UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
KÁTIA REGINA DE SOUZA SILVÉRIO
ALIENAÇÃO PARENTAL:
um levantamento bibliográfico acerca deste tema no Brasil
Biguaçu
2011
KÁTIA REGINA DE SOUZA SILVÉRIO
ALIENAÇÃO PARENTAL:
um levantamento bibliográfico acerca deste tema no Brasil
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para a obtenção do
título de Bacharel em Psicologia pela
Universidade do Vale de Itajaí, Centro de
Ciências da Saúde.
Orientadora: Prof(a). Enis Mazzuco
Biguaçu
2011
KÁTIA REGINA DE SOUZA SILVÉRIO
ALIENAÇÃO PARENTAL:
um levantamento bibliográfico a cerca desse tema no Brasil
Esta monografia foi julgada adequada para a
obtenção do título de Bacharel em Psicologia e
aprovada pelo Curso de Psicologia, da
Universidade do Vale do Itajaí, Centro de
Ciências da Saúde.
Área de Concentração: Psicologia Social
Biguaçu,22 de novembro de 2011.
Prof(a). Enis Mazzuco
UNIVALI – Centro de Ciências da Saúde
Orientadora
Prof(a). Hebe Cristina Bastos Régis
UNIVALI – Centro de Ciências da Saúde
Membro
Prof(a). Mirella Alves de Brito
UNIVALI – Centro de Ciências da Saúde
Membro
Prof(a). Maria Suzete Salib
UNIVALI – Centro de Ciências da Saúde
Prof(a) responsável pelos TCCs
Dedico este trabalho às duas pessoas essenciais na minha vida:
Meu marido, Alexandre, companheiro maravilhoso, com um imenso coração,
que está sempre ao meu lado, cuidando de mim.
Por infinitas provas de amor que me deu,
pelo carinho e pela compreensão que tem me dedicado nos últimos 13 anos.
Minha amada filha Maria Eduarda, meu bem mais precioso, minha joia, que muito me faz
crescer e amadurecer nesta vida,
que me inspira e me alegra a cada dia.
AGRADECIMENTOS
A Deus.
Aos meus Pais, que me deram a oportunidade de buscar o conhecimento e me apoiaram em
muitos momentos da minha vida, de várias formas.
A meu amado irmão, André, que mesmo distante, no outro lado do mundo, inspirou-me de
alguma forma para este TCC.
Ao meu marido, Alexandre, que foi sempre um maravilhoso companheiro, presente, leal e
amigo.
À minha querida filha, Maria Eduarda, minha razão de viver, luz da minha vida, minha
eterna flor do dia, minha paixão.
Às minhas amigas e irmãs de coração, Karoline, Dê, Lhi (Ariane) e Suzanne, que não me
deixaram desistir de meus ideais.
À minha querida e grande orientadora, Enis, por me orientar, cooperar, participar e me dar
ferramentas para que eu pudesse superar muitas das minhas dificuldades e hoje pudesse
concluir meu sonho. Por ser essa pessoa maravilhosa, sincera e amiga que foi para mim muito
importante em toda esta jornada.
À Andréa C. Meira, secretária do curso de Psicologia, sempre disposta a me ajudar ao longo
do curso.
Às queridas professoras Hebe e Mirella, que participaram da minha banca do projeto e da
banca do TCC, supervisoras amadas, sempre tão pacientes e atenciosas, que me prestaram
preciosos esclarecimentos para, assim, melhorar meu trabalho e que muito me ensinaram
nestes últimos cinco anos.
À Simone Coelho, auxiliar na Biblioteca, dedicada nas buscas pelos materiais de pesquisa de
que necessitei.
“A decisão de ter um filho é uma coisa
muito séria. É decidir ter, para sempre, o
coração fora do corpo.”
E. Stone
“Não posso pensar em nenhuma
necessidade da infância tão forte como
a necessidade da proteção de um pai.”
Sigmund Freud
RESUMO
SILVÉRIO, Kátia Regina de Souza. Alienação Parental: um levantamento acerca desse tema
no Brasil. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia)–Universidade
do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2011.
Esta monografia tem como objetivo realizar um levantamento sobre como os profissionais
que trabalham com a temática da Alienação Parental percebem a ocorrência desse fenômeno.
Para este trabalho, utilizei a pesquisa bibliográfica qualitativa através de materiais científicos
e teóricos especializados no tema Alienação Parental. Fica claro, ao longo da pesquisa, que
ainda é difícil achar soluções imediatas para que as pessoas envolvidas em situações de
Alienação Parental não venham a ter tantos prejuízos psicológicos a curto ou a longo prazo.
Mas, para que a Alienação Parental diminua, ou possa diminuir ao longo dos tempos, é
necessário que os profissionais de Psicologia, Direito, Serviço Social e todos os envolvidos
tenham conhecimento sobre o assunto. Dessa forma, poderão perceber os danos psicológicos
impostos a crianças e adolescentes que se encontram no meio dessa situação e tomar decisões
sobre a melhor forma de conduzir os procedimentos necessários em cada caso.
Palavras-chave: Alienação Parental. Síndrome da Alienação Parental. Danos psicológicos.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 11
2.1 ALIENAÇÃO PARENTAL ............................................................................................. 11
2.2 SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL (SAP) .................................................... 14
2.3 LEGISLAÇÃO DA SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL............................. 17
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 19
3.1 TIPO DE PESQUISA ....................................................................................................... 19
4 DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................................................................ 22
4.1 PERCEPÇÃO(ÕES) PRESENTE(S) NOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS COM
O FENÔMENO DA ALIENAÇÃO PARENTAL ......................................................... 22
4.2 PROCEDIMENTOS REALIZADOS PELOS PSICÓLOGOS EM CASO DE
ALIENAÇÃO PARENTAL ............................................................................................. 25
4.3 LIMITAÇÕES APRESENTADAS PELOS PROFISSIONAIS DA PSICOLOGIA
COM RELAÇÃO AO SEU TRABALHO NOS CASOS DE ALIENAÇÃO
PARENTAL ...................................................................................................................... 26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 30
8
1 INTRODUÇÃO
Com os costumes mudando e evoluindo na sociedade, há uma transformação constante no
conceito de família, e certa aceitação em relação a essas mudanças, mas a resistência com
relação ao divórcio ainda existe. A sociedade demorou a aceitar a ideia do divórcio, porém
acabou se convencendo de que a lei do divórcio não destruiria a instituição familiar nem o
casamento. Nesse ínterim ocorreu uma reforma na lei nº 7.841/89, que afastou a necessidade
de identificar a causa para a concessão deste modo de separação conjugal.
Assim, com o divórcio se tornando mais comum, as disputas judiciais pela guarda dos filhos
se tornaram mais frequentes nos tribunais, desde o final dos anos 1990. O pai, antes ausente
por causa do trabalho, agora passa cada vez mais tempo com seus filhos, nas hipóteses de
guarda compartilhada. Já a mãe, que antes ficava em casa com a função exclusiva de educar
seus filhos, após o divórcio obteve mais liberdade no seu agir e mais tempo para se dedicar a
outras atividades não mais restritas ao núcleo familiar. Então, pais e mães parecem ter,
atualmente, as mesmas condições de ficar com os filhos.
No Brasil, segundo o IBGE, entre os anos de 1984 e 2007, cresceu em 200% o número de
divórcios. Já entre 2005 e 2006, o IBGE aponta que o número de separações judiciais cresceu
1,4%, enquanto que o de divórcios aumentou 7,7%. Em separações judiciais, no fim de uma
relação estável ou quando há divórcio, é comum chegarem ao Sistema Judiciário os conflitos
existentes entre o casal, com repercussão direta nos filhos, principalmente quando esses filhos
são crianças ou adolescentes. Os cônjuges, muitas vezes, costumam fazer dos conflitos
conjugais uma arma para atingir um ao outro. O número de “órfãos de pais vivos”, que são
resultado desses casais em conflito, cresce a cada dia no país. É na situação de fim de relação
ou divórcio que mais ocorre a Alienação Parental, tema desta pesquisa, uma vez que as
crianças e adolescentes envolvidos nessa questão estão em um ambiente com pais abalados
pela situação vivida no momento. Porém, isso não quer dizer que com filhos de pais casados
não ocorra a Alienação Parental, embora nos casos de fim de relação fique mais visível que o
genitor que tem a guarda acabe por “programar” seu(s) filho(s) para odiar o outro genitor, e
isso pode vir a acontecer sem uma justificativa plausível.
9
Segundo Marco Antonio Garcia de Pinho, “pesquisas indicam que 80% das crianças ou
adolescentes de pais divorciados ou em processo [de divórcio] já sofreram algum tipo de
Alienação Parental” (PINHO, 2009, p. 2).
A Síndrome da “Alienação Parental (SAP ou, em inglês, PAS) foi o termo utilizado por
Richard Gardner no ano de 1985 para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a
treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de
ansiedade e temor em relação ao outro genitor” (FREITAS & PELLIZARO, 2010, p. 17).
Agora que a Alienação Parental virou objeto de lei, é de suma importância que o psicólogo,
seja qual for a sua área de atuação, tome conhecimento desse tema para o desempenho de suas
atividades nos Fóruns, nos Conselhos Tutelares, nas escolas, nas clínicas e em outros espaços.
Da mesma forma, outros profissionais envolvidos com esse tema devem ter conhecimento
sobre o assunto. Assim, podem perceber os danos psicológicos impostos às crianças e aos
adolescentes para tomar decisões sobre como conduzir os procedimentos em tais casos. Pois,
além disso, nos dias de hoje, quem comete Alienação Parental está passível de punição.
No Brasil, a lei que delibera sobre Alienação Parental é recente, tendo entrado em vigor em
26 de agosto de 2010, sob nº 12.318, alterando o art. 236 da Lei nº 8.069 de 13 de julho de
1990.
Para evitar que a criança e o adolescente sofram demasiadamente e que alguns pais descontem
suas frustrações neles, hoje existem leis que os protegem e fazem valer seus direitos, como já
foi comentado antes.
Mais um exemplo disso é a Lei nº 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente, que tem
como objetivo detalhar direitos assegurados, proteger o menor e fazer cumprir a lei através de
meios legais. “São direitos fundamentais da criança a proteção à vida e à saúde, mediante a
efetivação das políticas sociais públicas que permitem o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.” (BRASIL, 1990, cap. I, art. 7º, p.
39).
Temos outros artigos dessa mesma lei que garantem a proteção à criança e ao adolescente
através da guarda, obrigando assim pais e cuidadores no que diz respeito à proteção básica
10
que se faz necessária, como também à assistência médica, ao direito à educação, à saúde
mental e física, que podem fazer com que a guarda seja revogada caso pais ou cuidadores não
cumpram esses requisitos.
Oliveira (2003, p. 151) explica que é muito comum confundir o interesse da criança com os
dos pais nos conflitos que chegam às Varas da Família. Segundo o autor, crianças e
adolescentes são “colocados como epicentro da disputa paterna, como se fossem meros
objetos numa relação de forçada convivência em que se lhes renega a posição de sujeito de
direitos”.
Por fim, pensamos que a Alienação Parental seja uma forma de maus-tratos e abuso a que
psicólogos, assistentes sociais e juízes devem estar atentos.
A escolha do tema da Alienação Parental como objeto de pesquisa foi feita por mim nas
primeiras fases do curso de Psicologia, por influência de uma vivência pessoal relativa a
questões que envolveram o processo de separação de meus pais. Espero que os conhecimentos
adquiridos com este trabalho possam contribuir para os profissionais que trabalham com a
alienação parental, e principalmente que os profissionais da Psicologia possam explicitar às
pessoas envolvidas com a A.P. as conseqüências geradas a partir dessa violência.
Nesse sentido, esta pesquisa procurou responder à seguinte questão: O que se tem registrado
de material teórico e científico sobre Alienação Parental, no que se refere aos aspectos
psicológicos envolvidos neste fenômeno, nos cinco últimos anos no Brasil?
Para isso, foi desenvolvido um trabalho de cunho bibliográfico, que visava responder à
questão acima e também a dar conta de objetivos como: identificar, através de material
bibliográfico pesquisado sobre Alienação Parental, qual(is) a(s) percepção(ões) presentes nos
profissionais envolvidos com esse fenômeno; elencar, através do material publicado e
pesquisado, os procedimentos que são realizados pelos psicólogos em casos de Alienação
Parental; e identificar as limitações apresentadas pelos profissionais da Psicologia no material
bibliográfico pesquisado, com relação ao trabalho deles nos casos de Alienação Parental.
11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É preciso que os profissionais da Psicologia saibam, antes de mais nada, que existem
diferenças importantes entre Alienação Parental (AP) e Síndrome da Alienação Parental
(SAP). São fenômenos diferentes, embora algumas situações acabem levando da AP para a
SAP quando seus sintomas não são diagnosticados a tempo.
Após a diferença entre Alienação Parental e Síndrome da Alienação Parental ficar clara para o
profissional da Psicologia, podemos trabalhar com os sujeitos de forma a orientá-los a não
cometer a Alienação Parental, e mesmo perceber quando esses sujeitos estão tendo uma
postura alienante. As diferentes definições de Alienação Parental e Síndrome da Alienação
Parental também discordam sobre o comportamento da criança e o seu papel na degradação
da família e dos pais. Por este motivo é importante compreender a percepção das crianças e
adolescentes, filhos de pais separados ou em processo de separação a respeito do que é a
separação. Essa compreensão é fundamental para que os profissionais da Psicologia possam
buscar junto a essas crianças e adolescentes, seus pais e/ou responsáveis, uma melhor forma
de amenizar o possível sofrimento vivido por todos (familiares, pais e filhos) durante esse
processo.
2.1 ALIENAÇÃO PARENTAL
Para Trindade (2007, p. 112), Alienação Parental é um processo em que o genitor titular da
guarda afasta o outro genitor da vida do(s) filho(s) através de artifícios e manobras para
dificultar o encontro entre eles. Tentando atingir um ao outro, esses genitores negligenciam o
fato de as crianças, desde o nascimento, terem direito ao afeto, à assistência moral e material e
à educação. Guazzelli (2007, p. 68) afirma que a Alienação Parental pode seguir por muitos
anos, com graves conseqüências, tanto de ordem comportamental como psíquica, e só ser
superada quando o filho conseguir alcançar certa independência do genitor titular, o que lhe
permite perceber com bom senso a indução de que foi vítima.
Segundo Cachapuz (2003), um fator responsável pela alienação é o econômico. O genitor
alienante objetiva obter mais ganhos financeiros, ou mesmo outros benefícios, à custa do
afastamento da criança do genitor alienado. Sousa (2010, p. 21-22) diz que quando essa
12
alienação vem do pai, muitas vezes pode ser motivada pelo desejo de vingança pela separação
ou pelas causas que a determinam, como por exemplo o adultério. Os motivos que levam o
cônjuge a tomar essa atitude nem sempre são claros; pode ser pela necessidade de manter o
controle da família ou até mesmo para não ter que pagar pensão alimentícia. Nem sempre a
Alienação Parental é praticada por meio de “lavagem cerebral” ou discursos atentatórios à
outra figura. Para Silva (2010, p. 44), na maior parte dos casos, o cônjuge titular da guarda,
diante da resistência do filho em ir ao encontro do outro genitor, limita-se a não interferir,
permitindo que a falta de senso da criança prevaleça.
A separação por mútuo consentimento, com as partes entrando em acordo, pouco prejudica os
filhos (DIAS, 2003, p. 101). Segundo Silva (2010, p. 54), na separação consensual
permanecem as obrigações e os deveres na educação dos filhos e nos cuidados necessários ao
desenvolvimento das crianças em todas as áreas, como emocional e psicológica. A guarda
compartilhada não permite, portanto, que nenhum dos pais se exima de suas
responsabilidades, muito menos que um dos pais não possa exercer esse dever para com a
vida dos filhos, e, por fim, garante que permaneça a convivência dos pais com o filho, mesmo
após a dissolução do casamento ou da união estável. Na guarda compartilhada, os pais vão
gerir a vida dos filhos acerca de todos os eventos e decisões referentes a eles (FIORELLI &
MANGINI, 2009, p. 308-309). Os pais decidem e participam em igualdade de condições
exatamente da mesma maneira como faziam quando estavam unidos conjugalmente, de forma
que nenhum deles ficará relegado a um papel secundário, como mero provedor de pensão ou
limitado a visitas de fim de semana.
Para Trindade (2008, p. 102), alienar uma criança ou adolescente é considerado um
comportamento abusivo, tal como um abuso sexual ou físico. Na maioria dos casos, a
Alienação Parental não afeta apenas a criança (ou o adolescente), mas afeta também todos ao
redor dela, como familiares, amigos, colegas de escola, entre outros, privando, assim, a
criança do necessário convívio com todo o núcleo familiar e afetivo no qual ela deveria estar
inserida.
Coltro & Delgado (2009, p. 54) lembram ainda que, quando as crianças são muito pequenas,
até a idade de quatro ou cinco anos, ou nos casos em que há muita insegurança dos filhos, não
se aconselha a guarda compartilhada, tendo em vista que “a criança necessita de um contexto
13
o mais estável possível para o delineamento satisfatório de sua personalidade. Conviver ora
com a mãe e ora com o pai em ambientes físicos diferentes requer capacidade de adaptação e
de codificação-decodificação da realidade só possível com crianças mais velhas”. Esses
mesmos autores aconselham que crianças nessas condições sejam permanentemente
acompanhadas, no sentido de avaliar sua capacidade psicológica específica de adaptação.
Para Silva (2010, p. 46), abusos psicológicos, como a Alienação Parental, são vistos de forma
minimizada, e reducionista, como se fossem um desentendimento passageiro entre ex-
companheiros, ou então há o preconceito de que, se o pai ou a mãe está sendo vítima de
situação semelhante, é porque de alguma forma “merece” passar por isso.
A Alienação Parental opera-se pelo pai ou pela mãe, ou, no pior dos casos, pelos dois. Essas
manobras não são praticadas exclusivamente por um dos dois sexos, mas se relacionam à
estrutura da personalidade de um ou de outro membro também de acordo com a natureza da
interação antes da separação do casal (COLTRO & DELGADO, 2009, p. 55).
Silva (2010, p. 73) diz que até o advento da Lei nº 12.013/2009, muitos alienadores impediam
e até proibiam as instituições escolares de fornecerem informações acerca do rendimento
escolar e do comportamento do filho ao outro pai, alegando que o outro “não é o guardião” e
“não é o provedor financeiro”. Diante desse quadro, as escolas cometiam a postura
equivocada de confundir guarda com poder familiar (o poder familiar é inerente à condição de
ser “pai” ou “mãe” de um menor, independentemente de exercer a guarda ou não). Em
decorrência da Lei nº 12.013/2009, que modifica a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), os
estabelecimentos escolares passaram a ser obrigados a fornecer as informações escolares aos
pais separados, conviventes ou não.
Segundo Muzio (1998, p. 166), “ser mãe e pai implica apropriar-se de um papel social
construído historicamente”. A assimilação, bem como a diferenciação entre esses papéis,
acontece já no processo de socialização inicial de homens e mulheres. Mudanças, hoje, quanto
ao exercício de paternidade, não estão desvinculadas de uma série de transformações
ocorridas nos últimos tempos, tanto nas relações de gênero quanto no âmbito socioeconômico
e legal. Ser um pai participativo não é o ideal a ser atingido por todos os homens, pois tal
entendimento “pressupõe a existência de uma espécie de essência de pai a ser alcançada por
todos” Muzio (1998, p.166)
14
2.2 SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL (SAP)
Os textos utilizados nesta pesquisa, muitas vezes, trazem a Alienação Parental (AP) e a
Síndrome da Alienação Parental (SAP) como fenômenos iguais. Neste trabalho, entendemos
que a Alienação Parental é todo o conjunto de situações vividas pelas crianças e por seus
pais/cuidadores em relação à interferência negativa praticada por um dos genitores denegrindo
a pessoa do outro genitor. Já a Síndrome da Alienação Parental designa a sintomatologia de
qualquer um dos envolvidos nas situações de alienação com predominância para as
consequências psicológicas que recaem sobre o(s) filho(s) Apesar dessa mistura nos termos,
apresentaremos abaixo dados que entendemos fazer parte do processo da Síndrome da
Alienação Parental.
Também conhecida pela sigla em inglês PAS, SAP é o termo proposto pelo professor de
Psiquiatria Infantil da Universidade de Columbia (E.U.A.), doutor Richard A. Gardner, em
1985, para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança ou adolescente instiga o filho a
romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor
em relação a ele.
O uso do termo SAP recebe críticas por parte de especialistas de diversas áreas, inclusive da
saúde mental e da jurídica, com o argumento de que ele não foi reconhecido por nenhuma
associação profissional nem científica, sendo que sua inclusão no DSM-IV e no CID-10 foi
rejeitada sob a alegação de que a síndrome não apresenta bases empíricas.
Freitas & Pellizzaro (2010, p. 31) acreditam que após separações complicadas, muitos pais,
para mostrarem superioridade ao outro genitor, alienam o filho em relação ao ex-
companheiro, e assim atingem seu objetivo, que seria uma alteração no vínculo do filho com o
pai ou com a mãe, no intuito de afastá-los. Para Silva (2010, p. 48), quando há a chamada
separação litigiosa, em que um genitor é o autor do pedido de separação, ele imputa e mostra
que houve conduta desonrosa ou algum ato que se soma à violação dos deveres do casamento.
Isso pode trazer consequências negativas para o casal, mas principalmente para os filhos.
Trindade (2004, p. 161) diz que em muitos dos casos de separação ou divórcio, a disputa pela
guarda dos filhos envolve violência, abuso e maus-tratos, e a alienação envolve mais as
crianças e os adolescentes do que filhos mais velhos. Quando não há entendimento entre os
pais, nenhum sistema de guarda “funciona bem”. Segundo Sousa (2010, p. 21), “os filhos, por
15
vezes, são envolvidos no conflito como uma forma de atingir o ex-companheiro, o que acaba
contribuindo para a manutenção do litígio”.
Para Coltro & Delgado (2009, p. 54), a guarda unilateral não garante o desenvolvimento sadio
da criança e do adolescente e não confere aos pais o direito de igualdade no âmbito pessoal,
familiar e social, pois quem não detém a guarda recebe um tratamento meramente
coadjuvante no processo de desenvolvimento dos filhos. Segundo essa doutrina, a guarda
unilateral acarreta severos traumas às famílias, porquanto o afastamento das pessoas da
família configura “o primeiro passo para a extinção dos vínculos sentimentais até então
existentes, transformando o afeto positivo em negativo, o amor em ódio”.
À medida que o ódio avança, a utilização dos filhos menores como instrumento de vingança
também avança sob a forma principal de um cônjuge denegrir substancialmente a imagem do
outro. O genitor alienado acaba se tornando alguém estranho na vida da criança e do
adolescente, que podem desenvolver diversos sintomas e transtornos psiquiátricos, se não
houver acompanhamento adequado. Podem aparecer sequelas para toda a vida, porém,
sintomas como “ansiedade, medo e insegurança, isolamento, depressão, comportamento
hostil, falta de organização, dificuldades na escola, dupla personalidade, não permanecem
para sempre”, de acordo com o psicólogo Cuenca (2007, p. 113).
A angústia e ansiedade, pelas quais as crianças passam em todos os processos de
separação e divórcio, tendem a desaparecer [assim] que elas retornam à rotina de
suas vidas. É o grau do conflito e o envolvimento das crianças neste conflito que
determinam o tipo e o nível de conseqüências da separação da família, na criança.
Segundo Cachapuz (2003, p. 72), pais ou cuidadores que induzem crianças ou adolescentes à
SAP normalmente deixam seus filhos com terceiros, mas não os deixam com o outro genitor,
utilizando como desculpa que está fora do horário pré-determinado ou que o outro poderá
deixar em risco a família. Silva (2010, p. 101) acredita que as crianças ficam muito
vulneráveis, sendo essa uma forma tanto de dano como de abuso psicológico e emocional. Se
a intervenção não acontecer, a criança fica abandonada e poderá crescer com pensamentos
distorcidos sobre um dos genitores, no mínimo. Para Cachapuz (2003, p. 73), a criança, além
de perder o vínculo com um dos genitores, terá seus pensamentos interrompidos e coagidos
em direção a determinados padrões patológicos que não acabam até que um dos genitores aja
contra isso. Silva (2010, p. 101) afirma que, em estágios mais graves, os filhos ficam tão
16
perturbados e paranóicos que acabam entrando em pânico somente com a ideia de ter que ver
o outro genitor, apresentando explosões de violência. Caso não se resolva essa situação, esses
abusos emocionais e psicológicos passarão de geração a geração, ou seja, esta criança ou este
adolescente, quando adulto, ao formar sua própria família, pode vir a repetir o que vivenciou
quando criança e, sem se dar conta, poderá reproduzir os mesmos problemas de que foi
vítima. Segundo Fonseca (2006, p. 160):
o efeito da síndrome na criança e no adolescente pode se manifestar quando há
perdas importantes como a morte de um dos pais. Como decorrência, a criança passa
a revelar sintomas diversos: ora apresenta-se como portadora de doenças
psicossomáticas, ora mostra-se ansiosa, deprimida, nervosa e, principalmente,
agressiva.
Relatos acerca das conseqüências da Síndrome da Alienação Parental abrangem ainda
depressão crônica, transtornos de identidade, comportamento hostil, desorganização mental e,
às vezes, suicídio. Condutas inadequadas, como a tendência ao alcoolismo e ao uso de drogas,
também são apontadas como conseqüências da SAP (FREITAS & PELLIZZARO, 2010, p.
70).
É preciso que se reúnam esforços de todos, família, profissionais e instituições, para impedir
qualquer forma de implantação da SAP, que prejudica o desenvolvimento psíquico das
crianças. Isso se faz por meio de informação e orientação de profissionais especializados –
atitudes para sustar as ações e os recursos que o genitor alienante utiliza para manipular
emocionalmente a criança contra o outro genitor – e combate aos efeitos nocivos da SAP no
equilíbrio da criança. Segundo Fiorelli & Mangini (2009, p. 317), na maior parte das vezes a
SAP é provocada por mães, seres que os autores nomeiam como “santificados” pela sociedade
e pela justiça, mas que podem se transformar em “criaturas levianas e egoístas” quando se
tornam ex-mulheres. Padrastos/madrastas podem ser os verdadeiros alienadores se resolverem
competir com o pai ou com a mãe pelo afeto da criança, impondo sua presença na vida dela,
desde que também a mãe ou o pai com quem conviva permita, de forma clara ou não, que seu
atual companheiro interfira na relação da criança com o outro genitor (o/a ex-cônjuge).
SAP não é equivalente à programação ou à lavagem cerebral, uma vez que, como mencionado
inicialmente, para caracterizar a síndrome é fundamental a contribuição da criança em
difamar, desrespeitar e importunar um dos pais, o que seria bem-vindo e incentivado pelo
outro genitor (VILELA, 2007, p. 22). Silva (2010, p. 112) acredita que a criança responde de
17
tal modo às manobras alienatórias por parte de um dos pais, que demonstra completa amnésia
com relação às experiências positivas vividas anteriormente com o genitor que é alvo dos
ataques.
2.3 LEGISLAÇÃO DA SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL
A Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente, discorre sobre a proteção integral à criança. Abaixo estão alguns artigos que
exemplificam essa proteção:
Art. 3º – A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a
fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária
(ECA, 1990, 39).
Entre os anos de 1990 e 2006, vários artigos e incisos foram sofrendo alterações dentro da lei
em benefício da criança e do adolescente. Em 26 de agosto de 2010, a Alienação Parental foi
contemplada com uma lei no Brasil, a Lei nº 12.318/2010. Diz o Art. 2º dessa lei:
Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da
criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós
ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou
vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este (DIAS, 2009. Não paginado).
Conforme a lei, exercer alienação consiste em: realizar campanha de desqualificação contra o
pai ou a mãe; dificultar o exercício da autoridade parental; atrapalhar o contato dos filhos com
o genitor; criar empecilhos para a convivência familiar; omitir deliberadamente do genitor
informações relevantes sobre a criança ou o adolescente, inclusive escolares, médicas e
alterações de endereço; apresentar falsa denúncia contra o genitor; mudar o domicílio para
local distante visando dificultar a convivência dos menores com o genitor, com familiares ou
com avós. E todas essas situações são passíveis de ser consideradas crimes.
Segundo Elízio Luiz Perez, autor do projeto de Lei nº 4.053/2008, que trata da tipificação da
alienação parental como ameaça à integridade emocional de crianças e adolescentes em
18
conflitos de família – apresentado ao Congresso pelo deputado federal Régis de Oliveira
(PSC-SP), em entrevista à Revista do IBDFAM (jan./fev. 2009, p. 3-5) –, o judiciário não está
preparado ou aparelhado para lidar com os conflitos familiares nos quais os filhos são usados
como instrumentos nas divergências entre os pais.
Na referida entrevista (2009), Perez enfatiza os motivos pelos quais elaborou o Anteprojeto da
Alienação Parental: afastar a “cegueira” do Estado acerca da alienação parental, opondo-se à
alegação de que, se não estiver tipificada, ela não existe; acreditar que a tipificação da
alienação parental dará mais segurança aos operadores do Direito para caracterizá-la e então
tomar as medidas jurídicas cabíveis; procurar estabelecer ou restabelecer a igualdade parental,
o convívio equilibrado da criança com o pai e a mãe.
Perez prossegue afirmando que, embora a alienação parental não apareça de forma clara e
ostensiva, e sim insidiosa e mascarada, o projeto de Lei nº 4.053/2008 descreve alguns
comportamentos típicos e clássicos que caracterizam atos de alienação parental e que devem
ser conhecidos por todos, para permitir o chamado do Estado a intervir de forma clara e
segura, sem precisar de uma avaliação mais profunda.
Em diferentes países do mundo diversas associações de pais e mães separados e
cuidadores, acreditam que em conjunto possam ter uma maior voz no que diz respeito à
conscientização da população mundial sobre a Alienação Parental. E para que isto ocorra,
entendem que deveria ter um dia especial para que o mundo possa olhar para um tema tão
presente na vida de todos, independente de cor, raça, crédulo, e assim criar
conscientização e ajudar a minimizar o problema da alienação parental. Sendo assim,
APASE (Associação de Pais e Mães Separados) propõe o dia 25 de abril como o dia
Internacional de Conscientização sobre a Alienação Parental.
19
3 METODOLOGIA
3.1 TIPOS DE PESQUISA
Este projeto teve como metodologia a pesquisa qualitativa bibliográfica, realizada através de
documentos como livros e artigos científicos. A pesquisa qualitativa “fornece ao pesquisador
uma noção de existência das formas diversas de conhecimento entre pessoas leigas de grupos
distintos: fornecendo também ideias sobre a quantidade de conhecimento produzida,
transformada e transmitida” (FLINCK, 2009, p. 63).
Este trabalho de conclusão de curso focou-se na pesquisa bibliográfica, que para Lakatos &
Marconi (2009, p. 43), “trata-se de levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma
de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita”. Segundo as autoras, “as fontes de
escolha do assunto podem originar-se da experiência pessoal ou profissional, de estudos e
leituras, da observação, da descoberta, da discrepância entre trabalhos ou da analogia com
temas de estudo de outras disciplinas ou áreas cientificas” (2009, p. 45).
No caso desta monografia, não foi pesquisada toda a bibliografia acerca da Alienação
Parental, pois neste caso tratou-se de uma pesquisa do tipo exploratória. Segundo Piovesan;
Armando; Temporini; Rita apud Theodorson e Theodorson (1995) a pesquisa exploratória é
utilizada quando se pretende realizar um estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa a
ser realizada. Dessa forma, o pesquisador pode se familiarizar com o fenômeno em questão,
de modo que a pesquisa subsequente sobre o mesmo tema possa ser arquitetada com mais
compreensão e precisão.
Uma pesquisa pode ser considerada de natureza exploratória, quando esta envolver
levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram, ou têm
experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que
estimulem a compreensão. As pesquisas exploratórias visam proporcionar uma visão
geral de um determinado fato, do tipo aproximativo. A pesquisa exploratória é
realizada sobre um problema ou questão de pesquisa que geralmente envolvem
assuntos com pouco ou nenhum estudo anterior a seu respeito. (PIOVESAN;
ARMANDO; TEMPORINI; RITA apud THEODORSON e THEODORSON, 1995,
“O pesquisador deve familiarizar-se com um panorama detalhado da situação atual da
pesquisa qualitativa, que pode ser obtida a partir da leitura de um manual, analisando alguns
periódicos adequados e observar o que foi publicado nos últimos anos.” (FLINCK, p. 65).
20
Nesse sentido, este trabalho de conclusão focou-se nas obras publicadas sobre Alienação
Parental nos últimos cinco anos no Brasil.
Para Lakatos & Marconi (2009, p. 44), “a pesquisa bibliográfica pode ser considerada como o
primeiro passo de toda a pesquisa científica”. Para as autoras, toda pesquisa bibliográfica
compreende algumas fases distintas. Esta pesquisa passou pelas seguintes etapas:
a. escolha do tema: deve-se levar em consideração fatores internos e externos. Nos internos,
conta-se com a vivência da pesquisadora em relação ao fenômeno da Alienação Parental. E
nos externos, pode-se levar em consideração o fato de no Brasil ainda não se encontrar
muito material científico publicado sobre Alienação Parental;
b. elaboração do plano de trabalho: a pesquisa deve observar a estrutura de todo trabalho
científico e conter introdução, desenvolvimento e conclusão;
c. identificação: reconhecimento do assunto pertinente ao tema estudado. No caso desta
pesquisa, verificamos que a Alienação Parental é um assunto corrente e atualmente em
debate no meio jurídico, dado que no ano de 2010 foi promulgada a Lei nº 12.318, que
versa sobre essa temática;
d. localização: levantamento bibliográfico, com identificação das obras que interessam e a
localização das fichas bibliográficas. Essa etapa diz respeito à própria pesquisa em si e é o
momento em que é feito o levantamento do material bibliográfico sobre a Alienação
Parental – em livros, periódicos, sites, teses e dissertações;
e. análise e interpretação: é a crítica do material bibliográfico pesquisado, considerada um
juízo de valor sobre determinado material científico. Nessa etapa, procurou-se relacionar
os dados encontrados no material bibliográfico, tendo como foco responder aos objetivos
da pesquisa.
Por fim, percebe-se que através da metodologia exposta acima foi possível discutir os
aspectos psicológicos relacionados à Alienação Parental, tendo como referência o material
publicado nos últimos cinco anos no Brasil. Neste trabalho foram utilizadas resenhas e, para a
análise do tema da Alienação Parental, livros clássicos sobre o assunto como: Síndrome da
21
Alienação Parental: um novo tema nos juízos de família de Analice M. de Sousa; Guarda
compartilhada de Coltro & Delgado; e Mediação nos conflitos & Direito de família de Rozane
da Rosa Cachapuz. E também artigos em sites (biblioteca virtual) e livros atuais que discutem
esse fenômeno nas áreas de Psicologia e de Direito.
22
4 DISCUSSÃO DOS DADOS
Nos próximos tópicos serão analisados os dados obtidos através desta pesquisa bibliográfica,
realizada a partir de materiais científicos e teóricos. Nesta monografia, quase 100% dos
materiais utilizados foram escritos no ano de 2010, na sua grande maioria por advogados, e
percebe-se que é sempre esse mesmo grupo de profissionais que vem pesquisando sobre o
tema no Brasil.
A partir da leitura do material bibliográfico pesquisado, acreditamos que o profissional da
Psicologia possa trabalhar de modo a conseguir perceber mais facilmente quando uma criança
ou um adolescente estiver sendo alienado. Ainda assim, é no campo jurídico o lugar onde
mais encontramos dados sobre a Alienação Parental.
Os advogados Coltro & Delgado descrevem que a Alienação Parental opera-se pelo pai ou
pela mãe, ou, no pior dos casos, pelos dois pais. Essas manobras não são praticadas
exclusivamente por um dos dois sexos, mas se relacionam à estrutura da personalidade de um
ou de outro membro, de acordo com a natureza da interação que havia antes da separação do
casal. Já no âmbito da Psicologia, Sousa (2010) esclarece que muitas vezes a alienação é
motivada pelo desejo de vingança, seja pela separação ou por outra causa. Os motivos que
levam um ex-cônjuge a tomar essa atitude nem sempre são claros. O jurista Trindade (2004),
assim como Freitas & Pellizzaro (2010), acrescentam que na tentativa de atingir um ao outro,
alguns genitores negligenciam que as crianças, desde o seu nascimento, têm direito ao afeto, à
assistência moral e material e à educação.
Freitas & Pelizzaro( 2010) pontua que, na maior parte dos casos, o cônjuge titular da guarda,
diante da resistência do filho em ir ao encontro do outro genitor, limita-se a não interferir,
permitindo que a falta de senso da criança prevaleça. Para a advogada Guazzelli (2007), a
Alienação Parental pode seguir por muitos anos, podendo fazer surgir graves conseqüências
tanto de ordem comportamental como psíquica. Segundo Guazzelli (2007), essas
conseqüências só poderão ser superadas, muitas vezes, quando o filho conseguir alcançar
4.1 PERCEPÇÃO(ÕES) PRESENTE(S) NOS PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS COM O FENÔMENO DA
ALIENAÇÃO PARENTAL
23
certa independência do genitor titular, o que lhe permitirá perceber com bom senso a indução
de que foi vítima.
Autores da área jurídica entendem que um fator responsável pela Alienação Parental é o
econômico. O genitor alienante objetiva conseguir mais ganhos financeiros, ou mesmo outros
benefícios, à custa do afastamento da criança do genitor alienado (CACHAPUZ, 2009). Essa
colocação vem ao encontro com o que a psicóloga Silva (2010) descreve em situações de
separação litigiosa, em que um dos genitores é o autor do pedido de separação e imputa e
demonstra que houve conduta desonrosa, o que leva a deixar sequelas não só para as partes
envolvidas diretamente na separação, mas principalmente para os filhos. A autora acrescenta
ainda que abusos psicológicos são vistos como se fossem um desentendimento passageiro
entre o ex-casal e que muitos pensam que se o pai ou a mãe está sendo vítima dessa situação é
porque de alguma forma se está esquecendo do(s) filho(s).
Continuando do ponto de vista da ciência psicológica, os autores Fiorelli & Mangini (2009) e
Silva (2010) entendem que pais que participam da educação dos filhos em igualdade de
condições, exatamente da mesma maneira como faziam quando estavam unidos
conjugalmente, demonstram que nenhum deles ficará em um papel secundário, como mero
provedor ou limitado a visitas de fim de semana depois da separação. Assim como para a
desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), Dias (2003), a
separação por mútuo consentimento, com as partes entrando em acordo, pouco prejudica os
filhos. Mesmo assim, em alguns casos os advogados Coltro & Delgado (2009, p. 54)
salientam que a doutrina da guarda unilateral não garante o desenvolvimento sadio da criança
e do adolescente; ao contrário, muitas vezes acarreta severos traumas às famílias, uma vez que
o afastamento dos familiares configura “o primeiro passo para a extinção dos vínculos
sentimentais até então existentes, transformando o afeto positivo em negativo, o amor em
ódio”.
A psicóloga Silva (2010, p. 101) descreve-nos que em estágios mais graves, os filhos ficam
tão perturbados e paranóicos que acabam entrando em pânico somente com a ideia de ter que
ver o outro genitor, apresentando explosões de violência. Caso não se resolva essa situação,
tais abusos emocionais e psicológicos poderão passar de geração a geração, ou seja, quando
for adulto, esse filho, ao formar sua própria família, pode vir a repetir o que vivenciou na
infância, e sem se dar conta poderá reproduzir os mesmos problemas de que foi vítima. O
24
psicólogo clínico Cuenca (2008), por sua experiência vivenciada no dia a dia em consultório,
observa que genitores alienados acabam se tornando alguém estranho na vida dos filhos, e
estes podem desenvolver sintomas e transtornos psiquiátricos se não houver acompanhamento
adequado. Isso acarreta sequelas para toda a vida, porém, sintomas como “ansiedade, medo e
insegurança, isolamento, depressão, comportamento hostil, falta de organização, dificuldades
na escola e dupla personalidade não permanecem para sempre” (p. 93). Para o advogado
jurista Trindade, alienar crianças ou adolescentes é considerado um comportamento abusivo,
tal como um abuso sexual ou físico. E deve-se lembrar ainda que, na maioria dos casos, a
Alienação Parental não afeta apenas a criança e/ou o adolescente, mas também todos ao redor
deles – como familiares, colegas e professores da escola que freqüentam, amigos – privando-
os do convívio saudável com seu núcleo familiar e afetivo.
Atrelado a isso, a autora Cachapuz (2009) acresce que a criança, além de perder o vínculo
com um dos genitores, terá seus pensamentos interrompidos e coagidos em direção a
determinados padrões patológicos que não acabam até que o genitor alienado aja contra isso.
Na percepção dos psicólogos Fiorelli & Mangini (2009, p. 317), na maior parte das vezes a
Alienação Parental é cometida por mães, embora alguns autores, tanto do âmbito do Direito
quanto do da Psicologia, colocam as mães como “seres santificados pela sociedade e pela
justiça, mas que podem transformar-se em criaturas levianas e egoístas quando se tornam ex-
mulheres”. Outros autores, também nos âmbitos do Direito e da Psicologia, discordam dessa
colocação. Padrastos e madrastas podem ser os verdadeiros alienadores se resolverem
competir com o pai ou com a mãe pelo afeto da criança ou do adolescente, impondo sua
presença na vida deles.
Vilela (2007, p. 22) percebe que uma das características da síndrome é a contribuição da
criança em difamar, desrespeitar e importunar um dos pais, o que seria bem-vindo e
incentivado pelo outro genitor. Outra contribuição importante na visão da psicóloga Silva
(2010, p. 112) é a de que a criança responde de tal modo às manobras alienatórias por parte de
um dos pais, que ela demonstra completa amnésia com relação às experiências positivas
vividas anteriormente com o genitor que é o alvo dos ataques. Ou, na pior das hipóteses,
como coloca o advogado Fonseca (2006, p. 160):
O efeito da síndrome na criança e no adolescente pode se manifestar quando há
perdas importantes como a morte de um dos pais. Como decorrência, a criança passa
a revelar sintomas diversos: ora apresenta-se como portadora de doenças
25
psicossomáticas, ora mostra-se ansiosa, deprimida, nervosa e, principalmente,
agressiva.
Sequelas como as citadas acima demonstram que a Alienação Parental pode levar, para a vida
adulta de filhos que foram vítimas dessa prática, as experiências que viveram na infância e/ou
na adolescência. Dessa forma, eles acabam por reproduzir em sua família (com seus filhos)
aquilo que vivenciaram quando crianças ou adolescentes, pelo fato de muitas vezes terem sido
cruelmente penalizados pela imaturidade de seus pais, que não souberam separar o fim da
relação conjugal da relação da vida parental.
Ao saber que uma criança está sendo exposta à Alienação Parental, sabe-se que seu bem-estar
e seu desenvolvimento biopsicossocial estão em risco. Portanto, ao perceber que uma criança
ou um adolescente está sendo alienado(a), deve-se trabalhar junto com as partes envolvidas
(pais e criança) para que essa atitude não traga danos maiores no futuro para todos os
envolvidos e para que assim a criança ou o adolescente tenha um desenvolvimento saudável.
Psicóloga Drª Carolina Rezende (2010)
Cabe ao psicólogo conscientizar os pais de que ambos não precisam mais se relacionar, mas é
essencial que entendam que as brigas trazem prejuízos e sofrimentos à criança e ao
adolescente que podem ser eternos. Eles precisam se lembrar que seus filhos carregam traços
de ambos e que, embora deixem de se relacionar conjugalmente, ambos têm uma ligação que
é eterna: seus filhos.
A psicóloga Silva (2010) lembra que a partir da contemplação da Lei nº 12.318/2010, os
profissionais da Psicologia, como os demais profissionais que trabalham com educação,
devem estar atentos, pois até o advento da Lei nº 12.013/2009, muitos alienadores impediam e
até proibiam as instituições de ensino de fornecer informações sobre o rendimento escolar e o
comportamento do(s) filho(s) ao genitor não guardião. A partir de 28 de agosto de 2010, com
a assinatura do então presidente da república (Luiz Inácio Lula da Silva), os estabelecimentos
escolares passam a ter obrigação de fornecer informações escolares aos pais separados,
conviventes ou não. E quando o psicólogo desta instituição for solicitado a dar informações a
qualquer uma das partes, será sua obrigação informá-las sobre a criança ou o adolescente em
questão.
4.2. PROCEDIMENTOS REALIZADOS PELOS PSICÓLOGOS EM CASOS DE ALIENAÇÃO PARENTAL
26
Segundo Coltro & Delgado (2009, p. 54), quando o psicólogo percebe que a criança ainda é
muito pequena e que há insegurança em ficar com um dos genitores, e até mesmo que há
insegurança por parte deste genitor com seu filho, é importante um trabalho em conjunto entre
psicólogo, pais e filhos para que tanto a criança quanto os pais envolvidos nessa situação
possam se sentir seguros. Dessa forma, os pais podem transmitir segurança aos filhos, e nesse
contexto torna-se mais estável a relação dos filhos com seus pais.
No contexto geral, percebe-se que tanto os advogados que atuam na área da família como os
psicólogos que trabalham com essa demanda, descrevem de um modo geral, os mesmos
problemas e as mesmas soluções para a Alienação Parental.
Nem sempre é fácil, mesmo para os profissionais da Psicologia que trabalham com o tema,
identificar quando está ocorrendo a Alienação Parental por parte de um dos genitores ou até
mesmo pelos dois genitores. Por nem sempre ser clara a atitude que leva um dos cônjuges a
tomar tal decisão, torna-se mais difícil para a família procurar ajuda.
A Alienação Parental é um tema que ficou mais em evidência depois da assinatura da Lei nº
12.318/2010. Infelizmente, muitas vezes, quando a família ou a criança chega ao psicólogo, o
prejuízo causado à criança ou ao adolescente por um dos genitores, ou por ambos, já está
feito. Isso torna mais difícil o trabalho do psicólogo com a criança e/ou o adolescente ou até
mesmo com seus pais ou cuidadores.
Em muitos casos, percebe-se por declarações de profissionais da Psicologia que trabalham
com os casos de Alienação Parental, que a criança ou o adolescente já está em um estágio tão
avançado desse processo alienante, que caso não se resolva logo a situação, os abusos
emocionais e psicológicos passarão de geração para geração. Conforme já dito, os filhos
vítimas de Alienação Parental poderão reproduzir, quando adultos, as mesmas situações que
vivenciaram quando crianças ou adolescentes.
4.3. LIMITAÇÕES APRESENTADAS PELOS PROFISSIONAIS DA PSICOLOGIA COM RELAÇÃO AO SEU
TRABALHO NOS CASOS DE ALIENAÇÃO PARENTAL
27
Na visão do Direito, segundo Trindade (2007, p. 120), fica muito clara a facilidade com que o
genitor que tem a guarda da criança se utiliza de artifícios e manobras para dificultar o
encontro dos filhos com o pai ou a mãe que não tem a guarda. Verifica-se também, do ponto
de vista dos juristas, conforme descreve Cachapuz (2003), que os pais utilizam muito a
vingança como meio de atingir o ex-companheiro e se esquecem dos filhos, que são quem
acaba sofrendo com a guerra entre os pais.
Pinho (2009, p. 222) salienta que a Alienação Parental é um problema complexo e existem
diferentes abordagens recomendadas por profissionais de cuidados infantis, mas a abordagem
mais utilizada nos dias de hoje gira em torno de mover a criança para um local de “transição”.
Esse local pode ser a casa de um amigo ou de outro membro da família ou outro local com
suporte adequado e supervisão, para assim tirar o filho do meio dessa guerra declarada entre
os genitores e dar a ele toda a atenção necessária.
28
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta monografia surgiu da pretensão de desenvolver mais material sobre o tema Alienação
Parental, e também por eu ter vivenciado a situação quando meus pais se separaram. Contudo,
é um tema também que está em voga nos últimos tempos, apesar de só ter sido contemplado
com uma lei a partir de agosto de 2010.
Ao longo das pesquisas realizadas para este projeto, pude perceber que ainda há poucos
autores que escrevem sobre o tema Alienação Parental, tanto no Direito quanto na Psicologia.
Quando encontramos textos sobre o assunto, em geral, são os mesmos autores que escrevem,
movidos pelas dificuldades que encontram no seu dia a dia profissional. Até mesmo um dos
autores salienta que depois de um problema na sua família é que buscou mais informações e
resolveu escrever sobre Alienação Parental. Outro ponto que me chamou a atenção é que
quase que 100% dos livros encontrados para fundamentar esta monografia foram escritos no
ano de 2010 – há muito pouco tempo, portanto,percebe-se que precisamos como psicólogos
estar pesquisando e publicando materiais sobre o tema Alienação Parental.
No geral, percebo que ao levantar o tema Alienação Parental ao longo das minhas pesquisas,
em muitos casos ele foi confundido com a Síndrome da Alienação Parental.
No que diz respeito aos meus objetivos de pesquisa, percebi que faltou ainda amadurecimento
no início para perceber certos aspectos no que diz respeito ao tema Alienação Parental.
Acredito que isso se deu porque, para mim, no começo da pesquisa, ainda era difícil separar o
que eu estava pesquisando do que o que eu vivenciei quando adolescente. Mas pesquisar e ler
mais sobre o assunto me trouxe, ao final desta monografia, um amadurecimento pessoal e
profissional muito grande.
Vários dos conceitos abordados, como o dos conflitos e, principalmente, o do interesse da
criança e/ou do adolescente, devem ser considerados pelos pais quando deixam de conviver
conjugalmente, pois eles deixam de ser um casal, mas não deixam de ser pais, e seus filhos
carregam características de ambos por toda a vida.
29
Outro aspecto percebido nestas leituras foi que o tema Alienação Parental ainda é muito
complicado para acharmos soluções rápidas que não tragam tantos prejuízos às crianças ou
aos adolescentes envolvidos, e, por conseqüência, a toda a família, aos que convivem com a
criança ou o adolescente e ao próprio genitor que comete a Alienação Parental.
É visível, também, pelas leituras realizadas por mim, que muitas vezes a demora na solução
dos conflitos dos pais gera uma penalidade nos filhos com muitas sequelas desastrosas. Além
disso, se nesse período de conflito a criança ou o adolescente e até mesmo os pais ou
cuidadores desses menores tiverem a oportunidade de trabalhar com um profissional da
Psicologia capacitado para lidar com esse problema, pode haver menos conflitos e sofrimento
para todas as partes envolvidas. Porém, quando todo esse processo de alienação ocorre sem
que nenhuma das partes perceba a criança ou o adolescente existente ali, surgem traumas e
dificuldades que podem ser levados de geração para geração, repetindo-se a mesma relação de
alienado e alienador.
Contudo, percebo que as dificuldades de se lidar com o tema da Alienação Parental diminuem
à medida que profissionais da Psicologia, do Direito, do Serviço Social, entre outros,
trabalham em conjunto, quando necessário, em prol de procedimentos que beneficiem a
criança e o adolescente, e isso não só no meio jurídico, mas também nas escolas, nas
comunidades e até mesmo nas famílias.
É preciso tirar barreiras impostas pelo guardião da criança, mostrando-lhe as consequências
geradas por sua atitude, seja ela motivada por vingança ou por falta de informação. É preciso
demonstrar a ele que seu filho, seja criança ou adolescente, é muito prejudicado pela briga de
seus pais, que essa briga gera dor, sofrimento, e que tudo isso pode fazer com que a criança ou
o adolescente busque se afastar definitivamente deste genitor alienante.
Mesmo com o término desta monografia, pretendo continuar minhas pesquisas sobre
Alienação Parental, pois, ao longo da minha pesquisa para a realização deste trabalho, percebi
o quão escasso é o material sobre a Alienação Parental a partir do olhar da Psicologia. Apesar
da lei que versa sobre Alienação Parental ser recente, sabemos que é algo que acontece há
muitas décadas e ao qual somente agora se dá uma maior importância no meio jurídico. Sendo
assim, entendo que é um tema que merece ser ainda mais explorado.
30
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