Transcript
  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR

    FACULDADE DE FARMCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM

    DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENFERMAGEM

    MARIA LEONOR COSTA DE MORAIS

    CONSTRUO E VALIDAO DE HIPERMDIA EDUCACIONAL EM SADE

    SEXUAL UMA ABORDAGEM ACERCA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM

    GINECOLGICA

    FORTALEZA

    2011

  • MARIA LEONOR COSTA DE MORAIS

    CONSTRUO E VALIDAO DE HIPERMDIA EDUCACIONAL EM SADE

    SEXUAL UMA ABORDAGEM ACERCA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM

    GINECOLGICA

    Dissertao submetida Coordenao do Programa

    de Ps-Graduao em Enfermagem do

    Departamento de Enfermagem da Universidade

    Federal do Cear, como parte dos requisitos para

    obteno do ttulo de Mestre em Enfermagem.

    rea de concentrao: Aes integradas para a

    promoo da sade sexual e reprodutiva.

    Orientadora: Prof. Dr. Ana Karina Bezerra Pinheiro

    FORTALEZA

    2011

  • F936c Morais, Maria Leonor Costa de

    Construo e validao de hipermdia educacional em sade sexual -

    abordagem consulta de enfermagem ginecolgica/ Maria Leonor

    Costa de Morais. Fortaleza, 2011. 108f. : il.

    Orientadora: Prof. Dr. Ana Karina Bezerra Pinheiro

    Dissertao (Mestrado) - Universidade Federal do Cear. Programa

    de Ps-Graduao em Enfermagem. Fortaleza, Cear.

    1. Hipermdia 2. Ginecologia 3. Educao a Distncia 4. Tecnologia 5. Enfermagem I. Pinheiro, Ana Karina Bezerra (orient.) II.

    Ttulo.

    CDD:

  • MARIA LEONOR COSTA DE MORAIS

    CONSTRUO E VALIDAO DE HIPERMDIA EDUCACIONAL EM SADE

    SEXUAL UMA ABORDAGEM ACERCA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM

    GINECOLGICA

    Dissertao submetida Coordenao do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem do

    Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Cear, como parte dos requisitos para

    obteno do ttulo de Mestre em Enfermagem.

    Aprovada em: 05/08/2011.

    BANCA EXAMINADORA

    ____________________________________________________

    Prof. Dr. Ana Karina Bezerra Pinheiro (Orientadora)

    Universidade Federal do Cear - UFC

    ____________________________________________________

    Dr. Priscila de Souza Aquino

    Universidade Federal do Cear - UFC

    ____________________________________________________

    Prof. Dr. Mnica Oliveira Batista Ori

    Universidade Federal do Cear - UFC

    ____________________________________________________

    Prof. Dr. Marcelino Cavalcante Pequeno

    Universidade Federal do Cear - UFC

  • A Deus,

    Senhor da minha vida, por estar ao meu lado em

    todos os momentos e, particularmente, segurar em

    minha mo naqueles em que no percebi Sua

    presena e pensei em desistir.

    Aos meus pais,

    Incio Domingos de Moraes Filho e Josefa Costa de

    Moraes, pela preocupao intermitente e dedicao

    imensurvel aos filhos, pelo firme alicerce

    construdo ao longo desses anos.

    Ao meu esposo,

    Ramson Arago Gois, belo e admirvel em sua

    essncia. Pela pacincia e cumplicidade, pela fala

    mansa quando preciso, por no me deixar desistir

    nunca.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus, por ter Seus olhos sempre atentos em mim, aliviando-me as angstias e

    auxiliando-me na busca pelo melhor caminho, por me proporcionar vivenciar tantas alegrias em to

    pouco tempo.

    Ao meu amado pai, Incio Domingos de Moraes Filho, por se preocupar sempre com a

    minha educao, no poupando esforos para me proporcionar os melhores meios. Eu lhe agradeo

    por me apresentar os melhores ensinos, livros e as melhores msicas. Quisera eu encontrar uma

    forma de lhe mostrar o quanto lhe agradeo e o quanto o amo, apesar de todos os desgastes dessa

    caminhada. Meu maior desejo que voc receba todo esse amor que sinto no meu peito. O xito de

    mais essa etapa da minha vida foi decorrente das lies e do exemplo que me deu. Essa vitria foi

    construda por voc ao longo dos anos.

    Ao meu amor maior e incondicional, Josefa Costa de Moraes, razo maior da minha

    busca pelo sucesso. Nada teria sido feito sem voc; meu ideal de filha, me, mulher, amiga,

    companheira e educadora. Seu exemplo de coragem e garra sempre me faz acreditar que o futuro

    ser melhor. Obrigada pelas palavras nas horas certas e pelo exemplo de determinao diante das

    adversidades da vida. Essa conquista sua!

    Aos meus irmos e maiores dolos, Ilitch Daniel Costa de Moraes e Yuri Samuel Costa

    de Moraes, por me mostrarem que, com esforo e dedicao, o sucesso acontece. Muito obrigada

    pelas risadas, tristezas, pelos olhares, abraos e amor compartilhados. No estamos separados

    nunca, pois nosso elo mais forte do que qualquer distncia.

    Ao meu marido, amigo e amor, Ramson Arago Gois, um presente enviado pelo meu

    Senhor, por ser minha calma, meu cho, por cuidar de mim como um anjo. No h uma combinao

    de palavras que eu poderia colocar em agradecimento. Sem voc esse momento no seria to

    especial. Obrigada pelo apoio incondicional, pela torcida diria, pelas palavras de incentivo, pelos

    conselhos no silncio das madrugadas e por me presentear com sua presena em nossa casa. Voc

    me mostra, a cada dia, o quo necessrio o amor. Sempre melhor quando estamos juntos.

    minha afilhada, Ana Luiza, por me confortar com seu sorriso, mesmo sem saber pelos

    poucos sete anos de idade, nas horas de angstias. Pelos momentos divertidssimos e por todas as

    traquinagens que aprontamos juntas.

    Professora Dr. Ana Karina Bezerra Pinheiro, grande amiga e orientadora, por me

    deixar aprender em sua companhia, acreditando em mim no momento certo, por me estimular a

    enfrentar desafios na vida acadmica e pessoal, por me fazer aprender na sua conduta admirvel de

    educadora, filha e me. Voc ser sempre a minha orientadora.

  • Professora Dr. Lorena Barbosa Ximenes, minha eterna tutora, pelos conselhos, pelas

    oraes nas horas certas e por me fazer acreditar que a f o melhor caminho. Obrigada pelo apoio,

    pela motivao e pelas palavras certas.

    Professora Dr. Maria Dalva Santos Alves, por me abrir muitas portas e me ajudar

    sempre que eu preciso. Obrigada pelo apoio, incentivo, pela pacincia, presteza e motivao em

    momentos acadmicos e pessoais. A senhora ser sempre um exemplo a ser seguido.

    Ao meu eterno PET-Enfermagem-UFC, que me permitiu conhecer as diversidades do

    Brasil, atravs das inesquecveis viagens e dos eventos. Pelas conversas descontradas, pelos

    sorrisos proporcionados, pelos momentos de tristeza e choro que vivemos, pelas brincadeiras, pelo

    trabalho srio, por me aceitar do jeito que sou e me fazer sentir especial. Jamais o esquecerei!

    minha amiga-irm e anja, Sabrina Queiroz, pelas longas conversas e palavras certas

    nas horas de aflio. Por ser uma crist rica de f, amor e bons sentimentos e por me acolher em sua

    companhia. Voc uma pessoa admirvel e necessria, uma das minhas grandes conquistas.

    Agradeo a Deus pela sua existncia e amizade em minha vida. Amo voc!

    minha amiga-irm, Juliana Gonalves, por ser minha parceira e companheira em

    tantos momentos inesquecveis, por me ouvir e por ser um exemplo de mulher e coragem. Deus me

    proporcionou o presente da sua amizade. Sinto muito a sua falta.

    Ao G4, Ivan Jeferson, Mayara Justa e Fernando Wesley, por tantos momentos que, de

    to inesquecveis, no podem ser descritos, por serem amigos fiis, leais e por no se afastarem

    mesmo na distncia, fazendo de problemas solues e tornando meus dias mais felizes. Meus

    amigos, meus amores, vocs certamente teriam um solo no meu DVD.

    Ao meu amigo e compadre, Thiago Bruno Reis de Azevedo, pelas longas conversas e

    risadas. Por me dar apoio sempre, mesmo quando estou errada. Voc especial!

    minha amiga Thas Marques, por me deixar fazer parte de sua vida. Nossa amizade

    ser para sempre. Obrigada pelas risadas e pelo companheirismo.

    amiga Emeline Lopes, por sempre ser to amiga, por me proporcionar conversas to

    agradveis e cheias de ensinamento, por ter sempre um abrao apertado e um sorriso sincero. De

    voc, no me esqueo jamais.

    minha amiga, doutora, Priscila de Souza Aquino, pelo exemplo de humildade, de

    competncia e pelas orientaes. Admiro demais voc e tento aprender com seus exemplos!

    Aos colegas do Mestrado, por suas caractersticas to diferentes e complementares. Por

    me ajudarem a saber conviver nas diferenas. Que nossos caminhos sejam repletos de compreenso

    e sucesso.

    Aos professores do Departamento de Enfermagem da UFC, por disponibilizarem tempo

    e conhecimento, fundamentais para a construo do nosso saber.

    Aos especialistas, que gentilmente aceitaram validar esta hipermdia.

  • A todos os membros da banca, pela contribuio valorosa para o aprimoramento desse

    trabalho e pela disponibilidade de leitura desse material.

    A todos que, direta ou indiretamente, contriburam para a realizao desse trabalho,

    muito obrigada!

  • "Sei que os Teus olhos / Sempre atentos permanecem em mim / E os Teus ouvidos / esto sensveis

    para ouvir meu clamor / Posso at chorar... / Mas a alegria vem de manh / s Deus de perto e no

    de longe / Nunca mudaste, Tu s fiel."

    (Davi Sacer, Ronald Fonseca e Vernica Sacer)

  • RESUMO

    Este estudo teve como objetivo construir e validar uma hipermdia educacional que venha a

    favorecer o processo de ensino-aprendizagem referente atuao da enfermagem na realizao da

    Consulta de Enfermagem Ginecolgica. Como embasamento norteador para o desenvolvimento

    desse estudo, adotou-se a Teoria da Interao Social de Vygotsky, que define a interao social

    como a troca de informaes entre pelo menos duas pessoas, devendo ocorrer o sentido duplo entre

    essa interao, ou seja, a reciprocidade entre os envolvidos, o que torna o compartilhamento de

    conhecimentos possvel e facilitado. Trata-se de um estudo de desenvolvimento, no qual foi

    construda e validada uma hipermdia educacional com uma abordagem acerca da Consulta de

    Enfermagem Ginecolgica. A hipermdia foi desenvolvida no Ambiente Virtual de Aprendizagem

    (AVA) Solar, no perodo de janeiro a junho de 2011. Para a construo dessa hipermdia, foram

    seguidas seis etapas, dentre as quais as cinco primeiras compuseram a fase de construo da

    hipermdia e a sexta comps sua fase de validao. O levantamento de contedo e o planejamento

    dos mdulos constituram a primeira etapa. Nesta, buscou-se o contedo relativo realizao da

    Consulta de Enfermagem Ginecolgica em livros didticos, manuais do Ministrio da Sade e

    artigos cientficos disponveis em base de dados na internet. O contedo foi organizado em

    mdulos, apontando as principais informaes acerca da Consulta de Enfermagem, do cncer

    crvico-uterino, da Consulta de Enfermagem Ginecolgica e os possveis diagnsticos e

    tratamentos. Na segunda etapa do estudo, foram desenvolvidas as mdias que compuseram a

    hipermdia, podendo ser composta de gravuras, vdeos, textos, dentre outros. Na terceira etapa do

    desenvolvimento dessa hipermdia, foram disponibilizados espaos de anotaes, denominados

    portflios, para o aluno e o tutor, bem como ferramentas de comunicao entre eles, tais como

    fruns de discusso e chat, buscando desenvolver uma maior interao social entre os participantes

    desse processo de ensino-aprendizagem. Terminadas as trs etapas anteriores o contedo, as

    mdias e os espaos de anotaes e comunicao os itens produzidos foram disponibilizados no

    AVA SOLAR. Dando continuidade ao processo de construo da hipermdia, realizou-se o processo

    de validao do material produzido. No processo de validao, foram convidados, de acordo com

    critrios pr-estabelecidos, quatro especialistas de enfermagem e quatro de informtica para avaliar

    a hipermdia, quando foram identificados os pontos de ajuste necessrios para uma melhor

    utilizao da hipermdia. Quanto construo desse produto, constatou-se que as etapas seguidas

    foram consideradas satisfatrias, de forma que foi possvel construir um produto educacional apto a

    favorecer o processo de ensino-aprendizagem com relao temtica da Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica. Quanto validao desse material, h pontos de ajustes que foram considerados e

    corrigidos, e outros que foram satisfatoriamente contemplados e ressaltados pelos especialistas que

    participaram do estudo. Realizadas as modificaes solicitadas, denotou-se a validao dessa

    hipermdia junto a especialistas, estando apta para a utilizao junto ao pblico-alvo para o qual foi

    construda.

    Palavras-chave: Hipermdia. Ginecologia. Educao a Distncia. Tecnologia. Enfermagem.

  • ABSTRACT

    This study aimed to construct and validate an educational hypermedia that will facilitate the

    teaching-learning process concerning the nursing activities in realizing the Gynecologic Nursing

    Consultation. As a guiding base for the development of this study, we adopted the Theory of Social

    Interaction of Vygotsky, who defines social interaction as the exchange of information between at

    least two people should experience the double meaning of this interaction, ie, reciprocity between

    those involved, which makes knowledge sharing possible and easier. This is a development study,

    which was constructed and validated an approach to educational hypermedia on the Gynecologic

    Nursing Consultation. Hypermedia was developed in the Virtual Learning Environment (VLE)

    Solar, the period from January to June 2011. For the construction of hypermedia, six steps were

    followed, among which the first five comprised the construction phase of hypermedia composed his

    sixth and validation phase. The survey content and design of the modules were the first step. In this,

    we sought to content on the implementation of Gynecologic Nursing Consultation in textbooks,

    manuals and the Ministry of Health papers available in the database on the Internet. The content

    was organized in modules, pointing out key information about the Nursing Consultation of cervical

    cancer, the Gynecologic Nursing Consultation and possible diagnoses and treatments. In the second

    stage of the study, the media were developed that made hypermedia, and may be composed of

    pictures, videos, texts, among others. In the third stage of the development of hypermedia

    annotations were available spaces, called portfolios, for the student and tutor, as well as tools of

    communication between them, such as discussion forums and chat, to develop greater social

    interaction among the participants of this process teaching and learning. Finished the previous three

    steps - the content, media and communication spaces and notes - the items produced were available

    on the AVA SOLAR. Continuing the process of construction of hypermedia, we carried out the

    validation process of the material produced. In the validation process were invited, according to

    predetermined criteria, four experts and four nursing informatics to evaluate hypermedia, were

    identified when the set points needed for a better use of hypermedia. As for the construction of this

    product, it was found that the steps taken were satisfactory, so that it was possible to build an

    educational product able to promote the teaching-learning process with respect to the issue of

    Gynecologic Nursing Consultation. Regarding the validation of this material, there are points of

    adjustments that were considered and corrected, and others who have been satisfactorily addressed

    and highlighted by the experts who participated in the study. Implemented the changes requested,

    denoted is the validation of hypermedia from experts, being able to use at the audience for which it

    was built.

    Keywords: Hypermedia. Gynecology. Distance Education. Technology. Nursing.

  • RESUMEN

    Este estudio tuvo como objetivo construir y validar un hipermedia educativa que facilite el proceso

    de enseanza-aprendizaje sobre las actividades de enfermera en la realizacin de la Consulta de

    Enfermera Ginecolgica. Como base de orientacin para el desarrollo de este estudio, se adopt la

    teora de la interaccin social de Vygotsky, que define la interaccin social como el intercambio de

    informacin entre al menos dos personas deben experimentar el doble significado de esta

    interaccin, es decir, la reciprocidad entre los involucrados, lo que hace posible el intercambio de

    conocimientos y ms fcil. Se trata de un estudio de desarrollo, que fue construido y validado un

    mtodo para la educacin hipermedia en la Consulta de Enfermera Ginecolgica. Hipermedia se

    desarroll en el Entorno Virtual de Aprendizaje (EVA) Energa Solar, el periodo de enero a junio de

    2011. Para la construccin de hipermedia, seis pasos se siguieron, entre los cuales los cinco

    primeros compone la fase de construccin de hipermedia compuso su sexta fase y la validacin. El

    contenido de la encuesta y diseo de los mdulos fueron el primer paso. En este sentido, hemos

    tratado de contenido sobre la aplicacin de la Consulta de Enfermera ginecolgica en los libros de

    texto, manuales y el Ministerio de Salud los documentos disponibles en la base de datos en Internet.

    El contenido se organiza en mdulos, destacando informacin clave acerca de la Consulta de

    Enfermera del cncer de cuello uterino, la Consulta de Enfermera Ginecolgica y posibles

    diagnsticos y tratamientos. En la segunda etapa del estudio, los medios de comunicacin que se

    desarrollaron hace hipermedia, y puede estar compuesto de imgenes, vdeos, textos, entre otros. En

    la tercera etapa del desarrollo de hipermedia anotaciones eran los espacios disponibles, llamados

    carteras, para el estudiante y el tutor, as como herramientas de comunicacin entre ellos, tales

    como foros de discusin y chat, para desarrollar una mayor interaccin social entre los participantes

    de este proceso enseanza y el aprendizaje. Terminados los tres pasos anteriores - el contenido, los

    medios de comunicacin y espacios de comunicacin y notas - los artculos producidos estaban

    disponibles en el AVA Solar. Continuando con el proceso de construccin de hipermedia, se llev a

    cabo el proceso de validacin del material producido. En el proceso de validacin fueron invitados,

    de acuerdo con criterios predeterminados, los expertos informticos de cuatro y cuatro de

    enfermera para evaluar hipermedia, fueron identificados cuando los puntos de ajuste necesario para

    un mejor uso de hipermedia. En cuanto a la construccin de este producto, se encontr que las

    medidas tomadas fueron satisfactorios, por lo que era posible construir un producto educativo capaz

    de promover el proceso de enseanza-aprendizaje con respecto a la cuestin de la Consulta de

    Enfermera ginecolgica. En cuanto a la validacin de este material, hay puntos de los ajustes que

    fueron considerados y corregidos, y otros que han sido resueltas satisfactoriamente y puso de

    relieve por los expertos que participaron en el estudio. Implementacin de los cambios solicitados,

    indicados es la validacin de hipermedia de los expertos, ser capaz de utilizar a la audiencia para la

    cual fue construida.

    Palabras clave: Hipermedia. Ginecologa. Educacin a Distancia. Tecnologa. Enfermera.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    FIGURA 1 Etapas a serem seguidas em desenvolvimento de hipermdia,

    Programa de Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC,

    2011....................................................................................................

    FIGURA 2 Distribuio dos mdulos segundo os contedos abordados na

    hipermdia, com uma abordagem acerca da Consulta de

    Enfermagem Ginecolgica, Solar,

    2011....................................................................................................

    FIGURA 3 Pgina inicial do Ambiente Virtual de Aprendizagem SOLAR, com

    destaque para a rea de cadastro e login, SOLAR, 2011....................

    QUADRO 1 Critrios de seleo para especialistas em enfermagem, Programa

    de Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011................

    QUADRO 2 Critrios para a seleo dos especialistas em informtica, Programa

    de Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011................

    FIGURA 4 Pgina do SOLAR, onde possvel escolher que tipo de acesso ser

    utilizado pelo usurio, SOLAR, 2011................................................

    FIGURA 5 Pgina de apresentao da hipermdia Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................

    FIGURA 6 Formas de acesso s aulas contidas na hipermdia Consulta de

    Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011........................................

    FIGURA 7 Lista de aulas contidas no acesso da hipermdia, com abordagem

    acerca da Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR,

    2011....................................................................................................

    FIGURA 8 Pgina da hipermdia contendo contedo e glossrio da hipermdia

    Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011....................

    FIGURA 9 Mdia textual e suas referncias bibliogrficas da hipermdia

    Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011....................

    FIGURA 10 Disponibilizao de gravuras ilustrativas do contedo disposto na

    hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011..

    FIGURA 11 Vdeo ilustrativo contido na hipermdia Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................

    FIGURA 12 Tela de acesso ao portflio do aluno contido na hipermdia

    Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011....................

    FIGURA 13 Frum de discusso contido na hipermdia Consulta de

    Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011........................................

  • FIGURA 14 Avaliao ps-contedo do frum da aula 03 Assunto: formule um

    atendimento de Consulta de Enfermagem Ginecolgica,

    descrevendo as etapas do atendimento da hipermdia Consulta de

    Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011......................................

    FIGURA 15 Chat contido na hipermdia Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................

    FIGURA 16 Lista de aulas da hipermdia Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................

    FIGURA 17 Lista de aulas sinalizadas da hipermdia Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................

    FIGURA 18 Pgina das caractersticas gerais do curso Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................

    FIGURA 19 Material de apoio disponibilizado na hipermdia Consulta de

    Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011........................................

    QUADRO 3 Caracterizao dos especialistas em enfermagem que validaram a

    hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de

    Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011.....................

    QUADRO 4 Avaliao dos especialistas em enfermagem a respeito dos

    objetivos da hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica,

    Programa de Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC,

    2011....................................................................................................

    QUADRO 5 Avaliao dos especialistas em enfermagem a respeito do contedo

    da hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de

    Ps-Graduao em Enfermagem/ Mestrado/UFC, 2011....................

    QUADRO 6 Avaliao dos especialistas em enfermagem a respeito da

    relevncia dos itens contidos na hipermdia Consulta de

    Enfermagem Ginecolgica, Programa de Ps-Graduao em

    Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011.....................................................

    QUADRO 7 Avaliao dos especialistas em enfermagem a respeito do ambiente

    de disponibilizao da hipermdia Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica, Programa de Ps-Graduao em

    Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011....................................................

    QUADRO 8 Caracterizao dos especialistas em informtica que validaram a

    hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de

    Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011.....................

  • QUADRO 9 Avaliao dos especialistas de informtica a respeito da

    funcionalidade da hipermdia Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica, Programa de Ps-Graduao em

    Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011....................................................

    QUADRO 10 Avaliao dos especialistas de informtica a respeito da usabilidade

    da hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de

    Ps-Graduao em Enfermagem/ Mestrado/UFC, 2011....................

    QUADRO 11 Avaliao dos especialistas de informtica a respeito da usabilidade

    da hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de

    Ps-Graduao em Enfermagem/ Mestrado/UFC, 2011....................

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ..................................................................................................... 15

    2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 20

    3 REFERENCIAL TERICO................................................................................ 21

    4 CONSIDERAES GERAIS SOBRE POLTICAS E PRTICAS EM

    SADE DA MULHER..........................................................................................

    25

    4.1 Polticas Pblicas para o atendimento mulher e para a Sade Sexual........ 25

    4.2 Consulta de Enfermagem Ginecolgica............................................................... 27

    4.3 Importncia e benefcios da tecnologia para a sade e para a enfermagem... 30

    4.4 Uso das tecnologias na educao na rea de enfermagem................................ 32

    5 METODOLOGIA ................................................................................................. 37

    5.1 Tipo de estudo ....................................................................................................... 37

    5.2 Local e perodo do estudo..................................................................................... 37

    5.3 Fases do estudo ..................................................................................................... 37

    5.3.1 Fase 1 Construo da hipermdia ..................................................................... 38

    5.3.2 Fase 2 Validao da hipermdia por especialistas ........................................... 44

    5.4 Aspectos ticos do estudo ..................................................................................... 48

    6 APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS ............................... 49

    6.1 Fase 1 Construo da hipermdia ..................................................................... 50

    6.2 Fase 2 Validao da hipermdia ........................................................................ 66

    7 CONSIDERAES FINAIS................................................................................ 76

    REFERNCIAS................................................................................................................ 78

    GLOSSRIO..................................................................................................................... 92

    APNDICES ..................................................................................................................... 93

    ANEXOS ........................................................................................................................... 101

  • 15

    1. INTRODUO

    A sociedade apresentou muitas mudanas nas ltimas dcadas, principalmente

    com a revoluo tecnolgica e cientfica. As prticas de atividades dirias esto sendo

    facilitadas pela criao de novos produtos ou meios, que proporcionam uma melhor execuo

    das tarefas e uma minimizao de esforos humanos. A evoluo da espcie vem sendo

    acompanhada pelo desenvolvimento de grandes recursos que se tornam, a cada dia, algo mais

    especializado e melhor preparado. Tais suportes tecnolgicos esto sendo associados e

    influenciam muitas atividades do homem (LOPES, 2009).

    O mercado de trabalho dos profissionais da sade tem exigido a constante

    construo e atualizao do conhecimento, na busca de uma assistncia de qualidade.

    Segundo Freitas (2010), o surgimento de novas patologias, de novos tratamentos e

    descobertas, aumentam significativamente o volume de conhecimento que o profissional de

    sade deve ter. E, para que esse conhecimento seja construdo de forma eficaz, o estudante da

    rea de sade deve acompanhar e apreender as mudanas cientficas.

    Os progressos tecnolgicos esto, cada vez, mais presentes na rea da sade, e o

    profissional enfermeiro est a dedicar-se criao de novos recursos para facilitar a prtica.

    nesse contexto que as tecnologias da informao e comunicao introduzem uma gama de

    possibilidades no mbito educacional da enfermagem.

    Para Martins e Dal Sasso (2008), na rea da sade, a tecnologia apresenta

    implicaes que proporcionam a interpretao da histria, da prtica contempornea e do

    futuro das profisses. Alm disso, influencia as aes, as concepes e os arranjos sociais.

    Na educao, a utilizao das novas tecnologias de informao e comunicao,

    como ferramenta, traz uma enorme contribuio para a prtica escolar em qualquer nvel de

    ensino. No somente o conhecimento deve ser atualizado, mas tambm a funo pedaggica.

    Segundo Mascarenhas (2000), as constantes reformas da educao tentam garantir uma

    aprendizagem mais eficiente, atravs de uma relao pedaggica progressivamente

    motivadora e interativa.

    A utilizao de recursos tecnolgicos na enfermagem exige dos profissionais o

    acompanhamento da evoluo ocorrida com o uso e avano dessas ferramentas. Alm das

    obrigaes necessrias execuo da prtica profissional, exige-se o acompanhamento da

    evoluo tecnolgica, com fins de atender s vrias mudanas ocorridas no setor, e das suas

    implicaes na rea da sade. Enfermeiros, portanto, devem e necessitam adquirir

  • 16

    conhecimento sobre os recursos tecnolgicos que tm sua importncia na prtica da profisso

    (AGUIAR; CASSIANI, 2007).

    O computador um dos resultados da criao de recursos tecnolgicos. Trata-se

    de um instrumento que til em diversas atividades dirias, alm de facilitar, agilizar e ajudar

    no gerenciamento de muitos processos. Segundo Silva, Cassiani e Zen-Mascarenhas (2001), a

    insero de computadores no ambiente escolar aconteceu a partir da dcada de 1950, j a

    introduo da internet nas universidades brasileiras se deu na dcada de 1980. A partir da

    dcada de 70, o computador trouxe a informtica para a sade em hospitais americanos e

    comeou a ser estudado a partir dos anos 80 (LOPES; ARAJO, 2002).

    No mbito da sade, v-se o uso do computador em diversos ambientes: na

    organizao hospitalar e ambulatorial, passando pelo desenvolvimento de pesquisas, trabalhos

    universitrios de extenso e do ensino (LOPES, 2001).

    Segundo Lopes (2009), o uso do computador e da informtica auxilia e

    complementa as prticas de assistncia e ensino, tornando-se um facilitador do processo de

    cuidar e ensinar, maximizando a produo no ambiente de trabalho, inclusive em relao ao

    ensino no campo da enfermagem. O uso desses recursos tecnolgicos contribui para a

    aquisio de novos conhecimentos sobre determinado assunto, alm de proporcionar

    segurana e habilidade para os alunos no perodo que antecede a sua entrada na prtica da

    profisso, inclusive pelo ensino desenvolvido em Ambientes Virtuais de Aprendizagem

    (AVA).

    A comunicao mediada pela informtica direcionada ao processo de ensino-

    aprendizagem promove a interao entre os agentes envolvidos e o contedo, em um

    ambiente onde existem tecnologias e meios, onde se sabe qual o pblico-alvo e o contedo

    (AGUIAR; CASSIANI, 2007).

    Novas tecnologias de informao e comunicao (TIC) buscam a promoo da

    aprendizagem e o desenvolvimento de habilidades importantes para que o aluno participe da

    sociedade do conhecimento, ou seja, no se limitam a facilitar o seu processo de ensino e de

    aprendizagem. Como ferramenta pedaggica, o computador e a informtica no devem ser

    usados como mquinas para ensinar ou aprender. Deve-se criar um ambiente interativo que

    possibilite a quem est usando, diante de uma situao problema, investigar, levantar

    hipteses, test-las e refinar suas ideias iniciais, sendo autor do seu prprio conhecimento.

    Diante da gama de novas tecnologias desenvolvidas atualmente para a educao,

    diversas disciplinas no curso de Enfermagem podem ter seus contedos aplicados atravs

  • 17

    desses novos instrumentos, que podem permitir maior conhecimento e familiaridade com o

    assunto, o que proporciona ao aluno maior vivncia em prticas simuladas e desenvolve nele

    maior segurana nas atividades prticas quando estiver desenvolvendo sua prtica profissional

    no mercado de trabalho.

    A sociedade atual est envolvida pela tecnologia, cujo desenvolvimento

    decorrente do avano do conhecimento nas diversas reas. Segundo Meier (2004), a

    tecnologia influenciou e influencia as aes, concepes e os arranjos sociais, assim como as

    prticas de sade e de enfermagem no Brasil. Tecnologia de enfermagem entendida como o

    conhecimento humano, cientfico e emprico, sistematizado, que requer a presena humana;

    visa qualidade de vida e se concretiza no ato de cuidar, considerando a questo tica e o

    processo reflexivo. Nessa perspectiva, a mesma autora destaca a Consulta de Enfermagem

    (CE) como uma tecnologia que contribui para o cuidado efetivo, alm de conferir organizao

    s informaes de maneira racional, lgica e sistemtica.

    De acordo com a lei do exerccio profissional da enfermagem, ao enfermeiro

    estabelecida como ao privativa a CE, na qual utiliza diferentes instrumentos de seu processo

    de trabalho, tais como os diversos padres de conhecimento (cientfico, emprico, tico,

    esttico, scio-poltico), comunicao, planejamento, criatividade, pensamento crtico e

    raciocnio clnico. Ainda como integrante de uma equipe de sade, ao enfermeiro permitido

    realizar aes de preveno e controle sistemtico de infeces hospitalares e de doenas

    transmissveis em geral (BRASIL, 1986; CROZETA et al, 2009).

    A Consulta de Enfermagem Ginecolgica (CEG) apresenta uma proposta que

    ultrapassa a ideia de uma simples ao curativa frente s diversas atipias caractersticas do

    aparelho genital. De acordo com o que preconiza o Sistema nico de Sade (SUS), a CEG

    uma medida preventiva individual e coletiva frente quebra da cadeia epidemiolgica,

    concorrendo para impedir possveis agravos individuais que possibilita cliente um

    atendimento de sade com foco na humanizao da ateno profissional (BRASIL, 2004).

    Em relao sade da mulher, no contexto da ateno primria, o bem-estar

    feminino vem sendo ameaado por diversas causas, entre as quais se destacam os episdios

    decorrentes dos fatores socioculturais, tecnolgicos, profissionais e familiares, que podem

    concorrer para o surgimento dos mais variados tipos de cncer. No mbito da ginecologia,

    evidenciam-se as neoplasias crvico-uterinas e as de mama, com alta incidncia e

    mortalidade. Dessa forma, essa colocao apoia-se em estimativas de incidncia, que colocam

    o cncer de mama em primeiro lugar no Brasil, com previso, para 2010/2011, de 49.240

  • 18

    novos casos, alm de haver um risco considerado de 51 casos a cada 100.000 mulheres. Em

    seguida, est o cncer de colo de tero, com 18.430, e risco estimado de 19 casos a cada

    100.000 mulheres. Para o Estado do Cear, a estimativa foi de 1.660 novos casos de cncer de

    mama. Em relao ao cncer crvico-uterino, foram 660 novos casos (BRASIL, 2010).

    Segundo Gerk (2005), no Brasil, a evoluo histrica dos programas de sade

    mostra a preocupao contnua e crescente pela sade da mulher brasileira. Os direitos e a

    sade sexual apresentada como uma forma de melhorar a qualidade de vida e as relaes

    pessoais, independentemente das questes relativas reproduo e s DST representam uma

    conquista histrica, fruto da luta pela cidadania e pelos direitos humanos e ambientais

    (CORRA; JANNUZZI; ALVEZ, 2003).

    Essa viso, por parte dos profissionais de sade, focada na qualidade do

    atendimento ao usurio deve ser compreendida e apreendida a partir do perodo inicial de

    formao: na graduao, quando o docente representa um papel relevante na formao dos

    futuros enfermeiros, e o discente se encontra no perodo de construo do seu perfil

    profissional. Desse modo, todas as prticas educativas no processo de ensino-aprendizagem

    podero influenciar permanentemente na vida profissional dos indivduos envolvidos.

    A insero, a utilizao de computadores e o desenvolvimento de softwares nas

    Instituies de Ensino vm responder s necessidades de uma sociedade globalizada que

    exige de seus membros interao social e maior rapidez na resoluo de forma cooperativa de

    problemas apresentados. O processo de aprendizagem se desenvolve de forma ininterrupta,

    por isso a utilizao dos recursos da informtica se destaca como uma importante ferramenta

    facilitadora do aprendizado nas mais diversas reas (LOPES; ARAJO, 2004).

    Torna-se oportuno, sob a perspectiva de que o saber no algo a ser memorizado,

    e sim construdo conjuntamente, articular o uso de tecnologia, educao e enfermagem no

    desenvolvimento da CEG, construindo uma hipermdia educacional como uma proposta que

    vise a facilitar o aprofundamento do acadmico de enfermagem e dos enfermeiros no que diz

    respeito temtica em questo, auxiliando-os na prtica (PERES; KURCGANT, 2004).

    Uma hipermdia educacional, ou courseware, utiliza diversos recursos, com o

    objetivo de alcanar uma aprendizagem significativa e contextualizada, atravs de inmeros

    sentidos; desenvolvida com a produo de interpretao dos alunos do contedo estudado e

    pode ser formada por uma lio, uma aula, um curso, um treinamento, uma unidade curricular

    ou qualquer atividade didtica (FALKEMBACH, 2005). Ocorre concomitncia de uso de

    vdeos, figuras e imagens, textos e links. Essa metodologia se configura com a modalidade de

  • 19

    Educao a Distncia (EaD), ou seja, o aluno est presente, na maior parte do processo, em

    tempo diferente do professor/tutor, mas a comunicao no deixa de existir, apenas ocorre

    entre ambos em momentos diferentes, sem que deixe de haver interao em tempo hbil.

    Almeja-se que o uso de tecnologias computacionais, na rea de enfermagem,

    possibilite processos de ensino mais criativos e uma aprendizagem mais ativa por parte dos

    usurios, evidenciando o seu impacto no ensino de graduao em enfermagem (COGO et al,

    2007).

    Diante do contexto da realidade retro citada, faz-se necessria a construo de um

    recurso tecnolgico envolvendo a temtica atinente sade sexual, com enfoque na CEG e

    com aspectos didticos que despertem interesse e sejam adequados s possveis realidades

    prticas, contribuindo para a construo do conhecimento do aluno, que atuar na consulta

    junto aos pacientes/clientes.

    Este trabalho torna-se, portanto, relevante porque possibilita uma maior

    aplicabilidade do contedo relativo CEG por graduandos, atravs do uso de uma hipermdia.

    Acredita-se que esse processo seja uma forma de possibilitar aos graduandos de enfermagem

    a obteno de uma maior aprendizagem sobre o assunto, possibilitando maior segurana para

    a entrada no campo prtico e, portanto, contribuindo para aprimorar a qualidade da assistncia

    e a segurana de cuidados em sade. Acredita-se em um cuidado que ultrapasse a ao

    meramente voltada orientao e aos cuidados relacionados procriao e s Doenas

    Sexualmente Transmissveis, estimulando o processo reflexivo, ativo e facilitando o

    planejamento, a tomada de deciso e a comunicao.

  • 20

    2. OBJETIVOS

    Geral

    Construir uma hipermdia educativa em sade sexual, com uma abordagem acerca da

    Consulta de Enfermagem Ginecolgica para uso no ensino de graduao em

    enfermagem.

    Especficos

    Desenvolver uma tecnologia educativa (hipermdia) para acadmicos do Curso de

    Enfermagem, abordando a Consulta de Enfermagem Ginecolgica;

    Validar o contedo da hipermdia junto a especialistas de enfermagem e de

    informtica;

    Verificar a concordncia entre os especialistas no que se refere validao da

    hipermdia.

  • 21

    3. REFERENCIAL TERICO

    O desenvolvimento do presente estudo baseou-se na Teoria da Interao Social do

    psiclogo russo Lev Seminovitch Vygotsky (1896-1934), tambm denominada

    Construtivismo. Nessa teoria, a interao sujeito-objeto aparece como uma estrutura bipolar,

    onde esses dois elementos so inseparveis, formando uma nica estrutura. Seu objeto de

    anlise a interao social e tem como foco a busca por novas maneiras de compreenso da

    mente humana. A interao social pode ser definida como a troca de informaes entre pelo

    menos duas pessoas, resultando na construo de algo novo e indito. Deve ocorrer

    reciprocidade entre os envolvidos, e no uma justaposio deles, uma vez que no processo de

    construo no h sujeito sem objeto, nem h objeto sem sujeito (WERLANG; SCHEINDER;

    SILVEIRA, 2008; THOFEHRN; LEOPARDI, 2006).

    O ser humano considerado em sua dimenso plural, porm, influenciado pelo

    contexto no qual est inserido, pois interage com o meio ambiente e responde aos estmulos

    externos, sendo, de forma contnua, construtor de seu prprio conhecimento (THOFEHRN;

    LEOPARDI, 2006). Na abordagem Vygotskyana, o que ocorre no uma somatria entre

    fatores inatos e adquiridos. O homem visto como algum que transforma e transformado

    nas relaes que acontecem em uma determinada cultura. A interao social uma interao

    dialtica que se d, desde o nascimento, entre o ser humano e o meio scio-cultural em que

    ele se insere. Constata-se, portanto, que o ponto de vista de Vygotsky ultrapassa a ideia da

    decorrncia de fatores isolados que amadurecem ou at mesmo fatores ambientais que agem

    sobre o organismo, controlando seu comportamento. O desenvolvimento humano est

    vinculado ao papel da aprendizagem e s relaes sociais, sendo compreendido como produto

    de trocas recprocas que se estabelecem durante toda a vida entre indivduo e meio, cada

    aspecto influindo sobre o outro, de forma inexorvel e indissocivel (NEVES; DAMIANI,

    2006; THOFEHRN; LEOPARDI, 2006).

    Ao explicar a evoluo intelectual, Vygotsky (2007) criou o conceito de Zona de

    Desenvolvimento Proximal (ZDP), a qual caracterizada por saltos qualitativos de um nvel

    de conhecimento para outro. A ZDP definida como a distncia entre o desenvolvimento real

    determinado atravs da soluo independente de problemas, relacionando-se s conquistas

    j alcanadas e consolidadas e o desenvolvimento potencial, determinado atravs da soluo

    de problemas, sob orientao de um adulto ou pessoa mais experiente, que favorece saltos

    qualitativos no desenvolvimento do ser humano (THOFEHRN; LEOPARDI, 2006).

  • 22

    Vygotsky no criou um modelo pedaggico especfico, mas uma teoria de

    conhecimento e desenvolvimento humano com implicaes na prtica do ensino. Os modelos

    baseados em pressupostos inatistas, que determinam caractersticas comportamentais

    universais do ser humano, foram rejeitados por ele, apesar de no negar a existncia de

    diferenas entre os indivduos, estando uns mais predispostos a algumas atividades do que

    outros, em razo do fator fsico ou gentico (MELO; DAMASCENO, 2006; NEVES;

    DAMIANI, 2006).

    Entende-se, portanto, que a Teoria da Interao Social age como uma ferramenta a

    ser utilizada no processo de ensino-aprendizagem, pois procura a relao dialtica entre o

    ensinar e o aprender, buscando o desenvolvimento mental dos envolvidos, j que a troca de

    informaes no exige, necessariamente, que eles tenham o mesmo nvel de pensamento

    (WERLANG; SCHEINDER; SILVEIRA, 2008).

    Na rea da sade, as relaes que se do entre profissionais, profissionais e

    usurios, e ainda entre usurios e seus acompanhantes estabelecem as interaes sociais,

    tornando o cuidado humano mais holstico. As aes de enfermagem, nesse contexto, so

    configuradas pela interao social entre profissionais ou entre profissionais e usurios do

    servio de sade. So aes dotadas de planejamento, em que se organiza o controle

    consciente de seus atos, algo que caracteriza as aes superiores citadas por Vygotky

    (THOFEHRN; LEOPARDI; AMESTOY, 2008); depreende-se, portanto, a aplicabilidade da

    Teoria da Interao Social para aes de enfermagem em seu cotidiano.

    De acordo com Freitas (2010), aes conscientes de cuidado permeiam o servio

    de enfermagem, assim como outras profisses pertencentes rea da sade. Tal processo

    comea a ser aprendido e aplicado ainda na graduao, durante o perodo de formao do

    estudante, momento em que o conhecimento cientfico adquirido torna as suas aes

    inconscientes atitudes dotadas de rigoroso planejamento. E, de acordo com as concepes da

    teoria Vygotskyana, esse processo que torna o pensamento mais evoludo.

    Diante da ideia de que o conhecimento implica na construo do ser humano,

    vislumbram-se mudanas de paradigmas no processo de ensino-aprendizagem que encaram o

    discente como pessoa com experincia anterior e o professor como sujeito em aprendizagem

    constante, bem como levam em conta a interao efetiva entre docente e discente.

    A metodologia proposta neste estudo apresenta como uma de suas pretenses

    estimular a interao entre alunos e professor, assim como entre os prprios alunos,

    ressaltando uma nova maneira de aprender e construir o conhecimento, pois esse processo de

  • 23

    construo tende a ser mais efetivo quando existe a disposio para a aprendizagem e quando

    utilizado um recurso significativo. Essa troca de informao bilateral, respeitando o ritmo de

    aprendizagem e as necessidades de cada um, fortalece o desenvolvimento e a construo da

    autonomia de cada sujeito envolvido.

    Os pressupostos apresentados por Vygotsky remetem necessidade de pr-

    atividade da parte dos discentes, incluindo a utilizao de recursos individualizados que

    permitam o comando do prprio aluno; interligao de conhecimentos e novos

    conhecimentos; mediao do processo de aprendizagem; estimulao do

    autodesenvolvimento e do controle da prpria aprendizagem (MELO; DAMASCENO, 2006).

    Tal quadro vem de encontro ao sistema tradicional de ensino, em que o aluno passivo no

    processo de ensino-aprendizagem, receptor de informaes por parte do professor, ausente de

    postura crtica em relao s dificuldades encontradas.

    Destacando uma nova maneira de aprender, Schatkoski et al (2007) ressaltam uma

    postura ativa por parte dos alunos que utilizam materiais informatizados para fins

    educacionais, em que o estudo realizado com o apoio do computador, sem o material

    impresso, no momento desejado pelo aluno, que pode antecipar procedimentos que sero

    executados na prtica futura.

    Atravs da utilizao de instrumentos e signos propostos por Vygotsky, evidencia-

    se a utilizao de tecnologias a exemplo desses instrumentos, que so, portanto, utilizados

    pelos alunos, e os hipertextos, modelos e animaes, que so os sistemas de signos utilizados

    para mediao (WERLANG; SCHEINDER; SILVEIRA, 2008).

    Faz-se necessrio, portanto, que o ambiente de aprendizagem seja o mais propcio,

    buscando o favorecimento de uma postura ativa por parte dos alunos e maior interao entre

    alunos e professores. Muitos recursos, como msicas, vdeos, peas teatrais e outros tipos de

    tecnologia, tm sido utilizados na busca do ambiente favorvel para o conhecimento. Segundo

    Freitas (2010), nos ltimos anos, a utilizao das hipermdias tem sido estudada como uma

    tecnologia relevante no processo de ensino-aprendizagem, da qual se sobressai uma interao

    aluno-professor-computador.

    O mtodo de educao a distncia (EaD) propicia ao aluno um estmulo a um

    empenho maior, medida que o desafia a estudar de modo participativo. Contudo, a aplicao

    do mtodo pode ser dificultada pela percepo de que ensinar transmitir contedo, j que

    nessa modalidade o aluno tem de possuir atitude de autonomia e compromisso, que vai de

    encontro ao hbito passivo de aprendizagem. Segundo Chiarelli (2010), o acesso cidado que

  • 24

    o ensino a distncia enseja coloca a metodologia da EaD em um novo patamar no ensino

    brasileiro, efetivando uma educao igualitria e de qualidade. O autor pondera que,

    considerando a igualdade de oportunidades na sociedade, no que se refere ao acesso internet

    e aos computadores, previsvel que, em pouco tempo, a EaD passe de apenas mais uma

    alternativa para um complemento essencial da metodologia educacional.

    As hipermdias so consideradas por Costa (2005) como tecnologia de ponta e

    instrumento de relao social entre a tecnologia e o usurio. Atravs do processo de insero

    de formas interativas, discursivas e inovadoras no processo de ensino-aprendizagem, as

    hipermdias so simultaneamente instrumentos de organizao de conhecimentos e

    transformadoras do espao de trabalho.

    Ao avaliar a aplicao de uma hipermdia educacional junto a alunos matriculados

    na disciplina de Fsica, Werlang, Schneider e Silveira (2008) obtiveram evidncias de que o

    uso de tecnologias inovadoras concomitante ao desenvolvimento de aulas contextualizadas,

    baseadas no referencial Vygotskyano, contribuiu de modo relevante para a aprendizagem

    desses alunos.

    Pelo exposto, infere-se a contribuio efetiva das tecnologias educacionais

    relacionadas ao ensino a distncia, entre elas as hipermdias, no processo de ensino-

    aprendizagem. Portanto, o trabalho pautado na construo de hipermdias educacionais

    favorece o desenvolvimento de ambientes propcios s relaes interpessoais, autonomia e

    independncia de estudo.

  • 25

    4. CONSIDERAES GERAIS SOBRE POLTICAS E PRTICAS EM SADE DA

    MULHER

    4.1. Polticas Pblicas para o Atendimento da Mulher e para a Sade Sexual

    De acordo com a Constituio Federal Brasileira de 1988, o Sistema nico de

    Sade (SUS) consolidado como sistema de sade vigente no pas, com o intuito de garantir

    o acesso universal aos servios e o estabelecimento da sade como direito do cidado. Esse

    processo permitiu uma nova configurao dos servios de sade, priorizando aes de carter

    coletivo e preventivo, em substituio s aes individuais e curativas, at ento

    predominantes (NASCIMENTO; NASCIMENTO, 2005; CARNEIRO et al., 2008; SANTOS

    et al., 2008).

    A partir da regulamentao do SUS, um novo modelo de ateno voltada sade

    foi instalado, baseado em princpios como a descentralizao, a universalidade e a

    integralidade, oferecendo uma assistncia pautada na promoo, proteo e recuperao da

    sade, em conjunto com as aes assistenciais e preventivas (NASCIMENTO;

    NASCIMENTO, 2005; SANTOS et al., 2008).

    A concepo de integralidade mostra-se, ento, como referncia fundamental no

    processo de formulao, implementao e avaliao de polticas de sade, particularmente ao

    considerar a abordagem de gnero, no caso de polticas especficas para mulheres, ou seja, ao

    levar em conta os modos singulares de ser e sentir de homens e mulheres em diferentes fases

    da vida (SOUTO, 2008).

    Diante das vulnerabilidades sociais, as mulheres tm conquistado inmeros

    direitos que tm proporcionado melhorias na qualidade de vida. O enfoque do conceito de

    ateno sade da mulher estava centrado nas aes que revelavam o aspecto materno-

    infantil, desconsiderando as demais fases do ciclo de vida da mulher e, ainda assim,

    mostrando-se deficientes (OSIS, 1998). Na dcada de 80, comearam as implementaes de

    polticas pblicas mais especficas e voltadas para os ciclos de vida da mulher que ultrapassa

    o aspecto materno-infantil (LOPES, 2009). Nessa poca, a ateno sade da mulher

    pautava-se apenas no aspecto biolgico e voltava-se, mais especificamente, para a

    reproduo. Foi a partir desse contexto que comearam as abordagens baseadas em polticas

    pblicas mais especficas e voltadas para essa rea, de modo mais abrangente.

    As mulheres organizadas reivindicaram, portanto, sua condi o de sujeitos de

  • 26

    direito, com necessidades que extrapolam o momento da gesta o e parto, demandando a es

    que lhes proporcionassem a melhoria das condi es de sade em todas os ciclos de vida.

    Buscou-se desenvolver aes que considerassem as particularidades dos diferentes grupos

    populacionais, e as condi es sociais, econ micas, culturais e afetivas em que estivessem

    inseridos (BRASIL, 2011).

    Aps o processo de redemocratizao no Brasil, ocorreu a implementao do

    Programa de Ateno Integral Sade da Mulher (PAISM), em 1984, na tentativa de

    implementar uma ateno mais holstica. Criado pelo Ministrio da Sade (MS), o PAISM

    realizou diversas aes voltadas sade da mulher, alm da capacitao de profissionais e

    distribuio de materiais educativos (MOURA; SILVA, 2004). O PAISM foi criado com a

    inteno de tratar a sade da mulher de forma diferente do que se via at ento. O MS

    estabeleceu a proposta de se voltar para a sade integral da mulher, incluindo e valorizando as

    prticas de educao em sade e educao sexual (COSTA; GUILHEM; SILVER, 2006).

    A incluso de direitos sexuais e reprodutivos na assistncia integral sade da

    mulher em todos os ciclos de vida resulta da introduo do enfoque de gnero nas anlises

    sobre a sua condio (SOUTO, 2008).

    A populao feminina representa a maior demanda nos servios de sade e

    apresenta vulnerabilidades biolgicas e sociais, por isso merece aes direcionadas. Com o

    propsito de realizar essas aes voltadas populao feminina, o Programa de Assistncia

    Integral Sade da Mulher (PAISM) mostrou-se de suma relevncia, propondo-se a assistir

    integralmente esta populao. O PAISM busca promover a sade da mulher atravs de

    medidas de educao, de preveno, de diagnstico, de tratamento e de recuperao no

    mbito da assistncia pr-natal, parto, puerprio, climatrio, em planejamento familiar,

    Doena Sexualmente Transmissvel (DST), cncer de mama e de colo de tero (BRASIL,

    1984).

    Objetiva-se, portanto, atravs do PAISM, alm do reconhecimento da mulher

    como cidad dotada de direitos e como uma pessoa inteira, valorizar a histria do seu corpo e

    de sua vida, para que possa expressar o que sente e, a partir desse fundamento, ser ouvida e

    compreendida nas suas necessidades (BRASIL, 2003). O PAISM assegura clientela o

    conhecimento necessrio para que ela tenha maior controle sobre sua sade.

    O processo de implanta o e implementa o do PAISM apresenta especificidades

    no per odo de 84 a 89 e na dcada de 90, sendo influenciado, a partir da proposi o do SUS,

    pelas caracter sticas da nova pol tica de sade, pelo processo de municipali a o e

  • 27

    principalmente pela reorgani a o da aten o sica, por meio da estratgia do Programa

    ade da am lia. Estudos realizados para avaliar os estgios de implementa o da pol tica de

    sade da mulher demonstram a exist ncia de dificuldades na implanta o dessas a es e,

    embora n o se tenha um panorama abrangente da situa o em todos os munic pios, pode-se

    afirmar que a maioria enfrenta ainda dificuldades pol ticas, tcnicas e administrativas

    (BRASIL, 2011).

    De acordo com Caixeta (2009), apesar de o processo de consolidao do SUS ter

    sido estruturado de forma bem organizada, o que se observa no vai ao encontro do modelo

    proposto. A integralidade da ateno est longe de ser atendida, pois a assistncia ainda se

    baseia em aes curativas, a fim de reverter o processo de doena j instalado. De acordo com

    Carneiro et al (2008), esse modelo vem contribuindo para a ideia de que a sade

    concretizada exclusiva ou prioritariamente no acesso aos servios, especialmente ao

    tratamento mdico.

    Segundo Corra, Jannuzzi e Alves (2003), os direitos e a sade sexual e

    reprodutiva so conceitos representativos de uma conquista histrica, fruto da luta pela

    cidadania e pelos direitos humanos e ambientais. Essa conquista aconteceu atravs de acordos

    assumidos e ampliados pela Conferncia Internacional sobre Populao e Desenvolvimento

    (CIPD), realizada na cidade do Cairo, em 1994, e pela IV Conferncia Mundial sobre a

    Mulher, realizada na cidade de Pequim, em 1995.

    Segundo Hera (1999), a sade sexual se traduz na habilidade de mulheres e

    homens no desfrute e na expresso da sua sexualidade, na ausncia de doenas sexualmente

    transmissveis, gestaes no desejadas, coero, violncia e discriminao. Espera-se uma

    abordagem positiva da sexualidade humana, baseada no respeito mtuo durante as relaes

    sexuais, o que possibilita experimentar uma vida sexual informada, agradvel e segura,

    baseada na auto-estima. A autora afirma ainda que a sade sexual, ao incluir o prazer,

    enriquecedora, estimulando a determinao pessoal, a comunicao e as relaes.

    4.2. Consulta de Enfermagem Ginecolgica

    Na busca de oferecer uma ateno de enfermagem de qualidade, concretizando o

    novo modelo de ateno voltada sade, o profissional enfermeiro dispe da Consulta de

    Enfermagem (CE). Em especial, nos servios de sade comunitria, essa consulta centrada

    na diferenciao positiva, que possibilita cliente um atendimento de sade com foco na

  • 28

    humanizao da ateno profissional (FALCO et al, 2007). A legalizao da CE est pautada

    na Lei N 7.498/86, que regulamentou o exerccio da enfermagem e estabeleceu essa atividade

    como privativa do enfermeiro. Em 1993, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN),

    atravs da Resoluo N 159, estabeleceu a obrigatoriedade da realizao da consulta em

    todos os nveis de assistncia sade em instituies pblicas e privadas.

    A Consulta de Enfermagem um conjunto de aes de sucesso ordenada, para

    conhecer a situao de sade da clientela e tomar decises quanto assistncia a ser prestada,

    visando a mudanas favorveis sade. Torna-se, pois, uma atividade prestada pelo

    enfermeiro ao usurio, em que so identificados problemas de sade e/ou doenas, prescritas e

    implementadas medidas de enfermagem visando promoo, proteo, recuperao ou

    reabilitao do mesmo (MARGARIDO; CASTILHO, 2006).

    S e Fowler (2009) afirmam o quanto importante olhar, ouvir e observar o que

    os pacientes tm a dizer, a fim de obter sucesso no processo de cuidar. durante a realizao

    da Consulta de Enfermagem que o enfermeiro cuida do ser humano como um todo,

    esclarecendo questes, contribuindo, de certa forma, para um melhor prognstico,

    proporcionando ao paciente uma viso inovadora sobre as prticas de sade e sobre como

    cuidar de seu corpo e de sua mente, tendo uma vida mais saudvel e aprendendo

    conhecimentos essenciais.

    Estudos enfatizam que a Consulta de Enfermagem, como forma de atuao do

    enfermeiro, favorece a sade do indivduo, melhora a adeso ao tratamento, acelera o

    restabelecimento do paciente, reduz custos da assistncia, possibilita o diagnstico de

    necessidades, permite cuidados resolutivos e qualificados e direciona as aes de enfermagem

    prestadas. Alm do mais, essa consulta se fundamenta em princpios cientficos (MACIEL;

    ARAJO, 2003; MARGARIDO; CASTILHO, 2006).

    Margarido e Castilho (2006) apontam algumas premissas bsicas para a realizao

    da consulta pelo profissional enfermeiro. Dentre elas, destacam-se a necessidade de

    formalizar a atividade na instituio, a adequao de normas de atendimento, instalaes

    fsicas que respeitem a privacidade do paciente e propiciem boa interao com o profissional,

    a existncia de mobilirios / equipamentos adequados e, especialmente, de capacitao

    profissional e segurana para sua atuao.

    Segundo Gerk e Barros (2005), a Consulta de Enfermagem um procedimento da

    assistncia desenvolvido com base em princpios ou pressupostos terico-filosficos

    definidos, empregando metodologia prpria e que, em nosso meio, constitui a aplicao do

  • 29

    processo de enfermagem. Por isso, no se considera a consulta como atendimentos ou

    orientaes realizadas em corredores.

    De acordo com Caixeta (2009), a Consulta de Enfermagem no est

    institucionalizada na prtica dos servios e acontece, prioritariamente, como substitutiva,

    seletiva ou como reforo da consulta mdica, fazendo com que o enfermeiro perca espao

    e chances de desenvolver uma atividade que lhe privativa. Alm disso, a ausncia dessa

    prtica pelo profissional contribui para o fortalecimento de um modelo de assistncia

    contrrio aos princpios do SUS. Outro aspecto enfatizado pela autora diz respeito

    constatao da necessidade de que sejam institudos treinamentos e capacitaes que

    aumentem a segurana do enfermeiro na realizao da Consulta de Enfermagem, para que ele

    se afaste do modelo assistencial hegemnico, mdico-centralizador, da cultura da consulta

    mdica e da medicalizao.

    As mulheres correspondem maioria da populao brasileira (50,77%) e so as

    principais usurias do SUS. Da mesma maneira que diferentes populaes esto expostas a

    variados tipos e graus de riscos, mulheres e homens, em funo da organizao social das

    relaes de gnero, tambm esto expostos a padres distintos de sofrimento, adoecimento e

    morte. Partindo-se desse pressuposto, imprescindvel a incorporao da perspectiva de

    gnero na anlise do perfil epidemiolgico e no planejamento de aes de sade que tenham

    como objetivo promover a melhoria das condies de vida, a igualdade e os direitos de

    cidadania da mulher (BRASIL, 2004).

    O Cncer de Colo Uterino (CCU) uma das causas de mortalidade mais frequente

    na populao feminina da Amrica Latina e do Caribe, apresentando incidncia entre as mais

    altas do mundo. Dentre as neoplasias, no Brasil, a cervical uma das maiores causas de bito

    entre as mulheres, ao lado do cncer de pele, mama e pulmo, representando ainda um grande

    problema de sade pblica (INCA, 1999; PELLOSO et al., 2004).

    Na Ateno Bsica em Sade, o enfermeiro atua nas aes de controle do CCU,

    atravs da CEG, momento em que devem ser identificados aspectos da histria de vida e

    sade da cliente, orientando-a quanto preveno do cncer e de Infeces Sexualmente

    Transmissveis (IST). Alm disso, pode ser feita a visita domiciliar de acompanhamento aos

    casos de mulheres submetidas conizao (retirada de ndulos de mamas e outras

    atividades), contribuindo para o envolvimento familiar nos cuidados de sade da cliente e

    resgatando o equilbrio da dinmica familiar, alm de acompanhar a evoluo do tratamento

    em domiclio (DIGENES et al., 2001).

  • 30

    O CCU o nico cncer para o qual se dispe de tecnologia para preveno,

    deteco precoce e tratamento. Entretanto, segundo dados do INCA (2000), ao contrrio do

    que vem acontecendo em pases mais desenvolvidos, embora esforos estejam sendo

    vinculados nesse sentido desde a dcada de 40, no so evidenciadas redues significativas

    nos ndices de morbimortalidade das mulheres brasileiras pela doena.

    O controle do CCU segue a estratgia de preveno secundria, baseada na

    citologia cervical, sendo um mtodo difundido mundialmente para rastreamento da Neoplasia

    Intra-epitelial Cervical (NIC). Internacionalmente apontado como o instrumento mais

    adequado, sensvel, de baixo custo, alm de ser conhecido e aceito pelas mulheres para o seu

    rastreamento. Na maioria dos servios especializados, o rastreamento da doena pela tcnica

    da citologia cervical tem sido superior a 80% (FERREIRA et al., 2001).

    Alguns fatores que impedem ou dificultam significativamente a realizao da

    CEG persistem, apesar de sua reconhecida importncia. Lima e Moura (2008) destacam as

    precrias condies do ambiente da unidade bsica de sade em relao infraestrutura e a

    outros recursos, alm do acmulo de funes (administrativa e assistencial) pela enfermeira;

    falta de conhecimento dos aspectos legais, que resultam em omisso e descuido quanto

    prioridade da Consulta de Enfermagem como atividade especfica da enfermeira e ateno

    bsica de sade da mulher na fase reprodutiva ou ginecolgica.

    A CEG um momento propcio para realizao de alguns procedimentos relativos

    promoo da sade, para alm da fase dos cuidados bsicos. O enfermeiro tem a chance de

    desenvolver estratgias que acarretem aes coordenadas para a equidade, com a finalidade de

    assegurar bens e servios mais seguros. Tenta-se construir a sade pelo cuidado de cada um

    consigo mesmo e com os outros, bem como pela capacidade de tomar suas prprias decises.

    4.3. Importncia e benefcios da tecnologia para a sade e para a enfermagem

    As tecnologias, segundo Lopes (2009), propiciam um atendimento de qualidade e

    visam melhoria da qualidade de vida. Isso facilita as prticas de sade e, portanto, tem

    aplicabilidade em todos os contextos da sade.

    De acordo com Gonalves et al (2009), tecnologia um conjunto de know-how,

    habilidades e conhecimentos tericos e prticos que so utilizados com o propsito de

    produzir e vender produtos e servios, sendo concebida como um conjunto de saberes e

    instrumentos que expressa, nos processos de produo de servios, a rede de relaes sociais

  • 31

    em que seus agentes articulam sua prtica em uma totalidade social.

    Na sade, existem trs tipos de tecnologia: a dura, leve-dura e leve. Segundo

    Merhy (2003), as tecnologias duras consomem, alm do trabalho morto da mquina, o

    trabalho vivo do seu operador e permitem processar, com os seus equipamentos, imagens,

    dados fsicos, exames laboratoriais e outros; as tecnologias leve-duras se referem aos saberes

    bem estruturados, como o processo de enfermagem; j as tecnologias leves esto implicadas

    na produo das relaes entre dois sujeitos, que s tm materialidade em ato.

    Dessa forma, a tecnologia est inserida no processo de trabalho em sade,

    perpassando pela construo do saber, pela relao entre os sujeitos e pelo modo como ocorre

    o trabalho em sade. Segundo Rocha et al (2008), a reflexo e o desenvolvimento do cuidado,

    sob a ptica da tecnologia, levam a repensar a capacidade do homem em buscar melhorias no

    seu dia a dia, visando qualidade de vida.

    Diante da crescente produo de novas tecnologias e intervenes tcnicas na rea

    da sade, torna-se necessrio que os profissionais saibam tratar com as possibilidades de

    prestar cuidado por meio da insero da tecnologia na sua prtica. Diante disso, a tecnologia

    deve ser entendida como associao de conhecimentos e prticas com a utilizao ou no de

    materiais, envolvendo recursos abstratos ou concretos, tendo como finalidade especfica o

    cuidado em sade. Deve-se saber dos recursos e suportes tecnolgicos disponveis para

    adequao e aplicao na prtica de sade, os quais devem ser utilizados para facilitar a

    execuo de procedimentos, bem como maximizar as relaes entre as pessoas envolvidas

    nesse processo (VARGAS; RAMOS, 2008; LOPES, 2009).

    Nesse processo, destaca-se o uso e a importncia da tecnologia na enfermagem,

    entre as diversas reas da sade, como forma de facilitar e completar as prticas de educao

    em sade e de assistncia aos profissionais da rea. Para Nietsche et al (2005), a enfermagem

    vista como um conjunto de tecnologias a serem desenvolvidas e especializadas para garantir

    um melhor cuidado.

    Vrios so os recursos e artifcios tecnolgicos com aplicao na prtica da

    enfermagem, seja em um contexto acadmico a fim de facilitar o processo de ensino-

    aprendizagem, buscando uma melhor preparao dos alunos de enfermagem antes de

    ingressarem na prtica da profisso ou assistencial (LOPES, 2009).

    A utilizao da informtica no setor de sade est sendo uma realidade nacional e

    internacional, um processo que rapidamente est se desenvolvendo e exigindo dos

    profissionais um acompanhamento e atualizao sobre essas questes. Alm disso, a

  • 32

    informtica est se tornando um instrumento de trabalho utilizado para fins diversos (LOPES;

    ARAJO, 2002).

    A contribuio que a tecnologia relacionada informtica oferece, por intermdio

    do computador, com o uso de diversas atividades, a facilidade da construo do processo de

    ensino e de assistncia em enfermagem. A incorporao dessa tecnologia para a prtica

    profissional tem sua importncia destacada nas questes que se referem prpria segurana

    dessa prtica. atravs dessa tecnologia que existem maiores possibilidades de discusses,

    simulaes e espaos para informao, que proporciona maior segurana ao profissional

    (LOPES, 2009).

    Segundo Marin e Cunha (2006), os enfermeiros precisam adaptar-se a novos

    modelos de trabalho e de atendimento, seguindo as tendncias do modelo de sade, sem

    deixar de considerar, porm, as caractersticas do cliente. Alm da referida adaptao, Arone e

    Cunha (2006; 2007), no que se refere qualidade, eficcia, efetividade e segurana, afirmam

    que preciso prestar assistncia de forma mais humanizada, garantindo os resultados

    previstos da tecnologia.

    Quanto s dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem, Koerich et al

    (2006) argumentam que a associao entre produo tecnolgica e enfermagem torna-se uma

    alternativa para superao desses obstculos. Para isso, torna-se necessrio o

    acompanhamento de profissionais comprometidos em construir uma relao com o ser

    humano, usando opes tecnolgicas para enfrentar os problemas de sade.

    Diante do exposto, Rocha et al (2008) afirmam que o cuidado que define a

    tecnologia, e a inovao desta favorece o aprimoramento do cuidado: o cuidado utiliza a

    tecnologia.

    4.4. Uso das tecnologias na educao em enfermagem

    As Tecnologias de Informaes e Comunicaes (TIC) oferecem possibilidade de

    gerao de novas teorias, principalmente no campo educacional, pois a intermediao do

    processo educacional pela TIC vem ampliando as possibilidades de comunicao e aquisio

    de informaes, transformando a forma de viver, trabalhar, organizar-se socialmente e de

    aprender na atualidade (AGUIAR; CASSIANI, 2007).

    Segundo Silva, Cassiani e Zem-Mascarenhas (2001), o avano do uso de

    tecnologias para o desenvolvimento das prticas educacionais, a fim de garantir maior

  • 33

    eficincia na aprendizagem e uma relao pedaggica motivadora e interativa, notrio.

    A tecnologia educacional deve ser entendida, segundo Nietsche et al (2005), como

    um conjunto sistemtico de procedimentos que tornem possvel o planejamento, a execuo, o

    controle e o acompanhamento do sistema educacional.

    Na rea da enfermagem, atualmente, o nmero de tecnologias educacionais

    desenvolvidas tem acompanhado a evoluo tecnolgica. Entretanto, o empenho de docentes

    ou enfermeiros assistenciais no desenvolvimento e na aplicao de prticas educacionais vem

    se dando de forma paulatina (LOPES, 2009).

    A utilizao da informtica, por docentes e profissionais de enfermagem, pode ser

    destacada como um exemplo de tecnologia aplicada educao, na construo de bases de

    dados, desde material bibliogrfico aplicao em diversas atividades. A aplicao da

    informtica ao ensino de enfermagem na graduao justifica-se pelo desenvolvimento do

    desafio proporcionado aos alunos de refletirem e experimentarem o uso da informtica na

    assistncia, no ensino, na administrao e na pesquisa (ZEM-MASCARENHAS; CASSIANI,

    2001; PERES; MEIRA; LEITE, 2007).

    Segundo Freitas (2010), no mbito acadmico, a informtica utilizada por

    professores e alunos de forma constante, desde o preparo de aulas e a realizao de trabalhos

    escolares at a produo de estratgias que facilitem o ensino de enfermagem.

    A informtica educativa serve como um recurso de apoio a mais ao professor para

    o aprimoramento didtico. Nessa perspectiva, o professor pode explorar o uso do computador

    em situaes de simulao, permitindo ao aluno praticar ou vivenciar situaes abstratas ou

    reais para as quais ele ainda no esteja preparado (MELO; DAMASCENO, 2006).

    Segundo Aguiar e Cassiani (2007), a integrao de tecnologias no processo

    educativo no se refere apenas ao uso da informtica, mas utilizao de todos os recursos e

    meios didticos disponveis, dos livros televiso, incluindo hipermdias educativas, desde

    que estejam em consonncia com a proposta educativa no processo pedaggico e

    fundamentadas em novas metodologias de ensino colaborativas e interdisciplinares.

    Oliveira et al (2002) destacam a importncia de uma hipermdia possuir recursos

    que auxiliem no processo de aquisio de conhecimento dos participantes, atravs da

    promoo de situaes estimulantes para o grupo, despertando a ateno, alm de mant-la ao

    longo do processo de ensino-aprendizagem, atravs de um contedo disposto de forma clara,

    compreensvel e consistente.

    Para apoio ao ensino de Fsica, Machado e Nardi (2006) utilizaram uma

  • 34

    hipermdia e verificaram que a oportunidade de participar de aulas dotadas de interao entre

    aluno e computador foi valorizada pelos estudantes, pois tal fato era um aspecto diferencial

    com relao ao sistema tradicional de ensino.

    Frana (2009) destaca que as hipermdias educacionais permitem a combinao de

    recursos de som, vdeos, textos e banco de dados, que proporciona ao usurio a prpria

    construo do percurso de aprendizagem, reunindo alunos e professores, mesmo que em

    diferentes contextos. Isso apresenta no apenas mecanismos tecnolgicos, mas dispositivos

    que possibilitam a produo de conhecimento.

    Enriquez, Brito e Alonso (2006) abordam em seu software o ensino de

    eletrocardiograma para estudantes de Medicina que, aps estudar o contedo, tm a

    possibilidade de realizar auto-avaliaes atravs do sistema, com base no contedo mais atual

    sobre o assunto. Os alunos que utilizaram o software obtiveram notas estatisticamente mais

    elevadas em diversos temas se comparados aos alunos que estudaram apenas por mtodos

    tradicionais.

    Tendo como pblico-alvo a populao com deficincia visual, Cezrio e Pagliuca

    (2007) produziram uma tecnologia assistiva com base no texto educativo Drogas: reflexo

    para a preveno, utilizando o sintetizador de voz Dosvox como meio de instruir os cegos a

    manusear livremente o computador. O mesmo foi avaliado como tecnologia adequada pelos

    participantes. Os autores se referem ainda ao desenvolvimento de um website como ambiente

    de ensino sobre didtica em enfermagem, sobre o qual os discentes destacaram a possibilidade

    de alcance de uma maior comunicao dos alunos entre si e destes com o professor. Houve

    sugesto da utilizao dos mesmos recursos em outras disciplinas, de forma a favorecer o

    processo educacional (PERES; MEIRA; LEITE, 2007).

    Aquino (2010), ao avaliar a utilizao de um ambiente virtual em contracepo,

    junto a alunos de graduao do Curso de Enfermagem, concluiu que o uso de novas

    tecnologias de ensino na graduao em enfermagem poder favorecer a aquisio de

    conhecimento por parte dos alunos, uma vez que representa um modo auxiliar para

    complementao da modalidade presencial. Como mtodo de apoio e auxlio no processo de

    ensino, no meio educacional, existe a possibilidade do uso da internet. Esta surge como um

    dos meios mais promissores para a utilizao na educao. Entretanto, preciso que seja mais

    explorada pela enfermagem em termos de educao de pacientes, educao continuada e

    treinamentos (MARIN; CUNHA, 2006).

    Diante do uso de computadores, informtica e internet, surge a oportunidade de

  • 35

    uma comunicao integrativa entre contedo e usurio em ambientes que usam essa

    tecnologia, favorecendo resultados positivos no processo de ensino-aprendizagem. Como

    exemplo desses ambientes pode ser citada a Educao a Distncia (EaD) que, segundo Bastos

    e Guimares (2004), permite ao aluno a realizao de atividades e o desenvolvimento da

    prtica e da reflexo sobre seu conhecimento a partir do contexto social e de trabalho,

    constituindo uma ferramenta pedaggica para qualific-lo como enfermeiro.

    A modalidade de EaD tem seus primeiros registros datados do sculo XVIII, em

    1728, porm, apenas em 1856 foi institucionalizada, aps a fundao da primeira escola de

    lngua por correspondncia, em Berlim. O envio de materiais impressos por correspondncia

    foi associado ao rdio e televiso, ocorrendo um aumento da difuso de contedo e

    abrangendo um maior nmero de pessoas, incluindo as mais distantes (PIRES, 2001; LOPES,

    2009).

    No Brasil, a EaD foi regulamentada por leis e portarias do Ministrio da

    Educao. A Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, possibilitou o ensino no presencial

    utilizado como complemento do aprendizado ou em situaes emergenciais, alm de ser

    citado como meio de atualizao de professores (BRASIL, 1996a).

    Com o surgimento do computador, a partir das dcadas mais recentes, a EaD

    integrou as diversas mdias para transmisso de contedos (PIRES, 2001). notrio que o uso

    atual de EaD vem sendo realizado, em sua maioria, atravs de computadores e da internet. O

    processo de ensino facilitado pelo compartilhamento de vdeos, textos eletrnicos e imagens

    por meio da tela do computador, contudo, no excluem a presena e a importncia do

    professor, j que o distanciamento entre aluno e professor apenas fsico e temporal (LOPES,

    2009).

    No mbito da enfermagem, a EaD vem sendo desenvolvida e utilizada em cursos

    de graduao e em reas de capacitao profissional, o que enfatiza a relevncia dessas

    atividades no ensino; ressalta-se, porm, o fato de que o desenvolvimento de pesquisas,

    publicaes e discusses nesse mbito tem sido nfimo no Brasil (CAMACHO, 2009).

    Instituies renomadas, como Fundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e

    Universidade Federal de So Paulo, promovem cursos de ps-graduao a distncia para

    profissionais da rea de sade e de diversas outras reas do conhecimento. Encontra-se em

    andamento o programa e-TEC, do Ministrio da Educao. Este promove cursos de formao

    de profissionais de nvel mdio das mais diversas reas de conhecimento, incluindo a

    enfermagem, em que o contedo terico ministrado via EaD e a prtica dos alunos

  • 36

    realizada em instituies de sade, acompanhada por seus tutores presenciais.

    O ambiente virtual de discusso ilustrado como uma vantagem da tecnologia

    para a prtica educacional, por permitir individualizar o processo de aprendizagem,

    personalizar a ateno ao aluno e possibilitar o aprendizado de vrios aspectos da vida

    acadmica e da prtica profissional (DAL PAI; LAUTERT, 2007).

    As tecnologias educacionais surgem como uma opo metodolgica que fornece

    ao professor possibilidades de organizar sua comunicao com os alunos, introduzir um tema,

    trabalhar com os alunos presenciais e com os que se encontram a distncia, possibilitando

    tambm a avaliao. H, portanto, uma modificao na forma de ensinar e aprender

    (AGUIAR e CASSIANI, 2007).

    notria a crescente contribuio que as tecnologias computacionais oferecem na

    construo e constituio de comunidades virtuais de aprendizagem, oferecendo oportunidade

    de interao entre os sujeitos e o estabelecimento de vnculos. Nesse sentido, Cogo (2009)

    afirma que essas tecnologias favorecem a construo do conhecimento, uma vez que, ao

    cooperarem atravs de uma interao sociocognitiva, os sujeitos solucionam problemas

    cognitivos de forma qualitativamente diferente de como fariam individualmente. Cumpre

    ressaltar que somente o uso da tecnologia no resolver os problemas educacionais, porm, se

    utilizada adequadamente, poder contribuir no processo e no desenvolvimento educacional

    dos estudantes, colaborando para a formao de um profissional capacitado.

    Atravs da oportunidade que dada ao aluno de ele estar em um espao para o

    exerccio da autonomia como norteadora de suas interaes, pretende-se proporcionar o

    desenvolvimento da cooperao e o desenvolvimento cognitivo. Cogo (2009) acredita que,

    atravs do trabalho coletivo, os alunos autnomos aprendam a ser no mundo, a fazer

    enfermagem, a conviver junto aos outros, a aceitar novos desafios a serem transpostos e a

    superao de incertezas.

  • 37

    5. METODOLOGIA

    5.1. Tipo de estudo

    Trata-se de um estudo de desenvolvimento, que definido como a construo e o

    desenvolvimento de softwares e outras estratgias tecnolgicas implementadas no ambiente

    educacional ou assistencial, com o objetivo de criar produtos, ou servios, ou seu

    aperfeioamento (RODRIGUES, 2007).

    5.2. Local e perodo do estudo

    A hipermdia foi desenvolvida no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA),

    desenvolvido pela Universidade Federal do Cear (UFC), o Solar. O Instituto UFC Virtual

    desenvolveu este AVA e o destinou a professores e alunos, buscando proporcionar um acesso

    para publicao de cursos e interao entre os membros. Atravs de login e senha

    disponibilizados a cada aluno d-se o acesso a esse ambiente.

    O ambiente Solar foi selecionado para este estudo por ser um projeto reconhecido

    na Instituio, o que traz maior segurana para o desenvolvimento da pesquisa.

    A construo da hipermdia ocorreu no perodo de janeiro a junho de 2011, sendo

    realizadas, em seguida, as avaliaes pelos juzes especialistas em temticas relacionadas

    sade da mulher e tecnologia da educao. Aps anlise dos juzes, foram implementadas as

    sugestes e correes, resultando na ltima verso da hipermdia, em julho de 2011.

    5.3. Fases do estudo

    Para que possa abranger grande quantidade de informaes e que estas estejam de

    maneira organizada, a construo de uma hipermdia deve seguir um critrio metodolgico

    (FALKEMBACH, 2005). Entretanto, segundo Freitas (2010), no se encontra disponvel na

    literatura um percurso metodolgico completo a ser seguido na produo de hipermdias e sim

    a adoo de caminhos, relativamente semelhantes, trilhados por diferentes pesquisadores.

    Freitas (2010), com o intuito de abranger as principais fases de construo de

    instrumentos de informtica para o ensino na rea da sade, atravs de uma ampla

    investigao em banco de dados, criou um caminho metodolgico, sintetizando as fases das

  • 38

    metodologias. Observadas em um formato mais completo, as fases dividem-se em: construo

    da hipermdia e sua validao por especialistas. A autora aponta as fases distintas de

    construo da hipermdia e sua validao pelos especialistas atravs de etapas, de acordo com

    a Figura 1:

    Figura 1- Etapas para o desenvolvimento da hipermdia (FREITAS, 2010).

    Para o desenvolvimento deste estudo, seguiram-se as fases sugeridas por Vieira

    (2010).

    5.3.1Construo da hipermdia

    O desenvolvimento de cada etapa esteve vinculado estrutura curricular da

    disciplina Enfermagem no Processo de Cuidar da Sade Sexual e Reprodutiva, ofertada aos

    alunos do stimo semestre do Curso de Graduao em Enfermagem da UFC.

    A disciplina citada possui carter terico-prtico e aborda os diversos assuntos

    relativos ginecologia e obstetrcia. Diante da importncia da preveno em alguns agravos

    relativos sade sexual, optou-se por abordar a realizao da Consulta de Enfermagem

    Ginecolgica (CEG) como assunto da hipermdia construda.

  • 39

    Durante os meses de janeiro a junho de 2011, foi levada a cabo a construo da

    hipermdia, para a qual foi pesquisado todo o assunto abordado, bem como foram produzidas

    as mdias que compem o material. Em face das etapas contidas no diagrama anterior,

    procurou-se descrever cada uma delas para o processo de construo da hipermdia sobre a

    CEG.

    ETAPA 1 - Levantamento do contedo e planejamento dos mdulos

    No incio da preparao de uma hipermdia para o ensino na rea de sade, depois

    de selecionada a temtica a ser abordada, necessitou-se da realizao de um levantamento

    geral do contedo escolhido (PINTO, 2008; FIGUEIREDO, 2007; ALAVARCE, 2007; COL,

    2003; MALINVERNI, 2006).

    O contedo levantado foi organizado em mdulos, a fim de facilitar a

    aprendizagem do contedo pelos usurios. Segundo Freitas (2010), a organizao em mdulos

    permite ao usurio maior facilidade durante a busca do assunto de seu interesse, alm de

    permitir um contedo menos extenso e cansativo.

    Os assuntos abordados foram divididos, entre tpicos e subtpicos, conforme

    disposto na figura a seguir:

  • 40

    Figura 2 - Distribuio dos Mdulos segundo os contedos abordados na hipermdia Consulta de

    Enfermagem Ginecolgica - Solar, 2011.

    Na construo da hipermdia, optou-se por t8picos do tipo ramificado, em que

    os usurios podero saltar diretamente para os pontos de estudo de maior interesse. Do mesmo

    modo, foram disponibilizados links que possibilitam o retorno a telas anteriores, de forma a

    facilitar a navegabilidade por parte do usurio. Cada um dos tpicos leva a nveis secundrios

    e, conforme o caso, existem outros nveis de aprofundamento, referncia ou explicao.

    Assim, os usurios podero alternar dentre os tpicos e os itens de um mesmo tpico, em

    sentido bidirecional.

    Machado e Nardi (2006) ressaltam a versatilidade da sequncia de telas ou trilhas

    de acesso ao contedo na hipermdia utilizada para apoio ao ensino de Fsica, podendo ser

    utilizada


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