UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
MILCA ESCARIÃO DA NÓBREGA OLIVEIRA
OCORRÊNCIA DE ESTRUTURAS PARASITÁRIAS EM
AMOSTRAS DE ALFACE (Lactuca sativa)
COMERCIALIZADAS NA FEIRA LIVRE DE SÃO MAMEDE, PARAÍBA.
PATOS – PB
2016
MILCA ESCARIÃO DA NÓBREGA OLIVEIRA
OCORRÊNCIA DE ESTRUTURAS PARASITÁRIAS EM
AMOSTRAS DE ALFACE (Lactuca sativa)
COMERCIALIZADAS NA FEIRA LIVRE DE SÃO MAMEDE, PARAÍBA.
Monografia apresentada ao Curso de
Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Campina Grande, em
cumprimento à exigência para o grau de
licenciada em Ciências Biológicas.
Orientador: Professor: Dr. Ednaldo Queiroga de Lima
Co- orientador: Professor: Dr. Edevaldo Silva
PATOS – PB
2016
Ao meu pai Milton (in memóriam), pelo amor
que a mim dedicou, na certeza que um dia nos
encontraremos. Quanta falta o senhor me faz.
A minha mãe Lalá, mulher guerreira e
forte, por estar sempre ao meu lado, dando-me
apoio e acima de tudo seu amor incondicional.
Ao meu namorado Kaio, pelo carinho,
compreensão, companheirismo e estimulo
para minha realização profissional.
A Deus e a vocês, todo o meu amor e
minha gratidão...
Dedico!
AGRADECIMENTOS
A Deus, por estar sempre a minha frente guiando meus passos, dando-me sabedoria, fé
e discernimento para enfrentar as dificuldades encontradas pelo caminho, a ele toda honra e
toda glória.
A minha mãe, por todo o esforço para que eu conseguisse concluir minha graduação,
pelo companheirismo, incentivo e fé, serei eternamente grata.
Ao meu namorado e companheiro de todas as horas, pela disponibilidade em me ajudar,
pelo carinho e estímulo.
Ao professor Dr. Ednaldo Queiroga de Lima, por sua orientação, paciência e apoio na
execução deste trabalho, principalmente durante as práticas laboratoriais, pela oportunidade de
aprendizagem e incentivo ao meu crescimento pessoal e profissional.
Ao professor Edevaldo Silva, por sua co-orientação, pelo apoio e disponibilidade em
me ajudar, pelas sugestões e inestimável ajuda que muito contribuíram para o enriquecimento
deste trabalho.
Ao laboratório de química da UFCG, na pessoa de Wagner Alex, por todo o auxílio na
preparação do material e nas atividades de laboratório.
Ao professor Dr. Veneziano, pelas sugestões e disponibilidade em ajudar.
As pessoas que me ajudaram de forma direta ou indiretamente na realização deste
trabalho e durante minha formação acadêmica, em especial aos meus familiares e amigos que
torceram e acreditaram em mim.
Á todos, meu muito obrigado!
“Seja forte e corajoso, não fique desanimado,
nem tenha medo, por que eu o senhor seu Deus,
estarei com você em qualquer lugar por onde você
passar.”
(Josué 1:9)
R E S U M O
O consumo de hortaliças cruas pode trazer riscos de contaminação alimentar pela ingestão de
estruturas parasitárias. Em virtude da ausência de fiscalização sanitária nos locais de
comercialização de hortaliças, este trabalho objetivou avaliar a ocorrência de estruturas
parasitárias em amostras de alfaces (Lactuca sativa) comercializadas na feira livre do
município de São Mamede - PB. No período de cinco semanas, entre os meses de fevereiro e
março de 2016, foram coletadas aleatoriamente um total de 25 amostras de alface (variedade
crespa) de todos os pontos de venda localizados na feira livre, estes, foram processados pelo
método de sedimentação espontânea descrito por Hoffman; Pons; Janer (1934), com
adaptações. Os resultados mostraram uma positividade de 100% de contaminação, havendo
em todas as amostras poliparasitismo. Os cistos, oocistos e trofozoíto de protozoários,
apresentaram prevalência de (45,54%) e os ovos e larvas de helmintos (54,46%).
Predominaram as espécies Entamoeba coli (80,0%); Giardia lamblia (52,0%); Ascaris
lumbricoides (40,0%); Taenia spp. (32,0%) e Trichuris trichiura (32,0%), além de uma
acentuada incidência de larvas de nematódeos (72,0%). Portanto, as alfaces comercializadas
na feira livre de São Mamede-PB apresentam baixo padrão higiênico, podendo oferecer riscos
de contaminação alimentar à população consumidora. A fiscalização nos pontos de venda e
implantação de campanhas socioeducativas são fundamentais para a conscientização dos
produtores e manipuladores de alimentos sobre aspectos de higiene.
PALAVRAS-CHAVE: Hortaliças. Parasitoses. Higiene.
A B S T R A C T
The consumption of raw vegetables can bring risks of food contamination by eating parasitic
structures. Due to the lack of sanitary inspection in the marketing of vegetable sites, this study
aimed evaluate the occurrence of parasitic structures in lettuce samples (Lactuca sativa) traded
on the open market of São Mamede - PB. In the five-week period between the months of
February and March 2016, were randomly collected a total of 25 samples of lettuce (variety
crisped) of all sales points located on the open market, these were processed by spontaneous
sedimentation method described by Hoffman; Pons; Janer (1934), with adaptations. The results
showed a 100% positivity infection, and in all polyparasitism samples. The cysts, oocysts, and
protozoa trophozoite presented prevalence (45.54%), and eggs and larvae of helminths
(54.46%). Predominant species Entamoeba coli (80.0%); Giardia lamblia (52.0%); Ascaris
lumbricoides (40.0%); Taenia spp. (32.0%) and Trichuris trichiura (32.0%) and a marked
incidence of nematode larvae (72.0%). So lettuces traded on the São Mamede-PB open market
have low hygienic standard and may pose risks of food contamination to the consumer
population. The inspection at the point of sale and implementation of socio-educational
campaigns are essential to raise awareness of food producers and handlers on hygiene aspects.
KEYWORDS: Vegetables. Parasitosis. Hygiene
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
.
Figura 1. Localização da cidade onde realizou-se a pesquisa. A: Mapa do estado da Paraíba,
evidenciando o município de São Mamede; B: Extensão territorial do município de
São Mamede............................................................................................................. 24
Figura 2. Amostras coletadas: A: Banca que comercializa hortaliças na feira livre; B: Alfaces
devidamente lacrados e identificadas antes do início das análises.......................... 25
Figura 3. Etapas metodológicas: A: Desfolhamento das alfaces para observação
macroscópica; B: Lavagem, permanecendo as mostras submersas em solução
fisiológica por 24 horas; C: Liquido resultante da lavagem das amostras; D: Tubos
de ensaios prontos para centrifugação; E: Sedimento obtido após desprezar o liquido
sobrenadante; F: Lâminas utilizadas para observação em microscópio
óptico...................................................................................................................... 27
Figura 4. Percentual dos parasitas que obtiveram maior representatividade nas 25 amostras de
alface analisadas na atual pesquisa.........................................................................30
Figura 5. Estruturas parasitárias com maior representatividade nas alfaces analisadas em
ordem decrescente. A: Cisto de E. coli; B: Larva de nematódeos; C: Cistos de G.
lamblia; D: Ovo de A. lumbricoides; E: Ovo de Taenia spp.; F: Ovo de T. trichiura.
.................................................................................................................................. 31
Figura 6. Frequência absoluta de formas/estágios dos parasitas, encontrados em 25 amostras
de alfaces proveniente da feira livre de são Mamede, PB....................................... 32
Figura 7. Algumas sujidades encontradas em alfaces. A: Besouro encontrado dentro de uma
das amostras; B: Formiga; C: Esporo de fungo visto ao microscópico óptico; D:
Ácaros visualizadas com auxílio da lupa eletrônica.
................................................................................................................................ 34
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 11
2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 13
2.1 Geral ........................................................................................................................ 13
2.2 Específicos ............................................................................................................... 13
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 14
3.1 Parasitismo ............................................................................................................. 14
3.2 Parasitoses intestinais ............................................................................................ 14
3.3 Alfaces como fonte de contaminação parasitaria ................................................ 15
3.4 Parasitas em hortaliças .......................................................................................... 17
3.5 Principais Protozoários em hortaliças ................................................................. 17
3.5.1 Balantidium sp...................................................................................................17
3.5.2 Entamoeba coli ................................................................................................. 18
3.5.3 Entamoeba histolytica ...................................................................................... 18
3.5.4 Giardia lamblia ................................................................................................ 19
3.6 Principais helmintos em hortaliças ...................................................................... 20
3.6.1 Nematódeos - Ancylostoma spp. ....................................................................... 20
3.6.2 Nematódeos - Ascaris lumbricoides ................................................................ 20
3.6.3 Nematódeos - Trichuris trichiura ..................................................................... 21
3.6.4 Cestódeos - Taenia spp.....................................................................................20
3.6.5 Trematódeos - Schistosoma mansoni .............................................................. 22
4. METODOLOGIA ........................................................................................................ 24
4.1 Caracterização do Local de pesquisa ................................................................... 24
4.2 Coleta das Amostras .............................................................................................. 24
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 28
6. CONCLUSÕES ............................................................................................................ 39
7. REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 40
11
1. INTRODUÇÃO
As pessoas socioeconomicamente menos favorecidas, com baixo grau de escolaridade,
com pouco acesso a informação, condições de moradia, saneamento e higiene inadequadas,
constituem a população de risco, com mais vulnerabilidades para doenças parasitárias.
As parasitoses intestinais são enfermidades causadas por parasitas. Seus agentes
etiológicos são protozoários e/ou Helmintos (NEVES et al., 2010). Estão presentes em todo o
mundo, comprometendo principalmente a população mais carente nos países em
desenvolvimento (QUADROS et al., 2008).
Às condições socioeconômicas da população brasileira e o clima tropical do país são
fatores propícios para disseminação de doenças (SOARES; CANTOS (2006). O Brasil
apresenta prevalência elevada de algumas protozooses, tornando estas patogenias um sério
problema de saúde pública (OLIVEIRA; GERMANO,1992).
Segundo a organização mundial de saúde (OMS, 1997), entre os patógenos encontrados
com maior frequência nos seres humanos estão os enteroparasitos. Eles podem desencadear
alguns tipos de enfermidades que provocam incômodo físico e mental aos hospedeiros,
associados a danos econômicos (FRANÇA; BONNAS; SILVA, 2014).
A contaminação pode ocorrer pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados
causando anemia, mal absorção de nutrientes, diarreia, perda de peso, diminuição da
capacidade de aprendizado e trabalho, além disto, pode causar retardo no crescimento das
crianças (QUADROS et al., 2008).
Estudos realizados sobre o perfil parasitológico das hortaliças em distintas localidades
do país, tem revelado níveis alarmantes de contaminação por estruturas parasitárias presentes
nestes vegetais, classificando-os como importante fonte de infecção e de disseminação de
doenças. Quando estão contaminadas, as hortaliças podem apresentar cistos e oocistos de
protozoários, larvas e ovos de helmintos, além de microrganismos patogênicos, como bactérias
(BARUFFALDI et al., 1984).
Entre as hortaliças que apresentam maiores índices de contaminação, destaca-se a
alface. De acordo com França; Bonnas; Silva (2014), elas podem apresentar precárias
condições higiênicas no que se refere a toda cadeia produtiva, podendo haver contaminação
em qualquer etapa.
A alface (Lactuca sativa) pertence à família Asteraceae, é umas das hortaliças mais
apreciadas pelos brasileiros que buscam hábitos alimentares saudáveis, pois, possui inúmeras
12
propriedades nutricionais, atuando como fonte de vitaminas, sais minerais e fibras, além disto,
são pobres em calorias e possui um sabor agradável, sendo assim, indicada para todos os tipos
de dietas (RAMOS et al., 2014).
O homem desenvolveu o hábito de consumi-las cruas, pois, quando cozidas alguns
nutrientes são perdidos devido a temperatura, e se não forem bem higienizadas as alfaces
podem trazer sérios danos à saúde de quem a consome, assim, torna-se perigoso o consumo de
alimentos crus, pois, podem apresentar agentes infecciosos de origem fecal, e servir de fonte
de infecção (ADAMI; DUTRA, 2011; PERES JÚNIOR; GONTIJO; SILVA, 2012).
Apesar de existirem muitos fatores de risco, os que tornam as alfaces mais susceptíveis
são: a qualidade da água utilizada na irrigação, adubos proveniente de dejetos fecais de origem
humana ou animal, solo contaminado, manuseio e transporte inadequados, medidas que
contribuem para que haja foco de estruturas parasitarias nos vegetais (TAKAYANAGUE et
al., 2001).
Dentre os diversos cuidados que auxiliam na produção de hortaliças saudáveis,
recomenda-se a conscientização como um grande aliado. Portanto, medidas preventivas como
saneamento básico, água de boa qualidade para irrigação e práticas de higiene por parte dos
produtores, consumidores e manipuladores de alimentos, são cuidados significativos para o
controle dos fatores de risco.
Os estudos sobre prevalência de estruturas parasitárias em hortaliças são de grande
importância para a saúde pública local, haja visto que, servem como medida profilática
(COSTA, 2012).
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi analisar a ocorrência de estruturas
parasitarias em amostras de alface (Lactuca sativa) comercializadas na feira livre de São
Mamede, Paraíba.
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2. OBJETIVOS
2.1 Geral
Analisar a ocorrência de contaminação por parasitas em amostras de alface (Lactuca
sativa) comercializadas na feira livre no município de São Mamede - PB.
2.2 Específicos
- Identificar os tipos de parasitas presentes nas alfaces.
- Conhecer a frequência de contaminação das alfaces por parasitas.
14
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Parasitismo
É uma relação desarmônica entre seres de duas espécies diferentes que dividem o
mesmo ambiente. Pode ocorrer por dois motivos: obtenção de alimento e/ou proteção, neste
tipo de associação apenas os parasitas se beneficiam causando desconforto e danos físicos e
econômicos aos parasitados, ocorrendo uma espoliação constante, mas insuficiente para matar,
esta relação tende há um equilíbrio entre a capacidade imunológica do hospedeiro e a ação do
parasita, no entanto, para que a contaminação aconteça é necessário que o hospedeiro esteja
suscetível (NEVES et al., 2010).
Os parasitas podem viver dentro ou fora do corpo do hospedeiro, com objetivo de obter
recursos essenciais para seu desenvolvimento, através de uma espécie de dependência
metabólica de graus variados (REY, 2011).
3.2 Parasitoses intestinais
São enfermidades causadas por parasitas. Possuem grande importância para as ciências
médicas, pois se instalam facilmente no intestino do homem e são transmitidas de forma
simples, pela ingestão de água ou alimentos contaminados (QUADROS et al., 2008).
Segundo Neves et al. (2010), existem fatores que contribuem para a existência de
contaminação e disseminação de doenças, alguns relacionados ao hospedeiro, tais como:
estado nutricional, capacidade do organismo de desenvolver resposta imunológica, presença
de outras enfermidades, hábitos higiênicos, entre outros. Com relação aos parasitas
deve-se levar em consideração: a quantidade de estruturas contaminantes, nível de virulência
e viabilidade das larvas, ovos, cistos e oocistos, a união desses fatores são determinantes para
que aconteça a infecção (MORAES; LEITE; GOULART, 2008).
A maioria das doenças parasitárias apresentam quadros clínicos semelhantes. Os
sintomas mais frequentes são: diarreia, dores abdominais, vômito, náuseas, febre, perda de
peso, falta de apetite, baixo rendimento físico e mental, anorexia, podendo haver em alguns
casos, dependendo do tipo de parasita, o comprometimento de órgãos como: fígado, rins e o
cérebro, no entanto, os sintomas são variáveis, e em alguns casos, essas doenças podem ser
assintomáticas (NEVES et al., 2010).
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A ausência de informações por grande parte da população sobre como proceder com
métodos adequados de higiene, vem a contribuir para o surgimento de regiões endêmicas com
elevada prevalência de parasitoses intestinais (BICA; DILLENBURG; TASCA, 2011).
Essas doenças estão diretamente relacionadas as baixas condições econômicas em que
muitas populações se encontram, aliadas a falta de saneamento básico, ao analfabetismo, a
fome e os maus hábitos de higiene (NEVES et al., 2010).
Para o controle na disseminação de parasitoses intestinais, medidas profiláticas que
busquem eliminar os pontos considerados de risco devem ser adotadas, entre elas, são
fundamentais, o cuidado com a higiene pessoal, dos alimentos, das águas utilizadas para o
consumo e para a irrigação de hortas, além disto, é importante o consumo de carne bem cozida,
pois, as doenças parasitárias ocorrem principalmente pela ingestão de água e alimentos
contaminados (REY, 2011).
Segundo Costa (2012), Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e os ancilostomídeos
Necator americanus e Ancylostoma duodenale, são os helmintos (nematódeos) encontrados
com maior frequência nos seres humanos, dentre os protozoários destacam-se: Entamoeba
histolytica e Giardia lamblia.
Estes agentes instalam-se no hospedeiro e podem causar diferentes tipos de doenças,
tais como: amebíase, giardíase, teníase, ascaridíase e a ancilostomíase, parasitoses que, em
casos extremos, podem levar o hospedeiro a óbito (TERTO; OLIVEIRA; LIMA, 2014).
3.3 Alfaces como fonte de contaminação parasitaria
As doenças parasitárias tem alcançado níveis crescentes em todo o mundo, tal fato, está
relacionado a facilidade de transmissão que acontece principalmente pelo consumo de
hortaliças contaminadas, entre elas, destaca-se a alface (TERTO; OLIVEIRA; LIMA, 2014).
No Brasil, existem diversas variedades desses vegetais, porém, as variedades crespa e lisa são
as mais populares e as mais consumidas (HENZ; SUINAGA, 2016).
Durante a cadeia produtiva, alguns fatores de risco favorecem a contaminação dos
vegetais por parasitas patogênicos provenientes de fezes de animais e/ou humanos, desta
forma, as hortaliças as que são consumidas in natura como as alfaces, devem ser limpas e
saudáveis, pois, podem proporcionar danos à saúde do homem ao trazer em suas folhas uma
grande variedade de estruturas infectantes (SANTANA et al., 2006).
16
Os perigos da contaminação ocorrem principalmente por meio do solo e/ou da água
usada para irrigar as hortas, ambos podem estar contaminados por material fecal de origem
animal e/ou humana e pelo contato direto com as mãos dos manipuladores de alimentos, haja
visto que a contaminação alimentar dar-se por meio do ciclo fecal/oral (QUADROS et al.,
2008; TAKAYANAGUI et al., 2001).
De acordo com Soares; Cantos (2006); França; Bonnas; Silva (2014), entre os
contaminantes mais frequentes em alfaces destacam-se os ovos dos helmintos (Ancylostoma
spp., A. lumbricoides, e Strongyloides sp.), e cistos dos protozoários (Entamoeba sp.,
Endolimax nana, G. lamblia), parasitas estes evidenciados no presente estudo.
Pesquisas que envolvem o monitoramento das condições higiênicas durante as etapas
da cadeia de produção das hortaliças são crescentes em todo o mundo, a fim de, investigar a
presença de estruturas parasitárias presentes nestes vegetais (SANTOS, 2012).
Ao analisar a presença de estruturas enteroparasitárias em alfaces proveniente de
supermercados de Campina Grande- PB, Santos (2012), observou que o índice de
contaminação foi elevado, tendo como objetivo comparar seus resultados com outra pesquisa
realizada na feira livre da mesma cidade. Para ele, não há distinção entre consumir hortaliças
da feira livre ou do supermercado, pois, ambas apresentaram praticamente os mesmos tipos de
contaminantes.
No trabalho de França; Bonnas; Silva (2014), em Uberlândia-MG, sobre a qualidade
higiênico sanitária de alfaces provenientes de feiras livres, obtiveram altos níveis de
contaminação, dentre as amostras avaliadas as estruturas mais frequentes foram, Balantidium
coli, E. histolytica/dispar, Entamoeba coli, G. lamblia e Cryptosporidium spp.. Segundo os
autores, a vigilância sanitária deveria ser mais presente na fiscalização.
Magalhães; Carvalho; Freitas (2010), ao realizarem um inquérito parasitológico em
manipuladores de alimentos em João Pessoa-PB, constataram que muitos estavam parasitados.
Entre os contaminantes encontrados destacam-se: E. nana, E. histolytica, E. coli, e
Strongyloides stercoralis.
Para Nolla; Cantos (2005), os altos níveis de contaminação estão relacionados a práticas
inadequadas de higiene por parte dos indivíduos que manipulam alimentos, que podem
contamina-los e contaminar a si próprio, através do contato com as mãos, haja vista que, muitos
possuem resistência em modificar seus hábitos demonstrando pouca importância sobre os
riscos de disseminação de parasitoses.
17
3.4 Parasitas em hortaliças
O conhecimento sobre aspectos relacionados a biologia de alguns parasitas, reveste-se
de grande importância para a saúde pública, pois, permite entender como ocorre a
disseminação de doenças, e quais são os fatores de risco, além de estabelecer medidas
necessárias a sua profilaxia, desta forma, faz-se necessário o enfoque sobre aqueles que são
mais frequentes em estudos com hortaliças, já que, são de interesse médico e podem acometer
a saúde do homem causando-lhe diversas patogenias (MORAES; LEITE; GOULART, 2008).
Os protozoários e helmintos estão distribuídos por todo o mundo, no Brasil, são mais
prevalentes nas zonas rurais e em locais sem saneamento básico, podendo contaminar os
alimentos, o solo, a água e os seres humanos e/ou animais, através dos ovos e larvas de
helmintos e/ou cistos e oocistos de protozoários (MATOS; MURAI, 2005).
Alguns protozoários tem maior representatividade em países que possuem clima
propício ao seu desenvolvimento. No Brasil, destacam-se os gêneros: Entamoeba sp.,
Balantidium sp. e Giardia sp. (SANTOS, 2012).
De acordo com Corrêa (1976), dentre os helmintos, dois grupos são relevantes por
apresentarem espécies de interesse médico, os Nematelmintos (nematódeos) e os Platelmintos
(cestódeos e trematódeos). Dentre o primeiro grupo os mais frequentes na população são: A.
lumbricoides, Ancylostoma spp., e T. trichiura, o segundo grupo inclui as Ténias, T. saginata
e T. solium, que pertencem aos cestódeos (FERNANDES et al., 2012), e o Schistosoma
mansoni, representante dos trematódeos.
3.5 Principais Protozoários em hortaliças
3.5.1 Balantidium sp.
É o agente etiológico da balantidíase, apresenta ampla distribuição mundial. É um
ciliado que eventualmente parasita o intestino grosso de seres humanos. No entanto, isto
acontece quando ocorre alguma lesão do colón e do ceco, fazendo com que o parasita haja
como oportunista, pois, não consegue penetrar sozinho nas mucosas sadias, causando uma
infecção secundária que pode provocar quadros de diarreia com sangue e muco semelhante às
da amebíase, contudo, é mais frequente nos suínos e nos ratos (NEVES et al., 2010; GEORGI,
1988).
18
Acredita-se que os suínos possam ser responsáveis pela disseminação, mas, os estudos
ainda são escassos, a transmissão ocorre pela ingestão de cistos e em alguns casos de
trofozoítos, os cistos são estruturas resistentes as condições do ambiente, facilitando a
contaminação das águas e dos alimentos, quando parasitado o paciente poderá apresentar
intensas evacuações, causando emagrecimento, desidratação e anemia, em casos mais graves
pode haver hemorragias intestinais, e ocasionar o óbito do hospedeiro (REY, 2011).
3.5.2 Entamoeba coli
A E. coli é um microrganismo comensal que parasita o intestino do homem, onde nutre-
se de bactérias, fungos e resíduos alimentares, apesar de não ser considerada patogênica, sua
presença indica contaminação por fezes humanas em hortaliças (REY, 2011).
A infecção ocorre quando o homem ingere água ou alimentos contaminados por
material fecal contendo os cistos que compreendem a forma infectante da E. coli, os quais,
podem resistir alguns dias no meio externo. As pessoas socioeconomicamente menos
favorecidas, que vivem em locais desprovidos de saneamento básico e com baixos padrões
higiênicos são mais suscetíveis a contaminação (MORAES; LEITE; GOULART, 2008).
3.5.3 Entamoeba histolytica
As várias espécies do gênero entamoeba, são classificadas de acordo com o número de
núcleos presentes nos cistos, as mais frequentes em estudos por contaminação alimentar são as
do grupo coli, díspar e histolytica, entre elas a última é considera patogênica ao homem (REY,
2011).
Neste gênero destaca-se a E. histolytica, parasita causador da amebíase. Segundo Neves
et al. (2010), é uma doença considerada grave e de grande relevância para saúde pública por
apresentar alto potencial patogênico, sendo responsável por cerca de 100.000 mortes por ano,
entretanto, existem casos de pacientes assintomáticos.
De acordo com Duarte (2006), existe uma diversidade de sintomas que podem
caracterizar a doença, nota-se que, a maior parte dos portadores são assintomáticos, mas, alguns
podem apresentar febre, diarreias ou abcesso hepático. Vale salientar que, as infecções causadas
por este parasita podem acontecer dentro ou fora do intestino, no último caso, tem-se um estado
avançado e grave, onde outros órgãos podem ser acometidos (REY, 2011).
.
19
Através da circulação, “os trofozoítos podem atingir órgãos como fígado e,
posteriormente, pulmão, rim, cérebro ou pele, causando a amebíase extra intestinal. O
trofozoíto presente nestas úlceras é denominado forma invasiva ou virulenta” (NEVES et al.,
2010, p.131).
3.5.4 Giardia lamblia
É um flagelado que parasita o intestino delgado de distintas espécies de seres vivos,
incluindo o homem, animais domésticos, aves, répteis e anfíbios, este parasita pode ser
encontrado como cisto, que compreende a forma infectante e possui elevada resistência a
condições do meio ambiente, ou como trofozoíto, forma ativa, onde reproduzem-se na luz do
intestino (NEVES et al., 2010).
Protozoário do gênero Giardia responsável por causar a giardíase. Este tipo de
enfermidade é mais frequente em crianças, podendo provocar sérios distúrbios nutricionais,
influenciar no desenvolvimento físico, mental e causar déficit, ou comprometimento do
rendimento escolar (BICA; DILLENBURG; TASCA, 2011).
A contaminação é provocada pela ingestão de cistos, logo após, acontece o processo de
desencistamento iniciado no estômago e concluído no intestino delgado, originando os
trofozoítos que, por vezes, podem ser encontrados nas fezes (NEVES et al., 2010).
Quando a doenças se instala, o hospedeiro pode apresentar-se como portador
assintomático ou manifestar um quadro clínico com sintomas variáveis, sendo os mais comuns:
vômitos, dores abdominais, diarreia, emagrecimento, anemia, náuseas, desconforto abdominal,
entre outros, dependendo da capacidade imunológica de cada indivíduo (FERNANDES et al.,
2012).
A transmissão está diretamente relacionada com hábitos inadequados de higiene, como
mãos e unhas sujas, consumo de água ou alimentos contaminados com cistos do parasita, e até
mesmo por relações heterossexuais, para evitar os riscos desta doença, deve-se adotar medidas
higiênicas, como o cuidado com a qualidade da água utilizada para o consumo, com a higiene
pessoal e correta higienização dos alimentos (REY, 2011).
20
3.6 Principais helmintos em hortaliças
3.6.1 Nematódeos - Ancylostoma spp.
É um parasita habitual do homem, podendo raramente ser encontrado parasitando
outros animais. Quando adultos são encontrados no intestino delgado, onde praticam o hábito
da hematófagia para se alimentarem, lá, as fêmeas encontram um lugar propício para ovipôr,
através das fezes dos hospedeiros os ovos postos são eliminados para o meio ambiente, estes,
ao encontrarem condições favoráveis passam por estágios larvais até chegar ao estágio L3, que
constitui a fase infectante do parasita (MORAES; LEITE; GOULART, 2008).
Duas espécies podem provocar a ancilostomíase: o A. duodenale e o N. americanus,
doença popularmente conhecida como “amarelão”, devido a anemia ser um de seus sintomas
característicos, a infecção pode acontecer pela penetração das larvas L3 através da pele, ou até
mesmo pela ingestão destas juntamente com água e/ou alimentos contaminados (NEVES et
al., 2010).
Em casos de infecções cutânea, as larvas migram através da circulação sanguínea ou
linfática, passam pelo coração, pelos pulmões, pela laringe e faringe, terminando o chamado
“ciclo pulmonar” no intestino do hospedeiro, no caso da infecção ocorrer por via oral, não
haverá o ciclo pulmonar, neste caso, as larvas completaram seu desenvolvimento no tubo
digestório (REY, 2011).
Os sintomas são variáveis, os parasitados podem apresentar irritação no local de
penetração da larva, desconforto abdominal, anorexia, alterações respiratórias, emagrecimento,
podendo evoluir para um quadro agudo de anemia com dilatação cardíaca, e em casos extremos
resultar na morte do hospedeiro (REY, 2011).
3.6.2 Nematódeos - Ascaris lumbricoides
Causador da ascaridíase, é um dos parasitas mais conhecidos no mundo. Estima-se que
aproximadamente 30% da população mundial albergam o A. lumbricoides, destes, 70% a 90%
dos hospedeiros são crianças, por possuírem hábitos inadequados de higiene, e capacidade
imunológica em desenvolvimento, tornam-se mais suscetíveis (VIEIRA; AMARANTE,
2011).
21
A contaminação dar-se pela ingestão da larva L3 contida nos ovos, presentes em água
e/ou alimentos contaminados ou veiculados pelos insetos e pela poeira, o homem é o
hospedeiro definitivo e libera em suas fezes ovos do parasita contaminando o ambiente, estima-
se que cerca de 200.000 são postos por dia pela Ascaris fêmea (NEVES et al., 2010).
Para Campos et al. (2002) se o ambiente oferecer condições propícias,
aproximadamente depois de um mês, os ovos tornam-se patogênicos e prontos para contaminar
os alimentos a água e os seres humanos.
No intestino humano, as larvas rompem os ovos e migram para os pulmões, lá as larvas
no estágio adulto podem migrar para outros partes do corpo e atingir outros órgãos, causando
quadros de infestação maciça, obstrução intestinal, e dos ductos biliares, além de irritabilidade
e desnutrição (SOUZA et al., 2014).
Vieira; Amarante (2011), concordam que o ambiente tem papel importante na
disseminação do parasita e que fatores como a quantidade de ovos postos, a resistência e
viabilidade destes, as condições sanitárias precárias, estado nutricional e idade dos
hospedeiros, influenciam na veiculação da ascaridíase.
3.6.3 Nematódeos - Trichuris trichiura
A contaminação por T. trichiura causa uma patogenia conhecida como tricuríase,
doença com elevada prevalência em regiões tropicais e subtropicais, lugares com clima quente
e úmido são os ideais para o desenvolvimento dos ovos, estima-se que aproximadamente 1
bilhão de indivíduos em todo o mundo alberguem este parasita, sendo a maioria crianças e
adolescentes (NEVES et al., 2010).
No intestino grosso, as fêmeas fazem ovipostura de aproximadamente 3.000 a 20 mil
ovos por dia, por volta de 70 a 90 dias depois da contaminação os hospedeiros começam a
eliminarem os ovos nas fezes, quando no meio externo, se tornarão embrionados contendo uma
larva em seu interior, estrutura considerada infectante, sendo os seres humanos os únicos a
apresentarem este tipo de infecção (REY, 2011).
A contaminação dar-se-á pela ingestão dos ovos presentes em água e alimentos
contaminados. O quadro clinico é variável, como em muitas outras parasitoses, dependendo
da quantidade dos contaminantes ingeridos, o paciente pode apresentar desconfortos
intestinais, já que, vivem no trato digestório, acompanhado de crises diarreicas, anemia,
22
insônia, vômitos, enfim, sintomas comuns a maioria das enteroparasitoses (MORAES; LEITE;
GOULART, 2008).
3.6.4 Cestódeos - Taenia spp.
A T. solium e a T. saginata são cestódeos popularmente conhecidas como solitárias,
capazes de provocar a teníase e a cisticercose, doenças distintas, mas, causadas pelo mesmo
agente etiológico em diferentes estágios de desenvolvimento, podendo veicular a doença entre
o gado e o homem, entre os suínos e o homem, ou do homem para ambos, pois, a infecção
ocorre principalmente pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados (REY, 2011).
As Taenias spp. necessitam de um hospedeiro intermediário. Quando estes hospedeiros
são os bovinos, tem-se a T. saginata, quando são os suínos, tem-se a T. solium, nos dois casos
o parasita será encontrado na forma larval (cisticercos), os humanos são os hospedeiros
definitivos, pois, albergam dentro do intestino delgado a forma adulta do parasita (MEDEIROS
et al., 2008).
A teníase é causada pelos dois parasitas. A infecção acontece quando o homem ingere
carne bovina ou suína que esteja contaminada pelas larvas viáveis (cisticercos), isso
geralmente acontece quando as pessoas tem o hábito de consumir carne mal cozida (COSTA,
2012).
A cisticercose é uma doença típica dos animais, mas acidentalmente pode acometer o
homem pela ingestão de ovos da T. solium. De acordo com Neves et al. (2010), poderá
acontecer uma autoinfeção externa quando um indivíduo ingere ovos provenientes de suas
próprias fezes ou a heteroinfeção, que se dá pela ingestão de ovos eliminados por outro
indivíduo e disseminados no ambiente. As medidas profiláticas básicas são: o consumo de
carnes bem cozidas e os cuidados com a higiene pessoal, doméstica e dos alimentos.
3.6.5 Trematódeos - Schistosoma mansoni
É uma das espécies pertencentes ao gênero Schistosoma, causador da esquistossomose
mansônica. No Brasil, é conhecida popularmente como doença do caramujo ou ainda por
barriga d’água. Estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas por todo o mundo alberguem
este helminto, e que, mais de seis milhões brasileiros estejam parasitados por S. mansoni,
constituindo um sério problema de saúde pública (REY, 2011).
23
Para que ocorra a disseminação da esquistossomose é necessário a presença do
hospedeiro intermediário, os caramujos do gênero Biomphalaria, que vivem em reservatórios
de água doce, como: barragens, rios e áreas de irrigação, no entanto, o homem constitui seu
principal hospedeiro definitivo, todavia, eventualmente, pode acontecer parasitismo em
algumas espécies de roedores, animais domésticos e silvestres, nestes casos o parasita não
consegue completar seu ciclo (MORAES; LEITE; GOULART, 2008).
Quando indivíduos contaminados evacuam próximo a reservatórios de água doce,
eliminam em suas fezes ovos do parasita que em contato com a água, eclodem e liberam os
miracídios (larvas), estes irão parasitar os caramujos, após algumas semanas os miracídios
deixam o hospedeiro intermediário e voltam para água na forma de cercarias, forma infectante
do parasita, a contaminação acontece quando as cercarias penetram através da pele para dentro
do organismo humano onde se desenvolvem, após algumas semanas, o hospedeiro passa a
eliminar os ovos em suas fezes (PORDEUS et al., 2008).
De acordo com Pordeus et al. (2008), a doença pode apresentar um quadro variável,
desde portadores assintomáticos a fases agudas ou crônicas, o sintoma característico é o
crescimento do baço e do fígado (hepatoesplenomegalia), causando um aumento da região
abdominal, popularmente conhecida como barriga d’agua.
As principais medidas profiláticas para o controle desses parasitas basicamente são:
Saneamento básico, monitoramento e controle dos caramujos que são os hospedeiros
intermediários do parasita, hábitos adequados de higiene e educação sanitária (REY, 2011).
24
4. METODOLOGIA
4.1 Caracterização do Local de pesquisa
São Mamede é um município brasileiro pertencente ao estado da Paraíba (Figura 1).
Está localizado na região do Seridó Ocidental no centro do estado, na mesorregião da
Borborema e microrregião de Patos (IBGE, 2010).
O município se estende por uma área territorial de aproximadamente 530,728 km²
(6°55'36''S, 37°5'46''W), está a uma altitude de 253 metros acima do nível do mar e a uma
distância de 283 km da capital, João Pessoa, no último senso sua população era de
aproximadamente 7.748 habitantes com uma densidade demográfica de 14,6 hab./km², seu
clima é tropical semiárido com chuvas de verão e baixos índices pluviométricos (IBGE, 2010).
O município conta com apenas uma feira livre localizada no mercado público que situa-
se no centro da cidade, local onde foi realizada a coleta das amostras para a pesquisa do tipo
experimental qualitativa. Na feira encontram-se 5 bancas/pontos que comercializam a alfaces.
Figura 1. Localização da cidade onde realizou-se a pesquisa. A: Mapa do estado da Paraíba, evidenciando o
município de São Mamede; B: Extensão territorial do município de São Mamede.
4.2 Coleta das Amostras
Durante cinco semanas entre os meses de fevereiro e março de 2016, foram realizadas
coletas semanais, aos sábados no período da manhã de 05 pontos de venda situados na feira
livre de São Mamede, Paraíba, retirando-se uma unidade amostral de cada banca, totalizando
Fonte: IBGE , 2010.
A B
SÃO MAMEDE
PARAÍBA
25
05 amostras por semana. Todas as alfaces coletadas pertencem a variedade crespa e foram
escolhidas aleatoriamente, independente do peso ou tamanho, sendo armazenado em sacos
plásticos de primeiro uso devidamente fechados, identificados e mantidas sob refrigeração até
o momento das análises.
As amostras foram levadas para o laboratório de química da universidade federal de
Campina Grande (UFCG) – Campus de Patos para análise e diagnóstico parasitológico (Figura
2).
Figura 2. Amostras coletadas: A: Banca que comercializa hortaliças na feira livre; B: Alfaces devidamente
lacradas e identificadas antes do início das análises.
Fonte: Autores, 2016.
No laboratório, a técnica utilizada foi o método de sedimentação espontânea descrito
por Hoffman; Pons; Janer (1934), onde foram feitos alguns arranjos e algumas modificações,
adaptando-a para este trabalho. No entanto, este método mostrou-se muito eficaz, pois permitiu
a observação de todas as formas parasitárias como: cistos, oocistos e trofozoítos de
protozoários, além de larvas e ovos de helmintos.
Durante o procedimento laboratorial, foram usadas luvas descartáveis e todos os
materiais utilizados foram higienizados com água destilada. A princípio, as hortaliças
passaram por uma análise prévia, com o intuito de se ter uma ideia sobre a qualidade física do
material. As amostras foram desfolhados individualmente e observados em lupa eletrônica.
Nesta etapa foi possível visualizar larvas de nematódeos, pequenos insetos e ácaros, estruturas
que estavam presentes em muitas amostras.
Para a etapa de lavagem e sedimentação foram pesadas 50 g de cada uma das 05
amostras em balança analítica. Estas foram cortadas em pequenos partes e transferidas para
cálices cônicos, cada um contendo 200 mL de solução fisiológica a base de cloreto de sódio
4.3 Preparo e A nálise das Amostras
A B
26
(NaCl 0,9%) e água destilada, ficando as amostras submersas nesta solução. Após serem
homogeneizados, foram tampados com plástico filme e permaneceram em repouso por 24
horas.
No dia seguinte, foi realizada a filtragem do material, para isto, utilizou-se tela de nylon
coberta por gaze cirúrgica em quatro dobras. Após este procedimento, o material vegetal foi
desprezado, restando apenas o líquido proveniente da filtragem de cada amostra. Estes foram
homogeneizados e transferidos para tubos de ensaio, cada um dos quais contendo 5 mL do
líquido de interesse, todos feitos em triplicata. Os tubos foram centrifugados a 3.000 RPM
durante 5 minutos. Após este procedimento, o líquido sobrenadante foi desprezado restando
apenas o sedimento de interesse. A sequência das etapas metodológicas estão ilustradas na
(Figura 3).
Para as análises microscópicas, transferiu-se uma gota do sedimento resultante de cada
amostra para sua respectiva lâmina de vidro, cada uma proveniente de um tubo de ensaio. Estas,
foram cobertas com lamínula e analisadas ao microscópio óptico, nas objetivas de 10x e 40x,
perfazendo ao final da pesquisa, um total de 75 lâminas, provenientes de 75 tubos e de 25
mostras.
Os resultados das observações microscópicas foram analisados com o auxílio do
software Microsoft Excel 2013.
27
Figura 3. Etapas metodológicas: A: Desfolhamento das alfaces para observação macroscópica; B: Lavagem,
permanecendo as mostras submersas em solução fisiológica por 24 horas; C: Liquido resultante da
lavagem das amostras; D: Tubos de ensaios prontos para centrifugação; E: Sedimento obtido após
desprezar o liquido sobrenadante; F: Lâminas utilizadas para observação em microscópio óptico.
Fonte: Autores, 2016.
A
B
C
D
E
F
28
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi evidenciado que todas as amostras estavam positivas para a presença de algum tipo
de estrutura parasitária, todas as lâminas observadas apresentaram mais de uma estrutura
parasitária distinta, caracterizando poliparasitismo. As estruturas parasitarias encontradas em
amostras de alfaces coletados na feira livre de São Mamede e a frequência individual por
semana estão descritas na (Tabela 1).
O parasita mais frequente foi a E. coli (80,0%) que é um microrganismo comensal
considerado não patogênico ao ser humano. No entanto, está presente na maioria dos estudos
sobre a qualidade das hortaliças. Fato relevante, pois, reflete a precariedade das condições
sanitárias. Para Baruffaldi et al. (1984), o esterco, água estagnada, lama e esgoto, constituem
lugares propícios ao desenvolvimento desses microrganismos.
As alfaces analisadas apresentaram índices elevados de contaminação em todas as
semanas de pesquisa, entretanto, verificou-se que a semana 5 foi a que apresentou maior
diversidade e frequência de parasitas, ao contrário da semana 2.
As estruturas parasitárias prevalentes em todas as semanas da pesquisa foram: cistos de
E. coli (80,0%), Larvas de nematódeos (72,0%) e ovos de T. trichiura (32,0%). Apesar disso,
houveram aqueles evidenciados apenas uma vez, como: ovo de Moniezia sp., oocisto de
Isospora sp. e trofozoíto de B. coli, indicando uma provável contaminação com excretas de
animais, estruturas relevantes para a medicina veterinária, pela capacidade patogênica nos
animais. Porém, podem ocasionalmente parasitar o homem.
Houve uma grande diversidade de espécies com relação ao número de amostras
analisadas, além disto, a ocorrência de poliparasitismo, comprova a baixa qualidade das
hortaliças provenientes da feira livre de São Mamede. Esses resultados foram similares aos
obtidos por Terto; Oliveira; Lima (2014), que evidenciaram 100% de poli parasitismo nas
amostras comercializadas na feira livre em Serra Talhada-PE. Em Caruaru-PE, este percentual
foi menor, apenas 27, 27% das amostras apresentaram mais de uma estrutura parasitária
distinta na mesma lâmina (ESTEVES; FIGUEIRÔA, 2009).
29
Tabela 1. Frequência percentual individual por semana, de estruturas parasitárias presentes nas amostras de alfaces
(n=25) coletas na feira livre de São Mamede - PB, no período de fevereiro a março de 2016.
Parasitas
Frequência (%) de presença nas amostras
Semana Semana Semana Semana Semana
1 2 3 4 5
Cistos de Balantidium coli 0,0 0,0 0,0 20,0 80,0
Cistos de Entamoeba coli 80,0 60,0 80,0 80,0 100,0
Cistos de Entamoeba histolytica 40,0 20,0 40,0 0,0 20,0
Cistos de Endolimax nana 0,0 40,0 0,0 20,0 0,0
Cistos de Giardia lamblia 60,0 80,0 60,0 0,0 60,0
Larvas de nematódeos 80,0 60,0 100,0 80,0 40,0
Ovos de Ancylostoma spp. 20,0 0,0 0,0 0,0 20,0
Ovos de Ascaris lumbricoides 20,0 0,0 20,0 60,0 100,0
Ovos de Dicrocoelium sp. 0,0 20,0 40,0 60,0 20,0
Ovo de Hymenolepis sp. 0,0 0,0 0,0 0,0 40,0
Ovos de Moniezia sp. 20,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Ovos de Taenia spp. 40,0 40,0 60,0 20,0 0,0
Ovos de Trichuris trichiura 40,0 60,0 20,0 20,0 20,0
Oocistos de Cryptosporidium sp. 20,0 0,0 0,0 20,0 0,0
Oocisto de Isospora sp. 0,0 0,0 0,0 0,0 20,0
Ovos de Schistosoma mansoni 0,0 0,0 20,0 40,0 0,0
Ovos de Strongyloides stercorales 0,0 0,0 20,0 20,0 0,0
Trofozoito de balantidium coli 0,0 0,0 0,0 0,0 20,0 Fonte: Autores, 2016.
Das 25 amostras coletadas, os cistos de E. coli esteve presente em 80,0% (20/25) delas.
Outras estruturas apresentaram alto percentual de presença, tais como: Larvas de nematódeos
- 72,0% (18/25), cistos de G. lamblia - 52,0% (13/25), ovos de A. lumbricoides - 40,0%
(10/25), os ovos de T. trichiura e de taenia spp., apresentaram o mesmo percentual, ambos
com - 32,0% (8/25), ovos de Dicrocoelium sp. - 28,0% (7/25), e cistos de E. histolytica - 24,0%
(6/25), a (Tabela 2) apresenta a frequência e o percentual geral de parasitas.
Como mostra a (Figura 4), entre as estruturas parasitárias com maior frequência, nota-
se, maior prevalência dos helmintos em relação aos protozoários. A (Figura 5) ilustra os seis
principais parasitos evidenciados na presente pesquisa.
30
Tabela 2. Frequência absoluta e percentual geral da presença dos parasitas evidenciados nas amostras de
alfaces provenientes da feira livre de São Mamede, PB.
Parasitas
Número de amostras (+)
Frequência de amostras (+)
(%)
Cistos de Entamoeba coli 20 80,0
Larvas de nematódeos 18 72,0
Cistos de Giardia lamblia 13 52,0
Ovos de Ascaris lumbricoides 10 40,0
Ovos de Taenia spp. 8 32,0
Ovos de Trichuris trichiura 8 32,0
Ovos de Dicrocoelium sp. 7 25,0
Cistos de Entamoeba histolytica 6 24,0
Cistos de Balantidium coli 5 20,0
Cistos de Endolimax nana 3 12,0
Ovos de Schistosoma mansoni 3 12,0
Ovos de Ancylostoma spp. 2 8,0
Ovos de Hymenolepis sp. 2 8,0
Ovos de Strongyloides stercorales 2 8,0
Oocistos de Cryptosporidium sp. 2 8,0
Oocisto de Isospora sp. 1 4,0
Ovos de Moniezia sp. 1 4,0
Trofozoíto de Balantidium coli 1 4,0 Fonte: Autores, 2016.
Figura 4. Percentual dos parasitas que obtiveram maior representatividade nas 25 amostras de alfaces
analisadas na atual pesquisa.
Fonte: Autores, 2016.
80,072,0
52,0
40,032,0 32,0 28,0 24,0
01020304050607080
Per
centu
al (
%)
de
par
asit
as
Principais parasitas nas alfaces
31
Figura 5. Estruturas parasitárias com maior representatividade nas alfaces em ordem decrescente. A: Cistos de E.
coli, B: larva de nematódeo; C: Cistos de G. lamblia; D: Ovo de A. lumbricoides; E: Ovo de Taenia
spp.; F: Ovo de T. trichiura.
Fontes: A, C, D, E, Atlas de parasitologia humana1. B, E, autores. 2016.
1
1 Disponível em:< http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/alfabe.htm> Acesso em Mar. 2016
A
C D
B
E
F
32
Através da morfologia, foi realizada a identificação das estruturas parasitárias,
entretanto, esta técnica encontra dificuldade na diferenciação de cistos, ovos e larvas, de
distintas espécies parasitas do homem e dos animais, principalmente na diferenciação de alguns
helmintos de vida livre (BARUFFALDI et al., 1984).
A semana 5, foi a única que apresentou todas as formas parasitárias, os cistos e os ovos
foram as estruturas mais frequentes, e apresentaram-se em quantidades próximas, sendo o
primeiro mais representativo, no entretanto, o trofozoíto foi evidenciado apenas 1 vez durante
o estudo (Tabela 3). A frequência geral destas formas parasitárias está ilustrado na (Figura 6).
Tabela 3. Frequência percentual (%) e absoluta de formas/estágios dos parasitas por semana, presentes em (n = 25)
amostras.
Parasitas
Semana Semana Semana Semana Semana
1 2 3 4 5
Cistos 47,86 (9) 52,63 (10) 39,13 (9) 30,43 (6) 44,83 (13)
Oocistos 4,76 (1) 0 0 4,54 (1) 3,45 (1)
Trofozoítos 0 0 0 0 3,45 (1)
Ovos 33,33 (7) 31,58 (6) 39,13 (9) 50,00 (11) 34,48 (10)
Larvas 19,05 (4) 15,79 (3) 21,74 (5) 18,18 (4) 6,89 (2) Fonte: Autores, 2016.
Figura 6. Frequência absoluta de formas/estágios dos parasitas encontrados em 25 amostras de alfaces proveniente
da feira livre de são Mamede, PB.
Fonte: Autores, 2016.
1
3
18
43
47
0 20 40 60
Trofozoíto
Oocistos
Larvas
Ovos
Cistos
Formas /estágios dos parasitas
33
Durante as investigações macroscópicas observou-se que algumas amostras
apresentaram aspectos de folhas queimadas. Tal fato, pode estar relacionado ao uso do esterco
sem compostagem apropriada contendo ureia proveniente da urina de animais ruminantes.
Arbos et al. (2010), assegura que o esterco animal deve ser submetido a uma adequada
compostagem antes de seu uso na adubação.
Além das estruturas potencialmente parasitárias, registrou-se a presenças de fungos,
lagartas e de artrópodes, entre eles, alguns insetos e ácaros, apesar das alfaces apresentarem
um aspecto verde e saudável, características que atraiam a atenção dos consumidores (Figura
7).
Outros estudos realizados com alfaces, também evidenciaram a presença de artrópodes.
Terto; Oliveira; Lima (2014), relataram em sua pesquisa a presença de artrópodes e acreditam
que eles podem funcionar como meio de propagação de doenças, atuando como vetores que
levam parasitas as hortaliças. Em alfaces comerciados em Lavras – MG, os autores observaram
que os artrópodes estiveram presentes em 34,2% das amostras. Eles ressaltam a precariedade
das condições higiênicas nestes vegetais.
Com relação aos protozoários, as espécies E. coli - 80,0%, G. lamblia - 52,0%, e E.
histolytica - 24,0%, foram os mais freqüentes. Resultados semelhantes foram obtidos por Souto
(2005), ao analisar alfaces cultivadas no município de Lagoa Seca - PB, diferenciando-se
quanto a ordem das espécies do gênero Entamoeba, que apresentaram o seguinte percentual:
E. histolytica (31,46%), seguido por G. lamblia (23,59%) e E. coli (20,22%).
Para Nolla; Cantos (2005), estes parasitos podem indicar que houve contaminação
principalmente, através das mãos dos manipuladores e/ou da água que foi utilizada para
irrigação.
Além da pesquisa de Souto (2005), outros autores como Santos (2012), Oliveira;
Germano (1992), e Osaki et al. (2010), evidenciaram uma maior prevalência do gênero
Entamoeba em seus estudos, realizados nas respectivas cidades: Campina Grande - PB; São
Paulo- SP; e Guarapuava – PR, concordando com os resultados obtidos em São Mamede - PB.
34
Figura 7. Algumas sujidades encontradas em alfaces. A: Besouro encontrado dentro de uma das amostras; B:
Formiga; C: Esporo de fungo visto ao microscópio óptico; D: Ácaros visualizadas com auxílio da lupa eletrônica.
Fonte: Autores, 2016.
Em Caruaru-PE, a E. coli foi a única espécie de protozoário presente em diferentes
tipos de hortaliças (alfaces, brócolis, cebolinhas, coentro e couve) provenientes de feiras livres,
apresentando um percentual de 10,7% de representatividade. Outro estudo realizado em
Salvador – BA, com alfaces de diferentes sistemas de cultivo, reportou que este parasita foi o
menos frequente, estando presente apenas no sistema de cultivo orgânico.
Mesmo não sendo considerada patogênica ao homem, a alta constância de E. Coli na
maioria dos estudos analisados deve ser tratada com significativa relevância, pois, tanto a E.
coli quanto G. lamblia são parasitas que servem como bioindicadores de contaminação fecal
de origem animal e/ou humana (OLIVEIRA; GERMANO, 1992).
As infecções por E. histolytica podem ser graves, pois, este parasita é considerado
patogênico ao homem e possui elevada incidência, haja vista que, a contaminação dar-se-á
principalmente por meio de água, alimentos e mãos sujas ou até mesmo pela poeira que se
desprende dos solos contaminados (NEVES et al., 2010).
A
C
D
B
35
Também foram registradas outras formas parasitarias de protozoários em menor
frequência, e não menos importante que os outros, entre eles, cistos e trofozoítos de B. coli, os
quais, possuem os suínos como principais hospedeiros; oocistos de Cryptosporidium sp.
parasitas dos animais domésticos; cistos de E. nana parasita de humanos, mas, considerada
inofensiva; e oocisto de Isospora sp. encontrado principalmente em cães, gatos, bovinos e
suínos. A presença desses microrganismos, apontam a baixa qualidade higiênica dos vegetais,
uma vez que, são espécies de interesse médico, pois podem acometer a saúde do homem e dos
animais.
Os helmintos foram mais prevalentes em relação aos protozoários, entre os três maiores
percentuais estão: Larvas de nematódeos - 72,0%, ovos de A. lumbricoides - 40,0%, ovos de
Taenia spp. e de T. trichiura, que apresentaram o mesmo percentual, ambos com - 32,0%.
Observa-se que as larvas de nematódeos foram as mais frequentes entre os helmintos,
concordando com os resultados obtidos por Terto; Oliveira; Lima (2009), que relataram
66,66% dessas larvas para alfaces da feira livre, segundo os autores, este tipo de estrutura
parasitária indica a presença de contaminação por dejetos fecais provenientes do homem e/ou
animais.
A grande quantidade de ovos de A. lumbricoides encontradas neste estudo, indica a
ausência de condições higiênicas durante a produção de alfaces. Já que, os ovos contidos nas
fezes disseminam-se pelo ambiente com facilidade, seja por meio de mãos sujas, pela adubação
realizada com fezes humanas ou pelo hábito de defecar no chão, prática comum entre os
moradores do campo (REY, 2011).
A presença de ovos de Taenia spp., reforça que existe precariedade higiênica e indica
contaminação por dejetos fecais, causado principalmente pelo uso de água não tratada, pois,
os efluentes dos esgotos contém formas parasitarias viáveis, em períodos chuvosos estes
podem ser levados para rios, poços, e pequenos reservatórios, águas que posteriormente serão
usados na irrigação das hortas, além disto, a presença desses ovos evidencia os riscos de se
contrair cisticercose humana, caso sejam da T. solium (REY, 2011; SILVA, et al., 1995).
Em lugares desprovidos de saneamento básico, os esgotos ficam a “céu aberto”, e as
fezes poderão atingir reservatórios de água, os quais podem ser utilizados pelo homem para
uso doméstico e irrigação das lavouras (MORAES; LEITE; GOULART, 2008).
No período de seca os horticultores necessitam intensificar a irrigação das hortas para
o cultivo de suas plantações e como os recursos hídricos são escassos e limitados, muitos fazem
36
uso de água não tratada, proveniente de pequenos reservatórios. As hortaliças irrigadas com
essas águas, constituem fontes de disseminação de enteroparasitas.
A possibilidade de contaminação ocorrida na própria feira livre não deve ser descartada,
pois, alguns feirantes expõem os vegetais sem nenhum cuidado higiênico, sob sacos, caixotes
de madeira e em balaios, onde as hortaliças ficam expostas ao ar livre. Coutinho et al. (2005),
acredita que hortaliças comercializadas na feira livre estão suscetíveis ao contato com insetos
e microrganismos presentes no ambiente.
Para Esteves; Figueiroa (2009), estas condições facilitam para que formas resistentes
de alguns parasitas que ali se encontram, venham a contaminar os vegetais. Alguns helmintos
possuem ovos resistentes às condições do ambiente, como por exemplo: Ovos de A.
lumbricoides, T. trichiura, e Taenia spp., os quais obtiveram alta representatividade na atual
pesquisa.
Entre os contaminantes encontrados nas alfaces de São Mamede, foram evidenciadas
muitas espécies parasitas de humanos e de animais. No entanto, existiram dois helmintos de
interesse médico veterinário que não foram evidenciados em pesquisas anteriores, são eles:
Dicrocoelium sp. e Moniezia sp.. A presença desses parasitas pode ser atribuída ao uso de
esterco de animais utilizado na adubação das hortas.
Entre os helmintos menos frequentes estão: Moniezia sp., encontrado em uma amostra,
Ancylostoma spp., Hymenolepis sp.; S. stercorales, encontrados em duas amostras cada
espécie; e ovos de S. mansoni em três amostras. No entanto, Dicrocoelium sp. teve uma
representatividade considerável, aparecendo em sete amostras. Embora em baixo nível, a
presenças desses parasitárias é relevantes para a saúde pública, pois, sua importância reside
nos riscos de transmissão de doenças, haja vista que, todos podem oferecer riscos à saúde do
homem ou dos animais.
Muitas pesquisas sobre o estudo da contaminação por parasitas em hortaliças foram
realizados dentre os quais: França; Bonnas; Silva (2014); Coutinho et al. (2014); Pires et al.
(2014), reportam elevados níveis de contaminação, os quais indicam a necessidade de atenção
especial por parte dos órgãos de vigilância sanitária.
O elevado percentual de contaminação parasitária evidenciado no presente estudo,
corrobora com os resultados obtidos por França; Bonnas; Silva (2014), apresentando uma
maior diversidade de parasitas. Ao realizarem estudos sobre a qualidade das alfaces
provenientes de feiras livres, verificaram que das 96 amostras coletadas todas continham
algum tipo de forma enteroparasitária, um percentual equivalente à 100% de contaminação.
37
Ao analisar alfaces provenientes de diferentes estabelecimentos comerciais, em Lavras
– MG, Guimarães et al. (2003), também constataram que todas as amostras (n = 120)
continham alguma estrutura possivelmente contaminante. Em São Miguel do Oeste, Landivar;
Vidigal (2015), obtiveram uma grande variedade de tipos parasitários, assemelhando-se aos
dados obtidos em São Mamede. Para eles, as alfaces podem carrear distintos tipos de estruturas
parasitárias.
De acordo com Guimarães et al. (2003), estudos realizados no Brasil sobre a qualidade
das hortaliças, evidenciam alto grau de contaminação por dejetos fecais, acredita-se que a água
utilizada para irrigação esteja diretamente relacionada a contaminação das hortas.
Para Coelho et al. (2001), além da qualidade da água, o tipo de adubo utilizado e o
modo como são transportadas e manipuladas, estão entre os diversos fatores que influenciam
para que ocorra a contaminação.
Oliveira; Germano (1992), ao estudarem diversos tipos de hortaliças (alfaces,
variedades crespa e lisa; agrião; e escarola) chegaram à conclusão de que a estrutura física de
cada tipo vegetal, influencia no grau de contaminação destas.
Shinohara et al. (2014), observou que as nervuras presentes nas folhas das alfaces
facilitam a permanência de microrganismos e reforça que os mesmos poderão permanecer nos
vegetais se não for realizada uma correta higienização.
As alfaces, por apresentarem folhas flexíveis, podem ter contato direto com o solo
durante o cultivo e pelo fato de serem imbricadas, justapostas com superfícies irregulares e de
aparência crespa, facilitar a permanência de sujidades (SILVA; ANDRADE; STANFORD,
2005).
Em algumas amostras analisadas nesta pesquisa, foi notória a presença de partículas de
areia e resíduos de esterco proveniente de fezes de animais utilizado na adubação. O alto grau
de sujidades pode estar relacionado a falhas durante o processo de lavagem realizada pelos
produtores após a colheita (COUTINHO et al., 2015).
A agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA), estabelece que ao serem
analisadas microscopicamente, as hortaliças devem ter ausência de sujidades, parasitos e larvas
(BRASIL, 1978).
Desta forma, percebe-se que as fontes de infeção são amplas, incluindo a contaminação
do solo com material fecal, o uso de adubo proveniente de fezes de animais ou humanos, o uso
de água contaminada para irrigação a lavagem dos vegetais, o modo como são transportadas e
38
acondicionadas nos locais de venda, pelas mãos de manipuladores e até mesmo pelo contato
com animais vetores (COELHO et al., 2001; QUADROS et al., 2008).
Diante da seriedade dos fatos relatados na literatura científica, percebe-se que os
trabalhos buscam expor a gravidade do problema, bem como, a importância de se realizar
avaliações da frequência de estruturas parasitárias em alfaces, uma vez que, tais procedimentos
podem ser considerados como medidas de controle.
A análise laboratorial de estruturas parasitárias em alfaces se faz necessária, pois,
permite monitorar e conhecer as condições higiênico-sanitárias envolvidas no processo de
produção dos vegetais, além de identificar os riscos de contaminação dos consumidores,
possibilita o fornecimento de dados aos órgãos da saúde pública local e a vigilância sanitária
para que possam desenvolver meios de controle eficientes (SILVA et al., 2005).
Entretanto, é importante que a população seja informada de como proceder com a
higiene das hortaliças. Segundo Oliveira; Germano (1992), a desinfecção dos vegetais antes
do consumo deve ser feita, para que haja uma menor probabilidade de ocorrer algum tipo de
contaminação alimentar, uma vez que, a simples lavagem não reduz as chances de
contaminação por cistos.
É necessário o uso de produtos que possam diminuir os riscos de infecções, os
sanitizantes como o hipoclorito de sódio 100 a 200 ppm (mg/mL) por quinze minutos, são
eficazes para matar os agentes infecciosos ali presentes, seguido de enxágue em água tratada
antes do seu consumo (JÚNIOR, 1996 Apud OSAKI, et al., 2010).
Outra maneira, seria a imersão das folhas em água aquecida a 60º por dez minutos, é
uma técnica fácil e considerada eficaz para eliminar cistos de protozoários e ovos de helmintos.
Porém, apesar de ser um método eficaz, não costuma ser frequente, pois, devido a temperatura
algumas propriedades nutricionais podem ser perdidas, já que as folhas da alface são
totalmente sensíveis ao calor (OLIVEIRA; GERMANO, 1992).
39
6. CONCLUSÕES
A avaliação da contaminação parasitológica de alfaces mostrou-se eficiente, pois,
permitiu conhecer a alta frequência e diversidade de estruturas parasitárias presentes nessas
hortaliças, com poliparasitismo evidenciado em todas as observações, com prevalência de
helmintos, sendo, E. coli, larvas de nematódeos e G. lamblia, A. lumbricoides, Taenia spp. e
T. trichiura, os contaminantes mais frequentes, dados que revelam as baixas condições
higiênicas das alfaces, e indicam possíveis falhas durante toda cadeia produtiva, bem como,
no controle e monitoramento por parte da vigilância sanitária local.
Portanto, de acordo com a legislação brasileira vigente, as alfaces comercializadas na
feira livre de são Mamede – PB são de qualidade insatisfatória, pois, apresentaram baixo
padrão higiênico-sanitário, reforçando a necessidade de uma fiscalização rigorosa nos pontos
de venda, do monitoramento nos locais de produção e da adoção de medidas sócioeducativas
com os produtores e manipuladores de alimentos.
40
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