UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL
DANILLO AUGUSTO DE OLIVEIRA COSTA
DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE COLETA DE RESÍDUOS DE MEDICAMENTOS
PÓS-USO NA CIDADE DE NATAL/RN
Natal/RN
2019
DANILLO AUGUSTO DE OLIVEIRA COSTA
DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE COLETA DE RESÍDUOS DE MEDICAMENTOS
PÓS-USO NA CIDADE DE NATAL/RN
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
Engenharia Ambiental, da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como parte dos requisitos para obtenção do
título de Bacharel em Engenharia Ambiental.
Orientadora: Dra. Débora Machado de Oliveira Medina
Natal/RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Costa, Danillo Augusto de Oliveira.
Diagnóstico do sistema de coleta de resíduos de medicamentos
pós-uso na cidade de Natal/RN / Danillo Augusto de Oliveira Costa. - 2019.
33 f.: il.
Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Centro de Tecnologia, Graduação em Engenharia Ambiental. Natal, RN, 2019.
Orientadora: Profa. Dra. Débora Machado de Oliveira Medina.
1. Medicamento - Pontos de entrega voluntária - Monografia.
2. Resíduos de medicamentos - Monografia. 3. Medicamentos em desuso - Descarte - Monografia. 4. Medicamentos vencidos -
Descarte - Monografia. I. Medina, Débora Machado de Oliveira.
II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 615.2
Elaborado por Kalline Bezerra da Silva - CRB-15 /327
RESUMO
O descarte incorreto de medicamentos vencidos ou em desuso pode degradar a qualidade do
solo, águas superficiais, águas subterrâneas e apresentam riscos à saúde humana. Esses resíduos
de serviços de saúde são classificados como perigosos, e apresentam características como
toxicidade. A maior parcela da população descarta medicamentos em desuso na rede de esgotos
ou junto à resíduos comuns, sendo essa uma situação problemática, dado que os tratamentos de
água, esgoto, e aterros sanitários não retêm completamente fármacos. O presente estudo apoia-
se em uma das vulnerabilidades da legislação brasileira, mais precisamente quanto a falta de
controle do descarte de resíduos de medicamentos pós-uso, para investigar a situação do sistema
de coleta desses resíduos na cidade de Natal. O trabalho objetiva diagnosticar a atual situação
do sistema de coleta de resíduos de medicamentos pós-uso na cidade, identificar pontos de
entrega voluntaria, empresas coletoras/processadoras, e detalhar esse processo. Para alcançar
os objetivos da pesquisa elaborou-se questionários, os quais foram aplicados durante as
entrevistas realizadas com os responsáveis por empresas e instituições envolvidas no
gerenciamento de resíduos de medicamentos, entre elas farmácias, unidades básicas de saúde e
empresas coletoras/processadoras. Foram elaborados gráficos, tabelas, e um quadro a fim de
sistematizar os dados para análises dos resultados. Analisando a situação na qual se encontra a
cidade de Natal em relação a gestão de resíduos de medicamentos pós-uso pela população,
observou-se baixa oferta e opções de descarte, não identificando grande interesse do poder
público ou iniciativa privada na implementação deste serviço. Nas farmácias e nos pontos de
recebimento de resíduos visitados, parece existir maior demanda pelo serviço, enquanto nas
unidades básicas de saúde a demanda por este serviço por parte da população foi insignificante.
Um dos pontos de entrega voluntária que mais recebe resíduos, cerca de 52,2 kg/mês, não está
vinculado a nenhuma rede de farmácias ou unidades básicas de saúde, e está localizado no
centro de convivência do campus central da UFRN, contudo a fração de resíduos recolhida
neste ponto e nos demais localizados na cidade de Natal ainda é incipiente, diante do montante
gerado.
Palavras-chave: Pontos de entrega voluntária. Resíduos de medicamentos. Descarte de
medicamentos em desuso/vencidos
ABSTRACT
Incorrect disposal of overdue or disused medicines can degrade the quality of soil, surface
water, groundwater and present risks to human health. These health care waste is classified as
hazardous, and has characteristics such as toxicity. Most of the population discards disused
drugs in the sewage network or with common waste, which is a problem because water, sewage
and sanitary landfills do not completely contain drugs. The present study is based on one of the
vulnerabilities of the Brazilian legislation, more precisely on the lack of control of the disposal
of residues of after use medicines, to investigate the situation of the system of collection of
these residues in the city of Natal. The objective of this study is to diagnose the current situation
of the system of collection of waste products of after use in the city, to identify voluntary
delivery points, collecting/processing companies, and to detail this process. To achieve the
research objectives, questionnaires were elaborated, which were applied during interviews with
those responsible for companies and institutions involved in the management of drug residues,
among them pharmacies, basic health units and collecting/processing companies. Graphs,
tables, and a table were prepared in order to systematize the data for analysis of the results.
Analyzing the situation in which the city of Natal is in relation to the management of residues
of after use medicines by the population, low supply and disposal options were observed, not
identifying great interest of the public power or private initiative in the implementation of this
service. In the pharmacies and waste reception points visited, there seems to be a greater
demand for the service, while in the basic health units the demand for this service by the
population was insignificant. One of the voluntary delivery points that receives the most waste,
about 52.2 kg/month, is not linked to any network of pharmacies or basic health units, and is
located in the center of coexistence of the central campus of UFRN, however the fraction of
waste collected at this point and in the others located in the city of Natal is still incipient, in
front of the amount generated.
Keywords: Voluntary delivery points. Waste Medicines. Disposal of obsolete/overdue drugs
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Unidades de saúde que recebem resíduos de medicamentos da população. ........ 23
Gráfico 2 – Resíduos recebidos nas unidades de saúde. .......................................................... 24
Gráfico 3 – Percentual de unidades de saúde que reutilizam medicamentos recebidos. ......... 25
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Coletores de resíduos de medicamentos pós-uso ................................................... 17
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Rede de Serviços Municipais de Saúde. Natal/RN – 2006 .................................... 13
Tabela 2 – Tempo de operação dos PEV’s em farmácias e pontos credenciados ................... 16
Tabela 3 – Número de coletores de resíduos por empresa ou instituição em Natal ................ 17
Tabela 4 – Resíduos recebidos nos PEV’s de farmácias e Centro de Convivência da UFRN 19
Tabela 5 – Custo operacionais e de instalação ........................................................................ 20
Tabela 6 – Frequência de coleta e quantidade média recebida por mês em quilogramas. ...... 20
Tabela 7 – Empresas responsáveis pela coleta e processamento, suporte financeiro e
campanhas educativas............................................................................................................... 21
Tabela 8 – Resultados da seção 2 do questionário 1. .............................................................. 22
LISTA DE ABREVIARURAS E SIGLAS
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
COVISA Coordenadoria de Vigilância e Saúde
CRF-BA Conselho Regional da Bahia
CRF-RN Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Norte
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NUPLAM Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos
PEV Pontos de Entrega Voluntária
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
RSS Resíduos de Serviços de Saúde
SEMURB Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo
SINIR Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos
SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
UBS Unidades Básicas de Saúde
URBANA Companhia de Serviços Urbanos de Natal
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9
2. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 12
2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .................................................. 12
2.2. IDENTIFICAÇÃO DOS PEVS E COLETORES/PROCESSADORES ............ 13
2.3. LEVANTAMENTO DE DADOS ........................................................................... 14
2.4. ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................ 15
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 15
3.1. ENTREVISTAS EM FAMÁCIAS E PONTO CREDENCIADO ........................... 16
3.2. ENTREVISTAS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE ...................................... 23
3.3. ENTREVISTAS EM EMPRESAS COLETORAS/PROCESSADORAS .............. 25
4. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 27
APÊNDICE A – Questionário 01 (FARMÁCIAS) .............................................................. 30
APÊNDICE B – Questionário 02 (UNIDADES DE SAÚDE) ............................................. 32
APÊNDICE C – Questionário 03 (COLETORAS E PROCESSADORAS) ..................... 33
9
1. INTRODUÇÃO
O aumento da geração de resíduos sólidos, constatado principalmente nos grandes
centros urbanos, é decorrente do crescimento populacional, desenvolvimento econômico,
urbanização, modelos de produção, e padrões insustentáveis de consumo. Em consequência
desses fatores, o gerenciamento de resíduos é um problema de escala global, visto que quando
não executado adequadamente, no que se refere a coleta, transporte e disposição final, pode
haver comprometimento do meio ambiente (GOUVEIA, 2012).
No Brasil, dos resíduos sólidos produzidos nos centros urbanos, cerca de 91,2% são
coletados, e desse percentual apenas 59,1% recebem disposição final ambientalmente
adequada, sendo destinados à aterros sanitários. Enquanto os 40,1% restantes são dispostos em
locais inadequados, áreas isentas de sistemas de proteção contra danos ambientais, como lixões
e aterros controlados (ABRELPE, 2018).
Dentre os diferentes tipos de resíduos sólidos gerados, os resíduos de serviços de saúde
(RSS) destacam-se por serem considerados perigosos, apresentando características como
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade. De acordo
com a legislação brasileira da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) os RSS são “os
gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas
pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA e do Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária - SNVS” (BRASIL, 2010).
Ainda em relação às propriedades dos RSS, em conformidade com resolução Nº 358,
de 29 de abril de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA que dispõe sobre
o tratamento e destinação final de resíduos sólidos de saúde, esses necessitam de tratamento
específicos não podendo ser descartados junto a resíduos comuns, incluindo: os medicamentos
vencidos; não utilizados totalmente em tratamentos; impróprios para consumo; e afins,
classificados como resíduos de serviços de saúde do Grupo B, obrigando os estabelecimentos
geradores como farmácias e hospitais à elaborar Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde (BRASIL, 2005).
Atualmente o setor farmacêutico tem contribuído significativamente para a geração de
resíduos, em decorrência do avanço tecnológico da indústria farmacêutica que lança novos
medicamentos, incrementando a variedade e quantidade de fármacos à disposição da população
para tratamento de doenças, resultando em novas embalagens e compostos químicos detentores
da capacidade de degradar o meio ambiente caso não recebam tratamento adequado. Além
disso, a utilização de medicamentos é crescente e indiscriminada, em consequência dos modelos
10
econômicos e do sistema de assistência à saúde focado no uso de fármacos (LIMA; NUNES;
BARROS, 2010).
Ainda sobre aspectos de comercialização e uso de fármacos que contribuem para o
aumento da geração de resíduos oriundos do consumo de medicamentos, é possível destacar
fatores como: o descuido dos pacientes ao tratar doenças quando os medicamentos receitados
não são utilizados até o fim; o fácil acesso sem necessidade de receita médica; a cultura de
automedicação; a ausência de sistemas de fracionamento de medicamentos para fornecer apenas
quantias adequadas ao tratamento; a não verificação da validade na compra de medicamentos;
entre outros aspectos expõem a população a riscos e contribuem para o acumulo de
medicamentos em suas residências, que tornam-se posteriormente resíduos que necessitam de
descarte adequado (ALENCAR et al., 2014).
Estudos já elaborados quanto o pós-uso de medicamentos, constataram que o descarte
inadequado de medicamentos, vencidos ou sobras, causam danos ao meio ambiente e a saúde
humana. Esses prejuízos ocorrem em consequência do descarte junto a resíduos comuns ou rede
de esgoto, métodos mais utilizados pela população para eliminar esses resíduos, ocasionando
assim a degradação da qualidade da água, do solo, fauna e flora (PINTO et al, 2014;
ZAPPAROLI, 2011).
De maneira mais especifica, pode-se destacar os efeitos dos antibióticos, responsáveis
por tornar bactérias da natureza mais resistentes ao tratamento convencional de doenças, além
da feminização dos peixes machos ao entrar em contato com o hormônio estrógeno. A saúde
humana, pode ser afetada através do consumo de água, visto que os tratamentos convencionais
de água para abastecimento e esgoto não removem completamente fármacos (BILA;
DEZOTTI, 2003). Também existe a possibilidade de a saúde humana ser atingida de maneira
direta, caso trabalhadores responsáveis por coletar resíduos como garis e catadores, encontrem
e consumam medicamentos fora da validade ou deteriorados, capazes de causar intoxicações
(CÉLIO, 2013).
Evidencia-se também que mesmo em concentrações-traço, em torno de pg/ L ou ng / L,
os fármacos são capazes de causar degradações, inclusive compostos de baixa persistência
ambiental se lançados continuamente também ocasionam danos ambientais e, em decorrência
disso, fármacos são considerados micropoluentes (SCHWARZENBACH, 2006).
Com base nos estudos apresentados fica justificada a necessidade de avançarmos nas
políticas de gestão de medicamentos pós-uso, proporcionando manejo adequado destes
resíduos, a fim de reduzir os impactos negativos à saúde e ao meio ambiente.
11
A legislação brasileira, através da Lei 12.305 / 2010, prevê mecanismos para reduzir o
descarte inadequado de resíduos, sendo estes instrumentos a responsabilidade compartilhada e
a logística reversa. Nesse processo o consumidor é responsável por disponibilizar os produtos
após o uso para coleta, estando incluídos apenas os resíduos citados a seguir: embalagens de
agrotóxicos; pilhas e baterias; lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz
mista; pneus, seus resíduos e embalagens; e produtos eletrônicos e seus componentes; não sendo
ainda contemplados resíduos provenientes do consumo de medicamentos (BRASIL, 2010).
Em novembro de 2018, o Governo Federal, visando colocar um ponto final nas
discussões, publicou a minuta de decreto que regulamentará a logística reversa de
medicamentos em todo território nacional. A minuta passou por fase de consulta pública e
recebimento de contribuições, que se encerrou em 18 de janeiro de 2019. O texto da minuta
versa de forma detalhada sobre: A responsabilidade de toda a cadeia farmacêutica desde o
importador até os consumidores, padroniza o dispensador contentor, equipamento destinado a
receber e armazenar medicamentos vencidos ou em desuso, institui quantidade de
dispensadores contentores quanto a população de um município, detalha normas e instruções
de uso do dispensador, determina farmácias como locais de instalação de dispensadores
contentores, dentre outras informações (BRASIL, 2017).
Mesmo com a legislação efetiva até o momento não obrigando o setor farmacêutico em
geral a implementar um sistema de recolhimento de medicamentos pós-uso, estudos
comprovam a existência de programas com esse propósito instalados em unidades de saúde,
hospitais, farmácias, drogarias, entre outros pontos de coleta no Brasil (AMARANTE, 2016).
Há relatos de iniciativas públicas e privadas de sucesso em vários estados brasileiros:
Em São Paulo algumas unidades básicas de saúde (UBS) recebem medicamentos em desuso ou
vencidos; no Paraná, desenvolveu-se o Plano Estadual de Logística Reversa de Medicamentos,
em cumprimento a uma de suas leis estaduais e a previsão para o ano de 2018 era instalar 200
pontos de coleta em todo o estado; na Bahia parcerias entre o Ministério Público Estadual, o
Conselho Regional da Bahia (CRF-BA) e o varejo Farmacêutico, mantém pontos de coleta em
Salvador, região metropolitana e algumas cidades do interior (MASSI, 2019).
Na cidade de Natal, por exemplo, é possível observar a presença de pontos de entrega
voluntária (PEV’s) localizados em estabelecimentos como farmácias e unidades de saúde,
apesar disso não existe nenhum tipo de mapeamento que englobe todos os ambientes com
PEV’s e suas respectivas empresas coletoras/processadoras de forma documentada.
Desse modo, devido a carência de estudos envolvendo a logística reversa de
medicamentos e dos efeitos negativos do descarte inadequado desses para o meio ambiente e
12
saúde humana, este trabalho objetiva avaliar a situação do sistema de coleta de resíduos de
medicamentos pós-uso na cidade de Natal/RN, detalhando esse processo desde a coleta dos
resíduos até sua disposição final, identificando pontos de recebimento e empresas coletoras e
processadoras dos resíduos.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para alcançar os objetivos do estudo foram coleta de informações sobre PEV’s em
estabelecimentos de saúde e farmácias, além de empresas coletoras/processadoras de resíduos
de serviços de saúde, com intenção de compreender o funcionamento e apresentar
características do sistema de coleta de resíduos de medicamentos pós-uso. Trata-se de uma
pesquisa exploratória por apresentar a situação atual de um problema pouco debatido e, ao
mesmo tempo descritiva detalhando o objeto de estudo, utilizando o formato de levantamento.
O trabalho consistiu na realização de entrevistas presenciais em unidades básicas de
saúde, farmácias e empresas envolvidas no gerenciamento de resíduos de medicamentos. Nesse
processo os questionários foram respondidos por profissionais da área de saúde e meio
ambiente.
2.1.CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O presente estudo teve como alvo empresas e estabelecimentos de saúde de Natal
envolvidas em alguma das etapas da logística reversa de medicamentos pós-uso, tanto os pontos
de entrega voluntária como as empresas coletoras/processadoras. Foi necessário realizar
levantamento junto aos órgãos públicos municipais a fim de identificar esses estabelecimentos
de saúde e empresas que produzem e comercializam medicamentos.
Considerando que os PEV’s têm maior possibilidade de estarem localizados em
estabelecimento de saúde e farmácias, buscou-se informações sobre a quantidade desses
estabelecimentos na cidade. Sendo assim, de acordo com a Prefeitura Municipal do Natal
(2007), a rede municipal de saúde é constituída por 147 unidades de atendimento, como:
clínicas; unidades básicas; unidades mistas; hospitais; posto de saúde; policlínicas; dentre
outras tipologias, esses centros de atenção à saúde são administradas pela união, estado,
município, existindo ainda instituições privadas contratadas e filantrópicas (Tabela 1).
13
Tabela 1 - Rede de Serviços Municipais de Saúde. Natal/RN – 2006
TIPO DE UNIDADE Estaduais Federais Filantrópicas Municipal Privados Total
Clínica/ Ambulatórios 2 1 3 9 21 36
Hospital 6 2 3 1 11 23
Unidade Básica - - - 60 - 60
Unidade de Apoio
Diagnose e Terapia
(SADT isolado)
2 1 - - 15 18
Unidades de Vigilância à
Saúde - - - 1 - 1
Unidade Mista - - - 2 - 2
Serviço de Atendimento
Móvel às Urgências - - - 1 - 1
Policlínicas - - - 5 - 5
Posto de Saúde - - - 1 1
Total Geral 10 4 6 80 47 147
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DO NATAL, 2007
Ao passo que empreendimentos como farmácias e drogarias, farmácias de manipulação,
industrias e empresas afins, contabilizam 2.488 estabelecimentos no Rio Grande do Norte,
enquanto Natal conta com 683 registrados pelo Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande
do Norte – CRF/RN (CRF-RN, 2018).
2.2.IDENTIFICAÇÃO DOS PEVS E COLETORES/PROCESSADORES
Na etapa de identificação dos PEV’s buscou-se descobrir locais de recebimento de
medicamentos vencidos e/ou em desuso. Foram contatados via telefone órgãos e instituições
que licenciam e fiscalizam atividades relacionadas à resíduos sólidos, indústria farmacêutica e
questões ambientais como: Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), Companhia de Serviços Urbanos de Natal (URBANA),
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), Conselho Regional de
Farmácia do Rio Grande do Norte (CRF-RN).
Na procura por empresas coletoras/processadoras de resíduos de serviço de saúde e
PEV’s localizados em unidades básicas de saúde e farmácias, verificou-se que nenhum dos
órgãos contatados dispõe de registros ou cadastros.
14
2.3.LEVANTAMENTO DE DADOS
A fim de alcançar os objetivos da pesquisa, inicialmente foram identificados locais de
coleta voluntária de medicamentos e as empresas contratadas responsáveis pelo recolhimento e
disposição final. Em um segundo momento, foi realizada coleta de dados junto as empresas
envolvidas na logística reversa, a fim de determinar: que tipos de resíduos são coletados;
frequência de coleta; há quanto tempo o sistema está em operação; a quantidade coletada; tipo
de tratamentos utilizados; entre outras informações. Em seguida as informações foram
sistematizadas com o intuito de compor o mapeamento dos PEVs de medicamentos pós-uso da
cidade do Natal/RN identificando os locais de recepção e destino final de medicamentos.
Num primeiro momento elaborou-se o questionário 1 (APÊNDICE A) o qual foi
aplicado em 9 estabelecimentos farmacêuticos, embora o número de entrevistas seja pequeno,
enfatiza-se que a amostra contempla as maiores redes de farmácias da cidade, a saber: Drogaria
Amadeus, Drogaria Carrefour, Drogaria Extra, Drogaria Globo, Drogaria Paiva, Drogasil,
Extraframa, Farmaciaria e Pague Menos. Ainda nessa etapa foi realizada uma entrevista em 1
ponto de entrega voluntária de resíduos de medicamentos localizado no Centro de Convivência
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sendo ambas situações entrevistados
profissionais farmacêuticos. Nas entrevistas buscou-se avaliar o conhecimento dos
entrevistados quanto a existência de outros PEV’s para otimizar a identificação.
É importante destacar que esta pesquisa não engloba farmácias de manipulação, devido
a este segmento farmacêutico apresentar características específicas diferenciando-se dos demais
estabelecimentos estudados, uma vez que produção e comercialização de medicamentos são
inerentes a mesma empresa.
O questionário 1 (APÊNDICE A) é separado em seção 1 e 2, sendo a primeira
direcionada a coletar dados referentes aos sistemas de recepção de resíduos de medicamentos
criados para atender a população e a segunda seção desenvolvida para identificar a percepção
do profissional perante a problemática, especialmente nos estabelecimentos onde não possuem
coletores.
No levantamento de dados com finalidade de verificar o recebimento de resíduos de
medicamentos em unidades de saúde, aplicou-se o questionário 2 (APÊNDICE B) em 11 UBS
(Unidades Básicas de Saúde) da rede municipal de saúde, a saber: UBS Jiqui, UBS Rosângela
Lima, UBS Ronaldo Machado, UBS Nova Descoberta, UBS Candelária, UBS Ponta Negra,
UBS Pirangi, Policlínica Sul Neópolis, UBS Mirassol, UBS Pitimbu, UBS Satélite, quando
15
foram entrevistados diferentes funcionários entre auxiliares/técnicos em farmácias,
farmacêuticos e diretores.
O questionário 2 (APÊNDICE B) foi elaborado pressupondo o recebimento de resíduos
de medicamentos nas unidades básicas de saúde, portanto algumas adaptações foram realizadas
no momento em que as entrevistas com funcionários eram realizadas. Mais adiante serão
detalhados os resultados obtidos e adaptações realizadas nos questionamentos.
Dispondo de informações coletadas nas entrevistas iniciais foram identificadas as
empresas responsáveis por coletar/processar resíduos de medicamentos dos PEV’s,
possibilitando aplicação do questionário 3 (APÊNDICE C) em uma das empresas. O
funcionário entrevistado nesse caso ocupava o cargo de Gerente de Segurança Meio Ambiente
e Saúde, que dias após visita presencial disponibilizou dados via e-mail.
O questionário 3 teve como objetivo compreender aspectos relacionados a gestão e
tratamento dos resíduos coletados pelas empresas coletoras/processadoras, bem como verificar
a existência de outros PEVs administrados pelas empresas, além daqueles já identificados nas
etapas anteriores do trabalho.
2.4.ANÁLISE DE DADOS
Para discussão e análise de dados foram elaborados gráficos, tabelas e um quadro para
sintetizar as informações obtidas através dos questionários (APÊNDICE A, B e C), as quais
foram adquiridas na fase de levantamento de dados.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados encontrados na primeira etapa do trabalho a partir do questionário 1
(APÊNDICE A) foram dispostos na forma de tabelas, discriminando características de cada um
dos estabelecimentos e PEV’s, atendendo aos dados de relevâncias encontrados e agrupando os
de maior nexo a fim de chegar a conclusões. Em contrapartida preferiu-se abordar a partir de
gráficos as informações obtidas em entrevistas nas unidades básicas de saúde.
Os dados encontrados na etapa final de entrevistas que aconteceu em uma das empresas
responsáveis coletoras/processadoras, foram disponibilizados através de um quadro. Por
motivações a serem posterirormente comentadas, apenas uma das empresas se dispôs a
contribuir com a pesquisa, sendo assim preferiu-se apresentar o quadro contendo as questões e
suas respectivas respostas.
16
3.1. ENTREVISTAS EM FAMÁCIAS E PONTO CREDENCIADO
As entrevistas ocorreram em 10 estabelecimentos dos quais 4 possuem coletores de
resíduos de medicamentos direcionados a população, são eles: Drogaria Carrefour da Zona
Norte, “Programa Descarte Consciente” – UFRN, Drogaria Amadeus e Farmaciaria. Para esses
locais foram aplicadas as questões da seção 1 do questionário 1 (APÊNDICE A).
Inicialmente foram determinadas as motivações para implementação do sistema de
recebimento de resíduos, o que apontou para: a falta de políticas públicas, inexistência do
sistema de logística reversa de medicamentos, ausência de pontos para recebimento, e
conscientização socioambiental.
Em relação ao tempo de operação do serviço de recebimento de resíduos (Tabela 2),
nota-se que ainda é recente a presença de pontos de coleta a disposição da população.
Tabela 2 – Tempo de operação dos PEV’s em farmácias e pontos credenciados
Ponto de entrega voluntária Anos em operação
Drogaria Carrefour 3
“Programa Descarte Consciente” - UFRN 3
Farmaciaria 2
Drogaria Amadeus 1
Fonte: O autor (2019)
No tocante a quantidade de PEV’s administrados por cada um dos locais (Tabela 3), a
Farmaciaria informou receber resíduos de medicamentos da população em 9 unidades, porém
os resíduos são repassados para a unidade localizada no bairro de Lagoa Seca que conta um
coletor físico instalado. Em relação a Drogaria Carrefour vale destacar que o segundo coletor
começou a operar no mês de Maio de 2019 no Carrefour da Zona Sul. Em suma constatou-se
uma baixa quantidade de estabelecimentos coletores físicos (Figura 1) e apenas 12 PEV’s no
município de Natal, ou seja, 1 PEV para cada 73.128 habitantes, considerando que o município
de Natal possui uma população estimada, para o ano de 2018 em 877.640 habitantes de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
17
Tabela 3 – Número de coletores de resíduos por empresa ou instituição em Natal-RN
Nome do Estabelecimento Número de
estabelecimentos coletores
PEV’s
Drogaria Carrefour 2 2
“Programa Descarte Consciente”
- UFRN
1 1
Farmaciaria 1 8
Drogaria Amadeus 1 1
TOTAL 5 12
Fonte: O autor (2019)
Apenas a título de comparação “Mais de duas toneladas de resíduos de medicamentos
foram recolhidas no Paraná entre 15 de agosto a 15 de outubro, nos 250 pontos de coleta da
Campanha de Logística de Reversa de Medicamentos” (SESA, 2018). Considerando que o
estado do Paraná segundo o IBGE tem uma população estimada para o ano de 2018 de
11.348.937 habitantes, nessa campanha foram instalados uma média de 1 PEV a cada 45.396
habitantes.
No texto da minuta do decreto que visa instituir a logística reversa de medicamentos
descartados pelo consumidor, farmácias e drogarias seriam obrigadas a adquirir, disponibilizar
e manter, pelo menos um ponto fixo de coleta e armazenamento de resíduos de medicamentos
descartadores pelos consumidores para cada 30.000 habitantes (BRASIL,2017). Caso esse
decreto entre em vigor, a cidade de Natal deverá manter no mínimo 29 coletores físicos para
que os consumidores descartem adequadamente resíduos de medicamentos, lembrando que
atualmente Natal conta com apenas 12 pontos de entrega voluntária.
Apesar da Farmaciaria disponibilizar 8 PEV’s no município de Natal, apenas uma
apresenta de suas farmácias mantém coletor físico para o descarte de resíduos de medicamentos.
A ausência de um móvel destinado ao descarte de resíduos no estabelecimento pode dificultar
a identificação daquele local como sendo um ponto de coleta, visto geralmente esses
equipamentos são instalados próximos a entrada das farmácias para chamar a atenção dos
clientes.
18
Figura 1 – Coletores de resíduos de medicamentos pós-uso na cidade de Natal-RN
Fonte: O autor (2019)
19
A partir das questões subsequentes foram determinados os materiais que eram recebidos
nos PEV’s (Tabela 4), para isso os entrevistados observaram uma relação de tipos de resíduos
listados na questão 4, a saber: xaropes, soluções, sprays, comprimidos, cremes, gel, frasco
vazios, blisters, embalagens primárias, embalagens secundárias, entre outros (APÊNDICE A)
assinalando os recebidos, e em seguida especificaram resíduos que não era recebidos nos
coletores.
Tabela 4 – Resíduos recebidos nos PEV’s de farmácias e Centro de Convivência da UFRN
Ponto de entrega voluntária Resíduos listados
recebidos
O que não é recebido
Drogaria Carrefour Todos Seringas e Agulhas
“Programa Descarte
Consciente” - UFRN
Todos Seringas e Agulhas
Farmaciaria Todos Nenhum
Drogaria Amadeus Todos Nenhum
Fonte: O autor (2019)
Os sistemas de coleta de resíduos de medicamentos da Drogaria Carrefour e do
“Programa Descarte Consciente” da UFRN afirmaram não receber seringas e agulhas dos
clientes, em contrapartida Farmaciaria e Drogaria Amadeus não apresentam esse tipo de
exceção, destinando corretamente agulhas e seringas.
Os custos de implantação e operação dos sistemas em cada um dos PEV’s (Tabela 5)
envolvem a instalação de um móvel para coletar os resíduos de medicamentos e dependem do
tipo de contrato feito com a empresa responsável pela coleta e destinação ambientalmente
adequada dos resíduos, ambos passando por processo de fiscalização da Coordenadoria de
Vigilância e Saúde (COVISA). Em alguns dos locais visitados não foi possível ter acesso a
valores de instalação e operação, porém pode-se destacar que o valor de instalação está atrelado
apenas a confecção do móvel com especificações prevista pela COVISA, e os custos de
operação variaram de acordo com o contrato firmado com a empresa coletora/processadora.
20
Tabela 5 – Custo operacionais e de instalação
Ponto de entrega voluntária Custos de Instalação Custos de Operação por Mês
Drogaria Carrefour Não soube informar Não soube informar
“Programa Descarte
Consciente” - UFRN
Sem Custos R$ 204,60
Farmaciaria Não soube informar R$ 200,00
Drogaria Amadeus R$ 200,00 R$ 20,00
Fonte: O autor (2019)
Nota-se que os custos de instalação encontrado que é por volta de R$ 200,00 não é alto,
visto que o móvel confeccionado para receber os resíduos de medicamentos pode ser utilizado
por alguns anos. Ao analisar os custos operacionais mensais dos sistemas implantados nos
pontos de recebimentos, percebe-se uma grande variação podendo atingir valores de R$ 204,60
à R$ 20,00 por mês. Provavelmente essa oscilação nos valores mensais para coletar/processar
os resíduos esteja relacionada a fatores como: frequência de coleta, quantidade de resíduos
tratada, número de clientes da mesma rede de farmácia, questões contratuais, dentre outros.
Em seguida foram determinadas as quantidades médias de resíduos de medicamento
recebida mensalmente nos coletores e a frequência de coleta de resíduos de serviços de saúde
nos PEV’s (Tabela 6), salientando que a frequência de coleta refere-se a captação de RSS em
geral, e não apenas dos resíduos descartados pela população. A Farmaciaria não soube informar
a quantidade em quilogramas de resíduos, porém afirmou que semanalmente a empresa
responsável pela coleta remove o saco de uma bombona de 20 litros que varia de volume a cada
coleta.
Tabela 6 – Frequência de coleta e quantidade média recebida por mês em quilogramas
Ponto de entrega voluntária Frequência Quantidade (kg/mês)
Drogaria Carrefour Mensalmente 6,5
“Programa Descarte
Consciente” - UFRN
Semanalmente 52,2
Farmaciaria Semanalmente Não soube informar
Drogaria Amadeus Trimestralmente 2,2
PARCIAL - 60,9
Fonte: O autor (2019)
21
Os valores referentes as quantidades de resíduos recebidos na Drogaria Carrefour e
Drogaria Amadeus apresentaram-se discrepantes em relação ao “Programa Descarte
Consciente” – UFRN, o PEV localizado no Centro de Convivência recebe quantidade bastante
superior aos demais. Possivelmente esse fato ocorre devido ao maior grau de formação
acadêmica público universitário, a rotina dos indivíduos que contribui para o constante acesso
ao ponto de descarte de medicamentos, e maior efetividade das campanhas de conscientização.
O valor parcial da quantidade de resíduos que é coletada nos pontos de entrega
voluntária chega a 60,9 kg/mês, esse montante de resíduos possivelmente é baixo frente a
população do município estimada para o ano de 2018 que é de 877.640 habitantes (IBGE, 2018).
Ao analisar essa situação, seria como se um habitante produzisse apenas 0,069 grama de
resíduos de medicamentos por mês, ou apenas 0,83 grama em um período de 1 ano.
Finalizando a etapa de entrevistas utilizando a seção 1, com as últimas 3 questões foram
identificadas as empresas responsáveis por coletar e processar os resíduos de medicamentos
dos PEV’s, saber se existe apoio financeiro público ou privado para incentivar a prestação desse
serviço, e se as farmácias e o programa da UFRN realizam campanhas para conscientização
quanto ao descarte adequado de medicamentos vencidos ou em desuso (Tabela 7).
Tabela 7 – Empresas responsáveis pela coleta e processamento, suporte financeiro e campanhas educativas
Ponto de entrega
voluntária
Empresas
coletoras/processadoras
Suporte
Financeiro
Campanhas
Educativas
Drogaria Carrefour Stericycle Não Não
“Programa Descarte
Consciente” - UFRN
Cril Ambiental Sim (NUPLAM
– UFRN)
Sim
Farmaciaria Stericycle Não Sim
Drogaria Amadeus Cril Ambiental Não Sim
Fonte: O autor (2019)
Com exceção da Drogaria Carrefour os demais pontos de recebimento de medicamentos
realizam campanhas para conscientização da população quanto ao problema. A Farmaciaria e
Drogaria Amadeus afirmaram utilizar redes sociais, rádio e televisão para divulgar suas
campanhas, já o ponto do Centro de Convivência da UFRN não especificou, mas provavelmente
realizar divulgações por meio de projetos de extensão e apresentações de trabalhos acadêmicos.
As demais farmácias visitadas e entrevistadas que responderam a seção 2 do
questionário 1 (APÊNDICE A) foram: Drogasil, Drogaria Extra, Extrafarma, Drogaria Globo,
22
Pague Menos, Drogaria Paiva, os estabelecimentos citados não apresentam sistema de
recebimento de resíduos de medicamentos direcionados à população.
A seção 2 é composta por 5 questões objetivas, que possibilitaram averiguar a visão dos
farmacêuticos em relação a sua farmácia quanto a problemática do descarte inadequado de
resíduos de medicamentos, o motivo pelo qual não implementam um sistema para receber
resíduos, se existe previsão para implantar um sistema de recebimento, se alguma outra empresa
do segmento farmacêutico já ofereceu suporte financeiro ou incentivou, e se já identificaram
cobranças dos clientes para oferecer descarte ambientalmente adequado (Tabela 8).
Tabela 8 – Resultados da seção 2 do questionário 1
Farmácias que
não recebem
resíduos
Entendimento
perante a
problemática
Motivos de
não
implementar
Previsão de
implementação
Incentivo
ou suporte
financeiro
Cobrança
dos
Clientes
Drogasil Não Custo Não Não Sim
Drogaria Extra Sim Outros Não Não Sim
Extrafarma Sim Legislação Não Não Sim
Pague Menos Sim Custo Não Sim Sim
Drogaria Paiva Sim Legislação Não Não Sim
Fonte: O autor (2019)
A Drogasil foi a única farmácia onde o farmacêutico respondeu que a empresa não
demonstra preocupação com o problema do descarte inadequado de resíduos de medicamentos,
e somente a Pague Menos informou ter sido incentivada por outras empresas da cadeia da
indústria farmacêutica a receber resíduos de medicamentos pós-uso. Todos os farmacêuticos
afirmaram que os consumidores já cobraram quanto ao recebimento de resíduos de
medicamentos e mesmo assim não há previsão para instalar coletores de resíduos. As
justificativas por tal ausência oscilaram entre custos, legislação e outros.
Apesar do farmacêutico entrevistado na Drogasil em Natal afirmar que a empresa não
demonstra preocupação com o problema do descarte inadequado de resíduos de medicamentos
pós-uso, a empresa patrocina o Programa Descarte Consciente e possui coletores para descarte
de resíduos em outros estados (BHS, 2019).
23
3.2. ENTREVISTAS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Em entrevistas aplicando o questionário 2 (APÊNDICE B) pôde-se constatar que de fato
não existe formalmente um sistema implantado para receber resíduos de medicamentos da
população. Os funcionários são orientados pela Prefeitura Municipal do Natal a não receber
resíduos, contudo alguns deles informaram compreender a problemática e quando solicitados
pela população recebem os resíduos, promovendo assim destinação ambientalmente adequada
junto aos resíduos de serviços de saúde (RSS) da unidade.
Inicialmente buscou-se conhecer o tempo de atuação do sistema, porém dadas as
circunstâncias explicadas acima, foi perguntado se o local recebia ou não resíduos de
medicamentos, resultando em (Gráfico 1). Das 11 Unidades Básicas de Saúde entrevistadas, 9
responderam Sim, e 2 responderam não.
Gráfico 1 – Unidades básicas de saúde que recebem resíduos de medicamentos da população
Fonte: O autor (2019)
Em uma das unidades básicas de saúde visitadas o funcionário informou que nunca
presenciou a busca por descarte de resíduos de medicamentos vindos da população, esse fato
demonstra que provavelmente o público que é atendido nesses locais não detêm níveis
conscientização ambiental iguais aos dos clientes das farmácias visitadas. Se compararmos
UBS e Farmácias/UFRN, os resultados constam maior cobranças pelo serviço e maiores
quantidades de resíduos recebidos mensalmente em estabelecimentos farmacêuticos e no
Centro de Convivência.
82%
18%
9 Unidades de Sáude (Sim)
2 Unidades de Saúde (Não)
24
A segunda questão é acompanhada de uma pequena lista de resíduos de medicamentos
e materiais contaminados, a saber: xaropes, soluções, sprays, comprimidos, cremes, gel, frasco
vazios, blisters, embalagens primárias, embalagens secundárias, entre outros, visando
determinar quais dos itens listados são recebidos. Os resultados apresentam os locais que não
recebem nenhum tipo de resíduo, aqueles que recebem apenas agulhas e seringas, e os que
recebem todos os tipos de resíduos
Gráfico 2 – Resíduos recebidos nas unidades básicas de saúde.
Fonte: O autor (2019)
Buscando observar se as UBS promovem reutilização dos medicamentos caso estando
em condições de uso (Gráfico 3), os resultados variaram entre sim, não e locais que a depender
do estado de conservação dos medicamentos poderiam ser reutilizados. Alguns profissionais
relataram que a reutilização é um processo complicado por não saber ao certo se a população
armazena de forma adequada os medicamentos, que são sensíveis a variações de temperatura,
por exemplo.
73%
9%
18%8 Unidades de Saúde (Todos osresíduos)
1 Unidade de Saúde (Apenas agulhase serigas)
2 Unidades de Saúde (Nenhum tipode resíduo)
25
Gráfico 3 – Percentual de unidades de saúde que reutilizam medicamentos recebidos.
Fonte: O autor (2019)
Quando questionadas acerca da quantidade de resíduos recebidos mensalmente em
quilogramas, todas as UBS declararam que os indivíduos que frequentam o local raramente
entregam resíduos, não chegando a um quilograma por mês, este fato ocorre provavelmente
pela falta de conscientização e de um sistema de recebimento formal com coletores sinalizados
e instruções para descarte.
Com relação a frequência de coleta de resíduos pôde-se notar que em todos as unidades
de saúde esse procedimento ocorre semanalmente sendo efetivada pela empresa Marquise
Ambiental.
Os 11 locais visitados responderam negativamente quanto a captação de recursos de
iniciativa privada em apoio ao serviço, o que já era esperado por demais fatores citados
anteriormente. Em relação à realização de campanhas para conscientização da população sobre
o descarte adequado de resíduos de medicamentos, apenas a UBS Ponta Negra dentre todas as
unidades afirmou realizar algum tipo de campanha.
3.3. ENTREVISTAS EM EMPRESAS COLETORAS/PROCESSADORAS
Das 3 empresas identificadas nas entrevistas em UBS e farmácias a partir dos
questionários 1 e 2 (APÊNDICE A, B) apenas a Cril Ambiental participou da pesquisa,
enquanto as demais; Stericycle e Marquise Ambiental apesar de serem contatadas por meio de
diversos canais de atendimento não tiveram interesse empreender a aplicação do questionário
3 (APÊNDICE C).
18%
55%
27%2 Unidades de Saúde (Sim)
6 Unidades de Saúde (Não)
3 Unidades de Saúde (Depende)
26
Nos resultados adquiridos em entrevista com a empresa Cril Ambiental (Quadro 1), cabe
destacar que, dos 3 pontos de entrega voluntária que a empresa coleta, apenas um localiza-se
em Natal. Ainda no tocante a PEV’s como citado no tópico 3.1 desse trabalho, a Cril Ambiental
seria a responsável pelo coletor físico existente no Centro de Convivência da UFRN, porém o
Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos – NUPLAM é o real gestor e por esse
motivo a empresa não relatou o PEV quando questionada.
Quadro 1 – Resultados do questionário 3 aplicado a empresa Cril Ambiental
1) A quanto tempo a empresa atua coletando e
processando resíduos de medicamentos?
Desde 2015 (outubro)
2) Quantos e quais os pontos de entrega voluntária
de resíduos de medicamentos a empresa dá suporte?
2 farmácias Amadeus (Natal e Parnamirin) e uma
na prefeitura de Macaíba
3) Quais dos resíduos são coletados?
Xaropes (x)
Soluções (x)
Sprays (x)
Comprimidos (x)
Cremes (x)
Gel (x)
Frasco vazios (x)
Blisters (x)
Supositórios (x)
Adesivos (x)
Cápsulas (x)
Pós (x)
Pomadas (x)
Bisnagas (x)
Embalagens primárias (x)
Embalagens secundárias (x)
4) Quais resíduos a empresa não trata? Todos são tratados
5) Que quantidade em quilogramas de resíduos a
empresa coleta e processa mensalmente vinda de
almoxarifados?
Variável
6) Que quantidade em quilogramas de resíduos a
empresa coleta e processa vinda de pontos de
entrega voluntária?
1,5 kg por ponto de coleta / mês
7) Quais as destinações finais ambientalmente
adequadas a empresa realiza?
Incineração
8) A empresa realiza disposição final
ambientalmente adequada? Qual?
Sim (x) Não ( ) Destinação das cinzas em
diques definitivos revestidos com
geomembrana
9) Todos os processos e tratamentos são realizados
pela empresa?
Sim (x) Não ( )
10) Empresas de outros estados atuam em algum
processo ou na disposição final? Qual o
procedimento e empresa?
Sim ( ) Não (x)
11) A empresa recebe algum apoio financeiro o
poder público ou iniciativa privada? Qual?
Sim () Não (x)
Fonte: O autor (2019)
27
4. CONCLUSÕES
A cidade de Natal demonstra carência quanto a instalação de PEV’s em farmácias e
pontos credenciados em relação a população, são apenas 12 estabelecimentos coletores e 5
equipados com coletores físicos para receber resíduos frente a 877.640 habitantes. Em termos
de quantidade de resíduos coletados mensalmente nos PEV’s, é encontrado um valor pequeno
cerca de 60,9 quilogramas, possivelmente esse valor tende a ser um pouco maior, porque não
inclui o coletor físico instalado na Farmaciaria.
A falta de iniciativa tanto do poder público quanto da iniciativa privada contribui para
que a situação permaneça inalterada, uma vez que apenas o PEV do Centro de Convivência da
UFRN entre quatro PEV’s identificados recebe apoio financeiro público. Em compensação três
dos quatro locais de recepção de medicamentos afirmaram efetivar campanhas para
conscientização da população quanto ao descarte inadequado de resíduos de medicamentos.
Nas farmácias que disponibilizam sistemas de coleta de resíduos de medicamentos pós-
uso, foi interessante notar que em sua totalidade há cobrança dos frequentadores por um serviço
de descarte, mas nenhum dos locais tem previsão para implementar um sistema de recebimento.
Em justificativa à decisão de não implementar um sistema, foram apontados como principais
argumentos, os custos, a legislação vigente ou falta de leis que obriguem os estabelecimentos a
prestarem esse serviço.
A rede municipal de saúde não conta com um sistema oficial de recepção de resíduos,
apesar de todas as UBS visitadas fornecerem medicamentos a população, não existe um sistema
de logística reversa implantado. Observou-se nesta pesquisa que a maior parte das UBS
ocasionalmente recebem resíduos de medicamentos da população assistida, porém em
quantidades inexpressivas.
Quanto as empresas identificadas pelo estudo como responsáveis por coletar e processar
resíduos de serviços de saúde, apenas uma delas participou das entrevistas. A empresa Cril
Ambiental atua a pouco tempo na área coleta de resíduos, dispõe de poucos clientes que utilizam
coletores direcionados a recepção de resíduos de medicamentos, a quantidade coletada
mensalmente em quilogramas é baixa apenas 1,5 kg por ponto, e também não recebem apoio
financeiro externo. Além disso, destaca-se que a empresa destina e dispõe de maneira
ambientalmente adequada os resíduos incinerando-os e depois aterrando suas cinzas.
28
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29
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Paulo. Conferência. Londrina: Fapesp, 2011. p. 1 – 11
30
APÊNDICE A – Questionário 01 (FARMÁCIAS)
Identificação do Local
Nome Famácia/Drogaria:______________________________________________________________
Endereço:__________________________________________________________________________
Dados do Entrevistado
Nome:_____________________________________________________________________________
Cargo:_____________________________________________________________________________
Questão direcionadora: O estabelecimento possui ponto de entrega voluntária de resíduos de
medicamento? Se sim, responder a Seção 1 de perguntas caso contrário Seção 2.
Seção 1
1) O que motivou a implementação do sistema de
coleta?
2) A quanto tempo o sistema está em operação?
3) Quantos PEV’s a empresa opera?
4) Que tipo de resíduos são recebidos? Xaropes ( ) Soluções ( ) Sprays ( ) Comprimidos ( ) Cremes ( ) Gel ( ) Frasco vazios ( )
Blisters ( )
Supositórios ( ) Adesivos ( ) Cápsulas ( ) Pós ( ) Pomadas ( ) Bisnagas ( )
Embalagens primárias ( )
Embalagens secundárias ( ) 5) Que tipo de resíduos não são recebidos?
6) Qual o custo de implantação do sistema e
operação da unidade por mês?
7) Qual a quantidade média de resíduos é recebida
por mês em quilogramas?
8) Com que frequência a empresa processadora
realiza a coleta dos resíduos?
9) Existe apoio financeiro do poder público ou de
iniciativa privado para a prática? Qual? Sim ( ) Não ( )
10) A empresa realiza campanhas (panfletos,
cartazes, propagandas) para conscientização da
população sobre o descarte correto de
medicamentos?
Sim ( ) Não ( )
11) Que empresa é responsável pela coleta e
tratamento dos resíduos?
Sim ( ) Não ( )
31
Seção 2
1) A empresa tem entendimento sobre a
problemática, ou seja, o descarte inadequado de
resíduos de medicamentos?
Sim ( ) Não ( )
2) Por quais motivos não implementaram um
sistema de recebimento? ( ) Custo ( ) Legislação
( ) Desinformação
( ) Outros
3) A empresa tem previsão para implantar um
sistema de recebimento? Sim ( ) Não ( )
4) Os fornecedores, distribuidores, ou indústrias
farmacêuticas incentivam a prática ou já ofereceram
suporte financeiro? Qual empresa?
Sim ( ) Não ( )
5) Já identificaram interesse ou cobrança por parte
dos clientes? Sim ( ) Não ( )
32
APÊNDICE B – Questionário 02 (UNIDADES DE SAÚDE)
Identificação do Local
Nome da Unidade de Saúde:___________________________________________________________
Endereço:__________________________________________________________________________
Dados do Entrevistado
Nome:_____________________________________________________________________________
Cargo:_____________________________________________________________________________
1) A quanto tempo o sistema de coleta está em
operação?
2) Que tipo de resíduos são recebidos? Xaropes ( ) Soluções ( ) Sprays ( ) Comprimidos ( ) Cremes ( ) Gel ( ) Frasco vazios ( )
Blisters ( )
Supositórios ( ) Adesivos ( ) Cápsulas ( ) Pós ( ) Pomadas ( ) Bisnagas ( )
Embalagens primárias ( )
Embalagens secundárias ( ) 3) Que tipo de resíduos não são recebidos?
4) Caso esteja em condições adequadas de uso, há a
reutilização dos medicamentos recolhidos? Sim ( ) Não ( )
5) Qual a quantidade média de resíduos é recebida
por mês em quilogramas?
6) Com que frequência a empresa contratada realiza
a coleta dos resíduos?
7) Qual o custo de implantação e operação do
sistema por unidade de saúde?
8) Existe apoio financeiro de iniciativa privada?
Qual? Sim ( ) Não ( )
9) São realizadas campanhas (cartazes,
propagandas, panfletos) para conscientização da
população sobre o descarte adequado de resíduos de
medicamentos?
Sim ( ) Não ( )
10) Que empresa é responsável pela coleta e
tratamento dos resíduos?
33
APÊNDICE C – Questionário 03 (COLETORAS E PROCESSADORAS)
Identificação do Local
Nome da Empresa Coletora/Processadora:________________________________________________
Endereço:__________________________________________________________________________
Dados do Entrevistado
Nome:_____________________________________________________________________________
Cargo:_____________________________________________________________________________
1) A quanto tempo a empresa atua coletando e
processando resíduos de medicamentos?
2) A quantos e quais os pontos de entrega
voluntária de resíduos de medicamentos a empresa
dá suporte?
3) Quais dos resíduos são coletados? Xaropes ( ) Soluções ( ) Sprays ( ) Comprimidos ( ) Cremes ( ) Gel ( ) Frasco vazios ( )
Blisters ( )
Supositórios ( ) Adesivos ( ) Cápsulas ( ) Pós ( ) Pomadas ( ) Bisnagas ( )
Embalagens primárias ( )
Embalagens secundárias ( ) 4) Quais resíduos a empresa não trata?
5) Que quantidade em quilogramas de resíduos a
empresa coleta e processa mensalmente vinda de
almoxarifados?
6) Que quantidade em quilogramas de resíduos a
empresa coleta e processa mensalmente vinda de
pontos de entrega voluntária?
7) Quais as destinações finais ambientalmente
adequadas a empresa realiza?
8) A empresa realiza disposição final
ambientalmente adequada? Qual? Sim ( ) Não ( )
9) Todos os processos e tratamentos são realizados
pela empresa? Sim ( ) Não ( )
10) Empresas de outros estados atuam em algum
processo ou na disposição final? Qual o
procedimento e empresa?
Sim ( ) Não ( )
11) A empresa recebe algum apoio financeiro o
poder público ou iniciativa privada? Qual? Sim ( ) Não ( )