UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
ARACELY SALES
ESTRESSE OCUPACIONAL DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA ENTIDADE SINDICAL
NATAL
2014
ARACELY SALES
ESTRESSE OCUPACIONAL DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA ENTIDADE SINDICAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Patrícia Whebber Souza de Oliveira, D. Sc.
NATAL
2014
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Sales, Aracely. Estresse ocupacional dos funcionários de uma entidade sindical/
Aracely Sales. – Natal, RN, 2014. 57f. Orientadora: Prof.ª Dra. Patrícia Whebber Souza de Oliveira. Monografia (Graduação em Administração) – Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Administrativas.
1. Estresse ocupacional – Monografia. 2. Entidade sindical –
Monografia. 3. Funcionário - Saúde – Monografia. I. Oliveira, Patrícia Whebber Souza de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 331.442:658
ARACELY SALES
ESTRESSE OCUPACIONAL DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA ENTIDADE SINDICAL
Monografia apresentada à Coordenação do curso de Administração da Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Norte, composta pelos seguintes membros:
Aprovada em: 28 / 05 / 2014
______________________________________ Patricia Whebber Souza de Oliveira, D. Sc.
Orientadora
_______________________________________ Antônio Alves Filho, D. Sc.
Examinador
________________________________________ Maria Tereza Pires Costa, D. Sc.
Examinadora
Dedico este trabalho a Deus, que
sempre está comigo, me encoraja e fortalece
e a minha avó Lindalva Pereira Bernardo,
pelo incentivo e por sempre acreditar em
mim.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por me manter firme e forte na realização de mais essa
fase da minha vida;
A minha avó por sempre me ajudar e cuidar de mim;
Ao meu querido Desidério Dantas, pela cumplicidade e por ser razão de muitos
sorrisos meus;
Aos meus “xuxus” Célia Aparecida e Laise Cristian, pelas infinitas tardes de
trabalhos e resenhas;
A minha “amiga-irmã” Aylime Victor pelas palavras de coragem e incentivo;
A todos os meus amigos pelo incentivo e pela cooperação;
A esta instituição - UFRN, aos funcionários e docentes pelo trabalho e
ensinamentos depositados nesta jornada que está apenas se iniciando.
A todos do SINTRAJURN pela compreensão e colaboração nos momentos mais
difíceis;
A todos que de alguma forma contribuíram direta ou indiretamente nessa
conquista.
“Tudo tem o seu tempo determinado,
e há tempo para todo o propósito debaixo do
céu”.
(Eclesiastes 3:1)
RESUMO
O trabalho objetiva analisar o estresse ocupacional em uma entidade sindical na percepção dos próprios funcionários. O campo de estudo sobre estresse é amplo e diversificado. Atualmente ele é definido como estímulo, resposta e adaptação. Nas organizações o estresse pode promover determinados comportamentos que interferem diretamente no desempenho do funcionário. Estudar os fatores que promovem o estresse é importante, nos dias atuais, pois identificar e controlar suas causas é o principio para resguardar a saúde do funcionário e da própria organização. Para o fim a que se propõe este estudo, foi desenvolvida uma pesquisa estruturada em um estudo de caso. Através do questionário aplicado foi possível verificar a ocorrência de Estresse Ocupacional na entidade. Com os resultados, identificou-se que mais da metade do quantitativo dos funcionários possuem sintomas físicos de estresse, estão desanimados e pouco satisfeitos com seu trabalho e função. Na percepção dos próprios funcionários há incidência de estresse ocupacional, evidenciado no convívio e por sinais comportamentais, nas participantes quando observadas suas próprias reações, e de seu grupo de trabalho. Conclui-se que o estudo logra êxito ao fim a que se propõe e deixa outras possibilidades de exploração que o tema suporta, favorecendo outras discussões. Palavras-chave: Estresse. Estresse ocupacional. Entidade Sindical.
ABSTRACT
The paper aims to analyze occupational stress in a labor union in the perception of the employees themselves. The field study on stress is large and diverse. Currently it is set to stimulus, response and adaptation. In organizations stress can promote certain behaviors that directly interfere with the employee's performance. Study factors that promote stress is important nowadays, because identifying and controlling its causes is the principle to safeguard the health of the employee and the organization itself. To the end that this study proposes a structured research in a case study was developed. Through the questionnaire was possible to verify the occurrence of Occupational Stress in the entity. With the results, we found that more than half the quantity of employees have physical symptoms of stress, are discouraged and somewhat satisfied with their job and function. In the perception of the employees themselves are assessed occupational stress, evidenced in living and behavioral signs, the participants when considering their own reactions, and your workgroup. It is concluded that the study successfully achieves the purpose for which it is proposed and leaves other possibilities of exploration that supports the theme, favoring other discussions. Keywords: Stress. Occupational stress. Labor Union.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 – Estágios da resposta luta ou fuga ......................................................... 25
QUADRO 02 – Comparação entre os modelos teóricos do estresse de Selye e Lipp ... 26
QUADRO 03 – Modelo Quadrifísico do processo de estresse ...................................... 27
QUADRO 04 – Estressores organizacionais ................................................................ 33
QUADRO 05 – Evolução dos sintomas do Burnout ...................................................... 35
QUADRO 06 – Comparativo de questões e objetivos propostos .................................. 37
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - Distribuição por faixa etária .................................................................... 38
TABELA 02 - Sintomas físicos .................................................................................... 39
TABELA 03 - Cansaço, exaustão, esgotamento e sonolência ..................................... 40
TABELA 04 - Ansiedade, preocupação e abatimento ................................................... 41
TABELA 05 – Irritabilidade e intolerância ..................................................................... 41
TABELA 06 - Pressão e tensão .................................................................................... 42
TABELA 07 - Como se sente na segunda-feira ao ir trabalhar ..................................... 43
LISTA DE SIGLAS
JFRN – Justiça Federal no Rio Grande do Norte
SGA – Síndrome Geral da Adaptação
SINJUTRA – Sindicato dos Trabalhadores da Justiça do Trabalho
SINTRAJURN – Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal do Rio
Grande do Norte.
TRE/RN – Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte
TRT 21 – Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO .............................................................. 15
1.2 PROBLEMÁTICA .................................................................................................... 16
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................ 17
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................ 17
1.3.2 Objetivos específicos.................................................................................... 17
1.4 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 20
2.1 ESTRESSE ............................................................................................................. 20
2.2 MODELOS TEÓRICOS DO ESTRESSE ................................................................ 24
2.3 ESTRESSE OCUPACIONAL .................................................................................. 30
2.4 BURNOUT .............................................................................................................. 34
3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 36
3.1 TIPO DA PESQUISA ........................................................................................... 36
3.2 UNIVERSO DA PESQUISA ................................................................................ 36
3.3 DADOS E INSTRUMENTO DE COLETA ............................................................ 36
3.4 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................. 37
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .............................................. 38
4.1 PERFIL DOS FUNCIONÁRIOS DA ORGANIZAÇÃO .............................................. 38
4.2 VERIFICAÇÃO DA OCORRÊNCIA DOS SINTOMAS FISICOS DE ESTRESSE NOS
FUNCIONÁRIOS .......................................................................................................... 39
4.3 VERIFICAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE SINTOMAS PSICOLÓGICOS DE ESTRESSE
NOS FUNCIONÁRIOS .................................................................................................. 40
4.4 VERIFICAÇÃO SE OS FUNCIONÁRIOS SE SENTEM ESTRESSADOS COM O
TRABALHO EM TERMOS DE INTENSIDADE .............................................................. 44
4.5 IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES ESTRESSORES NA PERCEPEÇÃO DOS
FUNCIONÁRIOS .......................................................................................................... 44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 46
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 47
ANEXO A: Instrumento da pesquisa.......................................................................... 54
14
1 INTRODUÇÃO
Hodiernamente o individuo é exposto a vários eventos que demandam do
organismo respostas rápidas e precisas. Nas distintas áreas da vida familiar,
profissional e emocional, o individuo é constantemente cobrado e cria expectativas que,
por vezes, são frustradas. É a preocupação com a educação dos filhos, com o
casamento, com as atividades exercidas profissionalmente, com a sobrecarga de
trabalho, com as despesas, dentre várias outras preocupações que culminam com o
mal do século: o estresse.
O estresse não escolhe sexo, classe ou cor. Todos são passíveis de ter. E ao
contrário do que se convencionou o ideal é que se tenha, pois o estresse é, a priori, a
resposta do organismo quando este se sente ameaçado diante de uma determinada
situação, e pode ser o estimulo necessário para a consecução de vários objetivos.
Todavia, é quando essa ativação do organismo excede os limites do individuo que se
torna prejudicial à saúde e propicia o aparecimento de várias doenças. Quando se
atinge esse ponto, faz-se necessário acompanhamento médico e psicológico.
Esse mal afeta não somente a vida pessoal do individuo ele estende-se a área
profissional também e queda na produtividade, desinteresse, desmotivação são alguns
dos exemplos do que pode acontecer aos profissionais estressados.
Todo evento, acontecimento ou circunstância capaz de desestabilizar física,
emocional e psicologicamente o indivíduo é denominador de fator estressor. Deste
modo, acontecimentos do cotidiano como enfrentar uma fila, o trânsito, a celeridade das
atividades a serem exercidas podem ser fontes de estresse.
A resposta ao estresse depende da forma como a pessoa filtra e processa a
informação, bem como a avaliação que ela faz sobre os estímulos ou situações que
considerará como relevantes, desagradáveis, confortáveis e assim sucessivamente.
Desta forma, conceituar estresse, determinar o significado de estar estressado e
quais as consequências na vida pessoal e profissional é o primeiro passo a galgar na
história dessa mazela.
15
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
Criado em 04 de outubro de 1997, o Sindicato dos Trabalhadores do Poder
Judiciário Federal no Estado do Rio Grande do Norte (SINTRAJURN) surgiu em
substituição a dois sindicatos: o Sindicato dos Trabalhadores da Justiça do Trabalho
(SINJUTRA), extinto por resolução administrativa em 1995, e o Sindicato dos
Trabalhadores da Justiça Eleitoral, fundado em 30 de julho de 1993, que deixou de
atuar devido às pressões da administração do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do
Rio Grande do Norte (TRE/RN). Ele representa atualmente os servidores do judiciário
federal, ou seja, os servidores dos tribunais federais, Justiça Federal no Rio Grande do
Norte (JFRN), Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN) e Tribunal
Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT 21).
O SINTRAJURN é conduzido por uma diretoria colegiada, eleita trienalmente. A
competência para representar o SINTRAJURN é da coordenação geral, composta por
três membros que podem atuar isoladamente ou em conjunto; uma coordenação de
finanças também composta por três membros, sendo que cada um deles atua
isoladamente, porém, necessariamente com um dos coordenadores gerais; seis
coordenadores executivos e cinco suplentes que atuam com voz e voto da mesma
forma que os titulares e diretorias de base. Todavia, não há expressamente definida as
atribuições de cada coordenador ou mesmo não se elege um administrador para gerir
as rotinas administrativas da entidade e as demandas dos sindicalizados.
Para alcançar os objetivos a que se propõe o SINTRAJURN conta ainda com os
Departamentos de Comunicação e jurídico, além de colaboradores nas áreas de
assessoria contábil, informática, diagramação, web design e funcionários, entre outros
prestadores de serviço eventuais.
Possui em seu quadro de colaboradores, dispostos da seguinte maneira: No
setor jurídico, um advogado e uma estagiária de direito; Na assessoria de
Comunicação, uma jornalista, um diagramador e um programador; No setor
administrativo, um gerente financeiro, um gerente corporativo e um assistente
administrativo, um técnico de informática e uma auxiliar de serviços gerais.
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A entidade sindical não tem definidas sua missão e visão, tampouco seus
valores.
1.2 PROBLEMÁTICA
As pressões geradas pelas contínuas transformações econômicas e sociais têm
tornado os indivíduos mais vulneráveis às doenças psicossomáticas.
Nas últimas décadas, a expressiva mudança em todos os níveis da sociedade
passou a exigir do ser humano uma capacidade de adaptação física, mental e social
cada vez maior. Muitas vezes, a exigência imposta às pessoas pelas mudanças da vida
moderna e, consequentemente, a necessidade de ajustar-se a tais mudanças,
acabaram por expor as pessoas a uma frequente situação de conflito, ansiedade,
angústia e desestabilização emocional.
Quando o estresse ocorre dentro do ambiente de labor, caracteriza-se como
Estresse Ocupacional. A importância de estudá-lo está no fato de que embora as
mudanças sociais e transformações tecnológicas ocorram, o fator humano ainda é
primordial em algumas empresas. Assim, se o funcionário adoece, possivelmente a
empresa irá adoecer também.
O sindicato enquanto pessoa jurídica, formada pela associação de pessoas com
interesses comuns, é uma organização, que embora sem fins lucrativos, deve ter o
mínimo de filiações para que opere de forma adequada e eficaz. Isso posto seu
ambiente organizacional se comporta como o de uma empresa privada. Com
obrigações e deveres, quadro de funcionários e papel jurídico. Por ter estrutura
pequena e atípica possui um quadro de funcionários reduzido, trabalhando mais com
terceirizados. Seu publico alvo é diferenciado: servidores públicos federais. Por trata-se
de sindicato, os mesmos servidores são eleitos e tornam-se diretores executivos, os
quais administrarão a entidade.
Ocorre que, além de ser um número elevado de diretores para gerir, dezessete
no total, muitos não tem competência para administrar. Nesse cenário, encontram-se
os funcionários sem suporte administrativo ou saber a quem recorrer. Tem-se também
um ambiente inconstante, por vezes apático, por vezes extremamente dinâmico. Nesse
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contexto e com um cenário propício para tal, a pesquisa se propõe responder a
seguinte questão: Existe estresse ocupacional na entidade sindical segundo a
percepção dos próprios funcionários?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Analisar o estresse ocupacional de uma entidade sindical na percepção dos
próprios funcionários.
1.3.2 Objetivos específicos
a) Levantar o perfil dos funcionários da organização;
b) Verificar a ocorrência dos sintomas físicos de estresse nos funcionários;
c) Verificar a incidência de sintomas psicológicos de estresse nos funcionários;
d) Verificar se os funcionários se sentem estressados com o trabalho em termos
de intensidade;
e) Identificar os fatores estressores na percepção dos funcionários.
1.4 JUSTIFICATIVA
As intensas e constantes transformações na sociedade modificam o modo de se
portar e pensar dos indivíduos.
O ritmo acelerado e frenético induz e pressiona as pessoas a estarem sempre
preparadas para agir. Essa pressão é refletida no corpo. Dores musculares, perda
repentina de memória, fadiga, enxaquecas, problemas no aparelho gastrointestinal são
exemplos dos reflexos e que influenciam na vida pessoal e profissional dos indivíduos e
geram o estresse.
Vários são os estudos e investigações a respeito do Estresse, embora
atualmente seja definido como estímulo, resposta e adaptação. Estudá-lo é também
importante, pois no trabalho, o estresse afeta o desenvolvimento das atividades, a
18
saúde e, consequentemente, na produtividade do individuo, o que impacta diretamente
nas organizações. Estudar os fatores que promovem o estresse é importante, nos dias
atuais, pois identificar e controlar suas causas é o principio para resguardar a saúde do
funcionário e da própria organização.
Para Goulart Júnior e Lipp (2011, p. 269) “o trabalho, sendo parte integrante da
existência humana, assume significados pessoais diferentes, assim como diferentes
são as consequências para cada trabalhador.” Passa-se grande parte da vida no
ambiente de trabalho, é o local onde se desenvolve aptidões, habilidades, trabalho em
equipe, a tomada de decisões, entre outros. O trabalho atua em diversas áreas da vida
dos indivíduos, nos níveis de realização e motivação, na busca da satisfação das
necessidades.
O estresse ocupacional é o conjunto de perturbações que caracterizam
desequilíbrio físico e psíquico e que ocorrem no ambiente de trabalho, ou seja, resulta
da interação entre o individuo e a situação.
De acordo com Martins (2007, p. 696) “Sindicato é a associação de pessoas
físicas ou jurídicas que tem atividades econômicas ou profissionais visando à defesa
dos interesses coletivos e individuais de seus membros ou da categoria”.
Segundo Pretti (2009, p. 338) “o sindicato é uma pessoa jurídica de direito
privado, pois não pode haver interferência ou intervenção do mesmo”.
A administração dos sindicatos no Brasil, tanto nas entidades de base como as
de graus superiores, pode ser de forma presidencialista ou colegiada. A diferença é que
na forma presidencialista, a execução das decisões emanadas de suas instancias
deliberativas, bem como a execução de suas atividades rotineiras são atribuições de
uma única pessoa. Enquanto na diretoria colegiada, a execução das atividades
administrativas, necessariamente, é exercida por mais de uma pessoa, com poderes
iguais.
No caso específico do Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal do Rio
Grande do Norte - SINTRAJURN, entidade de primeiro grau que abrange a base
territorial correspondente aos limites do Estado do Rio Grande do Norte, jurisdição das
Justiças Federais, compreendendo o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, o
Tribunal Regional Eleitoral e a Justiça Federal, Secção Judiciária, tem a sua estrutura
19
colegiada e como a maioria das entidades sindicais, funciona obedecendo as normas
em vigor e o Estatuto Social. Com relação a sua diretoria executiva, ela é formada por
dezessete membros sindicalizados com vez e voto. Com mandatos de três anos cada.
Recentemente houve mudança de diretoria.
Identificar e estudar as fontes do estresse, como ele pode afetar o modo de
trabalho dos funcionários e os fatores geradores de estresse é o objetivo ao qual se
propõe essa pesquisa.
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tem como objetivo abordar os conhecimentos necessários para
embasar as ideias propostas na pesquisa. Para tanto, foram levantadas diversas
abordagens vinculadas ao tema, inicialmente serão tratados os conceitos de estresse e
estresse ocupacional em seguida será dissertado sobre a administração sindical com a
finalidade de relacionar o tema principal com o problema de pesquisa.
O referencial teórico encontra-se dividido em cinco partes. A priori será abordado
o conceito amplo de estresse evidenciando autores renomados no tema. Em seguida,
serão mostrados os conceitos de Estresse Ocupacional e a Síndrome de Burnout que
subsidiarão os questionamentos levantados neste trabalho de conclusão de curso.
2.1 ESTRESSE
O termo estresse tem várias origens etimológicas e teve uma evolução
significativa ao longo do tempo. No latim, “strictus e strictia” tem sentido de tornar
apertado, estreito; no inglês antigo, “stress” significa dureza, desconforto; no francês
antigo, tem significado de estreiteza (SANTOS, 2007).
Para Rossi (1992) Estresse é uma palavra derivada do latim, que foi
popularmente usada durante o século XVII para representar “adversidade” ou “aflição”.
Em fins do século XVIII, seu uso evoluiu para denotar “força”, “pressão” ou “esforço”.
Mas foi apenas no início do século XX que as ciências biológicas e sociais iniciaram a
investigação de seus efeitos na saúde física e mental das pessoas.
O termo estresse, que nós usamos, originou-se do termo inglês stress. Foi o
endocrinologista austríaco Hans Selye, considerado o pai da “estressologia” que a
utilizou pela primeira vez, com base em observações que vinha fazendo desde a
década de vinte, ele o definiu como sendo uma reação não específica do corpo a
qualquer tipo de exigência. Em seus experimentos, o médico notou que alguns doentes
apresentavam um mesmo padrão de resposta e reações similares a de outros,
independentemente da doença de cada um deles. Hans Selye observou, também,
sintomas semelhantes como falta de apetite, desânimo, hipertensão e fadiga em
21
pacientes que sofriam de diferentes doenças, mesmo estes sintomas não serem
característicos de tais doenças, observou, ainda, os sintomas em pacientes que não
estavam doentes (LIPP, 2007; VILLALOBOS, 1999).
Dolan e Pineda (2008) caracterizam o estresse como esforço de adaptação e,
tanto mudanças positivas como negativas, produzem estresse. É uma doença
progressiva, causada pelas pressões e exigências da vida moderna, da sociedade, de
si mesmo. Corresponde a uma forma ou a um estilo de vida.
Assim sendo, toda mudança que exija adaptação por parte do organismo causa
um certo nível de estresse. É, portanto, de se esperar que todas as mudanças de
organização, seja de macro ou micro porte, possam potencialmente colocar a pessoa
em situação de estresse (LIPP, 2001).
Sobre ser resposta à adaptação Camargo (2009, p. 86) diz:
Essa resposta, em principio, tem como objetivo adaptar o individuo à nova situação, gerada pelo estimulo estressor, e o conjunto delas, assumindo um tempo considerável, é chamado de estresse. O estado de estresse está, então, relacionado com a resposta de adaptação. A todo instante estamos fazendo atividades de adaptação, ou seja, tentativas de nos ajustarmos às mais variadas exigências, seja do ambiente externo, seja do mundo interno, atingindo este vasto mundo de ideias, sentimentos, desejos, expectativas, sonhos, imagens, que cada um tem dentro de si.
Samulski (1996) define estresse como situação de estímulo que constitui um
obstáculo, ou uma obstrução mais ou menos insuperável, na via que conduz satisfação
de uma necessidade qualquer do indivíduo. A não satisfação da necessidade pode
conceber-se como um aumento de tensão no indivíduo, causando o estresse.
De acordo com Santos e Castro (1998, p.677):
O stress é a condição que resulta quando as trocas (transações) pessoa/meio ambiente levam o indivíduo a perceber e sentir uma discrepância, que pode ser real ou não, entre as exigências de uma determinada situação e os recursos do indivíduo, ao nível biológico, psicológico ou de sistemas sociais.
Por sua vez, Laranjeira (2009) menciona que o estresse pode ser encarado,
dependendo da perspectiva defendida, como: (a) estímulo (força externa ao sujeito),
(b)resposta (reações fisiológicas ou psicológicas do sujeito na presença de estímulos
estressores), (c) percepção (produto da compreensão e cognições do sujeito), (d)
22
inadaptação, entre as exigências da situação e as estratégias que o sujeito planeja usar
para enfrentar essas exigências.
Para Lipp (2003) há certa dificuldade para conceituar a palavra estresse porque
ela é utilizada tanto para designar uma condição, causa ou estímulo desencadeante de
uma reação do organismo, como para descrever seu efeito.
O estresse não é doença em seu conceito clássico, porque não mostra sinais
nem sintomas, e o próprio indivíduo, na maioria das vezes, não sabe que sua saúde
está abalada. (SANTOS, 1995). Todavia, Dolan e Pineda (2008) enfatizam que nem a
Justiça duvida da veracidade de que o estresse é um dos responsáveis diretos das
doenças psíquicas e físicas mais comuns e mais mortais que afetam a Humanidade:
patologia cardiovascular, diabetes, asma, câncer, hipertenção, osteoporose, ansiedade,
depressão, insônia, perda de memória e, inclusive, envelhecimento.
Para Marras e Veloso (2012), o estresse não é uma doença, no sentido claro da
palavra, mas propicia o aparecimento físico dessas.
Dependendo da predisposição orgânica do indivíduo, o estresse pode causar
transtornos psicológicos – falta de vontade de fazer as coisas, ansiedade – até
manifestações mais sérias como úlcera, infarto, câncer e mesmo manifestações
mentais, como tentativa de suicídio. À medida que a pessoa torna-se emocionalmente
frágil, suas defesas orgânicas diminuem, deixando-a mais vulnerável aos diversos tipos
de doenças. Em termos psicológicos, vários sintomas podem ocorrer como: ansiedade,
tensão, angústia, insônia, alienação, dificuldades interpessoais, dúvidas quanto a si
próprio, preocupação excessiva, inabilidade de concentrar-se em outros assuntos que
não o relacionado ao estressor, dificuldade de relaxar, ira e hipersensibilidade emotiva
(CAMELO e ANGERAMI, 2004).
Um termo importante no estudo do estresse é o “estressor”, que significa o fato
causador do estresse - evento e/ou acontecimento que demande do indivíduo uma
reação adaptativa à nova situação - Coping (HOLMES,1997).
Para Lipp (2007,2001) qualquer estímulo capaz de provocar o aparecimento de
um conjunto de respostas orgânicas, mentais, psicológicas e\ou comportamentais
relacionadas com mudanças fisiológicas é chamado de estressor ou fonte de estresse.
Existem vários tipos de estressores e a avaliação de um determinado evento como
23
estressor é distinta de pessoa para pessoa. Os estressores são divididos em duas
categorias: fontes externas e internas. As fontes externas são constituídas de eventos
ou condições externas que afetam o organismo: a profissão, a falta de dinheiro, brigas,
assalto, perdas, falecimentos. Sabe-se que não somente os acontecimentos negativos
dão origem ao estresse. Determinados eventos, mesmo que tragam muita felicidade,
podem também exigir grande adaptação do individuo e, por isso, se tornam fontes
positivas de estresse. Deste modo, trata-se, de um desgaste geral do organismo
causado pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se vê forçada
a enfrentar uma situação que a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo a faça
imensamente feliz. Os estressores internos são os determinados completamente pelo
próprio indivíduo. São os valores, crenças, princípios, características pessoais, padrão
de comportamento, vulnerabilidade, ansiedade, reação à vida, ou seja, o modo de ser
do individuo.
Existem alguns tipos de estressores classificados como biogênicos ou
automaticamente estressantes tais como: frio, fome, dor; psicossociais, que adquirem a
capacidade de estressar uma pessoa em decorrência de sua história de vida e estão
relacionados à sobrevivência humana (CARVALHAL, 2008).
A resposta do indivíduo ao estímulo estressor nomeia-se de resposta ou
processo de estresse; esta resposta pode ser positiva, também chamada de Eustress,
quando o indivíduo reage bem ao estressor, ou negativa, também chamada de Distress,
quando desencadeia um processo adaptativo inadequado. Atualmente, o termo
“Distress” quase não é mais usado tendo sido substituído pelo próprio termo estresse,
que passou a ter o sentido negativo do desgaste emocional (LIMONGI-FRANÇA;
RODRIGUES, 2002).
Para Dolan e Pineda (2008) o estresse sadio, Eutresse, refere-se à ativação do
organismo orientada à adaptação de uma situação interpretada como desafio positivo.
Vem seguido de uma percepção de sucesso e desativação. Este processo de
ativação/desativação depende da percepção equilibrada entre as demandas da
situação e os recursos de controle e se associa a uma experiência emocional de bem-
estar e êxito. Desta forma, pode ser fator motivacional, quando a pessoa, através de
tensões, atinge um nível adequado de força e é recompensada, ou seja, alimentada
24
pelos resultados, neste caso, os estressores convertem-se em oportunidades de
crescimento e vigor psicológico. O estresse prejudicial, negativo ou Distresse, é toda
ativação crônica do organismo orientada a adaptar-se a uma situação interpretada
como ameaça e que não vem seguida de desativação e percepção de sucesso. A falta
de desativação própria dos estados de estresse prejudicial se associa a um desgaste
orgânico por hiperfunção. Em outras palavras, é o estresse disfuncional, está conectado
à carga excessiva correspondente à resposta insuficiente necessária para sobrepujar a
situações recorrentes de estresse. Isso conduz a debilidade física e psicológica de
intensidades variáveis, não permitindo respostas adequadas aos estressores, tornando
o individuo vulnerável, o sistema nervoso torna-se menos capaz de suportar a
sobrecarga, levando a deficiência comportamental, que contribui para o agravamento
do quadro.
2.2 MODELOS TEÓRICOS DO ESTRESSE
Os primeiros trabalhos acerca do estresse buscavam descobrir uma origem com
fator de natureza física, química ou bacteriana por médicos ou uma abordagem
exclusivamente psicológica ou social, por parte dos psicólogos. Hoje, admiti-se que sua
origem se dê a partir de estímulos multifatoriais (DOLAN E PINEDA, 2008).
O fisiologista Walter Cannon, em 1914, em uma série de estudos com animais,
denominou de “resposta de luta ou fuga” a dinâmica envolvida na excitação fisiológica
do corpo para sobreviver a uma ameaça. Ele observou que o corpo se prepara para um
ou os dois modos diante de uma ameaça imediata: atacar e defender-se da ameaça, ou
fugir do perigo resultante. As observações de Cannon demonstram a reação do corpo
submetido ao estresse agudo, hoje denominado de reação do estresse. Sinteticamente,
existem quatro estágios da resposta luta ou fuga, conforme Quadro 1 (SEAWARD,
2009).
25
Quadro 1 – Estágios da resposta luta ou fuga.
ESTÁGIO RESPOSTA
Primeiro
Estímulos de um ou mais sentidos são enviados para o cérebro. Por exemplo: um cheiro de fumaça, um grito, a ameaça eminente de um atropelamento.
Segundo
O cérebro decifra o estimulo com uma ameaça ou uma não-ameaça. Se o estimulo for confirmado como uma ameaça o cérebro ativa o sistema nervoso e endócrino, para se preparar rapidamente para a defesa e/ou fuga.
Terceiro O corpo permanece ativado, excitado, ou “estimulado” até a ameaça passar.
Quarto O corpo retona à homeostase1, ou estado de
calma e repouso, após a ameaça passar.
Fonte: adaptado a partir de SEAWARD (2009, p.5).
Em suas pesquisas, nas quais submetia ratos a agentes estressores distintos e
variados, o endocrinologista Hans Selye observou que não importando quais
estressores utilizasse, a reação do animal era sempre a mesma: não específica.
Apoiado nessa pesquisa formulou então a teoria da resposta não específica, a qual
denominou de Síndrome Geral de Adaptação – SGA. Trata-se de uma síndrome,
porque as manifestações são coordenadas e parcialmente interdependentes. É geral
em virtude de ser provocada por agentes que afetam grandes porções do corpo,
causando uma defesa generalizada e sistêmica. É de adaptação, porque ajuda na
busca e manutenção de um estado de equilíbrio (ARANTES e VIEIRA, 2006).
Para Selye, a ativação produzida no SGA vai variando ao longo de três fases
principais. As quais se dispõem em: Alarme – Ocorre imediatamente depois do
reconhecimento da ameaça ou da situação de estresse quando o organismo tenta se
proteger do perigo percebido ou do agressor (tanto emocional quanto físico). Nesta
fase, se a pessoa conseguir se equilibrar, o organismo volta a funcionar normalmente.
Caso contrário ela entra na fase dois, que é a Resistência ou defesa – Ocorre quando o
organismo consome energias na tentativa de buscar o equilíbrio. A última fase do
processo é a Exaustão ou Esgotamento – Nesta fase, o organismo esgota seus
recursos e perde de maneira progressiva e às vezes até repentina, sua capacidade de
1 Capacidade do corpo de manter um equilíbrio estável, a despeito das alterações exteriores, estabilidade
fisiológica. BORBA, Francisco S. (Org.). Dicionário UNESP de Português Contemporâneo. São Paulo: UNESP, 2004, p.721.
26
ativação. Na fase de Exaustão ou Esgotamento, faz-se necessário o acompanhamento
médico, uma vez que a doença instalada poderá ser reversível, crônica ou fatal
(OSWALDO, 2011).
Lipp (2004), em 2000, ao desenvolver estudos psicométricos na escala
denominada Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL), acrescentou
mais uma fase ao modelo de Selye, conforme Quadro 2. A fase intermediaria entre a
Resistência e a Exaustão foi intitulada de Quase-Exaustão.
Quadro 2 – Comparação entre os modelos teóricos do estresse de Selye e Lipp.
Modelo Trifásico – Selye (1952) Modelo Quadrifásico – Lipp (2000)
ESTÁGIOS FASES
Alarme Alarme
Resistência Resistência
Exaustão Quase-Exaustão
Exaustão
Fonte: adaptado a partir de Lipp (2004, p. 19).
Na fase de alerta ocorre o confronto inicial com um estressor e instala uma
reação de alerta, preparando o organismo para a “luta ou fuga”. Se o estressor tiver
uma curta duração termina algumas horas após a eliminação de adrenalina e a
restauração do equilíbrio interno e nenhum dano maior ocorre. É nesta fase que a
produtividade aumenta, pois as mudanças hormonais contribuem para que haja
aumento da motivação, entusiasmo e energia. Na fase de resistência a ativação, ainda
que menor que na fase anterior, continua sendo elevada com o objetivo de reduzir a
situação de estresse. O organismo tenta restabelecer o equilíbrio interno resistindo ao
estressor, automaticamente utilizando toda a energia adaptativa para se re-equilibrar.
Quando consegue, os sintomas iniciais desaparecem e a pessoa tem a impressão de
que está melhor. Na fase de Quase-Exaustão o organismo começa a adoecer, suas
reservas se esgotam, aumenta a vulnerabilidade e diminui a resistência do organismo o
indivíduo oscila entre momentos de bem-estar e tranquilidade e momentos de
desconforto, cansaço e ansiedade. Começam a surgir algumas doenças mostrando que
a resistência está baixa. Na fase de Exaustão as defesas do organismo se exaurem e
aparecem às doenças, como alergias, úlcera, gastrite, depressão, alterações no sono,
lapsos de memória (LIPP, 2004).
27
A seguir o quadro 03 mostra o processo de estresse demonstra sinteticamente o
desenvolvimento do estresse unificando as quatro fases.
Quadro 3 - Modelo quadrifásico do processo de estresse
FASE CARACTERÍSTICA
Alarme
A pessoa precisa produzir mais força e energia para fazer face ao que está sendo exigido dela;
O processo autorregulatório se inicia com um desafio ou ameaça percebida.
Resistência
Aumento da capacidade de resistência acima do normal;
Busca do reequilíbrio, acarretando utilização de grande energia, podendo gerar a sensação de desgaste generalizado;
Pode ocorrer perda de memória, sinal de que a demanda ultrapassou a da pessoa lidar com a situação;
Quanto maior o esforço para se adaptar e restabelecer a harmonia interior, maior é o desgaste do organismo;
Quando o organismo consegue proceder a uma adaptação completa e resistir ao estressor adequadamente, o processo de estresse se interrompe sem sequelas.
Quase - Exaustão
As defesas do organismo começam a ceder e ele não consegue resistir às tensões e restabelecer seu equilíbrio interior;
Existência de momentos em que o individuo consegue resistir e se sentir razoavelmente bem e outros em que ele não consegue mais;
Oscilação entre momentos de bem-estar e tranquilidade e momentos de desconforto, cansaço e ansiedade;
Algumas doenças começam a surgir.
Exaustão
Quebra total de resistência;
Alguns sintomas são semelhantes à fase de alerta, mas em uma magnitude maior;
Exaustão psicológica em forma de depressão e exaustão física;
Embora bastante grave a fase de exaustão não é irreversível desde que afete unicamente partes do corpo.
Fonte: adaptado a partir de Oswaldo (2011, p. 31).
Segundo Lipp (2004), em ambos os modelos o estresse é tratado como um
processo que se desenvolve em etapas ou fases, dependendo do nível, da frequência e
do tempo de contato com o agente estressante, ou seja, podem ser temporárias e com
intensidades variáveis. O desempenho máximo de um indivíduo é atingido na fase de
resistência, quando são mobilizadas todas as suas energias de reserva.
Tanto o modelo de Cannon quanto o modelo de Selye são baseados nas
consequências fisiológicas do organismo. O modelo de Lazarus tem uma abordagem
psicológica e fundamenta-se nos processos cognitivos de cada individuo (DOLAN e
PINEDA, 2008).
28
Lazarus e Folkman em 1984 definiram o estresse como uma relação particular
entre a pessoa e o ambiente, que é avaliada como algo que excede seus recursos e
ameaça seu bem-estar. Esses autores se baseiam, em postulados básicos de que a
conduta humana é canalizada, psicologicamente, através do modo pelo qual o indivíduo
antecipa os eventos, ou ainda, que o significado de um evento para a pessoa, dá forma
à sua emoção e à sua resposta comportamental (GUIMARÃES, 2000).
Segundo Dolan e Pineda (2008, p. 222):
[...] Lazarus estabeleceu uma clara distinção entre o estresse, que é a força exercida sobre o organismo, e a tensão resultante da aplicação de tal estresse, que corresponde, fisicamente, a uma deformação. [...] Lazarus utiliza esta noção de estresse para explicar o comportamento humano. [...] conclui que não só diferenças individuais são determinantes do estresse, mas também as culturais, os sistemas de valores pessoais e os processos cognitivos que atuam sobre os comportamentos.
Segundo Cústodio (2010) no modelo de Lazarus os acontecimentos
considerados pelo indivíduo indutores de estresse, podem ser organizados em três
tipos: A perda ou destruição - nos quais os acontecimentos são muito rápidos, em que
as pessoas deparam-se com perdas e danos já ocorridos; Ameaça - em que o
indivíduo está perante uma perda ou um dano que ainda não ocorreu, mas é uma
ameaça eminente; Desafio - o indivíduo depara-se com exigências difíceis, mas tem
confiança para ultrapassá-lo, através da implementação de estratégias de coping. Na
avaliação primária verifica - se o modo como o acontecimento é percepcionado, o que
determina se é experiência positiva ou neutra. Na avaliação secundária, são as opções
de coping e as alternativas de resposta que a pessoa percepciona como ao seu
alcance, que lhe permitem lidar com a situação, assim como evitar as consequências
prejudiciais e antecipar os aspetos benéficos. Na etapa da reavaliação o indivíduo
estabelece um balanço entre as exigências do acontecimento (avaliação primária) e os
recursos e as capacidades de resposta que dispõe ou que pensa dispor (avaliação
secundária).
Simon Dolan e Arsenault, na década de 1980, propuseram um modelo sintético e
mais holístico, que permite realizar um diagnóstico e que servisse para reduzir a
frequência das consequências irreversíveis do estresse a longo prazo. Os autores
29
identificam três dos principais componentes envolvidos nas causas do estresse: a
percepção que o colaborador tem do seu trabalho, as diferenças individuais em relação
às necessidades, valores e, comportamentos que aumentam ou reduzem a percepção
das fontes de estresse, e o apoio social que funciona como mediador de reação ao
estresse. No modelo consta quatro grupo de variáveis, como pode ser observador na
figura 1 (Dolan e Pineda, 2008).
Figura 1 - Modelo cognitivo e condicional do estresse no trabalho
Fonte: Dolan e Pineda (2008, p. 224)
30
2.3 ESTRESSE OCUPACIONAL
“Esta doença é um perigo para a economia dos países industrializados e em
desenvolvimento. Afeta a produtividade ao afetar a saúde física e mental dos
trabalhadores” (DOLAN e PINEDA, 2008, p. 219).
Nas organizações o estresse pode promover determinados comportamentos que
interferem diretamente no desempenho do funcionário. Deve-se considerar, no entanto,
que há muito mais envolvido em ser eficaz do que simplesmente fazer o necessário. Os
funcionários mais eficazes são aqueles que vão além das tarefas exigidas por seu
emprego a fim de ajudar os outros e promover os objetivos da organização (JEX et al.
2007).
Para Dolan e Pineda (2008) O custo do estresse no trabalho é enorme, e se não
forem tomadas medidas oportunas o problema se multiplicará em ritmo vertiginoso. Por
isso, todo programa de melhoria que se interesse pelo estresse e busque reduzir seus
efeitos e consequentemente os custos, trará benefícios para a empresa.
Segundo Zanelli (2010) funcionários com níveis elevados de bem-estar mantêm-
se mais focados e comprometidos, integram-se melhor nas equipes, são mais
motivados e têm menos enfermidades, principalmente as relacionadas a estresse.
De acordo com Lipp (2003), no século XIX, cogitou-se sobre a possível relação
entre eventos emocionalmente relevantes a doenças físicas e mentais. Todavia,
somente no início do século XX, o médico inglês William Osler relacionou o termo
“stress” (eventos estressantes) com trabalho excessivo e o termo “strain” (reação do
organismo ao stress) com preocupação e, em 1910, relacionou que o excesso de
trabalho e de preocupação estivesse associado a doenças coronárias.
Para Hart e Cooper (2001), quatro suposições baseiam os estudos que abordam
estressores ocupacionais e suas consequências:
1. Existe uma associação do estresse ocupacional com estados emocionais
desagradáveis e aversivos em relação ao trabalho.
2. As pessoas experimentam sentimentos de estresse à custa de emoções
agradáveis associadas a afeto positivo e senso de bem-estar geral.
31
3. O estresse pode ser expresso como uma variável única, nesse sentido uma
medida pode ser usada para capturar o conceito de estresse.
4. O estresse ocupacional é causado, primariamente, por experiências
desfavoráveis no trabalho (características, eventos ou situações adversas).
Diferentemente, Dolan e Pineda (2008) sugerem que o estresse não pode ser
capturado por uma única variável, mas como o resultado de amplo sistema de variáveis.
Os autores explicam que oferecer uma lista exata de estressores e suas consequências
é praticamente impossível, levando-se em conta que a condição de estressor está
intrinsecamente ligada a percepção que cada pessoa faz de uma situação concreta.
Entretanto, pode-se estabelecer e identificar um conjunto de estressores em níveis
distintos.
Segundo Robbins (2002), existe três níveis de fatores causadores de estresse,
divididos em:
Fatores ambientais: trata-se de fatores que influenciam o modelo da
estrutura organizacional e os níveis de estresse dos funcionários da
organização. Incertezas econômicas, políticas e avanços tecnológicos
podem significar uma ameaça ao papel do trabalhador e ao seu emprego;
Fatores individuais ou extraorganizacionais: são os fatores que tomam lugar
fora do âmbito da organização, em outras palavras, da vida pessoal dos
profissionais, incluindo financeiros e sociais, problemas familiares e
características de personalidade, pois a personalidade aliada à maneira de
lidar com as tensões influencia o grau de predominância do estresse.
Dificuldades conjugais e sexuais, disciplina dos filhos, o rompimento de uma
relação, perda de ente querido, problemas econômicos são exemplos de
fatores individuais que podem causar estresse nos trabalhadores. A
observação e importância dos fatores individuais, bem como dos valores
pessoais, as necessidades de cada individuo, suas habilidades,
personalidade e suscetibilidade para o estresse tem ganhado destaque;
Fatores organizacionais ou intraorganizacionais: são fatores relativos às
exigências diárias no trabalho, a divisão de atividades e tarefas, os papéis
desempenhados pelos funcionários e suas competências, bem como as
32
relações interpessoais, ou seja, os que se apresentam dentro do âmbito
trabalhista e que incidem na vida pessoal do funcionário, provocando várias
dificuldades, por exemplo, familiares que geram estresse e que volta a
esfera trabalhista interferindo no seu rendimento e consequentemente
ocasionando mais estresse, produzindo, assim, um circulo vicioso de
retroalimentação.
Corroborando como pensamento de Robbins (2002), Arantes e Vieira (2002)
acrescentam que os estímulos ligados às fontes de estresse podem estar ligadas ao
ambiente de trabalho. Nesse caso, barulho, temperaturas quentes ou frias, riscos de
acidentes, iluminação, responsabilidade por erros, entre outros, podem desencadear
desgastes nos colaboradores, são as denominadas Fontes intrínsecas ao trabalho.
Conflitos gerados pela falta de informação sobre as responsabilidades de cada cargo e
sobre a repercussão que cada atividade tem, estão relacionados aos Papéis na
organização. Para os autores, há também os estímulos relacionados ao
Desenvolvimento na carreira, ou seja, aqueles derivados da expectativa de
crescimento, desenvolvimento e promoção no ambiente de trabalho; os relativos às
Relações profissionais, que dizem respeito aos desgastes proporcionados pelos
problemas de relações entre colegas, subordinados e superiores, conforme a
estruturação da organização. Os estímulos relacionados aos desgastes são gerados
por decisões externas derivadas das terceirizações ou até mesmo de fusões entre
empresas, gerando grandes pressões nos ocupantes de cargos gerenciais estão
enquadrados na fonte intitulada de Clima organizacional. E, por fim, os estímulos
correspondentes a Interface trabalho-família, que dizem respeito aos desgastes
derivados de dificuldades e falta de tempo para lidar com os problemas pessoais.
De acordo com Dolan e Pineda (2008) os estressores organizacionais ou
intraorganizacionais agrupam-se em quatro tipos, conforme Quadro 4.
33
Quadro 4 – Estressores organizacionais
TIPO EXEMPLO EFEITO
Estressores do ambiente físico
Falta de luz
Ruído
Vibrações
Disponibilidade e disposição do espaço físico
Problemas de visão, dores de cabeça, fadiga visual e frustração.
Vulnerabilidade a acidentes e elevação de porcentagem de erros.
Incremento de catecolaminas, danos na espinha dorsal e alteração no funcionamento neurológico.
Aumento do número de movimentos a se realizar, esforço e perda de tempo.
Estressores de nível individual
Sobrecarga de trabalho
Conflito de papéis
Ambiguidade de papéis
Discrepância com as metas na carreira
Insatisfação, tensão, diminuição da autoestima, sensação de ameaça, taquicardia, aumento do colesterol, do consumo de nicotina.
Objetivo: duas ou mais pessoas dando ordens contraditórias; Subjetivo: Conflito entre as ordens formais que o individuo recebe e seus próprios valores e metas. Provocam ansiedade e insatisfação no trabalho, diminuem a criatividade e o desempenho. Além de produzir hipertensão arterial e aumento do colesterol.
Diminuição da autoestima frente à falta de satisfação pela tarefa que exerce.
Ansiedade, frustração, depressão, principalmente entre os 40 e 50 anos. Além de qualidade deficiente do rendimento do trabalho, adição de álcool, drogas, café em excesso, tabaco etc.
Estressores de nível grupal
Falta de coesão
Conflito grupal
Clima grupal
Pressões do grupo
A falta de união pode ser estressante para as pessoas.
Manter um determinado nível de conflito pode ser benéfico para o grupo, todavia o enfrentamento contínuo deste pode gerar respostas emocionais e situações de estresse.
Climas caracterizados por desequilíbrio apresentam níveis de estresse, tensão e insatisfação.
Alterações psicológicas. Estressores organizacionais
Clima da organização
Tamanho e estilo gerencial
Estrutura hierárquica
Tecnologia
Prazos acirrados não racionais
São produtores de estresse de acordo com a suscetibilidade ou vulnerabilidade dos indivíduos.
Organizações muito burocráticas tendem a tentar modelar seus funcionários produzindo estresse.
Divisão não igualitária de poder gerando controle burocrático o que propicia a exigência acima da capacidade dos indivíduos.
Transformações e mudanças no sistema, supervisão, nas tarefas e postos de trabalho.
Metas inalcançáveis para prazos prefixados geram estresse.
Fonte: Adaptado a partir de Dolan e Pineda (2008).
34
Para Stacciarini e Tróccoli (2001, p. 2):
“o estresse ocupacional é um assunto complexo, [...] não é um fenômeno novo, mas um novo campo de estudo que é enfatizado devido ao aparecimento de doenças que foram vinculadas ao estresse no trabalho”.
Limongi-França e Rodrigues (2005) referem-se a três tipos principais de
consequências do estresse: danos sociais, físicos e psicológicos. Os danos sociais
compreendem a queda no desempenho profissional, ausências no trabalho, acidentes,
conflitos domésticos e apatia. Os danos físicos acarretam doenças psicossomáticas,
destacando as úlceras, alergias, asma, enxaquecas, alcoolismo, disfunções
coronarianas e circulatórias. Nos danos psicológicos estão incluídos a instabilidade
emocional, a ansiedade, a agressividade, a irritabilidade, a depressão, e, num último
estágio, a Síndrome de Burnout.
2.4 BURNOUT
Para Arantes e Vieira (2006, p.87), Burnout é uma:
Expressão originalmente usada em 1940 para se referir ao colapso dos motores dos jatos e dos foguetes, foi importada por Herbert Freudenberg, em 1973, para o campo da saúde – mas especificamente para o campo da psiquiatria – para designar a manifestação mais radical do estresse em sua fase mais aguda e de esgotamento.
Segundo Guimarães (2007) a Síndrome de Burnout é uma resposta ao estresse
ocupacional crônico. Ao contrário do estresse agudo que pode ocorrer em períodos
específicos, com picos altos e baixos, o Burnout leva a exaustão constante e intensa.
Enquanto o estresse pode ter um lado positivo, de motivar (Eustress) e o lado negativo
(Distress), o lado da Síndrome de Burnout é sempre negativo. O Burnout se instala
gradativa e quase imperceptivelmente, insere-se muitas vezes, a partir de expectativas
elevadas não realizadas. Não acontece como resultado de eventos traumáticos
isolados, ou seja, não acontece de repente, ele é cumulativo.
35
Quadro 5 - Evolução dos sintomas do Burnout.
Entusiasmo e dedicação cedem lugar a
frustração e raiva como resposta a estressores pessoais, ocupacionais e sociais, que, por sua vez, levam à
Desilusão quanto às atividades exercidas, trabalhando ainda eficientemente, mas
mecanicamente, levando à
Diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho, e depois a
Uma vulnerabilidade pessoal cada vez maior, com múltiplos sintomas físicos (dores de cabeça, hipertensão etc.), cognitivos ( “eu preciso é
cuidar de mim”) e emocionais (irritabilidade, tristeza), os quais, Se não forem tratados
Aumentam até alcançar uma sensação de esvaziamento e de “não ligar mais”.
Fonte: adaptado a partir de REINHOLD (2007).
A Síndrome é entendida como um conceito multidimensional que envolve três
componentes: a) Exaustão emocional - ocorre quando os indivíduos percebem
esgotada a energia e os recursos emocionais próprios, devido ao contato diário com os
problemas; b) Despersonalização – quando ocorre o endurecimento afetivo,
“coisificação” da relação e c) Falta de envolvimento pessoal no trabalho - tendência de
uma “evolução negativa” no trabalho, afetando a habilidade para realização, ou contato
com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a organização (CODO;
VASQUES-MENEZES, 2006).
36
3 METODOLOGIA
Neste capítulo será apresentada a tipologia da pesquisa, a população e a
amostra, o instrumento utilizado e o tratamento dos dados.
3.1. TIPO DE PESQUISA
O presente trabalho pretende analisar a incidência de estresse ocupacional de
uma entidade sindical, em específico, o SINTRAJURN, na percepção dos próprios
funcionários. Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo estudo de caso, por
possibilitar analisar o fenômeno por vários aspectos (REIS, 2008).
3.2. UNIVERSO DE PESQUISA
A população dessa pesquisa compreende os funcionários do Sindicato dos
Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no RN, cujo efetivo é composto por cinco
funcionários.
A amostra é uma reprodução em miniatura do universo, devendo ser sua
fotografia e, como tal, representar fielmente o original TAGLICARNE (1999). No caso
deste estudo, trata-se de um censo segundo Marconi e Lakatos (2003), pois abrange a
totalidade dos componentes do universo.
3.3. DADOS E INSTRUMENTO DE COLETA
Os dados foram obtidos através de questionários aplicados pelo pesquisador.
Compreende vinte e duas questões, distribuídas em dezenove questões objetivas e
duas subjetivas. Divididos em duas partes: A primeira traça o perfil dos respondentes, a
segunda verifica a incidência de estresse ocupacional nos funcionários.
O questionário foi baseado no modelo de Oliveira (2003), adaptado e
fundamentado em questões que identificam os sintomas físicos e psicológicos do
37
estresse, se os funcionários se sentem estressados com o trabalho em termos de
intensidade e identificar os fatores estressores na percepção dos próprios funcionários.
As questões foram distribuídas conforme Quadro 6.
Quadro 6 – Comparativo de questões e objetivos propostos
OBJETIVO NÚMERO DA QUESTÃO
Levantar o perfil dos funcionários da organização 1, 2, 3, 4, 5, 6,7 e 8
Verificar a ocorrência dos sintomas físicos de estresse nos funcionários
9 e 11
Verificar a incidência de sintomas psicológicos de estresse 10, 12, 13, 14, 17, 18 e 19
Verificar se os funcionários se sentem estressados com o trabalho em termos de intensidade
15 e 16
Identificar os fatores estressores na percepção dos funcionários 20, 21 e 22
Fonte: dados da pesquisa, 2014.
3.4. TRATAMENTO DOS DADOS
Na análise de resultados evidenciam-se as relações existentes entre o fenômeno
estudado e outros fatores. A análise pode ser realizada com base na interpretação, que
verifica as variáveis dependentes e independentes, na explicação que esclarece a
origem da variável dependente e verifica a necessidade de encontrar a variável
antecedente e na especificação que explica até que ponto as relações entre as
variáveis independente e dependente são válidas (MARCONI e LAKATOS, 2003).
Trata-se de uma pesquisa quantitativa. Todos os dados coletados foram tratados
no programa Microsoft Office Excel e trabalhou-se com frequência.
38
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 PERFIL DOS FUNCIONÁRIOS DA ORGANIZAÇÃO
Na primeira parte do questionário, buscou-se traçar o perfil dos entrevistados.
Observou-se com relação ao gênero, que as cinco respondentes, ou seja, 100% do
universo da pesquisa são do sexo feminino.
A pesquisa demonstrou que 4 das entrevistadas são solteiras e 1 é casada.
Com relação a filhos e a quantidade deles, foi verificado que 2 possuem um
filho, 1 possui dois filhos e 2 não possui filhos. Pode-se assim concluir que 3 das
funcionárias da empresa são mães.
Ainda são escassos os estudos e pesquisas sobre a corelação entre gênero e
estresse.
Quanto a idade das funcionárias, 2 das entrevistadas estão com idade entre 21
e 30 anos, 1 entre 31 a 40 anos, 1 na faixa etária entre 41 a 50 anos e 1 com faixa
etária superior a 50 anos. Conclui-se, por tanto que 4 das funcionárias respondestes
possuem entre 31 e 50 anos.
Tabela 1 - Distribuição por faixa etária
Faixa etária Frequência(f)
De 21 a 30 anos 2
De 31 a 40 anos 1
De 41 a 50 anos 1
Mais de 50 anos 1
Total 5 Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Quanto à formação acadêmica, identificou-se que 2 das respondentes possuem
ensino médio, 2 estão em formação superior e 1 possui especialização, mestrado ou
doutorado.
Com relação à renda, evidenciou-se que 4 das funcionárias possuem renda
familiar entre dois e cinco salários e 1 entre cinco e nove salários.
39
Na análise do tempo de serviço, a pesquisa constatou que 2 das entrevistadas
possuem de um a três anos de empresa, 2 de sete a dez anos e 2 menos de um ano de
empresa.
Com relação ao tempo de cargo atual, as respostas foram: 2 estão no cargo
atual de sete a dez anos, 2 de um a três e 1 a menos de um ano. Conclui-se, portanto,
que 4 das entrevistadas possuem pelo menos um ano de empresa.
Na segunda parte do questionário buscou-se identificar os sintomas físicos e
psicológicos do estresse nos funcionários, se estes se sentem estressados com o
trabalho em termos de intensidade e os fatores estressores na percepção dos próprios.
Constataram-se os seguintes resultados:
4.2 VERIFICAÇÃO DA OCORRÊNCIA DOS SINTOMAS FÍSICOS DE ESTRESSE
NOS FUNCIONÁRIOS
Com relação à frequência que costumavam sentir azia estomacal, tensões
musculares, dermatites ou alterações de pressão arterial, 2 responderam que,
regularmente, sentem esses sintomas, 2 disseram que somente, às vezes, sentem e 1
indicou não sentir nenhum dos sintomas. Concluindo-se assim que 4 sentem os
sintomas questionados.
Tabela 2 - Sintomas físicos
Você tem tido azia, tensão muscular ou problemas de pele ou ainda alterações de pressão arterial. Frequência (f)
Ás vezes 2
Regularmente 2
Não. Nada. 1
Total 5 Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Nos sintomas relacionados percebe-se que há um equilíbrio dos entrevistados
em relação ao que é dito podendo haver no cérebro um estimulo como uma ameaça ou
não, e isto é colocado por Seaward (2009) como uma das respostas ao segundo
estágio do estresse.
40
Estes sintomas também podem ser decorrentes do processo autorregulatório
colocado por Oswaldo (2011), quando mostra as fases do estresse e suas
características, precisamente na fase de Quase-Exaustão onde começam a surgir as
doenças.
Em relação ao cansaço, se sentiam exaustas, esgotadas ou sonolentas 2 das
entrevistadas, respondendo que se sentem, um pouco, dessa forma, 1 vem sentido os
sintomas há um bom tempo, 1 disse que, na maioria das vezes, se sente cansada,
exausta, esgotada ou sonolenta e 1 há algum tempo se sente dessa maneira. Constata-
se que para 3 das funcionárias os sintomas são recorrentes.
Tabela 3 - Cansaço, exaustão, esgotamento e sonolência.
Você se sente cansado, exausto, esgotado, sonolento? Frequência (f)
Algum tempo 1
Durante um bom tempo 1
Na maioria das vezes 1
Um pouco 2
Total 5 Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Percebe-se na questão que há diversidade de resposta. Todavia, todas sentem
os sintomas explicitados. Segundo Dolan e Pineda (2008) o esgotamento pode ser
físico, mental e emocional e faz com que o funcionário se veja incapaz de satisfazer as
exigências de seu trabalho.
4.3 VERIFICAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE SINTOMAS PSICOLÓGICOS DE ESTRESSE
NOS FUNCIONÁRIOS
Quanto a se sentirem ansiosas, preocupadas ou abatidas, 3 responderam que
regularmente tem os sentimentos relacionados, 1 disse se sentir bastante preocupada,
ansiosa e abatida e 1 sente – se apenas um pouco desta forma. Conclui-se que todas
as entrevistadas, com frequência e intensidades diferentes, sentiram no último mês
ansiedade, preocupação e abatimento.
41
Tabela 4 - Ansiedade, preocupação e abatimento.
Você tem estado ansioso, preocupado ou abatido? Frequência (f)
Bastante 1
Regularmente 3
Um Pouco 1
Total 5 Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Os sintomas elencados segundo Camelo e Angemari (2004) são transtornos
psicológicos que dependem da predisposição orgânica do individuo, e a medida que
este torna-se instável emocioalmente e propenso a distúrbios como os sintomas acima.
Com relação ao ânimo e a alegria, 4 sentem-se um pouco desanimadas e
tristonhas e 1 se sente dessa forma, na maioria das vezes. Para Lipp (2000), a
frequência da ocorrência de desanimo e tristeza intensifica o quadro de Quase-
Exaustão e os sintomas psicológicos se agravam e os físicos, ou seja, as doenças
começam a aparecer.
Na questão relativa à irritabilidade e intolerância, 2 disseram que apenas, às
vezes, seu se nível de irritabilidade e intolerância ultrapassa o da colega de trabalho, 2
responderam que raramente isso ocorre e 1 disse que, frequentemente, seu nível de
irritabilidade e intolerância é superior aos demais colegas.
Tabela 5 – Irritabilidade e intolerância
Seu nível de irritabilidade e intolerância com colegas de trabalho ultrapassa o dos outros ao seu redor. Frequência (f)
Ás vezes 2
Frequentemente sim 1
Raramente 2
Total 5 Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Os sintomas visualizados, segundo o quadro da evolução de Burnout de
Reinhold (2007), atingem não somente a vida pessoal do individuo, mas, também, na
42
sua produtividade na empresa, gerando diversos problemas de ordem pessoal e
profissional, alimentando um ciclo e provocando,por fim, o que Codo, Vasques-
Menezes (2006) intitulam de despersonalização e falta de envolvimento pessoal no
trabalho.
De acordo com Arantes e Vieira (2006) a irritabilidade é um dos sintomas da
segunda fase do estresse do modelo de Hans Selye, a resistência.
Em relação à percepção de estarem sobre pressão e tensão, as respostas foram
distintas, pois 1 disse que Sim, um pouco; 1 disse que Sim, um pouco, mas dá para
encarar; 1 disse que Sim, um pouco, mas do que o comum, 1 disse que apenas, às
vezes, se sentem sob pressão e tensas e 1 disse que, absolutamente não se sentir
dessa maneira. Todavia, percebe-se que, 4 das entrevistadas reponderam que sim, se
sentem pressionadas e tensas.
Tabela 6 - Pressão e tensão
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Com relação à disposição ao pensarem em ir trabalhar nas segundas-feiras,
constatou-se que 3 se sente de bom ou mau-humor, 1 se disse com boa disposição e 1
se sente, muitas vezes, desanimada ao pensar em ir trabalhar na segunda-feira.
Você tem sentido estar sob pressão ou tensão? Frequência (f)
Absolutamente não 1
Ás vezes 1
Sim, um pouco 1
Sim, um pouco , mas dá para encarar 1
Sim, um pouco, mas do que o comum 1
Total 5
43
Tabela 7 - Como se sente na segunda-feira ao ir trabalhar
Segunda feira, ao pensar em trabalhar, você se sente? Frequência (f)
Ás vezes de bom e outras de mau-humor 3
Com boa disposição 1
Desanimado, muitas vezes 1
Total 5 Fonte: dados da pesquisa, 2014.
Quanto a pensarem se deveriam realizar mais em sua suas vidas, 3
responderam que se veem pensando em realizar mais em suas vidas profissional e
pessoal, 1 respondeu que, às vezes, pensa querer mais realizações e 1 disse não
pensar sobre o assunto.
Gráfico 1 - Se pensa em realizar mais na vida profissional e pessoal
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
No tocante ao grau de satisfação e felicidade com a vida atual, 4 dos
respondentes disseram estarem pouco satisfeitos com suas vidas atuais e 1
moderadamente feliz.
44
4.4 VERIFICAÇÃO SE OS FUNCIONÁRIOS SE SENTEM ESTRESSADOS COM O
TRABALHO EM TERMOS DE INTENSIDADE
Quanto ao trabalho que exercem e se este exige demais delas, 3 responderam
que, às vezes, seus trabalhos excedem sua capacidade, 1 que, frequentemente, se
exige demais dela e 1 que sente apenas, um pouco, que seu trabalho lhe exige demais.
Nesse sentido, Dolan e Pineda (2008) afirmam que tanto sobrecarga de trabalho
quanto a falta dele pode ser prejudicial à saúde do trabalhador. No trabalho rotineiro e
automatizado que não permite a criatividade, tem-se o estresse por subestimulação, ou
seja, falta de estímulos normal e fisiológico dos sentidos e pensamentos. Já a
sobrecarga de trabalho gera insatisfação, tensão, diminuição da autoestima, sensação
de ameaça, taquicardia, aumento do colesterol, do consumo de nicotina e outras
compensações, para responder à exigência.
Com relação à discordância de exigências, 2 das respondentes disseram que,
às vezes, seu trabalho apresenta exigências contraditórias e discordantes, 2 disseram
que apresentam apenas um pouco de exigências contraditórias e discordantes e 1
disse que quase nunca as exigências são discordantes. Portanto, 4 das entrevistadas
percebem que as exigências que lhe são imputadas são contraditórias e discordantes.
De acordo com Limongi - França e Rodrigues (2002) há circunstâncias em que o
funcionário, ao cumprir ordens contraditórias, pode-se sentir extremamente
pressionado.
4.5 IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES ESTRESSORES NA PERCEPÇÃO DOS
FUNCIONÁRIOS
Quanto à percepção de casos de estresse em seu ambiente de trabalho foram
unanimes em dizer que sim.
No tocante a percepção que as entrevistadas têm sobre o estresse foi
questionado em que elas se baseavam para a percepção do estresse no ambiente de
trabalho. Identificou-se que é pelo convívio diário com sinais visíveis de irritabilidade e
mudança de humor, pela falta de definição das funções que geram discordâncias e
45
desinteresse, falta de coleguismo e sobrecarga de uns em detrimento de outros. Foi
citada, também, a falta de respeito e descentralização da chefia, não saber a quem se
portar, ordens de superiores distintos e discrepantes.
Com relação à em quem se baseava sua percepção, 4 responderam que vem os
sintomas na colega de trabalho e 1 nela mesma.
46
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa responde aos objetivos propostos. Com resultados que assinalam a
incidência de estresse na entidade sindical estudada, na percepção dos próprios
funcionários.
Por constatar o universo da pesquisa em sua totalidade feminino, buscou-se
traçar paralelos entre o gênero e a existência de estresse. Nas questões concernentes
a incidência dos sintomas mais comuns de estresse, tais como: tensão muscular,
alterações da pressão arterial, problemas gastroestomacais, ansiedade abatimento,
cansaço, irritabilidade, sonolência foi identificado que mais da metade do universo das
entrevistadas testificam a ocorrência dos sintomas. Nas perguntas relativas à
disposição e ânimo constatou-se que igualmente mais da metade das entrevistadas
está desanimada e apática em relação ao seu trabalho e função. No quesito satisfação
e se pensam querer realizar mais em suas vidas atuais mostraram-se pouco satisfeitas
e pensarem o tempo todo sobre possíveis mudanças em suas vidas.
Nas questões abertas, que buscavam averiguar a percepção que as funcionárias
tinham sobre o tema, os resultados permitiram verificar que as entrevistadas percebem,
no convívio e por sinais comportamentais, nelas e nas outras participantes do grupo de
trabalhos, a incidência de estresse ocupacional.
Por interferir diretamente na saúde do individuo e da empresa o estresse deve
ser estudado e monitorado continuamente.
Recomenda-se, diante do foi percebido na pesquisa, que a entidade crie
estratégias de enfretamento e superação do estresse.
Diante das limitações deste estudo, principalmente ao que se refere ao tamanho
da amostra, sugere-se que estudos com amostras mais amplas devem ser realizadas a
fim de averiguar sintomas e fontes de estresse em entidades semelhantes.
47
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53
ANEXO A: Instrumento da pesquisa
Prezado (a) respondente,
Este questionário será usado na elaboração de um Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC) para obtenção da graduação em Administração da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN). A pesquisa, sob orientação da Professora Dra.
Patricia Whebber Souza de Oliveira, objetiva analisar o estresse ocupacional da
empresa na percepção dos próprios funcionários.
Neste sentido, não existem respostas certas ou erradas para as questões deste
instrumento de pesquisa, pretendendo-se captar apenas a visão que os funcionários
têm sobre o tema. O questionário é para fins acadêmicos. Será preservado o
anonimato dos respondentes. Desde já, agradeço pela colaboração! Estamos à
disposição para responder a qualquer dúvida.
Características do entrevistado
1. Sexo
( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade
( ) até 20 anos ( ) de 21 a 30 anos ( ) de 31 a 40 anos ( ) de 41 a 50 anos ( ) mais de 50 anos 3. Estado Civil
( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Outros 4. Tem filhos:
( ) Não ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ou mais
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5. Grau de Escolaridade
( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo ( ) Especialização / Mestrado / Doutorado 6. Renda Familiar
( ) de 2 a 5 salários ( ) de 6 a 9 salários ( ) 10 ou mais salários 7. Há quanto tempo trabalha na empresa? ( ) menos de 1 ano ( ) de 1 a 3 anos ( ) de 4 a 6 anos ( ) de 7 a 10 anos ( ) de 10 a 15 anos 8. Há quanto tempo está no cargo atual?
( ) menos de 1 ano ( ) de 1 a 3 anos ( ) de 4 a 6 anos ( ) de 7 a 10 anos
Instruções: As questões seguintes se referem a como você se sente e como as coisas
tem andando no ultimo mês. Para cada questão, marque um X a resposta mais
aplicada a você. Uma vez que não há respostas corretas ou incorretas, é bom
responder rapidamente as questões, sem largas pausas.
9. Você tem tido azia, tensão muscular ou problemas de pele ou ainda alterações
de pressão arterial.
( ) Em excesso até! ( ) Regularmente ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Um pouco,nada de mais ( ) Não, nada.
10. Você tem estado ansioso, preocupado ou abatido?
( ) De jeito nenhum ( ) Regularmente
55
( ) Pouquinho ( ) Bastante ( ) Um pouco, o suficiente para importunar-se ( ) Em excesso até, ao ponto de sentir-me doente
11. Você se sente cansado, exausto, esgotado, sonolento?
( ) Nunca ( ) Durante um bom tempo ( ) Um pouco ( ) Na maioria das vezes ( ) Algum tempo ( ) Sempre
12. Você se sente desanimado e tristonho?
( ) Nunca ( ) Durante um bom tempo ( ) Um pouco ( ) Na maioria das vezes ( ) Algum tempo ( ) Sempre
13. Seu nível de irritabilidade e intolerância com colegas de trabalho ultrapassa o
dos outros ao seu redor.
( ) Frequentemente sim ( ) Sim, na maioria das vezes ( ) Ás vezes ( ) Raramente ( ) Quase nunca ( ) Não, sou controlado
14. Você tem sentido estar sob pressão ou tensão?
( ) Absolutamente não ( ) Sim, um pouco mais do que o comum ( ) Sim, um pouquinho ( ) Sim, sob um pouco de pressão ( ) Sim, um pouco, mas dá para encarar ( ) Ás vezes 15. Seu trabalho exige demais de você?
( ) Frequentemente
( ) Às vezes ( ) Um pouco ( ) Raramente ( ) Quase nunca
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16. O seu trabalho costuma apresentar exigências contraditórias ou discordantes?
( ) Frequentemente
( ) Às vezes ( ) Um pouco ( ) Raramente ( ) Quase nunca 17. Segunda feira, ao pensar em trabalhar, você se sente? ( ) Com excelente disposição ( ) Com boa disposição ( ) Bem, na maioria das vezes ( ) Às vezes de bom e outras de mau - humor ( ) Desanimado, muitas vezes ( ) Sempre desanimado 18. Você se vê pensando que no que deveria realizar mais em minha vida pessoal ou
profissional?
( ) Nunca
( ) Raramente ( ) Às vezes ( )Um pouco ( ) Bastante ( ) O tempo todo 19. Quão feliz, satisfeito ou alegre, você tem se sentido com relação a sua vida?
( ) Muito feliz, acha que não poderia sê-la mais do que sou ( ) Satisfeito ( ) Muito feliz ( ) Um pouco satisfeito ( ) Moderadamente feliz ( ) Muito insatisfeito 20. Você acha que no seu ambiente de trabalho existem casos de estresse?
( ) Sim ( ) Não 21. Em caso positivo, qual sua percepção para chegar a essa conclusão?
22. Sua percepção se baseia em você, no colega de trabalho ou nos dois?
Fonte: Oliveira (2003) com adaptações da autora.