os únicos barcos que
utilizam colheita de vegetação aquática para fertilização do solo.
42
A gastronomia é rica e diversificada no município com 25 restaurantes, onde os
visitantes podem experimentar os pratos locais, ou ainda os tradicionais doces da região,
sendo o principal, o “ovo mole” de Aveiro. O Quadro 5 mostra a classificação da pontuação
do município de Aveiro quanto aos critérios QualityCoast.
Quadro 5: Classificação do município de Aveiro quanto aos critérios QualityCoast.
Critério 0 1 2 3 4 5
Natureza
1
2
3
4
5
6
Meio Ambiente
7
8
9
10
11
12
13
Socioeconomia
14
15
16
17
18
19
20
Fonte: EUCC, 2009c.
O município de Aveiro teve melhor desempenho, quanto aos critérios de avaliação do
tema Socioeconomia, onde atingiu 29 pontos, em 35 possíveis (82,9%). Quanto aos critérios
de avaliação do tema Natureza, o município atingiu 22 pontos, em 30 possíveis (73%). O
município teve seu pior desempenho quanto aos critérios de avaliação do tema Meio
Ambiente, onde atingiu 19 pontos, em 35 possíveis (54%).
Aveiro totalizou 70 pontos em 100 possíveis, obtendo desta forma, recebeu a Bandeira
QualityCoast, que é atribuída a municípios com pontuação superior a 56%. Cabe sugerir que
sejam realizadas ações de melhoria, quanto aos critérios do tema Meio Ambiente,
principalmente no que diz respeito a envolvimento comercial, respostas as alterações
climáticas e gestão de águas.
4.1.3.4.5 O Estudo de Caso de Noordwijk, segundo (EUUCC, 2009c)
O município de Noordwijk, Holanda possui uma excelente infra-estrutura para receber
os turistas e ainda apresenta facilidades para a realização de congressos. O município é
43
rodeado pelo mar, com 13 km de praias arenosas, extensos campos de dunas. O município
participa do Programa QualityCoast desde 2008, sendo o primeiro município certificado.
Quanto à natureza suas dunas proporcionam paisagens com grande diversidade de
fauna e flora (Figura 15). O município apresenta diversas trilhas, onde os visitantes podem ter
contato com as áreas naturais do município e ainda é possível excursões em suas florestas.
Quanto ao meio ambiente os diques e as dunas da Dutch North Sea Coast estão
sofrendo pressão com o aumento do nível do mar. No município existem diversas obras de
engenharia pesada, para contensão da erosão costeira. Estas novas tecnologias modificam as
paisagens originais deste município tão peculiar. O mar apresenta qualidade de água adequada
para banho.
Figura 15: Vista geral do farol de Noordwijk, Holanda. Fonte: EUCC, 2009b.
Quanto à socioeconomia o município apresenta duas frentes: O plantio de flores
ornamentais e ainda é considerada uma cidade pesqueira. Atualmente o turismo vem
crescendo na região.
Existem diversas atividades culturais no município, como a “Opera at Sea” e
atividades que resgatam a herança cultural da região. A parada anual das flores em abril é
mundialmente famosa. Os visitantes procuram Noordwijk para excursões, ou para longas
estadas. Este local é considerado acolhedor, limpo e extemamente acessível aos turistas. O
Quadro 6 mostra a classificação do município de Noordwijk, quanto aos critérios do
Programa QualityCoast.
44
Quadro 6: Classificação do município de Noordwijk quanto aos critérios QualityCoast.
Critério 0 1 2 3 4 5
Natureza
1
2
3
4
5
6
Meio Ambiente
7
8
9
10
11
12
13
Socioeconomia
14
15
16
17
18
19
20
Fonte: EUCC, 2009c.
O município de Noordwijk teve melhor desempenho, quanto aos critérios de avaliação
do tema Natureza, onde atingiu 27 pontos, em 30 possíveis (90%). Quanto aos critérios de
avaliação do tema Meio Ambiente, o município atingiu 28 pontos, em 35 possíveis (80%). O
município teve seu pior desempenho quanto aos critérios de avaliação do tema
Socioeconomia, onde atingiu 25 pontos, em 35 possíveis (71,4%).
Noordwijk 80 pontos em 100 possíveis, obtendo desta forma, recebeu a Bandeira
QualityCoast, que é atribuída a municípios com pontuação superior a 56%. Cabe sugerir que
sejam realizadas ações de melhoria, quanto aos critérios do tema Socioeconomia,
principalmente no que diz respeito a herança cultural, e identidade local.
45
5. MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia do trabalho tem como base um processo de avaliação para um
município costeiro, considerando três grandes grupos do Programa QualityCoast (Natureza,
Ambiente e Socioeconomia). O método foi aplicado ao município de Balneário Camboriú,
onde para cada um dos vinte critérios do Programa foram estabelecidos indicadores e, desta
forma, foi possível atribuir uma pontuação entre um e cinco para cada um dos critérios.
A Figura 16 apresenta o fluxograma do método aplicado no trabalho. Este foi adaptado
para que a avaliação se tornasse mais quantitativa e, por conseguinte, foi desenvolvido um
modelo de análise crítica do método.
Contato
com a EUCC
Revisão Bibliográfica
Revisão
Bibliográfica
na biblioteca
da FEUP,
QualityCoaste GCI
Avaliação dos
critérios
analisados, do
método e das
estratégias de
implementação
do Programa
QualityCoastno Brasil
Avaliação
da
pontuação
para o
município
de
Balneário Camboriú
Levantamento
bibliográfico
para validação dos dados
Planilhas de
análise, para
avaliação do
QualityCoast
em Balneário Camboriú
Análise dos
estudos de
caso
Europeus:
Aveiro, e
Noordjwik
Estruturação
do processode avaliação
Saídas de
campo nas secretarias
Modelo de
avaliação
crítico do Programa
Figura 16: Fluxograma da metodologia do trabalho. Fonte: O autor.
46
5.1 Análise do método do Programa QualityCoast europeu
A análise do método do Programa QualityCoast partiu de um contato inicial com a
EUCC, onde foi possível conhecer a visão dos mesmos frente ao processo de certificação.
Nesta ocasião foi possível conhecer a realidade européia frente ao Programa, por meio de
saídas de campo ao município de Aveiro (Portugal) e Noordjwik (Holanda). Destaca-se que
para as avaliações dos municípios europeus, os 20 critérios do Programa são divididos em
indicadores e a cada um dos critérios é atribuída uma pontuação de um a cinco (Quadro em
ANEXO II).
5.2 Análise dos critérios e estruturação do processo de
avaliação do QualityCoast no Brasil
Nesta etapa foi realizada uma análise dos critérios do Programa, assim como o
entendimento dos mesmos e, ainda, quais seriam os indicadores adequados para a avaliação.
Desta forma, foi desenvolvido um checklist, com os indicadores dos critérios do Programa.
A partir desta fase, para cada um dos indicadores dos critérios foi estabelecida uma
forma de avaliação quantitativa, onde ficou mais claro a necessidade para todos os critérios
receberem a pontuação de um a cinco. Onde zero representa informação inexistente, um
representa o processo de diagnóstico, dois representa iniciativas por meio de projetos ou
programas, três representa o processo de adoção, quatro representa existência da informação,
e cinco representa existência de informação de forma clara, coerente e adequada à realidade.
5.3 Análise da pontuação por meio do estudo de caso
A avaliação do estágio atual do município de Balneário Camboriú teve como base uma
planilhas reestruturada nesta proposta para a avaliação do Programa QualityCoast em
Balneário Camboriú que por sua vez foi validada por meio de uma série de levantamentos
secundários em websites e bibliografias de instituições públicas e privadas (IPHAN, FATMA,
Prefeitura Municipal, Instituto Ideia, GERCO – SC, IBGE, Câmara dos Vereadores,
Legislações Municipais, Estaduais e Federais, EMASA, Coneville, SANTUR, Corpo de
Bombeiros, Polícia Militar).
Ainda foi realizada uma série de levantamentos primários para validação dos dados:
47
- Locais Tranquilos: Análise dos locais tranqüilos no município, por meio de um
decibelímetro, modelo: Lutron SL – 4001 Sound Level Meter, patrimônio da UNIVALI,
devidamente calibrado, e os parâmetros analisados tiveram como base os parâmetros da
ABNT. Nesta fase o município foi dividido em oito áreas (Figura 17), e dentro de cada uma
delas foram estipulados locais para a realização das medições. Desta forma, os locais
escolhidos foram: A sede da praia dos Amores; o Complexo de Eventos Morro do Careca; o
pontal Norte da praia Central; a Orla da Av. Atlântica, Praia Central, altura da Rua 1111; o
Parque Atrás do Supermercado Angeloni; o Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez
Malta; a Praia do Estaleirinho; a Praia do Pinho; a Praia de Taquarinhas; o Molhe da Barra
Sul.
Cabe destacar que foram realizadas medições em dois dias diferentes (13/12/2008 e
05/01/2009), no auge da temporada de verão, e próximo ao meio dia, para que os resultados
fossem os mais expressivos possíveis.
1
3 2
4 8 7
6
5
Figura 17: Divisão do município em oito áreas, para análise de locais tranquilos. Fonte:
Balneário Camboriú 2009a, adaptado pelo autor.
- saídas de campo para as Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Turismo, Cultura
e Lazer, Planejamento, Biblioteca Municipal, que puderam fomentar a qualidade ambiental do
município costeiro a fim de estabelecer padrões, por meio de um estudo comparativo com
padrões pré-estabelecidos.
Dessa forma, foi possível diagnosticar o município por meio de uma comparação dos
dados coletados, em relação aos critérios de enquadramento do Programa QualityCoast,
visando, assim, estratégias de melhoria.
Levantamentos fotográficos e observações realizadas em saídas de campo também
foram utilizados para a aplicação da proposta, salientando que os critérios foram adaptados à
48
legislação vigente e, desta forma, pôde ser diagnosticada a possibilidade de melhoria dos
critérios do Programa.
5.4 Análise do método
A partir dos resultados obtidos, quanto ao Programa QualityCoast em escala européia,
foi possível estruturar o processo de avaliação, de acordo com a realidade brasileira. Desta
forma, foi possível diagnosticar o município de Balneário Camboriú, e verificar se o modelo é
válido, tendo como base a realidade de um município costeiro brasileiro.
49
6. RESULTADOS
6.1 Análise dos critérios de avaliação e das estratégias
de implementação do Programa QualityCoast no Brasil
Para a realidade brasileira, os critérios foram também divididos em três temas. O tema
natureza não sofreu modificações e foi mantido, conforme o Programa europeu, visto que os
critérios e indicadores foram considerados adequados.
O tema Ambiente passou a ser chamado de Meio Ambiente (terminologia, mais
adequada ao Brasil) e todos os seus sete critérios e indicadores originais foram mantidos e
considerados adequados.
O tema Socioeconomia foi o mais discutível. Este passou a ser considerado como
Sociocultural, pois a palavra oferece uma conotação de que diversos fatores econômicos
deveriam ser analisados, enquanto na realidade, o método do Programa QualityCoast, avalia
muitos aspectos culturais. O tema então passou a ser representado por cinco critérios. Os
critérios herança cultural, paisagem cultural, e identidade local, foram fundidos em um único
critério, denominado identidade cultural e local, pois este foi considerado mais adequado, no
entanto todos os indicadores foram mantidos. O Quadro 7 demonstra como foram
considerados os critérios do Programa QualityCoast, em relação aos temas, adaptados à
realidade brasileira.
50
Quadro 7: Adaptação para o Brasil do Programa QualityCoast, em relação aos temas.
Critérios Europeus Critérios Brasileiros
Natureza Natureza
Valores Naturais Valores Naturais
Informação sobre a Natureza Informação sobre a Natureza
Contato Com a Natureza Contato Com a Natureza
Políticas Verdes Políticas Verdes
Paisagens Paisagens
Avaliação de Locais Tranquilos Avaliação de Locais Tranquilos
Ambiente Meio Ambiente
Pressão Turística Pressão Turística
Envolvimento Comercial Envolvimento Comercial
Balneabilidade Balneabilidade
Gestão de Águas Gestão de Águas
Transporte sustentável Transporte sustentável
Resíduos e Reciclagem Resíduos e Reciclagem
Respostas as Alterações Climáticas Respostas as Alterações Climáticas
Socioeconomia Sociocultural
Herança Cultural
Identidade Cultural e Local Paisagem Cultural
Identidade Local
Lazer e Recreação Lazer e Recreação
Participação da Comunidade Participação da Comunidade
Satisfação Turística Satisfação Turística
Segurança Segurança
Fonte: (EUCC, 2009b).
A trajetória do Programa QualityCoast Brasil, teve como início uma entrevista com os
tomadores de decisão (Prefeito e Secretários Municipais), a fim de entender se há interesse do
município participar do Programa, visto que o mesmo possui caráter voluntário e depende da
municipalidade para ser estabelecido. Ao mesmo tempo, os tomadores de decisão devem
fornecer suporte político e financeiro, para a implementação do mesmo.
A fase seguinte foi o diagnóstico, por meio de um Projeto Piloto e de uma série de
levantamentos de dados, juntos às diversas instituições envolvidas diretamente, em ações,
relacionadas aos critérios e aos indicadores do Programa QualityCoast. Cabe destacar que o
presente trabalho foi desenvolvido até a fase de diagnóstico.
O planejamento é a fase onde as secretarias municipais devem estabelecer estratégias e
ações para a implementação do Programa. A fase de adoção também conta com o apoio das
secretarias municipais e deve ainda contar com o apoio do Prefeito, a autoridade máxima
dentro do município.
Por conseguinte, a fase de implementação ocorre paralelamente às estratégias de
marketing e promoção, por parte das secretarias municipais e ONG’s, e ainda à sensibilização
e informação, onde as instituições devem apresentar os resultados do Programa, para a
população fixa e flutuante do município(Figura 18).
51
Entrevista c/ tomador de Decisão
Suporte Político
S N
Diagnóstico
Projeto Piloto
Levantamento de dados
Planejamento
Adoção
ImplementaçãoSensibilização / Informação
Marketing e Promoção
Avaliação
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Fase 4
Fase 5
Fase 6
Fase 7
Fases da Implementação do Programa QualityCoast Brasil Atores Sociais Envolvidos no Processo
Prefeito;Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo
Prefeito;Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo
Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo;Universidade;FATMA;
Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo
Prefeito;Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo
GERCO/SC;EMASA;CONEVILLE;IPHAN;SANTUR;
ONG’s;Câmara de Vereadores;IBGE;Corpo de Bombeiros;Polícia Militar
Secretaria de Meio Ambiente;Secretaria de Planejamento;Secretaria de Turismo;Universidade;ONG’s;
EUCC
População Fixa e Flutuante
Figura 18: Diagrama da trajetória do Programa QualityCoast. Fonte: LEEMANS, 2007, adaptado
pelo autor.
Para Balneário Camboriú a representatividade política e os tomadores de decisão seria
a Prefeitura Municipal, por meio das Secretarias de Meio Ambiente, Turismo, Planejamento,
e Educação, estes devem apresentar comprometimento com o processo de certificação e
oferecer suporte político.
Hoje, além da representatividade política do município, os atores envolvidos no
processo de certificação seriam:
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, por meio de trabalhos acadêmicos que dão
suporte de dados / prestador de suporte técnico, para a elaboração da candidatura;
Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental – IDEIA, na promoção de trabalho
voluntário e atividades educacionais e de sensibilização, e outras ONG’s;
Santa Catarina Turismo – SANTUR, fornecendo dados sobre pressão turística e satisfação
turística;
Fundação do Meio Ambiente – FATMA, do Estado de Santa Catarina, fornecendo dados
sobre o monitoramento da balneabilidade;
52
Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú – EMASA,
responsável pela distribuição de água para a população e tratamento de efluentes;
Sindicato da Indústria da Construção Civil em Balneário Camboriú - SINDUSCON
promovendo o envolvimento comercial, no município;
Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Balneário Camboriú - COMPUR
oferecendo ações para a mobilidade sustentável, no município;
Ambiental Saneamento e Concessões Ltda - CONEVILLE oferecendo a gestão de
resíduos sólidos do município;
Prefeitura Municipal de Itajaí, por meio da disponibilidade de disposição dos resíduos
sólidos do município de Balneário Camboriú, no aterro sanitário de Canhanduba;
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN oferecendo dados sobre os
sítios arqueológicos do município, e garantindo sua integridade;
Fundação Cultural de Balneário Camboriú – FCBC promovendo atividades sobre
características culturais e locais;
Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, promovendo a
participação da Comunidade, nas ações de desenvolvimento sustentável;
Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente – CONDEMA promovendo a
participação da Comunidade, nas ações de desenvolvimento sustentável;
Conselho Municipal de Turismo de Balneário Camboriú (Comtur) promovendo a
participação da Comunidade, nas ações de desenvolvimento sustentável;
Conselho Gestor da APA (Área de Proteção Ambiental) Costa Brava promovendo a
participação da Comunidade, nas ações de desenvolvimento sustentável;
Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina oferecendo a segurança nas praias do
município; e
Polícia Militar de Santa Catarina oferecendo a segurança no município.
Cabe, ainda, destacar que o Projeto-Piloto do município de Balneário Camboriú
poderá fortalecer o Gerenciamento Costeiro do Estado de Santa Catarina – GERCO/SC, tendo
como base um Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro, para Balneário Camboriú, e
ainda auxilia o Plano Diretor Municipal.
53
6.2 Avaliação da Pontuação do Programa QualityCoast em
Balneário Camboriú
Nesta fase os critérios originais foram descritos, conforme a EUCC, e em seguida os
indicadores de cada um dos critérios foram avaliados, permitindo, desta forma, obter a
pontuação total do município, e ainda foram sugeridas melhorias para cada um dos critérios.
6.2.1 Natureza
O tema Natureza foi dividido em seis critérios (valores naturais, informação sobre a
natureza, contato com a natureza, políticas verdes, paisagem e locais tranqüilos) e cada um
destes critérios possuiu indicadores que permitiram uma análise geral dos mesmos.
6.2.2.1 Valores naturais
De acordo com (EUCC, 2009a), o critério valores naturais se define como, a presença
de espécies e habitats importantes internacionalmente que podem ser encontrados no destino.
O Quadro 8 apresenta a análise dos indicadores do critério valores naturais, para o município
de Balneário Camboriú, SC.
Quadro 8: Análise dos indicadores para o critério Valores Naturais.
1 2 3 4 5
1. % de área
protegida para fins
de conservação da
biodiversidade
0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%
2. Nr. de espécies e
habitats protegidos
presentes
0 a 20 21 a 40 41 a 60 61 a 80 Acima de 81
Referência: Nota
Indicador 1 2
Indicador 2 4
Total 6
Média do critério 3
Fonte: O autor.
Quanto aos Valores Naturais foi verificado que um indicador é a existência de áreas
protegidas para fins de conservação. Balneário Camboriú possui três áreas terrestres
protegidas para fins de conservação, sendo estas a APA Costa Brava, Reserva Particular do
Patrimônio Natural – RPPN Normando Tedesco e Parque Natural Municipal Raimundo Malta
54
(Figura 19) (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 1993, BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2000 &
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 1999)
Figura 19: Vista geral do Parque Natural Municipal Raimundo Malta, Balneário Camboriú.
Fonte: O autor.
Destaca-se que o município de Balneário Camboriú possui 22,2% de seu território de
áreas protegidas para fins de conservação. Visto que o APA Costa Brava possui cerca de 10
km², enquanto o Parque Municipal e a RPPN possuem 0,172625 km² e 0,038225 km²,
respectivamente. Destaca-se, ainda, que o município possua 61 espécies protegidas
catalogadas, entre fauna e flora, espécies estas típicas de floresta ombrófila densa (mata
atlântica) e uma área sob domínio de mangue. Observa-se que as espécies foram identificadas
/ levantadas no Parque Municipal.
Pinto (2008) salienta que menos de 3% da superfície do território brasileiro encontra-
se dedicado oficialmente a esse objetivo. A Mata Atlântica, por exemplo, possui menos de 2%
do seu território protegido em unidades de conservação, ou seja, 98% do espaço apresenta
outras formas de uso da terra – agricultura, cidades, estradas, hidrelétricas, remanescentes
florestais, etc.
Destaca-se, ainda, que devido ao conflito entre o setor imobiliário e a área
conservacionista, está sendo discutida a aprovação do Parque Estadual de Taquarinhas, este
seria fundamental, para conservar os ecossistemas presentes e definir os limites da Unidade e
ainda aplicar garantias adequadas de conservação.
Rudzewicz & Lanzer (2008) destacam a importância de um plano de manejo
adequado em uma Unidade de Conservação, este é definido como um documento técnico
mediante o qual se estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o
manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à
55
gestão da unidade (BRASIL, 2000). Podendo, assim, auxiliar na conservação do meio
ambiente, e trazer benefícios socioculturais e econômicos ao lugar.
Cabe sugerir que, todas as unidades de conservação do município obtenham um plano
de manejo adequado, a fim de melhorar o desempenho do município, quanto ao critério
valores naturais.
6.2.1.2 Informação sobre a Natureza
De acordo com (EUCC, 2009a) informação dobre a natureza é definida como: Fontes
de informação e infra-estruturas que promovam a interação com o ambiente natural local e
estejam localizadas dentro ou próximo das áreas naturais de interesse. O Quadro 9 apresenta a
análise dos indicadores do critério informação sobre a natureza, para o município de
Balneário Camboriú, SC.
Quadro 9: Análise dos indicadores para o critério informação sobre a natureza.
1 2 3 4 5
1. Existem
publicações sobre
valores naturais
(folders, livros,
revistas, CDs,
Vídeos)
0 – 2 /ano 3 – 5/ano 6 – 8/ano 9 – 10/ano + 10 ano
2. Existem Centros
de serviços para
áreas protegidas
marinhas e
terrestres
Está sendo
realizado um
diagnóstico para as
áreas mais
adequadas
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de construção um
Centro de
referência terrestre
e/ou marinha
Existe um Centro
de referencia
terrestre
e/ou marinha
Existem tanto
centros de serviços
para áreas
protegidas
marinhas assim
como as terrestres
Referência: Nota
Indicador 1 1
Indicador 2 4
Total 5
Média do critério 2,5
Fonte: O autor.
Analisando este critério a informação sobre a natureza, em Balneário Camboriú foi
verificada a existência de publicações insuficiente no município. Deste modo, cabe sugerir
que existam iniciativas, para que os visitantes possuam informações sobre regras de conduta
dentro dos espaços naturais do município, tal como ocorre, no município de Noordwijk, por
meio do Plano de Defesa da Natureza.
Quanto à infra-estrutura, cabe destacar a existência de um centro de serviços de
referência para o Parque Municipal Raimundo Malta, onde é promovida a inteiração com o
ambiente natural local (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).
56
6.2.1.3 Contato com a natureza
EUCC (2009a) define contato com a natureza, como o nível apropriado de acessos
recreativos às áreas naturais e atividades de baixo impacto relacionado com a Natureza. O
Quadro 10 apresenta a análise dos indicadores do critério contato com a natureza, para o
município de Balneário Camboriú, SC.
No que se refere ao contato com a natureza, um indicador é a existência de visitas
guiadas. Em Balneário Camboriú, esta visita é realizada no Parque Natural Municipal
Raimundo Gonçalez Malta, mas existem muitas outras possibilidades não exploradas, e que
podem ser estruturadas pelos órgãos de turismo e meio ambiente, tais como, na Costa Brava,
nas ilhas do estuário do rio Camboriú, entre outras.
Quanto ao indicador existência de passarelas e ciclovias, destaca-se que existem
ciclovias e passarelas no município, mas ainda em quantidades insuficientes para atender o
município como um todo, e estas não acessam as Unidades de Conservação do município.
Destaca-se a passarela no pontal Norte (Figura 20), que permite acesso à praia do Buraco,
numa região de mata Atlântica e as ciclovias da Quarta Avenida e da av. Marginal Oeste, e
ainda, a ciclovia que está sendo implantada na 5ª Avenida (BALNEÁRIO CAMBORIÚ,
2009c).
Figura 20: Vista geral da passarela do pontal Norte, Balneário Camboriú. Fonte: O autor.
Outro indicador para este critério é a existência de voluntariado, cabe ressaltar que o
Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental – IDEIA desenvolve uma série de
atividades de voluntariado, em Balneário Camboriú, embora seu estatuto social permita que o
mesmo desenvolva atividades no âmbito nacional. No entanto, esta é uma iniciativa de uma
Organização Não Governamental – ONG, enquanto que o ideal seria a integração de outras
57
instituições que incentivassem o trabalho voluntariado, por exemplo, por meio de monitores
em unidades de conservação (IDEIA, 2009).
Quadro 10: Análise dos indicadores para o critério Contato com a Natureza.
1 2 3 4 5
1. Presença de
programas
relacionados com a
Natureza (e.g. visitas
guiadas, observação
de aves ou cetáceos,
circuitos pedonais e
ciclovias,
voluntariado,
atividades
educacionais e de
sensibilização
Existe 1 Programa
relacionado com a
natureza
Existem 2
Programas
relacionados com
a natureza
Existem 3
Programas
relacionados com
a natureza
Existem 4
Programas
relacionados com a
natureza
Existem 5 ou
Programas
relacionados com a
natureza
2. % de áreas
naturais acessíveis
apenas por percursos
pedonais
0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%
3. % de áreas
naturais acessíveis
apenas por ciclovias
0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%
4. % de areas
naturais acessíveis
apenas por percursos
equestres
0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%
5. % de areas
naturais com acesso
multi-usos
0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%
6. Ligação a
circuitos pedonais e
ciclovias de longa
distância
0 a 20% 21 a 40% 41 a 60% 61 a 80% 81 a 100%
7. Existência de
programas de eco-
turismo
Está sendo
realizado um
diagnóstico para
as ações mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um
programa de eco-
turismo
Existem diversos
programas de eco-
turismo
8. Existência de
infra-estruturas e
acessos para
visitantes portadores
de necessidades
especiais
Está sendo
realizado um
diagnóstico para
as áreas mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe uma infra-
estruturas e
acessos para
visitantes
portadores de
necessidades
especiais
Existem diversas
infra-estruturas e
acessos para
visitantes
portadores de
necessidades
especiais
Referência: Nota
Indicador 1 4
Indicador 2 2
Indicador 3 1
Indicador 4 1
Indicador 5 1
Indicador 6 1
Indicador 7 1
Indicador 8 1
Total 12
Média do critério 1,5
Fonte: O autor.
58
Quanto ao indicador existência de atividades educacionais e de sensibilização
ambiental, cabe destacar que, em Balneário Camboriú, o tema meio ambiente está inserido
nas escolas, por meio do Programa Terra Limpa. No entanto, tal Programa deveria abordar de
forma mais incisiva a redução do consumo e o reaproveitamento dos resíduos, não
priorizando apenas a questão da reciclagem (DAGNONI, 2006).
Sugere-se que o município implemente Programas de ecoturismo / interpretação
ambiental, para tornar esta atividade sustentável, tendo em vista o grande potencial que a
porção sul do município possui para tal atividade, visto que a mesma ainda possui suas
características naturais em níveis de alteração de baixo a moderado, quando comparados com
o restante da orla do município (PIRES et. al., 2002).
Cabe, ainda, sugerir que Balneário Camboriú apresente infra-estrutura e acessos para
visitantes portadores de necessidades especiais, para que os mesmos possam ter contato com
os valores naturais do município, tal como ocorre em Aveiro.
6.2.1.4 Políticas Verdes
EUCC (2009a) define políticas verdes como o nível de proteção dos valores naturais
através de políticas e esquemas de gestão integrada, setorial e transversal. O Quadro 11
apresenta a análise dos indicadores do critério políticas verdes, para o município de Balneário
Camboriú, SC.
Um indicador para este critério é a existência de Plano Diretor Municipal, atualmente
o município possui Plano Diretor (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2008b), porém este apresenta
conflitos entre áreas designadas para conservação/preservação e áreas construídas,
demonstrando os inúmeros interesses dos setores imobiliários e da construção civil no
município. Simi et. al. (2003) destacam que o município de Balneário Camboriú apresenta
poucas áreas com possibilidade legal de ocupação.
Quanto ao indicador existência de outras políticas verdes, destaca-se a existência da
Política Municipal de Educação Ambiental, que tem por finalidade desenvolver ações que
sensibilizam a criança, o jovem e a comunidade para a conservação e a preservação do meio
ambiente (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2008a).
Por outro lado, a ausência de políticas de desenvolvimento do litoral marítimo,
destinadas a conciliar várias demandas, econômicas e sociais com a conservação do meio
ambiente marinho, tornam impotentes as ações no sentido de minimizar os efeitos negativos
da urbanização em Balneário Camboriú (CARMO et. al. 1999).
59
Sugere-se que, os demais atores sociais (potenciais colaboradores do Programa) se
envolvam com os planos acima citados. Sugere-se ainda que, o município implemente o
Projeto Orla, para o ordenamento da orla costeira.
Cabe, ainda, sugerir a implementação de Projetos agro-ambientais, para diminuir a
contaminação dos corpos hídricos por agrotóxicos no município de Camboriú.
Quadro 11: Análise dos indicadores do critério Políticas Verdes.
1 2 3 4 5
1. Existência de
Plano Diretor
Municipal
Está sendo
realizado um
diagnóstico para
as ações mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um plano
diretor, conflitante
Existe um plano
diretor adequado a
realidade do
município
2. Existência de
Projeto Orla no
município
Não existe, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe projeto orla
implementado em
fase de intervenção
na orla
Existe projeto orla
3. Existência de
esquemas agro-
ambientais
Não existe, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um esquema
agro-ambiental
Existem diversos
esquemas agro-
ambientais
4. Existência de
planos de pesca
Não existe, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um plano de
pesca
Existem diversos
planos de pesca
5. Existência de
outras políticas
verdes
Não existe, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe uma política
verde
Existem diversos
diversas políticas
verdes
6. Existência de
entidades envolvidas
nos planos ou
esquemas, acima
citados
0 a 2 3 a 4 5 a 6 7 a 8 Mais de 8
7. Existência de
organizações locais
de turismo e lazer
que promovem o seu
envolvimento nos
planos ou esquemas,
acima citados
0 a 2 3 a 4 5 a 6 7 a 8 Mais de 8
Referência: Nota
Indicador 1 4
Indicador 2 1
Indicador 3 1
Indicador 4 1
Indicador 5 4
Indicador 6 2
Indicador 7 1
Total 14
Média do critério 2
Fonte: O autor.
60
6.2.1.5 Paisagem
EUCC (2009a) define o critério paisagem, como a presença de paisagem natural e
tendências existentes de utilização e padrão de ocupação do solo. O Quadro 12 apresenta a
análise dos indicadores do critério paisagem, para o município de Balneário Camboriú, SC.
Quadro 12: Análise dos indicadores do critério Paisagem.
1 2 3 4 5
1. Existência de
mapa de uso e
ocupação do solo
Não existe, ou está
sendo realizado um
diagnóstico para o
desenvolvimento do
mesmo
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de construção /
adoção
Existe um mapa
de uso e
ocupação do solo,
mas este é
conflitante
Existe um mapa
de uso e
ocupação do solo
adequado a
realidade do
município
2. % de área
desenvolvida =
(superfície de area
desenvolvida /
superfície
total)*100
Ausência de
informação, ou 100 a
81%
80 a 61% 60 a 41% 40 a 21% 20 a 0%
Referência: Nota
Indicador 1 4
Indicador 2 1
Total 5
Média do critério 2,5
Fonte: O autor.
Apesar da existência de paisagens de valor cênico, um indicador para o critério
paisagem é a existência de uma mapa de uso e ocupação do solo. Em Balneário Camboriú
destaca-se a existência de mapa de microzoneamento (ANEXO IV), que busca atender ao
ordenamento do uso do solo, no município, de acordo com o plano diretor municipal
(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2008b).
Cabe destacar que nos últimos anos Balneário Camboriú foi o pólo de
desenvolvimento turístico na faixa litorânea Centro-Norte do Estado de Santa Catarina. A
expansão imobiliária desordenada, protagonizada por empresas do ramo imobiliário e à
margem do planejamento, deixou como herança atual uma cidade plenamente urbana.
Entretanto a porção Sul de seu território (Figura 21) apresenta uma qualidade visual de
paisagem mais elevada, com relação às demais áreas do município, devido à maior
movimentação do relevo, ocorrência de vistas panorâmicas, e aumento da cobertura vegetal
arbórea (PIRES, 2005).
61
Figura 21: Vista geral da praia de taquarinhas, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor.
6.2.1.6 Locais Tranqüilos
EUCC (2009a) define locais tranqüilos como Presença de áreas onde os visitantes
possam escapar do trânsito, multidões e ruído. O Quadro 13 apresenta a análise dos
indicadores do critério locais tranqüilos, para o município de Balneário Camboriú, SC.
Quanto ao indicador existência de locais tranqüilos no município, destaca-se que
Balneário Camboriú apresenta diversos locais tranqüilos em seu território, entre elas: a sede a
Associação de Moradores da Praia dos Amores, o Complexo de eventos Morro do Careca, o
pontal Norte da praia Central, o Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta, o
molhe da barra Sul, e as praias da região do Interpraias. O (APÊNDICE I) mostra os
resultados obtidos em campo.
Quadro 13: Análise dos indicadores do critério Locais tranqüilos.
1 2 3 4 5
1. Presença,
dimensão e % de
áreas tranqüilas,
jardins públicos e
parques urbanos no
destino.
Informação ausente Presença de locais
tranqüilos, e / ou
jardins públicos e /
ou parques
urbanos sem
quantificação
Presença de
locais tranqüilos,
e / ou jardins
públicos e / ou
parques urbanos
com a dimensão
e % parcial
Presença de locais
tranqüilos, e / ou
jardins públicos e /
ou parques urbanos
com a dimensão e
%
Presença de locais
tranqüilos, e
jardins públicos e
parques urbanos
com a dimensão e
%
Referência: Nota
Indicador 1 4
Total 5
Média do critério 2,5
Fonte: O autor
Quanto ao indicador área de jardins públicos destaca-se que Balneário Camboriú
possui uma área aproximada de 18.000 m² de jardins, canteiros de avenidas, rótulas, acessos,
etc. (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009b). Este valor não é significativo sob o ponto de vista
62
de áreas verdes urbanas. Visto que existem poucos locais de acesso público, tais como, a
praia, a praça atrás do shoping Atlântico, a passarela do pontal Norte, e o molhe da barra Sul.
Deste modo, faltam praças públicas no município.
6.2.2 Meio Ambiente
O tema Meio Ambiente foi dividido em sete critérios (pressão turística, envolvimento
comercial, balneabilidade, gestão de águas, mobilidade sustentável, resíduos e reciclagem e
respostas às alterações climáticas) e cada um destes critérios possuiu indicadores que
permitiram uma análise geral dos mesmos.
6.2.2.1 Pressão Turística
EUCC (2009a) define pressão turística como o número de visitantes em relação ao
número de habitantes locais e duração da estadia associada à sua visita. O Quadro 14
apresenta a análise dos indicadores do critério pressão turística, para o município de Balneário
Camboriú, SC.
Quadro 14: Análise dos indicadores do critério Pressão Turística.
1 2 3 4 5
1. Existência de
estatísticas sobre
visitantes e
turistas, por ano
Informação
inexistente
Está sendo
realizado um
diagnóstico para as
estatísticas mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe uma
estatística sobre
visitantes e turistas
2. Número médio
de visitantes
relativamente aos
habitantes no pico
da época alta
Informação
inexistente
Está sendo
realizado um
diagnóstico para as
estatísticas mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um número
médio de visitantes
no pico da alta
temporada
Referência: Nota
Indicador 1 5
Indicador 2 5
Total 10
Média do critério 5
Fonte: O autor
Quanto ao critério pressão turística destaca-se a existência de estatísticas sobre
visitantes e turistas, por ano, destaca-se que a Santa Catarina Turismo – SANTUR (empresa
de economia mista vinculada a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte), realiza
uma pesquisa de demanda turística anual que analisa o movimento estimado de turistas, a
receita estimada em reais, a taxa de ocupação da rede hoteleira, a permanência média em
63
hotéis, a permanência média em todos os meios de hospedagem, e o gasto médio diário
estimado por turistas em reais (SANTUR, 2009).
Quanto ao indicador existência de estatísticas sobre visitantes e turistas, por ano, a
SANTUR também realiza esta análise, no entanto o número médio de visitantes no pico da
alta temporada atinge cerca de 800 mil de visitantes (Figura 2) (SANTUR, 2009).
Quanto ao indicador número médio de visitantes em habitantes no pico da alta
temporada a fórmula sugerida pela EUCC é (Nr. de turistas por ano/365 dias) x Média da
duração da estadia (em dias). Deste modo, se considerarmos a Figura 2 que demonstra o
movimento estimado de turistas e a Figura 22 que demonstra a permanência dos turistas nos
meios de hospedagem, em dias, é possível chegar ao seguinte valor: (770.355 ano / 90 dias) x
10,01 dias = 85.590 visitantes, por dia na alta temporada.
0
2
4
6
8
10
12
14
2007 2008 2009
Permanência em todos os meios de hospedagem (dias)
Nacionais Estrangeiros Média
Figura 22: Permanência dos turistas nos meios de hospedagem, em dias. Fonte: SANTUR,
2009.
6.2.2.2 Envolvimento Comercial
EUCC (2009a) define envolvimento comercial como O grau de envolvimento da
comunidade comercial local em esforços dirigidos a um desenvolvimento ambiental e
sustentável. O Quadro 15 apresenta a análise dos indicadores do critério envolvimento
comercial, para o município de Balneário Camboriú, SC.
64
Quadro 15: Análise dos indicadores do critério Envolvimento Comercial.
1 2 3 4 5
1. Número de
unidades hoteleiras e
outros fornecedores de
acomodações
detentores de eco-
certificação,
oficialmente
reconhecida
0 a 5 5 a 10 10 a 15 15 a 20 Acima de 20
2. Existência de um
Programa que
promove a
sustentabilidade no
setor comercial /
empresarial
Não existe, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para os programas
mais adequados
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um
programa
Existe mais de um
programa
3. Existência de
políticas municipais
com incentivos
financeiros de forma a
promover esse
envolvimento
comercial /
empresarial
Não existe, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para políticas
municipais mais
adequados
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe uma
política municipal
Existem diversas
políticas
municipais
Referência: Nota
Indicador 1 1
Indicador 2 5
Indicador 3 1
Total 7
Média do critério 2,33
Fonte: O autor
Existem Programas que promovem a sustentabilidade no setor comercial / empresarial,
em Balneário Camboriú, SC. O SINDUSCON – BC implanta e coordena o PPRA (Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 9) e PCMAT (Programa de Condições de Meio
Ambiente e Trabalho – NR 18), por meio de seus engenheiros de segurança. O Sindicato
ainda Confecciona o LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho), por
engenheiros de segurança (SINDUSCON, 2010).
No entanto, recomenda-se que existam políticas municipais com incentivos financeiros
de forma a promover esse envolvimento comercial / empresarial. Recomenda-se ainda que as
unidades hoteleiras do município busquem o processo certificação ambiental.
6.2.2.3 Balneabilidade
Balneabilidade no Brasil é definida como o cumprimento dos requisitos da qualidade
das águas para banho, de acordo com a Resolução Conama 274 de 2000. O Quadro 16
apresenta a análise dos indicadores do critério Balneabilidade, para o município de Balneário
Camboriú, SC.
65
Quadro 16: Análise dos indicadores do critério Balneabilidade.
1 2 3 4 5
1. Porcentagem de
águas próprias para
banho (resultados
por época)
1% a 20% 21% a 60% 61% a 80% 81% a 99% 100%
2. Existência de
praia com Bandeira
Azul
0 a 20% das praias 21% a 60% das
praias
61% a 80% das
praias
81% a 99% das
praias
100% das praias
Referência: Nota
Indicador 1 3
Indicador 2 1
Total 4
Média do critério 2
Fonte: O autor
No que se refere à Balneabilidade a porcentagem de águas próprias para banho
(resultados por época). De acordo com Santa Catarina (2009a) o município de Balneário
Camboriú apresenta cerca de 76% de porcentagem de águas próprias para banho, num total de
14 pontos amostrais, em análise realizada durante o mês de junho de 09 e o período de verão
(janeiro de 2010), conforme (APÊNDICE II).
Destaca-se que durante os meses de inverno a qualidade de água para banho é melhor,
em relação aos meses de verão. Fato que pode estar associado ao grande fluxo de pessoas que
freqüentam Balneário Cambóriú, durante o mês de janeiro
Segundo (FEE, 2009) inexistem no município de Balneário Camboriú praias que
possuem Programas de certificação.
Desta forma, recomenda-se que a EMASA amplie a capacidade de tratamento de
efluentes, para que com a chegada do verão, a balneabilidade não seja comprometida.
Recomenda-se ainda que o município procure Programas de certificação de Praias.
6.2.2.4 Gestão de Águas
EUCC (2009a) define gestão de águas como Utilização eficiente da água,
particularmente quanto à qualidade da água potável, fornecimento e origem (dependência
externa) e reutilização da água tratada. O Quadro 18 apresenta a análise dos indicadores do
critério gestão de águas, para o município de Balneário Camboriú, SC.
Quanto à gestão de águas destaca-se que quanto aos aspectos ambientais do
fornecimento e armazenamento de água potável, e qualidade da água para uso público e
industrial, o município de Balneário Camboriú está de acordo com a Portaria 518, de 25 de
Março de 2004, do Ministério da Saúde, que estabelece os padrões de potabilidade (BRASIL,
66
2004 e EMASA, 2009). O Quadro 17 mostra o resultado da análise para o mês de setembro de
2009.
Quadro 17: Relatório de análise, mês de referência: setembro de 2009.
Parâmetros Mínimo Média dos
Resultados Máximo VMP(Portaria 518/MS)*
Turbidez - 0,3 - 0 a 5 NTU
Cor - - - 0 a 15,0 uC
pH - 6,9 - 6,0 a 9,5
Cloro - 0,8 - 0,2 a 2,0 mg/l
Flúor - 0,9 - 0,8 a 1,5 mg/l
Coliformes Totais - - - 0
Coliformes Fecais - - - 0
Fonte: EMASA, 2009.
Como potencialidades destacam-se a existência de um valor de consumo adequado em
relação aos dados de referência para o consumo humano (509,75 litros / pessoa / dia) (nota
cinco), a existência de contadores de água nos dois grandes reservatórios de água
responsáveis pelo abastecimento da população (nota cinco), e ainda a existência de coleta de
esgoto de 85% da população com tratamento adequado antes de ser despejada no meio
ambiente (EMASA, 2009).
Sugere-se que o município implemente programas de poupança de água, afim de
reduzir o consumo total, gerindo de forma adequada este recurso natural escasso. Sugere-se
ainda a reutilização de água depurada para regar jardins, agricultura, etc. De forma a reduzir o
desperdício de água potável, para estes fins considerados menos nobres.
67
Quadro 18: Análise dos indicadores do critério Gestão de Águas.
1 2 3 4 5
1. Aspectos
ambientais do
fornecimento e
armazenamento de
água potável
Está sendo
realizado um
diagnóstico para
aspectos mais
adequados
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existem aspectos
ambientais do
fornecimento e
armazenamento de
água potável, mas
estes não estão
adequados as
necessidades da
população
Existem aspectos
ambientais do
fornecimento e
armazenamento de
água potável
adequados as
necessidades da
população
2. Qualidade da água
para uso público e
industrial
Está sendo
realizado um
diagnóstico para
aspectos mais
adequados
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existem aspectos
ambientais do
fornecimento e
armazenamento de
água potável, mas
estes não estão
adequados ao uso
industrial
Existem aspectos
ambientais do
fornecimento e
armazenamento de
água potável
adequados ao uso
industrial
3. Existência de
programas de
poupança de água
Informação
ausente, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações
mais adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um
programa de
poupança de água
Existem diversos
programas de
poupança de água
4. Consumo litros /
pessoa / dia e relação
preço
Está sendo
realizado um
diagnóstico para a
realização da
medição
adequada
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe o valor de
consumo, mas é
elevado em relação
aos dados de
referência para o
consumo humano
Existe o valor de
consumo adequado
em relação aos
dados de referência
para o consumo
humano
5. Existência de
contadores de água
Está sendo
realizado um
diagnóstico para
os locais mais
adequados
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um contador
de água
Existem diversos
contadores de água
6. Tratamento antes
de ser despejada no
meio ambiente
0 a 20% da
população é
atendida pelo
tratamento
21 a 40% da
população é
atendida pelo
tratamento
41 a 60% da
população é
atendida pelo
tratamento
61 a 80% da
população é
atendida pelo
tratamento
81 a 100% da
população é
atendida pelo
tratamento
7. Existência de
reutilização de água
depurada para regar
jardins, agricultura,
etc
Informação
ausente, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para os locais
mais adequados
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe reutilização
de água depurada
para regar jardins,
agricultura, etc
Existe reutilização
de toda a água
depurada para regar
jardins, agricultura,
etc
Referência: Nota
Indicador 1 5
Indicador 2 5
Indicador 3 1
Indicador 4 5
Indicador 5 5
Indicador 6 5
Indicador 7 1
Total 27
Média do critério 3,9
Fonte: O autor
68
6.2.2.5 Mobilidade Sustentável
Segundo EUCC (2009a) mobilidade sustentável é definida como a disponibilidade e
promoção de meios de transporte sustentáveis. O Quadro 19 apresenta a análise dos
indicadores do critério mobilidade sustentável, para o município de Balneário Camboriú, SC.
Quadro 19: Análise dos indicadores do critério Mobilidade Sustentável.
1 2 3 4 5
1. Existência de
planos de tráfego,
para reduzir o
trânsito nos
centros urbanos
Está sendo
realizado um
diagnóstico para o
plano mais
adequado
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um plano de
tráfego para
reduzir o trânsito
nos centros
urbanos
Existem diversos
planos de tráfego
para reduzir o
trânsito nos
centros urbanos
2. Existência de
ligações, multi-
transporte
Informação
inexistente, ou está
sendo realizado um
diagnóstico para os
locais mais
adequados
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um ligação
multi-transporte
Existem diversas
ligações multi-
transporte
Referência: Nota
Indicador 1 5
Indicador 2 1
Total 6
Média do critério 3
Fonte: O autor
No que se refere à mobilidade sustentável destaca-se que o município de Balneário
Camboriú segue o Código de Trânsito Brasileiro que determina que as administrações
municipais devem se organizar para planejar, operar e fiscalizar o seu trânsito (BRASIL,
1997). Para atender essa determinação, desde 1999, o município tem seu sistema de trânsito
municipalizado.
A humanização no trânsito tem sido tema de amplas discussões acerca da melhoria das
condições de circulação de todos os agentes do trânsito, tanto pedestres quanto motoristas,
ciclistas, motociclistas e outros. Com o crescente aumento da população brasileira e por
conseqüência o grande crescimento da frota de veículos, faz-se necessário uma política
pública que priorize o homem e não a máquina, resultando na fluidez e na segurança do
trânsito (COMPUR, 2009).
Os Agentes de Trânsito de Balneário Camboriú atuam no controle e na fiscalização do
trânsito o município, e tem como função executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as
medidas administrativas cabíveis por infrações de circulação, estacionamento e parada;
fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas a
infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e
arrecadar as multas que aplicar; e ainda fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
69
produzido pelos veículos automotores ou pela sua carga, além de dar apoio ás ações
específicas de órgão ambiental local, quando solicitado (BRASIL, 1997).
Como sugestões temos a implantação de políticas e planos que promovam a
mobilidade e transportes sustentáveis. E ainda a promoção do investimento em transporte
público, coletivo, dentro do município, a fim de desafogar o trânsito na cidade, principalmente
no período de temporada de verão.
6.2.2.6 Resíduos e Reciclagem
De acordo com EUCC (2009a) o critério resíduos e reciclagem é definido como a
Existência de estruturas para reciclagem e recolha de resíduos. O Quadro 20 apresenta a
análise dos indicadores do critério resíduos e reciclagem, para o município de Balneário
Camboriú, SC.
Quanto aos resíduos e reciclagem destaca-se à existência de infra-estruturas para
coleta seletiva de resíduos e de reciclagem, destaca-se que existem infra-estruturas para coleta
seletiva, mas insuficiente para atender a população, visto que os próprios moradores e
condôminos devem separar o lixo, não havendo infra-estruturas para coleta seletiva e
reciclagem que atenda as residências. Desta forma, o município recebeu nota quatro para este
indicador.
Destaca-se ainda que, a empresa responsável pelo serviço no município apresenta
coleta especial de resíduos de serviços de saúde com veículo especialmente adaptado, e com
tratamento e destinação final de resíduos adequado (CONEVILLE, 2009).
Quanto ao número de pontos de coleta seletiva nas áreas urbanas (CONEVILLE,
2009) salienta-se que existem contentores de 240 litros para o acondicionamento dos resíduos
provenientes dos quiosques, pedestres e do serviço de varrição, estes se encontram
distribuídos em pontos específicos, no entanto não se sabe exatamente o número de pontos de
coleta.
Desta forma, sugere-se que o município, ou a empresa responsável pelos resíduos
ofereça o monitoramento da tendência de resíduos, seletivamente coletados, reciclados e
reutilizados, e ainda que haja e coleta especializada de determinados resíduos (óleos, tintas,
resíduos químicos perigosos, etc.) em marinas, hotéis, mecânica de automóveis, hospitais,
indústrias, etc.
70
Quadro 20: Análise dos indicadores do critério Resíduos e Reciclagem.
1 2 3 4 5
1. Existência de
campanhas de
redução da produção
de resíduos
Está sendo
realizado um
diagnóstico para as
campanhas mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em
processo de
adoção
Existe uma
campanha de
redução da
produção de
resíduos
Existem diversas
campanhas de
redução da
produção de
resíduos
2. Existência de
infra-estruturas para
coleta seletiva de
resíduos e de
reciclagem
Está sendo
realizado um
diagnóstico para as
áreas mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em
processo de
construção uma
infra-estrutura
para coleta de
resíduos e
reciclagem
Existem infra-
estruturas para
coleta seletiva, mas
insuficiente para
atender a população
Existem infra-
estruturas para
coleta seletiva,
suficientes para
atender a população
3. Existência de
monitoramento da
tendência de
resíduos,
seletivamente
coletados, reciclados
e reutilizados
Informação
inexistente, ou está
sendo realizado um
diagnóstico para o
monitoramento
mais adequado
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em
processo de
adoção
Existe
monitoramento da
tendência de
resíduos,
seletivamente
coletados,
reciclados e
reutilizados, mais
ainda insuficiente
Existe
monitoramento da
tendência de
resíduos,
seletivamente
coletados,
reciclados e
reutilizados de
forma adequada
4. Existência de
coleta especializada
de determinados
resíduos (óleos,
tintas, resíduos
químicos perigosos,
etc.) em marinas,
hotéis, mecânica de
automóveis,
hospitais, indústrias,
etc
Informação
inexistente, ou está
sendo realizado um
diagnóstico para as
áreas mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em
processo de
adoção
Existe coleta
especializada de
óleos e/ou tintas
e/ou resíduos
químicos perigosos
em marinas e/ou
hotéis e/ou
mecânica de
automóveis e/ou
hospitais e/ou
indústrias
Existe coleta
especializada de
óleos, tintas,
resíduos químicos
perigosos, em
marinas, hotéis,
mecânica de
automóveis,
hospitais, indústrias
5. Número de
pontos de coleta
seletiva nas áreas
urbanas
Está sendo
realizado um
diagnóstico para os
pontos mais
adequados
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em
processo de
adoção
Existe um número
de pontos de coleta
seletiva nas áreas
urbanas, mas
insuficiente para
atender a população
Existe um número
de pontos de coleta
seletiva nas áreas
urbanas suficiente
para atender a
população
Referência: Nota
Indicador 1 4
Indicador 2 4
Indicador 3 1
Indicador 4 1
Indicador 5 4
Total 14
Média do critério 2,8
Fonte: O autor
Um aspecto interessante de ser considerado quanto ao critério resíduos e reciclagem é
o destino final do resíduo coletado no município. O mesmo vai para o aterro sanitário de
Canhanduba, em Itajaí. Tal aterro utiliza tecnologia de ponta, o mesmo possui 10 (dez) Poços
de Monitoramento distribuídos em suas extremidades, sendo 02 a montante e 08 a jusante do
maciço de resíduos, onde são realizadas análises químicas, físico-químicas e bacteriológicas
periódicas, com objetivo de prevenir qualquer dano ao lençol de águas subterrâneas (ITAJAÍ,
2010).
71
No aterro, as máquinas fazem o trabalho de compactação, drenando e realizando a
cobertura dos resíduos com argila, para manter o lixo selado e inacessível a possíveis vetores
de doenças. A perspectiva da vida útil do aterro é de 23 anos, com um acréscimo de mais 5
anos com a implantação da coleta seletiva. O projeto prevê o processamento inicial de 276,76
toneladas por dia de resíduos domésticos e 17,60 toneladas por mês de resíduos de serviços de
saúde (ITAJAÍ, op. cit).
6.2.2.7 Resposta às Alterações Climáticas
De acordo com EUCC (2009a) o critério resposta às alterações climáticas é definido
como Políticas dirigidas à redução de gases com efeito de estufa e adaptação aos efeitos das
alterações climáticas. O Quadro 21 apresenta a análise dos indicadores do critério respostas às
alterações climáticas, para o município de Balneário Camboriú, SC.
Quanto à resposta as alterações climáticas, cabe salientar que o município de
Balneário Camboriú apresenta uma grande fragilidade em relação a este critério. Visto que
existe apenas um Programa de recuperação da Mata Ciliar, tal Programa tem como premissas:
atividades de capacitação e sensibilização; produção e plantio de mudas; divulgação e
comunicação; gestão de recursos; estímulos e incentivos legais; fiscalização; monitoramento e
estrutura operacional (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).
Cabe sugerir que o município promova Programas de economia de energia; políticas
que estimulem as empresas e os cidadãos a reduzir suas emissões de carbono; planos para
reduzir a zero a emissão de carbono do setor turístico; políticas de defesa costeira; e planos
para tornar o turismo local menos vulnerável às alterações climáticas.
A prefeitura municipal conta com o Departamento de Fiscalização Ambiental que
realiza fiscalização de rotina e atendimento de denúncias relacionadas à preservação
ambiental, dos costões, da orla marítima, da mata atlântica, da vegetação de restinga, dos
morros, dos bairros, e dos manguezais, tais como: Embargos de construções em áreas de
preservação permanente; apreensão de equipamentos/materiais utilizados na degradação
ambiental; ocupação clandestina do solo; embarcações náuticas; e caça e pesca
(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).
O Departamento de Fiscalização Ambiental, ainda, conta com o Setor de Controle de
Poluição sendo este responsável: pelo controle da poluição do solo, ar, água, sonora e pelas
vistorias de saneamento nas regiões não abrangidas pelo sistema de rede de esgoto; vistorias
para liberação de alvarás em bares, restaurantes, oficinas, postos de gasolina, lavanderias,
72
casas noturnas, entre outros; monitoramento dos Projetos de saneamento alternativo; e o
referido setor realiza ainda palestras nas escolas e no Parque sobre saneamento e fornece
esclarecimentos para terceiros e alunos acerca do assunto (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, op.
cit.).
Quadro 21: Análise dos indicadores do critério Resposta às Alterações Climáticas.
1 2 3 4 5
1. Existência de
políticas e
programas de
economia de energia
Informação
ausente, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações mais
adequadas
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe uma
política e/ou
programa de
economia de
energia
Existem diversas
políticas e
programas de
economia de
energia
2. Existência de
políticas que
estimulem as
empresas e os
cidadãos a reduzir
suas emissões de
carbono
Informação
ausente, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações mais
adequadas
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe uma
política que
estimule as
empresas e os
cidadãos a reduzir
suas emissões de
carbono
Existem diversas
políticas que
estimulem as
empresas e os
cidadãos a reduzir
suas emissões de
carbono
3. Existência de
planos para reduzir a
zero a emissão de
carbono do setor
turístico
Informação
ausente, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações mais
adequadas
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um plano
para reduzir a zero
a emissão de
carbono do setor
turístico
Existem diversos
planos para
reduzir a zero a
emissão de
carbono do setor
turístico
4. Existência de
políticas de defesa
costeira
Informação
ausente, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações mais
adequadas
Existem iniciativas
por meio de ações
e/ou projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe uma
política de defesa
costeira
Existem diversas
políticas de defesa
costeira
5. Existência de
planos para tornar o
turismo local menos
vulnerável às
alterações climáticas
Informação
ausente, ou está
sendo realizado
um diagnóstico
para as ações mais
adequadas
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um plano
para tornar o
turismo local
menos vulnerável
às alterações
climáticas
Existem diversos
planos para tornar
o turismo local
menos vulnerável
às alterações
climáticas
Referência: Nota
Indicador 1 1
Indicador 2 2
Indicador 3 1
Indicador 4 2
Indicador 5 1
Total 1,4
Média do critério 1
Fonte: O autor.
De acordo com Menezes (2008) algumas ações vêm sendo realizadas para combater a
erosão na enseada da praia Central de Balneário Camboriú. Em 2000 o Instituto Nacional de
Pesquisas Hidrográficas (INPH) realizou estudos para um Projeto de Alimentação artificial da
praia Central de Balneário Camboriú, porém salientou a Prefeitura Municipal, que se tratava
73
de uma etapa inicial, e que outros estudos e coletas de dados deveriam ser realizados para
complementação do mesmo.
No entanto, a Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú decidiu em 2002 iniciar
uma obra de alimentação artificial na porção Sul da praia, utilizando, para isso, sedimentos da
desembocadura do rio Camboriú. Deste modo, verificou-se um aumento da porcentagem de
silte e argila, para toda a superfície do fundo. Esta alteração provavelmente foi causada pela
alimentação artificial, por efeito da lavagem das ondas, nos sedimentos depositados na praia
durante a obra (MENEZES, op. cit).
Nos meses de maio e junho de 2004, a Prefeitura Municipal iniciou a construção de
um molhe na porção Sul da praia Central (Figura 23). Com os objetivos de: Bloquear o
transporte de areia da praia para a desembocadura do rio Camboriú; Manter o canal de
navegação do rio, para viabilizar a construção de uma marina; Criar uma reclamação de terra,
para a construção de uma marina futura, junto à desembocadura do rio; e impedir que possível
água de esgoto que venha do rio Camboriú, adentre a zona de banho da praia Central (INPH,
2000 apud. MENEZES, 2008).
Figura 23: Vista geral do molhe da barra Sul, praia Central - Balneário Camboriú. Fonte: O
autor.
No entanto, a construção do molhe mostrou uma modificação no ponto de difração das
ondulações, dentro da enseada e, por conseguinte, uma modificação do perfil por planta mais
para o continente, o que poderá no futuro agravar os processos erosivos existentes na praia
central (MENEZES, op. cit.).
74
6.2.3 Sociocultural
O tema Sociocultural foi dividido em cinco critérios (identidade cultural e local, lazer
e recreação, participação da comunidade, satisfação turística e segurança) e cada um destes
critérios possuiu indicadores que permitiram uma análise geral dos mesmos.
6.2.3.1 Identidade Cultural e Local
Este critério pode ser definido como a presença e grau de proteção de elementos que
estejam relacionados com as origens e história do destino e que, embora pertençam à herança
cultural da comunidade, já não estão ativos. A presença de paisagens relevantes que sejam
formadas ou criadas por ação humana, e a presença e atenção de um aspecto físico distinto
e/ou ambiente social que seja considerado típico do destino. Atividades e elementos ligados à
tradição que sejam mantidos vivos e integrados no presente (EUCC, 2009a). O Quadro 22
apresenta a análise dos indicadores do critério identidade cultural e local, para o município de
Balneário Camboriú, SC.
No que se refere à identidade cultural e local destaca-se a existência de elementos
arqueológicos, em Balneário Camboriú. O Sistema de Gerenciamento de Patrimônio
Arqueológico – SGPA, do IPHAN apresenta o detalhamento técnico e a filiação cultural dos
sítios arqueológicos brasileiros cadastrados, editada nos termos da Portaria IPHAN nº 241, de
19/11/1998. De acordo com (IPHAN, 2009) o município de Balneário Camboriú apresenta
dois sítios arqueólogos.
O sítio arqueológico Balneário Camboriú I é semelhante ao da "Praia da Tapera", em
Florianópolis, com 100m x 30m, ao longo da praia. Sua camada arqueológica é de 1m de
espessura, composta de húmus preto, conchas e areia, com sepultamentos. Logo este sítio é do
tipo sepultamento e possui uma área estima de 3000m², localizado em uma planície litorânea
na bacia hidrográfica do rio Camboriú. O uso atual da terra é o plantio em terra privada. Esta
estrutura funerária apresenta ainda outros vestígios inorgânicos, tais como conchas; ossos de
peixes, aves e mamíferos (IPHAN, op.cit.).
O sítio arqueológico Balneário Camboriú II, por sua vez encontra-se junto à praia, e é
do tipo sambaqui, berbigueiro, concheiro. Este não apresenta forma delimitada e encontra-se a
céu aberto. Sua altura máxima é de 2 m e sua área estimada é de 2000m². Tal sítio está
75
localizado em uma planície litorânea na bacia hidrográfica do rio Camboriú. O uso atual da
terra é o plantio em terra privada.
Quanto à filiação cultural, salienta-se que ambos os sítios apresentam grau de
integridade entre 25 e 75%, e que estão presentes outros fatores antrópicos, tais como abertura
de estrada e moradia de veranistas. Ainda, segundo (IPHAN, op. cit.) estes sítios são de
relevância média, e foram desenvolvidas atividades de registros nos locais, a instituição
responsável, por eles é o Museu do Homem do Sambaqui, em Florianópolis.
Quanto à existência de edifícios históricos, o município recebeu nota um. O
patrimônio histórico do município, se resume na Igreja de Santo Amaro (Figura 24), esta foi
construída no ano de 1810, em estilo português, em pedra bruta e argamassa feita com óleo de
baleia, esta é tombada como Patrimônio Histórico Cultural pelo Governo do Estado e
Municipal (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2006b).
Figura 24: Vista geral da Igreja Santo Amaro, Balneário Camboriú. Fonte: Raimundo Arossi.
Quanto à existência de museus, o município recebeu nota um. O Museu Arqueológico
presente no município possui um acervo de mais de três mil peças em exposição, distribuídas
em cinco temas distintos: Fauna Marinha, Numismática, Geologia, Madeiras, Arqueologia e
Fauna Terrestre (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).
Cabe ainda destacar a presença de 13 monumentos no município (ANEXO V), bem
como existem 19 eventos festivos, esportivos anuais (ANEXO I).
76
Quadro 22: Análise dos indicadores do critério identidade Cultural e Local.
1 2 3 4 5
1. Existência de
elementos
arqueológicos
Informação
inexistente, ou
existe um
elemento
arqueológico,
porém com as
características
originais
modificadas
Existem
elementos
arqueológicos,
porém com as
características
originais
modificadas
Existem
elementos
arqueológicos,
com
características
originais
parcialmente
modificadas
Existe um
elemento
arqueológico, em
bom estado de
conservação
Existem elementos
arqueológicos, em
bom estado de
conservação
2. Existência de
edifícios históricos
0 a 2 3 ou 4 5 ou 6 7 ou 8 9 ou mais
3. Existência de
museus
0 ou 2 3 ou 4 5 ou 6 7 ou 8 9 ou mais
4. Existência de
monumentos
0 ou 2 3 ou 4 5 ou 6 7 ou 8 9 ou mais
5. Existência de
atividades
tradicionais extintas
0 ou 1 atividade 2 atividades 3 atividades 4 atividades 5 ou mais
atividades
6. Existência de área
de paisagem cultural
no município
1 área 2 áreas 3 áreas 4 áreas 5 ou mais áreas
7. Existência de
cenários particulares.
P. e. Salinas, campos
de flores, pastagens.
0 ou 1 cenário 2 cenários 3 cenários 4 cenários 5 ou mais cenários
8. Eventos e festivais
anuais
1 ou 2 eventos 3 ou 4 eventos 5 ou 6 eventos 7 ou 8 eventos 9 ou mais eventos
9. Existência de
elementos
arquitetônicos
modernos
0 ou 1 elemento 2 elementos 3 elementos 4 elementos 5 ou mais
elementos
10. Existência de
esquemas de
certificação de
produtos locais
Informação
inexistente, ou
está sendo
realizado um
diagnóstico para
as ações mais
adequadas
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um
esquema de
certificação de
produtos locais
Existem diversas
esquemas de
certificação de
produtos locais
11. Número de
alojamentos locais e
suas características,
p. e. Turismo rural
0 a 2 alojamentos 3 ou 4
alojamentos
5 ou 6
alojamentos
7 ou 8
alojamentos
9 ou mais
alojamentos
Referência: Nota
Indicador 1 3
Indicador 2 1
Indicador 3 1
Indicador 4 5
Indicador 5 1
Indicador 6 1
Indicador 7 1
Indicador 8 5
Indicador 9 1
Indicador 10 1
Indicador 11 1
Total 21
Média do critério 1,9
Fonte: O autor
77
6.2.3.2 Lazer e Recreação
No que se refere a lazer e recreação destaca-se os eventos públicos no município de
Balneário Camboriú, o (ANEXO I) demonstra os 19 eventos promovidos pela Prefeitura
Municipal. O Quadro 23 apresenta a análise dos indicadores do critério lazer e recreação, para
o município de Balneário Camboriú, SC.
Quadro 23: Análise dos indicadores do critério Lazer e Recreação.
1 2 3 4 5
1. Número de
eventos públicos
por época
0 a 2 eventos 3 ou 4 eventos 5 ou 6 eventos 7 ou 8 eventos 9 ou mais
eventos
2. Atividades
dirigidas aos
turistas, que
contenham
elementos
tradicionais no
local, p. e.
Passeios em
barcos
tradicionais
1 ou 2
atividades
3 ou 4
atividades
5 ou 6
atividades
7 ou 8
atividades
9 ou mais
atividades
Referência: Nota
Indicador 1 5
Indicador 2 5
Total 10
Média do critério 5
Fonte: O autor
Quanto à existência de atividades dirigidas aos turistas, que contenham elementos
tradicionais no local, p. e. passeios em barcos tradicionais, destaca-se que existe no município
de Balneário Camboriú o passeio no Barco Pirata. O mesmo atua desde 1987, na barra do rio
Camboriú. O roteiro passa pela ilha das Cabras, situada a apenas 600 metros de distância da
praia Central e, ainda, pela praia de Laranjeiras.
Existe, ainda, o Passeio de Helicóptero, onde é possível ter uma visão aérea do
município e suas paisagens, o piloto realiza manobras ousadas. O passeio tem o embarque no
heliponto da Barra Sul. O tempo de duração é de 08 min. O primeiro percurso inicia na praia
Central Bal. Camboriú, passa pela praia de Laranjeiras e retorna. Existe outro percurso com
12 min de duração, saindo da praia Central de Bal. Camboriú, passando pelas praias de
Laranjeiras, de Taquarinhas, de Taquaras, do Pinho e retornando ao ponto de partida.
O município, por meio da Fundação Cultural de Balneário Camboriú – FCBC, realiza
atividades busca a valorização dos bens históricos. Esta estrutura é composta pela biblioteca
pública Municipal "Machado de Assis", onde é possível ter acesso ao acervo histórico do
município.
78
A Escola de Arte e Artesanato “Cantando, dançando e Tecendo a Nossa História” é
outra iniciativa da FCBC, criada em junho de 2004 com o objetivo de propor diversos
estúdios para aprendizes e artesões, entre eles fio e pano: tecelagem manual, fuxico,
amarradinho, redes artesanais, tingimento; e música: flauta doce e técnica vocal. O teatro e
artesanato papel em fibras naturais é oferecido gratuitamente à comunidade, contribuindo para
o fortalecimento dos laços culturais e para a preservação das características das etnias que
compõe o município.
A FCBC, ainda, apóia a Feira de Arte e Artesanato, que ocorre na praça Higino Pio ou
na praça da Cultura. Este é um espaço de produções artesanais locais, que desenvolvem as
mais variadas técnicas, com os mais diversos materiais. Constituindo uma enorme variedade
de produtos utilitários, decorativos, ornamentais, de vestuários, entre outros.
Outra ação interessante da FCBC é a Biblioteca Volante “Viajando na Leitura”. Esta
consiste num veículo cultural e educacional que visa incentivar o hábito e o gosto pela
literatura, possibilitando à comunidade local e aos turistas disporem de uma biblioteca
interativa que integra leitura e histórias contadas.
Cabe destacar, a Galeria Municipal de Arte, com sede na FCBC, que tem por objetivo
oferecer uma estrutura adequada aos artistas para exposição de trabalhos e oportunizar a
comunidade o acesso aos acervos de artistas locais, regionais, nacionais e internacionais.
Ainda, quanto à existência de atividades que contenham elementos tradicionais, cabe
destacar a Feira de Literatura que acontece no mês de julho, e abriga espaços interativos,
histórias contadas, lançamentos de livros com seções de autógrafos. Trata-se de um evento
voltado ao público em geral, crianças e adultos com a literatura, formal e multimídia, jogos e
brinquedos educativos.
Por fim, cabe destacar que a FCBC ainda promove o Seminário de Balneário
Camboriú, buscando socializar experiências na cultura das artes e no artesanato, fomentando
uma discussão cultural. No primeiro ano de realização abordou o tema “Cultura, Arte e
Artesanato em Perspectiva”, no segundo “Patrimônio Histórioco em Perspectiva”, e no
terceiro “Arte e Educação em Perspectiva”.
6.2.3.3 Participação da Comunidade
Participação da Comunidade são iniciativas locais que promovam a participação da
comunidade e o envolvimento das partes interessadas na gestão e tomada de decisões (EUCC,
79
2009a). O Quadro 24 apresenta a análise dos indicadores do critério participação da
comunidade, para o município de Balneário Camboriú, SC.
Quadro 24: Análise dos indicadores do critério Participação da Comunidade.
1 2 3 4 5
1. Existência de
oportunidades, tais
como ações de
formação sobre
sustentabilidade
ambiental dirigidas à
comunidade local
Informação
inexistente, ou
está sendo
realizado um
diagnóstico para
ações mais
adequados
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe uma ação Existem diversas
ações
2. Existência de
iniciativas de
voluntariado e
atividades pedagógicas
com escolas
Informação
inexistente, ou
está sendo
realizado um
diagnóstico para
as iniciativas mais
adequados
Existem
iniciativas por
meio de projetos
e/ou planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe ma
iniciativa
Existem diversas
iniciativas
3. Número de
mecanismos de consulta
(fóruns, grupos,
comitês), com
envolvimento da
comunidade
0 a 2 3 ou 4 5 ou 6 7 ou 8 Acima de 8
4. Número de pessoas
envolvidas em ações
transpostas para o
trabalho
1 a 20 21 a 40 41 a 60 61 a 80 Acima de 80
Referência: Nota
Indicador 1 4
Indicador 2 4
Indicador 3 2
Indicador 4 3
Total 13
Média do critério 3,25
Fonte: O autor
Quanto à participação da comunidade, o primeiro indicador para este critério foi a
existência de oportunidades, tais como ações de formação sobre sustentabilidade ambiental
dirigidas à comunidade local, cabe destacar que existe uma atividade educacional e/ou
sensibilização em Balneário Camboriú, esta é denominada como Programa Terra Limpa, já
citada anteriormente, tal como as iniciativas de trabalho voluntário (BALNEÁRIO
CAMBORIÚ, 2008a).
Quanto ao número de mecanismos de consulta (fóruns, grupos, comitês), com
envolvimento da comunidade, destaca-se a presença do comitê de gerenciamento da bacia
hidrográfica do rio Camboriú (SANTA CATARINA, 2009b), este é um órgão colegiado de
caráter consultivo e deliberativo, vinculado ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
Sem vínculos políticos partidários, o Comitê compõe-se por trinta entidades
representantes dos usuários de água, da população da bacia e dos diversos órgãos da
80
administração pública federal, estadual e municipal atuantes na bacia hidrográfica. O comitê
tem como principal objetivo gerenciar de forma descentralizada, participativa e integrada, os
recursos hídricos na bacia hidrográfica (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a). Desta forma, o
município recebeu nota um para este critério.
Quanto ao número de pessoas envolvidas em ações transpostas para o trabalho,
destaca-se que no comitê Camboriú estão envolvidas 30 entidades. (BALNEÁRIO
CAMBORIÚ, 2009a).
Cabe ainda destacar o Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente –
CONDEMA, este é um órgăo consultivo e de assessoramento da Prefeitura Municipal de
Balneário Camboriú, em questőes referentes ao equilíbrio ecológico e ao combate a Poluiçăo
ambiental, em toda área do Município (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 1977).
Outra entidade que promove a discussão pública de assuntos ambientais é a O
Conselho Gestor da APA (Área de Proteção Ambiental) Costa Brava, são promovidas
diversas reuniões visando garantir um diálogo harmônico entre a sociedade civil e o poder
público, o que facilita no processo de implementação da APA (BALNEÁRIO CAMBORIÚ,
2009a).
Existe ainda o Conselho Municipal de Turismo de Balneário Camboriú (Comtur), esta
entidade é de caráter consultivo, mas a intenção é de torná-la deliberativa, com decisões
avalizadas pelo trade local. O principal objetivo do Comtur será buscar recursos para o
turismo, e possibilitar a realização de projetos, como cursos, investimentos em segurança ao
turista, enfim, irá atuar de forma a não ser excluído de verbas e políticas públicas
(BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a).
6.2.3.4 Satisfação Turística
EUCC (2009a) define o critério satisfação turística como o nível de satisfação dos
turistas e habitantes relativamente ao destino. O Quadro 25 apresenta a análise dos
indicadores do critério satisfação turística, para o município de Balneário Camboriú, SC.
81
Quadro 25: Análise dos indicadores do critério satisfação turística.
1 2 3 4 5
1. Resultados de
sondagens e
entrevistas
Sem informação,
ou resultados de 0
– 20% de
satisfação
21% - 40% de
satisfação
41% - 60% de
satisfação
61% - 80% de
satisfação
81 a 100% de
satisfação
Referência: Nota
Indicador 1 5
Total 5
Média do critério 5
Fonte: O autor.
Quanto ao critério Satisfação Turística cabe destacar que a SANTUR realiza no
município de Balneário Camboriú sondagens e / ou entrevistas com a população fixa e
flutuante informando se o entrevistado pretende retornar ao município no ano seguinte.
Demonstrando desta forma, os dados sobre a satisfação turística da população (Figura 25).
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
2004 2005 2006
Pretende Retornar no Próximo Ano?
SIM NÃO
Figura 25: Resultado das entrevistas quanto à satisfação turística no município de Balneário
Camboriú, SC. Fonte: SANTUR, 2006.
6.2.3.5 Segurança
EUCC (2009a) define o critério segurança como a existência de um ambiente seguro e
saudável e de medidas preventivas. O Quadro 26 apresenta a análise dos indicadores do
critério segurança para o município de Balneário Camboriú, SC.
82
Quadro 26: Análise dos indicadores do critério segurança.
1 2 3 4 5
1. Existência de
Guarda – costeira,
salva-vidas, polícia
Não existe
informação
Existem uma das
três opções
Existem duas das
três opções
Existem as três
opções
Existem duas das
três opções,
completamente
adequadas para a
segurança da
população
2. Existência de
placas informativas
sobre segurança, p.e
regras de segurança
no mar, zoneamento
de atividades,
potenciais acidentes
devido a atividades
náuticas / marítimas
Não existe
informação, ou
está sendo
realizado um
diagnóstico para
os locais mais
adequados
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe uma placa Existem diversas
placas
3. Existência de
informações sobre
riscos para a saúde
relativamente a
certas espécies, p. e.
Mosquitos, algas,
etc. práticas,
ambientes, etc. e
medidas para
diminuir estes riscos
Não existe
informação, ou
está sendo
realizado um
diagnóstico para
os locais mais
adequados
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um local de
informação
Existem diversos
locais de
informação
4. Existência de
esquemas de
zoneamento de
atividades e de
atividades
permitidas
Não existe
informação, ou
está sendo
realizado um
diagnóstico para
os lesquemas mais
adequados
Existem iniciativas
por meio de
projetos e/ou
planos e/ou
programas
Está em processo
de adoção
Existe um
esquema
Existem diversos
esquemas
Referência: Nota
Indicador 1 4
Indicador 2 4
Indicador 3 1
Indicador 4 1
Total 10
Média do critério 2,5
Fonte: O autor.
Quanto à segurança destaca-se a existência de guarda–costeira, salva-vidas, polícia,
ressalta-se a presença do corpo de bombeiros militar de Santa Catarina no município, este tem
atuação como salva-vidas. Destaca-se ainda a presença da polícia militar de Santa Catarina no
município. (SANTA CATARINA, 2009c e SANTA CATARINA, 2009d).
Ainda, quanto ao critério segurança, cabe destacar que existem placas informativas
sobre segurança, referentes a regras de segurança no mar (Figura 26), sendo que as mesmas se
encontram nos postos salva-vidas do município.
83
Figura 26: Vista geral de placa informativa referente a regras de segurança no mar, no posto
salva-vidas da praia Central, Balneário Camboriú, SC. Fonte: O autor.
Sugere-se que o município implemente um zoneamento de atividades, com potenciais
acidentes devido a atividades náuticas / marítimas; e ainda a promoção de informações sobre
riscos para a saúde relativamente a certas espécies, p. e. mosquitos, algas, etc. práticas,
ambientes, etc. e medidas para diminuir estes riscos; deve-se ainda implantar esquemas de
zoneamento de atividades e de atividades permitidas.
6.2.4 Síntese da avaliação da pontuação do município de Balneário
Camboriú
O município apresentou um desempenho total de 60%, conseguindo, desta forma,
atingir uma pontuação acima à mínima necessária para conseguir a certificação QualityCoast,
que é de 56%. O Quadro 27 mostra a síntese da pontuação para o município de Balneário
Camboriú.
84
Quadro 27: Síntese da classificação do município de Balneário Camboriú, quanto ao Programa
QualityCoast.
Critério 0 1 2 3 4 5
Natureza
1
2
3
4
5
6
Meio Ambiente
7
8
9
10
11
12
13
Sociocultural
14
15
16
17
18
Fonte: o autor.
Para melhor compreensão da área de estudo, cabe ressaltar que o município pode ser
considerado em três áreas diferentes (Figura 27). A primeira área inicia na divisa com o
município vizinho, Itajaí (praia dos Amores), e vai até o pontal Norte da praia Central. Nesta
área cabe destacar a presença do complexo de eventos morro do Careca, o complexo hoteleiro
da praia do Buraco e a passarela do pontal Norte.
Área 1
Área 2
Área 3
Figura 27: Divisão do município em três áreas distintas. Fonte: Balneário Camboriú, 2009.
Adaptado pelo Autor.
85
A segunda área considerada inicia no pontal Norte da praia Central e vai até a barra
Sul da mesma praia. Esta área é onde se encontra a maior concentração urbana do município,
é ainda onde está a maior concentração das atividades dos setores econômicos, tais como o
turismo, o comércio, a construção civil, e o mercado imobiliário do município.
A terceira área considerada inicia no bairro da Barra e vai até a divisa com o
município vizinho, Itapema (praia do Mato de Camboriú). Esta desponta como uma das
últimas porções litorâneas do estudo, que ainda mantém relativa integridade de seus recursos
naturais e paisagísticos. Esta é conhecida como a região da costa Brava, e com suas praias
agrestes, apresenta um grande potencial para o desenvolvimento de um turismo com bases
sustentáveis (PIRES, et. al., 2002). Destaca-se que no bairro da Barra estão presentes as
principais características de identidade cultural e local do município.
6.2.4.1 Natureza
Para o tema natureza considera-se que Balneário Camboriú apresentou um
desempenho inadequado, atingindo apenas 53% da pontuação total considera, o que por si só
representaria estar inadequada à certificação QualityCoast, que exige uma pontuação mínima
de 56%. O município apresenta três Unidades de Conservação implementadas, no entanto as
mesmas ainda não são representativas, com relação à área total do município
O município, ainda carece de mais passarelas e ciclovias que permitam o acesso às
áreas naturais. Destaca-se ainda que mesmo com a presença da Política Municipal de
Educação Ambiental e do Plano Diretor Municipal, o município ainda carece de mais
políticas verdes.
Quantos aos critérios paisagem e locais tranqüilos (Figura 28), cabendo destacar que
não existe a quantificação exata das áreas edificáveis, no Plano Diretor Municipal, o que
dificultou a análise destes.
86
Figura 28: Vista geral da sede da praia dos Amores, local tranquilo, no município de Balneário
Camboriú. Fonte: O autor.
6.2.4.2 Meio Ambiente
O tema meio ambiente apresentou um desempenho regular, com uma pontuação de
57%, quanto aos seus critérios. Como destaque para o tema meio ambiente, temos os valores
de consumo de água e tratamento de efluentes devidamente informados para a população e em
valores coerentes aos estabelecidos pelo Governo do Estado de Santa Catarina. Destaca-se
ainda a representatividade das análises estatísticas realizadas pela Santur, quanto à pressão
turística.
No entanto como fragilidades o município apresenta um baixo envolvimento dos
estabelecimentos comerciais do município em relação às questões de desenvolvimento
sustentável. Destaca-se ainda que pouco vem sendo desenvolvido pelas autoridades locais,
como resposta às alterações climáticas. A balneabilidade durante os meses de verão ainda é
prejudicada, e o trânsito de veículos na alta temporada ainda é um problema para os
moradores locais.
6.2.4.3 Sociocultural
O tema sociocultural apresentou um elevado desempenho, atingindo 72% da
pontuação possível. Como identidade cultural e local o município apresenta a pesca artesanal
desenvolvida desde sempre no município, e como patrimônio histórico o principal destaque é
o bairro da Barra (Figura 29), com a preservação da suas características açoreanas. Destaca-se
ainda a presença de três sítios arqueológicos no município.
87
Figura 29: Vista geral do canal da Barra e seus barcos de pesca artesanal, Balneário Camboriú.
Fonte: O autor.
A questão do lazer e recreação obteve uma excelente pontuação. Visto que atualmente
existem 19 eventos festivos, culturais e esportivos no município, anualmente. Destaca-se
ainda o importante papel da FCBC, no desenvolvimento de atividades tradicionais, das quais
a comunidade e os turistas podem participar.
A participação da comunidade está representada pelos fóruns de discussão do comitê
Camboriú, do CONDEMA, e do Conselho Gestor da APA Costa Brava. No entanto o
município ainda carece de mais esforços neste sentido. A satisfação turística está bem
representada, por meio das análises estatísticas realizadas pela SANTUR. E o município ainda
pode ser considerado seguro, quanto aos usos do mar, com um bom contingente de salva-
vidas nas praias e informação adequada quanto aos riscos do mar.
6.3 Avaliação do Método do Programa QualityCoast
Ao término dos resultados do presente trabalho, ficou evidente que o método do
Programa QualityCoast é válido para a realidade de um município costeiro brasileiro. Desde
que, sofra algumas pequenas adaptações nos critérios e nos indicadores passíveis de
avaliação.
Estas adaptações ocorrerão basicamente, devido às diferenças dos parâmetros das
legislações vigentes no Brasil e na Europa, p. exemplo os critérios balneabilidade e gestão de
águas, entre outros, e ainda devido à quantidade de recursos que as prefeituras de ambos os
locais tem para investir nas ações de melhoria.
Considerando que o QualityCoast é uma motivação para os municípios costeiros com
potencial turístico buscarem a melhoria contínua, não deveremos logo a partida ter para o
88
Brasil, os critérios similares aos do Norte da Europa, visto que o mesmo sairia em
desvantagem.
Desta forma, verifica-se que os critérios do programa QualityCoast Europeu estão
adaptados a legislação européia, sendo esta muito rigorosa e exigente. No entanto, os
municípios europeus possuem muitos recursos para implantar as ações que auxiliam no
Programa, algo que nem sempre acontece com os municípios brasileiros.
Para o Brasil, temos de fazer uma ponderação, entre a realidade, e os recursos
financeiros disponíveis, e ver a situação que melhor se adapta. Nos critérios poderão vir
recomendações, por exemplo: "para o município X manter a Bandeira QualityCoast, estes
deverão assegurar que haverá uma melhoria nos critérios Y e Z”, e assim por diante. Visto
que o Programa é um incentivo á melhoria continua para municípios costeiros que vivem do
turismo e que possuem um compromisso com o desenvolvimento sustentável.
Se compararmos os resultados obtidos entre os municípios de Aveiro, Noordwijk e
Balneário Camboriú, tudo fica mais claro. Considerando que para o presente trabalho foram
realizadas apenas pequenas alterações com relação aos critérios e indicadores do Programa
Europeu, é notável que os dois estudos de caso europeus tiveram um melhor desempenho com
relação ao município brasileiro.
O município de Aveiro atingiu 70% da pontuação total, enquanto Noordwijk atingiu
80%, e Balneário Camboriú atingiu 60%. Analisando estes resultados fica evidente que o
método é válido para o Brasil, pois a diferença entre a pontuação de Balneário Camboriú com
relação à Aveiro é similar a diferença entre o município português com relação à Noordwijk.
89
7. DISCUSSÃO
Quanto à análise do método do Programa QualityCoast, no município de Balneário
Camboriú é evidente que, da forma que os procedimentos foram aplicados o resultado obtido
foi, até certo ponto, empírico. O processo deveria ser mais integrado entre o Laboratório de
Gerenciamento Costeiro Integrado e o Turismo, por meio de grupos de pesquisa. O
envolvimento da Universidade e da Prefeitura deveria ter sido realizado, por meio de acordos
formais, apresentando, desta forma, uma maior mobilidade e extensão / institucionalização.
Considerando que os dados são pontuais e sem caráter de transparência e
compromisso, o autor teve que valer das informações da forma com elas estão disponíveis,
onde muitas vezes, um único parâmetro serviu para validar os resultados. Isto ocorreu, pois o
método é subjetivo e leva a esta inconsistência de dados. Desta forma, seria fundamental um
refinamento do modelo e dos dados na sua origem, dos quais são utilizados para a aplicação
do método.
No entanto, mesmo diante de tantas dificuldades, o município de Balneário Camboriú
atingiu uma média de 60% da pontuação, o que seria suficiente para o município receber a
Bandeira QualityCoast.
Quanto à análise dos estudos de caso europeus ficou claro que o município de
Noordwijk apresentou o melhor desempenho. Trata-se de um município holandês, país sede
da EUCC, e onde foi criado o QualityCoast. Destaca-se, ainda, que Noordwijk foi o primeiro
município a aderir ao Programa, no ano de 2008. Desta forma, trata-se de um município
pioneiro.
O ótimo desempenho de Noordwijk é justificado, pelo fato de que, a região do Norte
Europeu possui uma legislação ambiental muito rigorosa. As mesmas são seguidas fielmente,
e as ações de fiscalização são incisivas. Cabe ressaltar, que o município dispõe de recursos
para a melhoria contínua dos critérios.
LEEMANS (2007) desenvolveu sua tese de Mestrado, em Amsterdam, com o objetivo
de entender quais as possibilidades de melhorar os critérios ambientais, que indicam áreas
costeiras sustentáveis, por meio de métodos quantitativos. Este estudo pioneiro contribuiu
para o balizamento do método quantitativo de avaliação do Programa.
Além dos trabalhos acadêmicos desenvolvidos no município, Noordwijk conta com a
assistência técnica da consultoria sem fins lucrativos da CoastInfo. Isto justifica a qualidade
dos dados disponibilizados pelo município.
90
O município de Aveiro, por sua vez, é pioneiro em Portugal, quanto à implementação
do Programa. O mesmo vem sendo desenvolvido, por meio de uma parceria entre o Governo
Municipal e a Universidade de Aveiro. Para além do pioneirismo, Aveiro é o município que
possui o melhor desempenho, frente ao Programa em nível nacional. Visto que, o mesmo
possui um melhor desempenho com relação ao município de Torres Vedras. Aveiro possui
estrela de excelência quanto ao tema sociocultural. Isto significa que o mesmo obteve um
desempenho excelente quanto ao tema (EUCC, 2009c).
Quanto à análise dos critérios do Programa QualityCoast, pode-se dizer que as
questões ambientais são de fundamental importância. Tais questões estão abordadas mais
diretamente no Programa, através dos temas natureza e meio ambiente. Os critérios abordados
por estes temas, quando cumpridos de forma adequada, podem refletir em soluções que
podem minimizar os impactos negativos gerados pelas inúmeras atividades exercidas nos
ambientes costeiros.
Um elevado número de turistas freqüenta os municípios costeiros durante a temporada
de verão, isso pode gerar problemas na disposição de lixo, nos sitemas de tratamento de
efluentes, e no abastecimento de água. O comprometimento do poder público, com relação às
políticas ambientais pode ser uma solução para estas ameaças (BEAUMORD & DIEHL,
2004).
Os critérios de natureza socioeconomia e cultural também passam a ser fundamentais
num Programa de Certificação que busca uma gestão costeira integrada em nível local. O
QualityCoast aborda critérios que podem auxiliar neste processo.
Bowen & Riley (2003) demonstram que o modelo “Pressão-Estado-Resposta” pode
auxiliar na relação de causa e efeito entre as relações das atividades humanas, com relação ao
meio ambiente. O Programa QualityCoast, por sua vez, apresenta na sua grande maioria
indicadores de estado do ambiente.
Quanto às estratégias de implementação do programa QualityCoast, no Brasil, ficou
claro que o mesmo depende de ações apropriadas da administração pública e do setor privado,
sendo estes, atores fundamentais num processo de gestão em nível local. Fletcher (2007)
identifica e localiza a influencia dos atores sociais envolvidos nas práticas de gestão costeira,
e define que os tomadores de decisão do processo são dependentes de uma estrutura
organizacional envolvida no processo.
No entanto, em um país como o Brasil, onde a desigualdade social ainda é o grande
problema e desafio, um Programa de certificação deve ser aplicado de forma imparcial, para
91
que o mesmo não se torne refém de processos e natureza política. Este é, portanto um
verdadeiro desafio ético e social (CAMACHO, 2005).
92
8. CONCLUSÕES
Ao término do trabalho foi possível concluir que o método do Programa QualityCoast
é válido para um município costeiro brasileiro. O método utilizado em Balneário Camboriú
foi similar ao utilizado nos municípios europeus, com pequenos ajustes quanto à legislação
local, e retirada, ou fusão de critérios e indicadores inadequados à realidade brasileira.
Desta forma, foi desenvolvido um método que, permitiu uma análise mais direta, onde
para cada indicador foi estabelecida uma forma de análise quantitativa, que esclareceu, quanto
à forma de pontuação que os critérios recebem, de um a cinco.
Ainda, foi possível concluir que para a aplicação do Programa no Brasil será
necessária a participação de diversas instituições públicas e privadas. Deste modo, é
fundamental que o mesmo, seja aplicado de forma criteriosa e ética, e não deixando que os
interesses de natureza política interfiram no processo.
Deste modo a aplicação deste modelo em um município costeiro brasileiro poderá
garantir as populações, qualidade de vida e qualidade ambiental, e ainda trazer
reconhecimento e benefícios econômicos ao município. Cabe ainda destacar que a
implantação de um Programa desta natureza irá fortalecer as políticas públicas a nível
municipal.
Quanto à pontuação, o município de Balneário Camboriú atingiu 60%, enquanto os
municípios de Aveiro e de Noordwijk atingiram 70% e 80% respectivamente. O que
demonstra que a Europa apresenta uma legislação, e uma fiscalização mais rigorosa, e que a
administração pública oferece mais recursos para ações de melhoria, com relação ao Brasil.
Desta forma, o desafio está lançado, e compete aos municípios brasileiros se
comprometerem com o cumprimento rigoroso das legislações ambientais vigentes no país, e
ainda disponibilizarem informações e recursos para as ações de melhoria contínua.
Este compromisso poderá garantir, então, uma certificação ambiental, que muito irá
contribuir para o desenvolvimento turístico dos municípios costeiros brasileiros, e ainda, irá
contribuir para o desenvolvimento de outras políticas públicas, tais como as Políticas
Municipal, Estadual e Federal de Gerenciamento Costeiro, os Planos de Ordenamento da Orla
Costeira e ainda os Planos Diretores municipais, entre outros.
93
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTON, A. Meio Ambiente e Desempenho Econômico-Financeiro: o Impacto da
ISO 14001 nas Empresas Brasileiras. 307 p. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP), Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), Florianópolis. 2003.
ALEXANDRE, A. F. O papel dos atores sociais do ambientalismo na reorganização
das políticas públicas do Estado brasileiro Um estudo de caso a partir da análise sobre as
diretrizes políticas de investimentos financeiros do Fundo Nacional de Meio Ambiente (1990-
2001). In: Civitas – Revista de Ciências Sociais, v. 5. n. 1, jan.-jun. 2005.
AMFRI. Associação de Município da Região da Foz do Rio Itajaí. Plano Básico de
Desenvolvimento Ecológico – Econômico. 302 p. Itajaí. [s.n]. 1999.
ARHTEJO. Administração da Região Hidrográfica do Tejo. Estratégia para Protecção
e Valorização do Litoral. Região Hidrográfica do Tejo e Ribeiras do Oeste. Tágides 02. P.
096. Lisboa. 2009.
BEAUMORD, A. C. & DIEHL, F. L. Environmental threats in the central and
northern coast of Santa Catarina State: an overview. Journal of Coastal Research, SI 39
(Proceedings of the 8th
International Coastal Symposium), 1017 – 1020. Itajaí, SC. Brazil.
ISSN 0749-0208. 2004.
BOWEN, R. E. & RILEY, C. Socio-economic indicators and integrated coastal
management. Ocean & Coastal Management 46. 299 – 312. 2003.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. Secretaria de Turismo de
Balneário Camboriú. Lazer e alegria todo dia. Acervo Histórico de Balneário Camboriú.
[s.n.]. Não paginado. [19-]
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. Lei N° 0399/1977. "Cria o
Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente - CONDEMA - e dá outras providências.".
Balneário Camboriú. 1977.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. Decreto N° 2351/93. Institui a
criação do Parque Ecológico rio Camboriú. Balneário Camboriú. 1993.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. Portaria Normativa : 0000057
N. Institui a criação da Reserva Particular do Patrimônio Particular UNIPRAIAS. Balneário
Camboriú. 1999.
94
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. LEI MUNICIPAL Nº 1985 DE
12 DE JULHO DE 2000. Institui a criação da Área de Proteção Ambiental “Costa Brava” –
APA. Balneário Camboriú. 2000.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. Balneário Camboriú
quadragésimo quinto aniversário. Informativo MEMPI. Arquivo Histórico de Balneário
Camboriú. Ano 04 – Edição n° 5. 2004.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. Balneário Camboriú 42 anos.
Informativo do Arquivo Histórico de Balneário Camboriú. Ano 01 – Edição n° 1. 2006ª.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. Bairro da Barra. Informativo
do. Arquivo Histórico de Balneário Camboriú. Ano 01 – Edição n° 2. 2006b.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. LEI Nº2.884, de 10 de setembro
de 2008. Institui a Política Municipal de Educação Ambiental, em consonância com a lei
Federal n° 9.795 / 1999 e Lei Estadual n° 13.558/ 2005 e da outras providências. Balneário
Camboriú. 2008a.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. LEI Nº 2794, de 14 de janeiro
de 2008. Disciplina o uso e a ocupação do solo, as atividades de urbanização e dispõe sobre o
parcelamento do solo no território do município de Balneário Camboriú. Balneário Camboriú.
2008b.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. Disponível em:
<WWW.balneariocamboriu.sc.gov.br>. Acessado em 09 de dezembro de 2009a.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Prefeitura Municipal de. Secretaria Municipal de Obras.
Departamento de Paisagismo. Comunicação pessoal. Em: 07 de outubro de 2009b.
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, Câmara dos Vereadores de. Noticias. Disponível em: <
http://www.cambc.sc.gov.br/clippings/exibir/3017>. Acessado em: 14 de dezembro de 2009c.
BRASIL, República Federativa do. LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981.
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, e dá outras providências. Brasília. 1981.
BRASIL, República Federativa do. LEI No 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985.
Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico dá
outras providências. Brasília. 1985.
BRASIL, República Federativa do. LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997.
Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Brasília. 1997.
95
BRASIL, República Federativa do. LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente, e dá outras providências. Brasília. 1998.
BRASIL, República Federativa do. LEI Nº LEI No 9.985, DE 18 DE JULHO DE
2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Brasília.
2000a.
BRASIL. República Federativa do. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução
Conama nº 274. Brasília, DF. 2000b.
BRASIL, República Federativa do. Ministério da Saúde. PORTARIA N.º 518, DE 25
DE MARÇO DE 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle
e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá
outras providências. Brasília. 2004.
BRASIL. República Federativa do. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução
Conama nº 357. Brasília, DF. 2005.
BRASIL, República Federativa do. Mudanças climáticas: O turismo em busca da
ECOEFICIÊNCIA. In: II SEMANA NACIONAL DO TURISMO 22 a 28 de setembro 2008.
Brasília. 2008a.
BRASIL, República Federativa do. Ministério do Turismo. Turismo de Sol e Praia:
Orientações Básicas. PDF. Brasília, 2008b.
CAETANO, T. B.; NEVES, T. S.; SANTOS, R. L. R.; FRANCO, G. A. D. C.; &
RODRIGUES, E. A. O artesanato como estratégia de educação ambiental e de geração de
renda na reserva da biosfera do cinturão verde da cidade de São Paulo. In: IF Série Registros,
São Paulo, n. 36, p. 33-39, jul. 2008.
CAMACHO, R.X.S. Análise da viabilidade de implementação de um sistema de
qualificação de praias. Estudo de caso: O projeto Bandeira Azul na praia de Jurerê
Internacional, Florianópolis – SC. 162f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia
Ambiental). Centro Tecnológico da Terra e do Mar. Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí,
2005.
CAMARGO, S. C. G. & BRANCO, J. O. A educação ambiental na visão dos
professores de ciências naturais, humanas e linguagem, Balneário Camboriú, SC. In: II
Simpósio Sul Brasileiro de Educação Ambiental; I Encontro da Rede Sul Brasileira de
96
Educação Ambiental; I Colóquio de Pesquisadores em Educação Ambiental da Região Sul;
Itajaí, SC. 2003
CAMPOS, V. B. G. Uma visão da mobilidade urbana sustentável. Disponível em:
<http://www.viverbemnacidade.org.br/img/vb_mo_biblioteca/20080410183303.pdf>
Acessado em: 26/01/2010.
CARMO, E. S. do; GADOTTI, G. A.; & BÓIA, Y. T. K. Análise comparada da
evolução de sítios turísticos: Santos (SP) e Balneário Camboriú (SC). In: Turismo - Visão e
Ação - ano 2 - n.3 - p.27-40 abr/set -1999.
CETESB. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/praias/balneabilidade.asp> Acesso em: 01/12/2007.
COMPUR. Companhia de Desenvolvimento & Urbanização de Balneário Camboriú.
Disponível em: < http://www.compur.com.br/transito.html>. Acessado em: 10 de dezembro
de 2009.
CONEVILLE. Ambiental Saneamento e Concessões Ltda. Coleta de lixo e Limpeza
urbana. Guia do Usuário. Balneário Camboriú. 2009.
CORRÊA, I. B. História de duas cidades: Camboriú e Balneário Camboriú. Balneário
Camboriú. Ed. do Autor. 138p. 1985.
DAGNONI, C, R, C. Projeto Terra Limpa: A Educação Ambiental e as Práticas
Pedagógicas Desenvolvidas nas Escolas de Balneário Camboriú. Itajaí, 96p. Dissertação
(Mestrado em Educação), Universidade do Vale do Itajaí. 2006.
EMASA. Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú.
Disponível em: <www.emasa.com.br>. Acessado em: 20 de novembro de 2009.
EUCC. Coastal & Marine Union. QualityCoast Guide for Entrants. PDF. Leiden -
Barcelona – Klaipeda, 2009a.
EUCC. Coastal & Marine Union. QualityCoast Program. Disponível em:
<http://www.qualitycoast.info>. Acesso em: 12 de janeiro de 2009b.
EUCC. Coastal & Marine Union. QualityCoast Awards 2009 – ’10. Brochure (Volume
2009 - 1). ISSN 1877-7953. Leiden. 2009c.
FEE. Fundação para Educação Ambiental. Guia dos Critérios Bandeira Azul para as
Praias. Operador Nacional: Associação Bandeira Azul da Europa; Coordenação Internacional:
Fee/ Friluftsraadet – The Danish Outdoor Council Copenhaga, Dinamarca. Lisboa, 2002.
FEE. Foundation for Enviromental Education. Blue Flag Program. Disponível em:
<www.blueflag.org>. Acessado em: 10 de dezembro de 2009.
97
FERREIRA, M., PICKAVER, A., SALMAN, A., O’MAHONY, C., CUMMINS, V.,
SALTHOUSE, C., & FERNANDEZ-PALACIOS, Y. QUALITYCOAST International
Programme for Human & Environment Friendly Coastal Tourist Destinations. In:
Proceedings of the ICCCM’07. Tunisia. 2007.
FLETCHER, S. Influences on stakeholder representation in participatory coastal
management programmes. Ocean & Coastal Management 50.314 – 328. 2007.
FONSECA, J. P. da. Factores determinantes da satisfação e o turismo no Distrito da
Guarda: inquérito e análise estatística. Porto: Universidade Portucalense. Dissertação de
Mestrado em Marketing. 2007.
GRANDO, S. J. Apresentação do I Fórum de Balneabilidade do Litoral. Disponível
em: <http://www.fatma.sc.gov.br/download/forum/Apresenta%E7%E3o.pdf> Acesso em:
01/03/2005.
HENRIQUES, A. G. Convenção-quadro das nações unidas sobre alterações
climáticas. 34p. [s.l.: s.n.]. 2009.
HOEFEL, F. G. & KLEIN, A. H. da F. Environmental and Social Decision Factors of
Beach Safety in the Central Northern Coast of Santa Catarina, Brazil. In: Notas Técnicas da
Facimar. v. 2, p. 155-166 – Universidade do Vale do Itajaí; Centro de Educação Superior de
Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar. Itajaí, SC, 1998.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas do Desenvolvimento
Humano no Brasil. 2000.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<WWW.ibge.gov.br>. Acesso em: 20 de janeiro de 2010.
IDEIA. Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental. Disponível em:
<www.ideiasc.org.br>. Acessado em: 15 de dezembro de 2009.
ITAJAÍ, Prefeitura Municipal de. Disponível em <www.itajai.sc.gov.br> Acessado
em: 20/01/2010.
IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pesquisa de Sítios
Arqueológicos. Disponível em: <www.iphan.gov.br>. Acessado em: 14 de fevereiro de 2009.
KLEIN, A. H. da F.; SANTANA, G. G.; DIEHL, F. L.; MENEZES, J. T. de.; &
MEDEIROS, R. Análise dos Riscos Associados ao Banho de Mar: Exemplos das Praias
Catarinenses. In: I SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE PRAIAS ARENOSAS. Anais. Itajaí:
UNIVALI, 2000.
98
KOHLRAUSCH, A. K; CAMPOS, L. M. de. S.; SELIG, P. M. O comportamento do
consumidor de produtos orgânicos em Florianópolis : Uma abordagem estratégica. In: Revista
Alcance, V.11, N.1. 2004.
LEEMANS, C. Quantifying QualityCoast. What are the possibilities to improve the
environmental milestones that indicate sustainable coastal recreation areas by developing
quantitative approaches? Amsterdam. 41p. ERM Master Thesis (Faculteit der Aard- en
Levenswetenschappen, Vrije Universiteit). 2007.
LUCHIARI, M. T. D. T. Urbanização turística um novo nexo entre o lugar e o mundo.
In: II Encontro Nacional de Turismo com Base Local. Anais. Fortaleza. 1998.
MARENZI, R. C. Ecologia da Paisagem da Morraria da Praia Vermelha (SC):
Subsídio à Conservação a Biodiversidade de uma Área Costeira. Curitiba. 216p. Tese
(Doutorado em Ciências Florestais), Universidade Federal do Paraná. 2004.
MARINHO, A. & BRUHNS, H. T. Turismo, lazer e natureza. 205 p. Editora Manole.
Barueri-SP. 2003.
MATAREZI, J. Despertando os sentidos da educação ambiental. Educar em Revista
Print version ISSN 0104-4060. Educ. Rev. no.27 Curitiba Jan./June 2006.
MENEZES, J. T. Balanço de sedimentos arenosos da enseada de Balneário Camboriú.
Porto Alegre. 167p. Tese (Doutorado em Ciências), Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Instituto de Geociências. 2008.
O’MAHONY C., CUMMINS V., FERREIRA M. AND PICKAVER A. QualityCoast
– Piloting of a Sustainable Tourism Programme in Cork Harbour, Ireland. In: Micallef A,
Vassallo A and Cassar M (eds) Proceedings of the Second International Conference on the
Management of Coastal Recreational Resources ~ Beaches, Yachting and Coastal
Ecotourism, October 25th – 27th 2006, Gozo, Malta; Euro-Mediterranean Centre on Insular
Coastal Dynamics; Foundation for International Studies, Valetta, Malta. pp. 464. ISBN:
99932-650-9-8. 2006.
PEREIRA, R. C. de M. O impacto do turismo na identidade local: um estudo de caso –
Pirenópolis – GO. 2003. 53 f. Monografia (Especialização em Ecoturismo)-Universidade de
Brasília, Brasília, 2003.
PIRES, P. S.; GUEDES, L. C.; EXEQUIEL, L. C.; e GERHARDT, R. S. Turismo
Sustentável: Planejamento Turístico e Atividades Acadêmicas na Região Sul do Município de
Balneário Camboriú – SC. In: Turismo - Visão e Ação - ano 4 - n.9 - p.93-99. 2002.
99
POLETTE, M. Paisagem: Uma reflexão sobre um amplo conceito. In: Turismo - Visão
e Ação - ano 2 - n.3 - p.83-94. 1999.
POLETTE, M. Avaliação da Política Nacional de Gerenciamento Costeiro. Tese de
Pós doutorado em Ciências Políticas pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis. Não paginado. 2005.
RBMA. Portal da Reserva Da Biosfera Da Mata Atlântica. Disponível em:
<http://www.rbma.org.br/default_02.asp> Acessado em: 19/01/2010.
REBELO, J. A. Sem história não dá. E assim se fez Camboriú. [s.l.] Ed. do Autor. Não
paginado.1997.
RODRIGUES, H. F. & SOARES, P. R. R. Quando a cidade e o campo se encontram:
tendências atuais da relação urbano/rural no vale dos Sinos e Paranhana. Disponível em:
<http://www.agbpa.com.br/CD/artigos/Comunicao/Urbana%20-
%20PDF%20OK/QUANDO%20A%20CIDADE%20E%20O%20CAMPO.pdf> Acessado
em: 25/01/2010.
RUDZEWICZ, L. & LANZER, R. M. Ecoturismo e Conservación de Los
Ecosistemas. Reservas Particulares de Patrimonio Natural en Brasil. In: Estudios y
Perspectivas en Turismo. Volumen 17 pp. 226 – 249. 2008.
SANTA CATARINA, Governo do Estado de. Gerenciamento Costeiro de Santa
Catarina – GERCO/SC. Entendendo o Processo de Gerenciamento Costeiro para o Litoral de
Santa Catarina. Livreto. Florianópolis. 41p. 2005.
SANTA CATARINA, Governo do Estado de. Fundação do Meio Ambiente -
FATMA. Relatório de Balneabilidade. Disponível em: <http://www.fatma.sc.gov.br> Acesso
em: 03 de novembro de 2009a.
SANTA CATARINA, Governo do Estado de. Sistema de Informação de Recursos
Hídricos do Estado de Santa Catarina. Disponível em: <WWW.aguas.sc.gov.br>. Acessado
em: 20 de outubro de 2009b.
SANTA CATARINA, Governo do Estado de. Corpo de Bombeiros Militar de Santa
Catarina. Disponível em: <http://www.cb.sc.gov.br/ >. Acessado em 20 de novembro de
2009c.
SANTA CATARINA, Governo do Estado de. Polícia Militar de Santa Catarina.
Disponível em: <http://www.pm.sc.gov.br/website/ >. Acessado em: 20 de novembro de
2009d.
100
SANTA CATARINA, Governo do Estado de. Secretaria de Estado do Planejamento –
SPG. Dados estatísticos Municipais. Disponível em: <
http://www.spg.sc.gov.br/dados_munic.php> Acessado em: 15 de janeiro de 2010.
SANTUR. Santa Catarina Turismo. Pesquisa de Demanda Turística. Disponível em:
<WWW.santur.sc.gov.br>. Acessado em: 14 de dezembro de 2009.
SILVA, F.E.da.; DIEHL, F.L. & MOCELLIN, O. Projeto Golfinho: Um Programa de
Prevenção Sobre os Perigos do Mar, Conscientização, Cidadania e Meio Ambiente. In: XIII
SEMANA NACIONAL DE OCEANOGRAFIA. Anais. Rio de Janeiro: UERJ, 1999.
SILVA, F.E.da.; DIEHL, F.L. & MOCELLIN, O. Projeto Golfinho: Um Programa de
Prevenção Sobre os Perigos do Mar, Conscientização, Cidadania e Meio Ambiente. In: I
SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE PRAIAS ARENOSAS. Anais. Itajaí: UNIVALI, 2000.
SILVA, F. E. da.; DIEHL, F.L. & MOCELLIN, O. La Playa y el Mar como Sala de
Clases para Jovenes e Niños: La Experiencia del Proyecto Golfinho – Un Programa de
Actividades Educativas en Seguridad de Playas. In: VI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DEL
MAR. Anais. Havana: MAR CUBA, 2003.
SILVA, F.E.da.; DIEHL, F.L. & MOCELLIN, O. Projeto Golfinho: seis anos de um
Programa de Atividades Educativas em Segurança de Praias. In: I CONGRESSO
BRASILEIRO DE OCEANOGRAFIA. Anais. Itajaí: UNIVALI, 2004.
SIMI, R.; SIMI JUNIOR, R.; RECH, J. V.; & ANJOS, F. A. DOS. Avaliação
ambiental da porção Sul de Balneário Camboriú em Santa Catarina, através de imagens
orbitais, em escalas 1:20.000 e 1:10.000, para fins de planejamento territorial costeiro. In:
Anais XI SBSR, Belo Horizonte, Brasil. INPE, p. 603-609. 2003.
SINDUSCON. Sindicato da Indústria da Construção Civil de Balneário Camboriú.
Desponível em: <http://www.sindusconbc.com.br/> Acessado em: 26/01/2010.
TORRES, R. B. Recuperação ambiental, participação e poder público: uma
experiência em Campinas. São Paulo (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Instituto Agronômico (IAC). [s.n]. 2006.
TUCCI, C. E. M. Gestão da água no Brasil. 156p. Brasília. UNESCO, 2001.
VOLK, R. H. Prefeitura de Gramado tem ISO 9001:2000. Disponível em:
<http://www.gramado.rs.gov.br/index.php/Institucionais/Prefeitura-de-Gramado-tem-ISO-
90012000.html> Acesso em: 20 de dezembro de 2008.
102
ANEXO I – Quadro de Eventos com, datas, horários, locais e promotores,
programados para o ano de 2010, em Balneário Camboriú.
Evento Data Horário Local Promotor
Verão Kebra Tudo AE Até
28/02/10
Diversos Orla Marítima - Próximo a Rua
1031
Acadêmia Boddy
Energy e Mário
Café
Exposição “Aqui se conta, o tempo dá
notícias...” – História dos jornais de
BC - 1960 a 2000
2as a 6as
(em
janeiro)
8h30 às
19h30
Arquivo Histórico de Balneário
Camboriú – Terceira Av, esquina
com rua 2500.
FCBC
Visitação externa - Projeto Brilhos de
Natal - Praça Tamandaré, Pontal Norte
e Barra Sul
Até
11/01/10
- Tamandaré:Vila do Noel; Barra
Sul: Fábrica de Brinquedos;
Pontal Norte: Casa do Papai Noel
PMBC em
convênio com
CDL
Ginástica na Praia 2a a 6ª (em
janeiro)
7h30 Av. Atlântica início rua 1900 -
Visitação Fábrica de Brinquedos -
Projeto Brilhos de Natal
Até
11/01/10
24 horas
por dia
Barra Sul, em frente ao Unipraias PMBC e CDL
Exposição Ondas, Ciclos em Círculos Até
29/01/10
13h às
19h
Biblioteca Pública Machado da
Assis
FCBC
Atividades de verão na praia -
Esportes, ginástica, shows musicais em
palcos alternados - seis estilos musicais
em revezamento
01 a 31
(em
janeiro)
A definir - Sectur - Projeto
Música na Praia
Carnamboriú 2010 - Shows - Trio
Elétrico e Matinê Infantil
12 a
16/02/10
- Orla da Praia Central PMBC e Sectur
Corrida Rústica da Folia 14/02/10 21h30 Praia Central - Largada Praça
Tamandaré
Luiz Felício
Eventos
Toca do Coelhinho 01 a 04
(em abril)
15h às
22h
Barra Sul Sectur
13° Encontro da Feliz Idade do
Mercosul e América Latina
13 a 18
(em abril)
- Balneário Camboriú PMBC e Tudo
Bem Eventos
Os Amigos se Encontram em Balneário
Camboriú
03/07/10 10h às
17h
A def. Sectur
Dia da "Cãominhada" 10/07/10 A. def A. def PMBC e Sectur
18° Santa Catarina Cup - Torneio
Internacional de Futsal
17 a 25
(em julho)
- Balneário Camboriú Tudo bem
Eventos
Campeonato Mundial de Mountain
Bike
07 a
12/09/10
Diversos Balneário Camboriú Federação
Catarinense de
Ciclismo
Comemoração do Povo do Rio Grande
do Sul em Santa Catarina
20/09/10 - - PMBC e Sectur
Aniversário do 12º Batalhão da Polícia
Militar
08/10/10 20 h 12º Batalhão da Polícia Militar 12º Batalhão da
Polícia Militar
3º Encontro Internacional de
Motociclismo em Balneário Camboriú
12 a 15
(em
outubro)
a partir
das 14h
Motoclube 2008
de Balneário
Camboirú
Abertura do Verão - Brilhos de Natal e
Chegada do Papai Noel
28/11/10 Balneário Camboriú PMBC e Sectur
Reveillon 2010/2011 31/12/10 22h Orla Marítima - A definir PMBC - Sectur
Fonte: (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2010)
103
ANEXO II – Quadro de análises das Categorias e Critérios do QualityCoast Europeu.
QC 1 Valores Naturais
Definição Presença de espécies e habitats importantes internacionalmente que podem ser encontrados no
destino.
Quantificação
% de área protegida para fins de conservação da biodiversidade;
Nr. de espécies e habitats protegidos presentes;
Nota :
Garantir que os dados são recentes (e.g. recolhidos nos últimos 5 anos).
Melhoramentos Sugestões:
Ligar o sector turístico a medidas propostas nos Planos Locais de Acção para a Biodiversidade.
QC 2 Informação sobre a Natureza
Definição Fontes de informação e infraestruturas que promovam a interacção com o ambiente natural local e
estejam localizadas dentro ou próximo das áreas naturais de interesse.
Quantificação
Presença de centros e serviços para visitantes, para áreas protegidas marinhas e terrestres;
Presença de publicações sobre os valores naturais existentes na área;
Nota :
É necessária uma lista sobre meios de informação existentes e previstos dirigidos a visitantes
domésticos e internacionais (e.g. publicações, brochuras, newsletters, etc.).
QC 3 Contacto com a Natureza
Definição Nível apropriado de acessos recreativos às áreas naturais e actividades de baixo impacto relacionadas
com a Natureza.
Quantificação
Presença de programas relacionados com a Natureza (e.g. visitas guiadas, observação de aves ou
cetáceos, circuítos pedonais e cicláveis, voluntariado, actividades educacionais e de sensibilização).
Presença de programas de eco-turismo
% de áreas naturais acessíveis apenas por percursos pedonais
% de areas naturais acessíveis apenas por ciclovias
% de areas naturais acessíveis apenas por percursos equestres
% de areas naturais com acesso multi-usos
Ligação a circuitos pedonais e ciclovias de longa distância
Disponibilidade de infraestruturas e acessos para visitantes incapacitados ou deficientes, e.g.
cadeiras-de-rodas especiais para acesso à praia, veículos motorizados.
QC 4 Políticas Verdes
Definição O nível de protecção dos valores naturais através de políticas e esquemas de gestão integrada,
sectorial e transversal.
Quantificação
Existência de esquemas e estratégias de gestão integrada, e.g. Planos GIZC (Gestão Integrada de
Zonas Costeiras), esquemas agro-ambientais, planos de pesca sustentável, esquemas de eco-gestão de
campos de golf, esquemas de gestão ambiental;
Nr. das diferentes entidades envolvidas em cada tipo de plano ou esquema;
Nr. de organizações locais de turismo e lazer que promovem o seu envolvimento nos planos e
esquemas de gestão ambiental;
QC 5 Paisagem
Definição Presença de paisagem natural e tendências existentes de utilização e padrão de ocupação do solo.
Quantificação
Informação base relativamente às categorias de utilização e ocupação do solo, particularmente quanto
às categorias de áreas desenvolvidas, não-desenvolvidas e sítios designados para conservação;
Área (a ser) convertida de utilização não-desenvolvida a desenvolvida, entre 2000 e 2015 (prevista);
% de área desenvolvida = (superfície de area desenvolvida / superfície total)*100;
Nota:
Área desenvolvida é definida como sendo a combinação de áreas construídas, estradas e áreas de
estacionamento.
104
Melhoramentos Sugestões:
Apoio a planos e legislação que garantam a protecção de áreas não-desenvolvidas e medidas de
mitigação de desenvolvimento em areas não-desenvolvidas.
QC 6 Disponibilidade de Locais Tranquilos
Definição Presença de áreas onde os visitantes possam escapar do trânsito, multidões e ruído.
Quantificação
Presença, dimensão e % de áreas tranquilas, jardins públicos e parques urbanos no destino.
QC 7 Pressão Turística
Definição Número de visitantes em relação ao número de habitantes locais e duração da estadia associada à sua
visita.
Quantificação
Estatísticas sobre visitantes e turistas por ano;
Número médio de visitantes relativamente aos habitantes no pico da época alta;
Nota :
Fórmula proposta: (Nr. de turistas por ano/365 dias) x Média da duração da estadia (em dias)
QC 8 Envolvimento Comercial / Empresarial
Definição O grau de envolvimento da comunidade comercial local em esforços dirigidos a um desenvolvimento
ambiental e sustentável.
Quantificação
Nr. unidades hoteleiras ou outros fornecedores de acomodação detentores de eco-certificação
oficialmente reconhecida; É necessário fornecer uma lista das certificações atribuídas;
Presença de um programa formal promovendo e atingido progresso em termos de sustentabilidade no
sector comercial/empresarial;
Existência de políticas municipais com incentivos financeiros de forma a promover esse
envolvimento comercial/empresarial;
Melhoramentos Pontos de atenção :
Desenvolvimento de esquemas que encorajem os empresários locais a trabalhar em direcção a
sustentabilidade na hotelaria e outros serviços.
QC 9 Qualidade das Águas Balneares
Definição Cumprimento dos requisitos da qualidade das águas balneares, de acordo com a Directiva 76-160-
CEE.
Quantificação
% de águas balneares cuja qualidade é excelente (resultados por época);
% de praias às quais geralmente é atribuída a Bandeira Azul;
Melhoramentos Sugestões:
Relativamente à nova Directiva 2006/7/CE, 15 de Fevereiro de 2006, respeitante à gestão da
qualidade das águas balneares, que revoga a Directiva 76/160/ECC, a metodologia e requisitos deste
indicador serão adaptados assim que a nova Directiva seja incorporada na legislação nacional.
A nova Directiva 2006-7-CE prevê a monitorização de blooms de algas e crescimento de macrófitas.
QC 10 Gestão da Água
Definição Utilização eficiente da água, particularmente quanto à qualidade da água potável, fornecimento e
origem (dependência externa) e reutilização da água depurada.
Quantificação
Aspectos ambientais do fornecimento e armazenamento da água potável;
Qualidade da água para uso público e industrial;
Existência de programas de poupança de água;
Informação quanto ao consumo litros/pessoa/dia e relação preço;
Aplicação de contadores;
% de perdas de água (transporte) e de água utilizada em campos de golf;
% da água que é tratada antes de ser libertada no ambiente e estado de depuração (secundária,
terciária);
Reutilização de água depurada para rega de campos de golf, jardins, agricultura, etc.;
QC 11 Mobilidade Sustentável
105
Definição Disponibilidade e promoção de meios de transporte sustentáveis.
Quantificação
Nr. e descrição das medidas que têm sido tomadas de forma a reduzir o trânsito nos centros urbanos;
Existência (e número) de ligações de multi-transportes
Melhoramentos Sugestões:
Políticas e planos que promovam a mobilidade e transportes sustentáveis.
QC 12 Resíduos e Reciclagem
Definição Existência de estruturas para reciclagem e recolha de resíduos.
Quantificação
Existença de campanhas de redução da produção de resíduos;
Presença de infraestruturas de recolha selectiva dos resíduos e de reciclagem, monitorização da
tendência de resíduos produzidos, selectivamente recolhidos, reciclados e reutilizados;
Existência de recolha especializada de determinados resíduos (óleos, tintas, resíduos químicos ou
perigosos, etc., em marinas, hotéis, reparações de automóveis, hospitais , indústrias, etc.);
Numero de pontos de recolha selectiva nas áreas urbanas;
Melhoramentos Sugestões:
Aumento dos acordos relativamente a gestão e recolha selectiva de resíduos com hotéis,
apartamentos e estabelecimentos comerciais.
Encorajamento do sector turístico para trabalhar com as autoridades locais e estabelecer meios de
informação actualizada sobre recolha de resíduos e reciclagem em locais relevantes.
QC 13 Respostas às Alterações Climáticas
Definição Políticas dirigidas à redução de gases com efeito de estufa e adaptação aos efeitos das alterações
climáticas.
Quantificação
Existência de políticas e programas de poupança de energia;
Existência de poíticas que estimulem as empresas e cidadãos a reduzir a suas emissões de carbono;
Planos para reduzir a zero as emissões de carbono do sector turístico;
Políticas de defesa costeira compatíveis com o projecto EUROSION (EU);
Planos para tornar o turismo local menos vulnerável às alterações climáticas ;
QC 14 Herança Cultural
Definição Presença e grau de protecção de elementos que estejam relacionados com as origens e história do
destino e que, embora pertençam à herança cultural da comunidade, já não estão activos.
Quantificação
Presença de elementos arqueológicos, edifícios históricos, museus, colecções, monumentos,
exemplos de actividades tradicionais extintas, etc.;
QC 15 Paisagens Culturais
Definição Presença de paisagens relevantes que sejam formadas ou criadas por acção humana.
Quantificação
Área da paisagem cultural no destino;
Paisagens e cenários particulares no destino;
Exemplos: Salinas, campos de flores, pastagens, etc. (áreas de utilização tradicional, que não estejam
sob protecção a nível de conservação da Natureza);
Melhoramentos Sugestões:
Políticas que prevejam a protecção do horizonte aberto na paisagem.
QC 16 Identidade Local
Definição Presença e atenção de um aspecto físico distinto e/ou ambiente social que seja considerado típico do
destino. Actividades e elementos ligados à tradição que sejam mantidos vivos e integrados no
presente.
Quantificação
Número de eventos e festivais anuais;
Presença de elementos arquitectónicos modernos;
Presença de esquemas de certificação de produtos locais;
Número de alojamentos locais e suas características, e.g. turismo rural, alojamento em casas típicas
ou locais;
QC 17 Lazer e Recreação
106
Definição Disponibilidade de actividades e infraestruturas de lazer e recreativas dentro do destino, com especial
atenção para aquelas associadas à tradição local.
Quantificação
Número de eventos públicos e turísticos por época;
Presença de actividades tradicionais nas quais os turistas poderão participar;
Actividades dirigidas a turistas, que contenham elementos tradicionais do local (e.g. passeios em
barcos tradicionais);
QC 18 Participação da Comunidade
Definição Iniciativas locais que promovam a participação da comunidade e o envolvimento das partes
interessadas na gestão e tomada de decisões.
Quantificação
Existência de oportunidades, tais como acções de formação sobre sustentabilidade ambiental
dirigidas à comunidade local;
Existência de iniciativas de voluntariado e actividades pedagógicas com as escolas;
Existência ou não de estratégias por parte da comunidade;
Número de mecanismos de consulta (fóruns, grupos) com o envolvimento da comunidade;
Número de voluntários e grupos na comunidade envolvidos em provisionar serviços;
Número de pessoas envolvidas em acções transpostas para o trabalho;
QC 19 Satisfação Turistica
Definição O nível de satisfação dos turistas e habitantes relativamente ao destino.
Quantificação
Resultados de sondagens e inquéritos;
Melhoramentos Sugestões:
Preparação de inquéritos para os visitantes, e.g. através de hotéis.
QC 20 Segurança
Definição Existência de um ambiente seguro e saudável e de medidas preventivas.
Quantificação
Presença de serviços especiais, e.g. guarda-costeira, salva-vidas, polícia;
Presença e número de placards informativos sobre segurança, e.g. regras de segurança no mar,
zonação de actividades, potenciais acidentes devido a actividades balneares, etc;
Existência de informação sobre riscos para a saúde relativamente a certas espécies (e.g. alforrecas,
mosquitos), práticas, ambientes, etc. e medidas para diminuir esses riscos;
Existência de esquemas de zonação de actividades e de actividades permitidas;
Melhoramentos Sugestões:
Melhoramento e implementação de sinalização nas praias e informação pública.
107
ANEXO III – Lista de espécies de fauna e flora, para o Parque Municipal.
A vegetação do PARQUE ECOLÓGICO MUNICIPAL RIO CAMBORIÚ constitui
um remanescente da FLORESTA OMBRÓFILA DENSA (MATA ATLÂNTICA) e uma área
sob domínio de mangue.
Algumas espécies arbóreas e arbustivas características e representativas são: garapuvu;
gerivá; silva; mamica-de-cadela; embáuba; macuqueiro; figueira-mata-pau; tajuba; palmiteiro;
ipê; mangue-de-formiga; algodão-de-mangue. Também são encontradas belíssimas epífitas
tais como: bromélias, orquídeas, imbês e, pteridófitas (xaxins, cipó-cabeludo).
FAUNA DO PARQUE ECOLÓGICO MUNICIPAL RIO CAMBORIÚ
GAMBÁ DE ORELHA BRANCA Didelphis albiventris
GAMBÁ DE ORELHA PRETA Didelphis marsupialis
TAMANDUÁ-MIRIM Tamandua tetradactyla
GRAXAIM DO CAMPO Dusicyon gymnocercus
MÃO PELADA Procyon cancrivorus
FURÃO Galictis cuja
CAPIVARA Hydrochaeris hydrochaeris
FRANGO D´ÁGUA Gallinula chloropus
QUERO QUERO Vanellus chilensis
ROLINHA PICUÍ Columbina picui
ROLINHA ROXA Columbina talpacoti
ALMA DE GATO Piaya cayana
ANU PRETO Crotophaga ani
ANU BRANCO Guira guira
CORUJA DO CAMPO Speotyto cunicularia
MARTIM PESCADOR GRANDE Ceryle torquata
PICA PAU ANÃO CARIJÓ Picumnus nebulosus
PICA PAU DO CAMPO Colaptes campestroides
JOÃO DE BARRO Furnarius
SUIRIRI PEQUENO Satrapa icterophrys
TESOURINHA Muscivora tyrannus
BEM TE VI Pitangus sulphuratus
108
BORBOLETINHA DO MATO Phylloscartes ventralis
ANDORINHA PEQUENA DE CASA Notiochelidon cyanoleuca
SABIÁ LARANJEIRA Turdus rufiventris
TISIU Volatinia jacarina
COLEIRINHO Sporophila caerulescens
CANÁRINHO DA TERRA Sicalis flaveola
TICO TICO Zonotrichia capensis
PINTASSILGO Spinus magellanicus
GARÇA BRANCA GRANDE Casmerodius albus
GARÇA BRANCA PEQUENA Egretta thula
MARRECA PARDINHA Anas flavirostris
BIGUÁ
JABUTÍ
CAGADO
BEIJA-FLOR
Sapos
Cobras
Lagartos
Aracnídeos
Abelhas
Outros insetos
110
ANEXO V – Quadro com a listagem de monumentos em Balneário Camboriú.
Monumento Localização
Monumento Portal de Informações Turísticas Av. do Estado, nº 5041.
Túneis de acesso ao município Os túneis da 3ª Avenida, 4ª Avenida e da Integração.
Monumento Mão do Trabalhador que Sustenta o Mundo Praça Kurt Amann, na Avenida Atlântica
Monumento Cascata das Sereias Av. do Estado, próxima ao Corpo de Bombeiros
Monumento Marambaia Em frente ao Marambaia Cassino Hotel
Monumento Esculturas No Início da Avenida Atlântica - Pontal Norte
Monumento Escultura Na 4ª Avenida
Monumento aos Pescadores Rodovia Interpraias, próximo a praia de Laranjeiras
Monumento Sorriso Em frente ao restaurante Kananga na Avenida Atlântica
Monumento Dama Solitária Rua 1501
Monumento Relógio do Sol Avenida do Estado, próximo a Cascata das Sereias
Molhe da Barra Sul – Esculturas Molhe da barra Sul
Fonte: BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2009a.
112
APÊNDICE I – Quadros de análises de Locais tranqüilos em Balneário Camboriú.
Quadro 1: Análise dia 13/12/2008.
Área Ponto Coordenadas
geográficas
(UTM)
Data e
Horário
Acesso Nível de
Ruído
Ambiente
[dB(A)]
Descrição
1 1.1 Sede da
Praia dos
Amores
0734779
7016131
13/12/08
10h 30m
Final da Rua
Érico Veríssimo,
Praia dos
Amores
37 A sede da Praia dos Amores
apresenta um parque infantil, pista
de skate, campo de futebol (terra),
e alguns bancos de cimento. A
sede faz limite com uma área
residencial, uma lagoa natural e
mata nativa. Área silenciosa,
porém foi detectado um ruído com
caráter impulsivo (martelagens)
proveniente de uma construção
civil, na área residencial limite. No
entanto este apresentou nível de
pressão sonora de 57 dB(A).
Enquanto uma criança falava, o
nível de pressão sonora atingiu 60
db(A). Salienta-se a ausência de
comunicação ambiental no local.
1 1.2 Complexo
de Eventos
Morro do
Careca
0735620
7015632
13/12/08
11h
Acesso pela Rua
Sergio Millet,
Praia dos
Amores
36 O Complexo de Eventos Morro do
Careca apresenta parque infantil,
bancos de madeira, área para vôo
livre, estacionamento (carros,
motos e bicicletas). Área silenciosa
com nível de ruído de
aproximadamente 36 dB(A)
atingindo níveis de pressão sonora
de 50 dB(A), durante a chegada de
carros no estacionamento e 59
dB(A), com pessoas adultas
conversando. Salienta-se a
presença de informação ambiental,
por meio de placas de informação
para o público, somente em
Português. Ressalta-se ainda a
presença de turistas estrangeiros,
possivelmente argentinos.
1 1.3 Pontal
Norte da Praia
Central
0735125
7014527
13/12/08
13h55m
Av. Atlântica,
Pontal Norte da
Praia Central
53 O nível de ruído ambiente é de 53
dB(A), no deck à margem do
ribeirão Marambaia. Este pode
estar relacionado ao vento sudeste
fraco a moderado que soprava no
local, bem como ao leve ruído
gerado pela movimentação
marítima. Salienta-se a pouca
agitação marítima no local.
2 2.1 Praça na
Orla da Av.
Atlântica, Praia
Central
0734826
7013461
13/12/08
13h40m
Praça na Orla da
Av. Atlântica,
Praia Central,
altura da Rua
1111
64 A praça na orla da praia central,
apresenta um nível de ruído
ambiente de 64 dB(A), devido ao
forte vento sudeste e o ruído
gerado pela movimentação
marítima (agitação moderada). O
nível de pressão sonora atinge
facilmente o valor de 75 dB(A),
durante a passagem de ônibus,
caminhões e motocicletas na
Avenida Atlântica.
3 3.1 Parque
Atrás do
Supermercado
0734159
7014038
13/12/08
11h30m
Acesso pelas
Ruas Síria e
Portugal, atrás
50 O Parque (passagem entre as Ruas
Síria e Portugal), atrás do
supermercado Angeloni é um local
113
Angeloni do
Supermercado
Angeloni
arborizado, agradável visualmente,
no entanto apresenta um nível de
ruído ambiente de 50 dB(A). Este
valor relativamente alto para um
local dessa natureza está associado
a um motor funcionando
constantemente no Angeloni.
Salienta-se que o nível de pressão
sonora atingiu 70 dB(A), durante a
passagem de caminhões na Rua
Síria. Ressalta-se ainda a falta de
comunicação ambiental no local.
4 4.1 Parque
Natural
Municipal
Raimundo
Gonçalez Malta
0734232
7010239
13/12/08
12h
Entrada junto à
Secretaria de
Meio Ambiente
da PMC. Atrás
da UNIVALI
37 O Parque Natural Municipal
Raimundo Gonçalez Malta
apresenta um nível de ruído
ambiente de 37 dB(A), embora
estivesse fechado em 13/12/08,
sábado ao meio dia. No entanto o
local é uma potencial área
silenciosa no município, visto que
com o parque fechado, e a medição
sendo realizado no exterior do
parque, o nível de pressão sonora
não ultrapassou os 40 dB(A).
Salienta-se a presença de
comunicação ambiental, por meio
de placas de informação ao
público, em português.
5 5.1 Praia do
Estaleirinho
0739275
7005913
13/12/08
12h30m
Acesso pela Av.
Inter-praias,
meio da praia do
Estaleirinho, ao
lado do posto
salva-vidas
63 O deck no meio da praia do
Estaleirinho, ao lado do posto
salva-vidas. O nível de ruído
ambiente de 63 dB(A), este valor
está relacionado à forte agitação
marítima nesta praia reflexiva, do
município de Balneário Camboriú.
Salienta-se que o vento soprava de
Sudeste com intensidade
moderada.
6 6.1 Praia do
Pinho
0740506
7009034
13/12/08
12h45m
Acesso pela Av.
Inter-praias,
praia do Pinho,
em frente a sede
do camping.
63 A praia do Pinho, ao lado do posto
salva-vidas. O nível de ruído
ambiente de 63 dB(A), este valor
está relacionado à forte agitação
marítima nesta praia reflexiva, do
município de Balneário Camboriú.
Salienta-se que o vento soprava de
sudeste com intensidade moderada.
7 7.1 Praia de
Taquarinhas
0739903
7011138
13/12/08
13h
Acesso pela Av.
Inter-praias,
canto Sul da
praia de
Taquarinhas
55 O canto Sul da praia de
Taquarinhas apresenta nível de
ruído ambiente de 55 dB(A), esse
valor inferior em relação aos níveis
das praias Central, do Pinho e do
Estaleirinho, está associado à praia
ser protegida das ondulações de
sul/sudeste, predominantes na
região, visto que é uma praia mais
silenciosa, por estar protegida,
ainda do vento do quadrante
sudeste que soprava moderado no
local.
8 8.1 Molhe da
Barra Sul
0737783
7010921
13/12/08
13h20m
Acesso pela Av.
Atlântica, barra
Sul da praia
Central
55 O Molhe da Barra Sul da praia
Central apresenta nível de ruído
ambiente de 55 dB(A), esse valor
inferior em relação aos níveis das
praias Central do Pinho e do
Estaleirinho, está associado à praia
ser protegida das ondulações de
114
sul/sudeste, predominantes na
região, visto que é uma praia mais
silenciosa, por estar protegida,
ainda do vento do quadrante
sudeste que soprava moderado no
local. No entanto durante a
passagem de embarcações o nível
de pressão sonora atinge cerca de
70 dB(A). Salienta-se que e o nível
de pressão sonora atingiu 69
dB(A) durante a passagem do
Barco Pirata, com seu amplificador
de som.
Quadro 2: Análise dia 05/01/2009.
Área Ponto Coordenadas
geográficas
(UTM)
Data e
Horário
Acesso Nível de
Ruído
Ambiente
[dB(A)]
Descrição
1 1.1 Sede da
Praia dos
Amores
0734779
7016131
05/01/09
11h 00m
Final da Rua
Érico
Veríssimo,
Praia dos
Amores
35 A sede da Praia dos Amores apresenta um
parque infantil, pista de skate, campo de
futebol (terra), e alguns bancos de
cimento. A sede faz limite com uma área
residencial, uma lagoa natural e mata
nativa. Área silenciosa, não ultrapassou
os 35 dB(A).
1 1.2 Complexo
de Eventos
Morro do
Careca
0735620
7015632
05/01/09
11h 30m
Acesso pela
Rua Sergio
Millet, Praia
dos Amores
34 O Complexo de Eventos Morro do Careca
apresenta parque infantil, bancos de
madeira, área para vôo livre,
estacionamento (carros, motos e
bicicletas). Área silenciosa com nível de
ruído de aproximadamente 34 dB(A).
1 1.3 Pontal
Norte da Praia
Central
0735125
7014527
13/12/08
14h 30m
Av. Atlântica,
Pontal Norte
da Praia
Central
51 O nível de ruído ambiente é de 51 dB(A),
no deck à margem do ribeirão
Marambaia.
2 2.1 Praça na
Orla da Av.
Atlântica,
Praia Central
0734826
7013461
05/01/09
14h 10m
Praça na Orla
da Av.
Atlântica,
Praia Central,
altura da Rua
1111
63 A praça na orla da praia central, apresenta
um nível de ruído ambiente de 63 dB(A).
O nível de pressão sonora atinge
facilmente o valor de 75 dB(A), durante a
passagem de ônibus, caminhões e
motocicletas na Avenida Atlântica.
3 3.1 Parque
Atrás do
Supermercado
Angeloni
0734159
7014038
05/01/09
12h
Acesso pelas
Ruas Síria e
Portugal, atrás
do
Supermercado
Angeloni
50 O Parque (passagem entre as Ruas Síria e
Portugal), atrás do supermercado
Angeloni é um local arborizado,
agradável visualmente, no entanto
apresenta um nível de ruído ambiente de
50 dB(A). Este valor relativamente alto
para um local dessa natureza está
associado a um motor funcionando
constantemente no Angeloni. Salienta-se
que o nível de pressão sonora atingiu 70
dB(A), durante a passagem de caminhões
na Rua Síria. Ressalta-se ainda a falta de
comunicação ambiental no local.
4 4.1 Parque
Natural
Municipal
Raimundo
Gonçalez
Malta
0734232
7010239
05/01/09
12h 30m
Entrada junto
à Secretaria
de Meio
Ambiente da
PMC. Atrás
da UNIVALI
35 O Parque Natural Municipal Raimundo
Gonçalez Malta apresenta um nível de
ruído ambiente de 35 dB(A). Parque
aberto.
5 5.1 Praia do
Estaleirinho
0739275
7005913
05/01/09
13h
Acesso pela
Av. Inter-
61 O deck no meio da praia do Estaleirinho,
ao lado do posto salva-vidas. O nível de
115
praias, meio
da praia do
Estaleirinho,
ao lado do
posto salva-
vidas
ruído ambiente de 61 dB(A).
6 6.1 Praia do
Pinho
0740506
7009034
05/01/09
13h 20m
Acesso pela
Av. Inter-
praias, praia
do Pinho, em
frente a sede
do camping.
60 A praia do Pinho, ao lado do posto salva-
vidas. O nível de ruído ambiente de 60
dB(A).
7 7.1 Praia de
Taquarinhas
0739903
7011138
05/01/09
13h 30m
Acesso pela
Av. Inter-
praias, canto
Sul da praia
de
Taquarinhas
52 O canto Sul da praia de Taquarinhas
apresenta nível de ruído ambiente de 52
dB(A).
8 8.1 Molhe da
Barra Sul
0737783
7010921
05/01/09
13h50m
Acesso pela
Av. Atlântica,
barra Sul da
praia Central
53 O Molhe da Barra Sul da praia Central
apresenta nível de ruído ambiente de 53
dB(A).
116
APÊNDICE II - Análise de balneabilidade (Verão 09/10 e Inverno 09).
Município Ponto de
coleta
23/12/09 08/01/10 15/01/10 22/01/10 05/06/09 16/06/09 19/06/09 26/06/09
Balneário
Camboriú
Praia de Laranjeiras,
no meio da
praia
P P P P P P P P
Praia de
Taquaras, em
frente à escola
municipal
P P P P P P P P
Praia de Taquaras,
lagoa de
Taquaras
I I I I I I I I
Praia do
Baln.
Camboriú,
pontal norte
I I I I I I I P
Praia do
Baln.
Camboriú, frente à Rua
1001
P P P I P P P P
Praia do
Baln. Camboriú,
frente à Rua
2000
P P P P P P P P
Praia do
Baln.
Camboriú, frente à Rua
3000
I I P P P P P P
Praia do Baln.
Camboriú,
pontal sul - frente à Rua
4900
I I I I P P P P
Praia do
Baln. Camboriú,
frente à Rua
4000
I P P P P P P P
Praia do
Baln.
Camboriú, frente à Rua
3500
P P P P P P P P
Praia do
Baln. Camboriú,
frente à Rua
2500
P P P I P P P P
Praia do
Baln.
Camboriú, frente à Rua
1400
P P P I P P P P
Praia do Baln.
Camboriú,
frente à Rua 51
P P P I P P P P
Praia do
Estaleiro,
entre r. Domingos
Fonseca e
Napoleão
Vieira
P P P I P P P P