UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
ENGENHARIA CIVIL
TEC 174 – PROJETO FINAL II
QUEDAS DE ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE
CASO DE DOIS CANTEIROS DE OBRAS VERTICAIS NO
MUNICIPIO DE FEIRA DE SANTANA - BA.
LUCAS BULHÕES LIBÓRIO
Feira de Santana
2011
LUCAS BULHÕES LIBÓRIO
QUEDAS DE ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE
CASO DE DOIS CANTEIROS DE OBRAS VERTICAIS NO
MUNICIPIO DE FEIRA DE SANTANA - BA.
Trabalho apresentado ao Curso de
Engenharia Civil da Universidade Estadual
de Feira de Santana como parte dos requisitos
para a obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil
Professora Doutora Sarah Patrícia de Oliveira Rios - Orientadora
Feira de Santana
2011
LUCAS BULHÕES LIBÓRIO
QUEDAS DE ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE
CASO DE DOIS CANTEIROS DE OBRAS VERTICAIS NO
MUNICIPIO DE FEIRA DE SANTANA - BA.
Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção de Título de Bacharel em Engenharia Civil
Feira de Santana, agosto de 2011.
Banca Examinadora
_______________________________________________
Eduardo Antonio Lima Costa/UEFS _______________________________________________ Sergio Tranzillo França/UEFS _______________________________________________ Sarah Patricia de Oliveira Rios /UEFS
iv
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais Oscar de Melo Libório e Teresa Cristina Bulhões Libório
e minha irmã Luana Bulhões Libório, por estarem sempre presentes em minha
vida, tanto em momentos de tristeza como de felicidade.
v
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele eu jamais teria chegado
aonde eu cheguei e conquistado o que conquistei.
Agradeço a todos de minha família, avós, tios e primos, que sempre
tiveram fé em mim, me deram apoio quando eu mais precisava e sempre
estiveram presentes em toda a minha vida.
Agradeço a todos meus amigos de infância e conquistados aqui em
Feira durante o período em que estive na UEFS, e que eu sei que vão estar
sempre comigo.
Agradeço a minha namorada Marcella, pelo carinho, apoio, e paciência
que sempre teve comigo.
Agradeço a professora Sarah Patrícia de Oliveira Rios, pelos conselhos,
ensinamentos e paciência, nunca esteve ausente em nossos compromissos e
sempre me deu grande apoio na elaboração deste trabalho, sendo fundamental
para a conclusão do mesmo.
Agradeço aos professores Eduardo Costa e Sergio Tranzillo, membros
da banca, pela atenção e disponibilidade.
vi
“Segurança não basta saber, tem que se aplicar, acidente
não basta temer tem que se evitar”.
(Altiseg)
vii
LISTA DE ABREVIATURAS
ART – Atestado de Responsabilidade Técnica
AT – Acidente de Trabalho
BA – Bahia
CA – Certificado de Aprovação
CRF – Certificado de Registro do Fabricante
CRI – Certificado de Registro do Importador
DRT – Delegacia Regional do Trabalho
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
EPI – Equipamento de Proteção Individual
FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e
Medicina do Trabalho
GcR – Guarda-corpo e Rodapé
ICC – Indústria da Construção Civil
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
NR – Norma Regulamentadora
PCMAT – Programa de Condições do Meio Ambiente de Trabalho na Indústria
da Construção Civil
PPQ – Projeto de Prevenção de Quedas
RTP – Recomendação Técnica de Procedimentos
SESI – Serviço Social da Indústria
SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção
SIT – Secretaria de Inspeção do Trabalho
SRTE – Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
SST – Saúde e Segurança do Trabalho
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Pirâmide de Frank Bird.
Figura 2 - Capacetes tipo jóquei ou boné, com aba frontal, três estrias
reforçadas, com calha semicircular.
Figura 3 – Cinto tipo paraquedista.
Figura 4 – Modelos de trava-quedas.
Figura 5 – Kit básico para serviços em altura.
Figura 6 – Escada apoiada sobre piso molhado.
Figura 7 – Escada utilizada para acesso à laje do 3º pavimento.
Figura 8 – Escada utilizada próxima à periferia da laje do 8º Pavimento.
Figura 9 – Escada de acesso ao 1º pavimento.
Figura 10 – Amarração de escadas.
Figura 11 – Acesso ao pavimento superior pela prolongação dos montantes.
Figura 12 – Travessas e cavilhas.
Figura 13 – Detalhe da falta de sistema de fixação adequado para rampa.
Figura 14 – Rampa de acesso ao Térreo.
Figura 15 – Modelo de rampa de acesso.
Figura 16 – Entrada da passarela obstruída.
Figura 17 – Passarela de acesso ao térreo.
Figura 18 – Escada de concreto.
Figura 19 – Sistema GcR em escada executada.
Figura 20 – Abertura de acesso do térreo para a garagem.
Figura 21 – Abertura no piso da laje do 3º pavimento.
Figura 22 – Pequenas aberturas no piso do 4º pavimento.
Figura 23 – Abertura na laje, do 2º pavimento.
Figura 24 – Fechamento provisório do piso.
Figura 25 – Sistema GcR com cancela.
Figura 26 – Sistema GcR sem a rede de proteção.
Figura 27 – Sistema GcR com abertura na rede de proteção e sem rodapé.
Figura 28 – Assoalho no poço do elevador.
Figura 29 – Falta de sistema GcR em pavimentos com assoalho.
Figura 30 – Painel inteiriço de madeira.
Figura 31 – Sistema de proteção por tela metálica.
ix
Figura 32 – Detalhe das frestas na bandeja.
Figura 33 – Fixação da bandeja na estrutura da edificação.
Figura 34 – Entulho na bandeja.
Figura 35 – Aberturas no encontra da bandeja com a edificação.
Figura 36 – Detalhe nas aberturas do estrado da bandeja.
Figura 37 – Bandeja instalada na 10ª laje.
Figura 38 – Escada de concreto
Figura 39 – Colocando a forma sem proteção adequada
Figura 40 – Falta de EPC na 1º laje.
Figura 41 – Colocando as formas do pilar na periferia da laje.
Figura 42 – Colocando as formas em pedaço de madeira em balanço.
Figura 43 – Trabalhador na periferia da laje cheia de entulho sem proteção.
Figura 44 – Periferia da laje sem proteção com pontas de vergalhões
desprotegidas.
Figura 45 – Sistema GcR instalado em alguns pavimentos.
Figura 46 – Detalhe do sistema GcR, com entulho e frestas.
Figura 47 – Modelo do sistema GcR.
Figura 48 – Modelo do sistema de barreira com rede.
Figura 49 – Porta de acesso com a rampa.
Figura 50 – Detalhe do sistema de chamada.
Figura 51 – Porta sem rampa de acesso.
Figura 52 – Torre cabine do elevador.
Figura 53 – Posto do guincheiro isolado e sinalizado.
Figura 54 – Falta de proteção do cabo entre a roldana livre e o tambor.
Figura 55 – Modelo do posto do guincheiro.
Figura 56 – Modelo da cabine do elevador de materiais.
Figura 57 – Porta de acesso ao elevador de passageiro.
Figura 58 – Rampa de acesso ascendente a torre.
Figura 59 – Falta de sistema de amortecimento na base da torre do elevador.
Figura 60 – Detalhe da sinalização da capacidade máxima e dos comandos.
Figura 61 – Modelo da torre do elevador.
Figura 62 – Modelo da cabine de passageiro.
Figura 63 – Controle de entrega de EPI.
Figura 64 – Ficha do Dialogo de Segurança Semanal (DDS)
x
Figura 65 – Placas indicando o uso obrigatório de EPI.
Figura 66 – Estoque de EPI.
Figura 67 – Duto de limpeza.
Figura 68 – Detalhe da boca de coleta em cada pavimento.
Figura 69 – Escada de mão apoiada em um fechamento provisório do piso.
Figura 70 – Detalhe da escada ultrapassando o piso superior.
Figura 71 – Detalhe da cavilha.
Figura 72 – Parte inferior da escada sem nenhuma fixação.
Figura 73 – Escada provisória coletiva.
Figura 74 – Detalhe da largura da escada.
Figura 75 – Escadas já executada sem sistema GcR.
Figura 76 – Escada executada com sistema GcR.
Figura 77 – Abertura de piso com escada apoiada sobre ela.
Figura 78 – Fechamento incompleto da abertura.
Figura 79 – Fechamento com madeiras soltas.
Figura 80 – Abertura no 7º Pavimento.
Figura 81 – Sistema GcR completo na caixa dos elevadores.
Figura 82 – Falta o assolho no fosso do elevador.
Figura 83 – Frestas no estrado da bandeja.
Figura 84 – Entulho no estrado da bandeja.
Figura 85 – Bandeja secundária instalada na 5º laje.
Figura 86 – Detalhe das frestas e vãos próximos à edificação.
Figura 87 – Grande quantidade de entulho sobre a bandeja.
Figura 88 – Utilização de tela no lugar do GcR.
Figura 89 – Sistema GcR sem tela de proteção.
Figura 90 – Sistema GcR mal fixado e com aberturas.
Figura 91 – Sistema GcR danificado.
Figura 92 – Detalhe do isolamento do posto do guincho.
Figura 93 – Sistema de amortecimento da torre do elevador.
Figura 94 – Sistema GcR na rampa de acesso.
Figura 95 – Porta de acesso ao elevador.
Figura 96 – Falta da porta pantográfica no elevador.
Figura 97 – Sinalização de advertência proibindo o transporte simultâneo.
Figura 98 – Ficha de EPI
xi
Figura 99 – Treinamento especifico.
Figura 100 – Uniformes sem identificação da empresa.
Figura 101 – Estoque de EPI.
Figura 102 – Restos de madeira na laje.
Figura 103 – Sujeira devido ao gesso.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 - Acidentes com queda na construção civil, no Brasil.
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela A – Dados de Inspeção em Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil,
novembro/2010.
Tabela B - Acidentes de trabalho na Construção Civil no Brasil.
Tabela C – Dimensionamento da largura da rampa
Tabela D – Legenda das notas do Check-List.
Tabela E – Escadas, rampas e passarelas – Escadas de mão portáteis (NR18).
Tabela F – Escadas, rampas e passarelas – GcR em escadas executadas
(NR18).
Tabela G – Proteção contra queda em altura – Abertura de piso (NR18).
Tabela H – Proteção contra queda em altura – Caixa de elevadores (NR18).
Tabela I – Proteção contra queda em altura – Bandeja principal (NR18).
Tabela J – Proteção contra queda em altura – Bandejas secundárias (NR18).
Tabela L – Proteção contra queda em altura – Periferia de laje (NR18).
Tabela M – Movimentação e transporte de pessoas e materiais – Elevador de
passageiro (NR18).
Tabela N – Movimentação e transporte de pessoas e materiais – Torre do
elevador (NR18).
Tabela O – Movimentação e transporte de pessoas e materiais – Rampas de
acesso (NR18).
Tabela P – Equipamento de proteção individual – EPI (NR18).
Tabela Q – Equipamento de proteção individual – Uniformes (NR18).
Tabela R – Equipamento de proteção individual – Cabo guia (NR18).
Tabela S – Ordem e Limpeza (NR18).
xiii
RESUMO
LIBÓRIO, L.B.. Quedas de altura na construção civil: estudo de caso de dois
canteiros de obras verticais no município de Feira de Santana – BA, UEFS –
Departamento de Tecnologia, 2011.
O trabalho faz um estudo de caso de duas obras verticais na fase de
estrutura e vedação, de empresas distintas, no município de Feira de Santana,
Bahia, observando as condições de segurança em serviços que poderiam
envolver quedas de altura, tanto de pessoas como de materiais. Esta
abordagem foi feita devido ao elevado número de acidentes na construção civil
e a grande maioria deles ser por quedas de altura. O trabalho tem como
objetivo verificar se as empresas estão preocupadas com a segurança de seus
trabalhadores nestes tipos de serviços. Foram realizadas visitas aos canteiros
entre março e julho de 2011, executando o registro fotográfico, anotações,
diálogos informais com técnicos de segurança e aplicando um check-list com
notas entre 0 e 10, avaliando os itens pertinentes da NR 18 para com estes tipo
de serviços; foi avaliado cada canteiro separadamente, observando a situação
de cada um e os itens em conformidade com a NR 18 e os que não estavam,
sendo feitas recomendações para estes. Também foi feito um comparativo dos
canteiros de cada empresa analisando item por item observando se as
empresas estão em situação semelhante ou diferente, e quais itens estão em
melhores e piores condições. E por ultimo com posse dos resultados do check-
list e do comparativo feito, foi observado que as empresas estão em condições
semelhantes, obtendo notas entre 5 e 6, com situação bastante crítica durante
a colocação de formas e desformas de lajes, vigas e pilares, principalmente no
inicio da obra, ainda que sejam obras sob responsabilidade de empresas de
diferentes portes.
Palavras chave: quedas de altura, construção civil, segurança do trabalho, NR
18, acidente de trabalho.
xiv
ABSTRACT
This final work of completion is a case study of 02 (two) verticals sites, in
the phase structural and sealing, different companies in the municipality of Feira
de Santana, Bahia, observing the conditions of security services that involve
falls from heights of people and materials. This work was made due to the high
number of accidents in construction and most of them for falls from heights.
This work aims to verify whether companies are concerned about the safety of
their workers in these types of services. Visits were made to the construction
site between march and july 2011, performing the photographic record, notes,
informal conversations with technical safety and passing a check-list with
scores between 0 and 10, evaluating the items most relevant to NR 18 with
these kind services, each construction site were evaluated separately,
observing the situation and found items in accordance with NR 18 and which
were not being made for these recommendations. Also a comparison was made
of the constructions sites of each company analyzed item by item, noting that
they are in situations similar or different, and which items are better and worse.
And finally in possession of the results of the check-list and made the
comparison, it was observed that companies are in similar conditions, with very
critical situation for the placement of forms and shapes of slabs, beams and
columns, especially at the beginning of the site, even if it sites under the
responsibility of companies of different sizes.
Keywords: falls from height, construction, safety work, NR 18, work accident.
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS.............................................................................vii
LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS.................................................................viii
LISTA DE TABELAS.........................................................................................xii
RESUMO..........................................................................................................xiii
ABSTRACT......................................................................................................xiv
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................1
1.1PROBLEMA................................................................................................1
1.2 OS OBJETIVOS........................................................................................2
1.2.1 Objetivo Geral ....................................................................................2
1.2.2 Objetivo Especifico ............................................................................2
1.3 JUSTIFICATIVA.........................................................................................2
1.4 METODOLOGIA........................................................................................3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................5
2.1 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO................................................5
2.2 ASPECTOS LEGAIS E PREVENCIONISTAS DO ACIDENTE DE
TRABALHO.....................................................................................................8
2.3.SEGURANÇA DO TRABALHO NA INDUSTRIA DA CONSTRUÇÃO
CIVIL................................................................................................................9
2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO.........................................................12
2.5 SERVIÇOS EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL..............................16
3. ESTUDO DE CASO – QUEDAS DE ALTURA NA CONSTRUÇÃO
CIVIL..................................................................................................................20
3.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA A.........................................................20
3.2 DESCRIÇÃO DO CANTEIRO A..............................................................21
3.3 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS DO CANTEIRO A............22
3.3.1 Item 18.12 – Escadas, Rampas e Passarelas..................................22
3.3.2 Item 18.13 – Proteção contra Quedas de Altura..............................29
3.3.3 Item 18.14 – Movimentação e Transporte de Pessoas e
Materiais....................................................................................................37
3.3.4 Item 18.15 – Andaimes.....................................................................42
3.3.5 Item 18.18 – Serviços em telhado....................................................43
3.3.6 Item 18.23 – EPI...............................................................................43
3.3.7 Item 18.29 – Ordem e limpeza.........................................................44
3.4 CHECK-LIST DO CANTEIRO A..............................................................45
3.5 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA B.........................................................47
3.6 DESCRIÇÃO DO CANTEIRO B..............................................................47
3.7 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS DO CANTEIRO B............48
3.7.1 Item 18.12 – Escadas, Rampas e Passarelas..................................48
3.7.2 Item 18.13 – Proteção contra Quedas de Altura..............................51
3.7.3 Item 18.14 – Movimentação e Transporte de Pessoas e
Materiais....................................................................................................57
3.7.4 Item 18.15 – Andaimes.....................................................................59
3.7.5 Item 18.18 – Serviços em telhado....................................................59
3.7.6 Item 18.23 – EPI...............................................................................59
3.7.7 Item 18.29 – Ordem e limpeza.........................................................60
3.8 CHECK-LIST DO CANTEIRO A..........................................................61
3.9 EMPRESA A X EMPRESA B..............................................................62
4. CONCLUSÃO................................................................................................69
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................72
ANEXOS
1
1. INTRODUÇÃO
O ramo da construção civil é um dos maiores responsáveis por
acidentes no trabalho, principalmente acidentes com óbito. Segundo
BAXENDALE E JONES (2000), as principais causas de acidentes fatais na
indústria da construção civil são:
- quedas de altura (52%);
- quedas de materiais ou objetos (19%);
- transporte e equipamento móvel (18%);
- outros (11%).
Ainda segundo BAXENDALE E JONES (2000), já se têm convicção de
que a maioria dos acidentes não é causada por trabalhadores descuidados,
mas por falha de controle de segurança do trabalho, fato que é
responsabilidade da administração, do setor gerencial da empresa.
Recentemente em Salvador, Bahia, morreram 09 (nove) funcionários da
queda de um elevador do 20º (vigésimo andar), e segundo o diretor do
Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção (Sintracom),
Raimundo Brito, nesse momento não pode falar muito, mas infelizmente a
construção civil passa por problemas de segurança (GLOBO, 2011).
Existem ao todo 34 Normas Regulamentadoras (NR) (até julho de 2011)
com relação à Segurança e Saúde no Trabalho (SST), sendo que a principal no
ramo da Construção Civil é a Norma Regulamentadora 18 (NR 18 – Condições
e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil) (MTE, 2011).
Para ser possível atingir os níveis ideais de segurança no trabalho, tem-
se que partir dos níveis de exigências mínimos, os quais são definidos, no caso
brasileiro, por um conjunto de normas, dentre elas a própria NR 18 em sua
versão mais recente para consulta pública (HINZE, 1997).
1.1 PROBLEMA
As empresas, na indústria da construção civil (ICC), do Município de
Feira de Santana, Bahia, estão se preocupando em seus canteiros de obras
com a segurança de seus trabalhadores, principalmente com os riscos em
serviços que envolvem quedas de altura?
2
1.2 OS OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Selecionar 02 (dois) canteiros de obra (obras verticais), sendo que cada
canteiro será de uma empresa diferente construção civil, e verificar a situação
delas com relação à segurança dos seus trabalhadores em serviços que
envolvem quedas de alturas, no Município de Feira de Santana - (BA).
1.2.2 Objetivos específicos
Verificar se estas empresas estão seguindo corretamente a NR 18 as
Recomendações Técnicas de Procedimentos (RTP) da Fundação Jorge Duprat
Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO), realizar
um comparativo entre as duas, verificar quais itens estão em conformidade
com a NR 18, e sugerir melhorias propondo meios de prevenção de acidentes
envolvendo serviços em altura.
1.3 JUSTIFICATIVA
Durante o período de estágio do autor foi observado em empresas da
ICC um enorme descaso com a segurança dos trabalhadores, onde muitas
empresas só tomam algum tipo de atitude quando são multadas, quando são
embargadas, ou quando ocorre algum acidente grave em seus canteiros
podendo levar funcionários a inatividade e até mesmo ao óbito.
A maioria destes acidentes de trabalho (AT), multas e embargos de
obras na ICC é devido a acidentes provocados por quedas de altura,
principalmente em andaimes e periferia de laje (SESI, 2005 apud COSTA,
2007).
Sendo assim, além de sensibilizar empresas com relação ao enorme
número de acidentes, também podem ocorrer aplicação de multas e embargos
parciais ou totais da obra devido à falta de segurança, principalmente através
da ação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), antiga
Delegacia Regional do Trabalho (DRT).
3
1.4 METODOLOGIA
Este trabalho será realizado inicialmente com uma fundamentação teórica
a fim de que se obtenha um estudo preliminar sobre segurança e saúde do
trabalho, aspectos legais e prevencionistas do AT, segurança na ICC,
Equipamento de Proteção Individual (EPI), Equipamento de Proteção Coletiva
(EPC), acidentes provocados por quedas de altura.
Depois será feito um estudo de caso selecionando 02 canteiros de obra de
02 empresas diferentes da ICC, no Município de Feira de Santana, em obras
verticais e na fase de superestrutura e vedação, e em cada uma será passado um
“check-list” adaptado do Projeto de Prevenção de Quedas (PPQ) (SILVA, 2007),
com a aplicação de notas com diferentes pesos em 07 itens da NR 18, a saber:
18.12 Escadas, Rampas e Passarelas (Peso 2,00)
18.13 Medidas de Prevenção contra Quedas de Altura (Peso 2,50)
18.14 Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas (Peso 1,00)
18.15 Andaimes (Peso 2,50)
18.18 Serviços em Telhado (Peso 1,50)
18.23 Equipamentos de Proteção Individual (Peso 0,50)
18.29 Ordem e Limpeza (Peso 0,50)
Cada obra será avaliada separadamente, sendo observado item por item
dos citados, identificando o que a empresa realiza em conformidade com a NR
18, e sugerindo recomendações para o que está em não conformidade com a
mesma, segunindo como guia a própria NR 18 e as RTP da FUNDACENTRO:
RTP-01 – Medidas de proteção contra queda de altura;
RTP-02 – Movimentação e transporte de materiais e pessoas;
RTP-04 – Escadas, rampas e passarelas.
Além da aplicação de registro fotográfico, anotações, recomendações e
diálogos com os técnicos de segurança responsáveis por cada canteiro para a
retirada de eventuais dúvidas que poderão surgir durante a aplicação do check-
list.
4
A média geral em cada canteiro será obtida a partir de uma média
ponderada dos itens do check-list, visto ao fato destes itens possuírem pesos
diferentes.
De posse dos resultados e a partir do check-list será feito um comparativo
entre as duas empresas, para checar se realmente elas estão ou não se
preocupando com a segurança dos trabalhadores em serviços com risco de
quedas de altura, verificando quais itens estão em conformidade e não
conformidade com a NR 18.
5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
O trabalho sempre esteve presente na vida do homem, desde a
antiguidade, e neste período a maioria dos trabalhos, era desenvolvida
manualmente, então começam a surgir as primeiras preocupações em relação
à saúde e segurança dos trabalhadores.
O pioneiro no assunto foi Hipócrates possuindo escritos que datam de
quatro séculos antes de Cristo, fazendo menção à existência de moléstias
entre mineiros e metalúrgicos.
Após ele, Plínio I, o velho, que viveu antes do advento da era Cristã,
descreveu diversas moléstias do pulmão entre mineiros e envenenamento
advindo do manuseio de compostos de enxofre e zinco. Depois dele veio
Galeno, que no século II, fez várias referências a moléstias profissionais entre
trabalhadores das ilhas do Mediterrâneo.
Durante os séculos XV e XVI, Agrícola e Paracelso, respectivamente,
investigaram doenças ocupacionais e suas causas, em atividades como a
extração e fundição de prata e ouro. Neste mesmo período Bauer analisa os
acidentes do trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros, que, pela
descrição dos sintomas e da rápida evolução da doença, tratava-se de casos
de silicose, chamada, na época, por “asma dos mineiros”.
No ano de 1700 que surge o “pai da medicina do trabalho”, o médico
Bernardino Ramazzini, que recebeu este título por ter escrito um livro, que teve
uma enorme repercussão no mundo, em que eram citadas 100 profissões
diversas verificando os riscos de cada uma delas. Segundo PIZA (1997),
muitas dessas descrições eram fundamentadas nas próprias observações
clínicas do autor onde ele nunca se esquecia de perguntar ao seu paciente:
"Qual a sua ocupação?". Isso mostra que ele fez realmente uma pesquisa
verificando onde cada profissional trabalhava e quais eram os principais riscos
que eles encontravam.
No século XVIII, surge na Inglaterra, a Revolução Industrial, um
movimento que iria mudar toda a concepção em relação aos trabalhos
realizados, e aos acidentes e doenças profissionais que deles advinham. As
6
primeiras fábricas foram instaladas próximas aos cursos d’água, pois as
máquinas eram acionadas através da energia hidráulica; por ser longe das
grandes cidades havia uma dificuldade maior em se obter mão-de-obra. Com o
aparecimento da máquina a vapor, as fábricas puderam ser instaladas nas
grandes cidades onde era mias fácil a contratação de mão-de-obra.
As tarefas a serem executadas pelo trabalhador eram repetitivas,
fazendo com que houvesse um aumento no número de acidentes. Para muitos
a atividade repetitiva pode levar a pessoa a tornar-se melhor na tarefa
diminuindo o número de acidentes, mas na realidade as atividades repetitivas
acabam caindo na rotina e aumentado o descaso para realização da mesma.
Aliado ao fato acima citado, não havia critério para o recrutamento de mão-de-
obra, onde homens, mulheres e até mesmo crianças eram selecionadas sem
qualquer exame inicial quanto à saúde e ao desenvolvimento físico ou qualquer
outro fator humano. A procura por mão-de-obra era tão inescrupulosa, que
essas crianças eram compradas de pais avarentos, chegando a ser aceito até
uma criança débil mental para cada grupo de doze crianças sadias.
O número de acidentes de trabalho crescia assustadoramente, onde as
mortes de crianças eram frequentes, causadas por máquinas projetadas
inadequadamente, que não ofereciam qualquer segurança. Como a produção
estava em primeiro lugar, não havia limites de horas de trabalho.
Nos ambientes de trabalhos haviam ruídos provocados por máquinas
precárias, altas temperaturas, pouca ventilação e iluminação deficiente; esses
fatores contribuíram para um elevado número de acidentes, até a comunicação
entre os funcionários era prejudicada por causa do alto ruído.
Em 1802, na Inglaterra, foi aprovada a primeira lei de proteção aos
trabalhadores que era conhecida por “lei de saúde e moral dos aprendizes”;
nela foi estabelecido o limite de 12 horas de trabalho diário, era proibido o
trabalho noturno, obrigavam-se os empregados a lavar as paredes das fábricas
duas vezes por ano, e tornava-se obrigatória a ventilação das fábricas. Essas
medidas foram ineficazes no que diz respeito à redução no número de
acidentes de trabalho. (BITTENCOURT e QUELHAS, 2011).
Em 1833, na Inglaterra, surgiu a primeira legislação que melhorava as
condições de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), o “Factory Act”, pois ela
proibia trabalho noturno aos menores, diminuiu a carga de trabalho semanal,
7
obrigava os menores a estudar. Surge também o “médico da fábrica” que fazia
exames pré-admissional e periódicos, melhorando razoavelmente as condições
que naquela época eram péssimas.
Nos Estados Unidos da América onde a industrialização começou mais
tarde, apenas no ano de 1877 surgiu o primeiro ato governamental visando à
prevenção de acidentes na indústria. Esta lei exigia a utilização de protetores
sobre correias de transmissão, guardas sobre eixos e engrenagens expostos e
proibia a limpeza de máquinas em movimento; obrigava-se também a
instalação de um número mínimo de saídas de emergência em caso de alguma
situação de risco (BITTENCOURT e QUELHAS, 2011).
Entre 1967 e 1968 Frank Bird fez uma pesquisa em 297 companhias nos
EUA, envolvendo 170.000 pessoas distribuídas em 21 grupos de trabalho
diferentes, obtendo a pirâmide da figura 1.
Figura 1 – Pirâmide de Frank Bird
Fonte: BITTENCOURT e QUELHAS (2011)
Nesta pirâmide ele mostra que para cada acidente que incapacite o
trabalhador, aconteceram 600 incidentes sem danos pessoais e/ou materiais.
No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a nossa revolução industrial
e, embora tivéssemos já a experiência de outros países, em menor escala, é
bem verdade, atravessamos os mesmos percalços, transformando em 1970, o
Brasil, no campeão mundial de acidentes do trabalho (PIZA, 1997).
8
2.2 ASPECTOS LEGAIS E PREVENCIONISTAS DO ACIDENTE DE
TRABALHO
O conceito definido pela lei 8.213, de 24 de julho de 1991, da
Previdência Social determina, em seu Capitulo II, Seção I, artigo 19 que
"Acidente de trabalho (AT) é o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do
artigo 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou perda ou ainda a redução permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho" (Brasil, 2011a).
Observa-se que o AT é qualquer acidente que ocorre no ambiente de
trabalho, podendo levar ao óbito ou não; nota-se que até se o trabalhador
manifestar sintomas de doenças e estes sintomas tiverem alguma relação com
a exposição dos trabalhadores a certo tipo de serviço em seu ambiente de
trabalho, isto também é um tipo de acidente do trabalho.
Pode-se caracterizar o acidente de trabalho como sendo um
acontecimento imprevisto que suspende ou interfere no procedimento de uma
tarefa ou atividade, podendo trazer como consequência: perda de tempo,
danos materiais, lesões físicas e doenças profissionais” (PIZA, 1997).
Também existem os acidentes de trajeto; estes ocorrem quando o
trabalhador está fora de seu local de trabalho, mas podem estar em viagens a
serviço da empresa ou no caminho de casa para o trabalho e vice-versa; isto
significa que a empresa deve estar preocupada com seu funcionário desde que
ele sai da sua casa até chegar ao local de trabalho.
De acordo com DRAGONI (2005) os acidentes no trabalho acabam
gerando um prejuízo para ambas as partes, tanto para a empresa como para o
empregado, sendo estes prejuízos:
a) Para o empregado:
afastamento, mesmo temporário, do emprego;
risco de perda do emprego;
imobilização de um familiar em casa para acompanhar visitas ao
médico e auxiliar no tratamento;
queda no rendimento e na produção;
problemas emocionais causados pelo acidente.
9
b) Para a empresa:
transporte e suporte ao acidentado;
perda de horas de trabalho;
diminuição de produtividade pelo trabalhador substituto;
custo de demissão do substituto, no retorno ao trabalho;
diminuição de produtividade, temporária ou não, do empregado
recuperado do acidente;
Ainda segundo ele, para muitos, investir na segurança de uma obra é
apenas um custo ou um “mal necessário”, mas isto não é verdade; investindo
em segurança, haverá um retorno em produtividade, qualidade, satisfação de
trabalhar em um ambiente seguro, diminuição dos custos com acidentes tanto
com a empresa, como também com o empregado, como já citado, ou seja,
basta às empresas dar maior importância a este fato, e pelo número de obras
embargadas e interditadas, além do enorme número de acidentes, parece que
as empresas continuam com este pensamento equivocado e nada preventivo.
2.3 SEGURANÇA DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
A construção civil se difere dos outros setores industriais por possuir
características próprias, sendo que uma das principais é a pouca importância
das máquinas para a obtenção do produto, dependendo esta, quase que
exclusivamente, da mão-de-obra utilizada.
A grande dependência que a construção civil tem da mão-de-obra
utilizada deveria contribuir para que este fosse um setor desenvolvido no
aspecto de segurança do trabalho, porém o que se verifica é que este continua
sendo um dos setores da indústria com maior percentual de acidentes
(GROHMANN, 1997).
Segundo GONÇALVES (2000), a atividade da construção civil gera
diversos riscos ambientais, múltiplos e variáveis conforme a evolução da obra;
aliada a uma mão de obra desprovida de maiores qualificações profissionais.
Por isso com a construção possui um dos maiores índices de acidentes no
nosso país, surgindo então a NR 18 como uma norma específica para a saúde
e segurança do trabalho na ICC.
10
A NR 18 tem como papel estabelecer diretrizes de ordem administrativa,
de planejamento, de organização e execução de medidas de controle e
sistemas preventivos de segurança nos processos, e no meio ambiente de
trabalho na ICC.
De acordo com MARTINS (2005), o Programa de Condições do Meio
Ambiente de Trabalho da ICC (PCMAT) é um documento que deve ser
encarado como um instrumento gerencial de apoio à organização do trabalho
na obra, abordando aspectos administrativos e técnicos. Apresentando
obrigatoriedade de elaboração de uma série de documentos que antes não
eram nem mencionados nos canteiros, como o cronograma de implantação, a
correta especificação técnica e o projeto das proteções coletivas.
Especificamente para a elaboração do PCMAT, a NR-18, no item 18.3.4,
cita os documentos que devem fazer parte do programa:
a) memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas
atividades e operações, levando-se em consideração riscos de
acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas
preventivas;
b) projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com
as etapas de execução da obra;
c) especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem
utilizadas;
d) cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no
PCMAT;
e) layout inicial do canteiro de obras, contemplando, inclusive,
previsão de dimensionamento das áreas de vivência;
f) programa educativo contemplando a temática de prevenção de
acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária;
Segundo Sampaio (1998a) para elaboração do PCMAT é necessário
conhecer os riscos provocados por agentes físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e mecânicos. Além de estabelecer informação e treinamento aos
operários para redução dos acidentes de trabalho, alguns objetivos do PCMAT
são:
“Garantir a saúde e a integridade dos trabalhadores; definir
atribuições, responsabilidade e autoridade ao pessoal que administra,
desempenha e verifica atividades que influem na segurança e que
intervêm no processo produtivo; fazer a prevenção dos riscos que
derivam do processo de execução da obra; determinar as medidas de
11
proteção e prevenção que evitem ações e situações de risco; aplicar
técnicas de execução que reduzam ao máximo possível esses riscos
de acidentes e doenças”.
Então o PCMAT é um documento realizado antes do inicio da obra que
deve ser seguido para evitar ao máximo que ocorram acidentes no canteiro, e
que seja provido para o trabalhador um ambiente satisfatório de trabalho,
dando qualidade, conforto e segurança, se tornando obrigatório quando o
canteiro possui um efetivo a partir de 20 funcionários.
A segurança deve ser vista como um fator de competitividade e
estratégia; quem não acha necessário se preocupar com a segurança, acaba
exposto a riscos de prejuízos e surpresas indesejadas e plenamente evitáveis.
Imposta a empresa como obrigação legal de proporcionar beneficio
social, a prevenção de acidentes acaba sendo percebida como um incômodo
fardo, de alto custo e sem retorno então ela acaba gastando o mínimo possível
necessário para cumprir a lei, isto faz com que ela não perceba o custo da “não
segurança”, gastando muito mais devido às más condições de saúde dos seus
empregados e aos acidentes de trabalho (BISSO, 1995).
Percebe-se que as empresas na construção civil não estão tendo uma
atitude preventiva; para elas a segurança no meio ambiente de trabalho é uma
obrigação a ser cumprida, mas elas acabam não percebendo que além delas
estarem oferecendo riscos ao trabalhador, também estão sujeitas a terem suas
obras multadas, embargadas e até mesmo problemas como indenizações aos
funcionários gerando maiores prejuízos.
A Tabela A indica a quantidade de acidentes de trabalho ocorridos no
Brasil, de Janeiro a Novembro de 2010:
12
Tabela A – Dados de Inspeção em Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil, novembro/2010.
Fonte: Sistema Federal de Inspeção do Trabalho (Brasil, 2011c).
Por esta tabela podemos verificar que os acidentes na construção civil
estão bastante elevados, perdendo apenas para a indústria, mas com relação a
obras embargadas e interditadas, é o primeiro.
2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
De acordo com a NR 6 equipamento de proteção individual (EPI) é todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
E segundo a FIOCRUZ (2011), equipamento de proteção coletiva EPC
como o próprio nome sugere, diz respeito ao coletivo, devendo proteger todos
os trabalhadores expostos a determinado risco.
O uso obrigatório, contínuo e permanente de EPI em uma obra é
fundamental para minimizar possíveis lesões decorrentes de cortes, pancadas,
arranhões, corpo estranho nos olhos e quedas de altura que podem se tornar
graves e até fatais (DRAGONI, 2005).
Todo EPI deve estar em boas condições de conservação, possuir
certificado de aprovação (CA), e no caso de importado possuir o certificado de
registro do fabricante (CRF) ou ainda o certificado de registro do importador
(CRI), expedidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
13
De acordo com GONÇALVES (2000), o EPI não previne a ocorrência de
acidentes, apenas evita ou atenua a gravidade das lesões, por isso deve-se
procurar sempre e em primeiro lugar, a proteção coletiva, dada a sua melhor
eficácia, uma vez que elimina o risco na fonte produtora, além de não ficar na
dependência da utilização ou não por parte do empregado.
E ainda segundo ele a empresa tem a obrigação de fornecer a todos os
empregados, gratuitamente, EPI adequados ao risco e em perfeito estado de
funcionamento enquanto são adotadas as medidas de proteção coletiva, ou
quando estas forem tecnicamente inviáveis e cabe ao empregado utilizar o EPI
durante todo o tempo de exposição aos riscos profissionais, zelando e
conservando o EPI.
O EPI é um equipamento que a depender do porte da obra diminui sua
eficiência, uma obra com uma quantidade de funcionários acima de 50
trabalhadores, por exemplo, ele se torna menos eficaz que o EPC, pois o
controle sobre os funcionários acaba sendo mais complicado. E deve dar
prioridade ao uso do EPC sempre que possível.
Segue abaixo alguns EPI básicos que deverão ser utilizados para
executar serviços na construção civil:
a) Proteção para a cabeça
Os protetores para a cabeça podem ser divididos em:
protetores para a cabeça (Figura 2), propriamente ditos, que são
protetores usados para crânio e rosto ( Ex.: capacetes, máscaras );
Figura 2 - Capacetes tipo jóquei ou boné, com aba frontal, três estrias reforçadas, com calha
semicircular
14
b) Proteção para membros inferiores
Os pés e pernas devem ser protegidos através de sapatos de segurança,
botas e perneiras, quando o trabalho exigir.
c) Proteção para membros superiores
Nos membros superiores, situam-se as partes do corpo onde, com maior
frequência, ocorrem lesões: as mãos. Grande parte dessas lesões pode ser
evitada através do uso de luvas.
As luvas impedem, portanto, um contato direto com materiais cortantes,
abrasivos, aquecidos, ou com substâncias corrosivas e irritantes da pele.
d) Proteção contra quedas com diferença de nível
Cintos de segurança
Não têm a finalidade de proteger esta ou qualquer parte do corpo.
Destinam-se a proteger o homem que trabalha em lugares altos, prevenindo
quedas por desequilíbrio.
A Figura 3 mostra um modelo de cinto tipo paraquedista.
Cinto com travessão
É um cinto largo e reforçado, de couro ou lona, com uma ou duas fivelas,
conforme o tipo. O travessão é preso por dois anéis colocados de maneira que
fique um de cada lado do corpo do usuário.
Cinto com corda
Este tipo de cinto possui suspensórios e, em alguns casos, até tiras de
assento como os cintos de paraquedista.
Figura 3 – Cinto tipo paraquedista
15
e) Dispositivo trava-queda
Dispositivo trava-queda (figura 4) para proteção do usuário contra quedas
em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com
cinturão de segurança para proteção contra quedas (NR 6)
Figura 4 – Modelos de Trava-quedas.
Fonte: AltiSeg (2011).
O kit básico para trabalho em altura seria capacete, bota de segurança, luva
petroleiro sem dedos, cinto vetor, tirante em “Y” com ganchões, mosquetões,
corda de segurança, trava-quedas, alça para ferramentas (Figura 5) (ALTISEG,
2011 apud MARTINS, 2007).
Figura 5 - Kit básico para serviços em altura.
Fonte: AltiSeg (2011).
16
Mas como já citado devemos dar maior prioridade aos EPC, pois não fica
na dependência da utilização ou não do trabalhador como é no caso do EPI.
De acordo com DRAGONI (2005), alguns dos EPC básicos na
construção civil são:
Escadas, corrimões e guarda-corpos;
Proteção nas aberturas de pisos, paredes, buracos;
Aterramentos elétricos;
Tapumes;
Barreiras físicas contra radiações de solda;
Silenciadores para diminuir o nível de ruído;
Proteção na ponta de vergalhões expostas;
Cabos-guia para fixar talabartes de cintos de segurança;
Ainda segundo ele se um subcontratado não fizer uso dos EPI e EPC,
expondo de maneira imprudente a sua vida e integridade física, depois de ter
passado por treinamento e integração, deve-se chamar a atenção dele e se o
mesmo insistir pode ser realizado um novo treinamento de reciclagem ou
substituição do mesmo.
Mesmo que as empresas estejam trabalhando com terceirizadas, a
contratante deve realizar o controle e a fiscalização dos funcionários como se
fossem da sua própria empresa, a responsabilidade é da empresa contratante.
2.5 SERVIÇOS EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Considera-se trabalho em altura aquele executado em níveis diferentes
e no qual haja risco de queda capaz de causar lesão ao trabalhador (MTE,
2011).
Então não existe uma altura mínima definida para o serviço, qualquer
serviço que possua diferença de nível que possa proporcionar uma lesão ao
trabalhador é considerado serviço em altura, isto se deve ao fato que a
gravidade da lesão em um acidente de trabalho não será por uma diferença de
nível elevada, mas sim pela maneira como ele é sofrido o acidente, como ele
17
caiu (de cabeça, de lado, etc.), em que local ele caiu (em ponta vertical de
vergalhão de aço, areia, etc.) entre outros fatores.
Segundo BARBOSA e SANTANA (2005) acidentes envolvendo quedas
representam cerca de 40% dos acidentes na ICC e de acordo com ARAÚJO
(2002), a etapa da obra onde mais ocorrem acidentes na construção civil com
relação a quedas em altura e até quedas no mesmo nível é na execução da
estrutura.
De acordo com SAMPAIO (1998b), nas atividades na fase da estrutura
encontram-se os maiores riscos, principalmente na execução da montagem e
desmontagem de formas, montagem de armadura e na concretagem.
Ainda segundo ele, outros serviços que oferecem riscos elevados são a:
utilização de andaimes apoiados ou suspensos em más condições;
queda de operário em superfícies de passagem;
beiradas de lajes e de sacadas;
elevadores e de gruas;
aberturas no piso, nas lajes e nos acessos aos elevadores;
montagem de esquadrias e na colocação de vidros;
risco de quedas de pilhas de armazenamento de materiais e
equipamentos sobre os operários.
riscos de queda em consequência de descargas e choques elétricos;
obstrução das áreas de circulação;
falta de limpeza e ordem;
falta de sistema guarda-corpo e rodapé (GcR);
falta de plataformas;
plataformas inadequadas;
falta de redes de proteção;
ruptura de cinto de segurança, cabos, cordas e fitas;
falha de dispositivo de segurança;
Esta enorme quantidade de AT em serviços envolvendo quedas de
altura fez com que fosse revisado e alterado o item 18.15 da NR 18 pela
Portaria Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) n.º 201, de 21 de janeiro de
2011.
18
Além disso, está sendo estudada pelo MTE a criação de uma nova NR
(NR 37) apenas sobre Trabalho em Altura disponibilizada em Consulta Pública
pela Portaria SIT n.º 232, de 09/06/2011 para coleta de sugestões da
sociedade.
Isto demonstra que a situação do país não é boa com relação à
segurança dos trabalhadores em serviços que envolve quedas de altura, pois
constantemente está sendo atualizada a NR 18 e também sendo proposta a
criação de uma NR especifica para trabalhos em altura.
O gráfico 01 mostra a quantidade de acidentes envolvendo quedas em
altura, e como esses acidentes estão aumentando ao longo dos anos, o que
não é bom, pois na realidade o número de acidentes deveria estar diminuindo e
não aumentando, confirmando que as empresas não estão tomando atitudes
adequadas de prevenção em serviços que envolvem queda de altura.
A Tabela B mostra a quantidade de acidentes na ICC e como o número
de AT envolvendo queda de altura é muito alto, isto mostra que as empresas
não estão tomando cuidado suficiente com a segurança dos seus
trabalhadores nos canteiros de obra.
Gráfico 01 - Acidentes com queda na construção civil, no Brasil.
Fonte: SESI (2005), apud COSTA (2007).
19
Tabela B - Acidentes de trabalho na Construção Civil, Salvador, Brasil
Fonte: SINTRACOM (2007), apud COSTA (2007).
Estes dados mostram que as empresas da ICC não estão se
preocupando com a segurança dos seus trabalhadores, ocorrendo diversos
acidentes, principalmente nos serviços que existe o risco de queda de altura.
20
3. ESTUDO DE CASO – QUEDAS DE ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O objetivo deste trabalho é verificar se as empresas estão se
preocupando com a segurança dos seus trabalhadores em serviços com risco
de queda de altura, logo serão observados dois canteiros de obras verticais de
empresas distintas com foco principal em 07 itens da NR 18 que são:
18.12 Escadas, Rampas e Passarelas
18.13 Medidas de Prevenção contra Quedas de Altura
18.14 Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas
18.15 Andaimes
18.18 Serviços em Telhado
18.23 Equipamentos de Proteção Individual
18.29 Ordem e Limpeza
Será feita a avaliação e análise individual de cada empresa e no final
será realizado um comparativo entre elas, e para se chegar a um resultado
mais satisfatório foram selecionadas obras semelhantes e na mesma etapa da
construção.
As obras escolhidas foram:
Obra A: Construção de um condomínio realizado pela empresa Alpha
Empreendimentos (nome fictício) na fase estrutural e de levante de alvenaria.
Obra B: Construção de um residencial realizado pela empresa Beta
Empreendimentos (nome fictício) também na fase de superestrutura e de
levante de alvenaria.
O período das visitas ocorreu entre os meses de março e julho de 2011
e o desenvolvimento deste trabalho (visitas, registros fotográficos, aplicação do
check-list) foi autorizado verbalmente pelos responsáveis de cada obra.
3.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA A
Razão Social: Alpha Empreendimentos (nome fictício)
Endereço: Capuchinhos, Feira de Santana – BA.
Ramo de Atividade: Construção Civil
21
Grau de Risco: 03 (três).
N° de Funcionários: 400
Descrição da Empresa: Empresa com muitos anos já no mercado, voltada
para o desenvolvimento de projetos no segmento da construção civil,
incorporação, intermediação de compra, venda e aluguéis de imóveis,
planejamento estratégico para novos negócios com incentivo fiscal nas áreas
industrial e comercial.
3.2 DESCRIÇÃO DO CANTEIRO A
Obra: Construção do Condomínio
Endereço: Santa Mônica, Feira de Santana – BA.
Proprietário: B. C. e Alpha Empreendimentos
Data de Início: 01/06/10
Data de Conclusão: 01/06/13
Responsável pela Obra: F.S.A.
Descrição do Empreendimento: Condomínio de classe alta, com 18
pavimentos, com 04 apartamentos por andar, totalizando 72 apartamentos,
com “playground” e garagem.
3.3 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS DO CANTEIRO A
Neste trabalho foram observados os 07 itens da NR 18, citados
anteriormente, que são os mais influentes nos serviços que podem ocorrer
queda de altura, caso os itens não estejam em conformidade com a NR 18
serão feitas recomendações e os que estiverem serão destacadas as boas
práticas da empresa.
A seguir estarão as fotos mostrando a situação real em que estava o
canteiro nos dias das visitas.
22
3.3.1 Item 18.12 – Escadas, Rampas e Passarelas.
Neste item são avaliados 06 subitens diferentes que são: escadas de
mão portáteis, escadas de abrir, escadas provisórias de uso coletivo, rampas,
passarelas e GcR em escadas executadas.
No período da visita foram encontradas: escadas de mão portáteis,
rampas, passarelas e GcR em escadas executadas.
a) Escada de mão portátil
Situação encontrada: foram encontradas escadas em situações muito
ruins, como apoiadas em piso molhado (figura 6); nenhuma possuía algum tipo
de fixação podendo ocorrer algum deslocamento acidental, algumas em
péssima qualidade com emendas, diminuindo a resistência da escada e
possuindo distância entre os degraus inconstante (figura 7), dificultando a
movimentação do trabalhador, apoiadas próximas a periferia da laje sem
nenhuma segurança (figura 8), com os degraus ultrapassando o pavimento
superior (figura 9) dificultando o acesso do trabalhador e com degraus fixados
aos montantes apenas por pregos.
Figura 6 – Escada apoiada sobre piso molhado. Figura 7 – Escada utilizada para acesso à laje do
3º pavimento.
23
Figura 8 – Escada utilizada próximo a periferia
da laje do 8º Pavimento. Figura 9 – Escada de acesso ao 1º
pavimento.
Boas práticas: não foram encontradas escadas com comprimento
superior a 7,00 m e nenhuma estava sendo utilizada próxima a rede elétrica.
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.12.5, e com a RTP-
04 da FUNDACENTRO, as escadas devem estar firmemente apoiadas em
pisos resistentes; tanto a parte superior como a inferior devem estar fixadas por
amarração, entroncamento ou similar para poder evitar algum tipo de
deslocamento acidental como mostradas nas figuras 10 e 11.
Figura 10 – Amarração de escadas. Fonte: RTP-04 FUNDACENTRO.
Figura 11 – Acesso ao pavimento superior pela prolongação dos montantes.
Fonte: RTP-04 FUNDACENTRO.
O espaçamento entre os degraus deve ser uniforme, variando entre 0,25
m e 0,30 m, o espaçamento entre os montantes deve ser entre 0,45 m e 0,55
m, devem ser instaladas cavilhas entre os montantes para fixar melhor os
degraus conforme mostra a figura 12.
24
Figura 12 – Travessas e cavilhas
Fonte: RTP-04 da FUNDACENTRO
Para que o acesso ao pavimento superior seja feito de maneira segura é
necessária que os montantes da escada ultrapassem 1,00 m o pavimento
superior, sem os degraus conforme a figura 11. Retirar as escadas que estão
sendo utilizadas próximas a aberturas e vãos, pois é proibido, e devem ser
utilizadas escadas com madeira de boa qualidade sendo proibida a união de 02
ou mais escadas.
b) Rampas
Situação encontrada: foi encontrada uma rampa de acesso quando
estava sendo feita a concretagem da laje do 1º pavimento; ela não estava bem
fixada (figura 14) com ressalto entre a rampa e o piso de acesso, podendo
ocorrer algum deslocamento acidental; não havia nenhum sistema de proteção
coletiva (figura 13), oferecendo baixas condições de segurança para o
trabalhador que a utiliza, mesmo estando com cinto tipo paraquedista, pois não
está fixado em nenhum local e possui peças transversais no piso da rampa
para apoiar os pés.
25
Figura 13 – Detalhe da falta de sistema de
fixação adequado para rampa. Figura 14 – Rampa de acesso ao Térreo.
Boas Práticas: a rampa possuía inclinação inferior a 30º, e seu
dimensionamento atende ao efetivo da obra conforme a tabela C (neste dia o
efetivo da obra era de 37 funcionários):
Tabela C – Dimensionamento da largura da rampa
Fonte: RTP-04 da FUNDACENTRO
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.12.6, e com a RTP-
04, não deve haver ressaltos entre a rampa e o piso de acesso o que pode
levar o trabalhador a tropeçar; tanto a parte superior como a inferior da rampa
devem estar fixadas adequadamente para evitar qualquer tipo de deslocamento
ou instabilidade, e deve existir sistema tipo Guarda-corpo e Rodapé (GcR) nas
periferias laterais da rampa para evitar a queda do trabalhador e de materiais
na área abaixo da rampa conforme a figura 15.
26
Figura 15 – Modelo de rampa de acesso.
Fonte: RTP-04 da FUNDACENTRO
c) Passarelas
Situação encontrada: foram encontradas 02 passarelas de acesso ao
térreo, ambas estavam em condições ruins; a passarela (figura 16) estava com
a entrada obstruída, cheia de material dificultando o acesso, possuía ressaltos
entre o piso e ela não tinha nenhum tipo de proteção coletiva instalado; a
passarela foi dividida em 02 para aumentar o seu comprimento e não possuía
nenhum tipo de fixação, estando solta e instável o mesmo acontecendo com a
da figura 17 que possuía uma grande quantidade de entulho na saída dela,
salientando que a madeira utilizada era muito esbelta e não era de boa
qualidade.
27
Figura 16 – Entrada da passarela obstruída. Figura 17 – Passarela de acesso ao térreo.
Boas práticas: a largura da rampa atendia ao efetivo da obra..
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.12.6, e com a RTP-
04, manter a entrada e saída da passarela limpa e desobstruída para facilitar o
acesso do trabalhador assim como não deve haver ressaltos entre ela e piso
de acesso, deve ser instalado um sistema tipo GcR em toda a periferia lateral
da passarela evitando a queda de pessoas e materiais; não deve ser utilizada
02 ou mais passarelas para aumentar o comprimento e utilizar madeira de boa
qualidade para poder resistir ao esforço que lhe será submetido.
d) GcR em escadas executadas
Durante a construção foram executadas escadas de acesso para cada
pavimento, que serão as mesmas utilizadas quando o condomínio estiver
pronto; elas são executadas de acordo com seu respectivo projeto, mas se ela
oferecer algum tipo de risco de queda de pessoas ou materiais deve ser
instalado um sistema de proteção coletiva tipo GcR.
Situação encontrada: não estão sendo tomados os devidos cuidados
com as escadas de concreto na obra; observa-se na figura 18 que existe o
risco de queda do trabalhador que utiliza a escada e até mesmo queda de
materiais.
28
Figura 18 – Escada de concreto sem proteção.
Recomendações: de acordo com a NR 18, em qualquer local que houver
risco de queda de pessoas ou materiais deve ser instalado um sistema de
proteção coletiva tipo GcR conforme a figura 19.
Figura 19 – Sistema GcR em escada executada.
Fonte: RTP-04 da FUNDACENTRO
29
3.3.2 Item 18.13 – Proteção contra Quedas de Altura
Neste item são avaliados 07 subitens que são: aberturas de piso, caixa dos
elevadores, bandeja principal, bandejas secundarias, bandejas terciárias, rede
de proteção e sistema GcR. Foram encontrados: aberturas de piso, caixa dos
elevadores, bandeja principal, bandejas secundárias e sistema GcR.
Situação encontrada: Foi encontrada uma quantidade maior de abertura de
piso durante a execução dos 1º e 2º pavimentos, pois ainda não havia sido
executada a escada de concreto e o acesso estava sendo realizado por essas
aberturas (figura 20), mas ainda foram encontradas pequenas aberturas (figura
21 e 22), em pavimentos mais elevados, que podem levar o trabalhador a
sofrer uma lesão e existe o risco de queda de materiais no pavimento inferior
ao das aberturas; a empresa tentou fechar algumas aberturas (figura 23), mas
não estavam fixadas de maneira adequada e com frestas razoavelmente
grandes.
a) Aberturas de piso
Figura 20 – Abertura de acesso do térreo para
a garagem. Figura 21 – Abertura no piso da laje do 3º
pavimento.
Figura 22 – Pequenas aberturas no piso do 4º
pavimento. Figura 23 – Abertura na laje, do 2º pavimento.
30
Recomendações: de acordo com a NR-18, item 18.13, e com a RTP-01
deve ser instalado nas aberturas de piso fechamento provisório e resistente
com capacidade de suportar o esforço a qual será submetido, fixado de
maneira adequada para evitar deslocamento acidental e manter a sua
estabilidade sem possuir frestas (figura 24), pois assim ainda haveria o risco de
queda tanto de pessoas como de material; no caso da situação da figura 23
como está havendo o acesso de trabalhadores dever ser instalado um sistema
tipo GcR dotado de cancela (figura 25).
Figura 24 – Fechamento provisório do piso. Figura 25 – Sistema GcR com cancela
b) Caixa dos elevadores
Situação encontrada: na maioria dos pavimentos as caixas de
elevadores eram providas do sistema tipo GcR , exceto nos pavimentos onde
foi colocado o assoalho do fosso, ficando só o fechamento do piso,
provavelmente para economizar dinheiro, observando que alguns sistemas tipo
GcR não possuíam tela (figura 26) ou a tela estava mal colocada (figura 27)
outros não possuíam rodapé (figura 27) podendo ocasionar risco de quedas de
materiais (blocos, martelo, etc.) e o fosso dos elevadores era assoalhado de 03
em 03 pavimentos (figura 28), porém onde havia o assoalho do fosso não foi
instalado sistema GcR (figura 29).
31
Figura 26 – Sistema GcR sem a rede de
proteção. Figura 27 – Sistema GcR com abertura na rede
de proteção e sem rodapé.
Figura 28 – Assoalho no poço do elevador. Figura 29 – Falta de sistema GcR em
pavimentos com assoalho.
Boas Práticas: o fosso estava assoalhado a cada 03 pavimentos, o
sistema GcR possuía travessão principal e travessão intermediário, sendo que
alguns ainda possuíam 03 travessões (figura 26), e estavam bem fixados à
estrutura da edificação.
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.13, e com a RTP-04
mesmo com o assoalho colocada no pavimento, deve ser instalado o sistema
GcR bem fixado à estrutura da edificação, revestir com tela os trechos que
estiverem sem, e consertar onde está mal colocado, instalar rodapé onde não
houver, com altura de 0,20 m, salientando que além do sistema GcR pode ser
instalado painel inteiriço com 1,20 m de altura, de madeira, metálico ou similar
(figuras 30 e 31).
32
Figura 30 – Painel inteiriço de madeira. Figura 31 – Sistema de proteção por tela
metálica.
c) Bandeja Principal
Situação encontrada: a bandeja estava instalada na laje do 1º
pavimento, contornava todo o perímetro da edificação, porém o estrado da
plataforma possuía frestas (figura 32), estavam com uma grande quantidade de
entulho sobre ele (figura 34) e vãos próximos à estrutura da edificação (figura
35).
Figura 32 – Detalhe das frestas na bandeja. Figura 33 – Fixação da bandeja na estrutura da
edificação.
Figura 34 – Entulho na bandeja. Figura 35 – Aberturas no encontro da bandeja
com a edificação.
33
Boas Práticas: como a obra possui mais de 04 pavimentos foi instalada a
bandeja principal na primeira laje, possui projeção horizontal de 2,50 m com um
complemento de 0,80 m a 45º a fixação da bandeja é adequada (figura 33),
capaz de resistir aos esforços que lhe será submetido.
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.13.6, e com a RTP-
01 deve ser realizada a manutenção da bandeja principal regularmente,
mantendo-a em bom estado de conservação e limpa e o estrado da plataforma
deve ser contínuo sem apresentar frestas e vãos.
d) Bandejas secundárias
Situação encontrada: a obra estava executando a concretagem da 12ª
laje, e foi encontrada uma bandeja secundária, instalada na 10ª laje, com
algumas festas e aberturas no estrado (figura 36).
Figura 36 – Detalhe nas aberturas do estrado da
bandeja. Figura 37 – Bandeja instalada na 10ª laje.
Boas Práticas: depois da bandeja principal, devem ser instaladas as
bandejas secundárias de 03 em 03 pavimentos, localizadas, portanto nas 3ª, 7ª
e 10ª lajes, respectivamente, mas como a vedação entre a 1ª e a 10ª laje já foi
finalizada, as bandejas localizadas entre as duas já podem ser retiradas,
portanto está adequado o sistema de bandejas secundárias no canteiro (figura
37), além disso, ela possui largura em balanço de 1,40 m com complemento de
0,80m a 45º, contorna todo o perímetro da edificação e os suportes metálicos
da bandeja estão fixados a uma distância inferior a 2,00 m (figura 36).
34
Recomendações: De acordo com o item 18.13.7 da NR 18, e com a
RTP-01, o estrado da bandeja secundária deve ser contínuo de boa qualidade
e sem apresentar fretas ou vãos.
e) Rede de proteção
Situação encontrada: Não havia tela de proteção instalada entre as
bandejas (figura 37); deve haver uma tela de proteção instalada entre cada
bandeja, porém como aconteceu com a bandeja secundária, como já havia sido
concluída a vedação entre as duas bandejas, não há necessidade de instalar
tela de proteção.
A figura 38 mostra o sistema de bandejas e tela de proteção, de uma
edificação vertical convencional.
Figura 38 – Sistema de bandejas e rede de proteção.
Fonte: RTP-04 da FUNDACENTRO
f) Periferia de laje
Situação encontrada: A situação está bem crítica; trabalhadores
colocando as formas sem proteção adequada (figuras 39, 41 e 42), tanto
coletiva como individual, utilizam o cinto tipo paraquedista (figuras 39 e 42),
35
mas sem nenhuma utilidade visto que não está preso em nenhum local,
trabalhadores em periferia de laje cheia de entulho sem nenhuma proteção
(figura 43) facilitando ainda mais o risco de queda; a demora para se instalar os
sistemas de proteção coletiva, pois enquanto já havia sido concretada a 2ª laje
ainda não havia sido instalado nada na 1ª (figura 40), sistemas GcR mal
instalados (figuras 45 e 46), mas a pior situação é na figura 42 onde
trabalhadores estão apenas sobre uma plataforma de madeira esbelta sem
nenhum tipo de proteção, colocando uma forma relativamente pesada e com a
plataforma cheia de material.
Figura 39 – Colocando a forma sem proteção
adequada. Figura 40 – Falta de EPC na 1º laje.
Figura 41 – Colocando as formas do pilar na
periferia da laje. Figura 42 – Colocando as formas em pedaço de
madeira em balanço.
36
Figura 43 – Trabalhador na periferia da laje cheia
de entulho sem proteção. Figura 44 – Periferia da laje sem proteção com
pontas de vergalhões desprotegidas.
Figura 45 – Sistema GcR instalado em alguns
pavimentos. Figura 46 – Detalhe do sistema GcR, com
entulho e frestas.
Boas práticas: em alguns pavimentos observados na figura 45, foram
encontrados alguns sistemas GcR instalados, e de maneira correta com
travessão principal a 1,20 m de altura, travessão intermediário a 0,70 m,
rodapé com 0,20 m de altura (foi levantada uma fiada de bloco cerâmico
aproveitando como rodapé), e rede de proteção.
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.13 em toda a periferia
que oferecer risco de quedas de pessoas ou materiais deve ser instalado
algum tipo de sistema de proteção coletiva, como o sistema GcR da figura 47,
ou o sistema de barreira com rede (pouco utilizado) da figura 48; quando não
houver possibilidade de instalá-los, deve ser instalado um cabo guia resistente,
e fixado em local adequado para poder fixar o cinto tipo paraquedista por
talabarte e trava-quedas, podendo ser utilizado talabarte duplo para facilitar a
movimentação do trabalhador; além disso, durante a concretagem da laje,
podem ser instalados ganchos metálicos para poder prender o cabo guia
depois que a laje for concretada, auxiliando na hora de colocar as formas nos
37
pilares e vigas, devendo ser instalado imediatamente algum tipo de proteção
coletiva já que o EPI necessita de uma rigorosa fiscalização não deixando
ninguém sem utilizar o equipamento.
Figura 47 – Modelo do sistema GcR.
Figura 48 – Modelo do sistema de barreira com rede.
3.3.3 Item 18.14 – Movimentação e Transporte de Pessoas e Materiais
Neste item são avaliados 05 subitens diferentes que são: elevador de
passageiro, elevador de materiais, elevador cremalheira, gruas e guincho. No
38
período da visita foram encontrados: elevador de passageiros e elevador de
materiais.
a) Elevador de materiais
Situação encontrada: Foi encontrado um elevador de material com porta
de acesso em todos os pavimentos (figura 49) acoplado um sistema de
chamada em cada uma das portas (figura 50), rampas de acesso na maioria
dos pavimentos, porém elas apresentavam aberturas nas laterais (figura 49) e
em alguns pavimentos não existia rampa (figura 51), com a torre do elevador
próxima da edificação (figura 52); passando até por dentro da edificação, no
térreo, 1º e 2º pavimentos; com o posto do guincheiro isolado e sinalizado
(figura 53); e de acordo com a técnica de segurança da obra o elevador possui
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), porém não se encontrava na
obra e foi montado por profissionais habilitados.
Figura 49 – Porta de acesso com a rampa. Figura 50 – Detalhe do sistema de chamada.
Figura 51 – Porta sem rampa de acesso. Figura 52 – Torre e cabine do elevador.
39
Figura 53 – Posto do guincheiro isolado e
sinalizado. Figura 54 – Falta de proteção do cabo entre a
roldana livre e o tambor.
Boas Práticas: não eram transportados passageiros no elevador, a torre
está localizada próxima à edificação, ela está afastada da rede elétrica, a base
da torre é rígida, estava aterrada eletricamente, existiam barreiras com 1,80m
em todos os pavimentos, impedindo o contato acidental com a torre, o posto do
guincheiro estava isolado, com placas de sinalização (figura 53), existe assento
adequado para o operador, a distância da roldana para o tambor estava entre
2,50m e 3,00m, existia porta de acesso seguro em todos os pavimentos com
sistema de chamada em cada uma delas mantendo uma comunicação segura
com o guincheiro, as rampas eram ascendentes em direção a torre e possuíam
sistema GcR, as cabines do elevador possuía cobertura e painéis com 1,00m
de altura (figura 52), e de acordo com o operador, o elevador possuía freio de
emergência e sistema de frenagem automática.
Recomendações: De acordo com a NR 18, item 18.14 e com a RTP-02,
devem existir rampas de acesso em todas as portas do elevador, bem fixadas à
estrutura da edificação e a torre, sem aberturas; o cabo de aço entre roldana
livre e o tambor (figura 54), deve estar protegido, como mostra a figura 55;
revestir com tela a torre do elevador, pois as cabines não são completamente
fechadas (figura 52); deve ser feita a manutenção periodicamente com livro de
inspeção para anotar qualquer irregularidade e tomar cuidado com o cabo de
aço do tambor, pois em qualquer posição que estiver a cabine o cabo deve dar
no mínimo 06 voltas no tambor.
Na figura 55 observa-se a proteção do cabo de aço entre a roldana e o
tambor, o isolamento do local em que fica o guincheiro, o detalhe do assento, e
a base, da torre e do guincho, feita de concreto para tornar a estrutura rígida.
40
Na figura 56 pode ser observada a cobertura basculável ou de encaixe,
para poder transportar peças compridas e os painéis laterais com 1,00m de
altura.
Figura 55 – Modelo do posto do guincheiro.
Fonte: RTP-02 da FUNDACENTRO. Figura 56 – Modelo da cabine do elevador de
materiais. Fonte: RTP-02 da FUNDACENTRO.
Elevador de passageiro
Situação encontrada: A torre do elevador, cabos de aço, roldana e
tambor, encontravam-se em situação idêntica a do elevador de materiais, mas
o elevador possuía porta pantográfica (figura 57), rampas de acesso em todos
os pavimentos sem aberturas (figura 58); não havia um sistema de
amortecimento na base da torre do elevador (figura 59) e havia sinalização
adequada, alertando os usuários quanto à utilização segura do elevador e
indicando a carga máxima (figura 60).
Figura 57 – Porta de acesso ao elevador de
passageiro. Figura 58 – Rampa de acesso ascendente a
torre.
41
Figura 59 – Falta de sistema de amortecimento
na base da torre do elevador. Figura 60 – Detalhe da sinalização da capacidade máxima e dos comandos.
Boas Práticas: a cabine era completamente fechada, com piso
resistente, e porta pantográfica (figura 57); existia freio manual dentro da
cabine; era operada por profissional habilitado, existiam proteções laterais do
piso ao teto da cabine; o elevador era utilizado apenas para o transporte de
pessoas, havia comunicação segura com o operador através de botões
instalados em cada elevador e o mesmo só se movimentava quando todas as
portas de acesso estavam fechadas.
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.14, e com a RTP-02,
deve ser instalado um sistema de amortecimento eficiente na base da torre do
elevador, e existir um livro de inspeção que para ser preenchido diariamente
pelo operador sobre a situação e manutenção do elevador; e para a torre,
cabos de aço, roldana e tambor devem ser seguidas as mesmas
recomendações do elevador de materiais.
A figura 61 mostra mais detalhes da torre do elevador como freio
centrifugo, freio manual, freio magnético e limitadores de curso enquanto a
figura 62 mostra mais detalhes da cabine de passageiros, como os painéis
completamente fechados porta pantográfica e cobertura basculável ou de
encaixe, caso também for utilizado para o transporte de materiais.
42
Figura 61 – Modelo de torre do elevador.
Fonte: RTP-02 da FUNDACENTRO. Figura 62 – Modelo da cabine de passageiro.
Fonte: RTP-02 da FUNDACENTRO.
Outro sistema que poderia ser utilizado seria o elevador cremalheira,
que transporta tanto material como passageiros, obedecendo às especificações
do fabricante, quanto à montagem, desmontagem e manutenção.
3.3.4 Item 18.15 - Andaimes
Este item não será avaliado, pois ele não se aplica a esta etapa da obra,
ou seja, não foram encontrados andaimes durante a visita, pois eles só devem
começar a ser utilizados quando iniciarem outras etapas, principalmente
revestimento.
43
3.3.5 Item 18.18 – Serviços em telhado
Outro item que não se aplica, pois a obra ainda estava na fase de
superestrutura e vedação, e neste tipo de obra raramente se encontram
serviços em telhado, ocorrendo com mais freqüência em obras horizontais.
3.3.6 Item 18.23 – EPI
Neste item serão avaliados os EPI fornecidos para todos os funcionários,
se existe estoque adequado no canteiro, se são fornecidos uniformes
adequados e de boa qualidade, se são realizados treinamentos para o uso
correto de EPI, se existe o controle de entrega dos mesmos e os respectivos
certificados de aprovação.
a) EPI
Situação encontrada: A empresa fornecia EPI gratuitamente a todos os
funcionários (capacete, cinto tipo paraquedista, trava-quedas, etc.), de boa
qualidade e com CA, conforme visto na figura 39, porém não foi instalado um
cabo guia em local adequado para poder fixar o cinto tipo paraquedista por
talabarte e trava-quedas.
Figura 63 – Controle de entrega de EPI. Figura 64 – Ficha do Dialogo de Segurança
Semanal (DDS)
44
Figura 65 – Placas indicando o uso obrigatório de
EPI. Figura 66 – Estoque de EPI.
Boas Práticas: A empresa fornece 02 mudas de uniforme para cada
funcionário com a identificação da empresa, possui controle de entrega de EPI
(figura 63), são realizados treinamentos com os trabalhadores como o DDS
(figura 64), admissional e específicos, e estoque da empresa está adequado
(figura 66).
Recomendações: Deve ser instalado um cabo guia nos locais onde
estão sendo realizados serviços que envolvem queda de altura, enquanto não
houverem sidos instalados sistema de proteção coletiva; onde os cabos devem
estar fixados por meio de dispositivos que impeçam o seu deslizamento e com
capacidade para resistir aos esforços que lhes serão submetidos.
3.3.7 Item 18.29 – Ordem e limpeza
Neste item será observada a questão da limpeza e organização dos
canteiros e da área de vivência, se existe coleta seletiva e se o entulho está
sendo coletado com frequência.
a) Ordem e Limpeza
Situação encontrada: existe uma boa quantidade de entulho espalhada
pelo canteiro, próximos a periferia de laje e no acesso da passarela, existe
também um sistema de duto para facilitar a limpeza das lajes (figuras 67 e 68).
45
Figura 67 – Duto de limpeza. Figura 68 – Detalhe da boca de coleta em cada
pavimento.
Boas Práticas: foi instalado sistema de duto com entrada em cada
pavimento para a retirada do entulho. As áreas de vivência são mantidas
limpas em boas condições de higiene.
Recomendações: instalar um local específico para o entulho, isolado e
sinalizado com coleta feita regularmente, mantendo o canteiro sempre limpo e
as passagens desobstruídas. Evitar lançar entulho com dimensões elevadas
para não entupir o duto e instalar um sistema de coleta seletiva no canteiro.
3.4 CHECK-LIST CANTEIRO A
Cada item avaliado anteriormente foi pontuado, sendo que para cada
item foi atribuído um peso diferente a fim de obter a média do canteiro, os itens
que obtiverem nota superior a 8,00 estarão em conformidade com NR 18,
segue a tabela D com a legenda das notas:
Tabela D – Legenda das notas do Check-List.
46
Seguem as médias obtidas por cada item:
1- Escadas, Rampas e Passarelas (ANEXO A) = 3,66 (Peso: 2,00)
a) Escada de mão portátil = 5,80
b) Rampas = 5,43
c) Passarelas = 3,43
d) GcR em escadas executadas = 0,00
2- Proteção Contra Quedas em Altura (ANEXO B) = 6,00 (Peso: 2,50)
a) Abertura de piso = 2,00
b) Caixa de elevadores = 8,00
c) Periferia de laje = 3,60
d) Bandeja principal = 7,71
e) Bandeja secundária = 8,67
f) Rede de proteção = NA
3- Movimentação e Transporte de Pessoas e Materiais (verticais e
horizontais) (ANEXO C) = 7,02 (Peso: 1,00)
a) Elevador de passageiro = 6,57
b) Torre do elevador = 7,75
c) Posto do guincheiro = 7,60
d) Rampas de acesso = 6,00
e) Elevador de materiais = 7,20
4- Andaimes = NA
5- Serviços em Telhado = NA
6- EPI (ANEXO D) = 5,87 (Peso: 0,50)
a) EPI = 8,60
b) Uniformes = 9,00
c) Cabo guia = 0,00
47
7- Limpeza e Organização (ANEXO E) = 6,00 (Peso 0,50)
a) Limpeza = 6,00
Média geral = 5,43
Poucos itens alcançaram nota acima de 8,00, como foi o caso da caixa
dos elevadores, da bandeja secundária, do EPI e dos uniformes, além disso,
foram atribuídas notas entre péssimo e ruim para muitos itens, como:
passarelas, GcR em escadas executadas, abertura de piso, periferia de laje e
cabo guia. E a média geral da obra ficou entre regular e ruim.
3.5 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA B
Razão Social: Beta Empreendimentos (nome fictício)
Endereço: residência do proprietário (não divulgado)
Ramo de Atividade: construção de civil
Grau de Risco: 03 (três).
N° de Funcionários: 70
Descrição da Empresa: empresa nova no mercado, criada em 2006, no inicio
apenas construindo pequenas casas pela vizinhança, se interessou pela área e
expandiu seus negócios, começando a construir edificações de maior porte.
3.6 DESCRIÇÃO DO CANTEIRO B
Obra: Construção do Residencial
Endereço: Santa Mônica, Feira de Santana – Ba.
Proprietário: Beta Empreendimentos
Data de Início: 01/04/2010
Data de Conclusão: 01/06/2012
Responsável pela Obra: A.C.S.
Descrição do Empreendimento: Construção de um edifício residencial com 08
(oito) pavimentos, possuindo 04 (quatro) apartamentos por andar, totalizando
32 apartamentos, com garagem e “playground”.
48
3.7 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS DO CANTEIRO B
A seguir estarão as fotos mostrando a situação real em que estava o
canteiro nos dias das visitas, entre março e julho de 2011, salientando que as
recomendações feitas para as não conformidades do canteiro A, servem como
referência para o canteiro B.
3.7.1 Item 18.12 – Escadas, Rampas e Passarelas.
No período da visita foram encontradas: escadas de mão portáteis,
escadas provisórias coletivas e GcR em escadas executadas.
a) Escada de mão portátil
Situação encontrada: escadas provisórias utilizadas para a
movimentação de trabalhadores entre os pavimentos; apoiadas sobre pisos,
com fechamento provisório solto, (figuras 69 e 72). Não estavam fixadas nem
na parte superior como na inferior (figuras 69, 70 e 72). Foi executado um corte
no montante da escada para servir como cavilha (figura 71) e a madeira das
escadas era de boa qualidade, não apresentando nós e nem rachaduras.
Figura 69 – Escada de mão apoiada em um
fechamento provisório do piso. Figura 70 – Detalhe da escada ultrapassando o
piso superior.
49
Figura 71 – Detalhe da cavilha de má qualidade. Figura 72 – Parte inferior da escada sem
nenhuma fixação.
Boas Práticas: as escadas encontravam-se distantes da rede elétrica. O
comprimento não ultrapassava 7,00 m, a altura atendia aos serviços e os
espaçamentos dos degraus eram uniformes variando entre 0,25 m e 0,30 m.
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.12.5, e com a RTP-
04, as escadas devem estar apoiadas em piso resistente, ao contrário do
encontrado (figuras 69 e 72); onde elas estavam apoiadas sobre fechamentos
provisórios de uma abertura no piso, os montantes das escadas (sem os
degraus) devem ultrapassar 1,00 m o piso superior, pois estavam
ultrapassando com os degraus, para o acesso seguro do trabalhador, tanto a
parte superior como a inferior da escada deve estar fixa por amarração ou
entroncamento para evitar um deslocamento acidental, pois não possuem
nenhum tipo de fixação, e devem haver cavilhas nos montantes para fixar
melhor os degraus, pois o corte feito no montante não serve como cavilha.
b) Escadas provisórias coletivas
Situação encontrada: uma escada provisória que estava sendo utilizada
para realizar o acesso do piso em que estava o barracão para o térreo da
edificação. A escada possuía inclinação adequada (figura 73), sistema GcR
incompleto, faltando o rodapé, podendo ocasionar a queda de materiais em
quem passa na área abaixo dela e estava bem fixa, com madeira de boa
qualidade sem apresentar nós ou rachaduras.
50
Figura 73 – Escada provisória coletiva. Figura 74 – Detalhe da largura da escada.
Boas Práticas: tanto a parte superior como a inferior da escada estavam
bem fixas ao piso, possuía guarda-corpo com altura de 1,20m e travessão
intermediário com 0,70 m de altura, a largura da escada atendia ao efetivo da
obra (70 funcionários).
Recomendações: De acordo com a NR 18, item 18.12.5.1 e com a RTP-
04, a escada deve possuir rodapé com altura de 0,20 m e manter a inclinação
da escada entre 24º e 38º.
c) GcR em escadas executadas
Situação encontrada: No período inicial da obra as escadas não tinham
o sistema GcR (figura 75), mas com o decorrer do tempo foi instalado o
sistema com travessão superior a 1,20 m de altura, travessão intermediário a
0,70 m e rodapé com 0,20 m de altura.
Figura 75 – Escadas já executada sem sistema
GcR. Figura 76 – Escada executada com sistema GcR.
51
Recomendações: O sistema GcR deve ser instalado imediatamente
depois de executada a escada, não deixando que os trabalhadores a utilizem
enquanto não houver sido instalado.
3.7.2 Item 18.13 – Proteção contra Quedas de Altura
No período da visita foram encontrados: aberturas de piso, caixa dos
elevadores, bandeja principal, bandejas secundárias e sistema GcR.
a) Aberturas de piso
Situação encontrada: foram encontradas diversas aberturas no piso,
sendo realizado um fechamento incompleto, e o mais agravante foi o fato de
estarem apoiando as escadas de mão sobre estas aberturas (figuras 77 e 79);
deixando aberturas grandes (figura 78), com madeiras soltas (figura 79), já as
aberturas com menor dimensão foram mantidas abertas (figura 80), podendo
ocasionar a queda de um material ou ferramenta no pavimento inferior e até
mesmo uma lesão ao trabalhador.
Figura 77 – Abertura de piso com escada apoiada
sobre ela. Figura 78 – Fechamento incompleto da abertura.
52
Figura 79 – Fechamento com madeiras soltas. Figura 80 – Abertura no 7º Pavimento.
Recomendações: de acordo com a NR-18, item 18.13, e com a
RTP-01, todas as aberturas de piso, sem exceção, devem possuir
fechamento provisório, resistente e inteiriço, bem fixados ao piso para
que não haja um deslocamento acidental e sem possuir frestas.
b) Caixa dos elevadores
Situação encontrada: Em todos os pavimentos foi encontrado o sistema
GcR na caixa dos elevadores (figura 81), com o travessão superior a 1,20m de
altura, travessão intermediário a 0,70m de altura e rodapé com 0,20m de altura,
mas o fosso do elevador não estava assoalhado (figura 82).
Figura 81 – Sistema GcR completo na caixa dos
elevadores. Figura 82 – Falta do assoalho no fosso do
elevador.
Boas Práticas: A madeira do sistema GcR é de boa qualidade, sem
apresentar nós ou rachaduras e está bem fixada a estrutura do prédio.
53
Recomendações: De acordo com a NR 18, item 18.13, e com a RTP-04
o fosso do elevador deve ser assoalhado de 03 em 03 pavimentos
completamente forrado, sem possuir frestas e bem fixado a estrutura da
edificação.
c) Bandeja Principal
Situação encontrada: a bandeja estava instalada na laje do 1º
pavimento, contornava todo o perímetro da edificação, porém o estrado da
plataforma possuía uma quantidade de frestas (figura 83) e existia uma
quantidade razoável de entulho sobre ela (figura 84).
Figura 83 – Frestas no estrado da bandeja. Figura 84 – Entulho no estrado da bandeja.
Boas Práticas: foi instalada a bandeja principal na primeira laje, com
projeção horizontal de 2,50 m, complemento de 0,80m a 45º, a fixação da
bandeja está adequada (figura 83), capaz de resistir aos esforços que lhe serão
submetidos.
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.13.6, e com a RTP-
01 deve ser realizada a manutenção da bandeja principal regularmente,
mantendo-a em bom estado de conservação e limpa e o estrado da plataforma
deve ser contínuo sem apresentar frestas e vãos.
d) Bandejas secundárias
Situação encontrada: Foi encontrada uma bandeja instalada na 5ª laje
(figura 85), contornava todo o perímetro da edificação, estava bem fixada a
54
estrutura, possuía algumas frestas no estrado (figura 86), e uma grande
quantidade de entulho sobre ela (figura 87); como a obra possui 8 pavimentos
deveriam ter sido instaladas 02 bandejas, uma no 4º pavimento e outra no 7º,
mas de acordo com a técnica de segurança da obra o proprietário da empresa
solicitou que fosse instalada assim, para economizar material de uma bandeja.
Figura 85 – Bandeja secundária instalada na 5º
laje. Figura 86 – Detalhe das frestas e vãos próximos
à edificação.
Figura 87 – Grande quantidade de entulho sobre a bandeja.
Boas Práticas: De acordo com o item 18.13.7 da NR 18, e com a RTP-
01, a bandeja possui largura em balanço de 1,40 m com complemento de 0,80
m a 45º, contorna todo o perímetro da edificação e os suportes metálicos da
bandeja estão fixados a uma distância inferior a 2,00 m (figura 86).
e) Periferia de laje
Situação encontrada: No inicio da obra ao invés de instalado o sistema
GcR, foram instaladas telas (figura 88), que não tem resistência suficiente para
55
impedir a queda tanto de pessoas como de materiais. Com o decorrer da obra
ela foi substituída por sistema GcR (figura 89), mas haviam alguns sistemas
GcR que não estavam bem fixados a estrutura (figura 90), não possuíam
rodapé e existiam algumas aberturas; observando a figura 91 pode ser notado
o sistema danificado oferecendo alto risco aos funcionários, visto que apenas
alguns utilizavam cinto tipo paraquedista, porém não fixavam em nenhum local.
Figura 88 – Utilização de tela no lugar do GcR. Figura 89 – Sistema GcR sem tela de proteção.
Figura 90 – Sistema GcR mal fixado e com
aberturas. Figura 91 – Sistema GcR danificado.
Boas práticas: apesar da demora, em alguns pavimentos, foi instalado
sistema GcR adequado, bem fixado a estrutura, com madeira de boa qualidade
(figura 89).
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.13, deve ser
instalado sistema de proteção coletiva em todo local que houver risco de
quedas de pessoas ou materiais; durante o serviço de forma e desforma um
cabo guia deve ser instalado em local apropriado para os trabalhadores
prenderam o cinto tipo paraquedista por talabarte e travaquedas, e deve ser
56
instalado o sistema GcR imediatamente após a concretagem da laje, bem
fixado à estrutura, com madeira de boa qualidade, para garantir maior
segurança aos trabalhadores.
Outro meio de sistema que também pode ser utilizado é o sistema de
barreira com rede.
f) Rede de Proteção
Situação encontrada: como a vedação entre a bandeja secundária e a
principal já estava completa (figura 85) não havia necessidade de ser instalada
uma rede de proteção.
3.7.3 Item 18.14 – Movimentação e Transporte de Pessoas e Materiais
No período da visita foi encontrado apenas um elevador de passageiros
no local, que servia para o transporte de pessoas e materiais.
a) Elevador de passageiros e materiais
Situação encontrada: foi encontrado um elevador apenas no canteiro,
que era utilizado para o transporte ou pessoas ou de materiais, com posto do
guincho isolado (figura 92), com sistema de amortecimento (figura 93), com
sistema GcR nas suas laterais (figura 94), funcionando apenas se as portas de
acesso estivessem fechadas (figura 95); a cabine do elevador era
completamente fechada, porém não possuía portas pantográficas (figura 96),
ficando restrita apenas as portas de acesso; o elevador era operado por
profissional habilitado, a rampa era ascendente em direção a torre do elevador;
o elevador possuía freio de emergência funcionando corretamente; a torre do
elevador estava próxima a edificação e estava estaiada e havia sinalização
clara indicando que era proibido o transporte simultâneo de pessoas e
materiais (figura 97).
57
Figura 92 – Detalhe do isolamento do posto do
guincho. Figura 93 – Sistema de amortecimento da torre
do elevador.
Figura 94 – Sistema GcR na rampa de acesso. Figura 95 – Porta de acesso ao elevador.
Figura 96 – Falta da porta pantográfica no
elevador. Figura 97 – Sinalização de advertência proibindo
o transporte simultâneo.
Boas Práticas: a torre estava afastada da rede elétrica; a base entre a
torre e o guincho estava nivelada; era fixada a fachada do prédio e estava
aterrada. As rampas de acesso tinham inclinação ascendente para a torre e
possuíam sistema GcR em suas laterais; o posto do guincho estava isolado e
possuía cobertura contra possíveis quedas de material; o elevador possuía
freio manual, placa indicando o peso máximo e que era proibido utilizar o
elevador para transporte de pessoas e materiais simultaneamente, com
58
ventilação e iluminação natural e como a cabine do elevador era
completamente fechada, não havia necessidade de revestir a torre com tela.
Recomendações: de acordo com a NR 18, item 18.14, e com a RTP-02,
deve existir um livro de inspeção que deve ser preenchido diariamente pelo
operador sobre a situação e manutenção do elevador e assinado pelo
responsável da obra; o cabo de aço entre roldana livre e o tambor (figura 92),
deve estar protegido, devem ser instaladas placas indicando o uso obrigatório
de EPI; tomar cuidado com o cabo de aço do tambor, pois em qualquer posição
que estiver a cabine o cabo deve dar no mínimo 06 voltas no mesmo e a
cabine do elevador deve possuir porta pantográfica ou de correr (figura 56, pág.
43).
3.7.4 Item 18.15 - Andaimes
Este item não será avaliado, pois ele não se aplica a esta etapa da obra,
ou seja, não foram encontrados andaimes durante a visita, pois eles só devem
começar a ser utilizados quando iniciarem outras etapas, principalmente
revestimento.
3.7.5 Item 18.18 – Serviços em telhado
Outro item que não se aplica, pois a obra ainda estava na fase de
superestrutura e vedação, além disso, neste tipo de obra raramente se
encontram serviços em telhado, sendo vistos com mais frequência em obras
horizontais.
3.7.6 Item 18.23 – EPI
a) EPI
Situação encontrada: A empresa fornecia EPI gratuitamente a todos os
funcionários (capacete, cinto tipo paraquedista, trava-quedas, etc.), com C.A,
porém não havia local adequado para poder fixar o cinto tipo paraquedista.
59
Eram fornecidos uniformes a todos, mas sem identificação da empresa, e o
local onde estava o estoque de EPI era adequado. (figura 101).
Figura 98 – Ficha de EPI Figura 99 – Treinamento especifico.
Figura 100 – Uniformes sem identificação da
empresa. Figura 101 – Estoque de EPI.
Boas Práticas: a empresa fornecia 02 mudas de uniforme para cada
funcionário, possuía controle de entrega de EPI, através da ficha de EPI (figura
98), eram realizados treinamentos com os trabalhadores como o DDS,
admissional e específicos (figura 99).
Recomendações: deve ser instalado um cabo guia nos locais onde estão
sendo realizados serviços que envolvem queda de altura, enquanto não forem
instalados sistema de proteção coletiva, fixando os cabos por meio de
dispositivos que impeçam o seu deslizamento e com capacidade para resistir
aos esforços que lhes serão submetidos, os uniformes devem estar todos
identificados.
60
3.7.7 Item 18.29 – Ordem e limpeza
a) Ordem e Limpeza
Situação encontrada: o canteiro possuía uma quantidade elevada de
entulho espalhada (figura 102), principalmente em locais onde estavam sendo
realizados serviços com gesso (figura 103).
Figura 102 – Restos de madeira na laje. Figura 103 – Sujeira devido ao gesso.
Boas Práticas: as áreas de vivência eram mantidas limpas e em boas
condições de higiene.
Recomendações: instalar um sistema de dutos para facilitar a limpeza
das lajes, existir um local específico para o entulho, isolado e sinalizado com
coleta feita regularmente, mantendo o canteiro sempre limpo e as passagens
desobstruídas e instalar um sistema de coleta seletiva no canteiro.
3.8 CHECK-LIST DA EMPRESA B
Seguem as médias obtidas por cada item:
1- Escadas, Rampas e Passarelas (ANEXO F) = 6,86 (Peso: 2,00)
a) Escada de mão portátil = 6,00
b) Escadas provisórias coletivas = 8,57
c) GcR em escadas executadas = 6,00
2- Proteção Contra Quedas em Altura (ANEXO G) = 6,27 (Peso: 2,50)
61
a) Abertura de piso = 3,33
b) Caixa de elevadores = 7,60
c) Periferia de laje = 4,80
d) Bandeja principal = 8,29
e) Bandeja secundária = 7,33
f) Rede de proteção = NA
3- Movimentação e Transporte de Pessoas e Materiais (verticais e
horizontais) (ANEXO H) = 6,92 (Peso: 1,00)
a) Elevador de passageiro = 5,14
b) Torre do elevador = 9,14
c) Posto do guincho = 5,00
d) Rampas de acesso = 8,40
4- Andaimes = NA
5- Serviços em Telhado = NA
6- EPI (ANEXO I) = 5,03 (Peso: 0,50)
d) EPI = 8,60
e) Uniformes = 6,50
f) Cabo guia = 0,00
7- Limpeza e Organização (ANEXO J) = 5,00 (Peso 0,50)
b) Limpeza = 5,00
Média geral = 6,36
Poucos itens alcançaram nota acima de 8,00, como foi o caso da escada
provisória coletiva, da bandeja principal, da torre e rampas de acesso do
elevador de passageiro e do EPI, além disso, obtivemos muitos itens com
notas entre péssimo e ruim, que foram em relação as aberturas do piso, a
periferia de laje, o elevador de passageiros, o posto do guincho, ao cabo guia.
E a média geral da obra ficou regular, próximo a 6,00.
62
3.9 EMPRESA A X EMPRESA B
Nesta parte do trabalho serão comparados os itens iguais que existem nas
duas obras, para poder analisar cada item da NR 18, observando quais itens
estão em não conformidade com a NR 18.
Pela tabela E podemos avaliar o item 18.12, com relação às escadas de
mão portáteis.
Tabela E – Escadas, rampas e passarelas – Escadas de mão portáteis (NR18).
As duas obras ficaram com a média próxima a regular, destacando como
itens positivos as escadas com comprimento inferior a 7,00 m e fora do alcance
da rede elétrica. As notas mais críticas (entre péssimo e ruim), nenhuma
escada era fixada adequadamente, não possuíam cavilhas adequadas e seus
montantes não ultrapassavam 1,00 m o piso superior (sem os degraus).
Pela tabela F pode-se avaliar o item 18.12, com relação ao sistema GcR
em escadas já executadas.
63
Tabela F – Escadas, rampas e passarelas – GcR em escadas executadas (NR18).
Esta comparação não mostra nenhum item com nota semelhante, visto
que o canteiro A não possuía sistema GcR em suas escadas, enquanto o B
possuía instalado em aproximadamente metade das escadas.
. Pela tabela G podemos avaliar o item 18.13, com relação a aberturas do
piso.
Tabela G – Proteção contra queda em altura – Abertura de piso (NR18).
Este item mostra uma situação bastante critica, pois em ambas as
empresas as notas ficaram entre péssimo e ruim, observando que nenhuma
delas está tomando os devidos cuidados com as aberturas no piso.
Pela tabela H podemos avaliar o item 18.13, com relação a caixa dos
elevadores.
Tabela H – Proteção contra queda em altura – Caixa de elevadores (NR18).
64
Observando os dois canteiros, pode se sugerir que em relação à caixa
de elevadores as empresas estão bem; houve um diferencial do canteiro A,
pelo fato dele possuir o fosso do elevador assoalhado a cada 03 pavimentos.
Pela tabela I podemos avaliar o item 18.13, com relação à bandeja
principal.
Tabela I – Proteção contra queda em altura – Bandeja principal (NR18).
As bandejas obtiveram notas muito semelhantes ambas estavam na
primeira laje, possuíam projeção horizontal de 2,50 m com complemento de
0,80 m a 45º, contornavam todo o perímetro com sistema de fixação adequado,
deixando a desejar nas frestas e entulhos encontrados no estrado.
Pela Tabela J podemos avaliar o item 18.13, com relação às bandejas
secundárias.
Tabela J – Proteção contra queda em altura – Bandejas secundárias (NR18).
65
Ambos os canteiros obtiveram notas muito parecidas, possuindo largura
em balanço de 1,40 m com complemento de 0,80 m a 45º, o sistema de fixação
era adequado tendo os suportes com distância entre eles inferior a 2,00 m e
contornavam todo o perímetro, deixaram a desejar, assim como a bandeja
principal, nas frestas e entulho encontrados no estrado, havendo uma
discrepância da nota apenas na instalação da bandeja, pois a do canteiro B
estava instalada incorretamente.
Pela Tabela L podemos avaliar o item 18.13, com relação à periferia da
laje.
Tabela L – Proteção contra queda em altura – Periferia de laje (NR18).
Novamente notas semelhantes, porém notas ruins, mostrando a falta de
segurança em periferias de laje, local de grande risco de quedas de pessoas e
materiais.
Pela tabela M podemos avaliar o item 18.14, com relação ao elevador de
passageiros.
Tabela M – Movimentação e transporte de pessoas e materiais – Elevador de passageiro
(NR18).
66
Como vem ocorrendo apareceram notas semelhantes novamente, os
elevadores possuíam placa indicando o peso máximo, freio manual na cabine,
só funcionavam com as portas fechadas, porém ambas não possuíam livro de
inspeção para anotações diárias a serem feitas pelo operador e assinado pelo
responsável da obra.
Pela Tabela N podemos avaliar o item 18.14, com relação à torre do
elevador.
Tabela N – Movimentação e transporte de pessoas e materiais – Torre do elevador (NR18).
As torres dos elevadores estavam em boas condições, aterradas,
fixadas a estrutura do prédio com a base da torre nivelada e rígida, e existência
de cancela de proteção em todos os pavimentos, a única nota ruim foi do
canteiro A, mas por causa do elevador de passageiro que não possuía cabine
completamente fechada e a torre não possuía tela.
Pela tabela O podemos avaliar o item 18.14, com relação as rampas de
acesso.
Tabela O – Movimentação e transporte de pessoas e materiais – Rampas de acesso (NR18).
67
As rampas tiveram notas de regulares a boas, possuindo alguns itens
parecidos como: a inclinação das rampas era ascendente, possuíam sistema
GcR na lateral dela e o sistema de fixação das rampas não estava adequado.
Pela tabela P podemos avaliar o item 18.21, com relação aos EPI.
Tabela P – Equipamento de proteção individual – EPI (NR18).
Em relação aos EPI as empresas obtiveram notas idênticas, pois ambas
oferecem gratuitamente EPI de boa qualidade, com CA, possuem
treinamentos, ficha de controle de entrega e estoque adequado.
Pela tabela Q podemos avaliar o item 18.21, com relação aos uniformes.
Tabela Q – Equipamento de proteção individual – Uniformes (NR18).
As duas empresas oferecem 02 mudas de uniforme para cada
funcionário, em boas condições de uso, porém os da empresa B não possuem
identificação.
Pela tabela R podemos avaliar o item 18.21, com relação ao cabo guia.
68
Tabela R – Equipamento de proteção individual – Cabo guia (NR18).
Os dois canteiros obtiveram nota zero, pois nenhum deles utilizou o cabo
guia quando havia necessidade, principalmente nos serviços de forma e
desforma quando ainda não havia sido instalado algum sistema de proteção
coletiva adequado.
Pela tabela S podemos avaliar o item 18.29, com relação a ordem e
limpeza do canteiro.
Tabela S – Ordem e Limpeza (NR18).
Os resultados mostram que os canteiros estão deixando a desejar na
organização do canteiro, não possuem lugar especifico para entulho e as lajes
estão sujas, destaque para o canteiro A que instalou dutos para facilitar a
limpeza das lajes, mas que ainda assim eram utilizadas de maneira irregular
lançando material com dimensões maiores ao diâmetro do duto.
69
4. CONCLUSÃO
A partir dos dados pode-se verificar que as empresas não estão
tomando todas as medidas necessárias para a segurança dos seus
trabalhadores na realização de serviços que envolvem quedas de altura,
principalmente durante a colocação de formas de laje, vigas e pilares, além de
muitas aberturas de piso sem proteção adequada, falta de sistema GcR nas
escadas já executadas e na periferia das lajes, falta de cabo guia para fixação
adequada do cinto tipo paraquedista quando não era possível instalar algum
tipo de sistema de proteção coletiva, enorme quantidade de entulho nas lajes e
nas bandejas e falta de manutenção nos elevadores.
Além disso, as empresas A e B demoram muito tempo para tomar as
medidas preventivas, a falta de sistema de proteção coletiva foi enorme
principalmente durante a execução das primeiras lajes.
Com o comparativo pode ser observado que mesmo as empresas sendo
diferentes, uma empresa era de médio porte a muitos anos no mercado e com
elevada quantidade de funcionários (empresa Alpha), enquanto a outra é de
pequeno porte criada recentemente e com apenas 70 funcionários (empresa
Beta), eles obtiveram uma média geral semelhante e possuíam praticamente
os mesmos itens em não conformidade com a NR 18, existindo raríssimas
exceções.
Com relação as escadas de mão, nenhuma estava fixada a estrutura da
edificação, não possuíam cavilhas adequadas e seus montantes não
ultrapassavam o piso superior para a realização de um acesso seguro, sendo
algumas encontradas próximas a aberturas de piso e periferias de laje.
Alguns itens estiveram em conformidade com a NR 18, como a
qualidade dos EPI e treinamentos, porém não havia cabo guia instalado para
poder fixar o cinto, muitas vezes sendo fixados em local inadequado, e até
mesmo sem estar fixo em nenhum local.
Os elevadores de passageiros junto com as torres estavam em
conformidade com a NR 18, item 18.14, porém em alguns pavimentos a
qualidade das rampas não era boa, não possuindo largura e nem fixação
adequada, e não era feita a manutenção dos elevadores.
70
A qualidade dos estrados das bandejas não era adequada, possuindo
frestas e uma grande quantidade de entulho sobre eles, elas estavam
executando o serviço de vedação imediatamente após a conclusão da estrutura
do pavimento, para não precisar utilizar rede de proteção entre um pavimento e
outro.
A quantidade de entulho encontrada nos canteiros foi muito grande,
principalmente nas lajes, apesar de uma das empresas ter instalado um
sistema de dutos para ser realizada a limpeza, mas isto não acontecia e
quando acontecia era feito de maneira irregular lançando entulho com
dimensões elevadas entupindo os dutos.
As empresas evitavam investimentos em sistema GcR, material para o
fechamento completo das aberturas do piso e forração completa do estrado
das bandejas, devido ao custo do material, porém eles deveriam perceber que
este material é reaproveitado em diversas outras obras, e também podem
acabar levando uma multa que seria um valor maior do que o investimento a
ser feito, ou seja, a empresa acaba investindo na segurança e evitando futuros
gastos com prováveis multas e até mesmo embargo parcial ou total da obra
pela ação da SRTE (antiga DRT).
No geral para se obter um canteiro mais seguro e adequado para os
trabalhadores, devem ser tomadas algumas medidas, tais como:
Realizar um planejamento adequado, para não faltar EPI e EPC
durante cada etapa da obra, como, por exemplo, ter o sistema
GcR pronto para ser instalado durante a execução da laje.
Instalar antes da concretagem da 1ª laje algum tipo de estrutura
ao redor da edificação como pilares de madeira ou similar, bem
fixos e resistentes para fixar o cabo guia durante a colocação das
formas da mesma.
Instalar ganchos ou similar na laje que também servirão para
colocar o cabo guia.
Fornecer a todos os funcionários cinto tipo paraquedista com
talabarte duplo para que a movimentação do trabalhador seja de
forma mais segura.
71
Utilizar escadas adequadas, localizadas adequadamente, fixadas
a estrutura do prédio, orientação dada pela RTP-04 da
FUNDACENTRO.
Realizar a manutenção diária dos elevadores, executada pelo
operador e registrado no livro de inspeção. Anotar eventuais
falhas e o responsável da obra deve assiná-lo semanalmente.
Manter o canteiro sempre limpo e organizado, com local
específico para entulho. A coleta deve ser feita regularmente e
instalar dutos para a limpeza das lajes, tomando cuidado
materiais de dimensões elevadas.
Sempre que possível, utilizar EPC ao invés de EPI, pois em obras
com multipavimentos fica difícil o controle e fiscalização dos
funcionários.
Seguir sempre as recomendações da NR 18, pois para cada item
não conforme é aplicado uma multa à empresa podendo ser
realizado o embargo total ou parcial da obra pela ação da SRTE
(antiga DRT).
72
5. REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS
ALTISEG. Trabalho e resgate em altura. Disponível em:
<http://www.altiseg.com.br> Acesso em: 01/08/11 ARAÚJO, N. M. C.. Custo da implantação do PCMAT na ponta do lápis. São
Paulo, SP: FUNDACENTRO 2002. BARBOSA A. M. Goveia; SANTANA V. S.. O estado da arte do
conhecimento sobre a saúde e a segurança na construção civil. Saúde e Segurança na Construção Civil na Bahia. Brasília: Departamento Nacional SESI, 2005.
BAXENDALE, T.; JONES, O. Construction design and management
safetyregulations in practice - progress on implementation. International Journal of Project Management, Buckinghamshire, v. 18, p. 33-40, 2000.
BISSO, Ely Moraes. O que é segurança do trabalho. São Paulo: Brasiliense,
1995. BITTENCOURT, Celso Lima; QUELHAS, Osvaldo Luis, Histórico da
evolução da segurança. Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/6398393/Historico-Da-Evolucao-Dos-Conceitos-de-Seguranca>. Acesso 27/02/2011.
BRASIL. Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os planos de
benefícios da previdência social e dá outras providências. Disponível em:< http://www.trtsp.jus.br/>. Acesso 08/07/2011a.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18 - Condições e meio
ambiente de trabalho na indústria da construção. Disponível em < http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-18-1.htm>. Acesso 15/02/2011b.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Resultados da fiscalização em
segurança e saúde no trabalho Brasil 1996 a 2010. Disponível em: < http://portal.mte.gov.br/seg_sau/resultados-da-fiscalizacao-em-seguranca-e-saude-no-trabalho-brasil-1996-a-2009.htm> Acesso em: 25/01/2011c.
DRAGONI, José Fausto, SEGURANÇA SAÚDE E MEIO AMBIENTE EM
OBRAS: diretrizes voltadas à gestão eficaz de saúde e segurança no trabalho, segurança patrimonial e meio ambiente em obras de pequeno, médio e grande porte. – São Paulo: LTr, 2005.
FIOCRUZ, EPC. Disponível em
<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/epc.html >. Acesso em 07/06/11.
73
FUNDACENTRO. Ministério do Trabalho e Emprego. Recomendação técnica de procedimentos – RTP nº 4: escadas, rampas e passarelas. São Paulo, 2002.
FUNDACENTRO. Recomendação técnica de procedimentos – RTP nº 1:
medidas de proteção contra quedas de altura. São Paulo, 1999a. FUNDACENTRO. Recomendação técnica de procedimentos – RTP nº 2:
movimentação e transporte de materiais e pessoas – elevadores de obra. São Paulo, 1999b.
GONÇALVES, Edwar Abreu, Manual de segurança e saúde no
trabalho/Edwar Abreu Gonçalves. – São Paulo: LTr, 2000 GLOBO, Acidente em canteiro de obras mata operários em Salvador.
Disponível em < http://g1.globo.com/bahia/noticia/2011/08/acidente-em-canteiro-de-obras-mata-operarios-em-salvador.html>. Acesso em 18/08/11.
GROHMANN, M.Z. Segurança no trabalho através do uso de EPI’s: estudo
de caso realizado na construção civil de Santa, UFSM, 1997. HINZE, J. Construction safety. Upper Saddle River, NJ: Prentice-Hall, 1997. MARTINS, Miriam Silvério; Diretrizes para elaboração de medidas de
prevenção contra quedas de altura em edificações/ Miriam Silvério Martins – São Carlos UFSCar, 2005.
MTE, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, Normas
Regulamentadores. Disponível em < http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>. Acesso em 22/05/2011.
PIZA, Fábio de Toledo, “Informações básicas sobre saúde e segurança no
trabalho”. São Paulo: CIPA, 1997. SAMPAIO, J. C. A. Manual de aplicação da NR-18. São Paulo: PINI:
SINDUSCONSP, 1998b. SAMPAIO, J. C. A. Programa de condições e meio ambiente do trabalho na
indústria da construção. São Paulo: PINI: SINDUSCON-SP, 1998a. SESI apud COSTA, A.D. As condições da falta de segurança dos andaimes
como fonte potencial de risco de quedas na construção civil. RETEC/BA, 2007.
SILVA, Robério Costa, A avaliabilidade do Programa SESI de prevenção de
quedas na indústria de construção civil na Bahia. / Robério Costa e Silva. --- Salvador-BA, 2007.
74
SINTRACOM apud COSTA, A.D. As condições da falta de segurança dos andaimes como fonte potencial de risco de quedas na construção civil. RETEC/BA, 2007.
75
ANEXOS
ANEXO A – Escadas, Rampas e Passarelas (Canteiro A).
0,00 5,80
0,00
Madeira de boa qualidade
sem apresentar farpas ou
lascas.
10,00 Altura atende os serviços. 6,00A madeira do montante é
de boa qualidade.
0,00Firmemente fixado à
estrutura da escada.0,00
Fixada no piso inferior de
forma a evitar o seu
escorregamento.
6,00
Espaçamento uniforme
entre os degraus: min
0,25m e max. 0,30m.
0,00 Possui rodapé 0,20m. 10,00Não é utilizada junto a rede
elétrica.10,00
Comprimento máximo do
montante de 7,00m.
0,00Travessão superior está na
altura 1,20m. 6,00
Não é utilizada prox. a
aberturas de piso e em
circulações.
2,00Ultrapassa em 1,00m o
ponto de apoio superior.
0,00Travessão intermediário
está na altura de 0,70m.2,00
Possui cavidade no
montante para o travamento
dos degraus.
6,00Firmemente apoiada em
piso resistente.
5,43 3,43
10,00Inclinação menor que 30
graus.6,00 Madeira de boa qualidade. 8,00
Inclinação inferior a 18
graus.0,00
Possui apoio nas
extremidades.
4,00São mantidas em perfeito
estado de conservação.0,00
Firmemente fixada na
parte superior e inferior.4,00
São mantidas em bom
estado de conservação.0,00
Apoio das estremidades
ultrapassa 1/4 do vão.
0,00 Possui guarda-corpo. 8,00
Quando a inclinaçao é
maior que 18 graus possui
peças transversais.
0,00 Possui guarda-corpo. 2,00
Nao possui ressaltos entre
o piso da passarela e do
terreno.
10,00
Dimensionamento atende o
efetivo. Largura mínima de
0,80m.
10,00
Dimensionamento atende o
efetivo. Largura mínima de
0,80m.
GcR em escadas executadas
Rampas
Escadas de Mão Portáteis
Passarelas
ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS
76
ANEXO B – Proteção Contra Quedas de Altura (Canteiro A).
2,00 8,00
2,00Fechamento provisório
resistente e inteiriço.2,00 Bem fixado ao piso. 8,00
Estes dispositivos estão em
todas as lajes onde existe
abertura para elevador.
10,00
O poço do elevador é
mantido assoalhado a cada
03 lajes.
4,00Material de boa qualidade e
resistente.0,00
Quado utilizado para
transporte de materiais
possui guarda-corpo com
cancela.
8,00O material utilizado é de boa
qualidade e resistente.6,00
Quando utilizado sistema
guarda-corpo este possui
travessão intermediário e
rodapé.
8,00
O fechamento está
seguramente fixado à estrutura
do prédio.
3,60 8,67
4,00
Toda periferia de laje tem
fechamento provisório com
anteparo rígido.
2,00Possui rodapé com
0,20m de altura.10,00
Instaladas a cada 3 lajes a partir
da plataforma principal.10,00
Retirada apenas quando
realizado fechamento até a
plataforma imediatamente
superior.
4,00
O anteparo rígido tipo guarda-
corpo possui travessão
superior a 1,20m de altura.
4,00
Os vãos entre travessas
estão preenchidos com
tela.
10,00Largura em balanço minimo
1,40m.10,00
Os suportes da plataforma
estão fixados a intervalos no
max 2,00m.
4,00
Possui travessão
intermediário a 0,70m de
altura.
10,00Complemento de 0,80m de
extensão a 45º.8,00
No caso de suportes
metálicos estes
permanecem em bom
estado de conservação.
8,00Contornam todo o perímetro da
edificação.4,00
O estrado da plataforma é
contínuo sem apresentar
vãos.
8,00Sistema de fixação é adequado
e resistente.
7,71
10,00 Está na primeira laje. 4,00
A plataforma é mantida
em bom estado de
conservação e limpa.
10,00Projeção horizontal de no
minimo 2,50m.8,00
O sistema de fixação é
adequado e resistente.
10,00Complemento de 0,80m de
extensão a 45º.4,00
O estrado da plataforma é
contínuo sem apresentar
vãos.
8,00Contornam todo o perímetro
da edificação.
Bandeja Principal
PROTEÇÕES CONTRA QUEDA DE ALTURA
Aberturas de Piso Caixas dos Elevadores
Sistema guarda corpo e rodapé Bandeja Secundária
77
ANEXO C – Movimentação e Transporte de Pessoas e Materiais (Canteiro A)
7,20 6,00
8,00Instalado por pessoal
qualificado.8,00
Possui interruptor de corrente
para que só funcione com
portas/painéis fechados.
8,00Inclinação ascendente
para torre.
10,00
Possui painéis fixos nas
laterais com alt. min
1,00m e nas demais
faces paineis
0,00Possui livro de inspeção para
anotações de irregularidades.6,00
Fixada de forma segura à
estrutura do prédio e torre.
8,00Possui cobertura fixa ,
basculável/removível.0,00
Check-list de manutenção
vem sendo utilizado.10,00
Possui sistema de
proteções laterais tipo
guarda-corpo e rodapé.
10,00
Distância entre a
roldana livre e tambor
do guincho entre 2,50 e
3,0m.
10,00Possui placa com indicação
de peso máximo.4,00
Condições e resistência
do piso.
8,00
Possui sistema de
comunicação eficiente e
seguro.
10,00 Possui freio de emergência. 2,00 Possui largura adequada.
7,75 7,60
10,00Está afastada das redes
elétricas.8,00
Montantes posteriores
estaiados a estrutura do
predio a cada 6,0m.
10,00 Isolado por barreira fixa.
8,00
Base entre o guincho e
a torre é unica de
concreto, nivelada e
rígida.
10,00 Aterradas eletricamente. 10,00
Possui cobertura para
proteção quanto a queda
de material.
8,00
Os elementos
estruturais estão em
perfeito estado de
conservação.
0,00Revestida com tela quando a
cabine nao for fechada.8,00
Assento p/guincheiro
confortável de acordo
com NR 17.
8,00É fixada à fachada do
prédio.10,00
Existência de cancela de no
mínimo 1,80m em todos os
acessos à torre.
10,00Possui indicação de uso
de EPI.
0,00
Existência de proteção
dos cabos de aço entre o
tambor e a roldana louca.
6,57
8,00
Existência de freio
manual dentro da
cabine.
8,00
Existência de interruptor de
corrente que só permita
funcionar com as portas
fechadas.
10,00Cabine metálica possui
porta pantográfica.0,00
Possui livro de inspeção para
anotações diárias.
10,00
Existência de placa de
indicação de peso
máximo.
0,00
O livro é assinado
semanalmente pelo
responsável da obra.
10,00
Existência de
iluminação e ventilação
natural.
MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE PESSOAS E MATERIAIS
Elevador de Passageiro
Elevador de Materiais Rampas de Acesso
Torre do Elevador Posto do guincheiro
78
ANEXO D – Equipamento de Proteção Individual (Canteiro A)
8,60 0,00
10,00Possuem C.A
(validade).8,00
Qualidade do
equipamento.0,00
Resiste aos esforços
que está sujeito.
8,00Oferecem segurança
aos usuários.10,00
Controle de entrega
(ficha EPI).0,00
Fixado em local
apropriado.
8,00Conservação pelos
funcionários.8,00
Atendem aos riscos
em potencial.0,00
Atende às
necessidades.
10,00
Existem registros de
treinamento quanto ao
correto uso do EPI.
8,00Higienizaçao e
limpeza.0,00
Aspectos gerais do
cabo.
8,00
O estoque da
empresa está
adequado.
8,00Todos os
trabalhadores utilizam.
9,00
10,00Possui identificação
da empresa.
10,00A empresa fornece
duas mudas.
8,00 Condições gerais .
8,00Apropriados aos
serviços.
Equipamentos de Proteção Individual - EPI Cabo-guia
Uniformes
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
79
ANEXO E – ORDEM E LIMPEZA (Canteiro A)
6,00
6,00 O canteiro é mantido limpo. 4,00 O entulho é regularmente coletado.
8,00 As áreas de vivência são limpas.
6,00 As lajes são limpas.
10,00 O entulho é transportado por dutos.
2,00 Local específico para entulho.
ORDEM E LIMPEZA
Limpeza
80
ANEXO F – Escadas, Rampas e Passarelas (Canteiro B).
8,57 6,00
8,00
Dimensionamento atende o
efetivo. Largura mínima de
0,80m.
10,00Firmemente fixada na
parte superior e na base.10,00 Altura atende os serviços. 8,00
A madeira do montante é
de boa qualidade.
10,00
Dimensão dos degraus
obedece a proporção de
2p+h=63cm.
8,00Mantida em bom estado
de conservação.0,00
Fixada no piso inferior de
forma a evitar o seu
escorregamento.
10,00
Espaçamento uniforme
entre os degraus: min
0,25m e max. 0,30m.
8,00Confeccionada em madeira
de boa qualidade.6,00
Possui guarda-corpo
firmemente fixado.10,00
Não é utilizada junto a rede
elétrica.10,00
Comprimento máximo do
montante de 7,00m.
10,00Inclinação da escada entre
24 e 38 graus.2,00
Não é utilizada prox. a
aberturas de piso e em
circulações.
2,00Ultrapassa em 1,00m o
ponto de apoio superior.
4,00
Possui cavidade no
montante para o travamento
dos degraus.
4,00Firmemente apoiada em
piso resistente.
6,00
6,00
Madeira de boa qualidade
sem apresentar farpas ou
lascas.
6,00Firmemente fixado à
estrutura da escada.
6,00 Possui rodapé 0,20m.
6,00Travessão superior está na
altura 1,20m.
6,00Travessão intermediário
está na altura de 0,70m.
Escadas Provisórias Coletivas Escadas de Mão Portáteis
GcR em escadas executadas
ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS
81
ANEXO G – Proteção Contra Quedas de Altura (Canteiro B).
3,33 7,60
4,00Fechamento provisório
resistente e inteiriço.2,00 Bem fixado ao piso. 10,00
Quando utilizado sistema guarda-
corpo este possui travessão
intermediário e rodapé.
0,00
O poço do elevador é
mantido assoalhado a cada
03 lajes.
4,00Material de boa qualidade e
resistente.8,00
O material utilizado é de boa
qualidade e resistente.10,00
Estes dispositivos estão em
todas as lajes onde existe
abertura para elevador.
10,00
O fechamento está
seguramente fixado à estrutura
do prédio.
4,80 7,33
4,00
Toda periferia de laje tem
fechamento provisório com
anteparo rígido.
4,00Possui rodapé com
0,20m de altura.4,00
Instaladas a cada 3 lajes a partir
da plataforma principal.4,00
Retirada apenas quando
realizado fechamento até a
plataforma imediatamente
superior.
6,00
O anteparo rígido tipo guarda-
corpo possui travessão
superior a 1,20m de altura.
4,00
Os vãos entre travessas
estão preenchidos com
tela.
10,00Largura em balanço minimo
1,40m.10,00
Os suportes da plataforma
estão fixados a intervalos no
max 2,00m.
6,00
Possui travessão
intermediário a 0,70m de
altura.
10,00Complemento de 0,80m de
extensão a 45º.8,00
No caso de suportes
metálicos estes
permanecem em bom
estado de conservação.
8,00Contornam todo o perímetro da
edificação.4,00
O estrado da plataforma é
contínuo sem apresentar
vãos.
8,00Sistema de fixação é adequado
e resistente.
8,29
10,00 Está na primeira laje. 6,00
A plataforma é mantida
em bom estado de
conservação e limpa.
10,00Projeção horizontal de no
minimo 2,50m.8,00
O sistema de fixação é
adequado e resistente.
10,00Complemento de 0,80m de
extensão a 45º.6,00
O estrado da plataforma é
contínuo sem apresentar
vãos.
8,00Contornam todo o perímetro
da edificação.
Bandeja Principal
PROTEÇÕES CONTRA QUEDA DE ALTURA
Aberturas de Piso Caixas dos Elevadores
Sistema guarda corpo e rodapé Bandeja Secundária
82
ANEXO H – Movimentação e Transporte de Pessoas e Materiais (Canteiro B)
5,14 8,40
8,00
Existência de freio
manual dentro da
cabine.
8,00
Existência de interruptor de
corrente que só permita
funcionar com as portas
fechadas.
10,00Inclinação ascendente
para torre.
0,00Cabine metálica possui
porta pantográfica.0,00
Possui livro de inspeção para
anotações diárias.6,00
Fixada de forma segura à
estrutura do prédio e torre.
10,00
Existência de placa de
indicação de peso
máximo.
0,00
O livro é assinado
semanalmente pelo
responsável da obra.
10,00
Possui sistema de
proteções laterais tipo
guarda-corpo e rodapé.
10,00
Existência de
iluminação e ventilação
natural.
8,00Condições e resistência
do piso.
8,00 Possui largura adequada.
9,14 5,00
10,00Está afastada das redes
elétricas.8,00
Montantes posteriores
estaiados a estrutura do
predio a cada 6,0m.
10,00 Isolado por barreira fixa.
8,00
Base entre o guincho e
a torre é unica de
concreto, nivelada e
rígida.
10,00 Aterradas eletricamente. 10,00
Possui cobertura para
proteção quanto a queda
de material.
8,00
Os elementos
estruturais estão em
perfeito estado de
conservação.
10,00
Existência de cancela de no
mínimo 1,80m em todos os
acessos à torre.
0,00
Existência de proteção
dos cabos de aço entre o
tambor e a roldana louca.
10,00É fixada à fachada do
prédio.0,00
Possui indicação de uso
de EPI.
Rampas de AcessoElevador de Passageiro
Torre do Elevador Posto do guincheiro
MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE PESSOAS E MATERIAIS
83
ANEXO I – Equipamento de Proteção Individual (Canteiro B)
8,60 0,00
10,00Possuem C.A
(validade).8,00
Qualidade do
equipamento.0,00
Resiste aos esforços
que está sujeito.
8,00Oferecem segurança
aos usuários.10,00
Controle de entrega
(ficha EPI).0,00
Fixado em local
apropriado.
8,00Conservação pelos
funcionários.8,00
Atendem aos riscos
em potencial.0,00
Atende às
necessidades.
10,00
Existem registros de
treinamento quanto ao
correto uso do EPI.
8,00Higienizaçao e
limpeza.0,00
Aspectos gerais do
cabo.
8,00
O estoque da
empresa está
adequado.
8,00Todos os
trabalhadores utilizam.
6,50
0,00Possui identificação
da empresa.
10,00A empresa fornece
duas mudas.
8,00 Condições gerais .
8,00Apropriados aos
serviços.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Equipamentos de Proteção Individual - EPI Cabo guia
Uniformes