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Universidade Estadual do Maranhão – UEMA

Centro de Ciências Tecnológicas- CCT

Engenharia Civil

Resíduos Sólidos da Construção Civil

Disciplina: Ciência do Ambiente

Professor: Fernandes

Trabalho apresentado à Universidade Estadual do Maranhão, para obtenção da 3ª nota da Disciplina de Ciência do Ambiente, ministrada pelo professor Fernandes, ao 8º Período vespertino do Curso de Engenharia Civil - Bacharelado.

São Luís- MA

2014

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Universidade Estadual do Maranhão – UEMA

Centro de Ciências Tecnológicas- CCT

Engenharia Civil

Resíduos Sólidos da Construção Civil

Disciplina: Ciência do Ambiente Professor: Fernandes

ACADÊMICOS:

Francinildo Ferreira-1211107 Hudson Ramon-1211112 Juan Gama-1211103 Adriano Segundo-1211124

A preservação ambiental é hoje uma preocupação mundial. A humanidade, através dos séculos, vem conquistando Espaços quase sempre em detrimento de uma continua e crescente pressão sobre os recursos naturais.

São Luís- MA

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Sumário

Página Introdução.................................................................................................................4 Metodologia..............................................................................................................8 Sustentabilidade na Construção Civil..........................................................................9 Papel da Engenharia Ambiental Na Construção Civil..................................................9 Resíduo de construção e demolição da indústria da construção civil.........................10 Gestão ambiental dos resíduos da construção civil...................................................11 Legislação ambiental referente aos resíduos de construção e demolição..................11 Estrutura de um modelo de gestão para resíduos de construção e demolição...........12 Destinação dos Resíduos sólidos...............................................................................13 Conclusão.................................................................................................................14 Bibliografia...............................................................................................................15

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Introdução

No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O

setor também é um dos maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se

que sejam utilizados entre 20% e 50% do total de recursos naturais consumidos pela

sociedade. A indústria da construção civil também gera impactos no meio ambiente

com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes cidades.

O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos. Segundo

dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de

163 a mais de 300 quilos por habitante/ano.

O processo de produção da indústria da construção civil causa impacto ao

meio ambiente ao longo de toda sua cadeia produtiva. Ao ocupar-se de terras, extrair

e processar matéria-prima, construir e usar edifícios, recursos naturais são explorados

e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático, o solo, a paisagem, a

fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são mais

visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos

provenientes desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de

desequilíbrio.

Esse dito resíduo, ou entulho de construção civil, é um tipo de resíduo sólido

urbano, dentre vários existentes, definido segundo Levy & Helene (1997) apud Angulo

(1998) como “sobras ou rejeitos constituídos por todo material mineral oriundo do

desperdício inerente ao processo construtivo adotado na obra nova ou de reformas ou

demolições”.

Figura 1-Obra Comercial Visitada

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O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA conceitua na resolução

307/2002, resíduos da construção civil como “os provenientes de construções,

reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da

preparação e da escavação de terrenos tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto

em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,

argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação

elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha”. Logo,

praticamente todas as atividades desenvolvidas no setor da construção civil são

geradoras de entulho. No processo construtivo, o alto índice de perdas do setor é a

principal causa do entulho gerado, conforme Angulo (1998).

A composição média dos resíduos de construção varia conforme a região e o

período de análise, não sendo possível a fixação de valores definitivos para a

porcentagem dos diversos componentes. Mesmo para um mesmo local de

amostragem pode-se ter grandes variações na participação de alguns materiais. Isto

pode dificultar até mesmo a determinação de faixas para as porcentagens dos

diferentes tipos de resíduos.

A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e

pode servir como um indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos

pela Indústria de Construção variam entre 41% e 70% da massa total de resíduos

sólidos urbanos. Pinto (1987) acrescenta que “a quantidade de resíduos liberados

pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma

reutilização do material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou

construção de habitações de interesse social, seriam totalmente satisfeitas”.

Ainda assim, é comum a disposição irregular de entulho na maioria das

cidades do país, por este motivo, esses resíduos são considerados um problema de

limpeza pública, acarretando uma série de inconvenientes para toda a sociedade, tais

como: altos custos para o sistema de limpeza urbana, saúde pública, enchentes,

assoreamento e contaminação de cursos d’água, contaminação de solo, erosão,

obstrução de sistemas de drenagem urbanos, dentre outros.

Segundo Pinto (1999), não existem levantamentos precisos que permitam

deduzir a exata produção dos diversos agentes atuantes na construção, o que

impossibilita uma análise global do volume de resíduos sólidos gerados pela

construção civil nas áreas urbanas brasileiras. Os números coletados pelo INSS –

Instituto Nacional de Seguridade Social, através do recolhimento de taxas tidas como

“obrigatórias”, são absolutamente irreais, e os registros das municipalidades, através

da aprovação de projetos, revelam apenas a parte formal da produção de edificações.

Dificultando um correto dimensionamento de medidas mitigadoras para um controle

eficiente deste cenário ambiental.

No entanto, a agregação dessas informações parcelares sistematizadas pelas

municipalidades com informações recolhidas entre os agentes coletores dos resíduos

de construção e demolição permite a construção de um indicador confiável da

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intensidade de boa parte da atividade construtiva e do volume de resíduos por ela

gerado. O método de quantificação dos resíduos pode ser aplicado a qualquer

município que mantenha registros rotineiros da construção licenciada e que possibilite

o acesso aos agentes empresariais, autônomos ou públicos que realizam a remoção

dos resíduos gerados nos diversos tipos de atividades construtivas.

O gerenciamento adequado ainda encontra obstáculos pelo desconhecimento

da natureza dos resíduos, pela ausência de cultura de separação e pelo aumento de

novos materiais. Dessa forma, o conhecer e diagnosticar os resíduos gerados

possibilitará o melhor encaminhamento para o plano de gestão e o gerenciamento dos

Resíduos da Construção Civil (RCC).

A preocupação com a destinação de Resíduos ainda é muito precária,

percebemos isso ao analisarmos uma obra localizada em nosso CAMPUS UEMA, onde

após a reforma da calçada de passeio, com acesso à biblioteca central, foi deixada uma

quantidade considerável de pedaços de paralelepípedos, o que de certa forma se torna

irônico, onde era pra se ter acesso tem-se dificuldade de movimentação.

Podemos ver isso nas figuras abaixo:

Figura 2- Campos UEMA-(Reforma de calçada de passeio)

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Figura 3-Campus UEMA-(Calçada Pronta ao fundo da imagem)

Figura 4-Resíduos

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Metodologia

O diagnóstico nacional dos resíduos de Construção Civil foi elaborado por

meio de pesquisas de dados disponíveis em diversas fontes em meio digital, impresso

e na rede mundial de computadores, as imagens tiradas do campus UEMA e obra

visitada pelo grupo de Pesquisa.

As principais fontes consultadas foram: Sistema nacional de Informação em

Saneamento (SNIS), Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do instituto

brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), instituto de Pesquisas Econômicas

Aplicadas (IPEA), dentre outros listados nas REEFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Além desses, foram incluídos dados de entidades que atuam na área de

resíduos sólidos, como: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Publica e

Resíduos Especiais (ABRELPE), Federação das Indústrias dos estados e também

publicações como artigos cientifico, livros teses, dissertações, entre outro,identificados

nas REEFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Na escala temporal, para compor o diagnóstico nacional de resíduos sólidos

foram consideradas as informações disponíveis a partir do ano 1995 até os dados mais

atuais.

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Sustentabilidade na Construção Civil

A sustentabilidade ambiental e social na gestão dos resíduos sólidos constrói-

se por meio de modelos e sistemas integrados que possibilitem a redução dos resíduos

gerados pela população. Esta redução dá-se com a implantação de programas que

permitem também a reutilização desse material e, por fim, a reciclagem, para que

possam servir de matéria-prima para a indústria, diminuindo o desperdício e gerando

renda (Galbiati, 2005).

A literatura indica que uma parte fundamental da discussão sobre

sustentabilidade refere-se ao ambiente construído e à atuação da indústria da

construção civil. A atividade da construção civil tem grande impacto sobre o meio

ambiente em razão do consumo de recursos naturais ou extração de jazidas; do

consumo de energia elétrica nas fases de extração, transformação, fabricação,

transporte e aplicação; da geração de resíduos decorrentes de perdas, desperdício e

demolições, bem como do desmatamento e de alterações no relevo. Na análise sobre

as características das "cidades sustentáveis" brasileiras, a indústria da construção foi

indicada como um setor a ser aperfeiçoado (Brasil, 2005). Um estudo promovido pelo

International Council for Research and Innovation in Building and Construction (CIB),

que gerou a "Agenda 21 para a Construção Sustentável", também indica a indústria da

construção civil como elemento de grande importância na questão da

sustentabilidade. Segundo este estudo, as construções na União Européia são

responsáveis por mais de 40% do consumo total de energia e estima-se que o setor da

construção gere aproximadamente 40% de todo o lixo produzido pelo homem (CIB in

González e Ramires, 2005).

Papel da Engenharia Ambiental Na Construção Civil

A preservação Ambiental é hoje uma preocupação mundial. A humanidade, através

dos séculos, vem conquistando espaços quase sempre em detrimento de uma

continua e crescente pressão sobre os recursos naturais.

A construção civil não é diferente. Apesar de seus reconhecidos impactos

socioeconômicos para o país, como alta geração de empregos, renda, viabilização de

moradias, infraestrutura, estradas e outros, ela ainda carece de uma firme política

para a destinação de seus resíduos sólidos, principalmente nos centros urbanos.

Mas, felizmente, com a ajuda da Engenharia Ambiental, esta realidade começa a

mudar. Aos poucos, a tomada da consciência ambiental se estende às empresas do

setor, que vêm demonstrando preocupação em resolver os transtornos causados pela

disposição irregular desses resíduos.

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Nesse contexto, é indispensável a união e colaboração das engenharias e a sociedade

civil para a eficácia da disposição final correta desses resíduos sem agravantes para ao

meio ambiente.

Resíduo de construção e demolição da indústria da construção civil De acordo com Souza et al. (2004), o interesse em conhecer a quantidade de resíduos gerados pela indústria da construção civil já não é novidade, mas muitas vezes o assunto está inserido na discussão sobre a redução de desperdícios. A primeira referência nacional em relação ao mencionado, que suscitou uma discussão mais ampla sobre o assunto, foi o trabalho concluído em 1986, pelo arquiteto Tarcísio de Paula Pinto, cuja pesquisa se preocupou em estudar o uso do material reciclado para produção de argamassas. No Brasil, até 2002, não existiam leis e resoluções para os resíduos gerados pelo setor da construção civil. Conforme Donat et al. (2008) o governo brasileiro criou uma série de medidas como uma tentativa de amenizar a situação decorrente dos grandes volumes de entulhos. Como instrumento legal, em janeiro de 2002 foi criado pelo CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente, a Resolução nº 307, estabelecendo assim, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos provenientes da construção civil. Na cidade de São Paulo, até o ano indicado, a legislação municipal limitava-se a proibir a disposição de RCD em vias e logradouros públicos, atribuindo ao gerador a responsabilidade pela sua remoção e destinação (Schneider e Philippi, 2004). Bernardes (2003) descreve um conjunto de ferramentas adequadas para aplicação imediata nas construtoras brasileiras, como inovações que já são aplicadas por algumas construtoras, tais como drywall, que são paredes de gesso acartonado e concreto protendido, utilizado em lajes planas. Entretanto, poucas empresas aderiram a essas mudanças; não há estudos científicos e os resultados práticos ainda não são conhecidos. Em relação à reciclagem, existem várias pesquisas com bons resultados, mas ainda com grande potencial de evolução. No âmbito municipal foi introduzida uma nova regulamentação para o setor da construção civil, por meio da resolução do Conama 307/02 (Conselho Nacional de Meio Ambiente) (Brasil, 2002), a qual disciplina a destinação dos resíduos de construção. A orientação principal desta resolução é disciplinar o segmento de forma a estimular a não-geração de resíduos, inicialmente classificando os geradores de resíduos em "grandes geradores" (construtoras) e "pequenos geradores" (particulares). Uma questão importante refere-se aos locais onde serão depositados esses resíduos, principalmente nos grandes centros urbanos, onde as áreas são escassas e o volume gerado é considerável; o que consequentemente, acaba ocasionando transtornos à população, além de requerer investimentos elevados para adequar o processo à legislação.

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Universidades brasileiras estão desenvolvendo pesquisas relacionadas a reciclagem de RCD, como matérias-primas de materiais a serem utilizados na construção propriamente dita, as quais se mostraram viáveis e comprovadas com base nos bons resultados obtidos em estudos já finalizados. É o caso de Zordan (1997), Pinto (1999) e Carneiro (2005). Também existem diversos artigos sobre o tema, inclusive apresentando análises de gestão de resíduos de construção civil (González e Ramires, 2005).

Gestão ambiental dos resíduos da construção civil

Conforme a resolução nº. 307/02 do Conama (Brasil, 2002), define-se gerenciamento de resíduos como o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implantar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos (Brasil, 2002). O gerenciamento dos resíduos oriundos da construção e demolição não deve ter ação corretiva, mas sim uma ação educativa, criando condições para que as empresas envolvidas na cadeia produtiva possam exercer suas responsabilidades sem produzir impactos socialmente negativos (Schneider, 2000). É de responsabilidade dos municípios a solução para os pequenos volumes de RCD, que geralmente são dispostos em locais inapropriados. Quanto aos grandes volumes, devem ser definidas e licenciadas áreas para o manejo dos resíduos, em conformidade com a resolução nº. 307/02 (Brasil, 2002), cadastrando e formalizando a presença dos transportadores dos resíduos e fiscalizando as responsabilidades dos geradores, inclusive quanto ao desenvolvimento de projetos de gerenciamento. O poder público deve preservar seu papel de agente gestor do sistema implantado, criando estruturas gerenciais adequadas e renovando os procedimentos de informação e de fiscalização, de modo a resguardar a permanência dos novos paradigmas de gestão (Pinto e Gonzales, 2005).

Legislação ambiental referente aos resíduos de construção e demolição O Estatuto da Cidade, lei federal nº. 10.257, promulgado em 2001, determina novas e importantes diretrizes para o desenvolvimento sustentado dos aglomerados urbanos no país. O documento prevê a necessidade de proteção e preservação do meio ambiente natural e construído, com uma justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes da urbanização, exigindo que os municípios adotem políticas setoriais articuladas e sintonizadas com o seu Plano Diretor. Uma dessas políticas setoriais que pode ser destacada é aquela que trata da gestão dos resíduos sólidos, nos quais se enquadram os resíduos de construção civil. A resolução nº. 307/02 do Conama (Brasil, 2002), define diretrizes para que os municípios e o Distrito Federal tenham instrumentos para desenvolver e programar políticas de gestão local sob a forma de Planos Integrados de Gerenciamento. Estes planos têm como objetivo identificar as responsabilidades dos grandes geradores e

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assumir soluções para pequenos geradores, de forma a disciplinar as ações dos agentes envolvidos desde a geração até a disposição final. Para melhor gerenciar os resíduos da construção civil, a resolução nº. 307/02 do Conama (Brasil, 2002) dividiu o processo de gerenciamento em cinco etapas: caracterização, triagem, acondicionamento, transporte e destinação.

Estrutura de um modelo de gestão para resíduos de construção e demolição Apresenta-se, na Figura abaixo, a estrutura de um modelo de gestão para Resíduos de Construção e Demolição.

Os agentes envolvidos na gestão municipal dos RCD são os geradores de

resíduos, prestadores de serviços, como os transportadores, os proprietários de áreas

que as cedem para o recebimento de RCD e o poder público.

Dentre as responsabilidades dos geradores de resíduos está o gerenciamento

dos RCD a partir de sua geração até o momento de sua destinação final. É primordial

adotar métodos e técnicas que estejam de acordo com a legislação vigente, os quais

devem estar sempre em vigor na administração da empresa. A responsabilidade do

transportador é cumprir as determinações normativas que disciplinam os

procedimentos e operações do processo de gerenciamento de resíduos sólidos

urbanos e de RCD. Quanto ao cedente de área para recebimento de inertes, sua

responsabilidade também é cumprir as determinações normativas que disciplinam os

procedimentos e operações de aterros de inertes e seu controle ambiental. O poder

público tem como responsabilidades orientar, controlar e fiscalizar a conformidade da

execução dos processos de gerenciamento do Plano Integrado de Gerenciamento dos

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Resíduos da Construção Civil. Compete-lhe também, equacionar soluções e adotar

medidas para a estruturação da rede de áreas para recebimento, triagem e

armazenamento temporário de pequenos volumes de resíduos de obra civil para

posterior destinação às áreas de beneficiamento (SINDUSCON-MG, 2005).

No Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deve constar o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC), os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) e vários outros procedimentos necessários para o seu funcionamento, como também sua continuidade, devem ser seguidas diretrizes básicas que zelem pela competência no cumprimento das ações citadas.

Destinação dos Resíduos sólidos

O gerenciamento adequado ainda encontra obstáculos pelo desconhecimento

da natureza dos resíduos, pela ausência de cultura de separação e pelo aumento de

novos materiais. Dessa forma, o conhecer e diagnosticar os resíduos gerados

possibilitará o melhor encaminhamento para o plano de gestão e o gerenciamento dos

Resíduos da Construção Civil (RCC).

Universidades brasileiras estão desenvolvendo pesquisas relacionadas a reciclagem de RCD, como matérias-primas de materiais a serem utilizados na construção propriamente dita, as quais se mostraram viáveis e comprovadas com base nos bons resultados obtidos em estudos já finalizados. É o caso de Zordan (1997), Pinto (1999) e Carneiro (2005). Também existem diversos artigos sobre o tema, inclusive apresentando análises de gestão de resíduos de construção civil (González e Ramires, 2005). Voltado para o canteiro de obra o MANUAL DE GESTÃO DE RESÍUOS SÓLIDOS, faz a destinação segundo a classificação do resíduos, temos assim: • Classe A – alvenaria, concreto, argamassas e solos. Destinação: reutilização ou reciclagem com uso na forma de agregados, além da disposição final em aterros licenciados. • Classe B – madeira, metal, plástico e papel. Destinação: reutilização, reciclagem ou armazenamento temporário. • Classe C – produtos sem tecnologia disponível para recuperação (gesso, por exemplo). Destinação: conforme norma técnica específica. • Classe D – resíduos perigosos (tintas, óleos, solventes etc.), conforme NBR 10004:2004 (Resíduos Sólidos – Classificação). Destinação: conforme norma técnica específica.

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Conclusão As informações apresentadas demonstram que no setor da construção civil existe uma acentuada geração de Resíduos de Construção e Demolição (RCD); por outro lado, faltam políticas municipais e estaduais que possam atuar juntamente com políticas federais e que criem estruturas de apoio, adequadas às empresas coletoras e transportadoras de RCD. A falta de informação da população também é um fator relevante que pode intervir no correto descarte dos RCD gerando impacto ambiental. Constata-se que o Aterro da Pedreira não obedece às características mencionadas na resolução n°. 307/02 do Conama, sobre o gerenciamento dos resíduos, reciclagem ou reaproveitamento, tendo o prazovencido em 2004. Da mesma forma, a referida área ainda não foi regularizada, estando o prazo de utilização vencido. Quando se comparam os volumes obtidos no Aterro da Pedreira e das entrevistas com o volume encontrado na área 11 de, aproximadamente, 50 m³ por dia, constata-se que o volume de RCD gerado é maior do que o informado. Também é maior do que o Aterro da Pedreira recebe de todas as empresas, pois a área 11 é somente um dos onze locais de disposição irregulares identificados. Diariamente são depositados no Aterro da Pedreira uma média de 47,4 m³ de RCD, sendo que este volume poderia ser administrado nos processos e diretrizes apresentados neste artigo, que visam à minimização do descarte em locais inadequados e à redução do volume de aterros pela reciclagem do maior número possível dos resíduos, contribuindo para a redução do impacto ambiental gerado pela atividade de construção e demolição de obras. Para isso acontecer é necessário o poder público municipal criar um setor responsável pela geração do resíduo de construção civil do município. Este setor será responsável por apresentar e explicar o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, em sua íntegra, conforme os trâmites legais, para todas as empresas de transporte e coleta de resíduos existentes no município.

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REEFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

1. ANGULO, Sérgio Cirelli. Produção de concretos de agregados reciclados. 1998. 84 f.. Trabalho de Conclusão (Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina. 2. ARAÚJO, Alexandre Feller de. A aplicação da metodologia de produção mais limpa: estudo em uma empresa do setor de construção civil. 2002. 120f.. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa, Florianópolis. 3. BAUER, Falcão L. A. Materiais de construção. 5 ed. revisada. Rio de Janeiro: LTC, 2000, 1000p. 4. BLUMENSCHEIN, Raquel Naves. Gerenciamento de resíduos sólidos oriundos da indústria da construção. Belo Horizonte. 2002. 5. BUENO, Carlos Frederico Hermeto. Tecnologias de materiais de construção. Minas Gerais: UFV, 2000. 6. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Os Resíduos da Construção Civil, MMA, Proposta de Resolução, Brasília, 2002. 7. D’ ALMEIDA, Maria Luiza Otero (Coord.); VILHENA, André (Coord.). Lixo municipal: Manual de gerenciamento integrado. 2. ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. 8. FREITAS, Carlos Geraldo Luz de et al. (Coord). Habitação e meio ambiente: abordagem integrada em empreendimentos de interesse social. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, 2001. 9. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE. Como destinar os resíduos sólidos urbanos. Belo Horizonte: FEAM, 1995. 47p. 10. GRIGOLI, Ademir Scobin. Entulho de obra: reciclagem e consumo na própria obra que o gerou. Maringá. 1984. 11. LIMA, José Antonio Ribeiro de. Proposição de diretrizes para produção e normalização de resíduo de construção reciclado e de suas aplicações em argamassas e concretos. 1999. 240f.. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Paulo. 12. Legislação Brasileira de Resíduos e Ambiental Correlata. Brasília: Senado Federal 2001. v – (Caderno Legislativo; n. 4) 13. NOGUEIRA, Tânia. A lei do entulho. Revista Época. São Paulo, n. 315, 2004. 14. PETRUCCI, Eladio G. R. Materiais de construção. 12 ed. São Paulo: Globo, 1998. 15. PINTO, Tarcísio de Paulo (Coord.). Gestão ambiental de resíduos da construção civil: A experiência do Sinduscon-SP. São Paulo: Sinduscon, 2005. 48p. 16.Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. São Paulo, 1999. Tese (doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 189p. 17. ZORDAN, Sérgio Eduardo. Reciclagem de entulho da indústria de construção civil. 18. Manual de Gestão de Resíduos Sólidos.


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