UNIVERSIDADE PAULISTA
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR – PIM V
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO FINANCEIRA
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR V
Fontes de Financiamento
Planejamento Tributário
Matemática Financeira
UNIVERSIDADE PAULISTA (CAMPUS SINOP/MT)
2015
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UNIVERSIDADE PAULISTA
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR – PIM V
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO FINANCEIRA
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR V
Fontes de Financiamento
Planejamento Tributário
Matemática Financeira
TARLES TREVISAN
RA 1404325
UNIVERSIDADE PAULISTA (CAMPUS SINOP/MT)
2015
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RESUMO
O Projeto Integrado Multidisciplinar V do Curso Superior de Tecnologia em
Gestão Financeira visou colocar em prática os conhecimentos adquiridos nas
matérias de Fontes de Financiamento, Planejamento Tributário e Matemática
Financeira, através de um diagnóstico na empresa pesquisada.
Ter o controle eficiente da área financeira traz à empresa maior segurança
nas decisões, pois através de informações precisas a empresa tem maior controle
para planejar, evitando assim surpresas no decorrer do planejamento. Nesse
contexto o objetivo geral do projeto foi realizar uma análise sobre a precisão dos
dados constantes na empresa alvo do estudo, a Regional Pneus Ltda.
A pesquisa buscou estudar o fluxo de caixa, a capacidade de pagamento, o
planejamento tributário utilizado e utilização da matemática financeira na empresa
Regional Pneus Ltda.
A empresa apresenta um bom desempenho quanto a sua capacidade de gerir
o caixa, porém, observará que ela necessita de ajustes pontuais no seu
planejamento tributário.
Palavra Chave: Gestão Financeira, Planejamento Tributário, Pagamento, Matemática
Financeira, Fontes de Financiamento.
4
ABSTRACT
The Integrated Project Multidisciplinary V Course of Technology in Financial
Management aimed to put into practice the knowledge acquired in Financing Sources
of materials, Tax Planning and Financial Mathematics, through diagnosis in the
research company.
Have effective control of the financial district brings the largest security company in
the decisions, because through accurate information the company has greater
control to plan, avoiding surprises during the planning. In this context the general
objective of the project was to conduct an analysis of the accuracy of the data in the
study of the target company, the Regional Pneus Ltda.
The research aimed to study the cash flow, the ability to pay, the tax planning used
and use of financial mathematics at the company Regonal Pneus Ltda.
The company performs well as its ability to manage the box, but notice that requires
occasional adjustments to your tax planning.
Key words: Financial Management, Tax Planning, Payment, Financial Mathematics, Funding Sources .
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................12
2. A EMPRESA REGIONAL PNEUS LTDA.................................................................................................12
3. FONTES DE FINANCIAMENTO.............................................................................................13
3.1 AUTOFINANCIAMENTO.......................................................................................................15
3.1.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO AUTOFINANCIAMENTO..............................................17
3.2 FINANCIAMENTOS NÃO PRÓPRIOS................................................................................17
3.2.1 EMPRESTIMOS DE CURTO PRAZO........................................................................................17
3.2.1 EMPRESTIMOS DE LONGO PRAZO.......................................................................................18
3.2.3 VANTAGENS E DESVANTAGES DO EMPRESTIMO DE CURTO PRAZO EM RELAÇÃO AO DE LONGO PRAZO..............................................................................................................................19
4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO...........................................................................................................21
4.1. FINALIDADE DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO..........................................................21
4.2. CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO...................21
4.3 PROCESSO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO............................................................22
4.4 SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.............................................................................................23
4.5. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA EMPRESA REGIONAL PNEUS LTDA...............24
5. MATEMÁTICA FINANCEIRA...............................................................................................................27
6. CONCLUSÃO.....................................................................................................................................29
7. REFERENCIA......................................................................................................................................30
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1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho identificarei, analisarei e destacarei melhoras, se necessário,
no departamento financeiro da empresa Regional Pneus Ltda. de acordo com as
disciplinas estudadas no bimestre, PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO, MATEMATICA
FINANCEIRA E FONTES DE FINANCIAMENTO. Sabemos que o departamento
financeiro é um departamento que necessita de informações precisas e atualizadas
diariamente, já que qualquer informação não verídica pode causar danos graves na
saúde financeira da empresa e que podem levar dias para serem recuperados, sem
dizer que falhas no departamento financeiro pode-se levar uma empresa à falência.
Enfim, tenho a finalidade, a longo deste trabalho de aplicar a teoria a pratica e
analisar os dados, para que de fato, possamos ver na realidade tudo o que foi
estudado neste bimestre.
2. A EMPRESA REGIONAL PNEUS LTDA
A empresa Regional Pneus Ltda. é uma empresa do ramo de comércio e
reformas de pneumáticos e câmaras de ar, localizada na Rodovia MT 208, S/N, na
cidade de Alta Floresta/MT.
Iniciou suas atividades em 01 de Julho de 1988 e é formada por cotas de
sociedade Ltda., composta por dois sócios, sendo um deles majoritário, o qual
administra a empresa e o outro, minoritário, que não trabalha na empresa, apenas
faz parte de seu quadro social, conforme demonstrado na tabela abaixo:
Sócio 1 95%
Sócio 2 05%
Total 100%
Figura 01 – Fonte: Autor
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Trata-se de uma empresa do ramo varejista de pequeno porte que atua no
segmento de reformas de pneumáticos, sendo o seu principal serviço é a recapagem
e vulcanização de pneus.
A empresa conta com 17 funcionários sendo, 03 funcionários na
administração da empresa e 15 funcionários distribuídos na área de produção, todos
devidamente registrados, cumprindo horários pré-estabelecidos.
3. FONTES DE FINANCIAMENTO
As fontes de financiamento são a soma do conjunto de capitais internos e
externos à organização que serão utilizados para financiamento dos seus
investimentos realizados. Desta forma, a empresa a cada novo investimento terá
que decidir qual fonte de financiamento utilizar, se externo ou interno. Nesta escolha
deverão pesar, entre outras questões, a perda ou ganho de autonomia financeira, a
facilidade ou possibilidade de acesso às fontes de financiamento e o custo financeiro
(juros) desse financiamento.
As principais fontes de financiamento são:
- Autofinanciamento: corresponde aos fundos financeiros libertados pela atividade
da empresa;
- Aumento de Capitais Próprios: corresponde ao aumento dos capitais próprios da
empresa por novas entradas de capital por parte dos atuais ou de novos sócios ou
acionistas;
- Capitais Alheios: corresponde ao recurso a entidades externas para obtenção dos
capitais necessários à concretização dos investimentos tais como: crédito bancário,
leasing, crédito dos fornecedores de imobilizado, suprimentos de sócios, entre
muitos outros;
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- Incentivos Financeiros ao Investimento: corresponde aos diversos programas
de apoio criados pelo Estado para incentivar o investimento e a competitividade.
Para um melhor entendimento das fontes de financiamento faz-se necessário
sabermos alguns conceitos da politica de capital de giro.
CAPITAL DE GIRO: é o investimento de uma empresa em ativos de curto
prazo. Exemplos: caixa, estoques, contas a receber, títulos negociáveis.
CAPITAL DE GIRO LIQUIDO: é composto pelos ativos circulantes deduzidos
os passivos circulantes (AC - PC).
ORÇAMENTO DE CAIXA: é a previsão das entradas e saídas de caixa, ou
seja, é a capacidade de gerar entradas para atender às saídas.
POLITICA DE CAPITAL DE GIRO: são as normas e diretrizes referentes ao
financiamento dos ativos circulantes.
INDICE DE LIQUIDEZ SECA: é o ativo circulante subtraído os estoques
menos o passivo circulante (AC – estoques - PC).
Segundo Hoji (2000, p.109): “capital de giro, também conhecido como capital
circulante, corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se
transformam constantemente dentro do ciclo operacional”. Devemos entender que
cada momento que o capital de giro sofre alguma mudança positiva ou negativa,
gera um reflexo contábil e administrativo financeiro.
Desta forma, podemos concluir que a base para uma adequada gestão
financeira é o estudo e a análise contínua do capital de giro das organizações. A
empresa depende das condições em que são administrados os recursos diretamente
relacionados com o capital de giro. Pois, no momento atual, a maioria dos pequenos
negócios encontra dificuldades para sobreviver em virtude da ausência de capital de
giro para movimentar as atividades operacionais da empresa, e quando conseguido,
apresenta altos custos financeiros que comprometem os resultados das atividades.
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Para administrar o capital de giro, o empresário precisa ter o
conhecimento do valor financeiro necessário para que a empresa mantenha as suas
atividades operacionais. O chamado de ciclo operacional é composto pelas
seguintes operações:
• comprar;
• estocar;
• vender;
• pagar;
• receber.
3.1 AUTOFINANCIAMENTO
O valor necessário para compor o capital de giro, pode ser provido de fontes
próprias ou de terceiros.
Como exemplos de fontes próprias, podemos citar o exemplo do
autofinanciamento que é formado pelas seguintes composições:
Aumento de capital por parte dos sócios: Consiste em que os sócios da
empresa tragam seus próprios capitais ainda não integralizados. Esses capitais não
devem ser capitais de terceiros, fazendo com que os sócios aumentem suas cotas
na participação da empresa.
Aumento no número de sócios: Consiste em abrir o capital da empresa a
novos sócios podendo:
• atrair novos sócios com novos capitais próprios;
• abrir o capital da empresa em sistema de mercado aberto (emissão de ações);
• emitir debêntures também em sistema de mercado aberto.
Obter maiores prazos para pagamento de compras junto aos
fornecedores: Quando a empresa consegue negociar um prazo maior para o
pagamento de suas dívidas, ela adia as saídas de caixa e melhora seu capital de
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giro. Nessa prática provisória espera-se que a empresa se ajuste financeiramente no
tempo. Também é importante uma atenção especial para o custo do alongamento de
prazo. Ele precisa ser suportado pela rentabilidade da empresa. De uma maneira
geral, as empresas procuram, junto a terceiros nesse alongamento de prazo de
dívidas, uma melhor parcela de pagamento conveniente com suas disponibilidades.
No alongamento do perfil da dívida, isto é, maior prazo de pagamento de principais e
juros, devemos levar em consideração a nova taxa de juros, que deverá ser bem
menor que a atual; também é preciso considerar o indexador de reajuste monetário
e IOF (Imposto sobre as Operações Financeiras).
Crescimento da empresa – autogestão – investimento: Elementos
necessários para desenvolvimento de uma autogestão da empresa:
• Capital de Giro Próprio (CGP): é a identificação da existência ou não na
empresa de recursos próprios, Capital dos Sócios e Resultados das Vendas
acumulados (lucros retidos), que possam estar financiando o Giro Total Próprio;
• Saldo Líquido de Caixa (SLC): é o saldo de caixa que a empresa dispõe por
meio de recursos suficientes para a liquidação das obrigações e haveres com
fornecedores e terceiros.
O crescimento de uma empresa, ou seja, o aumento do volume de negócios e
produção ou serviços deve ser implantado por acréscimos no capital de giro e eles
devem ser sustentados:
• autossustentabilidade do caixa: ocasionado pelos fluxos de caixa
operacionais gerados por crescimento ou investimento empresarial em capital de
giro (ICG);
• aumento do Return On Equity (ROE): retorno sobre o patrimônio. É um
indicador financeiro que se refere à capacidade de uma empresa agregar valor a ela
mesma com os seus próprios recursos;
• diminuição dos riscos de insolvência.
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3.1.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO AUTOFINANCIAMENTO
Vantagens: O autofinanciamento é uma fonte de capital de maior solidez na
estrutura financeira da empresa. Pode ser a única opção da empresa quando a
rentabilidade é inferior ao custo de capital de terceiros ou quando seu atual nível de
endividamento não permite captar um volume maior de recursos de terceiros em
virtude do elevado risco financeiro ou falta de teto na análise de crédito. O
autofinanciamento permite a recuperação do capital de giro com menor pressão
sobre a liquidez da empresa, já que a expansão da empresa pode ocorrer sem
endividamento, pois os recursos financeiros de terceiros possuem um maior custo e
podem deteriorar o equilíbrio financeiro da empresa. A maior proporção de recursos
próprios na estrutura de capital possibilita a empresa aumentar seu nível de
endividamento. Isso ocorre quando a utilização de recursos de terceiros proporciona
um retorno maior aos acionistas pelo efeito da alavancagem financeira. Todavia,
esse caminho não é dos melhores quando tratamos de autofinanciamento.
Desvantagens: Um acúmulo de recursos pelo autofinanciamento que não
tenha utilização momentânea pode incitar os dirigentes a investirem em projetos de
investimento de riscos, bolsa de valores, por exemplo, motivados pelo aumento da
taxa de rentabilidade do meio acionário. A excessiva dependência de
autofinanciamento pode produzir uma reação de aversão total a qualquer nível de
endividamento, fazendo com que, às vezes, a empresa perca oportunidades de
realizar bons investimentos por falta de capital (custo de oportunidade).
3.2 FINANCIAMENTOS NÃO PRÓPRIOS
Fontes de financiamentos não próprios consistem na obtenção de recursos no
sistema financeiro por meio de capitais de terceiros. Podem ser divididos em dois
grandes grupos: empréstimos de curto prazo e longo prazo.
3.2.1 EMPRESTIMOS DE CURTO PRAZO
12
Podem ser empréstimos sem garantia, que são melhores para as
empresas, porém as instituições quase não praticam mais este tipo de
empréstimo, e podem ser os empréstimos com garantias.
Os empréstimos a curto prazo com garantia são aqueles pelo qual o credor
exige ativos como colaterais, representados por duplicatas a receber. O credor
adquire o direito de uso do colateral mediante a elaboração de um contrato de
garantia, firmado entre a empresa e a empresa tomadora do crédito.
As duas técnicas mais utilizadas pelas empresas para obter financiamento a
curto prazo com garantias são: caução de duplicatas e factoring de duplicatas.
As principais fontes de financiamento a curto prazo - com e sem
garantias são:
- Empréstimos com garantia;
- caução de duplicatas a receber;
- factoring de duplicatas a receber;
- Empréstimo com alienação de estoques;
- Empréstimo com certificado de armazenagem.
3.2.1 EMPRESTIMOS DE LONGO PRAZO
O financiamento de longo prazo é caracterizado como uma dívida que tem
maturidade superior a um ano. É obtido junto a uma instituição financeira como um
empréstimo a prazo ou por meio da venda de títulos negociáveis. O processo de
venda dos títulos, tal como de ações, é geralmente acompanhado por um banco de
investimento. Financiamento de longo prazo propicia alavancagem financeira, sendo
um componente desejável na estrutura de capital de uma empresa.
O financiamento de longo prazo de um negócio possui vencimento em média,
entre cinco e vinte anos. Quando o financiamento em longo prazo estiver a um ano
do vencimento, sua contabilização deve ser refeita saindo do passivo não circulante
e ser registrado no passivo circulante.
13
As principais fontes de financiamento a longo prazo são:
- Empréstimos;
- Debênture: a) com garantia b) sem garantia;
- Ações.
3.2.3 VANTAGENS E DESVANTAGES DO EMPRESTIMO DE CURTO PRAZO EM RELAÇÃO AO DE LONGO PRAZO
Velocidade: o crédito de Curto Prazo é obtido com maior facilidade e rapidez;
Flexibilidade: pagamentos antecipados, liberação de novos valores, sem clausula
restringindo ações futuras da empresa são algumas vantagens do financiamento de
Curto Prazo;
Risco da dívida do Curto Prazo em relação à de Longo Prazo: As taxas de juros
são variáveis no de Curto Prazo, diferente das dívidas de Longo Prazo, onde as
taxas são estáveis ao longo do tempo. As dívidas de Longo Prazo não se submetem
às pressões momentâneas de demanda (as variações das taxas de juros dia a dia),
já que estão normalmente estabelecidas. O financiador do Curto Prazo pode exigir o
pagamento imediato do saldo devedor.
3.5 FONTES DE FINANCIAMENTO NA EMPRESA REGIONAL PNEUS
LTDA
A empresa Regional Pneus Ltda. utiliza-se de uma politica de capital de Giro
liberal de investimentos em ativos circulantes, tendo em vista que a maioria das suas
vendas são realizadas a prazo, seja com cheque pré-datado ou através de
cobrança.
Apesar das vendas serem, na sua maioria, realizadas a prazo, a Regional
Pneus apresenta um bom fluxo de caixa, o que faz com que ela, na maioria das
14
vezes, consiga honrar seus compromissos com recursos próprios. Isso só é
possível, pois as suas vendas realizadas a prazo são feitas a curto prazo, ou seja
são efetuadas vendas para pagamento mensais que não excedem 90 dias e as suas
compras são realizadas também a prazo, chegando a 120 dias para pagar.
Usando como base o ano de 2014, conseguimos constatar que a empresa
possuía mensalmente um valor disponível de capital de giro suficiente para cobrir
suas despesas imediatas.
Nos períodos chuvosos o faturamento da empresa cai e nesses períodos
caso não consiga honrar seus compromissos com recursos próprios a empresa tem
disponível contas com limite de cheque especial e desconto de cheques, em três
bancos, somando uma quantia total de limite de contas de R$ 150.000,00 e também
possui um limite de R$ 300.000,00 para desconto de cheques, do qual está
utilizando apenas R$ 30.000,00. Os juros variam entre 1,25% ao mês a 1,99% ao
mês dos empréstimos contraídos a titulo de desconto de cheques. Quanto à
utilização do limite de cheque especial, a empresa busca não utilizar este limite,
tendo em vista os autos juros aplicados a ele, ficando assim demonstrado sabedoria
por parte do gestor ao utilizar empréstimos.
No ano de 2014 a empresa pagou cerca de R$ 5.000,00 de despesas
financeiras, o que demonstra que ela pouco necessitou de capital de terceiros para
honrar seus compromissos.
As boas vendas e o baixo índice de inadimplência são essências para que a
empresa consiga manter controle sobre suas dívidas, conseguindo honra-las sem
precisar buscar capitais de terceiros.
Desta forma, podemos concluir que a empresa Regional Pneus Ltda. está
sendo bem administrada na parte financeira, possui bom capital de giro e pouco
necessita de capital de terceiros para pagar suas dívidas.
15
Deixamos de trazer dados do balanço patrimonial, tendo em vista que não foi
disponibilizado pela empresa. As informações acima foram prestadas pela gerente
financeira da empresa.
4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
O planejamento tributário é a escolha de alternativas de ações ou omissões
lícitas, portanto, não (dis)simuladas e sempre anteriores à ocorrência dos
fatos gerados dos tributos, que objetivem direta ou indiretamente a redução
desses ônus diante de um ato administrativo ou fato econômico (SHINGAKI,
2006, p. 24).
4.1. FINALIDADE DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
A finalidade do planejamento tributário é economizar nos impostos. Podemos
descrever isso da seguinte forma:
• evitar a incidência do tributo: para esse caso, adotam-se medidas e
procedimentos com o fim de evitar a ocorrência do fato gerador;
• reduzir o montante do tributo: as providências para atender esse item
serão no sentido de reduzir a base de cálculo ou a alíquota do tributo;
• retardar o pagamento do tributo: o contribuinte opta por medidas que
terão o fim de postergar o pagamento do tributo sem ocorrência de multa e dentro da
legislação.
4.2. CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Oliveira (2006) estabelece que, independentemente da forma de tributação
escolhida pela empresa, é possível verificar que a falta de planejamento estratégico
tributário pode deixá-la mal preparada para investimentos futuros devido a uma
possível insuficiência de caixa, o que irá gerar investimentos desnecessários para a
cobertura de gastos não previstos, destaca ainda que a finalidade principal de um
bom planejamento tributário é, sem dúvida, a economia de impostos sem infringir a
16
legislação. Esse conceito, denominado tax saving, é bastante utilizado pelos norte-
americanos.
Em síntese, para se fazer um planejamento tributário adequado, é necessário
que o gestor tenha conhecimento profundo para lidar com a complexidade da
legislação brasileira e aproveite ao máximo os créditos tributários e as brechas
existentes no sistema.
4.3 PROCESSO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
O processo de elaboração de um planejamento tributário se compreende em
cinco fases são elas:
1) A pesquisa do fato objeto do planejamento tributário;
2) A articulação das questões fiscais oriundas do fato pesquisado;
3) Estudo dos aspectos jurídico-fiscais relacionados com as questões
decorrentes do fato pesquisado;
4) Conclusão;
5) Formalização do planejamento elaborado num expediente técnico
funcional.
Para a elaboração do planejamento tributário é necessário o
levantamento de dados pertinentes à atividade da empresa. O levantamento deve
variar conforme a natureza, características, tipo e extensão das questões
envolvidas no planejamento tributário, bem como em face às peculiaridades
operacionais da organização empresarial. Borges enfatiza, ainda, que o
levantamento deverá obter dados sobre os seguintes itens: estrutura e atividades
operacionais da empresa; qualificação fiscal do estabelecimento; e, particularidades
das operações industriais, negócios mercantis e prestações de serviços abrangidos
pelo planejamento tributário.
O levantamento de dados pode ser obtido com entrevistas formais com
profissionais responsáveis pelas atividades da empresa, e com pesquisa e análise
17
de documentos e livros fiscais. Em seguida vem à articulação das questões fiscais
oriundas do fato pesquisado, agora com os dados levantados em mãos começa a
articulação das questões que o planejamento tributário irá solucionar. É nessa fase
que vai ser definida a característica do planejamento tributário (anulação, redução
ou adiamento do ônus fiscal).
Depois de definida a característica do planejamento tributário começa o
estudo dos aspectos jurídicos relacionados com as questões decorrentes do fato
pesquisado. Essa fase se caracteriza pelo amplo estudo da legislação fiscal
vigente, visando atingir o objetivo definido. Em seguida é feita a conclusão que
abrange as respostas às indagações elaboradas e, finalmente, a formalização do
planejamento elaborado num expediente funcional, ou seja, o conteúdo deverá ser
formalizado num expediente funcional. Borges (2002, p.73) cita as seguintes
características dessa etapa: “clareza, concisão, harmonia, vigor e objetividade”.
4.4 SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
É uma modalidade de responsabilidade tributária pelo pagamento do imposto,
prevista para os impostos que a princípio deveriam ser plurifásicos, como é o caso
do ICMS e do IPI. Essa substituição consiste na atribuição a um determinado
contribuinte (substituto) da responsabilidade de pagamento do imposto devido em
determinadas operações subsequentes (modalidade mais polêmica e que gera mais
dúvidas práticas), antecedentes ou concomitantes. Essa atribuição é feita pela
legislação tributária.
• substituição tributária das operações subsequentes: caracterizada pela
atribuição da responsabilidade de pagamento do imposto incidente nas saídas
subsequentes com a mercadoria até sua saída destinada ao consumidor final. Essa
responsabilidade é atribuída aos denominados contribuintes substitutos, que
normalmente são os primeiros na cadeia de comercialização, ou seja, os fabricantes
ou importadores;
18
• substituição tributária das operações antecedentes: caracterizada pela
atribuição aos chamados contribuintes substitutos – que normalmente são os
adquirentes de determinada mercadoria – da responsabilidade pelo pagamento do
imposto incidente nas operações anteriores. Ou seja, o imposto é diferido na saída
de determinado contribuinte, o momento de seu pagamento é postergado e a
responsabilidade é transferida para outras pessoas (as próximas da cadeia
comercial do produto);
• substituição tributária das operações ou prestações concomitantes:
caracterizada pela atribuição aos chamados contribuintes substitutos – que são
principalmente os tomadores de serviços tributados pelo ICMS – da
responsabilidade pelo pagamento do imposto incidente nas operações ou
prestações concomitantes. Ou seja, há a atribuição da responsabilidade pelo
pagamento do imposto a outro contribuinte e não àquele que realiza a operação ou
prestação de serviço concomitantemente à ocorrência do fato gerador.
4.5. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA EMPRESA REGIONAL PNEUS LTDA
Para uma melhor entendimento/análise do Planejamento Tributário realizado
na empresa Regional Pneus vamos trazer alguns dados da empresa:
- A empresa trabalha no ramo de recauchutagem e venda de pneus;
- É optante pelo Simples Nacional;
- Está localizada no estado de Mato Grosso;
- Adquire seus produtos no estado do Rio Grande do Sul;
- Na compra de seus produtos se aplica a substituição tributária para frente
(ICMS).
De posse destes dados podemos dar inicio à nossa análise.
Vamos analisar como é realizada a tributação referente ao ICMS e ao ISSQN
no ramo de recauchutagem de pneus.
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Ao obter produtos destinados à recapagem a empresa é tributada com a
alíquota interna do estado remetente, isso se deve porque os serviços de
recapagem ou recauchutagem são tidos como prestação de serviço, sito a lista de
serviços anexa à Lei complementar n° 116/2003:
LISTA DE SERVIÇOS ANEXA À LEI COMPLEMENTAR Nº 116,DE 31 DE JULHO DE 2003.
14 – Serviços relativos a bens de terceiros.
14.04 – Recauchutagem ou regeneração de pneus.
(Destacou-se)
Portanto a empresa ao recauchutar um pneu está realizando uma prestação
de serviço ao consumidor final, desta forma não é contribuinte do ICMS, por isso a
aplicação da alíquota interna do estado do remetente da mercadoria, conforme
prevê a Constituição Federal em seu art. 155:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada ao artigo pela EC 3/93)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;
(Destacou-se)
Porém, a empresa estudada, é contribuinte do imposto ICMS.
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Dessa forma, temos que a empresa ao comprar as mercadorias será tributada
de duas maneiras:
Quando comprar produtos para utilização na recauchutagem de pneus
de propriedade de terceiros é devido o ICMS Diferencial de Alíquota
(RICMS, Artigo 1º, Parágrafo 1º, Inciso IV e Informações nºs 023/06 e 001/08 -
GCPJ/SUNOR) O serviço de recauchutagem efetuado em pneus de propriedade de
terceiros, ainda que com fornecimento de material, é tributado somente pelo
ISSQN.
Como a saída é tributada pelo ISSQN, não há crédito de ICMS para a empresa
nesta operação.
Quando comprar produtos para utilização na recauchutagem de pneus
de propriedade de terceiros de propriedade da empresa para revenda posterior
tem incidência do ICMS Garantido Normal (RICMS, Inciso I do Artigo 435-l) As
saídas subsequentes dentro deste Estado do pneu recauchutado de propriedade da
consulente são tributadas pelo ICMS Operação Própria e Substituição
Tributária.
Portanto, nesta operação, a empresa terá direito ao crédito do ICMS Garantido
Normal recolhido na ocasião da entrada dos insumos.
Mas, conforme relato do gestor da empresa, não é isso que acontece, pois o
estado de Mato Grosso vem cobrando ICMS nas recauchutagem de Pneus, e para
piorar no ano de 2014 a SEFAZ-MT afastou o incentivo fiscal, aos optantes pelo
Simples Nacional, ao segmento e o ICMS para do setor passou de 4% para 25%
pois considerou que as bandas de rodagens estão classificadas no regime de
substituição tributária.
E é nesse ponto, que podemos ajudar a empresa estudada, pois ela vem
pagando um imposto que não é devido. A própria Constituição Federal prevê que
empresas prestadoras de serviços não devem pagar ICMS e sim, somente, ISSQN.
Devemos orientar a empresa para que entre com uma ação judicial e afaste a
cobrança de ICMS nas operações de prestação de serviço e requerendo a
restituição do imposto pago ilegalmente. É isso que podemos chamar de elisão
21
fiscal, ou seja, uma maneira lícita de deixar de pagar imposto que é cobrado
ilegalmente.
Além disso, a empresa tem retenção de ISSQN no Simples Nacional.
Desta forma, podemos concluir que a empresa necessita de um melhor
planejamento tributário, devendo tomar medidas urgentes para melhorar sua
tributação.
5. MATEMÁTICA FINANCEIRA
Matemática Financeira é o ramo da matemática aplicado aos negócios.
Segundo Rovina (2009, p. 5), a matemática financeira é “incompreendida por
muitos e amada por poucos”. Essa curiosa constatação ocorreria porque a
matemática financeira seria uma ciência de base, ou seja, aquela que fornece “as
ferramentas para que as mais diversas áreas possam detectar e analisar os seus
problemas”.
Segundo Assaf (2009), ao se emprestar um recurso a taxas de juros, é
necessário eficiência de maneira a remunerar os seguintes fatores importantes:
-risco: probabilidade de o tomador do empréstimo não resgatar a dívida,
tendo a incerteza como futuro;
- perda do poder de compra do capital motivado pela inflação: a inflação
é um fenômeno que corrói o capital, é a desvalorização do poder aquisitivo da
moeda previsto para o prazo do empréstimo, diminuindo o poder de compra de um
bem pelo mesmo capital;
- ganho (ou lucro): fixado em função das demais oportunidades de
investimentos; justifica-se pela privação da utilidade do capital pelo seu dono;
22
- despesas (nos dias atuais):todas as despesas operacionais, contratuais e
tributárias para a formalização do empréstimo e a efetivação da cobrança.
Os Conceitos fundamentais mais utilizados no dia a dia da empresa são:
1. Juros simples e juros compostos( em cobranças e empréstimos.
2. Regime de juros simples (capitalização simples) e compostos (capitalização
composta) (aplicações CDC).
3. Sistemas de amortização e correção monetária, sistemas de amortização e
correção monetária; sistema de prestação constante – SPC (empréstimos como
BNDES, PEC e FINAME).
De forma simplificada, pode-se dizer que a Matemática Financeira, é o ramo
da Matemática Aplicada que estuda o comportamento do dinheiro no tempo, a
mesma busca ainda, quantificar as transações que ocorrem no universo financeiro
levando em conta a variável tempo, ou seja, o valor monetário no tempo. As
principais variáveis envolvidas no processo de quantificação financeira são: a taxa
de juros, o capital e o tempo. Quando a taxa de juros incide no decorrer do tempo,
sempre sobre o capital inicial, diz-se que há um sistema de capitalização
simples (Juros simples). Quando a taxa de juros incide sobre o capital atualizado
com os juros do período (montante), diz-se que há um sistema de capitalização
composta (Juros compostos). Na prática, o mercado financeiro utiliza apenas os
juros compostos, de crescimento mais rápido. Para finalizar, ressaltam-se os
Sistemas de Amortização, que são utilizados pra liquidar dívidas de forma que, as
partes envolvidas tenham poder satisfatório sobre as ações integradas na
negociação.
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6. CONCLUSÃO
Verificou-se que apesar do departamento financeiro ser muito seguro em seus
atos e decisões, uma vez que seu dados precisos e atualizados dão a segurança
necessária para tal tomada de decisões, a empresa necessita urgentemente passar
por uma reforma tributária, devendo ter um melhor planejamento para deixar de
pagar impostos que não são devidos.
Quanto às fontes de financiamento, podemos observar que a empresa está
sendo bem gerida, o que está propiciando economia. Quase não faz uso das fontes
de terceiros, pois negocias bem seus prazos de compras e de vendas para no prazo
honrar seus compromissos.
A matemática financeira está presente em todos os segmentos da empresa,
seja ao negociar um melhor juro no financiamento ou um percentual de desconto
com os clientes.
No geral a empresa está bem estruturada e gerida. Somente deixamos o
alerta quanto ao seu planejamento tributário.
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7. REFERENCIA
Consultas públicas – disponível em
http://app1.sefaz.mt.gov.br/sistema/legislacao/respostaconsulta.nsf/
5540d90afcacd4f204257057004b655c/55f67d42bd7431ec0425760100712937?
OpenDocument, acesso em 10/04/2015.
UNIP, Livro Texto Fontes de Financiamento.
UNIP, Livro Texto Planejamento Tributário.
UNIP, Livro Texto Matemática Financeira.