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universó*
Lucas de Meira2004
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para Bárbara SantosMarília LoschiAlan de Paula
& Jean Marco Godoy
londrina
sunshine: they form only one shadow,
the boy & the pine
15/11/2001
riscos
dia dessesnoite viro
vide última
(suspiro)
23/11/2001
seis em ponto
anoiteço
(essa garotaa outra tambémcarasmáscarasbocasfloream o ar com suas frasesde feitos & efeitos- é um canto& brindamse derramando à consumaçãodo fato "d'alguém", aquiser fisgado pelo fígado, pela belezade um desencontro às escuras- é um encanto)
à três, teço
(e uma terceiraque amanheceu són'outra mesaquis saber a texturade tão sereno pranto)
à nós, dois, desço
23/11/2001
o sal
à tarde findandoàs ondas as pedrasbeijando
eu&elaapenas olhandosob o silêncio de um céusilencéu, digamosque se vai e vaide cor mudandoe mundando
até pareceque já sabíamos, há muitoe de corque, simplesmenteviveré o único único lema
(e, assimem um piscar de sonhosse pôso poema)
25/11/2001
estação paulo kissula
os caras de sonhono silêncio das sete da manhã& o cio de idéiaspor um fio
seja geadaou verão febrilnada de vozes no bonde
le monde
no voicese vocifero por dentrotodos me olhamaté a menininha, dois anos lhe dou,gripada e inquieta
ela pareceo único ser vivoneste comboio lotado
e nada mais me toca(fora o cheiro de jasmim,aberta a porta)
todaviaquando menos se esperaa menininhapoupa-nos do fim
: o isoporraspando vidrodá nos outrosum troço ruim
30/11/2001
revolver
Poetas,foram Beatles.
E os Stones ?
Exceto Jones,não maisque mitos.
1/12/2001
quintas intenções
épicoo toque dos lábios
torna-se tétricoexplícita a lábia
d a e d c a o t a
2/12/2001
jazz
Sol nas costas,avermelha a casca pálida.
E a pá,na terra.
Paz?
(Pés juntos,e eu nem gostava desses sapatos!
Quem me pôs essa gravatacom cheiro de baratavai pagar caro!)
5/12/2001
(enquanto isso, no rádio: liz fraser)
encontramosn'alguém, um céu& ascendemos ícaros que somoscegos pelo azulnos esquecemosnas sombras das palavrasqueimadas por um calorque não nos pertence que consomenossa sortenossas asasnossa fomenosso giz ícones que somospara nós mesmos- os aprendizes sem professoraos tropeçosou aos cortesvoltamos para casa e destilamostudo o que foi& o que seriavivido
ao recomeçono retorno às ruascontamos luascantamos rimas passadaspaisagens erradasverdades insanas &, mesmo cansadaa melancoliaamplifica nossos sentidos:agora mesmo, é certoàs miragens urbanastantos de nós, perdidosgritam um POR QUÊ? o vazio, é certoé vazio masapenas ele pode (e como pode...) nos responder
6/12/2001
messenger
Com um clique no mouseratifico meu desejo de tê-la,
ou quase,vide vida, vide bule
: na pressa de não ferver o caféentrei numas de enter
declarando um amor que nem é
internetemente.
11/12/2001
o poema do não (correspondido)
se as coisasnão mudarem logoo logo se cansapois o amor é tão brevequanto fomos crianças
- fúria frustadaou bola de nevesó nos alcançaquandalgo se deve...
(viro o vinil riscadoe a música insisted'outro lado
mas o lado de dentroé o que se atreve: se não mudaqualquer qualquer serve)
13/12/2001
pernas tortas
Entro n'outrametamorfase.
Me disfarço de Eu,mesmo,de chute, na trave.
Sim, o grito, grave,de gol,adiaremos pr'outra partida.
(Para este tipo de vôosó existe passagemde ida.)
16/12/2001
38
cheio de conversa fiadamalandro de língua afiadamalaco de lei de quebrada
teve que ouvir um lerolerode guri encanadoaté o aparelho nos dentes
não deu morale, ao gatilhoo guriengatinhou...
calmaícalmaíeu não sabia que fulanaera tua namoradajuro que sumo da vilaque até espalho teu acerto...
e veio um silêncioe veio um apertodepois outro...
(ainda estou correndoo finaln'outro tempote conto)
27/12/2001
asas
ave de rapina,me ensina
a voar?
(a adorável ex-meninasome na neblina
...o nunca maisvou alcançar)
28/12/2001
old new year
Que os deuses tenham pena,ao menos uma vez,ou meia,mas que a tenham.
Que a vida seja longa.A morte, breve.
Que o sonho seja grande.O susto, leve.
Que a sorte seja sua.(Mas não esqueça de ninguém,principalmente,dos que não a têm.)
Que eu pare de escrever a esmo,só por ter um teclado à disposição,sem disposiçãopara ser mais franco,e preencha este agonizante brancocom coisas menos coisas,um tanto reais.
Ser obrigado a estar à toa,enquanto o tempo voa,pros deuses até que é uma boa.
Pra mim,já é demais.
Nada na tevê,nada em você.
Quanta rima não ficou pra trás?
31/12/2001
colourise
num galhodo pomar
a pipa enroscada
só faltacantar
6/1/2002
gueixa
foras aforavou como quem vem
de ter ido
embora
7/1/2002
charlotte's
Quero-a, mas sem feri-la
:outra utopiafurando fila.
14/1/2002
vesper
munida de amortifíciosa safadeusaveio a mim
&
perdida a incertezao princípio foi, mesmo
um fim
18/1/2002
lovescienceofsilence
Intrépidos,teclam teu número.
E teu alô,histérico,mitificameu estúpidosilêncio.
O eu não venço,desligo na cara.
Termino pelo começosem saber o preçodo que nada custara.
21/1/2002
o rimar é com é
Então, garoto, me diga, o que faremosquando tudo for poesia?
Cantaremos,brindaremos até no recreio,e, depois de ralarmos os joelhosem brincadeiras de correr,choraremos um pouco.
Será que alguémainda vai ter chulé?
Não importao quanto pareça louco,prefiro o caminho do meio: sempre em frenteenquanto estrada é.
Mas, me diga,o que faremosquando tudo for poesia?
De repente já é.
(Faz de contaque não me via.)
31/1/2002
presto
Vaguezas estrondam,allegro,instante cósmico,pós-barba.
No espelho,o elo não sente,o ardor da loção,o azul,pelo nu do rosto novo.
A lâmina me trouxeum gosto rarono gosto docedo obscuroagora claro.
Eta rima besta.
Mas é verdade: noite de sextavingando saudadesempre é noiterasga-diário.
1/2/2002
quebra
silêncios em coroeternam olhares sem lares
: nenhum ouropaga a surdezou a mudez rouca
ao ver dados aos porcoso pão e o sorrisoque já estavam
na boca
10/2/2002
hopetel
nota dezorientado pelos, delaolhos, de féquase fechados
hum, feixe de luxdo-is, enche de plustrêstemunhas: eu, nós& a sombra
nota zeroà whiskerda, sem gêsim, love, às singelastristemunhas: mi, rédó
nota final: cinco
e ficamos atéficarmosde pé
até ela encontraro perdidobrinco
25/3/2002
danger!
vontades & prazeres
se confundem
mascom sorte
levo azar e não te acho
(tem hora que a gente gritaaté mesmo sonhando baixo)
30/3/2002
92 degrees
eram acordesensurdecedorespesados
& tão rápidos(senhores músicos,- brincou um colega -o que é essa pressa,para o quê estãoatrasados?)
o calor, putz, o calorera de deixar com invejao sahara
& aquela gatapuro gin com sonhodançando como jamais dançara
eu, babando, tontosó de vê-la rodopiaraté que ela me viue berrou um oi!antes de, meu rostodepois, minha bocae até, o meu pescoçolambuzar
perguntou se eu a achava muito chatae começou a rir, pedindo desculpasdizendo que achava muito loucaa música dos carasmas que, no dia seguinteestaria no poçoe não lembraria de uma nota sequerque era rara a cançãoque a tocavaque era boa ouvintemas só curtiadepeche...
outra garota chegou, caaaara!,me abraçou& a gata mostrou as garrasem um pulogrudando nos cabelos da guria
mas bateu com a cabeça no chãodesmaioue eu tive de levá-la para fora
já melhor,ela não queria ir para casaeu também não queria ir emboraficamos conversando, na praçaa vinte e nove
ela foi voltando do porrecaímos no silêncio
(tirando os zumbidosnos nósdos ouvidos)
ela disse me abraçadisse que o amor nunca morreque a manhã seria de belobelo céuque, no horizonte, seríamos reise outras coisas que não diriase fosse outroo dia
pouco depois das seisa coloquei no ônibuso jardim social/batelque já estava saindoquando derrubou o valetransporte
o peguei, o ajeitei em sua mãoela evitou me olhar nos olhospois os dela já estavamsem razão
então, entrouquase subindo no cobradorpara colocar a cabeçapara fora da janelagritar o meu nomegritar que seria fortegritar, gritar & gritarque iria me escrever
& para afirmarque seus pais erraramseus, pais, erraram
pois eles, naquela semanaconseguiram os vistos& os estados unidosnos separaram...
dias depoisela já lávoltei ao 92uma noite até bacanaacho que era showdos acústicos& valvulados
alguém perguntou por elae aquela doida, como está?melhor agora, respondi(espero, pensei)
mas carta alguma jamais recebi
agora, dez anos depoisdaquele anotão desesperadosoube que ela nem chegou aos dezoito: em noventa & quatroa meningite a levou
para o outro lado
&, aquele calornovamente sentias febres viraram contoso pesadelo virou um fato
os pais delaestavam erradoscomo sempre estiverampor sonharsó no final
não seinão sei mesmoo que teria sido
mas hoje,hoje,como no inícioda música da Siouxsie,o dia não passou
quando,passou bem devagarfeito animal
ferido
11/04/2002
não chores por mim, aspirina
era um esquisitango:dois pra látrês pra cá
sei lá
mas a coisa todaestava esquentandoe eu achandoque ia mesmoa conquistar
então, em um passodaqueles que nem astaireousaria
levei um pisãofiquei descalçoe virei o pé
porcaria.
(acordei com dor de cabeçae já era quasemeio-dia)
8/8/2002
game over
contra o onzeas fúrias aladasruíram a poseà facedo nada
& o ódio vendidopode ser lidonos nervos de açoretorcido& aténos ossos
:a propagandaé a almados destroços
11/9/2002
n'areia
vocêano& amaré
: eufogado
6/11/2002
janelaberta
parafernalímbicomeceiterminandoitchauscultando
imprópriopeitópiousolomomento
emchamaschameiteameinãoteacheilicartaemquedalivrecêaindadivagandoqueroutraseisvidasoulratoseusuculento
queijosumiçobeijosóissoteumiau
e c h o a n d o o o o o o o
(era só o vento)
20/11/2002
no zero outra vez
sou o que fuie o que nunca
quis ser
o destinoagora é um grande vacilo
que destilobuscando vencer
mas como me disserama culpa
é de quem pensa
afinalpor que questionar
sonharlutar
?
pareceque o bom mesmo
é seguir na linhanão olhar para os lados
muito menospara trás
e como eu digoparece mesmo
um castigoainda sentir ser capaz
17/12/2002
dois mil & três
reveillon: revemos fogos& o tudo de bom(à vontade berrando fuja!)
champanha salton: brutsessão coruja: gaiola das loucas, putz...
(então fui lavar a louça)
& o ano que vemvemmeio nathan lanemeio penny lane(na versão do bowie, ouça)
e ela dormeo verso somemas eu preciso mesmo terminareste poema
: calço os chinelostento passos singelos...
- Como odeio estas algemas!
1/1/2003
reunião de negócios
tomei uma atitudee dei aquele socona mesa
o coração pediu a contaa incerteza pediu aumentoo perdão ficou loucoa ironia ficou bem tontae o sarcasmo um tanto rude
ser bom, até que tentojá, ser eu mesmo
fui
enquanto pude
15/1/2003
welladay
na passagempara a passagemnoitadentro
ab
sinto
e se alguém souber de cronosque o mande para cáprovar de minh'espadamanchada do sangueternodas horas & honras passadas
sem voltanoitadentro
ab
sorvo
cada megamicroinstante
se delirobem que façorenasço
corvo
torto
estorvo
cantarolando musiquetasdas que muitos quase morremsó de lembrar
e só me dou contade quanto dela passeiquando o Simãodono do bardiz não ter trocopra notade cem que acabou de abrire que vou terde esperar
9/2/2003
joy division
vidatênue linha
morte
vidatênue linha
vidatênue
vida
vi
.
4/4/2003
23
Ho cercato di dimostrare che sarebbe stato possibile seguire
ma poi mi è stato trasformato in pietracementati nel terreno su cui camminiamo ieri
non c'è modo di seguire senza sapere dove noi non
Non.
23/4/2003
Jhonny's Pub
podia sera mais fria & chuvosadas segundas-feiras
ainda assimsempre estavam lá: os jovens do pré-vestiba
amontoadosnas velhas mesasatordoados pela incertezapoesia ou prosa?pagando as bérascom seus vetês;
às paredes azuis, vivasas garotas fumandodesenterrando amores& versos de MPB
(tipo, "leãozinho"que mais pareciauma ode ao mé barato);
alguns cegosque, em terra de reisjuravam ter vistoo mesmo ratocor-de-rosa;
a Cléo Punkque nos arrastavapara a sinuca no Bigode(outro bareco perto dali)é, esnuque, piáe esnuque é pra quem podee eu, para ela, todas, perdi;
alguém sempremesmo, sempre,falando da lua;
os estudantesda escola técnicaexibindo suastécnicas etílicas antes das seisenquanto, meu camarada, o Jeandebatia com o Fábio Gadelhaastrologia, contradições& passagens bíblicas
(o bar ficava ao ladode um conventotoda hora ali passava, e de nós, desviava,alguma freira);
a aranha marromno banheiroonde ainda era normal se depararcom alguma meninade dedo na gargantapondo para fora o vinho docena, sério mesmo, banheira;
gritalhões no corredorapostando aliançasno jogo de palito(que parecia de foices)observados por alguns senhoresem seus velhos ritos& sorrisos;
atrás do balcão, o Joãoalguns o chamavam de Gervão(que era uma pinga que ele vendia);
então, certa semanatroquei a segunda pela quartae eu a vi
aquela guria
que lia Borgesruivinhaclaros olhoslongo vestido escuroquietinha, na mesa sozinha
eu a vi
larguei as ilustrações que faziae levantei para falar com elaeu ia a pedir em namoroeu juro
no caminho,alguém me chamouolhei para o outro ladoera o Sid,o sujeito que deixou o mara ver navios
ele me congratuloupelos meus dezoitocompletos um dia antese, sem jeito com essas coisasmal eu soube agradecer
quando voltei para o caminhoque, caramba, era de uns dois ou três passosa guria havia sumidoe ninguém havia a vistodesaparecer
pois não tinha ninguém alidisse o Seu Branco, ou alguémque minha memórianão quer maisreconhecer
e eu nunca mais a vi
os dias seguintes foram frioscom noites de friezacom perdas, tristezacomo a que levou o chapa Chaiuou da do Fabien, que se matou(muitos entenderam "Fábio",e achavam que era o Gadelha)
um clima estranho se instalouaté uma noite que o Mais Alémmandou tudo pro alémtocando Beatlesna calçada
foi quando conheciuma namoradaque mordia minha orelha
mas a leitora de Borges,mesmo depois do próprio Joãozinho ter morridodo prédio onde ficava o botecoser demolidodo vetê ser extintoda maioria ter parado com o vinho tinto docedo Alexandre, o Côcoter aberto um bar lá perto da Reitoriae de revivermos tudoum pouco,
ainda é um filmecentrado naquela posede pernas cruzadassandálias soltaspáginas viradasolhar de canto...
como elanão se encontra
e se era um fantasma
é um fantasmae tanto
28/6/2003
spandaemonium
o mundo todo me vigia& ninguém me vê
: eis a idade mídia
web camsglobos negros na rua xvnem mesmo no elevador eu posso mexer no meu nariz
já tenho atéum código de barrassou produto não cadastradomas alvo por satéliteseguramente localizado
(virtual até nos nervosjá penso em me desconectar)
ah,ontem recebi um e-mailera vocême avisando dos novos temposagora tãoobsoletos
: deletaram meus dedos
(mas talvez minha avóainda saiba de um cháque seja bomcontra defeitos)
21/7/2003
opus per ridiculum detortum
este silêncioalguma coisaquer dizer...
os versos acimaescrevi há alguns mesese, na ausência de rima,os deixei na gaveta
o silêncio ainda é o mesmoe, apesar do apesar,que se reinventa
sobrevivosobretudopensativo.
olha,não sei porqueeu voltei a escrever
deve ser doençaou então a faltado que não fazer
4/8/2003
vinho do porto
raios!
dei-me ao luxode resistirferi como se a curassee se não bastassea fiz sorrir
raios!
pedi que não mais ligassee não ligoucoisaoutra
raios!
que me partampor não ter partidopor achar coisa poucatodo esse desamortoda essa loucametáforambulante
essa sinaque nadame ensina
raios!
que caiam no mesmo lugardescarreguem a fúria contida(não tô nem aí)
: quebrados encantosteimo em negar-me vidaao cair por terraao ficar por aqui, ó
raios!
(re-sumindo,faceàface,fácil fosse,tentei o tédio quebrar
mas quebrado foi o gelo: sete anos de azarpara o espelho)
raios?
19/8/2003
oilmerica
los sobrinhos de samsons of a bushnão ouviram platonem joshua, nem cummingsnem chaplin
e aí estáo tipo de naçãoque hitler queria
: trocando sanguepor petróleometendo os dedosnos seus olhos
pois é pois é pois éaquela coisa todade hino & bandeiraheróis & winnersna prática não passad'outro disfarcedaquela suástica
11/9/2003
gemini
BLUE MOON ão me venha com emboras poisE u, bem, Eu, gostaria muito de saber de umaV ez por todas por que é precisoE ntender o que foi sentido se o queR esta não conta na históriaM al cantada por teus olhos dublêsI nfáliveis e esse arrependimento deN uncas e afins e arremedos deD ores e... adeus, volte logo!
5/11/2003
1986
guri famintodescalço
aos pés do mundo
passo
13/11/2003
mágica
Pula, sapato!
(Sapeca,um sapo.)
15/12/2003
acrylic
em uma literatourdaquelas de muita solidãoe de vontade de dizê-la
lá dentrodo diário de klee(que comprei usado)encontrei uma rosa& um cartão guardadosdatando cinco anos antes
eram bons amantes
ela leu kleeele mal sabia escrever
:teria a moça vendido os livrosesquecido os lidosenfimassim decidido
viver?
5/4/2004
warmerica
mandar os filhos& os filhos dos filhosdos filhos dos filhosdos sobrinhos de sam
sangrar& singrar
até que cada famíliatenha uma tristeróicatristestóriapra contar
& cantar
& um filmesobre suas vidas& mortesumas medalhas, uns bons contatoscarros & mansõesuns oscarsquem sabe um nobelpra variar
esqueçam cristo
: é abraham lincolnquem vai voltar
11/9/2004
eu vírgula ela
preciso mesmoé viversonhar & sonhar bastantedormir um poucoquerer bemviajar de trem
quem sabe tomar umasde vez em quandoandar na praçacantarolando& dançar também
jogar bola até noitinhaencher a pançaouvir os velhosrir rir rir rircom as crianças
sem jamais esquecerque aqui é só aquie que além do além do além
há
assim aceitarque tudo é reale que por mais que pareçaque viver direitoé não ser tristee nem feliz
,entenderque o amor existee que é a verdadeque espanca o peitoaté ser ouvidacomo sempre quis
(e por mais que sejamos idiomasque eu ainda queiraaprender nesta vidaduvido que há palavracapaz de concederuma nítida impressãodo que nãosinto
por você)
19/9/2004
antes que ela passe
(é inútiltentar negara certeza de amar alguém
é dar um tapana cara da carae confessarque a máscaraé maior que a putada consciência)
deus dos motivosdai-me umpra não seroutro
2/10/2004
página 396
hoje achoque querer saber
é fraqueza
forte é aqueleque viveque sofre
que é livre
e que carregano peito
até meio sem jeito
a talda certeza
14/10/2004
(in)permanência
eu mendigoamores de sexta
em tardes de domingo
12/12/2004
O autor, Lucas de Meira, em 2003.