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UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA
FCS/ESS
LICENCIATURA EM FISIOTERAPIA
PROJECTO E ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE II
EFEITOS DA APLICAÇÃO DO EDIC NA FUNÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA EM 3 GRUPOS ESPECÍFICOS DE CRIANÇAS
Sílvia Alexandra Ferreira dos Santos
Estudante de Fisioterapia
Escola Superior de Saúde - UFP
Andrea Ribeiro
Doutorada em Ciências da Motricidade – Fisioterapia
Escola Superior de Saúde – UFP
Porto, 11 de Março de 2016
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Resumo
Objetivo: verificar o efeito da aplicação de uma técnica de Fisioterapia Respiratória – EDIC
na função cardiorrespiratória em três grupos específicos de crianças. Metodologia: Foram
selecionadas 30 crianças com as idades compreendidas entre os 8 a 12 anos sem patologias. As
crianças foram divididas em três grupos (n=10): saudável sem prática de atividade física (GS),
saudável com prática de atividade física (GA) e sobrepeso/obeso (GO). Executamos a avaliação
dos parâmetros de pressão arterial, frequência cardíaca e teste de espirometria. Efetuou-se o
EDIC combinado com a aplicação de ortótese de incentivo e foram novamente avaliados os
parâmetros iniciais. Resultados: Aumento estatisticamente significativo da pressão arterial e
da frequência cardíaca antes e após a técnica. A CVF é significativamente maior no GA, a CVFI
e o TEF são significativamente maiores no GS. Após o EDIC observamos diferenças
estatisticamente significativas no TEF entre os três grupos, aumento significativamente
estatístico no PFE do GO e no PFI do GS, com a exceção da CVF e CVFI no GA existindo uma
redução significativamente estatística. Conclusão: O EDIC parece exercer algum efeito sobre
a função cardiorrespiratória nas três condições específicas.
Palavras-chave: função cardiorrespiratória, espirometria, obesidade, técnicas de fisioterapia respiratória, pediatria
Abstract
Objective: Verify the effect of application the respiratory physiotherapy technique of EDIC in
cardiorespiratory function in three specific groups of children. Methodology: Thirty children
were selected between the ages of 8 to 12 years without pathologies. The children were divided
into three groups (n=10): healthy without physical activity (GS), healthy with physical activity
(GA) and overweight / obese (GO). We perform evaluation of blood pressure parameters, heart
rate and spirometry test. It was performed the EDIC combined with the application of orthosis
incentive and were re-evaluated the initial parameters. Results: There were significant changes
blood pressure and heart rate before and after the technique. The FVC is significantly higher in
the GA, FIVC and FET are significantly higher in the GS. After the EDIC observed statistically
significant differences in FET between the three groups, significant statistical increase PEF in
the GO and PIF in the GS, with the exception of FVC and FIVC in GA there a significant
statistical reduction. Conclusion: The EDIC appears to exert some effect on cardiorespiratory
function in three specific conditions.
Keywords: cardiorespiratory function, spirometry, obesity, respiratory physiotherapy techniques, pediatrics
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Introdução
A manutenção da função cardiorrespiratória é cada vez mais importante na população infantil,
primordialmente na redução de inúmeras patologias como bronquiolite, asma, fibrose quística,
displasia broncopulmunar, pneumonias, doenças neuromusculares e atelectasias (Crisóstomo et
al., 2013).
Na última década, a fisioterapia cardiorrespiratória apresentou enormes progressos, focando-se
na prevenção, no tratamento e na reabilitação de todas as pessoas (desde crianças a idosos) com
o intuito de promover maior capacidade funcional, bem-estar e qualidade de vida na presença
de disfunções respiratórias agudas ou crónicas (Abreu, 2013).
Na área pediátrica, o objetivo principal é evitar ou minorar os efeitos provocados pelas
secreções traqueobrônquicas (hiperinsuflação; atelectasias; défices de ventilação; aumento do
trabalho respiratório) e remover fluidos tóxicos do organismo (Schechter, 2007). Assim sendo,
a intervenção é efetuada através de técnicas adjuvantes/instrumentais (ortóteses) e técnicas de
higiene brônquica executadas pelo Fisioterapeuta (Crisóstomo et al., 2013), principalmente:
técnicas expiratórias lentas, técnicas expiratórias forçadas, técnicas inspiratórias lentas e
técnicas inspiratórias forçadas (Postiaux, 2004).
Dentro das técnicas inspiratórias temos os exercícios de débito inspiratório controlado (EDIC)
é uma manobra de inspiração lenta utilizada na desobstrução das vias aéreas intratorácicas
periféricas em pacientes colaborantes, na qual se pretendem inspirações lentas e prolongadas,
com apneia teleinspiratória por 3 a 5 segundos, para que seja provocada uma insuflação regional
e mobilizando a região para promover ao máximo a sua abertura (Postiaux, 2004). A esta
técnica é associado muitas das vezes o uso de um inspirómetro de incentivo, pois visa estimular
o paciente a realizar inspirações profundas transmitindo um feedback visual do esforço
(Machado, 2008).
Esta técnica é adequada em situações de condensação pulmonar em crianças (Postiaux,2000).
No entanto, para além de Postiaux não existem referências que a complementem, sendo que
este estudo põe à prova a aplicação dos exercícios de débito inspiratório controlado em crianças
sem patologia respiratória mas com diferenças na composição antropométrica e no estilo de
vida.
Recentemente Ayer et al. (2015), em nome da Sociedade Europeia de Cardiologia revelaram
que desde do ano 1980 até 2013 a obesidade infantil aumentou cerca de 47% em todo o mundo.
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§O resultado percentual obtido é alarmante na medida em que, no futuro estas crianças têm
maior probabilidade de desencadear patologia cardiovascular. Contudo, foi evidenciada a
existência de correlação entre a obesidade precoce e o aparecimento de alterações no sistema
cardiovascular, aumentando de igual modo o risco de incidência patológica no género feminino
e masculino (Baker e Holm, 2012). Deste modo, é essencial consciencializar a população para
este facto, relembrando que as consequências poderão ser piores ao nível psicológico, social e
metabólico (pressão arterial, colesterol, triglicerídeos e resistência à insulina).
Em 2010 a Organização Mundial de Saúde apresentou provas científicas dos benefícios da
atividade física para a saúde das crianças, tais como: função
cardiorrespiratória/cardiovascular/metabólica, força muscular, diminuição da percentagem de
gordura corporal e diminuição dos sintomas de ansiedade e depressão. Além disso, efetivaram
um protocolo para as crianças na faixa etária dos 5 aos 17 anos de idade que visa três diretrizes
essenciais: realizar pelo menos 60 minutos de atividade moderada a intensa todos os dias,
realizar atividade mais que 60 minutos beneficiará a saúde e focar atividades aeróbias; sendo
aconselhado às crianças inativas iniciar gradualmente exercício físico garantindo maior entrada
de oxigénio para os pulmões, a saída de dióxido de carbono para o exterior e,
consequentemente, o aumento da frequência cardiorrespiratória e das trocas gasosas nos
alvéolos pulmonares.
Neste estudo o objetivo foi verificar o efeito da aplicação de uma técnica de Fisioterapia
Respiratória – EDIC (exercícios de débito inspiratório controlado) na função cardiorrespiratória
em crianças na faixa etária dos 8-12 anos, sendo necessário três amostras de dez crianças com
características diferentes (saudáveis sem prática de exercício físico; saudáveis com prática de
exercício físico; sobrepeso/obeso).
Metodologia
Tipo do estudo
É um estudo do tipo quasi- experimental, onde se pretende verificar a efetividade do EDIC na
alteração da função cardiorrespiratória em três grupos específicos de crianças.
Caracterização da Amostra
Foram selecionadas 30 crianças (amostra de conveniência), de ambos os géneros com idades
compreendidas entre os 8 e os 12 anos, do Centro Social e Paroquial da Vera Cruz em Aveiro.
Dividiu-se a amostra total em três grupos com dez crianças cada um, tendo em conta a categoria
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específica: saudável sem prática de exercício físico; saudável com prática de exercício físico;
sobrepeso/obeso, sendo que esta seleção teve em conta os questionários entregues inicialmente
e a avaliação da composição antropométrica.
Critérios de inclusão e de exclusão
Como critérios de inclusão teve-se em consideração os seguintes parâmetros: crianças com
idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos de idade, saudáveis que pratiquem exercício
físico, saudáveis que não pratiquem exercício físico e sobrepeso/obesos; entrega do
consentimento informado por parte dos pais e/ou responsáveis legais ao responsável pelo estudo
devidamente assinado a autorizar a recolha de dados e o preenchimento correto do questionário.
No entanto, foram excluídas as crianças com patologia diagnosticada previamente ao nível do
sistema neurológico, cardíaco e/ou respiratório, para que não fosse colocado em risco o estado
de saúde da criança.
Procedimentos Éticos – Procedimento de acesso aos participantes e a obtenção do
consentimento informado dos próprios
Primeiramente, o protocolo foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética da Universidade
Fernando Pessoa.
Os responsáveis pelos participantes em estudo foram informados relativamente aos objetivos e
procedimentos implícitos durante a investigação, que foi comprovado de forma
intencionalmente formal através do preenchimento do Consentimento Informado (Anexo I), de
acordo com a Declaração de Helsínquia, salvaguardando a confidencialidade dos dados, o
anonimato dos participantes na investigação e a possibilidade de desistência a qualquer
momento sem nenhum inconveniente para o participante.
Material/Instrumentos
Os instrumentos utilizados no estudo em causa foram: questionário (Anexo II) entregue aos
responsáveis inicialmente, de modo a obter dados relevantes em relação à amostra; balança
digital com capacidade máxima de 160Kg e erro de 0,1Kg (Tefal Atlantis Premium PP1200V0)
e estadiómetro (Seca 213) com o objetivo de obter a variável IMC; espirómetro portátil
(Microlab, ML3500, MK6: MicroMedical, Kent UK); inspirómetro de incentivo; bocal
individual para cada criança; álcool para desinfetar o espirómetro após cada utilização;
cardiofrequencímetro (Polar FT2); esfigmomanómetro digital (Omron);
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Procedimento Metodológico
As crianças foram distribuídas por três grupos designados por GS - saudável sem prática de
atividade física (n=10), GA - saudável e prática atividade física (n=10) e GO - sobrepeso/obeso
(n=10).
A recolha de dados foi efetuada numa das salas do Centro Social e Paroquial da Vera Cruz,
num ambiente sossegado, iluminado com luz branca e a uma temperatura que ronda os 20ºC.
Inicialmente, cada criança foi avaliada quanto à sua composição antropométrica, recorrendo a
uma balança para registo do peso e a um estadiómetro para a altura (Miller et al., 2005).
Seguidamente, as crianças foram posicionadas em decúbito dorsal e recomendadas a manter-se
em repouso durante 5 a 10 minutos (Carletti et al., 2008). Mediram-se os parâmetros de pressão
arterial (PA) com o esfigmomanómetro digital, a frequência cardíaca (FC) através da colocação
de um cardiofrequencímetro (Troger et al., 2003) e realizou-se um teste de espirometria visando
avaliar todos os parâmetros (Miller et al., 2005). Posto isto, efetuou-se manualmente a técnica
inspiratória lenta - EDIC (exercícios de débito inspiratório controlado) combinada com a
aplicação de ortótese de incentivo, estando a criança posicionada em decúbito lateral (Postiaux,
2004) esquerdo. No entanto, antes de executar a técnica foi explicado e exemplificado o
procedimento (Carletti et al., 2008), que implicou solicitar à criança a realização de uma
inspiração a débito controlado e de grande volume utilizando simultaneamente o inspirómetro
de incentivo, seguida de uma apneia teleinspiratória de cerca de 3 a 5 segundos, concluindo
com expiração (Postiaux, 2004).
Após a intervenção foram novamente avaliados todos os parâmetros iniciais e citados
anteriormente.
Análise estatística
Para análise estatística dos dados obtidos foi aplicada a estatística indutiva mediante o software
de análise estatística SPSS (Statistic Package for Social Science), versão 22.0, para determinar
a média, o desvio padrão, os máximos, os mínimos, as frequências absolutas e as frequências
relativas das variáveis em estudo.
Posteriormente, estudou-se a normalidade das variáveis FC, PA, VEF1, CVF, PFE, Índice de
Tiffenaud, EVC, VEF3, CVFI, PFI, TEF e VC através do teste de Shapiro-Wilk, uma vez que,
a amostra é igual a 30 crianças distribuídas por três grupos de 10 elementos.
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Considerando as variáveis normais e homogéneas, verificámos se existiam diferenças no valor
médio nos três grupos, utilizando o teste ANOVA, em simultâneo com os testes de comparação
múltipla à posteriori (post-hoc), ou seja, Bonferroni (dado ao número reduzido de grupos a
comparar) ou Tukey (semelhante ao Bonferroni, mas para um número elevado de grupos). Para
averiguarmos se existiam diferenças entre os dois momentos de avaliação de cada grupo, foi
efetuado um teste-t para amostras emparelhadas.
Os valores foram expressos para um nível de significância de 5% (p <0,05) e com um intervalo
de confiança de 95%.
Resultados
Neste estudo participaram 30 crianças, 13 do sexo feminino e 17 do sexo masculino, com uma
média de idades 9,30 ± 1,24, sendo que a idade mínima foi de 8 anos e a máxima de 12 anos.
Na tabela 1 podemos observar os valores respetivos à idade, peso, altura e IMC nos diferentes
grupos.
Tabela 1 Caraterização da amostra
Quando comparamos os diferentes grupos (GS, GA e GO), relativamente aos parâmetros de
pressão arterial verificamos que não existem diferenças estatisticamente significativas
demonstrando um valor p> 0,05 no teste ANOVA entre os três grupos. No entanto, entre os
momentos antes e após a técnica é evidente o aumento da pressão arterial sistólica e diastólica
(tabela2), sendo apresentados valores estatisticamente significativos.
No que respeita aos valores iniciais de frequência cardíaca observamos que não existem
diferenças estatisticamente significativas entre os três grupos, por sua vez após a execução da
técnica os valores finais de frequência cardíaca exibem um nível de significância <0,001.
Porém, todos os grupos apresentam um aumento estatisticamente significativo na FC entre o
momento antes e após o EDIC, uma vez que no GS aumenta cerca de 11,9%, no GA aumenta
8,9% e no GO eleva 13,2%, como se pode verificar na tabela 2.
GS (n=10)
GA (n=10)
GO (n=10)
Idade 9,50±1,18 8,90±0,99 9,50±1,51 Peso 34,02±5,73 31,78±6,70 50,83±14,25
Altura 1,36±0,08 1,34±0,09 1,39±0,12 IMC 18,25±1,77 17,60±2,51 25,70±3,68
Valores expressos sob a forma de média ± desvio padrão
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Tabela 2 Parâmetros de FC e PA antes e após o EDIC
Nas variáveis em estudo - VEF1, CVF, PFE, Índice de Tiffenaud, EVC, VEF3, CVFI, PFI, TEF
e VC - quando comparamos o GS, GA e GO aquando a primeira avaliação verificamos que a
CVF é significativamente maior no grupo GA quando comparado com os grupos GS e GO, a
CVFI e o TEF são significativamente maiores no grupo GS do que nos grupos GA e GO (Tabela
3), sendo reconfirmado através dos testes de post-hoc: Bonferroni e Tukey (Tabela 4).
Tabela 3 Parâmetros Espirométricos antes e após EDIC
GS (n=10)
GA (n=10)
GO (n=10)
Nível Significância (p)
FC
(bpm)
Antes 78,90±16,60 80,20±10,70 77,30±10,33 0,881 Depois 89,60±15,57 91,30±10,40 89,10±0,08 <0,001*
0,027º 0,003º <0,001º PA
diastólica (mmHG)
Antes 61,30±12,82 63,70±12,13 61,40±12,34 0,888 Depois 66,60±12,31 69,90±12,55 68,30±13,92 0,851
<0,001º <0,001º <0,001º
PA sistólica (mmHG)
Antes 91,90±11,40 99,30±12,45 103,40±20,23 0,248 Depois 99,40±15,05 102,70±12,32 103,80±17,00 0,792
<0,001º <0,001º <0,001º Valores expressos sob a forma de média ± desvio padrão *Valores significativos para p < 0,05 GS vs. GA vs. GO º Valores significativos para p < 0,05 Antes vs. Após no GS, GS e GO
GS (n=10)
GA (n=10)
GO (n=10)
Nível Significância (p)
VEF1
(L)
Antes 1,40±0,49 1,37±0,37 1,21±0,37 0,557 Depois 1,51±0,41 1,41±0,30 1,52±0,59 0,833
p 0,137 0,478 0,064
CVF (L)
Antes 1,51±0,57 1,66±0,16 1,48±0,45 <0,001* Depois 1,65±0,50 1,55±0,19 1,71±0,69 0,790
p 0,110 <0,001º 0,261
PFE (L/s)
Antes 2,20±0,88 2,01±0,74 1,57±0,67 0,192 Depois 2,62±0,74 2,18±0,76 2,01±0,78 0,197
p 0,078 0,233 0,042º IT (%)
Antes 110,80±8,38 99,96±19,12 97,10±16,21 0,107 Depois 108,20±13,50 101,30±15,11 106,20±8,82 0,471
p 0,341 0,233 0,060
EVC Antes 1,73±0,47 1,82±0,36 2,12±0,39 0,102 Depois 1,83±0,51 1,79±0,30 2,00±0,38 0,468
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Quando comparamos o valor médio entre os três grupos aquando a segunda avaliação (Tabela
3) verificamos que apenas existem diferenças estatisticamente significativas na variável TEF.
Contudo, é possível identificar um aumento dos valores espirométricos em todas as condições
(GS, GA e GO) após a técnica em todos os parâmetros, com a exceção da CVF e CVFI no GA
onde se denota uma redução estatisticamente significativa (tabela 3). Além disso, o aumento
obtido em cada grupo antes e após o EDIC mencionado anteriormente, só é estatisticamente
significativo no PFE do GO e no PFI do GS.
Tabela 4 - Testes post-hoc
(L) p 0,238 0,793 0,366
VEF3 (L)
Antes 1,53±0,60 1,59±0,42 1,50±0,46 0,917 Depois 1,63±0,47 1,55±0,19 1,62±0,60 0,900
p 0,288 0,647 0,403
CVFI (L)
Antes 1,38±0,60 1,35±0,12 1,24±0,39 <0,001* Depois 1,38±0,32 1,30±0,10 1,39±0,48 0,819
p 0,980 <0,001º 0,354
PFI (L/s)
Antes 1,81±0,60 1,71±0,64 1,55±0,65 0,636 Depois 2,30±0,84 1,66±0,48 1,79±0,68 0,111
p 0,009º 0,787 0,251
TEF (s)
Antes 1,70±0,17 1,65±0,37 1,62±0,47 <0,001* Depois 1,86±0,28 1,66±0,46 1,59±0,44 <0,001*
p 0,370 0,889 0,848
VC (L)
Antes 1,14±0,50 1,15±0,36 0,98±0,33 0,590 Depois 1,26±0,46 1,19±0,30 1,06±0,36 0,505
p 0,104 0,793 0,484 Valores expressos sob a forma de média ± desvio padrão para as variáveis em teste; *Valores estatisticamente significativos para p < 0,05 GS vs. GA vs. GO º Valores significativos para p < 0,05 Antes vs. Após no GS, GS e GO
Post-hoc (A) (B) Tukey (p) Bonferroni (p)
CVF
GS GA 0,000* ,000* GO 0,985 1,000
GA GS 0,000* ,000* GO 0,000* ,000*
GO GS 0,985 1,000 GA 0,000* ,000*
GS GA ,000* ,000* GO ,740 1,000
GA GS ,000* ,000*
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Discussão
O presente estudo procurou verificar o efeito da aplicação do EDIC na função
cardiorrespiratória de crianças entre os 8 e os 12 anos, em três categorias diferentes. Os
resultados obtidos sugerem que a aplicação da técnica associada à ortótese de incentivo
inspiratório parece aumentar os valores de frequência cardíaca, pressão arterial assim como os
valores espirométricos nas três condições em estudo.
De acordo com a literatura (Postiaux, 2000) a aplicação do EDIC tem suscitado resultados
benéficos na função cardiorrespiratória em casos agudos de pneumonia desde o princípio dos
anos oitenta. Através da auscultação e da análise dos sons respiratórios foi possível percecionar
os efeitos da inspiração lenta no tratamento das patologias pulmonares periféricas localizadas
(Postiaux, 2000). O objetivo de utilizar os exercícios de débito inspiratório controlado é
requerer uma inspiração lenta e de elevado volume (até à capacidade pulmonar total) de forma
a promover passivamente a expansibilidade das vias aéreas periféricas transferindo o exsudado
alveolar para as vias aéreas distais e otimizar a ventilação da região supra-lateral (Postiaux,
1999). No entanto não é possível dissociar a ação da técnica sob o ponto de vista respiratório
do cardíaco.
As técnicas ventilatórias podem ser fatores externos indutores de variação da frequência
cardíaca entre outros parâmetros, assim como a posição em que são executadas. Postiaux (2000)
defende a execução do EDIC na posição de decúbito lateral porque no momento em que há uma
inspiração profunda, lenta e prolongada, seguida pela apneia tele-inspiratória de 3 a 5 segundos
ocorre o aumento do diâmetro transversal do tórax, sendo vantajoso para a expansão regional
passiva das vias aéreas periféricas do pulmão supra-lateral eliminando as secreções existentes.
Ou seja, em casos patológicos a realização de uma inspiração lenta em decúbito lateral torna
possível desalojar as secreções brônquicas dos vasos de menor calibre para os vasos de maior
CVFI GO ,000* ,000* GO GS ,740 1,000
GA ,000* ,000*
TEF
GS GA ,000* ,000* GO ,000* ,000*
GA GS ,000* ,000* GO ,984 1,000
GO GS ,000* ,000* GA ,984 1,000
*Valores estatisticamente significativos para p < 0,05
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calibre e como coadjuvante poder-se-á evitar o assincronismo ventilatório e desenvolver a
ventilação colateral (Postiaux, 2014). Por outro lado esta posição tem influência na função
cardíaca. Assim, o decúbito lateral e o aumento do diâmetro transversal podem alterar a pressão
intratorácica induzindo uma resposta cardíaca que nos parece merecedora de alguma atenção,
pois com a execução de exercícios respiratórios a ventilação aumenta, maximiza a oxigenação
sanguínea e eleva o débito cardíaco proporcionando maior aporte de oxigénio aos tecidos
(Abreu e Lopes, 2006). Desta forma, em circunstâncias normais o coração varia a sua
frequência devido a ajustes desencadeados pelo sistema nervoso autónomo (responsável pela
regulação do ritmo cardíaco) de modo a preservar o equilíbrio fisiológico, sendo que, quando
existe um estímulo que incite ao desequilíbrio são enviadas involuntariamente respostas
orgânicas com o objetivo de reverter o processo e reestabelecer a homeostasia (Paschoal et al.,
2006). No nosso estudo concluímos que ocorreu efetivamente um aumento da frequência
cardíaca assim como da pressão arterial.
A frequência cardíaca varia com a idade, temperatura, intensidade ao esforço, condição física,
posição do corpo, pH, humidade, fatores hormonais e volume de oxigénio máximo. Porém,
desde o primeiro ano de vida que a frequência cardíaca tem tendência a diminuir devido à
maturação da inervação vagal do nó sinusal (Rijnbeek et al., 2001). Os valores de referência
expectáveis são de 60 a 130 batimentos por minuto, em crianças da faixa etária entre os 8 e os
12 anos de idade (Rijnbeek et al., 2001). A amostra em estudo respeita os valores de referência
de frequência cardíaca, tanto iniciais como finais. Apesar de estarmos perante três grupos com
condições diferentes, este parâmetro não apresentou diferenças entre os grupos na primeira fase,
no entanto, após a execução do EDIC o valor médio entre os três grupos apresentou diferenças
estaticamente significativas tendo o grupo GA apresentado valores mais elevados quando
comparado com os demais, indicando uma diferença de perceção ao esforço/exercício díspar
entre as categorias.
A idade e o peso também influenciam o sistema nervoso autónomo das crianças. É verificado
o aumento da atividade parassimpática relativamente à atividade simpática em crianças
saudáveis, enquanto em crianças consideradas obesas prevê-se uma diminuição da atividade
parassimpática e, consequentemente, um aumento da atividade simpática. A longo prazo este
tipo de alteração influência o controlo autónomo a nível cardíaco, trazendo consequências na
vida adulta (Eyre et al., 2014).
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A informação referida anteriormente comprova os resultados obtidos pois foram verificadas
diferenças entre o primeiro e o segundo momento de avaliação. O GS aumenta cerca de 11,9%,
no GA aumenta 8,9% e no GO eleva 13,2%, ou seja, quando estamos perante crianças obesas
o sistema nervoso simpático tem tendência a ativar através do aumento da frequência cardíaca,
força de contração e pressão sanguínea enquanto, que em crianças que realizam atividade física
diariamente os parâmetros não se elevam tanto devido à acomodação e à interação existente
entre o coração, cérebro e sistema nervoso autónomo.
No entanto, com a atividade física a pressão arterial responde sob duas formas diferentes: a
pressão arterial sistólica tem tendência a elevar-se com base no aumento do débito cardíaco e,
por sua vez, a pressão arterial diastólica diminui em resposta ao decréscimo da resistência
vascular periférica (Ruivo e Alcântara, 2012).
Não foi possível denotar o facto descrito anteriormente, pois tanto a pressão arterial diastólica
como a pressão arterial sistólica se elevaram após a execução do EDIC denotando-se diferenças
estatisticamente significativas entre os dois momentos em análise.
Cada vez mais se tem verificado a hipertensão na idade pediátrica, estando relacionada com o
os estilos de vida adquiridos e com o a elevada prevalência da obesidade infantil. Considera-se
uma tensão arterial: normal quando a pressão arterial diastólica e sistólica se encontram
inferiores ao percentil 90 para a idade, sexo e estatura; pré-hipertensão arterial entre os percentis
90 e 95 para a idade, sexo e estatura; hipertensão quando a tensão arterial sistólica ou diastólica
são superiores ou iguais ao percentil 95 para a idade, sexo e estatura (Direção Geral da Saúde,
2013). A amostra em estudo não demonstrou diferenças relevantes entre os grupos, apenas
verificamos que o grupo obeso apresenta valores de pressão arterial sistólica mais elevados que
o GS e GA. Todavia, nenhum elemento da amostra se encontra acima do percentil 90 para a
idade, sexo e estatura (Anexo III).
Anatomicamente, cada pulmão é protegido pela pleura visceral e equiparado a um cone
apresentando diferenças entre eles. O pulmão esquerdo é ligeiramente menor que o direito e é
dividido por dois lobos (superior e inferior), separado por uma fissura oblíqua, enquanto o
pulmão direito é dividido por três lobos (superior, médio e inferior) e separado pelas fissuras
obliqua e horizontal.
A ação da gravidade está inteiramente relacionada com o posicionamento a escolher, uma vez
que incita variações inter-regionais na ventilação e perfusão pulmonares, melhorando a função
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pulmonar, a eficácia da tosse, a prevenção de atelectasias e infeções respiratórias (Frownfelter
e Dean, 1996).
Como referido no procedimento, todas as crianças se mantiveram em decúbito lateral esquerdo
aquando a realização da técnica, uma vez que nenhuma apresentava patologia do foro
respiratório. Porém, em decúbito lateral esquerdo há maior débito cardíaco devido a compressão
do coração e do tecido pulmonar adjacente. Em pacientes com patologia bilateral o
posicionamento mais indicado seria o decúbito lateral direito visto que ocorre um aumento na
tensão do oxigénio arterial decorrente da melhoria ventilatória do pulmão direito (Zack,
Pontoppidan e Kazemi, 1974). No entanto, como há maior sobrecarga em decúbito lateral
esquerdo, os efeitos cardíacos tenderão a ser aumentados.
Relativamente a variáveis respiratórias importa desde já salientar a ausência de estudos onde se
descreva a utilização do EDIC em populações específicas e com relação com a idade. Sabemos
que o período entre 8 a 12 anos marca o fim do crescimento dos alvéolos e das vias aéreas
terminais (Postiaux, 2000), assim no nosso estudo optamos por crianças dentro desta faixa
etária.
Nos parâmetros - volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1), capacidade vital forçada
(CVF), pico de fluxo expiratório (PFE), índice de Tiffeneau (IT), capacidade vital expiratória
(EVC), volume expiratório forçado no 3º segundo (VEF3), capacidade vital forçada inspiratória
(CVFI), pico de fluxo inspiratório (PFI), tempo de expiração forçada (TEF) e volume corrente
(VC) - observamos que todos valores se alteraram entre os dois momentos de avaliação, sendo
que encontramos diferenças estatisticamente significativas na CVF e na CVFI no grupo
saudável com prática de atividade física (GA), PFE no grupo obeso (GO) e PFI no grupo
saudável sem prática de atividade física (GS). Este facto demonstra que uma simples aplicação
do EDIC parece induzir modificações na resposta ventilatória das crianças.
A prática de exercício físico regular altera beneficamente a função pulmonar e a função
cardiovascular. Fisiologicamente, na inspiração ocorre a contração dos músculos ventilatórios
resultando menor pressão pleural (maior entrada de ar nas regiões periféricas/ regiões
obstruídas), menor pressão alveolar e maior volume pulmonar (Presto e Damásio, 2009).
Porém, não nos podemos esquecer que biologicamente a inspiração é um mecanismo ativo
enquanto a expiração é um mecanismo passivo, ocorrendo o aumento de pressão e a redução
do volume da caixa torácica - devido ao relaxamento dos músculos inspiratórios e,
consequentemente, a saída de ar dos pulmões (Frownfelter e Dean, 1996).
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1
Assim, quando se solicita uma inspiração lenta estaremos a permitir o aumento da grade costal
ipsilateral, maior expansibilidade do pulmão superior, a descida do mediastino e o
consequentemente aumento do diâmetro transversal torácico e da distensibilidade tecidular
(Postiaux, 2014).
Os resultados que suscitaram maior enfâse aquando o primeiro teste espirométrico foi a CVF,
significativamente maior no grupo GA quando comparado com os grupos GS e GO. De certo
modo, este resultado já seria esperado pois está comprovado que a atividade física contribui
para uma melhoria da capacidade pulmonar e cardiovascular, visto que há um aumento da
ventilação que facilita a entrada de ar para os alvéolos pulmonares (Frownfelter e Dean, 1996).
Contrariamente a estes resultados observamos que a CVFI e o TEF são significativamente
maiores no grupo GS do que nos grupos GA e GO inicialmente. As variáveis CVFI e TEF
relacionam-se na medida em que quanto maior for a inspiração (maior entrada de oxigénio para
os pulmões) maior será o TEF para atingir a homeostasia da pressão alveolar. Não observamos
significância nos valores do GA visto que realizam com eficácia as trocas as trocas gasosas sem
necessitar elevar bruscamente os parâmetros cardíacos. Porém, no GO o processo torna-se
inverso existindo maior dificuldade em ventilar e por si só os valores da CVFI e TEF são
menores.
Curiosamente, tanto em repouso como em atividade a obesidade acomete e modifica a fisiologia
respiratória, mas a CVF e o VEF1 não sofrem alterações ou, então apresentam decréscimo dos
valores em casos de obesidade elevada (Sood, 2009), o mesmo se verificou neste estudo antes
da execução do EDIC comparativamente ao GS e GA.
Contudo, no momento da segunda avaliação espirométrica obtivemos diferenças
estatisticamente significativas no TEF entre os valores médios dos três grupos, sendo que o GS
é o que de destaca, o mesmo já tinha sido analisado na primeira avaliação. No entanto,
aceitamos o facto de que algumas crianças possam ter tirado a boca do bocal sem terminar a
expiração, facto que pode ter alterado os resultados.
Também verificamos uma redução estatisticamente significativa da CVF e da CVFI obtida no
grupo GA antes e após o EDIC sendo contrário ao esperado, uma vez que tal como
anteriormente foi referido, a técnica respiratória promove a função pulmonar e cardiovascular.
As crianças foram sujeitas a dois testes espirométricos, à execução do EDIC associado ao
inspirómetro de incentivo, assim os resultados por nós obtidos no grupo GA podem também ter
sofrido alterações associadas ao fator fadiga.
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1
Além disso, constatamos que há um aumento estatisticamente significativo entre os dois
momentos de avaliação no PFE do GO e no PFI do GS, sugerindo o efeito positivo do EDIC.
Pois, é alcançado aumento do volume pulmonar e o desenvolvimento da ventilação colateral
que permite a mobilização/libertação das secreções, facilitando a atividade respiratória
(Postiaux, 2004).
Por fim, a falta de dados estatisticamente significativos dos restantes parâmetros poderá
explicar-se com algumas das limitações do nosso estudo, tais como o facto de não ter sido
executada a média de três repetições do teste de espirometria (Jat, 2013) visto que só foi
executado uma vez para não colocar as crianças em fadiga ou pelo facto de só ter sido efetuado
o EDIC uma vez, pela falta de controlo na duração da apneia tele-inpiratória e pela retirada
antecipatória da boca do bocal por parte das crianças.
No entanto, devemos desenvolver mais estudos com amostras maiores e com maior número de
repetições da técnica de modo a demonstrar a efetividade deste tipo de exercícios.
Conclusão
Os resultados parecem sugerir que o EDIC associado ao inspirómetro de incentivo induziram
aumentos na frequência cardíaca e pressão arterial assim como em alguns parâmetros
ventilatórios em crianças na faixa etária dos 8-12 anos. No entanto, devem ser desenvolvidos
mais estudos com amostras maiores e com maior número de repetições da técnica de modo a
demonstrar a efetividade deste tipo de exercícios.
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1
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1
ANEXOS
1
ANEXO I
1
Consentimento Informado, Livre e Esclarecido para Participação num Projeto de
Investigação
Leia por favor atentamente a seguinte informação e se concordar com o que lhe é apresentado,
queira assinar este documento.
Eu, Sílvia Alexandra Ferreira dos Santos, aluna regularmente matriculada na Licenciatura de
Fisioterapia da Universidade Fernando Pessoa, sob orientação da Professora Doutora Andrea
Ribeiro, encontro-me a efetuar um Projeto de Investigação intitulado: “Efeitos da aplicação do
EDIC na função cardiovascular em 3 grupos específicos de crianças”, para obtenção de grau de
Licenciatura em Fisioterapia. Pretendo com esta investigação, verificar o efeito na função
cardiorrespiratória da execução de uma Técnica de Fisioterapia Respiratória – EDIC (exercícios
de débito inspiratório controlado) em crianças na faixa etária dos 8-12 anos. Neste contexto
venho solicitar a vossa excelência a sua participação no preenchimento deste questionário. A
informação recolhida será anónima e confidencial e apenas utilizada, exclusivamente, para o
presente estudo, pelo que não se deve identificar ao longo do mesmo, salvaguardando desta
forma a sua privacidade.
Nome do inquirido:_______________________________________________________
Nome do orientador do projeto:______________________________________________
Data:___/___/______
1
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO
Considerando a “Declaração de Helsínquia” da Associação Médica Mundial (Helsínquia 1964; Tóquio 1975;
Veneza 1983; Hong Kong 1989; Somerset West 1996 e Edimburgo 2000)
Designação do Estudo (em português):
Efeitos da aplicação do EDIC na função cardiovascular em 3 grupos específicos de crianças
Eu, abaixo-assinado, (nome completo) ----------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Responsável pelo participante no projecto (nome completo) -------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------, compreendi a explicação
que me foi fornecida acerca da participação na investigação que se tenciona realizar, bem como
do estudo em que será incluído. Foi-me dada oportunidade de fazer as perguntas que julguei
necessárias, e de todas obtive resposta satisfatória. Tomei conhecimento de que, de acordo com
as recomendações da Declaração de Helsínquia, a informação ou explicação que me foi prestada
versou os objectivos e os métodos e, se ocorrer uma situação de prática clínica, os benefícios
previstos, os riscos potenciais e o eventual desconforto. Além disso, foi-me afirmado que tenho
o direito de recusar a todo o tempo a sua participação no estudo, sem que isso possa ter como
efeito qualquer prejuízo pessoal. Por isso, consinto que lhe seja aplicado o método ou o
tratamento, se for caso disso, propostos pelo investigador.
Data: _____/_____________/ 20___
Assinatura do Responsável pelo participante no projecto:
________________________________________________________
O Investigador responsável:
Nome: Sílvia Alexandra Ferreira dos Santos
Assinatura:
Comissão de Ética da Universidade Fernando Pessoa
1
ANEXO II
1
Questionário
O projeto de investigação denominado: “Efeitos da aplicação do EDIC na função
cardiorrespiratória em 3 grupos específicos de crianças” tem como objetivo verificar o efeito
da execução de uma Técnica de Fisioterapia Respiratória – EDIC (exercícios de débito
inspiratório controlado) na função cardiorrespiratória em crianças na faixa etária dos 8-12 anos,
de modo a compreender se existem alterações quando os valores forem comparados entre os
três grupos específicos (saudáveis sem prática de exercício físico; saudáveis com prática
exercício físico; sobrepeso/obeso).
Os registos dos resultados poderão ser consultados pelos responsáveis científicos e ser objeto
de publicação, mas os elementos da identidade pessoal serão sempre tratados de modo
estritamente confidencial e destinam-se exclusivamente para fins académicos e de investigação.
O preenchimento do questionário é de curta duração, sendo necessário colocar uma cruz (X) no
quadrado respetivo.
1. Género: Masculino Feminino
2. Idade:______________
3. A criança detém alguma patologia cardiovascular, respiratória ou neuromuscular?
Sim Não Se sim, qual?_______________
4. Outro tipo de patologia?
Sim Não Se sim, qual?_______________
5. Tem diagnosticada algum tipo de alergia respiratória?
Sim Não Se sim, qual?_______________
6. Alguma vez o seu filho teve:
Nunca Uma vez Mais que uma vez Pneumonia Tosse convulsa Bronquiolite Laringite
7. Nos últimos 12 meses, quantas vezes é que o seu filho (a) teve uma constipação ou
gripe?
1
Nunca 1- 4 vezes
5 – 8 vezes Mais de 8 vezes
8. Quanto tempo costumam durar a constipação/gripe?
Menos de 1 semana 1 a 2 semanas Mais de 2 semanas
9. Em que medida é que as queixas respiratórias interferiram com as atividades diárias do
seu filho (a)?
Nada Um pouco Moderadamente Muito
10. A criança é exposta a ambiente tabágico?
Sim Não Se sim:
11. Quem decide a alimentação da criança?
Mãe Nutricionista
Pai Pediatra
Outro. Quem?
12. Pratica uma alimentação saudável?
Sim Não
13. Com que frequência a criança ingere:
Nunca ou raramente
1x de 15-15 dias
1-3x por semana
Mais que 3x por semana
Todos os dias
Doces Fritos Fast-Food Refrigerantes Frutas Hortaliças e Legumes
Peixe Carne
Local Aproximadamente durante quanto tempo por semana?
Em casa Menos que trinta minutos
No carro Trinta minutos a uma hora
Noutro sítio Mais que uma hora
1
Lacticínios Cereais e similares (massa, arroz, pão, batata)
Água
14. Sente dificuldade em conseguir que a criança comesse o que desejava para ela?
Sim, muita dificuldade Sim, alguma dificuldade
Sim, ocasionalmente Não, nenhuma dificuldade
15. Para além da escola, o seu filho (a) pratica alguma atividade desportiva, do tipo natação,
ginástica, ballet, futebol, voleibol, etc?
Sim Não
15.1 Se sim, indique:
- Qual/Quais?__________________________________________________
- Quantas vezes por semana?_____________________________________
- Durante quanto tempo? ________________________________________
16. Para além das atividades que a criança frequenta, o seu filho (a) faz algum tipo de
atividades física e/ou de lazer com os familiares/amigos?
Nº de vezes por semana Durante quanto tempo (minutos ou horas)
Passear na rua Correr Jogar futebol Andar de bicicleta Brincar no parque Outras:
1
ANEXO III
National High Blood Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in Children and Adolescents. (2004). The Fourth Report on the Diagnosis, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure in Children and Adolescents. Pediatrics, 114 (2), 555-576.